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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E

ADMINISTRAÇÃO DE COIMBRA
COIMBRA BUSINESS SCHOOL

Cálculo Comercial e Financeiro

Capítulo 5 – Rendas

Licenciaturas em Contabilidade e Auditoria e em Contabilidade e Gestão Pública

Ano letivo de 2021/22


 Ana Paula Quelhas
A PROPÓSITO DAS RENDAS …

• As rendas revestem-se de grande utilidade,


pois são diversos os produtos financeiros
transacionados no mercado que obedecem a
esta tipologia.

• As rendas são um caso de equivalência de


capitais com particularidades muito
específicas.
CONCEITOS BÁSICOS (1)

• Renda – conjunto ou sucessão de capitais com


vencimento em momentos equidistantes.

• Termo da renda – cada um dos capitais que


constituem a renda.

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CONCEITOS BÁSICOS (2)

• Período da renda – intervalo de tempo que


decorre entre o vencimento de um termo e
o vencimento do termo seguinte.

• Duração da renda – tempo total que separa


o início do período do primeiro termo do fim
do período do último termo da renda.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (1)

• Quanto à duração:

➢ Temporárias – as que são compostas por um


número limitado de termos, ou seja, n.

➢ Perpétuas – as que são compostas por um


número ilimitado de termos.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (2)
• Quanto à dependência de fatores aleatórios:

➢ Certas – quando todos os elementos relativos à


renda são conhecidos a priori.

➢ Incertas – quando existe incerteza relativamente


a determinados elemento da renda, que podem
variar em função de certos fatores aleatórios (ex:
rendas vitalícias).

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (3)
• Quanto ao vencimento dos seus termos:

➢ Antecipadas – quando os termos vencem no


início do período respetivo.

➢ Postecipadas ou normais – aquelas cujos termos


vencem no final do período respetivo.
Nota: uma renda antecipada é igual à mesma renda postecipada
capitalizada por um período.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (4)
• Quanto ao valor dos seus termos:

➢ Constantes – quando o montante do termo da


renda se mantém inalterado, sendo C1 = C2 = ... =
= Cn = T, sendo sobre elas que recairá a nossa
atenção no contexto do nosso estudo.

➢ Variáveis – quando os termos da renda variam


em função de um determinado critério (p. ex.,
em função de uma progressão aritmética ou de
uma progressão geométrica).
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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (5)
• Quanto ao diferimento:

➢ Imediatas – quando o diferimento é nulo, isto é,


o primeiro termo vence no final do primeiro
período da renda se se tratar se uma renda
postecipada; vence no início desse primeiro
período, tratando-se de uma renda antecipada.

➢ Diferidas – quando o primeiro vencimento


ocorre w períodos adiante do que seria normal.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (6)

• Quanto ao período:

➢ Anual;
➢ Bienal;
➢ Semestral;
➢ Trimestral;
➢ Mensal;
➢ Etc.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (7)

• Quanto à sua finalidade:

➢ Renda de remuneração – quando o objetivo


da renda é apenas o de remunerar a
colocação de um dado capital; o juro simples
decorrente de um empréstimo, liquidado em
cada período, é um exemplo inequívoco de
uma renda de remuneração.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (8)

➢ Renda de amortização – quando a sucessão de


termos da renda se destina a amortizar uma
dívida, contraída no momento zero e cujo
montante designaremos por valor atual.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS (9)

➢ Renda de acumulação – quando a sucessão


de termos da renda se destina à formação,
num determinado momento futuro, de uma
certa quantia que designaremos por valor
acumulado ou valor final.

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CLASSIFICAÇÃO DAS RENDAS
Em síntese
• Pela importância que assumem em termos
práticos, iremos, no contexto desta unidade
curricular, tratar das rendas:

• temporárias;
• certas;
• antecipadas ou postecipadas;
• de termos constantes;
• imediatas ou diferidas;
• com períodos de tempo diversos;
• com finalidades diversas.
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RENDAS DE AMORTIZAÇÃO E RENDAS
DE ACUMULAÇÃO

• As rendas de amortização e as rendas de


acumulação são particularmente importantes,
respetivamente, nos casos da amortização de
empréstimos e na constituição de fundos de
poupança, pelo que assumirão um papel
privilegiado no nosso estudo.

