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Apostila de Direito - Técnico Judiciário do TRE do Paraná

Introdução
Conceitos Básicos de Governo........................................................................................................................................................................ p. 03

Direito Constitucional
1. Introdução ao Direito Constitucional: Aplicabilidade das Normas Constitucionais. Normas de eficácia plena, contida e limitada...... p. 04
2. Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos direitos e deveres individuais e coletivos. Dos Direitos Sociais....................................... p. 10
3. Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Da Nacionalidade. Dos Direitos Políticos. Dos Partidos Políticos............................................ p. 22
4. Da Organização do Estado: Da Administração Pública. Disposições Gerais. Dos Servidores Públicos.................................................... p. 26
5. Da Organização dos Poderes: Do Poder Judiciário.................................................................................................................................... p. 37
6. Da Organização dos Poderes: Das Funções Essenciais à Justiça................................................................................................................ p. 55
7. Anexo I - Princípios Básicos da Administração Pública.............................................................................................................................. p. 59
8. Anexo II - Agentes Públicos - Características e Classificação..................................................................................................................... p. 61
9. Anexo III - Responsabilidade Civil do Estado.............................................................................................................................................. p. 63

Direito Administrativo
1. Introdução ao Direito Administrativo e Princípios Básicos da Administração Pública............................................................................. p. 66
2. Organização Administrativa da União - Administração Direta e Indireta................................................................................................. p. 69
3. Poderes Administrativos............................................................................................................................................................................. p. 76
4. Atos Administrativos................................................................................................................................................................................... p. 78
5. Noções de Licitações................................................................................................................................................................................... p. 87
6. Contratos Administrativos.......................................................................................................................................................................... p. 105
7. Lei de Improbidade Administrativa............................................................................................................................................................ p. 115
8. Processo Administrativo Federal................................................................................................................................................................ p. 123
9. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União............................................................................................................................ p. 133

Direito Eleitoral
1. Introdução ao Direito Eleitoral................................................................................................................................................................... p. 184
2. Código Eleitoral - Introdução. Órgãos da Justiça Eleitoral......................................................................................................................... p. 189
3. Código Eleitoral - Garantias Eleitorais........................................................................................................................................................ p. 205
4. Código Eleitoral - Recursos Eleitorais......................................................................................................................................................... p. 206
5. Código Eleitoral - Disposições Penais......................................................................................................................................................... p. 214
6. Código Eleitoral - Disposições Gerais e Transitórias.................................................................................................................................. p. 224
7. Lei de Inelegibilidade - Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990 (texto integral)...................................................................... p. 229
8. Lei Orgânica dos Partidos Políticos - Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995 (texto integral)............................................................. p. 241
9. Lei das Eleições - Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 (texto integral)............................................................................................ p. 257
10. Lei do Fornecimento Gratuito de Transporte na Eleição - Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974 (texto integral).............................. p. 306
11. Alistamento Eletrônico de Dados - Resolução do TSE n.º 21.538 de 14 de outubro de 2003 (texto integral)...................................... p. 311
12. Código Eleitoral - Alistamento Eleitoral.................................................................................................................................................... p. 335
13. Súmulas do TSE......................................................................................................................................................................................... p. 345
11. Regimento Interno do TRE do Paraná (texto integral)............................................................................................................................ p. 352

(Bônus) Noções de Direito Processual Civil


1. Introdução - Conceito e fontes do Direito Processual Civil........................................................................................................................ p. 382
2. Glossário Jurídico do Direito Processual Civil............................................................................................................................................. p. 384
3. Das Normas Fundamentais do Processo Civil (art. 1º a 15 do Código de Processo Civil)......................................................................... p. 393
4. Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais (art. 188 a 235 do Código de Processo Civil)..................................................... p. 396
5. Da Comunicação dos Atos Processuais (art. 236 a 275 do Código de Processo Civil).............................................................................. p. 404
6. Da Distribuição e do Registro (art. 284 a 290 do Código de Processo Civil)............................................................................................. p. 411
7. Do Valor da Causa (art. 291 a 293 do Código de Processo Civil)............................................................................................................... p. 412

(Bônus) Noções de Direito Processual Penal


1. Introdução - Conceito e fontes do Direito Processual Penal..................................................................................................................... p. 412
2. Glossário Jurídico do Direito Processual Penal.......................................................................................................................................... p. 414
3. Disposições Preliminares do Código de Processo Penal (art. 1º a 3º)....................................................................................................... p. 422

Legislação Atualizada em 20/01/2017 | Direitos Reservados | www.facebook.com/ProfThaisNunes 1


4. Do Inquérito Policial (art. 4º a 23 do Código de Processo Penal).............................................................................................................. p. 422
5. Da Ação Penal (art. 24 a 62 do Código de Processo Penal)....................................................................................................................... p. 426
6. Do Juiz, Ministério Público, Acusado e Defensor, Assistentes e Auxiliares da Justiça (art. 251 a 281 do Código de Processo Penal)... p. 431

(Bônus) Legislação Extra


1. Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei n.º 13.146 de 6 de julho de 2015 (texto integral)................................................................... p. 436
2. Estatuto do Idoso - Lei n.º 10.741 de 1 de outubro de 2003 (texto integral)........................................................................................... p. 465

Edital da Fundação Carlos Chagas (2011) Programa da Prof. Thais Nunes (2017)

Noções de Direito Constitucional - Princípios fundamentais. Direitos Direito Constitucional - Introdução ao Direito Constitucional: Princí-
e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; pios fundamentais. Da aplicabilidade das normas constitucionais:
direitos políticos. Poder Judiciário: disposições gerais; Supremo normas de eficácia plena, contida e limitada, normas programáticas.
Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos e deveres indivi-
Eleitorais e Juízes Eleitorais. duais e coletivos; dos direitos sociais; dos direitos de nacionalidade;
dos direitos políticos. Administração Pública: disposições gerais e
servidores públicos. Do Poder Judiciário: Disposições Gerais. Do
Supremo Tribunal Federal. Do Superior Tribunal de Justiça. Dos
Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais. Dos Tribunais e
Juízes do Trabalho. Dos Tribunais e Juízes Eleitorais. Dos Tribunais e
Juízes Militares. Dos Tribunais e Juízes dos Estados. Das funções
essenciais à Justiça: Do Ministério Público. Da Advocacia Pública. Da
Advocacia e da Defensoria Públicas.

Noções de Direito Administrativo - Atividade administrativa: con- Direito Administrativo - Introdução ao Direito Administrativo e
ceito; natureza e fins; princípios básicos. Poderes e deveres do Princípios Básicos da Administração Pública. Organização Adminis-
administrador público; o uso e o abuso de poder. Atos Administrati- trativa da União - Administração Direta e Indireta: Centralização e
vos: conceito; requisitos; atributos. Licitação: princípios, dispensa e Descentralização. Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públi-
inexigibilidade; modalidades. Lei n.º 8.429/1992 (Lei de improbida- cas e Sociedades de Economia Mista. Poderes Administrativos:
de administrativa). Processo Administrativo Disciplinar (Lei n.º Conceitos Básicos de Poder e Dever. Poderes do Estado: Poder
9.784/1999). Vinculado, Poder Discricionário, Poder Regulamentar, Poder Hierár-
quico, Poder Disciplinar e Poder de Polícia. Uso e abuso de poder.
Atos Administrativos: Conceito de Ato Administrativo. Requisitos de
Validade. Atributos do Ato. Classificação. Invalidação. Convalidação.
Espécies. Noções de Licitações (Princípios - Modalidades - Dispensa -
Inelegibilidade): Artigos 1º a 6º e 20 a 26 da Lei n.º 8.666 de 21 de
junho de 1993. Contratos Administrativos: Artigos 54 a 80 da Lei n.º
8.666 de 21 de junho de 1993. Lei de Improbidade Administrativa -
Lei n.º 8.429 de 02 de junho de 1992 - Texto Integral. Processo
Administrativo Federal - Lei n.º 9.784 de 29 de janeiro de 1999 -
Texto Integral.

Noções das Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais - Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União - Lei n.º
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União: Lei n.º 8.112 de 11 de dezembro de 1990 - Texto Integral.
8.112/1990 (e alterações posteriores): provimento e vacância;
regime disciplinar.

Noções de Direito Eleitoral - Código Eleitoral (Lei n.º 4.737/65): Direito Eleitoral - Introdução ao Direito Eleitoral. Código Eleitoral -
Composição e Competência dos Órgãos da Justiça Eleitoral: Tribunal Introdução. Órgãos da Justiça Eleitoral: Tribunal Superior Eleitoral,
Superior Eleitoral. Tribunais Regionais Eleitorais. Juízes Eleitorais. Tribunais Regionais, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais (artigos 1º a
41). Código Eleitoral - Garantias Eleitorais (artigos 234 a 239). Códi-
go Eleitoral - Recursos (artigos 257 a 282). Código Eleitoral - Disposi-
ções Penais (artigos 283 a 364). Código Eleitoral - Disposições Gerais
e Transitórias (artigos 365 a 383). Lei de Inelegibilidade - Lei Com-
plementar n.º 64 de 18 de maio de 1990. Lei Orgânica dos Partidos
Políticos - Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995. Lei das Eleições -
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997. Fornecimento Gratuito de
Transporte na Eleição - Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974. Alis-
tamento Eletrônico de Dados - Resolução do TSE n.º 21.538 de 14
de outubro de 2003. Código Eleitoral - Alistamento Eleitoral (artigos
42 a 81). Súmulas do TSE.

Regimento Interno - Regimento Interno do Tribunal Regional Eleito- Regimento Interno - Regimento Interno do Tribunal Regional Eleito-
ral do Paraná. ral do Paraná.

2 Legislação Atualizada em 20/01/2017 | Direitos Reservados | www.facebook.com/ProfThaisNunes


Conceitos Básicos de Governo
Presidência da República
Órgãos
Para entendermos melhor como funciona o Tribunal Ministérios
Poder Execu-
Regional Eleitoral do Estado do Paraná, precisamos tivo da União Função: Administrar a sociedade e a máquina
entender um pouco da estrutura do governo brasilei- pública.
ro. Sabemos que a República Federativa do Brasil
tem uma divisão de pessoas jurídicas - União, Esta- Câmara dos Deputados
dos, Distrito Federal, Municípios e Territórios - e Órgãos
Senado Federal
também uma estrutura de Poderes (Legislativo, Exe- Poder Legis-
Tribunal de Contas da União - TCU
cutivo e Judiciário). Destes poderes fluem os órgãos lativo da
do governo brasileiro. No geral, todo órgão pertence União Função: Legislar e exercer atividades de
fiscalização financeira e orçamentária.
a um dos três poderes, com exceção do Ministério
Público e do Conselho Nacional do Ministério Públi-
STF - Supremo Tribunal Federal
co, onde há discussões doutrinárias sobre o assunto.
STJ - Superior Tribunal de Justiça
STM - Superior Tribunal Militar
TST - Tribunal Superior do Trabalho
Órgãos
TSE - Tribunal Superior Eleitoral
Poder Judici-
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
ário da União
05 TRFs - Tribunal Regional Federal
24 TRTs - Tribunal Regional do Trabalho
27 TREs - Tribunal Regional Eleitoral
Função: Julgar os litígios da sociedade.

MPU - Ministério Público da União


Outros CNMP - Conselho Nacional do Ministério
Órgãos Público
Função: Fiscalizar a aplicação da lei.

Assim, a União, cada estado, cada município e o


Distrito Federal são pessoas jurídicas e os órgãos Órgãos Governo do Estado
são as subdivisões, as partes do todo. Entenda que Poder Execu- Secretarias
os poderes (executivo, legislativo e judiciário) não tivo de um Função: Administrar a sociedade e a máquina
são órgãos e sim, esses poderes definem a ativida- Estado pública.
de a ser desenvolvida por cada órgão criado dentro
da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Assembleia Legislativa
Órgãos
municípios. Vejamos a seguir um exemplo sucinto
Poder Legis- Tribunal de Contas do Estado - TCE
da estrutura da União e de um Estado.
lativo de um Função: Legislar e exercer atividades de
Estado fiscalização financeira e orçamentária.

Órgãos TJ - Tribunal de Justiça (e suas subdivisões,


como varas cíveis, criminais e especializadas,
Poder Judici-
juizados especiais e Tribunal do Júri)
ário de um
Estado Função: Julgar os litígios da sociedade.

Outros MPE - Ministério Público do Estado


Órgãos Função: Fiscalizar a aplicação da lei.

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A União, os estados, o Distrito Federal e os Municí- Mais objetivamente, o Direito Constitucional é um
pios são pessoas jurídicas de direito público e, como ramo do direito público interno que tem como
tal, não dispõe de vontade própria. Por isto, atuam função fixar os princípios básicos dos demais ramos
através de pessoas físicas chamadas de agentes pú- do Direito. Este ramo do direito divide-se em Direi-
blicos (servidores, políticos, etc.). Daí surgiu diversas to Constitucional Geral, Direito Constitucional Posi-
teorias para explicar as relações do governo com os tivo e Direito Constitucional Comparado.
seus agentes, como a teoria do mandato e a teoria
❶ Direito Constitucional Geral
da representação, entre as quais, a teoria do órgão,
ou teoria do órgão público. Pela teoria do órgão pú- O Direito Constitucional Geral é aquele que não se
blico, a pessoa jurídica (União, estados, municípios, detém a constituições específicas. Ele tenta vislum-
Distrito Federal, Autarquias, Fundações Públicas, brar elementos, conceitos e princípios que devem
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) (ou deveriam) estar presentes em todas as consti-
manifesta sua vontade através de seus órgãos espe- tuições. Em outras palavras, o Direito Constitucio-
cíficos (subdivisões da pessoa jurídica), de tal modo nal Geral é o ramo do saber que tenta identificar se
que quando os agentes que os compõem manifes- há princípios gerais inerentes (ou que deveriam ser
tam a sua vontade, é como se o próprio governo o inerentes) a todas as constituições, independente-
fizesse. mente de suas peculiaridades.
Assim, cada órgão, como centro de competência ❷ Direito Constitucional Positivo
governamental ou administrativa, tem necessaria- O Direito Constitucional Positivo é aquele que tem
mente funções, cargos e agentes (parte humana), por objeto de estudo uma determinada constitui-
mas é distinto desses elementos, que podem ser ção. Assim, por exemplo, o estudo sistemático da
modificados, substituídos ou retirados sem supres- Constituição da República Federativa do Brasil de
são da unidade orgânica, o que explica porque a 1988 é um estudo que é feito pelo Direito Constitu-
alteração de funções, a vacância de cargos ou a mu- cional positivo, assim como também o é o estudo
dança de seus titulares não acarreta a extinção do da constituição de um dos estados brasileiros, por
órgão. exemplo.
Portanto, os órgãos que integram a estrutura do ❸ Direito Constitucional Comparado
Estado e das demais pessoas jurídicas - como partes
desses corpos vivos - são dotados de vontade e capa- O Direito Constitucional Comparado, como o pró-
zes de exercer direitos e contrair obrigações para a prio nome diz, é aquele que realiza um estudo
consecução de seus fins institucionais. comparativo das normas existentes em duas ou
mais Constituições. Assim, se o nosso estudo tives-
Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica se por objeto a comparação das liberdades civis
nem vontade própria, que são atributos do corpo e constitucionais abraçadas pelas constituições do
não das partes, porém, na área de suas atribuições e Brasil e dos Estados Unidos, por exemplo, estaría-
nos limites de sua competência funcional, expressam mos exatamente dentro dos limites impostos pelo
a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam Direito Constitucional Comparado, pois aqui o inte-
por seus atos, manifestados através de seus agentes. resse não é a análise de uma constituição, mas sim
E, mesmo despersonalizados, os órgãos mantêm a comparação de mais de uma delas, mesmo que o
relações funcionais entre si e com terceiros, das foco da comparação seja específico, como no caso
quais resultam efeitos jurídicos internos e externos, exemplificado.
na forma legal ou regulamentar. Eis um exemplo: a
entidade (pessoa jurídica) é a União e o órgão é o Fontes do Direito Constitucional
Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Paraná, que Segundo a maioria dos doutrinadores, são cinco as
embora seja parte da União, tem jurisdição limitada fontes do Direito Constitucional:
geograficamente ao estado do Paraná, como aconte-
ce com tantos outros órgãos federais. ❶ Direito Natural
Fonte legitimadora de todo e qualquer preceito de
Direito Constitucional direito positivo, a expressão "Direito Natural" teve
origem em Roma, por influência da filosofia grega.
O Direito Constitucional é a ciência jurídica que se Os juristas romanos afirmavam a existência de um
organiza num conjunto de princípios e normas es- direito comum a todos os povos e superior ao direi-
tabelecendo a organização de um ente estatal e to escrito (positivo).
tem por objeto o estudo da Constituição de um
Estado.
4 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
O Cristianismo aperfeiçoou o Direito Natural, pois verno Civil - 1690), Rodolf Von Ihering (A Luta Pelo
este coincidia com suas orientações filosóficas e Direito - 1872) e outros.
políticas. Porém, foi São Tomás de Aquino quem
❺ Constituição Escrita
deu o maior desenvolvimento ao Direito Natural,
uma vez que a lei natural era uma lei universal, Vontade soberana do povo manifestada através do
superior às leis humanas, e constituía o fundamen- poder constituinte. É a fonte direta e principal no
to de toda a ordem jurídica, com base em que o ser campo da positividade jurídica.
humano revela três instintos dos quais emergem as Classificação das Normas Jurídicas
normas básicas e naturais da vida social. São eles o
instinto de conservação da espécie, o instinto de O Direito Constitucional ocupa posição de superio-
propagação da espécie e o instinto da necessidade ridade em relação às outras ciências jurídicas e,
de viver em sociedade com seus semelhantes. assim, as demais normas jurídicas não podem con-
trariar, em hipótese alguma, dispositivos constitu-
❷ Costumes cionais. Em síntese, temos normas jurídicas consti-
Costumes são as regras firmadas no decorrer da tucionais e infraconstitucionais.
evolução social. Tem destacada influência nos paí- Normas Jurídicas Constitucionais
ses de Constituição não escrita (a Inglaterra, por
exemplo). Essa fonte, porém, não perde a sua im- Originárias - São aquelas inseridas na Constitui-
portância nos países de Constituição escrita, por- ção quando de sua criação e até hoje inabaláveis
que serve de roteiro necessário ao legislador cons- (dispositivos originais da Constituição que não so-
tituinte. O direito consuetudinário é aquele que freram qualquer tipo de alteração).
surge dos costumes de certa sociedade, não pas- Derivadas - São aquelas inseridas na Constituição
sando por um processo formal de criação das nor- quando de sua mudança, ou seja, dispositivos que
mas. No direito consuetudinário, as normas não foram resultado do processo de reforma por
precisam necessariamente estar num papel ou emendas.
serem sancionadas ou promulgadas. É importante a
distinção entre uso e costume, uma vez que, para Normas Jurídicas Infraconstitucionais (ou Sub-
se falar num costume, é preciso observar se há constitucionais)
prática reiterada e constante (relativamente a al- Atos Normativos Primários (normas legais) - São
guma matéria), tendo de estar associada à convic- aqueles que tem seu fundamento na própria
ção de obrigatoriedade. O costume é, então, cons- Constituição, tais como emendas à Constituição,
tituído pelo elemento material (o uso) e pelo psico- leis complementares, leis ordinárias, leis delega-
lógico (a convicção de que o comportamento ado- das, medidas provisórias, decretos legislativos,
tado é, de fato, obrigatório). resoluções (legislativas), tratados internacionais,
❸ Jurisprudência atos normativos dotados de certa autonomia
(que não são meramente regulamentares) e os
São as reiteradas decisões dos Tribunais sobre a decretos ou regulamentos autônomos.
interpretação de um mesmo preceito jurídico e sua
aplicação em face de fatos (casos) análogos. A ju- Atos Normativos Concretos (não primários -
risprudência deu origem às súmulas dos Tribunais normas infralegais) - São aqueles que derivam do
(resumos de julgamentos semelhantes sobre casos poder regulamentar de que dispõe o Chefe do
semelhantes). É de suma importância nos países de Poder Executivo e outras autoridades, como por
Constituição escrita, onde o mais alto órgão do exemplo, os decretos meramente regulamentares
Poder Judiciário exerce a função de intérprete má- e as instruções normativas.
ximo e guardião da Lei Magna (no Brasil temos o Estrutura da Constituição Federal de 1988
Supremo Tribunal Federal).
A Constituição pode ser definida como a “lei” fun-
❹ Doutrina damental e suprema de um Estado, que contém
Tem desempenhado papel de alta relevância na normas referentes à estruturação do Estado, à
formação e na transformação do direito em geral, organização dos Poderes e aos direitos fundamen-
pois é a captação de conhecimento através de opi- tais. De um modo geral, a atual Constituição Fede-
niões de estudiosos do Direito. No mundo todo, as ral (1988), está divida em 03 (três) partes:
primeiras constituições escritas foram inspiradas
nas doutrinas de Montesquieu (O Espírito das Leis -
1748), Jean-Jacques Rousseau (O Contrato Social -
1762), John Locke (Segundo Tratado Sobre o Go-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 5
❶ Preâmbulo1 (página 10) Título III - Da Organização do Estado (arts. 18 a 43)

Embora não seja considerado como norma consti- Título IV - Da Organização dos Poderes (arts. 44 a 135)
tucional, representa a parte introdutória que sinte- Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições De-
tiza os ideais e a própria finalidade da Constituição, mocráticas (arts. 136 a 144)
além do pensamento que norteou o trabalho de
Título VI - Da Tributação e do Orçamento (arts. 145 a
elaboração do texto constitucional. O preâmbulo 169)
não tem relevância jurídica, não tem força norma-
tiva, não cria direitos ou obrigações, servindo, ape- Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira (arts.
nas, como norte interpretativo das normas consti- 170 a 192)
tucionais (tese da irrelevância jurídica). Título VIII - Da Ordem Social (arts. 193 a 232)
Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais (arts.
(FCC - Promotor de Justiça do MPE/CE) A invocação à 233 a 250)
proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Consti-
tuição da República vigente, ❸ Parte Transitória
a) É inconstitucional. Contêm regras oriundas da nova Constituição, co-
mo também regras de transição entre as Constitui-
b) É ilícita.
ções (normas constitucionais de aplicabilidade es-
c) Não tem força normativa. gotada e eficácia exaurida). É o chamado ADCT -
d) Não foi recepcionada pelo texto constitucional. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
e) É expressão de reprodução obrigatória nas Consti- Classificação das Normas Constitucionais
tuições estaduais.
De acordo com a doutrina, a carta constitucional
brasileira se classifica em:
(CESPE - Advogado do IPAJM) Para o STF, o preâmbulo
da CF não se situa na esfera do direito, mas na da polí- ❶ Quanto ao conteúdo:
tica - refletindo a posição ideológica do constituinte.
Constituição Material, Real, Substancial ou de
Não possui, portanto, relevância jurídica, e não consti-
tui norma central da CF, apesar de ser de reprodução
Conteúdo - É aquela que trata especificamente
obrigatória pelas constituições estaduais. (falsa) sobre divisão do poder político, distribuição de
competência e direitos fundamentais.
❷ Parte Permanente (ou Corpo) Constituição Formal - É aquela que abrange todas
as normas jurídicas tendo como fonte o poder
É o conjunto de normas que formam o texto da
constituinte, gozando da prerrogativa de suprema-
Constituição. Está desmembrada em 09 (nove)
cia perante as outras normas jurídicas2.
Títulos, compostos de 250 (duzentos e cinquenta)
artigos, dispostos da seguinte maneira: ❷ Quanto à forma:
Título I - Dos Princípios Fundamentais (arts. 1º a 4º) Constituição Escrita - É aquela que está reunida
Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. num único texto, como todas sete as constituições
5º a 17) brasileiras, desde a primeira em 1824.
Constituição Não-escrita, Consuetudinária ou Cos-
1
"Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de tumeira - Nesta hipótese, as normas não são reu-
reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo nidas num único documento, não são codificadas
força normativa”. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento de em um texto solene. Estão previstas em leis espar-
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2.076-AC - Rel. Min. sas, costumes, jurisprudência e convenções. O
Carlos Velloso, em relação à inexistência dessa referência na Consti- exemplo mais famoso é a Constituição Inglesa que,
tuição do Estado do Acre), decidiu que o Preâmbulo não tem valor além dos costumes, possui diversos atos normati-
jurídico-normativo, pois não se situa no âmbito do Direito, mas no vos de essência constitucional. Entretanto, há ou-
domínio da Política, refletindo posição ideológica do constituinte, sem tros exemplos menos citados como a constituição
relevância jurídica. Daí que, segundo o STF, o Preâmbulo tem natu- do Estado de Israel e da Nova Zelândia que, assim
reza política, mas não jurídica. Ou seja, para o STF, o Preâmbulo como na Inglaterra, são países constitucionalmente
não é norma jurídica, não é norma constitucional, mas um enunciado regidos por um conjunto de estatutos.
de princípios políticos, sem força jurídica para obrigar, proibir ou
permitir com uma eventual sanção por seu descumprimento. Segun-
do o STF, conclui-se, o descumprimento ao contido no Preâmbulo
2
não enseja a aplicação de uma sanção jurídica, porquanto o Preâm- SLAIBI FILHO, Nagib. Direito Constitucional. Rio de Janeiro:
bulo não é norma jurídica. Forense, 2004, p. 9.

6 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
❸ Quanto ao modo de elaboração: tuição Federal de 1988, já que o parágrafo 4º do
artigo 60 traz as chamadas cláusulas pétreas, direi-
Constituição Dogmática - Se materializa em um
tos que não podem ser abolidos por emenda, sen-
único momento, agregando ao texto constitucional
do necessário criar uma nova constituição.
os valores políticos e ideológicos predominantes de
dado momento histórico. Constituição Imutável ou Pétrea - Essa denomina-
ção criada por Hans Kelsen significa afirmar que
Constituição Histórica - É fruto de lenta evolução
estas seriam constituições que não admitem alte-
histórica, representa a síntese da evolução da soci-
ração alguma, nem mesmo por processo solene.
edade, engloba costumes, precedentes, conven-
ções, jurisprudências e textos esparsos, como na ❻ Quanto a origem:
constituição inglesa.
Constituição Promulgada, Democrática, Popular
❹ Quanto ao objeto ou ideologia: ou Votada - Elaborada pela Assembleia Nacional
Constituinte, composta por representantes legiti-
Constituição Liberal ou Negativa - É exteriorização
mamente eleitos pelo povo, com a finalidade de
do triunfo da ideologia burguesa do século XVIII,
sua elaboração. Temos como exemplos as consti-
onde tinha por objetivo a não intervenção do Esta-
tuições federais brasileiras de 1891, 1934, 1946 e
do. Assim, é uma constituição liberal que não trata
1988.
de assuntos com a ordem econômica e os direitos
sociais. Constituição Outorgada - Elaboradas sem a partici-
pação popular, impostas pelo poder da época. Te-
Constituição Social ou Positiva - Corresponde a
mos como exemplos a Constituição Federal de
momento posterior da evolução do constituciona-
1824 (outorgada pelo Imperador Dom Pedro I), a
lismo, em que passou a se exigir a intervenção do
Constituição Federal de 1937 (imposta por Getúlio
Estado atuando de forma positiva, com a imple-
Vargas), a Carta Política de 1967 (instituída pelo
mentação dos direitos sociais e da ordem econômi-
regime militar) e Emenda Constitucional n.º 1/69
ca.
que alterou substancialmente a Constituição de
❺ Quanto a estabilidade: 1967 (outorgada por uma junta militar).
Constituição Rígida - Constituição que só pode ser Constituição Cesarista - Formada por plebiscito
alteradas atendendo a um processo mais rigoroso popular sobre um projeto elaborado por um impe-
que as normas infraconstitucionais, o que acontece rador (plebiscito napoleônico - França) ou por um
com a nossa constituição, que só é alterável por ditador (plebiscito de Pinochet - Chile). A participa-
emenda constitucional (artigo 60 da Constituição ção popular, neste caso, não é democrática, pois
Federal de 1988). visa apenas ratificar a vontade do detentor do po-
Constituição Flexível ou Plástica - Não exigem ne- der4.
nhum procedimento especial para sua alteração, Constituição Pactuada - Formada por um compro-
podendo ser alterada pelo processo legislativo or- misso instável de duas forças políticas rivais. Temos
dinário. Eventuais conflitos entre normas constitu- como exemplo a Constituição Francesa de 1791, a
cionais e normas legais são solucionados pelo crité- Constituição da Espanha dos anos de 1845 e de
rio cronológico. 1876 e, ainda, a Constituição da Grécia de 18445.
Constituição Semi-rígida ou Semi-flexíveis - Con- ❼ Quanto ao sistema6:
tém uma parte flexível e outra rígida. Assim, alguns
Constituição Principiológica - Nela há predominân-
dispositivos exigem procedimento especial para
cia de princípios, sendo, assim, necessária a ação
alteração e outros não. Aconteceu com a Constitui-
concretizadora do legislador ordinário. É o que
ção Federal de 18243.
acontece com a Constituição Federal de 1988 que
Constituição relativamente Pétrea ou Super-rígida em muito dispositivos depende de lei ordinária ou
- Esta, além de exigir quorum diferenciado para sua lei complementar para que tenha eficácia concreta.
modificação, é, em alguns pontos, imutável. Para
os que seguem esta posição seria o caso da Consti-
4
SILVA, José Afonso da. Direito Constitucional Positivo. 22ª
3
“Art. 178. É só constitucional o que diz respeito aos limites, e Edição. Ed. Malheiros, p.42.
5
attribuições respectivas dos poderes políticos, e aos Direitos Políti- BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 13 Edição.
cos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional Ed. Malheiros, p. 90.
6
pode ser alterado sem as formalidades referidas, pela legislaturas MORAES, Guilherme Peña. Direito Constitucional - Teoria da
ordinárias”. (texto original de 1824) Constituição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004, P. 74.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 7
Constituição Preceitual - Nesta prevalecem as re- Constituição Ortodoxa ou Ideológica - Quando
gras já impostas na própria carta constitucional formada por uma única ideologia, como a consti-
(constituição mexicana). tuição soviética de 1936 e a constituição brasileira
de 1937.
❽ Quanto ao tamanho ou extensão.
Constituição Eclética, Pragmática, Utilitária ou
Constituição Sintética, Breve, Sumária, Básica ou
Compromissória - Formada por diferentes ideolo-
Concisa - Dispõe sobre aspectos fundamentais de
gias conciliatórias. Dentre as quais, podemos citar a
organização do Estado em poucos artigos como,
Constituição Federal de 1988 que, por exemplo,
por exemplo, a constituição norte-americana.
teve a aprovação do sistema de governo (presiden-
Constituição Analítica, Inchada, Ampla, Minuciosa, cialismo) com 344 votos a favor e 212 contra.
Detalhista, Desenvolvida ou Prolixa - Não se atém
⓫ Quanto à correspondência com a realidade
aos aspectos fundamentais, dispõe sobre diversos
política:
outros assuntos ou até mesmo dispondo demasia-
damente sobre aspectos políticos. Devido sua ex- Constituição Normativa - São as cartas políticas
tensão, contém normas que não são materialmen- que conseguem estar alinhadas com a realidade
te constitucionais. Temos como exemplos a Consti- política, como a Constituição Federal de 1988.
tuição Federal de 1988 e a Constituição Indiana de
Constituições Nominativas ou Nominais - Embora
1950.
tenham sido criadas com o intuito de regulamentar
❾ Quanto ao modelo ou finalidade: a vida política do Estado, não conseguem imple-
mentar este papel, pois estão em descompasso
Constituição-Garantia - É a constituição que tem
com a realidade política, tal qual aconteceu com as
por fim a limitação do poder estatal. É a chamada
Cartas Políticas brasileiras de 1824 e 1934.
constituição negativa, porque estabelece limites
sobre a atuação do Estado na vida do cidadão, um Constituição Semântica - Não tem por fim regular a
non facere7. Temos como exemplo a Constituição vida política do Estado, buscam somente formalizar
dos Estados Unidos. e manter o poder político vigente, como as Consti-
tuições Federais de 1937, 1967 e 1969.
Constituição Dirigente, Plano, Diretiva, Programá-
tica, Ideológico-programática, Positiva, Doutrinal ⓬ Outras Classificações de Constituição:
ou Prospectiva8 - Além de estruturar e delimitar o
Constituição Originária - São as que apresentam
poder do Estado, prevê um plano de metas e pro-
um princípio político novo como, por exemplo, a
gramas a serem atingidos pelo Estado. Este tipo de
constituição americana que instituiu o federalismo.
Constituição é repleta de normas programáticas,
carecendo da atuação do legislador para torná-la Constituição Derivada - São as que não apresen-
efetiva, o que, para muitos, é temeroso. A título de tam princípio político novo e sim reproduções das
exemplo, a Constituição Federal de 1988, que é constituições anteriores.
dirigente, possui diversos dispositivos programáti- Constituição Expansiva - São aquelas que, além de
cos, sendo o mais emblemático o artigo 3º onde manter os temas já consolidados socialmente, os
prevê desenvolvimento nacional e diminuição das expande e ainda abordam novos temas, não previs-
desigualdades sociais, dentre outras previsões. tos nas constituições anteriores.
Constituição-Balanço - Registra o estágio onde se
encontra as relações de poder no Estado. A consti- Assim, podemos resumir que a Constituição Federal de
tuição registra a ordem política econômica e social 1988 é formal, escrita, dogmática, social, rígida (ou
existente, refletindo a luta de classes no Estado. A super-rígida), democrática, dirigente, principiológica,
Constituição soviética adotava este modelo, a cada analítica, eclética, normativa, originária e expansiva.
novo estágio rumo a construção do comunismo,
uma nova Constituição era promulgada, por isso a Aplicabilidade das Normas Constitucionais
URSS possuiu Constituições em 1924, 1936 e 1977. O tema da classificação das normas constitucionais
❿ Quanto à dogmática: foi exaustivamente tratado por José Afonso da
Silva, em sua obra Aplicabilidade das Normas
7
Constitucionais e, posteriormente, alguns autores,
Comentário  A obrigação de Não Fazer (non facere em latim)
utilizando-se da classificação já posta, inseriram
caracteriza-se por uma abstenção de um ato, por parte do devedor,
em benefício do credor ou de terceiro.
particularidades na doutrina desenvolvida pelo
8
OLIVEIRA. Fábio Corrêa Souza de. Morte e Vida da Constituição
autor.
Dirigente. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 13.

8 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
A classificação mencionada dividiu as normas cons- es10, aquelas "... que o legislador constituinte regu-
titucionais em normas de eficácia plena, de eficá- lou suficientemente os interesses relativos à deter-
cia contida e, por fim, de eficácia limitada9. minada matéria, mas deixou margem à atuação
restritiva por parte da competência discricionária
❶ Normas de Eficácia Plena
do poder público, nos termos que a lei estabelecer
As normas constitucionais de eficácia plena são ou nos termos de conceitos gerais nelas enuncia-
aquelas que produzem ou têm a possibilidade de dos". Da mesma forma que as normas de eficácia
produzir seus efeitos, desde a entrada da constitui- plena, as normas de eficácia contida têm aplicação
ção em vigor. São as normas constitucionais que imediata, integral e plena, entretanto, diferenciam-
prescindem de qualquer outra disciplina legislativa se da primeira classificação, uma vez que o consti-
para serem aplicáveis. Têm aplicabilidade imediata, tuinte permitiu que o legislador ordinário restrin-
direta e integral, independem, portanto, de qual- gisse a aplicação da norma constitucional. Frise-se,
quer regulamentação posterior para sua aplicação, por oportuno, que enquanto não sobrevier a legis-
podendo, contudo, ser emendadas. Constituem a lação ordinária regulamentando ou restringindo a
maioria das nossas normas e não dependem de norma de eficácia contida, esta terá eficácia plena
legislação infraconstitucional. São, em suma, de e total. Tais normas têm as seguintes característi-
eficácia plena, as normas constitucionais que con- cas: são normas que em regra solicitam a interven-
tenham vedações ou proibições, isenções, imuni- ção do legislador ordinário, fazendo expressa re-
dades e prerrogativas, que não indiquem processos missão a uma legislação futura; enquanto o legisla-
especiais de sua execução e, também, quem não dor ordinário não expedir a norma restritiva, sua
exijam a elaboração de novas normas legislativas eficácia será plena; são de aplicabilidade direta e
que lhes complete o alcance e o sentido, ou lhes imediata; sua eficácia pode ser afastada pela inci-
fixem o conteúdo, porque já se apresentam sufici- dência de outras normas constitucionais; estão
entemente explícitas na definição dos interesses discriminadas especialmente nos direitos e garanti-
nelas regulados. Eis abaixo dois exemplos. as fundamentais, despontando também em outros
Art. 17. § 4º É vedada a utilização pelos partidos polí- contextos. Eis abaixo o exemplo mais comum em
ticos de organização paramilitar. provas de concursos públicos.
Este artigo prescreve uma proibição, prescindindo Art. 5º XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
de qualquer regulamentação para se tornar aplicá- ofício ou profissão, atendidas as qualificações profis-
sionais que a lei estabelecer;
vel.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice- A norma de aplicabilidade direta e imediata sugere
Governador de Estado, para mandato de quatro em seu texto que uma lei deverá ser editada para
anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, restringir sua eficácia, trazendo exigências para o
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, exercício de atividades profissionais.
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do
❸ Normas de Eficácia Limitada
término do mandato de seus antecessores, e a posse
ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, As normas constitucionais de eficácia limitada são
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. as que possuem e apresentam aplicabilidade indi-
Este artigo dita uma norma que, por si só, esclarece reta, mediata e reduzida, em virtude de apenas
seus termos e condições, sem necessidade de ser poder ser aplicáveis depois de desenvolvida norma-
elaborada uma legislação para lhe dar aplicabilida- tividade posterior. Geram efeitos mínimos desde a
de. sua edição, mas estão sujeitas a uma lei posterior.
São de eficácia limitada porque o legislador ordiná-
❷ Normas de Eficácia Contida rio vai lhes conferir executoriedade. Eis abaixo três
As normas constitucionais de eficácia contida são exemplos (grifamos).
aquelas que o constituinte regulou os interesses Art. 18. § 2º Os Territórios federais integram a União,
relativos a determinado assunto, mas possibilitou e sua criação, transformação em Estado ou reinte-
que a competência discricionária do poder público gração ao Estado de origem serão reguladas em lei
restringisse o assunto. Normas constitucionais de complementar;
eficácia contida são, segundo José Afonso da Silva,
transcrito pelo também jurista Alexandre de Mora-

9 10
SILVA, José Afonso. Aplicabilidade das Normas Constitucio- MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 17ª Edição. São
nais. 7º Edição. São Paulo: Malheiros, 2007. Paulo: Atlas, 2005.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 9
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta- Constituição Federal de 1988
do, garantido mediante políticas sociais e econômi-
cas que visem à redução do risco de doença e de ou- Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
tros agravos e ao acesso universal e igualitário às
Estado Democrático, destinado a assegurar o exer-
ações e serviços para sua promoção, proteção e re-
cuperação. cício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
Art. 25. § 3º Os Estados poderão, mediante lei com- igualdade e a justiça como valores supremos de
plementar, instituir regiões metropolitanas, aglome- uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconcei-
rações urbanas e microrregiões, constituídas por tos, fundada na harmonia social e comprometida,
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar na ordem interna e internacional, com a solução pa-
a organização, o planejamento e a execução de fun- cífica das controvérsias, promulgamos, sob a prote-
ções públicas de interesse comum. ção de Deus, a seguinte Constituição da República
Federativa do Brasil.
Está bastante evidente que, nos exemplos citados,
é mínima a autoexecutividade ou autoaplicabilida- Título I - Dos Princípios Fundamentais
de. Observa-se que não se poderá aplicá-las até
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
que o legislador crie uma lei que regulará sua ma-
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
téria, já que a norma constitucional, de aplicabili-
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
dade limitada, por si só somente estabelece linhas
crático de Direito e tem como fundamentos:
gerais. As normas de Eficácia Limitada são divididas
em: I - a soberania;
Normas de eficácia limitada de Princípios Progra- II - a cidadania;
máticos, que são aquelas que possuem capacidade III - a dignidade da pessoa humana;
de produzir efeitos, mas que, por sua natureza,
necessitam de outra lei que as regulamente, lei IV - os valores sociais do trabalho e da livre inicia-
ordinária ou complementar. Essas normas, portan- tiva;
to, são de eficácia mediata, e, segundo essa corren- V - o pluralismo político.
te de entendimento, tem que ser completadas
posteriormente, só assim produzindo os efeitos Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
desejados pelo legislador. Entretanto, constituem o exerce por meio de representantes eleitos ou
um marco constitucional, já que impedirão que se diretamente, nos termos desta Constituição.
produzam normas infraconstitucionais que as con- Art. 2º São Poderes da União, independentes e
trariem no todo ou em parte, ensejando atos de harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
declaração de inconstitucionalidade quando for o Judiciário.
caso de afronta a seus preceitos. Segundo o Jorge
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Re-
Miranda, são de aplicação diferida, e não de aplica-
pública Federativa do Brasil:
ção ou execução imediata. Mais do que comandas-
regras, explicitam comandos-valores, conferem I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
elasticidade ao ordenamento constitucional, tem
II - garantir o desenvolvimento nacional;
como destinatário primacial - embora não único - o
legislador, cuja opção fica a ponderação do tempo III - erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
e dos meios em que vem a ser revestidas de plena zir as desigualdades sociais e regionais;
eficácia (e nisso consiste a discricionariedade). Apa- IV - promover o bem de todos, sem preconceitos
rece, muitas vezes, acompanhadas de conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer ou-
indeterminados ou parcialmente indeterminados. tras formas de discriminação.
Enfim, são aquelas que traçam tarefas, fins e pro-
gramas para o cumprimento por parte do Estado e Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
da Sociedade. Temos como exemplos os artigos suas relações internacionais pelos seguintes princí-
196 e 205 da Constituição Federal de 1988. pios:

Normas de eficácia limitada de Princípios Instituti- I - independência nacional;


vos (ou organizativos), que são aquelas que traçam II - prevalência dos direitos humanos;
esquemas gerais de organização e estruturação de
órgãos, entes ou instituições do Estado. Por exem- III - autodeterminação dos povos;
plo, o artigo 18 § 2º traz normas básicas para a IV - não-intervenção;
criação de território no Brasil.

10 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
V - igualdade entre os Estados; Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
VI - defesa da paz;
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
VII - solução pacífica dos conflitos; dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IX - cooperação entre os povos para o progresso I - homens e mulheres são iguais em direitos e
da humanidade; obrigações, nos termos desta Constituição;

X - concessão de asilo político. Inciso I  Princípio da Igualdade (ou princípio Igualda-


Parágrafo único. A República Federativa do Brasil de Formal): O princípio da igualdade prevê a igualdade
buscará a integração econômica, política, social e de aptidões e de possibilidades virtuais dos cidadãos de
gozar de tratamento isonômico pela lei. Por meio desse
cultural dos povos da América Latina, visando à
princípio são vedadas as diferenciações arbitrárias e
formação de uma comunidade latino-americana de absurdas, não justificáveis pelos valores da Constitui-
nações. ção Federal, e tem por finalidade limitar a atuação do
legislador, do intérprete ou autoridade pública e do
11 particular. Este princípio atua em duas vertentes: pe-
Princípios Fundamentais Constitucionais
rante a lei e na lei. Por igualdade perante a lei compre-
ende-se o dever de aplicar o direito no caso concreto;
Os direitos fundamentais não surgiram simultanea-
por sua vez, a igualdade na lei pressupõe que as nor-
mente, mas em períodos distintos conforme a deman-
mas jurídicas não devem conhecer distinções, exceto
da de cada época, tendo esta consagração progressiva
as constitucionalmente autorizadas.
e sequencial nos textos constitucionais dado origem à
classificação em gerações. Como o surgimento de no-
vas gerações não ocasionou a extinção das anteriores, Inciso I  Princípio da Isonomia (ou princípio Igualdade
há quem prefira o termo dimensão por não ter ocorri- Material): É o princípio que busca uma igualdade pro-
do uma sucessão desses direitos: atualmente todos porcional porque não se pode tratar igualmente situa-
eles coexistem. ções provenientes de fatos desiguais. O raciocínio que
orienta a compreensão do princípio da isonomia tem
Os direitos fundamentais de primeira dimensão são os sentido objetivo: aquinhoar igualmente os iguais e
ligados ao valor liberdade, são os direitos civis e políti- desigualmente as situações desiguais .
12

cos. São direitos individuais com caráter negativo por


exigirem diretamente uma abstenção do Estado, seu
principal destinatário. (FCC/2012 - Analista Judiciário do TRT 6ª Região) O
Congresso Nacional promulgou, em agosto de 2006, a
Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de Lei n.º 11.340, conhecida por "Lei Maria da Penha", a
segunda dimensão são os direitos sociais, econômicos qual criou mecanismos para proteger a mulher que é
e culturais. São direitos de titularidade coletiva e com vítima de violência doméstica e familiar. Em fevereiro
caráter positivo, pois exigem atuações do Estado. de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou
Os direitos fundamentais de terceira geração, ligados procedente a Ação Declaratória de Constitucionalida-
ao valor fraternidade ou solidariedade, são os relacio- de n.º 19 (ADC-19) para declarar a constitucionalidade
nados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio am- de dispositivos da referida lei, o que trouxe ainda
biente, à autodeterminação dos povos, bem como ao mais força para sua aplicação. O princípio constitucio-
direito de propriedade sobre o patrimônio comum da nal, relacionado aos direitos fundamentais, que em-
humanidade e ao direito de comunicação. São direitos basa a "Lei Maria da Penha", permitindo que a mulher
transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à receba um tratamento jurídico preferencial em rela-
proteção do gênero humano. ção ao homem nas situações de violência doméstica e
familiar, é o da:
Por fim, introduzidos no âmbito jurídico pela globaliza-
ção política, os direitos de quarta geração compreen- a) Função social da propriedade.
dem os direitos à democracia, informação e pluralismo. b) Liberdade individual.
13
c) Igualdade material.
Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e 12
BULOS, Uadi Lammego. Constituição Federal Anotada. São
Coletivos Paulo: Saraiva, 2002.
13
Comentário  Segundo Fabrício Saramanho de Albuquerque em
seu livro Direito Constitucional Positivo, "a igualdade formal é uma
igualdade de caráter negativo, que proíbe a estipulação de privilé-
11
NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 3º edição. São gios. (...) Segundo a igualdade formal, devemos tratar todos de forma
Paulo: Editora Método, 2009. igual. (...) A igualdade material (...) consiste em tratar os iguais de
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 11
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
d) Inviolabilidade domiciliar.
artística, científica e de comunicação, indepen-
e) Segurança jurídica. dentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de honra e a imagem das pessoas, assegurado o di-
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; reito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
Inciso II  Princípio da Legalidade: Em nosso país, ape-
nas a lei, em seu sentido formal (atos normativos pro- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
venientes do Poder Legislativo), é apta a inovar, origi- nela podendo penetrar sem consentimento do
nariamente, na ordem jurídica. Logo, não é possível morador, salvo em caso de flagrante delito ou de-
pensar em direitos e deveres subjetivos sem que, con- sastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
tudo, seja estipulado por lei. É a submissão e o respeito por determinação judicial;
à lei. Reverencia-se, assim, a autonomia da vontade
individual, cuja atuação somente poderá ceder ante os XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
limites pré-estabelecidos pela lei. Desta forma, tudo comunicações telegráficas, de dados e das comu-
aquilo que não está proibido por lei é juridicamente nicações telefônicas, salvo, no último caso, por
permitido. Complementando o raciocínio, o doutrina- ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
dor Celso Ribeiro Bastos leciona que “o princípio da estabelecer para fins de investigação criminal ou
legalidade mais se aproxima de uma garantia constitu- instrução processual penal;
cional do que de um direito individual, já que ele não
tutela, especificamente, um bem da vida, mas assegu- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
ra, ao particular, a prerrogativa de repelir as injunções cio ou profissão, atendidas as qualificações pro-
que lhe sejam impostas por uma outra via que não seja fissionais que a lei estabelecer;
14
a da lei” .
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessá-
III - ninguém será submetido a tortura nem a tra-
rio ao exercício profissional;
tamento desumano ou degradante;
XV - é livre a locomoção no território nacional em
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
vedado o anonimato;
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
V - é assegurado o direito de resposta, proporcio- sair com seus bens;
nal ao agravo, além da indenização por dano ma-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
terial, moral ou à imagem;
armas, em locais abertos ao público, independen-
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de temente de autorização, desde que não frustrem
crença, sendo assegurado o livre exercício dos outra reunião anteriormente convocada para o
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; autoridade competente;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação XVII - é plena a liberdade de associação para fins
de assistência religiosa nas entidades civis e mili- lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
tares de internação coletiva;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo a de cooperativas independem de autorização,
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou sendo vedada a interferência estatal em seu fun-
política, salvo se as invocar para eximir-se de cionamento;
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
XIX - as associações só poderão ser compulsoria-
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
mente dissolvidas ou ter suas atividades suspen-
sas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se
forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas ou a permanecer associado;
desigualdades". (Grifamos)
XXI - as entidades associativas, quando expres-
ALBUQUERQUE, Fabrício Saramanho de. Direito Constitucional
samente autorizadas, têm legitimidade para re-
Positivo. 2ª Edição. Brasília, 2011.
14 presentar seus filiados judicial ou extrajudicial-
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Adminis-
trativo. 18 ed. São Paulo: Malheiros, 2005.
mente;
12 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XXII - é garantido o direito de propriedade; sempre que não lhes seja mais favorável a lei pes-
soal do "de cujus"15;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função soci-
al; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a de-
fesa do consumidor;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para de-
sapropriação por necessidade ou utilidade públi-
ca, ou por interesse social, mediante justa e pré- Comentário  Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990
- Código de Defesa do Consumidor
via indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
XXV - no caso de iminente perigo público, a auto- públicos informações de seu interesse particular,
ridade competente poderá usar de propriedade ou de interesse coletivo ou geral, que serão pres-
particular, assegurada ao proprietário indeniza- tadas no prazo da lei, sob pena de responsabili-
ção ulterior, se houver dano; dade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim defini- cindível à segurança da sociedade e do Estado;
da em lei, desde que trabalhada pela família, não XXXIV - são a todos assegurados, independente-
será objeto de penhora para pagamento de débi- mente do pagamento de taxas:
tos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu de- a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
senvolvimento; defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abu-
so de poder;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo
de utilização, publicação ou reprodução de suas b) a obtenção de certidões em repartições pú-
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo blicas, para defesa de direitos e esclarecimento
que a lei fixar; de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Lei n.º 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram
por setenta anos contados de 1º de janeiro do ano Inciso XXXV  Princípio da Inafastabilidade do Poder
subsequente ao de seu falecimento, obedecida a Judiciário: Também conhecido como Inafastabilidade
ordem sucessória da lei civil. da Jurisdição, este princípio garante o livre acesso ao
Judiciário, tendo as partes o direito de ver apreciadas
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: pelo juízo competente suas razões e ver fundamenta-
das as decisões judiciais. Também, com a consagração
a) a proteção às participações individuais em deste princípio, não há necessidade de utilização ou
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz esgotamento das vias administrativas existentes antes
humanas, inclusive nas atividades desportivas; de se ingressar com uma ação judicial, com exceção do
Direito Desportivo, de acordo com o artigo 217 § 1º da
b) o direito de fiscalização do aproveitamento 16
Constituição Federal de 1988 .
econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associati- XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o
vas; ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos Lei n.º 12.376 de 30 de dezembro de 2010
industriais privilégio temporário para sua utiliza- Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
ção, bem como proteção às criações industriais, à respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
propriedade das marcas, aos nomes de empresas rido e a coisa julgada.
e a outros signos distintivos, tendo em vista o in-
teresse social e o desenvolvimento tecnológico e § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consuma-
econômico do País; do segundo a lei vigente ao tempo em que se efe-
tuou.
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situa-
dos no País será regulada pela lei brasileira em 15
De Cujus  Morto, falecido.
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 16
Art. 217. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à
disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 13
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos ção penal pela conduta praticada. O doutrinador Fer-
que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer nando Capez ensina que “nenhuma outra fonte subal-
como aqueles cujo começo do exercício tenha ter- terna pode gerar a norma penal, uma vez que a reserva
de lei proposta pela Constituição é absoluta, e não
mo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterá-
meramente relativa (...) somente a lei, na sua concep-
vel, a arbítrio de outrem.
ção formal e estrita, emanada e aprovada pelo Poder
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a Legislativo, por meio de procedimento adequado, pode
18
decisão judicial de que já não caiba recurso. criar tipos e impor penas” .

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi-
ciar o réu;
Inciso XXXVII  Princípio do Juiz Natural: Este princípio
estabelece que deve haver regras objetivas de compe- Inciso XXXVI  Princípio da Irretroatividade Penal: Este
tência jurisdicional, garantindo a independência e a princípio proíbe que, uma vez determinada por lei
imparcialidade do órgão julgador. Tal princípio está como ilícita determinada conduta, os efeitos penais
intimamente ligado à vedação dos tribunais de exce- retroajam anteriormente à vigência dessa lei. Assim
ção, visto que nestes não há prévia competência cons- sendo, a prática de uma conduta delituosa só será
titucional. O princípio do juiz natural tem dois enfo- punível se praticada após a vigência da lei que a pres-
ques: objetivo e subjetivo. Sob a perspectiva objetiva, o creve. Por conseguinte, toda prática dessa conduta
princípio relaciona-se com duas garantias constitucio- antes da vigência torna-se intocável pelo Direito Penal,
nais: a prévia existência do órgão ao fato, o que veda o seguindo lícita e seu autor não punível. O efeito ex tunc
tribunal de exceção (inciso XXXVII) e o respeito às re- é vedado in malam partem, isto é, para punir. No en-
gras objetivas de determinação de competência (inciso tanto, a Constituição Federal proibiu apenas a retroati-
LIII). Já o aspecto subjetivo consiste na imparcialidade vidade em prejuízo ao agente, sendo permitida a retro-
do julgador. Segundo Elpídio Donizetti, “todos os agen- atividade benéfica.
tes que integram o órgão jurisdicional e exercem mú-
nus público (juiz, escrivão, promotor de justiça, defen-
sor público e perito, dentre outros) deverão agir com XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentató-
vistas à justa composição do litígio e não voltados a ria dos direitos e liberdades fundamentais;
interesses ou vantagens particulares. A exceção fica por XLII - a prática do racismo constitui crime inafian-
conta dos advogados, sujeitos parciais por excelência”
17 çável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
.
nos termos da lei;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e in-
a organização que lhe der a lei, assegurados: suscetíveis de graça ou anistia19 a prática da tor-
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
a) a plenitude de defesa; afins, o terrorismo e os definidos como crimes
b) o sigilo das votações; hediondos20, por eles respondendo os mandan-
c) a soberania dos veredictos;
18
d) a competência para o julgamento dos crimes CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 6ª
Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2003.
dolosos contra a vida; 19
Comentário  A graça é um ato de clemência do Poder Público
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi- em favor de um réu condenado. É individual, que pode ser provoca-
na, nem pena sem prévia cominação legal; do por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do
Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa. Pode ser
Inciso XXXIX  Princípio da Legalidade Penal: Este total, quando alcança todas as sanções impostas ao condenado ou
princípio estatui que “nullum crimen, nulla poena sine parcial, quando reduz ou substitui a penalidade aplicada. Já a anistia
praevia lege” (não há crime, nem pena sem lei anterior é o esquecimento do ato criminal. Exclui o crime, apagando a infra-
que os defina). É um limite para a atuação do Estado, ção penal. Ocorre quando o Poder Público declara impuníveis os que
agora no aspecto penal, na medida em que somente incorreram em delitos, anulando as condenações (caráter coletivo).
poderá tipificar situações como caracterizadoras como Não se confunde com a graça ou o indulto, que se inspiram no valor
crime, instituir sanções ou penalidades se for por meio individual do condenado. Assim como a graça, é um dos modos de
de lei. Ainda que o fato seja imoral, antissocial ou da- extinção de punibilidade.
noso, não há possibilidade de se imputar a qualquer
Código Penal
pessoa a prática de um crime ou aplicar-lhe uma san-
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
II - pela anistia, graça ou indulto;
17 20
DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. Comentário  O rol de crimes considerados hediondos consta
São Paulo: Atlas, 2011. no artigo 1º da Lei n.º 8.072 de 25 de julho de 1990.

