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Diretor Geral
Nildo Ferreira
Coordenador do Curso de Administração EAD
Almir da Cruz Sousa
Coordenador do Curso de Administração Pública EAD
Almir da Cruz Sousa
Coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos EAD
Almir da Cruz Sousa
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Maria da Ressurreição da Silva Coqueiro - Marizinha
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
Jadson do Prado Rasalfalski
Coordenador do Curso de Ciências Contábeis EAD
Fabrício Conceição das Neves
Secretário Acadêmico
Aleçandro Moreth
Design Gráfico
Rayron Rickson Cutis Tavares
Felipe Silva Lopes Caliman
Diagramação
Rayron Rickson Cutis Tavares
Felipe Silva Lopes Caliman
Equipe Acadêmica da ESAB
Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Apresentação
Caro estudante,
Seja bem vindo à ESAB. A Escola Superior Aberta do Brasil, funda-se no princípio básico
de atuar com educação a distância, utilizando como meio, tão somente, a internet. Em
2004,foi especialmente credenciada para ofertar cursos de pós-graduação a distância,
via e-learning, utilizando-se de software próprio denominado Campus Online.
Nós estamos familiarizados com o termo “Psicologia”, não é mesmo? Ela está no nosso
dia a dia. Podemos, então, iniciar o estudo da Psicologia da Educação relacionando
os nossos conhecimentos sobre a Psicologia, pois, de fato, foi a partir da história do
surgimento da Psicologia, de seus conceitos básicos e de suas principais abordagens
teóricas que se promoveram as bases para o nascimento da Psicologia Educacional,
fazendo com que exista uma relação entre ambas.
Bom estudo!
Competências e habilidades
• Conhecer conceitos básicos de Psicologia da Educação, fundamentais para a
atuação profissional, refletindo sobre a sua implicação na dinâmica do processo de
ensino e aprendizagem.
• Entender o desenvolvimento da Psicologia da Educação, interpretando e
relacionando alguns de seus pressupostos filosóficos e teorias subjacentes com
as atuais abordagens da educação, permitindo o desenvolvimento de respostas
inéditas, criativas e eficazes para problemas novos.
• Aplicar os fundamentos do processo de ensino e aprendizagem, levando em
consideração suas implicações em atos, tendências, fenômenos ou movimentos da
atualidade.
• Articular o conhecimento de psicólogo da educação com os demais saberes para
solucionar determinadas situações-problema e posicionar-se diante delas com
outros profissionais que integram as equipes de trabalho.
Ementa
A disciplina visa oportunizar a compreensão dos fundamentos e dinâmica do
processo de ensino e aprendizagem a partir das principais abordagens teóricas
da Psicologia, acentuando a importância desta disciplina no curso de formação
de educadores. Para tanto, inicia-se com uma introdução ao estudo da Psicologia
de forma a permitir ao egresso conhecimento de conceitos básicos de Psicologia,
fundamentais para o estudo e atuação do profissional da área de Educação escolar,
refletindo sobre a natureza humana nas suas dimensões biopsicossocial.
Sumário
1. Levantamento histórico...................................................................................................7
2. Introdução ao estudo da Psicologia da Educação...........................................................12
3. O âmbito da Psicologia da Educação..............................................................................17
4. Primeiras definições da Psicologia da Educação.............................................................21
5. Desenvolvimento de um papel ativo do Psicólogo em Educação
no processo educacional................................................................................................25
6. As principais escolas de pensamento na área de Psicologia............................................29
7. Relação entre Psicologia da Educação e Desenvolvimento Infantil.................................36
8. Teorias de Freud sobre a constituição do aparelho psíquico...........................................41
9. Contribuição da Psicanálise Freudiana à educação.........................................................50
10. Freud e a Psicanálise no contexto educacional...............................................................55
11. Abordagem da Psicologia Humanista na Psicologia da Educação...................................62
12. A Psicologia Analítica de Jung e a educação...................................................................67
13. Novas escolas de pensamento e suas contribuições na Psicologia:
as vertentes cognitivistas...............................................................................................72
14. A Psicologia Educacional como uma área de pesquisa....................................................78
15. A natureza da Psicologia Cognitiva.................................................................................83
16. Aspectos do desenvolvimento humano: físico, cognitivo e social...................................88
17. Aspecto físico-motor......................................................................................................94
18. Aspectos cognitivos e suas implicações no desenvolvimento humano..........................99
19. Aspectos socioculturais do desenvolvimento social humano........................................106
20. O conhecimento social e o desenvolvimento de normas e
valores entre dois e seis anos.......................................................................................111
21. Abordagens conceituais de desenvolvimento..............................................................116
22. As concepções inatista e apriorista de desenvolvimento humano................................122
23. A concepção ambientalista de desenvolvimento humano............................................126
24. A concepção interacionista de desenvolvimento humano............................................130
25. Relações entre aprendizagem e desenvolvimento.......................................................136
26. Teoria do desenvolvimento humano em Piaget...........................................................140
27. Teoria do desenvolvimento humano em Vygotsky.......................................................145
28. Teoria do desenvolvimento humano em Wallon..........................................................150
29. A teoria humanista de Carl Rogers e suas contribuições para o
processo de ensino e aprendizagem.............................................................................154
30. Aspectos gerais da Teoria do Desenvolvimento Cognitivo Infantil................................158
31. Os princípios psicológicos da brincadeira e sua importância
no desenvolvimento infantil........................................................................................164
32. Teorias da Aprendizagem e suas características relevantes..........................................169
33. O cérebro humano e as atividades conscientes.............................................................174
34. Processos de socialização, atitudes, mudanças e motivações.......................................178
35. Desenvolvimento da personalidade sob a ótica da Teoria
Psicanalítica, Teoria Humanista e Perspectiva Social/Cognitiva....................................182
36. Recursos para a aprendizagem e a ênfase em atividades conscientes..........................186
37. Inteligência, afetividade e emoção..............................................................................192
38. Breve discussão sobre sexo, gênero, sexualidade e diversidade sexual.........................198
39. Diversidade étnica, identidade e ética no espaço escolar ............................................203
40. O papel e o valor das interações sociais na escola.........................................................207
41. O papel e o valor da relação entre escola e família.......................................................211
42. Adolescência: características fundamentais, processos centrais
no desenvolvimento e conexões elementares..............................................................215
43. O desenvolvimento dos relacionamentos sociais e as
relações interpessoais no contexto escolar...................................................................221
44. Desafios para a Psicologia da Educação: a interatividade e
contribuições de outras áreas.......................................................................................225
45. Desenvolvimento atípico..............................................................................................230
46. Além da família: o impacto da cultura mais ampla no
desenvolvimento social humano..................................................................................235
47. Tópicos atuais para especializações na área de Psicologia da Educação........................240
48. Conclusões do módulo.................................................................................................244
Glossário.............................................................................................................................250
Referências.........................................................................................................................273
1 Levantamento histórico
Objetivo
Problematizar a constituição do desenvolvimento histórico da
Psicologia como ciência e a introdução de seu estudo.
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O ser humano sempre refletiu sobre si próprio, sobre a vida, o
nascimento e a morte, a origem do medo e das emoções, o bem e o mal,
o sono e os sonhos, o amor etc. Um dos temas mais apaixonantes com
que a humanidade sempre conviveu é o “relacionamento entre a mente
e o corpo”, assunto que, na filosofia da mente, é denominado dualismo.
Esse conceito nos indica a suposição de que os fenômenos mentais,
em alguns aspectos, são algo não físico, imateriais, existindo assim a
completa separação entre mundo mental e mundo físico. É o mesmo que
dizer: mente e corpo são duas coisas diferentes.
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A Psicologia não surgiu como uma disciplina separada, até o final de
1800. Sua primeira história pode ser rastreada ao tempo dos gregos
antigos, mas suas raízes estão lá no convencimento de que o ser humano
das épocas primitivas tinha nele um certo espírito, pensamento que
caracterizava o nó gerador do pensar sobre a noção de alma e corpo.
Com o passar do tempo, veio a necessidade de se debruçar sobre o estudo
da alma, considerada então uma substância material sutil, fluida, como a
fumaça! Vejamos, a seguir, alguns dos mais importantes pensadores que
tomaram para si essa árdua tarefa do pensar humano.
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matéria com a propriedade essencial de ser espacialmente estendida
é uma máquina, cujas operações são explicadas pelos mesmos
princípios e leis físicas aplicadas ao mundo inorgânico; o corpo é
ligado à mente, uma propriedade essencial que pensa.
• Outros notáveis pensadores que influenciaram a história da
Psicologia – Thomas Hobbes (Inglaterra, 1588-1679), John Locke
(Inglaterra, 1632-1704), David Hume (Reino Unido, 1711-1776)
e Immanuel Kant (Prússia, 1724-1804): Criticaram a “Psicologia”
metafísica vigente até então, defendendo que a alma é produto de
nossa fantasia e a intervenção da experiência nos fornece, a rigor,
apenas uma ou outra percepção; de forma alguma nos oferece a
sensação de uma alma, na forma de uma substância especial. Ou
seja, prevalece a pura razão.
Psicologia vem do grego psykhé: psique, alma, espírito, mente; e de logos: palavra,
razão ou estudo. A natureza não foi o único objeto das interrogações do homem. Este
sempre refletiu sobre si próprio, sobre a vida humana. E é destas experiências vividas
que nasceu a ideia de “alma”. Encarada como “sopro de vida”, como “força interior” que
dirige e alimenta o corpo, a alma foi objeto das mais diversas reflexões. É importante ter
essas informações para entender que, desde seus primórdios, o ser humano apresenta
uma complexidade de comportamentos, emoções e sentimentos, e estudá-lo compete
também à ciência Psicologia. Dessa forma, mediante o acesso a alguns dados sobre a
história da Psicologia através dos tempos, melhor se compreende seu desenvolvimento
até chegar à Psicologia da Educação.
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domínio de saberes desta ciência só se deu na contemporaneidade. No
século XVIII ocorreu a divisão em psicologia racional e psicologia
empírica: a primeira tinha seu método baseado na especulação (herança
da metafísica) e a segunda na experiência, se ocupando dos fatos e
em estabelecer a mesma relação com o método de estudo das ciências
naturais, pois, até então, a psicologia estava no âmbito da filosofia.
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Introdução ao estudo da Psicologia
2 da Educação
Objetivo
Contextualizar as bases teóricas da Psicologia da Educação em suas
diferentes correntes e respectivas implicações para a educação.
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Educação, área que vai tratar dos estudos e das pesquisas que objetivam
descrever os processos psicológicos implícitos na educação. A interação
Psicologia-Educação surgiu da necessidade de avaliar e explicar aspectos
relevantes do processo de aprendizagem e subsidiar o planejamento e
desenvolvimento de estratégias e ações pedagógicas, no início do século
XX, com as primeiras publicações e a fundação de institutos de pesquisa,
que invocavam uma área específica de conhecimento psicológico para
o tratamento e solução de problemas educacionais. Assim surgiu a
Psicologia da Educação (COLL; MARCHESI; PALACIOS, 1987),
assentada em três eixos:
• teorias da aprendizagem;
• psicologia da criança; e
• medidas das diferenças individuais.
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a) Naturalismo
b) Realismo
• a memória;
• a atenção;
• a aprendizagem; e
• a emoção.
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para desenvolver a capacidade dos alunos, transmitir conhecimentos
e “prová-los”, organizar e apresentar o conteúdo de forma sistemática
dentro de uma disciplina e demonstrar critérios na tomada de
decisões. O currículo escolar deve enfatizar o mundo físico (ciências e
matemática), incluindo, além do conhecimento, habilidades e atitudes
para que os alunos demonstrem a capacidade de pensar criticamente e
cientificamente por meio da observação e experimentação. Os métodos
de ensino se concentram no domínio de fatos e habilidades básicas por
meio de demonstração e recitação.
c) Idealismo
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e) Existencialismo
O ser humano é aquilo que tenta ser pelas escolhas que faz. O mundo
físico não tem nenhum significado fora da existência humana.
Educar é transformar o indivíduo num ser autêntico. Importa mais o
desenvolvimento da capacidade afetiva do que o homem pensativo.
A pergunta do existencialismo é: quem sou eu e o que devo fazer? O
assunto da sala de aula deve ser uma questão de escolha pessoal. As
respostas reais vêm de dentro do aluno e não da autoridade externa. Para
isso, os alunos devem ser envolvidos em experiências de aprendizagem
genuínas e os educadores devem se opor a pensar nos alunos como
objetos a serem medidos, monitorados ou padronizados; ao contrário,
devem iniciar o ensino a partir da vivência do estudante e não a partir do
conteúdo curricular.
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3 O âmbito da Psicologia da Educação
Objetivo
Definir os termos para situar a Psicologia da Educação em relação
a outras disciplinas de Psicologia e de Ciências da Educação,
esclarecendo o seu objeto de estudo, objetivos e domínio de
intervenção.
3.1 Conceituação
Até quase a década de 1950, a Psicologia da Educação era um ramo
especial que se apresentava como a área de aplicação da Psicologia na
Educação. Enfatizava o interesse por natureza, condições, resultados,
avaliação e retenção da aprendizagem escolar, obstinada na perseguição
de resultados, de meios, mergulhada numa visão bastante instrumental.
Não era ainda uma disciplina autônoma, com sua própria teoria e
metodologia.
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Durante essa mesma década, ocorreu uma mudança nesse cenário.
Começou-se a duvidar da aplicabilidade educativa das grandes teorias
da aprendizagem elaboradas durante a primeira metade do século XX.
Prenunciavam-se crises sucessivas quando os psicólogos começaram a
considerar que o comportamento do ser humano se desenvolve não
apenas no âmbito do biológico, mas também no complexo contexto
do ambiente social. Surge ainda certo desconforto perante a falta de
independência entre a Psicologia e a Pedagogia, como se suas teorias
fossem as mesmas. Fica também evidente que a Psicologia por si só não
poderia fornecer diretamente as conclusões pedagógicas e vice-versa.
Surgiram então novas disciplinas educativas tão importantes à educação
quanto a Psicologia da Educação, e esta precisaria ceder espaço a outras
áreas que buscariam examinar de outros modos os objetivos e as tarefas
da educação, bem como a relação desta com a Psicologia, e ainda as
condições para que os objetivos e as tarefas da educação pudessem
realizar-se. Em decorrência disso, na década de 1970, a Psicologia da
Educação assume o seu caráter multidisciplinar, o qual conserva até hoje,
deixando de ser simplesmente considerada como a Psicologia aplicada à
Educação.
Se ficou clara para você esta abordagem que foi feita, será bem mais fácil
discernir o objeto de estudo da Psicologia da Educação e seu domínio
de intervenção. Vamos ver?
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3.2 Objeto de estudo
Foi o psicólogo americano John Broadus Watson (1878-1958) o
fundador da corrente científica designada por Behaviorismo (behaviour,
em inglês, significando também conduta, comportamento), que
promoveu a emancipação definitiva da Psicologia em relação à Filosofia,
colocando a Psicologia em seu próprio lugar. No sentido de alcançar a
objetividade (atributo próprio das ciências) para a Psicologia, Watson
propôs como seu objeto de estudo o comportamento, definido por meio
de respostas e estímulos – e só o comportamento! Entenda por estímulo
tudo o que vem de fora, do ambiente, que provoca um excitamento, uma
reação, uma resposta!
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a exemplo da forma como os alunos aprendem e se desenvolvem e as
condições mediante as quais o fazem, levando em conta, nessa atuação, os
diferentes fatores que determinam a aprendizagem, o desenvolvimento e
os modos possíveis de trabalhar com esses fatores, e até mesmo mudá-los.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem e participe do nosso Fórum de
discussões. Lá você poderá interagir com seus
colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?
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Primeiras definições da Psicologia
4 da Educação
Objetivo
Considerar a natureza das primeiras definições da Psicologia
da Educação, por serem explicativas da necessidade de seu
desenvolvimento.
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1911), John Dewey (1859 -1952), Jean Piaget (1896-1980) e Burrhus
Frederic Skinner (1904-1990) como figuras importantes na história da
Psicologia Educacional e bases para as suas definições, indico alguns
nomes e suas concepções sobre a Psicologia da Educação, com base em
Coll, Marchesi e Palacios (1995).
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desenvolvimento, da aprendizagem e das diferenças individuais,
reconhecidamente em bases científicas; 2) a vigência na época do
reformismo social consolidado nos argumentos de preocupação
com o bem-estar humano e com os campos de ação da política, da
economia, da religião e da filosofia.
Embora cada uma dessas oposições tenha sua própria história e matizes singulares,
todas contribuem, em maior ou menor medida, conforme os casos, para perfilar as
diferentes concepções da psicologia da educação, de certo modo acabam confluindo
no que constitui o ponto crucial em torno do qual tal diferença se concretiza e mostra
seu verdadeiro alcance e sua significação (Coll, 1988a; 1990a; 1998a; 1998b): a
importância relativa atribuída aos componentes psicológicos no esforço para explicar
e compreender os fenômenos educacionais.
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Importa dizer que a Psicologia e a Psicologia da Educação foram
cada vez mais tentando se distanciar de suas raízes behavioristas, o
que ainda é muito frequente na psicologia norte-americana, ainda
bastante impregnada dessa tendência. Foi com a escola de pensamento
cognitivista, que surgiu mais tarde, que essas áreas alçaram voo em
direção a outros horizontes, mais para fora dos domínios da escola de
pensamento comportamentalista, sobretudo da visão mecanicista.
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Desenvolvimento de um papel
5 ativo do Psicólogo em Educação no
processo educacional
Objetivo
Identificar em que consiste o trabalho do psicólogo educacional para
definir sua identidade como profissional, encontrando um sentido
cada vez mais significativo para a melhor compreensão da sua
atuação.
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Enfim, os psicólogos da educação vão estar nas instituições educacionais
escolares, espaços de atividade profissional no qual confluem especialistas
diversos como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais etc., e que
incorporam aportes de diferentes disciplinas, como a Didática, a
Psicologia da Educação, a Psicologia Clínica Infantil, a Psicologia Social
etc. Esses profissionais estarão ainda nos movimentos sociais, em todos
os espaços educativos não formais, em todos os lugares onde se faz
necessária a inserção de atividades de pesquisa e de elaboração teórica da
Psicologia da Educação no esforço de inovar e de aperfeiçoar as práticas,
pois o maior interesse do psicólogo da educação é a forma como os
alunos aprendem e se desenvolvem.
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de colaborar na busca de soluções para os problemas educacionais que se
formulam na prática, aliando-se constantemente aos conhecimentos de
outras áreas que se fizerem necessários.
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Figura 4 – Carl Gustav Jung.
Fonte: <commons.wikimedia.org>.
Estudo complementar
Nesta unidade, estudamos a necessidade do
desenvolvimento de um papel ativo do
psicólogo em educação para bem atuar nessa
área. Sobre essa abordagem, sugiro a leitura
do texto “Relações entre a Educação e a
Psicologia da Educação no Brasil”, clicando
aqui. Boa Leitura.
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As principais escolas de
6 pensamento na área de Psicologia
Objetivo
Analisar a importância da influência das diferentes escolas de
pensamento da Psicologia, em seu estatuto epistemológico,
fundamentais à delimitação de sua metodologia específica de
investigação e bases para o advento da própria Psicologia da
Educação.
6.1 Estruturalismo
Surgiu com o inglês Edward Bradford Titchener (1867-1927), que foi
discípulo de Wundt.
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6.2 Funcionalismo
William James foi um de seus pioneiros, considerado ainda hoje por
muitos como o maior psicólogo americano.
6.3 Associacionismo
O principal representante é Thorndike, cujas pesquisas prévias
sobre o reflexo condicionado contribuíram para tornar a psicologia
objetiva. Outro nome, Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), teve uma
responsabilidade primordial na mudança: estudar a associação em
termos de conexões entre “estímulo-resposta”, e não de “ideias”. O termo
associacionismo originou-se da concepção de que a aprendizagem se
dá por um processo de associação das ideias, das mais simples às mais
complexas.
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• Objeto de estudo: o caráter utilitário do conhecimento, ou seja, de
sempre servir para alguma coisa.
• Avanços: formulação de uma primeira teoria de aprendizagem
na Psicologia; desenvolvimento da explicação mais completa dos
fenômenos psicológicos.
• Método: ênfase à introspecção, na forma de observação interna, mas
de um modo controlado. Observadores treinados deveriam descrever
no laboratório as suas próprias experiências resultantes de uma
situação experimental definida. Os dados eram depois relacionados e
interpretados por uma equipe de psicólogos.
• Limites: a produção de conhecimento pautada numa visão utilitária,
de serventia do conhecimento; é pela lei de causa-efeito ou do
estímulo-resposta que o organismo vai associando situações com
outras semelhantes, o que é de grande utilidade para a Psicologia
Comportamentalista. Exemplo: todo o comportamento de um
ratinho tende a se repetir se nós o recompensarmos (causa) assim
que ele o emitir. Por outro lado, tende a não acontecer se ele for
castigado (efeito) após sua ocorrência.
