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3 CUSTOS .....................................................................................................7
BIBLIOGRAFIA: .............................................................................................. 32
1
1 CONTABILIDADE DE CUSTOS
Fonte: suficienciacontabil.com.br
3
A história do desenvolvimento da Contabilidade de Custos é a história do
desenvolvimento industrial. À medida que as atividades industriais começaram a
seguir, os registros de custos tiveram seu início. Com a concorrência mais acirrada,
sentiu-se a necessidade de melhores informações sobre custos. À medida que o
campo das atividades do administrador se ampliava, tornou-se mais patente a
necessidade de serviços da Contabilidade de Custos. Os quais podemos resumi-los,
conforme segue:
O uso dos dados de custos para fins além da determinação do custo foi outra
cisão importante no desenvolvimento da contabilidade de custos. Mais uma vez, em
virtude da concorrência, o controle de custo evoluiu como o segundo objetivo da
contabilidade de custos.
Esta alteração em objetivo, contudo, exigiu várias mudanças tanto por parte da
administração, como da contabilidade. Não interessava mais quais custos tinham sido
incorridos, porém quem os incorrera. Passou-se a enfatizar não mais o montante de
custo incorrido, e sim o montante de custo que deveria tê-lo sido. Passou-se a dirigir
a atenção não mais àquilo que era esperado, e sim às áreas deficientes que exigiam
ação corretiva.
5
2 CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA PLANEJAMENTO DO LUCRO E PARA
DECISÕES ADMINISTRATIVAS
CONTABILIDADE DE CUSTOS
O que gastamos para poder fazer alguma coisa é o custo dessa coisa.
Se a dona-de-casa resolver fazer um bolo ela gasta para conseguir o que
deseja. Há um custo do bolo.
Se um industrial fabrica calçados ele gasta para fazer um par de sapatos e,
neste caso, existe um custo do calçado.
Se o Governo tem por objetivo socorrer uma área onde existe uma doença,
gasta para tal e, neste caso, há um custo de um Programa de Saúde.
Quer a dona-de-casa, quer o industrial, quer o Governo, todos têm custos, ou
seja: todos gastam para conseguirem um bem ou um serviço.
Conceito de Custo
7
O objetivo deste custo é fornecer dados para a formação do preço de venda.
Quem produz o faz para vender. Saber por quanto se vai vender um produto,
entretanto, depende, fundamentalmente, de se conhecer o quanto se gastou para
produzir.
Avaliação de Estoques
Tomada de Decisão
Elaboração de Orçamento
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Não é possível conseguirmos planejar um lucro futuro, se não soubermos
projetar o custo envolvido na busca deste lucro. Portanto, a determinação do custo
tem um papel preponderante no planejamento do lucro.
Apuração do Resultado
Este objetivo do custo é obtido através da análise das operações pela empresa
e dos custos envolvidos nelas. A análise da economicidade de operações ocorre na
medida em que passamos a analisar o custo que envolve cada uma das operações e
através deste estudo buscarmos a operação mais econômica ou ainda a forma de
executá-la de maneira mais econômica. Nesta análise, também está envolvido o
levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da
capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário
para conserto, dos serviços de garantia de produtos.
Uma empresa que produz um bem deve saber qual é o seu nível de
rentabilidade econômico e do ponto ótimo de produtividade com vistos ao integral
aproveitamento dos fatores da produção, sendo que, para ter este conhecimento ela
precisa necessariamente da Contabilidade de Custos.
O nível de rendimento econômico é obtido através do custo versus retorno. Já
o ponto ótimo de produtividade é determinado em função do nível de produtividade
que a empresa deva obter para absorver mais adequadamente os custos envolvidos
com os fatores da produção.
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fresadora, injetora, serra, plaina, lixadeira etc.; quanto ao tamanho, pequena, média
ou grande; e outras qualificações que podem ser dadas aos equipamentos).
a) Antes da Fabricação
Nesta etapa encontramos as seguintes atividades mais importantes de
distribuição na ordem aproximada em que são realizadas:
Pesquisa de Mercado;
Promoção;
Propaganda;
Venda;
Financiamento;
Crédito;
b) Depois da Fabricação
Já nesta etapa encontramos as seguintes atividades mais importantes de
distribuição:
Armazenagem;
Faturamento;
Transporte;
Cobrança;
Serviços de Produtos
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a) Quanto a Incorporação no Produto
- Custeio por Absorção; - Custeio Direto ou Variável; - Custeio Padrão.
