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DIREITO INTERNACIONAL

PRIVADO
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
 a dado momento da peça:

Aplicação do estatuto de Veneza sobre o


contrato de empréstimo celebrado entre
António (mercador) e Shylock (Judeu) para
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E A ORIGEM
assegurar fundos para Bassânio (nobre) se casar
DOS CONFLITOS DE LEIS NO ESPAÇO
com Pórcia (herdeira do Ducado de Belmonte):
uma libra de carne fresca/pagamento da letra
(legalidade da cláusula penal no contrato). O que
deve prevalecer: os Estatutos de veneza ou as
regras previstas pelas partes no contrato
celebrado?
O MERCADOR DE VENEZA
VERDICT: (jurisconsulto – Baltazar – pórcia
disfarçada) está previsto nas leis de Veneza que se for
provado, em relação a um estrangeiro que directa ou
indirectamente tentar tirar a vida de um cidadão, a aprte
contra a qual aquele tentar poderá reter metade dos seus
bens e a outra metade irá para os cofres da cidade; a vida
do opressor repousará na misercórdia do Duque, por sua
decisão, contra qualquer outra voz.

Na antiguidade e na idade media, a reflexão sobre a
resolução dos conflitos de leis era quase inexistente.
Predominavam os sistemas de personalidade de leis e
sistema de territorialidade das leis.

FASE PRÉ - DOUTRINÁRIA



Na Roma antiga não havia regras de direito internacional privado como
conhecemos hoje, mas o direito romano, por meio do ius gentium e da
instituição do praetor peregrinus, teve um papel importante na gestação de
soluções para o conflito de leis no espaço e na sua teoria contemporânea.
“ O Direito romano era unitário, absoluto, universal,
sendo impossível que a justiça se realizasse por meio
de aplicação de um ordenamento jurídico estrangeiro
- universalização do sistema romano

SISTEMA DE PERSONALIDADE DE LEIS



Na ordem jurídica romana vigorava: a diferença entre cidadãos e não cidadãos. o
cidadão tinha maiores direitos cívicos definidos no ius civile. O ius gentium, por
outro lado foi criado envolvendo os não cidadãos. Não dependia nem envolvia
instituições romanas ou a vida cívica, sendo aplicável aos estrangeiros residentes e
não residentes.

No renascimento, grandes cidades transformaram-se em cidades –
Estados tornando-se paulatinamente centros de poder e influência,
com o poder a ser exercido por príncipes locais. A aplicação do
direito territorial correspondeu a adopção dos territórios da
Cidades-Estados como uma forma de organização social na
Europa. Dessa forma o direito diferenciava-se de cidade em
cidade, reflectindo características únicas de cada cidade e dos seus
lideres ”
SISTEMA DE TERRITORIALIDADE DAS LEIS

Com o passar do tempo o ius gentium expandiu-se e tornou-


se um sistema de direito mais flexível e sofisticado do que o
ius civile.
Transformações e cogitações

As variações de sistemas jurídicos entre as


cidades estados levaram a outro tipo de
conflito mais importante. Inicialmente cada
OS CONFLITOS ENTRE DIREITO Cidade – Estado aplicava a sua própria lei.
TERRITORIAL E O ESTRANGEIRO Mas a expansão do comércio entre a Europa e
o Médio Oriente levou ao surgimento de
conflitos, tendo em vista a existência de
elementos estrangeiros nas relações jurídicas
que se estabeleciam.
A diversidade de sistemas jurídicos era
combinada com o respeito mútuo entre
diferentes Estados e Cidades, incluindo as
CONSEQUÊNCIAS: origens de direito romano produtos de
expansão da visão do mundo e do comercio.
surgimentos das escolas estatutárias Ora se um conflito envolvesse uma Cidade –
Estado estrangeira, cujo sistema jurídico
deveria ser respeitado, qual o sistema é que
deveria ser aplicado?
SÍNTESE DAS SOLUÇÕES APONTADAS
A organização social refletia duas formas e assentavam
em duas ideias influentes sobre o direito:
(i) o direito pessoal (estatuto pessoal), isto é, a lei deve
ser associada a um individuo em virtude de ser
membro de uma tribo, grupo nacional e
(ii) o direito territorial (estatuto real) – a lei deve ser
associada a determinada região ou território,
refletindo a crescente influência dos centros de
poder localizados e regionalizados.
 O método utilizado para solucionar os
casos, não se baseava em saber qual o
ordenamento jurídico deveria ser aplicado,
mas em que grupo de relações se
enquadra determinada regra de direito?
ESCOLA ESTATUTÁRIA ITALIANA
 Propôs uma distinção entre estatutos –
regras estatutárias e consuetudinárias –
(Baldo de ulbaldis, Bartolomeu concernentes a pessoas (statuta persolia), e
as concernentes às coisas (statuta realia)
Saliceto e Charles Dumoulin)
 O EP cuidavam do status jurídico das
pessoas com domicilio ou origem no país
BARTOLO DE SASSOFERATO onde o estatuto vigorava.
(1314 - 1357)  O ER referiam-se a direitos relacionados a
imóveis situados naquele país. Em relação
aos móveis, eram aplicados a todos os
moveis ou posse relacionada àquele país.
 Forma dos contratos e os seus efeitos imediatos e
naturais – statuta mixta – aplicada a todos os contratos
celebrados no país em que o estatuto vigorava, enquanto
as regras sobre os efeitos da quebra dos contratos eram
aplicadas a todos os contratos celebrados no país do
estatuto.
ESCOLA ESTATUTÁRIA ITALIANA
 Para os contratos celebrados num ordenamento jurídico e
a execução noutro ordenamento jurídico – esclarece:

