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Conceito
Anestesia Geral é definida como uma depressão reversível do SNC, induzida por
medicamento, que resulta na perda de resposta e percepção de todos os estímulos
externos.
Definição contraditória, pouco ampla, pois exclui conceitos-chave, como amnésia e
inconsciência, como se a anestesia fosse meramente um estado de de aferentação, ou
seja, de perda dos estímulos aferentes nocivos.
Estado inconsciente reversível, obtido por via inalatória e/ou
por via endovenosa (EV), caracterizado por amnésia (perda
temporária da memória), inconsciência (hipnose), analgesia
(ausência de dor), relaxamento muscular e bloqueio dos
reflexos autonômicos, bem como a homeostase das funções
vitais.
VENOSA
A infusão dos fármacos é realizada por um acesso venoso e tem como meta atingir os
quatro elementos:
Analgesia e Relaxamento Muscular
• Analgesia Sedação – Opióides Succinilcolina
• Hipnose – Amnésia Pancurônio
Morfina Hipnose - Hipnóticos
• Relaxamento muscular Rocurônio
Fentanil Tiopental
• Proteção neurovegetativa Atracúrio
Alfentanil Diazepam
Sufentanil Vecurônio
Midazolam
Remifentanil Etomidato
Propofol
BALANCEADA
Combinação de agentes anestésicos inalatórios e endovenosos.
• Muito difundida e largamente utilizada > não existe um único fármaco ideal que
proporcione anestesia adequada.
ETOMIDATO
• Derivado imidazólico que utiliza o propilenoglicol = causa dor à injeção.
FARMACOLOGIA:
• Excelente perfil para infusão contínua, porém, pode induzir a síndrome da insuficiência
córtico-supra-renal, por inibição da 11-beta-hidroxilase (uso proibido nessa técnica).
• Indução anestésica muito rápida (muito utilizado no início da cirurgia, mas não mantem
durante) → podem advir contrações tônico-clônicas (liberação de centros subcorticais
excitatórios).
• Ainda é amplamente utilizado em anestesia para operações cardíacas, pois é o
agente indutor mais estável ao sistema cardiovascular, mesmo nos pacientes
hipovolêmicos.
• Causa menos depressão ventilatória do que o propofol e o tiopental, embora possa
induzir apnéias mais longas.
• Elevadas taxas de náuseas e vômitos (30% a 40%).
BARBITÚRICOS (TIOPENTAL)
• Disponível como sal sódico a ser diluído em água ou salina para concentrações a 2,5%
(venosa) e a 10% (retal);
• Não causa dor à injeção → uso em crianças
FARMACOLOGIA:
• Metabolizado no fígado e apresenta elevada meia-vida = apropriado para infusão
contínua.
• Dose indução: 3-5 mg/Kg em adultos (aumentada em 40% em crianças);
• Diminui a taxa metabólica cerebral menos intensamente que o fluxo sanguíneo
cerebral, resultando em diminuição da pressão intracraniana → utilizados em
operações neurológicas (Hipertensão intracraniana e TCE, p.ex.), como o propofol.
Laís Gomes – Habilidades Cirúrgicas
• Efeitos cardiovasculares: hipotensão arterial, diminuição do retorno venoso e redução
da contratilidade cardíaca, sobretudo em pacientes com doenças cardíacas e
naqueles hipovolêmicos → evitar em cardiopatas.
CETAMINA
• É um anestésico muito lipossolúvel, uma arilcicloexilamina, apresentando grande
velocidade de indução e meia-vida sensível ao contexto semelhante à do propofol.
FARMACOLOGIA:
• Dose única de indução venosa = efeito clínico dura cerca de 10 min.
• Tem metabolismo hepático e excreção renal.
• Anestésico único, por interagir com vários sistemas neuronais (N-metil-D-
aspartato/NMDA, adrenérgico, colinérgico, opióide, além de dispor de atividade em
bloqueio de canais de sódio, sendo este um efeito semelhante ao do anestésico local)
→ Atua como hipnótico, sedativo e analgésico = faz todo papel sozinho.
• Anestesia dissociativa: deprime áreas associativas do encéfalo (sistema tálamo-
neocortical) e estimula o sistema límbico e hipocampo → Pode ocorrer efeitos
particulares como reações psicológicas adversas, pesadelos e experiências
psicodélicas.
