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Manuel J.

Gandra

SEBÁSTICA MANUSCRITA na
BIBLIOTECA DO CONGRESSO
Manuel J. Gandra

SEBÁSTICA MANUSCRITA na
BIBLIOTECA DO CONGRESSO

Centro ERNESTO SOARES


de Iconografia e Simbólica
Desta 1ª edição fizeram-se duas tiragens:
uma normal de 102 exemplares e outra, especialíssima,
de XVII exemplares, dedicados ad personam,
todos assinados pelo autor.

Manuel J. Gandra ©
Mafra, Abril de 2012

O conteúdo do presente roteiro, do qual se tiraram


102 exemplares, não pode ser transcrito ou reproduzido,
sem a prévia autorização por escrito do autor.

www.cesdies.net
E-mail: manueljgandra@gmail.com
Tel.: 963075514
NOTA PRÉVIA

Ao longo da sua vida, António Augusto Carvalho


Monteiro reuniu uma notável biblioteca de mais de 32000
espécies bibliográficas, entre impressos, manuscritos e
iconografia em que pontificam a Camoniana, as Ciências
Naturais, o Sebastianismo e o Templarismo.
O núcleo Sebástico, adquiriu a dimensão que se lhe
reconhece, em virtude da incorporação, decerto inesperada, de
considerável número de volumes impressos e manuscritos,
reunidos pelo 2º conde de Penha Longa, José de Araújo Pinto
Leite, consabido detentor de significativa colecção de
documentos e artefactos sebásticos.
Cerca de 1909, em circunstâncias que ainda não foi
possível esclarecer com o detalhe desejável, conquanto
eventualmente relacionadas com a necessidade de saldar um
montante significativo de dívidas contraídas, o titular terá
alienado por venda a António Augusto Carvalho Monteiro parte
considerável da sua Sebástica 1, com a condição expressa de, em
circunstância alguma, ser divulgada a respectiva proveniência.
A surpreendente colecção de manuscritos objecto do
catálogo que ora se dá à estampa foi integralmente ofertada à
Biblioteca do Congresso por Pedro Carvalho Monteiro, em 1927,
no âmbito da primeira alienação do acervo da livraria paterna.

1 Apenas parte considerável e não a totalidade dela, porque, ocasionalmente, têm


surgido no mercado (designadamente, em leilões), outros volumes (não vendidos a
Carvalho Monteiro) procedentes do mesmo acervo sebástico. Cf. Manuel J. Gandra,
Colecção Portuguesa I e II: subsídios para sua história, Mafra, 2012.
Acerca do presente Catálogo
e das normas adoptadas para a sua organização

O presente catálogo não visa a descrição biblioteconómica e


codicológica das espécies elencadas, mas tão-somente referenciar a sua
existência, registando todos os detalhes considerados relevantes no que lhes
concerne.
As cotas dos manuscritos foram obtidas acrescentando ao Call
Number de cada documento [P-XXX], o número de ordem [YYY] constante do
Guia da Colecção organizado por Christopher Lund (Washington, 1980): [P-
XXX-YYY].

Legenda

ACL: Academia das Ciências de Lisboa


ADB: Arquivo Distrital de Braga
ANTT: Arquivo Nacional da Torre do Tombo
BA: Biblioteca da Ajuda
BN: Biblioteca Nacional de Portugal
BPE: Biblioteca Pública de Évora
BPMP: Biblioteca Pública Municipal do Porto
BPVV: Biblioteca do Paço de Vila Viçosa
DCL: Biblioteca do Congresso
OPL: Biblioteca Olivais Penha Longa (Portuguese Collection (Provisional list
of the titles acquired from the *** Collection through Maggs Bros. 1928),
Washington, 1929 [DCL: Z2739.U58])
Panfleto: Panfletos Portugueses (The Portuguese Pamphlets – Microfilm
82/5800 MicRR: introduction and comprehensive guide to Contents, Library
of Congress, 1983 [DCL: DP517.P67 1610])
477: Fichas bibliográficas - 477 volumes
SEBÁSTICA MANUSCRITA
(Catálogo)

P-1-435
Profecias.
94 folhas. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha
Longa [O.P.L.].
Miscelânea sebástica que começa: "O povo luzitano, conserva natural
lembrança [...]". Consigna autores como S. Rozendo, 1350; S. Cezario, 1542, ex
Liber Mirabilis; Santo Isidoro, arcebispo de Sevilha; o eremita de Monserrate;
Santo Anselmo, 1278; S. Francisco Xavier; S. Teotónio, 1150; etc.
Alegadamente, o convento de Tibães possuía a miscelânea original.

P-2-433
Pregação feita por hu Religioso zelador da Rep ca Portuguesa, dirigida
aos tres estados do Reyno, sendo El-Rey D. Sebastião minino.
209 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do
conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea sebástica constituída por profecias em prosa e verso, registos de
torneios e celebrações (séc. XVI e XVII), diversas cartas, poemas em
português e espanhol de Camões, Gongora, Bernardo de Brito, Frei Tomás
Aranha, Simão Torresão Coelho, etc. Segue-se-lhe a "Taboada das cousas
contheudas neste livro".

P-3-469
Revelaçoenz da Veneravel Madre Leonor [sic] da Conceição.
8 folhas. Na lombada: M. R. L. da Conceiçõ. Revelaçõens. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Consigna outras visões e profecias, além das da Madre Leocádia da Conceição
do convento de Monchique do Porto (cf. DCL: P-66-189 e P-163-40).
P-6-140
Copia das profecias q. se poderão tirar do livro intitulado Biografia
do Veneravel Servo de Deos Bartholomeu Holgouzer, com huns
Commentarios admiraveis, impresso em Bamberg no Tirol, anno
1784.
5 folhas. Na lombada: Profecias. MS. Encadernação em pele com as armas do
conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Encadernado junto: "Copia dos Breves ou Sentenças de trez Pontifeces contra
os Reis de Portugal, e Hespanha Filippes 3º e 4º para que largaré o Reino a D
Sebastião. Copiado da Prova nº. 27 (pag. 53) a Parte 1ª da Deducção
Chronologica Imprenta [sic] em 1768. Cujos traslados se guardão na Torre do
Tombo no Armario Jesuitico, no Livro intitulado Jardim Ameno Monarchia
Lusitana [...] anno 1635" [cf. DCL: P-40-342].

P-7-148
Felix da Costa (1639-1722)
Liber unicus. Esdra 4º capº 11, 12, e 13. Exposição do XI, XII e XIII
capitulos do IV. libro do Propheta Esdras [...] por Felix da Costa,
Pintor Theorico, e Pratico. Dedicado ao Augusto varão Rey
Encuberto que ha de destruir esta Aguia Othomana, como Leão. Em
Lixª an’ 1687.
237 folhas. Na lombada: Felix da Costa. Esdras capº XI, XII, XIII, Liv. IV.
Lisboa, 1687. Ms.
Inclui diversas ilustrações (à pena, com aguadas), explanatórias do sentido do
Apocalipse de Esdras, interpretado na tradição sebástica como profecia da
vitória final do cristianismo sobre o Império otomano.
Foi Sousa Viterbo o editor de todos os dados, durante quase um século,
disponíveis acerca deste códice (Notícia de Alguns pintores Portugueses e de
outros que, sendo estrangeiros, exerceram a sua arte em Portugal, 3ª série,
Coimbra, 1911, p. 72-74). Segundo afirma, recebeu-os do general Brito Rebelo
que tivera conhecimento de visu do manuscrito dela. A Biblioteca Nacional de
Lisboa entendeu não o adquirir ao seu proprietário, possuindo, em
contrapartida, a Resposta ao Tratado de Félix José da Costa (sobre o Sonho
de Esdras) incluída no cod. 8611 e atribuível a Francisco Xavier de Oliveira.