14 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
tes, os executores e os que, podendo evitá-los, se idênticos. Isto porque, independente da prática de
omitirem; mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico
pessoal, devendo cada qual receber apenas a punição
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescrití- 22
que lhe é devida .
vel a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
crático; XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
Insuscetíveis de nos termos do art. 84, XIX;
Inafiançáveis Imprescritíveis
Graça ou Anistia
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
Racismo Racismo ***** República: (...)
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estran-
Tortura ***** Tortura geira, autorizado pelo Congresso Nacional ou refe-
rendado por ele, quando ocorrida no intervalo das
Tráfico ***** Tráfico sessões legislativas, e, nas mesmas condições, de-
cretar, total ou parcialmente, a mobilização nacio-
Terrorismo ***** Terrorismo nal;

Crime Hediondo ***** Crime Hediondo b) de caráter perpétuo;


c) de trabalhos forçados;
Grupos Armados Grupos Armados *****
d) de banimento;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do con- e) cruéis;
denado, podendo a obrigação de reparar o dano XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimen-
e a decretação do perdimento de bens ser, nos tos distintos, de acordo com a natureza do delito,
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra a idade e o sexo do apenado;
eles executadas, até o limite do valor do patrimô-
nio transferido; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à inte-
gridade física e moral;
Inciso XLV  Princípio da Personalização da Pena: Esse L - às presidiárias serão asseguradas condições
princípio, também conhecido como princípio da pesso- para que possam permanecer com seus filhos du-
alidade da pena, tem total correção com o princípio da rante o período de amamentação;
responsabilidade pessoal, que proíbe a imposição de
pena por fato de outrem. Ninguém pode ser punido LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
por fato alheio. O filho não responde pelo delito do pai, naturalizado, em caso de crime comum, praticado
a esposa não responde pelo delito do marido e assim antes da naturalização, ou de comprovado envol-
21
por diante . vimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
adotará, entre outras, as seguintes: Extradição  É o ato pelo qual um Estado entrega um
indivíduo, acusado de um delito ou condenado como
a) privação ou restrição da liberdade;
criminoso, à justiça de outro Estado, que o reclama e
b) perda de bens; que é competente para julgá-lo e puni-lo. Cabe ao
Supremo Tribunal Federal processar e julgar ordinari-
c) multa; amente a extradição solicitada por Estado estrangeiro
d) prestação social alternativa; (artigo 102 I "g" da Constituição Federal).

e) suspensão ou interdição de direitos; Lei n.º 6.815 de 19 de agosto de 1980


Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o
Inciso XLVI  Princípio da Individualização da Pena: É o governo requerente se fundamentar em tratado, ou
princípio que garante que as penas dos infratores não quando prometer ao Brasil a reciprocidade.
sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes

21 22
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: Introdução e Princípios NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte
Fundamentais: Volume 1. 2ª Edição. São Paulo: Editora Geral e Parte Especial. 3ª Edição. São Paulo: Revista dos
Revista dos Tribunais, 2009. Tribunais, 2007.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 15
do-se, por consequência, a designação arbitrária, inclu-
Deportação  Fundamenta-se no fato de que o estran- 24
geiro entra ou permanece irregularmente no território sive, de promotores ad hoc ou por encomenda” .
nacional (problemas com o visto). A deportação não
decorre de prática de delito no território nacional, mas LIV - ninguém será privado da liberdade ou de
do não cumprimento dos requisitos legais para entrar seus bens sem o devido processo legal;
ou permanecer no Estado.
Lei n.º 6.815 de 19 de agosto de 1980 Inciso LIV  Princípio do Devido Processo Legal: Este
princípio garante a eficácia de um processo regular,
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de com regras para a prática dos atos judiciais e adminis-
estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do trativos, através de procedimentos justos e com segu-
território nacional no prazo fixado em Regulamento, rança nos trâmites legais do processo, proibindo deci-
será promovida sua deportação. sões voluntaristas e arbitrárias.

Expulsão  É um modo coativo de se retirar um estran-


LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi-
geiro do Estado onde ele, enquanto residindo, cometeu
nistrativo, e aos acusados em geral são assegura-
um crime (delito ou infração). Fundamenta-se na ne-
cessidade de defesa e conservação da ordem interna, dos o contraditório e ampla defesa, com os meios
ou na defesa das relações internacionais do Estado e recursos a ela inerentes;
interessado (estado que o está expulsando). É passível
de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, Inciso LV  Princípio do Contraditório: É o princípio
atenta contra a segurança nacional, a ordem política e que garante o direito que tem as partes de serem ouvi-
social, a tranquilidade, a moralidade pública e a eco- das nos autos, ou seja, é o exercício da dialética pro-
nomia popular. A expulsão (ou a sua revogação) é ato cessual, marcado pela bilateralidade da manifestação
exclusivo do Presidente da República. dos litigantes.
Lei n.º 6.815 de 19 de agosto de 1980
Inciso LV  Princípio da Ampla Defesa: Corresponde ao
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de direito da parte de se utilizar de todos os meios a seu
qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a dispor para alcançar seu direito, seja através de provas
ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade ou de recursos. Assim, o juiz não pode negar à parte o
pública e a economia popular, ou cujo procedimento o direito a apresentar determinada prova, exceto se ela
torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. for repetitiva, irrelevante ou for utilizada apenas para
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o atrasar o processo.
estrangeiro que: (...)
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas ob-
LII - não será concedida extradição de estrangeiro tidas por meios ilícitos;
por crime político ou de opinião;
Comentário  A prova ilícita por derivação é conhecida
Comentário  O Supremo Tribunal Federal tem a facul- como a "teoria dos frutos da árvore envenenada" (the
dade de não considerar crimes políticos os atentados fruit of poisonous tree), criada pela Suprema Corte
contra chefes de Estado (ou qualquer outra pessoa que norte-americana, onde o vício da planta se transmite a
exerça autoridade), assim como os atos de terrorismo, todos os seus frutos.
anarquismo, sabotagem, propaganda de guerra, ou
atos que tendam a subverter a ordem política e social. LVII - ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condena-
LIII - ninguém será processado nem sentenciado tória;
senão pela autoridade competente;

24
Inciso LIII  Princípio do Promotor Natural: Neste inci- Dessa forma já decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
so verifica-se - além do princípio do Juiz Natural consa- CONSTITUCIONAL - PROCESSUAL PENAL - MINISTÉRIO PÚ-
grado no inciso XXXVII - outro princípio doutrinário BLICO - PROMOTOR NATURAL - O promotor ou o procurador não
chamado de princípio do Promotor Natural, que de pode ser designado sem obediência ao critério legal, a fim de garan-
23
acordo com Pedro Lenza define que “o acusado tem o tir julgamento imparcial, isento. Veda-se, assim, designação de
direito e a garantia constitucional de somente ser pro- promotor ou procurador ad hoc, no sentido de fixar previa orientação,
cessado por um órgão independente do Estado, vedan- como seria odioso indicação singular de magistrado para processar e
julgar alguém. Importante, fundamental é prefixar o critério de desig-
nação. O réu tem direito público, subjetivo de conhecer o órgão do
23
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. Editora ministério público, como ocorre com o juízo natural. (RESP 11722/SP
Saraiva: São Paulo, 2011. - Relator Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro - 6ª Turma - 08/09/1992).

16 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela man-
Inciso LVII  Princípio do Estado de Inocência: Tam- tido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
bém conhecido como presunção de inocência ou prin-
com ou sem fiança;
cípio da não culpabilidade, é um princípio jurídico de
ordem constitucional, aplicado ao direito penal, que LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a
estabelece o estado de inocência como regra em rela- do responsável pelo inadimplemento voluntário e
ção ao acusado da prática de infração penal. Isso signi- inescusável de obrigação alimentícia e a do depo-
fica dizer que somente após um processo concluído sitário infiel26;
(aquele de cuja decisão condenatória não mais caiba
recurso), em que se demonstre a culpabilidade do réu, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus"27 sempre
é que o Estado poderá aplicar uma pena ou sanção ao que alguém sofrer ou se achar ameaçado de so-
indivíduo condenado. frer violência ou coação em sua liberdade de lo-
comoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LVIII - o civilmente identificado não será submeti-
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
do a identificação criminal, salvo nas hipóteses
proteger direito líquido e certo, não amparado
previstas em lei;
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
LIX - será admitida ação privada nos crimes de responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
ação pública, se esta não for intentada no prazo for autoridade pública ou agente de pessoa jurídi-
legal25; ca no exercício de atribuições do Poder Público;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
atos processuais quando a defesa da intimidade impetrado por:
ou o interesse social o exigirem;
a) partido político com representação no Con-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante deli- gresso Nacional;
to ou por ordem escrita e fundamentada de auto-
b) organização sindical, entidade de classe ou
ridade judiciária competente, salvo nos casos de
associação legalmente constituída e em funcio-
transgressão militar ou crime propriamente mili-
namento há pelo menos um ano, em defesa dos
tar, definidos em lei;
interesses de seus membros ou associados;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
se encontre serão comunicados imediatamente
pre que a falta de norma regulamentadora torne
ao juiz competente e à família do preso ou à pes-
inviável o exercício dos direitos e liberdades cons-
soa por ele indicada;
titucionais e das prerrogativas inerentes à nacio-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, nalidade, à soberania e à cidadania;
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
LXXII - conceder-se-á "habeas-data"28:
assegurada a assistência da família e de advoga-
do; a) para assegurar o conhecimento de informa-
ções relativas à pessoa do impetrante, constan-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos res-
tes de registros ou bancos de dados de entida-
ponsáveis por sua prisão ou por seu interrogató-
des governamentais ou de caráter público;
rio policial;
b) para a retificação de dados, quando não se
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
pela autoridade judiciária;
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo
25
Comentário  Para o acusado preso, o prazo para o Ministério ao patrimônio público ou de entidade de que o
Público intentar a ação penal é de 5 dias. Já para o acusado em Estado participe, à moralidade administrativa, ao
liberdade o prazo é de 15 dias meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultu-
Código de Processo Penal ral, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu
preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministé-
26
rio Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o Súmula Vinculante do STF n.º 25  É ilícita a prisão civil de
réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolu- depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
27
ção do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo Habeas Corpus  Do latim “que tenhas o corpo”.
28
da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente Habeas Data  Do latim “que tenhas os dados”. Relativo a infor-
os autos. mações.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 17
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbên- do adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional
cia; n.º 45 de 2004)
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica inte-
gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência 1. Liberdade de Locomoção
29
de recursos; LXVIII 2. Efeito inter partes
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro 3. Independe de Advogado
judiciário, assim como o que ficar preso além do Hábeas 4. Gratuito
tempo fixado na sentença; Corpus
5. Regulamentação - Artigos 647 a 667
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente do Código de Processo Penal
pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento; 1. Direito líquido e certo não amparado
por Habeas Corpus ou Habeas Data
b) a certidão de óbito; LXIX 30
2. Efeito inter partes ou erga omnes
Lei n.º 6.015 de 31 de dezembro de 1973 3. Depende de Advogado
Mandado de
Art. 30. Das pessoas reconhecidamente pobres não 4. Oneroso
Segurança
serão cobrados emolumentos pelo registro civil de 5. Regulamentação - Lei n.º 12.016 de 7
nascimento e pelo assento de óbito e respectivas de agosto de 2009
certidões.
§ 1º O estado de pobreza será comprovado por 1. Regulamentação de direitos e garan-
declaração do próprio interessado ou a rogo, em se tias constitucionais
tratando de analfabeto, neste caso acompanhada LXXI
2. Efeito inter partes
da assinatura de duas testemunhas.
3. Depende de Advogado
§ 2º A falsidade da declaração ensejará a respon- Mandado de
4. Oneroso
sabilidade civil e penal do interessado. Injunção
5. Regulamentação - Artigo 24 § único
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas- da Lei n.º 8.038 de 28 de maio de 1990
corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania. 1. Acesso ou alteração de informações
da pessoa do impetrante
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administra-
tivo, são assegurados a razoável duração do pro- LXXII 2. Efeito inter partes
cesso e os meios que garantam a celeridade de 3. Depende de Advogado
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constituci-
Hábeas Data 4. Gratuito
onal n.º 45 de 2004)
5. Regulamentação - Lei n.º 9.507 de 12
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias de novembro de 1997
fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Consti- 1. Anulação de atos lesivos (lista com-
tuição não excluem outros decorrentes do regime e pleta na Constituição Federal)
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados LXXIII
2. Efeito erga omnes
internacionais em que a República Federativa do
3. Depende de Advogado
Brasil seja parte.
Ação Popu-
4. Gratuito (boa-fé)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais so- lar
bre direitos humanos que forem aprovados, em 5. Regulamentação - Lei n.º 4.717 de 29
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, de junho de 1965
por três quintos dos votos dos respectivos mem-
bros, serão equivalentes às emendas constitucio-
nais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45
de 2004)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal 29
Inter Partes  Facit jus inter partes. Faz direito entre as partes.
Penal Internacional a cuja criação tenha manifesta- 30
Erga Omnes  Para com todos. O que é válido contra todos. Diz-
se de ato, lei ou dispositivo que obriga a todos.

18 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Capítulo II - Dos Direitos Sociais VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto
em convenção ou acordo coletivo;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o VII - garantia de salário, nunca inferior ao míni-
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção mo, para os que percebem remuneração variável;
à maternidade e à infância, a assistência aos de-
VIII - décimo terceiro salário com base na remu-
samparados, na forma desta Constituição. (Reda-
neração integral ou no valor da aposentadoria;
ção dada pela Emenda n.º 90 de 2015)
IX - remuneração do trabalho noturno superior à
⓫  Educação + Saúde + Alimentação + Trabalho + Mo- do diurno;
radia + Transporte + Lazer + Segurança + Previdência X - proteção do salário na forma da lei, consti-
Social + Proteção à maternidade e à infância + Assistência
tuindo crime sua retenção dolosa;
aos desamparados.
XI - participação nos lucros, ou resultados, des-
Comentário  A EC n.º 26/2000 incluiu a moradia, a EC n.º vinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
64/2010 incluiu a alimentação e a EC n.º 90/2015 incluiu participação na gestão da empresa, conforme de-
o transporte. finido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente
(FCC/2012 - Analista Judiciário em Informática do TRF
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
2ª Região) A Constituição Federal brasileira de 1988
não previa, expressa e originariamente, dentre os di- (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 20
reitos sociais, de 1998)
a) A educação. XIII - duração do trabalho normal não superior a
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
b) A alimentação.
facultada a compensação de horários e a redução
c) A saúde. da jornada, mediante acordo ou convenção cole-
d) O trabalho. tiva de trabalho;
e) O lazer. XIV - jornada de seis horas para o trabalho reali-
zado em turnos ininterruptos de revezamento,
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e salvo negociação coletiva;
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua XV - repouso semanal remunerado, preferencial-
condição social: mente aos domingos;
I - relação de emprego protegida contra despedi- XVI - remuneração do serviço extraordinário su-
da arbitrária ou sem justa causa, nos termos de perior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
lei complementar, que preverá indenização com- normal;
pensatória, dentre outros direitos;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pe-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego lo menos, um terço a mais do que o salário nor-
involuntário; mal;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do empre-
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente go e do salário, com a duração de cento e vinte
unificado, capaz de atender a suas necessidades dias;
vitais básicas e às de sua família com moradia, XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, lei;
higiene, transporte e previdência social, com rea-
justes periódicos que lhe preservem o poder XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para mediante incentivos específicos, nos termos da
qualquer fim31; lei;

V - piso salarial proporcional à extensão e à com- XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de ser-
plexidade do trabalho; viço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho,
31
Súmula Vinculante do STF n.º 16  Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º
por meio de normas de saúde, higiene e seguran-
(redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da
ça;
remuneração percebida pelo servidor público.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 19
XXIII - adicional de remuneração para as ativida- social. (Redação dada pela Emenda Constitucional
des penosas, insalubres ou perigosas, na forma da n.º 72 de 2013)
lei;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
XXIV - aposentadoria; unificado, capaz de atender a suas necessidades
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependen- vitais básicas e às de sua família com moradia,
tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida- alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
de em creches e pré-escolas; (Redação dada pela higiene, transporte e previdência social, com rea-
Emenda Constitucional n.º 53 de 2006) justes periódicos que lhe preservem o poder aquisi-
tivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos fim;
coletivos de trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
XXVII - proteção em face da automação, na forma convenção ou acordo coletivo;
da lei;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a para os que percebem remuneração variável;
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
ou culpa; ração integral ou no valor da aposentadoria;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
relações de trabalho, com prazo prescricional de crime sua retenção dolosa;
cinco anos para os trabalhadores urbanos e ru- XIII - duração do trabalho normal não superior a
rais, até o limite de dois anos após a extinção do oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
contrato de trabalho; (Redação dada pela Emen- facultada a compensação de horários e a redução
da Constitucional n.º 28 de 2000) da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
XXX - proibição de diferença de salários, de exer- de trabalho;
cício de funções e de critério de admissão por XV - repouso semanal remunerado, preferencial-
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; mente aos domingos;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no to- XVI - remuneração do serviço extraordinário supe-
cante a salário e critérios de admissão do traba- rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do nor-
lhador portador de deficiência; mal;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho ma- XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
nual, técnico e intelectual ou entre os profissio- menos, um terço a mais do que o salário normal;
nais respectivos;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 20 XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
de 1998) sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
com vínculo empregatício permanente e o traba- meio de normas de saúde, higiene e segurança;
lhador avulso.
XXIV - aposentadoria;
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, coletivos de trabalho;
XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, XXX - proibição de diferença de salários, de exercí-
atendidas as condições estabelecidas em lei e ob- cio de funções e de critério de admissão por motivo
servada a simplificação do cumprimento das obri- de sexo, idade, cor ou estado civil;
gações tributárias, principais e acessórias, decor-
XXXI - proibição de qualquer discriminação no to-
rentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
cante a salário e critérios de admissão do trabalha-
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
dor portador de deficiência;
XXVIII, bem como a sua integração à previdência
20 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou ❾ (XXXIV) Igualdade de direitos entre o trabalhador
insalubre a menores de dezoito e de qualquer tra- com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
balho a menores de dezesseis anos, salvo na condi- avulso. (bem óbvio)
ção de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
I - relação de emprego protegida contra despedida observado o seguinte:
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensa- I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
tória, dentre outros direitos; para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Pú-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego blico a interferência e a intervenção na organiza-
involuntário; ção sindical;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; II - é vedada a criação de mais de uma organiza-
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do ção sindical, em qualquer grau, representativa de
diurno; categoria profissional ou econômica, na mesma
base territorial, que será definida pelos trabalha-
XII - salário-família pago em razão do dependente dores ou empregadores interessados, não po-
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; dendo ser inferior à área de um Município;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte-
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em resses coletivos ou individuais da categoria, inclu-
creches e pré-escolas; sive em questões judiciais ou administrativas;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a car- IV - a assembleia geral fixará a contribuição que,
go do empregador, sem excluir a indenização a que em se tratando de categoria profissional, será
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou descontada em folha32, para custeio do sistema
culpa; confederativo da representação sindical respecti-
va, independentemente da contribuição prevista
Direitos Negados ao Trabalhador Doméstico em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-
❶ (V) Piso salarial proporcional à extensão e à com- se filiado a sindicato;
plexidade do trabalho.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
❷ (XI) Participação nos lucros, ou resultados, desvin-
negociações coletivas de trabalho;
culada da remuneração, e, excepcionalmente, partici-
pação na gestão da empresa, conforme definido em lei. VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
(bem óbvio) votado nas organizações sindicais;
❸ (XIV) Jornada de seis horas para o trabalho realiza- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali-
do em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
zado a partir do registro da candidatura a cargo
negociação coletiva.
de direção ou representação sindical e, se eleito,
❹ (XX) Proteção do mercado de trabalho da mulher, ainda que suplente, até um ano após o final do
mediante incentivos específicos, nos termos da lei. mandato, salvo se cometer falta grave nos termos
(bem óbvio) da lei.
❺ (XXIII) Adicional de remuneração para as atividades
Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.
cam-se à organização de sindicatos rurais e de co-
❻ (XXVII) Proteção em face da automação, na forma lônias de pescadores, atendidas as condições que a
da lei. (bem óbvio) lei estabelecer.
❼ (XXIX) Ação, quanto aos créditos resultantes das Art. 9º É assegurado o direito de greve, competin-
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
do aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
trabalho. meio dele defender.

❽ (XXXII) Proibição de distinção entre trabalho ma-


nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais 32
Súmula Vinculante do STF n.º 40  A contribuição confederativa
respectivos. (bem óbvio) de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos
filiados ao sindicato respectivo.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 21
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenci- § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre
ais e disporá sobre o atendimento das necessida- brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
des inadiáveis da comunidade. previstos nesta Constituição.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
às penas da lei.
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalha-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
dores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou III - de Presidente do Senado Federal;
previdenciários sejam objeto de discussão e delibe- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
ração.
V - da carreira diplomática;
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos em-
pregados, é assegurada a eleição de um represen- VI - de oficial das Forças Armadas.
tante destes com a finalidade exclusiva de promo- VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pe-
ver-lhes o entendimento direto com os emprega- la Emenda Constitucional n.º 23 de 1999)
dores.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do
Capítulo III - Da Nacionalidade brasileiro que:
Art. 12. São brasileiros: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
I - natos: judicial, em virtude de atividade nociva ao inte-
resse nacional;
a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
não estejam a serviço de seu país; (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão n.º 3 de 1994)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles es- a) de reconhecimento de nacionalidade originá-
teja a serviço da República Federativa do Brasil; ria pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão n.º 3 de 1994)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro
ou de mãe brasileira, desde que sejam registra- b) de imposição de naturalização, pela norma
dos em repartição brasileira competente ou ve- estrangeira, ao brasileiro residente em estado
nham a residir na República Federativa do Brasil estrangeiro, como condição para permanência
e optem, em qualquer tempo, depois de atingi- em seu território ou para o exercício de direitos
da a maioridade, pela nacionalidade brasileira; civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º Revisão n.º 3 de 1994)
54 de 2007) Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
II - naturalizados: República Federativa do Brasil.

a) os que, na forma da lei, adquiram a naciona- § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil
lidade brasileira, exigidas aos originários de paí- a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
ses de língua portuguesa apenas residência por § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
um ano ininterrupto e idoneidade moral; poderão ter símbolos próprios.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, Capítulo IV - Dos Direitos Políticos
residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem con- Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
denação penal, desde que requeiram a naciona- sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
lidade brasileira. (Redação dada pela Emenda valor igual para todos, e, nos termos da lei, medi-
Constitucional de Revisão n.º 3 de 1994) ante:

§ 1º Aos portugueses com residência permanente I - plebiscito;


no País, se houver reciprocidade em favor de brasi- II - referendo;
leiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
III - iniciativa popular.
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constitui-
ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão n.º 3 de 1994)

22 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Comentário  O sufrágio universal, em oposição ao (FCC/2012 - Analista de Controle Externo do TCE/AP)
sufrágio restrito, consiste na extensão do sufrágio, ou o O mecanismo de participação popular que possibilita
direito de voto, a todos os indivíduos considerados uma consulta prévia da opinião pública sobre questão
intelectualmente maduros (em geral os adultos). No política ou institucional a ser resolvida antes da elabo-
Brasil, os adolescentes acima de 16 anos têm direito ao ração de legislação a seu respeito é:
voto, sem distinção de etnia, sexo, crença ou classe
a) O recall.
social. Até o século XIX, o termo sufrágio universal
compreendia-se apenas o voto de homens adultos. b) A iniciativa popular.
Entretanto, a partir do início do século XX, com o mo-
c) O abaixo-assinado.
vimento das sufragistas, o direito ao voto foi estendido
33
às mulheres na maioria dos países democráticos . d) O plebiscito.
e) O referendo.
Características do Voto
(Doutrinador - Alexandre de Moraes) § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
 Personalidade (intuiti persona) I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
 Obrigatoriedade II - facultativos para:
 Liberdade (Voto Direto) a) os analfabetos;
 Periodicidade
b) os maiores de setenta anos;
 Sigilosidade
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
 Igualdade (Universal) anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os es-
Lei n.º 9.709 de 18 de novembro de 1998 trangeiros e, durante o período do serviço militar
Regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do obrigatório, os conscritos.
art. 14 da Constituição Federal.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da
Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formu- lei:
ladas ao povo para que delibere sobre matéria de
I - a nacionalidade brasileira;
acentuada relevância, de natureza constitucional,
legislativa ou administrativa. Art. 12. (...)
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a § 1º Aos portugueses com residência permanente
ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, no País, se houver reciprocidade em favor de brasi-
pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido leiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra-
submetido. sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao
povo a respectiva ratificação ou rejeição. (...) I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresenta- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
ção de projeto de lei à Câmara dos Deputados, III - de Presidente do Senado Federal; (...)
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitora-
do nacional, distribuído pelo menos por cinco Esta- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
dos, com não menos de três décimos por cento dos III - o alistamento eleitoral;
eleitores de cada um deles.
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 1º O projeto de lei de iniciativa popular deverá
circunscrever-se a um só assunto. V - a filiação partidária;

§ 2º O projeto de lei de iniciativa popular não pode- VI - a idade mínima de34:


rá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à Câ-
mara dos Deputados, por seu órgão competente, 34
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
providenciar a correção de eventuais improprieda- Art. 11. § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida co-
des de técnica legislativa ou de redação. mo condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a
data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese
33
Fonte  https://pt.wikipedia.org/wiki/sufragio_universal em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 23
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; Acórdão do TSE n.º 24.564/2004  Os sujeitos de uma
relação estável homossexual, à semelhança do que
b) trinta anos para Governador e Vice- ocorre com os de relação estável, de concubinato e de
Governador de Estado e do Distrito Federal; casamento, submetem-se à regra de inelegibilidade
prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Comentário  Caso deseje aprender sobre contagem
Prefeito e juiz de paz; de grau de parentesco clique aqui e assista ao vídeo
d) dezoito anos para Vereador. explicativo da prof. Thais Nunes no Youtube.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.


§ § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
§ 5º O Presidente da República, os Governadores seguintes condições37:
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
I - se contar menos de dez anos de serviço, deve-
quem os houver sucedido, ou substituído no curso
rá afastar-se da atividade;
dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente. (Redação dada pela Emenda II - se contar mais de dez anos de serviço, será
Constitucional n.º 16 de 1997) agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação,
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presiden-
para a inatividade.
te da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do plei-
to.

Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990 37


ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR.
Art. 1º (...) § 2º O vice-presidente, o vice- COM MENOS DE 10 (DEZ) ANOS DE SERVIÇO EFETIVO. LICEN-
governador e o vice-prefeito poderão candidatar-se ÇA PARA CONCORRER A CARGO ELETIVO. MANUTENÇÃO DA
a outros cargos, preservando os seus mandatos REMUNERAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 8º, INCISO I,
respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DESLIGAMENTO DEFINITIVO DA
anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou subs- CORPORAÇÃO. NECESSIDADE. PRECEDENTES DO SUPREMO

tituído o titular. TRIBUNAL FEDERAL E DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL.


APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS. 1.
§ 7º São inelegíveis35, no território de jurisdição do O Pleno do Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o art. 14, § 8.º,
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou incisos I e II, firmou o entendimento de que a Carta da República
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presi- autorizou tratamento diferenciado aos servidores militares, que
dente da República, de Governador de Estado ou intentem candidatar-se a cargo eletivo, lastreado no tempo de servi-
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de ço, estabelecendo o seguinte discrímen: (a) se contarem com mais

quem os haja substituído dentro dos seis meses de 10 (dez) anos de efetivo exercício na corporação, serão "agrega-

anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato dos", mantendo a remuneração, e, se eleitos, no ato da diplomação,

eletivo e candidato à reeleição36. deverão passar para a inatividade; (b) se ainda não tiverem alcança-
do o interstício de um decênio, deverão ser definitivamente afastados
do serviço ativo. 2. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, na
35
❶ Inelegibilidade Absoluta  Proíbe a candidatura às eleições esteira da do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que
em geral. São os inalistáveis e os analfabetos. o afastamento do militar, que contava com menos de 10 (dez)
❷ Inelegibilidade Relativa  Impossibilita a postulação a deter- anos de atividade, para candidatar-se a cargo eletivo é definitiva
minado mandato eletivo. São os demais casos listados na Consti- e deve se dar por demissão ou licenciamento ex officio, sendo
tuição Federal de 1988 e na Lei Complementar n.º 64 de 18 de exigível após o deferimento do registro da candidatura. 3. Nos
maio de 1990. termos do art. 14, § 8.º, inciso II, da Carta Magna, apenas o militar
❸ Inelegibilidade Reflexa  Refere-se à inelegibilidade do cônju- que conte com mais de 10 (dez) anos de serviço tem direito à
ge ou companheiro(a) e dos parentes consanguíneos ou afins, até licença remunerada para concorrer a cargo eletivo. Precedentes
o segundo grau ou por adoção, dos chefes do Poder Executivo do STF e do STJ. 4. No caso, tratando-se de militar com menos de
Federal, Estadual e Municipal ou de quem os tenha sucedido ou 10 (dez) anos na corporação, inexiste direito líquido e certo a ser
substituído dentro dos seis meses anteriores à eleição, prevista no amparado na via mandamental no sentido de ser remunerado no
artigo 14 § 7º da Constituição Federal de 1988. período em que foi licenciado a concorrer a cargo eletivo. 5. Recurso
36
Súmula Vinculante do STF n.º 18  A dissolução da sociedade ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido. (STJ -
ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibi- RMS: 30041 - MT 2009/0142595-9 - Relator: Ministra Laurita Vaz -
lidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Julgamento: 13/12/2011) (Grifamos)

24 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos quanto durarem seus efeitos.
de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
 Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §
fim de proteger a probidade administrativa, a mo- 38
4º .
ralidade para exercício de mandato considerada
vida pregressa do candidato, e a normalidade e  Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
39
legitimidade das eleições contra a influência do prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII ;
poder econômico ou o abuso do exercício de fun-
ção, cargo ou emprego na administração direta ou ❹ Sem eficácia desde 16 de março de 2016  Desde a
vigência da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
indireta.
Deficiência, houve uma alteração no artigo 3º do Códi-
go Civil Brasileiro, não existindo mais a possibilidade de
Lei das Inelegibilidades  Lei Complementar n.º 64 de interdição por incapacidade civil absoluta. O absolu-
18 de maio de 1990 tamente incapaz é somente aquele que tem menos de
16 anos. Portanto, o inciso II do artigo 15 da Constitui-
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ção Federal perdeu a eficácia.
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entra-
provas de abuso do poder econômico, corrupção rá em vigor na data de sua publicação, não se apli-
ou fraude. cando à eleição que ocorra até um ano da data de
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará sua vigência40. (Redação dada pela Emenda Consti-
em segredo de justiça, respondendo o autor, na tucional n.º 4 de 1993)
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Capítulo V - Dos Partidos Políticos
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: extinção de partidos políticos, resguardados a so-
I - cancelamento da naturalização por sentença berania nacional, o regime democrático, o pluri-
transitada em julgado; partidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, 38
Constituição Federal de 1988
enquanto durarem seus efeitos; Art. 37. § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e

VIII; gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.


(Grifamos)
V - improbidade administrativa, nos termos do 39
Código de Processo Penal
art. 37, § 4º. Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religio-
sa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço al-
❶ Cassação dos Direitos Políticos  Vigorou no Brasil ternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, en-
durante o regime militar e foi proibida expressamente quanto não prestar o serviço imposto. (...) (Grifamos)
com a Constituição Federal de 1988. Significava o can- Lei n.º 8.239 de 4 de outubro de 1991
celamento do título de eleitor por ordem de autorida- Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no § 2º do art. 3º
des do poder executivo, sem motivação legal, sem desta lei, será conferido Certificado de Prestação Alternativa ao
processo judicial e sem direito de defesa. Serviço Militar Obrigatório, com os mesmos efeitos jurídicos do
Certificado de Reservista.
❷ Perda dos Direitos Políticos  Significa o cancela- § 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo,
mento definitivo do título de eleitor. sob qualquer pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do
 Cancelamento da naturalização por sentença transi- convocado, implicará o não-fornecimento do certificado correspon-
tada em julgado. dente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período es-
tabelecido.

❸ Suspensão dos Direitos Políticos  Significa que o § 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só

título de eleitor tem validade, mas o cidadão não pode- será emitido após a decretação, pela autoridade competente, da
rá utilizá-lo - por um tempo determinado - para votar, suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a
ser votado, participar de plebiscito, de referendo e de qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento
iniciativa popular. das obrigações devidas. (Grifamos)
40
Acórdão do STF de 22/03/2006 na ADIn n.º 3.685  Aplicação
 Condenação criminal transitada em julgado, en-
deste dispositivo também para emenda constitucional.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 25
I - caráter nacional; II - a investidura em cargo ou emprego público
depende de aprovação prévia em concurso públi-
II - proibição de recebimento de recursos finan-
co de provas ou de provas e títulos41, de acordo
ceiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
com a natureza e a complexidade do cargo ou
subordinação a estes;
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; nomeações para cargo em comissão declarado
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a em lei de livre nomeação e exoneração42; (Reda-
lei. ção dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de
1998)
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
para definir sua estrutura interna, organização e III - o prazo de validade do concurso público será
funcionamento e para adotar os critérios de esco- de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
lha e o regime de suas coligações eleitorais, sem período;
obrigatoriedade de vinculação entre as candidatu- IV - durante o prazo improrrogável previsto no
ras em âmbito nacional, estadual, distrital ou mu- edital de convocação, aquele aprovado em con-
nicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas curso público de provas ou de provas e títulos se-
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada rá convocado com prioridade sobre novos con-
pela Emenda Constitucional n.º 52 de 2006) cursados para assumir cargo ou emprego, na car-
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem perso- reira;
nalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Comentário  O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deci-
diu, em 2008, que o candidato aprovado em concurso
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do público dentro do número de vagas previsto no edital
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à tele- tem o direito subjetivo à nomeação. Em 2011 foi a vez
visão, na forma da lei. do Supremo Tribunal Federal (STF) pacificar o mesmo
43
entendimento jurisprudencial .
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos
de organização paramilitar.
41
Súmula Vinculante do STF n.º 44  Só por lei se pode sujeitar a
(...) exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
42
Súmula Vinculante do STF n.º 43  É inconstitucional toda moda-
Título III - Da Organização do Estado
lidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
Capítulo VII - Da Administração Pública aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Seção I - Disposições Gerais
43
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATI-
Art. 37. A administração pública direta e indireta VO. CONCURSO PÚBLICO. DIREITO À NOMEAÇÃO. DUAS
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do RECORRENTES. CANDIDATA APROVADA ENTRE AS VAGAS
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos PREVISTAS NO EDITAL TEM DIREITO LÍQUIDO E CERTO À
princípios de legalidade, impessoalidade, morali- NOMEAÇÃO. RECORRENTE APROVADA NAS VAGAS REMA-
dade, publicidade e eficiência e, também, ao se- NESCENTES. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. RECURSO
guinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A aprovação do candidato no limite
n.º 19 de 1998) do número de vagas definido no Edital do concurso gera em seu
favor o direito subjetivo à nomeação para o cargo. Entretanto, se

Comentário  Sobre os Princípios Básicos da Adminis- aprovado nas vagas remanescentes, além daqueles previstas para o
tração Pública, estude mais no anexo I que consta na cargo, gera-se, apenas, mera expectativa de direito. 2. As disposi-
página 59. ções contidas no Edital vinculam as atividades da Administração, que
está obrigada a prover os aprovados no limite das vagas previstas. A

I - os cargos, empregos e funções públicas são discricionariedade na nomeação de candidatos só incide em relação
aos classificados nas vagas remanescentes. 3. Não é lícito à Admi-
acessíveis aos brasileiros que preencham os re-
nistração, no prazo de validade do concurso público, simplesmente
quisitos estabelecidos em lei, assim como aos es-
omitir-se na prática dos atos de nomeação dos aprovados no limite
trangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela
das vagas ofertadas, em respeito aos investimentos realizados pelos
Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
concursantes, em termos financeiros, de tempo e emocionais, bem
com às suas legítimas expectativas quanto à assunção do cargo
Comentário  Sobre os Agentes Públicos (cargo, em- público. Precedentes: RMS 15.034/RS e RMS 10.817/MG. 4. No
prego e função pública), estude mais no anexo II que
caso, uma recorrente foi aprovada dentro do número de vagas dis-
consta na página 61.
posto no Edital e detém direito subjetivo ao provimento no cargo; a
outra candidata foi aprovada nas vagas remanescentes e não com-

26 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
V - as funções de confiança, exercidas exclusiva-
provou a violação da ordem de convocação dos classificados ou a mente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
contratação irregular de servidores, detendo, tão somente, mera e os cargos em comissão, a serem preenchidos
expectativa de direito à nomeação. 5. Recurso Ordinário parcialmen- por servidores de carreira nos casos, condições e
te provido, para determinar a nomeação, exclusivamente, da candi-
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
data aprovada dentro do número de vagas previstas no Edital. (Su-
se apenas às atribuições de direção, chefia e as-
perior Tribunal de Justiça - STJ - RMS 25.957/MS - Relator Ministro
sessoramento; (Redação dada pela Emenda Cons-
Napoleão Nunes Maia Filho - Julgado em 29/05/2008) (Grifamos)
titucional n.º 19 de 1998)
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CON-
CURSO PÚBLICO. PREVISÃO DE VAGAS EM EDITAL. DIREITO VI - é garantido ao servidor público civil o direito
À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS APROVADOS. I. DIREITO À à livre associação sindical;
NOMEAÇÃO. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO
VII - o direito de greve será exercido nos termos e
DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. Dentro do prazo de validade
nos limites definidos em lei específica; (Redação
do concurso, a Administração poderá escolher o momento no qual se
dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nome-
ação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do
concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder Comentário  O STF já definiu em inúmeras jurispru-
público. Uma vez publicado o edital do concurso com número especí-
dências que o direito de greve é uma norma constituci-
onal de eficácia limitada. Porém, há um entendimento
fico de vagas, o ato da Administração que declara os candidatos
do sobre o assunto desde 2009, como pode ser verifi-
aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria 44
cado na nota de rodapé .
Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo
candidato aprovado dentro desse número de vagas. II. ADMINIS-
TRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extrema-
BOA FÉ. PROTEÇÃO À CONFIANÇA. O dever de boa-fé da Admi- mente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
nistração Pública exige o respeito incondicional às regras do edital, mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;
inclusive quanto à previsão das vagas do concurso público. Isso d) Necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumpri-
igualmente decorre de um necessário e incondicional respeito à mento do dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de
segurança jurídica como princípio do Estado de Direito. Tem-se, forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando
aqui, o princípio da segurança jurídica como princípio de proteção à absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar
confiança. Quando a Administração torna público um edital de con- com a situação excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa
curso, convocando todos os cidadãos a participarem de seleção para de nomear candidato aprovado dentro do número de vagas deve ser
o preenchimento de determinadas vagas no serviço público, ela devidamente motivada e, dessa forma, passível de controle pelo
impreterivelmente gera uma expectativa quanto ao seu comporta- Poder Judiciário. IV. FORÇA NORMATIVA DO PRINCÍPIO DO
mento segundo as regras previstas nesse edital. Aqueles cidadãos CONCURSO PÚBLICO. Esse entendimento, na medida em que
que decidem se inscrever e participar do certame público depositam atesta a existência de um direito subjetivo à nomeação, reconhece e
sua confiança no Estado administrador, que deve atuar de forma preserva da melhor forma a força normativa do princípio do concurso
responsável quanto às normas do edital e observar o princípio da público, que vincula diretamente a Administração. É preciso reco-
segurança jurídica como guia de comportamento. Isso quer dizer, em nhecer que a efetividade da exigência constitucional do concurso
outros termos, que o comportamento da Administração Pública no público, como uma incomensurável conquista da cidadania no Brasil,
decorrer do concurso público deve se pautar pela boa-fé, tanto no permanece condicionada à observância, pelo Poder Público, de
sentido objetivo quanto no aspecto subjetivo de respeito à confiança normas de organização e procedimento e, principalmente, de garan-
nela depositada por todos os cidadãos. III. SITUAÇÕES EXCEPCI- tias fundamentais que possibilitem o seu pleno exercício pelos cida-
ONAIS. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO. CONTROLE PELO dãos. O reconhecimento de um direito subjetivo à nomeação deve
PODER JUDICIÁRIO. Quando se afirma que a Administração Públi- passar a impor limites) à atuação da Administração Pública e dela
ca tem a obrigação de nomear os aprovados dentro do número de exigir o estrito cumprimento das normas que regem os certames,
vagas previsto no edital, deve-se levar em consideração a possibili- com especial observância dos deveres de boa-fé e incondicional
dade de situações excepcionalíssimas que justifiquem soluções respeito à confiança dos cidadãos. O princípio constitucional do
diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse concurso público é fortalecido quando o Poder Público assegura e
público. Não se pode ignorar que determinadas situações excepcio- observa as garantias fundamentais que viabilizam a efetividade
nais podem exigir a recusa da Administração Pública de nomear desse princípio. Ao lado das garantias de publicidade, isonomia,
novos servidores. Para justificar o excepcionalíssimo não cumpri- transparência, impessoalidade, entre outras, o direito à nomeação
mento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é representa também uma garantia fundamental da plena efetividade
necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes do princípio do concurso público. V. NEGADO PROVIMENTO AO
características: a) Superveniência: os eventuais fatos ensejadores RECURSO EXTRAORDINÁRIO. (Supremo Tribunal Federal - STF -
de uma situação excepcional devem ser necessariamente posterio- 598099 - MS - Relator Ministro Gilmar Mendes - Julgamento em
res à publicação do edital do certame público; b) Imprevisibilidade: 10/08/2011) (Grifamos)
44
a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, RECLAMAÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. POLICIAIS CIVIS. DIS-
imprevisíveis à época da publicação do edital; c) Gravidade: os SÍDIO COLETIVO DE GREVE. SERVIÇOS OU ATIVIDADES PÚ-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 27
Art. 142. (...)
BLICAS ESSENCIAIS. COMPETÊNCIA PARA CONHECER E
JULGAR O DISSÍDIO. ARTIGO 114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO § 3º (...) IV - ao militar são proibidas a sindicalização
DO BRASIL. DIREITO DE GREVE. ARTIGO 37, INCISO VII, DA e a greve;
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEI n.º 7.783/89. INAPLICABILIDA-
DE AOS SERVIDORES PÚBLICOS. DIREITO NÃO ABSOLUTO. VIII - a lei reservará percentual dos cargos e em-
RELATIVIZAÇÃO DO DIREITO DE GREVE EM RAZÃO DA ÍNDO- pregos públicos para as pessoas portadoras de
LE DE DETERMINADAS ATIVIDADES PÚBLICAS. AMPLITUDE deficiência e definirá os critérios de sua admis-
DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DO MANDADO DE são;
INJUNÇÃO n.º 712. ART. 142, § 3º, INCISO IV, DA CONSTITUI-
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
ÇÃO DO BRASIL. INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO.
tempo determinado para atender a necessidade
AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395. RECLAMAÇÃO. SERVI-
temporária de excepcional interesse público;
DOR PÚBLICO. POLICIAIS CIVIS. DISSÍDIO COLETIVO DE GRE-
VE. SERVIÇOS OU ATIVIDADES PÚBLICAS ESSENCIAIS. COM- X - a remuneração dos servidores públicos e o
PETÊNCIA PARA CONHECER E JULGAR O DISSÍDIO. ARTIGO subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DIREITO DE poderão ser fixados ou alterados por lei específi-
GREVE. ARTIGO 37, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. ca, observada a iniciativa privativa em cada caso,
LEI n.º 7.783/89. INAPLICABILIDADE AOS SERVIDORES PÚBLI- assegurada revisão geral anual, sempre na mes-
COS. DIREITO NÃO ABSOLUTO. RELATIVIZAÇÃO DO DIREITO ma data e sem distinção de índices;
DE GREVE EM RAZÃO DA ÍNDOLE DE DETERMINADAS ATIVI-
DADES PÚBLICAS. AMPLITUDE DA DECISÃO PROFERIDA NO Art. 39. (...) § 4º O membro de Poder, o detentor de
JULGAMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO n.º 712. ART. 142, mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secre-
§ 3º, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INTERPRETA- tários Estaduais e Municipais serão remunerados
ÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI exclusivamente por subsídio fixado em parcela
3.395. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA única, vedado o acréscimo de qualquer gratifica-
DIRIMIR CONFLITOS ENTRE SERVIDORES PÚBLICOS E ENTES ção, adicional, abono, prêmio, verba de representa-
DA ADMINISTRAÇÃO ÀS QUAIS ESTÃO VINCULADOS. RECLA- ção ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
MAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O Supremo Tribunal Fede-
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
ral, ao julgar o MI n.º 712, afirmou entendimento no sentido de
que a Lei n.º 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
greve dos trabalhadores em geral, é ato normativo de início cargos, funções e empregos públicos da adminis-
inaplicável aos servidores públicos civis, mas ao Poder Judiciá- tração direta, autárquica e fundacional, dos
rio dar concreção ao artigo 37, inciso VII, da Constituição do membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Brasil, suprindo omissões do Poder Legislativo. 2. Servidores Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da detentores de mandato eletivo e dos demais
ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça - aí
agentes políticos e os proventos, pensões ou ou-
os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem
tra espécie remuneratória, percebidos cumulati-
atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária - e à saúde
vamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
pública. A conservação do bem comum exige que certas categorias
ou de qualquer outra natureza, não poderão ex-
de servidores públicos sejam privadas do exercício do direito de
ceder o subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
greve. Defesa dessa conservação e efetiva proteção de outros
direitos igualmente salvaguardados pela Constituição do Brasil. 3.
Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na Suma Teo- quais dependam a manutenção da ordem pública e a segurança
lógica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). Não há dúvida pública, a administração da Justiça - onde as carreiras de Esta-
quanto a serem, os servidores públicos, titulares do direito de greve. do, cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive
Porém, tal e qual é lícito matar a outrem em vista do bem comum, as de exação tributária - e a saúde pública não estão inseridos
não será ilícita a recusa do direito de greve a tais e quais servidores no elenco dos servidores alcançados por esse direito. Serviços
públicos em benefício do bem comum. Não há mesmo dúvida quanto públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades
a serem eles titulares do direito de greve. A Constituição é, contudo, desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse efeito,
uma totalidade. Não um conjunto de enunciados que se possa ler às dos militares, em relação aos quais a Constituição expres-
palavra por palavra, em experiência de leitura bem comportada ou samente proíbe a greve [art. 142, § 3º, IV]. 4. No julgamento da ADI
esteticamente ordenada. Dela são extraídos, pelo intérprete, sentidos 3.395, o Supremo Tribunal Federal, dando interpretação conforme ao
normativos, outras coisas que não somente textos. A força normativa artigo 114, inciso I, da Constituição do Brasil, na redação a ele confe-
da Constituição é desprendida da totalidade, totalidade normativa, rida pela EC 45/04, afastou a competência da Justiça do Trabalho
que a Constituição é. Os servidores públicos são, seguramente, para dirimir os conflitos decorrentes das relações travadas entre
titulares do direito de greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, que servidores públicos e entes da Administração à qual estão vincula-
entre os serviços públicos há alguns que a coesão social impõe dos. Pedido julgado procedente. (RCL 6568 - Relator(a): Min. Eros
sejam prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das Grau - Tribunal Pleno - Julgado em 21/05/2009) (Grifamos)

28 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
tros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legisla-
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefei- tivo e do Poder Judiciário não poderão ser supe-
to, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio riores aos pagos pelo Poder Executivo;
mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Dis-
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
tritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio
de remuneração de pessoal do serviço público;
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limi-
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 19
tado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
de 1998)
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbi-
Vinculação  “É a relação de comparação vertical,
to do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
diferente da equiparação, que é a relação horizontal.
membros do Ministério Público, aos Procuradores Vincula-se um cargo inferior, isto é, de menores atribui-
e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela ções e menor complexidade, com outro superior, para
Emenda Constitucional n.º 41 de 2003) efeito de retribuição, mantendo-se certa diferença de
vencimentos entre um e entre outro, de sorte que, au-
Definições sobre o Teto de Poder Executivo mentando-se os vencimentos de um, o outro também
fica automaticamente majorado, para guardar a mes-
1. Agentes do poder Executivo Federal  Não superior ma distância preestabelecida”.
ao subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su-
premo Tribunal Federal.
Equiparação  “É a comparação de cargos de denomi-
2. Agentes do poder Executivo Estadual ou do Distrito nação e atribuições diversas, considerando-os iguais
Federal  Não superior ao subsídio mensal, em espécie, para fins de se lhes conferirem os mesmos vencimen-
do Governador do Estado ou do Distrito Federal. 45
tos”.
3. Agentes do poder Executivo Municipal  Não supe-
rior ao subsídio mensal, em espécie, do Prefeito Muni- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
cipal. servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos
Definições sobre o Teto de Poder Legislativo ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitu-
1. Agentes do poder Legislativo Federal  Não superior cional n.º 19 de 1998)
ao subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su- XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes
premo Tribunal Federal. de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
2. Agentes do poder Legislativo Estadual ou do Distri- ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
to Federal  Não superior ao subsídio mensal, em es- artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
pécie, dos Deputados Estaduais ou Distritais. 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
3. Agentes do poder Legislativo Municipal  Não supe- n.º 19 de 1998)
rior ao subsídio mensal, em espécie, do Prefeito Muni-
cipal. ❶ Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remune-
ratório.
Definições sobre o Teto de Poder Judiciário ❷ Artigo 37 inciso XIV  Proíbe o cálculo de gratifica-
1. Agentes do poder Judiciário Federal  Subsídio não ções sobre benefícios já concedidos.
superior ao subsídio mensal, em espécie, dos Ministros ❸ Artigo 39 § 4º  Define o conceito e limita o valor
do Supremo Tribunal Federal. dos subsídios.
2. Agentes do poder Judiciário Estadual ou do Distrito ❹ Artigo 150 inciso II  Veda o tratamento desigual
Federal  Não superior ao subsídio mensal, em espécie, entre contribuintes por razão profissional.
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça.
❺ Artigo 153 inciso III e § 2º inciso I  Dispõe sobre a
3. Desembargadores do Tribunal de Justiça, membros cobrança do Imposto de Renda.
do Ministério Público Estadual, Procuradores Estadu-
ais e Defensores Públicos Estaduais  Subsídio não
superior a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal.
4. Ministros dos demais Tribunais Superiores (STJ -
TST - TSE - STM)  Subsídio não superior a 95% do
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal (artigo 93, inciso V da CF/88). 45
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positi-
vo. 15 ª Edição. Editora Malheiros: São Paulo, 1998. Pág. 659.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 29
XVI - é vedada a acumulação remunerada de car- condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
gos públicos, exceto, quando houver compatibili- o qual somente permitirá as exigências de qualifi-
dade de horários, observado em qualquer caso o cação técnica e econômica indispensáveis à ga-
disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda rantia do cumprimento das obrigações.
Constitucional n.º 19 de 1998)
XXII - as administrações tributárias da União, dos
a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ati-
Emenda Constitucional n.º 19 de 1998) vidades essenciais ao funcionamento do Estado,
exercidas por servidores de carreiras específicas,
b) a de um cargo de professor com outro técni-
terão recursos prioritários para a realização de
co ou científico; (Redação dada pela Emenda
suas atividades e atuarão de forma integrada, in-
Constitucional n.º 19 de 1998)
clusive com o compartilhamento de cadastros e
c) a de dois cargos ou empregos privativos de de informações fiscais, na forma da lei ou convê-
profissionais de saúde, com profissões regula- nio. (Redação dada pela Emenda Constitucional
mentadas; (Redação dada pela Emenda Consti- n.º 42 de 2003)
tucional n.º 34 de 2001)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, ser-
XVII - a proibição de acumular estende-se a em- viços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
pregos e funções e abrange autarquias, funda- caráter educativo, informativo ou de orientação
ções, empresas públicas, sociedades de economia social, dela não podendo constar nomes, símbolos
mista, suas subsidiárias, e sociedades controla- ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
das, direta ou indiretamente, pelo poder público; autoridades ou servidores públicos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 19
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e
de 1998)
III implicará a nulidade do ato e a punição da auto-
XVIII - a administração fazendária e seus servido- ridade responsável, nos termos da lei.
res fiscais terão, dentro de suas áreas de compe-
tência e jurisdição, precedência sobre os demais II - a investidura em cargo ou emprego público de-
setores administrativos, na forma da lei; pende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a na-
XIX - somente por lei específica poderá ser criada tureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
autarquia e autorizada a instituição de empresa forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
pública, de sociedade de economia mista e de para cargo em comissão declarado em lei de livre
fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- nomeação e exoneração;
timo caso, definir as áreas de sua atuação; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de III - o prazo de validade do concurso público será de
1998) até dois anos, prorrogável uma vez, por igual perí-
odo;
XX - depende de autorização legislativa, em cada
caso, a criação de subsidiárias das entidades § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
mencionadas no inciso anterior, assim como a usuário na administração pública direta e indireta,
participação de qualquer delas em empresa pri- regulando especialmente: (Redação dada pela
vada; Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos servi-
❶ Autarquia  Criada por lei específica.
ços públicos em geral, asseguradas a manutenção
❷ Empresa Pública  Autorizada por lei específica. de serviços de atendimento ao usuário e a avalia-
❸ Sociedade de Economia Mista  Autorizada por lei ção periódica, externa e interna, da qualidade dos
específica. serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º
19 de 1998)
❹ Fundação Pública  Autorizada por lei específica +
lei complementar para definir as áreas de sua atuação. II - o acesso dos usuários a registros administrati-
vos e a informações sobre atos de governo, ob-
XXI - ressalvados os casos especificados na legis- servado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído
lação, as obras, serviços, compras e alienações pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabe-
leçam obrigações de pagamento, mantidas as

30 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 5º (...) X - são invioláveis a intimidade, a vida I - o prazo de duração do contrato;
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegu- II - os controles e critérios de avaliação de de-
rado o direito a indenização pelo dano material ou sempenho, direitos, obrigações e responsabilida-
moral decorrente de sua violação; de dos dirigentes;

Art. 5º (...) XXXIII - todos têm direito a receber dos III - a remuneração do pessoal.
órgãos públicos informações de seu interesse parti- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão públicas e às sociedades de economia mista, e suas
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi- subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres- Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
cindível à segurança da sociedade e do Estado; pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º
III - a disciplina da representação contra o exercí-
19 de 1998)
cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou
função na administração pública. (Incluído pela
Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remunera-
Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
tório.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da § 10. É vedada a percepção simultânea de proven-
função pública, a indisponibilidade dos bens e o tos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos
ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre- arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, em-
vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. prego ou função pública, ressalvados os cargos
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela
respectivas ações de ressarcimento. Emenda Constitucional n.º 20 de 1998)

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de ❶ Artigo 40  Dispõe sobre o regime próprio de pre-
direito privado prestadoras de serviços públicos vidência dos servidores civis de cargo efetivo.
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
❷ Artigos 42 e 142  Dispõe sobre as regras para a
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o di-
carreira dos militares dos estados e da União.
reito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limi-
tes remuneratórios de que trata o inciso XI do ca-
Comentário  Sobre o Responsabilidade do Estado
estude mais no anexo III que consta na página 63. put deste artigo, as parcelas de caráter indenizató-
rio previstas em lei. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n.º 47 de 2005)
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
ao ocupante de cargo ou emprego da administra- § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput
ção direta e indireta que possibilite o acesso a in- deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
formações privilegiadas. Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e finan-
limite único, o subsídio mensal dos Desembargado-
ceira dos órgãos e entidades da administração dire-
res do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
ta e indireta poderá ser ampliada mediante contra-
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
to46, a ser firmado entre seus administradores e o
cento do subsídio mensal dos Ministros do Supre-
poder público, que tenha por objeto a fixação de
mo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
metas de desempenho para o órgão ou entidade,
neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Esta-
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
duais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela
Constitucional n.º 19 de 1998)
Emenda Constitucional n.º 47 de 2005)
46
Comentário  Contrato de Gestão é o ajuste celebrado pelo Poder
Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remunera-
Público com órgãos e entidades da Administração direta, indireta e
tório.
entidades privadas qualificadas como organizações sociais, para
lhes ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou
para lhes prestar variados auxílios e lhes fixar metas de desempenho
na consecução de seus objetivos.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 31
Art. 38. Ao servidor público da administração dire- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
ta, autárquica e fundacional, no exercício de man- demais componentes do sistema remuneratório
dato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: observará:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, esta- I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
dual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, complexidade dos cargos componentes de cada
emprego ou função; carreira;
II - investido no mandato de Prefeito, será afas- II - os requisitos para a investidura;
tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe fa-
III - as peculiaridades dos cargos.
cultado optar pela sua remuneração;
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal mante-
Comentário  O Supremo Tribunal Federal tem juris- rão escolas de governo para a formação e o aper-
prudências favoráveis no sentido de que o servidor feiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
eleito para o cargo de Vice-Prefeito gozará dos mesmos se a participação nos cursos um dos requisitos para
benefícios do servidor eleito para o cargo de Prefeito. a promoção na carreira, facultada, para isso, a ce-
SERVIDOR PÚBLICO INVESTIDO NO MANDATO DE VICE- lebração de convênios ou contratos entre os entes
PREFEITO. Aplicam-se-lhe, por analogia, as disposições federados. (Redação dada pela Emenda Constituci-
contidas no inciso II do art. 38 da Constituição Federal. onal n.º 19 de 1998)
(ADI 199 - Rel. Min. Maurício Corrêa - Julgamento em
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
22/04/98)
público o disposto no art. 7º, IV48, VII, VIII, IX, XII,
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, po-
III - investido no mandato de Vereador, havendo dendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
compatibilidade de horários, perceberá as vanta- admissão quando a natureza do cargo o exigir.
gens de seu cargo, emprego ou função, sem pre-
juízo da remuneração do cargo eletivo, e, não ha- Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
vendo compatibilidade, será aplicada a norma do rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
inciso anterior; condição social:
IV - em qualquer caso que exija o afastamento IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
para o exercício de mandato eletivo, seu tempo unificado, capaz de atender a suas necessidades
de serviço será contado para todos os efeitos le- vitais básicas e às de sua família com moradia,
gais, exceto para promoção por merecimento; alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
V - para efeito de benefício previdenciário, no ca- higiene, transporte e previdência social, com rea-
so de afastamento, os valores serão determina- justes periódicos que lhe preservem o poder aquisi-
dos como se no exercício estivesse. tivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim;
Seção II - Dos Servidores Públicos
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os para os que percebem remuneração variável;
Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-
tência, regime jurídico único e planos de carreira VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
para os servidores da administração pública direta, ração integral ou no valor da aposentadoria;
das autarquias e das fundações públicas. IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
diurno;
Comentário  O caput do art. 39 foi suspenso devido
uma liminar em ADIn. Assim, enquanto a ação - que
questiona a validade ou não da Emenda Constitucional
n.º 19/1998 - não for julgada, está em vigor o Regime
47
Jurídico Único .
caput, da Constituição Federal, com a redação da Emenda Consti-
tucional n.º 19, de 04 de junho de 1998, tudo nos termos do voto
47
Comentário  Sobre o andamento da Ação Direta de Constitucio- do relator originário, Ministro Néri da Silveira, esclarecido, nesta
nalidade (Medida Liminar 2135-4 - clique aqui), a informação datada assentada, que a decisão - como é próprio das medidas cautelares
de 13/01/2017 é que o processo está “aguardando julgamento”. - terá efeitos ex nunc, subsistindo a legislação editada nos termos
Decisão Liminar (Acórdão DJ 07/03/2008) da emenda declarada suspensa.
48
O Tribunal, por maioria, vencidos os Senhores Ministros Nelson Súmula Vinculante do STF n.º 16  Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º
Jobim, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, deferiu parcial- (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da
mente a medida cautelar para suspender a eficácia do artigo 039, remuneração percebida pelo servidor público.