 - é necessário distinguir a forma do fundo, tanto do


contrato como do litigio, pois só assim se chegará à

BARTOLO DE SASSOFERATO (1314 - 1357) conclusão de que a forma do contrato deve ser regulado
pelo estatuto do lugar onde foi celebrado e a forma do
processo deverá sê-lo pelo ius fori; quanto à questão de
fundo apresenta uma nova subdivisão entre:
 - consequências previsíveis (naturais) ao tempo
da celebração do contrato e consequências
imprevisíveis (supervenientes) quando da sua
celebração e conclui: as consequências presiveis
ficam sujeitas às regras do lugar onde o
contrato foi celebrado e as ultimas
(imprevisiveis), pelo direito do local onde o
contrato deva ser executado.
ESCOLA ESTATUTÁRIA ITALIANA 

 Testamento: pode ser redigido em Veneza,


dispondo sobre bens que se encontram noutro
lugar e, distinguindo a forma do fundo:

BARTOLO DE SASSOFERATO (1314 - 1357)


 - a forma do testamento deve ser a do Estatuto
de Veneza – proclamação do princípio do locus
regit actum
 - O fundo deveria ser apreciado pelo estatuto
da cidade em que o estrangeiro pertencesse
 Bens imoveis – devem ser regulado pelo direito
do lugar onde as coisas estão situadas – lex rei
sitae
 Doutrina relativa á colisão de estatutos. Sempre que
houvesse dúvida sobre se uma regra estatutária teria
caracter “real” ou “pessoal”, dever-se-ia preferir a sua
qualificação real. Entendia que o estatuto real estava
relacionado apenas ao status ou à capacidade das pessoas


ESCOLA ESTATUTÁRIA FRANCESA
 Questionou a doutrina da “sucessão universal – a
sucessão ou devia apenas ser governada apenas por uma
única lei, isto é pela lei de um único país” Defendia que
se o de cujus deixar bens imoveis em vários países, o
Bertrand D’Argentré (1519 – 1590) direito de cada um destes países deveria ser aplicado
respectivamente a cada imóvel lá situado e de igual modo
a lei aplicável à capacidade dos herdeiros deveria ser
aquela que governasse o seu respectivo estatuto pessoal e
não a “sucessão universal”
 TRES PRINCIPIOS:
 O sistema de direito de um Estado
opera nos limites territoriais deste
Estado e está vinculado a todas as
matérias, mas não além desses limites;
ESCOLA ESTATUTÁRIA HOLANDESA
 Os assuntos de Estado são todos
aqueles encontrados dentro dos limites
territoriais do Estado, sejam
permanentes ou temporários;
ULRIC HUBER (1636 – 1694)  A soberania dos Estados actua a partir
da “cortesia” e da “reciprocidade” isto
é, o direito de um povo, após ter sido
aplicado dentro dos limites de outro
território, retém a sua força, desde que
não prejudique os direitos daquela
soberania onde foi aplicado.
 O direito de cada Estado reina nos limites do seu
território e rege todos os súbditos, mas além não tem
força nenhuma;