Félix José da Costa (1639-1722) foi pintor de profissão e, escreve Viterbo,


"como tantos outros seus contemporâneos, aliás pessoa de merecimento, era
um sonhador messiânico do Rei Encoberto e da fundação da monarquia
Universal, ou quinto império, sob o ceptro da Lusitânia". Vale a pena
consignar a descrição que o erudito investigador faz do autógrafo de boa letra
e ilustrado: "4º. de 235 fl. numeradas até a 72 e sem numeração daí em diante.
Com uma árvore genealógica dos reis e imperadores turcos desde Sulyman
que deu princípio à conquista em 1230, até Maomé 4º. a p. 39 e 40. Encerra
seis figuras da águia da visão de Esdras, com diversas modificações das fases
do império otomano, até aparecer com uma só cabeça, e à distância o
Encoberto em forma de leão, desenhadas a sepia, e nas folhas 113, 132, 139,
141, 143, 145 e 146. E mais uma a fólio 117 da quarta besta da visão de Daniel;
e a fólio 129 uma grosseira carta geográfica desde o meridiano 39º a 91º, isto é
da Itália à Pérsia.

A dedicatória é como segue: "Augusto é Sebastianon, Supremo Monarcha,


Magnanimo, Invicto, Reservado, Transplantador da fee catholica e Rey
Encuberto, Leão sem temor, vento velox, homem prudente, varão singular e
filho amado. Como Rey, logrando o titulo de unico Emperador; como Leão,
despedaçando inobedientes; como vento, submergindo no abysmo incredulos;
como homem, convertendo pertinazes; como varão, logrando aplauzos de
soberania; e como filho amado, e querido do seu creador. A vos Augusto
dedico este cansaço de tantos dias, e a narração de vossa conquista;
destruindo o Othomano Imperio; restaurando a Santa cidade, e unido tudo em
hua geral paz: para q vendo o Mundo vossa presença vos obedeça todo; e
manifestadas aos incredulos vossas maravilhas, fiquem crentes, no que
duvidavão: porque destruidos tantos soberbos, fiquem postrados a vossos pés;
e convertidos tantos pagãos, fiquem livres da pena eterna. Logrando vos
Soberano Monarcha os os aplausos de todo o oniuerso e senhorio de toda a
terra: Conçervando em socego (adjunto com o Pastor da Igreja) o rebanho de
Jesus Christo; e por fim pesuindo o Trono que vos está aparelhado na gloria
admetindo a oferta, e afecto deste vosso esperante e desejoso de vos ver E
beijar vossas plantas, ainda q indigno, Felix da Costa."
No verso da fl. 18 começa a Historia geral dos Turcos Reynos que houve
delles Imperio Othomano e Reys delle, acabando a fl. 113; começa então a
paráfrase da visão de Esdras e sua concordncia com os sucessos do Império
Otomano, até fl. 206; onde principiam várias profecias. Termina a obra com
estas palavras: "Em muito grande falta tenho cahido para com o leitor por que
prometendo em o princípio desta obra ser breve por não ser molesto fui tão
perlongado, que considero causaria enfado, porem tenho a desculpa em meu
fauor que me liure desta censura. Aquilo que se ama com afecto causa aliuio
ainda que penoso. Principiei com tanto amor este volume que todo o trabalho
delle me pareceo descanço, e sendo a materia a que muito amo me fuy
engolfando em sua narraçam, que mais dissera se mo não atalhará o tempo
considerando ser tão breue o que falta para o comprimento desta uizão que
poderia narrar o perterito, e não o futuro desta marauilha da omnipotençia
diuina; a quem, Soli Deo honor et gloria Matrique suae".

P-8-348
Narração das couzas mais notaveis que tenho lido e ouvido, e são
fundamentos pª se affirmarem a Vida, e Vinda d'El Rey D. Sebastião
outra vez a Portugal.
50 folhas, incompleto. Na lombada: Nova vida e vinda de D. Sebastião. MS.
Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].

P-10-343
Monumento viridico das cosas q passaraõ em Africa quando El Rey D.
Sebastião de Portugal a ella veo, Escriptas por hum homem Africano
desejoso de se não perder a fama dos acontecimentos q nesta batalha se
obrarão pelos nobres Capitaêns, Fidalgos, e Almocades. Copia fiel de hum
antigo Mss apparecido no Algve na Biblioteca de Damião Antonio de Faria e
Lemos Castro, Natural de Villa Nova de Portimão.
171 folhas. Na lombada: D. Sebastião, MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
P-17-436
Profecias do Preto Japom escravo do Capm Baltezar de Souza
Godinho q se acharaõ por morte dele debaxo de sua cama em hua
folha de lata em 13 de 8trº de 1439 na Vila de Certão [aliás, Sertã].
144 p. Na lombada: Prophecias. MS. Encadernação em pele com as armas do
conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea (cf. Manuel J. Gandra, Pretinho do Japão: trovas ou disparates).

P-20-297
Memorias Historicas pertencentes ao Cardeal Rey D. Henrrique.
Pratica que fes o Cardial Infante D. Henrrique, a El Rey D. Sebastião
quando lhe entregou o governo.
[115] folhas. Na lombada: Memorias Historicas. MS. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui também:
1. Cortes que se fizeram na Cidade de Lisboa e tiveram principio em o
primeiro de Dezembro de 1697. Em que se refere tudo o que se passou no
congreço da Nobreza. Sendo Secretario delle o Conde de Alvor Francisco de
Tavora, do Concelho de Estado, e Prezidente do Concelho Ultramarino.
2. Artigo de J. J. P. L., na Gazeta de Lisboa, 29 Julho, 1824, sobre as cortes de
Portugal, (p. 835-840).
O nome de Júlio Firmino Júdice Biker acha-se carimbado ou colado em
diversas folhas.

P-23-183
D. Sebastião. Protestação do Autor. [...]
157 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea do início do século XIX.

P-24-513
Varias Profecias.
11 folhas. Na lombada: Varias Profecias. Encadernação em pele com as armas
do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea das mais proeminentes fontes sebásticas.

