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1º Seminário SEDUMA

- A Vila Planalto em Proposta -

27 e 28 de novembro de 2008
Auditório do Museu Nacional da República
Esplanada dos Ministérios - Brasília

Realização Apoio

Informações
www.seduma.df.gov.br
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
JOSÉ ROBERTO ARRUDA
Governador

PAULO OCTAVIO
Vice-Governador

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE


CASSIO TANIGUCHI
Secretário de Estado

DANILO PEREIRA AUCÉLIO


Secretário-Adjunto

Assessoria Técnica - Gabinete Créditos: 1º SEMINÁRIO SEDUMA


Giselle Moll Mascarenhas - Assessora A Vila Planalto em Proposta

Assessoria de Comunicação - ASCOM Elaboração do Relatório de Verificação da Vila Planalto


Karen Vasconcelos - Gerente Manoel Araújo Pinto - Coordenação
Patrícia Martins Assreuy
Subsecretaria de Controle Urbano - SUCON Denise Telles de Menezes
Eliana Bermudes - Subsecretária Rosi Breustedt
Paula Ferri Paixão
Diretoria de Auditoria Operacional - DIAOP Juliana Sousa Alves Costa
Rubens do Amaral - Diretor (até abril de 2008) Maria do Socorro Alves Dias
Helena Ferreira Noronha - Diretora Helena Ferreira Noronha
Cláudia Victor Rodrigues Gontijo
Dalva de Rezende Meireles Organização do Seminário
Glauco Cezar de Souza Ferreira - Coordenação
Gerência de Monitoramento de Serviços e Fiscalização - GEMOF Tatiana Celliert Ogliari
Manoel Araújo Pinto - Gerente Alciene Garcia Cordeiro
Antônio Alexandre Cavalcante Leite Francisco das Chagas Leitão
Otomá Dantas Barreto Juliana Carvalho Kalume Reis
Anne Elise Rabelo Rodrigues
Cláudio Pontes Junqueira Divulgação na Imprensa e Internet
Karen Vasconcelos - Coordenação
Gerência de Normas e Padrões Técnicos de Fiscalização - GENFI Leonardo Alves Sá
João Paulo Guimarães Pinheiro - Gerente César Moura
Rosi Breustedt Denisson Sousa
Paula Ferri Paixão Josiane Campos
Juliana Sousa Alves Costa Rinaldo Costa
Rogério Ott
Subsecretaria de Planejamento Urbano - SUPLAN Clóvis Rodrigues
Rejane Jung Vianna - Subsecretária Waléria Bezerra

Diretoria de Planejamento Urbano - DIPLU


Tatiana Celliert Ogliari - Diretora
Patrícia Ferreira de Oliveira
Fernando Macedo Padue
Lília Márcia C. M. C. Valente
Donato Batista de Oliveira

Gerência de Articulação de Política Urbana - GEAPU


Glauco Cezar de Souza Ferreira - Gerente
Alciene Garcia Cordeiro
Breno Gomes Rodrigues
Francisco das Chagas Leitão
Juliana Carvalho Kalume Reis
1º Seminário SEDUMA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................3
Objeto............................................................3
Histórico.........................................................3
Preservação do Patrimônio Histórico..............5
Situação Fundiária..........................................6

DIAGNÓSTICO.................................................7
Critérios de Verificação...................................7
Tema - 1 Legislação Urbanística.....................7
Tema - 2 Obras............................................10
Tema - 3 Segundo e Terceiro Pavimento.......11
Tema - 4 Fracionamento de Lotes................12
Tema - 5 Ocupação das Áreas Públicas........13
Tema - 6 Atividades Irregulares....................16
Tema 7 - Tipologia Arquitetônica..................19
Tema 8 - Morfologia Urbana.........................23
Tema 9 - Situação Habitacional.....................26
A Vila Planalto em Proposta

APRESENTAÇÃO

O Governo do Distrito Federal tem desenvolvido iniciativas construções não licenciadas e sem a observação dos
que preparam Brasília para a celebração de seus 50 anos. parâmetros urbanísticos, ambientais e de preservação
Por isso, investe na expansão do metrô, na integração do podem ameaçar a própria identidade e a qualidade de vida
sistema de transporte público, em obras nas principais vias na Vila Planalto. Por outro lado, o Governador Arruda
do DF; enfatiza a educação, mediante a construção de também solicitou à SEDUMA, ainda em 2007, que
novas escolas e vilas olímpicas; e está empenhado na preparasse medidas para beneficiar a localidade e a
regularização dos condomínios e na ampliação da oferta afirmação da Vila como um centro gastronômico.
de moradias para a população.
Restava, então, criar a oportunidade para discutir a Vila
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Planalto de forma aberta, juntando a comunidade e os
Ambiente - SEDUMA, por sua vez, busca atualizar a órgãos de governo que respondem por esta área. Daí
legislação urbana do Distrito Federal por meio do Plano surgiu a idéia do Seminário SEDUMA, que pretende reunir
Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), comple- especialistas, autoridades e representantes da sociedade
mentado pelos Planos de Desenvolvimento Local e pela Lei para debater as políticas urbanas e ambientais.
de Uso e Ocupação do Solo; e elabora projetos para
A programação do Seminário, adotando a Vila Planalto
revitalizar e dinamizar diversas áreas da cidade; além de
como tema dos debates, reflete bem esta intenção. Para as
promover o controle desta ocupação e sua
palestras, a SEDUMA convidou consultores e acadêmicos,
compatibilidade com as políticas ambientais.
que trarão uma contribuição externa importante. As
Com todas essas atribuições, a SEDUMA também procura exposições de autoridades e técnicos de governo
inserir a Vila Planalto no conjunto destas prioridades de destacarão a posição institucional de seus órgãos e a
governo. Em 2007, a Secretaria iniciou um amplo estudo experiência de terem trabalhado com os problemas da
para avaliar a situação urbanística da localidade, que localidade. Dessa forma, o Seminário tratará da
contou com o levantamento de normas, pesquisas, preservação cultural, da regularização fundiária e da
vistorias e mapeamentos feitos rua por rua. Concluído em promoção turística, para orientar decisões mais
2008, o relatório resultante está sendo apresentado ao qualificadas sobre a Vila Planalto.
GDF e à sociedade neste evento.
O Seminário ainda visa alcançar uma integração entre a
O relatório aborda os principais assuntos que preocupam SEDUMA, TERRACAP, Administração Regional de Brasília,
os moradores da Vila Planalto e as autoridades locais, Secretaria de Cultura, AGEFIS, IPHAN e outros órgãos, pois
constituindo um documento que prima pela competência o equacionamento dos problemas da Vila Planalto
técnica e prova o empenho da Secretaria em garantir a dependerá da capacidade de atuação conjunta, ouvindo
preservação do patrimônio cultural e histórico de Brasília. também os representantes dos moradores e comerciantes,
Entre os temas analisados, há o resgate da história da Vila, durante e após o evento. Mais do que apresentações, o
das articulações entre a comunidade e o GDF para Seminário prevê o funcionamento de Grupos de Trabalho
administrar a localidade, e também falhas que formam um para fazer esta interação e extrair encaminhamentos
quadro grave de irregularidades urbanísticas e práticos aos problemas. Que este evento seja a referência
institucionais. para articular e aperfeiçoar ainda mais o desenvolvimento
urbano do Distrito Federal.
A ocupação de áreas públicas, o fracionamento de lotes, as

CASSIO TANIGUCHI
Secretário de Estado
3 1º Seminário SEDUMA

1º Seminário SEDUMA
- A Vila Planalto em Proposta -

INTRODUÇÃO

O Relatório de Verificação n° 02/2007, realizado pela histórico. O conhecimento desses aspectos é necessário
SEDUMA durante o período de julho de 2007 a fevereiro de para a avaliação adequada da localidade em geral,
2008, teve como objetivo analisar a situação da Vila notadamente para a confrontação entre a condição
Planalto para avaliar os parâmetros urbanísticos original, objeto do tombamento e da legislação vigente,
praticados, a legislação vigente e a preservação do com o quadro atual do assentamento.
patrimônio tombado. Este estudo procurou estabelecer
um diagnóstico amplo da localidade para subsidiar novas
abordagens e propor ações efetivas de controle urbano,
necessárias à compatibilização entre o planejamento e a
ocupação existente.
O Relatório inicia com a caracterização do objeto, que
contém tópicos com informações sobre a história da Vila
Planalto, a preservação do patrimônio histórico e a
situação fundiária, colhidas nos órgãos envolvidos no
processo de planejamento, normatização e controle do
uso e ocupação do solo. Em seguida, apresenta o
diagnóstico, que aborda os critérios da verificação e a
análise, cujos dados foram obtidos tanto por meio de
vistorias, feitas no local por servidores da SEDUMA, quanto
por estudo de diversos documentos técnicos e acadêmicos
sobre a Vila, reunidos para este fim.
Mapa 1 - Localização da Vila Planalto

Objeto Histórico

O objeto desta Verificação é a área urbana da Vila Planalto, A Vila Planalto tem sua origem em meados dos anos 50
definida pelo Projeto de Urbanismo MDE URB 90/90 e com o início da construção da capital, surgindo a partir da
aprovada pelo Decreto nº 16.226/94 de 28/12/1994. A Vila instalação de empreiteiras em acampamentos nas
Planalto é uma área predominantemente residencial, de imediações das obras que se realizavam para o Palácio da
relevante interesse histórico, situada entre a Praça dos Três Alvorada, do Eixo Monumental e da Praça dos Três Poderes.
Poderes e o Palácio da Alvorada.
As construtoras Rabelo e Pacheco Fernandes foram as
O Projeto de Urbanismo registra a Poligonal de primeiras a se instalarem, ainda em 1956, para edificar,
Tombamento, representada pela área de preservação que respectivamente, o Palácio da Alvorada e o Brasília Palace
compreende a Vila Planalto em si, e a Poligonal de Tutela, Hotel. Com o final dessas obras, entre 1957 e 1958, seus
área “non aedificandi” que contém, além da Poligonal de acampamentos foram transferidos para o local conhecido
Tombamento, uma área verde de amortecimento. O Mapa hoje como Vila Planalto, voltando-se para a construção do
2 mostra as duas poligonais e seus limites. Apesar da Eixo Monumental e da Praça dos Três Poderes, quando,
Poligonal de Tutela conter a Vila Planalto, esta será também, outras vinte construtoras se instalaram em áreas
considerada no relatório apenas como a área externa ao próximas às obras. Nessa época, o conjunto Vila Planalto se
núcleo urbano (área cinza). estendia pelo local agora ocupado pelos Anexos dos
A Vila Planalto apresenta, assim, uma situação complexa, Ministérios, Senado Federal, Palácio do Planalto, Setores
envolvendo aspectos relacionados à situação fundiária e, de Embaixadas e Clubes Norte até perto do Palácio da
principalmente, quanto à preservação do patrimônio Alvorada.
A Vila Planalto em Proposta 4