 Devem ser considerados como súbditos de um


ESCOLA ESTATUTÁRIA HOLANDESA Estado todos aqueles que se encontram nos limites
do seu território, quer estejam aí fixados de maneira
definitiva, quer não tenham aí senão estadia
temporária e

 Os governantes por cortesia (id comiter agunt)


procedem de modo que o direito objectivo de cada
povo, depois de éter sido aplicado nos limites dos
ULRIC HUBER (1636 – 1694) seus território, conserva o seu efeito em toda a parte,
contanto que nem os Estados estrangeiros, nem os
seus súbditos, não sejam de modo algum
prejudicados, em seu poder, ou no seu direito
subjectivo
 Foi a primeira a apresentar de modo
perfeito, uma sólida base teórica às duas
categorias mais importante de Estatuto: as
pessoas, em razão do domicilio, e as coisas,
pela sua localização, ficam sujeitas ao poder
ESCOLA ESTATUTARIA ALEMÃ territorial.

 Teoria estatutária alemã:


HEINRICH COCCEJI E JOHANES HERT
(SEC XVIII)  O domicilio é o Estatuto Pessoal

 O lugar onde a coisa se encontra é o estatuto


real

 O lugar da celebração do acto é o Estatuto


regulador da sua forma
 A obra de story trouxe inovações
muito valiosas, pelo facto de ter
abandonado a antiga divisão da
matéria, consoante os estatutos
pessoal, real e misto, apresentando-a
DOUTRINÁRIOS por temas, sempre com base na
doutrina e jurisprudência inglesas e
americanas. Os seus escritos estavam
JOSEPH STORY (1779 – 1845) AMERICANO,
baseados tão somente nas decisões
JUIZ DA SUPREMA CORTE DOS ESTADOS americanas e inglesas.
UNIDOS, PROFESSOR NA UNIVERSIDADE
DE HARVARD  A sua obra continha uma enorme
OBRA - COMMENTARIES ON THE pesquisa cientifica internacional e
CONFLICT OF LAW motivou a analise de casasos
práticos de direito internacional
privado, examinando como
aconteciam e como eram resolvidos.
 A doutrina de Story também deixa
transparecer as dificuldades em enquadrar
o direito internacional privado na divisão
artificial entre o direito nacional
voluntario e o direito internacional
obrigatório, na medida em que contem
DOUTRINÁRIOS elementos de ambos. A dificuldade diz
respeito à dependência de Story do
conceito de cortesia e vem reflectida na
sua celebre afirmação:
JOSEPH STORY (1779 – 1845) AMERICANO,  “os actos do estado soberano criam
JUIZ DA SUPREMA CORTE DOS ESTADOS direitos, que deveriam ser reconhecidos e
UNIDOS, PROFESSOR NA UNIVERSIDADE executáveis por todos os outros Estados
DE HARVARD como uma questão de “cortesia”
OBRA - COMMENTARIES ON THE considerados como uma obrigação natural
CONFLICT OF LAW de respeito mútuo entre nações, uma
espécie de necessidade moral de fazer
justiça, porque a justiça deve ser para nós
em retorno ”
 Da doutrina de Story extraem-se dois
princípios fundamentais:
 - o primeiro diz respeito à autonomia dos
Estados na aplicação do direito estrangeiro,
DOUTRINÁRIOS o que equivale dizer que, ao aplicar o direito
estrangeiro, os Estados o fazem com
independencia, e na medida em julgarem
adequado.
JOSEPH STORY (1779 – 1845) AMERICANO,
JUIZ DA SUPREMA CORTE DOS ESTADOS  O segundo proclama o principio da cortesia
UNIDOS, PROFESSOR NA UNIVERSIDADE internacional (comitia gentium), que significa
DE HARVARD
dizer que o “dever moral” dos Estados de
OBRA - COMMENTARIES ON THE fazerem justiça às pessoas estrangeiras que
CONFLICT OF LAW
se encontram no seu território, pois assim
agindo, terão a certeza da reciprocidade por
parte dos demais Estados.
 OBRA “SISTEMA DE DIREITO ROMANO
ACTUAL” e apresentou a nova teoria do sobre o
dip“império das regras de direito sobreas relações
jurídicas” com enfoque para a aplicação e limite no
espaço e no tempo e a ideia de comunidade de direito
entre os diferentes povos.

