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ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS

ORÇAMENTO DE
OBRAS CIVIS
ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS

CURSO DE CURTA DURAÇÃO


• OBJETIVO:

Este curso tem como objetivo introduzir o conhecimento prático de orçamento de obras civis, de
modo a permitir que o aluno esteja mais preparado profissionalmente para enfrentar o mercado de trabalho.
Neste curso veremos como elaborar um orçamento, as etapas e os principais cuidados que devem ser tomados.

Prof.: Rômulo Henrique Amaro de Souza


(Coordenador de orçamento e planejamento de obras civis)
E-mail: Planejecursos@gmail.com

“TENHA UM EXCELENTE CURSO”

Belo Horizonte 2017


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ORÇAMENTO DE OBRAS CIVIS

• INTRODUÇÃO

O mercado da construção civil, com a rapidez das transformações tecnológicas (técnicas e tecnologia) asso-
ciada à competitividade cada vez mais acirrada e abrangente entre as empresas, exige do mercado profissionais
aptos e capazes de atender e dar respostas rápidas a estas demandas.

As empresas e os contratantes, exigem qualidade associada à produtividade e rapidez (cronogramas cada


vezmais apertados); hoje em dia este desempenho é quase uma obrigação. A satisfação do cliente tornou-se pri-
oridade, assim o nosso pensar e agir devem estar relacionado com um novo processo de execução de projeto e
obra, onde os trabalhos, a produção e o planejamento devem ser elaborados dentro desta nova realidade.

A produtividade está relacionada com a qualidade e desempenho, com a eliminação do desperdício, o


consumo elevado de materiais, mão de obra e equipamentos, acompanhados da utilização de técnicas, tecno-
logias e normas que respeitem o meio ambiente. Não temos mais condições de tomar decisões amadorísticas,
devemos, pois, acompanhar as demandas de mercado e as novas sistematizações dos processos de construção.
Devemos sempre estar em busca de boas soluções com qualidade e custos compatíveis de execução, associando
ao máximo o aproveitamento de ideias que elevem o processo produtivo, aproveitando os novos conceitos de
planejamento e de execução de obras.

Precisamos ter em mente o que significa o projeto do produto e ou empreendimento, como definir e espe-
cificar a maior quantidade de informações e detalhes possíveis para, posteriormente temos uma execução mais
racional e simplificada, não se esquecendo da máxima: Atrás de uma boa OBRA, sempre existe um bom PROJETO
e um bom ORÇAMENTO.

No projeto do produto / empreendimento, a elaboração do orçamento significa também a definição de como


se executará cada uma das etapas participantes do processo produtivo ou seja: para podermos chegar aos melhores
resultados necessitamos conhecer as melhores técnicas e tecnologia, o emprego de materiais adequados e mão-de-obra
cada vez mais qualificada e preparada são necessidades fundamentais para tornar o objeto (edifício) cada vez eficiente.
Este é o nosso grande desafio, considerando sempre neste processo a melhor relação entre o custo e benefício. Precisa-
mos definir e organizar os elementos disponíveis para que o processo de planejamento, execução e controle da obra
ocorram da melhor forma possível considerando a realidade e as práticas vigentes no mercado atual.

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• INTRODUÇÃO AO ORÇAMENTO:
• CONCEITOS:

Empreitada por preço Global - regime de execução em que se contrata a obra ou o serviço por
preço certo e total. Sendo que neste caso os projetos, memoriais descritivos e demais documentações
necessárias para a execução da obra ou serviço será fornecido pela contratante.

Empreitada por preço unitário - regime de execução em que se contrata a obra ou serviço por
preço certo de unidades determinadas.

• LICITAÇÃO:
• Conceito de licitação:

Licitação é o procedimento utilizado pelo governo federal, estadual e municipal, para realizar
compra de bens e serviços ou venda de bens que não são mais utilizados pelos mesmos. São poucas
as situações que não se exige licitação, como por exemplo, no caso de calamidade pública. Toda
entidade que possua recursos públicos está vinculada ao processo licitatório.

A licitação é a regra padrão para qualquer aquisição ou venda por parte do Poder Público. Se-
gundo a Constituição Federal, obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.