32 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XII - salário-família pago em razão do dependente § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; publicarão anualmente os valores do subsídio e da
remuneração dos cargos e empregos públicos.
XIII - duração do trabalho normal não superior a
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
facultada a compensação de horários e a redução dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva orçamentários provenientes da economia com
de trabalho; despesas correntes em cada órgão, autarquia e
fundação, para aplicação no desenvolvimento de
XV - repouso semanal remunerado, preferencial- programas de qualidade e produtividade, treina-
mente aos domingos; mento e desenvolvimento, modernização, reapare-
XVI - remuneração do serviço extraordinário supe- lhamento e racionalização do serviço público, inclu-
rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do nor- sive sob a forma de adicional ou prêmio de produ-
mal; tividade. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n.º 19 de 1998)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, um terço a mais do que o salário normal; § 8º A remuneração dos servidores públicos orga-
nizados em carreira poderá ser fixada nos termos
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego do § 4º.
e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
Sistemas de Previdência do Brasil
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
lei;
❶ Regime Próprio de Previdência (ou Regime Especi-
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, al)  Regime previsto na Constituição Federal, de ade-
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; são obrigatória, exclusivo para todos os servidores
civis de cargo efetivo (concursados), seja da União, dos
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por estados, do Distrito Federal ou dos municípios (artigo
meio de normas de saúde, higiene e segurança; 40) e também para todos os servidores militares, seja
da União, dos estados ou do Distrito Federal (artigos 42
XXX - proibição de diferença de salários, de exercí-
e 142).
cio de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
❷ Regime Geral da Previdência Social  Regime pre-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato visto na Constituição Federal (artigo 201) e de adesão
obrigatória para todos os trabalhadores que não estão
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
inclusos no regime próprio de previdência (seja dos
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusi-
civis ou dos militares). Todos aqueles que desenvolvem
vamente por subsídio fixado em parcela única, atividade laboral - e não são servidores civis de cargo
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- efetivo ou servidores militares - automaticamente
cional, abono, prêmio, verba de representação ou serão segurados obrigatórios do regime geral (RGPS),
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- atualmente gerenciado pelo INSS. Isso engloba os em-
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. pregados públicos, os servidores civis que só tem cargo
comissionado, os políticos, os detentores de função
❶ Artigo 37 inciso X  Dispõe sobre a criação e altera- pública sem concurso (como ministros e secretários),
ção do valor das remunerações e subsídios apenas por os temporários e terceirizados que atuam no governo e
lei ordinária. todos que tem atividade na iniciativa privada, mesmo
sem vínculo empregatício.
❷ Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remune-
ratório.
❸ Previdência Complementar  Embora esteja pre-
vista no artigo 202 da Constituição Federal e haja regu-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e lamentação através de Lei Complementar, este regime
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre não substitui os regimes que são obrigatórios, apenas
a maior e a menor remuneração dos servidores os complementam e são de adesão facultativa, mesmo
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto que oferecido pela empresa em que a pessoa trabalha,
no art. 37, XI. como os empregados do Banco de Brasil, por exemplo,
que tem a Previ a sua disposição. Qualquer pessoa
pode adquirir um plano de previdência complementar
Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remunera-
com um corretor de seguros ou uma instituição bancá-
tório.
ria, mas não se pode deixar de recolher a contribuição
previdenciária que é de um dos regimes obrigatórios.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 33
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e
sessenta anos de idade, se mulher, com proven-
tos proporcionais ao tempo de contribuição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º
20 de 1998)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos por ocasião de sua concessão, não poderão exce-
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, der a remuneração do respectivo servidor, no car-
é assegurado regime de previdência de caráter go efetivo em que se deu a aposentadoria ou que
contributivo e solidário, mediante contribuição do serviu de referência para a concessão da pensão.
respectivo ente público, dos servidores ativos e (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 20
inativos e dos pensionistas, observados critérios de 1998)
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentado-
Constitucional n.º 41 de 2003) ria, por ocasião da sua concessão, serão considera-
das as remunerações utilizadas como base para as
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de pre- contribuições do servidor aos regimes de previdên-
vidência de que trata este artigo serão aposenta- cia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma
dos, calculados os seus proventos a partir dos valo- da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
res fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada n.º 41 de 2003)
pela Emenda Constitucional n.º 41 de 2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos Art. 201. A previdência social será organizada sob
a forma de regime geral, de caráter contributivo e
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto
de filiação obrigatória, observados critérios que
se decorrente de acidente em serviço, moléstia
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-
profissional ou doença grave, contagiosa ou incu-
rável, na forma da lei; (Redação dada pela Emen- derá, nos termos da lei, a: (...)
da Constitucional n.º 41 de 2003) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios
II - compulsoriamente, com proventos proporci- diferenciados para a concessão de aposentadoria
onais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) aos abrangidos pelo regime de que trata este arti-
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos go, ressalvados, nos termos definidos em leis com-
de idade, na forma de lei complementar; (Reda- plementares, os casos de servidores:
ção dada pela Emenda Constitucional n.º 88 de I - portadores de deficiência;
2015)
II - que exerçam atividades de risco;
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo
mínimo de dez anos de efetivo exercício no servi- III - cujas atividades sejam exercidas sob condi-
ço público e cinco anos no cargo efetivo em que ções especiais que prejudiquem a saúde ou a in-
se dará a aposentadoria, observadas as seguintes tegridade física.49 (Redação dada pela Emenda
condições: (Redação dada pela Emenda Constitu- Constitucional n.º 47 de 2005)
cional n.º 20 de 1998) § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contri-
buição serão reduzidos em cinco anos, em relação
Prazos Homem Mulher ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercí-
Aposentadoria 60 anos de 55 anos de cio das funções de magistério na educação infantil
“por tempo de idade + 35 anos idade + 30 anos e no ensino fundamental e médio.50 (Redação dada
contribuição”. de contribuição de contribuição
pela Emenda Constitucional n.º 20 de 1998)
Aposentadoria 65 anos de 60 anos de 49
Súmula Vinculante do STF n.º 33  Aplicam-se ao servidor
“por idade”. idade idade
público, no que couber, as regras do regime geral da previdência
social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º,
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco específica.
anos de idade e trinta de contribuição, se mu- 50
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE MANEJADA
lher; (Redação dada pela Emenda Constitucional CONTRA O ART. 1º DA LEI FEDERAL 11.301/2006, QUE ACRES-
n.º 20 de 1998) CENTOU O § 2º AO ART. 67 DA LEI 9.394/1996. CARREIRA DE
MAGISTÉRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL PARA OS EXER-

34 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Prazos Homem Mulher Art. 201. A previdência social será organizada sob
a forma de regime geral, de caráter contributivo e
55 anos de 50 anos de de filiação obrigatória, observados critérios que
Magistério idade + 30 anos idade + 25 anos preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-
de contribuição de contribuição derá, nos termos da lei, a: (...)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios


§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes
para preservar-lhes, em caráter permanente, o
dos cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
ção, é vedada a percepção de mais de uma aposen-
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 41
tadoria à conta do regime de previdência previsto
de 2003)
neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n.º 20 de 1998) § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou
municipal será contado para efeito de aposentado-
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de
ria e o tempo de serviço correspondente para efei-
pensão por morte, que será igual: (Redação dada
to de disponibilidade.
pela Emenda Constitucional n.º 41 de 2003)
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma
I - ao valor da totalidade dos proventos do servi-
de contagem de tempo de contribuição fictício.
dor falecido, até o limite máximo estabelecido pa-
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 20 de
ra os benefícios do regime geral de previdência
1998)
social de que trata o art. 201, acrescido de seten-
ta por cento da parcela excedente a este limite, § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma
caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pe- total dos proventos de inatividade, inclusive quan-
la Emenda Constitucional n.º 41 de 2003) do decorrentes da acumulação de cargos ou em-
pregos públicos, bem como de outras atividades
II - ao valor da totalidade da remuneração do ser-
sujeitas a contribuição para o regime geral de pre-
vidor no cargo efetivo em que se deu o falecimen-
vidência social, e ao montante resultante da adição
to, até o limite máximo estabelecido para os be-
de proventos de inatividade com remuneração de
nefícios do regime geral de previdência social de
cargo acumulável na forma desta Constituição,
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cen-
cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
to da parcela excedente a este limite, caso em
ação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído
atividade na data do óbito. (Incluído pela Emen-
pela Emenda Constitucional n.º 20 de 1998)
da Constitucional n.º 41 de 2003)
Art. 37. (...) XI - a remuneração e o subsídio dos
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos
da administração direta, autárquica e fundacional,
dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
CENTES DE FUNÇÕES DE DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E AS- dos detentores de mandato eletivo e dos demais
SESSORAMENTO PEDAGÓGICO. ALEGADA OFENSA AOS agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
ARTS. 40, § 5º, E 201, § 8º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INO- espécie remuneratória, percebidos cumulativamen-
CORRÊNCIA. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE, te ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
COM INTERPRETAÇÃO CONFORME. I - A função de magistério qualquer outra natureza, não poderão exceder o
não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula, abrangen- subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su-
do também a preparação de aulas, a correção de provas, o atendi- premo Tribunal Federal, (...)
mento aos pais e alunos, a coordenação e o assessoramento peda-
gógico e, ainda, a direção de unidade escolar. II - As funções de § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de
direção, coordenação e assessoramento pedagógico integram a previdência dos servidores públicos titulares de
carreira do magistério, desde que exercidos, em estabelecimentos de cargo efetivo observará, no que couber, os requisi-
ensino básico, por professores de carreira, excluídos os especialistas tos e critérios fixados para o regime geral de previ-
em educação, fazendo jus aqueles que as desempenham ao dência social. (Incluído pela Emenda Constitucional
regime especial de aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 5º, n.º 20 de 1998)
e 201, § 8º, da Constituição Federal. III - Ação direta julgada parci-
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de
almente procedente, com interpretação conforme, nos termos supra.
cargo em comissão declarado em lei de livre no-
(ADI 3772 - Relator(a): Min. Carlos Britto - Relator(a) p/ Acórdão:
meação e exoneração bem como de outro cargo
Min. Ricardo Lewandowski - Tribunal Pleno julgado em 29/10/2008)
temporário ou de emprego público, aplica-se o
(Grifamos)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 35
regime geral de previdência social. (Redação dada geral de previdência social de que trata o art. 201,
pela Emenda Constitucional n.º 20 de 1998) com percentual igual ao estabelecido para os servi-
dores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Emenda Constitucional n.º 41 de 2003)
Municípios, desde que instituam regime de previ-
dência complementar para os seus respectivos Art. 201. A previdência social será organizada sob
servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, a forma de regime geral, de caráter contributivo e
para o valor das aposentadorias e pensões a serem de filiação obrigatória, observados critérios que
concedidas pelo regime de que trata este artigo, o preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-
limite máximo estabelecido para os benefícios do derá, nos termos da lei, a: (...)
regime geral de previdência social de que trata o
art. 201. (Redação dada pela Emenda Constitucio- § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
nal n.º 20 de 1998) completado as exigências para aposentadoria vo-
luntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por
Art. 201. A previdência social será organizada sob permanecer em atividade fará jus a um abono de
a forma de regime geral, de caráter contributivo e permanência equivalente ao valor da sua contri-
de filiação obrigatória, observados critérios que buição previdenciária até completar as exigências
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten- para aposentadoria compulsória contidas no § 1º,
derá, nos termos da lei, a: (...) II. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 41 de
2003)
§ 15. O regime de previdência complementar de
que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa Art. 40. (...)
do respectivo Poder Executivo, observado o dispos-
to no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de pre-
por intermédio de entidades fechadas de previdên- vidência de que trata este artigo serão aposenta-
cia complementar, de natureza pública, que ofere- dos, calculados os seus proventos a partir dos valo-
cerão aos respectivos participantes planos de bene- res fixados na forma dos §§ 3º e 17: (...)
fícios somente na modalidade de contribuição de- III - voluntariamente, desde que cumprido tempo
finida. (Redação dada pela Emenda Constitucional mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
n.º 41 de 2003) público e cinco anos no cargo efetivo em que se
dará a aposentadoria, observadas as seguintes
Art. 202. O regime de previdência privada, de ca-
condições:
ráter complementar e organizado de forma autô-
noma em relação ao regime geral de previdência a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contri-
social, será facultativo, baseado na constituição de buição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
reservas que garantam o benefício contratado, e idade e trinta de contribuição, se mulher;
regulado por lei complementar51. (...)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um re-
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa op- gime próprio de previdência social para os servi-
ção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado dores titulares de cargos efetivos, e de mais de
ao servidor que tiver ingressado no serviço público uma unidade gestora do respectivo regime em
até a data da publicação do ato de instituição do cada ente estatal, ressalvado o disposto no art.
correspondente regime de previdência comple- 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional
mentar. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º n.º 41 de 2003)
20 de 1998)
Art. 142.
§ 17. Todos os valores de remuneração considera-
dos para o cálculo do benefício previsto no § 3º § 3º (...)
serão devidamente atualizados, na forma da lei. X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Arma-
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 41 de das, os limites de idade, a estabilidade e outras
2003) condições de transferência do militar para a inati-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de vidade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime prerrogativas e outras situações especiais dos mili-
de que trata este artigo que superem o limite má- tares, consideradas as peculiaridades de suas ativi-
ximo estabelecido para os benefícios do regime dades, inclusive aquelas cumpridas por força de
compromissos internacionais e de guerra.
51
Comentário  Lei Complementar n.º 109 de 29 de maio de 2001

36 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo nho por comissão instituída para essa finalidade.
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de (Incluído pela Emenda Constitucional 19 de 1998)
aposentadoria e de pensão que superem o dobro
(...)
do limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata Título IV - Da Organização dos Poderes
o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiá- Capítulo III - Do Poder Judiciário
rio, na forma da lei, for portador de doença inca-
pacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º Seção I - Disposições Gerais
47 de 2005) Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
Art. 40. § 18. Incidirá contribuição sobre os proven- I - o Supremo Tribunal Federal;
tos de aposentadorias e pensões concedidas pelo I-A - o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela
regime de que trata este artigo que superem o limi- Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
te máximo estabelecido para os benefícios do regi-
me geral de previdência social de que trata o art. II - o Superior Tribunal de Justiça;
201, com percentual igual ao estabelecido para os II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído
servidores titulares de cargos efetivos. pela Emenda Constitucional n.º 92 de 2016)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Fede-
exercício os servidores nomeados para cargo de rais;
provimento efetivo em virtude de concurso públi-
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
co. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º
19 de 1998) V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: VI - os Tribunais e Juízes Militares;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 19 VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
de 1998) Federal e Territórios.
I - em virtude de sentença judicial transitada em § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Naci-
julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º onal de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede
19 de 1998) na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitu-
II - mediante processo administrativo em que lhe cional n.º 45 de 2004)
seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais
Emenda Constitucional n.º 19 de 1998) Superiores têm jurisdição em todo o território
III - mediante procedimento de avaliação periódi- nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º
ca de desempenho, na forma de lei complemen- 45 de 2004)
tar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Magistrados
Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do Ministros  Membros dos Tribunais Superiores (STF +
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual STJ + STM + TST + TSE)
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, aproveitado Desembargadores  Membros dos Tribunais (TRF + TRE
em outro cargo ou posto em disponibilidade com + TRT + TJ)
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 19 Juízes  Titulares das Varas ou Cartórios
de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi- Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supre-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, mo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
com remuneração proporcional ao tempo de servi- Magistratura, observados os seguintes princípios:
ço, até seu adequado aproveitamento em outro I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de
cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional juiz substituto, mediante concurso público de
n.º 19 de 1998) provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilida-
de, é obrigatória a avaliação especial de desempe- se do bacharel em direito, no mínimo, três anos
de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nome-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 37
ações, à ordem de classificação; (Redação dada cional, não podendo a diferença entre uma e ou-
pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) tra ser superior a dez por cento ou inferior a cin-
co por cento, nem exceder a noventa e cinco por
II - promoção de entrância para entrância, alter-
cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tri-
nadamente, por antiguidade e merecimento,
bunais Superiores, obedecido, em qualquer caso,
atendidas as seguintes normas:
o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento; ❶ Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remune-
b) a promoção por merecimento pressupõe dois ratório.
anos de exercício na respectiva entrância e in- ❷ Artigo 39 § 4º  Define o conceito e limita o valor
tegrar o juiz a primeira quinta parte da lista de dos subsídios.
antiguidade desta, salvo se não houver com tais
requisitos quem aceite o lugar vago; VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão
c) aferição do merecimento conforme o de- de seus dependentes observarão o disposto no
sempenho e pelos critérios objetivos de produ- art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
tividade e presteza no exercício da jurisdição e nal n.º 20 de 1998)
pela frequência e aproveitamento em cursos
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; Comentário  O artigo 40 trata do regime próprio de
previdência dos servidores civis de cargo efetivo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º
45 de 2004)
VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca,
d) na apuração de antiguidade, o tribunal so- salvo autorização do tribunal; (Redação dada pe-
mente poderá recusar o juiz mais antigo pelo la Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
voto fundamentado de dois terços de seus
membros, conforme procedimento próprio, e VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposen-
assegurada ampla defesa, repetindo-se a vota- tadoria do magistrado, por interesse público,
ção até fixar-se a indicação; (Redação dada pela fundar-se-á em decisão por voto da maioria ab-
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) soluta do respectivo tribunal ou do Conselho Na-
cional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Re-
e) não será promovido o juiz que, injustificada- dação dada pela Emenda Constitucional n.º 45 de
mente, retiver autos em seu poder além do pra- 2004)
zo legal, não podendo devolvê-los ao cartório
sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pe- VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de ma-
la Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) gistrados de comarca de igual entrância atenderá,
no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e
III - o acesso aos tribunais de segundo grau far- do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional
se-á por antiguidade e merecimento, alternada- n.º 45 de 2004)
mente, apurados na última ou única entrância;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 45 a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por
de 2004) três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista
de merecimento;
IV - previsão de cursos oficiais de preparação,
aperfeiçoamento e promoção de magistrados, b) a promoção por merecimento pressupõe dois
constituindo etapa obrigatória do processo de vi- anos de exercício na respectiva entrância e integrar
taliciamento a participação em curso oficial ou o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguida-
reconhecido por escola nacional de formação e de desta, salvo se não houver com tais requisitos
aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada quem aceite o lugar vago;
pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
c) aferição do merecimento conforme o desempe-
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superi- nho e pelos critérios objetivos de produtividade e
ores corresponderá a noventa e cinco por cento presteza no exercício da jurisdição e pela frequência
do subsídio mensal fixado para os Ministros do e aproveitamento em cursos oficiais ou reconheci-
Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos de- dos de aperfeiçoamento;
mais magistrados serão fixados em lei e escalo-
nados, em nível federal e estadual, conforme as
respectivas categorias da estrutura judiciária na-

38 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
e) não será promovido o juiz que, injustificadamen- anos de efetiva atividade profissional, indicados
te, retiver autos em seu poder além do prazo legal, em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido das respectivas classes.
despacho ou decisão; Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executi-
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder vo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas um de seus integrantes para nomeação.
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
próprias partes e a seus advogados, ou somente a I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será
estes, em casos nos quais a preservação do direi- adquirida após dois anos de exercício, depen-
to à intimidade do interessado no sigilo não pre- dendo a perda do cargo, nesse período, de deli-
judique o interesse público à informação; (Reda- beração do tribunal a que o juiz estiver vinculado,
ção dada pela Emenda Constitucional n.º e, nos demais casos, de sentença judicial transita-
45/2004) da em julgado;
X - as decisões administrativas dos tribunais se- II - inamovibilidade, salvo por motivo de interes-
rão motivadas e em sessão pública, sendo as dis- se público, na forma do art. 93, VIII;
ciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta
de seus membros; (Redação dada pela Emenda Art. 93. (...) VIII - o ato de remoção, disponibilidade
Constitucional n.º 45/2004) e aposentadoria do magistrado, por interesse pú-
XI - nos tribunais com número superior a vinte e blico, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
cinco julgadores, poderá ser constituído órgão absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
especial, com o mínimo de onze e o máximo de Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
vinte e cinco membros, para o exercício das atri- III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dis-
buições administrativas e jurisdicionais delegadas posto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
da competência do tribunal pleno, provendo-se e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Consti-
metade das vagas por antiguidade e a outra me- tucional n.º 19 de 1998)
tade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
❶ Artigo 37 inciso X  Dispõe sobre a criação e altera-
XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, ção do valor das remunerações e subsídios apenas por
sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribu- lei ordinária.
nais de segundo grau, funcionando, nos dias em ❷ Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remune-
que não houver expediente forense normal, juí- ratório.
zes em plantão permanente; (Incluído pela
❸ Artigo 39 § 4º  Define o conceito e limita o valor
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) dos subsídios.
XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional ❹ Artigo 150 inciso II  Veda o tratamento desigual
será proporcional à efetiva demanda judicial e à entre contribuintes por razão profissional.
respectiva população; (Incluído pela Emenda
❺ Artigo 153 inciso III e § 2º inciso I  Dispõe sobre a
Constitucional n.º 45 de 2004) cobrança do Imposto de Renda.
XIV - os servidores receberão delegação para a
prática de atos de administração e atos de mero Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
expediente sem caráter decisório; (Incluído pela
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
cargo ou função, salvo uma de magistério;
XV - a distribuição de processos será imediata, em
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas
todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emen-
ou participação em processo;
da Constitucional n.º 45 de 2004)
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regi-
onais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxí-
Distrito Federal e Territórios será composto de lios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
membros, do Ministério Público, com mais de dez públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
anos de carreira, e de advogados de notório saber previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitu-
jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez cional n.º 45 de 2004)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 39
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes esta-
qual se afastou, antes de decorridos três anos do duais e do Distrito Federal e Territórios, bem co-
afastamento do cargo por aposentadoria ou exo- mo os membros do Ministério Público, nos crimes
neração. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º comuns e de responsabilidade, ressalvada a com-
45 de 2004) petência da Justiça Eleitoral.
Art. 96. Compete privativamente: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de
seus membros ou dos membros do respectivo ór-
I - aos tribunais:
gão especial poderão os tribunais declarar a incons-
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
regimentos internos, com observância das nor- Público.
mas de processo e das garantias processuais das
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territó-
partes, dispondo sobre a competência e o fun-
rios, e os Estados criarão:
cionamento dos respectivos órgãos jurisdicio-
nais e administrativos; I - juizados especiais, providos por juízes togados,
ou togados e leigos, competentes para a concilia-
b) organizar suas secretarias e serviços auxilia-
ção, o julgamento e a execução de causas cíveis
res e os dos juízos que lhes forem vinculados,
de menor complexidade e infrações penais de
velando pelo exercício da atividade correicional
menor potencial ofensivo, mediante os procedi-
respectiva;
mentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipó-
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, teses previstas em lei, a transação e o julgamento
os cargos de juiz de carreira da respectiva juris- de recursos por turmas de juízes de primeiro
dição; grau;
d) propor a criação de novas varas judiciárias; II - justiça de paz, remunerada, composta de ci-
e) prover, por concurso público de provas, ou de dadãos eleitos pelo voto direto, universal e secre-
provas e títulos, obedecido o disposto no art. to, com mandato de quatro anos e competência
169, parágrafo único, os cargos necessários à para, na forma da lei, celebrar casamentos, verifi-
administração da Justiça, exceto os de confiança car, de ofício ou em face de impugnação apresen-
assim definidos em lei; tada, o processo de habilitação e exercer atribui-
ções conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da de outras previstas na legislação.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados
cípios não poderá exceder os limites estabelecidos especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumera-
em lei complementar. (...) do pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
f) conceder licença, férias e outros afastamen- § 2º As custas e emolumentos serão destinados
tos a seus membros e aos juízes e servidores exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às
que lhes forem imediatamente vinculados; atividades específicas da Justiça.
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autono-
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao mia administrativa e financeira.
Poder Legislativo respectivo, observado o dispos-
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orça-
to no art. 169:
mentárias dentro dos limites estipulados conjun-
a) a alteração do número de membros dos tri- tamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
bunais inferiores; orçamentárias.
b) a criação e a extinção de cargos e a remune- § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os
ração dos seus serviços auxiliares e dos juízos outros tribunais interessados, compete:
que lhes forem vinculados, bem como a fixação
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Su-
do subsídio de seus membros e dos juízes, inclu-
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superio-
sive dos tribunais inferiores, onde houver; (Re-
res, com a aprovação dos respectivos tribunais;
dação dada pela Emenda Constitucional n.º 41
de 2003) II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal
e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
Justiça, com a aprovação dos respectivos tribu-
d) a alteração da organização e da divisão judi- nais.
ciárias;
40 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminha- restante será pago na ordem cronológica de apre-
rem as respectivas propostas orçamentárias dentro sentação do precatório. (Redação dada pela Emen-
do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamen- da Constitucional n.º 94 de 2016)
tárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente
consolidação da proposta orçamentária anual, os
à expedição de precatórios não se aplica aos pa-
valores aprovados na lei orçamentária vigente,
gamentos de obrigações definidas em leis como
ajustados de acordo com os limites estipulados na
de pequeno valor que as Fazendas referidas devam
forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda
fazer em virtude de sentença judicial transitada em
Constitucional n.º 45 de 2004)
julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata n.º 62 de 2009)
este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Po- ❶ 1º da fila do Precatório (§ 2º)  Débitos de nature-
der Executivo procederá aos ajustes necessários za alimentícia cujos titulares, originários ou por suces-
para fins de consolidação da proposta orçamentá- são hereditária, tenham 60 anos de idade, ou sejam
ria anual. portadores de doença grave, ou pessoas com deficiên-
cia até o triplo do valor fixado em lei como de peque-
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, no valor, admitido o fracionamento para essa finalida-
não poderá haver a realização de despesas ou a de, sendo que o restante será pago na ordem cronoló-
assunção de obrigações que extrapolem os limites gica de apresentação do precatório (caput).
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
exceto se previamente autorizadas, mediante a ❷ 2º da fila do Precatório (§ 1º)  Débitos de nature-
abertura de créditos suplementares ou especiais. za alimentícia que compreendem aqueles decorrentes
de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas complementações, benefícios previdenciários e indeni-
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, zações por morte ou por invalidez, fundadas em res-
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclu- ponsabilidade civil, em virtude de sentença judicial
sivamente na ordem cronológica de apresentação transitada em julgado.
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
proibida a designação de casos ou de pessoas nas ❸ 3º da fila do Precatório (caput)  Os demais paga-
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais mentos devidos pelas Fazendas Públicas em virtude de
abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda sentença judiciária.
Constitucional n.º 62 de 2009)
❹ Pagamento Direto em Dinheiro (§ 3º)  Obrigações
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreen-
definidas em leis como de pequeno valor que as Fa-
dem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, zendas referidas devam fazer em virtude de sentença
proventos, pensões e suas complementações, be- judicial transitada em julgado.
nefícios previdenciários e indenizações por morte
ou por invalidez, fundadas em responsabilidade
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser
civil, em virtude de sentença judicial transitada em
fixados, por leis próprias, valores distintos às enti-
julgado, e serão pagos com preferência sobre to-
dades de direito público, segundo as diferentes
dos os demais débitos, exceto sobre aqueles refe-
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao
ridos no § 2º deste artigo.52 (Redação dada pela
valor do maior benefício do regime geral de previ-
Emenda Constitucional n.º 62 de 2009)
dência social. (Redação dada pela Emenda Consti-
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titu- tucional n.º 62/2009)
lares, originários ou por sucessão hereditária, te-
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das
nham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam por-
entidades de direito público, de verba necessária
tadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sen-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos
tenças transitadas em julgado, constantes de pre-
com preferência sobre todos os demais débitos,
catórios judiciários apresentados até 1º de julho,
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para
fazendo-se o pagamento até o final do exercício
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
seguinte, quando terão seus valores atualizados
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o
monetariamente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 62 de 2009)
52
Súmula Vinculante do STF n.º 17  Durante o período previsto
no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de
mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 41
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos aber- públicos do respectivo ente federado. (Incluído
tos serão consignados diretamente ao Poder Judi- pela Emenda Constitucional n.º 62 de 2009)
ciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Cons-
ferir a decisão exequenda determinar o pagamento
titucional, a atualização de valores de requisitórios,
integral e autorizar, a requerimento do credor e
após sua expedição, até o efetivo pagamento, in-
exclusivamente para os casos de preterimento de
dependentemente de sua natureza, será feita pelo
seu direito de precedência ou de não alocação or-
índice oficial de remuneração básica da caderneta
çamentária do valor necessário à satisfação do seu
de poupança, e, para fins de compensação da mo-
débito, o sequestro da quantia respectiva. (Reda-
ra, incidirão juros simples no mesmo percentual de
ção dada pela Emenda Constitucional n.º 62/2009)
juros incidentes sobre a caderneta de poupança,
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ficando excluída a incidência de juros compensató-
ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frus- rios. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 62 de
trar a liquidação regular de precatórios incorrerá 2009)
em crime de responsabilidade e responderá, tam-
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente,
bém, perante o Conselho Nacional de Justiça. (In-
seus créditos em precatórios a terceiros, indepen-
cluído pela Emenda Constitucional n.º 62 de 2009)
dentemente da concordância do devedor, não se
§ 8º É vedada a expedição de precatórios comple- aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
mentares ou suplementares de valor pago, bem (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 62 de
como o fracionamento, repartição ou quebra do 2009)
valor da execução para fins de enquadramento de
parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titula-
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 62 de res, originários ou por sucessão hereditária, tenham
2009) 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores
de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente definidos na forma da lei, serão pagos com prefe-
à expedição de precatórios não se aplica aos pa- rência sobre todos os demais débitos, até o valor
gamentos de obrigações definidas em leis como de equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do
pequeno valor que as Fazendas referidas devam disposto no § 3º deste artigo, admitido o fraciona-
fazer em virtude de sentença judicial transitada em mento para essa finalidade, sendo que o restante
julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucio- será pago na ordem cronológica de apresentação
nal n.º 62 de 2009) do precatório. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n.º 94 de 2016)
§ 9º No momento da expedição dos precatórios,
independentemente de regulamentação, deles § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente
deverá ser abatido, a título de compensação, valor à expedição de precatórios não se aplica aos pa-
correspondente aos débitos líquidos e certos, ins- gamentos de obrigações definidas em leis como de
critos ou não em dívida ativa e constituídos contra pequeno valor que as Fazendas referidas devam
o credor original pela Fazenda Pública devedora, fazer em virtude de sentença judicial transitada em
incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa nal n.º 62 de 2009)
em virtude de contestação administrativa ou judi-
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá
cial. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 62 de
efeitos após comunicação, por meio de petição
2009)
protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribu- devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º
nal solicitará à Fazenda Pública devedora, para 62 de 2009)
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
do direito de abatimento, informação sobre os
complementar a esta Constituição Federal poderá
débitos que preencham as condições estabelecidas
estabelecer regime especial para pagamento de
no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela
crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal
Emenda Constitucional n.º 62 de 2009)
e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
em lei da entidade federativa devedora, a entrega (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 62 de
de créditos em precatórios para compra de imóveis 2009)

42 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
União poderá assumir débitos, oriundos de preca- contagem recíproca do tempo de contribuição na
tórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, administração pública e na atividade privada, rural
refinanciando-os diretamente. (Incluído pela e urbana, hipótese em que os diversos regimes de
Emenda Constitucional n.º 62 de 2009) previdência social se compensarão financeiramen-
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os te, segundo critérios estabelecidos em lei.
Municípios aferirão mensalmente, em base anual, § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes
o comprometimento de suas respectivas receitas de condenações judiciais em precatórios e obriga-
correntes líquidas com o pagamento de precatórios ções de pequeno valor, em período de 12 (doze)
e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela meses, ultrapasse a média do comprometimento
Emenda Constitucional n.º 94 de 2016) percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco)
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, anos imediatamente anteriores, a parcela que ex-
para os fins de que trata o § 17, o somatório das ceder esse percentual poderá ser financiada, exce-
receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agro- tuada dos limites de endividamento de que tratam
pecuárias, de contribuições e de serviços, de trans- os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Fede-
ferências correntes e outras receitas correntes, ral e de quaisquer outros limites de endividamento
incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Consti- previstos, não se aplicando a esse financiamento a
tuição Federal, verificado no período compreendi- vedação de vinculação de receita prevista no inciso
do pelo segundo mês imediatamente anterior ao IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído
de referência e os 11 (onze) meses precedentes, pela Emenda Constitucional n.º 94 de 2016)
excluídas as duplicidades, e deduzidas: (Incluído
pela Emenda Constitucional n.º 94 de 2016) Art. 52. Compete privativamente ao Senado Fede-
ral: (...)
Art. 20. São bens da União: (...) VI - fixar, por proposta do Presidente da República,
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, limites globais para o montante da dívida consoli-
ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
órgãos da administração direta da União, partici- dos Municípios;
pação no resultado da exploração de petróleo ou VII - dispor sobre limites globais e condições para as
gás natural, de recursos hídricos para fins de gera- operações de crédito externo e interno da União,
ção de energia elétrica e de outros recursos mine- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
rais no respectivo território, plataforma continen- de suas autarquias e demais entidades controladas
tal, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou pelo Poder Público federal;
compensação financeira por essa exploração.
Art. 167. São vedados: (...)
I - na União, as parcelas entregues aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios por determi- IV - a vinculação de receita de impostos a órgão,
nação constitucional; (Incluído pela Emenda fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do pro-
Constitucional n.º 94 de 2016) duto da arrecadação dos impostos a que se referem
os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Muni-
ações e serviços públicos de saúde, para manuten-
cípios por determinação constitucional; (Incluído
ção e desenvolvimento do ensino e para realização
pela Emenda Constitucional n.º 94 de 2016)
de atividades da administração tributária, como
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §
nos Municípios, a contribuição dos servidores pa- 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
ra custeio de seu sistema de previdência e assis- operações de crédito por antecipação de receita,
tência social e as receitas provenientes da com- previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no
pensação financeira referida no § 9º do art. 201 § 4º deste artigo;
da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional n.º 94 de 2016) § 20. Caso haja precatório com valor superior a
15% (quinze por cento) do montante dos precató-
Art. 201. A previdência social será organizada sob a rios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,
forma de regime geral, de caráter contributivo e de 15% (quinze por cento) do valor deste precatório
filiação obrigatória, observados critérios que pre- serão pagos até o final do exercício seguinte e o
servem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atende- restante em parcelas iguais nos cinco exercícios
rá, nos termos da lei, a: (...) subsequentes, acrescidas de juros de mora e corre-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 43
ção monetária, ou mediante acordos diretos, pe- Vice-Presidente da República
rante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precató-
Membros do Congresso (Deputados e Senadores)
rios, com redução máxima de 40% (quarenta por
cento) do valor do crédito atualizado, desde que Ministros do Supremo Tribunal Federal
em relação ao crédito não penda recurso ou defesa Procurador-Geral da República
judicial e que sejam observados os requisitos defi-
❷ Crimes Comuns + Crimes de Responsabilidade
nidos na regulamentação editada pelo ente fede-
rado. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 94 Ministros de Estado
de 2016) Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica
Seção II - Do Supremo Tribunal Federal Membros dos Tribunais Superiores
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se Membros do Tribunal de Contas da União
de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com
Chefes de missão diplomática permanente
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos de idade, de notável saber jurídico e reputa-
ção ilibada. d) o "hábeas-corpus", sendo paciente qualquer
das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal mandado de segurança e o "hábeas-data" con-
Federal serão nomeados pelo Presidente da Repú- tra atos do Presidente da República, das Mesas
blica, depois de aprovada a escolha pela maioria da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
absoluta do Senado Federal. do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, Geral da República e do próprio Supremo Tribu-
precipuamente, a guarda da Constituição, caben- nal Federal;
do-lhe: e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organis-
I - processar e julgar, originariamente: mo internacional e a União, o Estado, o Distrito
Federal ou o Território;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo federal ou estadual e a ação f) as causas e os conflitos entre a União e os Es-
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato tados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns
normativo federal; e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da
República, o Vice-Presidente, os membros do g) a extradição solicitada por Estado estrangei-
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o ro;
Procurador-Geral da República; i) o "habeas-corpus", quando o coator for Tribu-
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de nal Superior ou quando o coator ou o paciente
responsabilidade, os Ministros de Estado e os for autoridade ou funcionário cujos atos este-
Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae- jam sujeitos diretamente à jurisdição do Supre-
ronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I53, mo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujei-
os membros dos Tribunais Superiores, os do Tri- to à mesma jurisdição em uma única instância;
bunal de Contas da União e os chefes de missão j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus
diplomática de caráter permanente; (Redação julgados;
dada pela Emenda Constitucional n.º 23 de
1999) l) a reclamação para a preservação de sua com-
petência e garantia da autoridade de suas deci-
sões;
Foro Privilegiado do Supremo Tribunal Federal
❶ Crimes Comuns
m) a execução de sentença nas causas de sua
competência originária, facultada a delegação
Presidente da República de atribuições para a prática de atos processu-
ais;
n) a ação em que todos os membros da magis-
53
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: tratura sejam direta ou indiretamente interes-
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repúbli- sados, e aquela em que mais da metade dos
ca nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de membros do tribunal de origem estejam impe-
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
ca nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

44 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
didos ou sejam direta ou indiretamente interes- de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
sados; de constitucionalidade produzirão eficácia contra
todos e efeito vinculante, relativamente aos de-
o) os conflitos de competência entre o Superior
mais órgãos do Poder Judiciário e à administração
Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
pública direta e indireta, nas esferas federal, esta-
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
dual e municipal. (Redação dada pela Emenda
outro tribunal;
Constitucional n.º 45 de 2004)
p) o pedido de medida cautelar das ações dire-
tas de inconstitucionalidade; Lei n.º 9.868 de 10 de novembro de 1999  Dispõe
q) o mandado de injunção, quando a elaboração sobre o processo e julgamento da ação direta de in-
constitucionalidade e da ação declaratória de constitu-
da norma regulamentadora for atribuição do
cionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
Presidente da República, do Congresso Nacio-
nal, da Câmara dos Deputados, do Senado Fede-
ral, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá
do Tribunal de Contas da União, de um dos Tri- demonstrar a repercussão geral das questões cons-
bunais Superiores, ou do próprio Supremo Tri- titucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a
bunal Federal; fim de que o Tribunal examine a admissão do re-
curso, somente podendo recusá-lo pela manifes-
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justi- tação de dois terços de seus membros. (Incluída
ça e contra o Conselho Nacional do Ministério pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
Público; (Incluída pela Emenda Constitucional
n.º 45 de 2004) Art. 103. Podem propor a ação direta de inconsti-
tucionalidade e a ação declaratória de constituci-
II - julgar, em recurso ordinário: onalidade: (Redação dada pela Emenda Constituci-
a) o "hábeas-corpus", o mandado de segurança, onal n.º 45 de 2004)
o "hábeas-data" e o mandado de injunção deci- I - o Presidente da República;
didos em única instância pelos Tribunais Superi-
ores, se denegatória a decisão; II - a Mesa do Senado Federal;

b) o crime político; III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câ-


causas decididas em única ou última instância, mara Legislativa do Distrito Federal; (Redação da-
quando a decisão recorrida: da pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)

a) contrariar dispositivo desta Constituição; V - o Governador de Estado ou do Distrito Fede-


ral; (Redação dada pela Emenda Constitucional
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado n.º 45 de 2004)
ou lei federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
c) julgar válida lei ou ato de governo local con-
testado em face desta Constituição. VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil;
d) julgar válida lei local contestada em face de
lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional VIII - partido político com representação no Con-
n.º 45 de 2004) gresso Nacional;

§ 1º A arguição de descumprimento de preceito IX - confederação sindical ou entidade de classe


fundamental, decorrente desta Constituição, será de âmbito nacional.
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Consti- previamente ouvido nas ações de inconstituciona-
tucional n.º 3 de 1993) lidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
Lei n.º 9.882 de 03 de dezembro de 1999  Dispõe
sobre o processo e julgamento da arguição de descum- Ação Direta de Inconstitucionalidade
primento de preceito fundamental, nos termos do § 1º
do art. 102 da Constituição Federal. Ação Declaratória de Constitucionalidade
❶ Quem julga?
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas Supremo Tribunal Federal
pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 45
❷ Para que? com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso.
Apreciar a constitucionalidade ou inconstitucionalida-
de, em tese, de norma legal ou ato normativo federal Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça com-
em face da Constituição Federal. põe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
Parecer obrigatório do Procurador-Geral da República (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 61
❸ Quem defende do texto no caso de ação de In- de 2009)
constitucionalidade?
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
Advogado-Geral da União
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 61
❹ Quórum de Julgamento: de 2009)
Maioria absoluta dos membros do Supremo Tribunal II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça,
Federal
indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão
de medida para tornar efetiva norma constitucio- III - um Ministro do Tribunal Superior do Traba-
nal, será dada ciência ao Poder competente para a lho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído
adoção das providências necessárias e, em se tra- pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
tando de órgão administrativo, para fazê-lo em IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, in-
trinta dias. dicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tri-
ato normativo, citará, previamente, o Advogado- bunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucio-
Geral da União, que defenderá o ato ou texto im- nal n.º 45 de 2004)
pugnado.
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela
ofício ou por provocação, mediante decisão de dois Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
terços dos seus membros, após reiteradas deci-
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribu-
sões sobre matéria constitucional, aprovar súmula
nal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucio-
que, a partir de sua publicação na imprensa ofici-
nal n.º 45 de 2004)
al, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração públi- VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,
ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (In-
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Inclu-
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal
ído pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a inter- Constitucional n.º 45 de 2004)
pretação e a eficácia de normas determinadas,
X - um membro do Ministério Público da União,
acerca das quais haja controvérsia atual entre ór-
indicado pelo Procurador-Geral da República; (In-
gãos judiciários ou entre esses e a administração
cluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
pública que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre ques- XI - um membro do Ministério Público estadual,
tão idêntica. escolhido pelo Procurador-Geral da República
dentre os nomes indicados pelo órgão competen-
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em
te de cada instituição estadual; (Incluído pela
lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de sú-
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
mula poderá ser provocada por aqueles que podem
propor a ação direta de inconstitucionalidade. XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Fe-
deral da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluí-
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
do pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamen-
te a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribu- XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e re-
nal Federal que, julgando-a procedente, anulará o putação ilibada, indicados um pela Câmara dos
ato administrativo ou cassará a decisão judicial Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído
reclamada, e determinará que outra seja proferida pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
46 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de
Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e 2004)
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
ofício ou mediante provocação, a legalidade dos
Constitucional n.º 61 de 2009)
atos administrativos praticados por membros ou
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nome- órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti-
ados pelo Presidente da República, depois de tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se ado-
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se- tem as providências necessárias ao exato cum-
nado Federal. (Redação dada pela Emenda Consti- primento da lei, sem prejuízo da competência do
tucional n.º 61 de 2009) Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações
previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supre-
mo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Consti- Comentário  O artigo 37 da Constituição Federal é
composto por 22 incisos, 12 parágrafos e dispõe sobre
tucional n.º 45 de 2004)
os princípios básicos da administração pública.

Conselho Nacional de Conselho Nacional do


Justiça Ministério Público III - receber e conhecer das reclamações contra
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
Será presidido pelo Pre- Será presidido pelo Pro- contra seus serviços auxiliares, serventias e ór-
sidente do Supremo curador-Geral da Repú- gãos prestadores de serviços notariais e de regis-
Tribunal Federal e nas blica. tro que atuem por delegação do poder público ou
suas ausências e impedi- oficializados, sem prejuízo da competência disci-
mentos pelo Vice- plinar e correicional dos tribunais, podendo avo-
Presidente do Supremo car processos disciplinares em curso e determinar
Tribunal Federal.
a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria
15 membros 14 membros com subsídios ou proventos proporcionais ao
tempo de serviço e aplicar outras sanções admi-
Mandato de 2 anos. Mandato de 2 anos. nistrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído
Admitida 1 recondução. Admitida 1 recondução. pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
IV - representar ao Ministério Público, no caso de
O Ministro do Superior O Conselho escolherá,
Tribunal de Justiça exer- em votação secreta, um crime contra a administração pública ou de abuso
cerá a função de Minis- Corregedor nacional, de autoridade; (Incluído pela Emenda Constituci-
tro-Corregedor e ficará dentre os membros do onal n.º 45 de 2004)
excluído da distribuição Ministério Público que o V - rever, de ofício ou mediante provocação, os
de processos no Tribunal. integram, vedada a re-
processos disciplinares de juízes e membros de
condução.
tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído
Oficiarão junto ao Conse- Oficiará junto ao Conse- pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
lho o Procurador-Geral lho o Presidente do Con- VI - elaborar semestralmente relatório estatístico
da República e o Presi- selho Federal da Ordem sobre processos e sentenças prolatadas, por uni-
dente do Conselho Fede- dos Advogados do Brasil.
dade da Federação, nos diferentes órgãos do Po-
ral da Ordem dos Advo-
gados do Brasil.
der Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n.º 45 de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação VII - elaborar relatório anual, propondo as provi-
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do dências que julgar necessárias, sobre a situação
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, do Poder Judiciário no País e as atividades do
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe Conselho, o qual deve integrar mensagem do Pre-
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: sidente do Supremo Tribunal Federal a ser reme-
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de tida ao Congresso Nacional, por ocasião da aber-
2004) tura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo Constitucional n.º 45 de 2004)
cumprimento do Estatuto da Magistratura, po-
dendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 47
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regi-
exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará onais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Dis-
excluído da distribuição de processos no Tribunal, trito Federal e Territórios será composto de mem-
competindo-lhe, além das atribuições que lhe fo- bros, do Ministério Público, com mais de dez anos
rem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as de carreira, e de advogados de notório saber jurídi-
seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n.º co e de reputação ilibada, com mais de dez anos de
45 de 2004) efetiva atividade profissional, indicados em lista
I - receber as reclamações e denúncias, de qual- sêxtupla pelos órgãos de representação das respec-
quer interessado, relativas aos magistrados e aos tivas classes.
serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Consti- Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
tucional n.º 45 de 2004) formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executi-
II - exercer funções executivas do Conselho, de vo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um
inspeção e de correição geral; (Incluído pela de seus integrantes para nomeação.
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - requisitar e designar magistrados, delegando-
lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos I - processar e julgar, originariamente:
ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fede- a) nos crimes comuns, os Governadores dos Es-
ral e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitu- tados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
cional n.º 45 de 2004) responsabilidade, os desembargadores dos Tri-
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador- bunais de Justiça dos Estados e do Distrito Fede-
ral, os membros dos Tribunais de Contas dos Es-
Geral da República e o Presidente do Conselho
tados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Re-
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
gionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleito-
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos rais e do Trabalho, os membros dos Conselhos
Territórios, criará ouvidorias de justiça, competen- ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
tes para receber reclamações e denúncias de qual- Ministério Público da União que oficiem perante
quer interessado contra membros ou órgãos do tribunais;
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
representando diretamente ao Conselho Nacional Foro Privilegiado do Superior Tribunal de Justiça
de Justiça.
❶ Crimes Comuns
Seção III - Do Superior Tribunal De Justiça
Governadores dos Estados
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se Governadores do Distrito Federal
de, no mínimo, trinta e três Ministros.
❷ Crimes Comuns + Crimes de Responsabilidade
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal
de Justiça serão nomeados pelo Presidente da Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados
e do Distrito Federal
República, dentre brasileiros com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notá- Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do
vel saber jurídico e reputação ilibada, depois de Distrito Federal
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se- Membros dos Tribunais Regionais Federais
nado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda
Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais
Constitucional n.º 45 de 2004)
Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
Federais e um terço dentre desembargadores dos Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice Municípios
elaborada pelo próprio Tribunal; Membros do Ministério Público da União que oficiem
perante tribunais
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados
e membros do Ministério Público Federal, Estadu-
al, do Distrito Federal e Territórios, alternadamen-
te, indicados na forma do art. 94.

