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O presente trabalho tem como objectivo rever a abordagem diagnóstica e terapêutica da diabete
mellitus no doente com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, assim como as
interacções farmacológicas entre a terapêutica antirretroviral e os antidiabéticos, visto que a
literatura é escassa neste tema, que consideramos ser útil na prática clínica. Nessa perspectiva,
Este trabalho irá preencher esta lacuna, acrescentando os estudos ora existentes, ao mesmo
tempo constituirá de referência bibliográfica para estudos posteriores nas bibliotecas e estudantes
do curso da área, Hospitais, Centros Sanitários e MISAU.
Resumo
Summary
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Contextualização
A infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) afeta cerca de 35 milhões de pessoas
em todo o mundo. Com a introdução da terapêutica antirretroviral (TAR) verificou-se uma
redução significativa da morbilidade e mortalidade nas pessoas infetadas pelo VIH1. No entanto,
as complicações cardiometabólicas do tratamento do VIH, para além do envelhecimento da
1
UNAIDS. Global Report: UNAIDS Report on the Global AIDS Epidemic 2015. Joint United Nations Programme on HIV/AIDS.
Geneva:UNAIDS; 2015
população infetada, têm alargado a complexidade de cuidados para a gestão de comorbilidades
cardiovasculares2
2
Samaras K. The burden of diabetes and hyperlipidemia in treated HIV infection and approaches for cardiometabolic care.
Curr HIV/AIDS Rep. 2012;9:206-17.
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infected patients started on a combination antiretroviral treatment. AIDS. 2012;26:303-14
O presente trabalho tem como objetivo rever as particularidades do diagnóstico da DM no doente
com infeção VIH, assim como os desafios no seu tratamento e as interações farmacológicas entre
a TAR e os antidiabéticos orais ou injetáveis, uma vez que a literatura é escassa neste tema que
consideramos ser útil na prática clínica. ultissistémica que condiciona efeitos deletérios micro e
macrovasculares. São reconhecidos três subgrupos de doentes
O Diabetes Mellitus (DM) representa um grave problema de saúde pública e atinge uma parcela
significante da população, principalmente indivíduos idosos e com excesso de peso.
Problematização
Vale ressaltar que o diagnóstico do diabetes não se diferencia da população em geral; -2 glicemia
de jejum maior ou igual a 126 mg/dl, realizados em diferentes dias; Uma glicemia de duas horas
após sobrecarga oral com 75g de glicose e superior ou igual a 200mg/dl ou valor superior ou
igual a 200 mg/dl; Glicemia maior ou igual 200 mg/dl em amostra colhidas a qualquer hora do
dia com sintomas característicos.(Fonte: Ministério da Saúde, 2007.)
1.3. Justificativa
Objectivo geral
Objectivos específicos
"Medir as concentrações de antirretrovirais em gotas de sangue seco é uma boa
maneira de prever resultados como supressão viral e resistência em pessoas
que tomam antirretrovirais", explica Mann.... - Veja mais em
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/11/13/diabetes-pode-
reduzir-medicamento-anti-hiv-no-sangue-revela-pesquisa.htm?cmpid=copiaecola
Hipóteses
Objetivos glicémicos
Atualmente os objetivos glicémicos dos doentes com DM dependem da idade e suas comorbilidades, da propensão para
hipoglicemias, do tempo de duração da doença, da motivação do doente e da sua atitude perante a doença. As mais
recentes guidelines da ADA recomendam a individualização como chave terapêutica.17 O controlo glicémico,
particularmente através do tratamento intensivo nos diagnósticos recentes de DM, 30 sejam eles em doentes com ou sem
infeção VIH, proporciona uma redução importante das complicações macrovasculares da DM (doença coronária,
cerebrovascular e doença arterial periférica). Em contrapartida, nos diabéticos de longa data e com múltiplas
comorbilidades, este controlo agressivo pode associar-se a um maior risco e mortalidade cardiovascular, essencialmente
pela ocorrência de hipoglicemias graves se a seleção de fármacos recair sobre aqueles com esse potencial. Relativamente
às complicações microvasculares da DM (retinopatia, neuropatia e nefropatia), foi demonstrada a sua redução, na
população em geral, com o controlo glicémico adequado.30–33
Tratamento farmacológico
Se após alteração do estilo de vida, os objetivos glicémicos não forem atingidos, temos à disposição múltiplas opções tera-
pêuticas farmacológicas.20 O tratamento da DM nestes doentes representa um grande desafio pelas particularidades que o
doente com infeção VIH apresenta. A presença de comorbilidades (hepatite C, tuberculose e/ou infeções oportunistas), a
elevada IR, a polimedicação que condiciona uma maior probabilidade de interações farmacológicas, o risco de toxicidade
hepática ou renal pelo facto de muitos apresentarem lesão de órgão prévia e as infeções gastrointestinais que podem
diminuir a tolerabilidade e absorção dos antidiabéticos orais, são um conjunto de fatores que contribuem para a difícil
escolha do antidiabético ideal.5,20
Segundo as mais recentes recomendações da ADA em 2015 para a população em geral, a metformina é a terapêutica oral
de primeira linha, a não ser que esteja contraindicada ou não tolerada pelo doente. Se ao fim de três meses não se
atingirem os objetivos glicémicos, em monoterapia (não considerando a insulina) com dose máxima do fármaco, deve ser
adicionado um segundo antidiabético oral ou injetável. Nos recém diagnósticos de DM tipo 2, deve iniciar-se terapêutica
dupla caso o doente apresente HbA1c igual ou superior a 9%. Nos doentes sintomáticos ou com glicemias iguais ou
superiores a 300–350 mg/dL ou HbA1c igual ou superior a 10-12%, deve ser considerado o uso de insulina com ou sem
terapêutica adjuvante.17
A Tabela 2 aborda sumariamente as possíveis interações farmacológicas entre os antidiabéticos disponíveis e a TAR, que
deve ser tida em especial consideração nos doentes com infeção VIH.
