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O papel do

farmacêutico
na farmácia
de manipulação
e na indústria
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:


>> Listar as atribuições do farmacêutico em farmácias de manipulação.
>> Sistematizar as atividades do farmacêutico na indústria de medicamentos.
>> Distinguir as funções farmacêuticas na manipulação e fabricação de
medicamentos.

Introdução
De certa forma, a história da farmácia se confunde com a da própria humanidade,
já que ao longo do tempo o ser humano sempre se utilizou de recursos disponíveis
na natureza para melhorar sua qualidade de vida, se alimentar e, principalmente,
para tratar suas doenças. Também é sabido que na Antiguidade não havia qualquer
14 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

distinção entre médico e farmacêutico. Um mesmo indivíduo (sacerdote, curandeiro,


etc.) era reconhecido como o “profissional” capaz de diagnosticar doenças e, ao
mesmo tempo, preparar os medicamentos (magias, ritos, poções) necessários
para o tratamento ou a cura das diferentes enfermidades.
Contudo, a partir do século XII a distinção entre tais profissões se tornou mais
evidente e, desde então, o farmacêutico vem se destacando como profissional de
referência em relação a fármacos e medicamentos, atuando em diferentes áreas
e exercendo influência sobre todas as etapas envolvidas, desde a pesquisa e
desenvolvimento, manipulação, controle de qualidade e dispensação à população.
Neste capítulo, você vai conhecer um pouco mais sobre o importante papel
do profissional farmacêutico para a sociedade e suas principais atividades em
farmácias de manipulação e na indústria de medicamentos. Também serão apre-
sentados os principais pontos semelhantes e divergentes de tais atividades nessas
duas áreas de atuação profissional.

Farmácia magistral
Como sabemos, o farmacêutico é um profissional da área da saúde com um
longo histórico e uma considerável formação multidisciplinar. Além do amplo
conhecimento sobre fármacos e medicamentos, possui conhecimentos sobre
o funcionamento do organismo humano. Por essa razão, pode exercer suas
atividades em mais de 70 áreas regulamentadas pelo Conselho Federal de
Farmácia (CRF).
De modo geral, além das farmácias comunitárias, os farmacêuticos podem
atuar na indústria, em pesquisa e desenvolvimento, em análises clínicas e
toxicológicas, na produção de alimentos, em saúde pública e em educação,
ou ainda exercer atividades integrativas e complementares associadas ao
Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, o profissional farmacêutico especializado em farmácia ma-
gistral (ou de “manipulação”) é muito bem valorizado no mercado de traba-
lho, que vem se tornando cada vez mais complexo, principalmente devido à
inserção de novas tecnologias (processos, fármacos, excipientes, etc.) e às
rígidas legislações que regem e normatizam esse setor (SÃO PAULO, 2016).
Nesse contexto, é importante destacar que a manipulação farmacêutica tem
como principal característica a preparação individualizada de medicamentos
(cápsulas, sachês, xaropes, etc.) e de outros produtos (como cosméticos) com
objetivo de suprir as necessidades específicas de determinados pacientes, que
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 15

em geral são portadores de prescrição ou orientação terapêutica realizada


por outros profissionais da saúde, como médicos, nutricionistas, odontólogos
e veterinários (SÃO PAULO, 2016).
Assim, a farmácia magistral é o único estabelecimento autorizado por lei
para manipular e comercializar fórmulas e/ou produtos terapêuticos perso-
nalizados. Vale lembrar que esse setor está em constante evolução e vem
ocupando cada vez mais espaço na economia do país, principalmente devido
ao crescimento e envelhecimento da população e à necessidade de cumprir
exigências regulatórias e de atender consumidores mais bem informados e
exigentes com a própria saúde e bem estar.

De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nº. 67, de 08 de Outubro de
2007, que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais
e Oficinais, temos as seguintes definições (BRASIL, 2007a).
„„ Preparação: é o procedimento farmacotécnico para obtenção do produto
manipulado, compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a mani-
pulação, fracionamento de substâncias ou produtos industrializados, envase,
rotulagem e conservação das preparações.
„„ Preparação magistral: é aquela preparada na farmácia, a partir de uma pres-
crição de profissional habilitado, destinada a um paciente individualizado, e
que estabeleça em detalhes sua composição, forma farmacêutica, posologia
e modo de usar.
„„ Preparação oficinal: é aquela preparada na farmácia, cuja fórmula esteja
inscrita no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhe-
cidos pela Anvisa.