48 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
b) os mandados de segurança e os “habeas da- a) os "hábeas-corpus" decididos em única ou úl-
ta” contra ato de Ministro de Estado, dos Co- tima instância pelos Tribunais Regionais Fede-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aero- rais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
náutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada Federal e Territórios, quando a decisão for de-
pela Emenda Constitucional n.º 23 de 1999) negatória;
c) os “habeas corpus”, quando o coator ou paci- b) os mandados de segurança decididos em
ente for qualquer das pessoas mencionadas na única instância pelos Tribunais Regionais Fede-
alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujei- rais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
to à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Co- Federal e Territórios, quando denegatória a de-
mandante da Marinha, do Exército ou da Aero- cisão;
náutica, ressalvada a competência da Justiça
c) as causas em que forem partes Estado es-
Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitu-
trangeiro ou organismo internacional, de um la-
cional n.º 23 de 1999)
do, e, do outro, Município ou pessoa residente
d) os conflitos de competência entre quaisquer ou domiciliada no País;
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I,
III - julgar, em recurso especial, as causas decidi-
"o", bem como entre tribunal e juízes a ele não
das, em única ou última instância, pelos Tribunais
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
diversos;
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, recorrida:
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo- a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-
lhe: lhes vigência;
I - processar e julgar, originariamente: b) julgar válido ato de governo local contestado
o) os conflitos de competência entre o Superior em face de lei federal; (Redação dada pela
Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tri- Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
bunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro c) der a lei federal interpretação divergente da
tribunal; que lhe haja atribuído outro tribunal.
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior
seus julgados; Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 45 de 2004)
f) a reclamação para a preservação de sua com-
petência e garantia da autoridade de suas deci- I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoa-
sões; mento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre ou-
tras funções, regulamentar os cursos oficiais para
g) os conflitos de atribuições entre autoridades o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela
administrativas e judiciárias da União, ou entre Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
autoridades judiciárias de um Estado e adminis-
trativas de outro ou do Distrito Federal, ou en- II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe
tre as deste e da União; exercer, na forma da lei, a supervisão administra-
tiva e orçamentária da Justiça Federal de primeiro
h) o mandado de injunção, quando a elaboração e segundo graus, como órgão central do sistema e
da norma regulamentadora for atribuição de com poderes correicionais, cujas decisões terão
órgão, entidade ou autoridade federal, da ad- caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Consti-
ministração direta ou indireta, excetuados os tucional n.º 45 de 2004)
casos de competência do Supremo Tribunal Fe-
deral e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Seção IV - Dos Tribunais Regionais Federais e dos
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Fe- Juízes Federais
deral; Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a I - os Tribunais Regionais Federais;
concessão de exequatur às cartas rogatórias;
(Incluída pela Emenda Constitucional n.º 45 de II - os Juízes Federais.
2004)
II - julgar, em recurso ordinário:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 49
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais com- União, ressalvada a competência da Justiça Elei-
põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, toral;
quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros Foro Privilegiado dos Tribunais Regionais Federais
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco
Crimes Comuns + Crimes de Responsabilidade
anos, sendo:
 Juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os
I - um quinto dentre advogados com mais de dez da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho
anos de efetiva atividade profissional e membros
 Membros do Ministério Público da União
do Ministério Público Federal com mais de dez
anos de carreira;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de
II - os demais, mediante promoção de juízes fede- julgados seus ou dos juízes federais da região;
rais com mais de cinco anos de exercício, por an-
tiguidade e merecimento, alternadamente. c) os mandados de segurança e os "hábeas-
data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regi- federal;
onais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Dis-
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade co-
trito Federal e Territórios será composto de mem-
atora for juiz federal;
bros, do Ministério Público, com mais de dez anos
de carreira, e de advogados de notório saber jurídi- e) os conflitos de competência entre juízes fede-
co e de reputação ilibada, com mais de dez anos de rais vinculados ao Tribunal;
efetiva atividade profissional, indicados em lista II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas
sêxtupla pelos órgãos de representação das respec- pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
tivas classes. exercício da competência federal da área de sua
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal jurisdição.
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executi- Art. 109. Aos juízes federais compete processar e
vo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um julgar:
de seus integrantes para nomeação.
I - as causas em que a União, entidade autárquica
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de ou empresa pública federal forem interessadas
juízes dos Tribunais Regionais Federais e determi- na condição de autoras, rés, assistentes ou opo-
nará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela nentes, exceto as de falência, as de acidentes de
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a do Trabalho;
justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções da atividade jurisdicional, nos limi- Comentário  Fundação e Sociedade de Economia
Mista federal é competência justiça estadual.
tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se
de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído
pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) II - as causas entre Estado estrangeiro ou orga-
nismo internacional e Município ou pessoa domi-
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão fun- ciliada ou residente no País;
cionar descentralizadamente, constituindo Câma-
ras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do III - as causas fundadas em tratado ou contrato da
jurisdicionado à justiça em todas as fases do pro- União com Estado estrangeiro ou organismo in-
cesso. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 ternacional;
de 2004) IV - os crimes políticos e as infrações penais prati-
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Fede- cadas em detrimento de bens, serviços ou inte-
rais: resse da União ou de suas entidades autárquicas
ou empresas públicas, excluídas as contravenções
I - processar e julgar, originariamente: e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, Justiça Eleitoral;
incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do V - os crimes previstos em tratado ou convenção
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabili- internacional, quando, iniciada a execução no Pa-
dade, e os membros do Ministério Público da ís, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;
50 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
V-A - as causas relativas a direitos humanos a que § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso
se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emen- cabível será sempre para o Tribunal Regional Fede-
da Constitucional n.º 45 de 2004) ral na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos
humanos, o Procurador-Geral da República, com a humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de obriga- finalidade de assegurar o cumprimento de obriga-
ções decorrentes de tratados internacionais de ções decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, po- direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, po-
derá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justi- derá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justi-
ça, em qualquer fase do inquérito ou processo, inci- ça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
dente de deslocamento de competência para a incidente de deslocamento de competência para a
Justiça Federal. Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n.º 45 de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Fede-
nos casos determinados por lei, contra o sistema ral, constituirá uma seção judiciária que terá por
financeiro e a ordem econômico-financeira; sede a respectiva Capital, e varas localizadas se-
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de gundo o estabelecido em lei.
sua competência ou quando o constrangimento Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdi-
provier de autoridade cujos atos não estejam di- ção e as atribuições cometidas aos juízes federais
retamente sujeitos a outra jurisdição; caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-
Seção V - Dos Tribunais e Juízes do Trabalho
data" contra ato de autoridade federal, excetua-
dos os casos de competência dos tribunais fede- Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
rais; I - o Tribunal Superior do Trabalho;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou ae- II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
ronaves, ressalvada a competência da Justiça Mi-
litar; III - Juízes do Trabalho. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n.º 24 de 1999)
X - os crimes de ingresso ou permanência irregu-
lar de estrangeiro, a execução de carta rogatória, Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho com-
após o "exequatur", e de sentença estrangeira, por-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos den-
após a homologação, as causas referentes à naci- tre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e
onalidade, inclusive a respectiva opção, e à natu- menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
ralização; jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presi-
dente da República após aprovação pela maioria
XI - a disputa sobre direitos indígenas. absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada
§ 1º As causas em que a União for autora serão pela Emenda Constitucional n.º 92 de 2016)
aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a I - um quinto dentre advogados com mais de dez
outra parte. anos de efetiva atividade profissional e membros
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão do Ministério Público do Trabalho com mais de
ser aforadas na seção judiciária em que for domici- dez anos de efetivo exercício, observado o dispos-
liado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato to no art. 94;
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regi-
onais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Dis-
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça esta- trito Federal e Territórios será composto de mem-
dual, no foro do domicílio dos segurados ou benefi- bros, do Ministério Público, com mais de dez anos
ciários, as causas em que forem parte instituição de de carreira, e de advogados de notório saber jurídi-
previdência social e segurado, sempre que a co- co e de reputação ilibada, com mais de dez anos de
marca não seja sede de vara do juízo federal, e, se efetiva atividade profissional, indicados em lista
verificada essa condição, a lei poderá permitir que sêxtupla pelos órgãos de representação das respec-
outras causas sejam também processadas e julga- tivas classes.
das pela justiça estadual.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 51
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal III - as ações sobre representação sindical, entre
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executi- sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e en-
vo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um tre sindicatos e empregadores; (Incluído pela
de seus integrantes para nomeação. Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regio- habeas data, quando o ato questionado envolver
nais do Trabalho, oriundos da magistratura da matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela
carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal V - os conflitos de competência entre órgãos com
Superior do Trabalho. jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional
Trabalho: n.º 45 de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoa- Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
mento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
dentre outras funções, regulamentar os cursos lhe:
oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
I - processar e julgar, originariamente:
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho,
cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão o) os conflitos de competência entre o Superior
administrativa, orçamentária, financeira e patri- Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tri-
monial da Justiça do Trabalho de primeiro e se- bunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro
gundo graus, como órgão central do sistema, cu- tribunal;
jas decisões terão efeito vinculante.
VI - as ações de indenização por dano moral ou
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
processar e julgar, originariamente, a reclamação (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de
para a preservação de sua competência e garantia 2004)
da autoridade de suas decisões. (Incluído pela
VII - as ações relativas às penalidades administra-
Emenda Constitucional n.º 92 de 2016)
tivas impostas aos empregadores pelos órgãos de
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pe-
podendo, nas comarcas não abrangidas por sua la Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com re-
VIII - a execução, de ofício, das contribuições so-
curso para o respectivo Tribunal Regional do Traba-
ciais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acrés-
lho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º
cimos legais, decorrentes das sentenças que pro-
45 de 2004)
ferir; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investi- de 2004)
dura, jurisdição, competência, garantias e condi-
ções de exercício dos órgãos da Justiça do Traba- Art. 195. A seguridade social será financiada por
lho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
24 de 1999) termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Fe-
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar deral e dos Municípios, e das seguintes contribui-
e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucio- ções sociais:
nal n.º 45 de 2004)
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
I - as ações oriundas da relação de trabalho, equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
abrangidos os entes de direito público externo e
da administração pública direta e indireta da Uni- a) a folha de salários e demais rendimentos do tra-
ão, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- balho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pios; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
de 2004) vínculo empregatício; (...)

II - as ações que envolvam exercício do direito de II - do trabalhador e dos demais segurados da pre-
greve; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º vidência social, não incidindo contribuição sobre
45 de 2004) aposentadoria e pensão concedidas pelo regime
geral de previdência social de que trata o art. 201;
52 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
IX - outras controvérsias decorrentes da relação § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emen- funcionar descentralizadamente, constituindo
da Constitucional n.º 45 de 2004) Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes po-
do processo.
derão eleger árbitros.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negocia-
exercida por um juiz singular. (Redação dada pela
ção coletiva ou à arbitragem, é facultado às mes-
Emenda Constitucional n.º 24 de 1999)
mas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de
natureza econômica, podendo a Justiça do Traba- Art. 117. (Revogado pela Emenda Constitucional
lho decidir o conflito, respeitadas as disposições n.º 24 de 1999)
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como
Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitu-
as convencionadas anteriormente. (Redação dada
cional n.º 24 de 1999)
pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
Seção VI - Dos Tribunais e Juízes Eleitorais
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
possibilidade de lesão do interesse público, o Mi- Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
nistério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio I - o Tribunal Superior Eleitoral;
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir
o conflito. (Redação dada pela EC n.º 45 de 2004) II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho com- III - os Juízes Eleitorais;


põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, IV - as Juntas Eleitorais.
quando possível, na respectiva região, e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á,
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco no mínimo, de sete membros, escolhidos:
anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitu- I - mediante eleição, pelo voto secreto:
cional n.º 45 de 2004)
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo
I - um quinto dentre advogados com mais de dez Tribunal Federal;
anos de efetiva atividade profissional e membros
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior
do Ministério Público do Trabalho com mais de
Tribunal de Justiça;
dez anos de efetivo exercício, observado o dispos-
to no art. 94; II - por nomeação do Presidente da República,
dois juízes dentre seis advogados de notável sa-
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regi- ber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
onais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Dis- Supremo Tribunal Federal.
trito Federal e Territórios será composto de mem-
bros, do Ministério Público, com mais de dez anos Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral ele-
de carreira, e de advogados de notório saber jurídi- gerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
co e de reputação ilibada, com mais de dez anos de Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corre-
efetiva atividade profissional, indicados em lista gedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
sêxtupla pelos órgãos de representação das respec- Tribunal de Justiça.
tivas classes. Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executi- § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
vo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um ão:
de seus integrantes para nomeação.
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
II - os demais, mediante promoção de juízes do a) de dois juízes dentre os desembargadores do
trabalho por antiguidade e merecimento, alterna- Tribunal de Justiça;
damente.
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, esco-
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão lhidos pelo Tribunal de Justiça;
a justiça itinerante, com a realização de audiências
e demais funções de atividade jurisdicional, nos
limites territoriais da respectiva jurisdição, servin-
do-se de equipamentos públicos e comunitários.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 53
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sidente da República, depois de aprovada a indica-
sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ção pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em generais da Marinha, quatro dentre oficiais-
qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal generais do Exército, três dentre oficiais-generais
respectivo; da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais
elevado da carreira, e cinco dentre civis.
III - por nomeação, pelo Presidente da República,
de dois juízes dentre seis advogados de notável Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo pelo Presidente da República dentre brasileiros
Tribunal de Justiça. maiores de trinta e cinco anos, sendo:
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Pre- I - três dentre advogados de notório saber jurídi-
sidente e o Vice-Presidente dentre os desembar- co e conduta ilibada, com mais de dez anos de
gadores. efetiva atividade profissional;
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organi- II - dois, por escolha paritária, dentre juízes audi-
zação e competência dos tribunais, dos juízes de tores e membros do Ministério Público da Justiça
direito e das juntas eleitorais. Militar.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito Art. 124. À Justiça Militar compete processar e
e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício julgar os crimes militares definidos em lei.
de suas funções, e no que lhes for aplicável, goza-
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização,
rão de plenas garantias e serão inamovíveis.
o funcionamento e a competência da Justiça Mili-
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo tar.
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
Seção VIII - Dos Tribunais e Juízes dos Estados
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sen-
do os substitutos escolhidos na mesma ocasião e Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, ob-
pelo mesmo processo, em número igual para cada servados os princípios estabelecidos nesta Consti-
categoria. tuição.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Supe- § 1º A competência dos tribunais será definida na
rior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Cons- Constituição do Estado, sendo a lei de organização
tituição e as denegatórias de "hábeas-corpus" ou judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
mandado de segurança. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representa-
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais ção de inconstitucionalidade de leis ou atos norma-
somente caberá recurso quando: tivos estaduais ou municipais em face da Constitui-
ção Estadual, vedada a atribuição da legitimação
I - forem proferidas contra disposição expressa
para agir a um único órgão.
desta Constituição ou de lei;
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta
II - ocorrer divergência na interpretação de lei en-
do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
tre dois ou mais tribunais eleitorais;
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau,
de diplomas nas eleições federais ou estaduais; pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação
mandatos eletivos federais ou estaduais;
dada pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
V - denegarem "hábeas-corpus", mandado de se-
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar
gurança, "hábeas-data" ou mandado de injunção.
e julgar os militares dos Estados, nos crimes milita-
Seção VII - Dos Tribunais e Juízes Militares res definidos em lei e as ações judiciais contra atos
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: disciplinares militares, ressalvada a competência do
júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
I - o Superior Tribunal Militar; competente decidir sobre a perda do posto e da
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por patente dos oficiais e da graduação das praças.
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 45
de 2004)
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á
de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Pre-
54 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta
processar e julgar, singularmente, os crimes milita- orçamentária dentro dos limites estabelecidos na
res cometidos contra civis e as ações judiciais con- lei de diretrizes orçamentárias.
tra atos disciplinares militares, cabendo ao Conse-
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a res-
lho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito,
pectiva proposta orçamentária dentro do prazo
processar e julgar os demais crimes militares. (In-
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
cluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
Poder Executivo considerará, para fins de consoli-
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar des- dação da proposta orçamentária anual, os valores
centralizadamente, constituindo Câmaras regio- aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados
nais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdici- de acordo com os limites estipulados na forma do §
onado à justiça em todas as fases do processo. 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itine- artigo for encaminhada em desacordo com os limi-
rante, com a realização de audiências e demais tes estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
funções da atividade jurisdicional, nos limites terri- procederá aos ajustes necessários para fins de con-
toriais da respectiva jurisdição, servindo-se de solidação da proposta orçamentária anual. (Incluí-
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído do pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício,
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribu- não poderá haver a realização de despesas ou a
nal de Justiça proporá a criação de varas especiali- assunção de obrigações que extrapolem os limites
zadas, com competência exclusiva para questões estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
agrárias. exceto se previamente autorizadas, mediante a
abertura de créditos suplementares ou especiais.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no
2004)
local do litígio.
Art. 128. O Ministério Público abrange:
Capítulo IV - Das Funções Essenciais à Justiça
I - o Ministério Público da União, que compreen-
Seção I - Do Ministério Público
de:
Art. 127. O Ministério Público é instituição perma-
a) o Ministério Público Federal;
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do b) o Ministério Público do Trabalho;
regime democrático e dos interesses sociais e indi-
c) o Ministério Público Militar;
viduais indisponíveis.
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Ter-
§ 1º São princípios institucionais do Ministério
ritórios;
Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
dência funcional. II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia
funcional e administrativa, podendo, observado o
disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a
criação e extinção de seus cargos e serviços auxilia-
res, provendo-os por concurso público de provas
ou de provas e títulos, a política remuneratória e os
planos de carreira; a lei disporá sobre sua organiza- § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o
ção e funcionamento. Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Presidente da República dentre integrantes da
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
cípios não poderá exceder os limites estabelecidos
membros do Senado Federal, para mandato de
em lei complementar. (...)
dois anos, permitida a recondução.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 55
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da Repú- b) exercer a advocacia;
blica, por iniciativa do Presidente da República,
c) participar de sociedade comercial, na forma
deverá ser precedida de autorização da maioria
da lei;
absoluta do Senado Federal.
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qual-
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do
quer outra função pública, salvo uma de magis-
Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice
tério;
dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que e) exercer atividade político-partidária; (Reda-
será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para ção dada pela Emenda Constitucional n.º 45 de
mandato de dois anos, permitida uma recondução. 2004)
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Dis- f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxí-
trito Federal e Territórios poderão ser destituídos lios ou contribuições de pessoas físicas, entida-
por deliberação da maioria absoluta do Poder Le- des públicas ou privadas, ressalvadas as exce-
gislativo, na forma da lei complementar respectiva. ções previstas em lei. (Incluída pela Emenda
Constitucional n.º 45 de 2004)
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados,
cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procura- § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o
dores-Gerais, estabelecerão a organização, as atri- disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído
buições e o estatuto de cada Ministério Público, pela Emenda Constitucional n.º 45 de 2004)
observadas, relativamente a seus membros:
Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...)
I - as seguintes garantias:
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, se afastou, antes de decorridos três anos do afas-
não podendo perder o cargo senão por senten- tamento do cargo por aposentadoria ou exonera-
ça judicial transitada em julgado; ção.
b) inamovibilidade, salvo por motivo de inte-
Art. 129. São funções institucionais do Ministério
resse público, mediante decisão do órgão cole-
Público:
giado competente do Ministério Público, pelo
voto da maioria absoluta de seus membros, as- I - promover, privativamente, a ação penal públi-
segurada ampla defesa; (Redação dada pela ca, na forma da lei;
Emenda Constitucional n.º 45 de 2004) II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públi-
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma cos e dos serviços de relevância pública aos direi-
do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. tos assegurados nesta Constituição, promovendo
37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação as medidas necessárias a sua garantia;
dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de III - promover o inquérito civil e a ação civil públi-
1998) ca, para a proteção do patrimônio público e soci-
al, do meio ambiente e de outros interesses difu-
❶ Artigo 39 § 4º  Define o conceito e limita o valor sos e coletivos;
dos subsídios.
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou
❷ Artigo 37 inciso X  Dispõe sobre a criação e altera-
representação para fins de intervenção da União
ção do valor das remunerações e subsídios apenas por
lei ordinária. e dos Estados, nos casos previstos nesta Consti-
tuição;
❸ Artigo 37 inciso XI  Dispõe sobre o “teto” remune-
ratório. V - defender judicialmente os direitos e interesses
das populações indígenas;
❹ Artigo 150 inciso II  Veda o tratamento desigual
entre contribuintes por razão profissional. VI - expedir notificações nos procedimentos ad-
❺ Artigo 153 inciso III e § 2º inciso I  Dispõe sobre a ministrativos de sua competência, requisitando
cobrança do Imposto de Renda. informações e documentos para instruí-los, na
forma da lei complementar respectiva;
II - as seguintes vedações: VII - exercer o controle externo da atividade poli-
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pre- cial, na forma da lei complementar mencionada
texto, honorários, percentagens ou custas pro- no artigo anterior;
cessuais;
56 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
VIII - requisitar diligências investigatórias e a ins- IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tri-
tauração de inquérito policial, indicados os fun- bunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
damentos jurídicos de suas manifestações proces- Justiça;
suais;
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Fe-
IX - exercer outras funções que lhe forem conferi- deral da Ordem dos Advogados do Brasil;
das, desde que compatíveis com sua finalidade,
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e re-
sendo-lhe vedada a representação judicial e a
putação ilibada, indicados um pela Câmara dos
consultoria jurídica de entidades públicas.
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Minis-
ações civis previstas neste artigo não impede a de
tério Público serão indicados pelos respectivos
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o dispos-
Ministérios Públicos, na forma da lei.
to nesta Constituição e na lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser
Público o controle da atuação administrativa e fi-
exercidas por integrantes da carreira, que deverão
nanceira do Ministério Público e do cumprimento
residir na comarca da respectiva lotação, salvo
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-
autorização do chefe da instituição.
lhe:
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa
far-se-á mediante concurso público de provas e
do Ministério Público, podendo expedir atos regu-
títulos, assegurada a participação da Ordem dos
lamentares, no âmbito de sua competência, ou
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se
recomendar providências;
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de
a ordem de classificação. ofício ou mediante provocação, a legalidade dos
atos administrativos praticados por membros ou
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber,
órgãos do Ministério Público da União e dos Esta-
o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda
dos, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar
Constitucional n.º 45 de 2004)
prazo para que se adotem as providências neces-
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo sárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Ma- da competência dos Tribunais de Contas;
gistratura, observados os seguintes princípios: (...)
Comentário  O artigo 37 da Constituição Federal é
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Pú- comporto por 22 incisos, 12 parágrafos e dispõe sobre
blico será imediata. (Incluído pela Emenda Consti- os princípios básicos da administração pública.
tucional n.º 45 de 2004)
III - receber e conhecer das reclamações contra
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto
membros ou órgãos do Ministério Público da Uni-
aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições
ão ou dos Estados, inclusive contra seus serviços
desta seção pertinentes a direitos, vedações e for-
auxiliares, sem prejuízo da competência discipli-
ma de investidura.
nar e correicional da instituição, podendo avocar
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério processos disciplinares em curso, determinar a
Público compõe-se de quatorze membros nomea- remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria
dos pelo Presidente da República, depois de apro- com subsídios ou proventos proporcionais ao
vada a escolha pela maioria absoluta do Senado tempo de serviço e aplicar outras sanções admi-
Federal, para um mandato de dois anos, admitida nistrativas, assegurada ampla defesa;
uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda
IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os
Constitucional n.º 45 de 2004)
processos disciplinares de membros do Ministério
I - o Procurador-Geral da República, que o presi- Público da União ou dos Estados julgados há me-
de; nos de um ano;
II - quatro membros do Ministério Público da Uni- V - elaborar relatório anual, propondo as provi-
ão, assegurada a representação de cada uma de dências que julgar necessárias sobre a situação do
suas carreiras; Ministério Público no País e as atividades do Con-
III - três membros do Ministério Público dos Esta- selho, o qual deve integrar a mensagem prevista
dos; no art. 84, XI.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 57
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
República: (...) do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con- contra membros ou órgãos do Ministério Público,
gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão inclusive contra seus serviços auxiliares, represen-
legislativa, expondo a situação do País e solicitando tando diretamente ao Conselho Nacional do Minis-
as providências que julgar necessárias; tério Público.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Seção II - Da Advocacia Pública
Corregedor nacional, dentre os membros do Minis- Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a institui-
tério Público que o integram, vedada a recondução, ção que, diretamente ou através de órgão vincula-
competindo-lhe, além das atribuições que lhe fo- do, representa a União, judicial e extrajudicialmen-
rem conferidas pela lei, as seguintes: te, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar
I - receber reclamações e denúncias, de qualquer que dispuser sobre sua organização e funciona-
interessado, relativas aos membros do Ministério mento, as atividades de consultoria e assessora-
Público e dos seus serviços auxiliares; mento jurídico do Poder Executivo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
II - exercer funções executivas do Conselho, de
inspeção e correição geral; § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o
Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
III - requisitar e designar membros do Ministério
Presidente da República dentre cidadãos maiores
Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar
de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
servidores de órgãos do Ministério Público.
reputação ilibada. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 19 de 1998)
Conselho Nacional do Conselho Nacional de
Ministério Público Justiça § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da
instituição de que trata este artigo far-se-á median-
Será presidido pelo Pro- Será presidido pelo Pre- te concurso público de provas e títulos. (Redação
curador-Geral da Repú- sidente do Supremo
dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
blica. Tribunal Federal e nas
suas ausências e impedi- § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tribu-
mentos pelo Vice- tária, a representação da União cabe à Procurado-
Presidente do Supremo ria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dis-
Tribunal Federal. posto em lei. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n.º 19 de 1998)
14 membros 15 membros
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distri-
Mandato de 2 anos. Mandato de 2 anos.
to Federal, organizados em carreira, na qual o in-
Admitida 1 recondução. Admitida 1 recondução. gresso dependerá de concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advoga-
O Conselho escolherá, O Ministro do Superior dos do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
em votação secreta, um Tribunal de Justiça exer-
representação judicial e a consultoria jurídica das
Corregedor nacional, cerá a função de Minis-
dentre os membros do tro-Corregedor e ficará respectivas unidades federadas. (Redação dada
Ministério Público que o excluído da distribuição pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
integram, vedada a re- de processos no Tribunal. Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste
condução. artigo é assegurada estabilidade após três anos de
efetivo exercício, mediante avaliação de desempe-
Oficiará junto ao Conse- Oficiarão junto ao Conse-
lho o Presidente do Con- lho o Procurador-Geral
nho perante os órgãos próprios, após relatório
selho Federal da Ordem da República e o Presi- circunstanciado das corregedorias. (Redação dada
dos Advogados do Brasil. dente do Conselho Fede- pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
ral da Ordem dos Advo- Seção III - Da Advocacia (Redação dada pela Emen-
gados do Brasil.
da Constitucional n.º 80 de 2014)
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem Art. 133. O advogado é indispensável à adminis-
dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conse- tração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
lho. manifestações no exercício da profissão, nos limites
da lei.

58 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Seção IV - Da Defensoria Pública (Redação dada 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela
pela Emenda Constitucional n.º 80 de 2014) Emenda Constitucional n.º 80 de 2014)
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição perma- Art. 96. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
nente, essencial à função jurisdicional do Estado, Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Ma-
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do gistratura, observados os seguintes princípios: (...)
regime democrático, fundamentalmente, a orien-
tação jurídica, a promoção dos direitos humanos e II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Su-
a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, periores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
dos direitos individuais e coletivos, de forma inte- Legislativo respectivo, observado o disposto no art.
gral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso 169: (...)
LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n.º 80 de Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
2014) Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Ma-
gistratura, observados os seguintes princípios: (...)
Art. 5º (...) LXXIV - o Estado prestará assistência
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão
insuficiência de recursos;
remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria dada pela Emenda Constitucional n.º 19 de 1998)
Pública da União e do Distrito Federal e dos Terri-
Art. 39. (...) § 4º O membro de Poder, o detentor de
tórios e prescreverá normas gerais para sua organi-
mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secre-
zação nos Estados, em cargos de carreira, providos,
tários Estaduais e Municipais serão remunerados
na classe inicial, mediante concurso público de
exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
garantia da inamovibilidade e vedado o exercício
adicional, abono, prêmio, verba de representação
da advocacia fora das atribuições institucionais.
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
(Renumerado pela Emenda Constitucional n.º 45 de
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são assegu- Anexo I
radas autonomia funcional e administrativa e a
iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos
Constituição Federal de 1988
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen-
tárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. Art. 37. A administração pública direta e indireta de
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45 de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
2004)
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autono- eficiência e, também, ao seguinte:
mia administrativa e financeira. (...)
❶ Princípios Básicos Explícitos
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os
outros tribunais interessados, compete: 1. Legalidade  O princípio da legalidade determina
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo que a administração (e os administradores), além
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a de não poder atuar contra a lei ou além da lei, so-
aprovação dos respectivos tribunais; mente pode agir segundo a lei.
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e 2. Impessoalidade  Princípio segundo o qual a
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, administração se move pelo interesse público e não
com a aprovação dos respectivos tribunais. por interesses pessoais.
3. Moralidade  O princípio da moralidade pública
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias
contempla a determinação jurídica da observância
Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído
de preceitos éticos produzidos pela sociedade,
pela Emenda Constitucional n.º 74 de 2013)
variáveis segundo as circunstâncias de cada caso.
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria
Pública a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
dência funcional, aplicando-se também, no que
couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 59
4. Publicidade54  Como regra geral, os atos prati- Araújo57: "O princípio da supremacia do interesse
cados pelos agentes administrativos não devem ser público sobre o privado, coloca os interesses da
sigilosos. Portanto, há ressalvas legalmente estabe- Administração Pública em sobreposição aos inte-
lecidas e decorrentes de razões de ordem lógica, resses particulares que com os dela venham even-
como os atos governamentais que envolvem segu- tualmente colidir".
rança do Estado ou que envolvem a vida privada e
8. Indisponibilidade do Interesse Público  Ligado
a intimidade das pessoas.
ao princípio de supremacia do interesse público -
5. Eficiência  O princípio da eficiência é o que também chamado de princípio da finalidade públi-
impõe à administração pública e a seus agentes a ca - está o princípio da indisponibilidade do interes-
persecução do bem comum, por meio do exercício se público que, segundo Celso Antonio Bandeira de
de suas competências de forma imparcial, neutra, Mello, "significa que sendo interesses qualificados
transparente, participativa, eficaz, sem burocracia como próprios da coletividade - internos ao setor
e sempre em busca da qualidade, primando pela público - não se encontram à livre disposição de
adoção dos critérios legais e morais necessários quem quer que seja por inapropriáveis. O próprio
para melhor utilização possível dos recursos públi- órgão administrativo que os representa não tem
cos, de maneira a evitarem-se desperdícios e ga- disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe
rantir-se maior rentabilidade social. Mais especifi- incumbe apenas curá-los - o que é também um
camente, é a prática da noção de administração dever - na estrita conformidade do que dispuser a
gerencial. O princípio da eficiência não existia no intentio legis58".
texto original da Constituição Federal de 1988,
59
tendo sido acrescido somente com a Emenda Cons- Superprincípios de Celso Antônio B. de Melo
titucional n.º 19 de 1998.
(CESPE/2015 - Técnico Judiciário do TRE/GO) O regime
jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado
❷ Princípios Básicos Doutrinários55 Implícitos em dois princípios dos quais todos os demais decor-
rem, a saber: o princípio da supremacia do interesse
6. Presunção de Legitimidade  Esse princípio, que público sobre o privado e o princípio da indisponibili-
alguns chamam de princípio da presunção de lega- dade do interesse público.
lidade, abrange dois aspectos: de um lado, a pre-
sunção de verdade, que diz respeito à certeza dos 9. Motivação  O princípio da motivação determi-
fatos. De outro lado, a presunção da legalidade, na que a autoridade administrativa deve apresen-
pois, se a Administração Pública se submete à lei, tar as razões que a levaram a tomar uma decisão. A
presume-se, até prova em contrário, que todos os motivação é uma exigência do Estado de Direito, ao
seus atos sejam praticados com observância das qual é inerente, entre outros direitos dos adminis-
normas legais pertinentes. Trata-se de presunção trados, o direito a uma decisão fundada, motivada,
relativa (juris tantum56) que, como tal, admite pro- com explicitação dos motivos. Sem a explicitação
va em contrário. dos motivos torna-se extremamente difícil aferir a
7. Supremacia do Interesse Público sobre o Parti- correção daquilo que foi decidido.
cular  O interesse público deve ser conceituado 10.Razoabilidade  O princípio da razoabilidade
como interesse resultante do conjunto dos interes- impõe que a Administração Pública, ao atuar no
ses que os indivíduos pessoalmente tem quando exercício do poder discricionário, terá de obedecer
considerado em sua qualidade de membros da a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em
sociedade. Desta maneira, discorre Luiz Alberto sintonia com o senso normal de pessoas equilibra-
das e com as finalidades que presidiram a outorga
da competência exercida.
54
Comentário  No entendimento do STF: “A publicidade e o direito
à informação não podem ser restringidos com base em atos de
57
natureza discricionária, salvo quando justificados, em casos excepci- ARAUJO, Luiz Alberto David. NUNES JUNIOR, Vidal Serrano.
onais, para a defesa da honra, da imagem e da intimidade de tercei- Curso de Direito Constitucional. 4ª Edição. Editora Saraiva:
ros ou quando a medida for essencial para a proteção do interesse São Paulo, 2001.
58
público.” (STF/RMS 23036 - DJ 25/08/2006) Intentio Legis  A finalidade da lei.
55 59
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional Administrativo. Comentário  De acordo com o doutrinador Celso Antônio Bandei-
Editora Atlas: São Paulo, 2005. DI PIETRO, Maria Sylvia Zan- ra de Mello, os princípios magnos da Administração Pública e cujos
ella. Direito Administrativo. 17ª Edição. Editora Atlas: São quais se derivam todos os demais princípios são: Indisponibilidade
Paulo, 2004. do Interesse Público e Supremacia do Interesse Público sobre o
56
Juris Tantum  Somente de direito, a admitir prova em contrário. Privado, denominando-os de superprincipios ou supraprincipios.

60 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
11.Proporcionalidade  O princípio da proporcio- entidade estabelece com precisão as finalidades
nalidade tem o objetivo de coibir excessos, por que lhe incumbe atender, de tal modo que não
meio da aferição da compatibilidade entre os mei- cabe aos seus administradores afastar-se dos obje-
os e os fins da atuação administrativa, para evitar tivos definidos na lei, isto precisamente pelo fato
restrições desnecessárias ou abusivas. Por força de não terem a livre disponibilidade dos interesses
deste princípio, não é lícito à Administração Pública públicos.
valer-se de medidas restritivas ou formular exigên-
17.Segurança Jurídica  O princípio da segurança
cias aos particulares além daquilo que for estrita-
jurídica ou da estabilidade das relações jurídicas
mente necessário para a realização da finalidade
impede a desconstituição injustificada de atos ou
pública almejada.
situações jurídicas. Muitas vezes, o desfazimento
12. Hierarquia  Os órgãos da Administração Pú- do ato ou da situação jurídica por ele criada pode
blica são estruturados de tal forma que se cria uma ser mais prejudicial do que sua manutenção, espe-
relação de coordenação e subordinação entre uns e cialmente quanto a repercussões na ordem social.
outros, cada qual com atribuições definidas na lei.
18.Economicidade  Seguindo a linha de orienta-
Desse principio, que só existe relativamente às
ção da finalidade pública dos atos da Administra-
funções administrativas (não em relação às legisla-
ção, temos como desdobramento do princípio da
tivas e judiciais), decorre uma série de prerrogati-
economicidade que, incorporado literalmente pelo
vas para a Administração como a revisão dos atos
caput do artigo 70 da Constituição Federal, nada
dos subordinados, a delegação e avocação de atri-
mais traduz do que o dever de eficiência do admi-
buições e as punições. Já para o subordinado surge
nistrado na gestão do dinheiro público.
o dever de obediência.
13.Controle ou Tutela  Na estruturação da Admi- Anexo II
nistração Pública há uma desconcentração e des-
centralização de competência e poderes visando Constituição Federal de 1988
sempre à especialização e a eficiência. Para tanto, Art. 37. I - os cargos, empregos e funções públicas são
são criados órgãos e pessoas jurídicas, que terão acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
certa independência funcional, financeira e admi- estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
nistrativa. Surge, por conseguinte, o dever e a ne- forma da lei;
cessidade de se controlar e fiscalizar esses órgãos e
pessoas administrativas, com o objetivo de certifi- Conceito de Agente Público
car a fiel observância de seus fins institucionais.
14.Autotutela  Enquanto pela tutela, a Adminis- Para entender o termo cargo, emprego e função
tração exerce controle sobre outra pessoa jurídica pública, é necessário compreender o contexto da
por ela mesma instituída, pela autotutela o contro- parte humana do estado, ou seja, os agentes públi-
le se exerce sobre os próprios atos, com a possibili- cos. Agente público é toda pessoa, vinculada ou
dade de anular os ilegais e revogar os inconvenien- não ao Estado, que presta serviço ao mesmo, de
tes ou inoportunos, independentemente de recur- forma permanente ou ocasional. A classificação dos
so ao Poder Judiciário. agentes públicos nem sempre é exigida numa pro-
va de concurso público, porém, é importante que o
15.Continuidade do Serviço Público  Por esse candidato tenha uma noção geral sobre agentes
princípio entende-se que o serviço público, sendo a públicos para filtrar certas informações no momen-
forma pela qual o Estado desempenha funções to dos estudos. Eis abaixo todas as categorias, se-
essenciais ou necessárias à coletividade, não pode guindo a linha do doutrinador Hely Lopes Meirelles.
ser interrompido. Dele decorrem consequências
importantes como, por exemplo, a necessidade de ❶ Agentes Políticos
institutos como a suplência, a delegação e a substi- São os que ocupam os cargos principais na estrutu-
tuição para preencher as funções públicas tempo- ra constitucional, em situação de representar a
rariamente vagas. vontade política do Estado. São chamados, pelo
16.Especialidade  Dos princípios da legalidade e artigo 39 § 4º da Constituição Federal, de “mem-
da indisponibilidade do interesse público decorre, bros de poder”. São os componentes do Governo
dentre outros, o princípio da especialidade, con- nos seus primeiros os escalões, investidos em car-
cernente à ideia de descentralização administrati- gos, funções, mandatos ou comissões, por nomea-
va. Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas ção, eleição, designação ou delegação para o exer-
administrativas - as autarquias - a lei que cria a cício de atribuições constitucionais.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 61
Esses agentes atuam com plena liberdade funcio- ❹ Agentes Credenciados
nal, desempenhando suas atribuições com prerro-
São os particulares que recebem a incumbência da
gativas e responsabilidades próprias, estabelecidas
Administração para representá-la em determinado
na Constituição e em leis especiais. Não são servi-
ato ou praticar certa atividade específica, mediante
dores ou empregados públicos, nem se sujeitam ao
remuneração do Poder Público credenciante. Nesta
regime jurídico estabelecido pela Constituição Fe-
categoria podemos elencar alguns dos peritos que
deral de 1988 para os servidores públicos. Têm
atuam no poder judiciário mediante credenciamen-
normas específicas para sua escolha, investidura,
to, bem como os tradutores juramentados e leiloei-
conduta e processo por crimes funcionais e de res-
ros oficiais.
ponsabilidade, que lhes são privativos. Nesta cate-
goria encontram-se os Chefes do Executivo (Presi- ❺ Agentes Administrativos
dente da República, Governadores e Prefeitos) e São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às
seus auxiliares imediatos (os vices, Ministros, Se- suas entidades autárquicas e fundacionais, ou ain-
cretários de Estado ou Distrito Federal e Secretá- da às empresas públicas e sociedades de economia
rios de Município), os membros das Corporações mista por relações profissionais, sujeitos à hierar-
Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores), quia funcional e ao regime jurídico da entidade
os membros do Poder Judiciário (ministros, desem- estatal a que servem. A Constituição admite as
bargadores e juízes), os membros do Ministério seguintes modalidades: os temporários, os servi-
Público (Procuradores da República, Procuradores dores (ou funcionários) públicos civis de cargo efe-
de Justiça e Promotores Públicos), os membros dos tivo (concursados), servidores públicos de cargo
Tribunais de Contas (Ministros, Auditores e Conse- em comissão, os servidores públicos militares e os
lheiros), os representantes diplomáticos e demais empregados públicos.
autoridades que atuam com independência funcio-
nal no desempenho de atribuições governamen- Temporários
tais, judiciais ou quase judiciais, estranhas ao qua-
dro de servidores públicos. Contratação por excepcio- Procedimento - As leis que
nal necessidade do serviço regulamentam estas con-
❷ Agentes Honoríficos público. tratações são separadas
Constituição Federal para cada ente da federa-
São particulares convocados, designados ou nome- ção. Na União, a regula-
ados para colaborar com o poder público, prestan- Art. 37. IX - a lei estabele-
mentação está na Lei n.º
cerá os casos de contrata-
do transitoriamente determinados serviços ao Es- 8.745 de 09 de dezembro
ção por tempo determina-
tado em razão de sua condição cívica, de sua hono- de 1993.
do para atender a necessi-
rabilidade ou de sua notória capacidade profissio- dade temporária de excep- Os temporários assinam
nal, mas sem qualquer vínculo empregatício ou cional interesse público; contrato de trabalho por
estatutário e, normalmente sem remuneração. Tais tempo determinado e
terão alguns direitos pre-
serviços constituem o chamado múnus público, ou
vistos no estatuto dos
serviços públicos relevantes. São exemplos o jurado servidores civis.
e o mesário eleitoral.
Cargo Público
❸ Agentes Delegados
1. Criado por lei (ordiná- Cargo Efetivo
São particulares que recebem a incumbência da
ria), que define a modali- Ingresso via concurso.
execução de determinada atividade ou serviço pú- dade do cargo e os requisi-
blico e o realizam em nome próprio, por sua conta Cargo em Comissão
tos para ingresso.
e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a Livre nomeação e livre
2. Pode ser Civil ou Militar.
permanente fiscalização do delegante. Exercem exoneração. Somente para
3. Preenchido pelo Servidor os casos de direção, chefia
atividade pública mediante poder delegado pelo (ou funcionário) Público, e assessoramento. Tam-
governo. Esses agentes não são servidores públi- que obedecerá a Constitui- bém são conhecidos como
cos, nem honoríficos, nem representantes do Esta- ção Federal e, subsidiaria- cargos comissionados ou
do. Todavia, constituem uma categoria de colabo- mente, ao respectivo esta- cargos de confiança (termo
tuto. Estatuto nada mais é menos utilizado).
radores do Poder Público. Nessa categoria encon-
que uma lei (ordinária ou
tram-se os concessionários e permissionários de complementar) que traz a
serviços públicos, todos os terceirizados e as de- maioria dos direitos, obri-
mais pessoas que recebem delegação para a práti- gações e responsabilidades
ca de alguma atividade estatal ou serviço de inte- de uma categoria de servi-
resse coletivo. dores públicos.

62 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Emprego Público responsabilidade da União quanto a danos e aci-
dentes nucleares (art. 21 XXIII “d”60).
1. Criado por lei (ordiná- Procedimento - A Consti-
ria), que define a modali- tuição Federal de 1988 - A fundamentação da Teoria da Responsabilidade
dade do emprego e os artigo 37 inciso II - somente do Estado é constitucional, mas recebe influência a
requisitos para ingresso. admite o ingresso de em- doutrina e da jurisprudência, haja vista que, para
2. Somente Civil. pregados públicos através que a teoria da responsabilidade se concretize, há
de concurso público, sem necessidade do devido processo legal. Então, a
3. Preenchido pelo Empre-
prever exceções.
gado Público, que obede- cada processo, o poder judiciário vai manifestando
cerá a Constituição Federal No entanto, sabe-se que a novas interpretações para o texto da Constituição
de 1988, a CLT e a Lei n.º cúpula das empresas do
Federal de 1988 e a doutrina vai se modernizando
9.962 de 22 de fevereiro de governo é ocupada por
empregados contratados junto com a jurisprudência. Analisando o texto
2000.
sem concurso público, ou constitucional, temos três pontos que necessitam
4. Os empregados assinam
seja, casos de direção, ser detalhados.
um contrato de trabalho
chefia e assessoramento.
por tempo indeterminado.
Podemos citar como ❶ Quem responde pelo dano?
5. Os empregos existem exemplo a diretoria da
para as empresas do go- Petrobras, do Banco do
verno (empresa pública,
Resposta - São duas modalidades de pessoas jurídi-
Brasil, da Copel e da Sane-
sociedade de economia cas. As pessoas jurídicas de direito público, que de
par.
mista e empresas subsidiá- acordo com o art. 41 do Código Civil61 brasileiro,
rias). compreende a União, os estados, os municípios, o
Distrito Federal, os territórios, as autarquias, as
Anexo III associações públicas e qualquer outra pessoa jurí-
dica criada por uma lei.
Constituição Federal de 1988 Também respondem pelo dano as pessoas jurídi-
Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as cas de direito privado prestadoras de serviço, ou
de direito privado prestadoras de serviços públicos res- seja, qualquer pessoa jurídica que preste serviço
ponderão pelos danos que seus agentes, nessa qualida- público, independentemente de ser pública ou
de, causarem a terceiros, assegurado o direito de regres- privada, o que engloba desde empresas estatais,
so contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. como particulares que celebram contratos e con-
vênios com o governo. Neste aspecto é importante
A responsabilidade civil consiste no dever de repa- ressaltar que há empresas governamentais que não
rar ou compensar a violação do dever jurídico ori- prestam serviços públicos já que, em primeiro pla-
ginário de agir conforme o ordenamento jurídico. A no, empresas públicas exercem atividades típicas
violação do dever jurídico originário gera o dever dos particulares por questão de conveniência ad-
jurídico sucessivo (de indenizar o prejuízo). Do de- ministrativa ou contingência de mercado e, as soci-
ver de respeito ao patrimônio físico ou imaterial, edades de economia mista, também não prestam,
surge o dever de repará-lo em caso de violação. A a priori, serviços públicos, exercendo atividades
teoria da Responsabilidade do Estado, também típicas mercantis (lucrativas).
conhecida como teoria do Risco Administrativo ou
Teoria da Responsabilidade Extracontratual do
Estado nasce quando um agente (qualquer modali- 60
Constituição Federal de 1988
dade de agente público) causa dano (moral, mate- Art. 21. Compete à União:
rial ou a imagem) a um terceiro no exercício da XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer

função. A pessoa jurídica a qual o agente represen- natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o

ta será responsável pelo pagamento de eventual enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comér-

indenização. cio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguin-


tes princípios e condições:
Ainda há provas de concursos que utilizam nas d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da exis-
questões o nome Teoria do Risco Integral, onde a tência de culpa;
pessoa jurídica causadora do dano não teria a pos- 61
Código Civil Brasileiro de 2002
sibilidade de aplicar excludentes de culpabilidade, Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
circunstâncias atenuantes e nem tão pouco analisar I - a União;
fatores como dolo ou culpa. Esta teoria já vigorou II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
no direito brasileiro, no entanto foi superada pelo III - os Municípios;
atual modelo que estudaremos a seguir. O único IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
caso ainda existente do modelo de risco integral é a V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 63
Já houve questões de concurso neste sentido, co- sociais) e todos aqueles que agem perante a socie-
mo destacamos três casos abaixo, onde a resposta dade em nome do governo62.
correta seria confirmar que o Banco do Brasil, a
Caixa Econômica Federal e a Petrobras, embora ❷ Como acontece a responsabilização?
sejam empresas governamentais, não prestam
serviços públicos, e, portanto, estão a priori fora Resposta - O terceiro (também chamado de vítima
das regras da Teoria da Responsabilidade do Estado ou paciente) ingressará com a ação (judicial, cível e
prevista no artigo 37 parágrafo 6º da Constituição com o uso de advogado). Na sentença, o poder
Federal de 1988 e na jurisprudência pátria. judiciário determinará se houve ou não o dano e se
haverá indenização. Para que haja pagamento de
(ESAF/2002 - Analista de Controle Externo do TCU) indenização, há que ser definidos alguns aspectos.
Assinale, entre as entidades abaixo, aquela que não  A existência de Nexo Causal: Nexo causal ou
se submete à responsabilidade objetiva pelos danos nexo de causalidade nada mais é que provar que
de seus agentes que, nessa qualidade, causem a ter-
houve o dano e que o mesmo veio do agente da
ceiros:
pessoa jurídica.
a) Banco do Brasil
 Na apuração dos fatos durante o processo, deve
b) FUNAI - Fundação Nacional do Índio ser determinado se o dano ocorreu por ação ou
c) ANA - Agência Nacional de Águas omissão. Esta determinante é importante pois, no
caso de ação, o pagamento da indenização acon-
d) VARIG - Viação Aérea Riograndense
tecerá no caso de dolo, culpa ou nenhum dos
e) EMBRATEL - Empresa Brasileira de Telecomunica- dois.
ções
Este procedimento de condenação independente-
(ESAF/2005 - Auditor-Fiscal da Receita Federal) Assi- mente de dolo ou culpa denomina-se Responsabi-
nale, entre as entidades abaixo, aquela que não se lidade Objetiva. Já no caso de omissão, para que
submete à responsabilidade objetiva pelos danos que haja responsabilização, é necessário que se prove
seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros. ou dolo ou culpa (omissão dolosa ou omissão cul-
posa), o que se define como sendo Responsabili-
a) FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
dade Subjetiva. É importante ressaltar que esta
b) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL divisão de tratamentos entra a ação e a omissão é
c) ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações algo recente em nosso ordenamento jurídico. Ape-
nas as edições de livros de 2010 ou 2011 em diante
d) REDE GLOBO DE TELEVISÃO
passaram a discorrer sobre esta mudança de tra-
e) TELEMAR tamento que começou na jurisprudência, embora a
ESAF (Escola da Administração Fazendária) já havia
(ESAF/2010 - Auditor-Fiscal do Trabalho) No que con- questionado sobre o assunto em 2005 conforme
cerne à responsabilidade civil do Estado, pode-se questão a seguir. O curioso é que o poder judiciário
afirmar que respondem objetivamente pelos danos passou a dar este tratamento diferenciado após
que seus agentes causarem a terceiros, na modalida- anos de evolução e mediante analogia a teoria do
de de risco administrativo, as seguintes pessoas jurí-
direito francês chamada de teoria da “faute du
dicas, exceto:
service” (falha/falta do serviço = omissão).
a) Petrobras.
b) Instituto Nacional da Seguridade Social.
c) União.
d) Banco Central do Brasil. 62
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO
PÚBLICO. ART. 37 § 6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RES-
e) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social. PONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A USUÁRIO OU NÃO
USUÁRIO. PRECEDENTE DO PLENÁRIO DO STF. AUSÊNCIA DE
PROVA EXCLUSIVA OU CONCORRENTE DO LESADO. 37 § 6º
Sobre os particulares que prestam serviços públicos
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Conforme decisão do Plenário do
podemos destacar os concessionários e permissio-
Supremo Tribunal Federal no RE n.º 591.874, da relatoria do Ministro
nários de serviços públicos, empresas terceirizadas
Lewandowski, a responsabilidade da concessionária de serviços
do governo, todas as entidades paraestatais (tais públicos é objetiva tanto em relação ao terceiro usuário como ao
como os serviços sociais autônomos e organizações não usuário. (...) (71003641263/RS - Relator Pedro Luiz Pozza -
Data de Julgamento: 02/03/2012 - Primeira Turma Recursal Cível)

64 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
A teoria da "faute du service" é uma criação juris- Já como circunstância apenas atenuante (e não
prudencial do Conselho de Estado Francês e, por excludente), temos a culpa recíproca, uma vez que
meio dela, se abandona a analise da culpa do agen- a culpa será mitigada se ambos os lados tiverem
te para se indagar a culpa estatal. Ou seja, a culpa responsabilidade no dano ocorrido. Este tema já foi
pessoal, individual do agente é substituída, na falta largamente abordado em questões de concursos
do serviço, pela culpa do próprio Estado, pela "cul- públicos como veremos duas questões a seguir, a
pa administrativa", peculiar do serviço público, na primeira correta e a segunda errada.
maioria das vezes anônima.
(CESPE/2007 - Procurador Jurídico da Prefeitura de
(ESAF/2005 - Juiz do Trabalho do TRT 7ª Região) Tra- Rio Branco) No âmbito da responsabilidade civil do
tando-se de responsabilidade civil do Estado, assinale Estado, a Constituição Federal de 1988 adotou a teoria
a afirmativa falsa. do risco administrativo. Dessa forma, a responsabilida-
de objetiva será afastada se o Estado comprovar, como
a) Empresas públicas podem se sujeitar à responsabili-
matéria de defesa, a ausência do nexo causal entre o
dade objetiva ou subjetiva, dependendo de seu objeto
dano e a ação do Estado, como, por exemplo, a culpa
social. exclusiva da vítima ou de terceiro ou, ainda, força mai-
b) A teoria francesa da “faute du service” é enquadra- or ou caso fortuito.
da como hipótese de responsabilidade objetiva.
c) A responsabilidade civil por danos nucleares inde- (CESPE/2008 - Defensor Público Substituto da
pende da existência de culpa. DPG/CE) A responsabilidade das empresas prestadoras
de serviço público por dano causado, por ação ou
d) Pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes omissão, a terceiro ou aos usuários do serviço é objeti-
da Administração Pública, podem se sujeitar à respon- va, pelo risco integral, não se eximindo dessa respon-
sabilidade objetiva. sabilidade, ainda quando o dano ocorrer por culpa
e) A responsabilidade do Estado por omissão caracteri- exclusiva da vítima ou de terceiro, por caso fortuito ou
za-se como de natureza subjetiva força maior.

(TJ-GO/2012 - Escrivão Judiciário do TJ da Goiás) Assi- ❸ Após a responsabilização da pessoa jurídica, o


nale a alternativa incorreta: que acontece com o agente causado do dano?
a) A responsabilidade civil por danos nucleares inde-
pende da existência de culpa. Resposta - A Constituição Federal, em seu artigo 37
b) A doutrina francesa da responsabilidade por culpa
parágrafo 6º, define que “... assegurado o direito
do serviço - faute du service - enquadra-se como hipó- de regresso contra o responsável nos casos de dolo
tese de responsabilidade objetiva. ou culpa...”. Isso informa alguns parâmetros a se-
rem analisados.
c) Empresas públicas podem se sujeitar à responsabili-
dade objetiva ou subjetiva, dependendo de seu objeto  Antes que haja qualquer possibilidade de regres-
social. so, o processo de indenização há que ser finalizado
d) Pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes e a pessoa jurídica já deve ter efetuado o pagamen-
da Administração Pública, podem se sujeitar à respon- to da indenização. Feito isso, caso tenha havido
sabilidade objetiva. dolo ou culpa por parte do agente, a pessoa jurídi-
ca tem o direito de regresso contra o responsável,
(CESPE/2013 - Analista Judiciário do TRT da 10ª Regi- que seria somente requerer a devolução integral
ão) No tocante à responsabilidade civil da administra- do valor pago na indenização. Note que a CF/88
ção, julgue os itens subsequentes. não menciona “ação de regresso” e sim, “direito de
( ) Pela teoria da faute du service, ou da culpa do servi- regresso”. Isto porque, nem sempre há necessida-
ço, eventual falha é imputada pessoalmente ao funcio- de de ação, pois poderá haver acordo entre a pes-
nário culpado, isentando a administração da responsa- soa jurídica e seu agente. Voltando ao raciocínio
bilidade pelo dano causado. (errada) sobre o direito de regresso, sabemos que ele só
existe se for comprovado dolo ou culpa por parte
 Verificação das circunstâncias excludentes e/ou do agente (se não houver nenhum dos dois, mes-
atenuantes: A pessoa jurídica poderá, no curso da mo que tenha sido paga a indenização, não haverá
ação, argumentar como matéria de defesa algumas regresso). Isso significa que no regresso também se
circunstâncias excludentes de culpabilidade tais aplica a teoria da Responsabilidade Subjetiva.
como a culpa exclusiva da vítima, caso fortuito,
fenômenos naturais e motivo de força maior.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 65
Direito Administrativo 63
Celso Antônio Bandeira de Mello
❶ Origem do Direito Administrativo “É o ramo do direito público que disciplina o exercício da
função administrativa, assim como os órgãos que a de-
O Direito Administrativo nasceu junto com o Estado sempenham”.
de Direito, mais precisamente na França pós-
64
revolucionária. Até a revolução burguesa de 1789, Hely Lopes Meirelles
regia a lógica do Estado absolutista, no qual o Mo-
“É o conjunto harmônico de princípios que regem os
narca, enquanto rei absoluto, não era responsabili- órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a
zado pelos seus atos. O Rei estava acima do Direito. realizar concreta, direta e imediatamente os fins deseja-
Muitas vezes, aliás, o Direito era exatamente aquilo dos pelo Estado”.
que ditava o Rei. A ordem jurídica - e todo o resto da
sociedade civil - era totalmente submissa às ordena- Maria Sylvia Zanella Di Pietro
65

ções reais.
“É o ramo do direito público que tem por objeto os ór-
Com a revolução, há a queda do absolutismo e a gãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que
instalação do Estado de Direito. Nesse novo período integram a administração pública, a atividade jurídica
histórico, respondendo aos anseios da burguesia não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza
ascendente, que temia o poder estatal desenfreado, para a consecução de seus fins, de natureza pública”.
o Estado passa a se submeter ao Direito. Até mesmo
- e, no Direito Administrativo, principalmente - o ❸ Fontes do Direito Administrativo
Chefe de Estado e de Governo está submisso à or-
dem jurídica. Os governantes - e o próprio Estado As fontes do direito são os fatos jurídicos de que
também - passam a dever respeito ao Direito, tanto resultam normas. As fontes do direito não são una-
quanto qualquer outro membro da sociedade. É nimidade, as definições e relevância variam con-
nesse contexto de submissão jurídica da máquina forme a doutrina. As fontes formais do Direito po-
estatal em que se desenvolve o Direito Administrati- dem ser principais ou acessórias. A fonte principal
vo. E não poderia ser diferente. Somente com o ad- do Direito Administrativo é a lei, ao passo que de-
vento do Estado de Direito é que começa a fazer mais, fontes são acessórias. Cada país atribui im-
sentido o desenvolvimento (no início, mais jurispru- portância maior ou menor a cada uma das fontes.
dencial do que legal) deste novo ramo do Direito: o Como regra geral, os países de tradição romano-
Direito Público. O Direito Administrativo nasce, por- germânica consideram a lei como principal fonte
tanto, para disciplinar as relações entre os adminis- do direito - como no Brasil - deixando às demais o
tradores e os administrados, já que agora estão to- papel de fontes secundárias, na ausência de norma
dos submissos a mesma ordem jurídica. decorrente da lei. Já os países que adotam o siste-
O Direito Administrativo, mais especificamente, co- ma da Common Law66, atribuem maior importância
meça a ser desenvolvido jurisprudencialmente, atra- à jurisprudência. Tradicionalmente, consideram-se
vés das decisões do Conselho de Estado Francês. Tal como fontes do Direito Administrativo as seguin-
conselho, instituído em 1799, possui exatamente a tes:
função de dirimir as controversas surgidas entre a a) Lei  Entendida como o conjunto de textos edi-
Administração Pública e os seus administrados. tados pela autoridade superior (em geral, o poder
Vale lembrar que os revolucionários burgueses não Legislativo ou a Administração Pública), formulados
confiavam no Poder Judiciário, por este ainda ser por escrito e segundo procedimentos específicos.
composto, em sua maioria, por nobres apoiadores do
regime monárquico absolutista. Sendo assim, o Con-
selho de Estado passa a julgar as ações que eram
movidas contra a Administração Pública - demons-
63
trando, claramente, que, a partir de então, a Admi- MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Adminis-
nistração também se submetia ao Direito. trativo.
64
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21ª
❷ Conceito de Direito Administrativo Edição. Editora Atlas: São Paulo, 2008.
65
DI PIETRO, Maria Silvia Zanella. Direito Administrativo. 17ª
O conceito varia para cada um dos doutrinadores. Edição. Editora Atlas: São Paulo, 2004.
66
Primordialmente, sabemos que é um ramo do direito Common law (do inglês "direito comum") é o direito que se de-
público, que regula a organização da atividade admi- senvolveu em certos países por meio das decisões dos tribunais, e

nistrativa. não mediante atos legislativos.

66 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
A lei é a fonte primária do Direito Administrativo, to público, para a consecução dos interesses coleti-
mas em sentido amplo (sentido “lato sensu”), já vos. Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-
que a expressão abrange as normas em geral, des- se definir Administração Pública, como sendo o con-
de a Constituição, até os regulamentos executivos. junto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei
E assim o é, pois tais atos, impondo seu poder atribui o exercício da função administrativa do Esta-
normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, es- do". Resumindo, em sentido objetivo, é a atividade
tabelecem as relações de administração de interes- administrativa executada pelo Estado, por seus ór-
se direto e imediato do Direito Administrativo. gãos e agentes, com base em sua função administra-
tiva. É a gestão dos interesses públicos, por meio de
b) Doutrina  A doutrina forma o sistema teórico
prestação de serviços públicos. É a administração da
de princípios aplicáveis ao direito positivo. Influen-
coisa pública (res publica). Já no sentido subjetivo é o
cia não só na formação das leis, como também nas
conjunto de agentes, órgãos e entidades designadas
decisões administrativas e jurisprudenciais, con-
para executar atividades administrativas. Assim, ad-
tenciosas e não contenciosas, ordenando, dessa
ministração pública em sentido material é adminis-
forma, o próprio Direito Administrativo.
trar os interesses da coletividade e em sentido for-
c) Jurisprudência  A jurisprudência é a tradução mal é o conjunto de entidades, órgãos e agentes que
da reiteração de julgamentos num mesmo sentido executam a função administrativa do Estado.
e influencia fortemente a construção do Direito
Administrativo, que se ressente de codificação le- Princípios Básicos da Administração Pública
gal. Possui um caráter mais prático e mais objetivo
do que a lei e a doutrina, mas nem por isso se apar- Constituição Federal de 1988
ta de princípios teóricos que, por sua persistência
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
nos julgados, acabam por penetrar no ramo da qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
ciência do Direito Administrativo. Vale lembrar que Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
a jurisprudência possui uma característica nacional, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
enquanto que a doutrina tende a universalizar-se. eficiência e, também, ao seguinte:
Sendo assim, cada país possui uma relação diversa
com a jurisprudência. No Brasil, diferentemente ❶ Princípios Básicos Explícitos
dos Estados Unidos, por exemplo, ela não obriga a
Administração ou o Judiciário a segui-la, apenas 1. Legalidade  O princípio da legalidade determina
orienta uma direção para casos semelhantes. que a administração (e os administradores), além
d) Costumes  Também conhecido como direito de não poder atuar contra a lei ou além da lei, so-
consuetudinário, são regras não escritas que se mente pode agir segundo a lei.
formam pela repetição reiterada de um compor- 2. Impessoalidade  Princípio segundo o qual a
tamento e pela convicção geral de que tal compor- administração se move pelo interesse público e não
tamento é obrigatório e necessário. Trata-se, em por interesses pessoais.
geral, de regras não escritas, introduzidas pelo uso
continuado e com o consentimento tácito de todas 3. Moralidade  O princípio da moralidade pública
as pessoas que as admitiram como norma de con- contempla a determinação jurídica da observância
duta. Os juristas enxergam dois elementos consti- de preceitos éticos produzidos pela sociedade,
tutivos do costume jurídico: o material (a prática variáveis segundo as circunstâncias de cada caso.
reiterada do comportamento costumeiro) e o sub- 4. Publicidade67  Como regra geral, os atos prati-
jetivo (a convicção geral de que ele é necessário e cados pelos agentes administrativos não devem ser
obrigatório). sigilosos. Portanto, há ressalvas legalmente estabe-
lecidas e decorrentes de razões de ordem lógica,
❹ Administração Pública como os atos governamentais que envolvem segu-
rança do Estado ou que envolvem a vida privada e
O objeto de estudos do Direito Administrativo é o a intimidade das pessoas.
governo brasileiro, ou seja, a Administração Pública,
que segundo ensina a doutrinadores Maria Sylvia
67
Zanella Di Pietro, o conceito de administração públi- Comentário  No entendimento do STF: “A publicidade e o direito

ca divide-se em dois sentidos: "Em sentido objetivo, à informação não podem ser restringidos com base em atos de

material ou funcional, a administração pública pode natureza discricionária, salvo quando justificados, em casos excepci-
onais, para a defesa da honra, da imagem e da intimidade de tercei-
ser definida como a atividade concreta e imediata
ros ou quando a medida for essencial para a proteção do interesse
que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direi-
público.” (STF/RMS 23036 - DJ 25/08/2006)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 67
5. Eficiência  O princípio da eficiência é o que como próprios da coletividade - internos ao setor
impõe à administração pública e a seus agentes a público - não se encontram à livre disposição de
persecução do bem comum, por meio do exercício quem quer que seja por inapropriáveis. O próprio
de suas competências de forma imparcial, neutra, órgão administrativo que os representa não tem
transparente, participativa, eficaz, sem burocracia disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe
e sempre em busca da qualidade, primando pela incumbe apenas curá-los - o que é também um
adoção dos critérios legais e morais necessários dever - na estrita conformidade do que dispuser a
para melhor utilização possível dos recursos públi- intentio legis71".
cos, de maneira a evitarem-se desperdícios e ga-
72
rantir-se maior rentabilidade social. Mais especifi- Superprincípios de Celso Antônio B. de Melo
camente, é a prática da noção de administração
(CESPE/2015 - Técnico Judiciário do TRE/GO) O regime
gerencial. O princípio da eficiência não existia no jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado
texto original da Constituição Federal de 1988, em dois princípios dos quais todos os demais decor-
tendo sido acrescido somente com a Emenda Cons- rem, a saber: o princípio da supremacia do interesse
titucional n.º 19 de 1998. público sobre o privado e o princípio da indisponibili-
dade do interesse público.
❷ Princípios Básicos Doutrinários68 Implícitos
9. Hierarquia  Os órgãos da Administração Pública
6. Presunção de Legitimidade  Esse princípio, que são estruturados de tal forma que se cria uma rela-
alguns chamam de princípio da presunção de lega- ção de coordenação e subordinação entre uns e
lidade, abrange dois aspectos: de um lado, a pre- outros, cada qual com atribuições definidas na lei.
sunção de verdade, que diz respeito à certeza dos Desse principio, que só existe relativamente às
fatos. De outro lado, a presunção da legalidade, funções administrativas (não em relação às legisla-
pois, se a Administração Pública se submete à lei, tivas e judiciais), decorre uma série de prerrogati-
presume-se, até prova em contrário, que todos os vas para a Administração como a revisão dos atos
seus atos sejam praticados com observância das dos subordinados, a delegação e avocação de atri-
normas legais pertinentes. Trata-se de presunção buições e as punições. Já para o subordinado surge
relativa (juris tantum69) que, como tal, admite pro- o dever de obediência.
va em contrário.
10.Proporcionalidade  O princípio da proporcio-
7. Supremacia do Interesse Público sobre o Parti- nalidade tem o objetivo de coibir excessos, por
cular  O interesse público deve ser conceituado meio da aferição da compatibilidade entre os mei-
como interesse resultante do conjunto dos interes- os e os fins da atuação administrativa, para evitar
ses que os indivíduos pessoalmente tem quando restrições desnecessárias ou abusivas. Por força
considerado em sua qualidade de membros da deste princípio, não é lícito à Administração Pública
sociedade. Desta maneira, discorre Luiz Alberto valer-se de medidas restritivas ou formular exigên-
Araújo70: "O princípio da supremacia do interesse cias aos particulares além daquilo que for estrita-
público sobre o privado, coloca os interesses da mente necessário para a realização da finalidade
Administração Pública em sobreposição aos inte- pública almejada.
resses particulares que com os dela venham even-
tualmente colidir". 11.Razoabilidade  O princípio da razoabilidade
impõe que a Administração Pública, ao atuar no
8. Indisponibilidade do Interesse Público  Ligado exercício do poder discricionário, terá de obedecer
ao princípio de supremacia do interesse público - a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em
também chamado de princípio da finalidade públi- sintonia com o senso normal de pessoas equilibra-
ca - está o princípio da indisponibilidade do interes- das e com as finalidades que presidiram a outorga
se público que, segundo Celso Antonio Bandeira de da competência exercida.
Mello, "significa que sendo interesses qualificados

68
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional Administrativo.
Editora Atlas: São Paulo, 2005. DI PIETRO, Maria Sylvia Zan-
71
ella. Direito Administrativo. 17ª Edição. Editora Atlas: São Intentio Legis  A finalidade da lei.
72
Paulo, 2004. Comentário  De acordo com o doutrinador Celso Antônio Bandei-
69
Juris Tantum  Somente de direito, a admitir prova em contrário. ra de Mello, os princípios magnos da Administração Pública e cujos
70
ARAUJO, Luiz Alberto David. NUNES JUNIOR, Vidal Serrano. quais se derivam todos os demais princípios são: Indisponibilidade
Curso de Direito Constitucional. 4ª Edição. Editora Saraiva: do Interesse Público e Supremacia do Interesse Público sobre o
São Paulo, 2001. Privado, denominando-os de superprincipios ou supraprincipios.

68 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
12.Motivação  O princípio da motivação determi- de não terem a livre disponibilidade dos interesses
na que a autoridade administrativa deve apresen- públicos.
tar as razões que a levaram a tomar uma decisão. A
18.Economicidade  Seguindo a linha de orienta-
motivação é uma exigência do Estado de Direito, ao
ção da finalidade pública dos atos da Administra-
qual é inerente, entre outros direitos dos adminis-
ção, temos como desdobramento do princípio da
trados, o direito a uma decisão fundada, motivada,
economicidade que, incorporado literalmente pelo
com explicitação dos motivos. Sem a explicitação
caput do artigo 70 da Constituição Federal, nada
dos motivos torna-se extremamente difícil aferir a
mais traduz do que o dever de eficiência do admi-
correção daquilo que foi decidido.
nistrado na gestão do dinheiro público.
13.Controle ou Tutela  Na estruturação da Admi-
nistração Pública há uma desconcentração e des- Administração Direta e Indireta
centralização de competência e poderes visando
sempre à especialização e a eficiência. Para tanto, A República Federativa do Brasil tem uma divisão de
são criados órgãos e pessoas jurídicas, que terão pessoas jurídicas - União, Estados, Distrito Federal,
certa independência funcional, financeira e admi- Municípios e Territórios - e também uma estrutura
nistrativa. Surge, por conseguinte, o dever e a ne- de Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Des-
cessidade de se controlar e fiscalizar esses órgãos e tes poderes fluem os órgãos do governo brasileiro.
pessoas administrativas, com o objetivo de certifi- No geral, todo órgão pertence a um dos três pode-
car a fiel observância de seus fins institucionais. res, com exceção do Ministério Público e do Conse-
lho Nacional do Ministério Público, onde há discus-
14.Autotutela  Enquanto pela tutela, a Adminis- sões doutrinárias sobre o assunto.
tração exerce controle sobre outra pessoa jurídica
por ela mesma instituída, pela autotutela o contro-
le se exerce sobre os próprios atos, com a possibili-
dade de anular os ilegais e revogar os inconvenien-
tes ou inoportunos, independentemente de recur-
so ao Poder Judiciário.
15.Continuidade do Serviço Público  Por esse
princípio entende-se que o serviço público, sendo a
forma pela qual o Estado desempenha funções
essenciais ou necessárias à coletividade, não pode
ser interrompido. Dele decorrem consequências
importantes como, por exemplo, a necessidade de
institutos como a suplência, a delegação e a substi-
tuição para preencher as funções públicas tempo-
rariamente vagas.
16.Segurança Jurídica  O princípio da segurança
jurídica ou da estabilidade das relações jurídicas Assim, a União, cada estado, cada município e o
impede a desconstituição injustificada de atos ou Distrito Federal são pessoas jurídicas e os órgãos
situações jurídicas. Muitas vezes, o desfazimento são as subdivisões, as partes do todo.
do ato ou da situação jurídica por ele criada pode
ser mais prejudicial do que sua manutenção, espe-
cialmente quanto a repercussões na ordem social.
17.Especialidade  Dos princípios da legalidade e
da indisponibilidade do interesse público decorre,
dentre outros, o princípio da especialidade, con-
cernente à ideia de descentralização administrati-
va. Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas
administrativas - as autarquias - a lei que cria a
entidade estabelece com precisão as finalidades
que lhe incumbe atender, de tal modo que não
cabe aos seus administradores afastar-se dos obje-
tivos definidos na lei, isto precisamente pelo fato

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 69
Vejamos a seguir um exemplo sucinto da estrutura A União, os estados, o Distrito Federal e os Municí-
da União e de um Estado. pios são pessoas jurídicas de direito público e, como
tal, não dispõe de vontade própria. Por isto, atuam
Presidência da República através de pessoas físicas chamadas de agentes pú-
Órgãos
blicos (servidores, políticos, etc.).
Poder Exe- Ministérios
cutivo da Função: Administrar a sociedade e a Daí surgiu diversas teorias para explicar as relações
União máquina pública. do governo com os seus agentes, como a teoria do
mandato e a teoria da representação, entre as quais,
Câmara dos Deputados a teoria do órgão, ou teoria do órgão público. Pela
Órgãos
Senado Federal teoria do órgão público, a pessoa jurídica (União,
Poder Legis-
Tribunal de Contas da União - TCU estados, municípios, Distrito Federal, Autarquias,
lativo da
União Função: Legislar e exercer atividades de Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades
fiscalização financeira e orçamentária. de Economia Mista) manifesta sua vontade através
de seus órgãos específicos (subdivisões da pessoa
STF - Supremo Tribunal Federal
jurídica), de tal modo que quando os agentes que os
STJ - Superior Tribunal de Justiça compõem manifestam a sua vontade, é como se o
STM - Superior Tribunal Militar próprio governo o fizesse. Assim, cada órgão, como
Órgãos TST - Tribunal Superior do Trabalho centro de competência governamental ou adminis-
Poder Judi- TSE - Tribunal Superior Eleitoral trativa, tem necessariamente funções, cargos e agen-
ciário da CNJ - Conselho Nacional de Justiça tes (parte humana), mas é distinto desses elementos,
União 05 TRFs - Tribunal Regional Federal
que podem ser modificados, substituídos ou retira-
dos sem supressão da unidade orgânica, o que expli-
24 TRTs - Tribunal Regional do Trabalho
ca porque a alteração de funções, a vacância de car-
27 TREs - Tribunal Regional Eleitoral gos ou a mudança de seus titulares não acarreta a
Função: Julgar os litígios da sociedade. extinção do órgão. Portanto, os órgãos que integram
MPU - Ministério Público da União
a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas
- como partes desses corpos vivos - são dotados de
Outros CNMP - Conselho Nacional do Ministério
vontade e capazes de exercer direitos e contrair
Órgãos Público
obrigações para a consecução de seus fins institucio-
Função: Fiscalizar a aplicação da lei.
nais.
Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica
Órgãos Governo do Estado
nem vontade própria, que são atributos do corpo e
Poder Exe- Secretarias não das partes, porém, na área de suas atribuições e
cutivo de Função: Administrar a sociedade e a nos limites de sua competência funcional, expressam
um Estado máquina pública. a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam
Assembleia Legislativa por seus atos, manifestados através de seus agentes.
Órgãos
E, mesmo despersonalizados, os órgãos mantêm
Poder Legis- Tribunal de Contas do Estado - TCE
relações funcionais entre si e com terceiros, das
lativo de um Função: Legislar e exercer atividades de
Estado
quais resultam efeitos jurídicos internos e externos,
fiscalização financeira e orçamentária.
na forma legal ou regulamentar. Eis um exemplo: a
TJ - Tribunal de Justiça (e suas subdivi- entidade (pessoa jurídica) é a União e o órgão é o
Órgãos
sões, como varas cíveis, criminais e es- Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Paraná, que
Poder Judi- pecializadas, juizados especiais e Tribu- embora seja parte da União, tem jurisdição limitada
ciário de um nal do Júri) geograficamente ao estado do Paraná, como aconte-
Estado
Função: Julgar os litígios da sociedade. ce com tantos outros órgãos federais.
Outros MPE - Ministério Público do Estado ❶ Formas de Administração
Órgãos Função: Fiscalizar a aplicação da lei.
Os órgãos públicos do Poder Executivo são criados
Entenda que os poderes (executivo, legislativo e para a prestação do serviço público, que podem ser
judiciário) não são órgãos e sim, esses poderes prestados de forma centralizada ou descentraliza-
definem a atividade a ser desenvolvida por cada da. Já os órgãos do Poder Legislativo não são cria-
órgão criado dentro da União, dos estados, do Dis- dos para administrar, pois sua função primordial é
trito Federal e dos municípios. a de legislar.

70 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Da mesma forma, os órgãos do Poder Judiciário são Há delegação (também conhecida como descentra-
criados para julgar os litígios da sociedade, e não lização por colaboração) quando o Estado transfere
para administrar. Então, quando o tema é a admi- unicamente a execução do serviço (concessão,
nistração pública, em sentido amplo podemos in- permissão ou autorização), para que o delegado o
cluir os órgãos do poder legislativo e judiciário, já preste ao público em seu nome e por sua conta e
que se auto administram, exercendo uma função risco, nas condições regulamentares e sob controle
atípica. No entanto, no sentido estrito sensu, a estatal.
administração pública abrange apenas os órgãos
do Poder Executivo, que são realmente criados ❷ Concentração e Desconcentração
para administração da sociedade e da própria má-
quina estatal. Serviço público Concentrado é aquele que é pres-
tado num único órgão, sem subdivisões ou sem
 Serviço Centralizado é o que o Poder Executivo distribuição em vários locais. Acontece numa mino-
presta por seus próprios os órgãos (Administra- ria de casos. Posemos citar, como exemplo, a ativi-
ção Direta) em seu nome e sob sua exclusiva res- dade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal,
ponsabilidade. Em tais casos o Estado é, ao mes- que acontece apenas em Brasília. No sentido geo-
mo tempo, titular e prestador do serviço. gráfico, podemos afirma que se trata de um serviço
concentrado. Já o serviço Desconcentrado é aquele
Órgãos da Ad- Presidência da República em que a administração distribui a execução de
ministração seus serviços por delegação a outros órgãos dentro
Direta da União Ministérios da mesma entidade estatal no uso do poder hie-
rárquico, sem quebra de hierarquia. Esta descon-
centração dos serviços pode acontecer por ques-
tões geográficas ou por questões de ordem técnica.
Órgãos da Ad-
ministração Governo Estadual/Distrital
❸ Entidades da Administração Indireta
Direta dos Esta-
dos e DF Secretarias
Autarquias

1. Pessoa Jurídica de Direito Público (artigo 41 IV


Órgãos da Ad-
Prefeitura Municipal do Código Civil). As pessoas jurídicas de Direito
ministração
Direta dos Mu- Pública são aquelas criadas por lei (lei ordinária),
nicípios Secretarias como se esta lei fizesse o mesmo papel que um
contrato social faz para uma empresa. Depois de a
 Serviço Descentralizado é todo aquele em que lei ser aprovada e publicada, então o poder público
o Poder Executivo transfere sua titularidade ou, providenciará alvará, CNPJ e outras burocracias
simplesmente, sua execução, por outorga ou de- típicas das pessoas jurídicas.
legação: 2. Criada por lei específica (artigo 37 XIX da Consti-
Há outorga (também conhecida como descentrali- tuição Federal de 1988).
zação por serviços, funcional ou técnica) quando o 3. Gestão administrativa e econômica com auto-
Estado cria uma pessoa jurídica e a ela transfere, nomia (“serviço autônomo”).
por lei, determinado serviço público. É o que acon-
tece quando o serviço é transferido a uma entidade 4. Exerce atividades típicas da Administração Públi-
(pessoa jurídica da administração indireta) especi- ca ou seja, atividades governamentais.
almente criada para este fim (Autarquias, Funda- 5. Direitos e obrigação em nome próprio.
ções, Empresa Públicas e Sociedades de Economia
Mista). 6. É proprietária de seus próprios bens. Os bens das
autarquias são classificados pelo Código Civil como
Autarquias sendo bens públicos e, portanto, estão "afetados",
não sendo sujeitos a penhora, nem ao processo de
Administração Fundações Públicas
usucapião e há restrições para a sua alienação (ar-
Indireta Empresas Públicas tigos 98 a 103 do Código Civil).

Sociedades de Economia Mista


7. Submete-se ao controle do poder público.

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8. Possui os mesmos benefícios processuais que a Classificação das Autarquias
administração direta, por ser pessoa jurídica de
Como bem ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
direito público.
para a classificação das autarquias há que se consi-
9. Possui imunidade tributária quanto a cobrança derar quatro de critérios, a saber: o tipo de ativida-
de imposto sobre o patrimônio, renda ou serviços de exercida, a capacidade administrativa, a estrutu-
(artigo 150 § 2º da Constituição Federal de 1988). ra e, por fim, as autarquias podem ser diferencia-
das pelo regime.
10. Prescrição quinquenal (5 anos) das dívidas,
direitos e ações contra essas entidades (artigo 2º 1. Quanto a Atividade Pública
do Decreto-Lei 4.597/1942).
Assistenciais: Prestam assistência social.
11. Ingresso através de concurso público, exceto os
Previdência: Gerencia previdência social, tal como
cargos de direção, chefia e assessoramento. Os
o INSS.
agentes são servidores públicos, regidos pelos esta-
tutos (artigo 39 caput da Constituição Federal de Administrativas: Prestam serviços tipicamente
1988). administrativos (administração pública).
12. Se sujeitam a teoria da Responsabilidade do Associativas: Alguns doutrinadores defendem que
Estado (ou Teoria do Risco Administrativo) por ser as associações públicas criadas pelos consórcios
pessoa jurídica de direito público (artigo 37 § 6º da públicos é um tipo de autarquia, assunto ainda um
Constituição Federal de 1988). tanto quanto controverso.
13. Contratação sujeita à licitação (artigo 1º da Lei Culturais: Criadas para promover a cultura.
8.666/1993). Ensino: Um bom exemplo são as universidades
Conceito de Autarquia do Decreto-Lei 200 de 25 públicas. Uma universidade pública, embora seja
de fevereiro de 1967 mais visível na ideia de Fundação Pública, são au-
tarquias em sua maioria, pois as fundações públicas
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: só foram criadas no Decreto-Lei n.º 200/1967 no
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, ano de 1987. Então as universidades públicas cria-
com personalidade jurídica, patrimônio e receita das antes de 1987 nasceram no formato de autar-
próprios, para executar atividades típicas da Admi- quia.
nistração Pública, que requeiram, para seu melhor 2. Quanto a Capacidade Administrativa
funcionamento, gestão administrativa e financeira
Geográfica (ou autarquia territorial): É como al-
descentralizada.
guns doutrinadores chamam os territórios e, ainda,
Brasília, que não pode ser chamada de município.
São pessoas jurídicas de direito público (art. 41 do
Código Civil) e, por não se encaixarem noutras clas-
sificações de pessoas jurídicas públicas, são enten-
didas como uma espécie de autarquia.
Serviço (ou institucional): Seriam todas as demais
autarquias criadas para exercer atividades típicas
da administração pública (assistenciais, previdên-
cia, administrativas, associativas, culturais e de
ensino).
3. Quanto a Estrutura
Corporativas: Criadas para regulamentar e fiscali-
zar a atividade profissional no Brasil, tais como a
Ordem dos Advogados do Brasil e todos os Conse-
lhos de profissões.
Fundacionais: Todas as demais autarquias, pois
consistem em personalizações de serviços com
finalidades qualificadas pelo Estado como próprias.
A essa categoria pertence a maioria das autarquias
brasileiras.
72 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
4. Quanto ao Regime
(FCC/2012 - Promotor de Justiça do MPE/AP) “Em
Comum: Aquelas que não possuem nenhum trata- razão de estar sob um regime jurídico especial, tal
mento especial na lei que as criou, o que abrange a entidade fica dispensada de realizar concurso público
maioria das autarquias. para admissão de pessoal”. A entidade a que se refere
a afirmação é :
Especial: Caracterizada por algum detalhe distinti-
vo do regime comum das autarquias, como o modo a) Ordem dos Advogados do Brasil.
de escolha dos dirigentes, impossibilidade de livre b) Agência Executiva.
exoneração dos dirigentes (cargos de chefia com
c) Associação Pública.
mandato fixo), forma de gestão financeira, entre
outros. O tratamento especial varia de acordo com d) Empresa Pública.
cada autarquia. Os modelos mais "famosos" de e) Sociedade de Economia Mista.
autarquia em regime especial são dois: as Agências
Reguladoras, responsáveis pela regulamentação,
controle e fiscalização de serviços públicos delega- Fundação Pública
dos ao setor privado. Há investidura especial dos
seus dirigentes, que são nomeados pelo chefe do 1. Patrimônio Personificado - Conjunto de bens
poder executivo com aprovação do órgão legislati- doados pelo governo, devendo estes bens ser ex-
vo, com mandados fixos e independência técnico- plorados com os rendimentos pré-definidos pelo
decisória. poder público. A fundação pública é criada essenci-
almente para administração de um patrimônio,
O outro modelo muito conhecido de autarquia em como a FUNAI, por exemplo, criada para adminis-
regime especial é a Ordem dos Advogados do Bra- trar o patrimônio indígena no Brasil.
sil, que é uma autarquia, porém foi liberada da
obrigação de fazer concurso público para preen-
chimento de seus cargos, não faz licitação e nem
nistração Indireta da União. A Ordem é um serviço público
tão pouco presta contas de seus gastos perante o
independente, categoria ímpar no elenco das personalidades
TCU. O tratamento especial dado a OAB é tão in-
jurídicas existentes no direito brasileiro.4. A OAB não está incluí-
tenso que há jurisprudência do STF questionando a
da na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como
posição da OAB como não sendo entidade gover- "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada inde-
namental. A verdade é que a OAB é de fato uma pendência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar
autarquia (artigos 44 e 45 § 5º da Lei n.º uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a
8.906/1994), mesmo dentro de tamanha contro- controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está
vérsia73. vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária.
6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que
73
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTI- exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que
GO 79 DA Lei n.º 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88].
DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção
OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a
ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSEN- OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil,
TADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INEREN- cujas características são autonomia e independência, não pode ser
TES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CON- tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional.
CURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas.
INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação
DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é
AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTA- compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9.
DORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpre-
ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXIS- tação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao
TENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPEN- caput do artigo 79 da Lei n.º 8.906, que determina a aplicação do
DÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLA- regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência
ÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. de concurso público para admissão dos contratados sob o regime
NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n.º 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalida-
aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a de e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito
opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indeniza- da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de
ção a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alega- dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12.
ção de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Julgo improcedente o pedido. (ADI 3026, Relator(a): Min. EROS
Pública Direta e Indireta. 3.A OAB não é uma entidade da Admi- GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 73
2. Submetem-se ao controle do poder público. Concepção Legal x Concepção Doutrinária
3. São considerados pela doutrina como meros
“entes de cooperação”. Criação de Fundação Pública de Direito Público

4. Possuem os mesmos benefícios processuais que De acordo com alguns doutrinadores, a fundação não
a administração direta se for criada por lei, ou seja, deveria ser criada conforme as atuais regras legais e
pessoa jurídica de direito público. sim, criada nos mesmo moldes de uma autarquia, ou
seja, criada por lei (lei ordinária), como se esta lei fizes-
5. É proprietária de seus próprios bens. Se a funda-
se o mesmo papel que um contrato social faz para uma
ção for criada por lei, os bens da fundação serão empresa. Depois de a lei ser aprovada e publicada,
classificados pelo Código Civil como sendo bens então o poder público providenciará alvará, CNPJ e
públicos por se tratar de uma pessoa jurídica de outras burocracias típicas das pessoas jurídicas. Se a
direito público e, portanto, estão "afetados", não fundação for criada por lei conforme a concepção dou-
sendo sujeitos a penhora, nem ao processo de usu- trinária, então será uma pessoa jurídica de direito Pú-
capião e há restrições para a sua alienação (artigos blico.
98 a 103 do Código Civil). No entanto, se a funda- Nas questões do CESPE/UnB e da FCC aparece a infor-
ção for apenas autorizada por lei (vide tabela a mação: “Fundação de Direito Público” ou "Fundação de
seguir), então os bens da Fundação serão comuns e Natureza Autárquica".
não receberão este tratamento especial por se
tratar de uma pessoa jurídica de direito privado. Criação de Fundação Pública de Direito Privado
6. Possui imunidade tributária quanto à cobrança
de imposto sobre o patrimônio, renda ou serviços Na concepção da Constituição Federal, do Decreto-Lei
(artigo 150 § 2º da Constituição Federal de 1988). n.º 200/1967 e do Código Civil (artigo 44 inciso III), a
fundação é uma pessoa jurídica de direito Privado, com
7. Ingresso através de concurso público, exceto os a criação autorizada por lei específica (artigo 37 inciso
cargos de direção, chefia e assessoramento. Os XIX da Constituição Federal de 1988) e com posterior
agentes são servidores públicos, regidos pelos esta- registro do estatuto em cartório (artigo 5º § 3º do De-
tutos (artigo 39 caput da Constituição Federal de creto-Lei 200/1967).
1988). Decreto-Lei 200 de 25 de fevereiro de 1967
8. Prescrição quinquenal das dívidas, direitos e Art. 5º § 3º As entidades de que trata o inciso IV deste
ações contra essas entidades (artigo 2º do Decreto- artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição
Lei 4.597/1942). da escritura pública de sua constituição no Registro
Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as de-
9. Contratação sujeita à licitação (artigo 1º da Lei mais disposições do Código Civil concernentes às fun-
8.666/1993). dações.
10. Se sujeitam a teoria da Responsabilidade do
Estado (ou Teoria do Risco Administrativo) seja por
ser pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviço público ou por ser pessoa jurídica de direito
público (artigo 37 § 6º da Constituição Federal de
1988).

Conceito de Fundação do Decreto-Lei 200 de 25 de


fevereiro de 1967
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de per-
sonalidade jurídica de direito privado, sem fins lu-
crativos, criada em virtude de autorização legislati-
va, para o desenvolvimento de atividades que não
exijam execução por órgãos ou entidades de direito
público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção,
e funcionamento custeado por recursos da União e
de outras fontes.

74 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

1. Pessoa Jurídica de Direito Privado (artigo 44 1. Pessoa Jurídica de Direito Privado (artigo 44
inciso II do Código Civil), com a criação autorizada inciso II do Código Civil), com a criação autorizada
por lei específica (artigo 37 inciso XIX da Constitui- por lei específica (artigo 37 inciso XIX da Constitui-
ção Federal de 1988) e posterior registro do estatu- ção Federal de 1988) e posterior registro do estatu-
to ou contrato social em cartório. to em cartório.
2. Qualquer forma de criação é permitida (formato 2. É sempre na forma de uma S/A (Sociedade Anô-
empresarial). nima).
3. Capital exclusivamente público (é totalmente de 4. Capital público e privado (a maioria das ações
propriedade do governo). com direito a voto tem que ser do governo).
4. Ingresso através de concurso público, exceto os 4. Ingresso através de concurso público, exceto os
casos de direção, chefia e assessoramento. Os casos de direção, chefia e assessoramento. Os
agentes são os empregados públicos, regidos pela agentes são os empregados públicos, regidos pela
CLT (Lei n.º 9.962/2000 + artigo 173 § 1º inciso II da CLT (Lei n.º 9.962/2000 + artigo 173 § 1º inciso II da
Constituição Federal de 1988). Constituição Federal de 1988).
5. Contratação sujeita à licitação (artigo 1º da Lei 5. Contratação sujeita à licitação (artigo 1º da Lei
n.º 8.666/1993). n.º 8.666/1993).
6. Não estão sujeitas à Lei de Falências (artigo 2º 6. Não estão sujeitas à Lei de Falências (artigo 2º
inciso I da Lei n.º 11.101/2005). inciso I da Lei n.º 11.101/2005).
7. Se sujeitam a teoria da Responsabilidade do 7. Se sujeitam a teoria da Responsabilidade do
Estado (ou Teoria do Risco Administrativo) se for Estado (ou Teoria do Risco Administrativo) se for
uma pessoa jurídica de direito privado prestadora uma pessoa jurídica de direito privado prestadora
de serviço público (artigo 37 § 6º da Constituição de serviço público (artigo 37 § 6º da Constituição
Federal de 1988). Federal de 1988).
8. Controladas pelo Estado. 8. Controladas pelo Estado (acionária).
9. Exerce atividades típicas dos particulares que, 9. Exercem atividades típicas mercantis, ou seja,
por conveniência ou contingência de mercado, o lucrativas. Por isso competem com as empresas
Estado resolve explorar a atividade. particulares no mercado comum e de ações.

Conceito de Empresa Pública do Decreto-Lei 200 Conceito de Sociedade de Economia Mista do De-
de 25 de fevereiro de 1967 creto-Lei 200 de 25 de fevereiro de 1967
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
II - Empresa Pública - a entidade dotada de perso- III - Sociedade de Economia Mista - a entidade
nalidade jurídica de direito privado, com patrimônio dotada de personalidade jurídica de direito privado,
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei criada por lei para a exploração de atividade eco-
para a exploração de atividade econômica que o nômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
Governo seja levado a exercer por força de contin- ações com direito a voto pertençam em sua maioria
gência ou de conveniência administrativa podendo à União ou a entidade da Administração Indireta.
revestir-se de qualquer das formas admitidas em
direito.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 75
Poderes Administrativos como poderes administrativos”. Nascem com a
Administração e se apresentam diversificados se-
❶ Conceitos Básicos de Poder e Dever gundo as exigências do serviço público, o interesse
da coletividade e os objetivos a que se dirigem. Há
Visando atender o interesse público, a Administra- duas formas de apresentação destes poderes:
ção é dotada de certos poderes, denominados po-
 Poder Vinculado: É aquele que a lei confere à Admi-
deres administrativos, proporcionais aos encargos
nistração Pública para a prática de ato de sua compe-
que lhes são atribuídos e que se constituem em
tência, determinando os elementos e requisitos neces-
seus verdadeiros instrumentos de trabalho para sários à sua formalização.
realização de suas tarefas, razão porque são cha-
mados de poderes instrumentais, e se distinguem  Poder Discricionário: É aquele que a lei confere à
Administração Pública, de modo explícito ou implícito,
do poder político que é expresso em lei e imposto
para a prática de atos administrativos com liberdade
pela moral administrativa e pelo interesse da cole- na escolha de sua conveniência (utilidade), oportuni-
tividade. Além dos poderes que estudaremos a dade (ocasião) e conteúdo.
seguir, o administrador público também atua com
certos deveres para com a comunidade e para com ❸ Gêneros de Poderes
os indivíduos, no sentido de que quem o detém
está sempre na obrigação de exercitá-lo.  Poder Regulamentar ou Poder Normativo
Dever de Agir  A administração, dentro de sua com- Há doutrinadores que afirmam que o Poder Regu-
petência, tem o dever de agir, sendo a omissão consi- lamentar é o poder privativo que os chefes do po-
derada uma forma de abuso. Há doutrinadores que der executivo (presidente, governador e prefeito)
conceituam este dever como sendo um “poder-dever”
tem para regulamentar atividades e serviços públi-
de agir, uma vez que o poder inerente da função públi-
ca deve obrigatoriamente ser colocado em prática pa-
cos através de decretos executivos. Por outro lado,
ra fazer valer os interesses públicos. há doutrinadores que trazem o conceito de poder
regulamentar como sendo aquele em função do
Dever de Probidade  Dever de probidade (honestida- qual a Administração Pública edita atos com efeitos
de) na conduta do administrador público como ele-
gerais e abstratos, ou seja, estende o poder regu-
mento necessário à legitimidade de seus atos.
lamentar para outras autoridades administrativas,
Dever de Eficiência  É o que se impõe a todo agente não restringindo somente aos chefes do poder
público de realizar suas atribuições com presteza, per- executivo. Qualquer um dos dois formatos é aceito
feição e rendimento funcional. em questões de provas.
Dever de Prestar Contas  É decorrência natural da
administração, como encargo de gestão de bens e in- Resumindo o Poder Regulamentar
teresses alheios. A prestação de contas não se refere
apenas ao dinheiro público e gestão financeira, mas a  Pode se manifestar de forma vinculada, como tam-
todos os atos de governo e de administração. bém de forma discricionária, dependendo do caso
concreto.
❷ Poderes do Estado  Pode ter efeito interno (somente dentro da adminis-
tração pública), como também efeito externo (na soci-
O Estado é dotado de poderes políticos, exercidos edade), dependendo do caso concreto.
pelo Legislativo, pelo Judiciário e pelo Executivo, no
desempenho de suas funções constitucionais, e de  Poder Hierárquico
poderes administrativos, que surgem secundaria-
mente com a Administração e se efetivam de acor- É o que dispõe o Executivo para distribuir e escalo-
do com as exigências do serviço público e com os nar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a
interesses da comunidade. São poderes dotados atuação de seus agentes, estabelecendo a relação
pela Administração Pública para bem atender ao de subordinação entre os servidores do seu quadro
interesse. São todos classificados como "poderes de pessoal.
instrumentais" já que se destinam a tornar viáveis
as tarefas administrativas. Resumindo o Poder Hierárquico
 Pode se manifestar de forma vinculada, como tam-
De acordo com o autor Marcus Vinicius Correa
bém de forma discricionária, dependendo do caso
Bittencourt, “para que a administração pública concreto.
possa tutelar adequadamente os interesses coleti-
vos, o regime jurídico administrativo confere a ela  Somente tem efeito interno (apenas dentro da admi-
determinadas prerrogativas que se apresentam nistração pública).

76 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
 Poder Disciplinar sua vontade e, se este quiser se opor, terá que ir a juí-
zo. Evidente que tal atributo aparecerá apenas quando
É a faculdade de punir internamente as infrações houver autorização legal ou se a medida for conside-
funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas rada urgente de modo que não justifique aguardar pe-
à disciplina dos órgãos e serviços da Administração las delongas de um processo judicial. São exemplos de
Pública. Se um particular estiver momentaneamen- atos de polícia auto executáveis, a apreensão de mer-
te ligado a administração, como por exemplo atra- cadorias impróprias para o consumo, a interdição de
vés de um contrato, caso haja uma punição contra- estabelecimento que não atenda às normas de segu-
tual, é uma aplicabilidade prática do poder discipli- rança ou higiene, a ordem de interrupção de um espe-
nar. táculo teatral obsceno, a demolição de uma constru-
ção que ameaça ruir e põe em perigo a população das
imediações, a dissolução de passeata sem prévio aviso
Resumindo o Poder Disciplinar à autoridade competente e assim por diante. Entretan-
 Manifesta-se de forma essencialmente vinculada. to, em casos de expropriação patrimonial, como a co-
brança de tributos ou multas administrativas, e mesmo
 Somente tem efeito interno (apenas dentro da admi- nas hipóteses onde não haja previsão legal e nem ur-
nistração pública). gência, a Administração Pública deverá valer-se da de-
cisão do Poder Judiciário.
 Poder de Polícia
É a faculdade de que dispõe a Administração Públi- Resumindo o Poder de Polícia
ca para condicionar e restringir o uso e gozo de  Manifesta-se de forma essencialmente discricionária.
bens, atividades e direitos individuais, em benefício
 Somente tem efeito externo (na sociedade).
da coletividade ou do próprio Estado. É uma apli-
cabilidade prática do princípio da Supremacia do
O exercício do poder de polícia é descrito pela dou-
Interesse Público sobre o Particular. São espécies
trina como atividade exclusiva de Estado. Por isso
de poder de polícia:
entende-se não ser possível a delegação de atos
Poder de Polícia Judiciária: É aquele que atua na manu- típicos de polícia aos particulares e nem para em-
tenção da ordem pública, agindo sobre as pessoas, in- presas do governo (empresas públicas, sociedades
dividualmente ou indiscriminadamente. Por tal motivo, de economia mista e subsidiárias), o que certamen-
é um poder privativo de determinados órgãos (Polícias
te causaria um desequilíbrio entre os administra-
Civis) ou corporações (Polícias Militares).
dos. Eis abaixo alguns julgados do gênero.
Poder de Polícia Administrativa: Incide sobre os bens,
direitos e atividades. É inerente e se difunde por toda APELAÇÃO CÍVEL - REEXAME NECESSÁRIO - MANDA-
a Administração Pública. DO DE SEGURANÇA - MULTA DE TRÂNSITO -
BHTRANS - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - COM-
O poder de polícia tem três características básicas: PETÊNCIA PARA APLICAR SANÇÕES ADMINISTRATI-
a coercibilidade, a discricionariedade e a autoexe- VAS - INEXISTENTE - ATO DE SANÇÃO EXPRESSIVO DO
cutoriedade. PODER DE POLÍCIA - INDELEGÁVEL A PARTICULARES -
PRECEDENTE DO STJ - SENTENÇA MANTIDA. A aplica-
A coercibilidade traduz-se na imposição coercitiva das ção de multa àqueles que infringem as normas de
medidas adotadas pela Administração Pública. Isso trânsito caracteriza-se como exercício de poder de po-
porque, o poder de polícia situa-se precipuamente na lícia e, como tal, não pode ser atribuída a particulares,
face da autoridade. Hely Lopes Meirelles assinala que justamente em razão da indelegabilidade dos atos
"não há ato de polícia facultativo para o particular", o sancionatórios, inerentes ao poder de coerção do Po-
que define bem esse atributo. der Público. Dessa forma, a BHTRANS, criada como so-
Diz-se que o ato de polícia será discricionário para o ciedade de economia mista, com personalidade jurídi-
administrador público tenha livre escolha da oportuni- ca de direito privado, e com intuito lucrativo, não pos-
dade e da conveniência para exercê-lo, desde que se sui competência para aplicar multas de trânsito no
contenha nos limites legais traçados. Entretanto, nem Município de Belo Horizonte, detendo apenas compe-
sempre a medida relativa ao poder de polícia decorre tência para exercer a fiscalização do trânsito. (TJ-MG -
do exercício do poder discricionário. Por algumas ve- AC: 10024100391275002 MG - Relator: Geraldo Au-
zes, a atividade de polícia poderá ser vinculada ou dis- gusto - Data de Julgamento: 25/03/2014 - Câmaras Cí-
cricionária, dependendo da norma legal e do caso con- veis - 1ª Câmara Cível - Data de Publicação:
creto. 03/04/2014)

A autoexecutoriedade significa que a Administração APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICA-
Pública pode promover, por seus próprios meios, a DO. TRÂNSITO. MULTA. INCOMPETÊNCIA DA EPTC
execução de suas determinações sem exigir-se prévia PARA REALIZAR AUTUAÇÕES POR INFRAÇÃO DE
autorização judicial. Isso significa que a decisão admi- TRÂNSITO E APLICAÇÃO DE MULTA. PODER DE POLÍ-
nistrativa impõe-se ao particular ainda que contra a CIA INDELEGÁVEL. Nos termos do artigo 173, § 1º, II e
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 77
§ 2º da Constituição Federal, as empresas públicas são sem interesse coletivo. O ato praticado com desvio
equiparam-se às empresas privadas. Dispõe, ainda, o de finalidade, como todo ato imoral ou ilícito, é con-
citado dispositivo constitucional que as empresas pú- sumado ou às escondidas ou se apresenta disfarçado
blicas e sociedades de economia mista só podem como ato legal e de interesse público.
exercer atividades no âmbito da prestação de serviços
Omissão da Administração  A omissão como abuso
e exploração da atividade econômica, sendo-lhes ve-
decorre da inércia da Administração, com base no
dada a ingerência em quaisquer outras. (TJ-RS - AC:
principio do poder-dever de agir. Retardando o ato ou
70047792171 RS - Relator: Jorge Maraschin dos Santos
fato que deva praticar, é abuso de poder, que enseja
- Data de Julgamento: 09/05/2012 - Primeira Câmara
correção judicial e indenização ao prejudicado.
Cível - Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
30/05/2012)
Atos Administrativos
❹ Abuso de Poder
❶ Conceito de Ato Administrativo
O abuso do poder ocorre quando a autoridade,
A Administração Pública realiza sua função executi-
embora competente para praticar o ato, ultrapassa
va por meio de atos os jurídicos que recebem a
os limites de suas atribuições ou se desvia das fina-
denominação especial de atos administrativos. Tais
lidades administrativas. O abuso do poder, como
atos, por sua natureza, conteúdo e forma, diferen-
todo ato ilícito, reveste-se de formas, apresentan-
ciam-se dos que emanam do Legislativo (leis) e do
do-se ora ostensivo, como a truculência, ora dissi-
Judiciário (decisões judiciais), quando desempe-
mulado, como o estelionato, não raro encoberto na
nham suas atribuições específicas de legislação e
aparência ilusória dos atos legais. Em qualquer
de jurisdição. Temos assim, na atividade pública
desses aspectos - flagrante ou disfarçado - o abuso
geral, três categorias de atos os inconfundíveis
do poder é sempre uma ilegalidade invalidadora do
entre si: atos legislativos, atos judiciais e atos ad-
ato que o contém. O abuso do poder tanto pode
ministrativos. Ato administrativo é “toda manifes-
revestir a forma comissiva como a omissiva, porque
tação unilateral de vontade da Administração Pú-
ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão
blica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
a direito individual do administrado. O abuso de
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar,
poder tem merecido repúdio sistemático da dou-
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações
trina e da jurisprudência e, para seu combate, o
aos administrados ou a si própria74”. Pode parecer
constituinte armou-nos com os remédios do man-
provinciano, mas sempre digo para os meus alunos
dado de segurança, do habeas corpus, do habeas
que, quando pensarem em atos administrativos,
data e da ação popular, cabíveis contra ato de au-
imaginem folhas de papel. Isto porque, há doutri-
toridade que exceder a legislação e, ainda, assegu-
nadores que defendem a teoria que um ato admi-
rou a toda pessoa o direito de representação con-
nistrativo pode ser verbal (apenas falado) e essa
tra abuso de autoridade, complementando o sis-
hipótese não pode ser descartada quando se trata
tema de proteção contra esses excessos.
de concursos (veja uma questão abaixo), mas para
O abuso de poder ou abuso de autoridade compre- entender os requisitos, os atributos e toda a maté-
ende três espécies bem caracterizadas: o excesso ria que virá a seguir, sempre recomendo que se
de poder, desvio de poder (ou desvio de finalida- imagine o ato escrito, pensando em folhas de pa-
de) e a omissão da administração. pel, ou seja, documentos emanados pelo poder
Excesso de Poder  Ocorre quando a autoridade, ainda público.
que competente para praticar o ato, vai além do per-
mitido, exorbitando o uso de suas faculdades adminis- (TRT 15ª/2007 - Juiz do Trabalho do TRT da 15ª Região)
trativas e, assim, excedendo sua competência legal, Quanto aos atos administrativos, considerando as
invalida o ato, pois ninguém pode agir em nome da assertivas abaixo, assinale a alternativa correta:
Administração fora do que a lei lhe permite.
II. O ato administrativo usualmente é praticado na for-
Desvio de Poder  Também conhecido como desvio ma escrita, mas existem, ainda que excepcionalmente,
de finalidade verifica-se quando a autoridade, embora atos verbais como as ordens dadas a um servidor, e
atuando nos limites de sua competência, pratica o ato atos mímicos, como ocorre quando o policial dirige
por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela manualmente o trânsito e o tráfego. (Correto)
lei ou exigidos pelo interesse público, tornando assim,
uma violação ideológica ou uma violação moral da lei.
Ocorre, por exemplo, quando a autoridade pública de-
74
creta uma desapropriação alegando utilidade pública, Comentário  O conceito - segundo Hely Lopes Meirelles -
mas visando apenas favorecer um particular ou inte- restringe-se apenas ao ato administrativo unilateral, ou seja, àquele
resse pessoal ou, ainda, quando outorga uma permis- que se forma com a vontade única da Administração.

78 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
A prática de atos administrativos cabe, em princí- a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se
pio e normalmente, aos órgãos do Poder Executivo, incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
incumbidos de administrar a sociedade e o estado, b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância
mas as autoridades judiciárias e as mesas legislati- incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
vas também os praticam restritamente quando existência ou seriedade do ato;
ordenam seus próprios serviços, dispondo sobre c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do
seus servidores ou expedindo instruções sobre ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
matéria de sua privativa competência. Esses atos normativo;
são tipicamente administrativos, embora provindos
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria
de órgãos judiciários ou de corporações legislativas,
de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é mate-
e, como tais, se sujeitam a revogação ou a anulação rialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
no âmbito interno ou pelas vias judiciais, como os resultado obtido;
demais atos administrativos do Poder Executivo.
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente prati-
Condição primeira para o surgimento do ato admi- ca o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita
nistrativo é que a Administração aja nessa qualida- ou implicitamente, na regra de competência.
de, usando de sua supremacia de Poder Público,
visto que algumas vezes nivela-se ao particular e o Os requisitos de validade do ato administrativo são
ato perde a característica administrativa, igualan- os cinco elementos indispensáveis para que um ato
do-se ao ato jurídico privado. A segunda, é que seja considerado válido (legal). A lista tem sua origem
contenha manifestação de vontade apta a produzir na lei federal que regula a Ação Popular (Lei n.º
efeitos jurídicos para os administrados, para a pró- 4.717/1965), mas os conceitos foram desenvolvidos
pria Administração ou para seus servidores e a de forma detalhada por doutrinadores e por alguns
terceira, é que provenha de agente competente, artigos da Lei n.º 9.784/1999, conforme podemos
com finalidade pública e revestindo forma legal. verificar a seguir.

Já o fato administrativo é o acontecimento materi-  Competência ou Sujeito


al da Administração, que produz consequências É a condição primeira de sua validade. Nenhum ato -
jurídicas. No entanto, não traduz uma manifesta- discricionário ou vinculado - pode ser realizado vali-
ção de vontade voltada para produção dessas con- damente sem que o agente disponha de poder legal
sequências. Podemos citar como exemplos a cons- para praticá-lo. Todo ato emanado de agente incom-
trução de uma obra pública ou o ato de realizar petente é inválido por lhe faltar um elemento básico
uma cirurgia em hospital público. O fato adminis- de sua perfeição, ou seja, o poder jurídico para mani-
trativo não se destina a produzir efeitos no mundo festar a vontade da Administração.
jurídico, embora muitas vezes esses efeitos ocor-
Competência | Lei n.º 9.784/1999
ram como, por exemplo, uma obra pública mal
executada que causa danos aos administrados en- Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
sejando indenização ou uma cirurgia mal realizada órgãos administrativos a que foi atribuída como própria,
em um hospital público, que também resultará na salvo os casos de delegação e avocação legalmente
responsabilidade do Estado. admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão,
❷ Requisitos de Validade do Ato se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
Lei n.º 4.717/1965 | Regula a Ação Popular estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entida-
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
des mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-
a) incompetência;
se à delegação de competência dos órgãos colegiados
b) vício de forma; aos respectivos presidentes.
c) ilegalidade do objeto; Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
d) inexistência dos motivos; I - a edição de atos de caráter normativo;
e) desvio de finalidade. II - a decisão de recursos administrativos;
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulida- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
de observar-se-ão as seguintes normas: autoridade.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 79
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser minado ato administrativo associam-se à validade
publicados no meio oficial. da mesma, de forma que se o agente não estivesse
obrigado a motivá-lo e mesmo assim a motivação
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e pode-
res transferidos, os limites da atuação do delegado, a
fosse feita, o pressuposto de fato e de direito há
duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, que ser legítimo.
podendo conter ressalva de exercício da atribuição dele- Motivação | Lei n.º 9.784/1999
gada.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
pela autoridade delegante.
quando:
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencio-
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
nar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
editadas pelo delegado. II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san-
ções;
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por
motivos relevantes devidamente justificados, a avocação III - decidam processos administrativos de concurso ou
temporária de competência atribuída a órgão hierarqui- seleção pública;
camente inferior.
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
 Finalidade licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
É o objetivo de interesse público a atingir. Não se
compreende ato administrativo sem fim público. VI - decorram de reexame de ofício;

 Forma VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a


questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
É o revestimento exteriorizador do ato administrati- relatórios oficiais;
vo e, em regra, constitui requisito imprescindível à
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con-
sua perfeição. Cada ato tem uma forma própria,
validação de ato administrativo.
conforme pode ser verificado no estudo das espécies
de atos administrativos (tópico 7). Enquanto a von- § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
tade dos particulares pode manifestar-se livremente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações,
a manifestação da Administração exige procedimen-
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte inte-
tos especiais para que se expresse.
grante do ato.
 Motivo ou Causa § 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
É a situação de direito ou de fato que determina ou pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fun-
autoriza a realização do ato administrativo. O moti- damentos das decisões, desde que não prejudique direito
ou garantia dos interessados.
vo, como elemento integrante da perfeição do ato,
pode vir expresso em lei, como pode ser deixado ao § 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e
critério do administrador. No primeiro caso será um comissões ou de decisões orais constará da respectiva
elemento vinculado e no segundo, discricionário, ata ou de termo escrito.
quanto à sua existência e valoração. Da diversidade
 Objeto ou Conteúdo
das hipóteses resultará a exigência ou a dispensa da
motivação do ato. É a criação, modificação ou comprovação de situa-
ções jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou
Dentro deste requisito, há que se ressaltar a Teoria
atividades sujeitas à ação do Poder Público.
dos Motivos Determinantes (Gaston Jéze) que, de
acordo com o doutrinador Alexandre de Moraes75,
A questão a seguir (banca ESAF) separa os elementos
“aplica-se a todos os atos administrativos, pois,
do Ato Administrativo. Para responder a questão era
mesmo naqueles em que a lei não exija a obrigato-
essencial que o candidato soubesse responder as se-
riedade de motivação, se o agente optar por moti- guintes perguntas:
vá-los, não poderá alegar pressupostos de fato e de
direito inexistentes”. Esta teoria alimentada pela Competência  Quem pode fazer o ato?
maioria dos doutrinadores administrativistas brasi- Finalidade  Para quê o ato será feito?
leiros, afirma que os motivos expostos pela admi- Forma  Como o ato será feito?
nistração que justificam a realização de um deter-
Motivo  Por que o ato será feito?
75
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional Administrativo.
Objeto  O quê se quer com esse ato?
Editora Atlas: São Paulo, 2005. Pg. 131.

80 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Prova de Auditor-Fiscal da Receita Federal de 2005. A particular na sua utilização. Os atos, porém, que
resposta será alternativa "c". consubstanciam um provimento ou uma ordem
administrativa (atos normativos, ordinatórios, puni-
tivos) nascem sempre com imperatividade, ou seja,
com a força impositiva do Poder Público.
 A autoexecutoriedade consiste na possibilidade
que, em regra, os atos administrativos têm imedia-
ta e direta execução pela própria Administração,
portanto independentemente de ordem judicial
para que seu cumprimento seja exigido.
 A tipicidade é o atributo do ato administrativo
que determina que um ato deve corresponder a
uma das figuras definidas previamente pela lei,
como aptas a produzir determinados resultados,
sendo corolário, portanto, do princípio da legalida-
de. Sua função é impossibilitar que a Administração
venha a praticar de atos inominados, representan-
do, pois, uma garantia ao administrado, já que im-
pede que a Administração pratique um ato unilate-
ral e coercitivo sem a prévia previsão legal. Repre-
senta, também, a segurança de que o ato adminis-
trativo não pode ser totalmente discricionário, pois
a lei define os limites em que a discricionariedade
poderá ser exercida.

❹ Classificação dos Atos

❸ Atributos do Ato Administrativo Para classificar um ato administrativo é preciso


enquadrá-lo numa das opções em cada uma das 8
Os atos administrativos, como emanação do Poder classificações. Citando, como exemplo, uma certi-
Público, trazem em si certos atributos que os dis- dão de antecedentes criminais elaborada dentro
tinguem dos atos jurídicos privados e lhes empres- das regras legais e que está pronta para ser retira-
tam características próprias e condições peculiares da por quem a solicitou, podemos classificar este
de atuação. ato como vinculado (ou regrado), simples, indivi-
dual (ou especial), externo, de gestão, declarató-
 Os atos administrativos, qualquer que seja sua rio, perfeito e válido. Vejamos abaixo os detalhes
categoria ou espécie, nascem com a presunção de das formas de classificar um ato administrativo.
legitimidade, independentemente de norma legal
que a estabeleça. Essa presunção decorre do prin-
 Quanto à sua formação, os atos administrativos
cípio da legalidade da Administração. Enquanto
podem ser simples, complexos ou compostos.
não sobrevier o pronunciamento de nulidade, os
atos administrativos são tidos por executáveis e 1. Ato simples é o que resulta da manifestação de um
operantes, quer para a Administração, quer para os único órgão, seja unipessoal ou colegiado.
particulares sujeitos ou beneficiários de seus efei- 2. Ato complexo é o que se forma pela conjugação de
tos. Trata-se de presunção relativa (juris tantum76) vontades de mais de um órgão administrativo.
que, como tal, admite prova em contrário. 3. Ato composto é o que resulta da vontade única de
 A imperatividade (ou exigibilidade) é o atributo um órgão, mas depende de verificação por parte de
do ato administrativo que impõe a coercibilidade outro para se tornar exequível.
para seu cumprimento ou execução. Esse atributo
não está presente em todos os atos, visto que al-  Quanto ao seu regramento, os atos podem ser
guns deles o dispensam, por desnecessário à sua vinculados ou discricionários.
operatividade, uma vez que os efeitos jurídicos do 1. Atos vinculados ou regrados são aqueles para os
ato dependem exclusivamente do interesse do quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua
realização. Lei no sentido latu sensu.
76
Juris Tantum: Somente de direito, a admitir prova em contrário.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 81
2. Atos discricionários são os que a administração pode jurídica individual para seus destinatários em relação à
praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de administração.
seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportuni-
2. Ato extintivo ou desconstitutivo é o que põe fim a
dade e do modo de sua realização.
situações jurídicas individuais, como a cassação de uma
Competência = Vinculado autorização ou a encampação de um serviço público
concedido ao particular.
Finalidade = Vinculado
3. Ato modificativo é o que tem por fim alterar situa-
Forma = Vinculado
ções preexistentes, sem suprimir direitos ou obriga-
Motivo = Vinculado ou Discricionário ções, como ocorre com aqueles que alteram horários
ou locais de reunião.
Objeto = Vinculado ou Discricionário
4. Ato declaratório é o que visa preservar direitos, re-
 Quanto aos seus destinatários, os atos adminis- conhecer situações preexistentes ou, mesmo, possibili-
tar seu exercício.
trativos podem ser gerais ou individuais.
5. Ato alienativo é o que opera a transferência de bens
1. Atos administrativos gerais ou regulamentares são
ou direitos de um titular a outro. Tais atos, em geral,
aqueles expedidos sem destinatários determinados,
dependem de autorização legislativa, porque sua reali-
alcançando todos os sujeitos que se encontrem na
zação ultrapassa os poderes ordinários de administra-
mesma situação de fato abrangida por seus preceitos.
ção.
2. Atos administrativos individuais ou especiais são
6. Ato abdicativo é aquele pelo qual o titular abre mão
todos aqueles que se dirigem a destinatários certos,
de um direito. A peculiaridade desse ato é seu caráter
criando-lhes situação jurídica particular.
incondicionável e irretratável. Desde que consumado, o
ato é irreversível e imodificável, como são as renúncias
 Quanto ao alcance, os atos administrativos po- de qualquer tipo.
dem ser internos ou externos.
 Quanto à exequibilidade, o ato administrativo
1. Atos administrativos externos, ou, de efeitos exter-
pode ser perfeito, imperfeito, pendente ou con-
nos, são todos aqueles que alcançam os administrados,
os contratantes e, em certos casos, os próprios servido- sumado.
res, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios 1. Ato perfeito é aquele que reúne todos os elementos
ou conduta perante a administração. necessários à sua exequibilidade ou operatividade,
2. Atos administrativos internos são os destinados a apresentando-se apto e disponível para produzir seus
produzir efeitos no recesso das repartições administra- regulares efeitos.
tivas, ou seja, dentro do órgão público. 2. Ato imperfeito é o que se apresenta incompleto na
sua formação ou carente de um ato complementar para
 Quanto ao seu objeto, os atos administrativos tornar-se exequível e operante. Acontece, por exemplo,
podem ser atos de império, gestão e de expedien- quando um ato depende de publicação oficial para ser
te. perfeito e essa publicação ainda não aconteceu.
3. Ato pendente ou ineficaz é aquele que, embora per-
1. Atos de império ou de autoridade são todos aqueles
feito, por reunir todos os elementos os de sua forma-
que a Administração pratica usando de sua supremacia
ção, não produz seus efeitos, por não verificado o ter-
sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obriga-
mo ou a condição de que depende sua exequibilidade
tório atendimento.
ou operatividade. O ato pendente pressupõe sempre
2. Atos de gestão são os que a administração pratica um ato perfeito, mas a sua execução está prejudicada
sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. Tal por alguma situação.
ocorre nos atos negociais com os particulares, que não
4. Ato consumado é o que já foi perfeito, já produziu
exigem coerção sobre os interessados.
todos os seus efeitos e tornou-se irretratável ou imodi-
3. Atos administrativos de expediente ou de mero ficável por lhe faltar objeto. Acontece, por exemplo,
expediente são os atos de rotina interna, que se desti- quando um ato tem prazo de existência e este prazo
nam a dar andamento aos processos e papéis que tra- acaba.
mitam pelas repartições públicas.
 Quanto à eficácia, o ato administrativo pode ser
 Quanto ao conteúdo, o ato administrativo pode válido, nulo ou anulável.
ser constitutivo, extintivo, modificativo, declarató-
1. Ato válido é o que advém de autoridade competente
rio, alienativo ou abdicativo de direitos ou de situ-
para praticá-lo e contém todos os requisitos necessá-
ações. rios à sua eficácia dentro das regras legais.
1. Ato constitutivo é aquele que cria uma nova situação
82 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
2. Ato nulo é o que possui um vício que não pode ser tração anula um ato administrativo é necessário
convalidado. respeito a dois requisitos: a hierarquia, já que so-
3. Ato anulável é o que possui um vício de possível
mente a própria autoridade que fez o ato ou al-
convalidação, ou seja, pode ser corrigido posteriormen- guém hierarquicamente acima desta poderá anular
te por uma operação jurídica. o ato e, também, a forma, já que o ato de anulação
deve ser da mesma espécie do ato a ser anulado,
como por exemplo, apenas uma portaria anula
❺ Invalidação dos Atos outra portaria.
 Revogação
Súmula 473 do STF Lei n.º 9.784/1999
É a supressão de um ato administrativo legítimo e
eficaz, realizada pela Administração - e somente
“A Administração pode Art. 53. A Administração
anular seus próprios atos, deve anular seus próprios
por ela - por não ser mais conveniente a sua exis-
quando eivados de vícios atos, quando eivados de tência. Toda revogação pressupõe, portanto, um
que os tornem ilegais, vício de legalidade, e pode ato legal e perfeito, mas inconveniente ao interesse
porque deles não se origi- revogá-los por motivo de público. A revogação funda-se no poder discricio-
nam direitos, ou revogá- conveniência ou oportu- nário de que dispõe a Administração para rever sua
los, por motivo de conve- nidade, respeitados os atividade interna e encaminhá-la adequadamente à
niência ou oportunidade, direitos adquiridos. realização de seus fins específicos. Para revogar um
respeitados os direitos ato administrativo é necessário respeito a dois
adquiridos e ressalvada, requisitos: a hierarquia, já que somente a própria
em todos os casos, a
autoridade que fez o ato ou alguém hierarquica-
apreciação judicial”.
mente acima desta poderá revogar o ato e, tam-
bém, a forma, já que o ato de revogação deve ser
A administração pode desfazer seus próprios atos da mesma espécie do ato a ser revogado, como por
por considerações de mérito e de legalidade. Isso exemplo, apenas uma resolução revoga (no todo
significa que a administração controla seus pró- ou em parte) outra resolução. Os efeitos da revo-
prios atos em toda plenitude, exercendo o princípio gação de um ato administrativo não retroagem às
constitucional da autotutela. suas origens - o chamado efeito ex nunc. Isto signi-
 Anulação fica que a revogação só surte efeito a partir da sua
declaração, através de outro ato administrativo
Lei n.º 9.784 de 29 de janeiro de 1999 que revogará o ato inconveniente para a adminis-
tração pública. É importante ressaltar que há um
Art. 54. O direito da Administração de anular os entendimento doutrinário e predominante, muito
atos administrativos de que decorram efeitos favo- cobrado em concursos públicos desde meados de
ráveis para os destinatários decai em cinco anos, 2011, que só é possível e revogação de atos discri-
contados da data em que foram praticados, salvo cionários, tendo em vista o principio da segurança
comprovada má-fé. jurídica. Isso significa que, se é opcional conceder
um direito, também será opcional retirá-lo do des-
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o tinatário.
prazo de decadência contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento.  Cassação
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular É a supressão de um ato administrativo legítimo e
qualquer medida de autoridade administrativa que eficaz por uso indevido, ou seja, desvio do objeto
importe impugnação à validade do ato. para qual o ato foi emitido, com efeito ex nunc
(não retroativo). Podemos citar, por exemplo, a
É a declaração de invalidade de um ato administra- cassação de uma licença de funcionamento, haja
tivo ilegítimo e ilegal, feita pela própria Administra- vista o detentor do documento não cumpriu as
ção Pública ou pelo Poder Judiciário. Baseia-se, regras estabelecidas pela administração pública.
portanto, em razões de legitimidade ou legalidade,
 Caducidade
diversamente da revogação, que se funda em mo-
tivos de conveniência ou de oportunidade. Os efei- É a supressão de um ato administrativo legítimo e
tos da anulação dos atos administrativos retroagem eficaz por lapso temporal ou por alteração de legis-
às suas origens, invalidando as consequências pas- lação, o que geralmente acontece de forma auto-
sadas, presentes e futuras do ato anulado. É o efei- mática e tem efeito ex nunc.
to chamado de ex tunc. Quando a própria adminis-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 83
Podemos citar, por exemplo, a invalidação de uma A Lei n.º 9.784/1999, em seu artigo 55, traz o
licença haja vista ter expirado o seu prazo de vali- termo defeito sanável. De acordo com a maioria
dade. O outro exemplo de caducidade - por altera- dos doutrinadores, estes defeitos sanáveis seriam
ção de legislação - origina-se quando uma legisla- nos requisitos da competência, quando o ato
ção superveniente gera perda de efeitos jurídicos preenche os demais requisitos de validade, fal-
da antiga norma que respaldava a prática daquele tando-lhe apenas a competência, o vício pode ser
ato. Diógenes Gasparini define que “a retirada fun- sanado através de uma ratificação por parte da
da-se no advento de nova legislação que impede a autoridade competente desde que a competência
permanência da situação anteriormente consenti- seja delegável, na forma, quando esta não for es-
da”. Ocorre, por exemplo, a permissão de uso de sencial para a sua validade e o ato atingir o obje-
um bem público é cancelada devido ao advento de tivo e, por fim, no objeto se este for “errado”, po-
uma nova lei editada que proíbe tal uso privativo rém não for ilegal.
por particulares. Assim, podemos afirmar que tal
Lei n.º 9.784 de 29 de janeiro de 1999
permissão caducou.
 Contraposição Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar-
retarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
Também é chamada por alguns autores de "derru- terceiros, os atos que apresentarem defeitos saná-
bada", porque acontece quando um ato deixa de veis poderão ser convalidados pela própria Admi-
ser válido em virtude da emissão de um outro ato nistração.
que gerou efeitos opostos ao seu, tendo efeito ex
nunc.. São atos que possuem efeitos contrapostos
❼ Espécies de Atos Administrativos
e, por isso, não podem existir ao mesmo tempo.
 Atos Administrativos Normativos
Invalidação Competência Motivo
São aqueles que contêm um comando geral da admi-
Administração Ilegalidade nistração pública, visando a correta aplicação da lei,
Anulação
ou Ilegitimidade tendo como objetivo direto o de explicitar a norma le-
Efeito: extunc gal a ser observada pela Administração e pelos admi-
Poder Judiciário Vício
nistrados.
Revogação Somente a Conveniência a) Decretos  Em sentido próprio e restrito, são
Efeito: ex nunc Administração Oportunidade atos administrativos da competência exclusiva dos
Chefes do Poder Executivo (federal, estadual e mu-
Uso indevido do
Cassação Somente a nicipal), destinados a prover situações gerais ou
Ato Administrati-
Efeito: ex nunc Administração
vo. individuais, abstratamente previstas pela legisla-
ção, de modo expresso, implícito ou explícito. De
Mudança na Le- modo geral, o decreto é normativo e geral, poden-
Caducidade gislação do ser específico ou individual, e é sempre hierar-
Automático
Efeito: ex nunc quicamente inferior à lei. Temos dois tipo de decre-
Lapso Temporal
tos. O decreto Regulamentar ou de Execução é
aquele que visa a explicar a lei e facilitar-lhe a exe-
Contraposição Derrubada do Ato
Automático cução, tornando claro seus mandamentos e orien-
Efeito: ex nunc Administrativo
tando sua explicação. É o tipo de decreto que apro-
va, em texto à parte, o regulamento a que se refe-
❻ Convalidação dos Atos Administrativos re. Já o decreto Independente ou Autônomo é
aquele que dispõe sobre matéria ainda não regula-
É a declaração de validade de um ato administra- da especificamente em lei. A doutrina aceita esses
tivo ilegítimo e ilegal, feito pela própria Adminis- provimentos administrativos praeter legem77 para
tração e com efeito ex tunc. Esta atitude opera suprir a omissão do legislador, desde que não inva-
dentro do poder discricionário da administração dam as reservas da lei, isto é, as matérias que so-
pública e acontece quando o requisito de valida- mente a lei (ordinária ou complementar) pode re-
de que lhe falta não é essencial para a validade do gular.
ato. É importante ressaltar que a convalidação é
um ato administrativo. Ele não opera automati-
camente, sendo necessário um ato para formal-
mente convalidar outro ato.
77
Diz-se praterlegem o ato que completa ou complementa a lei.

84 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
b) Instruções Normativas  São atos administrati-  Atos Administrativos Enunciativos
vos expedidos pelos Ministros de Estado, ou a São todos aqueles em que a Administração se limita a
quem os mesmos delegarem competência, para a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião
execução das leis, decretos e regulamentos, po- sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu
dendo ser usados, portanto, por outros órgãos enunciado. Alguns doutrinadores afirmam que estes
superiores com a mesma finalidade. atos não tem o atributo da coercibilidade, já que não
exigem nada do destinatário e não contém uma ordem
c) Resoluções  São atos administrativos normati- de fazer ou não fazer.
vos expedidos pelas altas autoridades do Poder
Executivo ou pelos presidentes de tribunais, órgãos a) Certidões  São cópias ou fotocópias fiéis e au-
legislativos e colegiados administrativos, para dis- tenticadas de atos ou fatos constantes de processo,
ciplinar matéria de sua competência específica. Por livro ou documento que se encontre nas reparti-
exceção, admitem-se resoluções individuais. As ções públicas. Podem ser de inteiro teor ou resu-
resoluções, normativas ou individuais, são sempre midas, desde que expressem fielmente o que ex-
atos inferiores aos decretos, regulamentos e regi- pressa o original. As certidões administrativas, des-
mentos, não podendo inová-los ou contrariá-los, de que autenticadas têm o mesmo valor probante
mas tão-somente complementá-los e explicá-los. do original, como documentos públicos que são e
Têm efeitos internos e externos, conforme o cam- seu fornecimento independe do pagamento de
po de atuação. taxas (artigo 5º XXXIV “b” da Constituição Federal
de 1988).
d) Regimentos  São atos administrativos normati-
vos de atuação interna, destinados a reger o funci- b) Atestados  São atos pelos quais a Administra-
onamento de órgãos colegiados e de corporações ção comprova um fato ou uma situação de que
legislativas. Como ato regulamentar interno, o re- tenha conhecimento por seus órgãos competentes.
gimento só se dirige aos que devem executar o Não se confunde com a certidão por se tratar de
serviço ou realizar a atividade funcional regimenta- uma cópia fiel de instrumento púbico, diferente do
da, sem obrigar aos particulares em geral. Distin- atestado, que somente confirma um acontecimen-
guem-se dos regulamentos porque estes discipli- to ou um fato de que a administração tem conhe-
nam situações gerais entre a Administração e os cimento.
administrados, estabelecendo relações jurídicas. c) Concessão  Ato administrativo mediante o qual
e) Deliberações  São atos normativos ou decisó- a Administração Pública outorga aos administrados
rios emanados de órgãos colegiados. Quando nor- um status ou uma honraria, como a concessão de
mativas, as deliberações são atos gerais e, quando título de cidadão honorário por exemplo.
decisórias, as deliberações são atos individuais. As d) Parecer  Os pareceres administrativos são ma-
deliberações gerais são sempre superiores às indi- nifestações de órgãos técnicos sobre assuntos
viduais. As deliberações devem sempre obediência submetidos à sua consideração, e tem caráter me-
ao regulamento e ao regimento que houver para a ramente opinativo, não vinculando a administração
organização e funcionamento do colegiado. Quan- ou os particulares à sua motivação ou conclusões,
do expedidos em conformidade com as normas salvo se aprovado por ato subsequente, pois o que
superiores são vinculados para a Administração e subsiste como ato administrativo não é o parecer
podem gerar direitos subjetivos para seus benefici- em si, mas o ato de sua aprovação, que poderá vir
ários. revestido de modalidade normativa, ordinatória,
f) Regulamentos  De regra, são atos administrati- negocial ou punitiva. Divide-se em dois formatos. O
vos postos em vigência por decreto (anexos de parecer Normativo, que é aquele que, ao ser apro-
decreto), para especificar os mandamentos da lei vado pela autoridade competente, é convertido em
ou prover situações ainda não disciplinadas por lei. norma de procedimento interno, tornando-se im-
Como exceção, temos regulamentos sem o decre- positivo e vinculante para todos os órgãos hierar-
to, como um edital de concurso por exemplo. Em- quizados à autoridade que o aprovou. Já o parecer
bora o regulamento não possa modificar a lei, por Técnico é aquele proveniente de órgão ou agente
subordinar-se a ela, tem a missão de explicá-la e especializado na matéria, não podendo ser contra-
prover sobre os detalhes não abrangidos pela lei riado por leigo ou mesmo por superior hierárquico.
editada pelo Legislativo. Se contrariar a lei, torna- Nesta modalidade de parecer não prevalece a hie-
se sem efeito e nulo. rarquia administrativa, pois no campo da técnica
não há subordinação.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 85
e) Apostilas  São atos enunciativos ou declarató- d) Ordem de Serviço  São determinações especi-
rios de uma situação anterior criada por lei. Ao ais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
apostilar um título, a Administração Pública não públicos autorizando o seu início, ou então, con-
cria um direito, uma vez que apenas reconhece a tendo imposições de caráter administrativo, ou
existência de um direito criado por lei, por outro especificações técnicas sobre o modo e a forma de
ato administrativo ou por um contrato administra- sua realização.
tivo. Eis abaixo um exemplo do uso do ato de apos-
e) Ofícios  São comunicações escritas que as auto-
tilamento.
ridades fazem entre si, entre subalternos e superio-
Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993 res, e entre Administração Pública e particulares,
Art. 65. § 8º A variação do valor contratual para fazer em caráter oficial.
face ao reajuste de preços previsto no próprio contra- f) Despachos  São decisões que as autoridades
to, as atualizações, compensações ou penalizações fi- executivas (ou legislativas e judiciárias, em funções
nanceiras decorrentes das condições de pagamento
administrativas) proferem em papéis, requerimen-
nele previstas, bem como o empenho de dotações or-
çamentárias suplementares até o limite do seu valor
tos e processos sujeitos à sua apreciação. Tais des-
corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, po- pachos não se confundem com os atos judiciais
dendo ser registrados por simples apostila, dispensan- proferidos pelos juízes e tribunais do Poder Judiciá-
do a celebração de aditamento. rio.
 Atos Administrativos Ordinatórios  Atos Administrativos Negociais
São todos aqueles que visam disciplinar o funciona- São aqueles que visam a concretizam de negócios jurí-
mento da Administração Pública e a conduta funcional dicos de interesse da Administração e do próprio ad-
de seus agentes. São provimentos, determinações ou ministrado, regidos pelo direito privado (civil e comer-
esclarecimentos que se endereçam aos agentes públi- cial), ou seja, são declarações de vontade da autorida-
cos a fim de orientá-los no desempenho de suas atri- de administrativa, destinadas a produzir efeitos especí-
buições. Emanam do poder hierárquico e podem ser ficos e individuais para o particular interessado, mas
expedidos por qualquer chefe de serviço aos seus su- não se confundem com contratos administrativos.
bordinados, nos limites de sua competência. a) Homologação  É o ato administrativo de con-
a) Instruções  São ordens escritas e gerais a res- trole pelo qual a autoridade superior examina a
peito do modo e forma de execução de determina- legalidade e a conveniência de ato anterior da pró-
do serviço público, expedidas pelo superior hierár- pria Administração Pública, de outra entidade ou
quico visando orientar os subalternos no desempe- de particular, para dar-lhe eficácia.
nho de suas atribuições, assegurando a unidade de b) Visto  É o ato administrativo vinculado e defini-
ação no organismo. Obviamente, não podem con- tivo pelo qual o Poder Público controla outro ato
trariar a lei, os decretos, os regulamentos, regi- da própria Administração ou do administrado, afe-
mentos e estatutos de serviços. São de âmbito rindo a sua legitimidade formal para dar-lhe exe-
interno e não pode ser confundido com a Instrução quibilidade. Não se confunde com a homologação,
Normativa, ato administrativo normativo elabora- porque nesta, há exame de mérito, e no visto não
do por Ministros de Estado. se alcança a análise do seu conteúdo.
b) Circulares  São ordens escritas de caráter uni- c) Admissão  É o ato administrativo vinculado e
forme, expedidas a determinados funcionários ou definitivo pelo qual o Poder Público, verificando a
agentes administrativos incumbidos de certos ser- satisfação de todos os requisitos legais pelo parti-
viços ou atribuições, e de menor generalidade que cular, defere-lhe determinada situação jurídica de
as instruções. seu exclusivo ou predominante interesse, como
c) Portarias  São atos administrativos internos ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino
pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou mediante concurso de habilitação (vestibular). O
serviços expedem determinações gerais ou especi- direito à admissão, desde que reunidas todas as
ais aos seus subordinados ou designam servidores condições legais, nasce do atendimento dos pres-
para funções e atividades secundárias, tais como supostos legais, que são vinculantes para o próprio
designação para função de confiança ou para com- poder que os estabelece.
por uma comissão de processo administrativo dis- d) Dispensa  É o ato administrativo normalmente
ciplinar. Também é através de uma portaria que se discricionário (regra geral) que exime o particular
iniciam procedimentos, tais como as licitações, as do cumprimento de determinada obrigação até
autorizações para concurso público, as sindicâncias então exigida por lei, como por exemplo, a dispen-
e os processos administrativos. sa da prestação de serviço militar.
86 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
e) Renúncia  É o ato administrativo vinculado e  Atos Administrativos Punitivos
definitivo pelo qual o Poder Público extingue unila- São os que contêm uma sanção (penalidade) àqueles
teralmente um crédito ou um direito próprio, libe- que infringem disposições legais, regulamentares ou
rando definitivamente a pessoa obrigada perante a ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Visam pu-
Administração. Tem caráter abdicativo (renuncian- nir ou reprimir as infrações administrativas ou a con-
te), por isso não admite condição e, uma vez con- duta irregular dos particulares ou mesmo dos servido-
sumada, é irreversível. res, perante a Administração.

f) Aprovação  É o ato administrativo pelo qual o a) Destruição de Coisas  É um ato da Administra-


Poder Público verifica a legalidade e o mérito de ção Pública pelo qual se inutilizam alimentos, subs-
outro ato ou de situações e realizações materiais tâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou
de seus próprios órgãos, de outras entidades ou de nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. É
particulares, dependentes de seu controle, e con- típico do poder de polícia administrativa e, via de
sente na sua execução ou manutenção. Pode ser regra, urgente, dispensando processo prévio, ainda
prévia ou subsequente, vinculada ou discricionária, que exija sempre auto de apreensão e de destrui-
consoante os termos em que é instituída, pois em ção em forma regular.
certos casos limita-se a confrontar os requisitos da b) Interdição de Atividade  É o ato pelo qual a
lei. Administração Pública proíbe alguém a praticar
g) Protocolo Administrativo  É o ato pelo qual o atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre
Poder Público acerta com o particular a realização seus bens. Naturalmente, não se confunde com a
de determinado empreendimento ou atividade, ou interdição judicial de pessoas ou de direitos. A in-
abstenção de certa conduta no interesse recíproco terdição administrativa baseia-se no poder de polí-
da Administração Pública e do administrado que cia administrativa ou no poder disciplinar da Admi-
assinou o instrumento protocolar. Este ato é vincu- nistração sobre seus servidores e funda-se em pro-
lante para todos os que o subscrevem. Inclui-se aí o cesso regular com ampla defesa ao interessado.
protocolo de intenções. c) Multa  A multa administrativa é toda a imposi-
ção ou penalidade pecuniária a que se sujeita o
Autorização Licença administrado a título de compensação do dano
presumido da infração. Nesta categoria entram,
Para exercer atividade Para exercer atividade inclusive, as multas fiscais e multas de trânsito.
pública ou usar um bem privada de predominante d) Atos de Atuação Interna  Referem-se aos atos
público. interesse do particular.
praticados pela Administração Pública visando a
disciplinar seus servidores, segundo o regime esta-
Ato administrativo discri- Ato administrativo vincu- tutário a que estão sujeitos. Aqui o poder age com
cionário e precário. lado e definitivo.
margem discricionária restrita, já que as infrações e
as penalidades precisam estar previstas em lei,
h) Autorização  É o ato administrativo discricioná- tanto na apuração das infrações, como na gradua-
rio e precário pelo qual o Poder Público torna pos- ção da pena.
sível ao pretendente a realização de certa ativida-
de, serviço, ou a utilização de determinados bens Noções de Licitação
particulares ou públicos, de seu exclusivo ou pre- Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993
dominante interesse, que a lei condiciona aquies-
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Cons-
cência prévia da Administração Pública, tais como o
tituição Federal, institui normas para lici-
uso especial de bem público e o trânsito por de- tações e contratos da Administração Públi-
terminados locais. ca e dá outras providências.
i) Licença  É ato administrativo vinculado e defini- Capítulo I - Das Disposições Gerais
tivo, pelo qual o Poder Público, verificando que o
interessado atendeu a todas as exigências legais, Seção I - Dos Princípios
faculta-lhe o desempenho de atividades ou a reali- Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre
zação de fatos materiais antes vedados ao particu- licitações e contratos administrativos pertinentes a
lar, como por exemplo, o alvará de funcionamento obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
ou a licença para construção de um edifício. alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 87
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta
Lei, além dos órgãos da administração direta, os Objetivos da Licitação
fundos especiais, as autarquias, as fundações públi-  Garantir a observância do princípio constitucional da
cas, as empresas públicas, as sociedades de eco- isonomia.
nomia mista e demais entidades controladas direta  Selecionar a proposta mais vantajosa para a Adminis-
ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Fe- tração.
deral e Municípios.
 Promover o desenvolvimento nacional sustentável.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações, concessões, permissões e Princípios da Licitação
locações da Administração Pública, quando contra-
❶ Os princípios gerais são aqueles que também cor-
tadas com terceiros, serão necessariamente prece- respondem a alguns dos princípios da Administração
didas de licitação, ressalvadas as hipóteses previs- Pública (art. 37 da Constituição Federal de 1988).
tas nesta Lei.
Legalidade  Agir de acordo com a lei, na forma deter-
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera- minada em lei. O conceito de legalidade contém em si
se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou não só a lei, mas outras normas como lei complemen-
entidades da Administração Pública e particulares, tar, decretos e a própria Constituição Federal. Na licita-
em que haja um acordo de vontades para a forma- ção a discricionariedade da Administração existe ape-
ção de vínculo e a estipulação de obrigações recí- nas quanto à escolha do objeto da licitação e ao mo-
procas, seja qual for a denominação utilizada. mento em que vai instaurar o procedimento.
Moralidade  O procedimento de licitação deve ser
Constituição Federal de 1988 norteado pela honestidade, ética e senso de justiça.
Art. 37. (...) XXI - ressalvados os casos especificados Impessoalidade  A administração pública deve servir a
na legislação, as obras, serviços, compras e aliena- todos os licitantes, sem preferências ou aversões pes-
ções serão contratados mediante processo de lici- soais ou partidárias.
tação pública que assegure igualdade de condições Publicidade  A licitação não será sigilosa, sendo públi-
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabe- cos e acessíveis ao público os atos de seu procedimen-
leçam obrigações de pagamento, mantidas as con- to, salvo quanto o conteúdo das propostas, até a res-
dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o pectiva abertura.
qual somente permitirá as exigências de qualifica- Igualdade  Dentro das mesmas condições, todos de-
ção técnica e econômica indispensáveis à garantia vem ser tratados de modo igual. A observância da
do cumprimento das obrigações. igualdade leva a impessoalidade.
❷ Os princípios setoriais ou específicos referem-se
Conceito de Licitação especificamente ao certame licitatório:
Hely Lopes Meirelles  É o procedimento administrativo Probidade Administrativa  Este princípio é dever de
mediante o qual a Administração Pública seleciona a todo administrador público, mas a lei a inclui dentre os
proposta mais vantajosa para contrato de seu interesse. princípios específicos da licitação e não nos gerais.
Eliezer Pereira Martins  É o processo (e não procedi- Vinculação ao Instrumento Convocatório  A licitação
mento) administrativo viabilizador dos negócios que está vinculada ao que já foi previamente estabelecido
melhor atendam aos interesses da Administração Públi- no edital ou no convite.
ca.
Julgamento Objetivo  O julgamento das propostas
deve ser baseado no critério indicado no ato convoca-
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observân- tório e nos termos específicos das propostas.
cia do princípio constitucional da isonomia, a sele-
❸ Os princípios correlatos ou implícitos, embora não
ção da proposta mais vantajosa para a administra-
estejam no art. 3º da Lei n.º 8.666/1993, orientam a
ção e a promoção do desenvolvimento nacional disciplina da licitação (Hely Lopes Meirelles):
sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legali- Participação da sociedade na fiscalização das licitações
dade, da impessoalidade, da moralidade, da igual-  Seguindo a linha do doutrinador Hely Lopes Meirelles,
não basta haver publicidade do certame licitatório, é
dade, da publicidade, da probidade administrati-
preciso incentivar que a sociedade participe do proces-
va, da vinculação ao instrumento convocatório, do so licitatório, pincipalmente como agente fiscalizador.
julgamento objetivo e dos que lhes são correla-
tos. (Redação dada pela Lei n.º 12.349 de 2010) Competitividade ou Oposição  Adoção de medidas de
estímulo entre os interessados.

88 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - estabelecer tratamento diferenciado de natu-
Adjudicação Compulsória ao Vencedor  Impede que a
reza comercial, legal, trabalhista, previdenciária
Administração Pública, concluído o processo licitatório,
atribua seu objeto a outrem que não o legítimo vence-
ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
dor, salvo se este desistir expressamente do contrato estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
ou não o firmar no prazo prefixado, a menos que com- modalidade e local de pagamentos, mesmo
prove justo motivo. Veda também que se abra nova quando envolvidos financiamentos de agências
licitação enquanto válida a adjudicação anterior. internacionais, ressalvado o disposto no parágra-
fo seguinte e no art. 3º da Lei n.º 8.248, de 23 de
§ 1º É vedado aos agentes públicos: outubro de 1991.
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de 2º Em igualdade de condições, como critério de
convocação, cláusulas ou condições que com- desempate, será assegurada preferência, sucessi-
prometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter vamente, aos bens e serviços:
competitivo, inclusive nos casos de sociedades I - (Revogado pela Lei n.º 12.349 de 2010)
cooperativas, e estabeleçam preferências ou dis-
tinções em razão da naturalidade, da sede ou II - produzidos no País;
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra cir- III - produzidos ou prestados por empresas brasi-
cunstância impertinente ou irrelevante para o es- leiras.
pecífico objeto do contrato, ressalvado o disposto
nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei n.º IV - produzidos ou prestados por empresas que
8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
pela Lei n.º 12.349 de 2010) tecnologia no País. (Incluído pela Lei n.º 11.196
de 2005)
Lei n.º 8.248 de 23 de outubro de 1991 V - produzidos ou prestados por empresas que
Art. 3º Os órgãos e entidades da Administração comprovem cumprimento de reserva de cargos
Pública Federal, direta ou indireta, as fundações prevista em lei para pessoa com deficiência ou
instituídas e mantidas pelo Poder Público e as de- para reabilitado da Previdência Social e que
mais organizações sob o controle direto ou indireto atendam às regras de acessibilidade previstas na
da União darão preferência, nas aquisições de bens legislação. (Incluído pela Lei n.º 13.146 de 2015)
e serviços de informática e automação, observada
a seguinte ordem, a: Art. 45. (...) § 2º No caso de empate entre duas ou
mais propostas, e após obedecido o disposto no
I - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará,
País; obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para
II - bens e serviços produzidos de acordo com pro- o qual todos os licitantes serão convocados, vedado
cesso produtivo básico, na forma a ser definida pelo qualquer outro processo.
Poder Executivo.
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
§ 1º (Revogado) acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
§ 2º Para o exercício desta preferência, levar-se-ão salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
em conta condições equivalentes de prazo de en- respectiva abertura.
trega, suporte de serviços, qualidade, padroniza- § 4º (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 8.883 de 1994)
ção, compatibilidade e especificação de desempe-
§ 5º Nos processos de licitação previstos no caput,
nho e preço.
poderá ser estabelecido margem de preferência
§ 3º A aquisição de bens e serviços de informática e para produtos manufaturados e para serviços
automação, considerados como bens e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei-
comuns nos termos do parágrafo único do art. 1º ras. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
da Lei n.º 10.520, de 17 de julho de 2002, poderá
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabe-
ser realizada na modalidade pregão, restrita às
lecida margem de preferência para: (Redação dada
empresas que cumpram o Processo Produtivo Bási-
pela Lei n.º 13.146 de 2015)
co nos termos desta Lei e da Lei n.º 8.387, de 30 de
dezembro de 1991. I - produtos manufaturados e para serviços naci-
onais que atendam a normas técnicas brasileiras;
e (Redação dada pela Lei n.º 13.146 de 2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 89
II - bens e serviços produzidos ou prestados por las ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco
empresas que comprovem cumprimento de re- por cento) sobre o preço dos produtos manufatu-
serva de cargos prevista em lei para pessoa com rados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei n.º
deficiência ou para reabilitado da Previdência So- 12.349 de 2010)
cial e que atendam às regras de acessibilidade
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste
previstas na legislação. (Redação dada pela Lei n.º
artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja
13.146 de 2015)
capacidade de produção ou prestação no País seja
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º inferior: (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
será estabelecida com base em estudos revistos
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada;
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)
ou (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
anos, que levem em consideração: (Incluído pela
Lei n.º 12.349 de 2010) II - ao quantitativo fixado com fundamento no §
7º do art. 23 desta Lei, quando for o ca-
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei
so. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
n.º 12.349 de 2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, es- Art. 23. (...) § 7º Na compra de bens de natureza
taduais e municipais; (Incluído pela Lei n.º 12.349 divisível e desde que não haja prejuízo para o con-
de 2010) junto ou complexo, é permitida a cotação de quan-
tidade inferior à demandada na licitação, com vis-
III - desenvolvimento e inovação tecnológica rea- tas a ampliação da competitividade, podendo o
lizados no País; (Incluído pela Lei n.º 12.349 de edital fixar quantitativo mínimo para preservar a
2010) economia de escala.
IV - custo adicional dos produtos e serviços;
§ 10. A margem de preferência a que se refere o §
e (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
5º poderá ser estendida, total ou parcialmente,
V - em suas revisões, análise retrospectiva de re- aos bens e serviços originários dos Estados Partes
sultados. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010) do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços pela Lei n.º 12.349 de 2010)
nacionais resultantes de desenvolvimento e inova- § 11. Os editais de licitação para a contratação de
ção tecnológica realizados no País, poderá ser es- bens, serviços e obras poderão, mediante prévia
tabelecido margem de preferência adicional àque- justificativa da autoridade competente, exigir que
la prevista no § 5º. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de o contratado promova, em favor de órgão ou enti-
2010) dade integrante da administração pública ou da-
§ 8º As margens de preferência por produto, servi- queles por ela indicados a partir de processo
ço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que isonômico, medidas de compensação comercial,
se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Po- industrial, tecnológica ou acesso a condições vanta-
der Executivo federal78, não podendo a soma de- josas de financiamento, cumulativamente ou não,
na forma estabelecida pelo Poder Executivo fede-
ral. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
78
Decretos já criados pelo Poder Executivo Federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação,
❶ Decreto n.º 7.546 de 02 de agosto de 2011  Regulamenta o
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas
disposto nos §§ 5º a 12 do art. 3º da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de
de tecnologia de informação e comunicação, con-
1993, e institui a Comissão Interministerial de Compras Públicas.
siderados estratégicos em ato do Poder Executivo
❷ Decreto n.º 7.709 de 03 de abril de 2012  Estabelece a aplica-
ção de margem de preferência nas licitações realizadas no âmbito da
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e
Administração Pública Federal para aquisição de retroescavadei-
serviços com tecnologia desenvolvida no País e
ras e motoniveladoras descritas no Anexo I, para fins do disposto
produzidos de acordo com o processo produtivo
no art. 3º da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993.
básico de que trata a Lei n.º 10.176, de 11 de janei-
❸ Decreto n.º 7.713 de 03 de abril de 2012  Estabelece a aplica- ro de 200179. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
ção de margem de preferência nas licitações realizadas no âmbito da
Administração Pública Federal para aquisição de fármacos e me-
dicamentos descritos no Anexo I, para fins do disposto no art. 3º da confecções, calçados e artefatos, para fins do disposto no art. 3º
Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993. da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993.
❹ Decreto n.º 7.756 de 14 de junho de 2012  Estabelece a apli- 79
Lei n.º 10.176 de 11 de janeiro de 2001  Altera a Lei n.º 8.248,
cação de margem de preferência em licitações realizadas no âmbito de 23 de outubro de 1991, a Lei n.º 8.387, de 30 de dezembro de
da administração pública federal para aquisição de produtos de 1991, e o Decreto-Lei n.º 288, de 28 de fevereiro de 1967, dispondo

90 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício § 1º Os créditos a que se refere este artigo terão
financeiro, a relação de empresas favorecidas em seus valores corrigidos por critérios previstos no
decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 ato convocatório e que lhes preservem o valor.
deste artigo, com indicação do volume de recursos
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior
destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei n.º
cujo pagamento será feito junto com o principal,
12.349 de 2010)
correrá à conta das mesmas dotações orçamentá-
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas rias que atenderam aos créditos a que se referem.
demais normas de licitação e contratos devem
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamen-
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido
tos decorrentes de despesas cujos valores não ul-
às microempresas e empresas de pequeno porte na
trapassem o limite de que trata o inciso II do art.
forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar n.º
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo úni-
147 de 2014)
co, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cin-
§ 15. As preferências dispostas neste artigo preva- co) dias úteis, contados da apresentação da fatura.
lecem sobre as demais preferências previstas na
legislação quando estas forem aplicadas sobre pro- Comentário  O artigo 24 inciso II traz o valor de 10%
dutos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei de R$ 80.000,00 = R$ 8.000,00.
Complementar n.º 147 de 2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação pro- Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos de-
movida pelos órgãos ou entidades a que se refere o vem privilegiar o tratamento diferenciado e favore-
art. 1º têm direito público subjetivo à fiel obser- cido às microempresas e empresas de pequeno
vância do pertinente procedimento estabelecido porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Comple-
nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o mentar n.º 147 de 2014)
seu desenvolvimento, desde que não interfira de Seção II - Das Definições
modo a perturbar ou impedir a realização dos tra-
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
balhos.
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação,
Parágrafo único. O procedimento licitatório previs-
recuperação ou ampliação, realizada por execu-
to nesta lei caracteriza ato administrativo formal,
ção direta ou indireta;
seja ele praticado em qualquer esfera da Adminis-
tração Pública. II - Serviço - toda atividade destinada a obter de-
terminada utilidade de interesse para a Adminis-
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados
tração, tais como: demolição, conserto, instala-
nas licitações terão como expressão monetária a
ção, montagem, operação, conservação, repara-
moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no
ção, adaptação, manutenção, transporte, locação
art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Admi-
de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técni-
nistração, no pagamento das obrigações relativas
co-profissionais;
ao fornecimento de bens, locações, realização de
obras e prestação de serviços, obedecer, para cada III - Compra - toda aquisição remunerada de bens
fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem para fornecimento de uma só vez ou parcelada-
cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo mente;
quando presentes relevantes razões de interesse
IV - Alienação - toda transferência de domínio de
público e mediante prévia justificativa da autorida-
bens a terceiros;
de competente, devidamente publicada.
V - Obras, serviços e compras de grande vulto -
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, aquelas cujo valor estimado seja superior a 25
o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alí-
monetária e do comércio exterior e atender às exi- nea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;
gências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro Comentário  25 vezes R$ 1.500.000,00 equivale a 37
cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o milhões e quinhentos mil reais.
poderá fazer o licitante. (...)
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
cumprimento das obrigações assumidas por em-
presas em licitações e contratos;
sobre a capacitação e competitividade do setor de tecnologia da
informação.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 91
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e dimento, sem frustrar o caráter competitivo pa-
entidades da Administração, pelos próprios mei- ra a sua execução;
os;
d) informações que possibilitem o estudo e a
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou enti- dedução de métodos construtivos, instalações
dade contrata com terceiros sob qualquer dos se- provisórias e condições organizacionais para a
guintes regimes: obra, sem frustrar o caráter competitivo para a
sua execução;
a) empreitada por preço global - quando se
contrata a execução da obra ou do serviço por e) subsídios para montagem do plano de licita-
preço certo e total; ção e gestão da obra, compreendendo a sua
programação, a estratégia de suprimentos, as
b) empreitada por preço unitário - quando se
normas de fiscalização e outros dados necessá-
contrata a execução da obra ou do serviço por
rios em cada caso;
preço certo de unidades determinadas;
f) orçamento detalhado do custo global da obra,
c) (Revogado pela Lei n.º 8.883 de 1994)
fundamentado em quantitativos de serviços e
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para fornecimentos propriamente avaliados;
pequenos trabalhos por preço certo, com ou
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos
sem fornecimento de materiais;
necessários e suficientes à execução completa da
e) empreitada integral - quando se contrata um obra, de acordo com as normas pertinentes da
empreendimento em sua integralidade, com- Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
preendendo todas as etapas das obras, serviços
XI - Administração Pública - a administração dire-
e instalações necessárias, sob inteira responsa-
ta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
bilidade da contratada até a sua entrega ao con-
Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
tratante em condições de entrada em operação,
entidades com personalidade jurídica de direito
atendidos os requisitos técnicos e legais para
privado sob controle do poder público e das fun-
sua utilização em condições de segurança estru-
dações por ele instituídas ou mantidas;
tural e operacional e com as características ade-
quadas às finalidades para que foi contratada; XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
administrativa pela qual a Administração Pública
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos ne-
opera e atua concretamente;
cessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulga-
complexo de obras ou serviços objeto da licita- ção da Administração Pública, sendo para a União
ção, elaborado com base nas indicações dos es- o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o
tudos técnicos preliminares, que assegurem a vi- Distrito Federal e os Municípios, o que for defini-
abilidade técnica e o adequado tratamento do do nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei n.º
impacto ambiental do empreendimento, e que 8.883 de 1994)
possibilite a avaliação do custo da obra e a defini-
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatá-
ção dos métodos e do prazo de execução, deven-
ria do instrumento contratual;
do conter os seguintes elementos:
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signa-
a) desenvolvimento da solução escolhida de
tária de contrato com a Administração Pública;
forma a fornecer visão global da obra e identifi-
car todos os seus elementos constitutivos com XVI - Comissão - comissão, permanente ou espe-
clareza; cial, criada pela Administração com a função de
receber, examinar e julgar todos os documentos e
b) soluções técnicas globais e localizadas, sufici-
procedimentos relativos às licitações e ao cadas-
entemente detalhadas, de forma a minimizar a
tramento de licitantes.
necessidade de reformulação ou de variantes
durante as fases de elaboração do projeto exe- XVII - produtos manufaturados nacionais - pro-
cutivo e de realização das obras e montagem; dutos manufaturados, produzidos no território
nacional de acordo com o processo produtivo bá-
c) identificação dos tipos de serviços a executar
sico ou com as regras de origem estabelecidas pe-
e de materiais e equipamentos a incorporar à
lo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei n.º
obra, bem como suas especificações que asse-
12.349 de 2010)
gurem os melhores resultados para o empreen-

92 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no (...)
País, nas condições estabelecidas pelo Poder Exe-
Capítulo II - Da Licitação
cutivo federal; (Incluído pela Lei n.º 12.349 de
2010) Seção I - Das Modalidades, Limites e Dispensa
XIX - sistemas de tecnologia de informação e Seção I - Disposições Preliminares
comunicação estratégicos - bens e serviços de Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde
tecnologia da informação e comunicação cuja se situar a repartição interessada, salvo por moti-
descontinuidade provoque dano significativo à vo de interesse público, devidamente justificado.
administração pública e que envolvam pelo me-
nos um dos seguintes requisitos relacionados às Parágrafo único. O disposto neste artigo não impe-
informações críticas: disponibilidade, confiabili- dirá a habilitação de interessados residentes ou
dade, segurança e confidencialidade. (Incluído pe- sediados em outros locais.
la Lei n.º 12.349 de 2010) Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - das concorrências, das tomadas de preços, dos
bens, insumos, serviços e obras necessários para concursos e dos leilões, embora realizados no local
atividade de pesquisa científica e tecnológica, de- da repartição interessada, deverão ser publicados
senvolvimento de tecnologia ou inovação tecno- com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Re-
lógica, discriminados em projeto de pesquisa dação dada pela Lei n.º 8.883 de 1994)
aprovado pela instituição contratante. (Incluído I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de
pela Lei n.º 13.243 de 2016) licitação feita por órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública Federal e, ainda, quando se tratar
Procedimentos das Licitações de obras financiadas parcial ou totalmente com
 Fase Interna  Elaboração dos orçamentos, projetos, recursos federais ou garantidas por instituições
cronogramas, do edital ou da carta (na modalidade federais; (Redação dada pela Lei n.º 8.883 de
convite) e outras providências necessárias a licitação e 1994)
ao futuro contrato.
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Fe-
 Fase Externa  Inicia-se com a publicação do resumo deral quando se tratar, respectivamente, de lici-
do edital ou envio da carta (na modalidade convite), tação feita por órgão ou entidade da Administra-
conforme consta no art. 21. ção Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito
 Entrega das Propostas  Na data marcada para en- Federal; (Redação dada pela Lei n.º 8.883 de
trega das propostas, os licitantes entregarão dois invó- 1994)
lucros: um contendo a documentação exigida (artigos
27 a 32) e outro contendo a proposta. III - em jornal diário de grande circulação no Es-
tado e também, se houver, em jornal de circula-
 Fase de Qualificação  A administração abrirá os ção no Município ou na região onde será realiza-
envelopes contendo a documentação exigida e excluirá
da a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado
os licitantes não qualificados. Da decisão de desqualifi-
cação caberá recurso.
ou alugado o bem, podendo ainda a Administra-
ção, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de
 Análise das Propostas  A administração analisará as outros meios de divulgação para ampliar a área
propostas dos licitantes habilitados na fase anterior e de competição.
fará a classificação de todas em ordem crescente (da
melhor para a pior), de acordo com o tipo de licitação § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local
(melhor técnica, menor preço, melhor técnica e preço em que os interessados poderão ler e obter o tex-
ou maior lance ou oferta). Da classificação caberá re- to integral do edital e todas as informações sobre a
curso. licitação.
 Adjudicação  É o nome do ato administrativo que § 2º O prazo mínimo até o recebimento das pro-
declara o licitante vencedor.
postas ou da realização do evento será:
 Homologação  É o ato administrativo pelo qual a
autoridade superior confirma a decisão da administra-
I - quarenta e cinco dias para: (Incluído pela Lei
ção na escolha de determinada proposta (adjudicação). n.º 8.883 de 1994)
É um ato de controle. a) concurso;
 Celebração do Contrato  Após a homologação, o
licitante vencedor será convocado, dentro do prazo de
validade da proposta, para celebrar o contrato.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 93
b) concorrência, quando o contrato a ser cele- V - leilão.
brado contemplar o regime de empreitada inte-
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação en-
gral ou quando a licitação for do tipo "melhor
tre quaisquer interessados que, na fase inicial de
técnica" ou "técnica e preço";
habilitação preliminar, comprovem possuir os re-
II - trinta dias para: (Incluído pela Lei n.º 8.883 de quisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
1994) para execução de seu objeto.
a) concorrência, nos casos não especificados na § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
alínea "b" do inciso anterior; entre interessados devidamente cadastrados ou
que atenderem a todas as condições exigidas para
b) tomada de preços, quando a licitação for do
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
recebimento das propostas, observada a necessária
III - quinze dias para a tomada de preços, nos ca- qualificação.
sos não especificados na alínea "b" do inciso an-
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre
terior, ou leilão; (Redação dada pela Lei n.º 8.883
interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
de 1994)
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-
pela Lei n.º 8.883 de 1994) trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia
do instrumento convocatório e o estenderá aos
Art. 45. (...) demais cadastrados na correspondente especiali-
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos dade que manifestarem seu interesse com antece-
de licitação, exceto na modalidade concurso: dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresen-
tação das propostas.
I - a de menor preço - quando o critério de seleção
da proposta mais vantajosa para a Administração § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre
determinar que será vencedor o licitante que apre- quaisquer interessados para escolha de trabalho
sentar a proposta de acordo com as especificações técnico, científico ou artístico, mediante a institui-
do edital ou convite e ofertar o menor preço; ção de prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital publicado
II - a de melhor técnica;
na imprensa oficial com antecedência mínima de
III - a de técnica e preço. 45 (quarenta e cinco) dias.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre
de alienação de bens ou concessão de direito real quaisquer interessados para a venda de bens mó-
de uso. (...) veis inservíveis para a administração ou de produ-
tos legalmente apreendidos ou penhorados, ou
§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior para a alienação de bens imóveis prevista no art.
serão contados a partir da última publicação do 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superi-
edital resumido ou da expedição do convite, ou or ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei n.º
ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do 8.883 de 1994)
convite e respectivos anexos, prevalecendo a data
que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei n.º Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública,
8.883 de 1994) cuja aquisição haja derivado de procedimentos
judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulga-
alienados por ato da autoridade competente, ob-
ção pela mesma forma que se deu o texto original,
servadas as seguintes regras:
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido,
exceto quando, inquestionavelmente, a alteração I - avaliação dos bens alienáveis;
não afetar a formulação das propostas.
II - comprovação da necessidade ou utilidade da
Art. 22. São modalidades de licitação: alienação;
I - concorrência; III - adoção do procedimento licitatório, sob a mo-
II - tomada de preços; dalidade de concorrência ou leilão.

