Você está na página 1de 7

Aids na População Masculina e o

Comportamento de Risco
Márcio T.R.Francisco
Thelma Spindola
Elizabeth R.C.Martins
Cristiane M. A. Costa
Vinícius R. F. da Fonte
Raphaela M. Alves
Waldemiro S. Romanha
Rogério M. de Souza

Resumo pelo contato direto com sangue. Em relação ao


uso de preservativos com parceiros estáveis, 129
Trata-se de uma pesquisa descritiva em
(45,1%) responderam utilizar sempre, enquanto
abordagem quantitativa que teve o objetivo de 109 (38,1%) referem nunca usar; quanto ao uso
caracterizar a população masculina do Sam- do preservativo com parceiros não estáveis 219
bódromo, identificando seus conhecimentos (76,58%) respondeu que sempre utiliza, entre-
sobre HIV/Aids e o comportamento sexual. tanto 32 (11,18%) homens afirmaram que nunca
Foi realizada em fevereiro de 2010, no Rio de usam. Podemos concluir que, embora os entre-
Janeiro, ocasião em que foram entrevistadas 286 vistados demonstrem conhecimento em relação
pessoas do sexo masculino com auxílio de um ao HIV e os modos de transmissão da patologia,
formulário. Os dados foram tabulados, organi- ainda existem homens que não adotam práticas
zados e evidenciados com auxílio da estatística de sexo seguro com uso do preservativo.
descritiva. Os resultados indicam que a maio-
PALAVRAS-CHAVE: HIV; Comportamen-
ria 91(31,8%) tem idade entre 21-30 anos; 92
to sexual; Doenças sexualmente transmissíveis;
(32,1%) concluíram, Ensino Médio; 149 (52,1%) Educação em saúde; Prevenção de doenças.
vivem com companheiro/a. Questionados
quanto à maneira de uma pessoa se infectar pelo Introdução
vírus, 278 pessoas responderam através de uma O HIV/Aids ainda permanece como um
relação sexual vaginal sem preservativo, 268 importante agravo de saúde pública. Nesta nova
através do uso compartilhado de agulhas e 250 década, observa-se maior incidência no públi-

82 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


co heterossexual, permanecendo a população aumentou, chegando a 90% depois de 05 anos
masculina como um dos principais acometidos do diagnóstico na região sudeste. Os homens
pela infecção. O Rio de Janeiro possui 58576 são os mais acometidos, porém ao longo do
números de casos, sendo o segundo estado com tempo a razão entre os sexos vem diminuindo
maior prevalência da infecção, perdendo apenas de forma progressiva. Pesquisa de nível nacional,
para São Paulo. Uma diminuição na incidência realizada pelo MS em 2006, verificou que 94%
de casos no Rio de Janeiro tem sido observada. dos entrevistados indicam o uso do preservativo
Em 2004, foram notificados 3441casos, já no como forma de prevenção contra a Aids, entre-
ano de 2008 estes números caem para 1446, tanto apenas 38% da população sexualmente
reforçando a importância da continuidade de ativa fizeram uso na última relação sexual.3
ações que beneficiem a prevenção.1 As ações de prevenção das políticas gover-
Durante o Carnaval carioca, no espaço do namentais são inquestionáveis no controle da
sambódromo, acontece o projeto “Só alegria vai epidemia, tendo contribuído para a redução
contagiar”, que promove, desde 1989, práticas do número de Aids e de novas infecções pelo
educativas com o intuito de conscientizar o incentivo à adoção de práticas seguras. Desde
público sobre os benefícios do sexo seguro. O os primeiros casos, em 1980, até os dias atu-
Carnaval é uma manifestação popular que conti- ais, várias mudanças ocorreram no perfil dos
nua exercendo forte influência comportamental infectados. O grupo de maior incidência, no
nos participantes. A sensualidade, sua principal início da epidemia composto por homossexuais,
característica, aliada ao ritmo dançante das mú- profissionais do sexo e usuários de drogas, tem
sicas e a utilização de roupas leves se configura, apresentado queda na prevalência da infecção.
no imaginário dos foliões, ao incentivo da prá- Estima-se, no entanto, que apenas uma em cada
tica sexual.2 O cuidado com a saúde na preven- três pessoas contaminadas conheça sua condi-
ção de DST/Aids se esbarra, muitas vezes, em ção sorológica, levando o Programa de DST/
premissas comportamentais e culturais, como a Aids a intensificar os esforços na identificação
utilização do preservativo e o tabu exercido pela precoce através de novas tecnologias, como é o
sexualidade. Neste sentido, as ações do projeto caso do teste rápido.4
são relevantes para desmistificar essa temática, A eficácia da tendência de estabilização da
num momento em que as pessoas tornam-se epidemia da Aids em nosso país só foi possível
mais susceptíveis a relacionamentos ocasionais. graças à estratégia de integração de medidas de
Este trabalho tem o objetivo de caracteri- prevenção e assistência, que combinadas ao inte-
zar a população masculina frequentadora do resse público, movimentos sociais e intervenção
Sambódromo do Rio de Janeiro, identificando precoce resultaram em ganhos significativos
seus conhecimentos sobre HIV/Aids e o com- em todos os níveis.4 Tendo como base essas
portamento sexual. premissas, o projeto Só Alegria vai Contagiar,
coordenado pelo Professor Doutor Marcio
Desenvolvimento Tadeu Ribeiro Francisco da Universidade do
No Brasil, foram notificados 544.846 casos Estado do Rio de Janeiro, há 20 anos desenvolve
de Aids, no período de 1980 a junho de 2009. ações preventivas, educativas e de pesquisas com
Nas regiões Sul e Sudeste, apesar de seu elevado a população do samba e os freuentadores desta
número casos, a incidência tende à estabilização, grande festa popular.
assim como na região Centro-Oeste; as regiões Dados do Boletim Epidemiológico evi-
Norte e Nordeste apresentam tendência ao denciam que a população masculina continua
crescimento do número de casos. Dados do sendo a mais atingida, com 356.427 infectados
Ministério da Saúde (MS) evidenciam que a no Brasil. Em 2008, a taxa de incidência por
expectativa de vida dos portadores do vírus 100.000 habitantes era 12,8 e a faixa etária