Para o TCU (2010), licitação é a regra utilizada para a compra de bens ou contratação de obras
e serviços pela Administração Pública. Ocorre por meio de convocação através da divulgação das
condições estabelecidas, onde empresas interessadas apresentam suas propostas para disponibilizar
seus bens e serviços. A convocação é realizada por meio de edital ou convite, garantindo a importância
do princípio constitucional da isonomia com o objetivo de selecionar a melhor proposta, assegurando
oportunidade a todos os interessados.

A Lei Federal nº 8.666, de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública.
De acordo com a Lei nº 8.666/93 e suas posteriores alterações, são estabelecidas normas pertinentes à
contratação de obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações na esfera dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios.

• Regularização de licitação:

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A Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988, estabelece no inciso XXI


do art. 37 que as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licita-
ção pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-
çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do
cumprimento das obrigações. Para regulamentar o artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal Brasi-
leira, foi instituída pela presidência da república, a partir de 1993, a Lei das Licitações instituída pela
Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, estabelecendo normas gerais sobre licitações e contratos no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Posteriormente, a Lei
8.666/93 sofre alterações pelas Leis de nº 8.883, de 08 de junho de 1994, de nº 9.032 de 28 de abril
de 1995, de nº 9.648 de 27 de maio de 1998, de nº 9.854 de 27 de outubro de 1999, de nº 11.445
de 05 de janeiro de 2007, de nº 12.440 de 07 de julho de 2011 e posteriores alterações.
A Lei das Licitações estabelece, de acordo com a alteração efetuada pela Lei Complementar
nº 123 de 14 de dezembro de 2006, normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido
a ser dispensado às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP) no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

• O edital:
Edital é o ato convocatório produzido pelo órgão público com o objetivo de estabelecer os crité-
rios e exigências para participação das empresas interessadas em fornecer bens ou serviços através de
concorrência. Deve se claro, preciso e fácil de ser consultado.
O edital é o documento que rege a licitação demonstrando as exigências do certame e todos os
requisitos de participação
É a base de informações sobre os critérios de habilitação e julgamento da proposta. O edital deno-
mina o objeto a ser licitado, as documentações exigidas, o valor estimado da construção, os prazos para
apresentação da proposta, forma de apresentação, local e data de entrega dos envelopes.

A lei que rege o edital refere-se à Lei 8.666/93 denominada lei das licitações, em seu art. 40 relata
que o edital deve conter no prefácio o número de ordem de série anual, a identificação da repartição
interessada e se seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo de licitação. Deve ainda conter o
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta.
Além dos itens já mencionados, o edital deve conter anexo, o projeto básico ou executivo, demonstra-
tivo do orçamento estimado em planilha de quantitativo e custos unitários, a minuta de contrato a ser firma-
do entre a administração Pública e o licitante vencedor, especificações complementares e as normas de
execução pertinentes a licitação, seguindo criteriosamente os parâmetros da Lei 8.666/93.

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O edital deve ser publicado no mínimo uma vez, no diário oficial da União, do Estado e Distrito
Federal, ou em jornal de grande circulação onde será realizada a obra, indicando o local em que os
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação,
conforme rege a lei.
Em caso de modificação no edital, a lei 8666/93 exige a divulgação pela mesma forma que se
deu o texto original, estabelecendo novo prazo para abertura da proposta.

• Modalidade de licitação:

A Lei 8.666/93 estabelece algumas modalidades de licitação, onde cada uma obtém uma forma
diferente de procedimento administrativo de acordo com o tipo de bem a ser licitado e o valor de
aquisição pretendida pelo poder público. As modalidades de licitação são caracterizadas da seguinte
forma, de acordo com a Lei 8.666/93: concorrência, tomada de preço, convite, concurso e leilão.

• Concorrência

Esta modalidade destina-se para contratações de obras e serviços de engenharia em que o valor
estimado esteja acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e aquisição de materiais
e outros serviços em que o valor estimado esteja acima de 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil).
Esta modalidade também é utilizada, independente do valor estimado, para a compra ou alienação de
bens imóveis, para as concessões de direito real de uso, de serviços ou de obras públicas, para as con-
tratações de parcerias público-privadas, para as licitações internacionais, para os registros de preços e
para as contratações em que seja adotado o regime de empreitada integral.