III - convite;
IV - concurso;

94 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na Art. 23. As modalidades de licitação a que se refe-
praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a rem os incisos I a III do artigo anterior serão deter-
cada novo convite, realizado para objeto idêntico minadas em função dos seguintes limites, tendo
ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mí- em vista o valor estimado da contratação:
nimo, mais um interessado, enquanto existirem
cadastrados não convidados nas últimas licitações. Obras e Serviços Compras e
de Engenharia Serviços
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou mani-
festo desinteresse dos convidados, for impossível a Acima de R$ Acima de R$
obtenção do número mínimo de licitantes exigidos Concorrência
1.500.000,00 650.000,00
no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão
ser devidamente justificadas no processo, sob pena Tomada de Até R$ Até R$
de repetição do convite. Preços 1.500.000,00 650.000,00

§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de


Até R$ Até R$
licitação ou a combinação das referidas neste arti- Convite
150.000,00 80.000,00
go.
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a I - para obras e serviços de engenharia:
administração somente poderá exigir do licitante
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquen-
não cadastrado os documentos previstos nos arts.
ta mil reais); (Redação dada pela Lei n.º 9.648
27 a 3180, que comprovem habilitação compatível
de 1998)
com o objeto da licitação, nos termos do edital.
(Incluído pela Lei n.º 8.883 de 1994) b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um
milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada
(CESPE/2008 - Assistente Administrativo da HEMO- pela Lei n.º 9.648 de 1998)
BRAS) Julgue o item subsequente acerca de dispensa e c) concorrência - acima de R$ 1.500.000,00 (um
inexigibilidade de licitação.
milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada
(e) As modalidades de licitação previstas na Lei n.º pela Lei n.º 9.648 de 1998)
8.666/1993 são a concorrência, a tomada de preço, o
81 82
convite, o leilão, o concurso, o pregão e a consulta .

80
Comentário  Os artigos 27 a 31 tratam da documentação necessá-
ria para participar dos processos de licitação. Veja abaixo algumas possibilidades de questões sobre a modalidade
81
Comentário  O Pregão Eletrônico está regulamentado no Decreto Consulta.
n.º 5.450 de 31 de maio de 2005. ❶ (ESAF/2004 - Analista Processual do MPU) A legislação das
Lei n.º 10.520 de 17 de julho de 2002 agências reguladoras estabeleceu a possibilidade de se utilizar,
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser para a aquisição de bens e contratação de serviços por essas
adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por entidades, uma modalidade especial de licitação, prevista tão-
esta Lei. somente para essa categoria organizacional. Tal modalidade de-
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os nomina-se:
fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e a) pregão
qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio b) consulta
de especificações usuais no mercado. c) convite
82
Comentário  A modalidade Consulta foi criada pela Lei n.º 9.472 d) credenciamento
de 16 de julho de 1997, que dispõe sobre a criação da Anatel e tam- e) registro de preços
bém sobre “a organização dos serviços de telecomunicações, a criação ❷ (CESPE/2009 - Analista Administrativo da ANTAQ) Acerca de
e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucio- licitações públicas, julgue os itens que se seguem.
nais”. Eis uma parte do texto da citada lei: (correta) A modalidade consulta de licitação é prevista apenas para as
Art. 54. A contratação de obras e serviços de engenharia civil está agências reguladoras.
sujeita ao procedimento das licitações previsto em lei geral para a
❸ (CESPE/2013 - Especialista em Gestão de Telecomunicações
Administração Pública.
da Telebras) Acerca de modalidades de licitação, dispensa e
Parágrafo único. Para os casos não previstos no caput, a Agência
inexigibilidade, julgue os itens que se seguem.
poderá utilizar procedimentos próprios de contratação, nas modali-
dades de consulta e pregão. (correta) A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) pode
Art. 55. A consulta e o pregão serão disciplinados pela Agência, adquirir bens e serviços, por intermédio da modalidade de licitação
observadas as disposições desta Lei e, especialmente: (...) denominada consulta.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 95
II - para compras e serviços não referidos no inci- III - adoção do procedimento licitatório, sob a mo-
so anterior: (Redação dada pela Lei n.º 9.648 de dalidade de concorrência ou leilão.
1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil re- § 4º Nos casos em que couber convite, a Adminis-
ais); (Redação dada pela Lei n.º 9.648 de 1998) tração poderá utilizar a tomada de preços e, em
qualquer caso, a concorrência.
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seis-
centos e cinquenta mil reais); § 5º É vedada a utilização da modalidade "convite"
ou "tomada de preços", conforme o caso, para
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seis- parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda
centos e cinquenta mil reais). para obras e serviços da mesma natureza e no
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
administração serão divididas em tantas parcelas concomitantemente, sempre que o somatório de
quantas se comprovarem técnica e economicamen- seus valores caracterizar o caso de "tomada de
te viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao preços" ou "concorrência", respectivamente, nos
melhor aproveitamento dos recursos disponíveis termos deste artigo, exceto para as parcelas de
no mercado e à ampliação da competitividade, sem natureza específica que possam ser executadas por
perda da economia de escala. (Redação dada pela pessoas ou empresas de especialidade diversa da-
Lei n.º 8.883 de 1994) quela do executor da obra ou serviço. (Redação
dada pela Lei n.º 8.883 de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas com-
pras de bens, parceladas nos termos do parágrafo § 6º As organizações industriais da Administração
anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da Federal direta, em face de suas peculiaridades,
obra, serviço ou compra, há de corresponder licita- obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I
ção distinta, preservada a modalidade pertinente deste artigo também para suas compras e serviços
para a execução do objeto em licitação. (Redação em geral, desde que para a aquisição de materiais
dada pela Lei n.º 8.883 de 1994) aplicados exclusivamente na manutenção, reparo
ou fabricação de meios operacionais bélicos per-
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação tencentes à União. (Incluído pela Lei n.º 8.883 de
cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, 1994)
tanto na compra ou alienação de bens imóveis,
ressalvado o disposto no art. 19, como nas conces- § 7º Na compra de bens de natureza divisível e
sões de direito real de uso e nas licitações interna- desde que não haja prejuízo para o conjunto ou
cionais, admitindo-se neste último caso, observa- complexo, é permitida a cotação de quantidade
dos os limites deste artigo, a tomada de preços, inferior à demandada na licitação, com vistas a
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro ampliação da competitividade, podendo o edital
internacional de fornecedores ou o convite, quan- fixar quantitativo mínimo para preservar a econo-
do não houver fornecedor do bem ou serviço no mia de escala. (Incluído pela Lei n.º 9.648/1998)
País. (Redação dada pela Lei n.º 8.883 de 1994) § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o
dobro dos valores mencionados no caput deste
Recapitulando artigo quando formado por até 3 (três) entes da
❶ Tanto na compra ou alienação de bens imóveis, Federação, e o triplo, quando formado por maior
ressalvado o disposto no art. 19. número. (Incluído pela Lei n.º 11.107 de 2005)
❷ Concessões de direito real de uso.
Artigo 17  Licitação Dispensada
❸ Licitações internacionais.
É uma lista taxativa de casos concretos de alienação de
bens em que é proibida a licitação.
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública,
cuja aquisição haja derivado de procedimentos Artigo 24  Licitação Dispensável
judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
Nos incisos I e II, a dispensa acontece devido ao baixo
alienados por ato da autoridade competente, ob- valor do contrato. Os demais incisos compõe uma lista
servadas as seguintes regras: taxativa de casos concretos em que haverá a análise do
I - avaliação dos bens alienáveis; pressuposto lógico. A licitação não é proibida, mas
poderá não acontecer porque, naquele caso concreto, a
II - comprovação da necessidade ou utilidade da licitação pode não ser a melhor forma de se chegar a
alienação; um contrato.

96 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
A falta do pressuposto lógico de uma licitação como
serviços, equipamentos e outros bens, públicos
principal motivo para a sua dispensa pode ser analisada
sob quatro aspectos:
ou particulares, e somente para os bens necessá-
rios ao atendimento da situação emergencial ou
1. Custo econômico da licitação: quando o custo eco- calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
nômico da licitação for superior ao benefício dela extra- que possam ser concluídas no prazo máximo de
ível da licitação. Exemplo dos incisos I e II.
180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininter-
2. Custo temporal da licitação: quando a demora na ruptos, contados da ocorrência da emergência ou
realização da licitação puder acarretar a ineficácia da calamidade, vedada a prorrogação dos respecti-
contratação. Exemplo dos incisos III, IV, XII e XVIII. vos contratos;
3. Ausência de potencialidade de benefício: quando V - quando não acudirem interessados83 à licita-
inexistir potencialidade de benefício em decorrência da
ção anterior e esta, justificadamente, não puder
licitação. Exemplo dos incisos V, VII, VIII, XI, XIV e XVII.
ser repetida sem prejuízo para a Administração,
4. Destinação da contratação: quando a contratação mantidas, neste caso, todas as condições prees-
não for norteada pelo critério de vantajosidade econô- tabelecidas;
mica, porque o Estado busca realizar outros fins. Exem-
plo dos incisos VI, IX, X, XIII, XV, XVI, XIX e XX. VI - quando a União tiver que intervir no domínio
econômico para regular preços ou normalizar o
Artigo 25  Licitação Inexigível abastecimento;
É uma lista exemplificativa de casos em que a licitação VII - quando as propostas apresentadas consigna-
não é proibida, mas será inexigível por haver uma invi- rem preços manifestamente superiores aos prati-
abilidade de competição. cados no mercado nacional84, ou forem incompa-
tíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe-
Art. 24. É dispensável a licitação: tentes, casos em que, observado o parágrafo úni-
co do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,
I - para obras e serviços de engenharia de valor
será admitida a adjudicação direta dos bens ou
até 10% (dez por cento) do limite previsto na alí-
serviços, por valor não superior ao constante do
nea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que
registro de preços, ou dos serviços;
não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou
serviço ou ainda para obras e serviços da mesma
natureza e no mesmo local que possam ser reali-
83
zadas conjunta e concomitantemente; (Redação Conceito de Licitação Deserta  O não comparecimento de licitan-

dada pela Lei n.º 9.648 de 1998) tes regularmente convocados configura o que se denomina licitação
deserta, convindo a tentativa de conseguir algum interessado em
realizar o objeto naquelas condições porque o desinteresse constatado
Art. 23 I “a”  R$ 150.000,00
pode fazer supor que a repetição pura e simples da licitação não
10% = R$ 15.000,00 constitua atrativo suficiente para concorrentes potenciais. Não se
confunde esta hipótese, portanto, com a assim chamada licitação
II - para outros serviços e compras de valor até fracassada: nesta ocorre o comparecimento de licitantes que apresen-
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea tam propostas, mas a Comissão não habilita nenhum deles ou não
"a", do inciso II do artigo anterior e para aliena- classifica nenhuma delas, por motivos jurídicos, técnicos ou financei-
ções, nos casos previstos nesta Lei, desde que não ros, não propiciando a dispensa para o mesmo objeto com este fun-
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, com- damento.
pra ou alienação de maior vulto que possa ser re- ARAÚJO NETTO, Edmir. Curso de Direito Administrativo. 5ª Edição.

alizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei n.º São Paulo: Saraiva, 2010, pág. 566.
84
9.648 de 1998) Conceito de Licitação Frustrada  Esta licitação é considerada
tecnicamente “deserta” e não deve ser confundida com a licitação
“frustrada ou fracassada”, que ocorre quando, embora acudissem
Art. 23 II “a”  R$ 80.000,00
licitantes, ou forma inabilitados (documentação em desarmonia com o
10% = R$ 8.000,00 edital ou convite) ou foram desclassificados (propostas em desacordo
com o edital ou convite), caso em que antes da possibilidade de dis-
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da pensa ou licitação deve ser observada a regra estabelecida no pará-
ordem; grafo púnico do art. 48 da Lei n.º 8.666/93, que possibilita aos licitantes
a reapresentação de nova documentação ou proposta.
IV - nos casos de emergência ou de calamidade
TOLOSA FILHO, Benedicto de. SAITO, Luciano Massao. Manual de
pública, quando caracterizada urgência de aten- Licitações e Contratos Administrativos. Rio de Janeiro: Ai-
dimento de situação que possa ocasionar prejuízo de, 1995. Págs. 14/15.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 97
Art. 48. (...) XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e
outros gêneros perecíveis, no tempo necessário
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados para a realização dos processos licitatórios cor-
ou todas as propostas forem desclassificadas, a respondentes, realizadas diretamente com base
administração poderá fixar aos licitantes o prazo no preço do dia; (Redação dada pela Lei n.º 8.883
de oito dias úteis para a apresentação de nova de 1994)
documentação ou de outras propostas escoimadas
das causas referidas neste artigo, facultada, no XIII - na contratação de instituição brasileira in-
caso de convite, a redução deste prazo para três cumbida regimental ou estatutariamente da pes-
dias úteis. quisa, do ensino ou do desenvolvimento instituci-
onal, ou de instituição dedicada à recuperação
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de di- social do preso, desde que a contratada detenha
reito público interno, de bens produzidos ou ser- inquestionável reputação ético-profissional e não
viços prestados por órgão ou entidade que inte- tenha fins lucrativos; (Redação dada pela Lei n.º
gre a Administração Pública e que tenha sido cri- 8.883 de 1994)
ado para esse fim específico em data anterior à XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos
vigência desta Lei, desde que o preço contratado termos de acordo internacional específico apro-
seja compatível com o praticado no mercado85; vado pelo Congresso Nacional, quando as condi-
(Redação dada pela Lei n.º 8.883 de 1994) ções ofertadas forem manifestamente vantajosas
IX - quando houver possibilidade de comprome- para o Poder Público; (Redação dada pela Lei n.º
timento da segurança nacional, nos casos estabe- 8.883 de 1994)
lecidos em decreto do Presidente da República,
XV - para a aquisição ou restauração de obras de
ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
arte e objetos históricos, de autenticidade certifi-
X - para a compra ou locação de imóvel destinado cada, desde que compatíveis ou inerentes às fina-
ao atendimento das finalidades precípuas da ad- lidades do órgão ou entidade.
ministração, cujas necessidades de instalação e XVI - para a impressão dos diários oficiais, de
localização condicionem a sua escolha, desde que formulários padronizados de uso da administra-
o preço seja compatível com o valor de mercado, ção, e de edições técnicas oficiais, bem como pa-
segundo avaliação prévia; ra prestação de serviços de informática a pessoa
XI - na contratação de remanescente de obra, jurídica de direito público interno, por órgãos ou
serviço ou fornecimento, em consequência de entidades que integrem a Administração Pública,
rescisão contratual, desde que atendida a ordem criados para esse fim específico; (Incluído pela Lei
de classificação da licitação anterior e aceitas as n.º 8.883 de 1994)
mesmas condições oferecidas pelo licitante ven- XVII - para a aquisição de componentes ou peças
cedor, inclusive quanto ao preço, devidamente de origem nacional ou estrangeira, necessários à
corrigido; manutenção de equipamentos durante o período
de garantia técnica, junto ao fornecedor original
85
Modelo de Edital de Dispensa de Licitação desses equipamentos, quando tal condição de ex-
Extrato de Dispensa de Licitação n.º 5/2015 - UASG 200323 - Pro- clusividade for indispensável para a vigência da
cesso n.º 08016001294201514 garantia;
Objeto: Contratação de instituição para prestação de serviços técni-
XVIII - nas compras ou contratações de serviços
co-especializados de organização e realização de concurso público
para o abastecimento de navios, embarcações,
para provimento de duzentos e quarenta cargos de Agente Peniten-
unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslo-
ciário Federal, dez cargos de Técnico de Apoio a Assistência Peni-
camento quando em estada eventual de curta du-
tenciária e oito cargos de Especialista em Assistência Penitenciária,
do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça.
ração em portos, aeroportos ou localidades dife-
Total de Itens Licitados: 00001.
rentes de suas sedes, por motivo de movimenta-
Fundamento Legal: Art. 24º, Inciso XIII da Lei n.º 8.666 de
ção operacional ou de adestramento, quando a
21/06/1993.
exiguidade dos prazos legais puder comprometer
Justificativa: Art. 24º, Inciso XIII da Lei n.º 8.666 de 21/06/1993. a normalidade e os propósitos das operações e
Declaração de Dispensa em 13/04/2015. Rodrigo Augusto Romeiro. desde que seu valor não exceda ao limite previsto
Ordenador de Despesas. Ratificação em 13/04/2015. Clarice Costa na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei:
Calixto. Diretora-geral Substituta. Valor Global: R$ 7.982.580,76.
CNPJ da contratada: 18.284.407/0001-53 - Centro Brasileiro de Art. 23 II “a”  R$ 80.000,00
Pesquisa em Avaliação e Seleção e Promoção de Eventos.

98 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XIX - para as compras de material de uso pelas autorizado em contrato de consórcio público ou
Forças Armadas, com exceção de materiais de uso em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei n.º
pessoal e administrativo, quando houver necessi- 11.107 de 2005)
dade de manter a padronização requerida pela
XXVII - na contratação da coleta, processamento
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aé-
e comercialização de resíduos sólidos urbanos re-
reos e terrestres, mediante parecer de comissão
cicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema
instituída por decreto; (Incluído pela Lei n.º 8.883
de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-
de 1994)
ções ou cooperativas formadas exclusivamente
XX - na contratação de associação de portadores por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas
de deficiência física, sem fins lucrativos e de com- pelo poder público como catadores de materiais
provada idoneidade, por órgãos ou entidades da recicláveis, com o uso de equipamentos compatí-
Administração Pública, para a prestação de servi- veis com as normas técnicas, ambientais e de sa-
ços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que úde pública. (Redação dada pela Lei n.º 11.445 de
o preço contratado seja compatível com o prati- 2007)
cado no mercado. (Incluído pela Lei n.º 8.883 de
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços,
1994)
produzidos ou prestados no País, que envolvam,
XXI - para a aquisição ou contratação de produto cumulativamente, alta complexidade tecnológica
para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no e defesa nacional, mediante parecer de comissão
caso de obras e serviços de engenharia, a 20% especialmente designada pela autoridade máxima
(vinte por cento) do valor de que trata a alínea do órgão. (Incluído pela Lei n.º 11.484 de 2007)
“b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela
XXIX - na aquisição de bens e contratação de ser-
Lei n.º 13.243 de 2016)
viços para atender aos contingentes militares das
Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
Art. 23 I “b”  R$ 1.500.000,00 rações de paz no exterior, necessariamente justi-
20% = R$ 300.000,00 ficadas quanto ao preço e à escolha do fornece-
dor ou executante e ratificadas pelo Comandante
XXII - na contratação de fornecimento ou supri- da Força. (Incluído pela Lei n.º 11.783 de 2008)
mento de energia elétrica e gás natural com con- XXX - na contratação de instituição ou organiza-
cessionário, permissionário ou autorizado, segun- ção, pública ou privada, com ou sem fins lucrati-
do as normas da legislação específica; (Incluído vos, para a prestação de serviços de assistência
pela Lei n.º 9.648 de 1998) técnica e extensão rural no âmbito do Programa
XXIII - na contratação realizada por empresa pú- Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural
blica ou sociedade de economia mista com suas na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, ins-
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou tituído por lei federal. (Incluído pela Lei n.º
alienação de bens, prestação ou obtenção de ser- 12.188 de 2010)
viços, desde que o preço contratado seja compa- XXXI - nas contratações visando ao cumprimento
tível com o praticado no mercado. do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei n.º
XXIV - para a celebração de contratos de presta- 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
ção de serviços com as organizações sociais, qua- os princípios gerais de contratação dela constan-
lificadas no âmbito das respectivas esferas de go- tes86. (Incluído pela Lei n.º 12.349 de 2010)
verno, para atividades contempladas no contrato
de gestão.
86
Lei n.º 10.973, de 2 de dezembro de 2004
XXV - na contratação realizada por Instituição Ci- Art. 3º A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
entífica e Tecnológica - ICT ou por agência de fo- respectivas agências de fomento poderão estimular e apoiar a consti-
mento para a transferência de tecnologia e para o tuição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de
licenciamento de direito de uso ou de exploração cooperação envolvendo empresas nacionais, ICT e organizações de
de criação protegida. (Incluído pela Lei n.º 10.973 direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa
de 2004) e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos e processos
inovadores.
XXVI - na celebração de contrato de programa
Parágrafo único. O apoio previsto neste artigo poderá contemplar as
com ente da Federação ou com entidade de sua
redes e os projetos internacionais de pesquisa tecnológica, bem como
administração indireta, para a prestação de servi-
ações de empreendedorismo tecnológico e de criação de ambientes de
ços públicos de forma associada nos termos do
inovação, inclusive incubadoras e parques tecnológicos.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 99
XXXII - na contratação em que houver transferên- XXXIII - na contratação de entidades privadas sem
cia de tecnologia de produtos estratégicos para o fins lucrativos, para a implementação de cisternas
Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei ou outras tecnologias sociais de acesso à água pa-
n.º 8.080, de 19 de setembro de 199087, confor- ra consumo humano e produção de alimentos,
me elencados em ato da direção nacional do SUS, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda
inclusive por ocasião da aquisição destes produ- atingidas pela seca ou falta regular de água. (In-
tos durante as etapas de absorção tecnológi- cluído pela Lei n.º 12.873 de 2013)
ca. (Incluído pela Lei n.º 12.715 de 2012)
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do
caput deste artigo serão 20% (vinte por cento)
para compras, obras e serviços contratados por
Art. 4º As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo determina- consórcios públicos, sociedade de economia mista,
do, nos termos de contrato ou convênio: empresa pública e por autarquia ou fundação quali-
I - compartilhar seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, mate- ficadas, na forma da lei, como Agências Executi-
riais e demais instalações com microempresas e empresas de pe- vas. (Incluído pela Lei n.º 12.715 de 2012)
queno porte em atividades voltadas à inovação tecnológica, para a
consecução de atividades de incubação, sem prejuízo de sua ativi- Art. 24. (...)
dade finalística;
I - para obras e serviços de engenharia de valor até
II - permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, instru-
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea
mentos, materiais e demais instalações existentes em suas próprias
"a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se
dependências por empresas nacionais e organizações de direito pri-
refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço
vado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, desde
que tal permissão não interfira diretamente na sua atividade-fim, nem
ou ainda para obras e serviços da mesma natureza
com ela conflite.
e no mesmo local que possam ser realizadas con-
Parágrafo único. A permissão e o compartilhamento de que tratam os
junta e concomitantemente;
incisos I e II do caput deste artigo obedecerão às prioridades, critérios II - para outros serviços e compras de valor até 10%
e requisitos aprovados e divulgados pelo órgão máximo da ICT, obser- (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do
vadas as respectivas disponibilidades e assegurada a igualdade de inciso II do artigo anterior e para alienações, nos
oportunidades às empresas e organizações interessadas. casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram
Art. 5º Ficam a União e suas entidades autorizadas a participar minori-
a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alie-
tariamente do capital de empresa privada de propósito específico que
nação de maior vulto que possa ser realizada de
vise ao desenvolvimento de projetos científicos ou tecnológicos para
uma só vez;
obtenção de produto ou processo inovadores.
Parágrafo único. A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos § 2º O limite temporal de criação do órgão ou enti-
pertencerá às instituições detentoras do capital social, na proporção da dade que integre a administração pública estabele-
respectiva participação. cido no inciso VIII do caput deste artigo não se apli-
Art. 20. Os órgãos e entidades da administração pública, em matéria
ca aos órgãos ou entidades que produzem produ-
de interesse público, poderão contratar empresa, consórcio de empre-
tos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei n.º
sas e entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos volta-
8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elen-
das para atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnoló-
cados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído
gica no setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desen-
pela Lei n.º 12.715 de 2012)
volvimento, que envolvam risco tecnológico, para solução de problema
técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador. Art. 24. (...)
§ 1º Considerar-se-á desenvolvida na vigência do contrato a que se
refere o caput deste artigo a criação intelectual pertinente ao seu objeto VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
cuja proteção seja requerida pela empresa contratada até 2 (dois) anos público interno, de bens produzidos ou serviços
após o seu término. prestados por órgão ou entidade que integre a Ad-
§ 2º Findo o contrato sem alcance integral ou com alcance parcial do ministração Pública e que tenha sido criado para
resultado almejado, o órgão ou entidade contratante, a seu exclusivo esse fim específico em data anterior à vigência des-
critério, poderá, mediante auditoria técnica e financeira, prorrogar seu ta Lei, desde que o preço contratado seja compatí-
prazo de duração ou elaborar relatório final dando-o por encerrado. vel com o praticado no mercado;
§ 3º O pagamento decorrente da contratação prevista no caput deste
artigo será efetuado proporcionalmente ao resultado obtido nas ativi-
dades de pesquisa e desenvolvimento pactuadas.
87
Lei n.º 8.080 de 19 de setembro de 1990  Dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências.

100 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
do caput, quando aplicada a obras e serviços de
VII - restauração de obras de arte e bens de valor
engenharia, seguirá procedimentos especiais insti-
histórico.
tuídos em regulamentação específica. (Incluído
pela Lei n.º 13.243 de 2016) III - para contratação de profissional de qualquer
setor artístico, diretamente ou através de empre-
Art. 24. (...)
sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
XXI - para a aquisição ou contratação de produto especializada ou pela opinião pública.
para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
§ 1º Considera-se de notória especialização o pro-
de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
fissional ou empresa cujo conceito no campo de
cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I
sua especialidade, decorrente de desempenho
do caput do art. 23;
anterior, estudos, experiências, publicações, orga-
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de
caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do outros requisitos relacionados com suas atividades,
caput. (Incluído pela Lei n.º 13.243 de 2016) permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfa-
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indireta- ção do objeto do contrato.
mente, da licitação ou da execução de obra ou ser- § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos
viço e do fornecimento de bens a eles necessários: casos de dispensa, se comprovado superfatura-
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa mento, respondem solidariamente pelo dano cau-
física ou jurídica; sado à Fazenda Pública o fornecedor ou o presta-
dor de serviços e o agente público responsável,
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver invi- sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
abilidade de competição, em especial:
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situ-
gêneros que só possam ser fornecidos por produ- ações de inexigibilidade referidas no art. 25, ne-
tor, empresa ou representante comercial exclusi- cessariamente justificadas, e o retardamento pre-
vo, vedada a preferência de marca, devendo a visto no final do parágrafo único do art. 8º desta
comprovação de exclusividade ser feita através Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
de atestado fornecido pelo órgão de registro do dias, à autoridade superior, para ratificação e pu-
comércio do local em que se realizaria a licitação blicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco)
ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação dias, como condição para a eficácia dos atos. (Re-
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas enti- dação dada pela Lei n.º 11.107 de 2005)
dades equivalentes;
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pú-
II - para a contratação de serviços técnicos enu-
blica, subordinada à existência de interesse público
merados no art. 13 desta Lei, de natureza singu-
devidamente justificado, será precedida de avalia-
lar, com profissionais ou empresas de notória es-
ção e obedecerá às seguintes normas: (...)
pecialização, vedada a inexigibilidade para servi-
ços de publicidade e divulgação; § 2º A Administração também poderá conceder
título de propriedade ou de direito real de uso de
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se servi- imóveis, dispensada licitação, quando o uso desti-
ços técnicos profissionais especializados os traba- nar-se: (...)
lhos relativos a:
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos bási- instrumento constarão, obrigatoriamente os encar-
cos ou executivos; gos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de re-
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; versão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispen-
sada a licitação no caso de interesse público devi-
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias damente justificado;
financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve
obras ou serviços; programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos
seus custos atual e final e considerados os prazos
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou ad- de sua execução.
ministrativas;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 101
Parágrafo único. É proibido o retardamento imoti- § 3º As bolsas a que se referem o § 2º deverão
vado da execução de obra ou serviço, ou de suas estar organizadas sob a forma de sociedades civis
parcelas, se existente previsão orçamentária para sem fins lucrativos e com a participação plural de
sua execução total, salvo insuficiência financeira ou corretoras que operem sistemas eletrônicos unifi-
comprovado motivo de ordem técnica, justificados cados de pregões.
em despacho circunstanciado da autoridade a que
se refere o art. 26 desta Lei. Comentário  O Decreto n.º 5.450 de 31 de maio de
2005 regulamenta o pregão na forma eletrônica para
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexi- aquisição de bens e serviços comuns e dá outras provi-
gibilidade ou de retardamento, previsto neste arti- dências.
go, será instruído, no que couber, com os seguin-
tes elementos: Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o
I - caracterização da situação emergencial ou ca- seguinte:
lamitosa que justifique a dispensa, quando for o I - a autoridade competente justificará a necessi-
caso; dade de contratação e definirá o objeto do cer-
II - razão da escolha do fornecedor ou executan- tame, as exigências de habilitação, os critérios de
te; aceitação das propostas, as sanções por inadim-
plemento e as cláusulas do contrato, inclusive
III - justificativa do preço. com fixação dos prazos para fornecimento;
IV - documento de aprovação dos projetos de II - a definição do objeto deverá ser precisa, sufi-
pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Inclu- ciente e clara, vedadas especificações que, por
ído pela Lei n.º 9.648 de 1998) excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limi-
(...) tem a competição;
III - dos autos do procedimento constarão a justi-
Lei do Pregão ficativa das definições referidas no inciso I deste
artigo e os indispensáveis elementos técnicos so-
Lei n.º 10.520 de 17 de julho de 2002
bre os quais estiverem apoiados, bem como o or-
Institui, no âmbito da União, Estados, Dis- çamento, elaborado pelo órgão ou entidade pro-
trito Federal e Municípios, nos termos do motora da licitação, dos bens ou serviços a se-
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, rem licitados; e
modalidade de licitação denominada pre-
gão, para aquisição de bens e serviços co- IV - a autoridade competente designará, dentre
muns, e dá outras providências. os servidores do órgão ou entidade promotora da
licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns,
apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o re-
poderá ser adotada a licitação na modalidade de
cebimento das propostas e lances, a análise de
pregão, que será regida por esta Lei.
sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços habilitação e a adjudicação do objeto do certame
comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles ao licitante vencedor.
cujos padrões de desempenho e qualidade possam
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua
ser objetivamente definidos pelo edital, por meio
maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo
de especificações usuais no mercado.
ou emprego da administração, preferencialmente
Art. 2º (Vetado) pertencentes ao quadro permanente do órgão ou
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da entidade promotora do evento.
utilização de recursos de tecnologia da informa- § 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as fun-
ção, nos termos de regulamentação específica. ções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos poderão ser desempenhadas por militares.
próprios da União, Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios, a participação de bolsas de mercadorias
no apoio técnico e operacional aos órgãos e enti-
dades promotores da modalidade de pregão, utili-
zando-se de recursos de tecnologia da informação.

102 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com VII - aberta a sessão, os interessados ou seus re-
a convocação dos interessados e observará as se- presentantes, apresentarão declaração dando ci-
guintes regras: ência de que cumprem plenamente os requisitos
de habilitação e entregarão os envelopes conten-
I - a convocação dos interessados será efetuada
do a indicação do objeto e do preço oferecidos,
por meio de publicação de aviso em diário oficial
procedendo-se à sua imediata abertura e à verifi-
do respectivo ente federado ou, não existindo,
cação da conformidade das propostas com os re-
em jornal de circulação local, e facultativamente,
quisitos estabelecidos no instrumento convocató-
por meios eletrônicos e conforme o vulto da lici-
rio;
tação, em jornal de grande circulação, nos termos
do regulamento de que trata o art. 2º; VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de va-
lor mais baixo e os das ofertas com preços até
Art. 2º (Vetado) 10% (dez por cento) superiores àquela poderão
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da fazer novos lances verbais e sucessivos, até a pro-
utilização de recursos de tecnologia da informação, clamação do vencedor;
nos termos de regulamentação específica. IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas
condições definidas no inciso anterior, poderão
II - do aviso constarão a definição do objeto da
os autores das melhores propostas, até o máximo
licitação, a indicação do local, dias e horários em
de 3 (três), oferecer novos lances verbais e suces-
que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
sivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;
III - do edital constarão todos os elementos defi-
X - para julgamento e classificação das propostas,
nidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas
será adotado o critério de menor preço, observa-
que disciplinarem o procedimento e a minuta do
dos os prazos máximos para fornecimento, as es-
contrato, quando for o caso;
pecificações técnicas e parâmetros mínimos de
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o desempenho e qualidade definidos no edital;
seguinte: XI - examinada a proposta classificada em primei-
I - a autoridade competente justificará a necessida- ro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pre-
de de contratação e definirá o objeto do certame, goeiro decidir motivadamente a respeito da sua
as exigências de habilitação, os critérios de aceita- aceitabilidade;
ção das propostas, as sanções por inadimplemento XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas
e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do
dos prazos para fornecimento; invólucro contendo os documentos de habilitação
do licitante que apresentou a melhor proposta,
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão
para verificação do atendimento das condições
colocadas à disposição de qualquer pessoa para
fixadas no edital;
consulta e divulgadas na forma da Lei n.º 9.755,
de 16 de dezembro de 1998; XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de
que o licitante está em situação regular perante a
Lei n.º 9.755 de 16 de dezembro de 1998 Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fa-
Dispõe sobre a criação de "homepage" na "Internet",
zendas Estaduais e Municipais, quando for o caso,
pelo Tribunal de Contas da União, para divulgação dos
dados e informações que especifica, e dá outras provi- com a comprovação de que atende às exigências
dências. do edital quanto à habilitação jurídica e qualifica-
ções técnica e econômico-financeira;
V - o prazo fixado para a apresentação das pro- XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar
postas, contado a partir da publicação do aviso, os documentos de habilitação que já constem do
não será inferior a 8 (oito) dias úteis; Sistema de Cadastramento Unificado de Fornece-
VI - no dia, hora e local designados, será realizada dores - Sicaf e sistemas semelhantes mantidos
sessão pública para recebimento das propostas, por Estados, Distrito Federal ou Municípios, asse-
devendo o interessado, ou seu representante, gurado aos demais licitantes o direito de acesso
identificar-se e, se for o caso, comprovar a exis- aos dados nele constantes;
tência dos necessários poderes para formulação
de propostas e para a prática de todos os demais
atos inerentes ao certame;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 103
XV - verificado o atendimento das exigências fixa- Art. 5º É vedada a exigência de:
das no edital, o licitante será declarado vencedor;
I - garantia de proposta;
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante
II - aquisição do edital pelos licitantes, como con-
desatender às exigências habilitatórias, o pregoei-
dição para participação no certame; e
ro examinará as ofertas subsequentes e a qualifi-
cação dos licitantes, na ordem de classificação, e III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os
assim sucessivamente, até a apuração de uma referentes a fornecimento do edital, que não se-
que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante rão superiores ao custo de sua reprodução gráfi-
declarado vencedor; ca, e aos custos de utilização de recursos de tec-
nologia da informação, quando for o caso.
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI,
o pregoeiro poderá negociar diretamente com o Art. 6º O prazo de validade das propostas será de
proponente para que seja obtido preço melhor; 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no
edital.
XI - examinada a proposta classificada em primeiro
lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoei- Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de vali-
ro decidir motivadamente a respeito da sua aceita- dade da sua proposta, não celebrar o contrato,
deixar de entregar ou apresentar documentação
bilidade;
falsa exigida para o certame, ensejar o retardamen-
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante to da execução de seu objeto, não mantiver a pro-
desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro posta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
examinará as ofertas subsequentes e a qualificação comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude
dos licitantes, na ordem de classificação, e assim fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a
sucessivamente, até a apuração de uma que aten- União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e,
da ao edital, sendo o respectivo licitante declarado será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de
vencedor; cadastramento de fornecedores a que se refere o
inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de até 5
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em
poderá manifestar imediata e motivadamente a edital e no contrato e das demais cominações le-
intenção de recorrer, quando lhe será concedido gais.
o prazo de 3 (três) dias para apresentação das ra-
zões do recurso, ficando os demais licitantes des- Art. 4º (...)
de logo intimados para apresentar contra-razões
em igual número de dias, que começarão a correr XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os
do término do prazo do recorrente, sendo-lhes documentos de habilitação que já constem do Sis-
assegurada vista imediata dos autos; tema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
- Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Esta-
XIX - o acolhimento de recurso importará a inva- dos, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos
lidação apenas dos atos insuscetíveis de aprovei- demais licitantes o direito de acesso aos dados nele
tamento; constantes;
XX - a falta de manifestação imediata e motivada
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os
do licitante importará a decadência do direito de
decorrentes de meios eletrônicos, serão documen-
recurso e a adjudicação do objeto da licitação pe-
tados no processo respectivo, com vistas à aferição
lo pregoeiro ao vencedor;
de sua regularidade pelos agentes de controle, nos
XXI - decididos os recursos, a autoridade compe- termos do regulamento previsto no art. 2º.
tente fará a adjudicação do objeto da licitação ao
licitante vencedor; Art. 2º (Vetado)

XXII - homologada a licitação pela autoridade § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da
competente, o adjudicatário será convocado para utilização de recursos de tecnologia da informação,
assinar o contrato no prazo definido em edital; e nos termos de regulamentação específica.

XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a moda-
do prazo de validade da sua proposta, não cele- lidade de pregão, as normas da Lei n.º 8.666, de 21
brar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso de junho de 1993.
XVI.

104 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
base na Medida Provisória n.º 2.182-18, de 23 de blicação.
agosto de 2001.
Contratos Administrativos
Art. 11. As compras e contratações de bens e servi-
ços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993
Distrito Federal e dos Municípios, quando efetua-
das pelo sistema de registro de preços previsto no Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Cons-
art. 15 da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, tituição Federal, institui normas para lici-
tações e contratos da Administração Públi-
poderão adotar a modalidade de pregão, conforme
ca e dá outras providências.
regulamento específico.
Capítulo III - Dos Contratos
Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993
Seção I - Disposições Preliminares
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
(...) Características Básicas do Contrato Administrativo

II - ser processadas através de sistema de registro  Mutabilidade, é um dos traços característicos do


contrato administrativo, que, segundo muitos doutri-
de preços;
nadores, decorre de determinadas cláusulas exorbitan-
tes, ou seja, das que conferem à Administração o poder
Dica de Estudo  As alterações que esta lei gerou nou- de alterar as cláusulas regulamentares ou rescindir o
tras leis não são exigidas em provas de concursos, contrato antes do prazo estabelecido unilateralmente.
exceto se a referida lei que foi alterada fizer parte do  Consensual (bilateral), porque consubstancia um
programa previsto no edital. Por isso, risquei os textos
acordo de vontades, e não um ato unilateral e impositi-
que virão a seguir para que você não se preocupe em
vo da administração.
estudá-los.
 Em regra é formal, porque se expressa por escrito e
Art. 12. A Lei n.º 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, com requisitos especiais. O parágrafo único do artigo 60
prevê a exceção do contrato administrativo verbal.
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
 Oneroso porque remunerado na forma convenciona-
Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
da.
Municípios poderão adotar, nas licitações de regis-
tro de preços destinadas à aquisição de bens e servi-  Comutativo (sinalagmático), porque estabelece com-
ços comuns da área da saúde, a modalidade do pre- pensações recíprocas e equivalentes para as partes.
gão, inclusive por meio eletrônico, observando-se o  Em regra é intuitu personae porque deve ser execu-
seguinte: tado pelo próprio contratado.
I - são considerados bens e serviços comuns da área  Em regra exige-se prévia licitação, só dispensável ou
da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos inexigível nos casos expressamente previstos em lei.
órgãos que integram o Sistema Único de Saúde, cu-
 Participação da administração pública na relação
jos padrões de desempenho e qualidade possam ser
jurídica com supremacia de poder para fixar as condi-
objetivamente definidos no edital, por meio de espe-
ções iniciais do ajuste.
cificações usuais do mercado.
II - quando o quantitativo total estimado para a con- Art. 54. Os contratos administrativos de que trata
tratação ou fornecimento não puder ser atendido esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
de tantos licitantes quantos forem necessários para supletivamente, os princípios da teoria geral dos
o atingimento da totalidade do quantitativo, respei- contratos e as disposições de direito privado.
tada a ordem de classificação, desde que os referi-
dos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da Art. 2º (...) Parágrafo único. Para os fins desta Lei,
proposta vencedora. considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto órgãos ou entidades da Administração Pública e
no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registra- particulares, em que haja um acordo de vontades
dos outros preços diferentes da proposta vencedora, para a formação de vínculo e a estipulação de obri-
desde que se trate de objetos de qualidade ou de- gações recíprocas, seja qual for a denominação
sempenho superior, devidamente justificada e com- utilizada.
provada a vantagem, e que as ofertas sejam em va-
lor inferior ao limite máximo admitido.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 105
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e as condições de habilitação e qualificação exigidas
precisão as condições para sua execução, expressas na licitação.
em cláusulas que definam os direitos, obrigações e
§ 1º (Vetado).
responsabilidades das partes, em conformidade
com os termos da licitação e da proposta a que se § 2º Nos contratos celebrados pela Administração
vinculam. Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá cons-
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de
tar necessariamente cláusula que declare compe-
inexigibilidade de licitação devem atender aos ter-
tente o foro da sede da Administração para dirimir
mos do ato que os autorizou e da respectiva pro-
qualquer questão contratual, salvo o disposto no
posta.
§ 6º do art. 32 desta Lei.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contra-
to as que estabeleçam: Art. 32. (...)

I - o objeto e seus elementos característicos; § 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art.


33 e no § 2º do art. 55, não se aplica às licitações
II - o regime de execução ou a forma de forneci- internacionais para a aquisição de bens e serviços
mento; cujo pagamento seja feito com o produto de finan-
III - o preço e as condições de pagamento, os cri- ciamento concedido por organismo financeiro in-
térios, data-base e periodicidade do reajustamen- ternacional de que o Brasil faça parte, ou por agên-
to de preços, os critérios de atualização monetá- cia estrangeira de cooperação, nem nos casos de
ria entre a data do adimplemento das obrigações contratação com empresa estrangeira, para a
e a do efetivo pagamento; compra de equipamentos fabricados e entregues no
exterior, desde que para este caso tenha havido
IV - os prazos de início de etapas de execução, de prévia autorização do Chefe do Poder Executivo,
conclusão, de entrega, de observação e de rece- nem nos casos de aquisição de bens e serviços reali-
bimento definitivo, conforme o caso; zada por unidades administrativas com sede no
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a exterior.
indicação da classificação funcional programática
e da categoria econômica; § 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços
de contabilidade comunicarão, aos órgãos incum-
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua bidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
plena execução, quando exigidas; União, Estado ou Município, as características e os
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei
as penalidades cabíveis e os valores das multas; n.º 4.320 de 17 de março de 1964.
VIII - os casos de rescisão; Lei n.º 4.320 de 17 de março de 1964
IX - o reconhecimento dos direitos da Administra- Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verifi-
ção, em caso de rescisão administrativa prevista cação do direito adquirido pelo credor tendo por
no art. 77 desta Lei; base os títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito.
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato
enseja a sua rescisão, com as consequências con- § 1º Essa verificação tem por fim apurar:
tratuais e as previstas em lei ou regulamento. I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
X - as condições de importação, a data e a taxa de II - a importância exata a pagar;
câmbio para conversão, quando for o caso; III - a quem se deve pagar a importância, para ex-
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo tinguir a obrigação.
que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à pro- § 2º A liquidação da despesa por fornecimentos
posta do licitante vencedor; feitos ou serviços prestados terá por base:
XII - a legislação aplicável à execução do contrato I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
e especialmente aos casos omissos;
II - a nota de empenho;
XIII - a obrigação do contratado de manter, du-
rante toda a execução do contrato, em compatibi- III - os comprovantes da entrega de material ou da
lidade com as obrigações por ele assumidas, todas prestação efetiva do serviço.

106 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em II - à prestação de serviços a serem executados de
cada caso, e desde que prevista no instrumento forma contínua, que poderão ter a sua duração
convocatório, poderá ser exigida prestação de ga- prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
rantia nas contratações de obras, serviços e com- vistas à obtenção de preços e condições mais van-
pras. tajosas para a administração, limitada a sessenta
meses;
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das se-
guintes modalidades de garantia: (Redação dada III - (Vetado).
pela Lei n.º 8.883 de 1994)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida programas de informática, podendo a duração
pública, devendo estes ter sido emitidos sob a estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oi-
forma escritural, mediante registro em sistema to) meses após o início da vigência do contrato.
centralizado de liquidação e de custódia autoriza-
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII
do pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vi-
seus valores econômicos, conforme definido pelo
gência por até 120 (cento e vinte) meses, caso
Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei n.º
haja interesse da administração. (Incluído pela Lei
11.079 de 2004)
n.º 12.349 de 2010)
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei n.º
8.883 de 1994) Art. 24. É dispensável a licitação: (...)

III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei n.º IX - quando houver possibilidade de comprometi-
8.883 de 1994) mento da segurança nacional, nos casos estabele-
cidos em decreto do Presidente da República, ouvi-
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo do o Conselho de Defesa Nacional;
não excederá a cinco por cento do valor do contra-
to e terá seu valor atualizado nas mesmas condi- XIX - para as compras de material de uso pelas
ções daquele, ressalvado o previsto no parágra- Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
fo 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei n.º 8.883 pessoal e administrativo, quando houver necessi-
de 1994) dade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aé-
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de gran- reos e terrestres, mediante parecer de comissão
de vulto envolvendo alta complexidade técnica e instituída por decreto;
riscos financeiros consideráveis, demonstrados
através de parecer tecnicamente aprovado pela XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços,
autoridade competente, o limite de garantia previs- produzidos ou prestados no País, que envolvam,
to no parágrafo anterior poderá ser elevado para cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
até dez por cento do valor do contrato. (Redação defesa nacional, mediante parecer de comissão
dada pela Lei n.º 8.883 de 1994) especialmente designada pela autoridade máxima
do órgão.
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será libe-
rada ou restituída após a execução do contrato e, XXXI - nas contratações visando ao cumprimento
quando em dinheiro, atualizada monetariamente. do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei n.º
10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os
§ 5º Nos casos de contratos que importem na en- princípios gerais de contratação dela constantes.
trega de bens pela Administração, dos quais o con-
tratado ficará depositário, ao valor da garantia § 1º Os prazos de início de etapas de execução, de
deverá ser acrescido o valor desses bens. conclusão e de entrega admitem prorrogação,
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta mantidas as demais cláusulas do contrato e assegu-
Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos crédi- rada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
tos orçamentários, exceto quanto aos relativos: financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes
motivos, devidamente autuados em processo:
I - aos projetos cujos produtos estejam contem-
plados nas metas estabelecidas no Plano Pluria- I - alteração do projeto ou especificações, pela
nual, os quais poderão ser prorrogados se houver Administração;
interesse da Administração e desde que isso te- II - superveniência de fato excepcional ou impre-
nha sido previsto no ato convocatório; visível, estranho à vontade das partes, que altere
fundamentalmente as condições de execução do
contrato;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 107
III - interrupção da execução do contrato ou dimi- III - fiscalizar-lhes a execução;
nuição do ritmo de trabalho por ordem e no inte-
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução
resse da Administração;
total ou parcial do ajuste;
IV - aumento das quantidades inicialmente previs-
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provi-
tas no contrato, nos limites permitidos por esta
soriamente bens móveis, imóveis, pessoal e servi-
Lei;
ços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese
V - impedimento de execução do contrato por fa- da necessidade de acautelar apuração administra-
to ou ato de terceiro reconhecido pela Adminis- tiva de faltas contratuais pelo contratado, bem
tração em documento contemporâneo à sua como na hipótese de rescisão do contrato admi-
ocorrência; nistrativo.
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da § 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetá-
Administração, inclusive quanto aos pagamentos rias dos contratos administrativos não poderão ser
previstos de que resulte, diretamente, impedi- alteradas sem prévia concordância do contratado.
mento ou retardamento na execução do contrato,
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusu-
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos
las econômico-financeiras do contrato deverão ser
responsáveis.
revistas para que se mantenha o equilíbrio contra-
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justifi- tual.
cada por escrito e previamente autorizada pela
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato ad-
autoridade competente para celebrar o contrato.
ministrativo opera retroativamente impedindo os
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
indeterminado. produzir, além de desconstituir os já produzidos.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justifi- Parágrafo único. A nulidade não exonera a Admi-
cado e mediante autorização da autoridade superi- nistração do dever de indenizar o contratado pelo
or, o prazo de que trata o inciso II do caput deste que este houver executado até a data em que ela
artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. for declarada e por outros prejuízos regularmente
(Incluído pela Lei n.º 9.648 de 1998) comprovados, contanto que não lhe seja imputá-
vel, promovendo-se a responsabilidade de quem
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta lhe deu causa.
Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos crédi-
tos orçamentários, exceto quanto aos relativos: (...) Art. 49. A autoridade competente para a aprovação
do procedimento somente poderá revogar a licita-
II - à prestação de serviços a serem executados de
ção por razões de interesse público decorrente de
forma contínua, que poderão ter a sua duração
fato superveniente devidamente comprovado, per-
prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
tinente e suficiente para justificar tal conduta, de-
vistas à obtenção de preços e condições mais van-
vendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
tajosas para a administração, limitada a sessenta
provocação de terceiros, mediante parecer escrito e
meses;
devidamente fundamentado.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administra- § 1º A anulação do procedimento licitatório por
tivos instituído por esta Lei confere à Administra- motivo de ilegalidade não gera obrigação de inde-
ção, em relação a eles, a prerrogativa de: nizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor art. 59 desta Lei.
adequação às finalidades de interesse público, § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à
respeitados os direitos do contratado; do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especi- único do art. 59 desta Lei.
ficados no inciso I do art. 79 desta Lei; § 3º No caso de desfazimento do processo licitató-
rio, fica assegurado o contraditório e a ampla defe-
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
sa.
I - determinada por ato unilateral e escrito da Ad-
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos apli-
ministração, nos casos enumerados nos incisos I a
ca-se aos atos do procedimento de dispensa e de
XII e XVII do artigo anterior;
inexigibilidade de licitação.

108 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Seção II - Da Formalização dos Contratos contrato, nota de empenho de despesa, autoriza-
ção de compra ou ordem de execução de serviço.
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão
lavrados nas repartições interessadas, as quais § 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos o edital ou ato convocatório da licitação.
e registro sistemático do seu extrato, salvo os rela-
§ 2º Em "carta contrato", "nota de empenho de
tivos a direitos reais sobre imóveis, que se formali-
despesa", "autorização de compra", "ordem de
zam por instrumento lavrado em cartório de notas,
execução de serviço" ou outros instrumentos há-
de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu
beis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55
origem.
desta Lei. (Redação dada pela Lei n.° 8.883 de
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o con- 1994)
trato verbal com a Administração, salvo o de pe-
quenas compras de pronto pagamento, assim en- Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contra-
tendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco to as que estabeleçam: (...)
por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 des-
II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adian-
ta Lei e demais normas gerais, no que couber:
tamento.
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de
Comentário  O limite do artigo 23 inciso II alínea "a" é locação em que o Poder Público seja locatário, e
de R$ 80.000,00 - 5% (cinco por cento) = R$ 4.000,00 aos demais cujo conteúdo seja regido, predomi-
nantemente, por norma de direito privado;
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes II - aos contratos em que a Administração for par-
das partes e os de seus representantes, a finalida- te como usuária de serviço público.
de, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexi- Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contra-
gibilidade, a sujeição dos contratantes às normas to as que estabeleçam: (...)
desta Lei e às cláusulas contratuais.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administra-
Parágrafo único. A publicação resumida do ins-
tivos instituído por esta Lei confere à Administra-
trumento de contrato ou de seus aditamentos na
ção, em relação a eles, a prerrogativa de: (...)
imprensa oficial, que é condição indispensável para
sua eficácia, será providenciada pela Administração
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes
até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua
das partes e os de seus representantes, a finalida-
assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
de, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda do processo da licitação, da dispensa ou da inexigi-
que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 bilidade, a sujeição dos contratantes às normas
desta Lei. (Redação dada pela Lei n.º 8.883 de
desta Lei e às cláusulas contratuais. (...)
1994)
§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facul-
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do tada a substituição prevista neste artigo, a critério
art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situ-
da Administração e independentemente de seu
ações de inexigibilidade referidas no art. 25, neces-
valor, nos casos de compra com entrega imediata e
sariamente justificadas, e o retardamento previsto
integral dos bens adquiridos, dos quais não resul-
no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei
tem obrigações futuras, inclusive assistência técni-
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
ca.
autoridade superior, para ratificação e publicação
na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhe-
como condição para a eficácia dos atos. cimento dos termos do contrato e do respectivo
processo licitatório e, a qualquer interessado, a
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório obtenção de cópia autenticada, mediante o paga-
nos casos de concorrência e de tomada de preços, mento dos emolumentos devidos.
bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas
duas modalidades de licitação, e facultativo nos
demais em que a Administração puder substituí-lo
por outros instrumentos hábeis, tais como carta-

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 109
Art. 64. A Administração convocará regularmente o a) quando conveniente a substituição da garan-
interessado para assinar o termo de contrato, tia de execução;
aceitar ou retirar o instrumento equivalente, den-
b) quando necessária a modificação do regime
tro do prazo e condições estabelecidos, sob pena
de execução da obra ou serviço, bem como do
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das
modo de fornecimento, em face de verificação
sanções previstas no art. 81 desta Lei.
técnica da inaplicabilidade dos termos contratu-
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em ais originários;
assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento c) quando necessária a modificação da forma de
equivalente, dentro do prazo estabelecido pela pagamento, por imposição de circunstâncias su-
Administração, caracteriza o descumprimento total pervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
da obrigação assumida, sujeitando-o às penalida- vedada a antecipação do pagamento, com rela-
des legalmente estabelecidas. ção ao cronograma financeiro fixado, sem a cor-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se respondente contraprestação de fornecimento
aplica aos licitantes convocados nos termos do art. de bens ou execução de obra ou serviço;
64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contrata- d) para restabelecer a relação que as parte pac-
ção, nas mesmas condições propostas pelo primeiro tuaram inicialmente entre os encargos do con-
adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço. tratado e a retribuição da Administração para a
justa remuneração da obra, serviço ou forneci-
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado mento, objetivando a manutenção do equilíbrio
uma vez, por igual período, quando solicitado pela econômico-financeiro inicial do contrato, na hi-
parte durante o seu transcurso e desde que ocorra
pótese de sobreviverem fatos imprevisíveis, ou
motivo justificado aceito pela Administração.
previsíveis porém de consequências incalculá-
§ 2º É facultado à Administração, quando o convo- veis, retardadores ou impeditivos da execução
cado não assinar o termo de contrato ou não acei- do ajustado, ou ainda, em caso de força maior,
tar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e caso fortuito ou fato do príncipe, configurando
condições estabelecidos, convocar os licitantes álea88 econômica extraordinária e extracontra-
remanescentes, na ordem de classificação, para tual. (Redação dada pela Lei n.º 8.883 de 1994)
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
propostas pelo primeiro classificado, inclusive
quanto aos preços atualizados de conformidade 88
Álea é um termo jurídico que significa a possibilidade de prejuízo
com o ato convocatório, ou revogar a licitação in- simultaneamente à de lucro - ou, em outras palavras, risco
dependentemente da cominação prevista no art. (HOUAISS, verbete "álea"). De acordo com Celso Antônio Bandeira
81 desta Lei. de Melo, e seguindo doutrina do direito francês, os riscos que envol-
vem os contratos são divididos, doutrinariamente, em álea ordinária
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da en-
e álea extraordinária. Esta, por sua vez, divide-se em álea adminis-
trega das propostas, sem convocação para a con-
trativa e álea econômica. A álea ordinária corresponde aos riscos
tratação, ficam os licitantes liberados dos compro-
normais de qualquer empreendimento e que devem ser suportados
missos assumidos.
pelo contratado. Não ensejam qualquer cobertura por parte do go-
Seção III - Da Alteração dos Contratos verno. A álea administrativa corresponde aos atos da Administra-
ção não como parte da relação contratual, mas sim como ente no
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão
exercício de seu poder extroverso (nos dizeres de Marçal Justen
ser alterados, com as devidas justificativas, nos
Filho, poder de imperium). A tais situações se aplica a teoria do fato
seguintes casos:
do príncipe, o que acarreta integral indenização pelo contratante,
I - unilateralmente pela Administração: uma vez que por ato da Administração, houve desequilíbrio na equa-
ção econômico-financeira, gerando indevido ônus ao contratado, o
a) quando houver modificação do projeto ou
qual não deve ser por ele suportado. A álea econômica corresponde
das especificações, para melhor adequação téc-
a fatos globalmente considerados, conjunturais, naturais, cuja etiolo-
nica aos seus objetivos; gia acaba por ser desconhecida, tais como as crises econômicas,
b) quando necessária a modificação do valor desastres naturais e oscilações de câmbio. A tais situações se aplica
contratual em decorrência de acréscimo ou di- a teoria da imprevisão, ensejando a partilha entre o governo e o
minuição quantitativa de seu objeto, nos limites contratado dos prejuízos decorrentes de tais fatos. São situações às

permitidos por esta Lei; quais os contraentes não hajam dado causa e que provocam profun-
do desequilíbrio da equação econômico-financeira, acabando por
II - por acordo das partes: tornar extremamente onerosa a prestação do serviço pelo contrata-
do. (https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lea)

110 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou servi-
A Teoria da Imprevisão consiste no reconhecimento de ços, se o contratado já houver adquirido os materi-
que eventos novos, imprevistos e imprevisíveis pelas
ais e posto no local dos trabalhos, estes deverão
partes e a elas não imputáveis, refletindo sobre a eco-
nomia ou a execução do contrato, autorizam sua revi-
ser pagos pela Administração pelos custos de aqui-
são, para ajustá-lo às circunstâncias supervenientes. sição regularmente comprovados e monetariamen-
Quando sobrevêm eventos extraordinários, imprevistos te corrigidos, podendo caber indenização por ou-
e imprevisíveis, onerosos, retardadores ou impeditivos tros danos eventualmente decorrentes da supres-
da execução do contrato, a parte atingida fica liberada são, desde que regularmente comprovados.
dos encargos originários e o ajuste há que ser revisto ou
rescindido, pela aplicação da teoria da imprevisão,
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados,
89
provinda da cláusula rebus sic stantibus , nos seus alterados ou extintos, bem como a superveniência
desdobramentos de força maior, caso fortuito, fato do de disposições legais, quando ocorridas após a data
príncipe, fato da Administração e interferências impre- da apresentação da proposta, de comprovada re-
vistas. percussão nos preços contratados, implicarão a
 Força Maior é o evento humano que, por sua impre-
revisão destes para mais ou para menos, conforme
visibilidade e inevitabilidade, cria para o contratado o caso.
impossibilidade intransponível de regular execução do § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato
contrato. que aumente os encargos do contratado, a Admi-
 Caso Fortuito é o evento da natureza que, por sua nistração deverá restabelecer, por aditamento, o
imprevisibilidade e inevitabilidade, cria para o contra- equilíbrio econômico-financeiro inicial.
tado impossibilidade intransponível de regular execu-
ção do contrato. § 7º (Vetado)
 Fato do Príncipe é toda determinação estatal, positi- § 8º A variação do valor contratual para fazer face
va ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que ao reajuste de preços previsto no próprio contrato,
onera substancialmente a execução do contrato admi- as atualizações, compensações ou penalizações
nistrativo. financeiras decorrentes das condições de paga-
 Fato da Administração é toda ação ou omissão do mento nele previstas, bem como o empenho de
Poder Público que, e, incidindo direta e especificamen- dotações orçamentárias suplementares até o limite
te sobre o contrato, retarda ou impede sua execução. do seu valor corrigido, não caracterizam alteração
do mesmo, podendo ser registrados por simples
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas apostila, dispensando a celebração de aditamen-
mesmas condições contratuais, os acréscimos ou to.
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou Seção IV - Da Execução dos Contratos
compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente
de reforma de edifício ou de equipamento, até o pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas
limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus e as normas desta Lei, respondendo cada uma pe-
acréscimos. las consequências de sua inexecução total ou par-
cial.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá ex-
ceder os limites estabelecidos no parágrafo anteri- Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do
or, salvo: § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deve-
rão cumprir, durante todo o período de execução
I - (Revogado pela Lei n.º 9.648 de 1998) do contrato, a reserva de cargos prevista em lei
II - as supressões resultantes de acordo celebrado para pessoa com deficiência ou para reabilitado
entre os contratantes. (Incluído pela Lei n.º 9.648 da Previdência Social, bem como as regras de
de 1998) acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela
Lei n.º 13.146 de 2015)
§ 3º Se no contrato não houverem sido contempla-
dos preços unitários para obras ou serviços, esses Art. 3º (...)
serão fixados mediante acordo entre as partes,
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste
desempate, será assegurada preferência, sucessi-
artigo.
vamente, aos bens e serviços: (...)