BIGUANIDAS [METFORMINA]
A metformina pertence à classe das biguanidas e é o antidiabético oral (ADO) de primeira linha nos doentes com infeção
VIH e diagnóstico recente de DM.20 Melhora a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose 5,21 e apresenta a vantagens
como a redução, em média, de 1% da HbA1c, sem hipoglicemias ou aumento de peso, e, possivelmente, do risco de
eventos cardiovasculares.34 Os efeitos secundários gastrointestinais (particularmente as náuseas e a diarreia) são mais
frequentes em comparação com os outros ADOs.5 No entanto, podem ser atenuados através do início de uma dose baixa,
com aumento progressivo a cada três a cinco dias (máximo de 2,5 g/dia), de forma a melhorar a tolerabilidade
gastrointestinal.35 Nestes doentes, deve ser efetuado o ensino da sintomatologia de acidose lática (fadiga, perda de peso,
náuseas, dor abdominal, dispneia, arritmia, entre outros) dado o risco, ainda que raro, associado a esta terapêutica. 5,20,21
De notar que a metformina pode agravar a lipodistrofia, 36 muitas vezes presente no doente com infeção VIH. Reduz a
gordura subcutânea com consequente perda ponderal, 36 sendo, por este motivo, contraindicada na tuberculose e na
caquexia.5,20 Deve ter-se particular atenção aos doentes com disfunção renal, 5,20
procedendo-se a redução da dose para um máximo de 1000 mg/ dia nos doentes com taxa de filtração glomerular (TFG)
inferior a 45 mL/min/1,73 m2 e descontinuação deste ADO se a TFG for inferior a 30 mL/min/1,73 m2.17 A insuficiência
hepática (pelo risco de acidose lática), o alcoolismo e a insuficiência cardíaca descompensada são também
contraindicações ao uso da metformina.35,37
A metformina não carece de metabolização hepática, sendo excretada, exclusivamente, por via renal através de filtração
glomerular e secreção tubular via OCT2 (transportador catiónico orgânico renal-2) e MATE-1-2K (multidrug and toxin
extruders),38 que determina interações farmacológicas com alguns antirretrovirais (Tabela 2), como o dolutegravir (DTG),
que aumenta a concentração plasmática de metformina através da inibição da secreção tubular de metformina via OCT2. A
sua utilização num doente, conjuntamente com metformina, não está contraindicada, carecendo apenas de monitorização
glicémica estreita, podendo ser necessária uma redução da dose de metformina. 38,39 Relativamente ao elvitegravir (EVG) e
ao cobicistato (COBI), é improvável que estes fármacos aumentem os níveis séricos de metformina de forma clinicamente
significativa. Porém, o COBI inibe reversivelmente a via MATE-1, podendo verificar-se aumento das concentrações
séricas de metformina quando coadministrado com o Stribild ® (elvitegravir/cobicistato/tenofovir/emtricitabina).38,40
TIAZOLIDINEDIONAS [PIOGLITAZONA]
As tiazolidinedionas são fármacos sensibilizadores da ação da insulina, que reduzem a IR a nível hepático, muscular e do
tecido adiposo, através da ativação dos recetores PPAR γ encontrados nesses tecidos, com repercussões no metabolismo
glicídico e lipídico. A pioglitazona é a única tiazolidinediona disponível atualmente em Portugal. 41 Apresenta um
mecanismo de ação que lhe permite ser o antidiabético de escolha nos doentes com VIH e lipodistrofia, pela possibilidade
de aumentar a gordura subcutânea.42 No entanto, foram demonstrados resultados controversos, verificando-se redução das
transaminases, mas sem qualquer efeito no aumento de massa gorda e, portanto, com recuperação da lipoatrofia
periférica.5,43
Efeitos adversos como a osteoporose, 44 hematúria, o risco de neoplasia maligna da bexiga 45 que recentemente tem vindo a
ser questionado46–48 e de retenção hídrica com insuficiência cardíaca congestiva têm levado à evicção deste ADO. A
pioglitazona pode causar aumento de peso e é contraindicada nos doentes com doença hepática, pelo risco potencial de
hepatotoxicidade.5,21,41
A sua metabolização é hepática, essencialmente através do citocromo P450 (CYP) 2C8 e em menor escala pelo CYP 3A4
e 1A1, determinando também algumas interações farmacológicas com a TAR (Tabela 2). 38,41 Os IP podem induzir um
aumento das concentrações plasmáticas de pioglitazona, assim como o EVG e o COBI, estes últimos pela inibição do CYP
3A4. Em contrapartida, os INNTR, com exceção da rilpivirina (RPV), podem reduzir os níveis de pioglitazona.38,49,50
SULFONILUREIAS [GLICLAZIDA, GLIBENCLAMIDA, GLIMEPIRIDA, GLIPIZIDA]
As sulfonilureias exercem os seus efeitos hipoglicemiantes através da estimulação da secreção de insulina pelas células β
do pâncreas. Têm vantagens como a redução de 1% da HbA1c, porém, a curto-médio prazo, assiste-se a uma deterioração
das células β, com progressão para o seu esgotamento funcional. 51 Vários estudos demonstraram uma associação entre as
sulfonilureias, sobretudo as de primeira e segunda geração, e o aumento de risco e morte cardiovascular. 52,53 Estes ADO
resultam, muitas vezes, em aumento ponderal, sendo o seu principal efeito secundário a hipoglicemia,51 devido ao seu
mecanismo de ação, contudo verifica-se em menor grau com a gliclazida, sendo esta a sulfonilureia mais segura.
São metabolizadas pelo fígado, através do CYP 2C9 e 2C19, pelo que se deve ter atenção quando são usadas
concomitantemente com o EVG e com alguns IP, como o nelfinavir (NFV) e o ritonavir (RTV), uma vez que estes
diminuem as concentrações plasmáticas das sulfonilureias, através da indução do CYP 2C9. Da mesma forma, estes
antidiabéticos devem ser usados com precaução se a TAR do doente incluir etravirina (ETV) ou efavirenze (EFV), pelo
aumento da concentração das sulfonilureias, através da inibição da via CYP 2C9 (Tabela 2). 38 A doença hepática é, deste
modo, uma contraindicação relativa à utilização das sulfonilureias.
GLINIDAS [NATEGLINIDA]
Tal como as sulfonilureias, as glinidas induzem a secreção de insulina pelas células β do pâncreas, contudo ligam-se a um
recetor diferente das sulfonilureias. A nateglinida pertence a esta classe, sendo um fármaco seguro e com rápido efeito de
ação, no entanto, apresenta uma semi-vida mais curta do que a das sulfonilureias, devendo, assim, ser administrada mais
frequentemente. À semelhança das sulfonilureias, a nateglinida apresenta risco de aumento ponderal, mas a hipoglicémia é
menos frequente.
