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ORÇAMENTO DE
OBRAS CIVIS
ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS
Este curso tem como objetivo introduzir o conhecimento prático de orçamento de obras civis, de
modo a permitir que o aluno esteja mais preparado profissionalmente para enfrentar o mercado de trabalho.
Neste curso veremos como elaborar um orçamento, as etapas e os principais cuidados que devem ser tomados.
• INTRODUÇÃO
O mercado da construção civil, com a rapidez das transformações tecnológicas (técnicas e tecnologia) asso-
ciada à competitividade cada vez mais acirrada e abrangente entre as empresas, exige do mercado profissionais
aptos e capazes de atender e dar respostas rápidas a estas demandas.
Precisamos ter em mente o que significa o projeto do produto e ou empreendimento, como definir e espe-
cificar a maior quantidade de informações e detalhes possíveis para, posteriormente temos uma execução mais
racional e simplificada, não se esquecendo da máxima: Atrás de uma boa OBRA, sempre existe um bom PROJETO
e um bom ORÇAMENTO.
• INTRODUÇÃO AO ORÇAMENTO:
• CONCEITOS:
Empreitada por preço Global - regime de execução em que se contrata a obra ou o serviço por
preço certo e total. Sendo que neste caso os projetos, memoriais descritivos e demais documentações
necessárias para a execução da obra ou serviço será fornecido pela contratante.
Empreitada por preço unitário - regime de execução em que se contrata a obra ou serviço por
preço certo de unidades determinadas.
• LICITAÇÃO:
• Conceito de licitação:
Licitação é o procedimento utilizado pelo governo federal, estadual e municipal, para realizar
compra de bens e serviços ou venda de bens que não são mais utilizados pelos mesmos. São poucas
as situações que não se exige licitação, como por exemplo, no caso de calamidade pública. Toda
entidade que possua recursos públicos está vinculada ao processo licitatório.
A licitação é a regra padrão para qualquer aquisição ou venda por parte do Poder Público. Se-
gundo a Constituição Federal, obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.
Para o TCU (2010), licitação é a regra utilizada para a compra de bens ou contratação de obras
e serviços pela Administração Pública. Ocorre por meio de convocação através da divulgação das
condições estabelecidas, onde empresas interessadas apresentam suas propostas para disponibilizar
seus bens e serviços. A convocação é realizada por meio de edital ou convite, garantindo a importância
do princípio constitucional da isonomia com o objetivo de selecionar a melhor proposta, assegurando
oportunidade a todos os interessados.
A Lei Federal nº 8.666, de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública.
De acordo com a Lei nº 8.666/93 e suas posteriores alterações, são estabelecidas normas pertinentes à
contratação de obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações na esfera dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios.
• Regularização de licitação:
• O edital:
Edital é o ato convocatório produzido pelo órgão público com o objetivo de estabelecer os crité-
rios e exigências para participação das empresas interessadas em fornecer bens ou serviços através de
concorrência. Deve se claro, preciso e fácil de ser consultado.
O edital é o documento que rege a licitação demonstrando as exigências do certame e todos os
requisitos de participação
É a base de informações sobre os critérios de habilitação e julgamento da proposta. O edital deno-
mina o objeto a ser licitado, as documentações exigidas, o valor estimado da construção, os prazos para
apresentação da proposta, forma de apresentação, local e data de entrega dos envelopes.
A lei que rege o edital refere-se à Lei 8.666/93 denominada lei das licitações, em seu art. 40 relata
que o edital deve conter no prefácio o número de ordem de série anual, a identificação da repartição
interessada e se seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo de licitação. Deve ainda conter o
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta.
Além dos itens já mencionados, o edital deve conter anexo, o projeto básico ou executivo, demonstra-
tivo do orçamento estimado em planilha de quantitativo e custos unitários, a minuta de contrato a ser firma-
do entre a administração Pública e o licitante vencedor, especificações complementares e as normas de
execução pertinentes a licitação, seguindo criteriosamente os parâmetros da Lei 8.666/93.
O edital deve ser publicado no mínimo uma vez, no diário oficial da União, do Estado e Distrito
Federal, ou em jornal de grande circulação onde será realizada a obra, indicando o local em que os
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação,
conforme rege a lei.
Em caso de modificação no edital, a lei 8666/93 exige a divulgação pela mesma forma que se
deu o texto original, estabelecendo novo prazo para abertura da proposta.