15
Leone, em sua obra CUSTOS Planejamento, Implantação e Controle denomina estes
princípios como "atitudes" óbvias que o especialista de custos deve seguir diante dos
objetivos a que se propõe.
6 ASPECTOS DOS CUSTOS
Gasto
Investimentos
Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s)
período (s).
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (Gastos) que
são "estocados" nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua
venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são
especificamente chamados de investimentos.
Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a de
matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento
circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente;
as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos
circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à
aquisição.
Custo
Despesa
Desembolso
Perda
Mercadoria
Produtos
Produtos são bens que foram fabricados pela empresa através de processos
produtivos onde ocorreu algum tipo de alteração física dos materiais comprados.
Existem vários tipos de processos de produção, entre eles encontram-se:
industrialização, transformação, embalagem, acondicionamento, montagem etc.
Existem dois tipos de produtos:
a) Produtos em elaboração
São os produtos que ainda não estão prontos para serem vendidos. São
produtos que necessitam de mais operações para atingir o estágio necessário para
serem comercializados. Esses produtos também são conhecidos por produtos
semiprontos, produtos semiacabados, produtos em produção.
b) Produtos prontos
São os produtos que foram fabricados pela empresa, com o objetivo de serem
vendidos, e que já se encontram em condições para serem comercializados. Também
são conhecidos como produtos acabados ou produtos elaborados.
Matéria-prima
Materiais de consumo
Os materiais de consumo são os materiais gastos pela empresa, mas que não
possuem nenhuma ligação com os produtos fabricados. Estes materiais podem ser
consumidos tanto na área produtiva como na comercial ou na administrativa. Quando
consumidos na área produtiva, fazem parte do custo do produto, não por que o produto
deles necessita para a sua fabricação, mas sim porque os meios de produção deles
necessitam. Como exemplo podemos citar: material de limpeza, material de
expediente, vestimentas etc.
7 ASPECTOS DOS CUSTOS INDUSTRIAIS
Aspecto financeiro
Sob o aspecto financeiro o custo é considerado um gasto, o qual faz surgir o
desembolso de recursos ou o aparecimento de uma obrigação.
Aspecto econômico
Neste aspecto é levada em consideração a forma qualitativa que o custo recebe
na estrutura patrimonial. Os gastos, sob o aspecto econômico, podem ser
investimentos ou consumos. Sendo que, o custo pode originar-se de ambos.
Aspecto contábil
No aspecto contábil o custo é considerado como um gasto necessário na
produção de bens ou serviços.
No aspecto contábil os gastos são separados conforme sua natureza, em:
Investimentos, Custos, Despesas, Perdas.
Abaixo encontramos um quadro que evidencia os três aspectos dos custos:
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8 ELEMENTOS DE CUSTOS
L U C R O
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essa distinção não tem muita importância, sendo que, a palavra custo pode ser
empregada para os dois gastos (custos e despesas).
Custos Diretos
Custos diretos são principalmente os que incorre determinado produto,
identificando-se como parte do respectivo custo. Um custo direto é aquele que pode
ser especificamente atribuído a um produto. Nesse tipo de custo não há necessidade
de se utilizar distribuições proporcionais, a apropriação é feita de maneira direta.
Os custos diretos se subdividem em dois grupos, que são: Material Direto e
Mão de obra Direta.
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Material Direto
O material direto representa a parcela dos materiais usados no processo de
fabricação que é imediatamente identificável e mensurável nos produtos produzidos.
Os materiais postos no processo que não atendem a estes dois critérios são
geralmente tratados como material indireto, uma parte do custo indireto de fabricação.
O material direto, também, sofre uma subdivisão, sendo ela em: Matéria-prima e
Componentes.
Matéria-prima
É o material manipulado na transformação em produto. É a coisa que passa
por transformação ou beneficiamento. O que define a matéria-prima não é a sua
natureza, mas o seu estado primitivo em relação ao objetivo da indústria. Um mesmo
bem pode ser produto numa indústria e matéria-prima em outra. Como exemplo
mencionamos o lingote de aço, que ao mesmo tempo em que é produto da Usina de
Fundição é matéria-prima da Indústria de Laminação de Aço. Da mesma forma que o
fio é produto na Fiação é matéria-prima na Tecelagem.