 Savigny partiu do pressuposto de que, em casos que


DOUTRINÁRIOS contém elemento estrangeiro, “as mesmas relações
jurídicas devem esperar a mesma decisão, sendo o
julgamento pronunciado neste mesmo Estado ou
noutro”
 Era importante perceber a existência de uma
FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY (1779 - comunidade internacional de nações e o intercurso
umas com as outras – essa visão tem, no curso do
1861) PROFESSOR NA UNIVERSIDADE EM tempo, sempre obtido amplo reconhecimento sob a
influencia da moralidade cristã e da verdadeira
BERLIN vantagem que resulta para todos os interessados.
Assim o respeito esperado de um Estado soberano
por outro, em que a aplicação do direito estrangeiro é
baseada, não é primordial. Sua verdadeira base é mais
o beneficio que traz para todos os envolvidos,
Estados e indivíduos.
 Diante do conflito de leis no espaço, o papel
do dip passa a ser o de encontrar a
lei/direito a qual cada relação pertence, de
determinar a sede de cada relação jurídica.
DOUTRINÁRIOS
 Deve existir um único e apropriado direito
para cada relação jurídica, na medida em
que, de outra forma a igualdade de
FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY (1779 - soberanias seria violada. Aceitava a
1861) PROFESSOR NA UNIVERSIDADE EM soberania territorial, rejeitava as
características pessoais das partes,
BERLIN favorecendo a localidade de um evento ou
relacionamento, mesmo abstractos. Defendia
que as leis de dip fossem comuns a todas as
nações. Deveria existir uma comunidade
internacional de direito, derivada da
comunidade de nações.
 O mais importante para Savigny:
 Consiste em determinar a sede da relação
jurídica, para aplicar-lhe a lei, que melhor lhe
convenha, sendo circunstância fortuita que
não deve ter influência fundamental, o ser
DOUTRINÁRIOS
deste ou daquele território o juiz que tome
conhecimento do caso. Para que seja
possível determinar, com isenção de espirito,
qual a sede de uma relação de direitos entre
FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY (1779 - os diversos povos, que se acham em
1861) PROFESSOR NA UNIVERSIDADE EM contacto frequente. Essa comunidade de
direito realiza-se pelo acordo dos Estados
BERLIN
em admitir que possam ser aplicadas, por
juízes, leis originariamente estrangeiras, o
que não é absolutamente resultado da
benevolência, acto revogável de uma
vontade arbitraria, mas consequência natural
do desenvolvimento próprio do direito.
Duas premissas básicas:
 - deve regular-se a relação jurídica, objecto de
apreciação, a lei que seja mais adequada a sua
natureza jurídica, podendo esta lei ser nacional ou
estrangeira.
 - a determinação da lei mais adequada à natureza
DOUTRINÁRIOS da relação jurídica vai depender de uma cuidadosa
analise da sede desta relação, pois toda relação
ocupa um lugar no espaço, e há um lugar onde ela
actua mais directamente, i.e, onde gera maiores
efeitos jurídicos e económicos.
 a) lex domicilii – como lei pessoal
FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY (1779 -
 lex rei sitae – direitos reais
1861) PROFESSOR NA UNIVERSIDADE EM
 lex loci executionis – validade intrínseca e os
BERLIN efeitos das obrigações, salvo expressa
manifestação em contrario dos contraentes.
 Locus regit actum - principio aplicado à forma
externa dos actos jurídicos, que serão regulados
pela lei do lugar onde se realizarem.

 Lex fori – actividade jurisdicional do Estado


 Mancini defendeu o principio da nacionalidade
como pilar do direito das gentes. Para ele a
nacionalidade constituía a base do direito das
gentes; a nação, para o direito internacional, é
DOUTRINÁRIOS mais importante que o próprio Estado.