O seu metabolismo é hepático, essencialmente através do CYP 2C9 (70%) e, em menor escala, pela via CYP 3A4. Os IP,
o EVG e o COBI podem diminuir/aumentar as concentrações de nateglinida pela ativação da via 2C9/inibição da via 3A4,
enquanto que a ETV e o EFV o fazem pela inibição da via 2C9/ ativação da via 3A4 (Tabela 2). 38,49,50
INIBIDOR DA α-GLICOSIDASE [ACARBOSE]
A acarbose é um inibidor da α-glicosidase que reduz a hiperglicemia pós-prandial. É um ADO com eficácia limitada que
deve ser administrado no início das refeições (a sua eficácia diminui se tomado após as refeições). Deve ser iniciado em
dose mais baixas, com aumento gradual, de forma a evitar os efeitos secundários gastrointestinais (flatulência, diarreia e
dor abdominal).38,54
É metabolizada no trato gastrointestinal (< 2% atinge a circulação sistémica) não estando descritas interações conhecidas
com a terapêutica antirretroviral.38
INCRETINAS
Após a ingestão de alimentos, é secretada uma hormona incretina pelas células L-neuroendócrinas do íleo distal e do
cólon, o glucagon like peptide-1 (GLP-1), que estimula a secreção de insulina (glicose-dependente) pelas células β do
pâncreas e suprime a produção de glicagina pós-prandial. O GLP-1 inibe o esvaziamento gástrico, reduz o apetite e a
ingestão de alimentos, particularidades que permitem um melhor controlo glicémico.55–57
Estão disponíveis duas classes terapêuticas que influenciam o GLP-1: análogos do recetor do GLP-1 e os inibidores da
protease polipeptídica-4 (DPP-4).55,57 Os análogos do GLP-1 apresentam efeitos semelhantes ao GLP-1 endógeno, porém a
sua semi-vida é mais prolongada, 55 enquanto que os inibidores da DPP-4 bloqueiam a enzima DPP4 que degrada o GLP-1,
reduzindo, deste das hormonas incretinas.56,57
ANÁLOGOS DO GLP-1 [EXENATIDO, LIRAGLUTIDO]
Os análogos do GLP-1 atualmente disponíveis são o exenatido e o liraglutido. São fármacos administrados por via subcu-
tânea que reduzem a glicemia em jejum e pós-prandial 58 e cerca de 1-2% da HbA1c,55 com a vantagem de não induzir
hipoglicemias e preservar a função e estrutura das células β do pâncreas. Adicionalmente, os análogos do GLP-1
proporcionam uma perda ponderal55 de cerca de 2-5 kg, com melhoria da distribuição da gordura corporal e do risco
cardiovascular. de modo que poderá ser uma ferramenta útil no tratamento da DM tipo 2 associada à infeção VIH, a qual é
caracterizada por uma obesidade central, lipodistrofia e IR.58,59
O custo dos agonistas do recetor da GLP-1 é ainda elevado e os efeitos secundários mais frequentemente associados são
náuseas, que acabam por diminuir ao longo do tempo, vómitos e diarreia. 55 Além disso, estão descritos casos de pancreatite
associados à terapêutica com exenatido. Encontram-se ainda a decorrer estudos de outcome cardiovascular de longa
duração para este fármaco.60
O exenatido apresenta um metabolismo mínimo e o liraglutido não é metabolizado via CYP, mas por endopeptidases
endógenas, pelo que não estão descritas interações farmacocinéticas destes antidiabéticos com a TAR. 38 Apenas de realçar
que o liraglutido pode prolongar o intervalo PR, pelo que deve ser administrado com precaução se associado a
antirretrovirais que também aumentem este intervalo, como os IP e a RPV. O liraglutido é contraindicado nos doentes com
história familiar de carcinoma medular da tiróide e nos doentes com neoplasia endócrina múltipla tipo 2.61
Os análogos do GLP-1 são uma opção nos doentes sob monoterapia com metformina que não atingiram o controlo
glicémico, nos casos de contraindicação à metformina ou em associação com outros antidiabéticos orais, como as
sulfonilureias e as tiazolidinedionas, ou mesmo com insulina.17
INIBIDORES DA DPP-4 [VILDAGLIPTINA, SITAGLIPTINA, SAXAGLIPTINA, LINAGLIPTINA, ALOGLIPTINA]
Os inibidores da DPP-4 apresentam algumas vantagens comparativamente aos análogos do GLP-1, como a administração
por via oral, o seu menor custo e menores efeitos gastrointestinais, porém com reduções ligeiramente inferiores na HbA1c
(0,5- 1,0%).55,62 No caso de disfunção renal deve ser efetuado o ajuste de dose dos inibidores da DPP-4 eliminados por via
renal (sitagliptina, saxagliptina, vildagliptina e alogliptina), consoante a clearance da creatinina. Já a linagliptina tem a
particularidade de não necessitar de ajuste de dose, quer nos doentes com disfunção renal, quer naqueles que apresentam
disfunção hepática.63–65
Além do seu efeito no metabolismo glicídico, as DPP-4 (também conhecidas por complexo proteico-2 adenosina
desaminase ou antigénio de ativação de células T CD26) 57,62 estão implicadas na regulação de funções que podem afetar
particularmente os doentes com infeção VIH.56 O antigénio CD26 é uma glicoproteína de superfície celular com atividade
enzimática DPP-4 no seu domínio extracelular, que se encontra presente em vários tipos de células, 57 incluindo as células T
e as células epiteliais do fígado, rim e intestino. O complexo CD26/DPP-4 está envolvido na estimulação das células T, na
transdução de sinal e na interação entre células apresentadoras de antigénios e células T CD4 +.56,62
A inibição da atividade das DPP-4 pelos ADO no tratamento da DM, resultam na supressão da proliferação das células T
in vitro e na diminuição da produção de anticorpos in vitro. 56 Apesar desta classe de fármacos ainda não estar amplamente
estudada nos doentes com infeção VIH, está descrito um risco teórico de imunodeficiência e exacerbação de infeções com
o uso destes antidiabéticos orais.5 Neste sentido desenvolveram-se estudos, dos quais se destaca um com 20 doentes não
diabéticos com infeção VIH sob TAR, com carga viral indetetável, e terapêutica com sitagliptina ou placebo. Embora as
gliptinas apresentem alvos moleculares nas células do sistema imunitário, não se observaram decréscimos na contagem de
células T CD4+ e a carga viral permaneceu indetectável. Além disso, a sitagliptina não aumentou os níveis de TNFRII, um
marcador de ativação do sistema imunitário que tem sido associado à inflamação e à IR no doente com infeção VIH.
Apesar de se tratar de um estudo pequeno, concluiu-se que a sitagliptina pode ser administrada com segurança dos doentes
com infeção VIH sob TAR com IP e/ou INTR.56
De notar que a saxagliptina é intensamente metabolizada pelo fígado via CYP 3A4/5, comparativamente à sitagliptina e
linagliptina, pelo que deve ser usada com especial precaução, com redução de 50% da dose, quando coadministrada com
inibidores do CYP 3A4/5, como o RTV, indinavir (IDV), saquinavir (SQV) e atazanavir (ATV). 38,63 O aumento da
concentração sérica de sitagliptina, linagliptina ou saxagliptina que pode ocorrer com os IP, com o EVG e com o COBI, ou
a diminuição dos seus níveis com os INNTR parece ser pouco significativo devido à grande ja nela de segurança que estes
fármacos apresentam. Além do CYP 3A4/5, a sitagliptina é também metabolizada pelo CYP 2C8. A vildagliptina não
interage com a TAR uma vez que não é metabolizada via CYP (Tabela 2).38
GLIFLOZINAS [DAPAGLIFLOZINA]
Relativamente a esta classe de fármacos, em Portugal, apenas temos disponível a dapagliflozina. As gliflozinas são
inibidores do cotransportador-2 sódio glicose (SGLT2) e, deste modo, bloqueiam a reabsorção de glicose a nível do túbulo
proximal renal, por um mecanismo insulino-independente, com consequente excreção de glicose. 66 As vantagens
observadas com as gliflozinas incluem a perda ponderal de aproximadamente 2 kg e a redução da pressão arterial, na
ausência de hipoglicemias. Porém, há que realçar o impacto da glicosúria que pode predispôr a infeções bacterianas ou
fúngicas do trato urinário, efeitos adversos mais frequentes com este tipo de fármacos (incidência ≥ 5%). Mais re-
centemente, Johnsson et al concluiu que o risco de infeções genitais fúngicas (vulvovaginite e balanite candidiásica) é
superior ao risco de infeções do trato urinário, sendo independente da dose. No entanto, estes eventos são geralmente
ligeiros a moderados, clinicamente controláveis e facilmente tratáveis, sendo rara a necessidade de interrupção do
tratamento.67
As gliflozinas não devem ser administradas nos doentes com disfunção renal moderada, com clearance da creatinina
inferior a 60 mL/min, pela perda de eficácia do fármaco, e são contraindi cados conjuntamente com os diuréticos de
ansa, dado o risco de hipovolémia, pelo facto da excreção de glicose se acompanhar sempre da excreção de água. 68 Ainda
que os estudos sejam escassos, não são conhecidas, até à data, interações medicamentosas com a TAR.