Perfil profissional

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 1997 um documento


intitulado “O papel do farmacêutico no sistema de atenção à saúde” (“The
role of the pharmacist in the health care system”), em que destaca as qua-
lidades imprescindíveis que um profissional farmacêutico deve apresentar
(SÃO PAULO, 2016):

„„ prestar serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde;


„„ ser capaz de tomar decisões;
„„ ter habilidade de comunicação;
16 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

„„ ter capacidade de liderança;


„„ gerenciar suas próprias atividades;
„„ atualizar-se permanentemente;
„„ mostrar-se capaz de educar os demais.

Além disso, é essencial que o profissional farmacêutico apresente valores


e comportamentos éticos, habilidades, compromissos e corresponsabili-
dades na prevenção de doenças e na promoção e recuperação da saúde
de forma integrada à equipe. Além disso, deve estar atento às análises e
gerenciar os riscos sanitários inerentes à sua atividade. O farmacêutico
que deseja atuar em uma farmácia magistral deve buscar a excelência em
suas atividades, desenvolvendo-se em aspectos pessoais e técnicos (SÃO
PAULO, 2016).
Com relação ao desenvolvimento pessoal, o farmacêutico deve ser edu-
cado, afável, empático, assertivo, criativo, dinâmico, ter boa apresentação
e postura, demonstrar interesse/disponibilidade, apaziguar e/ou solucionar
situações. Do ponto de vista técnico, além da capacidade de concentração e
coordenação motora, é importante que o farmacêutico se mantenha atualizado
sobre conhecimentos farmacológicos e farmacotécnicos e sobre a legislação
em vigor, bem como sobre aspectos de segurança que envolvem a rotina em
uma farmácia magistral (SÃO PAULO, 2016).

Atribuições do farmacêutico magistral


O profissional farmacêutico devidamente cadastrado junto à Anvisa, à Vi-
gilância Sanitária Municipal e ao Conselho Regional de Farmácia (CRF) é o
responsável técnico que representa o estabelecimento em todos os aspectos
técnico-científicos e que responde legalmente por todos os atos técnicos pra-
ticados em uma farmácia magistral, executados por ele ou não. Como veremos
a seguir, tais atribuições podem ser divididas em não clínicas (voltadas ao
produto) e clínicas (voltadas ao paciente) (SÃO PAULO, 2016).

Atividades não clínicas

„„ Aquisição e monitoramento do estoque: supervisionar e orientar o


processo de aquisição de matérias-primas e outros produtos, bem
como estabelecer, documentar e implementar critérios para qualificar
fornecedores (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007a; 2007c).
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 17

„„ Fracionamento de medicamentos: promover o uso racional de me-


dicamentos, disponibilizando a quantidade certa ao paciente para o
tratamento, evitando sobras e possíveis automedicações ou intoxica-
ções (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007c).
„„ Interpretação e avaliação da prescrição: avaliar as prescrições em
relação à concentração, compatibilidades físico-químicas dos excipien-
tes, dose, via de administração, forma farmacêutica e grau de risco. A
prescrição deve ser carimbada com a data da manipulação. A ordem de
manipulação deve ser carimbada e assinada pelo Responsável Técnico
(BRASIL, 2007a; 2007c).
„„ Manipulação de medicamentos e produtos: o farmacêutico é responsá-
vel pela supervisão da manipulação das fórmulas magistrais e oficinais
da farmácia, bem como pelo controle de qualidade das matérias-primas
e produtos finalizados (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007a; 2007c).
„„ Conferência do medicamento: antes da dispensação, o farmacêutico
deve conferir visualmente se a embalagem, a rotulagem, os dados do
prescritor, do paciente, quantidade, características físicas e a estabi-
lidade do medicamento estão de acordo, bem como a data de validade
e etiquetas orientativas (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007c).
„„ Manual de Boas Práticas de Manipulação: elaborar e implantar o Manual
de Boas Práticas de Manipulação em Farmácia, bem como revisá-
-lo periodicamente e supervisionar seu cumprimento para garantir
a qualidade dos produtos e serviços prestados (SÃO PAULO, 2016;
BRASIL, 2007c; 2009).
„„ Procedimentos Operacionais Padrão (POPs): elaborar, implantar e
supervisionar o seu cumprimento, de modo a contemplar todas as
atividades desenvolvidas na farmácia de forma detalhada, com objetivo
de garantir a qualidade dos produtos e do atendimento e a segurança
dos funcionários (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007c; 2009).
„„ Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS):
deve elaborar e implantar o PGRSS, com objetivo de organizar e do-
cumentar as ações de manejo dos resíduos conforme legislação em
vigor, ou seja, a geração, segregação, acondicionamento, identificação
dos resíduos (A, B, C, D, E), transporte interno, armazenamento, coleta
e transporte externo, destino ambiental final, bem como a proteção à
saúde pública e ao meio ambiente (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2005; 2004).
„„ Treinamento e capacitação: realizar e/ou supervisionar treinamentos
iniciais e contínuos de Boas Práticas de Manipulação para a perfeita
capacitação e atualização dos conhecimentos de todos os colabora-
18 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