P-26-393
Frei Sebastião de Paiva (†1659)
Tractado da Quinta Monarchia, e Felicidades de Portugal
profetizadas. Composto pello Rdo. Padre Fr. Sebastião de Paiva,
Lector da Sagrada Theologia da Sanctissima Trindade, natural de
Lisboa, Escripto anno de 1641.
224 folhas. Na lombada: Tratado da Quinta Monarchia. MS. Encadernação
em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
A redacção desta obra reporta-se a um período assaz preciso: 1641. Todos os
catálogos e três das versões (A, B e E) que conheço fazem questão em
sublinhá-lo, como se esse dado fosse um elemento indissociável do título. O
comentário de João Franco Barreto é peremptório: "obra larga de muito
engenho, erudição e curiosidade"; e o informe que se lhe segue, útil: "e se
conserva na livraria Arcebispal". Na hipótese de se tratar do manuscrito
autógrafo, esta terá sido, seguramente, a única vez que o seu paradeiro foi
comunicado. Barbosa Machado fornece o itinerário temático da obra,
descrevendo-a a partir dos títulos dos quinze capítulos que a compõem.
Porém, não se sabe, porque ele o não diz, se a consultou pessoalmente e onde
o fez, ou se obteve de alguém a sinopse que publica. Inocêncio, equivocado,
endossa a Barbosa Machado a localização deste tratado, tal como a do
anterior, no mosteiro da Trindade, concluindo, por conseguinte, que o fogo os
teria consumido quando um incêndio, anterior ao originado pelo terramoto de
1755, "reduziu a cinzas este convento, com as suas oficinas e livraria". Já no
Suplemento do seu Dicionário acrescenta que afinal o Tratado da Quinta
Monarquia se salvara e "deve existir nas miscellaneas da Bibliotheca Nacional
de Lisboa". É, todavia, pouco crível que o apógrafo da BN, que pertenceu a
Dionísio Bernardes de Morais, possa ter sido, como o bibliógrafo sugere, o
exemplar poupado pelas chamas que consumiram o convento da Trindade.
Aliás, a opinião de Inocêncio nem sequer considera plausível terem existido
em circulação, para além dessa, outras cópias do texto em causa. Conheço
quatro (duas integrais e duas truncadas e adaptadas) que para efeitos de
identificação designarei, doravante, por Versão B, Versão C, Versão D e
Versão E, respectivamente, atendendo ao facto de, por mera convenção, o
texto BN: cod. 810 constituir a Versão A. A Versão B foi adquirida por compra
por Vítor Amaral de Oliveira; a Versão C encontra-se na posse de um
particular que, supostamente, a obteve em Mafra e vem integrada numa
miscelânea, onde entre outras, se descobre, também truncada, a obra de Frei
João da Cruz que partilha o cod. 810 da BN com o Tratado da Quinta
Monarquia; a Versão D consta do cod. 10740 da BN (fl. 1-152); a Versão E é
esta pertencente à Biblioteca do Congresso. Trata-se de um apógrafo integral
composto por 224 fólios, incluindo os índices dos capítulos e outro dos
autores citados, constituindo, indubitavelmente, uma das fontes sebásticas, na
posteridade de D. João de Castro, mais imbuídas e inspiradas pelo
joaquimismo.
A Versão B foi, entretanto, publicada por iniciativa de José Eduardo Franco
(Lisboa, 2006), contando com estudos de Arnaldo do Espírito Santo, Bruno
Cardoso Reis e Manuel J. Gandra. Em apêndice (p. 391-392), reproduz o
Índice do códice da Biblioteca do Congresso.
Sebastião de Paiva nasceu na cidade de Lisboa, em data indeterminada.
Professou no Convento da Trindade de Lisboa, a 24 de Março de 1621.
Durante o noviciado teve por mestre ao "venerável padre Frei António da
Conceição de quem participou muita parte do seu espírito". Reconhecido
erudito tanto na História Sagrada como na profana, tal como na exegese dos
profetas. Foi Lente de Teologia no convento da sua profissão. Teve o cargo de
pregador geral da sua Ordem, a partir de 1654. "Cheio de exercícios santos, e
monásticas virtudes, completou o prazo da vida, em que recebidos os
sacramentos da Igreja, rodeado de religiosos, chorando a sua ausência, entre
suspiros, e doces colóquios, cortou Deus os fios da vida", tendo falecido no
convento da Trindade, em Lisboa, a 9 de Setembro de 1659 e sido sepultado
na campa n. 2, do cemitério conventual. Nem todos os trabalhos deste autor
chegaram até aos nossos dias ou, então, é ignorado o seu actual paradeiro. De
entre as manuscritas é considerada perdida o Tratado dos Prodigios que
acontecerão neste Reyno do anno de 1554, athe o de 640, cuja redacção deve
ter sido anterior a 1641, pois Sebastião de Paiva já remete para ela no Tratado
da Quinta Monarquia, datado desse ano. Fá-lo por duas vezes: no cap. 7, 5,
onde, a propósito do menino de Santarém, que afirmava haver de vir o
Bastião, diz ter transcrito na íntegra o relatório do caso autenticado pelo
notário; e no cap. 21, 26, onde, no passo que concerne ao incêndio ocorrido no
hospital de Todos os Santos, a 27 de Outubro de 1601, narra o episódio do
salvamento de um retrato de D. Sebastião e das Armas de Portugal, em
madeira, que existiam no Cruzeiro. A ajuizar pela última referência, este
tratado devia ser obra extensa, constituída por grande número de capítulos,
porquanto, pelo menos, de vinte e um constaria!

P-32-118
D. João de Castro (1551?-1623?)
Discurso da vida do sempre bem vindo et apparecido Rey Dom
Sebastião nosso Snr. O Encuberto desde seu nacimº té o prezente
feyto e deregido por D. João de Castro aos tres estados do Reyno de
Portugal, com vem a saber ao da Nobreza, do Clerezia, e ao do Povo.
Em Paris, Por Martim Verac, Morador na rua de Judas - M.D.C. II
[1602] e com privilegio de El Rey.
165 folhas. Na lombada: D. João de Castro. Discurso da vida de D. Sebastião.
MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
Transcrição manuscrita da obra impressa em Paris, no ano de 1602, também
constante do acervo O.P.L. [DCL: DP61.C3]. O frontispício apresenta-se
adornado com o retrato e as armas coloridas de D. Sebastião. Lisboa, ca. 1720.
O autor foi filho natural de D. Álvaro de Castro e sobrinho do Vice-Rei da
Índia D. João de Castro. Acompanhou D. Sebastião a África, tendo ficado
cativo após a derrota de Alcácer Quibir, em 4 de Agosto de 1578. Tornar-se-ia
um dos mais estrénuos adeptos da sobrevivência de D. Sebastião, sendo sua
convicção, exposta em diversas obras que redigiu e publicou, que o Cavaleiro
da Cruz, aprisionado em Veneza e depois em San Lucar de Barrameda, a
mando da coroa espanhola, era o próprio Desejado.

P-33-116
D. João de Castro (1551?-1623?), et alii.
Discurso da vida do sempre bem vindo e aparecido Rey D. Sebastião
N. Snr. O Encuberto Desde o seu nascimº até o Prezente tempo,
offerecido por Dom João de Castro aos Tres Estados do Reyno do
Portugal em Paris. Por Mattheu Verac Mor na Rua de Judas, Anno de
1602.
187 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Na folha de guarda lê-se:
"He de Diogo José de Mello."
Encadernado junto tem:
1. Rellação do q succedeo, em Evora Cidade a hum menino de onze anns o q'
por parecer não ser certo, se fez toda aquella prova q. pª se averiguar hua
verdade he necessª.
2. Trovas de Gonçalo Annes Bandarra q. se acharaõ na parede da Igrª de S.
P[edr]º da V[il]ª de Trancozo.
3. Noticia da Ilha Encuberta dada pello p e Fr. Andre de Jesus, e Fr. Francisco
dos Martires, Religiosos Capuchos que a ella forraõ [sic] no anno de 1668.
4. Juizo ou pronostico do Dor Domingos de Araujo Auditor Geral da fronteira
de Elvas sobre a conjunção maxima q' houve neste Rnº em 2 de Março de
1643 às 8 horas e 36 minutos da manhã; cuja sustancia concorda com as pro-
fecias de Bandarra, e de Sto lzidro [...] (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia em
Portugal: dicionário histórico-filosófico).

P-35-217
Ignacio de Guevara.
Monarchia Luzitana de Ignacio de Guevara.
[37] folhas. Na lombada: Monarchia Lusitana. MS. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Cópia setecentista do poema apologético em XVI cantos (e não XII como
referem alguns autores) em louvor de D. Sebastião, o qual começa com a
dedicatória "Ao maior monarca soberano / Escolhido Varão, por justo, e
digno".

P-36-179
D. Sebastião.
16 p. numeradas 309-324. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Manuscrito remontando ao século XVII (ao ano de 1658, segundo o Catálogo
de Christopher Lund), que inclui capítulo sobre numerologia aplicada a D.
Sebastião.

P-37-361
Oraculo dos oráculos sebasticos
29 p. Na lombada: Oráculo dos Oráculos Sebasticos. MS. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea de meados do séc. XVIII, incluindo versos, escritos e profecias do
Padre Cristóvão dos Mártires, de D. Pedro Pires (um dos emissários de D.
Dinis junto da Santa Sé para tratar da criação da Ordem de Cristo a partir da
do Templo), Confúcio, Frei Jerónimo Basílio, Francisco de Quevedo e Villegas,
Padre Bartolomeu Salutivo, etc.