Mapa 2 - Poligonal de Tutela e Poligonal de Tombamento da Vila Planalto

Além dos acampamentos da Rabelo e da Pacheco social existente à época da construção, separando os
Fernandes, contribuíram para a formação da Vila Planalto diversos escalões de funcionários espacialmente. Também
os acampamentos dos Mineiros, do Tamboril e das é o acampamento que mais teve instalações de
seguintes companhias: Adil, Atlas, Consispa, CVB, DFL, equipamentos e serviços públicos, chegando a contar com
DTUI, EBE, Ecisa, Emulpress, ESOL, Nacional, Pederneiras, cinema, farmácia, posto médico e odontológico, igreja,
Planalto, Telebrás, WSK, entre outras. campo de futebol e clubes (separados entre clube dos
operários e dos engenheiros).
Após o término das obras de construção da cidade, as
empresas desativaram seus escritórios, sendo demolida a
maioria dos acampamentos e parte da população foi
2) Pacheco Fernandes
transferida para as cidades satélites que já haviam sido
criadas. Assentamento resultante do acampamento da
Construtora Pacheco Fernandes, iniciado durante a
A Vila Planalto é atualmente composta por quatro
construção do Brasília Palace Hotel. As casas dos antigos
acampamentos remanescentes: Rabelo, Pacheco
diretores foram transformadas em residências funcionais
Fernandes, DFL e Tamboril. Considerada como núcleo
dos dirigentes da TERRACAP e de altos funcionários do GDF
urbano mais íntegro e característico da época da
após a inauguração de Brasília. Este acampamento
construção de Brasília e de reconhecido valor histórico no
também era estratificado espacialmente, separando o alto
processo de ocupação do território do Distrito Federal, a
escalão da construtora dos operários em geral.
Vila Planalto foi tombada em 1988.
Em relação aos acampamentos remanescentes, há
diferenças entre os aspectos de formação e ocupação de 3) Tamboril
cada um deles, como é explicitado sucintamente a seguir: Acampamento construído para os funcionários da firma
americana responsável pelas esquadrias metálicas dos
edifícios da Esplanada dos Ministérios. A construtora
1) Rabelo
responsável por este acampamento foi a primeira a deixar
Acampamento que representa muito bem a estratificação a cidade, desocupando casas de excelente qualidade em
5 1º Seminário SEDUMA

Mapa 3 - Acampamentos Remanescentes.

uma época em que residências amplas eram escassas em Históricos, a Vila Planalto também está inserida na
Brasília. Esse acampamento possui alguns dos maiores poligonal de tombamento do Plano Piloto, que se tornou
terrenos da Vila e várias das casas neste local foram Patrimônio Cultural da Humanidade.
transformadas em residências funcionais logo após a
O tombamento da Vila Planalto apoiou-se em aspectos
inauguração de Brasília.
relacionados com a formação e importância histórica,
morfologia espacial e tipologia arquitetônica, uma vez que
“representa um dos principais testemunhos da época da
4) DFL
construção de Brasília” (Decreto nº 11.079/1988).
Possui a maior densidade demográfica da Vila, pois
Em dezembro de 1985, foi criado um grupo de trabalho
absorveu parte de outros acampamentos que foram
com o intuito de promover a preservação do patrimônio
erradicados, como o da Nacional e da Emulpress, segundo
histórico, cultural e natural da cidade, conhecido como GT
levantamento do Grupo de Trabalho dedicado à
- Brasília. Este grupo, constituído por meio de um
preservação do patrimônio histórico e cultural de Brasília -
protocolo de cooperação mútua entre o Governo do
GT Brasília (1987). Por isso, tornou-se a área que mais
Distrito Federal, o Ministério da Cultura e a Universidade de
sofreu modificações espaciais em razão dos enxertos
Brasília, preparou um trabalho que visava “estudar, propor
sofridos e da acomodação precipitada de pessoas
e adotar medidas para preservação da Vila Planalto”. Este
residentes em acampamentos extintos.
trabalho trouxe diretrizes para a preservação da Vila, que
Atualmente, os acampamentos na Vila Planalto se dividem foram contempladas pelo decreto de tombamento, que
como demonstrado no Mapa 3. podem ser resumidas da seguinte forma:

Preservação do Patrimônio Histórico a) Quanto a sua formação e relevância histórica:


- Manutenção da identidade de cada uma das partes
O Decreto n° 11.079, de tombamento da Vila Planalto, foi constituintes da Vila (acampamentos);
assinado no dia 21 de abril de 1988 e publicado no DODF - Manutenção da diferenciação morfológica entre o espaço
em 25 de abril de 1988. Reconhecida como Patrimônio da Vila Planalto e do Plano Piloto;
Histórico do Distrito Federal, sendo inscrita no Livro do
- Melhor articulação entre as partes da Vila, transformando
Tombo sob a categoria Conjuntos Urbanos e Sítios
A Vila Planalto em Proposta 6

Tabela 1 - Tipologias Arquitetônicas


Tipologia Pavimentos Área Construída Volumetria Ocorrência Observações
Centrais ao terreno, áreas
Acima de Tamboril ajardinadas, destaque na
1ª Um Justaposição
250m² Fazendinha paisagem.

Em torno Rabelo DFL, Próximas à rua, grupo


2ª Um Compacta
de 120m² Pacheco Fernandes mais comum na Vila

Parcelamento por
3ª Um - Longilínea Esparsa projeção, alojamentos
de solteiros

Aplicadas em áreas de
Áreas de adensamento adensamento posterior,
4ª Um - Compacta
recente aberturas reduzidas, uso misto

Mais recente, cobertura


Áreas de adensamento inclinada, sem referências
5ª Um - Geminadas
recente à arquitetura moderna

áreas intersticiais em áreas de transição entre acam- d) Quanto à morfologia espacial:


pamentos.
- Preservação das características de não uniformidade da
malha atual, com reavaliação apenas de aspectos
problemáticos;
b) Quanto à silhueta:
- Reforço da hierarquia viária;
- Manutenção das alturas dos planos verticais, com o atual
número de pavimentos e características da textura de suas - Preservação da diversidade no parcelamento dos lotes de
unidades componentes; um acampamento para o outro;
- Reforço dos grupos tipológicos genuínos do período - Preservação da predominância da massa vegetal sobre o
inicial da Vila planalto; espaço construído;
- Preservação da situação de realce apenas naquelas - Preservação integral das áreas verdes, tanto da vegetação
edificações de grande valor simbólico para a Vila. natural quanto da exótica.

c) Quanto à tipologia: Situação Fundiária


Foi identificada uma predominância de edificações
habitacionais na Vila, porém, sem exclusividade de usos ou
A Vila Planalto está situada na Região Administrativa de
rígida setorização de atividades. A Vila Planalto apre-
Brasília - RA I, entre os Palácios da Alvorada e Jaburu,
sentava algumas tipologias habitacionais bem definidas,
circunscrita por anel viário compreendido pelas vias
agrupadas na Tabela 1.
Estrada Presidencial - EPP, Via L4 Norte, Estrada Hotéis e
Frente às diferenças existentes entre as tipologias, foram Turismo - EHT, Setor de Garagens dos Ministérios e Setor de
feitas as seguintes observações: Clubes Esportivos.
- Preservação dos elementos e relações de composição das Para a fixação da Vila Planalto foi destinada uma área com
fachadas, próprios aos vários grupos tipológicos; 197,463 ha, denominada Poligonal de Tutela, dentro da
antiga fazenda Bananal, desmembrada do Município de
- Preservação dos telhados com pouca inclinação com
Planaltina. O conjunto urbanístico, que compreende a Vila
variedade de direcionamento do caimento das águas;
Planalto, possui uma área de 73,665 ha e é delimitada pela
- Preservação das relações volumétricas predomi- Poligonal de Tombamento, que circunscreve o perímetro
nantemente horizontais, particularizando as carac- da Vila.
terísticas dos vários grupos tipológicos, conforme os
Inicialmente, a área da Vila Planalto pertencia à
acampamentos onde se inserem.
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
7 1º Seminário SEDUMA