Componentes
São peças que são adquiridas de terceiros e que integrarão o produto sem que
haja qualquer alteração em sua propriedade inicial. Exemplo: a embalagem e os
cadarços de um par de sapatos; parafusos utilizados para fixar as partes de um móvel;
em fim qualquer peça utilizada na elaboração de um produto que não sofra nenhuma
espécie de transformação por parte de quem está produzindo o referido produto.
25
Quando o tempo de trabalho do o operário pode ser identificado com o produto,
lote de produto, processo fabril ou centro de custos, o salário e seus encargos sociais
serão considerados mão de obra direta. Para efeitos práticos, então, considera-se
como mão de obra direta o salário do empregado cuja ocupação estiver diretamente
relacionada ao produto que está sendo fabricado. Os demais operários empregados
no departamento fabril, embora imprescindíveis à tarefa de produzir, não se
encontram diretamente identificados com um determinado produto. Nesse caso, serão
considerados como mão de obra indireta.
Material Indireto
É todo o material não usado como parte imediata no produto que se fabrica.
São elementos indispensáveis, mas que não se constituem no essencial. Como
exemplo temos os suprimentos para a fábrica, como combustíveis, lubrificantes para
máquinas, lixas, material de limpeza, material para manutenção, brocas, material de
segurança, etc.
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Compreendem todos os custos não incorridos para os produtos fabricados, mas
para o benefício geral de toda a fábrica ou parte dela. Entre tais custos temos: luz e
força, água, telefone, depreciação, seguros, impostos, etc.
Despesas Comerciais
São despesas relacionadas com a atividade de vendas. Entre elas podemos
citar: comissões a representantes, fretes e carretos para entrega dos produtos
vendidos, propaganda e promoções, salários e encargos sociais dos funcionários
ligados à área comercial (vendas, pesquisa de mercado, expedição), brindes, etc.
9.6 Lucro
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10 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
28
Custos dos Centros de Custos: Neste caso o agente consumidor é
considerado o centro de custo que absorveu o custo. Aqui o custo está diretamente
relacionado ao centro de custo que o efetuou ou indiretamente, tenha sido efetuado
por outrem, mas o tenha sido realizado em seu benefício.
Quanto as suas funções
Custos de Fabricação: São os custos despendidos na produção do produto
(mão de obra, material direto e gastos gerais de fabricação).
Despesas de Administração: São os gastos efetuados em áreas ligadas à
administração geral, tendo por objetivo: controle, financiamento e investimentos dos
recursos detidos pela empresa.
Despesas de Comercialização: São os custos efetuados para a realização das
vendas dos produtos fabricados.
Quanto a forma de apropriação
Custos Diretos: São todos os perfeitamente mensuráveis e identificáveis com
o produto, não há necessidade de se utilizar distribuições proporcionais, a apropriação
é feita de maneira direta. Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente
apropriados a cada tipo de bem ou órgão, no momento de sua ocorrência, isto é, estão
ligados diretamente a cada tipo de bem ou função de custo.
Custos Indiretos: São todos os custos que não são perfeitamente
mensuráveis ou identificáveis ao produto, e, portanto, dependem do emprego de
recursos para sua distribuição aos produtos. Custos indiretos são os custos comuns
a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a
cada um, no momento de sua ocorrência. Tal separação é efetuada através de um
critério especial, denominado rateio.
Custos com Mão de Obra: São os custos envolvidos com a mão de obra
utilizada dentro da empresa. Custos estes representados pelos salários, encargos
sociais e outros custos ligados com a mão de obra. Estes custos podem ser divididos
em:
Mão de obra Direta: Os custos com a mão de obra direta são aqueles
provenientes da utilização de mão de obra empregada diretamente na transformação
do produto. Como exemplo, podemos citar: a mão de obra do operador de máquina.
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Mão de obra Indireta: Os custos com a mão de obra indireta são aqueles
oriundos da utilização de mão de obra que não tenha atuação direta no produto.
Como exemplo, podemos citar: mão de obra de gerente de produção, de chefe de
setor, de pessoal de manutenção, etc.
Custos com Materiais: Estes custos são representados pelos gastos na
compra de insumos necessários à atividade empresarial e podem ser divididos em:
Matéria-prima: Matéria-prima é todo o material que é parte integrante do
produto e que sofre transformação durante o processo produtivo.
Componentes Diretos: Os componentes diretos são representados por todo o
material que é parte integrante do produto, mas que não sofre transformação durante
o processo de produção.
Materiais de Embalagem: Os materiais de embalagem são os materiais
utilizados para acondicionar os produtos que são fabricados. Exemplo: a garrafa para
o vinho, o saco para a farinha etc.