dores da farmácia. Tais atividades devem ser registradas e também


incluir todos os outros aspectos relevantes para a manutenção dos
padrões de qualidade e segurança dos produtos, serviços e de todos
os envolvidos (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007a).
„„ Documentos legais: deve conhecer e dispor de todos os documentos
necessários para o funcionamento regular da farmácia, mantendo-os
sempre atualizados e disponíveis para a inspeção dos fiscais, tais como:
alvará de funcionamento, licença sanitária, certidão de regularidade
do farmacêutico, Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos
Controlados (SNGPC), registro de treinamento de funcionários, PGRSS,
dentre outros (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2007c).
„„ Ferramentas administrativas: algumas atividades administrativas
são de responsabilidade exclusiva do farmacêutico, como o sistema
de controle do estoque, o cadastro de fornecedores e a escrituração
de medicamentos sujeitos a controle especial (psicotrópicos e antimi-
crobianos) no SNGPC, de acordo com a Portaria SVS/MS nº. 344/1998
(BRASIL, 1998; 2007b; 2011; 2014).

Atividades clínicas

„„ Dispensação: além de aviar a prescrição, é nesse momento que o


farmacêutico orienta seus pacientes sobre o uso correto e racional
dos medicamentos, informando a posologia, possíveis interações
(com medicamentos e/ou alimentos), reações adversas potenciais e
condições de conservação e descarte dos medicamentos manipula-
dos, principalmente medicamentos termolábeis e sujeitos a controle
especial (cuja movimentação deve ser registrada no SNGPC). Todas
as receitas aviadas devem ser carimbadas pela farmácia, atestando
sua manipulação, conforme legislação em vigor (SÃO PAULO, 2016;
BRASIL, 2013a).
„„ Atenção farmacêutica: de acordo com Proposta de Consenso Brasi-
leiro (IVAMA et al., 2002), a prática da atenção Farmacêutica envolve
um conjunto de atividades realizadas pelo farmacêutico dirigidas ao
paciente, com o objetivo de identificar, resolver ou prevenir problemas
relacionados com medicamentos. A atenção farmacêutica possui di-
versos componentes, que podem ser oferecidos pelo farmacêutico ao
usuário de medicamentos conforme sua disponibilidade e a necessidade
de orientação e informação (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2009).
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 19

Afinal, qual é a diferença entre atenção farmacêutica e assistência


farmacêutica? Podemos dizer que a assistência farmacêutica abrange
atividades relacionadas ao uso do medicamento, no sentido de auxiliar ações
de saúde em uma determinada população, em que o farmacêutico atua em
todas as etapas, desde a pesquisa até a venda do medicamento. Sendo assim,
a assistência farmacêutica compreende todas as ações e serviços que buscam
assegurar a assistência terapêutica integral e a proteção e recuperação da
saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenham atividades
farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial, cuja utilização
deve ser feita de forma racional.
Já a atenção farmacêutica é um modelo de atuação do farmacêutico (pro-
posto inicialmente em 1990 por Hepler e Strand e batizado como pharma-
ceutical care) que compreende um conjunto de ações centradas no paciente,
com objetivo de acompanha-lo e orientá-lo em relação ao uso correto dos
medicamentos. Assim, podemos concluir que todos os serviços prestados na
atenção farmacêutica são formas de assistência farmacêutica, mas nem toda
assistência farmacêutica representa uma atenção farmacêutica (PEREIRA;
FREITAS, 2008).