P-40-342
Monarquia Lusitana: Imperio de Christo. Profecias, revellaçõens,
vatecinios, e pronosticos [...] Emcorporada e ilustrada pello Licen-
ciado Pedro Anes de A[l]velos natural da villa de Abiul, Lente de
Philosophia na Universidade de Coimbra [...] Anno de 1635.
[204] folhas. Na lombada: Monarquia Lusitana Ms. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Colectânea setecentista, cujo frontispício impresso ostenta a data de 1139
(batalha de Ourique), e que reproduz quase integralmente o famoso códice
seiscentista intitulado Jardim Ameno, ora na Torre do Tombo, o qual serviu
ao marquês de Pombal de prova contra alegadas maquinações dos jesuítas [cf.
DCL: P-6-140].

P-42-39
Gonçalo Annes, Bandarra (ca. 1500-ca.1556)
Sexta parte das Trovas de Gonçalo Annes Bandarra, natural da Villa
de Troncozo, ainda não impressas.
54 p. Na lombada: G. A. Bandarra. Trovas. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Consoante o prefácio, as Trovas do Bandarra, bem como as perguntas que lhe
endereçou Pacheco, são reproduzidas a partir do folheto intitulado Trovas do
Bandarra, natural da villa de Trancoso, apuradas e impressas por ordem de
um grande senhor de Portugal, oferecidas aos verdadeiros portuguezes,
devotos do Encuberto. Nova edição, a que se ajuntam mais algumas, nunca
até ao presente impressas (Barcelona, 1809).

P-43-173
Discurços politicos morais e estoricos sobre a bem fundada es-
perança da vida, e vinda do muito alto e poderozo Senhor Rey D.
Sebastião para fundar em Portugal o Quinto, e universal Imperio.
Divididos em sette discurços.
281 p. Na lombada: Discurços Políticos MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Os sete discursos que compõem este manuscrito (séc. XVIII?) expõem a visão
do futuro de Portugal, enquanto cabeça do Quinto Império. Inclui algumas
ilustrações alegóricas, à pena, tais como as que figuram a alvorada do sol
numa planície, o galo cantando, empoleirado numa árvore, ou um leão
(símbolo do Encoberto). O códice 890 da BN de Lisboa (131 fls.) reproduz a
mesma obra (ca. 1750?), achando-se subscrito no fl. 131v: “Finis L.D.A.V.M.”.

P- 44-180
D. Sebastião.
262 folhas e índice. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais
Penha Longa [O.P.L.].
Colectânea de poesia e profecia, alguma de teor sebástico. Entre outros
autores contam-se: António Serrão e Crasto e António Barbosa Bacelar.
P-45-152
Manuel Baptista [Homem] [?]
Credo duvidozo (Quanto à gloza) Relativo às bem e mal fundadas
esperanças dos prudentes, e imprudentes Sebastianistas: porem de-
dicado, e oferecido a todas elles sejão prudentes ou imprudentes.
Impreço primeiramente na pobrissima e mecanissima Oficina tal-
entual de Manoel Baptista Homem, e Segundariamente pela Oficina
da penna neste papel, a custa do seu mesmo autor. Lixboa, aos 8 de
Fevereiro do Anno 1815.
[15] folhas. Na lombada: Credo Duvidozo MS. 1815. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Frontispício
colorido.
A eventual autoria deduz-se da dedicatória e dos comentários breves.

P-46-117
D. João de Castro (1551?-1623?), et alii
Discurso da Vida do sempre bem vindo e aparessido Rey D.
Sebastiam Nosso Senhor o Incoberto, desde o seu nascimento thé a
era de 1602. Feito, e dirigido por D. João de Castro, aos Tres Estados
do Reyno de Portugal que vem a sêr, ao Estado da Nobreza, Clero, e
Povo. Dado ao Prello em Pariz, Na Dª era, e manuscrito por hum
coriozo, na de 1730. Com mais algumas profecias pertencentes a boa
vinda do mesmo senhor. Santarem, Na Officina de Coriozidade.
103 folhas. Na lombada: Joas [sic] de Castro. Discurso, etc. MS.
Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
Encadernado junto:
1. Facsimile de uma Carta por El-Rei D. Sebastião ao Padre Geral e Convento
do mosteiro de Sta Cruz de Coimbra pedindo emprestado o escudo e espada
d'El-Rei D. Affonso Henriques em 14 de Março de 1578.
2. Relação do Socesso que teve o pathacho chamado N. Srª da Candelaria da
Ilha da Madeira; o qual vindo da Costa de Guiné no anno de 1693 huma
rigorosa tempestade o fez varar na Ilha incognita, que deixou escrita Franco
Correya, Mestre do mesmo patacho, e se achou no anno de 1699, depois da
sua morte [...], Lxª Occidental, na Offecina de Bernardo da Costa de Carvalho
Impressor da Relligião de Malta, anno de 1734 [cf. DCL: P-101-144].
3. Anacefaleoses da Monarquia Luzitana pello Doutor Manoel Bocarro
Francez, Medico Philosofo, etc., Mathematico Luzitano. Diridigos [sic] ao Snr.
della El Rey Nosso Snr. [...] 1624 [...], em Lisboa, por Antonio Alvarez [DCL:
PQ9191.B6A7 Rare Bk].
P-47-170
Dialogo Portuguez de Anonimo Utopiense que trata da Filosofia do
Encuberto com a historia do Pasteleyro de Sevilla. Dedicada e of-
ferecida ao Exmo Señor Conde de Cantanhede [...].
163 folhas. Na lombada: Dialogo Portuguez. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Diálogo sebástico, protagonizado por Aurélio, Cláudio e Leonardo, os quais
abordam a figura de Gabriel Espinosa, padeiro toledano, também crismado
Pasteleiro de Madrigal, um dos falsos D. Sebastião de que reza a história,
condenado à forca, em 1595, acusado de conjura contra Filipe II, de resto,
arquitectada pelo agostinho português, Frei Miguel dos Santos. Cópia de O
Incuberto, Dialogo Portugues de Anonimo Utopiense que trata da Filosofia
do Encuberto com a historia do Pasteleyro de Sevilla, dedicado ao Senhor
Portugues [BA: 51-III-19], manuscrito (172 fl.) datado de 13 de Dezembro de
1659, dedicado ao conde de Cantanhede e, outrora, pertencente à biblioteca do
conde de Redondo. A portada, emoldurada a cores, ostenta o título cercado
com desenhos de fitas serpenteadas e uma legenda extraída de 4 Esdras, XIII,
23: "Quia vidisti virum ascendentem de corde maris ipse est quem conservat
altissimus multis temporibus". É citado pelo académico Pedro José de
Figueiredo (1762-1826), a p. 63 da Carta em Resposta de certo amigo da
Cidade de Lisboa a outro da villa de Santarém, em que se lançam os
fundamentos sobre a verdade, ou incerteza da morte d’el-Rei D. Sebastião,
XVI Rei de Portugal, na batalha de Alcacer Quibir em África (Lisboa, 1808
[BN: HG 6753 (4º) V; DCL: 4DP Port 278 FT MEADE; DP612.F5]). Outro
manuscrito com 183 fl., existente na biblioteca da Universidade de Coimbra,
adopta o título dos da Biblioteca do Congresso (cf. DCL: P-48-169).

P-48-169
Dialogo Portugues de Anonimo Utopiense que tracta de Filosofia do
incoberto, com a historia do Pastelleiro de Sevilha. Dedicada e of-
ferecida Ao Exmo Sr. Conde de Cantanhede.
154 folhas. Na lombada: Dialogo Portugues. MS. Encadernação em pele com
as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
É a mesma fonte já descrita em P-47-170, porém de mão distinta.