INSULINA
A insulina é o fármaco de eleição na terapêutica da DM do doente com infeção VIH. 5 Apresenta um efeito anabólico,
conhecido por reduzir os marcadores inflamatórios (e.g. TNFα). Não apresenta interações farmacológicas, sendo segura
nos doentes com infeção VIH sob qualquer TAR e não reduz o apetite, nem condiciona efeitos adversos gatrointestinais.
Além disso, não é contraindicada na disfunção renal e/ou hepática, assim como não aumenta o risco de doença
cardiovascular.5,20 A hipoglicemia é o único efeito adverso considerável.
Conclusão
A gestão do doente com infeção VIH apresenta atualmente maior complexidade decorrente do envelhecimento desta popu-
lação e da maior prevalência de comorbilidades, nomeadamente patologia cardiovascular, renal e metabólica, assim como
pela existência de novas classes farmacológicas para o tratamento da DM, algumas ainda pouco estudadas nesta
população.
O perfil metabólico dos antirretrovirais mais recentes melhorou consideravelmente, sendo residual, nos países
desenvolvidos, a utilização de fármacos com impacto deletério sobre o metabolismo da glicose (e.g. d4T, ZDV e IP de
primeira geração).
A DM representa, contudo, uma importante comorbilidade nesta população, com particularidades relevantes que
importa conhecer, quer no diagnóstico (HbA1c com sensibilidade reduzida) e abordagem da DM, quer no tratamento
farmacológico, nomeadamente a associação com os novos antirretrovirais, como a RPV e o DTG, bem como todos
aqueles que se associam ao COBI.\
Tema:
O Diabetes Mellitus (DM) representa um grave problema de saúde pública e atinge uma parcela
significante da população, principalmente indivíduos idosos e com excesso de peso.
Tema:
O Diabetes Mellitus (DM) representa um grave problema de saúde pública e atinge uma parcela
significante da população, principalmente indivíduos idosos e com excesso de peso.
Definição e diagnóstico
Diabetes pode apresentar sintomas característicos, como sede, poliúria, visão turva e perda de
peso. Infecções fúngicas genitais frequentemente ocorrem. As manifestações clínicas mais
graves são cetoacidose ou estado hiperosmolar não cetótico que pode levar à desidratação, coma
e, na ausência de tratamento efectivo, a morte. No entanto, no DM2, os sintomas geralmente não
são graves ou podem estar ausentes, devido à lentidão com que a hiperglicemia está piorando.
Como resultado, na ausência de testes bioquímicos, a hiperglicemia suficiente para causar
alterações patológicas e funcionais pode estar presente por um longo período antes que o
diagnóstico seja feito, resultando na presença de complicações no momento do diagnóstico.
Estima-se que uma porcentagem significativa de casos de diabetes (30% a 80%, dependendo do
país) não seja diagnosticada.
Quatro testes diagnósticos para diabetes são actualmente recomendados, incluindo a medição da
glicose plasmática em jejum; Glicose plasmática pós-carga de 2 horas (2 h) após teste oral de
tolerância à glicose de 75 g (TOTG); HbA1c; e glicemia aleatória na presença de sinais e
sintomas de diabetes. Pessoas com glicemia de jejum de ≥ 7,0 mmol / L (126 mg / dl), 2 h de
glicemia pós-carga ≥ 11,1 mmol / L (200 mg / dl) (5), HbA1c ≥ 6,5% (48 mmol / L mol); ou uma
glicemia aleatória ≥ 11.1 mmol / L (200 mg / dl) na presença de sinais e sintomas é considerada
como tendo diabetes. Se forem detectados valores elevados em pessoas assintomáticas, repetir o
teste, preferencialmente com o mesmo teste, é recomendado o mais breve possível em um dia
subsequente para confirmar o diagnóstico.
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Unaí Tupinambás
Instituição
Instituição:
Endereço:
Av. Professor Alfredo Balena, 190, Santa Efigênia, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Homepage:
https://www.ufmg.br/
Período de Vigência:
2013-2015
Situação:
Concluída
Introdução e Justificativa
Objetivos
Avaliar em um estudo longitudinal a mortalidade por causas infecciosas e não infecciosas nesta
população, notadamente aquela que ocorre dentro de 24 meses após início da TARV. Está sendo
analisada a prevalência das complicações não infecciosas nos pacientes vivendo com HIV/Aids e
em tratamento antirretroviral (ARV) acompanhados em serviço de referência.
Materiais e Método
Foram incluídos no estudo pacientes de ambos os sexos, com 18 anos ou mais de idade, que
iniciaram TARV a partir de março de 2014 até maio 2015, totalizando 100 participantes. Nesta
população, foram avaliadas a prevalência dos fatores de risco para DCV e a prevalência de
complicações não infecciosas. Foram coletados dados demográficos, comportamentais (focando
aqueles relacionados com maior risco de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas,
como tabagismo, etilismo, sedentarismo, fatores de risco para doenças cardiovasculares, etc.), e
laboratoriais para avaliar a efetividade (genotipagem pré-tratamento, carga viral do HIV,
contagem de subpopulações de linfócitos) e segurança (hemograma, ureia, creatinina, TGO,
TGP, bilirrubinas totais e frações, glicemia de jejum, colesterol total e frações, triglicérides,
urina) da TARV. Todos estes exames fazem parte da rotina do atendimento na rede SUS. Além
destes exames, foram solicitados os seguintes exames para pacientes incluídos após a aprovação
do estudo: ultrassom de artérias carótidas, dosagem de vitamina D, PTH, densitometria óssea,
dosagem de marcadores inflamatórios (PCR ultrassensível us-PCR, dímero-D, citocinas
inflamatórias e moléculas endoteliais antes e 24 meses após início da terapia antirretroviral.
Avaliação de adesão ao tratamento foi realizada por meio de análise dos registros de dispensação
da farmácia do centro onde será realizado a pesquisa, utilizando instrumentos validados. Os
dados foram coletados em fichas clínicas de estudo formuladas especificamente para este
projeto. A base de dados foi constituída utilizando o programa EpiData 3.2, e a análise estatística
realizada no software STATA. Associações entre exposições e desfechos foram estimadas por
razões de taxas, riscos, odds ou hazards, através de modelos lineares generalizados, para controle
de possíveis efeitos de confusão. O estudo contribui para melhor entendimento da mortalidade
precoce (dentro de 12 meses após início da TARV), obtenção de conhecimentos sobre o impacto
da terapia antirretroviral nas modificações dos fatores de risco para doença cardiovascular
(DCV) e outras complicações não infecciosas, fornecendo subsídios ao Ministério da Saúde para
a elaboração de políticas públicas de saúde e dos guias terapêuticos nacionais.