• Tomada de preço:

Esta modalidade é utilizada para contratações em que o valor estimado esteja entre R$ 150.000,00
(cento e cinqüenta mil) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil) para execução de obras e
serviços de engenharia e entre R$ 80.000,00 (oitante mil) a 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil)
para aquisição de materiais e outros serviços.
• Convite:

E a modalidade de licitação mais simples, sendo realizada para obras e serviços de engenharia em
que o valor estimado seja de até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil) e para aquisição de bens ou outros
serviços até o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil).

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• Concurso:
Esta modalidade é destinada quando a Administração tem interesse em selecionar trabalho téc-
nico, científico, projeto arquitetônico ou artístico, ou seja, para trabalhos que exijam determinadas
capacidades personalíssimas. Qualquer interessado poderá participar da licitação, devendo somente
atender as exigências do Edital.

• Pregão eletrônico:
E a modalidade de licitação utilizada para fornecimento de bens e serviços e serviços comuns
aplicáveis a qualquer valor estimado de contratação, sendo a modalidade alternativa ao convite,
tomada de preços e concorrência, é a mais utilizada atualmente. Diverso do que ocorre em outras
modalidades no pregão as propostas e os lances realizados pelos fornecedores antecedem a análise
da documentação, sendo desta forma um procedimento mais célere.

Há duas formas de realização de pregão, o pregão presencial em que é marcada uma data para que
os fornecedores apresentem suas propostas e sucessivamente dêem seus lances verbais e o pregão
eletrônico que é realizado através do site www.comprasnet.gov.br.

• Fases da licitação
Baseado na lei das licitações, classifica-se as fases de licitação como interna e externa, onde a pri-
meira trata da preparação por parte da administração do órgão da contratante e a segunda refere-se
à publicação da licitação para conhecimento das empresas proponentes. Na fase interna, a adminis-
tração efetua a abertura do processo licitatório através de autorização que desencadeia o processo,
com o estabelecimento do objetivo da licitação. Realiza pesquisa e a orçamentação dos custos a fim
de determinar as modalidades do processo licitatório e aprovisionar os recursos necessários. Por fim,
elabora o edital para realização do ato convocatório contendo as normas e requisitos para a disputa
e publicação para conhecimento de todos os interessados.
Na fase externa, as empresas interessadas na disputa entregam os documentos para a respectiva
habilitação e a proposta comercial. Durante o certame licitatório, a comissão de licitação efetua a aná-
lise das documentações entregues pelas proponentes. Ocorre a inabilitação de participantes, caso haja
divergências de acordo com a exigência exposta em edital e posterior lavratura de ata com as empresas
habilitadas. Após este processo, efetua-se o julgamento das propostas através de avaliação e compara-
ção, selecionando a licitante vencedora e posteriormente a comissão realiza o ato de declaração através
de homologação da vencedora. A adjudicação correspondente ao ato de confirmação oficial da regula-
rização do processo licitatório, decretando o seu encerramento, para assim, realizar-se a contratação
entre o órgão público e a empresa vencedora.

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De acordo com a Lei Complementar 123/2006, caso a empresa inabilitada seja classificada como
EPP ela tem a preferência de interpor recurso caso não concorde com o exposto pela comissão de
licitação. A comissão lavra ata, estabelecendo prazo para a apresentação dos recursos e nova data
para abertura das propostas. Esta lei também estabelece critérios de preferências, caso a EPP apre-
sente proposta com o valor de até 10% acima daquela apresentada pela empresa que não se enqua-
dra nos termos da lei, podendo, dentro dos requisitos e documentos comprobatórios tornar-se habi-
litada e até mesmo vencedora do certame.
• Critérios para habilitação:
Segundo TCU (2010), a Administração Pública tem por dever exigir no procedimento licitatório
documentos compatíveis com o objeto licitado para aprovação da participação do interessado no
certame. Esta exigência tem por objetivo comprovar a capacidade econômico-financeira e capacidade
técnica do proponente, obedecendo aos limites da razoabilidade de modo a restringir apenas o neces-
sário para o cumprimento do objeto licitado.
"Exigências de habilitação estão subordinadas especialmente aos princípios da razoabilidade e da pro-
porcionalidade. " (TCU, 2010, p. 332). De acordo com Cardoso (2009), com base na lei das licitações,
para efetiva habilitação da empresa interessada no certame, é necessária a apresentação de documen-
tação relativa a:
a) habilitação jurídica;
b) qualificação técnica;
c) qualificação econômico-financeira;
d) regularidade fiscal;
e) cumprimento no disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, incluso pela Lei nº 9.854/99,
tratando-se da não contratação de menores de 16 anos em trabalhos noturnos ou insalubres.