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influenciando diretamente muitos pensadores; impactou as áreas da
percepção e da aprendizagem e motivou o interesse pela experiência
consciente.
• Limites: não enfatiza a sequência estímulo-resposta, mas, em
compensação, o faz com o contexto ou campo no qual o estímulo
ocorre e o insight tem origem, quando a relação entre o estímulo
(um brinquedo) e o campo (ambiente) é percebida pelo aprendiz; os
gestaltistas não admitem a existência de um espírito, da alma; para
eles, tudo se reduz à matéria bruta.
6.5 Psicanálise
Sigmund Freud (1856-1939), considerado o precursor do movimento
psicanalítico, trabalhou sozinho no desenvolvimento da psicanálise.
Em 1906, juntaram-se a ele alguns colegas, sendo fundada a Associação
Internacional Psicanalítica. A psicanálise nasceu com objetivos limitados,
com o fim de compreender algo a respeito da natureza das enfermidades
nervosas, chamadas “funcionais”.
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6.6 Behaviorismo, Comportamentalismo ou Teoria
Comportamental
Surgiu por volta de 1913, com Watson (com o intuito de tornar a
Psicologia uma ciência empírica, estabelecendo como verdade científica
aquilo que pudesse ser consensualmente observado). Pavlov o adotou em
seus experimentos sobre o comportamento. Entre 1938 e 1945, Skinner,
defensor do Behaviorismo radical, tentou desviar o behaviorismo da
relação estímulo-resposta, sustentando a seleção de comportamentos
pelas suas respectivas consequências e mantendo a relação causa-efeito, o
que seria basicamente admitir apenas uma mudança de comportamento.
Exemplo: depois de ensinar, o professor deveria pedir ao estudante para
executar o que se ensinou e corrigi-lo imediatamente. A essa sequência de
eventos, Skinner chamou de ‘contingências do reforço’.
www.esab.edu.br 33
Resumo
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como é hoje, levando à aplicação de muitas metodologias científicas que
estudam o comportamento humano e o pensamento.
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Relação entre Psicologia da
7 Educação e Desenvolvimento
Infantil
Objetivo
Reconhecer a importância da relação entre a psicologia escolar e a
Educação Infantil, cuja vinculação é considerada como constituinte
dos processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
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Assinalamos que nos séculos XVIII e XIX se inicia um atendimento
mais destacado às crianças pequenas. Seria esta uma ‘dádiva’ dada à
criança? Com a Revolução Industrial na Inglaterra em meados do século
XVIII, instaurou-se o modo de produção capitalista. Essa é uma velha
história, mas agora precisamos dela aqui. O capitalismo proporcionou
transformações muito profundas na sociedade, trazendo entre tantas
mudanças radicais uma prática que foi marcante nesse sistema social: a
utilização do trabalho infantil nas fábricas que, junto ao das mulheres,
constituíam a mão de obra mais barata, com excessiva exploração do
trabalho infantil.
Ora, é fácil você entender que havia um interesse de que a criança fosse
educada, controlada e protegida desde a mais tenra idade, dentro dos
princípios que regiam a sociedade do trabalho exploratório, você não
acha? Perfeito para as necessidades da nova sociedade! Naturalmente
aceitável também que se consolidassem dois tipos de atendimento
às crianças pequenas: a) um destinado às crianças da elite de melhor
qualidade e que tinha como característica a “educação” e b) outro que
servia de guarda, proteção e disciplina para as crianças pobres. Para essas
últimas, o atendimento era de caráter assistencialista e controlador, pois
por serem desfavorecidas, o argumento de que deveriam trabalhar era um
indicativo de que assim superariam a pobreza, a negligência das famílias,
estariam protegidas do crime e da marginalidade, além de ajudarem no
orçamento familiar.
Figura 5 - “A Hora da Infância Feliz”, da revista Harper mensal para agosto 1903.
Fonte: <commons.wikimedia.org>.
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Não é difícil você pensar sobre o que vamos apresentar agora.
Reportando-nos a essa forma de como a criança era tratada, será que
havia uma compreensão de infância como hoje temos? Embora a
história da infância não seja nosso objeto de análise aqui, uma coisa é
certa: até então não existia a identidade pessoal da criança. É então
perfeitamente compreensível que o vínculo inicial estabelecido entre
a Psicologia e a Educação Infantil inculcasse a definição de normas de
comportamento, estabelecimento de regras e parâmetros de classificação
e condições bem delimitadas de normalidade com base no modelo de
desenvolvimento biológico, tarefa esta que caberá à Psicologia como uma
ciência detentora de um saber específico imprescindível à Educação.
www.esab.edu.br 38
hoje), como, por exemplo: um amplo e complexo campo de símbolos,
inclusive indicativos de condutas e comportamentos (atitudes, hábitos,
aptidões, dons, talentos, habilidades, competências etc.); sotaques; gírias;
estilos de vestimenta; atividades de lazer; cerimônias; rituais; habilidades;
competências, entre outros.
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Na busca da identidade da Educação Infantil e de sua relação com a
Psicologia da Educação, o desafio tem sido afirmar a necessidade de
se integrar educação e cuidados nas instituições, vistos como funções
complementares e indissociáveis, mediante esforços no sentido
de alcançar o desenvolvimento integral da criança num ambiente
socializador. Considerando a infância em suas especificidades, suas tantas
e incríveis mudanças físicas, mentais e sociais, aliam-se os estudos na
Psicologia da Educação e sobre os processos de desenvolvimento infantil,
a promoverem as modificações desejadas nas políticas educacionais
públicas, no que diz respeito ao desenvolvimento infantil, que precisam
ainda ser feitas para um salto de qualidade no ensino e na aprendizagem
que combatam as ações assistencialistas.
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Teorias de Freud sobre a
8 constituição do aparelho psíquico
Objetivo
Apreender as concepções existentes sobre o processo de
desenvolvimento humano, seu conceito, os princípios que o
regulamentam e suas implicações para a educação, a partir do olhar
de Freud.
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Figura 6 – Freud e o pequeno Hans (1905).
Fonte: <commons.wikimedia.org>.
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Foi a partir das ideias desses grandes críticos da razão e do consciente
que Freud foi alicerçando suas ideias e seus conhecimentos avançaram
e culminaram na elaboração da psicologia do inconsciente aplicada às
ciências mentais. Freud vai propor em sua teoria da psicanálise que os
seres humanos são regidos por dois instintos básicos: os instintos de
vida, que servem ao propósito da sobrevivência em que a fome, a sede
e o sexo se enquadram; e os instintos de morte, ou destrutivos, pois
supunha especificamente que a pessoa tinha um desejo inconsciente de
morrer. São a vontade, o desejo, as pulsões.
Agora, você tem uma ideia melhor sobre os fundamentos que Freud
elaborou para o seu trabalho sobre a organização psíquica, que ele
denominou de aparelho psíquico (ideia emprestada da Física, de
uma espécie de ‘economia enérgica’, pressupondo algo que funciona),
e sobre a importância da psicologia e da teoria psicanalítica da mente
consciente e inconsciente para a Psicologia da Educação. No caso de
Freud, suas teorias serviram de base para uma escola de Psicologia crescer
rapidamente e tornar-se uma força dominante para o início da ciência da
mente e do comportamento.
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Nos seus primeiros trabalhos, Freud sugeria a divisão da vida mental em duas partes:
consciente e inconsciente. Sua teoria psicanalítica da mente consciente e inconsciente
usava uma metáfora do iceberg. A polaridade consciente, caracterizada pela ponta
visível do iceberg, seria pequena e insignificante, preservando apenas uma visão
superficial de toda a personalidade. A imensa e poderosa polaridade inconsciente
– assim como a parte submersa do iceberg – conteria os instintos, ou seja, as forças
propulsoras de todo comportamento humano. Freud polariza a vida anímica entre “Eros”
– instinto da vida – e “Thanatos” – instinto de destruição e morte.
Superego e Ego contêm a ‘energia psíquica’ em imensa proporção, no Pré-inconsciente,
como um bloco flutuante na água cujo maior volume – o inconsciente – fica submerso.
Esta energia corresponde em sua maior parte ao ‘Ego’, impulsor cego regido pela
busca do prazer. Em polo oposto está o ‘Superego’, em que estão a normas morais
(basicamente repressoras).
Consciente
Pré-consciente Ego
Superego
ID
Inconsciente
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8.1 Teoria do aparelho psíquico dos sistemas
inconsciente, pré-consciente e consciente
É uma concepção mais passiva de funcionamento psíquico, abrangendo
o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Vamos ver como operam
estes três sistemas.
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Para sua reflexão
Observe a figura abaixo e faça sua análise a
respeito de como nossa mente é normalmente
concebida pelos mecanicistas, equivalendo ao
funcionamento de determinadas peças. Reflita
sobre as implicações decorrentes de quando se
pensa assim!
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8.2 Teoria do aparelho psíquico das instâncias id, ego
e superego
Se a Primeira Teoria compreende essencialmente a distinção entre o
inconsciente, o pré-consciente e o consciente, a Segunda Teoria é um
modelo estrutural mais ativo, dinâmico, de funcionamento psíquico.
Este aparelho é formado por um conjunto de elementos distintos, que
separadamente têm “funções” específicas, mas que não estão dissociados,
interagindo permanentemente e influenciando-se reciprocamente. Essa
concepção estruturalista consiste em uma divisão tripartida da mente em
instâncias: o id, o ego e o superego.
Id (ou Isso)
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quando alguém está tentando tomar uma decisão, o Ego é o ‘anjo’, ou
seja, basicamente o ‘cérebro’ tentando encontrar um objeto no mundo
real que equilibre o que cada um está defendendo e mais objetivamente e
logicamente, e se possa chegar a uma decisão.
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uma nova filosofia de trabalho que estabeleça um clima mais favorável
à aprendizagem e uma nova ética, no modo de ver e de entender
sua prática educativa. Os estudos psicanalíticos revelam que o ser
humano transfere situações vivenciadas anteriormente, bem como
demonstra resistências a experiências uma vez reprimidas. Freud, com
a aplicabilidade da Psicanálise à Educação, também contribuiu muito
nas investigações da vida sexual das crianças e de seu desenvolvimento
psicológico, atraindo a atenção de educadores e lhes fazendo rever seu
trabalho sob uma nova luz.
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Contribuição da Psicanálise
9 Freudiana à educação
Objetivo
Compreender as descobertas de Freud a respeito da sexualidade
infantil e as manifestações desenvolvidas na criança, designando à
escola e ao professor, como formadores de opinião, a preocupação
com a forma de trabalhar a sexualidade da criança.
Quando Nietzsche argumentou que “Deus morreu” (no seu livro Assim
falou Zaratustra – 1883) e Freud tratou do “mal-estar da civilização” (na
obra O mal-estar na civilização – 1930), ambos se referiam à mesma
situação, ou seja: às heranças do mundo racional sobre nossas sensações,
como nossos sentimentos, emoções, fé, desejo sexual etc., a partir da
cultura e da religião domesticadoras. Ambos os pensadores, como muitos
outros de seu tempo, criticaram a condição do ser humano ser forjado,
sufocando os seus instintos naturais, suas paixões mais profundas, sua
vontade autônoma de agir naturalmente pelos seus instintos. Este é o
ser humano educado pela cultura da civilização moderna e racional,
colonizado, domado e refreado em seus impulsos!
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Segundo BOCK (2007, p. 79):
São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar esta deformação
da realidade, chamados de mecanismos de defesa. São processos realizados pelo ego
e são inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo.
Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos
indesejáveis, protegendo, desta forma, o aparelho psíquico. O ego - uma instância
a serviço da realidade externa e sede dos processos defensivos - mobiliza estes
mecanismos, que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo interno, em função
de perigos reais ou imaginários localizados no mundo exterior. Estes mecanismos são:
* Recalque: o indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre. Existe a supressão de uma
parte da realidade. Este aspecto que não é percebido pelo indivíduo faz parte de um
todo e, ao ficar invisível, altera, deforma o sentido do todo.
Ora, com essas ponderações é mais simples você entender porque Freud
se interessou tanto em seus estudos pela educação sexual das crianças,
concebendo-a como “pulsão instintiva” de vida, um prazer do eu (ego),
que é reprimido nas formas de educar da civilização moderna, para não
virar “pecado”. E esta realidade é a base fundamental de suas teorias!
Nas suas obras, de modo geral, Freud manifesta seu intenso “mal-estar”
perante a questão da educação e o papel do professor nas sociedades
ocidentais, alegando que provocam o “desprazer sexual” já desde as
primeiras proibições da infância.
Chamamos a sua atenção para tentar entender bem o que é o sexual em Freud, que
não pode ser confundido com a questão ligada aos órgãos genitais, em que prevalece a
necessidade do ato sexual (cópula) de caráter procriativo ou de obter o prazer orgástico.
A sexualidade freudiana tem outra conotação, relacionando-se com o exercício
prazeroso que o contato corporal proporciona e já começa desde a amamentação da
criança, no contato com a própria mãe, com seu próprio corpo etc.
Veja que interessante esta relação que Freud faz: se a pulsão sexual, vivida
livremente pela criança, é direcionada para coisas não sexuais e deixa de
ser satisfeita, essa pulsão é então capaz de desviar-se para outros objetos,
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processo este que Freud denomina de sublimação. Curiosamente, vemos aí
sua influência do mecanicismo físico-químico em suas ideias, vamos ver?
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Figura 9 – Criança: retrato por Jiri Hodan.
Fonte: <publicdomainpictures.net>.
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sintonia com seus pais, mas não deixando a cargo inteiramente deles,
pois sua intervenção de especialista é muito importante. Também é
necessário abominar o “discurso zoológico da cegonha” e o “botânico da
sementinha”, de que muitos se servem, tanto pais quanto educadores, o
que demonstra total ignorância teórica para tratar do assunto e um sinal
de compreensão da sexualidade mal elaborada! Essas duas formas de agir
nos remontam novamente ao mal-estar freudiano da civilização, numa
referência ao modo como a repressão sexual e o refreamento da própria
sexualidade de educadores vão refletir em suas práticas educativas.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidade 1 a 9. Para isso, dirija-se
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!
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Freud e a Psicanálise no contexto
10 educacional
Objetivo
Explicar a contribuição de Freud para o desenvolvimento humano
mediado pela educação, levando em consideração as transformações
pelas quais têm passado esse processo em suas teorias e em suas
práticas, que afetam o espaço escolar.
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dizer que há um afastamento, um ódio. Tal como Freud pensava, a
ação concorrente e simultânea dos dois instintos era o que dava origem
a muitos e diversos fenômenos da vida, demonstrando que os dois
instintos eram aspectos da energia.
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Saiba mais
Você se deparou muitas vezes com os termos
pulsão, prazer, desejo. Sugerimos que faça uma
comparação entre o que estudamos sobre a
psicanálise freudiana e o artigo de Luiz Claudio
Moniz”. Eros e Psiqué: o conto de fadas da
mitologia”. Disponível clicando aqui.
Vai ser muito interessante para complementar
seus conhecimentos e ir além deles!
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E ele deixou-se estar a contemplá-la, mudo
E tranquilo, como um faquir,
Como alguém que ficou deslembrado de tudo,
Sem comparar, nem refletir.
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Quis vê-la, quis saber a causa do mistério.
E, fechando-a na mão, sorriu
De contente, ao pensar que ali tinha um império,
E para casa se partiu.
Vamos parar para pensar: assim também é que uma criança – como
fomos um dia e possivelmente muitos de nós fizemos isso – quando fica
caçando bichinhos e os corta em pedaços ou quer abri-los. Essa ação
pode ser classificada como agressiva, cruel, sádica, má; o que acontece,
na verdade, é que ele nada mais faz que exercer sua pulsão de domínio.
Como entender a mosca em sua complexidade?
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grande parte de suas obras, e que concebia a criança como um pequeno
déspota, cheia de vontades e movida a paixões e puras emoções para
descobrir e dominar, o que nos faz perceber melhor porque as crianças
pequenas normalmente destroem seus brinquedos, como a buscarem
“entrar dentro deles” e saber de que são feitos, como aquilo funciona.
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vida da criança, concentrado, sobretudo, nas relações afetivas entre
professor e aluno, a sua grande intervenção.
Freud não se fixou no que ensinar, no com que e quando, mas no como,
campo tão importante que estabelece as condições para o aprender, sejam
quais forem os conteúdos. Isso faz uma diferença, porque, se você pensar
bem, o como “anda muito mal das pernas”. Por isso mesmo, esperamos
que você tenha entendido que quando o aluno deseja aprender, ele está
desejando, buscando, sentindo falta!
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
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Abordagem da Psicologia
11 Humanista na Psicologia da
Educação
Objetivo
Interpretar o projeto da psicologia humanista da educação na
Psicologia, especialmente a partir do momento em que apresenta
para a educação como uma nova proposta de abordagem da
integralidade entre a natureza e a conduta do ser humano, da
espontaneidade e do poder criativo do indivíduo.
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Ambas revigoraram os estudos da consciência e deram espaço ao
trabalho de outros psicólogos que trouxeram novas contribuições à
Psicologia e à sociedade. Assim, vamos agora ver a psicologia humanista,
marcadamente a psicologia do homem moderno. Mas, antes de
adentrarmos nessa abordagem, falaremos um pouco sobre o que se
entende por humanismo e quais suas características principais para, a
partir daí, termos uma melhor compreensão sobre a sua relação com a
psicologia e a educação.
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juventude, cultivando a sua inocência e a ingenuidade, mas em um lugar
próprio, com autonomia em relação à idade adulta. Esse novo homem
nascente será educado para ter um desenvolvimento mais laico, reflexivo
e capaz de usar muito mais o poder de sua razão. Nesse clima humanista,
todas as ciências foram afetadas, como deveria se esperar.
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divisão hierárquica, como uma espécie de escala de necessidades a
serem satisfeitas no ser humano; a cada conquista, nova necessidade
se apresenta. Isso faria com que o indivíduo fosse buscando sua
autorrealização, pelas sucessivas necessidades satisfeitas. Cada um de
nós é motivado por necessidades, sendo que as mais básicas são inatas,
necessidades mais óbvias para a própria sobrevivência, tendo evoluído
ao longo de dezenas de milhares de anos. Maslow ajuda a explicar como
essas necessidades motivam a todos nós. A Hierarquia das Necessidades
de Maslow compreende:
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Na literatura, em geral, é dito que o Humanismo foi uma escola da Psicologia que não
vingou como deveria por ater-se ao ataque ao Behaviorismo em um tempo em que este
já não era tão influente. Também existe o argumento de que foi uma psicologia mais
elaborada dentro de clínicas particulares, e não em instituições acadêmicas.
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A Psicologia Analítica de Jung e a
12 educação
Objetivo
Examinar a abordagem junguiana de compreensão do psiquismo
humano no que diz respeito ao que envolve a análise do caráter,
princípios, valores, sentimentos e demais aspectos acessórios,
característicos da individualidade.
É interessante saber por que alguém que bebeu na fonte teórica de Freud,
compartilhou das mesmas ideias dele e foi considerado seu próprio
sucessor – pelo próprio Freud – viesse a se tornar mais tarde mentor de
uma teoria em desacordo daquele que foi seu mestre, iniciando uma
nova escola de pensamento: a psicologia analítica. Da Psicanálise,
originaram-se inúmeras abordagens, como a Psicologia Analítica de Carl
G. Jung (BOCK, 1999, p. 86). Jung concebia a psicologia como uma
ciência teórica, que estuda todos os estados mentais e todas as formas de
comportamento, tanto do indivíduo normal ou não, humano ou animal;
já em Freud, a Psicanálise viria das ciências do espírito, da alma humana.
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Mas vamos conhecer um pouco mais sua psicologia analítica, e tentar
fazer as relações desta com a educação da forma mais precisa possível.
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Outra questão interessante em Jung é o modo como considerava o
pensamento, o sentimento, a sensação e a intuição: os dois primeiros
envolveriam razão e juízo, já os dois últimos independeriam da razão,
porque nós os teríamos a partir dos estímulos ambientais, de fora para
dentro, como supõem os ambientalistas.
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Em Jung, educadores e psicólogos têm um forte elemento para
repensarem suas práticas, trazendo seus ensinamentos sobre educar
o ser humano manifestando uma espécie de sentimento agradável,
convencional, no momento certo e em ambientes tranquilos. Então,
vamos analisar se suas ideias podem ser acolhidas com entusiasmo no
nosso discurso pedagógico e de psicólogo da educação, e extrairmos de
seu trabalho a direção entusiasta que aponta nas entrelinhas.
Dica
Que tal aprofundar um pouco mais sobre
esse assunto de maneira lúdica? Para isso,
recomendamos o filme “Um Método Perigoso”
(2011), dirigido por David Cronenberg. O longa-
metragem é uma obra cinematográfica que
apresenta a relação entre Carl Jung e Sigmund
Freud, da qual se considera ter surgido a
psicanálise. Divirta-se!
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Resumo
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Novas escolas de pensamento e
13 suas contribuições na Psicologia: as
vertentes cognitivistas
Objetivo
Valorizar a emergência de novas escolas de pensamento da Psicologia
como contribuição aos avanços da Psicologia da Educação, em suas
implicações teóricas, práticas, individuais, sociais, ideológicas etc.
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expressivas escolas que tentaram solucionar a controvérsia que girava
em torno de muitos dos problemas psicológicos fundamentais, baseados
nas diferentes formas que os psicólogos viam a nossa natureza de seres
humanos, em relação ao ambiente. Embora algumas dessas disputas
tenham sido resolvidas com a predominância de uma visão comumente
aceita, outros continuaram por anos e anos sem qualquer sinal de chegar
a um acordo universal.
[...] processo através do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o
ser se situa no mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui significados
à realidade em que se encontra. Esses significados não são entidades estáticas, mas
pontos de partida para a atribuição de outros significados. Tem origem, então, a
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estrutura cognitiva (os primeiros significados), constituindo-se nos ‘pontos básicos de
ancoragem’ dos quais derivam outros significados. (BOCK, 2007, p. 117)
Se você quiser caracterizar esta escola para distingui-la bem de outras, marque
bem estas palavras-chaves: esquema, projetos, manipulação de símbolos,
processamento de informação, mapeamento de informações ou de conceitos,
modelos mentais, mapas conceituais etc. E também os termos: atenção, modelos
de reconhecimento, memória, organização do conhecimento, linguagem,
raciocínio, resolução de problemas.
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2. Construtivismo, Construtivismo Cognitivista ou Construtivismo
Interacionista (a Epistemologia Genética de Jean Piaget)
O grande nome desta escola é o suíço Piaget. Mas, para que você conheça
melhor seu trabalho, é importante saber que este pensador era biólogo
por formação básica, sendo conhecido como o maior malacólogo do
mundo, ou seja, um estudioso de moluscos. Logo, pode-se perceber que
sua tendência em enfatizar o fator biológico, juntamente ao psicológico,
não é por acaso.
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alguma ação física (tocar uma maçã) ou mental que pode ser executada
em um objeto, evento ou fenômeno, que bastante influenciou Piaget.
Num outro exemplo: As sensações são tudo o que a criança tem nas
fases iniciais do seu desenvolvimento, antes que ele reconheça objetos;
se pensarmos numa estrutura que se forma, como a fala de uma criança,
uma coisa é dizer que a fala ‘se forma’, e outra é dizer que a criança ‘é
que organiza a fala’, não é mesmo? Pois bem, esta ideia de estrutura
que se constrói pressupondo atividades no sujeito em relação a algo
a ser conhecido, é a tese central do construtivismo piagetiano, cujas
implicações na Psicologia da Educação nós vamos aprender mais à
frente. Construtivismo é, então, uma epistemologia contemporânea, que
sustenta que os seres humanos constroem conhecimento, dando sentido
à experiência atual mediante o conhecimento prévio, as estruturas
mentais, experiências e crenças.
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como um sociólogo, ao vincular seus estudos aos grandes movimentos
históricos do século XIX: o socialismo, o comunismo, o fascismo e
o capitalismo. O projeto de Vygotsky consistia em superar a crise
existente na Psicologia, e construir sobre genuínas bases marxistas uma
nova psicologia científica, dialética e histórico-genética, enfocando
a interação entre hereditariedade e ambiente, entre sujeito e objeto,
aplicando o princípio de contribuição biológica do psiquismo como
o seu próprio princípio explicativo. Produzindo sua teoria a partir do
estudo da interação entre sujeito e o contexto sócio histórico cultural,
recriou um modelo explicativo sobre o desenvolvimento das estruturas
psíquicas que constituem a consciência humana transformando o ser
humano biológico em histórico.
Estudo complementar
Para aprofundar seus estudos sobre o tema
apresentado e conhecer sua relação com o
contexto escolar, faça uma leitura do texto “As
contribuições da Psicologia Cognitiva e a atuação
do psicólogo no contexto escolar”, disponível aqui.
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A Psicologia Educacional como uma
14 área de pesquisa
Objetivo
Reconhecer a Psicologia Educacional como uma área de pesquisa com
implicações para a aprendizagem e o ensino.
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desenvolvimento, crenças, comportamentos e crenças do ser humano,
não é mesmo?
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criança sobre seu meio, sobre suas emoções, sentimentos, inquietudes,
angústias, questionamentos, aprendizagem, e desenvolvimento, e ter-se
com isso um conhecimento maior sobre sua vida.
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de saída, a partir de abordagens teóricas psicológicas (que pode ser a
Comportamentalista, a Gestaltica, a Psicanalítica, a Construtivista ou
a Sócio-Interacionista etc.), qual é a indicação adequada que poderá
ser um trabalho de orientação, individual ou grupal, ou se é necessário
uma terapia, ou outra orientação, sempre no sentido de promover o
desenvolvimento mental do indivíduo. Sobretudo, esperamos que você
pense assim! Isso implica em ver o homem na sua unidade, como ser
biológico, sociológico, psicológico, histórico etc., e ao mesmo tempo
inserido num contexto educacional, urbano, social, econômico, como
cidadãos, em que o desenvolvimento não é só uma questão psicológica,
mas global, e que necessita do engajamento de todos os que estão
comprometidos com a vida.
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pessoas, grupos ou organizações envolvidos na pesquisa (salvo interesse
manifesto destes em se identificar); o consentimento informado, ou
o consentimento livre e esclarecido, com a formulação de um termo,
autorizando a participação voluntária da pessoa na pesquisa; a alteridade,
ou o respeito ao outro se colocando no seu lugar para apreendê-
lo na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo,
da sua diferença; a responsabilidade; o cuidado; a solidariedade; o
comprometimento; a tolerância.
Com tal estudo, nesta unidade, chamamos sua atenção para que o
trabalho de pesquisa sobre o desenvolvimento humano seja plenamente
contextualizado, explicitando a necessidade do pesquisador estar
atento à diversidade que caracteriza o ser humano em seus processos
bio-psicológicos, sua participação dinâmica nos ambientes, suas
características pessoais, sua construção histórica e sociocultural,
entre outras. Salientamos que aspectos éticos são fundamentais na
estruturação de um bom projeto de pesquisa e na divulgação dos dados.
Numa pesquisa sobre o desenvolvimento na infância, é indispensável
compreender que se trata de um tempo da vida da criança com grande
desenvolvimento físico, especialmente, nos primeiros três anos de
vida e durante a puberdade; porém, mais do que isto, é um tempo
em que a criança desenvolve-se psicologicamente, envolvendo muitas
transformações no seu comportamento e na formação das bases de
sua personalidade, às quais a pesquisa deve estar atenta.
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15 A natureza da Psicologia Cognitiva
Objetivo
Compreender a capacidade cognitiva e a potencialidade humana para
aprender e os processos inerentes a elas.
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aprendem, ou que um bom vídeo estimula a aprendizagem. Vale lembrar
aqui um dos livros de Piaget, intitulado “Psicologia e pedagogia: a
resposta do grande psicólogo aos problemas do ensino” (1998), que todos
os educadores e psicólogos deveriam ler, em que ele diz que não devemos
“mobiliar a cabeça das crianças”, como quem decora uma casa, fazendo
uma crítica à prática de enchê-las de informações, de memorizações à
base do uso excessivo de objetos, modelos ou miniaturas de todo tipo.
www.esab.edu.br 84
para aprender, criar, fazer relações novas, dinamizar sua capacidade
cognitiva e suas potencialidades para a aprendizagem.
Veja você! Aquela Psicologia que adotara durante séculos, como filho
querido, o ‘modelo mecanicista’, já bastante mencionado em unidades
anteriores, é um modelo muito sedutor! Pois, na sua forma de estudar
o ser humano, adotou uma dimensão mais ‘macro’ na forma de ver e
explicar as coisas e colocou nos aspectos observáveis do ‘ambiente’ e do
‘objeto’ as mesmas leis empregadas no estudo do grande Universo com
seus processos à semelhança de como a máquina funciona. O surgimento
da Psicologia Cognitiva se deu inspirado nos modelos tecnológicos de
processamento da informação, na construção e testagem de modelos de
computador que simulam o pensamento humano, bem como nos testes
experimentais desses modelos, mas foi suficiente para abalar as estruturas
comportamentalistas, porque cedeu lugar a uma nova abordagem,
exercendo fortes implicações ao considerar o modo como as pessoas, o
sujeito, percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação do
ambiente.
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Imagine você o que passou a significar para a Psicologia (e para todas as
outras áreas sob influência do Cognitivismo) constatar que o observador
pode intervir no observado, perturbá-lo, interagir com ele! Considere
a importância que representou para a Psicologia o fim da secular, sólida
e inabalável separação, até então, criada entre observador e observado,
mundo interior e mundo exterior, eventos mentais e ambientais.
Avançamos com a Psicologia Cognitiva, sim! Além do que foi dito, com
essa nova abordagem, deixamos de ser seres ‘vazios’ de pensamento ou
‘folhas em branco’ em que se pode escrever qualquer coisa, retomando
o papel da consciência a posição central, esta que fora banida por longo
tempo da Psicologia.
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Ao contrário da psicanálise, que depende fortemente percepções
subjetivas, a psicologia cognitiva utiliza métodos de investigação
científica para estudar os processos mentais. Existem inúmeras aplicações
práticas para a investigação cognitiva, como trabalhar e aperfeiçoar a
memória, ampliar a tomada de decisões, a precisão e a estruturação de
currículos educacionais para melhorar a aprendizagem, além de poder
abordar: a percepção, a linguagem, a atenção, a memória, a resolução
de problemas, a tomada de decisão e o julgamento, a inteligência etc.,
bastante relevantes no estudo da capacidade cognitiva e da potencialidade
humana para aprender.
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Aspectos do desenvolvimento
16 humano: físico, cognitivo e social
Objetivo
Descrever a aplicação da Psicologia como ciência nos aspectos do
desenvolvimento humano físico, cognitivo e social.
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preferidas, seu comportamento em determinadas situações sociais, a
forma de realizar certas tarefas, suas noções de valor etc.
Uma das habilidades que uma criança de cinco meses precisa ter para
conseguir alcançar e agarrar um brinquedo, como um ursinho de pelúcia,
por exemplo, e que depende do seu aspecto físico, cognitivo, oral e
emocional, é a habilidade de poder examinar a importância e a grandeza
de alguma coisa, apreciá-la mediante suas sensações e percepções
táteis e visuais. E estas se desenvolvem por meio das experiências em
seu ambiente. A sensação se refere ao reconhecimento dos estímulos
presentes num ambiente pelos órgãos dos sentidos, e permite que
a criança se informe de algumas características e propriedades das
coisas, fenômenos como cores, sons, temperatura ambiente, objetos,
pessoas, noção de equilíbrio, bem-estar etc. A percepção é um processo
de organização das informações obtidas por meio das sensações em
categorias, como forma, peso, altura, distância, tamanho, localização
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temporal e espacial, textura etc. Ambas, sensação e percepção, são
constantemente utilizadas e de um modo dinâmico. Além disso, estão
ligadas a outras atividades intelectuais, como raciocínio, uma vez que
cada situação é vista em sua totalidade.
www.esab.edu.br 90
d. do ambiente sociocultural, (má alimentação, exposição pré-natal ao
álcool ou a outras drogas, a ausência do ato de brincar e de esporte
etc.).
Como você viu até agora, há muitas influências diferentes que podem
desempenhar este ou aquele papel em como uma criança cresce e
na pessoa que eventualmente se tornará. Do mesmo modo como o
desenvolvimento físico afeta a autoimagem da criança, sua personalidade
e interações com o seu ‘eu’ interno, também os aspectos cognitivos
e sociais têm seu lugar. A cultura em que a criança vive já é outro
elemento complexo que entra neste amplo ‘contexto’. Você deve saber o
quanto estas diferenças culturais podem levar a variações dramáticas na
forma como as crianças são criadas! Por exemplo, imaginemos os pais
de culturas ocidentais; estes salientam mais a importância da criança
desenvolver um forte sentimento de autoestima e independência,
enquanto que os pais de culturas orientais se concentram mais em como
a criança pode contribuir para a unidade da família e para a sociedade
como um todo.
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Em sua maioria, nas tarefas e atividades realizadas pela criança, seja em
um dia comum de seu cotidiano, em casa ou na escola, há sempre um
componente intelectual cognitivo, que será alvo de diferentes visões,
pois se apresentam muitas definições de inteligência, feitas por diversos
proponentes. Poderíamos citar, para ilustrar, Piaget, que focou seu estudo
no desenvolvimento das estruturas cognitivas, e não no poder intelectual,
e priorizou ainda os padrões de desenvolvimento comuns a todas as
crianças, não se atendo a diferenças individuais.
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Para sua reflexão
Considerando os aspectos físicos, cognitivos e
sócio-emocionais, reflita sobre a seguinte questão:
Você acha que as crianças começam a desenvolver
cada vez mais as capacidades comparativas,
como “sou mais bonita” ou “a mais feia”, de modo
que este é um aspecto natural do crescente
desenvolvimento cognitivo, ou você considera
que as crianças estão respondendo a índices mais
elevados de comparações dos professores? Como
você faria para obter essa resposta?
As respostas a essas reflexões formam parte de sua
aprendizagem e são individuais, não precisando
ser comunicadas ou enviadas aos tutores.
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17 Aspecto físico-motor
Objetivo
Analisar fatores biológicos, crescimento orgânico e maturação
neurofisiológica relacionados ao aspecto físico-motor no
desenvolvimento da aprendizagem.
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músculos pequenos em suas atividades, numa sequência previsível.
Todo esse desenvolvimento se dá relacionado com fatores biológicos,
crescimento orgânico e maturação neurofisiológica. Quando uma
criança leva a chupeta à boca, por exemplo, todos esses processos estão aí
envolvidos. Já vamos ver isso. Antes, porém, vamos falar um pouco sobre
desenvolvimento motor, para depois abordarmos a relação físico-motora.
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atividades motoras grossas ajudam a desenvolver a coordenação e o
equilíbrio. Essas habilidades ajudam as crianças na sua consciência
corporal, a melhorarem a sua postura e a praticarem exercícios físicos,
possibilitando que sejam capazes de controlar intencionalmente seus
movimentos. Desse modo, várias capacidades e tarefas motoras podem
ser realizadas, por exemplo: subir em árvores ou escadas, andar de
bicicleta, pular corda, brincar de amarelinha, dançar etc., que são
importantes para movimentos fundamentais do corpo, como caminhar,
manter o equilíbrio, a coordenação, dar saltos etc.Brincar e jogar usando
equipamentos de parques é um exemplo de uso de habilidades motoras
grossas.
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coloração; efetuar tarefas de colar; manipular botões; colocar objetos
pequenos juntos; fazer artesanato; usar tesoura para cortar; manipular
pequenos objetos, como moedas; abrir e fechar objetos como caixas
e bolsas; pegar e agarrar objetos pequenos; beliscar; usar fechaduras e
chaves; ser capaz de isolar os movimentos dos dedos (ou seja, usar um
dedo de cada vez, como ao tocar piano ou digitar); virar as páginas de
um livro; sustentar e usar utensílios de forma adequada e eficaz; moldar
com massa de modelar ou argila; parafusar e desparafusar; fazer qualquer
coisa que requer movimentos pequenos e precisos com a mão ou com os
dedos etc.
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os do olfato, ótico, sensorial, visão; e nervos espinhais, um “misto”
de neurônios sensoriais e motores; 2) sistema nervoso autônomo –
constituído de neurônios sensoriais e neurônios motores, que funcionam
entre o SNC, especialmente o hipotálamo e o bulbo, e vários órgãos
internos, como coração, pulmões, vísceras, glândulas, tanto exócrinas e
endócrinas.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
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Aspectos cognitivos e suas
18 implicações no desenvolvimento
humano
Objetivo
Aprofundar os conhecimentos sobre os aspectos cognitivos do
desenvolvimento humano e seus processos característicos no
contexto educacional.
www.esab.edu.br 99
Piaget, Vygotsky, Wallon, Ausubel, Bruner, Paulo Freire, Gardner e a
maioria dos pioneiros da Psicologia da Educação, como nos recorda Coll
(1995), numa tentativa de destacar importantes contribuições desses
pensadores sobre o desenvolvimento humano: William James, John
Dewey, G. Stanley Hall, Charles H. Judd, Eduard Claparède, Alfred
Binet etc. Existem muitas e distintas versões, mas entre as mais populares
os nomes dos psicólogos Jerome Bruner, George Miller e Ulrich Neisser
são citados como os transformadores mais incisivos da psicologia
dominada pelo behaviorismo na psicologia cognitiva.
Cognição, de modo geral, é o conjunto de processos descritos por muitos autores como
sendo aqueles mediante os quais o mundo de significados e sentidos tem origem em
nossa mente (ou consciência), ou seja, mediante os quais conseguimos “tomar posse”
do que é estranho ao nosso pensar, o que já fazemos desde as primeiras sensações e
percepções de nossa vida até o conhecimento propriamente dito!
Já se tornou claro para você que um bebê, desde seus primeiros dias, à
medida que se situa no mundo, vai estabelecendo relações de significação,
isto é, atribuindo significados à sua realidade de vida. Tais significados
não são características estáticas, mas representam importantes pontos de
partida para a atribuição de outros significados e sentidos às coisas, aos
fenômenos, aos seres em geral. Este bebê, por exemplo, vai mudar sua
forma de ‘experienciar’ alguma coisa quando passar do seio à chupeta,
desta ao bico da mamadeira e deste a um pirulito. Falamos ‘experienciar’
fazendo alusão à origem dos primeiros significados, mediante os quais
derivarão outros, afirmando que o desenvolvimento da criança envolve
uma interação complexa da natureza biopsíquica com o ambiente.
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Constituem-se então, desde o início da vida, os aspectos cognitivos
que alicerçarão o desenvolvimento cognitivo, com ênfase naqueles
aspectos do mental, como atenção, percepção, memória, raciocínio,
juízo, imaginação, pensamento, linguagem e ação, que podem ser
sujeitados à análise condicional da verdade, ou seja, que dependem
de certas condições, qualidades, requisitos, só compreendidos por
entidades teóricas. Esses aspectos incluem funções ou processos como
atenção, memória, produção e compreensão da linguagem, resolução de
problemas, percepção, introspecção, memória, criatividade, imaginação,
concepção, crença, raciocínio, vontade, emoção, em suma, todas as coisas
diferentes que podemos fazer com nossas mentes e tomar decisões. Os
aspectos cognitivos levam diretamente a resultados de aprendizagem em
termos de conhecimento, habilidade de compreensão, e assim por diante.
Exemplo: olhar as relações entre os elementos de um assunto (referência,
pertencimento), distinguindo os pontos principais e menos significativos
desse assunto (seleção), pensando em exemplos (concretização) e
buscando aplicações (aplicação).
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Em geral, o desenvolvimento cognitivo se refere às mudanças ao longo do
tempo no pensamento, no raciocínio, no uso da linguagem, na resolução
de problemas e na aprendizagem. Relacionando aspectos cognitivos ao
desenvolvimento, podemos armazenar conhecimentos na memória e ter
a precisão das informações armazenadas, o que explica como você pode
reconhecer, por exemplo, um cão como sendo um cão. Podemos ainda
entender como é que algumas pessoas são tão inteligentes, enquanto
outras não; enfim, podemos perceber, podemos conhecer!
www.esab.edu.br 102
que o desempenho de uma criança superdotada é comparável ao de
uma criança mais velha, assinalando ainda que o de um aluno de
aprendizagem lenta é semelhante ao de uma criança pequena. Os testes
de QI ainda são amplamente utilizados nos Estados Unidos, mas ainda
bem que estão sob crescente crítica, pois, para os norte-americanos,
essa medição para definição de inteligência é ainda muito limitada e
tendenciosa em relação à raça e ao gênero.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidade 10 a 18. Para isso, dirija-se
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!
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Resumo
www.esab.edu.br 104
olhos e os dedos, e também o uso de mais de uma parte do corpo, ao
mesmo tempo. As habilidades motoras grossas (brutas ou grandes)
envolvem, obviamente, os músculos maiores, como os braços e as
pernas, e também incluem equilíbrio e coordenação. O refinamento
dessas habilidades influencia o desenvolvimento dos aspectos cognitivos
e a criança se torna mais e mais capaz de realizar ações cada vez mais
complexas, com mudanças significativas no seu desenvolvimento.
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Aspectos socioculturais do
19 desenvolvimento social humano
Objetivo
Apresentar a importância dos aspectos socioculturais e suas
implicações no desenvolvimento humano.
www.esab.edu.br 106
como também, segundo Bock (2009, p. 97) “[...] para respondermos
às perguntas como e por que o indivíduo se comporta de determinada
forma, em determinada situação, neste momento de sua vida”.
www.esab.edu.br 107
Esta experiência coletiva acaba gerando estilos e regras de vida em grupo
bastante singulares, que variam de grupo para grupo. Estas diferenças
sociais podem ser entendidas como cultura, que traçam de certa forma
uma identidade excepcional para cada grupo.