Os dados gerados ainda estão em análise (em agosto de 2017, fizemos a coleta final de
acompanhamento de 24 meses após início da terapia antirretroviral). No entanto, as análises
basais e os dados de revisão sistemática sobre antropometria já foram publicados (ver
publicações), contribuindo, sobremaneira, no manejo e diagnóstico de complicações não
infecciosas da infecção pelo HIV. Destaco o artigo a ser publicado indicando a concordância
entre as médias antropométricas e uso de densitometria óssea para o diagnóstico de lipodistrofia.
Outro dado intrigante, apesar de a amostragem não ter sido calculada para este desfecho, foi o
encontro de Resistência transmitida a drogas (~13,5%) – a grande maioria para a classe ITRNN.
Nessa situação, mesmo na presença das mutações para esta classe, após 24 meses os pacientes
mantiveram carga viral indetectável com a terapia estruturada com ITRNN (artigo em execução,
foi apresentado dados no congresso de infectologia em 2015, com 12 meses de seguimento).
Palavras-Chave:
HIV/Aids. Estudo coorte. Doenças crônicas não transmissíveis. Complicações não infecciosas.
Efetividade. TARV.
DUANI, Helena; ALEIXO, Agdemir Waleria; TUPINAMBÁS, Unaí. Trends and predictors of
HIV-1 acquired drug resistance in Minas Gerais, Brazil: 2002-2012. The Brazilian Journal of
Infectious Diseases. Disponível em: http://www.bjid.org.br.
DUANI, H.; TUPINAMBÁS, Unaí. Mulheres em Minas Gerais tem menor risco de resistência
antirretroviral do HIV-1: estudo retrospectivo 2002-2012, 2015. (Congresso, Apresentação de
Trabalho). Disponível em: http://infecto2015.com.br/; Local: Gramado RS; Cidade: Gramado;
Evento: XIX Congresso Brasileiro de Infectologia; Inst. promotora/financiadora: Sociedade
Brasileira de Infectologia.
SARAIVA, I.; SILVA, M. L.; ROCHA, I. A. C.; SARAIVA, I. E. B.; TUPINAMBÁS, Unaí.
Ativação celular em pessoas saudáveis e em pacientes infectados pelo HIV, 2015. (Congresso,
Apresentação de Trabalho). Disponível em: http://www.infecto2015.com.br/; Local: Gramado
RS; Cidade: Gramado; Evento: XIX Congresso Brasileiro de Infectologia; Inst.
promotora/financiadora: Sociedade Brasileira de Infectologia.
O financiamento deste projeto trouxe grandes benefícios para o Sistema Único de Saúde.
Primeiramente, destacamos a formação de recursos humanos. Vários alunos de graduação e pós-
graduação tiveram seu primeiro contato com a pesquisa em serviço e vivenciaram “o que é fazer
pesquisa clínica”. Propiciando reflexão crítica em relação do processo de produção de
conhecimento seus pontos fortes e suas contradições. Nos diversos seminários realizados na
pesquisa foram discutidos os problemas relacionados aos conflitos de interesse e ética em
pesquisa clínica com seres humanos, contribuindo para a formação de profissionais
comprometidos com assistência de qualidade com equidade e resolutividade.
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O diabetes melito (DM) é uma síndrome caracterizada por hiperglicemia resultante de defeitos
na secreção de insulina associados ou não à resistência à ação deste hormônio. Os principais
sintomas são poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, visão turva, entre outros. Segundo os
dados oficiais brasileiros do censo de 1988, 7,8% da população brasileira entre 30 e 69 anos têm
DM. A prevalência de glicemia de jejum (GJ) alterada, de acordo com mesmo censo, era de
7,7%, usando ainda o critério antigo na época de GJ acima de 140 mg/dL; neste mesmo censo,
ficou demonstrado que cerca de 50% dos pacientes não sabiam que tinham diabetes. Os números
actuais são provavelmente muito maiores, considerando-se que em 1985 estimava-se que
existissem 30 milhões de adultos com diabetes no mundo, e que esse número cresceu para 135
milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projecção de atingir a 300 milhões de
pessoas no ano de 2030. Os países em desenvolvimento representam cerca de 2/3 deste aumento.
O envelhecimento da população é um dos factores envolvidos neste aumento de casos; outros
fatores são urbanização, hábitos de vida e aumento de sobrevida dos pacientes com diabetes.
No mundo, o número de mortes atribuídas ao diabetes é cerca de 800 mil óbitos. Porém,
esse número certamente não considera o grande número de mortes cardio e cerebrovasculares,
em que o diabetes foi corresponsável. Números mais realistas sugerem cerca de quatro milhões
de óbitos anuais estão relacionados ao DM.
Além do impacto humano, a doença está associada a complicações que comprometem a
produtividade e a qualidade de vida dos indivíduos, gerando um grande impacto econômico nos
serviços de saúde. Os custos associados para realizar o controle metabólico e o tratamento de
complicações são altíssimos, representando de 2,5 a 15% do orçamento anual de saúde. É
atualmente a sexta causa de internação hospitalar como diagnóstico primário; está presente em
30% a 50% de outras causas, como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, colecistopatias,
acidente vascular cerebral e hipertensão arterial; cerca de 30% dos pacientes que se internam em
unidades coronarianas são portadores da doença; 25% a 35% por cento dos pacientes em
programa dialítico são diabéticos; e é a principal causa de amputações não traumáticas de
membros inferiores, e de cegueira adquirida..
Classificação
Diabetes tipo 1: É uma doença de natureza autoimune ou idiopática que resulta em destruição
das células beta, geralmente levando à deficiência absoluta de insulina. Em geral tem início
abrupto, acomete principalmente crianças e jovens, e os pacientes são em geral magros e tem
tendência à cetose. Recentemente, foi descrito em um estudo multicêntrico sobre o aparecimento
tardio de diabetes do tipo 1, podendo ter instalação após os 60 anos de idade. Com maior
frequência nestes casos não se encontram autoanticorpos, ao contrário da maioria dos pacientes
com diabetes do tipo 1, em que se encontram o ICA (islet cell antibody), IA2 (antitirosina
fosfatase) e principalmente o anti-GAD (decarboxilase do acido glutâmico). O diagnóstico
laboratorial é realizado pela presença de autoanticorpos: ICA, IA2, anti-GAD (decarboxilase do
acido glutâmico). Cursa com diminuição dos níveis de peptídeo C<0,7ng/mL, caracterizando
insulinopenia.
Diabetes do tipo 2 : Ocorre devido a uma perda progressiva da secreção de insulina e ao aumento
de resistência à insulina. Em alguns casos, há uma predominância da resistência insulínica, e em
outros uma disfunção secretória da célula beta. Clinicamente apresenta início insidioso, com o
paciente mantendo-se assintomático por longos períodos. Cerca de 60-90% dos indivíduos
acometidos por essa doença são obesos ou apresentavam acúmulo de gordura visceral; a cetose é
rara; e a história familiar positiva é frequente.