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RENDAS DE AMORTIZAÇÃO (1)
• Neste caso, os termos da renda devem incluir
uma parcela destinada a amortizar o capital
inicial e outra de juros calculados sobre o
montante do capital em dívida no início de cada
período.

• O valor atual de uma renda de amortização, que


notaremos por R(0), é igual ao somatório dos
termos T atualizados para o momento zero (n
atualizações).

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RENDAS DE AMORTIZAÇÃO (2)
• Assim sendo,

R(0) = T (1 + i )-1 + T (1 + i )-2 + ...+


+T (1 + i )-n
ou, bem assim,
R(0) = T[(1 + i )-1 + (1 + i )-2 + ...+ (1 + i )-n]

• Os elementos que se encontram dentro do


parêntesis recto correspondem à soma dos n
primeiros termos de uma progressão geométrica de
razão (1 + i )-1.
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RENDAS DE AMORTIZAÇÃO (3)
• Efectuando a soma desses n primeiros termos,
obtém-se
1 − (1 + i )
−n
an  =
i
• Através da fórmula presente, poderemos calcular
o valor atual de uma renda certa, temporária,
imediata e postecipada com n termos. Logo

R(0) = T  an 

sendo T o termo da renda.


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RENDAS DE ACUMULAÇÃO (1)

• Neste caso, o valor acumulado obtido no


momento n, que designaremos por R(n), resultará
do montante das entregas efetuadas ( n  T ),
acrescido dos juros vencidos.

• R(n) será, então, igual ao somatório dos termos T


capitalizados para o momento n (n capitalizações).

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RENDAS DE ACUMULAÇÃO (2)
• Assim sendo,

R(n) = T (1 + i )n-1 + T (1 + i )n-2 + ...+T (1 + i )n-n


ou
R(n) =T[(1 + i )n-1 + (1 + i )n-2 + ...+ (1 + i )0]

• Os elementos que se encontram dentro do


parêntesis recto correspondem, mais uma vez, à
soma dos n primeiros termos de uma progressão
geométrica de razão (1 + i )-1.

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RENDAS DE ACUMULAÇÃO (3)
• Efetuando a soma desses n primeiros termos,
obtém-se
(1 + i )n 1
sn ¬ =
i
• Através da fórmula presente, poderemos calcular
o valor acumulado de uma renda certa,
temporária, imediata e postecipada com n termos.
Logo

R(n) = T  sn ¬

sendo T o termo da renda.


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RENDAS ANTECIPADAS (1)
• Uma renda antecipada corresponde a uma renda
postecipada capitalizada por um período, tanto
nos casos das rendas de amortização, como nos
casos das rendas de acumulação.

• Assim sendo, surgirá


 (0) = T  an   (1 + i ), para o caso das rendas de
R
amortização
e
 (n) = T  s n   (1 + i ), para o caso das rendas de
R
acumulação

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RENDAS ANTECIPADAS (2)

• A dedução das expressões apontadas segue a


mesma metodologia que a utilizada para o
caso das rendas postecipadas; por isso
mesmo, escusamo-nos de a apresentar.

• O mesmo sucede no caso das rendas com


diferimento, que discutimos de seguida.

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RENDAS DIFERIDAS
• Uma renda diferida corresponde a uma renda
postecipada actualizada por w períodos, tanto
nos casos das rendas de amortização, como nos
casos das rendas de acumulação.

• Assim sendo, surgirá

R(0)dif=w = T an   ( 1 + i )-w, para o caso das rendas de


amortização
e
R(n)dif=w = T  s n −w , para o caso das rendas de
acumulação (caso o último termo
se reporte ao momento n).
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RENDAS FRACIONADAS
• Estamos em presença de uma renda
fracionada quando o período de referência
da taxa de juro não corresponde ao
período a que a renda está reportada.

• Torna-se, porém, bastante simples


transformar uma renda fracionada numa
renda inteira, calculando a taxa
correspondente ao período da renda.

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RENDAS PERPÉTUAS (1)
• Apenas faz sentido calcular o valor de uma
renda perpétua no caso das rendas de
amortização. Surge que

1
R(0)n= = T 
i
• O valor acumulado de uma renda perpétua
será, necessariamente, igual a infinito.

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RENDAS PERPÉTUAS (2)
• Se os termos da renda forem antecipados, virá
que
R (0) = T  1  (1 + i )
n=
i
• Tratando-se de uma renda diferida, surge

R(0)n= = T   (1 + i )
1 −w

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