EFEITOS
• Eleva a taxa metabólica cerebral e o fluxo sanguíneo, com aumento da pressão
intracraniana (PIC) → Não é útil para neurocirurgias
• Potente estimulante do sistema cardiovascular, por aumento do tônus adrenérgico =
Aumento da pressão arterial, frequência e contratilidade cardíacas → Não é indicado
para cardiopatas.
• Mínima depressão respiratória e causa relaxamento da musculatura lisa bronquiolar =
indutor de escolha em pacientes asmáticos.
• Continua sendo um anestésico útil em inúmeros tipos de pacientes por apresentar
estabilidades cardiovascular e respiratória associadas ao efeito analgésico potente =
pacientes asmáticos, obstétricas, queimados, cardíacas pediátricas.
• Mostra-se versátil e útil em crianças, como sedativo pré-anestésico por inúmeras vias
de administração: venosa, muscular, oral, subcutânea e retal.
MEDICAMENTOS INALATÓRIOS
Os agentes inalatórios potentes são os únicos capazes de prover um estado de anestesia
geral, de acordo com a definição clínica desse estado → Pouco utilizados em adultos
como anestesia única pois a dose chega muito perto da toxicidade, mas pode ser usado
em crianças.
• Mecanismo de ação: A potência do anestésico se correlaciona com sua capacidade
de se dissolver em meio lipídico (coeficiente de partição) – capaz de alterar
estruturalmente a membrana celular, diminuindo a condutância iônica e sua
capacidade de despolarização e condução.
CONCEITO CAM
• A concentração alveolar mínima é dada
comparando a potência entre os anestésicos,
sendo o suficiente para abolir a resposta motora
a um estímulo doloroso (incisão da pele, p.ex.),
em 50% dos pacientes;
• A concentração alveolar reflete a concentração
cerebral (órgão-alvo), daí a importância desse
conceito → Quanto menor o CAM, maior é a
potência do anestésico;
Os agentes inalatórios potentes são chamados de compostos halogenados, por possuírem
em sua fórmula os íons flúor, cloro e bromo → halotano.
• Halotano: relacionado a hepatite pós-operatório (metabólito tóxico – hapteno) e
hipertermia maligna (maior responsável) → Caiu em desuso.
EFEITOS:
• De modo geral, os agentes inalatórios halogenados deprimem a taxa de metabolismo
cerebral, aumentam o fluxo sanguíneo cerebral (vasodilatador) e aumentam a PIC,
sobretudo com o halotano, mas não muito.
• Isoflurano, sevoflurano (mais utilizados) e desflurano apresentam melhores perfis para
uso em neurocirurgia;
o Sevoflurano é inodoro, muito indicado para crianças.
o Isoflurano é o mais utilizado, pode usar em hepáticos e renais, e é de escolha
para TCE.
• Sistema cardiovascular: todos são capazes de diminuir a pressão arterial. O halotano
causa depressão do músculo cardíaco e do índice cardíaco;
• Outros efeitos: redistribuição do fluxo sanguíneo aos órgãos, diminuindo o aporte ao
fígado e preservando o aporte a cérebro, pele e músculos; depressores da ventilação
espontânea; relaxamento uterino (útil em situações de extração manual da placenta
e perigoso em partos com atonia uterina);
Laís Gomes – Habilidades Cirúrgicas
• Como benefício da anestesia inalatória, destaca-se a redução pronunciada na
resistência das vias aéreas (broncodilatação) pelo sevoflurano e, em menores graus,
pelo halotano e isoflurano;
Indução
Opioide Fentanil
Hipnótico Propofol
Associado ou
Inalatório
não
MANUTENÇÃO
Manter o paciente em plano cirúrgico até o fim da cirurgia;
• Inalação de agentes e/ou administração de medicamentos EV →
doses tituladas ou infusões contínuas;
• Corresponde do início ao término do procedimento cirúrgico.
REVERSÃO
Superficialização do estado de anestesia → dependente da profundidade e duração;
• Interrupção da administração de anestésicos (farmacocinética);
• Uso de antagonistas, se necessário;
• Despertar do paciente = Extubação traqueal;
• Avaliação geral;
• Termina quando o paciente está pronto para
deixar a sala de operação → Encaminhamento à
R.P.A. (ou U.T.I.)
OBSERVAÇÃO: