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AS OBRIGAÇÕES LEGAIS DAS ENTIDADES SEM FINS ECONOMICOS

ESPECIALMENTE ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS

Objetivo

Apresentação geral das obrigações tributárias, principais e acessórias, das entidades imunes,
previstas pela Constituição da República (art. 150, inciso VI, alínea "b" e/ou “d”), no que toca a
esfera federal e Municipal.

Apresentar um panorama sobre as obrigações trabalhistas, independentemente de existirem


empregados ou não, das mesmas entidades.

Esclarecimentos Necessários da Esfera Federal

A Constituição brasileira coloca entre os casos de imunidade tributária para entidades sem
fins lucrativos, os Templos de Qualquer Culto e as Instituições de Educação e de Assistência Social,
Sem Fins Lucrativos atendidos os requisitos da lei, não os eximindo, porém, de prestarem
informações. Devido a isso, a Receita Federal, órgão que fornece o CNPJ para que as entidades
acima tenham existência formal junto à esfera federal do Estado brasileiro, exige a entrega de uma
declaração denominada DIPJ (Declaração de Imposto de Pessoa Jurídica), onde deverão estar
contidas as informações financeiras e patrimoniais da entidade, com suas flutuações durante o ano
anterior a entrega.

Já da isenção, lhes aproveita esse beneficio às entidades assim previstas em lei, no caso
semelhante, pelo art. 15 da Lei 9532/97, Instituições de caráter Filantrópico, Recreativo, Cultural e
Científico e as Associações Civis que Prestem os Serviços para os quais houverem sido instituídas e
os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.

Para todos os casos, exceto as entidades imunes que se enquadram em templos de qualquer
culto, há a obrigação legal (Lei nº 9.532, de 1997, art. 12, § 2º e Código Tributário Nacional Artigo
14, III) de obrigações acessórias (escrituração de livros formais) sob pena de perda da imunidade
ou isenção (art. 32, Lei 9.430/96). Para as que se enquadraram com templos, não há esta obrigação
expressa na Constituição ou na Lei Tributária. Trata-se de um caso de preferência legislativa ou
lacuna legal.
A Receita Federal, porém, independente da legalidade de tal exigência, exige a escrituração
sob pena de perder a isenção e imunidade (veja trecho do site colado mais adiante).

A não entrega dentro do prazo ou a entrega com imprecisões, no que se considera como não
entregue, enseja multa e restrições no CNPJ da entidade, como Inatividade do CNPJ em até 5 anos e
classificação como Omissão depois desse prazo. Em casos graves, como desvio da finalidade da
entidade, etc..., pode-se, inclusive, abrir procedimento administrativo de investigação e julgamento,
onde a pena final pode ser a cassação (existe é claro, todo um processo com direito a defesa, etc..).

Ocorre que a entrega correta da referida declaração, e ainda mais, dentro do prazo, é
temerária sem a constante escrituração dos livros e a correta manutenção da documentação.

A enorme quantidade de informações espalhadas, conflitantes e instáveis pela sua constante


alteração, na área burocrática e legal, torna necessária, senão imprescindível (alguns casos
obrigatório por lei), do acompanhamento por um profissional contábil. Esse acompanhamento filtra
e digere essas informações, permitindo o cumprimento das obrigações impostas pelo governo e
facilitando a vida dos dirigentes das entidades.

Sem a escrituração e o acompanhamento, torna-se possível a entrega de informações com


imprecisões que prejudiquem a entidade perante a Receita Federal.

Ponto importante a considerar, é que em geral os Estatutos de Constituição das entidades


prevê como competência e obrigação do tesoureiro ou cargo equivalente, a apresentação dos
Balancetes Mensais e do Balanço Geral anual, que são baseados nos serviços de escrituração
contábil. Também o conselho fiscal, quando existir, teria como obrigação analisar tais documentos.

Vale ressaltar que os Livros, Balancetes e Balanços a escriturar, só serão considerados como
aptos a produzirem efeitos legais, se forem executados conforme determinados procedimentos e
requisitos técnicos e legais. Sua elaboração, inclusive, é prerrogativa do profissional contábil (Art.
39 do DL5844/43, Artigo 819 do RIR, NBTC2-1 e Resolução CFC 563/848).