P-49-341
Inácio de Guevara
Monarchia Lusitana ou o Quinto Imperio universal do mundo. Onde
se trata da glorioza e felecissima vinda do Augustissimo Senhor Rei
D. Sebastiao athe a destruição do Sepulchro de Mafoma, exaltação
da Santa Fé de Christo Snr. Nosso em todo o mundo, Recuperação da
caza Santa de Jeruzalem, e a total ruina do Imperio Mahometano.
Dedicada a Jezu Christo Senhor Nosso a quem só pertence este
grande Imperio Lusitano segundo a promessa que o mesmo Senhor
fez ao Primeiro Rei D. Affonsso Henriques no Campo de Ouriqui [sic],
no dia memoravel da Batalha, em que venceo os Cinco Reis Mouros.
[100] folhas. Na lombada: Monarchia Lusitana. MS. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui os XVI cantos do poema com anotações exegéticas.

P-50-129
Collecção Curioza de Revelaçoens, Vizoens, Profecias, e Vatecinios,
sobre a vinda d'El Rey D. Sebastião
32 folhas. Na lombada: Revelaçoens, Vizoens, profecias e vatecinios MS.
Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
Colectânea de diversas obras sebásticas do período compreendido entre 1502
e 1770, algumas das quais são cópia de fontes impressas (uma, pelo menos,
traduzida do italiano).

P-51-41
Gonçalo Annes, Bandarra (ca. 1500-ca.1556)
Trovas do Bandarra oferecidas a Dom João de Portugal, Bispo da
Cide da Guarda.
33 folhas. Na lombada: Bandarra Trovas MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui fragmentos de outros prognósticos e textos.

P-53-506
Tragica vida e desastrada Morte de El Rey D. Sebastião de Portugal
apanhada de diversos Authores, assim Nacionaes como estrangeiros.
Obra innedita em lingoagem antiga. Tomo Segundo [riscado]. Por A.
A. [?] C.ª
[192] folhas. Na lombada: Tragica vida e morte dei Rey D. Sebastião MS.
Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
O manuscrito principia: Nasceu ElRey D. Sebastião a hum Sabado 20 de
Janeiro do Anno de 1554, dia do gloriozo Martir S. Sebastião por cujo motivo
[...]".
P-54-442
Ramalhete Copiozissimo, Deleitozissimo, e Fragrantissimo; de Flores
de profecias, revelaçoens e prognosticos [...] com a suspirada vinda
do seu bom Rey encuberto. Lxª, anno 1808
518 p. Ilustrações à pena, coloridas. O manuscrito principia: "Os tempos mais
esfaimados prometem grandes farturas."

P-55-443
Ramalhete de Flores de Profecias, Revelaçoens, Vizoens,
Ilustraçoens, e Prognosticos [...], Lisboa, 1809
441 p. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
Inclui ilustrações à pena, coloridas. Variante do número anterior.

P-56-164
Desbarates do Preto Gapaõ Escravo do Cappm0r Balthezar Godinho
de Souza escritos em 1433 [...] achados por sua morte debacho do
traveceiro de sua Cama [...] dos 14 de outubro de 1439
[17] folhas. Na lombada: Preto Gaspar. Desbarates. MS. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Colectânea de fontes sebásticas (cf. DCL: P-17-436).
P-65-138
Conversação Sebastica entre Hum peregrino e hum Irmitão em
huma Jornadas [sic]. Anno 1850
100 p. Na lombada: D. Sebastião, MS. Encadernação em pele com as armas do
conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui outras fontes sebásticas.

P-66-189
Erros emmendados dos Senhores Sebastianistas & Breve Tratado
sobre a Vinda de ElRey D. Sebastiam Regulada Naõ pelo tempo, que
elles a apontaô, e sempre faltaõ, senao pelo em q aponta a Escriptura
Sagrada. A Ruina do Imperio Othomano
30 folhas. Na lombada: Erros emmendados. MS. Encadernação em pele com
as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui ainda:
1. Breve Relaçaõ, que me obriga a fazer a obediencia de meus Confessores em
q declare aquillo q com toda a verdade sey da muyto R da Me Leocadia da
Conceyçam, Religioza do mto recoleto convento de Monchique da Cid[ad]e do
Porto (folhas 18-29: 14 visões [cf. DCL: P-3-469 e P-163-40]).
2. Prophecia de S. Malachias.

P-67-167
Dialigo [sic] o converçação de dois Perigrinos, ou Romeiros.
132 p. Na lombada: Dialigo de Dois Perigrinos. MS. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Diálogo sebástico protagonizado por Jacinto e Narcizo, aos quais se junta
Rozendo, na segunda parte. É mencionada a conquista francesa de Itália (p.
77). Datado na última página: 15 Dezembro 1806.

P-68-48
Dionísio Bernardes de Morais (ca. 1680-?)
Apologia do Monsieur Bernardes. […] Prelado da Stª Igrª
Patriarchal no Tempo em que era lente de Vespora na Universidade
de Coimbra na Faculdade dos Sagrados Canones, Em resposta de
hum papel, ou Satyra que sahio contra El Rey D. Sebastiam, e os
Sebastianistas, intitulado Practica Suasoria.
634 p. Na lombada: Monsieur Bernardes, Apologia. MS. Folha de rosto
decorada com moldura floral contendo o título. Ostenta carimbo de Pedro A.
Ferreira, Abade de Miragaia (Porto).
Christopher Lund equivoca-se quando identifica o Padre Manuel Bernardes
como autor do manuscrito em apreço. De facto, trata-se de obra de um
sobrinho deste, pelo lado paterno (cf. Inocêncio, Dicionário Bibliográfico), de
seu nome Dionísio Bernardes de Morais, o qual não foi propriamente um
ilustre desconhecido. Segundo Barbosa Machado, era "natural de Lisboa, filho
do Doutor João Bernardes de Morais, Físico-mor, Fidalgo da Casa de Sua
Majestade, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e de D. Inês Rufina da Estrela, filha
de Henrique Aique e de Jerónima Rufina. Instruído nos rudimentos da
Latinidade, e nos preceitos da Retórica ouviu Filosofia em o ano de 1696, em
que tive a glória de ser seu condiscípulo, do Padre Sebastião Ribeiro, imortal
crédito da Congregação do Oratório, e logo mostrou a viveza do engenho, e
perspicácia do talento, com que havia fazer agigantados progressos em outra
maior faculdade, qual foi a dos Sagrados Cânones, recebendo nela as insígnias
doutorais na Universidade de Coimbra. Admitido ao Colégio das Ordens
Militares indefesso estudo unido com a facilidade da compreensão o
habilitaram para tomar posse em 13 de Janeiro de 1730 de uma Catedrilha de
Cânones até chegar à Cadeira de Véspera donde foi assumpto a Prelado da
Santa Igreja Patriarcal, em 16 de Maio de 1739. Na controvérsia que se
altercou entre a Universidade se os Doutores Legistas podiam obter as
Conezias Doutorais das Catedrais do Reino, escreveu sem declarar o nome […]
obras em que com argumentos concludentes autorizados por todo o género de
erudição defende serem os canonistas, e não os legistas hábeis para os
Canonicatos Doutorais[...]". O códice manuscrito autógrafo da Apologia de
Dionísio Bernardes de Morais acha-se na minha biblioteca.

P-69-439
Provisão concedida por El Rei D. Sebastião ao S. Off. em 26 de Fevº
de 1571.
[5] folhas. Na lombada: Provisões, Alvaras. M.
Inclui cópias de alvarás régios de D. Sebastião, D. João IV e do Cardeal Rei, o
mais antigo dos quais remonta ao ano de 1562.

P-71-516
Vaticinios vulgarmte tidos por Profecias. Tirados de varios Authores.
Cuja collecção faço sem q lhes de mais fe q aq se pode permitir, pois
conheço q so com a Authoride da Igrª se lhe pode dar fe de profecia.
90 p. Na lombada: Varios Authores. Vaticinios. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea sebástica.