• Modalidade de licitação:
A Lei 8.666/93 estabelece algumas modalidades de licitação, onde cada uma obtém uma forma
diferente de procedimento administrativo de acordo com o tipo de bem a ser licitado e o valor de
aquisição pretendida pelo poder público. As modalidades de licitação são caracterizadas da seguinte
forma, de acordo com a Lei 8.666/93: concorrência, tomada de preço, convite, concurso e leilão.
• Concorrência
Esta modalidade destina-se para contratações de obras e serviços de engenharia em que o valor
estimado esteja acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e aquisição de materiais
e outros serviços em que o valor estimado esteja acima de 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil).
Esta modalidade também é utilizada, independente do valor estimado, para a compra ou alienação de
bens imóveis, para as concessões de direito real de uso, de serviços ou de obras públicas, para as con-
tratações de parcerias público-privadas, para as licitações internacionais, para os registros de preços e
para as contratações em que seja adotado o regime de empreitada integral.
• Tomada de preço:
Esta modalidade é utilizada para contratações em que o valor estimado esteja entre R$ 150.000,00
(cento e cinqüenta mil) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil) para execução de obras e
serviços de engenharia e entre R$ 80.000,00 (oitante mil) a 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil)
para aquisição de materiais e outros serviços.
• Convite:
E a modalidade de licitação mais simples, sendo realizada para obras e serviços de engenharia em
que o valor estimado seja de até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil) e para aquisição de bens ou outros
serviços até o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil).
• Concurso:
Esta modalidade é destinada quando a Administração tem interesse em selecionar trabalho téc-
nico, científico, projeto arquitetônico ou artístico, ou seja, para trabalhos que exijam determinadas
capacidades personalíssimas. Qualquer interessado poderá participar da licitação, devendo somente
atender as exigências do Edital.
• Pregão eletrônico:
E a modalidade de licitação utilizada para fornecimento de bens e serviços e serviços comuns
aplicáveis a qualquer valor estimado de contratação, sendo a modalidade alternativa ao convite,
tomada de preços e concorrência, é a mais utilizada atualmente. Diverso do que ocorre em outras
modalidades no pregão as propostas e os lances realizados pelos fornecedores antecedem a análise
da documentação, sendo desta forma um procedimento mais célere.
Há duas formas de realização de pregão, o pregão presencial em que é marcada uma data para que
os fornecedores apresentem suas propostas e sucessivamente dêem seus lances verbais e o pregão
eletrônico que é realizado através do site www.comprasnet.gov.br.
• Fases da licitação
Baseado na lei das licitações, classifica-se as fases de licitação como interna e externa, onde a pri-
meira trata da preparação por parte da administração do órgão da contratante e a segunda refere-se
à publicação da licitação para conhecimento das empresas proponentes. Na fase interna, a adminis-
tração efetua a abertura do processo licitatório através de autorização que desencadeia o processo,
com o estabelecimento do objetivo da licitação. Realiza pesquisa e a orçamentação dos custos a fim
de determinar as modalidades do processo licitatório e aprovisionar os recursos necessários. Por fim,
elabora o edital para realização do ato convocatório contendo as normas e requisitos para a disputa
e publicação para conhecimento de todos os interessados.
Na fase externa, as empresas interessadas na disputa entregam os documentos para a respectiva
habilitação e a proposta comercial. Durante o certame licitatório, a comissão de licitação efetua a aná-
lise das documentações entregues pelas proponentes. Ocorre a inabilitação de participantes, caso haja
divergências de acordo com a exigência exposta em edital e posterior lavratura de ata com as empresas
habilitadas. Após este processo, efetua-se o julgamento das propostas através de avaliação e compara-
ção, selecionando a licitante vencedora e posteriormente a comissão realiza o ato de declaração através
de homologação da vencedora. A adjudicação correspondente ao ato de confirmação oficial da regula-
rização do processo licitatório, decretando o seu encerramento, para assim, realizar-se a contratação
entre o órgão público e a empresa vencedora.
O art. 32 da lei 8666/93, de acordo com a redação dada pela lei 8883 de 08 de junho de 1994,
esclarece que as apresentações dos documentos para a habilitação poderão ser através de documento
original, por qualquer processo de cópia autenticada em cartório competente ou por servidor público da
administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. Para a modalidade tomada de preço, é
necessário realizar um cadastramento prévio denominado CRC. Este é elaborado pela entidade pública
ou órgão promotor do certame. Tem por objetivo tornar a licitação mais simplificada, onde a entidade
solicitará do licitante que apresentar o CRC, apenas os documentos de habilitação ausentes no respectivo
registro, conforme descreve TCU (2010). Ressalva-se que o CRC não se confunde com habilitação, sendo
estes procedimentos distintos. O CRC é um documento que complementa o critério para habilitação.