Abaixo, trecho de texto elaborado pela Receita Federal, retirado do site da mesma
(http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2005/pergresp2005/pr24a31.htm) :
024 Quais as pessoas imunes do imposto de renda que estão sujeitas à entrega da DIPJ?
São imunes do imposto sobre a renda e estão obrigadas a DIPJ:
a. os templos de qualquer culto (CF/1988, art. 150, VI, "b"); 
b. ......
c. as instituições de educação e as de assistência social, sem fins lucrativos (CF/1988, art. 150, VI, "c").

Para gozo da imunidade, as instituições citadas em "b" e "c" estão obrigadas a atender os requisitos:
a. ...
b. ...
c. manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a
respectiva exatidão;
d. conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem
de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham
a modificar sua situação patrimonial;
e. Apresentar, anualmente, a DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal;

Multa mínima aplicada pelo atraso ou falta de entrega da DIPJ é de R$ 500,00 (quinhentos reais).
Declaração que não atenda às especificações técnicas: Considera-se não entregue a declaração que não
atender às especificações técnicas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal. O sujeito passivo será
intimado a apresentar nova declaração, no prazo de dez dias contados da ciência à intimação, e sujeitar-se-á à
multa já mencionada anteriormente.

Abaixo, um entendimento das empresas de consultoria na área, formulado com base na


legislação vigente:
Escrituração das Receitas e Despesas: A escrituração completa ou regular deve ser feita de acordo com a
técnica contábil, devendo satisfazer os seguintes requisitos:
1-Ser mantida nos registros contábeis exigidos pela lei, autenticados pelas autoridades competentes;
ter os registros escriturados em idioma e moeda nacionais, segundo ordem uniforme de contabilidade, em
forma mercantil, com individualização e clareza, sem intervalo em branco nem entrelinhas, borraduras,
raspaduras ou emendas, em ordem cronológica;
compreender todas as operações ou transações de conta própria e alheia e incluir todos os rendimentos, custos,
despesas, deduções, encargos ou perdas;
2- Ter os lançamentos comprovados mediante documentação guardada em boa ordem;
estar sob responsabilidade de profissional habilitado, salvo quando a lei expressamente dispensar.
3- O livro Diário é fundamental para as entidades imunes e isentas, visto que constitui o registro básico de
toda escrituração contábil, tornando-se assim, indispensável.

E outra declaração para a Receita Federal, agora é necessária, excetuando-se em caso de


total inatividade no ano da entidade. Trata-se da DCTF Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais juntamente com o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais a
DACOM, caso não haja isenção no ano. A não entrega enseja também multas pesadas e periódicas.
Abaixo transcrevemos trechos constantes no site da Receita Federal e de um Informativo Tributário:
SOBRE A DCTF
PA de 01/2010 em diante - Quem está obrigado (IN RFB nº 974, de 27 de novembro de 2009):
As pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas, as
autarquias e fundações da administração pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios e os órgãos
públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos Estados e do Distrito Federal e dos Poderes
Executivo e Legislativo dos Municípios, desde que se constituam em unidades gestoras de orçamento,
deverão apresentar, de forma centralizada, pela matriz, mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF).
Estão dispensadas da apresentação da DCTF:
(...)
V - as pessoas jurídicas que não tenham débito a declarar.
OBS: no caso do inciso V, a pessoa jurídica fica obrigada à apresentação da DCTF:
a) referente ao mês de dezembro de cada ano-calendário, na qual deverá indicar os meses em que não
houver débitos a declarar;
b) referente ao mês de ocorrência do evento, nos casos de extinção, incorporação, fusão e cisão total ou
parcial; e (...)
Somente se a entidade estiver inativa (ou seja, não tiver realizado qualquer atividade operacional, não-
operacional, financeira ou patrimonial no curso do período e apresentar declaração IRPJ de inativa) é que
estará dispensada da entrega da DCTF.
 
MULTA DCTF
2- para DCTF devidas a partir de 27.12.2001 (data da publicação da MP 16/01, adotada pela Lei
10.426/02):
Dois por cento ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições
informados na DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta declaração ou de
entrega após o prazo, limitada a vinte por cento.
As multas serão reduzidas:
a) em 50% (cinquenta por cento), quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer
procedimento de ofício;
b) em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.