O art. 32 da lei 8666/93, de acordo com a redação dada pela lei 8883 de 08 de junho de 1994,
esclarece que as apresentações dos documentos para a habilitação poderão ser através de documento
original, por qualquer processo de cópia autenticada em cartório competente ou por servidor público da
administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. Para a modalidade tomada de preço, é
necessário realizar um cadastramento prévio denominado CRC. Este é elaborado pela entidade pública
ou órgão promotor do certame. Tem por objetivo tornar a licitação mais simplificada, onde a entidade
solicitará do licitante que apresentar o CRC, apenas os documentos de habilitação ausentes no respectivo
registro, conforme descreve TCU (2010). Ressalva-se que o CRC não se confunde com habilitação, sendo
estes procedimentos distintos. O CRC é um documento que complementa o critério para habilitação.
O TCU (2010) esclarece que as empresas interessadas na participação do certame, caso apresente
os documentos em desacordo com as exigências estabelecidas no edital ou documentos irregulares, serão
desqualificadas e não aceitos documentos posteriormente apresentados, sendo consideradas inabilitadas.
Havendo concordância de todos os licitantes quanto à decisão da Comissão de Licitações tomadas na fase
de habilitação e expressa a desistência quanto à interposição de recurso, poderá ocorrer a abertura das
propostas.
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• A PROPOSTA:
• Apresentação da proposta:
De acordo com TCU (2010), a proposta deve ser apresentada de modo padrão conforme estabele-
cido no ato convocatório para facilitar a análise no julgamento. Pode ser elaborada em formulário que
contenha identificação da empresa licitante, por computador ou datilografada, em única via de prefe-
rência.
A proposta deve conter ainda:
a) Clareza, sem emendas, rasuras, acréscimos ou entrelinhas;
b) Folhas numeradas e rubricadas;
c) Razão social da empresa licitante, número do cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ), dados para
contato;
d) Identificação da modalidade e ao número da licitação;
e) Descrição detalhada e correta das características do bem, da obra ou dos serviços, conforme especifi-
cações do edital;
f) Preço em moeda nacional;
g) Valores expressos em algarismos e, no que couber, por extenso;
h) Prazo de validade das propostas, entrega, execução da obra,
prestação dos serviços, montagem, instalação, quando for o caso;
i) Menção expressa ao prazo de garantia oferecido;
j) Data e assinatura de quem tenha poderes para esse fim;
k) Outras informações julgadas necessárias e convenientes ao objeto da licitação. Caso necessário, pode
ser informado na proposta o nome do banco e o código da agência onde o licitante tem conta, assim
como o número da conta bancária e identificação do responsável pela assinatura para agilizar os proce-
dimentos de contratação, segundo o TCU (2010).
Em qualquer modalidade licitatória, não podem ser modificados os termos da proposta ou dos documentos,
em qualquer hipótese, salvo quanto a erros ou falhas materiais que possam ser sanados ou corrigidos,
por meio de despacho fundamentado, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e
eficácia jurídica para fins de classificação das propostas e habilitação dos licitantes. Possíveis correções
devem constar do ato convocatório. (TCU, 2010, p. 474).

• ESTIMATIVA DE CUSTO:
É um orçamento simplificado, sendo muito utilizado para uma análise rápida de um determinado em-
preendimento, obra ou serviço, para uma visão geral no intuito de balizamento ou uma análise de viabili-
dade econômica rápida.