Material Secundário: São materiais que são fisicamente acoplados de forma
direta ao produto, mas, exatamente por sua irrelevância em termos econômicos, ou
então pela dificuldade em se efetuar essa perfeita identificação, e muitas vezes por
ambas as hipóteses, são classificados como materiais indiretos. Exemplo: tintas,
parafusos, pregos etc.
Material Auxiliar de Produção: O material secundário, também conhecido por
material auxiliar, é o material que se desgasta durante o processo produtivo, mas que
não se agrega ao produto. Exemplo: lixas, rebolos, brocas, etc.
Material de Consumo: Material de consumo é o material utilizado nas
atividades secundárias e auxiliares da produção, não tendo relação direta com o
produto. Exemplo: vassouras, lubrificantes, material de limpeza, material de
segurança, etc.
Custos com Serviços: Os custos com serviços são os custos representados
pela aquisição de serviços fora da empresa. Serviços estes relacionados com a
elaboração de operações nos produtos ou partes destes, ou ainda, em equipamentos
da empresa.
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12 OUTROS GASTOS DE FABRICAÇÃO
São os demais gastos dependidos para produzir e que não fazem parte dos
grupos acima: Exemplo: energia elétrica, aluguel, telefone etc.
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BIBLIOGRAFIA:
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6.ed. - São Paulo: Atlas, 1998.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Custos. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 1989.
SANTOS, Joel J. Formação do Preço e do Lucro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
SHANK, Jpohn K.; GOVINDARAJAN, Vijay. A Revolução dos Custos. 4 ed. São
Paulo: Campus,1997
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13 LEITURA COMPLEMENTAR
Autores:
Neiva Baseggio
Edison Luiz Leismann
Elisângela Maria da Silva
Marluci demozzi
Disponível em:
http://www.uninova.edu.br/Uni/Revista/artigos/artigo04.pdf
Acessado em:
22/11/2016
RESUMO
INTRODUÇÃO
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Nos dias de hoje em que a competitividade é cada vez maior, é de extrema
necessidade a busca contínua para aprimorar a qualidade em todos os segmentos
buscando a aceitação e a permanência de um produto ou serviço no mercado. O preço
de venda de um bem não pode superar significativamente os preços de seus
concorrentes sem arriscar-se a consideráveis perdas de venda, por essa razão
difundiu-se a máxima de que os preços de venda são determinados pelo mercado.
Porém, o mercado só pode sugerir e não determinar o preço de venda aproximado de
um produto.
No mundo globalizado a facilidade de encontrar o produto desejado é cada vez
maior, as empresas necessitam de fatores que as tornem mais atraente, e o
conhecimento dos elementos de formação do preço de venda dos produtos e serviços
constitui-se numa vantagem competitiva para as organizações.
Na tarefa de encontrar um equilíbrio no preço praticado e de demonstrar a
importância de formar preços por meio de estudos, a contabilidade de custos tornasse
altamente relevante, com seus sistemas e métodos de informação que permitem
melhor gerenciamento das empresas.
De acordo com Martins (1998), a contabilidade de custos tem duas funções
relevantes, uma no auxílio ao controle e a outra na ajuda as tomadas de decisões. No
que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados,
orçamentos e outra formas de previsão e em seguida acompanhar o efetivamente
acontecido para comparação com valores anteriormente definidos, já a tomada de
decisões o papel da contabilidade de custos consiste na alimentação de informações
sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo
sobre medidas de corte de produtos, opção de compra e fixação de preços de venda.
Este artigo pretende descrever alguns métodos de fixação de preço de venda
e demonstrar também para as empresas de Nova Mutum a importância da utilização
da contabilidade de custos na formação do preço de venda de um produto ou serviço
para a manutenção e permanência do mesmo no mercado.
O mesmo está estruturado, inicialmente, em uma análise do surgimento da
contabilidade de custos assim como sua utilização e descrição de alguns elementos
importantes, a seguir uma discussão sobre preço de venda e os fatores que podem
influenciar para um preço mais competitivo
Contabilidade de Custos
34
Silva (2008) descreve que a contabilidade de custos é um ramo da ciência
contábil utilizada para identificar, mensurar, registrar e informar os custos dos
produtos, mercadorias ou serviços vendidos, aplicando os princípios contábeis da
mesma forma que a contabilidade geral, com a finalidade de se apurar resultados e
valorizar os estoques, alertando os administradores para quaisquer resultados que
exijam correção.