O TCU (2010) esclarece que as empresas interessadas na participação do certame, caso apresente
os documentos em desacordo com as exigências estabelecidas no edital ou documentos irregulares, serão
desqualificadas e não aceitos documentos posteriormente apresentados, sendo consideradas inabilitadas.
Havendo concordância de todos os licitantes quanto à decisão da Comissão de Licitações tomadas na fase
de habilitação e expressa a desistência quanto à interposição de recurso, poderá ocorrer a abertura das
propostas.
Belo Horizonte 2017
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ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS
• A PROPOSTA:
• Apresentação da proposta:
De acordo com TCU (2010), a proposta deve ser apresentada de modo padrão conforme estabele-
cido no ato convocatório para facilitar a análise no julgamento. Pode ser elaborada em formulário que
contenha identificação da empresa licitante, por computador ou datilografada, em única via de prefe-
rência.
A proposta deve conter ainda:
a) Clareza, sem emendas, rasuras, acréscimos ou entrelinhas;
b) Folhas numeradas e rubricadas;
c) Razão social da empresa licitante, número do cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ), dados para
contato;
d) Identificação da modalidade e ao número da licitação;
e) Descrição detalhada e correta das características do bem, da obra ou dos serviços, conforme especifi-
cações do edital;
f) Preço em moeda nacional;
g) Valores expressos em algarismos e, no que couber, por extenso;
h) Prazo de validade das propostas, entrega, execução da obra,
prestação dos serviços, montagem, instalação, quando for o caso;
i) Menção expressa ao prazo de garantia oferecido;
j) Data e assinatura de quem tenha poderes para esse fim;
k) Outras informações julgadas necessárias e convenientes ao objeto da licitação. Caso necessário, pode
ser informado na proposta o nome do banco e o código da agência onde o licitante tem conta, assim
como o número da conta bancária e identificação do responsável pela assinatura para agilizar os proce-
dimentos de contratação, segundo o TCU (2010).
Em qualquer modalidade licitatória, não podem ser modificados os termos da proposta ou dos documentos,
em qualquer hipótese, salvo quanto a erros ou falhas materiais que possam ser sanados ou corrigidos,
por meio de despacho fundamentado, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e
eficácia jurídica para fins de classificação das propostas e habilitação dos licitantes. Possíveis correções
devem constar do ato convocatório. (TCU, 2010, p. 474).
• ESTIMATIVA DE CUSTO:
É um orçamento simplificado, sendo muito utilizado para uma análise rápida de um determinado em-
preendimento, obra ou serviço, para uma visão geral no intuito de balizamento ou uma análise de viabili-
dade econômica rápida.
• ETAPAS DE ORÇAMENTAÇÃO:
Ao recebermos os projetos, será nosso objetivo extrair o quantitativo de cada serviço, calcular as medi-
das lineares, de superfície e de volumes, saber em seus serviços, quantos M, M2, M3, Kg e UN estarão
decompostos seus elementos.
• SERVIÇO;
• UNIDADE;
• ITEM (M.O – MATERIAL – EQUIPAMENTO);
• INDICE DE PRODUTIVIDADE/ CONSUMO;
• PREÇO UNITARIO;
• PREÇO TOTAL.
• Índice de produtividade de mão de obra:
Exemplo 1: Quantas horas de servente são necessárias para executar um metro quadrado de alvenaria?
Exemplo 2: Quantas horas de pintor são necessárias para pintar um metro quadrado de parede?
Considerar perdas de material que acontecem durante os processos de transporte, manuseio e preparo
destes na obra:
• Aço: 10 a 15%;
•Azulejo: 10%
• Cimento; 5 a 10%
• Blocos de concreto: 4%
• Blocos cerâmicos: 8%
• COTAÇÕES:
Consiste na coleta de preços de mercado para os diversos insumos da obra. A cotação de preço
dos materiais é uma tarefa que requer cuidado, devendo considerar algumas particularidades e compa-
rar as cotações entre os fornecedores.