Ano 9, Suplemento 2010 83


mais acometida de 35-39 anos com 54,4. Em fato da utilização da camisinha ser vista apenas
indivíduos com idade de 13 anos ou mais, a para evitar a gravidez.6-8
transmissão heterossexual ocorreu em 5209 Pesquisa realizada com homens de uma
casos, enquanto há registros de 2244 casos entre empresa de transportes de São Paulo constatou
os homossexuais. A população masculina com que estes são mais vulneráveis às doenças sexu-
nível de escolaridade de 08-11 anos de estudo almente transmissíveis (DST) em função de se
foram os que tiveram o maior número de casos.1 sentir forte, imune a doenças, ser impetuoso,
É oportuno, todavia, salientar que o gênero incapaz de recusar uma mulher, por considerar
masculino ainda carece de atenção do sistema ter mais necessidade de sexo do que a mulher
de saúde para o enfrentamento do HIV/Aids, e que este desejo é incontrolável. Consideram
considerando que representa o maior número que a infidelidade masculina é natural e que a
de ocorrências. Em 2008, foi apresentada a Po- decisão do uso da camisinha é feita pelo homem.
lítica Nacional de Atenção Integral à Saúde do Não se consideram vulneráveis ao HIV e nem às
Homem que enfatiza mudanças para que a po- DST e confundem suas formas de transmissão.7
pulação masculina perceba e promova o cuidado
com a sua saúde e de sua família, sendo essencial Metodologia
que os sistemas de saúde se reestruturem para Trata-se de uma pesquisa descritiva em
acolher este cliente e fazer com que se sinta parte abordagem quantitativa, com emprego da téc-
integrante.5 Para a formulação desta política, fo- nica de observação direta pela aplicação de um
ram analisadas as questões culturais subjacentes, formulário.
já que o estereótipo de gênero, presente em nossa O estudo descritivo tem como objetivo pri-
sociedade, exerce diversas influências sobre o mordial a descrição e a elucidação de caracterís-
que é ser masculino. Assim, o homem se julga ticas de determinada população ou fenômenos
um ser invulnerável não reconhecendo a doença ou, então, o estabelecimento de relação entre
como algo inerente à sua condição biológica, o as variáveis.9
que contribui para uma menor atenção com o Na pesquisa quantitativa, ao usarmos ins-
cuidado de sua saúde e aumenta sua vulnerabi- trumentos formais para levantar as informações,
lidade às situações de risco. A baixa participação os dados coletados são quantitativos, o que sig-
dos homens no nível de atenção primária é, por nifica que a informação é numérica, resultante
vezes, justificada pela incompatibilidade de ho- da mensuração formal e analisada com proce-
rários entre o funcionamento das unidades de dimentos estatísticos. Os cientistas buscam ir
saúde e o seu trabalho prejudicando sua função além da especificidade da situação de pesquisa,
de provedor no ambiente familiar, acarretando em que o grau do resultado de pesquisa pode
deste modo dificuldades na promoção da saúde ser generalizado, sendo um critério amplamente
e prevenção de agravos evitáveis.5 usado para investigar a qualidade e a impor-
Como características de gênero importantes tância de um estudo de pesquisa tradicional.10
para compreender o universo masculino são A pesquisa foi realizada no sambódromo do
observadas: a infidelidade, caracterizada com Rio de Janeiro, durante o Carnaval nos dias 14 e
um desejo incontrolável e insaciável pela prática 15 de fevereiro de 2010. Na ocasião, foram entre-
da relação sexual; a dificuldade de propor o uso vistadas 706 pessoas (integrantes das escolas de
do preservativo que, muitas vezes, é visualizado samba e espectadores), das quais se selecionou
com desconfiança em decorrência de possíveis o conjunto amostral masculino perfazendo um
relações extraconjugais, podendo até ser passível total de 286 participantes, respeitados os proce-
de violência, ameaça e/ou rompimento da rela- dimentos éticos contidos na Resolução 196/96
ção; a culpabilização da camisinha como se fosse do CNS/MS.11 (Tabela 1)
um “traste” que incomoda e dificulta a ereção; o Foram selecionadas, como variáveis para

84 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Tabela 1: Perfil social do público masculino. Tabela 2: Peridiocidade do uso de preservati-
Carnaval, Rio de Janeiro, 2010. (N=286) vo pelo do público masculino. Carnaval, Rio
de Janeiro, 2010. (N=286)
Perfil Social ƒ %
Uso ƒ %
1. Faixa Etária
< 21 34 12 1. Parceiros estáveis
21 - 30 91 31,8 Sempre 129 12
31 - 40 68 23,7 Com frequência 19 31,8
41 - 50 60 21 Às vezes 29 23,7
51 - 60 21 7,3 Nunca 109 21
> 60 12 4,2
2. Parceiros não estáveis
2. Grau de instrução Sempre 219 76,58
Ensino Fundamental Com frequência 15 5,24
Completo 17 5,95 Às vezes 20 7
Incompleto 21 7,35 Nunca 32 11,18

Ensino médio TOTAL 286 100


Completo 92 32,16
Incompleto 35 12,24 Tabela 3: Opinião Masculina sobre relações
Ensino Superior com portadores de HIV/AIDS. Carnaval,
Completo 72 25,17
Incompleto
Rio de Janeiro, 2010. (N=286)
49 17,13
3. Estado conjugal Uso ƒ %
Vive com companheiro 149 52,1
Não vive com companheiro 1. Relações Sexuais
197 47,9
Sim 62 21,68
4. Onde Reside Não 224 75,32
Estado do Rio de Janeiro 227 79,37
Outros Estados 2. Parceiros não estáveis
57 19,93
Outros Países Sempre 217 75,87
1 0,35
Não Opinaram Dependendo do caso 58 20,28
1 0,35
Não 11 3,85
TOTAL 286 100
3. Seu filho estuda com
portador
compor o estudo àquelas relacionadas caracte- Sim 108 37,76
Não 178 62,24
rísticas demográficas, sociais, comportamentais
e de conhecimentos relacionado ao HIV/AIDS. TOTAL 286 100
Foi utilizada a técnica de observação direta
com auxílio de um formulário estruturado com entre 21 e 40 anos (55,5%). Tem nível de esco-
17 questões. O instrumento foi aplicado aos laridade do Ensino Médio Completo (32,1%) e
participantes do estudo por alunos de graduação Superior Completo (25,17); residem no Rio de
em enfermagem, capacitados pelo coordenador Janeiro (79,37%) e vivem com companheiro/a
149 (52,1%). Estes dados estão em conformidade
da investigação, tendo-se abordado os entrevis-
com informações da Pesquisa sobre Comporta-
tados na área de concentração das escolas de
mentos, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST
samba e nas arquibancadas dos setores 1, 6 e 13.
e Aids12, realizada pelo Ministério da Saúde em
Os dados foram tabulados e organizados
2008, demonstrando que os participantes do
sendo aplicada a estatística descritiva, e o recur-
estudo são adultos jovens, com companheiros
so o software Excel, versão 2007, e discutidos à
estáveis e bom nível de escolaridade.
luz do referencial teórico. (Tabelas 2 e 3)
Os dados apontam que, embora o grupo
Discussão dos Resultados investigado apresente um bom nível de escolari-
dade, dos 286 participantes da pesquisa, 38,11%
A análise dos resultados evidencia as carac- não utilizam o preservativo com parceiros
terísticas sociodemográficas do conjunto amos- estáveis e 11,18% não o usam com parceiros
tral que é composto por homens com idades ocasionais, o que pode ser considerado um fator

Ano 9, Suplemento 2010 85


preocupante que não condiz com seu nível de Em relação ao conhecimento dos homens
informação. Nesse sentido, devemos considerar, entrevistados quanto aos modos e meios de
também, que nem sempre a razão prevalece contaminação pelo HIV, nota-se que ainda
quando surge o desejo. Assim, duas forças an- existem lacunas de conhecimento na população,
tagônicas – a busca do prazer e a exigência dos carecendo de orientações adequadas pelos pro-
deveres – despertam uma análise do ego para fissionais de saúde se considerar que ainda rela-
que, de acordo com as condições impostas pelo cionam a transmissão do vírus a meios e modos
mundo exterior, o desejo possa ser realizado, amplamente refutados pela mídia e literatura
proibido ou adiado.13 específica, como a saliva, beijo na boca e insetos.
Quadro 1: Avaliação do conhecimento dos homens sobre os meios e
modos de contaminação por HIV/AIDS. Carnaval, Rio de Janeiro,
2010. (N=286)
Perfil Social ƒ

1. Meio de contaminação
Sangue 271
Esperma 219
Saliva 53
Lágrima 3
Leite Materno 115
Urina 16
Secreções Vaginais 203
2. Modos de contaminação
Beijo no rosto 2
Beijo na boca 87
Assentos de vaso sanitário 35
Contato direto com o sangue 250
Uso compartilhado de agulhas 268
Relação sexual vaginal sem preservativo 278
Relação sexual anal com preservativo 57
De mãe para filho durante o parto 168
De mãe para filho durante a gravidez 179
De mãe para filho durante a amamentação 114
Instrumento de manicure/dentista 211
Abraço/aperto de mão 5
Relação sexual oral 198
Inseminação artificial 68
Doação de sangue 207
Transfusão de sangue 232
Insetos 22

Quadro 2: Avaliação do conhecimento dos homens sobre modos de


prevenção contra HIV/AIDS utilizados na vida pessoal. Carnaval,
Rio de Janeiro, 2010. (N=286)
Modos de prevenção utilizados na vida pessoal ƒ

Preservativo 252
Único parceiro 50
Anticoncepcional 5
Coito interrompido 3
Outros 17