De acordo com Oliveira e Rodrigues (2010), a contabilidade de custos nasceu
da contabilidade financeira, quando houve a exigência de se controlar e avaliar
estoques nas indústrias, nascentes à época da Revolução Industrial, tarefas, até
então, de fácil avaliação, pois as empresas eram pequenas e familiares, basicamente
de artesanatos.
Segundo Martins (1998), a contabilidade de custos tinha função inicial o
abastecimento de elementos que visavam avaliação dos estoques, finais ou
intermediários e, também a avaliação dos resultados e não o fornecimento de dados
à administração, porém, nessas últimas décadas a contabilidade de custos tornou-se
uma importante arma de controle e decisão gerenciais.
Silva (2008) diz que a contabilidade de custos surgiu a partir da necessidade
de atender os anseios de informação da administração, interessadas no controle dos
custos de sua atividade bem como da busca de lucro.
Leone (1981) relata que a contabilidade de custos hoje se refere às atividades
de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão
de todos os tipos, desde as relacionadas com as operações repetitivas até as de
natureza estratégica, não repetitivas, e, ainda, ajuda na formulação das principais
políticas das organizações.
Já Silva (2008) afirma que a contabilidade de custos atualmente, é um dos
principais ramos da contabilidade e que merece uma maior atenção por parte dos
contadores, para que não seja assumida por outra profissão como Administração,
Economia e ou até mesmo Engenharia, como é o caso dos EUA onde já existe a
Engenharia de Custos.
A seguir serão conceituados alguns elementos importantes para entendimento
do assunto abordado.
Custos
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O conhecimento dos custos é vital para saber se determinado produto é
rentável ou não, e se é possível diminuir ou minimizar seus custos.
De acordo com Bertó e Beulke (2005), custo é uma expressão monetária que
deve ter uma menor quantidade final, boa, rentável de produtos ou serviços para repor
fisicamente, ao término de cada ciclo operacional, uma maior quantidade inicial de
insumos e consumos do próximo ciclo.
Silva (2008) diz que custos são recursos aplicados na transformação dos
ativos, representados por gastos relativos à utilização de bens ou serviços aplicados
para produção de outros bens e serviços.
Martins (1998) concorda com o conceito de Silva quando afirma que custo é
um gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços,
e acrescenta ainda que o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal,
isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e
serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Bruni (2006) afirma que custos representam na verdade uma transição de um
investimento que tem como destino final o valor de estoques. A conversão de matéria
em produto em elaboração e a conversão dos produtos em elaboração em produtos
acabados representam custos.
36
Martins (1998), diz que todos os custos podem ser classificados em fixos e
variáveis ou em diretos e indiretos ao mesmo tempo. Assim, a matéria-prima é um
custo direto e variável, os materiais de consumo são normalmente custos indiretos e
variáveis, os seguros das fábricas são custos indiretos e fixos, etc. Os custos diretos
são variáveis, quase sem exceção, mas os indiretos são tanto fixos como variáveis,
apesar da geral predominância dos primeiros.
A seguir serão abordados alguns dos principais tipos de custos.
Custo Direto
De acordo com Silva (2008), custo direto é aquele diretamente identificado e
associado ao produto, e não necessita de nenhum critério de rateio para essa
associação. Exemplo: matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta.
Bertó e Beulke (2005) relatam que os custos diretos devem ser identificados
diretamente em cada unidade vendida. Exemplo: nos custos relativos à aquisição da
mercadoria ou relativos ao emprego de material direto no processamento industrial de
bens, nas despesas relativas às vendas, como ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), PIS, COFINS, etc e nas despesas financeiras do giro. Esse
último refere-se às despesas financeiras decorrentes do financiamento do período de
estocagem interna da mercadoria na empresa, mais eventuais prazos concedidos
para o recebimento dos valores vendidos.
Já Leone (1981) diz que custos diretos são todos os custos que se conseguem
identificar com as obras, do modo econômico e lógico, ou seja, é o custo que é
identificado naturalmente ao objeto do custeio.
Custo Indireto
Bertó e Beulke (2005), dizem que custos indiretos dão sustentação ao
funcionamento das atividades. Em geral os custos indiretos apresentam como
característica a impossibilidade de ser medidos, identificados, quantificados
diretamente em cada unidade.
Para Leone (1981), custos indiretos são todos os outros custos que dependem
do emprego de recursos, de taxas de rateio, de parâmetros para o débito às obras.