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Vale ressaltar que é uma estimativa sendo assim este tipo de orçamento tem uma menor precisão,
com uma maior margem de erro.
Várias são as alternativas viáveis de orçamento por estimativas para o cálculo do custo da constru-
ção tendo como fonte de pesquisa revistas, livros, sindicatos, experiência própria e da empresa, etc.
CUB – Custo unitário básico, de acordo com o item 3.9 da norma Brasileira ABNT NBR 12721:2006
é: Custo por metro quadrado de construção do projeto-padrão considerado, calculado de acordo com a
metodologia estabelecida em 8.3, pelos sindicatos da indústria da Construção Civil, em atendimento ao
disposto no artigo 54 da Lei n° 4.591/64 e que serve de base para a avaliação de parte dos custos de
construção das edificações.
Não são considerados no CUB: Fundações, rebaixamento de lençol freático; elevadores; equipamen-
tos e instalações, tais como: aquecedores, ar condicionado, ventilação e exaustão, outros; obras e serviços
complementares; urbanização; recreação; (Piscinas, campos de esporte), ajardinamento instalação e regu-
lamentação do condomínio; e outros serviços como impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos de
instalação, projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remunera-
ção do construtor; remuneração do incorporador.
ABNT NBR 12721:2006, em seu item 3.3 define projetos padrão como:
Projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, que são usualmente objetivo de
incorporação para construção em condomínio e conjunto de edificações, definidos por suas características
principais:
Número de pavimentos;
Número de dependências por unidade;
Áreas equivalentes a área de custo padrão privativas das unidades autônomas;
Padrão de acabamento da construção;
Número total de unidades
Exemplo: Edifício residencial padrão normal construído em Belo Horizonte, com 4 pavimentos sendo 4
apartamentos de 2 quartos por andar, num total de 220 m² por pavimento. Qual a estimativa de preço
adotado o CUB?
Área construída total: 880 m²
Custo total estimado = 880 m² x R$1212,82 = R$ 1.067.281,60
• FERRAMENTAS UTILIZADAS:
Existem no mercado diversas ferramentas auxiliares para execução do orçamento como:
• TCPO - Tabela de Composição de Preços para Orçamentos
• SINAP - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
• SEINFRA - Secretaria de Infraestrutura
• DNIT - (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)
• DER - (Departamento de Estrada e Rodagem)
• ORSE - Sistema de Orçamento de Obras de Sergipe.
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• ETAPAS DE ORÇAMENTAÇÃO:

• IDENTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS:


Através dos projetos, memoriais descritivos e/ou especificações técnicas é efetuada a identificação dos
serviços da obra, esta etapa é muito importante, esquecer algum serviço pode acarretar em um custo
não previsto e consequentemente no prejuízo financeiro, podendo causar o insucesso do empreendi-
mento.
• LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS:

Ao recebermos os projetos, será nosso objetivo extrair o quantitativo de cada serviço, calcular as medi-
das lineares, de superfície e de volumes, saber em seus serviços, quantos M, M2, M3, Kg e UN estarão
decompostos seus elementos.

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• COMPOSIÇÃO DE PREÇO UNITARIO:
Na elaboração de uma determinada composição de preço, devemos considerar o custo dos mate-
riais envolvidos, mão de obra e eventuais equipamentos (aluguel ou compra), leis sociais e o BDI, que
está diretamente relacionado com as características da futura obra e a infra-estrutura básica da empresa
contatada para a execução dos serviços. A cotação dos preços dos materiais, mão de obra e locação de
equipamentos, devem ser realizadas sistematicamente, preços oriundos de levantamentos de dados por
revistas especializadas e demais publicações podem não refletir a realidade. Devemos lembrar que os
preços destes insumos devem ser considerados quando os mesmos são entregues na obra (posto em
obra), considerado a logística para tal fim e impostos tais como ICMS e IPI, envolvidos sempre em
qualquer operação de compra. No caso da mão de obra, não devemos nos esquecer dos impostos rela-
tivos ao emprego desta (os encargos sociais – leis trabalhistas que garantem as obrigações e deveres
dos empregadores e empregados) e suas respectivas provisões futuras, tais como férias, 13° salário,
refeições, etc. O resultado de uma composição de preço, após as operações aritméticas, determina o
preço de um determinado serviço, ou seja, o serviço contempla todos os insumos (materiais, mão de
obra, equipamentos, taxas e licenças, despesas diretas e indiretas e o BDI) necessários à sua execução.
O BDI (Bonificação de Despesas Indiretas) é um índice definido previamente pela empresa construtora
que se aplica à planilha de custo. Para chegarmos à planilha final – Planilha de Vendas, planilha inte-
grante da proposta comercial para a construção e ou reforma de determinado serviço e ou obra.
A Planilha de Vendas é a planilha final acompanhada da proposta comercial de vendas onde são apre-
sentados todos os serviços que serão realizados pela empresa construtora, normalmente na proposta
comercial apresenta-se os documentos fiscais que habilitam a empresa, a sua equipe técnica, os equi-
pamentos, sua infra-estrutura, o cronograma físico-financeiro e todas as garantias comerciais necessá-
rias a garantir-se que o respectivo serviço seja realizado de acordo com as condições previamente acer-
tadas / negociadas.
A composição de preço unitário possui os seguintes itens:

