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FACULDADE SANTA TERESA

Gian Lucca da Silva Azevedo


Giovanna da Cunha Durães de Souza
Leticia Victória Nobre Zanini
Kassia Sales Fontes
Ana Paula D´Antona Martins

As repercussões do preconceito social na saúde mental dos indivíduos


LGBTs no contexto da contemporaneidade

MANAUS - AM

2022
A forma como os humanos veem os outros mudou muitas
vezes desde o advento da sociedade. As doenças que antes mantinham as
pessoas afastadas agora são tratáveis. As condições de vida são melhoradas
por meio de ferramentas que facilitam a vida cotidiana, como acesso à água
encanada, eletricidade, internet, etc. Crenças e costumes mudaram e se
tornaram menos fixos, mas ainda são comuns. Podemos apontar a
discriminação e o preconceito que as pessoas LGBTQIA+ sofrem como
continuação de um costume de tratar as pessoas diferentes dentro de uma
normalidade pré-definida, e como motivo de exclusão, mesmo os indivíduos
são obrigados a cumprir todas as obrigações inerentes a todas as pessoas,
em o acesso a direitos básicos, como o acesso à saúde, é diferenciado. É
importante respeitar as diferenças existentes para que não ocorra nenhum
tipo de preconceito e violência contra indivíduos que se desviem dos padrões
heterossexuais.
Os direitos humanos das pessoas LGBT ainda são
amplamente violados em todo o mundo, principalmente no Brasil. Nesse
contexto, medidas devem ser consideradas para mitigar a violência tão
difundida na sociedade atual. Além disso, a suspeita da justiça brasileira
muitas vezes significa que esses atos de agressão contra pessoas LGBT não
são denunciados. Além disso, percebe-se que esse grupo é vulnerável a
doenças como a depressão justamente por vivenciar na dia a dia intensa
discriminação e falta de apoio. Torna-se, portanto, essencial proporcionar a
estes indivíduos um apoio psicológico profissional e acessível para que
possam enfrentar estes preconceitos mantendo a sua saúde mental. Segundo
o relator da Organização das Nações Unidas (ONU), como muitos jovens
LGBT são discriminados e ostracizados por suas próprias famílias, muitos
deles correm maior risco de acabar nas ruas. Com isso, por não terem um
ambiente seguro e acolhedor, além das violações de direitos humanos, esses
indivíduos também podem abalar o psiquismo e desenvolver doenças mentais
como depressão, transtorno bipolar e tentativas de suicídio.
Na sociedade em que vivemos atualmente, o preconceito
contra pessoas com orientações sexuais afetivas não hegemônicas é uma
das principais causas de sofrimento psíquico para indivíduos LGBT. Dessa
forma, esses vieses são de diferentes tipos, vão além da agressão física e
verbal, e incluem insinuações, aparência, omissão familiar e até piadas ditas
“inofensivas” (Barbosa & Madureira, 2017). Dessa forma, ainda há a
necessidade de campanhas para ajudar e atender mulheres e homens que
sofrem constantemente violência física e psicológica, pois embora existam
muitas campanhas e discursos sobre o tema, é eficaz discutir e trazer
informações. Ainda não o fazem, ou seja, prestando assistência nos
diferentes contextos em que os indivíduos se encontram, seja acadêmico,
político, jurídico, ou tornando o conteúdo mais geralmente aceitável para a
sociedade (Lilla, Morais & Boris, 2016).
O termo “heteronormatividade”, por sua vez, foi cunhado por
Michael Warner na década de 1990 para definir a ideologia que estabeleceu a
heterossexualidade como norma. De acordo com essa visão, a partir do sexo
biológico (masculino, feminino), a expressão de gênero (masculino, feminino)
é normalizada e a orientação sexual (hétero/gay) é derivada dele. Ou seja, há
uma linearidade/coerência entre sexo biológico, gênero e orientação sexual, e
essas categorias mantêm uma relação de inevitabilidade e
complementaridade. O conceito de homofobia perde força gradativamente e é
reconceituado a partir de uma mentalidade preconceituosa. Portanto, para
definir com mais precisão o preconceito contra a diversidade de gênero, é
necessário revisitar o conceito de preconceito. Preconceito é uma opinião
desfavorável que não é baseada em dados objetivos, mas que é baseada
unicamente em um sentimento hostil motivado por hábitos de julgamento ou
generalizações apressadas. Um dos conceitos apresentados por Nascimento
para designar a homofobia consiste na classificação infundada de indivíduos
que as normas heterossexuais como inferiores ou anormais, rótulo que
também ser atribuído a certas diversidades étnicas, racial e religiosas.
A população LGBT, por inadequação de gênero, sexo biológico
ou identidade sexual não heteronormativa, vê direitos fundamentais violados
e muitas vezes se encontra em situação de vulnerabilidade. Diante dessa
realidade, o Ministério da Saúde que a identidade sexual e a identidade de
gênero são processos complexos constitutivos de discriminação e exclusão,
dos quais decorrem vulnerabilidades, como que “a violação do direito à
saúde, à dignidade e à autonomia e liberdade não discriminatória”. A
discussão sobre o processo de adoecimento da população LGBT também
requer a especificação dos conceitos de identidade sexual e identidade de
gênero. Miller (2002) enfatiza que a abreviatura LGBT pode ser enganadora,
já que o primeiro grupo (LGB) se refere à categoria de lésbicas, gays e
bissexuais, que devem ser compreendidos como identidades sexuais. E o
segundo grupo, representado pela sigla T, é utilizado para se referir aos
transgêneros (transexuais e travestis), que devem ser compreendidos como
formas de identidade de gênero. Apesar de todos passarem por um processo
de adoecimento, o percurso é diferente em cada caso.
Segundo Albuquerque, Botelho e Rodrigues (2019), existe um
grupo de jovens muito suscetível a doenças físicas e psicológicas, esses
jovens têm dificuldade para procurar ajuda nos serviços de saúde, por medo
de discriminação preconceituosa. Essas mesmas pessoas LGBT são mais
propensas a viver devido ao abandono familiar. Portanto, os serviços públicos
de saúde são uma proteção extremamente importante para as pessoas
LGBT, a fim de apoiar o controle dos perigos na vida cotidiana, tanto no nível
do físico quanto no psicológico

REFERÊNCIAS
COSTA, A, B; NARDI, H, C; Homofobia e preconceito contra diversidade sexual: debate conceitual;
Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

SOUZA, A.B; ALVES, G.D; SILVEIRA; L.A; OLIVEIRA, L.C; LAZZARETTI, L.N; BATTISTI, S.C; CARLESSO, J.P.P
; Os impactos do preconceito social e familiar na saúde mental das lésbicas, gays, bissexuais e
transexuais- Universidade Franciscana; SC, 2020

Saúde e população LGBT: demandas e especificidades em questão - Michelle Rodrigues Cardoso;


Luís Felipe Ferro. - Universidade Federal do Paraná

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