 Mancini adoptou o principio da


extraterritorialidade – a que chamava
personalidade do direito. Sua ideia central é que
PASQUALE STANISLAO MANCINI (1817 - o direito gira em torno das pessoas, e não das
1888) politico, orador dos mais brilhantes e
professor da Universidade de Turin, onde deixou coisas, daí por que o direito positivo deve
importante discurso sobre “Nacionalidade como
base do direito das nações”
seguir a pessoa, assim como o sangue circula
nas veias ou como uma marca: ut cicatrix in
corpore.
 A personalidade do individuo é também
determinada apenas pela nacionalidade. Em
cada sistema jurídico existem dois tipos de
regras, as criadas no interesse de indivíduos
privados e as criadas para a protecção da ordem
pública – ordine pubblico. As primeiras são
DOUTRINÁRIOS consideradas como aplicáveis a todas as
pessoas pertencentes aos país por sua
nacionalidade (não pelo seu domicilio) estejam
onde estiverem; e todos os países estão
comprometidos não por mera cortesia, mas por
força do direito internacional a aplicar aos
estrangeiros o direito dos seus próprios países.
PASQUALE STANISLAO MANCINI (1817 - As regras relacionadas à ordem pública
1888) politico, orador dos mais brilhantes e possuem efeito territorial; vinculam os
professor da Universidade de Turin, onde deixou
nacionais de um Estado e os estrangeiros,
importante discurso sobre “Nacionalidade como
base do direito das nações”
contanto que estejam presentes no país; não
possuem nenhum efeito além dos limites
territoriais do país, mesmo em relação aos seus
nacionais. Negar o efeito ao direito nacional de
uma pessoa era negar a nação e a pessoa em si.
 Ao defender o princípio da
extraterritorialidade, como regra
geral, apresentava dois elementos
relevantes. São eles:
 A diversidade de legislações
DOUTRINÁRIOS existentes
 A natureza essencialmente
cosmopolita do ser humano
PASQUALE STANISLAO MANCINI (1817 -
1888) politico, orador dos mais brilhantes e  Diante deles, a autoridade
professor da Universidade de Turin, onde deixou judiciaria não deveria eximir-se de
importante discurso sobre “Nacionalidade como
base do direito das nações” aplicar o direito estrangeiro, e isto
não caracterizaria “cortesia”
entre governantes, mas, sim,
“dever internacional, respeito e
solidariedade humana”.
 Com varias publicações para o Journal de Clunet,
autora da obra “príncipes de droit internacional
privé” onde apresenta um sistema destinado a
resolver o conflito de leis, que muita influencia
teve nos estudos de direito internacional privado
que se seguiram.
DOUTRINÁRIOS  Autor do “Tratado prático de direito internacional
privado”
 As duas ideias mais importantes de Pillet são: (i)
ele considera vital fazer uma clara distinção entre
questões de conflitos de leis, que na sua visão, são
aquelas concernentes á aquisição de direitos e
ANTOINE PILLET (1857 - 1926)
problemas relacionados a protecção de vested
rights e a (ii) diz respeito à distinção entre dosi
Professor da faculdade de Direito da Universidade
grupos de regras jurídicas: as “gerais” e portanto,
de Paris irrestritamente aplicáveis a todos os presentes
dentro do território, a aquelas que são
“permanentes”, efectivas em todos os lugares com
relação a todos os nacionais do país, mas não
afectam estrangeiros – ou seja têm efeito limitado
territorial e extraterritorialmente.
 Deu importância à noção de soberania e
apresentou, com base nela, a sua teoria,
que tem sido denominada “do fim social
ou do menor sacrificio”
 Síntese:
DOUTRINÁRIOS  - todas as leis são, por natureza, ao mesmo
tempo territoriais e extraterritoriais;
 - é impossível conservar-lhes, no comercio
internacional, esse duplo caracter, sob
pena de se tornarem insolúveis os
ANTOINE PILLET (1857 - 1926) conflitos entre legislações diferentes;
Professor da faculdade de Direito da Universidade
de Paris  - é preciso, portanto, fazer com que, em
cada caso, prevaleça o caracter que mais
interesse ao efeito social da lei e sacrificar
o que menos importa a esse efeito;
 - as leis consideradas no ponto de vista
social não têm autoridade e valor senão
pelo fim social a que se dirigem.
 As leis encaradas em relação ao seu
fim social podem distinguir-se em
leis de protecção individual, e leis de
protecção social, conforme o seu
DOUTRINÁRIOS objecto directo e imediato é
constituído pelos interesses do
individuo, que sofre a sua aplicação,
ou pelos da sociedade de onde
emanam.
ANTOINE PILLET (1857 - 1926)
Professor da faculdade de Direito da Universidade
 - as leis de protecção individual são
de Paris extraterritoriais;
 - as leis de protecção são territoriais;
 - em matéria de leis extraterritoriais,
a lei competente (estatuto pessoal) é
a lei nacional da pessoa de se trata.

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