Existem ainda tipos específicos de diabetes devido a outras causas, por exemplo síndromes
diabetes monogênicas, tais como diabetes neonatal e diabetes da maturidade em jovens ou
Maturity Onset Diabetes of the Young (MODY); doenças do pâncreas exócrino (tais como
fibrose cística); e diabetes induzido por drogas ou produtos químicos ( utilização de
glucocorticoides, tratamento do HIV/SIDA, ou após o transplante de órgãos). A Tabela 1
sumariza as principais etiologias de DM.
- Magro
- Cetoacidose ao diagnóstico
- Insulinopenia permanente
- Cetoacidose episódica
- Ausência de autoimunidade
DOENÇAS
DO PÂNCREAS Pancreatite, traumas, infecção, pancreatectomia e câncer
EXÓCRINO pancreático
DIABETES
GESTACIONAL Detectado primeiramente durante a gestação
Ainda pode ser determinada a resistência e a função secretora da célula beta através do
homeostasis model assessment (HOMA).
HOMA (homeostasis model assessment):
22,5
Diabetes - Testes Diagnósticos
O diagnóstico de diabetes pode ser confirmado com base nos critérios de glicemia, com a
glicemia no plasma em jejum (fasting plasma glucose - FPG), ou pelo teste de tolerância oral à
glicose (TTOG) com medida da glicemia no plasma duas horas após uma ingestão padrão de 75g
de carbohidratos. A medida da hemoglobina glicada (HbA1c) também pode ser utilizada para
avaliar o grau de controle glicêmico. Esses testes são especificados abaixo:
A. Glicemia de jejum
Determinação da glicemia duas horas após a ingestão de 75g de glicose anidra (ou dose
equivalente, por exemplo 82,5g de dextrosol), diluídos em 300mL de água. Por três dias antes do
teste, o paciente deve manter dieta normal e evitar fumo e exercícios físicos extenuantes.
C. Hemoglobina Glicada
A HbA1c passou a ser aceita recentemente, tornando-se também uma alternativa para o
diagnóstico de DM. O diagnóstico de diabetes pode ser feito quando a HbA1c for superior
a 6,5%
Diagnóstico de Diabetes
A menos que haja um diagnóstico clínico claro (por exemplo, paciente em uma crise
hiperglicêmico ou com os sintomas clássicos de hiperglicemia e uma glicemia aleatória
=200mg/dL, um segundo teste é necessário para confirmação do diagnostico. Para tanto,
recomenda-se que o mesmo teste deve ser repetido sem demora, usando uma nova amostra de
sangue porque haverá maior probabilidade de concordância. Por exemplo, se o A1C é de 7,0% e
no segundo exame é de 6,8%, o diagnóstico da diabetes é confirmado. Se dois ensaios diferentes
(tais como HbA1c e GJ) são acima do limiar de diagnóstico, também é confirmado o
diagnóstico. Por outro lado, se um paciente tem resultados discordantes a partir de dois testes
diferentes, então o resultado do teste que está acima do ponto de corte de diagnóstico deve ser
repetido. O diagnóstico é feito com base no teste que confirmou o diagnóstico.
Uma vez que todos os testes têm variação pré-analítica e analítica, é possível que um resultado
anormal (isto é, acima do limiar de diagnóstico), quando repetido, produzirá um valor abaixo do
ponto de corte de diagnóstico. Esse cenário é menos provável para HbA1c, e mais provável para
GJ e para o GTT. O profissional de saúde deve seguir o paciente de perto, e o teste deve ser
repetido em três a seis meses.
O termo "pré-diabetes" é usado para indivíduos com glicose diminuída em jejum e/ou
tolerância à glicose diminuída, e indica risco aumentado para o desenvolvimento futuro de
diabetes. A GJ e IGT não devem ser vistos como entidades clínicas, mas sim fatores de risco
para desenvolvimento de diabetes e doença cardiovascular (DCV). A GJ e o GTT estão
associados à obesidade (principalmente abdominal ou obesidade visceral), dislipidemia com
níveis altos de triglicérides e/ou colesterol HDL baixo, e hipertensão.
Níveis de GJ entre 100-125mg/dL, e GTT duas horas após 75g de carbohidrato entre 140-
199mg/dL. Deve notar-se que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e inúmeras organizações
definem o corte de GJ a 110mg/dL. Tal como acontece com as medidas de glicemia, vários
estudos prospectivos que usaram HbA1c para prever a progressão para o diabetes demonstraram
uma associação forte e contínua entre HbA1c e diabetes subsequentes. Em uma revisão
sistemática de 44.203 indivíduos de 16 estudos de coorte com um intervalo de seguimento médio
de 5,6 anos (variação de 2,8-12 anos), aqueles com um HbA1c entre 5,5-6,0% tiveram risco
substancialmente aumentado de diabetes (incidência de cinco anos de 9% para 25%). Uma
HbA1c entre 6,0-6,5% tinha risco de desenvolvimento de diabetes entre 25% e 50%, e um risco
relativo 20 vezes mais elevado em comparação com a HbA1c de 5,0%. Outras análises sugerem
que uma HbA1c de 5,7% está associada com alto risco de desenvolvimento de diabetes. Por isso,
é razoável considerar uma faixa de HbA1c entre 5,7-6,4% para identificar indivíduos com pré-
diabetes. Tal como acontece com aqueles com GJ e/ou GTT, os indivíduos com Hb1c entre 5,7-
6,4% devem ser informados sobre o risco aumentado de desenvolver diabetes e doenças
cardiovasculares, e orientados sobre estratégias eficazes para reduzir os seus riscos.
A glicemia, em vez da HbA1c, deve ser utilizada para diagnosticar o início agudo de diabetes do
tipo 1 em indivíduos com sintomas de hiperglicemia. Os parentes de primeiro grau de pacientes
com diabetes apresentam risco maior do que o normal de desenvolver diabetes do tipo 1. Como
não há prevenção para essa doença, devem ser informados sobre essa possibilidade, e alertados
que a melhor fase para se tentar qualquer tipo de intervenção ocorre no período que antecede o
quadro clínico.
A taxa de destruição das células beta é bastante variável, sendo rápida em alguns indivíduos
(principalmente bebês e crianças) e lenta em outros pacientes (principalmente adultos). Crianças
e adolescentes podem apresentar cetoacidose como primeira manifestação da doença. Outros têm
hiperglicemia em jejum e modesta, que podem mudar rapidamente para hiperglicemia grave e/ou
cetoacidose com a infecção ou outro estresse. Os adultos podem reter a função das células beta
suficiente para prevenir cetoacidose durante muitos anos; tais indivíduos eventualmente podem
tornar-se dependentes de insulina para a sobrevivência e estão em risco de cetoacidose. Neste
último estágio da doença, há pouca ou nenhuma secreção de insulina, que se manifesta por níveis
baixos ou indetectáveis ??no plasma de peptídeo-C. O diabetes imunomediado ocorre geralmente
na infância e adolescência, mas pode ocorrer em qualquer idade, mesmo com oito e nove
décadas de vida.
A destruição autoimune das células beta tem várias predisposições genéticas e também está
relacionada a fatores ambientais que ainda estão mal definidos. Embora os pacientes geralmente
não sejam obesos quando apresentam diabetes tipo 1, a obesidade não deve excluir o diagnóstico.