NOVACAP, sendo posteriormente incorporada ao os aspectos vigentes e aplicáveis, que devem ser
patrimônio da Companhia Imobiliária de Brasília - observados na gestão do controle urbano.
TERRACAP. Com o título do tombamento, a localidade
Embora date do ano de 1990, a legislação urbanística
passou para a proteção do Governo do Distrito Federal.
vigente na Vila Planalto foi aprovada apenas em 28 de
O projeto de regularização do parcelamento da Vila dezembro de 1994 pelo Decreto nº 16.226 e, em 11 de
Planalto está registrado em nome da TERRACAP com base março de 1998, pelo Decreto nº 19.082, sendo composta
no Projeto de Urbanismo URB 90/90, de 12 de Novembro pelas Normas de Edificação, Uso e Gabarito - NGB 90/90,
de 1998, no Livro 2, sob a matrícula nº 46.023, do Cartório 163/90, 164/90, 165/90 e 58/91, pelo Memorial Descritivo
do 2º Ofício de Registro de Imóveis de Brasília - DF. O - MDE 90/90 e pelo Projeto Urbanístico de Parcelamento -
parcelamento registrado é constituído de 954 lotes URB 90/90.
destinados a uso misto, 29 para comércio/residência, 23
O estudo destas normas demonstra que alguns
lotes comerciais e 14 institucionais, perfazendo um total
dispositivos relativos aos parâmetros de gabarito previstos
de 1020 lotes.
tomam como referência a situação existente à época da
A área da Vila Planalto é pública e pertence ao Governo do elaboração das mesmas. A situação original tombada
Distrito Federal, uma vez que não houve transferência de deveria ter sido registrada em documento técnico
propriedade, conforme será abordado. apropriado, a ser utilizado como marco de referência.
Como o documento não foi elaborado, tal situação não
ficou definida em relação à tipologia das construções,
DIAGNÓSTICO materiais empregados e afastamentos. Apresenta-se, a
seguir, exemplos de dispositivos relativos à situação
original:
Critérios de verificação
- NGB 90/90 (itens 4.a, 4.a.1, 4.b, item 18.b) e a NGB
164/90 (item 4.a; 4.b): definem que sejam mantidos os
A análise da atual situação urbana da Vila Planalto foi “afastamentos originais e quando não houver edifi-
baseada tanto no estudo dos documentos reunidos e da cação, será obedecido os afastamentos das unidades
legislação vigente quanto nas vistorias realizadas por vizinhas”. Nestas normas não são citados quais os valores
técnicos da SEDUMA entre julho e outubro de 2007, sendo dos referidos afastamentos, nem é feita menção ao
considerados os temas e critérios de verificação da Tabela documento e/ou legislação no qual o valor é discriminado.
2. Também não se pode tomar como referência a unidade
vizinha sem ter a certeza de que seu afastamento original
A escolha dos temas objetivou uma melhor caracterização foi mantido.
da Vila Planalto, adotando-se uma etapa completa de
verificação, com identificação e análise preliminar dos - Outra inconsistência encontrada na NGB 90/90 (item
problemas e proposição de ações específicas, que se 18.b) diz que “as edificações remanescentes deverão
justifica em função da gravidade e da complexidade do obedecer a: forma de telhado da construção original ou
quadro encontrado na Vila Planalto e, principalmente, das construções existentes na rua”. Novamente, não se
devido à urgência requerida para as intervenções na tem nenhuma citação quanto ao modo correto a ser
localidade. adotado ou como tal informação pode ser encontrada.

Esta verificação se presta, ainda, a estabelecer um processo - A NGB 164/90 (item 8.a), cita que “fica mantida a cota de
evolutivo de avaliação, de forma a se observar e separar os coroamento da construção original”. Outra vez, não é
aspectos relevantes, otimizando os recursos humanos e citado nenhum valor numérico com referência ao
materiais e reduzindo os prazos de execução de cada ciclo. coroamento original.
Com essa abordagem, evitam-se trabalhos e análises - NGB 164/90 (item 18.b.2): “obedecer a largura e altura
desnecessárias e permite a adoção de medidas preventivas da fachada da construção original ou das construções
para a contenção de desconformidades em curso. existentes da rua”. Também não encontramos referência
quanto aos valores a serem adotados.

Tema 1 - Legislação Urbanística - A NGB 90/90 (item 18.b) esclarece que “as intervenções
físicas nas edificações deverão resgatar elementos e
materiais de portas, janelas, beirais, elementos vazados e
Neste item, a legislação urbanística referente à Vila quaisquer outros elementos/componentes originais das
Planalto é avaliada, visando à identificação de dispositivos fachadas laterais e frontal”. Sem o registro das
para aprovação de projetos e o acompanhamento da características originais, não se tem base para realizar o
implantação de edificações. A análise também considera resgate previsto.
A Vila Planalto em Proposta 8

Tabela 2 - Temas Abordados


Nº Temário Temas Específicos Forma de Verificação

Consulta à legislação constante no relatório da


01 Legislação Legislação Urbanística fiscalização. Pesquisa da equipe da SEDUMA, inclu-
sive por meio da internet.

Observação in loco de fatores que demonstrem a


existência de obras em curso, como trabalhadores
02 Obras
em atividade no local e presença de material
de construção.

Constatação in loco pela equipe da SEDUMA.


03 Números de Pavimentos Comparação entre a verificação da SEDUMA e o
relatório da Diretoria de Fiscalização -RA I.

Parâmetros Urbanísticos Informações prestadas no Relatório da DIFIS-RA I.


04 Fracionamentos de Lotes
e Construtivos Verificação in loco feita pela equipe da SEDUMA.

Comparação de imagens da década de 80 com


imagens aéreas atuais e de satélite. Verificação
05 Ocupação das Áreas Públicas in loco feita pela equipe da SEDUMA entre julho
e agosto de 2007. Análise do Projeto URB 90/90,
aprovado para o local.

06 Atividades Irregulares Vistorias feitas no local pela equipe da SEDUMA.

Análise do Memorial Descritivo MDE 90/90.


07 Tipologia Arquitetônica Observação in loco das edificações tombadas
e consideradas de interesse histórico.
Patrimônio Histórico Análise do Projeto Urbanístico URB 90/90.
Análise dos documentos elaborados pelo GT Brasília.
08 Morfologia Urbana Levantamento in loco executado pela SEDUMA.
Comparação de imagens dos anos 80 e atuais.
Consulta a documentos, processos e
09 Habitação Situação Habitacional
órgãos relacionados.

- No item 18.h, encontramos que “qualquer projeto de para a análise dos projetos arquitetônicos, tornaram-se
intervenção física no conjunto Vila Planalto deverá conter obsoletas frente à real situação das edificações” e que “há
em planta, a especificação e locação exata de todas as uma inviabilidade para adequação do que já existe às
árvores de porte cuja altura seja maior que 2m existente referidas normas”. No mesmo documento, alega-se ainda
dentro dos limites das unidades imobiliárias, bem como, que “a falta de documentação dominial dos imóveis
quando for o caso, a locação da construção existente”. Não impossibilita a emissão do Alvará de Construção.”
há mapeamento algum das árvores que existiam na Vila No Ofício nº 084/2007 - Gerência de Fiscalização - RAF 1, de
Planalto à época do tombamento e que possa ser 13 de setembro de 2007, não são apresentadas restrições
consultado, no sentido de definir a cobertura vegetal que decorrentes das normas de uso e ocupação. As restrições
deve ser mantida nos lotes. alegadas são relativas à atuação de outros órgãos, falta de
Ampliando a abordagem, foram solicitadas informações à estrutura administrativa e de instrumentos específicos de
Administração Regional de Brasília e à Região Admi- controle, como um cadastro atualizado dos moradores
nistrativa Fiscal - RAF 1, da Subsecretaria de Fiscalização, ocupantes dos lotes da Vila Planalto.
quanto às restrições impostas pela legislação vigente às Entretanto, em contrapartida ao que foi avaliado, existem
atividades de licenciamento e de fiscalização de obras. os dispositivos de entendimento claro na legislação
No Ofício nº 969/2007 - DIURPRO / RA I, de 14 de agosto de urbanística que ainda são aplicáveis e efetivos e que
2007, a Administração Regional de Brasília apresenta o deveriam servir de base para a manutenção da situação
entendimento de “... que as normas técnicas existentes original da Vila Planalto.
9 1º Seminário SEDUMA

Um deles, o item 7a da NGB 165/90, diz respeito à altura Dispõe sobre alteração do artigo 7º do Decreto nº
das edificações, prevendo que “Em toda área do conjunto 11.080/88.
da Vila Planalto o gabarito é de um pavimento - Térreo”.
Não cabe dúvida com relação ao dispositivo. Toda e
qualquer execução de obra de acréscimo de pavimentos 3.3. Decreto nº 14.586, de 21 de janeiro de 1993
poderia ter sido evitada com base no mesmo. Se tal Prorroga prazo do Decreto nº 11.080/88.
ocorresse, estaríamos tratando de uma situação muito
menos complexa e danosa ao patrimônio histórico, com
melhores possibilidades de preservação e manutenção. 4. Decreto nº 12.246, de 05 de março de 1990
Além das normas técnicas estritas de urbanismo Dispõe sobre material de construção a ser empregado no
abordadas anteriormente, apresenta-se a seguir as normas Conjunto da Vila Planalto - “uso de madeira nas
correlatas aplicadas à Vila Planalto: restaurações, acréscimos ou novas edificações na Vila
Planalto, e admitido o uso de alvenaria nas partes
molhadas das unidades habitacionais, desde que não se
1. Decreto nº 11.079, de 21 de abril de 1988
localizem nas fachadas frontais e laterais aparentes, bem
Dispõe sobre o tombamento do conjunto da Vila Planalto e como na construção de baldrame em todo o perímetro da
dá outras providências - considera o conjunto Vila Planalto unidade habitacional limitada a altura de 0,30 m. As
sob a proteção do Governo do Distrito Federal, define o edificações institucionais poderão ser em alvenaria desde
perímetro da Vila, a área de tutela e critérios de que aprovadas pela SEDUH, observando-se as
preservação. peculiaridades e a linha arquitetônica do Conjunto”.