P-73-77- 483
Sebastianismo; colleção de varios escriptos apologéticos e confir-
mativos da Vinda de D. Sebastião, Rei de Portugal, compilada e
escripta por João Gonçalves d'Araujo, Mestre latoeiro de folha
branca da Fundição em 1826-1827
5 vols. 172, 170, 150, 429 p., e [58] folhas. Na lombada: Jo Gonçalves
d'Araujo. Sebastianismo, 1826-1827. Encadernação em pele com as armas do
conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui escritos dos mais notáveis apologistas sebásticos. Os volumes 1-4
possuem índices.

P-83-485
Félix da Costa
Sebastianus; Thesouro Descuberto
133 folhas. Na lombada: Thesor Descobert. Encadernação em pele.
O autor, pintor de profissão, pretendeu adaptar a D. Sebastião uma profecia
antes aplicada ao Imperador bizantino Isaac Angelos (séc. XIII), “cujo nome
se escreve com cinco ápices”. António Vieira lera pontos nos ii por ápice, no
nome de D. João IV (ioannes iiii), enquanto os sebastianistas tradicionais,
caso de Félix da Costa, liam sílaba por ápice, no nome de D. Sebastião (Se-
bas-ti-a-nus). No manuscrito consta o nome do seu possuidor: "De Fran co
Antunez Portugal". Na folha 1 lê-se o título completo: Descurso. Em q se
mostra por razões claras, e evidentes quem hé o Rey Encuberto. Que hade
Restaurar HYERVZALEM do poder dos Infieis com hua semelhança do
tempo em que será manifesto conforme apontão alguas Profecias. Por Félix
da Costa Pintor, Theorico e Pratico. Acabado em 3 de Mayo, 1685. Em
Lixboa. De dois outros manuscritos, em tudo semelhantes, excepto na
ausência da ilustração à pena que acompanha este, tenho notícia, na BA [52-
VIII-52 (107 fl.)] e na BN [cod. 12987 (170 fl.)], este ostentando marca de
posse do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e adquirido no leilão da
biblioteca do comandante Ernesto Vilhena, realizado na Alemanha por Reiss
und Auvermann, em 1989 (cf. Leilão 40, n. 27).

P-84-178
D. Sebastião.
[9] folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui profecias e fontes sebásticas até 1818.

P-88-128
Coleção de algumas Profecias, Vatecinios, e Pornosticos e alguns
cazos Notaveis socedidos A vida e asois de S. Rey D. Sebastião, de-
simo xexto [sic] Rey de Portugal de Saudoza Memª, Esprado pellos
Portuguezes, e outras Nassois que dezejão o Tempo Feliz do Seu Em-
perio, Para quietação e Tranquilidade Geral, aumento da Religião
Catolica. Copiadas Fielme de Papeis antigos em o anno de 1809.
410 p. Na lombada: Coleção de Profecias, Vatecinios e Pornosticos MS. 1809.
Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
A p. 3-4, é facultado o Índice ou "Declaração de tudo q. contem este volume,
de Profecias, Vatecinios; Copiadas de alguns papeis antigos”
Encadernado junto: "Profecias de El Rei D. Manoel q se lhe axarão Por sua
morte fixadas e seladas com o selo rial no anno de 1521”. 2 p. [incompleto?].

P-89-446
Padre Amador Rebelo (1539?-1622)
Rellação da Vida de El Rey D. Sebastião nosso Senhor primeiro deste
nome em Portugal, e XVI delle, na qual se trata, do Nascimento,
Criação, Governo, e das Idas q fez a Africa, e da batalha q deu a
Muley Maluco, do fim, e successo della, escripta pelo pe Amador
Rebello da Companhia de Jesus, Companheiro q foi de seu Mestre
Luiz Gonçalves da Camera, e q o ensinou tambem a ler, e escrever, e
lhe reppetia as liçõens. Deste author faz menção a Biblioteca de
Barbosa Tomo prº pagina 225. Copiada fielmte do seu antigo original
por A. L. C. Lisboa, anno de 1793.
210 folhas. Na lombada: Vida del Rey D. Sebastiao. MS. 1793. Encadernação
em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
A miscelânea, que de acordo com Barbosa Machado, remontará a 1613
(Bibliotheca Lusitana, v. 1, p. 225), principia: "Pelo discurso deste livro, se
verá como o criou Ds pera por Elle obrar." O Índice vem a folha 209.
P-91-508
Tratado do futuro [a lápis].
409 p. e [4] folhas. Na lombada: D. Sabastião. MS. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Miscelânea.

P-92-507
Tratado do futuro
842 p. [p. 772-831 em branco]. Encadernação em pele com as armas do conde
de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
O frontispício desta miscelânea sebástica é preenchido por uma gravura de
Vieira Lusitano, figurando D. Sebastião (1737). O índice ocupa as p. 832-836.
P-99-16
Analysis Prudencial e Judicioza em q. se mostra a justificadissima
probabilidade com que procedem os que doutamente afirmaõ a vinda
do Serenissimo e Augustissimo Senhor Rey D. Sebastião.
35 folhas. Na lombada: Analysis da vinda de D. Sebastião. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].

P-100-190
Frei José do Espírito Santo (1608-1674).
Extracto do P. Fr. Ioseph do Espto Sto Carmelita Descalço.
12 folhas. Na lombada: P. Fr Joseph do Espt. Sto. Extracto. MS. Encadernação
em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Colectânea de passagens da obra de Frei José do Espírito Santo (ca. 1650-
1680?), sobre a criação do mundo, o dilúvio, o Juízo Final, o tormento de
Jonas, a Fénix, etc.

P-101-144
Francisco Correa (séc. XVII)
Relação do successo que teve o pataxo chamado Nossa Snrª da
Candelaria da Ilha da Madeira, o qual vindo da Costa de Guiné no
anno de 1693 huma rigurosa tempestade o fez varar na Ilha
incognita, que deixou escripta Francisco Correa Mestre do Mesmo
Patacho e se achou no anno de 1699 depois de sua morte, trasladada
fielmente do proprio original; e foi impreça em Lixboa no d to anno,
com todas as licenças necessarias. Lisboa, na Officina de Bernardo
da Costa de Carvalho, Impressor da Religião de Malta. Anno de 1734
[...] Foi copiado no anno de 1772.
122 folhas. Na lombada: Profecias, etc. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
A Relação do sucesso ocupa apenas as 5 folhas iniciais, Numa nota, no final do
volume lê-se: “He de Bento Xavier de Magalhaens Correa de Olivrª”.
O relato, encontrado em 1699, após a morte do Mestre do Patacho, seria
impresso em Lisboa Ocidental, no ano de 1734 [BPNM: BibVolante 2-55-7-21
(31º); BA: 55-IV-23 (7º)]. Diogo Barbosa Machado e Inocêncio atribuem ao
padre Victoriano José da Costa a respectiva autoria, por outros creditada ao
capitão José Tavares [BN: cod. 627, fl. 74-79v; Sobre o Sebastianismo: um
curioso documento do começo do século XVIII, Coimbra, 1959, p. 142-149].
Bernardo Gomes de Brito, organizador da História Trágico-Marítima, incluí-
la-ia no v. 9 (Lisboa, 1908, p. 5-15).

P-103-125
Chronica do nacimento, vida e morte del Rey Dom Sebastião com a
origem dos xarifes e coroação do Cardeal Dom Anrriqe, e alteraçoens
deste Reino: Capitollo Primeiro, Da p[ro]speridade dos Reinos de
Portugal em têpo del Rei dom Joam o terceiro.
[96] folhas. Na lombada: Chronica dei Rey D. Sebastião. MS. Encadernação
em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Apógrafo seiscentista.

P-129-498
Relação de quem foi D. Aleixo de Meneses Ayo del Rei D.
Sebastião e de algumas cousas que com o dto Rey lhe
acontecerão, e de outros acontecimentos daquelles tempos
197 folhas. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha
Longa [O.P.L.].
Único manuscrito da Colecção DCL integralmente microfilmado.