Esses pacientes são também propensos a outras desordens autoimunes, tais como tiroidite de
Hashimoto, doença celíaca, doença de Graves, doença de Addison, vitiligo, hepatite autoimune,
miastenia grave, e anemia perniciosa.
Algumas formas de diabetes tipo 1 não tem etiologias conhecidas. Estes pacientes têm
insulinopenia permanente e são propensos à cetoacidose, mas não temos nenhuma evidência de
autoimunidade das células beta. Embora apenas uma minoria de pacientes com diabetes tipo 1 se
enquadre nesta categoria, daqueles que fazem, a maioria são africanos ou de ascendência
asiática. Os indivíduos com este tipo de diabetes sofrem de cetoacidose e exibem episódios
diferentes graus de deficiência de insulina entre os episódios. Esta forma de diabetes é
fortemente hereditária, e não é associada ao HLA. Uma exigência absoluta para a terapia de
reposição de insulina em pacientes afetados pode ser intermitente.
A incidência e prevalência do diabetes tipo 1 está aumentando. Os pacientes com diabetes tipo 1
geralmente apresentam sintomas agudos de diabetes e níveis de glicemia acentuadamente
elevados, e cerca de um terço é diagnosticado com cetoacidose com risco de vida. Vários estudos
indicam que a mensuração de autoanticorpos das ilhotas em familiares de pessoas com diabetes
tipo 1 pode identificar indivíduos que estão em risco de desenvolver diabetes tipo 1. Este tipo de
teste, juntamente com a educação sobre os sintomas do diabetes e seguimento clínico, pode
permitir a identificação anterior do tipo 1 diabetes precoce. Há evidências que sugerem que o
diagnóstico precoce pode limitar complicações agudas.
Um estudo recente relatou o risco de progressão para diabetes tipo 1 desde o momento da
soroconversão para autoanticorpos com alta porcentagem de positividade, em três coortes
pediátricas da Finlândia, Alemanha e dos Estados Unidos Cerca de 70% desenvolveram diabetes
tipo 1 dentro de 10 anos, e 84% dentro de 15 anos. O rastreamento de rotina para risco de
desenvolver DM tipo 1 não é recomendado de rotina.
Indicações de Rastreamento para Diabetes Melito
1- poliúria e polidipsia;
2-perda de peso;
Em indivíduos assintomáticos:
2-pertencentes a grupos de alto risco (nesses casos, a investigação deve ser feita antes
dos 45 anos e, se necessário, anualmente):
5-hipertensos.
Em crianças é recomendado:
-O excesso de peso (IMC maior que percentil 85° para idade e sexo, peso para altura, ou
peso >120% do ideal para a altura)
Além disso, quaisquer dois dos seguintes fatores de risco:
Diabetes Melito Gestacional
O DMG durante muitos anos foi definido como qualquer grau de intolerância à glicose
que seja reconhecido pela primeira vez durante a gestação, independentemente do fato de a
condição poder ter precedido a gravidez ou persistir após a gravidez. Essa definição facilita a
realização de uma estratégia uniforme para detecção e classificação de DMG, mas foi limitada
pela imprecisão.
A epidemia em curso de obesidade e diabetes levou a mais diagnósticos de diabetes tipo 2 em
mulheres em idade fértil, com um aumento no número de gestantes com diabetes tipo 2 não
diagnosticado. Por causa do número de mulheres grávidas com diabetes tipo 2 não diagnosticada,
é razoável testar as mulheres com fatores de risco para diabetes tipo 2 em sua visita pré-natal
inicial, utilizando critérios diagnósticos padrão. Mulheres com diabetes no primeiro trimestre
seriam classificados como portadoras de diabetes tipo 2. DMG é o diabetes diagnosticado no
segundo ou terceiro trimestre da gravidez que não é claramente classificado como diabetes tipo 1
ou tipo 2.
O DMG traz riscos para a mãe e o recém-nascido. Nem todos os resultados adversos são de igual
importância clínica. Um estudo de coorte multinacional, demonstrou que o risco de desfechos
maternos, fetais e neonatais adversos aumentou continuamente em função da glicemia materna
com 24-28 semanas, até mesmo dentro dos padrões anteriormente considerados normais para a
gravidez. O diagnóstico pode ser realizado com qualquer uma de duas estratégias com um teste
com TTOG de 75g, ou com uma abordagem de "dois passos" com uma teste de tolerância à
glicose com 50g (sem jejum) seguido por um TTOG com 100g de carboidratos para aqueles com
testes positivos.
Diferentes critérios diagnósticos identificam diferentes graus de hiperglicemia materna e risco
materno/fetal, levando alguns especialistas ao debate, e discordam sobre melhores estratégias
para o diagnóstico de diabetes melito gestacional.
Nas recomendações da ADA de 2011, pela primeira vez recomenda que todas as gestantes sem
diabetes antes de realizar um TTOG com 75g em 24-28 semanas de gestação. Uma diretriz
define como ponto de corte de diagnóstico para DMG os valores médios de glicemia em jejum,
com 1 hora, e 2 horas após a sobrecarga oral de glicose. Essa estratégia de um só passo aumenta
significativamente a incidência de DMG, principalmente porque apenas um valor anormal é
suficiente para fazer o diagnóstico. A ADA reconhece que o aumento previsto na incidência de
DMG tem um impacto significativo nos custos, a capacidade de infraestrutura médica, e
potencial para aumento da "medicalização" da gestação.
1-Abordagem de um passo
Realizar um TTOG com 75g, com mensuração da glicemia quando o paciente está em
jejum e em 1 e 2h, em 24-28 semanas de gestação em mulheres não previamente diagnosticadas
com diabetes evidente. O TTOG deve ser realizado na manhã após um jejum noturno de pelo
menos 8h.
O diagnóstico de diabetes gestacional é feito quando qualquer um dos seguintes valores de
glicose no plasma são atingidos ou ultrapassados:
jejum: 92mg/dL-1h: 180mg/dL-2h: 153mg/dL
Passo 1: TTOG com 50g (sem jejum), com mensuração de glicose plasmática em 1h,
em 24-28 semanas de gestação em mulheres não previamente diagnosticadas com diabetes
evidente.
Se o nível de glicose no plasma medido uma hora após a carga é =140 mg/dL a uma 100g
TTOG, é indicado o passo 2.
Passo 2: A 100g TTOG deve ser realizado quando o paciente está em jejum.