Silva (2008) reafirma o que os dois autores relataram, pois segundo ele custo
indireto é aquele cuja associação direta ao produto não é possível. Necessita de
37
critério de rateio para sua alocação. Exemplos: depreciação, mão-de-obra indireta,
seguros, aluguel.
Custo Fixo
Bertó e Beulke (2005) relatam que os custos fixos se mantêm inalterados face
ao volume de atividade, dentro de certos limites de capacidade, ou seja, não se
modificam em razão do crescimento ou da retração ao volume dos negócios dentro
desses limites. Exemplos: manutenção, folha de pagamento da administração.
Silva (2008) mais uma vez reafirma o que Bertó e Beulke relataram, pois de
acordo com o mesmo custo fixo é aquele que independe da quantidade produzida.
Exemplos: aluguel, depreciação, mão-de-obra indireta mensalista.
Custo Variável
De acordo com Silva (2008) custo variável é aquele que ocorre em função da
quantidade produzida, por exemplo: matéria-prima, combustível, mão-de-obra para
produção.
Já Bertó e Beulke (2005) relatam que custo variável não está necessariamente
relacionado com a identificação entre custos/despesas com o produto/mercadoria
/serviço. Na realidade, o foco desses custos/despesas está mais relacionado com o
volume vendido. Constituem valores que se modificam em relação direta com o
volume vendido. Exemplos: variação no custo total da mercadoria em razão das
oscilações da quantidade vendida, ICMS de venda, PIS/COFINS etc.
Métodos de Custeio
De acordo com Silva (2008) os sistemas de custeamento surgiram em
decorrência do aumento do tamanho e complexidade das organizações, da
necessidade de integração e coordenação das operações nas matrizes e filiais das
empresas, crescente importância dos custos indiretos de fabricação, e a concorrência
que trouxe no bojo a necessidade de estabelecer preços, como talvez, o mais
importante fator do desenvolvimento desses sistemas.
Segundo Martins (1998), “custeio significa método de apropriação de custos. “
Existem vários métodos de custeio, mas este artigo restringiu-se a estudar o
Custeio por Absorção, Custeio Variável ou Direto, Custeio Padrão e o Custeio
baseado em Atividade (ABC).
38
Custeio por Absorção
De acordo com Santos, Espejo e Voese [2010?}, o sistema de custeio por
absorção tem suas origens na Contabilidade Financeira, tendo como guia norteador,
os princípios fundamentais da contabilidade, sendo o único aceito pelo fisco.
A principal característica do custeio por absorção é o fato dele adotar critérios
de rateio na alocação dos custos indiretos aos produtos e de utilizar a parcela os
gastos de produção para formação do custo do produto. Para a efetiva utilização do
custeio por absorção, é necessário seguir alguns passos que consistem em separar
os custos das despesas, alocar ou apropriar os custos diretos aos produtos e alocar
os custos indiretos de fabricação, também aos produtos e serviços.
Para Silva (2008) o sistema de custeio por absorção classifica os custos em
diretos e indiretos, de acordo com a sua possibilidade de serem apropriados aos
produtos. Considera que todos os custos de produção são alocados ao produto, e não
considera os gastos ocorridos fora da produção, que são custos do período: venda,
administração e pesquisas e desenvolvimento.
Custeio ABC
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O método de apropriação de custos denominado ABC significa Activity Based
Costing, ou seja, Custeio Baseado em Atividades.
Silva (2008) diz que o Custeio Baseado em Atividades (ABC) surgiu das
necessidades gerenciais não mais embasadas pelos números dos custos apurados
na forma tradicional, em função de rápidas e diversas alterações que se processavam
no ambiente econômico a partir dos anos 80.
Segundo Martins (1998) o método de custeio ABC procura reduzir
sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.
Para Bertó e Beulke (2005) a característica básica do custeio por atividade é a
apropriação aos produtos, às mercadorias e aos serviços de todos os custos e
despesas diretas possíveis, sejam eles fixos ou variáveis. De acordo ainda com os
autores o sistema ABC possui a seguinte composição:
Preço de venda (função de mercado e da gestão dos
custos) ( - ) Custos e despesas diretas
I – Contribuição operacional de produtos, mercadorias ou serviços
II – Soma das contribuições operacionais de produtos, mercadorias
ou serviços de uma unidade de negócios
( -) Custos e despesas diretas da unidade de negócios
III – Contribuição operacional da unidade de negócios
IV – Soma das contribuições operacionais das várias unidades de
negócios da empresa
( - ) Custos e despesas gerais da empresa, não direcionadas
= Resultado da empresa
Silva (2008) afirma que o sistema de custeio ABC é um método de análise que
busca rastrear os gastos de uma empresa para analisar e monitorar as diversas toras
de consumo de recursos diretamente identificáveis com suas atividades mais
relevantes e destas para os produtos e serviços.