P-156-37
Gonçalo Annes, Bandarra (ca. 1500-ca.1556)
Colectânea
17 folhas. Na lombada: G. A. Bandarra. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui:
1. Commentário e notas sobre Bandarra.
2. Juizo Astrologico das Doenças.
3. Vertudes de D. Sebastião.
4. Carta para Sigr Giacomo Albirtajji di Pietro, Porto, Outubro 1796 (em
italiano).
5. Trovas de Gonçalianes Bandarra.

P-160-391
D. Jerónimo Osório, bispo de Silves (1506-1580)
Cartas do Bispo de Algarve, D. Jeronimo Ozorio para El Rey. D.
Sebastiam. Primeira sobre o juiz dos feitos da Coroa, lhe escrever em
nome delRey não procedesse contra Maximo Diz Feytor das
Marinhas, e o não evitasse dos Officios Divinos. Segunda sobre a
jornada de Africa. Terceira sobre o casamento delRey em França.
111 folhas. Na lombada: Cartas de D. Jeronimo Ozorio. MS. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui:
1. Carta de D. Sebastião sobre o pagamento de dívidas à igreja pelo Estado, 13
Dezembro 1557 [aliás, 1575].
2. Carta de D. Sebastião sobre os seus planos de ida a África, 20 Dezembro
1557 [aliás, 1575]. Em vão, o bispo aconselharia o monarca a desistir de tais
planos.
3. Carta de D. Sebastião sobre a conveniência de um casamento francês e
sobre o seu eventual matrimónio com Margarida de Valois, 12 Outubro 1557
[aliás, 1575].
4. Carta ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, confessor de D. Sebastião, sobre
a condução dos negócios públicos, a influência exercida pelo irmão do
confessor, utilizando a expressão "um rey captivo de dois irmaõs," não datada.
5. Carta do marquês de Alorna, Vice-rei da Índia, remetida ao Rei D. João V
"da gloriosa memoria sobre o arbitrio de diminuir a despeza e augmentar as
rendas daquelle Estado, com hum novo sistema do governo," Goa, 27
Dezembro 1745. A carta fornece uma panorâmica sobre os portos e o comércio
da Índia.
As cartas 2, 3 e 4 foram publicadas in Cartas Portuguezas de D. Hieronymo
Osorio (Paris, Na oficina de P. N. Rougeron, 1819).

P-163-40
Bandarra, Gonçalo Annes (ca. 1500-ca. 1556)
Trovas de Gonsalo Annes Bandarra. Apuradas e impressas por
ordem de hum grande senhor do Reyno de Portugal. Offerecidas aos
Verdadeyros Portuguezes devotos do Encubertto. Em Nantes, por
Guilhelmo de Monnier impressor de ElRey, anno de MDCXLIV
[1644].
125 folhas. Na lombada: G. A. Bandarra. Trovas. MS. 1644. Encadernação em
pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Na página de rosto lê-se: "He de Bento Xavier de Magalhaens Correa de
Oliveira".
Inclui:
1. Monarchia Luzitana [de Inácio de Guevara] Dedicatoria a Cristo Senhor
Nosso a quem só Pertence esta Monarchia, Conforme a promessa, que Deos
fez a ElRey D. Affonço Henrriques. 15 cantos.
2. Diversas profecias dos séculos XV-XVII.
3. Breve Rellação que me obriga a fazer a obediencia de meos Confessores em
que declare aquillo, que com toda a verdade sey, da Muyto Veneravel Madre
Leocadia da Conceypção Religioza do Muyto Reccoleto convento de
Monchique da Cidade do Porto (cf. DCL: P-3-469 e P-66-189).
4. Prophecias de hum Ermitam.
5. Noticia Previa [aponta certas particularidades das distintas versões sobre a
morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir].
6. Nascimento do Snr. Rey D. Sebastião [...] traduzido de Italiano, em
Portuguez o qual foy feyto por Joam Carco [aliás, Carion] famozo
mathematico em Roma no Anno de 1598.

P-208-181
D. Sebastião. Carta na qual se dá a razão sem nenhúa das
Prophecias por que se deve ser Sebastianista para ver as difficul-
dades que punha quem pedio a razão, composta por hum curiozo
46 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui ainda:
1. Discurso astronomico sobre o estupendo e fatal cometa, ou anuncio pela
Divina Providª visto a primeyra ves a 6. de Novembro de 1689, ao romper da
aurora, neste horizonte de Pernambuco, altura de 8. graos, no signo de
Escorpião, autor o Pe Estancel da Companhia de Iesus (cf. Manuel J. Gandra,
Astrologia e Portugal: dicionário histórico-filosófico).
2. Vaticinio de Uramnia.
3. Carta do Dor Bocarro Medico, Mathematico, e Astrologo, a q chamão os
Aforismos.
4. Juizo do anno de 1640 tam afamado dos antigos, interp[r]etado por Rabi
Celo.
5. Copia de huas Prophecias q se acharão em Mayo de [1]628.
6. Relaçam que certo mathematico formou sobre o juizo e figura q levantou
em razam do aparecimento dos gafanhotos, q o anno de [1]639, aparecerão
sobre a Cidade de Lixa e de 2 Cometas que tambem forão vistos (cf. Manuel J.
Gandra, Astrologia em Portugal: dicionário histórico-filosófico).

P-209-182
D. Sebastião. Profecias de S. Fr. Gil que servem de sinaes ao tempo
em q se espera a reforma do mundo com a vinda do Incuberto. E as
refere Fr. Sebastião de Payva na Sua 5ª Monarquia Portugueza e
parte dellas o Pe Antº Vieyra no Sermão de 8. de jan ro de 1658
pregado na Capella Real.
65 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Inclui ainda:
1. Juizos astronomicos pelo p e Estancel da Companhia de jesu Assistente no
Brazil [sobre o cometa avistado em Pernambuco no dia 6 de Maio de 1684 (cf.
Manuel J. Gandra, Astrologia e Portugal: dicionário histórico-filosófico)].
2. Vos de Deos ao Mundo, a Portugal e a Bahia, Iuizo do Cometa que nella foy
visto em 27. de outubro de 1695, e continua the hoje 9 de novembro do mesmo
ano, pelo padre Antonio Vieyra (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia e Portugal:
dicionário histórico-filosófico).
3. Carta do Pe Antonio Vieyra da Companhia de Iesu, q escreveu à Srª. Rayña
da Gran Branha [sic] estando na Bahia ano de 1697.
4. Carta do mesmo Pe Antonio Vieyra ao Conde do Castel Melhor, Baía, 31
Julho 1694.
5. Das prodigiozas e maravilhozas virtudes naturaes de muytas Pedras
preciozas Tirado do Lº Historias Prodigiozas do pe Bovistau, Claudio Tesierant
y Franco Beleforest, Francez e traduizido em Castelhano por Andrea Pescioni,
an. 1585 [...].
6. Compendio Triunfal da Real Fabrica e Pompa Luzitana que a Nobilissima
Cidade de Lisboa erigio a feliz Entrada, e Reaes Despozorios del Rey D. Pedro
II. de Portugal com a Serenª Rª Maria Sofia Isabel Princeza Palatina, anno
1687.

P-210-524
António Vieira (1608 -1697)
Esperanças de Portugal, 5º Imperio do Mundo. Primeira, e segunda
vida de ElRey D. João o 4º Escritas por Gonçalo Annes Bandarra, e
comentadas pello Pde Antonio Vieira da Companhia de Jesus; e
remitadas ao Bispo do Japão o P de Antonio Fernandes. Camuta do
Rio das Amasonas, 29 Abril 1659.
[58] folhas. Na lombada: G. A. Bandarra. Esperanças de Portugal. MS.
Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa
[O.P.L.].
Transcrição da célebre missiva de António Vieira.