O diagnóstico de diabetes melito gestacional é feito, se pelo menos dois dos seguintes quatro
níveis de glicose no plasma em jejum (jejum e 1h, 2h, 3h após o TTOG) forem atingidos ou
excedidos:
- GJ de 95mg/dL
-Glicemia de 1h 180mg/dL
-Glicemia de 2h 155mg/dL
-Glicemia de 3h 140mg/dL
Todas as crianças diagnosticadas com diabetes nos primeiros seis meses de vida
devem realizar testes genéticos. Outro grupo que pode ser testado são os chamados MODY, que
representam apenas 5% dos casos de diabetes. Certas formas de diabetes são muitas vezes
caracterizadas pelo aparecimento de hiperglicemia em um início de idade (geralmente antes da
idade de 25 anos). Diabetes neonatal é uma forma monogênica de diabetes com início nos
primeiros seis meses de vida. Ela pode ser confundida com as formas mais comuns de diabetes
tipo 1, mas diabetes tipo 1 raramente ocorre antes dos seis meses de idade. O diabetes neonatal
pode ser transitório ou permanente. O diagnóstico correto tem implicações importantes, porque
crianças com diabetes neonatal devido a mutações que afetam Kir6.2 devem ser tratadas com
sulfonilureias, em vez de insulina. O Maturidade-Onset Diabetes do Jovem
MODY é caracterizado por um defeito na secreção da insulina com o mínimo ou nenhum defeito
na ação da insulina. Ele é herdada com padrão autossômico dominante. A maioria desses casos é
na forma de MODY 3, que está associado com mutações no cromossomo 12 em um fator de
transcrição denominado fator nuclear de hepatócitos (HNF-1). A segunda forma mais comum
(MODY 2) está associada com mutações no gene glicoquinase no cromossomo 7p, e resulta
numa molécula defeituosa de glicoquinase. A glicoquinase converte a glicose-6-fosfato, o
metabolismo que, por sua vez, estimula a secreção de insulina pela célula beta. As formas menos
comuns de MODY resultam de mutações em outros genes.
Outra forma que deve ser comentada é o chamado diabetes associado à fibrose cística, a
mais comum comorbidade em pessoas com fibrose cística ocorrendo em cerca de 20% dos
adolescentes e 40-50% dos adultos. O diabetes, nesta população, em comparação com indivíduos
com diabetes tipo 1 ou tipo 2, é associado com o estado nutricional pior, mais grave em displasia
pulmonar inflamatória.
A deficiência na secreção de insulina é o defeito primário nestes pacientes. A resistência à
insulina associada a infecções e à inflamação pode também contribuir para o desenvolvimento do
diabetes associado à fibrose cística. Anormalidades leves
de tolerância à glicose são ainda mais comuns e ocorrem em idades mais precoces
de diabetes associado à fibrose cística. Embora o rastreamento de diabetes antes da idade de 10
anos pode identificar o risco de progressão para diabetes, não existem estudos clínicos
relacionados a tratamento do diabetes associado à fibrose cística. A insulina continua a ser a
terapia mais amplamente utilizada para diabetes associado à fibrose cística. Nesses pacientes, é
recomendado:
- teste de tolerância oral à glicose deve começar por volta da idade de 10 anos em todos os
pacientes com fibrose cística sem diagnóstico prévio de diabetes;
-HbA1c como um teste de triagem para diabetes em fibrose cística;
-diabetes relacionada não é recomendado;
- pacientes com diabetes relacionado à fibrose cística devem ser tratados com
insulina para atingir metas glicêmicas individualizadas.
- a partir de cinco anos após o diagnóstico de fibrose cística,
é recomendado o monitoramento para complicações associadas ao diabetes.
Referências
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MEDICINA
O Diabetes mellitus é um grupo de distúrbios heterogêneos caracterizados por níveis elevados de
glicose no sangue, ou hiperglicemia (SMELTZER e BARE, 1999). Segundo o Ministério da
Saúde (2007), desde de o início da década de 90 ocorreu um aumento geral de diabetes do tipo 2,
ligado principalmente a obesidade. E consequentemente um aumento da incidência de
intolerância a glicose e a resistência à insulina após o inicio da Terapia anti-retroviral. Estas
alterações são acompanhadas de alterações lipídicas.
Vale ressaltar que o diagnóstico do diabetes não se diferencia da população em geral; -2 glicemia
de jejum maior ou igual a 126 mg/dl, realizados em diferentes dias; Uma glicemia de duas horas
após sobrecarga oral com 75g de glicose e superior ou igual a 200mg/dl ou valor superior ou
igual a 200 mg/dl; Glicemia maior ou igual 200 mg/dl em amostra colhidas a qualquer hora do
dia com sintomas característicos.(Fonte: Ministério da Saúde, 2007.)
Classificação do diabetes
Já a Diabetes tipo 2, representa 90% dos casos de Diabetes mellitus. Geralmente são adultos,
com idade superior a 30 anos, obesos (cerca de 80%) e não dependente de insulina para controle
glicêmico. É importante ressaltar que, nos últimos anos, a incidência de diabetes do tipo 2 vem
crescendo entre crianças e jovens nos EUA, em associação com o crescimento da obesidade. A
cetoacidose ocorre apenas em situações especiais, como infecção grave. A predisposição
genética está mais fortemente associada ao Diabetes tipo 2 do que a tipo 1 (TEIXEIRA NETO,
2003).
Além destes tipos tem-se a Tolerância Diminuída à Glicose - TDG que é uma reação
caracterizada por glicemia intermediárias entre o normal e o Diabetes confirmado, obtidas
durante o teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Pode representar um estágio da história
natural do Diabetes mellitus, mas também podem permanecer imutável ou reverter-se à
normalidade TDG apresentam maior risco de doença aterosclerótica do que a população geral.
Há períodos alternados de hipo e hiperglicemia em alguns casos (TEIXEIRA NETO, 2003).
Outro tipo é a Diabetes mellitus gestacional, ocorre em 2 a 4% das mulheres no segundo e no
terceiro trimestre de gravidez. Caracteriza-se pela intolerância variável aos carboidratos (DM e
TDG), podendo persistir ou não após o parto. Mesmo com a normalização da glicemia após o
parto em 90% das mulheres, 40 a 60% podem desenvolver Diabetes mellitus tipo 2 em menos
prazo (em 5 a 15 anos).
Devido ao risco aumentado para a mortalidade fetal, o diabetes gestacional deve ser identificado
entre a 24ª e 28ª semana de gravidez (TEIXEIRA NETO, 2003). Outras situações que
representam intolerância à glicose são: defeitos genéticos funcionais da célula beta e da ação da
insulina, endocrinopatias, intolerância à glicose induzida por fármacos e agentes químicos,
infecções e formas incomuns de diabetes imunomediato (TEIXEIRA NETO, 2003).
Resistência a insulina
Segundo o Ministério da Saúde (2007) não existe definição precisa sobre resistência à insulina.
Sabe-se porém, que ela está presente em todo o paciente obeso. Laboratorialmente pode-se
considerar o portador de resistência à insulina todo paciente que apresenta intolerância à glicose
no teste de tolerância à glicose. Uma vez que a medida de insulina plasmática não tem valor para
definir esse problema. A hiperglicemia e a diabetes são comuns em obesos, é representam o
estado crônico de resistência à insulina. Para verificação do possível diagnóstico de resistência a
insulina é recomendada a verificação da medida de perímetro abdominal. Além de indiretamente
pela medida da insulinemia basal ou de jejum pelo teste de tolerância oral à glicose (TEIXEIRA
NETO, 2003).
Fatores de risco para Diabetes Mellitus entre pessoas vivendo com HIV/aids em terapia
antirretroviral / Risk factors for Diabetes Mellitus among people living with HIV / AIDS in
antiretroviral therapy
RESUMO
Objectivos