1.1. Decreto nº 11.104, de 12 de maio de 1988 5. Decreto nº 13.751, de 29 de janeiro de 1992


Dá nova redação ao Inciso VII do artigo 2º, do Decreto nº Dispõe sobre a necessidade de uniformizar os critérios de
11.079, de 21 de abril de 1988 - “preservação da estrutura habilitação de candidatos à moradia no Distrito Federal
urbana original, admitindo-se apenas a restauração das
unidades em ruína”, foi alterado para: “preservação de sua
estrutura urbana. Sendo necessária a edificação de 6. Lei nº 271, de 28 de maio de 1992
unidades imobiliárias, elas serão implantadas em áreas Autoriza o Poder Executivo a fixar moradores pioneiros da
internas à Vila, integrando conjuntos já consolidados e Vila Planalto.
entre Acampamentos contidos no perímetro de
tombamento, respeitando-se o arruamento e de
configuração, os índices urbanísticos, a forma de ocupação 7. Decreto nº 16.226, de 28 de dezembro de 1994
e o uso das unidades imobiliárias”.
Aprova o projeto referente ao conjunto tombado da Vila
Planalto, na RA I, consubstanciado no MDE 90/90, nas
2. Decreto nº 12.247, de 05 de março de 1988 plantas URB 90/90 e nas NGBs 90/90, 163/90, 164/90 e
165/90.
Aprova o regulamento para a regularização das Unidades
Imobiliárias do conjunto da Vila Planalto e dá outras
providências. 8. Lei nº 1.060, de 30 de abril de 1996
Dispõe sobre concessão de títulos de transferência de
3. Decreto nº 11.080, de 21 de abril de 1988 posse e do domínio na Vila Planalto pelo Governo do
Distrito Federal
Dispõe sobre os critérios de fixação da Vila Planalto e dá
outras providências. ADIN contra a Lei Distrital nº 1.060/96 - julgado
procedente o pedido em 14/02/2006.
Acórdão nº 242.989, republicado em 08/08/2006
3.1. Decreto nº 11.114, de 25 de maio de 1988
Trânsito em julgado: 26/07/2006
Dispõe sobre alteração do § 3º do artigo 3º do Decreto nº
11.080, de 25 de maio de 1988.
9. Lei n.º 1.231, de 21 de outubro de 1996

3.2 Decreto nº 11.155, de 29 de junho de 1988 Altera normas de edificação dos lotes que menciona,
A Vila Planalto em Proposta 10

situados na Vila Planalto, Região Administrativa de Brasília. obra em andamento, tais como alvenaria, chapisco,
ADIN contra a Lei Distrital nº 1.231/96 - julgado reboco, concretagem ou acabamento com aspecto de
procedente o pedido em 13/12/2005 execução recente, constituindo acréscimo na edificação.
Acórdão nº 240.726, republicado em 13/06/2006 O levantamento, realizado em julho de 2007 pela
SEDUMA, apontou um número total de 42 unidades
Trânsito em julgado: 26/05/2006.
imobiliárias em obras.
Já o Relatório elaborado pela Secretaria de Fiscalização
10. Decreto nº 19.082, de 11 de março de 1998 indicou a existência de 45 obras em execução no mês de
Aprova Projeto Urbanístico na Região Administrativa de dezembro de 2006. Cruzando essas informações, obtém-
Brasília - RA I. se que 9 obras são comuns a ambos os levantamentos.
Deduzindo-se estas obras do levantamento atual,
constata-se que existem hoje 33 obras novas, iniciadas
11. Lei nº 1.933, de 05 de maio de 1998 após dezembro de 2006, época da verificação anterior.
Cria o Setor de Microempresas da Vila Planalto, na Região O Mapa 4 mostra as obras em execução nos dois
Administrativa de Brasília - RA I. momentos e registra ainda aquelas que foram
identificadas no período anterior e permaneciam em
andamento até o mês de julho, quando ocorreram as
Tema 2 - Obras vistorias feitas pela SEDUMA.
Analisando os dados apresentados, verifica-se a existência
O critério de identificação das obras se baseou na de um total de 78 obras na Vila Planalto, num período
constatação de dois indícios principais: inferior a um ano.

- A existência de trabalhadores em atividade no local; Segundo informações apresentadas no Ofício nº 969/2007


DIURPRO/ Administração Regional de Brasília, de 14 de
- A presença de material de construção e de vestígios de

Legenda
Obras em 2007 (42)
Mapa 4 - Obras Recentes. Obras em 2006 (45)
Em obras desde 2006 (7)
11 1º Seminário SEDUMA

agosto de 2007, não existe qualquer obra licenciada na em torno de 2,5 metros ou mais.
Vila Planalto. Assim, todas as obras executadas e em
No levantamento de 2006, feito pela Fiscalização, existiam
execução são irregulares.
176 unidades imobiliárias com dois ou mais pavimentos
A Administração Regional de Brasília apresenta, como na Vila Planalto. Já no levantamento realizado pela
justificativa para a não aprovação de projetos de SEDUMA, foram identificadas 188 construções com dois
arquitetura na Vila Planalto, a falta de documentação que pavimentos e 22 com três pavimentos, totalizando 210
comprove a propriedade por parte dos ocupantes. construções com mais pavimentos do que o permitido por
Conforme abordado anteriormente, a área pertence à lei. Dessas 22, duas foram erguidas em áreas irregulares e,
TERRACAP, que registrou os lotes com base no portanto, não constam no Mapa 5 ou no levantamento da
parcelamento URB 90/90 em seu nome. Os lotes foram DIFIS - RA I. Assim, constatou-se que a Vila Planalto tem
transferidos aos ocupantes por meio de um Termo de atualmente 20 edificações com 3 pavimentos, totalizando
Ocupação Provisória. Como o documento não é 208 edificações com mais pavimentos que o permitido
reconhecido pela Administração Regional como atestado pela legislação vigente.
de propriedade, esta não aprova projetos e nem licencia as
Cruzando-se as informações dos dois levantamentos, tem-
obras. Essa situação constitui um empecilho para a
se que, dessas 20, 13 já existiam à época do levantamento
regularização da ocupação e para que os critérios de
anterior e 7 foram iniciadas no período entre os dois
preservação sejam atendidos na Vila Planalto.
levantamentos, que foi de 9 meses.
À revelia destas restrições legais e normativas, estabeleceu-
O Mapa 5 mostra as ocorrências de segundo e terceiro
se um quadro grave que acaba por permitir a consolidação
pavimento na Vila.
da Vila Planalto sem a preservação do patrimônio histórico.
Uma vez que toda e qualquer obra executada no local é As restrições de atuação da fiscalização na Vila Planalto são
irregular, já que o licenciamento não é dado, nenhuma amplas e recorrentes. Uma delas surge da deficiência da
obra deveria ter sido permitida pela Fiscalização. estrutura administrativa que, durante anos, não dispôs de
quadro próprio de fiscalização para atuar no local. O órgão
Os números apresentados mostram uma realidade oposta.
gestor, primeiramente o Grupo Executivo para
As 78 obras verificadas demonstram que a atuação da
Assentamento e Preservação da Vila Planalto - GEAP, criado
fiscalização não está sendo efetiva. Essa constatação é
pelo Decreto nº 1.080, de 21 de abril de 1988 e,
reforçada pelas informações apresentadas no Oficio nº
posteriormente, a Sub-Administração da Vila Planalto,
084/2007 - RAF I, de 13/09/2007. Anexos ao documento
solicitavam à Administração Regional de Brasília, que
estão memorandos nos quais a Sub-Administração da Vila
contava com fiscais, a execução das ações de fiscalização,
Planalto solicita ao Administrador Regional de Brasília a
que ocorriam apenas quando demandadas e em função
presença de fiscais para coibir construções irregulares nos
das restrições e conveniências dessa unidade
anos de 2001 e 2002. O documento informa também que,
administrativa. Esta situação prevaleceu até a criação da
no ano de 2003, medidas foram tomadas para coibir as
Secretaria Extraordinária de Fiscalização de Atividades
irregularidades, no entanto, estas “continuavam a
Urbanas, antiga SEFAU, hoje AGEFIS - Agência de
acontecer”. Nenhuma outra providência ou ação foi
Fiscalização do Distrito Federal, que passou a ser o órgão
relatada, no documento, para os anos seguintes de 2004,
responsável pelo controle urbano, assumindo o
2005, 2006 e 2007. São ainda apresentados relatórios,
acompanhamento e a repressão às obras irregulares.
datados de 2005 e 2006, nos quais os responsáveis pela
fiscalização da Vila Planalto imformam, aos superiores O Ofício nº 084/2007 - SUFIS/RAF I, de 13 de setembro de
hierárquicos, a gravidade da situação, “as dificuldades 2007, encaminhou informações acerca das ações de
encontradas pelos Fiscais/Inspetores para impedir o controle das construções irregulares, realizadas pelo órgão
crescimento das irregularidades nos imóveis” e solicitam na Vila Planalto. Apresenta ainda alegação de restrições de
instruções e providências urgentes para interrompê-las. atuação e deficiência de estrutura administrativa para
controlar as irregularidades no local, transfere parte das
Tema 3 - Segundo e Terceiro Pavimento responsabilidades para o Grupo Executivo para
Assentamento e Preservação da Vila Planalto e para a
TERRACAP, e sugere o envolvimento de diversos órgãos do
De início, vale ressaltar que, segundo as Normas de Uso e
GDF no controle urbano e a realização de campanha
Gabarito vigentes para a Vila Planalto, o número de
publicitária.
pavimentos por edificação é limitado a 1 (um).
A identificação da existência de segundo e terceiro
pavimentos se deu de forma direta pela simples
constatação no local, considerando como pavimento
acrescido qualquer construção de caráter definitivo com
altura equivalente a um pé direito tradicional, ou seja, algo
A Vila Planalto em Proposta 12

Legenda
Edificações com dois pavimentos (193)
Mapa 5 - Edificações com pavimentos irregulares.
Edificações com três pavimentos (20)

Tema 4 - Fracionamentos de Lote

Para a identificação das ocorrências de fracionamento de de sua ocorrência, em função do número significativo de
lotes foram consideradas as informações apresentadas no unidades imobiliárias apresentando mais de 1 (um) relógio
Relatório da DIFIS/RA I, consolidadas no Mapa 6, tendo em de energia elétrica e outros com mais de 1 (um)
vista que a constatação no local é dificultada pela hidrômetro, caracterizando com isso mais de uma unidade
existência generalizada de muros, que impedem a consumidora por lote.
visualização das divisões e construções internas. Apesar
Esta constatação é reforçada quando se confronta o
das restrições, algumas ocorrências abordadas pelo
número de lotes aprovados pela URB 90/90, que são 1.020,
referido Relatório foram verificadas in loco pela equipe da
com os dados apresentados na Carta nº 075/2007 -
SEDUMA.
NOCCC, de 23 de julho de 2007, pela Companhia Ener-
Uma das irregularidades apontadas pelo Relatório da gética de Brasília - CEB, indicando a existência de 1.398
Fiscalização diz respeito ao fracionamento de lotes. Nele unidades consumidoras, além do Censo 2000 - IBGE, já
são relatados os seguintes tipos de fracionamento: defasado em sete anos, que apresenta 1.634 domicílios na
Vila Planalto e estimativa populacional de 5.965
- lotes divididos em mais de 1 (uma) unidade, com cerca ou
habitantes.
muro interno e cuja numeração foi alterada (ex: casa 4a;
casa 2b); A Secretaria de Estado da Fazenda, por meio do Ofício nº
1.240/2007, de 18 de outubro de 2007, informou que
- lotes residenciais transformados em comerciais e
existem 1020 domicílios residenciais inscritos no Imposto
divididos em lojas;
Predial e Territorial Urbano IPTU, dentre os quais estão 52
- edifícios residenciais com diversas unidades, em 1 (um) utilizados como comerciais.
ou 2 (dois) pavimentos;
Vale ressaltar que nem a DIFIS / RA I nem a equipe da
- condomínios urbanísticos irregulares (sem divisão por SEDUMA puderam, durante as vistorias executadas,
muro interno). verificar todos os lotes, pois muitos cercamentos não
possuem qualquer permeabilidade visual. Algumas
Mesmo quando não foi possível a constatação direta do
verificações só foram possíveis quando ocasionalmente os
fracionamento, foram encontrados indícios inequívocos
portões estavam abertos no momento da vistoria.
13 1º Seminário SEDUMA

Legenda
Mapa 6 - Fracionamento de lotes. Lotes fracionados
levantamento de 200 (81)

Tema 5 - Ocupação das Áreas Públicas

A equipe da SEDUMA constatou in loco a ocorrência de Para a verificação das áreas públicas, ocupadas
alguns casos citados no Relatório da DIFIS / RA I como, por irregularmente, foram feitas comparações entre imagens
exemplo, lotes com mais de uma unidade habitacional aéreas e de satélite da Vila Planalto com o Projeto
(havendo em alguns casos alterações de endereçamento Urbanístico aprovado para o local - URB 90/90. A SEDUMA
do tipo “casa 4A” ou “lote 5C”), edifícios residenciais com realizou ainda verificações in loco e levantamento
diversas unidades habitacionais (evidenciando possíveis fotográfico dos casos mais graves.
sublocações) e ainda lotes transformados em comércios e
Nas vistorias realizadas pela SEDUMA, observou-se que há
divididos em lojas.
invasões de diversos tipos na Vila Planalto, não só das áreas
Os dados relativos a esse tema são apresentados no Mapa residuais como também de áreas de uso coletivo e até de
6, em que se demonstram as 81 ocorrências de áreas de preservação rigorosa. Estas ocupações irregulares
fracionamento de lotes encontradas pela DIFIS / RA I. não puderam ser levantadas detalhadamente em função
da quantidade de ocorrências e da complexidade das
Além do fracionamento físico do lote, em dois ou mais
ocupações, que variam de lotes com dimensões regulares e
lotes, foram constatados o fracionamento de unidades
construções de alvenaria até aglomerados de construções
habitacionais, a criação de condomínios urbanísticos com
precárias com distribuição espacial aleatória.
várias unidades habitacionais em um mesmo lote e as
construções com características de pousada/hotel ou de As invasões de áreas comuns encontradas foram divididas
residências geminadas, abrigando pessoas ou famílias em quatro tipos de ocorrências, como segue:
inteiras.
A Vila Planalto em Proposta 14

1) Ocupação dos becos:


Uma das características do parcelamento da Vila Planalto é
a existência de becos, geralmente configurando passagens
de pedestres. Segundo o levantamento do GT Brasília, os
becos constituem “malha articulada, própria ao rápido
deslocamento interno na Vila”. Por meio de levantamentos
feitos in loco, a SEDUMA concluiu que esses becos
encontram-se hoje ocupados ou por novas unidades
imobiliárias (Imagem 1) ou por cercamento irregular de
unidade imobiliária existente (Imagem 2). O Mapa 7
mostra os becos da Pacheco Fernandes, todos ocupados
irregularmente.

2) Cercamento de áreas residuais


Mapa 8 - Ocupação irregular de áreas residuais.
Por causa do modo como a Vila Planalto foi formada, com
a justaposição dos acampamentos, existe a ocorrência de
varias áreas intersticiais, as chamadas áreas residuais, entre
os acampamentos. Algumas dessas áreas foram invadidas Acampamento do DFL, onde as áreas intersticiais do antigo
e cercadas pelos ocupantes dos lotes lindeiros, sendo acampamento da construtora Emulpress foram invadidas
transformadas em áreas de jardim, pomar, lazer, etc. A pelos ocupantes dos lotes localizados à Rua Emulpress,
principal ocorrência deste tipo de invasão se dá no como mostram o Mapa 8 e a Imagem 3.

Imagem 1 - Nova unidade imobiliária em beco.Acampamento Pacheco Fernandes. Agosto/2007. Imagem 2 - Cercamento irregular de beco. Acampamento Pacheco Fernandes. Agosto/2007.

Imagem 3 - Cercamento de área intersticial. Rua Emulpress, Acampamento DFL. Agosto/2007.

Mapa 7 - Ocupação irregular de becos.


15 1º Seminário SEDUMA

3) Parcelamento em áreas intersticiais


Do mesmo modo como ocorrem os cercamentos de áreas
intersticiais, acontecem também os parcelamentos dessas
áreas, ou seja, novas unidades imobiliárias foram criadas
sobre as mesmas. Um exemplo claro dessa ocorrência está
situado no acampamento Rabelo, onde áreas lindeiras à
Avenida JK foram divididas e novos lotes criados, alinhados
ao conjunto existente, mas com endereçamento diverso,
conforme pode ser observado na Imagem 4. O mesmo
pode ser observado em outros lotes da área, no Mapa 9.

4) Parcelamento em áreas públicas


A principal ocorrência desse tipo de invasão é em largos e
Imagem 4 - Av. JK, Acampamento Rabelo. As edificações no lado esquerdo da via
praças da Vila. Há desde invasões de menor porte, como é foram erguidas em área pública. Agosto/2007.
o caso da existente na Praça Nelson Corso, até um conjunto
inteiro criado sobre o largo existente na Rabelo, lindeiro à
O largo localizado próximo ao Campo do DFL também
Rua das Flores, que conta até com via de acesso, também
começou a ser invadido e conta hoje com uma construção
irregular (Imagem 5). Pode-se observar, na Imagem 7, foto
em alvenaria na área. O próprio Campo do DFL, lote de
aérea de 2002, que a invasão supracitada ainda não existia
preservação rigorosa e atual Clube Unidade de Vizinhança,
e hoje, apenas cinco anos depois, já consta como conjunto
foi ocupado por casas de aspecto precário, feitas em ma-
consolidado, atendido inclusive pelas concessionárias de
deirite, lona e outros materiais mais perecíveis (Imagem 6).
serviços públicos. O Mapa 10 mostra essas ocupações.

Mapa 9 - Parcelamento irregular em áreas intersticiais. Mapa 10 - Parcelamento irregular de áreas públicas.

Imagem 5 - Conjunto irregular próximo à Praça Nelson Corso. Agosto/2007. Imagem 6 - Ocupações irregulares no Campo do DFL. Agosto/2007.
A Vila Planalto em Proposta 16

Tema 6 - Atividades Irregulares


A Vila Planalto apresentava, quando do tombamento,
distribuição espacial diferente da tradicional e isso se
manifestava na configuração de cada um dos
acampamentos que a compõe. A setorização de usos das
unidades imobiliárias não era rígida, ocorrendo nas áreas
de maior centralidade a predominância de uso misto,
enquanto que, nas áreas periféricas, prevalecia o uso
residencial com usos mistos esparsos.
Procurando manter as características próprias de cada
acampamento, os usos das unidades imobiliárias foram
estabelecidos em Normas de Edificação, Uso e Gabarito -
NGB distintas da seguinte forma:
Imagem 7 - Foto aérea da Vila Planalto. 2002. Fonte: Augusto Areal.
- NGB 90/90 Uso Comércio-Residencial;
- NGB 163/90 Uso Comercial;
5) Área de tutela
- NGB 164/90 Uso Misto;
Embora não tenha sido objeto desta Verificação, cabe
registrar a situação da Poligonal de Tutela, onde existem - NGB 165/90 Uso Institucional e
ocupações e construções irregulares, inclusive residências
- NGB 58/91 Uso Institucional.
de grande porte, constituindo um parcelamento indevido
da área. A Poligonal de Tutela é considerada no MDE 90/90, Essa divisão foi feita de modo a não haver alteração na
aprovado pelo Decreto nº 19.082 de 11/03/1998, como dinâmica urbana, ou seja, as atividades já desenvolvidas
área pública “non aedificandi” e, portanto, não comporta poderiam permanecer e outros usos poderiam ser
qualquer tipo de ocupação, o que demonstra a gravidade acrescentados desde que não trouxessem perturbação de
da situação encontrada. ordem sonora ou dano ambiental. Nos casos de
edificações destinadas à habitação e ao comércio, estas
Os anexos apresentados ao Relatório da DIFIS/RA I
deveriam ser organizadas espacialmente de modo a não
registram a ocorrência da ocupação e solicitam, aos
caracterizarem mais de uma edificação.
superiores, providências para a retirada. A foto de satélite
do Google Earth, apresentada na Imagem 8, mostra a O estabelecimento dos usos procurou refletir a situação
intensidade e a amplitude da ocupação. Pode-se notar a socioeconômica da comunidade levantada na época do
existência de edificações de diversos portes, contendo processo de fixação, permitindo o desenvolvimento de
residências, piscinas, plantações, materiais depositados e atividades não poluidoras ou com baixo potencial de
outras construções. poluição. O número de unidades imobiliárias para os usos
permitidos são os que constam da Tabela 3.
Considerando cada NGB para o uso das unidades
imobiliárias, é permitido o exercício de atividades
Imagem 8 - Ocupação na área de tutela. Fonte: Google Earth. condizentes com sua vocação inicial. De modo geral, é
permitido o uso misto (habitacional/comercial), ficando
estabelecido o uso predominante habitacional e
exclusivamente unifamiliar. São autorizadas as atividades
caracterizadas como:
- prestação de serviços pessoais e domiciliares - todas as
atividades;
- prestação de serviços de conservação e reparos - conserto
de aparelhos elétricos e eletrodomésticos, artigos de
couro, artigos esportivos e recreativos, brinquedos,
estofados em geral e utensílios domésticos.
O uso comércio-residencial é específico para a
permanência de comércios e serviços já desenvolvidos em
alguns locais, permitindo-se outras atividades conforme
NGB relativa ao uso comercial, mas com a obrigatoriedade
de uso residencial unifamiliar.
17 1º Seminário SEDUMA