Assim, podemos dizer que a socialização fez com que o ser humano
abandonasse gradualmente seu comportamento instintivo e espontâneo,
ultrapassado por outras formas de comportamento características de
cada cultura. O ser humano não somente submete seu comportamento
ao natural, mas interage com o meio sociocultural, de maneira que as
experiências passam a ter significados na construção do conhecimento de
mundo, e no seu próprio conhecimento.
Estudo complementar
Convidamos você a ler “Aspectos bio-psico-sociais
da criança e do adolescente”, de Márcia da Silva
Pinheiro. O artigo se encontra disponível clicando
aqui. Artigo bem complementar ao estudo feito!
www.esab.edu.br 108
O desenvolvimento do ser humano é influenciado pela cultura, por isso
precisamos compreendê-la como um elemento fundamental ao ambiente
em que uma criança está crescendo. Na criança, hereditariedade e
ambiente se relacionam de maneira complexa e fascinante; os valores
socioculturais afetam a maneira com a qual a criança experiencia sua
infância, e posteriormente, a sua adolescência. Aos poucos, a criança
estabelece relações (por exemplo, agradável-desagradável), criando
significados e afetos.
www.esab.edu.br 109
e de ideias em campos maiores, que chamamos de teorias, cujo objetivo é
tentar compreender e explicar fenômenos diversos.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?
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O conhecimento social e o
20 desenvolvimento de normas e
valores entre dois e seis anos
Objetivo
Abordar aspectos do desenvolvimento humano, em seus atributos
fundamentais, no processo de aprendizagem das crianças entre dois e
seis anos de idade.
www.esab.edu.br 111
Desta forma, podemos entender então que o desenvolvimento humano
possui uma dimensão relativamente mais física (cognitiva, biológica e de
maturação) e outra dimensão social (interações e relações com o meio,
com o outro e com o mundo). Para reforçar essa ideia, Bock (2009, p.
98) explica que:
Esse é um período etário que traz grande alicerce para a vida futura
de um sujeito, pois é onde geralmente ocorrem as primeiras e mais
marcantes experiências de vida, no sentido de conhecimento de mundo e
construção da consciência de si mesmo. Cória-Sabini (1997, p. 53) sobre
esse assunto, faz a seguinte afirmação:
A partir dos dois anos de idade a criança torna-se mais ativa. Com a aquisição
da consciência de si mesma, há uma ampliação do universo social e individual.
Convencida de que é algo diferente das pessoas e objetos que a rodeiam, ela deverá
descobrir agora o tipo de pessoa que poderá vir a ser.
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As alterações físicas a partir dos dois anos são evidentes, incluindo
grandes mudanças no cérebro da criança, nas habilidades motoras amplas
(ou grossas) e finas, e em relação às mudanças nos seus órgãos biológicos
de maneira geral. O cérebro e o sistema nervoso passam por modificações
bastante efetivas, favorecendo as mais complexas habilidades
comportamentais e cognitivas da criança. Nesse tempo da vida,
ocorre inclusive um expressivo desenvolvimento do sistema nervoso,
principalmente no que se refere a elementos importantíssimos que o
constituem, como a bainha de mielina, que se forma mais rapidamente,
e as células gliais, que sustentam os neurônios e participam de atividades
relacionadas à nutrição, à reprodução e à defesa do tecido nervoso.
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também os primeiros conceitos éticos e morais da criança, baseando-
se principalmente nas consequências das suas atitudes. Novamente
resgatamos o posicionamento de Cória-Sabini (1997, p. 64), pois esta
afirma que “[...] à medida que a criança se desenvolve, ela se torna
mais responsável por suas ações”. E isso realmente acontece, pois essa
responsabilidade vem acompanhada por sentimentos de ansiedade e
culpa, e ainda segundo a autora (idem) “[...] ela sente agora não só medo
de ser descoberta, mas também escuta a voz interior da consciência
moral”. Claro que essa noção de moral e ética, incluindo valores e
condutas esperadas em cada meio social, é também algo que a criança
assimilou a partir das interações e experiências vividas e observadas por
ela no seu meio histórico-cultural.
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Para sua reflexão
Você conhece a música “Aquarela” do músico
Toquinho? O que essa música nos mostra sobre
o imaginário e o desenvolvimento infantil
especialmente de dois até seis anos de idade? Você
pode assistir clicando aqui.
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Abordagens conceituais de
21 desenvolvimento
Objetivo
Apresentar o processo de desenvolvimento humano a partir
das concepções inatista, apriorista, empirista e interacionista
considerando estas vertentes como essenciais para a compreensão do
estudo do desenvolvimento humano.
Nesta unidade vamos apresentar a você cada uma das mais expressivas
abordagens teóricas básicas sobre o desenvolvimento humano,
importantes para o estudo das mudanças que ocorrem nos seres
humanos ao longo de sua vida. Essas teorias, que em geral se ramificam,
são importantes para a Psicologia da Educação porque se apoiam em
diferentes concepções de como o conhecimento pode ser construído,
além de expressarem como as sociedades pensam a criança, o que
sabem sobre ela e sobre o desenvolvimento infantil. Vamos expor as que
consideramos mais proeminentes para a Psicologia, a saber: Inatismo,
Apriorismo, Empirismo e Interacionismo.
21.1 Inatismo
Consiste em uma doutrina que acredita que certos conhecimentos
humanos são inatos. Origina-se da filosofia de Platão e, sobretudo, de
Descartes, cuja concepção se dava em um Deus ou um ser semelhante
(ou ainda um processo) teriam colocado ideias e princípios inatos
na mente humana, ao invés de algo que poderiam aprender com a
experiência, educação e cultura. Logo, todos nós teríamos em comum
uma herança biológica e psicológica, como se já estivesse em nosso
organismo, pronta e acabada. Com o tempo, essa bagagem se desenvolve,
amadurece, como uma caixinha de surpresas, se abrindo aos poucos
e revelando seu tesouro escondido! Em outras palavras, é como se
o conhecimento fosse hereditário e evidente, e não dependesse de
experiências vivenciadas no meio sociocultural no qual o individuo está
inserido para se desenvolver.
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21.2 Apriorismo
É uma vertente que defende que nem todo conhecimento deriva
de experiências, e sim que possa ser anterior a elas. Immanuel Kant
(1724-1804), para enfrentar a polêmica luta entre o conhecimento
inato obtido mediante a ‘experiência dos sentidos’ (sensações), e o
conhecimento dependente da ‘experiência da realidade, do ambiente’
(aprendizagem), tentou uma conciliação entre as duas formas, tornando-
se a maior expressão na origem do apriorismo. É importante começar
distinguido os termos a priori (a partir do anterior) e a posteriori (a
partir do que vem depois), normalmente usados para distinguir duas
formas de conhecimento, justificativas ou argumentos:
21.3 Empirismo
Corrente filosófica relacionada com a teoria do conhecimento a
qual postula que as ideias são formadas em nossas mentes a partir da
experiência. Um dos maiores representantes na teoria do conhecimento
empirista foi John Locke (1623-1704). Este filósofo defendia que todo
conhecimento é consequência da experiência vivenciada pelo indivíduo.
www.esab.edu.br 117
E neste sentido, um recém-nascido pode ser visto como uma tábula
rasa, ou uma folha de papel em branco, que será preenchida à medida
que o sujeito tenha suas experiências. Esta abordagem foi a fonte para
eminentes escolas da Psicologia.
Associacionismo
Funcionalismo
www.esab.edu.br 118
Behaviorismo
21.4 Interacionismo
é uma abordagem teórica que representa uma complexa mais relação entre
hereditariedade e ambiente. Tal teoria concebe todas as mudanças dos seres
humanos como resultantes de interações mais profundas e significativas
entre as características individuais de cada pessoa com as circunstâncias
da sociedade e a história dos padrões de interação social da pessoa. Não
é simplesmente uma associação de duas ou mais variáveis, pois entra
em jogo uma série de relações entre os processos mentais e o ambiente
físico-químico. É possível dizer que esta abordagem, mais precisamente
o interacionismo simbólico, tem origem na teoria social de inspiração
marxista. Karl Marx (1818-1883) dá ênfase aos processos que sustentam e
transformam a sociedade por meio de interações com e entre os indivíduos.
As sociedades formam ligações em torno de certos símbolos, tais como
sinalizadores, apesar de não serem sempre universalmente interpretados da
www.esab.edu.br 119
mesma maneira, mas que interferem no comportamento e na mudança
social. Os interacionistas veem a sociedade como sendo composta de
símbolos que as pessoas usam para estabelecer significado, desenvolver suas
visões de mundo e se comunicar com o outro. Em outros termos, para
você entender melhor, os interacionistas concebem que a sociedade e suas
estruturas estão em constante estado de mudança, e isto caracteriza uma
rede de relações. Desta forma, os elementos desta rede exercem constante
influência no sujeito e no modo como interpreta e interage com outros
sujeitos e com o meio.
www.esab.edu.br 120
Figura 10 – Sinal de cadeirante: símbolo internacional para
se reportar as pessoas usuárias de cadeiras de rodas.
Fonte: <www.publicdomainpictures.net>.
Estudo complementar
As abordagens teóricas de desenvolvimento e suas
variantes nem sempre são da mesma forma, mas
os conceitos que as sustentam praticamente são os
mesmos, com um ou outro matiz de diferenciação.
Indicamos uma leitura sobre Estruturalismo,
Associacionismo, Funcionalismo, Behaviorismo,
Construtivismo, Gestaltismo, que está disponível
clicando aqui. Confiamos que valerá à pena!
www.esab.edu.br 121
As concepções inatista e apriorista
22 de desenvolvimento humano
Objetivo
Verificar o processo de desenvolvimento humano a partir das
concepções inatista e apriorista.
www.esab.edu.br 122
De um modo geral, o nativismo apregoa a crença de que as capacidades
básicas do ser humano, como personalidade, valores, comportamentos,
formas de pensar, etc. são inatas; sendo assim, o processo educacional
pouco ou quase nada altera estas determinações inatas. Efetivamente,
pensa-se que “filho de peixe, peixinho é”, e que se Paulo aprendeu com
facilidade a acentuar palavras, Luís também o fará, pois ambos têm as
capacidades inatas para a acentuação gráfica.
Em face disso, procure manter sua atenção sempre que escutar termos
como dom, talento, capacidade, aptidão, competência e outros afins, pois
normalmente designam atributos inatos no ser humano. Na maioria,
os processos seletivos se baseiam nesses atributos, como um bom crivo
social para dizer quem vai passar ou não. Mesmo a escola procede assim
www.esab.edu.br 123
na avaliação, esperando que de uma hora para a outra o aluno amadureça
biologicamente ou psicologicamente e aprenda tudo, fundamentada em
uma concepção inata de desenvolvimento humano, que tem em si os
fatores maturacionais e hereditários, de aptidão, de potencialidades, de
prontidão e de inteligência passível de medição.
www.esab.edu.br 124
A abordagem estruturalista aplicada à estrutura linguística foi proposta
por Ferdinand de Saussure (1857-1913) que enfatizou que o sistema
linguístico possui elementos que só podem ser definidos e fazer sentido
quando colocados em ligação com outros elementos. Esta proposta de
desvendar como as relações linguísticas podem ser estabelecidas inspirou
outras teorias e abordagens de desenvolvimento cognitivo, como foi o
caso de Jean Piaget e seus seguidores. Piaget amparou a ideia de que os
conhecimentos são adquiridos por processos de interações contínuas
entre os elementos mentais de um indivíduo com as características
daquilo que será conhecido. Este processo cognitivo consiste de
capacidades mentais independentes, estruturadas de forma organizada e
que variam em cada fase de desenvolvimento biológico humano, ou seja,
em cada faixa etária este processo ocorre de uma maneira distinta.
www.esab.edu.br 125
A concepção ambientalista de
23 desenvolvimento humano
Objetivo
Constatar o processo de desenvolvimento humano a partir da
concepção ambientalista.
www.esab.edu.br 126
revertidos”. Isto é o mesmo que dizer que o desenvolvimento humano
de maneira geral, e especialmente o cognitivo, depende exclusivamente
do meio, e dos estímulos e informações que esse meio é capaz de
proporcionar. Nesta perspectiva também, é através do progresso
cognitivo que ocorrem as decodificações das informações, e a este
respeito novamente Cória-Sabini (1997, p. 128) nos explica que:
1. Teoria Comportamentalista
www.esab.edu.br 127
comportamento’, torná-lo ‘experimental’, acrescentando o conceito de
reforço. Segundo Bock (2009 p. 45, grifo nosso) “[...] não se entende por
comportamento como uma ação isolada de um sujeito, mas sim, como
uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu
‘fazer’ acontece”.
Estudo complementar
Para seu conhecimento, sugerimos algo que dê
uma base simples e precisa sobre esta unidade,
indicamos o vídeo “O Cão de Pavlov”, disponível
clicando aqui. Você vai apreciar!
2. Associacionismo
3. Funcionalismo
www.esab.edu.br 128
Trouxemos as concepções que se baseiam no ambientalismo para facilitar
sua compreensão sobre a perspectiva das influências do ambiente no
desenvolvimento humano. É claro que estudar como as condições
ambientais impactam no desenvolver do sujeito e em especial no
desenvolver infantil são essenciais para que possamos entender que
as diferenças entre as pessoas ultrapassam as barreiras físicas. Essas
diferenças vêm também das suas características adquiridas – incluindo
aqui fatores de construção da identidade – a partir de seus ambientes
socioculturais, e como já havíamos estudado na unidade 19, a partir das
informações culturais diversas.
www.esab.edu.br 129
A concepção interacionista de
24 desenvolvimento humano
Objetivo
Analisar o processo de desenvolvimento humano a partir da
concepção interacionista e sua repercussão no processo educacional.
www.esab.edu.br 130
é adequado para aprender a língua (natureza); e as experiências de uma
criança também são importantes para aprender as regras da linguagem
(criação) nas suas interações com o ambiente, e seu vocabulário pode ser
limitado pelo contexto – ou, alternativamente, pela cultura dentro da
qual a fala é necessária e compreensível.
Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo
consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases
ou períodos; nessa sequência, porém o início e término de cada uma delas depende
das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais e sociais.
www.esab.edu.br 131
Os mecanismos de desenvolvimento são dependentes dos processos de
aprendizagem, estes sim responsáveis pela emergência de características tipicamente
humanas, que transcendem a programação biológica da espécie. O aprendizado,
quando adequadamente organizado, resulta em desenvolvimento mental, pondo em
movimento processos que seriam impossíveis de acontecer.
www.esab.edu.br 132
Rejeitando a dicotomia nativista-empirista (ou natureza-criação) e o
apriorismo, os interacionistas defendem que o desenvolvimento é uma
interação de forças genéticas e ambientais, reconhecendo os papéis
interativos dos genes e do ambiente. E mais do que isso, defendem
também que o homem é um ser ativo e social, e que portanto, interage
no meio sociocultural no qual se insere.
Pense nos seus gestos e nos de outras pessoas que se encontram em torno
de você na sua sala de aula, por exemplo. Busque reportar-se ao modo
como você caminha em direção à sua cadeira, como se desvia de seus
colegas, como estes agem antes e durante a aula e, também, a forma
e os meios pelos quais seus professores tentam se fazer entender. Você
constatará que sua sala de aula está repleta de gestos, interpretações e
reinterpretações, enfim, de muitas situações próprias do interacionismo.
Observe que você está constantemente elaborando e emitindo sinais,
como também está interpretando sinais, símbolos e signos, por
necessidade de transformar ou de criar novos roteiros para a interação.
Coll et al. (1995) assinalam que tanto o desenvolvimento adequado da
criança como sua própria atitude para com a escola depende do correto
estabelecimento de uma rede de relações positivas entre os colegas,
permeadas de sinais.
www.esab.edu.br 133
Dessa forma, o interacionismo avança por ser contrário às tendências
que abordam a estrutura (ou esquema) e o ambiente ou a cultura
como exteriores às pessoas, concebendo-as em interação constante.
O interacionismo é capaz, assim, de trazer uma visão mais sensível
e detalhada de como pode ocorrer construção do conhecimento em
diversas etapas da vida humana e em especial retrata a importância do
meio sociocultural neste processo.
Estudo complementar
Nesta unidade vimos breves considerações sobre o
interacionismo. Para aprofundar seus estudos, faça
a leitura do texto “Sociedade do conhecimento ou
sociedade das Ilusões?”. Disponível clicando aqui.
www.esab.edu.br 134
Resumo
www.esab.edu.br 135
Relações entre aprendizagem e
25 desenvolvimento
Objetivo
Relacionar aprendizagem e desenvolvimento enfatizando aspectos
vinculados aos seus conceitos básicos.
www.esab.edu.br 136
• A primeira é a teoria do condicionamento, que apresenta a
importância dos processos de estímulo-resposta nos processos de
aprendizagens diversas. Nesta perspectiva, aprende-se algo quando
há um estímulo anterior (geralmente ligado a uma necessidade).
• A segunda é a teoria cognitivista, que considera a aprendizagem
como um processo relacionado aos sistemas cerebrais. Nesta teoria,
a atenção e a memória integram o comportamento humano, logo,
integram também a aprendizagem.
www.esab.edu.br 137
• maturação neurofisiológica: este fator é relativo às capacidades
de comportamento e de compreensão, ou seja, trata da parte do
desenvolvimento humano que explica que em cada fase etária pode
haver conquistas de novos movimentos ou novas habilidades a partir
da maturação;
• meio: os estímulos no processo de desenvolvimento humano são
fundamentais, uma vez que traçam uma forma de comportamento
esperado, sendo o meio capaz de proporcionar tais estímulos, os
quais trazem informações importantes ao desenvolvimento.
www.esab.edu.br 138
poderão trazer informações mais detalhadas sobre a fase na qual a criança
se encontra. Essas informações justificam e revelam de certa forma
algumas atitudes, ações ou habilidades que a criança pode apresentar em
determinada situação.
Até aqui foi possível compreender que, embora sejam conceitos distintos,
a aprendizagem e o desenvolvimento possuem muito em comum pois,
para aprender, é necessário que alguns aspectos de desenvolvimento
estejam em pleno funcionamento. Por exemplo, para aprender a
andar uma criança precisa ter algumas habilidades físico-motoras
desenvolvidas. Já para aprender a escrever, além de habilidades físico-
motoras (coordenação), também terão que estar desenvolvidos – e em
desenvolvimento – os aspectos intelectuais.
Estudo complementar
Para entender ainda mais os temas até
aqui apresentados, acesse o texto “O que
é aprendizagem?”, disponível aqui, e faça
uma relação dos objetivos de aprendizagem
apresentados.
www.esab.edu.br 139
Teoria do desenvolvimento
26 humano em Piaget
Objetivo
Verificar as contribuições teóricas de Piaget no processo de
desenvolvimento humano e nos processos de ensino e aprendizagem.
Jean Piaget produziu muitos estudos entre 1918 e 1980, sempre tentando
enfatizar o desenvolvimento humano relacionado ao desenvolvimento
intelectual. Nessa época, devido a uma forte tendência de pesquisas
empiristas, todas as teorias deveriam considerar a experiência como fator
essencial no desenvolvimento. Assim, Piaget partiu do pressuposto de
que o homem é conduzido durante sua vida pela busca do equilíbrio
entre suas necessidades biológicas básicas e as limitações colocadas pelo
meio para satisfazer essas necessidades.
O ser humano, dotado de estruturas biológicas, herda [...] uma maneira de interagir
com o ambiente que o leva à construção de um conjunto de significado. A interação
desse sujeito com o ambiente permitirá organização desses significados em
estruturas cognitivas. (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2009, p. 139)
www.esab.edu.br 140
Para o desenvolvimento intelectual Piaget propõe uma teoria na qual as
estruturas biológicas mentais se desenvolvem a partir da relação com o
meio. A organização trata-se de um sistema capaz de permitir ao homem
formas eficientes para atender suas necessidades por meio do processo
de adaptação. Adaptação é o que permite ao ser humano assimilar e
acomodar novos conhecimentos as estruturas mentais (esquemas) já
existentes.Veja o esquema a seguir:
Adaptação
Figura 11 – Esquema de Piaget.
Fonte: Adaptado de <commons.wikimedia.org>.
www.esab.edu.br 141
Agora, vamos explicar a visão piagetiana de desenvolvimento de uma
maneira crescente.
www.esab.edu.br 142
pontos de vista individuais, pois a aptidão analítica começa a se
desenvolver muito fortemente. É um período em que a capacidade
de reflexão inicia, embora ainda haja um enfoque sobre atividades e
objetos concretos. No âmbito afetivo, passam a surgir as vontades,
acompanhadas de sentimentos novos em relação aos amigos,
havendo certa necessidade em pertencer ao grupo. E até aqui, por
uma questão moral, a criança aceitava bem o que os adultos diziam,
mas como ela passa a estabelecer suas próprias relações de causa e
efeito, e trabalha com mais de uma ideia ao mesmo tempo, ela passa
a enfrentar as opiniões e ideias que lhes são apresentadas.