• SERVIÇO;
• UNIDADE;
• ITEM (M.O – MATERIAL – EQUIPAMENTO);
• INDICE DE PRODUTIVIDADE/ CONSUMO;
• PREÇO UNITARIO;
• PREÇO TOTAL.
• Índice de produtividade de mão de obra:
Exemplo 1: Quantas horas de servente são necessárias para executar um metro quadrado de alvenaria?
Exemplo 2: Quantas horas de pintor são necessárias para pintar um metro quadrado de parede?

· Índice de consumo de materiais e equipamentos:


Exemplo 1: Quantos KG de argamassa são gastos para executar um metro quadrado de reboco?
Exemplo 2: Quantas horas de retroescavadeira são necessários para escavar 10mil m³ de terra?
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• Coeficiente de perdas dos materiais:

Considerar perdas de material que acontecem durante os processos de transporte, manuseio e preparo
destes na obra:

• Aço: 10 a 15%;
•Azulejo: 10%
• Cimento; 5 a 10%
• Blocos de concreto: 4%
• Blocos cerâmicos: 8%

• COTAÇÕES:
Consiste na coleta de preços de mercado para os diversos insumos da obra. A cotação de preço
dos materiais é uma tarefa que requer cuidado, devendo considerar algumas particularidades e compa-
rar as cotações entre os fornecedores.
O orçamento deve ser capaz de refletir a realidade e conduzir a um preço justo, onde, no processo
de compra existem aspectos que influenciam no preço de aquisição do material, como:
a) especificações técnicas – descreve a qualidade do material;
b) unidade e embalagem – tipo de embalagem em que o material vem acondicionado;
c) quantidade – analisar a disponibilidade que o fornecedor possui;
d) prazo de entrega – período compreendido entre o pedido e a entregado material;
e) condições de pagamento – programar desembolso, se à vista ou a prazo, com ou sem entrada, com
ou sem desconto;
f) validade de proposta – verificar se o início da obra, ou a época provável de compra são atendidos
pelo prazo da proposta;
g) local e condições de entrega – se na obra, na fábrica ou depósito;
h) despesas complementares – caso o vendedor não se comprometer a entregar a mercadoria. Outro
fator importante de avaliação da cotação de preço é a comparação obtida entre dois ou mais fornecedo-
res, analisando nem sempre o menor preço, mas sim o melhor preço, verificando os aspectos acima
mencionados.
A importância de obter os preços dos produtos é fundamental para auxiliar na lucratividade da em-
presa, sendo este relacionado com as compras mais representativas adequadamente controladas. Para
o setor de compras, dois principais objetivos relacionados na cotação de preço são: as compras de mate-
riais ou insumos mais baratos obedecendo ao padrão de qualidade e a negociação das melhores condi-
ções de pagamento.

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• COMPOSIÇÃO DE MÃO DE OBRA:


Podemos efetuar o levantamento de custo da mão de obra de forma mensal ou por hora, e neste
estarão contidos os itens abaixo relacionados:
• Salário;
• Alimentação;
• Cesta básica;
• Transporte;
• Equipamento de proteção individual (EPI);
• Ferramentas;
• Encargos sociais e trabalhistas;
• Seguro de vida;
• Horas extras;
• Adicionais extras (insalubridade, periculosidade, trabalho noturno);

• ENCARGOS TRABALHISTAS:
Taxas de leis sociais:

• Encargos sociais básicos


• Previdência Social – 20%
• Fundo de Garantia por tempo de serviço – 8%
• Salário-educação – 2,5%
• Serviço Social da indústria (SESI) – 1,5%
• Serviço Nacional de aprendizagem industrial (SENAI) – 1,00%
• Serviço de apoio à pequena e média empresa (SEBRAE) – 0,6%
• Instituto Nacional de colonização e reforma agraria (Incra) – 0,20%
• Seguro contra os acidentes de trabalho (INSS) – 3%
• Serviço Social da indústria da Construção e do mobiliário (SECONCI) – 1%
Total de Encargos Sociais básicos: 37,8%