Tabela 3 - Usos Desenvolvidos na Vila Planalto


Tipos Número de Unidades Imobiliárias
Misto (Habitação + Comércio) 954

Comércio Residencial 29

Comercial 23

Institucional 14

Total 1.020

Imagem 9 - Setor de Oficinas, Acampamento Rabelo. Agosto/2007. Imagem 10 - Loja Náutica ao lado de oficina mecânica.
Acampamento DFL. Agosto/2007.

Em alguns endereços o uso comercial é permitido com Foram encontrados lotes que, apesar de destinados a uso
atividades de consumo alimentar, consumo pessoal e de misto segundo as normas, são ocupados por comércio sem
saúde, consumo eventual, consumo excepcional habitação, como restaurante, bar, academia e mercado.
(antiquário/antiguidades, artefatos de metal/papel/ pape- Além destes, chamam a atenção os comércios voltados
lão, artesanato/folclore) e atividades de prestação de para venda e manutenção de embarcações e oficina de
serviços como bares, restaurantes e congêneres, serviços veículos (Imagens 9 e 10). Também foram encontrados
pessoais e domiciliares, serviços de conservação e reparos, depósitos para triagem de lixo dividindo espaço com
serviços profissionais e de negócios (aluguel de filmes/ barracos precários (Imagem 11). Foi verificada ainda a
louças/ vestimentas/ toalhas, consultórios, copiadora/ existência de construções subdivididas de forma a indicar
fotocópia/ plastificação, despachantes, encadernadora, sua destinação à hospedagem ou aluguel de
escritórios). apartamentos, tratando-se também de uma espécie de
comércio (Imagens 12 e 13).
O uso institucional complementa os usos permitidos,
destinando alguns lotes específicos para o exercício de Imagem 11 - Depósito de triagem de lixo. Acampamento DFL. Agosto/2007.
atividade de culto, cultura, lazer, educação e mobiliário
urbano.
Apesar da impossibilidade de se quantificar exatamente os
tipos de atividades, frente aos casos de invasão de área
pública e fracionamento de lotes, pôde-se registrar que a
grande maioria dos lotes permanece com uso
exclusivamente habitacional, seguindo-se de lotes
prioritariamente residenciais e que também desenvolvem
comércios e atividades de pequeno porte, como salão de
beleza, consultório, papelaria, etc.
Os empreendimentos irregulares foram identificados em
vistorias feitas no local, considerando as atividades
permitidas pela legislação vigente.
A Vila Planalto em Proposta 18

A maior parte dos lotes da Vila, com utilização voltada para


comércio, convive sem problemas com o uso habitacional
e apresenta um baixo nível de impacto na comodidade da
população (salão de beleza, consultório, armarinho).
Uma outra parcela de lotes, que aparentemente não
apresenta uso habitacional, mas somente comercial
(restaurante, bar, academia, mercado, igreja), provoca nas
vias um trânsito acima do planejado, causando
transtornos aos moradores vizinhos.
Os lotes com comércio voltado para venda e manutenção
de embarcações e oficinas de veículos, essas últimas
ocorrendo em maior concentração e em local exíguo e
central em relação à Vila, caracteriza a formação de um
embrião de “setor de oficinas”. Cabe frisar a existência da
Imagem 12 - Edifícios de apartamento para sublocação. Acampamento DFL. Agosto/2007.
Lei nº 1.933 de 5 de maio de 1998, que criou o Setor de
A realização do levantamento foi prejudicada pela Microempresas da Vila Planalto. A Lei está em vigor, no
existência de lotes com muros altos e sem transparência entanto, como não definiu a área a ser usada, depende de
visual. Em outros casos, não foi possível a identificação da regulamentação e de estudos específicos para alcançar
atividade especifica exercida, embora tenham sido eficácia plena.
encontrados os indícios de uso comercial. O depósito de triagem de lixo apresenta toda a
As atividades estabelecidas pela legislação, para serem precariedade e incompatibilidade próprias desse tipo de
desenvolvidas na Vila Planalto, foram definidas de forma a atividade com a vizinhança residencial.
preservar as características dos acampamentos que a Além desses usos é importante ressaltar, pois já apresenta
compunham. Porém, com o passar do tempo, os espaços uma quantidade significativa, a ocupação de lotes com
foram descaracterizados com relação aos usos, resultando construções aparentemente divididas em compar-
muitas vezes em invasões de área pública, quando o lote timentos, próprios para abrigar tanto visitantes
demonstrava ser insuficiente para o comércio escolhido. temporários como inquilinos para maior tempo de
Nas normas urbanas da Vila Planalto predomina o uso permanência. Esse fato acaba por ocasionar um aumento
habitacional e exclusivamente unifamiliar para a maior da densidade populacional, com conseqüências para os
parte dos lotes e, nos casos de imóveis destinados à serviços públicos e para o trafego das vias, e, como já
habitação e ao comércio, estes devem ser organizados citado anteriormente, desobedece e descaracteriza o
espacialmente de modo a não caracterizarem mais de uma planejamento urbano instituído por Lei.
edificação. Todavia, a Vila Planalto apresenta um quadro
de atividades comerciais aparentemente em crescimento,
beneficiada pela localização privilegiada e situação Imagem 13 - Anúncio no Acampamento DFL. Outubro/2007.

ambientalmente aprazível.
Os dados, apresentados no Ofício nº 233/2007, da
Secretaria de Estado da Fazenda/GEGAR/DIRAR, demons-
tram esse crescimento e também a mudança de destinação
de algumas unidades, com a seguinte situação em relação
aos 1.020 domicílios residenciais inscritos no IPTU:
- 52 são domicílios comerciais ;
- 01 em imóvel comercial;
- 05 em imóvel de uso misto (residencial/comercial);
- 46 em imóvel residencial;
- 28 domicílios institucionais.
Esses números superam a previsão da URB 90/90, que
prevê apenas 29 unidades com uso residencial / comercial e
14 unidades de uso institucional, revelando a mudança de
destinação.
19 1º Seminário SEDUMA

Mapa 11 - Edificações de preservação rigorosa.

Tema 7 - Tipologia Arquitetônica

Em relação à arquitetura, foram analisadas apenas as originais.” O texto também menciona a preocupação dos
edificações citadas no MDE 90/90 como sendo de autores relacionada à possibilidade desses espaços serem
relevância histórica. Nesse contexto, os estudos foram revertidos para uso público, de modo a atenderem às
divididos em dois focos: edificações de preservação necessidades da população local. As edificações e espaços
rigorosa e edificações de interesse histórico. definidos como de preservação rigorosa são:
- Conjunto Fazendinha da Pacheco Fernandes (casas n° 01,
02, 03, 04 e 05);
1) Edificações de Preservação Rigorosa
- Escola Classe n° 1 do Planalto;
Para a verificação das edificações de preservação rigorosa
foi adotado o critério de verificação in loco, de modo a - Igreja Nossa Senhora do Rosário;
observar a existência atual de características relevantes da
- Campo do DFL (Clube de Unidade de Vizinhança);
época do tombamento, como materiais utilizados e
partido arquitetônico. Esta busca foi limitada pelas - Campo da Rabelo (Praça);
restrições da norma, uma vez que, conforme abordado na - Alojamento dos Operários Solteiros da Rabelo;
análise do Tema 1 - Legislação Urbanística, não existe
registro técnico da situação original das construções. - Alojamento dos Engenheiros Solteiros da Rabelo.
Assim, foram procurados indícios evidentes de alterações Nesse contexto, são consideradas edificações de preser-
nas edificações e, além disso, as condições de conservação vação rigorosa as que estão representadas no Mapa 11.
também receberam atenção.
Nas vistorias feitas in loco pela SEDUMA, constatou-se a
O MDE 90/90 define como edificações de preservação seguinte situação das sete edificações de preservação
rigorosa as construções “onde só cabem intervenções de rigorosa:
caráter de restauração ou resgate das características
A Vila Planalto em Proposta 20

Imagem 16 - Campo da Rabelo. Agosto/2007.

Imagem 14 - Lote da Escola Classe nº1 do Planalto. Agosto/2007.

Imagem 18 - Casa de madeira no Conjunto Fazendinha da Pacheco Fernandes. Agosto/2007.

Imagem 15 - Local onde ficavam os Alojamentos dos Operários da Rabelo.

Imagem 17 - Igreja N.S. Do Rosário. Agosto/2007.

Imagem 19 - Clube Unidade de Vizinhança. Campo DFL. Agosto/2007.

Imagem 20 - Alojamento do engenheiros solteiros da Rabelo. Agosto/2007.