„„ Prescrição farmacêutica: em situações especiais, o farmacêutico poderá


realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade
terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, tais como
medicamentos industrializados, preparações magistrais (alopáticos ou
dinamizados) e fitoterápicos (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2013c).
„„ Acompanhamento farmacoterapêutico: busca prevenir e solucionar
problemas relacionados a medicamentos por meio do acompanha-
mento de sua utilização, de forma contínua e documentada, com ob-
jetivo de promover a saúde e a qualidade de vida do paciente. Para tal
acompanhamento, é necessário definir o perfil farmacoterapêutico do
paciente, que é o registro das informações relacionadas ao uso dos
medicamentos (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2013a).
„„ Farmacovigilância: o farmacêutico deve estar atento para notificar
determinados efeitos adversos com a finalidade de assegurar o uso
racional dos medicamentos, já que tais notificações servem de sub-
sídios para melhor orientar outros pacientes sobre possíveis reações
adversas advindas do uso de determinados medicamentos (SÃO PAULO,
2016; BRASIL, 2013a).
„„ Administração de medicamentos: mediante apresentação de pres-
crição médica, o farmacêutico responsável poderá prestar serviços
de inaloterapia e aplicação de injetáveis em farmácias legalmente
20 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

autorizadas. Para a realização desse serviço, é necessário ambiente


apropriado, capaz de garantir privacidade e conforto aos pacientes
(SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2009; 2013a).
„„ Aferição de parâmetros fisiológicos/bioquímicos: para que o farmacêu-
tico possa realizar serviços como a aferição de pressão arterial, aferição
de temperatura corporal e aferição de glicemia capilar, a farmácia deve
ser licenciada pelo órgão competente e dispor de ambiente apropriado
(SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2009; 2013a).
„„ Participação e difusão de campanhas de saúde: o farmacêutico pode
desempenhar importante papel em orientar seus pacientes e outros
cidadãos sobre questões relacionadas à saúde pública, incluindo os
sintomas, fatores de risco e prevenção, bem como em ações voltadas à
promoção, proteção e recuperação da saúde (SÃO PAULO, 2016; BRASIL,
2013a).
„„ Responsabilidade solidária: o farmacêutico e o proprietário da farmácia
deverão agir sempre de forma solidária e proativa para promover o uso
racional de medicamentos (SÃO PAULO, 2016; BRASIL, 2013a).

Farmácia industrial
Até o século XIX, a farmácia magistral era o estabelecimento de referência
para a população quando o assunto em questão era o medicamento. Porém,
a partir dos anos 1930, a indústria farmacêutica começou a ganhar espaço
e transformar o setor da saúde de forma significativa, principalmente por
facilitar a produção de medicamentos em larga escala, com tecnologias
mais complexas e eficientes. Dessa forma, muitos dos medicamentos que
eram preparados em farmácias magistrais (de forma artesanal) foram sendo
substituídos pelos medicamentos industrializados.
Atualmente, segundo o CFF, o farmacêutico pode atuar em mais de 135
especialidades, principalmente devido ao seu perfil multidisciplinar. Além
do amplo conhecimento técnico e científico sobre fármacos e medicamentos,
o farmacêutico possui formação acadêmica em ciências exatas, biológicas
e humanas. Contudo, é na área de fármacos e medicamentos que a maioria
dos farmacêuticos exerce sua profissão, como em farmácias e indústrias
farmacêuticas (BRASIL, 2013b).
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 21

Segundo relatório do CFF (BRASIL, 2015), eis a distribuição das áreas


de atuação do farmacêutico no Brasil:
„„ farmácia/drogaria de rede — 27,0%;
„„ farmácia/drogaria independente — 25,2%;
„„ farmácia magistral — 6,0%;
„„ farmácia hospitalar — 12,0%;
„„ farmácia pública — 10,9%;
„„ distribuidora de medicamentos — 3,5%;
„„ laboratório de análises clínicas — 8.8%;
„„ indústria farmacêutica — 3,2%;
„„ docência em nível médio — 1,4%;
„„ docência em nível superior — 5,0%;
„„ vigilância sanitária — 1,9%;
„„ gestão pública — 5,6%;
„„ gestão privada — 1,3%;
„„ estudante de mestrado/doutorado — 3,1%;
„„ outras — 10,8%.

Ao longo dos anos, a profissão farmacêutica tem evoluído e ganhado


reconhecimento entre outros profissionais da saúde e da população. Assim,
além das drogarias e farmácias magistrais, os farmacêuticos estão inseridos
nas indústrias farmacêuticas, realizando pesquisa, desenvolvendo medica-
mentos, avaliando a qualidade dos produtos, elaborando a gestão de resíduos
e diversas outras atividades.

Perfil profissional
Como sabemos, o profissional farmacêutico possui formação generalista,
humanista, crítica e reflexiva, o que lhe capacita para atuar na promoção,
prevenção e recuperação da saúde do indivíduo e de sua comunidade. De fato,
é necessário que o farmacêutico possua tanto habilidades pessoais quanto
técnicas para produzir medicamentos (alopáticos, homeopáticos, cosméticos
e correlatos), seja no setor magistral ou industrial. Inclusive, como veremos a
seguir, além da produção (ou manipulação) de medicamentos, o farmacêutico
pode desempenhar uma série de outras atividades na indústria farmacêutica.
22 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

Farmacêuticos com especialização em administração ou direito, por exem-


plo, encontram oportunidades nos departamentos de propaganda, vendas e
questões legais. Já profissionais com mestrado ou doutorado podem atuar
como gerentes de comunicação e pesquisadores (inovação, pesquisa e de-
senvolvimento) ou ocupar posições de supervisão da produção e controle
de qualidade (ALLEN JR., 2016).

Atribuições do farmacêutico industrial


Como em qualquer outra área de atuação, na indústria farmacêutica o profis-
sional farmacêutico também deve estar cadastrado junto à Anvisa, à Vigilância
Sanitária Municipal e ao CRF como o responsável técnico pelo estabelecimento
em todos os aspectos técnico-científicos. É o farmacêutico que responde
legalmente por todos os atos técnicos praticados na empresa, sejam eles
executados por ele ou não. A seguir veremos as principais atribuições desse
profissional na indústria farmacêutica.

„„ Produção de medicamentos e produtos: deve cumprir com as Boas Práti-


cas de Fabricação (BPF) em todas as etapas produtivas, identificando os
pontos críticos e realizando os registros necessários. Junto com o setor
de garantia da qualidade, avalia possíveis desvios dos processos, com
objetivo de obter produtos que atendam aos parâmetros de segurança
e qualidade pré-estabelecidos (SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006; 2019).
„„ Planejamento e controle da produção: oferece suporte técnico na movi-
mentação dos estoques de matérias-primas e materiais de embalagem,
de acordo com o protocolo “primeiro que expira é o primeiro que sai”
(PEPS), e sinaliza o status dos materiais (em quarentena, aprovado ou
reprovado). Planeja a quantidade de lotes a ser produzida e informa
todos os setores envolvidos (SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006; 2019).
„„ Garantia da qualidade: deve organizar as atividades com base nas
BPF, as quais devem estar registradas em POPs. O objetivo é garantir
a pureza, qualidade, segurança e eficácia dos produtos fabricados.
Também coordena atividades de validação, calibração, qualificação
de equipamentos e de instrumentos analíticos, bem como os treina-
mentos dos colaboradores. Participa da qualificação e certificação de
fornecedores de materiais e equipamentos terceirizados (SÃO PAULO,
2018; BRASIL, 2006; 2019).
„„ Controle de qualidade físico-química e microbiológica: deve realizar
análises físico-químicas e microbiológicas, aprovando ou rejeitando
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 23