• Quarto período – Operações formais (11 ou 12 anos em diante):
e é aqui que os pensamentos concretos passam para o abstrato. O
adolescente inicia as operações de raciocínio mais complexas e passa
a lidar com novos conceitos e conhecimentos, como a liberdade, a
justiça e sua identidade. No campo das reflexões, o sujeito, nesta
fase, passa a criar teorias sobre si mesmo e sobre o mundo a sua
volta. As relações sociais intensificam-se e tomam um caráter de
interiorização, e é a partir daqui que as relações sociais e afetivas
passam a tomar rumos mais intensos, inclusive no que diz respeito
a relacionamentos amorosos. Há aqui, também, uma grande
preocupação em assumir uma identidade, uma busca pelo “meu eu”,
iniciando também as mais sólidas tendências profissionais.
www.esab.edu.br 143
Saiba mais
Amplie os seus conhecimentos a respeito da
teoria de Piaget. Assista à playlist no link abaixo e
reveja os principais conceitos estudados:
clicando aqui.
www.esab.edu.br 144
Teoria do desenvolvimento
27 humano em Vygotsky
Objetivo
Constatar as contribuições de Vygotsky ao processo de
desenvolvimento humano e nos processos de ensino e aprendizagem.
www.esab.edu.br 145
em virtude da sua percepção e interpretação, o sujeito irá construir uma
visão singular e pessoal. E é através de suas relações e suas mediações
sociais que o homem passa a se individualizar.
www.esab.edu.br 146
é apresentado um fator de historicidade social da própria civilização,
de forma que não só a linguagem passa a ser apropriada pelas
crianças, como também, ao longo do tempo, ela é modificada.
www.esab.edu.br 147
aprendizagem anterior ao ingresso escolar, já que é no meio familiar que
ocorrem os primeiros contatos com o meio cultural. A escola é um local
privilegiado para o desenvolvimento,pois o contato com a cultura é feito
de maneira organizada, sistemática, intencional e planejada.
Saiba mais
Assista ao vídeo “Lev Vigotski” e perceba
quais ideias influenciaram o pensamento
sobre educação e sobre o desenvolvimento da
linguagem, segundo a teoria vygostikyana.
Neste vídeo, você poderá reforçar os conceitos
de interação, mediação, internalização e zona de
desenvolvimento proximal. Disponível aqui.
www.esab.edu.br 148
Na unidade seguinte, iremos aprofundar nossos conhecimentos sobre
integração social, mas com um enfoque especial na afetividade e emoção
como elementos essenciais da obra de Henri Wallon.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidade 19 a 27. Para isso, dirija-se
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!
www.esab.edu.br 149
Teoria do desenvolvimento
28 humano em Wallon
Objetivo
Averiguar as contribuições de Wallon no processo de desenvolvimento
humano e de ensino e aprendizagem.
www.esab.edu.br 150
que é através delas que os estudantes são capazes de exteriorizar seus
anseios, desejos e suas vontades.
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• Formação do ‘eu’ como pessoa: nos elementos apresentados
anteriormente, há um enfoque para interpretações e sensações
individuais na construção de relações e no desenvolvimento da
inteligência. Já para a formação do conceito de ‘eu’, há um destaque
para as relações estabelecidas com o outro. Segundo os estudos de
Wallon, a criança percebe, aos três anos de idade, que pertence a
um determinado meio e que é capaz de interagir com ele através das
emoções. E é a partir disso que passam a haver as crises de oposição,
em que a criança se percebe negando o outro, descobrindo mais
sobre si própria. É nesta fase também que ocorrem as manifestações
mais fortes, no sentido de demonstrar quem é o seu eu. Imitações,
certas chantagens e sedução, além de uma manipulação mais
acentuada de objetos e da realidade que a cerca também são
características desta fase.
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Conforme já falado dos elementos essenciais da teoria de Wallon, o
desenvolvimento da criança ocorre de uma forma descontínua, e os
comportamentos tomam contorno de maneira gradual, pois há uma série
de fatores internos e externos que interferem na construção do “eu”, bem
como no desenvolvimento de conhecimentos diversos.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
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A teoria humanista de Carl Rogers
29 e suas contribuições para o
processo de ensino e aprendizagem
Objetivo
Analisar a teoria de Carl Rogers em suas contribuições para o
desenvolvimento humano e de ensino e de aprendizagem.
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Para Rogers, somente as pessoas são capazes de desenvolver pessoas, e
este é o tema central da sua obra, entendendo que os valores pessoais
são uma forma da pessoa demonstrar quem ela realmente é. A partir
daí, Rogers acredita que a aprendizagem deve ser significativa e algo de
pleno sentido, para que uma pessoa possa aprender de verdade. Segundo
Goulart (2009, p.94), “[...] uma aprendizagem significativa tem a
qualidade de um envolvimento pessoal [...]”, isso em diferentes níveis e
aspectos – tanto cognitivo quanto sensível. E assim o lócus da avaliação
escolar reside no próprio estudante.
www.esab.edu.br 155
• Nas relações pedagógicas: é proposta uma mudança de atitude e
até mesmo de postura, na qual o professor assume características
mais flexíveis, aproximando-se de um facilitador mediador –
fundamentando as rotinas em respeito mútuo e não em submissão
ao professor.
• Na aprendizagem: sugere-se que haja um foco no estudante, e que
o ensino seja voltado a ele, de maneira que eles sejam livres para
participar ou trazer algum conhecimento extra – e é neste sentido
também que o estudante terá que participar, mas também terá a
liberdade de não participar caso opte por este caminho.
• Na avaliação: o assunto aqui é sempre gerador de algum tipo de
discussão, pois há inúmeras correntes psicológicas e filosóficas que
tratam a avaliação de formas diferentes. Para Rogers, seria muito
importante que a avaliação enfocasse o rendimento do estudante
exclusivamente, abrindo espaço para suas considerações, sem caráter
dominador e de castigo – existente, por vezes, numa concepção mais
tradicional e rigorosa de ensino.
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claramente a importância das possibilidades humanas de criatividade
para quebrar um sistema de ensino considerado por ele obsoleto.
Para concluir esta unidade, destacamos que Rogers trouxe uma visão
bastante crítica ao sistema de ensino utilizado no seu tempo, inclusive
considerado por alguns como revolucionário em ideias e pensamentos. As
contribuições da teoria rogeriana à educação dizem respeito basicamente
à mudança de atitude do sistema, focando a aprendizagem no estudante
e tornando o professor um facilitador. No Brasil, aproximadamente
na mesma época da teoria rogeriana, é possível conferir os estudos de
Paulo Freire, que também apresenta a importância das aprendizagens
significativas que busquem diálogo e troca de experiência entre o
professor e os estudantes.
Saiba mais
No texto “Psicologia Humanista”, de Geraldo
Magela Machado, além dos estudos de Rogers,
são também apresentados os estudos de Abraham
Maslow (1908-1970), que criou uma escala das
necessidades humanas para melhor entender a
busca de autorrealização do sujeito. Nesse texto
você poderá entender melhor como funciona essa
escala. Disponível clicando aqui. Boa leitura!
Esta unidade vai ficando por aqui, lembrando que no Saiba mais você
poderá conhecer um pouco melhor outros pontos de destaque da visão
humanista. E na unidade seguinte faremos uma revisão apontando os
aspectos mais importantes das teorias de desenvolvimento cognitivo e
suas implicações para a educação.
www.esab.edu.br 157
Aspectos gerais da Teoria do
30 Desenvolvimento Cognitivo
Infantil
Objetivo
Explicar os aspectos gerais da Teoria do Desenvolvimento Cognitivo
Infantil e suas contribuições para a educação.
www.esab.edu.br 158
O primeiro teste criado para esse intuito foi em 1905, por Binet e
Simon, que foi alterado por pesquisadores posteriores, mas sua finalidade
de investigar alguns aspectos da inteligência humana permaneceu.
É nessa perspectiva que existem também os testes de QI (quociente
de inteligência), que tentam indicar o potencial de um indivíduo
comparado com a média obtida por outras pessoas de mesma idade e
convívio cultural.
www.esab.edu.br 159
de fácil manipulação e que traga estímulos, considerando as etapas do
processo de aprendizagem e respeitando o ritmo de aprendizagem de
cada um. A avaliação ganha uma conotação processual, considerando as
mudanças ao longo do processo.
www.esab.edu.br 160
Assim, o pensamento se desenvolve na medida em que se ampliam os
contatos sociais, inclusive na escola, pois como confirma Cória-Sabini
(1997, p. 157) “[...] durante o processo de aprendizagem a criança
parte de suas próprias generalizações e significados”. Para Vygotsky, a
aprendizagem da criança se dá a partir de suas próprias generalizações
e significados, ou seja, raciocinando sobre as explicações recebidas,
transformando-as segundo os seus esquemas lógicos e conceituais.
Contudo, para que a criança alcance a abstração do conteúdo aprendido,
ela necessita do auxílio de adultos ou de outros colegas. O pensamento
interacionista consiste basicamente em compreender a relação do
sujeito com o ambiente, a sua interpretação de certas informações e suas
implicações em cada fase do desenvolvimento humano, e é neste sentido
que o outro tem um papel essencial, pois auxilia e media essas interações.
www.esab.edu.br 161
Resumo
www.esab.edu.br 162
E, finalmente, Rogers, com sua visão humanista; podemos dizer que este
foi também um pesquisador cuja importância de relacionamentos mais
sensíveis e humanos foi enfatizada no meio ambiente infantil, inclusive
no meio escolar, para que o desenvolvimento da criança ocorra da melhor
maneira possível.
www.esab.edu.br 163
Os princípios psicológicos da
31 brincadeira e sua importância no
desenvolvimento infantil
Objetivo
Demonstrar alguns princípios psicológicos que fundamentam as
brincadeiras e sua importância no desenvolvimento dos aspectos
físico, psicológico, cognitivo e social.
www.esab.edu.br 164
brincadeiras em grupo que demonstram a colaboração e o trabalho em
equipe. Há também momentos individuais, especialmente quando ele
fica lendo seus livros e inventando suas histórias cheias de criatividade e
ludicidade, ou ainda quando faz brincadeiras de mágica.
www.esab.edu.br 165
remete a sentimentos prazerosos. Centrando-nos na segunda questão,
a brincadeira pode agir diretamente no desenvolvimento infantil, já
que traz desafios referentes à construção de concepção de mundo que
a criança fará aos poucos. E não só as brincadeiras, mas também todo
um repertório de atividades lúdicas pode apresentar à criança uma gama
considerável de conhecimentos, os quais ela irá desenvolver ainda mais
ao longo do tempo. Para afirmar essa ideia, Cória-Sabini (1997, p. 54)
explica que:
www.esab.edu.br 166
Os desafios do ambiente e dos esconderijos podem ser expandidos para
uma maior faixa etária das crianças. Nessa atividade, há grande ênfase ao
desenvolvimento motor, uma vez que se trata da exploração de um local,
incluindo o conhecimento corporal que a criança possui de si própria.
Além disso, a parte cognitiva também é enfatizada, pois há uma série de
combinações possíveis de espaços, tamanhos e locais onde o tesouro pode
estar escondido.
www.esab.edu.br 167
planejamentos de aula para cada faixa etária poderão contemplar
momentos lúdicos, inclusive para auxiliar na aprendizagem de
determinadas temáticas e de conteúdos.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?
www.esab.edu.br 168
Teorias da Aprendizagem e suas
32 características relevantes
Objetivo
Apresentar as principais Teorias da Aprendizagem e seus
representantes (Skinner, Bruner, Piaget, Vygotsky, Wallon, Rogers,
Ausebel e Gardner).
www.esab.edu.br 169
É claro que, mesmo havendo essas vertentes teóricas, cada autor defende
um ponto de vista. Como já abordado em outras unidades, vamos agora
destacar alguns pontos básicos das mais importantes teorias referentes à
aprendizagem.
www.esab.edu.br 170
• a avaliação como processual e diagnóstica: de forma permanente
para acompanhar o desenvolvimento de cada estudante; e
• tomada de consciência: a base do construtivismo, na qual a criança
toma consciência das estratégias que usou para chegar à determinada
solução.
Com esses pilares, pode-se entender que a aprendizagem sob a ótica
piagetiana é um sistema complexo e amplo que envolve muitos fatores.
www.esab.edu.br 171
Na perspectiva de Rogers (1902-1987), como já abordado na unidade
29, a psicologia assume um caráter mais humanista. Ele trouxe algumas
ideias do seu meio clínico para o meio escolar. A ótica rogeriana é
que pessoas são capazes de desenvolver pessoas, dando um sentido de
autogestão e autoconhecimento para que as aprendizagens tornem-se
mais significativas. Nesta proposição, o professor passa a assumir uma
postura de facilitador e mediador em que o foco é o aluno, voltando as
estratégias para este e permitindo liberdade para participar ou não dos
questionamentos de aula.
www.esab.edu.br 172
visão de que existem talentos variados, ou seja, cada sujeito pode ser
melhor em uma ou outra área, basta ele querer.
www.esab.edu.br 173
O cérebro humano e as atividades
33 conscientes
Objetivo
Conhecer as relações entre cérebro, consciência e identidade e
educação.
www.esab.edu.br 174
podem ser definidas como consciência. Ainda seguindo a linha de
pensamento das autoras,
O homem também apresenta seu modo de reagir ao mundo objetivo: ele o compreende,
isto é, transforma-o em ideias e imagens e estabelece relações entre essas informações,
de modo a compreender o que se produz na realidade ambiente. A consciência é, assim,
um certo saber. Nós reagimos ao mundo compreendendo-o, sabendo-o.
www.esab.edu.br 175
Pareceu complexo? Sim, e é mesmo! Pois no estudo da consciência devem
ser consideradas mediações das mais diversas, desde o início da vida de
um sujeito. Mediações e representações que o sujeito construiu sobre o
seu eu e sobre seu papel diante do mundo.
www.esab.edu.br 176
No meio escolar, sendo este um ambiente de troca de vivências, fica mais
fácil algumas vezes conhecer sobre a identidade de cada um, e, através
desse conhecimento, definir pontos da consciência dos sujeitos. Um
exemplo disso são as atividades de autoavaliação, em que os estudantes
são questionados sobre fatores diversos e precisam pensar a respeito
de suas condutas. Essa reflexão intencional sobre si mesmo pode
trazer informações muito importantes para o profissional da educação
responsável por aquela turma, ou por aquele estudante propriamente
dito. A educação tem aí mais uma tarefa primordial: reconhecer as
diferentes identidades dos estudantes, como também reconhecer a
identidade dos professores, para então haver um ambiente de parceria e
respeito às diferenças.
www.esab.edu.br 177
Processos de socialização, atitudes,
34 mudanças e motivações
Objetivo
Relacionar os fatores cognitivos e as características individuais e
sociais envolvidas na construção dos processos desocialização, das
atitudes, das mudanças, das motivações infantis, bem como suas
implicações no ambiente escolar.
Estas necessidades originais fazem com que a criança esteja “motivada”, biológica
e socialmente, para incorporar-se ao grupo social.[...] O grupo social onde a criança
nasce necessita também da incorporação desta para manter-se e sobreviver e, por
isso, além de satisfazer suas necessidades, transmite-lhe a cultura acumulada ao
longo de todo um decurso do desenvolvimento da espécie.
www.esab.edu.br 178
O conceito motivação entende-se como um impulso interno que estimula o
indivíduo a realizar uma ação. Passa-se a ter motivação quando um ser busca
algo ou alguma coisa dentro de certas condições ambientais. Ele se motiva a
alcançar seu objetivo, reunindo forças e estratégias internas para isso.
• aquisição de conhecimentos;
• formação de vínculos; e
• conformação social da conduta.
Claro que entre esses fatores há uma relação, já que, para que haja
assimilação sobre condutas sociais, é necessário haver também vínculos
com pessoas do meio – com os agentes sociais. E, a partir desses vínculos
e dessas relações, os conhecimentos são gradualmente adquiridos.
Conhecimentos culturais, de condutas socialmente desejáveis, e também
conhecimentos pessoais, já na dimensão da formação de si próprio. Para
esclarecer um pouco mais sobre o assunto, Coll, Marchesi e Palacios
(1995, p. 88) nos falam que:
www.esab.edu.br 179
A criança em desenvolvimento passa por fases, e suas mudanças tanto
físicas como psicológicas e cognitivas são muito visíveis ao longo de seu
crescimento. Relembrando Piaget, as fases de desenvolvimento infantil
são marcadas pela aquisição de competências em diversos níveis –
motor, cognitivo e social. Essa aquisição ocorre por condições pessoais
e ambientais. E inclusive, é nesse sentido que os vínculos afetivos se
constroem e tomam forma. Aos poucos, a criança passa não só a precisar
do outro para satisfazer suas necessidades, mas precisa do outro para se
relacionar e para criar seus afetos. É após a faixa etária de três a quatro
anos que esta vontade, ou motivação, de ter os vínculos afetivos se
alargam, e percebe-se que a criança passa por uma grande mudança
estrutural e cognitiva, fazendo então parte de grupos de amigos e
demonstrando preferências inclusive por alguns colegas em especial.
www.esab.edu.br 180
consequentemente, outra tomada de atitude, considerando outros fatos,
gerará outro resultado. As mudanças também podem acontecer em
virtude da convivência coletiva.
www.esab.edu.br 181
Desenvolvimento da personalidade
sob a ótica da Teoria Psicanalítica,
35 Teoria Humanista e Perspectiva
Social/Cognitiva
Objetivo
Abordar as teorias psicológicas que sustentam a personalidade e seus
mecanismos, fazendo uma conexão com características individuais,
genéticas e sociais como assunto de estudo psicológico.
www.esab.edu.br 182
A Psicanálise, [como] método de investigação, caracteriza-se pelo método
interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio
de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, delírios, as
associações livres, os atos falhos. [...][Como] teoria, caracteriza-se por um conjunto de
conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.
www.esab.edu.br 183
e com o mundo. Sob essa ótica, o sujeito passa a ser protagonista de sua
própria construção e estruturação do conhecimento. A personalidade
passa a ser entendida como inteiramente da própria pessoa, e inclusive é
de responsabilidade dela própria.
www.esab.edu.br 184
interações com o meio histórico e cultural. Neste sentido, uma prática
pedagógica que preze não só a conquista por novas competências e
conhecimentos, mas também que traga sentido para o sujeito, seria o
foco central dessa teoria.
www.esab.edu.br 185
Recursos para a aprendizagem e a
36 ênfase em atividades conscientes
Objetivo
Compreender que para atender aos processos de desenvolvimento
e aprendizagem de crianças em idades variadas é necessário utilizar
recursos e estratégias diversas que envolvam atividades conscientes,
organizadas e coerentes.
www.esab.edu.br 186
A importância das estratégias de aprendizagem, tanto para a prática educativa como
para a teoria psicológica, dificilmente pode ser exagerada. Por um lado, as teorias
psicológicas da aprendizagem foram abandonando progressivamente os modelos
segundo os quais o conhecimento do sujeito era uma simples réplica da realidade,
baseada na mera prática, aproximando-se das posições construtivistas, em que o
conhecimento alcançado depende da interação entre a informação apresentada e os
conhecimentos anteriores.
www.esab.edu.br 187
Isso nos traz uma experiência, que servirá como base para uma segunda
tentativa de fazer o bolo, pois como já sabemos o resultado obtido,
poderemos decidir em manter a receita inicial ou então fazer alterações
em busca de um resultado diferente.
www.esab.edu.br 188
conscientes para um desenvolvimento mais integral da criança. Isso
não quer dizer que a ideia de cuidado lá dos jardins de infância deva ser
abandonada, muito pelo contrário, esse cuidado deve ser intensificado e
direcionado no sentido de que a criança construa seus conhecimentos a
partir das suas vivências.
Então, vamos lá! Para que um professor consiga que a aprendizagem ocorra
de forma mais natural e significativa, é necessário pensar em recursos,
atividades e estratégias conscientes e direcionadas. Para isso, é fundamental
conhecer tanto a individualidade dos estudantes quanto definir certo
padrão na faixa de desenvolvimento que a sua turma se encontra. Nesse
momento, os períodos de desenvolvimento da teoria de Piaget podem
contribuir, já que apresentam ideias gerais sobre as épocas de vida infantil
e juvenil. Também podemos recorrer às teorias de Vygotsky e Wallon, uma
vez que mudanças intencionais no ambiente, transformando-os em locais
mais acolhedores, também favorecem a aprendizagem.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidade 28 a 36. Para isso, dirija-se
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!
www.esab.edu.br 189
Resumo
www.esab.edu.br 190
Por último, na unidade 36, tratamos dos recursos e das estratégias de
aprendizagem através de atividades conscientes. Resgatamos, aqui,
conceitos das teorias de aprendizagem, especialmente das teorias
cognitivistas e da teoria de Piaget sobre os períodos de desenvolvimento
humano.
www.esab.edu.br 191
37 Inteligência, afetividade e emoção
Objetivo
Abordar alguns conceitos acerca das temáticas de inteligência,
afetividade e emoção, trazendo seu papel no ambiente escolar e
sobretudo no processo de aprendizagem infantil.
Os seres humanos, como você deve ter percebido ao longo dos nossos
estudos, são, além de seres pensantes, seres históricos e culturais que
vivem em um ambiente carregado de tradições e costumes, influenciando
e sendo influenciado por esse ambiente. E assim, ao longo da trajetória e
das relações humanas, muitas técnicas, tecnologias, máquinas, estruturas,
linguagens, entre outros, foram sendo construídos por esses seres. A
partir dessa ideia, e com base no que estudamos nas unidades anteriores,
podemos afirmar que a Psicologia tentou, ao longo de sua evolução,
conhecer mais sobre essas formas de pensar e de como o ser se relaciona
consigo mesmo, com o mundo que o cerca e com o outro. Nesse desejo
de conhecer, o tema da inteligência sempre ocupou um vasto número de
pesquisas e teorias psicológicas. Centrando-nos na produção científica
sobre inteligência, destacamos duas abordagens distintas que tentam
compreender e explicar esse fenômeno.
www.esab.edu.br 192
para a sua idade. A classificação das crianças pode ser feita em três
categorias: deficientes, normais e superdotadas.
• Abordagem Dinâmica: aqui o estudo da inteligência ou qualquer
outro comportamento intelectual ou social é feito a partir da
personalidade e do contexto social de cada sujeito. Desta maneira,
os testes de inteligência são instrumentos válidos, porém auxiliares,
tendo em vista que se uma criança apresentou dificuldades
em resolver algumas questões, não quer dizer que ela não seja
inteligente, mas que provavelmente está passando por um momento
de dificuldades psicológicas ou certos conflitos pessoais. E há, nesta
abordagem, um enfoque na recuperação da criança que apresenta
dificuldades, no sentido de trabalhar suas capacidades de forma
global.
www.esab.edu.br 193
nesta ótica, funciona como um recurso de interação, pois está presente
em todos os momentos e ações da vida humana. O ambiente influencia
a afetividade no sentido de que permite aproximação ou retraimento das
relações sociais e das sensações. Para ajudar a compreender essa questão,
segundo Bock, Teixeira e Furtado (2009, p. 192), “[...] os afetos podem
ser produzidos fora do indivíduo, isto é, a partir de um estímulo externo
– do meio físico ou social – ao qual se atribui um significado com
tonalidade afetiva: agradável ou desagradável, por exemplo”.
www.esab.edu.br 194
Figura 14 – Momento do filme que mostra o impacto emocional no Maluquinho ao saber da separação dos pais.
Note que ele recorreu ao amigo para consolá-lo.
Fonte: <adorocinema.com>.
Figura 15 – Em uma cena mais adiante, o pai do Maluquinho o leva para um passeio para conversar sobre a
separação. Neste momento, eles falam sobre sentimentos como amor e amizade.
Fonte: <adorocinema.com>.
www.esab.edu.br 195
Nos últimos anos, muitos estudos sobre aprendizagem ressaltam que
tanto as afetividades como as emoções influenciam no desenvolvimento
da inteligência e, por consequência, no processo de desenvolvimento
cognitivo. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que a variações emocionais
impactam no processo de ensino-aprendizagem das crianças e dos
adultos.
www.esab.edu.br 196
Bem, até aqui falamos sobre a inteligência numa perspectiva psicológica;
apontamos como a afetividade e a emoção podem se manifestar na
infância, agindo inclusive sobre a aprendizagem; e ainda abordamos a
importância de considerar os afetos e as emoções como parte do processo
educativo. Na unidade seguinte iremos tratar de outro assunto bastante
significativo para os processos de aprendizagem e para o âmbito escolar,
que são as concepções de sexo, gênero, sexualidade e diversidade sexual.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
www.esab.edu.br 197
Breve discussão sobre sexo,
38 gênero, sexualidade e diversidade
sexual
Objetivo
Discutir sobre as formas culturais de construção de conceitos de sexo,
gênero, sexualidade e diversidade sexual, especialmente trazendo
para reflexão esclarecimentos acerca de tabus e alguns preconceitos
que cercam essas temáticas, tratando desse assunto como parte
primordial do desenvolvimento humano.
www.esab.edu.br 198
Quanto ao tema gênero, a discussão centra-se na construção de modelos
sociocultural do “ser homem ou ser mulher”. Assim essa discussão,
entre outras, traz à tona a utilização das instituições oficiais como
instrumento de reprodução de representações do “ser homem” e “ser
mulher”. Por exemplo, há muito tempo, havia locais, até mesmo escolas,
que funcionavam somente para um gênero. Eram as escolas femininas,
somente para professoras e alunas do gênero feminino; e as escolas
masculinas, somente para professores e alunos do gênero masculino.
Inclusive, deriva dessa época algumas construções sociais sobre o papel
do homem e da mulher. Afirmações do tipo “a mulher deve cuidar
da casa e dos filhos enquanto o homem vai trabalhar para sustentar a
família” são frutos desse período.
www.esab.edu.br 199
Trazendo este debate para a questão da sexualidade, entra agora em
cena mais um conceito abordado previamente na unidade 33, que é a
identidade. A sexualidade se refere ao prazer do ato sexual entre pessoa
do mesmo ou diferente sexo biológico. Na etapa atual do nosso estudo, é
importante ressaltarmos somente que a construção da identidade de um
sujeito passa pela visão que ele elabora de si mesmo em relação ao mundo
e em relação ao outro. A sexualidade é um fator de contribuição para a
construção dessa identidade, já que é algo intrínseco ao se materializar
em condutas que ele realiza a partir de traduções e interpretações que ele
faz do ambiente que o cerca.
www.esab.edu.br 200
O termo diversidade sexual vai um pouco mais além da análise biológica,
trazendo para debate e reflexão algumas mudanças presentes na
humanidade desde seus primórdios. A questão central é entendermos
que, mesmo havendo a diferenciação de gênero entre homens e mulheres,
há ainda outros fatores que são considerados pela diversidade sexual.
Trata-se não só da postura sexual e da sexualidade assumida por algumas
pessoas, mas do seu modo de agir e de se expressar de uma maneira
diferente da convencional. Este é o caso do grupo dos homossexuais,
bissexuais e travestis. Nas últimas décadas, esses grupos sexuais vêm
transformando suas experiências de vida em algo autêntico e por isso vem
ganhando seu espaço na maioria das sociedades.
Saiba mais
Nem sempre a homossexualidade foi encarada
como ela é atualmente, veja a diferença da
sexualidade na sociedade clássica lendo o artigo:
“Vale Tudo: homossexualidade na antiguidade”,
de Humberto Rodrigues e Cláudia de Castro Lima.
Boa leitura!
www.esab.edu.br 201
que for suscitado. O respeito à diversidade e à igualdade de direitos são
temas que a escola obrigatoriamente deve trabalhar nas diversas etapas de
ensino.
www.esab.edu.br 202
Diversidade étnica, identidade e
39 ética no espaço escolar
Objetivo
Debater sobre as questões relativas à diversidade étnica,
trazendo também o tema identidade como aspecto intrínseco ao
desenvolvimento social humano, considerando ainda a ética na
escola como espaço de interações socioculturais.
www.esab.edu.br 203
seguida dos escravos, o povo brasileiro passou a se compor de um
mosaico de raças e, a partir delas, novas cores, novos povos e novas
culturas – novas etnias – surgiram. Ao pensarmos nesta questão, fica
mais fácil compreender inclusive porque em uma região brasileira há
costumes e pessoas tão diferentes se comparada com outra – como é o
caso da região Sul quando comparada à região Nordeste, por exemplo.
E mais do que isso, o desenvolvimento social humano passa a acontecer
de maneiras peculiares em cada região, dependendo das condutas
culturais e grupais daquele povo. O modo de vida familiar também
incide no desenvolvimento social do sujeito, e esta temática será melhor
aprofundada na unidade 41.
Pensando nesta questão, podemos constatar então que etnia trata, além
das características raciais, também da construção sociocultural de um
povo, considerando suas tradições, seus hábitos e costumes.
www.esab.edu.br 204
Entendemos por etnia como um grupo de pessoas que se identificam
e partilham mesmos elementos culturais. A etnia de um grupo
social interfere, portanto, além do desenvolvimento social, também
na construção da identidade pessoal de cada membro desse grupo,
entendendo essa identidade como um conjunto de dados sobre simesmo,
tanto de fatores biológicos (cor, gênero, idade) quanto sociais (vivências)
e ainda de interações com o outro. Neste sentido, Bock, Teixeira e
Furtado (2009) nos esclarecem que são muitos os processos de vida que
podem determinar e interferir na formação da identidade pessoal, tanto
eventos sociais, como acontecimentos em âmbitos global, nacional ou
regional (questões tecnológicas, de meios de comunicação, de velocidade
da passagem de informação, de influências da moda, entre outros),
quanto em âmbito pessoal (questões familiares, ou do ciclo de amigos,
por exemplo), entendendo a partir disso a identidade como um processo
contínuo e não estático, que consolidam o “estar sendo” do sujeito e o
seu papel, o seu lugar no mundo.
www.esab.edu.br 205
Uma atividade que é muito significativa para os estudantes,
especialmente de idades pré-escolares, é a visita à casa dos colegas. O
professor elabora um projeto em que há uma série de atividades, e uma
delas é visitar a casa de alguns colegas para saber como é sua vida longe
da escola. Tudo isso com objetivos diversos que o professor poderá
explorar com autorização prévia das famílias. Ao chegar na casa daquele
colega de convivência no meio escolar, as outras crianças perceberão
que os hábitos, os costumes, as formas de organização diferem daqueles
que acontecem na escola. Trata-se de uma visita rápida e objetiva, na
qual a criança visitada fala sobre sua rotina em casa, seus deveres, suas
obrigações e seu lazer. Este contraste com os vários meios familiares traz
muitas reflexões para as crianças sobre as diferenças de identidades e faz
com que elas passem a respeitar mais umas as outras, num movimento
ético, no sentido de que cada sujeito possui sua realidade familiar, e traz
traços dessa realidade para o convívio social escolar.
www.esab.edu.br 206
O papel e o valor das interações
40 sociais na escola
Objetivo
Abordar algumas relações estabelecidas no ambiente escolar,
especialmente no que se refere às relações entre professor/aluno e
aluno/aluno, a fim de entender as interações sociais como elementos
essenciais ao desenvolvimento humano.
www.esab.edu.br 207
Se pararmos para pensar na escola como ambiente interativo, veremos
então que são muitas as esferas em que podem ocorrer as interações.
E essas interações são objetos de estudo de inúmeras pesquisas acerca
não só do desenvolvimento humano, como também das características
psicológicas dos sujeitos perante a vivência coletiva. Os pontos de partida
são os mais diversos, desde a interação que ocorre entre os estudantes, ou
ainda interações com professores, e também as interações com o ensino
propriamente dito. É claro que essa análise é possível mediante certos
avanços no sistema escolar.
Você já parou para pensar na estrutura das salas de aula? Elas nem sempre
tiveram o formato que têm hoje em dia. Inclusive, esse formato atual –
carteiras individuais, salas com média de 25 a 35 estudantes, professor
em frente ao quadro – e que vem sendo usado pelo menos nos últimos
30 anos, já é questionado por vários estudos, tendo em vista que as
características dos estudantes atuais, em conjuntura com as mudanças
socioculturais – a globalização, os avanços tecnológicos, entre outros –,
vêm tomando outros rumos.
Pois muito bem, você deve ter percebido então que não basta somente
entender as interações puramente, mas sim alargar essa análise para o
ambiente escolar de maneira geral, considerando este como um espaço
de convivência e troca de informações, e as possibilidades de ensino e
aprendizagem sob essa ótica.
www.esab.edu.br 208
nos mais fracos, e, a partir disso, as possibilidades sobre determinado
assunto são estabelecidas, contribuindo assim para a construção de certos
contextos mentais.
Nessa visão, o ensino escolar depende das interações e das formas como
essas interações produzem significados, tanto nas interações entre alunos
como também com o professor. Os significados são produzidos através de
percepções e das emoções geradas em cada situação e momento. Assim,
durante uma explicação de um determinado problema, por exemplo,
cada estudante produz um significado a partir da importância emotiva
daquela explicação e do que aquele conhecimento irá trazer de positivo
para sua experiência de vida.
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agressivos, a superação do egocentrismo, a construção de pontos de vista
próprios e o rendimento escolar, por exemplo.
Falamos até aqui das interações dos personagens que estão diariamente
dentro da escola e da riqueza de estímulos e situações que podem surgir a
partir de tais interações. Na unidade seguinte iremos ampliar um pouco
nosso foco de análise e passaremos a discutir a relação da família com a
escola.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
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O papel e o valor da relação entre
41 escola e família
Objetivo
Compreender as relações estabelecidas entre escola e família,
de acordo com os princípios de diversidade cultural, no qual se
fundamentam os projetos pedagógicos e educativos nas instituições
escolares.
A família tem um papel central no desenvolvimento das pessoas, não somente porque
garante sua sobrevivência física, mas também porque é dentro dela onde se realizam
as aprendizagens básicas que serão necessárias para o desenvolvimento autônomo
dentro da sociedade (aprendizagem do sistema de valores, da linguagem, do controle
da impulsividade etc.). Através de diferentes mecanismos (recompensas e castigos,
observação e imitação, identificação), a família vai moldando as características
psicológicas do indivíduo durante o tempo que permanecer sob sua custódia.
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Há, contudo, variantes familiares que podem ser percebidas na
atualidade devido a características do capitalismo globalizado e, acima
de tudo, da conquista da mulher no mercado de trabalho. É fácil ver
crianças filhas de pais que trabalham serem criadas por avós ou parentes
de outras gerações. E é nesse sentido que a escola passou e se configurar
também como um local de cuidado da criança em desenvolvimento;
e mais do que isso, na escola é possível ter interações e socializações
diferentes do ambiente familiar, não só pela dinâmica dos processos de
aprendizagem, mas pela simples convivência em grupo, como falamos na
unidade anterior.
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Nessa perspectiva, a escola é vista como parte da sociedade, que depende
e trabalha para ela. Vale lembrar que o ambiente escolar deve se adequar
às características culturais da comunidade na qual está inserida para
desta forma melhor conhecer e atender às famílias. Há neste sentido
um movimento de conhecimento e respeito às várias formas familiares,
suas identidades e culturas. De maneira geral, dificilmente será possível
conhecer de forma profunda o que cada família quer para a educação de
seus filhos, mas o papel da escola é ser um local que facilite a aquisição
e o aperfeiçoamento de aptidões diversas, tanto em caráter físico e
intelectual como social, moral e emocional.
Com base em tudo que foi até aqui explicado, podemos dizer ainda
que a escola, em parceria com a comunidade e focada em atender de
forma especial às diferentes famílias, também constrói, ao longo de sua
existência, sua identidade formada por uma série de culturas escolares.
Essas culturas se mostram e se caracterizam das mais diversas formas,
desde a disposição das salas de aula escolhidas pela instituição até sua
parceria com a comunidade em projetos e ações sociais.
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A escola é, junto com a família, a instituição social que maiores repercussões têm para
a criança. Tanto nos fins explícitos que persegue, expressos no currículo acadêmico,
como em outros não planejados – o que se costuma chamar de currículo oculto –,
a escola será determinante para o desenvolvimento cognitivo e social da criança e,
portanto, para o curso superior de sua vida.
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Adolescência: características
fundamentais, processos centrais
42 no desenvolvimento e conexões
elementares
Objetivo
Apresentar conceitos de adolescência sob uma perspectiva
psicológica e também sob uma perspectiva educativa, bem
como traçar as características dessa fase como um período muito
importante entre a infância e a vida adulta.
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O desenvolvimento mental, caracterizado no período anterior pelo egocentrismo
intelectual e social, é superado neste período pelo início da construção lógica, isto
é, a capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de
pontos de vista diferentes. Esses pontos de vista podem referir-se a pessoas diferentes
ou a própria criança, que vê um objeto ou situação com aspectos diferentes e, mesmo,
conflitantes.
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Então não temos a adolescência como uma fase definida do desenvolvimento
humano, mas como um período da vida que apresenta suas características sociais e
suas implicações na personalidade e identidade do jovem. É um período de transição
para a fase adulta que, na sociedade contemporânea, prolongou-se bastante se
tomarmos como parâmetro as sociedades primitivas.
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problemas psicológicos, inclusive percebidos no ambiente escolar. Alguns
tipos de agressividade, de depressão ou de distúrbio podem ocorrer nessa
fase, claro que muitas vezes acompanhados de outros fatores ambientais
ou sociais. É o caso de crianças e jovens que sofrem algum tipo de
preconceito ou bullying – que veremos mais adiante, na unidade 45 –, e
que passam a manifestar agressividade numa forma de autoproteção.
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Resumo
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e aluno ou aluno e aluno, podem haver trocas de ideias e saberes que
proporcionarão a construção de novos conhecimentos.
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O desenvolvimento dos
relacionamentos sociais e as
43 relações interpessoais no contexto
escolar
Objetivos
Discutir as interações sociais e as relações interpessoais na escola,
bem como suas implicações para o desenvolvimento humano e para
os processos de ensino e aprendizagem.
A primeira coisa que podemos dizer sobre o homem é que ele pertence a uma espécie
animal – Homo sapiens. Todos nós dependemos dos genes que recebemos de nossos
ancestrais para formar nosso corpo, obedecendo às características de nossa espécie.
No entanto, a Biologia já nos ensinou que os genes se manifestam sob determinadas
condições ambientais (físicas e sociais). Temos, portanto, um conjunto de traços
herdados que, em contato com um ambiente determinado, tem como resultado um
ser específico, individual e particular.
www.esab.edu.br 221
outros. Nessas comunidades, cada membro possui uma função, porém
esses relacionamentos e funções são biológicos, fundados essencialmente
nos instintos, na informação genética. Nas sociedades humanas, as
relações e funções de cada membro não são simplesmente biológicas,
são também fruto das interações entre membros da comunidade. São
essas interações que fundamentam a diferença entre sociedades não
humanas e humanas. Na primeira opção, a relação é determinada
biologicamente (uma abelha sempre realizará a mesma função desde
quando nasce até a sua morte); na segunda, a relação é intencionada
e recriada pelo indivíduo por meio de ferramentas e instrumentos
socioculturais. Essa forma de se relacionar socialmente tornou o ser
humano um animal particular.
www.esab.edu.br 222
Desta maneira, podemos dizer ainda que o ser humano é um ser
adaptado para viver socialmente, não sozinho. De certa forma, o ser
humano demonstra desde o seu nascimento a necessidade de estar e
fazer parte de um grupo. Neste sentido, o início do estabelecimento
das interações sociais – e consequentemente dos relacionamentos
interpessoais de um sujeito – ocorre na sua infância, primeiramente no
meio familiar, e depois no meio escolar.
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desde o seu nascimento passa a reconhecer os rostos, os gestos e começa
a compreender que suas ações produzem certos resultados, a exemplo do
choro quando está com fome. Ao crescer um pouco mais, ela percebe os
nomes e os significados dados aos objetos, num sistema de comunicação
próprio dos seres humanos. No meio familiar ou em outros meios sociais,
a criança começa a entender que certas coisas ganham o mesmo nome, e
a partir disso interioriza os elementos da linguagem, que gradativamente
se expande, conforme sua observação e sua atuação sobre o ambiente.
Tudo isso depende muito claramente das interações e das relações que
a criança virá a estabelecer durante o seu processo de desenvolvimento
humano. Na perspectiva vygostskyana, podemos também ressaltar a
escola como um local de interações provocativas, isto é, intencionais,
especialmente no que se refere aos processos de ensino e aprendizagem.
Ao propor a formação de grupos, ao trazer certo assunto para debate, ao
adotar certas regras em sala, um professor propositalmente suscita certas
interações e relações entre o grupo de estudantes.
Saiba mais
“Para um bom convívio, é preciso que haja
convívio”. Essa afirmação está no texto “Escolas
com bom convívio têm muito a ensinar”, de
Luis Carlos de Menezes, no qual é apresentada
uma perspectiva muito interessante sobre
os relacionamentos interpessoais na escola.
Disponível clicando aqui. Boa leitura!
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Desafios para a Psicologia da
44 Educação: a interatividade e
contribuições de outras áreas
Objetivos
Apresentar algumas contribuições de outras áreas de conhecimento à
Psicologia da Educação, diante do desafio de compreender e lidar com
ambiente escolar.
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científica que mostram cenas de reuniões feitas de maneira virtual, os
avanços da robótica ou de outras técnicas e ciências, como a clonagem.