21 1º Seminário SEDUMA

- A Escola Classe n° 1 do Planalto e o Alojamento dos preservados, sendo que um deles com reconstrução
Operários da Rabelo não mais existem (vide imagens 14 e completa. A situação encontrada contraria as premissas do
15); tombamento que, segundo o MDE 90/90, admitiam
apenas “intervenções de caráter de restauração ou resgate
- O Campo da Rabelo e a Igreja N. S. do Rosário ainda
das características originais.”
existem, sendo que esta última foi totalmente reconstruída
após um incêndio, ocorrido no ano 2000 (Imagens 16 e O Documento Técnico - 2007 - estudos temáticos,
17); elaborado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Urbano e Meio Ambiente, apresenta capítulo que aborda a
- O Conjunto Fazendinha e o Campo do DFL também
revitalização “de espaços significativos para a história do
permanecem, ainda que em precárias condições de
Distrito Federal que estejam passando por um processo
preservação (Imagens 18 e 19). O Conjunto Fazendinha
progressivo e crescente de degradação”. A Vila Planalto é
vem sofrendo diversas modificações pelos atuais
enquadrada nessa situação e indicada como objeto dentro
ocupantes, como demolições e novas construções fora dos
da estratégia de revitalização de conjuntos urbanos
padrões do tombamento;
proposta no documento, que apresenta ainda princípios
- O Alojamento dos engenheiros da Rabelo, localizado à Av. fundamentais que definem a importância da preservação
Rabelo nº 23, está em processo de descaracterização, da estrutura sócio-espacial tradicional e as características
sendo que suas fachadas de madeira já foram totalmente de inserção na escala bucólica do Plano Piloto.
cobertas por alvenaria e as esquadrias originais retiradas
Com efeito, em relação ao enfoque dado ao presente
(Imagem 20).
tema, dois dos princípios fundamentais de preservação
Assim, dos sete bens de preservação rigorosa, definidos no identificados no documento não estão sendo observados.
Decreto de tombamento nº 11.079/88, constatou-se que São eles os princípios de linguagem arquitetônica peculiar
dois não existem mais, um está parcialmente ocupado por e de espaços de valor simbólico e referencial para a
moradias, dois estão em situação precária de preservação e população e a história do conjunto.
sofreram acréscimos ou alterações e dois estão

Mapa 12 - Edificações de interesse histórico.


A Vila Planalto em Proposta 22

Imagem 21 - Casa original, Acampamento Tamboril. Em estado de má conservação. Agosto/2007.

Imagem 22 - Casa original, Acampamento Tamboril. Parcialmente modificada. Agosto/2007.


2) Edificações de Interesse Histórico
O MDE 90/90 define as Edificações de Interesse Histórico
como “edificações que, embora possuindo carga histórica
e valor arquitetônico enquanto monumento isolado, se
destacam, sobrepondo, pelo conjunto arquitetônico que
compõe”.
Segundo levantamento feito por ocasião da publicação do
Memorial Descritivo MDE 90/90, 81 construções da Vila
Planalto foram registradas como edificações de relevante
interesse histórico. As edificações estão colocadas no
Mapa 12.
Com relação às Edificações de Interesse Histórico, levou-se
em consideração, durante as vistorias, tanto as
características arquitetônicas individuais de cada
edificação quanto o conjunto edilício do qual fazem parte,
Imagem 23 - Casa original, Acampamento Tamboril. Totalmente preservada. Agosto/2007.
sendo este último observado por ser o fator que levou à
conformação desta categoria de preservação. Em relação à qualidade arquitetônica individual, observou-
se que a maioria das edificações foi completamente
No levantamento realizado em julho de 2007 pela equipe
desvirtuada. Mesmo que haja permissão legal garantida
da SEDUMA, foi verificado que, dessas 81 construções,
pelo MDE 90/90 para a realização de “intervenções
apenas 19 se apresentavam preservadas, no que diz
enquanto bem isolado, permitindo agenciamentos e
respeito à análise tipológica - materiais empregados e
pequenas adaptações”, o que se encontra hoje no lugar
partido arquitetônico - e manutenção. Várias dessas
dessas casas são construções com mais de um pavimento e
edificações aparentam elevado grau de deterioração ou
lotes fracionados com e sem divisões físicas, em tipologias
ainda modificações em relação à construção original
e escalas muito diferentes das edificações originais.
(ampliações em alvenaria e outros materiais, modificações
na cobertura e em parte dos fechamentos). As poucas Também se pôde avaliar que o caráter de conjunto
unidades remanescentes não se inseriam em um conjunto histórico relevante, fator principal e que levou à
edilício coeso, constando mais como edificações históricas conformação da categoria Interesse Histórico no MDE
remanescentes e de ocorrência pontual. Poucas 90/90, encontra-se bastante deteriorado, uma vez que as
edificações não puderam ser avaliadas por terem casas restantes ocorrem pontualmente e não representam
cercamentos completamente fechados e sem conjuntos edilícios coesos.
permeabilidade visual, não sendo computadas, portanto, Apesar desse fato, cabe registrar que, foram observadas,
no número final, explicitado no Mapa 12. durante as vistorias, edificações que não constam da lista
Pela observação das edificações enquadradas nessa de Edificações de Interesse Histórico e que mantém
categoria, pode-se dizer que a maioria delas não mantém características tipológicas originais, principalmente em
atualmente nem o valor arquitetônico enquanto relação à forma e ao uso da madeira. Foram verificados
monumentos isolados e nem configuram conjuntos conjuntos inteiros de edificações nesse padrão e que
históricos preservados. poderiam vir a ser adicionadas à lista de Edificações de
23 1º Seminário SEDUMA

Interesse Histórico, no intuito de que essa categoria de da forma da Vila como um todo, ou seja, as características
preservação seja mantida no tombamento da Vila Planalto. marcantes dos acampamentos originais e os aspectos que
os diferenciam mantêm-se preservados, apesar da
incidência de modificações ocorridas ao longo do tempo,
Tema 8 - Morfologia Urbana como fracionamento de lotes e invasões de áreas públicas.
Embora a Vila Planalto esteja hoje mais adensada e tenha
áreas tomadas por ocupações irregulares, muitas delas
A morfologia urbana da Vila Planalto foi abordada em duas surgidas nos últimos 5 anos, ainda são visíveis as
frentes distintas: parcelamento e massa arbórea. A análise diferenças entre os acampamentos e em relação ao
do parcelamento foi feita com base no estudo do projeto tamanho, disposição e densidade dos lotes, que
aprovado para a área (URB 90/90), nos documentos caracterizam o parcelamento da Vila desde a época da
elaborados pelo GT Brasília, nas imagens de satélite do construção de Brasília.
programa Google Earth e nos levantamentos in loco
executados pela SEDUMA, confrontando a situação Tomando-se a relação entre as imagens obtidas no Google
projetada com a situação real. Earth, com defasagem máxima de 4 anos, e a URB 90/90,
pode-se observar que a Poligonal de Tombamento foi
A massa arbórea, por ter natureza diversa da massa respeitada e os limites da Vila mantidos. A comparação
construída, foi analisada de outra forma. Sua avaliação foi entre as imagens demonstra também que, de um modo
feita de duas formas: a primeira comparou imagem aérea geral, a forma do parcelamento está mantida, bem como a
datada de agosto de 1986 com imagens aéreas atuais e preservação do sistema viário. O mapa 13 e a imagem 24
imagens de satélite do Google Earth. O segundo modo foram utilizadas para esta verificação.
comparou imagens do ponto de vista do observador da
década de 80 com imagens recentes dos mesmos locais, Pode-se também avaliar a manutenção da forma do
capturadas pela equipe da SEDUMA entre julho e agosto parcelamento pela observação dos acampamentos no
de 2007. Assim, foi possível verificar a massa vegetal que local. Como exemplo, podemos usar o Acampamento
existe de fato com a maneira como esta é apreendida pelo Tamboril, que ainda hoje possui o parcelamento em fita -
observador no nível da rua. terrenos contíguos formando um parcelamento linear -
com lotes grandes e baixa densidade populacional
(Imagem 26).
1) Parcelamento
Em relação ao parcelamento, constatou-se a permanência

Mapa 13 - Planta geral da URB 90/90. Fonte: SEDUMA.


A Vila Planalto em Proposta 24

Imagem 24 - Imagem de satélite. Pode-se bservar que os limites da Poligonal de Tombamento foram respeitados. Fonte: Google Earth.

Imagem 25 - Poligonal de Tutela. Imagem aérea de agosto de 1986. Fonte: DePHA


25 1º Seminário SEDUMA

Imagem 27 - Acampamento DFL. Agosto/2007.


Imagem 26 - Acampamento Tamboril. Outubro/2007.

Imagem 29 - Poligonal de Tutela. Imagem aérea de agosto de 1986. Fonte: DePHA Imagem 28 - Poligonal de Tutela. Imagem de satélite. Fonte: GoogleEarth
A Vila Planalto em Proposta 26

Imagem 30 - Acampamento DFL, 1986. Fonte: DePHA. Imagem 31 - Acampamento Rabelo. Agosto de 2007.