matérias-primas, produtos semiacabados e acabados e materiais de


embalagem. Por meio de equipamentos e métodos de análise ade-
quados, garante a realização de ensaios oficiais (como farmacopeias),
mantendo os registros de todas as análises (SÃO PAULO, 2018; BRASIL,
2006; 2019).
„„ Pesquisa clínica: participa da elaboração de protocolos de pesquisa e
desenvolvimento de novos medicamentos e de novos produtos cosmé-
ticos, adicionando, quando necessário, estudos de farmacovigilância
e cosmetovigilância. Importante lembrar que tais protocolos devem
ser aprovados previamente por um Conselho de Ética registrado e
reconhecido por órgão regulador competente (SÃO PAULO, 2018; BRASIL,
2006; 2019).
„„ Inovação, pesquisa e desenvolvimento: pesquisa a viabilidade técnica e
econômica no desenvolvimento de um novo produto, bem como avalia
a estabilidade físico-química e microbiológica das pré-formulações
aprovadas. Planeja e acompanha a produção do lote-piloto e dos
primeiros lotes em escala industrial. Define o material de embalagem
do produto e elabora documentos para o registro do produto inovador
nos órgãos competentes (Anvisa e Instituto Nacional da Propriedade
Industrial [Inpi]) (SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006; 2019).
„„ Desenvolvimento de embalagem: supervisiona o cumprimento das
BPFs no setor de embalagem (primária e secundária), principalmente
para evitar contaminação cruzada e garantir os padrões de qualidade
dos produtos acabados. Em conjunto com o setor de inovação, pode
participar da pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, reali-
zando testes de estabilidade/compatibilidade, design, entre outros
(SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006; 2019).
„„ Farmacovigilância, cosmetovigilância e tecnovigilância: na fase de pós-
-comercialização, deve identificar, examinar e prevenir possíveis efeitos
adversos, intoxicações ou quaisquer outros problemas relacionados ao
uso de medicamentos ou outros produtos, garantindo seu uso seguro,
racional e efetivo pelos pacientes. Também exerce a cosmetovigilância
(quando envolve o uso de cosméticos) ou a tecnovigilância (no caso
de equipamentos, artigos médico-hospitalares e outros) (SÃO PAULO,
2018; BRASIL, 2006).
„„ Assuntos regulatórios: gerencia os processos e elabora relatórios
técnicos para registro dos produtos nos órgãos competentes (sanitá-
rio, ambiental, propriedade intelectual, etc.) com base na legislação
vigente. Também participa da elaboração de textos para embalagens e
24 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

bulas dos produtos, bem como de todos os contratos de terceirização


relacionados às BPFs, como serviços, transporte e outros (SÃO PAULO,
2018; BRASIL, 2006).
„„ Estratégia de marketing: realiza pesquisa de mercado para identifi-
car oportunidades para atender às necessidades do consumidor ou
propor novos produtos. Também pode oferecer suporte técnico sobre
o uso e os benefícios dos produtos para o setor de marketing e para
consumidores, profissionais da saúde, distribuidores e farmácias (SÃO
PAULO, 2018; BRASIL, 2006).
„„ Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC): gerencia as reclamações
e dúvidas dos clientes sobre o uso ou problemas relacionados aos
medicamentos. Também deve informar o setor de garantia da qualidade
ou departamento médico (reações adversas, interações, etc.) sobre os
casos identificados (SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006).
„„ Farmacoeconomia: desenvolve modelos matemáticos para analisar
relações de custo-efetividade, custo-utilidade e custo-benefício, bem
como para minimizar custos, com o objetivo de demonstrar o valor
de um produto farmacêutico ou médico (medicamentos, materiais
cirúrgicos, programas de saúde, entre outros). Também desenvolve
estratégica e soluções para melhor aproveitar os diferentes cenários
ou circunstâncias para a demonstração dos benefícios de cada produto
em relação a produtos convencionais ou de empresas concorrentes
(SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006).
„„ Acesso a mercados farmacêuticos: organiza e apresenta informações
técnicas e econômicas dos produtos (baseadas em evidências científicas)
com potencial para a inclusão em formulários terapêuticos e sistemas
de reembolso em organizações de saúde (planos de saúde, hospitais,
clínicas, etc.), públicas ou privadas (SÃO PAULO, 2018; BRASIL, 2006).

Pontos comuns e divergentes


Antes de abordar os principais pontos em comum e divergentes entre os
processos de produção de medicamentos e outros produtos realizados pelas
farmácias magistrais e pelas indústrias farmacêuticas, é importante destacar
que em ambos casos as Boas Práticas de Produção são seguidas e respeitadas
de forma rigorosa, afinal de contas é fundamental garantir que os produtos e
serviços disponibilizados aos clientes tenham qualidade, segurança e eficácia
terapêutica esperadas.
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 25

O Quadro 1 resume as principais semelhanças e diferenças, que em seguida


serão examinadas caso a caso.

Quadro 1. Principais pontos e atividades em comum e divergentes entre


farmácia magistral e indústria farmacêutica

Pontos / Atividades
(comuns e Farmácia
divergentes) magistral Indústria farmacêutica

Produção dos produtos Pequena escala, Grande escala,


mais rápida mais lenta

Características dos Personalizados, Padronizados,


produtos mais baratos mais caros

Estrutura física dos Pequena, Grande,


laboratórios com atendimento sem atendimento

Equipamentos e Pequeno porte, Grande porte,


matérias-primas menor volume maior volume

Garantida da qualidade Rigorosa, Rigorosa,


menos atividades mais atividades

Farmacovigilância Esporádica Constante

Pesquisa e Ausente Presente


desenvolvimento

Estratégias de Pontuais Massivas


marketing

Fonte: Adaptado de São Paulo (2016; 2018) e Allen Jr. (2016).