Em qualquer dos casos supracitados (itens a e b) a multa mínima a ser aplicada será de R$ 500,00,
(quinhentos reais) podendo ser reduzida em 50% se pagos antes de findo o prazo legal de impugnação ou em
30% se pagos dentro do prazo de 30 dias da ciência da decisão de primeira instância
Considerar-se-á não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Nessa hipótese, o sujeito passivo será intimado a apresentar
nova declaração, no prazo de dez dias, contados da ciência da intimação, e sujeitar-se-á à multa prevista no
inc. I do art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002
 OBS:
1) As empresas inativas em determinado trimestre mas obrigadas a entregar a declaração (empresas com
movimento em trimestre anterior do mesmo o ano) estão sujeitas à multa por atraso na entrega no valor de
R$200,00, podendo ser reduzida em 50% se pagos antes de findo o prazo legal de impugnação ou em 30% se
pagos dentro do prazo de 30 dias da ciência da decisão de primeira instância
2) Outrossim, a lei 10.426/2002 prevê a multa de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez)
informações incorretas ou omitidas na DCTF.
 

SOBRE A DACOM
A Receita Federal editou a Instrução Normativa SRF nº 387, de 20 de janeiro de 2004, instituindo
o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon) em substituição ao Demonstrativo
de Apuração da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativo (DAPIS).
Estão obrigadas à entrega do Dacon as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, submetidas à apuração da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos regimes
cumulativo e não-cumulativo, inclusive aquelas que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep com
base na folha de salários.

Não estão obrigados à apresentação do Dacon, ainda que se encontrem inscritos no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), ou que tenham seus atos constitutivos registrados em
cartórios ou Juntas Comerciais:
- o consórcio constituído na forma .....................;
- a pessoa física que individualmente preste serviços profissionais.............................;
- a pessoa física que explore .......................;
.........
- as pessoas jurídicas imunes e isentas do imposto de renda, cujo valor mensal das contribuições
a serem informadas no Dacon seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); (A cada ano a
Receita cria algumas isenções dispensando da entrega, que devem, ser sempre verificadas
como exemplo em 2006)
- as pessoas jurídicas inativas.............................
MULTA DACOM
A pessoa jurídica que deixar de apresentar o Dacon nos prazos estabelecidos ou que apresentá-lo com
incorreções ou omissões, estará sujeito às multas de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração,
incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da Contribuição para o PIS/Pasep, informado no
Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega deste demonstrativo ou de entrega após o
prazo, limitada a 20% (vinte por cento) daquele montante,
Caso apresente com incorreções de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou
omitidas.
A multa mínima a ser aplicada será de:
I - R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de pessoa jurídica inativa;
II - R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.
Observado os valores mínimos, as multas serão reduzidas:
I - em cinqüenta por cento, quando o demonstrativo for apresentado após o prazo, mas antes de qualquer
procedimento de ofício;
II - em vinte e cinco por cento, se houver a apresentação do demonstrativo no prazo fixado em intimação.

A Questão Trabalhista e Previdenciária.

A única distinção permitida em nossa legislação vigente, para com as relações de trabalho,
são as que existem entre setor privado e setor público. Dentro do setor privado, as entidades imunes,
sem fins lucrativos, para a lei trabalhista, não se distinguem das demais entidades privadas.
Obrigatório então, a estas entidades, todas as formalidades legais comuns e rotineiras a quaisquer
outras empresas.

A única exceção é que, quem auxilie os serviços na entidade, seja voluntário. Assina um
termo declaratório conforme a Lei do Voluntariado ( LEI Nº 9.608/98), não se enquadrando, é claro,
nos quesitos que configurem a relação de empregado e empregador, como pessoalidade,
onerosidade, não eventualidade, subordinação, etc. Em relação ao Ministro Religioso, não se
considera como profissão o sacerdócio, podendo receber financeiramente quantia ou auxilio
somente a titulo de custeio. Pode recolher INSS e, se receber por serviço definido, deve recolher.

Especificamente quando não existem funcionários contratados, como a qualquer empresa,


permanecem, por determinação legal, algumas obrigações de prestar informação ao Estado, neste
caso, ao Ministério do Trabalho através de uma declaração anual chamada de RAIS e para
Previdência Social pela GFIP/SEFIP na abertura e quando houver ocorrências.

Como é de se esperar em nosso país, em não entregando a referida declaração ou em se


atrasando sua entrega, existe uma previsão de multa considerável que vai se agravando conforme o
tempo passa sem que haja a entrega.

Abaixo alguns extratos do site do Ministério do Trabalho, explicitando o exposto.


RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
“A gestão governamental do setor do trabalho conta com importante instrumento de coleta de dados
denominado de Relação Anual de Informações Sociais - RAIS. Instituída pelo Decreto no 76.900, de
23/12/75, a RAIS tem por objetivo o suprimento às necessidades de controle da atividade trabalhista no País,
e ainda, o provimento de dados para a elaboração de estatísticas do trabalho e a disponibilização de
informações do mercado de trabalho às entidades governamentais.....”

SÃO OBRIGADOS A ENTREGAR A DECLARAÇÃO DA RAIS:


“*inscrito no CNPJ com ou sem empregados - o estabelecimento que não possuiu empregados ou manteve
suas atividades paralisadas durante o ano-base está obrigado a entregar a RAIS Negativa;
*todos os empregadores, conforme definidos na CLT ;
*todas as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as empresas públicas domiciliadas no País, com
registro, ou não, nas Juntas Comerciais, no Ministério da Fazenda, nas Secretarias de Finanças ou de Fazenda
dos governos estaduais e nos cartórios de registro de pessoa jurídica; ...................”

MULTA DA RAIS:
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 14, DE 10 DE
FEVEREIRO DE 2006 - Aprova normas ”.......................”
Art. 1º Esta Portaria fixa parâmetros para a gradação da multa administrativa variável prevista “........”
Art. 2º O empregador que não entregar a RAIS no prazo legal ficará sujeito à multa prevista no art. 25 da
Lei nº 7.998, de 1990, a ser cobrada em valores monetários a partir de R$ 425,64 (quatrocentos e vinte e cinco
reais e sessenta e quatro centavos), acrescidos de R$ 53,20 (cinqüenta e três reais e vinte centavos) por
bimestre de atraso, contados até a data de entrega da RAIS respectiva ou da lavratura do auto de infração, se
este ocorrer primeiro. Parágrafo único. O valor da multa resultante da aplicação do previsto no caput deste
artigo deverá ser acrescido de percentuais, em relação ao valor máximo da multa prevista no art. 25 da Lei nº
7.998, de 1990, a critério da autoridade julgadora, na seguinte proporção:
I - de 0% a 2,5% - para empresas com 0 a 25 empregados;
II - de 2,6% a 5,0% - para empresas com 26 a 50 empregados;
.....
Art. 3º O empregador que omitir informações ou prestar declaração falsa ou inexata ficará sujeito à multa
prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 1990, a ser cobrada em valores monetários a partir de R$ 425,64
(quatrocentos e vinte e cinco reais e sessenta e quatro centavos), acrescidos de R$ 26,60 (vinte e seis reais e
sessenta centavos) por empregado omitido ou declarado falsa ou inexatamente.

Art. 4º O valor resultante da aplicação dos arts. 2º e 3º será dobrado se o atraso na entrega ou correção do
erro ou omissão ultrapassar o último dia do ano de exercício para entrega da RAIS em referência.
Art. 5º As multas previstas nesta Portaria serão aplicadas em dobro no caso de reincidência, oposição à
fiscalização ou desacato à autoridade.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação. LUIZ MARINHO

Abaixo alguns trechos informando sobre a GFIP/SEFIP.

GFIP e SEFIP » Orientações Gerais


A lei nº 9.528/97 introduziu a obrigatoriedade de apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP. Desde a competência janeiro
de 1999, todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas ao recolhimento do FGTS, conforme estabelece a lei nº
8.036/90 e legislação posterior, bem como às contribuições e/ou informações à Previdência Social, conforme
disposto nas leis nº 8.212/91 e 8.213/91 e legislação posterior, estão obrigadas ao cumprimento desta
obrigação. Deverão ser informados os dados da empresa e dos trabalhadores, os fatos geradores de
contribuições previdenciárias e valores devidos ao INSS, bem como as remunerações dos trabalhadores e
valor a ser recolhido ao FGTS. A empresa está obrigada à entrega da GFIP ainda que não haja recolhimento
para o FGTS, caso em que esta GFIP será declaratória, contendo todas as informações cadastrais e financeiras
de interesse da Previdência Social.
Entrega
A GFIP deverá ser entregue/recolhida até o dia 7 do mês seguinte àquele em que a remuneração foi paga,
creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou tenha ocorrido outro fato gerador de contribuição à
Previdência Social. Caso não haja expediente bancário no dia 7, a entrega deverá ser antecipada para o dia de
expediente bancário imediatamente anterior.
....
Penalidades
Deixar de apresentar a GFIP, apresentá-la com dados não correspondentes aos fatos geradores, bem como
apresentá-la com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, sujeitarão os
responsáveis às multas previstas na lei nº 8.212/91 e alterações posteriores, e às sanções previstas na lei nº
8.036/90. Nos casos acima, a correção da falta, antes de qualquer procedimento administrativo ou fiscal por
parte do INSS, caracteriza a denúncia espontânea, afastando a aplicação das penalidades previstas.
O pagamento da multa pela ausência de entrega da GFIP não supre a falta deste documento, permanecendo o
impedimento para obtenção de Certidão Negativa de Débito - CND.
http://www.previdenciasocial.gov.br/pg_secundarias/paginas_perfis/perfil_Empregador_09_01.asp