Mas tudo isso não é mais só ficção, pois através de inúmeros avanços da
ciência, muitas dessas técnicas e tecnologias já existem no mundo real.
www.esab.edu.br 226
suporte teórico-prático muito relevante para auxiliar na construção de
respostas aos desafios dos novos tempos, que estão listadas a seguir.
www.esab.edu.br 227
Neste sentido, podemos destacar que a Psicopedagogia trouxe um
enfoque mais clínico, tanto para a Pedagogia quanto para a Psicologia
da Educação, pois assumiu uma parte muito específica relacionada
aos problemas identificados e apresentados durante os processos de
aprendizagem. Alguns desses problemas serão abordados na unidade 45,
a seguir.
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Para auxiliar na criação de alternativas e estratégias, como também para
superar tais desafios, a área psicológica escolar utiliza conhecimentos
de outros campos do saber para ampliar suas teorias e suas práticas. A
partir de uma abordagem da sociologia é possível tratar das questões
mais relativas ao ser; já das neurociências é possível conhecer aspectos
biológicos e físicos; e através da Psicopedagogia é possível compreender
mais sobre o ensino e a aprendizagem. E tudo isso não só para elucidar
possíveis questionamentos que surgem no percurso, mas também
para atualizar conhecimentos. A Psicologia da Educação estará sempre
buscando atuar na realidade do ambiente escolar de forma articulada e
condizente com as inovações de cada época.
Estudo complementar
Até agora relembramos alguns conceitos já
estudados e apresentamos novos. Para que você
entenda melhor sobre a área da Psicopedagogia,
leia o texto de Patrícia Rocha Cassimiro, cujo título
é “Psicopedagogia”, e perceba as características
essenciais dessa área de atuação. Disponível
clicando aqui.
www.esab.edu.br 229
45 Desenvolvimento atípico
Objetivos
Identificar algumas características de desenvolvimento e
comportamentos atípicos, a fim de dar maior visibilidade às situações
de exclusão, violência e preconceito, bem como propor algumas
orientações e possíveis soluções pedagógicas a serem assumidas nos
processos de ensino e aprendizagem na escola pelos educadores.
www.esab.edu.br 230
de idade pré-escolar. Ela é caracterizada especialmente por um nível
excessivo de atividade motora, o que causa perdas de atenção ou, como
é comumente conhecido: o déficit de atenção. Alguns estudos atuais vêm
associando a causa da hiperatividade a fatores genéticos. No ambiente
escolar, a criança hiperativa apresenta um tempo de concentração menor
do que o das outras crianças da sua idade. Além disso, o seu nível de
conhecimento é afetado por seu comportamento hiperativo, pois nem
sempre consegue acompanhar as explicações e os momentos de troca
de experiências em sala de aula. Aqui se encontra um grande desafio
para os profissionais da educação, pois além de entender sobre esse
distúrbio, também precisam desenvolver metodologias de ensino que
atinjam ou contemplem esses educandos e que auxiliem na aprendizagem
da criança que o apresenta. Existem crianças que apresentam traços
de hiperatividade quando ainda bem pequenas, e com o auxílio de
tratamento especializado torna-se possível potencializar sua relação de
aprendizagem.
www.esab.edu.br 231
variadas desde a Educação Infantil por motivos dos mais diversos, como
desentendimentos e até certas disputas. Outro tipo de violência, a
violência doméstica, por sua vez, pode prejudicar o desenvolvimento da
criança. A criança, a partir das relações em seu meio familiar, percebe que
muitos assuntos são resolvidos por meio da violência e acabam levando
isso para a sua vida, inclusive para a escola.
Saiba mais
Abuso físico, abuso sexual, negligência e abuso
psicológico são os tipos mais comuns de violência
contra a criança. O Estatuto da Criança e do
Adolescente prevê o que deve ser feito nesses
casos. Você, como futuro professor/educador,
deve ler o texto “Reconhecendo e denunciando o
abuso e a violência infantil” para saber mais sobre
o seu papel em situações de abuso. Disponível
clicando aqui.
www.esab.edu.br 232
Para a escola, lidar com esse tipo de condição é com certeza um dos
seus maiores desafios. E mais uma vez ressaltamos que é imprescindível
conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente para que certas
medidas possam ser tomadas em conjunto com todos os envolvidos:
sujeito, escola, família e sociedade.
www.esab.edu.br 233
espera dos profissionais da educação e de seus alunos em suas relações e
interações pessoais e profissionais no ambiente escolar e fora dele.
www.esab.edu.br 234
Além da família: o impacto
46 da cultura mais ampla no
desenvolvimento social humano
Objetivos
Compreender outros contextos, além da família e da escola, como
importantes e necessários para o desenvolvimento humano.
Estamos quase chegando à reta final dos nossos estudos. Esperamos que
até esta etapa você tenha compreendido alguns aspectos relevantes da
Psicologia, ciência que estuda os processos mentais e comportamentais
humanos, e da Psicologia da Educação como uma das linhas de estudo
psicológico que, além de estudar o desenvolvimento humano, foca seu
objeto de estudo na dinâmica escolar e nos processos de aprendizagem.
Nesta unidade iremos falar um pouco mais sobre outros contextos que
influenciam o desenvolvimento humano para além da família e da escola,
Considerando, é claro, as características do mundo globalizado, cheio
de avanços tecnológicos e com a capacidade de se obter informação em
tempo real, no qual vivemos atualmente.
www.esab.edu.br 235
A família, segundo Bock, Teixeira e Furtado (2009), consiste em uma
organização inserida na base material da sociedade e que tem, portanto,
uma função social, que é manter um padrão cultural, garantir a força de
trabalho, procriação e a educação dos filhos. Assim, a família se organiza
conforme condições às quais é submetida, em virtude de mudanças
sociais ocorridas ao longo da história.
www.esab.edu.br 236
Atualmente, ainda é possível perceber algumas características até
certo ponto arcaicas, especialmente ao analisar certos modelos de aula
ainda existentes, em que o professor fica à frente da sala e “passa” os
conteúdos no quadro (de giz ou caneta), ou em lousa digital para os
mais contemporâneos, e os estudantes de idades variadas, inclusive em
Educação Infantil, acompanham as explicações em apostilas. Neste
formato, os momentos para debates, sugestões ou outros trabalhos
ocorrem de forma pouco expressiva. E há também as escolas que já
perceberam que para poder acompanhar o ritmo de mudanças e de
inovações sociais existente na atualidade é preciso também modificar
algumas práticas escolares, e aos poucos já investem em novas estratégias,
recursos e ferramentas pedagógicas.
www.esab.edu.br 237
sociedades a Igreja e os movimentos religiosos consistem em instituições
de fortes influências sociais e culturais na vida de seus seguidores. A
Igreja, inclusive por uma característica histórica, sempre foi um local que
visa a reunião de pessoas diferentes em prol de uma visão única ou de
uma acareação sobre os fatores divinos, que vão além da compreensão
humana. A Igreja ou as entidades religiosas exercem fortes influências no
desenvolvimento humano, especialmente no que se refere à construção
da identidade e da moral do sujeito, desde a infância. As orientações
religiosas também exercem influências sobre assuntos mais políticos e de
cunho democrático social. Quer ver um exemplo? Na pena de morte –
tema muito polêmico e que, inclusive, é proibida no Brasil –, sem entrar
em maiores debates, podemos apontar a força das igrejas na sociedade
brasileira como um dos mais fortes motivos dessa proibição, fato muito
diferente do que ocorre nos Estados Unidos, onde a orientação religiosa
permite a pena de morte em certos casos.
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seus seguidores. É possível verificar até aqui que outras instituições
e organizações, além da escola e da família, são capazes de exercer
influência sobre o desenvolvimento humano, especialmente no que
se refere ao desenvolvimento social e cultural, como também no
desenvolvimento de certas habilidades e características – a identidade
pessoal, a personalidade e os padrões éticos de conduta moral.
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Tópicos atuais para especializações
47 na área de Psicologia da Educação
Objetivos
Citar algumas especializações na área da Psicologia, bem como da
Psicologia da Educação, que passaram a se configurar atualmente.
www.esab.edu.br 240
essencial. Aqui devemos lembrar de que o ser humano passa por um
processo de desenvolvimento humano, que, como já falado em outros
momentos, é composto por fatores de desenvolvimento físico, biológico,
intelectual e hereditário, e também por fatores ambientais, sociais e
culturais.
www.esab.edu.br 241
atividades escolares propostas? Nossos estudos feitos até aqui nos
mostram que não! Mostram-nos inclusive que cada estudante possui
um ritmo de aprendizagem distinto. E é por isso que muitos estudantes,
ao se depararem com desafios durante o seu processo de ensino e
aprendizagem, nem sempre conseguem superá-los, caracterizando o que é
conhecido como fracasso escolar.
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A Psicopedagogia é uma especialização oferecida normalmente para
psicólogos ou pedagogos, essencialmente, e utiliza um aporte psicológico
no sentido de observação e investigação individual de cada sujeito
que apresenta qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem, a fim de
identificar qual o seu tipo de dificuldade. Levando em consideração as
particularidades apresentadas pelos alunos, espera-se que sejam propostas
ações de escolarização que potencialize o processo de aprendizagem dos
alunos.
www.esab.edu.br 243
48 Conclusões do módulo
Objetivos
Relatar os pontos essenciais e primordiais tratados no decorrer da
disciplina de Psicologia da Educação, a fim de frisar a importância e
relevância destes estudos para a formação dos futuros profissionais
da educação.
www.esab.edu.br 244
Posteriormente, tratamos de três enfoques muito relevantes e importantes
da teoria do desenvolvimento humano, que são as teorias de Piaget,
de Vygotsky e de Wallon. Você lembra de Piaget e seu enfoque
construtivista? Pois bem, o enfoque piagetiano nos apresentou a visão
de que o desenvolvimento humano deve ser observado a partir de fases,
que englobam a maturação (evolução biológica e física) e a aprendizagem
(incluindo a adaptação, a assimilação e as influências do meio). Nesse
sentido, Piaget dá enfoque também para as questões relativas ao
desenvolvimento da inteligência e do conhecimento, defendendo que
não só a observação, mas também as ações resultam na construção do
conhecimento.
E Wallon, você lembra dele? Foi ele que trouxe uma visão ainda mais
distinta sobre o desenvolvimento humano, pois superou a ideia de
maturação de Piaget e a ideia de influência do meio de Vygotsky,
apresentando a importância da afetividade e das emoções, tanto no
desenvolvimento humano quanto nos processos de interação dos mais
variados tipos, especialmente na escola. Nesse sentido, as emoções
assumem um papel de destaque e de total influência no meio escolar,
uma vez que é através delas que os estudantes são capazes de exteriorizar
seus anseios, suas vontades e seus desejos. Wallon também foi abordado
www.esab.edu.br 245
novamente na unidade 37, na qual estudamos sobre os processos de
aprendizagem e a formação da personalidade infantil mediante os afetos
e sentimentos.
www.esab.edu.br 246
Ausubel, em se tratando de aprendizagem, acreditava na memorização
e nos processos de fixação de conhecimento, e há técnicas e estímulos
que apoiam essa ideia. Gardner também trouxe importantes conceitos
para a aprendizagem ao desenvolver sua teoria de inteligências múltiplas,
segundo a qual a aprendizagem deve ter um papel mais multidisciplinar,
não só enfocando a lógica e a linguagem escrita, mas também outras
formas de expressão, como a música, o teatro, entre outros. E por último,
não podíamos deixar de citar Paulo Freire e suas contribuições para a
educação. Foi ele quem passou a defender a ideia do diálogo e da troca
de experiências, tendo o professor um papel mediador em situação mais
horizontal de troca de saberes.
www.esab.edu.br 247
Todo esse percurso teve como objetivo proporcionar a você a
compreensão dos aspectos essenciais do desenvolvimento humano
na perspectiva da Psicologia da Educação, além de apresentar os
fundamentos principais das teorias de aprendizagem em seus princípios
teóricos, com o enfoque da Psicologia da Educação.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidade 37 a 48. Para isso, dirija-se
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!
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Resumo
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Glossário
Áloe
Resina que se extrai de muitas espécies de aloés, empregada como tônica
e purgativa. Madeira aromática da Índia. R
Alteridade
Qualidade do que é outro (por oposição à identidade); colocar-se no
lugar do outro, como responsabilidade do “eu” para com o “outro”, como
imperativo do “eu” para colocar o “outro” no centro de seu próprio ser, e
como o desejo do autor de respeitar e preservar a diferença de outros. R
Análise descritiva
Têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis. R
Assimilação
Entende-se por assimilação o processo mental pelo qual se incorporam os
dados das experiências aos esquemas de ação e aos esquemas existentes. É
um movimento de integração do meio no organismo. R
Assistematicamente
Que não segue um sistema ou um método; contrário ao que é metódico,
organizado, sistemático. R
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Assistencialistas
São as ações de pessoas, de organizações governamentais ou entidades
da sociedade civil junto às pessoas com menos condições econômicas
de comunidades ou da sociedade, com objetivo de apoiar ou ajudar
de forma pontual, oferecendo alimentos, medicamentos, entre outros
gêneros de primeira necessidade, sem transformar a realidade social; em
geral, tais ações se constituem em atos de caridade, ajuda e voluntariado,
num sentido depreciativo, correspondendo a medidas ou promessas
demagógicas. R
Atividades lúdicas
Consistem em desempenhar certas tarefas com objetivos pré-
determinados, envolvendo a imaginação e peculiaridade do mundo
infantil. R
Baça
Diz-se da cor sem brilho, embaciada. R
Bainha de mielina
Estrutura rica em lipídeos (gorduras) que envolve, isola e aumenta a
eficiência dos neurônios. R
Beneficência
É preciso contribuir para o bem-estar de pessoas. Além de bondade,
altruísmo, amor, solidariedade, humanidade, o princípio da beneficência,
em pesquisa, deve ser visto de modo que inclua todas as formas de ação
com o propósito de beneficiar outras pessoas. Deve-se proceder a uma
ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais,
individuais ou coletivos, usando o máximo de benefícios e o mínimo de
danos e riscos. R
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Blog
O blog é um tipo de site que permite atualização rápida e constante, no
qual artigos e textos são inseridos por uma ou mais pessoas. É um tipo de
ferramenta muito usada por jovens, uma vez que se trata do local onde
mensagens podem ser registradas e repassadas. R
Capitalismo
Sistema político-econômico e social segundo o qual o sistema, os
meios de produção e a distribuição de bens (terras, fábricas, tecnologia,
transporte etc.) são propriedade de uma minoria de pessoas. Referimo-
nos a este grupo de pessoas como a classe capitalista. A maioria das
pessoas tem de vender sua capacidade de trabalho em troca de um salário
ou vencimento (que nos referimos como a classe operária), sob influência
ou predomínio econômico ou político do capital. É um sistema
econômico baseado no livre mercado, na livre concorrência, no lucro e
na propriedade privada dos meios de produção. O capitalismo incentiva
a propriedade privada. R
Cardamomo
Planta herbácea da família, que ocorre no Sudeste da Ásia e cujas
sementes têm sabor apimentado. R
Carpintejar
Exercer o ofício de carpinteiro. R
www.esab.edu.br 252
Castração
Angústia de castração, um medo de perder a totalidade ou parte dos
órgãos sexuais e uma reação às ameaças, contra a criança, destinadas a
pôr fim a suas primeiras atividades sexuais; a criança, com seus desejos
sexuais primitivos (Id), ao ficar frente a frente com as leis e convenções
da sociedade (Ego), tendem a se alinhar com a castração, uma proibição,
algo que por vezes é reforçado pelos pais (Superego), se eles a reprimem,
como por exemplo, no caso da masturbação, dizendo que a criança vai de
alguma forma ser punida corporalmente, ou falando: ‘Isso não está certo’,
‘não faça aquilo’, ‘não faça isso’, que são ‘freios’ que reprimem. R
Células gliais
Células que ficam em torno dos neurônios, nutrindo, isolando e
removendo resíduos que precisam ser eliminados deles. R
Chomsky, Noam
Linguista, filósofo, ativista político estadunidense, professor do MIT
(Massachusetts Institute of Technology). R
Complexo de Édipo
Refere-se, nos estágios do desenvolvimento psicossexual da criança, entre
as idades de três e cinco anos, ao processo gerado para descrever os
sentimentos de um menino que deseja possuir sua mãe e substituir o seu
pai, que vê como um rival no amor da mãe; a fase fálica (o foco principal
da libido é nos órgãos genitais) é um aspecto importante na formação da
identidade sexual. O estágio análogo para as meninas é conhecido como
o complexo de Electra, em que elas sentem desejo por seu pai e ciúmes
de sua mãe. R
Comunismo
Sistema político, econômico e social que tende à supressão da luta de
classes pela coletivização dos meios de produção, ou seja, preconiza a
comunidade de bens e a supressão da propriedade privada dos meios de
produção (terras, minas, fábricas etc.). R
www.esab.edu.br 253
Conexão
Ligação, nexo, vínculo, união, coerência. R
Córtex pré-frontal
Região do cérebro que apresenta o período de desenvolvimento mais
prolongado, após o nascimento, em relação a qualquer outra parte do
cérebro. É de sua responsabilidade as tarefas cognitivas mais sofisticadas e
complexas da mente humana. R
Crenças
Ações de crer na verdade ou na possibilidade de uma coisa; convicção
íntima; opinião que se adota. R
Decodificação
É o ato deentender e interpretar determinados códigos, que podem ser
em linguagem escrita ou de sinais. R
Dedução
Argumentação, tirar uma consequência de; inferir, concluir (a partir de
certos princípios, premissas, fatos); ex.: tudo o que eu disser, deduz-se
que a culpa não é minha. R
Déficit de atenção
É um tipo de distúrbio muito abordado hoje em dia que normalmente
afeta o rendimento escolar durante a infância, devido à desorganização
e à falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta,
o problema pode ser a causa de uma severa baixa autoestima e tende
a afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem
dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente,
não consegue prestar atenção no parceiro. R
www.esab.edu.br 254
Déspota
Aquele que exerce autoridade arbitrária e absoluta; tirano; pessoa que
impõe sua vontade de forma tirânica. R
Desenvolvimento motor
Tudo que imprime movimento; força motora; habilidades-padrões,
generalizações motoras e capacidades físicas. R
Dialética
Originalmente, um termo proveniente da antiga Grécia, corresponde
a uma conversa ou método, um argumento. Atualmente, denomina
os princípios ou duas substâncias ou duas realidades opostas e
inconciliáveis, irredutíveis entre si e incapazes de uma síntese final.
Exemplo: ‘Hereditariedade’ e ‘Ambiente’ (ou natureza e cultura) são
conceitos antitéticos, duas formas antagônicas e complementares. Se
dissermos que o ser humano representa uma conciliação entre as duas,
pois nele estão natureza e cultura, temos a síntese. Então a dialética
compreende a ‘tese’, a ‘antítese’ e a ‘síntese’. R
Dualismo
Todo sistema religioso ou filosófico que admite dois princípios
supostamente em luta eterna, um contra o outro, como: matéria e
espírito; corpo e alma; razão e emoção; bem e mal etc. R
Endócrina
Diz-se de uma glândula que lança no sangue o produto de sua secreção;
a hipófise, a tireoide, as glândulas reprodutivas, o pâncreas, o fígado, são
glândulas endócrinas. R
www.esab.edu.br 255
Egocentrismo
o egocentrismo pode ser entendido como uma qualidade da
personalidade humana que remete ao indivíduo que prioriza a si (seus
desejos, pensamentos e suas necessidades) diante da realidade. R
Ensino programado
Criado por Skinner; método em que as pessoas aprendem mais
facilmente quando o conteúdo é apresentado em unidades discretas,
isto é, pequenos módulos, e quando recebem um feedback imediato,
indicando se o aluno teve ou não sucesso. R
Enunciadas
Expostas, exprimidas, expressas, proferidas. R
Epistemologia
Ramo da Filosofia, é a crítica, estudo ou tratado do conhecimento da
ciência, correspondendo ao estudo da origem, natureza, limites, fontes e
validade do conhecimento interessado na investigação da natureza. R
Escolanovismo
Movimento que chegou ao Brasil por volta de 1882 influenciado pelas
ideias político-filosóficas europeias e norte-americanas, que considerava
a educação um ‘direito de todos’. Defendia a educação laica, pública e
gratuita. R
Escores
Apoios, escoras para firmar-se, fundamentar-se, resistir; bases para
contagens ou pontuação. R
www.esab.edu.br 256
Estrutura
Princípio organizador que faz com que haja uma unidade na qual o todo
é diferente da mera soma dos seus elementos componentes; princípio
que atua sobre as partes que compõem qualquer sistema; conjunto
orgânico de formas que, segundo psicólogos estruturalistas, é percebido
de imediato, antes da captação dos detalhes; um modo de organização,
constituindo um conjunto de elementos relacionados entre si segundo
certas regras, ou funcionalmente correlacionados. R
Estruturalismo
Termo que surgiu a partir do “Curso de Linguística Geral” do linguista
e filósofo Ferdinand Saussure (1857-1913), o qual propunha analisar
qualquer língua como um sistema composto por elementos partícipes
(estrutura) que só podem ser definidos por meio das relações de
igualdade ou oposição que há entre eles. R
Esquemas
Figura que representa não a forma verdadeira dos objetos, mas as suas
relações e funções; é uma estrutura mental que representa algum aspecto
do mundo, como um elemento intermediário entre a representação, ou a
imagem, e o conceito abstrato que se faz dele. As pessoas usam esquemas
para organizar o conhecimento atual e providenciar uma base para
compreensão futura. Na teoria de Piaget, as crianças adotam uma série de
esquemas para entender o mundo. R
Eros
Deus grego do amor, também conhecido como Cupido. R
Ética
Este termo tem origem grega e significa o modo de ser de uma pessoa.