Produção dos produtos


Na indústria farmacêutica, a produção é bem maior (larga escala) do que nas
farmácias de manipulação, o que também se reflete no prazo em que seus
respectivos medicamentos e correlatos são obtidos. Ou seja, nas farmácias
o produto pode ficar pronto no mesmo dia, enquanto na indústria pode
demorar algumas semanas para produzir grandes lotes (SÃO PAULO, 2016;
2018; ALLEN JR., 2016).
26 O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria

Características dos produtos

A principal diferença nesse quesito é o caráter personalizado dos medica-


mentos manipulados, que são produzidos conforme as necessidades dos
clientes. Tais medicamentos também costumam ser mais acessíveis (menor
preço), embora apresentem uma validade menor que os industrializados (SÃO
PAULO, 2016; 2018; ALLEN JR., 2016).

Estrutura física dos laboratórios


Apesar de seguirem normas sanitárias semelhantes, os laboratórios das
farmácias de manipulação são bem menores que os da indústria. Além disso,
toda farmácia magistral possui uma área específica para atendimento e dis-
pensação dos medicamentos aos clientes, o que facilita a prática da atenção
farmacêutica (SÃO PAULO, 2016; 2018; ALLEN JR., 2016).

Equipamentos e matérias-primas
Nas farmácias de manipulação, o porte dos equipamentos (misturadores,
vidrarias, tanques, encapsuladoras, etc.) e o volume das matérias-primas e
demais insumos são bem menores do que aqueles utilizados pela indústria,
devido basicamente à diferença de escala de produção (SÃO PAULO, 2016;
2018; ALLEN JR., 2016).

Garantida da qualidade
Como já mencionado, em ambos casos existem normas bem definidas e
rigorosas (POPs) para todas as atividades realizadas, principalmente para o
controle da qualidade. A diferença se traduz apenas em relação ao volume
de atividades, devido à escala de produção entre as farmácias e as indústrias
(SÃO PAULO, 2016; 2018; ALLEN JR., 2016).

Farmacovigilância
Essa é uma atividade mais comum na indústria farmacêutica, principalmente
quando envolve a produção e/ou comercialização de um novo medicamento
ou uma nova apresentação (formulação). Nas farmácias de manipulação,
essa prática acontece de forma esporádica, em que o farmacêutico notifica
alguns casos reportados por seus clientes (PAULO, 2016; 2018; ALLEN JR., 2016).
O papel do farmacêutico na farmácia de manipulação e na indústria 27

Pesquisa e desenvolvimento

Em geral, a realização de pesquisa e desenvolvimento, bem como estudos


clínicos para o lançamento de um novo medicamento, é uma atividade de
elevado custo e quase que exclusiva das grandes indústrias farmacêuticas,
principalmente as sediadas em outros países, onde as legislações de proteção
à propriedade intelectual costumam ser mais favoráveis. As farmácias de
manipulação praticamente não investem numa atividade como essa, mas
costumam adquirir equipamentos com inovação agregada (PAULO, 2016; 2018;
ALLEN JR., 2016).

Estratégias de marketing
Para dar suporte aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, as
indústrias farmacêuticas costumam investir fortemente em campanhas de
divulgação (entre profissionais de saúde, como médicos, odontólogos, etc.)
e em pesquisa de mercado (em busca de novas oportunidades de negócio).
Apenas algumas farmácias magistrais possuem profissionais treinados para
visitação médica e apresentações em eventos específicos da área de saúde
(PAULO, 2016; 2018; ALLEN JR., 2016).

Referências
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Leituras recomendadas
ANACLETO, T. A. et al. Farmacovigilância hospitalar: erros de medicação. Pharmacia
Brasileira, jan./fev. 2010. Disponível em: https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/
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PARANÁ. Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná. Diretrizes da Indús-
tria Farmacêutica: guia da profissão farmacêutica. 2. ed. Paraná: CRF-PR, 2016. Dis-
ponível em: https://www.crf-pr.org.br/uploads/revista/28744/Jst8HW1HHT8bPAd-
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