86 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


O relacionamento com os portadores do século XX. São Paulo (SP): UNESP; 2000.
vírus, apesar da legislação vigente, ainda encon- 3. Brasil. Aids no Brasil. [Internet]; [acesso em 2010
tra resistência em alguns segmentos sociais no Jul 14]. Disponível em: <http://www.aids.gov.
br/data/Pages/LUMIS13F4BF21PTBRIE.htm>
país conforme os dados apontam. A convivência
com um portador de HIV/Aids, seja no traba- 4. Brasil. Plano Estratégico: Programa Nacional de
DST e Aids. Brasília (DF): Ministério da Saúde;
lho ou escola, tem melhor aceitação do que o
2005.
relacionamento afetivo com este parceiro, sendo
5. Brasil. Política Nacional de Atenção Integral à
ressaltada a importância da educação em saúde Saúde do Homem. Brasília (DF): Ministério da
e acesso à informação para desmistificação da Saúde; 2008.
temática. 6. UNIFEM. Igualdade de Gênero e HIV/AIDS:
uma política por construir. [Internet]; 18 de
Conclusão Dez 2003. [acesso em 2010 Jun 10]. Disponível
em: http://www.redesaude.org.br/Homepage/
O conhecimento do comportamento sexual Cartilhas/Igualdade de Gênero e HIV Aids uma
política por construir.pdf.
da população masculina brasileira frente à epi-
demia do HIV/Aids suscitou o interesse para a 7 . G u e r r i e r o I , Ay r e s J R C M , H e a r s t N .
Masculinidade e vulnerabilidade ao HIV de
realização deste estudo no sambódromo carioca
homens heterossexuais, São Paulo, SP. Rev.
durante o Carnaval de 2010. Os dados indicam Saúde Pública. 2002 Ago; 36(4 supl): 50-60.
que persistem conhecimentos equivocados e 8. Madureira VSF, Trentini M. Da utilização do
práticas sexuais sem o uso do preservativo ape- preservativo masculino à prevenção de DST/
sar do nível de escolaridade elevado do conjunto AIDS. Ciênc. Saúde coletiva. 2008 Nov./Dec;
13(6): 1807-16.
amostral.
A importância da continuidade de ações 9. Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª
ed. São Paulo (SP): Atlas; 2002.
educativas de conscientização para a proble-
mática do HIV/Aids se sustenta, considerando 10. Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos
de pesquisa em enfermagem. 5ª ed. São Paulo:
que a doença representa um importante agravo Artimed: 2004.
de saúde pública para o país. O Carnaval, festa
11. Brasil. MS. Fundação Oswaldo Cruz. Diretrizes
popular em que a sensualidade, a libido e o re- e normas regulamentadoras de pesquisas
lacionamento entre pessoas são estimulados, a envolvendo seres humanos. Resolução 196/96
ocorrência de relações desprotegidas é um fato. do Conselho Nacional de Saúde. Brasília (DF):
MS/ FIOCRUZ; 1996.
Uma limitação do estudo pode ser asso-
ciada ao ambiente da coleta dos dados, ou seja, 12. Brasil. Ministério da Saúde. Pesquisa PCAP
2008. [Internet]; 2009 Jun 26 [acesso em 2010
sendo o sambódromo um espaço dinâmico Jul 12]. Disponível em: htt://www.aids.gov.br.
com estímulo visual e auditivo os entrevistados
13. Aranha MLA. O Erotismo. In:. Filosofando:
podem ter respondido aos questionamentos Introdução a Filosofia. São Paulo (SP): Moderna,
sem reflexão, entretanto, os achados estão em 1993. p. 475-83.
consonância com outras pesquisas evidenciando
a importância de ações de prevenção e educação Abstract
da população masculina, em função da vulne- This is a descriptive study in quantitative
rabilidade à infecção por HIV/Aids. approach that aimed to characterize the male
population in the Sambadrome, identifying
Referências their knowledge about HIV / AIDS and sexual
behavior. It was held in February 2010 in Rio
1. B r a s i l . M i n i s t é r i o d a S a ú d e . B o l e t i m de Janeiro, when 286 males were interviewed
Epidemiológico AIDS Ano VI n. 1- julho a
dezembro 2008/janeiro a junho 2009. [Internet];
with the aid of a form. Data had been tabulated,
[acesso em 2010 Jun 15]. Disponível em: htt:// organized and shown with the aid of descriptive
www.aids.gov.br. statistics. The results indicate that the majority
2. G r e e n , J . N . A l é m d o C a r n a v a l : A 91 (31.8%) are aged 21-30 years, 92 (32.1%)
Homossexualidade masculina no Brasil do completed High school, 149 (52.1%) live with a

Ano 9, Suplemento 2010 87


partner. Questioned as to how a person becomes answered that always tend to use it, though 32
infected by the virus, 278 people responded (11.18%) men said they never tend to use it. We
through vaginal intercourse without a condom, can conclude that although the interviewees
268 answered via the shared use of needles and demonstrate knowledge about HIV and the
250 by direct contact with blood. Regarding ways of transmission of the disease, there are
the use of condoms with steady partners, 129 still men who do not adopt safer sex practices
(45.1%) responded that always use condoms, with the use of condoms.
while 109 (38.1%) reported that they never KEY WORDS: HIV; Sexual Behavior; Se-
use it. When asked how often they use con- xually Transmitted Diseases; Health Education;
doms with non-regular partners, 219 (76.58%) Disease Prevention.

Endereço para Correspondência:


Setor de Enfermagem, Hospital Universitário
Pedro Ernesto,
Bulevard 28 de Setembro, 44, 3° andar,
Vila Isabel
Rio de Janeiro - RJ. CEP: 20551-030
Telefone: (21) 2587-6222

88 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ

Você também pode gostar