Trazendo o conceito para sua interpretação mais atual, trata-se de um
conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta de uma
pessoa. Uma conduta ética auxilia no convívio social, em que os espaços
precisam ser respeitados. R
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Etíope
Que ou quem é da Etiópia. R
Eximindo-nos
Tornando-nos desobrigados, isentos, livres. R
Exócrina
Que se refere à secreção de produtos eliminados diretamente das mucosas;
faz afluir seus produtos de secreção à pele ou a alguma cavidade orgânica
natural que se comunica com o meio exterior; por exemplo, as glândulas
sebáceas (sebo, oleosidade), mamárias (leite materno), digestivas etc. R
Experiência
Ação ou efeito de experimentar; conhecimento adquirido pela prática da
observação ou da atividade vivida; ensaios, tentativas para verificar ou
demonstrar qualquer coisa. R
Faquir
Nome dado ao indivíduo que se exibe, submetendo-se a suplícios e jejuns
para dar provas de resistência a dores físicas e privações, às vezes sobre
pregos. R
Fascismo
Forma de governo pela qual ficou conhecida a ditadura de Mussolini
na Itália estabelecida pela criação de de um partido único - Partido
Nacional Fascista -, sob a exaltação do nacionalismo e do corporativismo,
que tinha por emblema o “fasces” (derivado do latim fasces, um feixe de
varas amarradas em torno de um machado, um antigo símbolo romano
da autoridade do magistrado; esses feixes eram levados por seus litores
(membros de uma classe especial de funcionários públicos romanos)
e podiam ser usados para castigo corporal e pena de morte. A palavra
fascismo também se relaciona com organizações políticas na Itália
conhecidas como “fasci”. O fascismo terminou após a Segunda Grande
Guerra, depois de vários incidentes, num dos quais foi morto o seu
chefe, Mussolini (1883-1945). R
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Fenomenológico
Referente ao estudo descritivo de um conjunto de fenômenos;
sistema filosófico em que se estudam os fenômenos interiores
considerados como próprios do ser em geral, independentemente do
modo pelo qual se manifesta. R
Filogênese
A filogênese corresponde à história da evolução de uma espécie,
colocando em evidência as relações que esta mantém com outras
espécies, enquanto que a ontogênese diz respeito ao desenvolvimento
de aspectos individuais, correspondendo ao conjunto de transformações
que vão desde a fecundação e prolongam-se por toda sua vida. São as
possibilidades biológicas de desenvolvimento a partir das quais cada um,
no seu biológico individual (ontogenia), transmite caracteres humanos
individuais, de geração em geração. R
Forjado
Característica do que se forjou, do que foi moldado para adquirir um
determinado aspecto ou forma, a exemplo de um lustre forjado a ferro.
R
Fracasso escolar
Trata-se de um conceito que está ligado a uma série de fatores
acadêmicos e sociais, pois considera não só o desempenho cognitivo
de um estudante, mas também seu contexto de uma forma geral. Uma
dificuldade de aprendizagem ou um distúrbio pode causar alguns
momentos de fracasso escolar na vida desse estudante. Más condições de
vida ou vivência em um meio familiar ou social não estimulador também
podem trazer como reflexo o fracasso na escola. R
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Funcionamento do aparelho psíquico
Designa os modelos concebidos por Sigmund Freud para explicar
a organização e o funcionamento da mente; Freud propõe
algumas hipóteses, entre as quais as mais conhecidas são: 1. a relacionada
essencialmente à quantidade e movimento da energia usados na
atividade psíquica; 2. a que tenta localizar a atividade mental em
alguma parte do aparelho, inicialmente dividido em consciente, pré-
consciente e inconsciente; 3. e aquela na qual o pensador finalmente
dividiu a mente em três instâncias funcionais, ou seja, id, ego e superego,
atribuindo a cada uma deles uma função específica. R
Grão Mogol
Grão Mogol é um município histórico brasileiro do estado de Minas
Gerais. R
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Híbrido
Que ou o que tem elementos diferentes na sua composição, como
uma coisa, pessoa ou grupo de pessoas, produzidos pela interação ou
combinação de dois ou mais resultados diferentes ou cruzamentos;
uma mistura de diversos elementos, ao contrário do que acontece nas
tradições culturais. R
Histórico-genética
A relação entre fatores históricos profundos ou culturais, e a genética ou
hereditariedade humana. R
Inatista
Concepção de ser humano que defende que os seres humanos nascem
programados, vendo o processo de desenvolvimento como o desabrochar
de características internas. R
Instâncias
Refere-se à qualidade do que é instante; corresponde a uma posição ou
lugar num dado momento e numa certa ordem hierárquica. R
Interacionismo
Consiste em uma interação da teoria e da prática. Pode ser um diálogo
entre pessoas que se relacionam ou que possuem algum tipo de
convivência, ou ainda a interação e o compartilhamento de ideias. R
Introspecção
É o ato pelo qual o sujeito observa os conteúdos de seus próprios estados
mentais, tomando consciência deles. É um processo de uma pessoa
olhar para dentro de si, se concentrar e tentar entender a emoção ou
pensamento que está enfrentando no momento. Entre os possíveis
conteúdos mentais passíveis de introspecção, destacam-se as crenças, as
imagens mentais, memórias (sejam visuais, auditivas, olfativas, sonoras,
tácteis), as intenções, as emoções e o conteúdo do pensamento em geral
(conceitos, raciocínios, associações de ideias). R
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Intuitivo
Que se refere à intuição; pode ser algo entendido, compreendido,
reconhecido por intuição; parte do conhecimento íntimo e intuitivo;
estabelece uma compreensão de modo direto, sem deduções. R
Insight
Descoberta súbita da solução de um problema, da estrutura de uma
figura ou de um objeto percebido; compreensão repentina de uma
situação; intuição. R
Introspecção
Que não é um verdadeiro método científico, é mais uma observação
dos fenômenos psíquicos da própria consciência, daí sua característica
limitativa. Além disso, os dados da introspecção só podem ser
comunicados através de linguagem e muitas vezes é difícil o sujeito
exprimir o que sente por palavras ou, como os fenômenos psicológicos
não são compatíveis com a introspecção, visto que, se o indivíduo
estiver muito emocionado, não conseguirá analisar a sua emoção. Esta
corrente foi extinta em meados do século XX, e é importante destacar
que excluía a psicologia animal e infantil. Embora o objeto de estudo dos
estruturalistas esteja hoje ultrapassado, a introspecção é ainda usada em
muitas áreas da Psicologia. R
Laico
Forma erudita de leigo; sem conhecimento do assunto em questão,
secular. R
Legitimação social
Legitimar é o mesmo que afirmar e tornar verdadeiro. A legitimação
social é um termo utilizado especialmente na área sociológica para
explicar sobre as forças que a sociedade tem sobre determinados meios.
R
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Linguagem
É o uso ou emprego que se faz da língua, para uma expressão de
pensamentos ou sentimentos. Sistema de sinais, empregados para a
expressão do pensamento. R
Livre arbítrio
Expressão usada para significar a vontade livre, o juízo livre, a capacidade
de escolha, as decisões livres. R
Lócus
Pode ser considerado como um local privilegiado, uma posição, ou ainda
um foco central de alguma questão. R
Mal-estar
Descontentamento, sentimento de desconforto, de insatisfação em Freud
e seus contemporâneos, por conta da Primeira Guerra Mundial como
a primeira guerra tecnologicamente avançada, com o uso de tanques,
gás venenoso etc., representando um ponto de vista profundamente
pessimista nesta época. Freud transfere o conflito intra-psíquico que
havia analisado em seus escritos psicanalíticos (o Ego e o Id; o ‘princípio
do prazer’ e o ‘princípio de realidade’; a ‘mente inconsciente’ e a ‘mente
consciente’), para o domínio da civilização humana. A própria civilização
veio a ser definida como um espaço de conflito, ou como uma extensão
para comunidade cultural das tensões que estigmatizam a psique
individual. Nesse sentido, há em certas obras de Freud um pessimismo
cultural geral, ou um antimodernismo, como uma espécie de ceticismo
sobre as realizações da civilização, que é típico desse período da Primeira
Guerra Mundial. R
Maturação
Processo pelo qual um organismo se torna plenamente desenvolvido;
tornar-se maduro; amadurecer. Conjunto de processos biológicos e
neuropsicológicos que a criança atravessa para adquirir a aprendizagem
(linguagem, compreensão etc.). R
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Mecanicismo
Doutrina que recorre à explicação mecanicista do mundo físico com suas
leis mecânicas (máquina), utilizando exclusivamente o movimento dos
corpos no sentido restrito de movimento espacial para explicar as coisas.
Todos os fenômenos ocorrem por uma relação necessária entre a causa
e o efeito. É dado grande valor ao cálculo, à certeza, às leis que regem a
física da natureza, do Universo. R
Mediações
São atos e efeitos de mediar, integrar e interagir. R
Memorização
Forma de gravar certo conhecimento ou certa informação sem manter
uma relação de aprendizado, ou seja, sem compreender sua real função;
gravar dados. R
Metafísico
É a parte da filosofia que se ocupa do que está mais além do ser físico
enquanto tal, se constituindo num saber que pretende penetrar no que
está situado para além do mundo físico. Significa o que vem depois das
coisas da natureza. Estudo altamente abstrato, teórico, que transcende o
plano dos sentidos. R
Minoritário ou elitista
Parte menor de uma quantidade ou conjunto; fração de uma coletividade
ou sociedade, que se diferencia por sua condição econômica, raça, língua,
religião ou outra característica social; conjunto de pessoas que formam
o núcleo mais destacado de um grupo ou de uma sociedade. O que há
de melhor numa sociedade, a nata, os mais privilegiados, a minoria mais
culta ou mais forte, dominante no grupo. R
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Motricidade
É um conjunto de funções de relação asseguradas pelo esqueleto, pelos
músculos e pelo sistema nervoso, e que permite o movimento e o
deslocamento dos seres vivos. R
Multidisciplinar
Nairas
E o Nome da Unidade Monetária oficial da Nigéria. É considerada a
moeda com maior número de usuários de toda a África. Circula em
moedas e em cédulas. R
Naturalizante
Concepção naturalizante do desenvolvimento do ser humano no
campo da psicologia, sem preocupação em explicitar a gênese do
psiquismo humano, pois este é tomado como algo natural, renegando as
contribuições do ambiente. R
Neurose
Distúrbio psicológico ou comportamental, contudo esse tipo de
desordem não afeta as capacidades racionais e funcionais da pessoa. R
Neurociências
É uma área da ciência que foca seus estudos no sistema nervoso de
uma forma geral. Hoje em dia, é uma área que ajuda outras áreas de
conhecimento, como a Química, a Medicina, a Filosofia e a Psicologia. R
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Nietzsche, Friedrich Wilhelm (1844-1900)
Filósofo alemão do século XIX, escreveu muitas obras, dentre elas,
“Assim falou Zaratustra”, “Ecce homo”, “Além do bem e do mal” entre
outras. R
Operatório-Concreto
Neste estágio, segundo Piaget, que dura dos 7 aos 11 anos de idade
em média, a criança começa a lidar com conceitos como os números e
relações. Esse estágio passa a manifestar-se de modo mais evidente, o
que coincide (ou deve coincidir) com o início da escolarização formal
e é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade
de solucionar problemas concretos. Neste momento, o declínio no
egocentrismo passa a ser mais visível. R
Operatório-Formal
Em média se desenvolve a partir dos 12 anos, inicia-se o raciocínio lógico
e matemático. R
Paradigma
É um modelo ou padrão a ser seguido; modelo instituído e estabelecido
como via de regra. R
Plasmação
Modelação, modelagem, formação. R
Páreas
É a ultima classificação do sistema de casta da Índia. Párea é classificação
ralé, os últimos dos últimos, muito pobres e discriminados. R
Poleá
Homem plebeu, no Malabar; homem de raça ínfima. R
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Preensil
Que pode agarrar ou prender; que tem a faculdade da preensão; que
pode segurar. R
Pré-Operatório
O segundo estágio de desenvolvimento considerado por Piaget, que
coincide com a fase pré-escolar e vai dos dois anos de idade até os
sete anos em média. Características observáveis mais importantes são:
inteligência simbólica; o pensamento egocêntrico, intuitivo e mágico; a
confusão entre aparência e realidade. R
Processos mentais
São o modo como a mente humana funciona; significa o que se faz
mentalmente, intelectualmente, como pensar, planejar, tirar conclusões,
fantasiar e sonhar. R
Psicoterapia
É um tipo de terapia que envolve normalmente um profissional
psicólogo e um cliente, na qualserão usadas estratégias ou métodos de
análise psicológica para solucionar um problema ou uma questão trazida
por esse cliente. R
Psique
Na mitologia grega, mortal que se tornou deusa do amor e que mudou a
ênfase da história mitológica anterior a sua existência. R
Puberdade
Fase vivida pelo ser humano entre a infância e a fase adulta, ou seja,
na adolescência. Trata-se de um momento de transformações físicas
e biológicas e de oscilações emocionais ocasionadas pelas alterações
hormonais que o corpo sofre. O corpo está voltado, nessa fase, para
a produção dos hormônios sexuais, que são diferentes em cada sexo.
Os meninos produzem, entre outros, a testosterona, e as meninas o
estrógeno. Nessa fase, o crescimento se acelera, os órgãos sexuais ganham
definição e a fertilidade se inicia. R
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Pulsões
Na Psicanálise, é o impulso instintivo das tendências fisiológicas;
designa em psicologia um impulso energético interno que direciona o
comportamento do indivíduo, gerado pelas pulsões, diferenciando-se
daquele gerado por decisões, por ser aquele gerado por forças internas,
inconscientes, alheias ao processo decisional. R
Quociente Intelectual
É uma medida ou resultado obtido através de testes que contemplam
perguntas sobre conteúdos variados e raciocínio lógico, que visa
comparar o desempenho de um sujeito com outro. R
Região geográfica
Consiste em uma demarcação imaginária ou física (através de aspectos
da geografia como rios, relevos, entre outros) de um determinado local
ou território. Serve especialmente para agrupar locais com características
físicas, sociais ou econômicas semelhantes. R
Regulações
Significa reger, ordenar ou controlar determinada coisa, ação ou
comportamento. No âmbito pedagógico, pode representar a importância
existente em aspectos culturais que acabam ditando como alguns
comportamentos devem proceder. R
Sadismo
O termo ‘sadismo’ é frequentemente cogitado em referência ao
comportamento que é projetado para ferir ou humilhar os outros,
porém, em seu sentido clássico e clínico, refere-se a fenômenos que
são muito mais extremos, como por exemplo, o prazer e a gratificação
sexual derivados de atos com vistas a infligir dor e sofrimento em outra
pessoa. O ‘sadismo’ é uma palavra que originalmente vem do nome do
filósofo e escritor francês Marquês de Sade, autor de vários romances
sádicos. Pode começar com pensamentos obsessivos e fantasias sexuais,
juntamente com o desejo de provocar sofrimento físico ou psicológico
ou humilhação em outra pessoa. Freud considerou ser o sadismo quase
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inseparável de sua contrapartida, o ‘masoquismo’, que é o desejo de ser
controlado e dominado por outro. Ele sentiu que os dois eram os lados
de uma mesma moeda, e acreditava que os dois desejos muitas vezes
coexistiram na mesma pessoa. R
Sensibilidade
Percepção aguçada de um fato ou de um indivíduo; relacionada à
percepção sensorial de algo. R
Sensório-Motor
Estágio da criança, segundo Piaget, que dura do nascimento até
aproximadamente o segundo ano de vida, a criança busca adquirir
controle motor e aprender sobre os objetos que a rodeiam. O bebê
adquire o conhecimento por meio de suas próprias ações, que são
controladas por informações sensoriais imediatas. O desenvolvimento
físico acelerado é o suporte para o aparecimento de novas habilidades,
como sentar, andar, o que propiciaria um domínio maior do ambiente.
R
Sentidos
O sentido refere-se ao significado da palavra para cada indivíduo,
composto por relações que dizem respeito ao contexto, às vivências
afetivas e à soma de todos os fatos psicológicos que ela desperta na
consciência de cada um; é o valor que assume uma certa designação
dentro de uma cultura específica. Exemplos: em Portugal, “camisola”
é uma peça de vestuário quente usada indiferentemente por ambos os
sexos, normalmente de lã, não sendo impermeável e servindo unicamente
para aquecer o tronco; as gírias em geral, como vey/veio/vei, usada
entre amigos; na época da jovem-guarda, as meninas chamavam um
garoto bonito de “um pão”. Assim, o sentido se produz nos entremeios,
nas articulações das múltiplas sensibilidades, sensações, emoções e
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sentimentos dos sujeitos que se constituem como tais nas interações.
Tem caráter provisório e é revisitado e torna-se novo sentido em situações
novas. R
Significados
É um ato de pensamento, pois o significado de uma palavra já é,
em si, uma generalização. Isto é, no significado da palavra é que o
pensamento e a fala se unem em pensamento verbal. O significado é
imutável, permanece estável em todas as mudanças de sentido da palavra
em diferentes contextos. Significado é a estabilização de ideias por
um determinado grupo, uma das possibilidades de sentido para uma
expressão ou palavra na fala. Exemplo: a ideia de pé: pé é pé em qualquer
cultura. Uma palavra sem significado é um som vazio. O significado,
portanto, é um critério da palavra, seu componente indispensável, e
vai propiciar a mediação simbólica entre o indivíduo e o mundo real,
constituindo-se no “filtro” por meio do qual o indivíduo é capaz de
compreender o mundo e agir sobre ele. R
Simbólico
Relativo ao símbolo; uma significação abstrata que se dá a um objeto
físico. É algo que representa uma ideia, uma entidade física ou um
processo, cuja finalidade é comunicar um significado; a Psicologia tem
seu símbolo, figura ou imagem, que a representa. R
Simulação/Modelação ou Modelagem
Técnica de estudar o comportamento e reações de um determinado
sistema através de modelos, que imitam na totalidade ou em parte as
propriedades e comportamentos deste sistema em uma escala menor,
permitindo sua manipulação e estudo detalhado. Em geral, se analisa
os fenômenos desenvolvendo modelos matemáticos para sua descrição,
e elaborando códigos computacionais para obtenção daquelas soluções.
Um bom exemplo de simulação é aquele usado na indústria aeronáutica,
onde a aerodinâmica dos aviões em projeto é testada em túneis de vento
através de pequenas maquetes que apresentam o mesmo formato do
avião, ou seja, é o “modelo” do avião real. R
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Socialismo
Sistema que visa transformar a sociedade pela incorporação dos meios
de produção na comunidade, pelo regresso dos bens e propriedades
particulares à coletividade, e pela repartição, entre todos, do trabalho
comum e dos objetos de consumo. Esta doutrina prega uma
transformação radical do regime social, sobretudo da propriedade,
preconizando a propriedade coletiva dos meios de produção (terra e
capital), na tentativa de melhorar as condições dos trabalhadores manuais
ou da indústria, bem como dos trabalhadores do campo, e a organização
de uma sociedade sem classes. R
Sublimados
Tábula rasa
A palavra tábula, neste caso, refere-se às tábuas cobertas com fina camada
de cera, usadas na antiga Roma, para escrever, fazendo-se incisões sobre
a cera com uma espécie de estilete. As incisões podiam ser apagadas, de
modo que se pudesse escrever de novo sobre a tabula rasa, isto é, sobre a
tábua raspada ou apagada. R
Taful
Levado, rebelde, peralta, arteiro, astucioso, ativo, desinquieto. R
Thanatos
Na Psicanálise, significa instinto de morte, postulado por Sigmund
Freud, em oposição a Eros, ou instinto de vida; o termo advém de
Thanatos, deus da Morte, filho da Noite e de Hipnos, da mitologia
grega. R
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Tônus muscular
É a atividade primitiva, capacidade inerente e permanente do músculo
em repouso, capaz de responder a um estiramento, ou seja, iniciar
a contração rapidamente após o impulso dos centros nervosos. Por
exemplo, se você rapidamente endireitar o cotovelo flexionado de uma
criança com tom normal, o bíceps rapidamente contrai-se em resposta
(proteção automática contra possíveis lesões). R
Vixnu
Segundo a mitologia hindu, é o deus responsável pela manutenção
do universo. R
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Referências
Bibliografia Básica:
Bibliografia Complementar:
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