AUSÊNCIA DE FATO GERADOR (SEM MOVIMENTO) – Informações programa da Caixa


Inexistindo recolhimento ao FGTS e informações à Previdência Social, o empregador/contribuinte deve
transmitir pelo Conectividade Social um arquivo SEFIPCR.SFP com indicativo de ausência de fato gerador
(sem movimento), que é assinalado na tela de abertura do movimento, para o código 115. O arquivo deve ser
transmitido para a primeira competência da ausência de informações, dispensando-se a transmissão para as
competências subseqüentes até a ocorrência de fatos determinantes de recolhimento ao FGTS e/ou fato
gerador de contribuição previdenciária. Devem apresentar GFIP/SEFIP com o indicativo de ausência de fato
gerador:
a) as empresas que, mesmo em atividade, não tiverem fatos geradores a declarar à Previdência Social ou
FGTS a recolher, nem sofreram retenção sobre nota/fiscal fatura (Lei 9.711/98);
....
NOTAS:
1. Quando o início da atividade não ocorrer simultaneamente com a abertura da empresa ou com a
matrícula da pessoa física equiparada a empresa junto à Previdência Social, deve ser entregue uma
GFIP/SEFIP com ausência de fato gerador (sem movimento) para a competência da abertura ou da matrícula.
2. Quando a primeira competência da ausência de fato gerador é a 13, é necessária a transmissão de uma
GFIP/SEFIP sem movimento para a competência janeiro do ano seguinte, tendo em vista que a competência
13 se destina exclusivamente à Previdência Social.
Informare – ASSUNTOS PREVIDÊNCIÁRIOS - Empresa Inativa - Recolhimentos - Setembro/2004
Pergunta: Uma empresa sem fins lucrativos, constituída em 1984, com código de atividade (CNAEF 91.91-
0-00) Atividade de Organizações Religiosas sem qualquer retirada a título de pró-labore e que nunca teve
funcionário deveria ter que entregue a SEFIP com o código 906 (sem movimento)?
Resposta: Conforme Instrução Normativa do INSS/DC nº 5 do Capitulo I, a GFIP com código 906, deve ser
utilizada quando inexistir recolhimento ao FGTS e informações á Previdência Social, onde:
a. As empresas que, mesmo em atividade não tiverem fatos geradores a declarar á Previdência ou FGTS a
recolher, nem sofreram retenção sobre Nota Fiscal/fatura;
......
Na ausência de informações, a GFIP 906 não deve ser entregue mensalmente nem anualmente, somente
quando ocorrer a situação geradora . http://www.informanet.com.br/Prodinfo/cdi/ass-previdenciario6.htm

DECRETO Nº 3.048 - DE 06 DE MAIO DE 1999 - DOU DE 7/5/99  - Republicado em 12/05/99 -


Atualização JULHO/2008 - TÍTULO II - DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES - CAPÍTULO
III - DAS INFRAÇÕES
Art. 283.  Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de
maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o
responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$
63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da
infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores:(Nova
Redação pelo Decreto nº 4.862 de 21/10/2003 - DOU DE 22/10/2003). Nota: Valores atualizados, a partir
de 1º de junho 2003, pela Portaria MPS nº 727, de 30.5.2003, para R$ 991,03 (novecentos e noventa e um
reais e três centavos) à R$ 99.102,12 (noventa e nove  mil cento e dois reais e doze  centavos).
Art.284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes
penalidades administrativas:
I -  valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no caput do art. 283, em função do
número de segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social, independentemente do recolhimento da
contribuição, conforme quadro abaixo:
0 a 5 segurados ½ valor mínimo
6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo
...... .....
II - cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no
inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às
bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria
devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de
direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por
empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por
outras; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) -
http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1999/3048.htm

Esclarecimentos Necessários da Esfera Municipal

A questão municipal é geralmente algo muito mais simples nesta área. A imunidade
desta categoria de entidades lhes protege da tributação municipal. O município, cada um do
país, tem autonomia para legislar, porem, não podem desrespeitar determinações
constitucionais e legais, e onerar de tributos as entidades protegidas pelo legislador com
imunidades ou isenções.