P-211-38
Bandarra, Gonçalo Annes (ca. 1500-ca. 1556)
Professias ou collecçaõ de MSS rarissimos, pertencentes as Professias
de Gonçalo lanes Bandarra Official de Capateiro, natural da Villa de
Trancoso, ano de 1809.
153 folhas. Na lombada: Bandarra. Ms. Encadernação em pele com as armas
do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Além do "Indez das principaes cousas, de que se compoem este vollume", esta
colectânea, subscrita pelo acrónimo A.L.C., inclui as seguintes estampas:
1. Bandarra. Numa nota datada (2/5/[18]90) e subscrita (J[osé] Ma[ria?]
Nepomuceno) aposta sob o retrato colado no frontispício, assevera-se não se
tratar da vera efígie de Bandarra.
2. Dom Henrique de Castro (†1580) "por cujo mando sahio Bandarra no Acto
Publico da Fé."
3. Dom João IV, rey de Portugal "cuja aclamação, quer Vieira vaticinara
Bandarra."
4. Antonio Vieyra.

P-212-437
As profecias propriamte taes são infaliveis por serem luzes e
testemunhas do Espirito Santo.
34 folhas. Na lombada: Profecias. Encadernação em pele com as armas do
conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Entre outras profecias, inclui o "Papel em q se prova a vinda de El Rei D.
Sebastião pelo Pe Antº Vieira da Companhia de Jezus", de facto um apócrifo
do jesuíta.

P-242-484
Drama Sebastianista.
[40] folhas. Na lombada: D. Sebastião: Theatro. Ms. Encadernação em pele
com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Peça em três actos, com inúmeras rasuras e emendas. Numa nota no final do
3º acto lê-se: "Podese reprezentar. Lxª 20 de Novembro 184[?] S [...] H [...]
Botelho."

P-243-12
Nuno Álvares Pereira Pato Moniz (1781-1826)
O Anti-Sebastianista Desmascarado
Drama em 3 actos autógrafo, composto por 27 folhas. Na lombada: O Anti-
Sebastianista Desmascarado. Theatro. MS. Encadernação em pele com as
armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].
Apresenta inúmeras correcções no texto. A obra foi composta para satirizar
José Agostinho de Macedo, tendo precedido a "comedia O Sebastianista
desenganado à sua custa, representada em 1810 ou 1811 nos theatros
publicos" (Inocêncio, Dicionário Bibliográfico, v. 6, p. 304).

P-345-499
Teixtos [sic] de Isaias, e Geremias, e Daniel.
[15] folhas. Não encadernado.
Miscelânea consignando vaticínios sobre o futuro de Portugal, transcrevendo
trechos da Bíblia e de Bandarra até aos eventos de 1830 e a revolução de Paris.
São mencionadas as vicissitudes do reinado de D. João VI (cujo nome surge na
capa) e, nomeadamente, as que se seguiram ao seu falecimento, em 1826.
Bibliografia

ANÓNIMO
Sobre o Sebastianismo: um curioso documento do começo do século XVIII,
Coimbra, 1959
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Portuguese Collection: Accessions list of the Portuguese Collection acquired
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CASTRO, D. João de
A Aurora da Quinta Monarquia (1604-1605), Porto, 2011
[COSTA, Padre Victoriano José da?]
Relação do Sucesso que teve o Patacho chamado N. Sra. da Candelária, da
ilha da Madeira, o qual vindo da Costa da Guiné, no anno de 1693, uma
rigorosa tempestade o fez varar na Ilha incógnita, Lisboa, 1734
GANDRA, Manuel J.
Apocalipse de Esdras: ecos nas Letras e na Arte Portuguesas, Mafra, 1994
O Milénio Português: itinerários, iconografia e notas bio-bibliográficas
Sebástico-Sebastianistas, in O Falso D. Sebastião da Ericeira e o
Sebastianismo, Mafra, 1998, p. 137-298
Joaquim de Fiore, Joaquimismo e Esperança Sebástica, Lisboa, 1999
A Cristofania de Ourique: mito e profecia, Lisboa, 2002
Dicionário do Milénio Lusíada: Impérios do Divino, Sebastianismo e Quinto
Império, v. 1, Lisboa, 2003
Para um elenco das edições impressas das Trovas do Bandarra, in
Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 17 (Mar.
2004)
Para um elenco dos comentários impressos das Trovas do Bandarra, in
Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 18 (Mar.
2004)
O Monumento de Mafra no Quinto Império, Mafra, 2004
Ditirambos quinto-imperiais dedicados a Dom José I, Mafra, 2004
Processo Inquisitorial de Gonçalo Anes Bandarra, sapateiro da Vila de
Trancoso (ano de 1541), Mafra, 2004
Do Desejado ao Encoberto: roteiro de uma exposição virtual, Mafra, 200?
Mestiço de Malaca: disparates sentenciosos, Mafra, 200?
Pretinho do Japão: trovas ou disparates, Mafra, 200?
O Providencialismo da Casa de Bragança e o mistério dos Reis sem Coroa,
Mafra, 2008
António Vieira e o Quinto Império: subsídio para uma bibliografia da obra e
dos estudos concernentes ao tema, in Newsletter do Centro Ernesto Soares de
Iconografia e Simbólica, n. 26 (Set. 2008)
António Vieira e o Quinto Império: plano da História do Futuro [cópia do
Ms. da Biblioteca Nacional, Maquinações de António Vieira jesuíta, t. 2, p.
89], in Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 27
(26 Set. 2008)
António Vieira na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra com um paralelo
da sua Vida e Obra com o providencialismo, o milenarismo e o messianismo
coetâneos, in Boletim Cultural da Câmara Municipal de Mafra, 2007, Mafra,
2008, p. 9-108
Padre António Vieira: paralelo da sua vida e obra com o providencialismo, o
milenarismo e o messianismo coetâneos, in Entre a Selva e a Corte: novos
olhares sobre Vieira, Lisboa, 2009, p. 251-306
Subsídio para uma Bibliografia de Estudos sobre António Vieira e o Quinto
Império, in Entre a Selva e a Corte: novos olhares sobre Vieira, Lisboa, 2009,
p. 307-315
O Sebastianismo no Feminino: esquissos para o dicionário das mulheres
sebastianistas, in Actas do Colóquio Profetismo: de Bandarra a Vieira
(Trancoso, 2008), Trancoso, 2010, p. 72-97
O Apocalipse de Esdras e a Profética Sebástica, Mafra, 2010
Messianismo e alegados Messias (quadros sinópticos), Mafra, 2010
Astrologia em Portugal: dicionário histórico-filosófico, Lisboa, 2010
Hubert Texier, Pesquisas Históricas sobre Sebastião I, Rei de Portugal (Paris,
1904), ou de como o Desejado morreu no exílio, em Limoges, Mafra, 2011
Os Retratos duplos (mancebo e velho) de D. Sebastião: subsídio para o seu
catálogo e variantes, Mafra, 2011
Guia Sebástico do Porto, Mafra, 2011
Os Horóscopos de Dom Sebastião (1554-1578?): o Desejado à luz da
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PORTUGUESE PAMPHLETS
The Portuguese Pamphlets 1610-1921 [microform]: a collection of Pamphlets
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Microfilm 82/5800 (D) (Microform Reading Room: 75 bobinas de
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PORTUGUESE PAMPHLETS
The Portuguese Pamphlets – Microfilm 82/5800 MicRR: introduction and
comprehensive guide to Contents, Library of Congress, 1983 [DCL: DP517.P67
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PORTUGUESE PAMPHLETS
The Portuguese Pamphlets: pamphlets, speeches, almanacs, offprints and
broadsides in various languages, chiefly Portuguese, relating to Portugal or
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VITERBO, Sousa
Notícia de Alguns pintores Portugueses e de outros que, sendo estrangeiros,
exerceram a sua arte em Portugal, 3ª série, Coimbra, 1911, p. 72-74

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