O orçamento deve ser capaz de refletir a realidade e conduzir a um preço justo, onde, no processo
de compra existem aspectos que influenciam no preço de aquisição do material, como:
a) especificações técnicas – descreve a qualidade do material;
b) unidade e embalagem – tipo de embalagem em que o material vem acondicionado;
c) quantidade – analisar a disponibilidade que o fornecedor possui;
d) prazo de entrega – período compreendido entre o pedido e a entregado material;
e) condições de pagamento – programar desembolso, se à vista ou a prazo, com ou sem entrada, com
ou sem desconto;
f) validade de proposta – verificar se o início da obra, ou a época provável de compra são atendidos
pelo prazo da proposta;
g) local e condições de entrega – se na obra, na fábrica ou depósito;
h) despesas complementares – caso o vendedor não se comprometer a entregar a mercadoria. Outro
fator importante de avaliação da cotação de preço é a comparação obtida entre dois ou mais fornecedo-
res, analisando nem sempre o menor preço, mas sim o melhor preço, verificando os aspectos acima
mencionados.
A importância de obter os preços dos produtos é fundamental para auxiliar na lucratividade da em-
presa, sendo este relacionado com as compras mais representativas adequadamente controladas. Para
o setor de compras, dois principais objetivos relacionados na cotação de preço são: as compras de mate-
riais ou insumos mais baratos obedecendo ao padrão de qualidade e a negociação das melhores condi-
ções de pagamento.
• ENCARGOS TRABALHISTAS:
Taxas de leis sociais:
• Taxas de reincidências
• Reincidência de 6.6.1. Sobre 6.6.2 (35,8% x 39,17%) – 14,81%
• Reincidência de F.G (Fundo de garantia). Sobre Aviso Prévio). (8% x 13,12%) – 1,05%
Total de taxas de reincidências: 15,86%
Percentual Total – 124,46%
• CUSTOS DIRETOS:
O custo direto é o resultado da soma de todos os custos unitários dos serviços necessários, para a
execução da obra, obtidos através da aplicação dos preços de mercado sobre os consumos dos insumos,
multiplicados pelas respectivas quantidades, mais os custos da infra-estrutura necessária para a realiza-
ção da obra.
O custo unitário de um serviço é o valor ou a importância correspondente a uma unidade do serviço
considerado. Pode conter os custos de mão de obra, de materiais e de aplicação de equipamentos, para
uma unidade do serviço considerado.
Custo direto da obra é tudo aquilo que está ligado a execução dos serviços como produto final.
• CUSTOS INDIRETOS:
É tudo aquilo que não foi classificado como custo direto, ou todas as despesas que não fazem parte
diretamente da execução de algum tipo de serviço fim.
Exemplo:
• Administração central;
• Equipe de suporte (Engenheiro, mestre, almoxarife, técnicos de edificações, planejamento, etc.)
• Taxas e emolumentos (CREA, Alvará, licenças, etc.);
• Impostos (FEDERAIS, estaduais e municipais);
• BDI:
Bonificação das Despesas Indiretas é a expectativa do resultado (lucro, também chamado Bene-
ficio ou Bonificação) incluso o valor das despesas indiretas decorridas da execução de um determinado
serviço ou obra.
As despesas indiretas incidem diretamente sobre custo das obras ou serviços. E, vamos considerar
que o lucro seja incidente sobre o preço de custo (embora hoje, estudos que o lucro líquido seja inci-
dente sobre o preço de venda).
Assim,
PV=CD+CI / (1-(L+I))
Como até agora foram feitos todos os estudos para obter o PC, vamos analisar os pontos que incidem
sobre este valor para formar o PV.
• Composição de BDI - Exemplo
Administração central......................................................................................................................5%
Eventuais sobre custo direto da obra...............................................................................................5%
Lucro............................................................................................................................................10%
• Impostos:
Alíquotas dos impostos e taxas municipais, estaduais e federais, que incidem em nossos preços:
PIS.............................................................................................................................................0,65%
COFINS.....................................................................................................................................3,00%
ISS............................................................................................................................................2 a 5%
LUCRO PRESUMIDO
IRPJ..............................................................................................................................................1,2%
CSLL...........................................................................................................................................1,08%
LUCRO REAL
IRPJ...............................................................................................................................15%* LUCRO%
CSLL................................................................................................................................9%*LUCRO%
A curva ABC de serviços é uma planilha que organiza os serviços do mais caro até o mais barato,
está analise possibilita um estudo de quais itens devem ter mais atenção, neste caso a queda de produ-
tividade ou consumo excessivo dos materiais destes serviços, podem acarretar em um prejuízo conside-
rável na obra.
A curva ABC de insumos é uma planilha que organiza os itens do mais caro até o mais barato, está
analise possibilita um estudo de quais itens devem receber uma atenção melhor no caso de uma negoci-
ação de preço, deve se ter atenção também no controle do consumo destes materiais.