Em geral, os municípios podem tributar as pessoas jurídicas com o Imposto sobre


Serviços (ISS), a Taxas de Alvará de Localização e Funcionamento e o IPTU do imóvel sede da
pessoa jurídica, entre outras diversas taxas ou contribuições menores conforme o caso.

No primeiro caso, do ISS (que deve respeitar uma lista de atividades permitidas e
constantes duma Lei Complementar Federal), não incide esse imposto para organizações
religiosas visto que a assistência religiosa não é considerada serviço tributável, e se o fosse,
ainda assim está protegida com imunidade constitucional.

No Caso do Alvará, exigência essa em parte questionável, visto que se tornou quase
como imposto anual cobrado pelos municípios ao invés de uma real taxa cobrada somente na
abertura da pessoa jurídica, muitos municípios em suas leis têm isentado as organizações
religiosas desse expediente (entre outras atividades não lucrativas e beneficentes). Essa
isenção do pagamento da taxa não exime a entidade de pedir seu Alvará de Funcionamento,
inclusive porque este seria imprescindível para comprovar, em caso de questionamentos, ou
argumentações com autoridades por motivos diversos (principalmente de preconceito
religioso) a legalidade da entidade. Necessário então questionar no município a existência da
isenção.

No caso do IPTU, a questão é mais controversa. Muitos casos têm sido decididos em
tribunal. Em geral concede-se a favor da entidade religiosa a isenção do IPTU nos casos em
que seja próprio e no nome da entidade o local do templo. Essa exigência é ilegal, e tem sido
concedida na justiça a isenção, independente da titularidade do imóvel, bastando, e enquanto,
se comprovar a atividade não lucrativa e religiosa. Isso mesmo que o sacerdote ou ministro
religioso more no local, o tendo como habitação. Esse entendimento de isenção vai a tal ponto
que houve um caso mais extremo em que a Igreja Católica ganhou judicialmente isenção de
uma propriedade sua locada para uma atividade lucrativa e empresarial. Teve de comprovar
que e o aluguel recebido convertia-se inteiramente em favor de sua finalidade religiosa e não
lucrativa. Como se percebe, deve-se questionar o município em questão. Importante é o dono
do imóvel oficializar (seja qual for o instrumento, locação, cessão ou comodato) a relação com
a entidade, mesmo que o dono seja o próprio Ministro Religioso.

Em resumo

Em síntese, apesar da imunidade e isenções a impostos, aquelas entidades que se enquadram


como entidades sem fins lucrativos, mesmo com atividades religiosas, se obrigam legalmente, sob
pena de multa, a, por mais que tenha suas atividades paralisadas ou temporariamente paralisadas
(haverá variação do modelo das declarações e valor da multa), prestarem informações a Receita
federal através da DIPJ (geralmente até maio de cada ano – e nesse caso, por precaução ou
obrigação legal, todas as obrigações acessórias precedentes), da DCTF (mensalmente,
eventualmente ou em dezembro, – isenção para inativas) e DACOM quando não a Receita não
eximir da entrega, e ao Ministério do trabalho, através da RAIS (geralmente em fevereiro ou março
de cada ano), a Previdência Social pela GFIP/SEFIP, sem as quais se sujeitarão a pesadas multas
periódicas ou anuais. Deve-se ainda atentar sobre as exigências da esfera municipal, providenciando
Alvará de Localização e solicitando no que couber, as isenções a taxas e impostos.

Caso a entidade pretenda ainda ser reconhecida como de Utilidade Publica em qualquer
esfera ou ainda conceder os benefícios da isenção do Imposto de Renda para beneméritos doadores
(RIR, art. 819) a exigência dos livros oficiais e demais declarações é inconteste.

Praia Grande, Junho de 2010

Fernando Coratti Silva


Contabilista CRC1SP184978/O-6
Advogado OAB/SP205752

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