Preço de Venda
A formação do preço de venda, de um produto ou serviço, para alcançar uma
rentabilidade pré-determinada (geralmente através de orçamento) é perseguida pelas
empresas, é estudada por administradores e autores nos cursos de contabilidade e
administração, bem como nestes setores dentro das empresas. É grande por parte
dos gestores a ânsia de conhecer os resultados financeiros, por produto ou serviço,
40
para avaliar quais são mais rentáveis. A comparação do resultado realizado com o
pré-estabelecido serve também para se avaliar os recursos envolvidos na
comercialização assim como os desvios ocorridos nas vendas.
As empresas devem em primeiro lugar conhecer seu ponto de equilíbrio e a
margem de contribuição de seus produtos isoladamente e ponderar esses produtos
pelo seu peso respectivo no faturamento total, identificando a média geral. É de
extrema importância as empresas conhecerem a rentabilidade de cada produto ou
serviço, pois assim, saberá quais produtos ou serviços dão mais ou menos lucros e
aqueles que dão prejuízos.
De acordo com Silva (2008) a formação do preço de venda é uma finalidade
bastante lembrada como um típico produto de um sistema de custos, havendo o mito
de que quem dispõe de um melhor sistema realiza um melhor cálculo de preço de
venda. Poderíamos dizer que um bom sistema de custos proporciona, em primeiro
lugar, uma noção muito clara de custos em diversas áreas de atuação, convergindo
em especial para o valor dos bens processados. Já o estabelecimento de preços, em
rigor, depende em igual intensidade da qualificação do sistema e das forças do
mercado.
Bertó e Beulke (2005) relatam que a formação do preço de venda dos produtos
e ou serviços, elemento essencial da gestão econômico-financeira e mercadológica
das empresas, envolve inúmeros fatores em sua composição, entre eles se destacam:
estrutura de custos; demanda (mercado); ação da concorrência; governo e objetivos
pretendidos com o produto ou serviço.
Silva (2008) afirma ainda que cálculo do preço de venda não depende
exclusivamente do custo dos bens, mas em boa dosagem da própria política de
preços, de tal modo que alguns autores delimitam a função cálculo como atribuição
da área de custos, e a função preço como sendo exclusivamente da área de
comercialização.
A empresa pode reduzir seu preço, sem necessidade, para aumentar seu caixa
no curto prazo ou ainda como parte de uma campanha, com foco no longo prazo, para
aumentar a sua fatia de mercado.
Para tomar essa decisão os gestores devem conhecer bem os custos para não
correr riscos.
41
De acordo com Bruni (2006) a formação de preços representa uma das mais
importantes e nobres atividades empresariais. A definição equivocada do preço pode
arruinar um negócio.
Kloter (2003) ressalta que, através da história os preços têm sido fixados por
compradores e vendedores que negociam entre si. Os vendedores pedem preço
acima do que esperam receber e compradores oferecem menos do que esperam
pagar. Por meio de uma negociação saudável se chega a um preço aceitável. Hoje,
o mercado dita os preços, pois é ele que diz o que está disposto a pagar, em função
da sua renda. Cabe então às empresas verificar quais produtos são viáveis
economicamente para elas e adequar os investimentos e recursos aplicados, de
maneira mais racional e com eficiência, para que aumente a produtividade, com a
consequente diminuição de custos e o aumento da rentabilidade dos produtos.
Mark-Up
Uma das grandes ferramentas usadas para calcular o preço de venda de um
produto é o mark-up.
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De acordo com Silva (2008) o Mark-up é um índice – multiplicador ou divisor –
que aplicado ao custo do produto fornece o preço de venda. Normalmente integram o
Mark-up os elementos: PIS/COFINS; ICMS; Comissões; Despesas Administrativas;
Despesas Fixas de Vendas; Despesas Financeiras (aquelas não associáveis aos
produtos); Despesas Fixas de Fabricação (quando utilizada sistemática de
custeamento direto); e o lucro.
Margem de Contribuição
A margem de contribuição revela o quanto o produto da empresa contribui para
que esta consiga dar cobertura aos seus custos fixos, demonstrando a capacidade
que cada produto possui de cobrir os custos e a manutenção da produtiva da empresa.