• Encargos sociais que recebem as incidências do item 6.6.1

• Descanso semanal e feriados – 22,9%


• Auxilio enfermidade – 0,79%
• Licença Paternidade – 0,34%
• 13° Salario – 10,57%
• Dias de chuva/ Faltas justificadas/ acidentes de trabalho – 4,57%
Total de encargos sociais que recebem incidência de A: 39,17%

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• Encargos sociais que não recebem as incidências globais do item 6.6.1

• Depósito por despedida injusta: 40% sobre A2+ (A2XB) – 4,45%


• Férias – 14,06%
• Aviso- prévio 13,12%
Total de encargos Sociais que não recebem incidência globais de A: 31,63%

• Taxas de reincidências
• Reincidência de 6.6.1. Sobre 6.6.2 (35,8% x 39,17%) – 14,81%
• Reincidência de F.G (Fundo de garantia). Sobre Aviso Prévio). (8% x 13,12%) – 1,05%
Total de taxas de reincidências: 15,86%
Percentual Total – 124,46%

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• CUSTOS DIRETOS:
O custo direto é o resultado da soma de todos os custos unitários dos serviços necessários, para a
execução da obra, obtidos através da aplicação dos preços de mercado sobre os consumos dos insumos,
multiplicados pelas respectivas quantidades, mais os custos da infra-estrutura necessária para a realiza-
ção da obra.
O custo unitário de um serviço é o valor ou a importância correspondente a uma unidade do serviço
considerado. Pode conter os custos de mão de obra, de materiais e de aplicação de equipamentos, para
uma unidade do serviço considerado.
Custo direto da obra é tudo aquilo que está ligado a execução dos serviços como produto final.

• CUSTOS INDIRETOS:

É tudo aquilo que não foi classificado como custo direto, ou todas as despesas que não fazem parte
diretamente da execução de algum tipo de serviço fim.
Exemplo:
• Administração central;
• Equipe de suporte (Engenheiro, mestre, almoxarife, técnicos de edificações, planejamento, etc.)
• Taxas e emolumentos (CREA, Alvará, licenças, etc.);
• Impostos (FEDERAIS, estaduais e municipais);

• BDI:
Bonificação das Despesas Indiretas é a expectativa do resultado (lucro, também chamado Bene-
ficio ou Bonificação) incluso o valor das despesas indiretas decorridas da execução de um determinado
serviço ou obra.
As despesas indiretas incidem diretamente sobre custo das obras ou serviços. E, vamos considerar
que o lucro seja incidente sobre o preço de custo (embora hoje, estudos que o lucro líquido seja inci-
dente sobre o preço de venda).

Assim,
PV=CD+CI / (1-(L+I))
Como até agora foram feitos todos os estudos para obter o PC, vamos analisar os pontos que incidem
sobre este valor para formar o PV.
• Composição de BDI - Exemplo
Administração central......................................................................................................................5%
Eventuais sobre custo direto da obra...............................................................................................5%
Lucro............................................................................................................................................10%

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• Impostos:
Alíquotas dos impostos e taxas municipais, estaduais e federais, que incidem em nossos preços:
PIS.............................................................................................................................................0,65%
COFINS.....................................................................................................................................3,00%
ISS............................................................................................................................................2 a 5%

LUCRO PRESUMIDO
IRPJ..............................................................................................................................................1,2%
CSLL...........................................................................................................................................1,08%

LUCRO REAL
IRPJ...............................................................................................................................15%* LUCRO%
CSLL................................................................................................................................9%*LUCRO%

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•CURVA ABC DE SERVIÇOS:

A curva ABC de serviços é uma planilha que organiza os serviços do mais caro até o mais barato,
está analise possibilita um estudo de quais itens devem ter mais atenção, neste caso a queda de produ-
tividade ou consumo excessivo dos materiais destes serviços, podem acarretar em um prejuízo conside-
rável na obra.

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• CURVA ABC DE INSUMOS:

A curva ABC de insumos é uma planilha que organiza os itens do mais caro até o mais barato, está
analise possibilita um estudo de quais itens devem receber uma atenção melhor no caso de uma negoci-
ação de preço, deve se ter atenção também no controle do consumo destes materiais.

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