Também podemos citar o Acampamento DFL, que mantém Planalto, exceto na parte tomada pelas invasões.
o caráter de parcelamento não planejado, com lotes de
tamanhos díspares e forma irregular. Nos dias de hoje, Já pela análise da percepção visual da massa arbórea pelo
ainda é visível o fato de ter sido formado a partir da junção observador, ocorrem diferenças ocasionadas por
de outros acampamentos, uma vez que não há padrão de elementos incorporados à Vila mais recentemente. Pela
formação dos conjuntos, havendo a freqüente perda da comparação entre as imagens 30 e 31 é possível avaliar
noção de legibilidade do local, ou seja, dificuldade de que, apesar dos dois locais apresentarem tipos vegetais de
leitura do espaço por parte do observador (Imagem 27). porte semelhante, os cercamentos mais recentes (mais
altos e executados em alvenaria) modificam totalmente a
Em relação ao sistema viário, apesar da recente percepção da vegetação.
pavimentação das ruas e conseqüente mudança do seu
aspecto geral (foram agregados meios-fios e calçadas ao Segundo o levantamento do GT Brasília, a área verde é “um
sistema viário), houve a manutenção do traçado. A elemento de forte significado para a Vila. (...) As áreas
diferença de hierarquia entre as avenidas e ruas ainda é verdes de maior significado na configuração da Vila são os
visível. Constata-se que não houve mudanças em relação à quintais, que possuem exuberante massa de vegetação,
hierarquia viária na Vila, mas o asfaltamento do local constituída de árvores frutíferas em sua maioria”. A
trouxe outras conseqüências. O asfalto permite um comparação entre as imagens aéreas dá a entender que
trânsito mais rápido de veículos, incompatível com a essa vegetação dos quintais não mais existe, salvo raras
dimensão das caixas de rua existentes na área (muitas exceções. E mesmo nos casos de manutenção da
vezes menores do que o padrão de 7,0m), o que ocasionou vegetação, a visualização da mesma encontra-se
a colocação de vários quebra-molas em toda a Vila. Além prejudicada, tanto pelo aumento da altura das edificações
disso, o asfalto foi executado antes da implantação de um quanto pelos cercamentos dos lotes, hoje em dia
sistema de captação de águas pluviais, o que gera executados em alvenaria ou metal, com pouca ou
problemas de drenagem no local, principalmente em nenhuma permeabilidade visual e, muitas vezes,
épocas chuvosas. ultrapassando os 2,5 metros de altura.

2) Massa Arbórea
Tema 9 - Situação Habitacional

No tocante à ocorrência da massa arbórea na Vila Planalto,


houve uma diminuição sensível em relação ao volume de Conforme exposto em item anterior, todos os lotes
vegetação, fato que pode ser observado comparando-se as existentes na Vila Planalto são de propriedade da
imagens 24 e 25. Nessas imagens, nota-se que a vegetação TERRACAP.
existente hoje é bem menor tanto em termos de volume
quanto de posicionamento, salvo os principais núcleos No início de 1992, o Grupo Executivo para Assentamento e
arborizados, como é o caso dos campos do DFL e Rabelo e Preservação da Vila Planalto - GEAP, baseado na Decisão nº
também a Fazendinha. 014/92 de seu colegiado, de 23/01/92, emitiu um Termo de
Ocupação Provisória para os moradores cadastrados
Apesar disso, também se observa por meio das imagens 28 segundo requisitos definidos pelo Decreto nº 11.080 de
e 29 que a Poligonal de Tutela mantém massa vegetal 21/04/1988.
equivalente à que existia nos anos 80 na área exterior à Vila
27 1º Seminário SEDUMA

De acordo com o Decreto supracitado, os requisitos para No segundo processo, iniciado na TERRACAP por
fixação dos moradores na Vila Planalto são especificados determinação do Governo do Distrito Federal, para intervir
no Artigo 2º. Este artigo preconiza que terão direito a e ajustar a situação fundiária e urbanística da Vila Planalto,
concessão de uso dos lotes os moradores com domicílio há são apresentados documentos técnicos e legais, incluindo
mais de cinco anos, que estejam inscritos no levantamento a mesma relação de endereços e moradores. Consta no
socioeconômico de 1986/1987 e que não sejam processo a criação de Grupo de Trabalho para a
proprietários de outra unidade residencial no Distrito regularização da Vila Planalto, Ofício nº 1400/2006, fl. 201,
Federal. mas não são encontrados indícios de prosseguimento.
Com o objetivo de regularizar a área do assentamento, de O terceiro processo, aberto nesta SEDUMA, motivado por
promover a fixação das famílias e de assegurar a proposta da Associação dos Moradores da Vila Planalto,
integridade urbanística da Vila Planalto, o Governo do visando à regularização das unidades habitacionais,
Distrito Federal elaborou projeto de parcelamento e avançou em relação aos dois outros. Contém uma análise
estudos técnicos da área, associados a atos normativos. técnica dos Termos de Referência, para execução de
levantamento e diagnóstico da situação atual da Vila
A Lei Distrital nº 1.060, de 30 de abril de 1996, que dispõe
Planalto, apresentado no processo nº 141.001.277/2003,
sobre a concessão de títulos de transferência de posse e
com manifestação da Diretoria de Preservação de Brasília -
domínio na Vila Planalto pelo Governo do Distrito Federal,
DIPRE quanto às restrições e requisitos técnicos e jurídicos
vigorou durante 10 anos, até ser anulada por Ação Direta
impostos pelo tombamento da Vila Planalto e de Brasília. A
de Inconstitucionalidade - ADIN. No entanto, a título de
análise também aborda a necessidade de uma maior
análise a respeito das diretrizes de fixação dos moradores
discussão do assunto, envolvendo os órgãos
residentes na área, vale destacar o artigo 2º:
especializados em preservação histórica: Departamento de
“Art. 2º - Tem direito à aquisição das unidades de que trata Patrimônio Histórico e Artístico e o Instituto do Patrimônio
esta Lei os moradores cadastrados pela Sociedade de Histórico e Artístico Nacional. A manifestação foi
Habitações de Interesse Social Ltda. - SHIS, por meio de endossada pela Subsecretaria de Urbanismo e Preservação
levantamento sócio-econômico realizado em 1986 e 1987; SUDUR, sem prosseguimento posterior dos trabalhos.
os moradores que receberam lotes por transferência e por
No entanto, apesar da existência da legislação e dos
inclusões, formalizadas perante o Grupo Executivo para
registros cadastrais citados, até a presente data não foram
Assentamento e Preservação da Vila Planalto, entre 1989 e
expedidos contratos de concessão de uso, ou documento
1994; os filhos de pioneiros, de acordo com a Lei nº 271,
legal equivalente, em substituição ao “Termo de Ocupação
de 28 de março de 1992; os moradores das sete unidades
Provisória de Unidade Imobiliária”.
que compõe o antigo acampamento da Empresa Brasileira
de Eletricidade - EBE.” A Companhia Energética de Brasília - CEB, consultada para
informar sobre o número de consumidores na Carta nº
Com a anulação da Lei nº 1.060/96, passou a vigorar a Lei
075/2007 - NOCCC, de 23 de julho de 2007, menciona que
nº 271, de 28 de maio de 1992, a qual em seu artigo 1º
constam em seus registros um total de 1398 unidades
autoriza o Poder Executivo a fixar os moradores pioneiros
consumidoras localizadas na Vila Planalto.
da Vila Planalto que preencham os requisitos estabelecidos
no Decreto nº 11.080/88. Porém, ainda se discute a Em consulta aos dados do Censo 2000 foi constatada a
aplicação dessa Lei em relação ao Decreto de Tombamento existência de 1634 domicílios na Vila Planalto com
de Brasília, uma vez que a possibilidade de inserção de estimativa populacional equivalente a 5965 habitantes.
novas unidades imobiliárias para atender o contingente Comparando os registros do Censo e da CEB ao valor
populacional é incompatível com a preservação dessa área registrado na URB 90/90, que é de 1020 lotes, já é possível
com caráter histórico. notar em números o aumento do contingente habitacional
na localidade.
Existem três processos que tratam da situação habitacional
da Vila Planalto, visando à regularização da concessão de A partir dos dados expostos nesta análise, conclui-se que a
uso dos lotes: nº 141.001.277/2003, nº 111.001.599 /2005 Vila Planalto apresenta aspectos associados ao seu
e nº 260.045.404/2005. crescimento populacional que devem ser observados, no
intuito de conter a fragmentação fundiária e urbana.
O primeiro, originado na Administração Regional de
Como exemplo, pode-se citar a ocorrência de lotes
Brasília, trata da elaboração de estudos técnicos e
abrigando mais de uma família, fracionamento de lotes e
diagnóstico da situação da ocupação e uso à época. Nele é
invasões de áreas públicas.
apresentada uma relação dos endereços e dos respectivos
moradores, bem como dos processos de análise. Resultou
na elaboração de um termo de referência para contratação
dos levantamentos e estudo da Vila Planalto, mas os
trabalhos não prosseguiram desde dezembro de 2005.
Programação
Quinta-feira - 27 de Novembro Sexta-feira - 28 de Novembro

9h Abertura Palestras
Cassio Taniguchi - SEDUMA
Palestras Tema
Qualificação e Promoção
Tema de Espaços Públicos
Preservação do Patrimônio Cultural

9h Qualificação de Espaços Públicos


9h10 Preservação de Brasília em Brasília
e a Vila Planalto Jaime Lerner - Projeto Brasília 50 anos
Silvio Cavalcante - IPHAN
Manhã

9h55 Preservação do Patrimônio 10h15 Marketing Turístico e Cultural para


Moderno Brasília e Vila Planalto
Marco Aurélio Filgueiras - UFBA Roney Nemer - Brasiliatur

10h55 Intervalo 10h55 Intervalo

11h10 Debatedor 11h10 Debatedora


José Carlos Coutinho - DEPHA Sylvia Ficher - UnB

11h30 Debate 11h30 Debate

12h30 Intervalo para almoço 12h30 Intervalo para almoço

Palestras Grupos de Trabalho

Tema Tema
Controle e Gestão Urbana Propostas para a Vila Planalto

14h30 Situação Urbanística da Vila Planalto 14h30 GT1 e GT2 - Preservação, Regularização
Manoel Araújo - SEDUMA e Intervenções Urbanas

GT3 - Promoção Econômica, Turística e


15h30 Demandas e Políticas para a Vila Planalto Qualificação dos Espaços Públicos
Ivelise Longhi - Adm. Regional de Brasília
Tarde

16h15 Intervalo 16h15 Intervalo

16h30 Direito Urbano e Imobiliário para 16h30 Plenária


a Vila Planalto Propostas dos Grupos de Trabalho
Frederico Viegas de Lima - UnB

17h15 Debatedor Coordenação


Luis Antônio Reis - Terracap Giselle Moll - SEDUMA

17h35 Debate Debate

18h30 Término 18h30 Término

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