Bruni (2006) relata que a margem de contribuição, representada pela diferença
entre receitas e gastos variáveis, consiste em um dos mais importantes indicadores
para a tomada de decisão em custos, preços e lucros.
Martins (1998) afirma que margem de contribuição por unidade, é a diferença
entre a receita e o custo variável de cada produto. É o valor que cada unidade
efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou
e lhe pode ser atribuído sem erro.
Silvente (2009) diz que a margem de contribuição é o quanto resta do preço,
ou seja, do valor da venda de um produto são deduzidos os custos e despesas por
ele gerados. Representa a parcela excedente dos custos e despesas que os produtos
provocam. A empresa só começa a gerar lucro quando a margem de contribuição dos
produtos vendidos superar os custos e despesas fixos e também ao lucro.
Sendo assim, podemos afirmar que a margem de contribuição é a diferença
entre o preço de venda e a soma dos custos mais despesas variáveis, podendo ser
representado da seguinte forma: MC = PVun – CDVun, onde:
MC = Margem de contribuição CDVun = Custos e Despesas Variáveis Unitário.
PVun = Preço de venda
Ponto de Equilíbrio
Em toda atividade, um eficiente controle de custos é imprescindível para uma
boa administração. A partir das informações geradas por um sistema de custos que
possibilite uma distinção satisfatória entre custos fixos e custos variáveis, pode-se
lançar mão de diversos instrumentos de análise.
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O principal e mais divulgado desses instrumentos é o ponto de equilíbrio, seu
conceito mais simples diz que é o ponto da atividade operacional da empresa em que
não há lucro nem prejuízo: a receita total é igual ao custo total. Se a empresa operar
acima do ponto de equilíbrio terá lucro; se abaixo, prejuízo.
Para Silva (2008) o ponto de equilíbrio é determinado mediante procedimento
gráfico ou aritmético, e nasce da conjugação dos custos e despesas totais com as
receitas totais. A atividade está no ponto de equilíbrio quando não tem lucro e nem
prejuízo. Assim, este parâmetro determina o ponto em que a empresa equilibra custos
com receitas.
De acordo com Bruni (2006) a separação e a classificação volumétrica dos
gastos permitem obter o ponto de equilíbrio do negócio, representado pelo volume
mínimo de operações que possibilita a cobertura dos gastos.
Silva (2008) diz que o ponto de equilíbrio pode ser calculado da seguinte forma:
PE = CDF/MCun, onde:
PE = Ponto de Equilíbrio MC = Margem de Contribuição CDF = Custos e
Despesas Fixo
Considerações finais
A principal finalidade desse artigo foi mostrar para as empresas de Nova Mutum
a importância da utilização da contabilidade de custos na formação do preço de venda
de um produto ou serviço. Para alcançar esses objetivos, deixou-se de lado a pesquisa
a campo e procurou-se relatos em livros e em artigos já publicados fazendo uma
profunda análise nos mesmos.
Com embasamento no estudo realizado e com sustentação na teoria de
grandes autores conclui-se que a contabilidade de custos é fundamental na formação
de preços pois através de um sistema de custos bem elaborado é possível coletar,
organizar e registrar os recursos aplicados ao processo produtivo, permitindo um
maior controle e produzindo informações úteis e necessários para a formação de
preço de um produto ou serviço.
Silva (2008) diz que o papel básico dos controles de custos é prover a
administração da empresa de informações relativas a custos históricos e futuros, de
forma a contribuir significativamente no planejamento e controle das operações.
Os métodos de custeio objetivam identificar os gastos inerentes ao processo
produtivo acumulando-os de forma organizada aos produtos e serviços. Cabe a cada
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empresário testar o sistema de custeio que mais se ajusta ao seu negócio, pois o
conhecimento daquilo que se faz é fundamental para melhor se gerir os custos de
uma empresa. A partir daí define-se o sistema de custeio que mais se encaixa na sua
empresa, para cada atividade, e assim como consequência terá sem dúvida uma
importante ferramenta na implantação e sucesso da empresa.
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BIBLIOGRAFIAS:
BERTÓ, Dalvio José e BEULKE, Rolando. Gestão de Custos. São Paulo: Saraiva,
2005.
BRUNI, Adriano Leal. A Administração de Custos, Preços e Lucros. São Paulo: Atlas,
2006.
KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. 9º Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
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