89
Rebus sic stantibus  Permanecendo as coisas como estavam
antes.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 111
V - produzidos ou prestados por empresas que § 1º A inadimplência do contratado, com referência
comprovem cumprimento de reserva de cargos aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não
prevista em lei para pessoa com deficiência ou transfere à Administração Pública a responsabili-
para reabilitado da Previdência Social e que aten- dade por seu pagamento, nem poderá onerar o
dam às regras de acessibilidade previstas na legis- objeto do contrato ou restringir a regularização e o
lação. uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei n.º
Art. 3º (...) § 5º Nos processos de licitação, poderá 9.032 de 1995)
ser estabelecida margem de preferência para: (...) § 2º A Administração Pública responde solidaria-
II - bens e serviços produzidos ou prestados por mente com o contratado pelos encargos previden-
empresas que comprovem cumprimento de reserva ciários resultantes da execução do contrato, nos
de cargos prevista em lei para pessoa com defici- termos do art. 31 da Lei n.º 8.212 de 24 de julho de
ência ou para reabilitado da Previdência Social e 1991. (Redação dada pela Lei n.º 9.032 de 1995)
que atendam às regras de acessibilidade previstas
Lei n.º 8.212 de 24 de julho de 1991
na legislação.
Art. 31. A empresa contratante de serviços execu-
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o tados mediante cessão de mão-de-obra, inclusive
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos em regime de trabalho temporário, deverá reter
serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fa-
pela Lei n.º 13.146 de 2015) tura de prestação de serviços e recolher a impor-
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acom- tância retida até o dia dois do mês subsequente ao
panhada e fiscalizada por um representante da da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em
Administração especialmente designado, permitida nome da empresa cedente da mão-de-obra, obser-
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá- vado o disposto no § 5º do art. 33. (...)
lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Art. 72. O contratado, na execução do contrato,
§ 1º O representante da Administração anotará em sem prejuízo das responsabilidades contratuais e
registro próprio todas as ocorrências relacionadas legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
com a execução do contrato, determinando o que ou fornecimento, até o limite admitido, em cada
for necessário à regularização das faltas ou defeitos caso, pela Administração.
observados.
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem recebido:
a competência do representante deverão ser solici-
tadas a seus superiores em tempo hábil para a I - em se tratando de obras e serviços:
adoção das medidas convenientes. a) provisoriamente, pelo responsável por seu
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, acompanhamento e fiscalização, mediante ter-
aceito pela Administração, no local da obra ou ser- mo circunstanciado, assinado pelas partes em
viço, para representá-lo na execução do contrato. até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do
contratado;
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir,
remover, reconstruir ou substituir, às suas expen- b) definitivamente, por servidor ou comissão
sas, no total ou em parte, o objeto do contrato em designada pela autoridade competente, medi-
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções ante termo circunstanciado, assinado pelas par-
resultantes da execução ou de materiais emprega- tes, após o decurso do prazo de observação, ou
dos. vistoria que comprove a adequação do objeto
aos termos contratuais, observado o disposto
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos no art. 69 desta Lei;
causados diretamente à Administração ou a tercei-
ros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir,
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa res- remover, reconstruir ou substituir, às suas expen-
ponsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento sas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
pelo órgão interessado. que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções
resultantes da execução ou de materiais emprega-
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos
dos.
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato.
112 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - em se tratando de compras ou de locação de Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes
equipamentos: do edital, do convite ou de ato normativo, os en-
saios, testes e demais provas exigidos por normas
a) provisoriamente, para efeito de posterior ve-
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do
rificação da conformidade do material com a
contrato correm por conta do contratado.
especificação;
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em
b) definitivamente, após a verificação da quali-
parte, obra, serviço ou fornecimento executado em
dade e quantidade do material e consequente
desacordo com o contrato.
aceitação.
Seção V - Da Inexecução e da Rescisão dos Contra-
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de
tos
grande vulto, o recebimento far-se-á mediante
termo circunstanciado e, nos demais, mediante Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato
recibo. enseja a sua rescisão, com as consequências con-
tratuais e as previstas em lei ou regulamento.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não
exclui a responsabilidade civil pela solidez e segu- Art. 78. Constituem motivo para rescisão do con-
rança da obra ou do serviço, nem ético-profissional trato:
pela perfeita execução do contrato, dentro dos
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais,
limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
especificações, projetos ou prazos;
§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I
II - o cumprimento irregular de cláusulas contra-
deste artigo não poderá ser superior a 90 (noven-
tuais, especificações, projetos e prazos;
ta) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente
justificados e previstos no edital. III - a lentidão do seu cumprimento, levando a
Administração a comprovar a impossibilidade da
I - em se tratando de obras e serviços: (...) conclusão da obra, do serviço ou do fornecimen-
b) definitivamente, por servidor ou comissão desig- to, nos prazos estipulados;
nada pela autoridade competente, mediante termo IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço
circunstanciado, assinado pelas partes, após o de- ou fornecimento;
curso do prazo de observação, ou vistoria que com-
prove a adequação do objeto aos termos contratu- V - a paralisação da obra, do serviço ou do forne-
cimento, sem justa causa e prévia comunicação à
ais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
Administração;
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a VI - a subcontratação total ou parcial do seu obje-
verificação a que se refere este artigo não serem, to, a associação do contratado com outrem, a
respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos cessão ou transferência, total ou parcial, bem co-
prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, mo a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas
desde que comunicados à Administração nos 15 no edital e no contrato;
(quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
VII - o desatendimento das determinações regula-
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento res da autoridade designada para acompanhar e
provisório nos seguintes casos: fiscalizar a sua execução, assim como as de seus
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; superiores;
II - serviços profissionais; VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua
execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. desta Lei;
23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não
se componham de aparelhos, equipamentos e ins- Art. 67. (...)
talações sujeitos à verificação de funcionamento e
produtividade. § 1º O representante da Administração anotará em
registro próprio todas as ocorrências relacionadas
com a execução do contrato, determinando o que
Comentário  O limite do artigo 23 inciso II alínea "a" é
de R$ 80.000,00
for necessário à regularização das faltas ou defeitos
observados.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebi-
mento será feito mediante recibo.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 113
IX - a decretação de falência ou a instauração de XVI - a não liberação, por parte da Administração,
insolvência civil; de área, local ou objeto para execução de obra,
serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais,
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do
bem como das fontes de materiais naturais espe-
contratado;
cificadas no projeto;
XI - a alteração social ou a modificação da finali-
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força
dade ou da estrutura da empresa, que prejudique
maior, regularmente comprovada, impeditiva da
a execução do contrato;
execução do contrato.
XII - razões de interesse público, de alta relevân-
XVIII - descumprimento do disposto no inciso V
cia e amplo conhecimento, justificadas e determi-
do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabí-
nadas pela máxima autoridade da esfera adminis-
veis. (Incluído pela Lei n.º 9.854 de 1999)
trativa a que está subordinado o contratante e
exaradas no processo administrativo a que se re- Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á
fere o contrato; dos interessados, exclusivamente, documentação
XIII - a supressão, por parte da Administração, de relativa a: (...)
obras, serviços ou compras, acarretando modifi- V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art.
cação do valor inicial do contrato além do limite 7º da Constituição Federal.
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
Constituição Federal de 1988
Art. 65. (...)
Art. 7º (...)
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas
mesmas condições contratuais, os acréscimos ou XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer tra-
compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor balho a menores de dezesseis anos, salvo na condi-
inicial (...) ção de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem es- Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual
crita da Administração, por prazo superior a 120 serão formalmente motivados nos autos do pro-
(cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade cesso, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
pública, grave perturbação da ordem interna ou Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
guerra, ou ainda por repetidas suspensões que
totalizem o mesmo prazo, independentemente do I - determinada por ato unilateral e escrito da
pagamento obrigatório de indenizações pelas su- Administração, nos casos enumerados nos incisos
cessivas e contratualmente imprevistas desmobi- I a XII e XVII do artigo anterior;
lizações e mobilizações e outras previstas, assegu- II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida
rado ao contratado, nesses casos, o direito de op- a termo no processo da licitação, desde que haja
tar pela suspensão do cumprimento das obriga- conveniência para a Administração;
ções assumidas até que seja normalizada a situa-
ção; III - judicial, nos termos da legislação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pa- IV - (Revogado pela Lei n.º 8.883 de 1994)
gamentos devidos pela Administração decorren-
tes de obras, serviços ou fornecimento, ou parce- Processo Administrativo Processo Judicial
las destes, já recebidos ou executados, salvo em
caso de calamidade pública, grave perturbação da
ordem interna ou guerra, assegurado ao contra- Governo x Contratado Contratado x Governo
tado o direito de optar pela suspensão do cum-
primento de suas obrigações até que seja norma-
lizada a situação; Incisos I a XII + XVII + XVIII Incisos XIII a XVI

Comentário  O inciso XV é chamado pela doutrina de


exceção do contrato não cumprido - “exceptio non
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá
adimpleti contractus”. ser precedida de autorização escrita e fundamen-
tada da autoridade competente.

114 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos inci- § 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I
sos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja cul- e II deste artigo fica a critério da Administração,
pa do contratado, será este ressarcido dos prejuí- que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
zos regularmente comprovados que houver sofri- por execução direta ou indireta.
do, tendo ainda direito a:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no
Comentário  Os casos enumerados nos incisos XII a estado e local em que se encontrar, por ato próprio
XVII do artigo 78 são aqueles em que a extinção do da Administração;
contrato aconteceu sem que haja culpa por parte do II - ocupação e utilização do local, instalações,
contratado. equipamentos, material e pessoal empregados na
execução do contrato, necessários à sua continui-
I - devolução de garantia; dade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
II - pagamentos devidos pela execução do contra-
§ 2º É permitido à Administração, no caso de con-
to até a data da rescisão;
cordata do contratado, manter o contrato, poden-
III - pagamento do custo da desmobilização. do assumir o controle de determinadas atividades
§ 3º (Revogado pela Lei n.º 8.883 de 1994) de serviços essenciais.

§ 4º (Revogado pela Lei n.º 8.883 de 1994) § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato
deverá ser precedido de autorização expressa do
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sus- Ministro de Estado competente, ou Secretário Es-
tação do contrato, o cronograma de execução será tadual ou Municipal, conforme o caso.
prorrogado automaticamente por igual tempo.
II - ocupação e utilização do local, instalações,
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo
equipamentos, material e pessoal empregados na
anterior acarreta as seguintes consequências, sem
execução do contrato, necessários à sua continui-
prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
dade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
I - determinada por ato unilateral e escrito da Ad-
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo
ministração, nos casos enumerados nos incisos I a
anterior permite à Administração, a seu critério,
XII e XVII do artigo anterior;
aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
I - assunção imediata do objeto do contrato, no
estado e local em que se encontrar, por ato pró- Comentário  O inciso IV do artigo 79 foi revogado pela
prio da Administração; Lei n.º 8.883/1994.

II - ocupação e utilização do local, instalações,


equipamentos, material e pessoal empregados na Lei de Improbidade Administrativa
execução do contrato, necessários à sua continui-
dade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei; Lei n.º 8.429 de 02 de junho de 1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
Art. 58. (...) V - nos casos de serviços essenciais, agentes públicos nos casos de enriqueci-
ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pes- mento ilícito no exercício de mandato, car-
soal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na go, emprego ou função na administração
hipótese da necessidade de acautelar apuração pública direta, indireta ou fundacional e dá
administrativa de faltas contratuais pelo contrata- outras providências.
do, bem como na hipótese de rescisão do contrato
administrativo. Constituição Federal de 1988
III - execução da garantia contratual, para ressar- Art. 37. (...) § 4º Os atos de improbidade adminis-
cimento da Administração, e dos valores das mul- trativa importarão a suspensão dos direitos políti-
tas e indenizações a ela devidos; cos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
IV - retenção dos créditos decorrentes do contra- gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
to até o limite dos prejuízos causados à Adminis- penal cabível.
tração.

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Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos
(Promotor de Justiça do MPE/MS) Assinale a alternati- desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transi-
va correta: A Lei n.º 8.429 de 02 de junho de 1.992,
toriamente ou sem remuneração, por eleição, no-
representou grande evolução em nosso ordenamento
jurídico no tocante ao combate à corrupção lato sensu.
meação, designação, contratação ou qualquer ou-
Majoritariamente, sobre a natureza jurídica da referi- tra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
da lei, é correto afirmar que a mesma é reconhecida- go, emprego ou função nas entidades mencionadas
mente: no artigo anterior.
a) Penal, haja vista a ordem expressa contida no artigo
19 da Lei n.º 8.429/92 de que constitui crime a repre- (CESPE/2012 - Juiz do TJ/BA) Julgue o item a respeito
sentação por ato de improbidade contra agente público da ação civil por improbidade administrativa.
ou terceiro beneficiário quando o autor da denúncia o Por ser agente político, o prefeito municipal não está
sabe inocente. sujeito à sanção de perda do cargo e(ou) de perda dos
b) Administrativa, pela própria sugestão dada pelo direitos políticos, submetendo-se, por sua vez, às san-
90
objeto de combate da lei em comento, isto é, atos de ções de ressarcimento ao erário . (Errada)
improbidade administrativa, bem como porque citada
lei dispõe de procedimento administrativo próprio, Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no
descritos no artigo 14 e seguintes. que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
c) Mista, ora assumindo características penais ora ad- público, induza ou concorra para a prática do ato
ministrativas, de acordo com a sanção aplicada em de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
concreto. forma direta ou indireta.
d) Mista, oscilando entre os ditames da natureza jurídi-
ca administrativa e cível, tendo-se que as características
penais dão-se de maneira independente das sanções
previstas na Lei n.º 8.429/92. 90
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. LEI DE IMPROBI-
e) Cível, em razão de que o artigo 12 da Lei n.º DADE. PREFEITO. APLICABILIDADE. 1. O recurso especial foi
8.429/92 dispõe que independentemente das sanções interposto nos autos de ação civil de improbidade administrativa
penais, civis e administrativas previstas na legislação ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul,
específica, está o responsável pelo ato de improbidade ocasião em que se imputou ato de improbidade administrativa a
administrativa sujeito às cominações determinadas
assessor jurídico do Município de Pinhal, tendo em vista a realização
nos incisos do citado artigo.
de "reserva de placa" para automóvel da prefeitura contendo os
numerais correspondentes aos partidos políticos do PT e PDT, os

Capítulo I - Das Disposições Gerais quais são filiados, respectivamente, o Vice-Prefeito e Prefeito daque-
la municipalidade. 2. Os prefeitos podem ser processados por
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por seus atos pela Lei n.º 8.429/1992, eis que não se enquadram
qualquer agente público, servidor ou não, contra a entre as autoridades submetidas à Lei n.º 1.079/1950. O prece-
administração direta, indireta ou fundacional de dente do Supremo Tribunal Federal - Rcl 2.138/RJ – reforça a tese
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do sobre o cabimento da ação de improbidade em face de agente
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de político de qualquer esfera dos Poderes da União, Estados e Municí-
empresa incorporada ao patrimônio público ou de pios, ressalvando-se apenas as hipóteses em que houver demanda
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja ajuizada contra Ministros de Estado. Assim, os autos devem retornar
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por ao Tribunal a quo para que seja processada a ação civil de improbi-
cento do patrimônio ou da receita anual, serão dade administrativa. 3. Recurso especial provido. (REsp
punidos na forma desta lei. 1.148.996/RS - 2ª Turma - Min. Castro Meira - DJe de 11/06/2010)

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penali-


Lei n.º 1.079 de 10 de abril de 1950  Define os crimes de respon-
dades desta lei os atos de improbidade praticados
sabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.
contra o patrimônio de entidade que receba sub- Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente
venção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilita-
de órgão público bem como daquelas para cuja ção, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública,
criação ou custeio o erário haja concorrido ou con- imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente
corra com menos de cinquenta por cento do patri- da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do
mônio ou da receita anual, limitando-se, nestes Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da Re-
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito pública.
sobre a contribuição dos cofres públicos. Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos governado-
res dos Estados ou dos seus Secretários, quando por eles prati-
cados, os atos definidos como crimes nesta lei.

116 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou omissão decorrente das atribuições do agente
hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser- público;
vância dos princípios de legalidade, impessoalida-
II - perceber vantagem econômica, direta ou indi-
de, moralidade e publicidade no trato dos assun-
reta, para facilitar a aquisição, permuta ou loca-
tos que lhe são afetos.
ção de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de
Constituição Federal de 1988 serviços pelas entidades referidas no art. 1º por
preço superior ao valor de mercado;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do III - perceber vantagem econômica, direta ou indi-
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos reta, para facilitar a alienação, permuta ou loca-
princípios de legalidade, impessoalidade, morali- ção de bem público ou o fornecimento de serviço
dade, publicidade e eficiência e, também, ao se- por ente estatal por preço inferior ao valor de
guinte: (...) mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veícu-
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por los, máquinas, equipamentos ou material de
ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou qualquer natureza, de propriedade ou à disposi-
de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do ção de qualquer das entidades mencionadas no
dano. art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servido-
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá res públicos, empregados ou terceiros contrata-
o agente público ou terceiro beneficiário os bens dos por essas entidades;
ou valores acrescidos ao seu patrimônio. V - receber vantagem econômica de qualquer na-
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão tureza, direta ou indireta, para tolerar a explora-
ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ção ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
ilícito, caberá a autoridade administrativa respon- narcotráfico, de contrabando, de usura ou de
sável pelo inquérito representar ao Ministério Pú- qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar pro-
blico, para a indisponibilidade dos bens do indicia- messa de tal vantagem;
do. VI - receber vantagem econômica de qualquer na-
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere tureza, direta ou indireta, para fazer declaração
o caput deste artigo recairá sobre bens que assegu- falsa sobre medição ou avaliação em obras públi-
rem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o cas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantida-
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimen- de, peso, medida, qualidade ou característica de
to ilícito. mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício
está sujeito às cominações desta lei até o limite do de mandato, cargo, emprego ou função pública,
valor da herança. bens de qualquer natureza cujo valor seja despro-
porcional à evolução do patrimônio ou à renda do
Capítulo II - Dos Atos de Improbidade Administra-
agente público;
tiva
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ativi-
Seção I - Dos Atos de Improbidade Administrativa
dade de consultoria ou assessoramento para pes-
que Importam Enriquecimento Ilícito
soa física ou jurídica que tenha interesse suscetí-
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa vel de ser atingido ou amparado por ação ou
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer omissão decorrente das atribuições do agente
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão público, durante a atividade;
do exercício de cargo, mandato, função, emprego
IX - perceber vantagem econômica para interme-
ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º
diar a liberação ou aplicação de verba pública de
desta lei, e notadamente:
qualquer natureza;
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
X - receber vantagem econômica de qualquer na-
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
tureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
econômica, direta ou indireta, a título de comis-
de ofício, providência ou declaração a que esteja
são, percentagem, gratificação ou presente de
obrigado;
quem tenha interesse, direto ou indireto, que
possa ser atingido ou amparado por ação ou
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 117
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri- los indevidamente; (Redação dada pela Lei n.º
mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes 13.019 de 2014)
do acervo patrimonial das entidades mencionadas
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas
no art. 1º desta lei;
não autorizadas em lei ou regulamento;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, ver-
X - agir negligentemente na arrecadação de tribu-
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial
to ou renda, bem como no que diz respeito à con-
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.
servação do patrimônio público;
Seção II - Dos Atos de Improbidade Administrativa
XI - liberar verba pública sem a estrita observân-
que Causam Prejuízo ao Erário
cia das normas pertinentes ou influir de qualquer
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrati- forma para a sua aplicação irregular;
va que causa lesão ao erário qualquer ação ou
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que ter-
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
ceiro se enriqueça ilicitamente;
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para
à disposição de qualquer das entidades mencio-
a incorporação ao patrimônio particular, de pes-
nadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho
soa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
de servidor público, empregados ou terceiros con-
valores integrantes do acervo patrimonial das en-
tratados por essas entidades.
tidades mencionadas no art. 1º desta lei;
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento que
II - permitir ou concorrer para que pessoa física
tenha por objeto a prestação de serviços públicos
ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
por meio da gestão associada sem observar as
valores integrantes do acervo patrimonial das en-
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei n.º
tidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
11.107 de 2005)
observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie; XV - celebrar contrato de rateio de consórcio pú-
blico sem suficiente e prévia dotação orçamentá-
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
ria, ou sem observar as formalidades previstas na
ente despersonalizado, ainda que de fins educati-
lei. (Incluído pela Lei n.º 11.107 de 2005)
vos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valo-
res do patrimônio de qualquer das entidades XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância para a incorporação, ao patrimônio particular de
das formalidades legais e regulamentares aplicá- pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
veis à espécie; ou valores públicos transferidos pela administra-
ção pública a entidades privadas mediante cele-
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
bração de parcerias, sem a observância das for-
locação de bem integrante do patrimônio de
malidades legais ou regulamentares aplicáveis à
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
espécie; (Incluído pela Lei n.º 13.019 de 2014)
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte de-
las, por preço inferior ao de mercado; XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física
ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
valores públicos transferidos pela administração
locação de bem ou serviço por preço superior ao
pública a entidade privada mediante celebração
de mercado;
de parcerias, sem a observância das formalidades
VI - realizar operação financeira sem observância legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (In-
das normas legais e regulamentares ou aceitar cluído pela Lei n.º 13.019 de 2014)
garantia insuficiente ou inidônea;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal com entidades privadas sem a observância das
sem a observância das formalidades legais ou re- formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
gulamentares aplicáveis à espécie; à espécie; (Incluído pela Lei n.º 13.019 de 2014)
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
de processo seletivo para celebração de parcerias
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-

118 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
celebração de parcerias da administração pública ato de ofício;
com entidades privadas ou dispensá-lo indevida-
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciên-
mente; (Incluído pela Lei n.º 13.019 de 2014)
cia em razão das atribuições e que deva permane-
XX - agir negligentemente na celebração, fiscali- cer em segredo;
zação e análise das prestações de contas de par-
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
cerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas; (Incluído pela Lei n.º 13.019 V - frustrar a licitude de concurso público;
de 2014) VI - deixar de prestar contas quando esteja obri-
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela gado a fazê-lo;
administração pública com entidades privadas VII - revelar ou permitir que chegue ao conheci-
sem a estrita observância das normas pertinentes mento de terceiro, antes da respectiva divulgação
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação oficial, teor de medida política ou econômica ca-
irregular. (Incluído pela Lei n.º 13.019 de 2014) paz de afetar o preço de mercadoria, bem ou ser-
Seção II-A - Dos Atos de Improbidade Administra- viço.
tiva Decorrentes de Concessão ou Aplicação Inde- VIII - descumprir as normas relativas à celebra-
vida de Benefício Financeiro ou Tributário ção, fiscalização e aprovação de contas de parce-
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administra- rias firmadas pela administração pública com en-
tiva qualquer ação ou omissão para conceder, apli- tidades privadas. (Incluído pela Lei n.º 13.019 de
car ou manter benefício financeiro ou tributário 2014)
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
8º-A da Lei Complementar n.º 116, de 31 de julho acessibilidade previstos na legislação. (Incluído
de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n.º 157 pela Lei n.º 13.146 de 2015)
de 2016)
Capítulo III - Das Penas
Lei Complementar n.º 116 de 31 de julho de 2003
Art. 12. Independentemente das sanções penais,
Art. 8º-A A alíquota mínima do Imposto sobre Ser- civis e administrativas previstas na legislação espe-
viços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cen- cífica, está o responsável pelo ato de improbidade
to). sujeito às seguintes cominações, que podem ser
§ 1º O imposto não será objeto de concessão de aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
isenções, incentivos ou benefícios tributários ou com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei
financeiros, inclusive de redução de base de cálculo n.º 12.120 de 2009)
ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob
Artigo 9º Artigo 10 Artigo 11 Artigo 10-A
qualquer outra forma que resulte, direta ou indire-
tamente, em carga tributária menor que a decor- Perda dos bens Perda dos bens
rente da aplicação da alíquota mínima estabelecida ou valores ou valores
acrescidos acrescidos *** ***
no caput, exceto para os serviços a que se referem ilicitamente ao ilicitamente ao
os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta patrimônio. patrimônio.
Lei Complementar.
Perda dos bens Perda dos bens
Seção III - Dos Atos de Improbidade Administrati- ou valores ou valores
acrescidos acrescidos *** ***
va que Atentam Contra os Princípios da Adminis- ilicitamente ao ilicitamente ao
tração patrimônio. patrimônio.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrati- Ressarcimento Ressarcimento Ressarcimento


va que atenta contra os princípios da administra- integral do integral do integral do
***
dano, quando dano, quando dano, quando
ção pública qualquer ação ou omissão que viole os houver. houver. houver.
deveres de honestidade, imparcialidade, legalida-
de, e lealdade às instituições, e notadamente: Perda da Perda da Perda da Perda da
função pública. função pública. função pública. função pública.
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou re-
gulamento ou diverso daquele previsto, na regra Suspensão dos Suspensão dos Suspensão dos Suspensão dos
de competência; direitos políti- direitos políti- direitos políti- direitos políti-
cos de oito a cos de cinco a cos de três a cos de cinco a
dez anos. oito anos. cinco anos. oito anos.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 119
Pagamento de Pagamento de Pagamento de Pagamento de
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da
multa civil de multa civil de multa civil de multa civil de função pública, suspensão dos direitos políticos
até três vezes até duas vezes até cem vezes até três vezes de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3
o valor do o valor do dano o valor da o valor do
acréscimo causado. remuneração. benefício (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tri-
patrimonial. financeiro ou butário concedido. (Incluído pela Lei Complemen-
tributário
concedido. tar n.º 157 de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas
Proibição de Proibição de Proibição de
contratar com contratar com contratar com nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano
o Poder o Poder Públi- o Poder Públi- causado, assim como o proveito patrimonial obtido
Público ou co ou receber co ou receber
receber bene- benefícios ou benefícios ou pelo agente.
fícios ou incentivos incentivos
incentivos fiscais ou fiscais ou Capítulo IV - Da Declaração de Bens
fiscais ou creditícios, creditícios,
creditícios, direta ou direta ou Art. 13. A posse e o exercício de agente público
***
direta ou indiretamente, indiretamente, ficam condicionados à apresentação de declaração
indiretamente, ainda que por ainda que por
ainda que por intermédio de intermédio de dos bens e valores que compõem o seu patrimônio
intermédio de pessoa jurídica pessoa jurídica privado, a fim de ser arquivada no serviço de pes-
pessoa jurídica da qual seja da qual seja
da qual seja sócio majoritá- sócio majoritá- soal competente.
sócio majoritá- rio, pelo prazo rio, pelo prazo
rio, pelo prazo de 5 anos. de 3 anos. § 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis,
de 10 anos. semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer
outra espécie de bens e valores patrimoniais, loca-
I - na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valo- lizado no País ou no exterior, e, quando for o caso,
res acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressar- abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônju-
cimento integral do dano, quando houver, perda ge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas
da função pública, suspensão dos direitos políti- que vivam sob a dependência econômica do decla-
cos de oito a dez anos, pagamento de multa civil rante, excluídos apenas os objetos e utensílios de
de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial uso doméstico.
e proibição de contratar com o Poder Público ou
§ 2º A declaração de bens será anualmente atuali-
receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
zada e na data em que o agente público deixar o
cios, direta ou indiretamente, ainda que por in-
exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
termédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
joritário, pelo prazo de dez anos; § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem
do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
declaração dos bens, dentro do prazo determinado,
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-
ou que a prestar falsa.
cunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, paga- § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar
mento de multa civil de até duas vezes o valor do cópia da declaração anual de bens apresentada à
dano e proibição de contratar com o Poder Públi- Delegacia da Receita Federal na conformidade da
co ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou legislação do Imposto sobre a Renda e proventos
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por de qualquer natureza, com as necessárias atualiza-
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ções, para suprir a exigência contida no caput e no
majoritário, pelo prazo de cinco anos; § 2º deste artigo.
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral Capítulo V - Do Procedimento Administrativo e do
do dano, se houver, perda da função pública, sus- Processo Judicial
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à
pagamento de multa civil de até cem vezes o va-
autoridade administrativa competente para que
lor da remuneração percebida pelo agente e pro-
seja instaurada investigação destinada a apurar a
ibição de contratar com o Poder Público ou rece-
prática de ato de improbidade.
ber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermé- § 1º A representação, que será escrita ou reduzida
dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritá- a termo e assinada, conterá a qualificação do re-
rio, pelo prazo de três anos. presentante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha co-
nhecimento.
120 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a repre- cárias e aplicações financeiras mantidas pelo indici-
sentação, em despacho fundamentado, se esta não ado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
contiver as formalidades estabelecidas no § 1º des- internacionais.
te artigo. A rejeição não impede a representação
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário,
ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta
será proposta pelo Ministério Público ou pela pes-
lei.
soa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta efetivação da medida cautelar.
lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação
de autoridade administrativa ou mediante repre- nas ações de que trata o caput.
sentação formulada de acordo com o disposto no
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promo-
verá as ações necessárias à complementação do
policial ou procedimento administrativo.
ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a § 3º No caso de a ação principal ter sido proposta
autoridade determinará a imediata apuração dos pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o
fatos que, em se tratando de servidores federais, disposto no § 3º do art. 6º da Lei n.º 4.717, de 29
será processada na forma prevista nos arts. 148 a de junho de 1965.
182 da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e,
em se tratando de servidor militar, de acordo com Lei n.º 4.717 de 29 de junho de 1965
os respectivos regulamentos disciplinares.
Regulamenta a Ação Popular
Comentário  Os artigos 148 a 182 da Lei n.º 8.112 de Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas
11 de dezembro de 1990 definem as regras para o Pro- públicas ou privadas e as entidades referidas no art.
cesso Administrativo Disciplinar para servidores públi- 1º, contra as autoridades, funcionários ou adminis-
cos civis da União. tradores que houverem autorizado, aprovado, rati-
ficado ou praticado o ato impugnado, ou que, por
Art. 15. A comissão processante dará conhecimen- omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e con-
to ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho tra os beneficiários diretos do mesmo. (...)
de Contas da existência de procedimento adminis-
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de di-
trativo para apurar a prática de ato de improbida-
reito privado, cujo ato seja objeto de impugnação,
de.
poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure
ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, útil ao interesse público, a juízo do respectivo re-
designar representante para acompanhar o proce- presentante legal ou dirigente.
dimento administrativo.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no pro-
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabi- cesso como parte, atuará obrigatoriamente, como
lidade, a comissão representará ao Ministério Pú- fiscal da lei, sob pena de nulidade.
blico ou à procuradoria do órgão para que requeira
ao juízo competente a decretação do sequestro dos § 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição
bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido do juízo para todas as ações posteriormente inten-
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio públi- tadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
co. mesmo objeto.

§ 1º O pedido de sequestro será processado de § 6º A ação será instruída com documentos ou


acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Códi- justificação que contenham indícios suficientes da
go de Processo Civil. existência do ato de improbidade ou com razões
fundamentadas da impossibilidade de apresenta-
Comentário  Os artigos 822 e 825 do Código de Pro- ção de qualquer dessas provas, observada a legisla-
cesso Civil de 1973 regulamentavam os procedimentos ção vigente, inclusive as disposições inscritas nos
do sequestro de bens. No Código de Processo Civil de arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil91.
2015 o procedimento do sequestro é mencionado nos
artigos 159, 301, 533 e 641 § 1º.
91
Comentário  Os artigos 16 a 18 do Código de Processo Civil de
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investi- 1973 tratavam da litigância de má-fé. No Código de Processo Civil de
gação, o exame e o bloqueio de bens, contas ban- 2015 a litigância de má-fé consta nos artigos 79 a 81.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 121
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz man- Art. 8º-A A alíquota mínima do Imposto sobre Ser-
dará autuá-la e ordenará a notificação do requeri- viços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cen-
do, para oferecer manifestação por escrito, que to).
poderá ser instruída com documentos e justifica-
ções, dentro do prazo de quinze dias. § 1º O imposto não será objeto de concessão de
isenções, incentivos ou benefícios tributários ou
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de financeiros, inclusive de redução de base de cálculo
trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob
ação, se convencido da inexistência do ato de im- qualquer outra forma que resulte, direta ou indire-
probidade, da improcedência da ação ou da inade- tamente, em carga tributária menor que a decor-
quação da via eleita. rente da aplicação da alíquota mínima estabelecida
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado no caput, exceto para os serviços a que se referem
para apresentar contestação. os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta
Lei Complementar.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, cabe-
rá agravo de instrumento. § 2º É nula a lei ou o ato do Município ou do Distri-
to Federal que não respeite as disposições relativas
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
à alíquota mínima previstas neste artigo no caso de
inadequação da ação de improbidade, o juiz extin- serviço prestado a tomador ou intermediário locali-
guirá o processo sem julgamento do mérito. zado em Município diverso daquele onde está loca-
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições lizado o prestador do serviço.
realizadas nos processos regidos por esta Lei o dis- § 3º A nulidade a que se refere o § 2º deste artigo
posto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Pro- gera, para o prestador do serviço, perante o Muni-
cesso Penal92. cípio ou o Distrito Federal que não respeitar as dis-
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se con- posições deste artigo, o direito à restituição do
sidera pessoa jurídica interessada o ente tributante valor efetivamente pago do Imposto sobre Serviços
que figurar no polo ativo da obrigação tributária de de Qualquer Natureza calculado sob a égide da lei
que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei nula.
Complementar n.º 116, de 31 de julho de 2003.
(Incluído pela Lei Complementar n.º 157 de 2016) Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil
de reparação de dano ou decretar a perda dos bens
Lei Complementar n.º 116 de 31 de julho de 2003 havidos ilicitamente determinará o pagamento ou
a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da
Art. 3º O serviço considera-se prestado, e o impos-
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
to, devido, no local do estabelecimento prestador
ou, na falta do estabelecimento, no local do domicí- Capítulo VI - Das Disposições Penais
lio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
incisos I a XXV, quando o imposto será devido no improbidade contra agente público ou terceiro
local: beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
§ 4º (Vetado) inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunci-
92
Código de Processo Penal ante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os sena- danos materiais, morais ou à imagem que houver
dores e deputados federais, os ministros de Estado, os governado- provocado.
res de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão
do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembleias
dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os minis-
tros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do
em julgado da sentença condenatória.
Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiri- Parágrafo único. A autoridade judicial ou adminis-
dos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. trativa competente poderá determinar o afasta-
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presiden- mento do agente público do exercício do cargo,
tes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por quando a medida se fizer necessária à instrução
escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e defe- processual.
ridas pelo juiz, lhes serão transmitidas por ofício.

122 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei Capítulo I - Das Disposições Gerais
independe:
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio processo administrativo no âmbito da Administração
público, salvo quanto à pena de ressarcimento; Federal direta e indireta, visando, em especial, à
(Redação dada pela Lei n.º 12.120 de 2009) proteção dos direitos dos administrados e ao me-
lhor cumprimento dos fins da Administração.
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo ór-
gão de controle interno ou pelo Tribunal ou Con- § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos
selho de Contas. órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da Uni-
ão, quando no desempenho de função administra-
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta
tiva.
lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante repre- § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
sentação formulada de acordo com o disposto no
I - órgão - a unidade de atuação integrante da es-
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquéri-
trutura da Administração direta e da estrutura da
to policial ou procedimento administrativo.
Administração indireta;
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à II - entidade - a unidade de atuação dotada de
autoridade administrativa competente para que personalidade jurídica;
seja instaurada investigação destinada a apurar a
III - autoridade - o servidor ou agente público do-
prática de ato de improbidade. (...)
tado de poder de decisão.
Capítulo VII - Da Prescrição Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
sanções previstas nesta lei podem ser propostas: motivação, razoabilidade, proporcionalidade, mo-
ralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
I - até cinco anos após o término do exercício de jurídica, interesse público e eficiência.
mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;
❶ Legalidade
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei O princípio da legalidade determina que a administra-
específica para faltas disciplinares puníveis com ção (e os administradores), além de não poder atuar
demissão a bem do serviço público, nos casos de contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo
exercício de cargo efetivo ou emprego. a lei. Da mesma forma, todos os procedimentos de um
processo administrativo precisam estar estabelecidos
III - até cinco anos da data da apresentação à ad-
em lei para serem exigidos.
ministração pública da prestação de contas final
pelas entidades referidas no parágrafo único do
❷ Finalidade
art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei n.º 13.019 de
2014) Segundo o princípio da finalidade, a norma administra-
tiva deve ser interpretada e aplicada da forma que
Capítulo VIII - Das Disposições Finais melhor garanta a realização do fim público a que se
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua pu- dirige. Deve-se ressaltar que o que explica, justifica e
blicação. confere sentido a uma norma é precisamente a finali-
dade a que se destina.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n.ºs 3.164, de 1º
de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de ❸ Motivação
1958 e demais disposições em contrário.
O princípio da motivação determina que a autoridade
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171º da Inde- administrativa deve apresentar as razões que a levaram
pendência e 104º da República. a tomar uma decisão. A motivação é uma exigência do
Estado de Direito, ao qual é inerente, entre outros di-
Processos Administrativos reitos dos administrados, o direito a uma decisão fun-
dada, motivada, com explicitação dos motivos. Sem a
Lei n.º 9.784 de 29 de janeiro de 1999 explicitação dos motivos torna-se extremamente difícil
aferir a correção daquilo que foi decidido, por isso, é
Regula o processo administrativo no âmbi- essencial que se apontem os fatos, as inferências feitas
to da Administração Pública Federal. e os fundamentos da decisão.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 123
❹ Razoabilidade ❾ Segurança Jurídica
O princípio da razoabilidade impõe que a Administração O princípio da segurança jurídica ou da estabilidade das
Pública, ao atuar no exercício do poder discricionário, relações jurídicas impede a desconstituição injustificada
terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista de atos ou situações jurídicas, mesmo que tenha ocor-
racional, em sintonia com o senso normal de pessoas rido alguma inconformidade com o texto legal durante
equilibradas e com as finalidades que presidiram a sua constituição. Nesta lei, este princípio se exterioriza
outorga da competência exercida. pela vedação da aplicação retroativa de nova interpre-
tação da lei dentro de processo (artigo 2º § único XIII).
❺ Proporcionalidade
❿ Interesse Público
O princípio da proporcionalidade tem o objetivo de
coibir excessos, por meio da aferição da compatibilida- A finalidade da lei sempre será a realização do interesse
de entre os meios e os fins da atuação administrativa, público, entendido como o interesse da coletividade.
para evitar restrições desnecessárias ou abusivas. Por Cada norma visa a satisfação de um determinado inte-
força deste princípio, não é lícito à Administração Públi- resse público, mas a concretização de cada específico
ca valer-se de medidas restritivas ou formular exigên- interesse público concorre par a realização do interesse
cias aos particulares além daquilo que for estritamente público em sentido amplo (interesse comum a todos os
necessário para a realização da finalidade pública alme- cidadãos). O interesse público deve ser conceituado
jada. como interesse resultante do conjunto dos interesses
que os indivíduos pessoalmente têm quando conside-
❻ Moralidade rados em sua qualidade de membros da sociedade.

O princípio da moralidade pública contempla a deter-


⓫ Eficiência
minação jurídica da observância de preceitos éticos
produzidos pela sociedade, variáveis segundo as cir- Princípio segundo o qual o Governo deve atuar com
cunstâncias de cada caso. É possível zelar pela morali- eficiência. Mais especificamente, princípio da eficiência
dade administrativa, por meio da correta utilização dos é o que impõe à administração pública direta e indireta
instrumentos para isso existentes na ordem jurídica, e a seus agentes a persecução do bem comum, por
entre os quais merece posição de destaque exatamente meio do exercício de suas competências de forma im-
o processo administrativo, pela extrema amplitude de parcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem
investigação que nele se permite, chegando mesmo ao burocracia e sempre em busca da qualidade, rimando
mérito do ato ou da decisão, ao questionamento de sua pela adoção dos critérios legais e morais necessários
oportunidade e conveniência. para melhor utilização possível dos recursos públicos,
de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se
❼ Ampla Defesa maior rentabilidade social.

Princípio segundo o qual a parte tem o direito de utili-


zar todos os meios processuais legalmente disponíveis. Princípios Básicos Doutrinários Implícitos
Ao falar-se de princípio da ampla defesa, na verdade
está se falando dos meios para isso necessários. O direi-
to à ampla defesa impõe à autoridade o dever de fiel ⓬ Princípio da Verdade Material  No processo admi-
observância das normas processuais e de todos os prin- nistrativo o julgador deve sempre buscar a verdade,
cípios jurídicos incidentes sobre o processo. ainda que, para isso, tenha que se valer de outros ele-
mentos além daqueles trazidos aos autos pelos interes-
sados. A autoridade administrativa competente não fica
❽ Contraditório
obrigada a restringir seu exame ao que foi alegado,
No Direito Administrativo a instrução do processo deve trazido ou provado pelas partes, podendo e devendo
ser contraditória, ou seja, é essencial que ao interessa- buscar todos os elementos que possam influir no seu
do ou acusado seja dada a possibilidade de produzir convencimento.
suas próprias razões e provas e, mais que isso, que lhe
seja dada a possibilidade de examinar e contestar ar- ⓭ Princípio da Boa-fé  A boa-fé é um importante
gumentos, fundamentos e elementos probantes que princípio jurídico, que serve também como fundamento
lhe sejam favoráveis. para a manutenção do ato viciado por alguma irregula-
Constituição Federal de 1988 ridade. A boa-fé é um elemento externo ao ato, na
medida em que se encontra no pensamento do agente,
Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou na intenção com a qual ele fez ou deixou de fazer algu-
administrativo, e aos acusados em geral são assegu- ma coisa.
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

124 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
⓮ Princípio da Oficialidade ⓲ Princípio da Gratuidade  Embora muitos livros não
discorram sobre este princípio, há questões da Funda-
Por força do princípio da oficialidade a autoridade com-
ção Carlos Chagas e da ESAF que consideram como um
petente para decidir tem também o poder/dever de
princípio a desnecessidade de cobertura das despesas
inaugurar e impulsionar o processo, até que se obtenha
decorrentes da tramitação do processo.
um resultado final conclusivo e definitivo, pelo menos
no âmbito da Administração Pública. Diante do fato de
que a administração pública tem o dever elementar de Parágrafo único. Nos processos administrativos
satisfazer o interesse público, ela não pode, para isso, serão observados, entre outros, os critérios de:
depender da iniciativa de algum particular. O princípio
I - atuação conforme a lei e o Direito;
da oficialidade se revela pelo poder de iniciativa para
instaurar o processo, na instrução do processo e na
revisão de suas decisões, inerente à Administração Comentário  Correlação com o princípio da legalidade.
Pública. E, por isso, tais ações independem de expressa
previsão legal. II - atendimento a fins de interesse geral, vedada
a renúncia total ou parcial de poderes ou compe-
⓯ Princípio da Informalidade tências, salvo autorização em lei;
O princípio da informalidade significa que, dentro da lei,
pode haver dispensa de algum requisito formal sempre Comentário  Correlação com o princípio da finalidade.
que a ausência não prejudicar terceiros nem compro-
meter o interesse público. Um direito não pode ser III - objetividade no atendimento do interesse pú-
negado em razão da inobservância de alguma formali- blico, vedada a promoção pessoal de agentes ou
dade instituída para garanti-lo desde que o interesse autoridades;
público almejado tenha sido atendido.

Comentário  Correlação com o princípio da impessoa-


⓰ Princípio da Igualdade  Deve-se observar que no lidade.
processo administrativo o Estado é, ao mesmo tempo,
parte e juiz, evidenciando uma desigualdade fundamen-
tal. Mas essa desigualdade deve ser compensada por IV - atuação segundo padrões éticos de probida-
uma atuação a mais isenta possível na condução do de, decoro e boa-fé;
processo, tendo como norte a igualdade entre as par-
tes. Um requisito básico e fundamental para isso é Comentário  Correlação com o princípio da moralida-
assegurar ao administrado que postula ou se defende de.
perante o Estado um tratamento que não o coloque em
posição subalterna. Na instrução e na decisão do pro-
V - divulgação oficial dos atos administrativos,
cesso administrativo a autoridade pública disso incum-
bida deve zelar pela maior igualdade possível entre as
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
partes, inclusive compensando eventuais desigualda- Constituição;
des, em busca de uma solução legal, justa e convincen-
te. Comentário  Correlação com o princípio da publicida-
de.
⓱ Princípio do Duplo Grau de Jurisdição Administra-
tiva  As decisões administrativas, inclusive e princi- VI - adequação entre meios e fins, vedada a impo-
palmente aquelas proferidas no processo, podem con- sição de obrigações, restrições e sanções em me-
ter equívocos. Daí a necessidade de que as condutas dida superior àquelas estritamente necessárias ao
estatais submetam-se a duplo exame, porque a oportu- atendimento do interesse público;
nidade de se haver uma segunda análise propicia uma
melhor conclusão e maior segurança para o interessado
e para a coletividade. À própria autoridade que tenha Comentário  Correlação com o princípio da proporcio-
proferido a decisão recorrida é oferecida uma oportu- nalidade em primeiro plano e da razoabilidade em se-
nidade de reexame, em geral, vez que a ela é que se gundo plano.
dirige o recurso e o pedido de reconsideração, o que,
não ocorrendo, determina a remessa à autoridade hie- VII - indicação dos pressupostos de fato e de direi-
rarquicamente superior. A possibilidade de reexame da to que determinarem a decisão;
decisão retira o arbítrio de quem decide e obriga a que
a decisão proferida seja devidamente fundamentada e Comentário  Correlação com o princípio da motivação.
motivada, dando ensejo à possibilidade de controle,
inclusive judicial, sem o qual não existe o chamado
Estado de Direito.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 125
VIII - observância das formalidades essenciais à do, ter vista dos autos, obter cópias de documen-
garantia dos direitos dos administrados; tos neles contidos e conhecer as decisões proferi-
das;
Comentário  Correlação com o princípio da informali- III - formular alegações e apresentar documentos
dade.
antes da decisão, os quais serão objeto de consi-
deração pelo órgão competente;
IX - adoção de formas simples, suficientes para
propiciar adequado grau de certeza, segurança e IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advo-
respeito aos direitos dos administrados; gado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei.
Comentário  Correlação com o princípio da informali- Capítulo III - Dos Deveres do Administrado
dade.
Art. 4º São deveres do administrado perante a
Administração, sem prejuízo de outros previstos
X - garantia dos direitos à comunicação, à apre-
em ato normativo:
sentação de alegações finais, à produção de pro-
vas e à interposição de recursos, nos processos de I - expor os fatos conforme a verdade;
que possam resultar sanções e nas situações de
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
litígio;
III - não agir de modo temerário;
Comentário  Correlação com o princípio do contradi- IV - prestar as informações que lhe forem solicita-
tório em primeiro plano e da ampla defesa em segundo das e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
plano.
Capítulo IV - Do Início do Processo
XI - proibição de cobrança de despesas processu- Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se
ais, ressalvadas as previstas em lei; de ofício ou a pedido de interessado.
Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
Comentário  Correlação com o princípio da gratuida-
de. salvo casos em que for admitida solicitação oral,
deve ser formulado por escrito e conter os seguin-
tes dados:
XII - impulsão, de ofício, do processo administrati-
vo, sem prejuízo da atuação dos interessados; I - órgão ou autoridade administrativa a que se
dirige;
Comentário  Correlação com o princípio da oficialida- II - identificação do interessado ou de quem o re-
de.
presente;

XIII - interpretação da norma administrativa da III - domicílio do requerente ou local para recebi-
forma que melhor garanta o atendimento do fim mento de comunicações;
público a que se dirige, vedada aplicação retroati- IV - formulação do pedido, com exposição dos fa-
va de nova interpretação. tos e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu re-
Comentário  Correlação com o princípio da segurança
jurídica.
presentante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa
Capítulo II - Dos Direitos dos Administrados imotivada de recebimento de documentos, deven-
do o servidor orientar o interessado quanto ao
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos
suprimento de eventuais falhas.
perante a Administração, sem prejuízo de outros
que lhe sejam assegurados: Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deve-
rão elaborar modelos ou formulários padronizados
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e
para assuntos que importem pretensões equivalen-
servidores, que deverão facilitar o exercício de
tes.
seus direitos e o cumprimento de suas obriga-
ções;
II - ter ciência da tramitação dos processos admi-
nistrativos em que tenha a condição de interessa-

126 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer
interessados tiverem conteúdo e fundamentos tempo pela autoridade delegante.
idênticos, poderão ser formulados em um único
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem
requerimento, salvo preceito legal em contrário.
mencionar explicitamente esta qualidade e consi-
Capítulo V - Dos Interessados derar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 9º São legitimados como interessados no pro- Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e
cesso administrativo: por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
órgão hierarquicamente inferior93.
titulares de direitos ou interesses individuais ou
no exercício do direito de representação; Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas di-
vulgarão publicamente os locais das respectivas
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo,
sedes e, quando conveniente, a unidade fundacio-
têm direitos ou interesses que possam ser afeta-
nal competente em matéria de interesse especial.
dos pela decisão a ser adotada;
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o
III - as organizações e associações representati-
processo administrativo deverá ser iniciado peran-
vas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
te a autoridade de menor grau hierárquico para
IV - as pessoas ou as associações legalmente decidir.
constituídas quanto a direitos ou interesses difu-
Capítulo VII - Dos Impedimentos e da Suspeição
sos.
Art. 18. É impedido de atuar em processo adminis-
Art. 10. São capazes, para fins de processo admi-
trativo o servidor ou autoridade que:
nistrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
previsão especial em ato normativo próprio. I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
Capítulo VI - Da Competência II - tenha participado ou venha a participar como
perito, testemunha ou representante, ou se tais
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce
situações ocorrem quanto ao cônjuge, compa-
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
nheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
como própria, salvo os casos de delegação e avo-
cação legalmente admitidos. III - esteja litigando judicial ou administrativamen-
te com o interessado ou respectivo cônjuge ou
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular po-
companheiro.
derão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titu-
lares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- Comentário  Caso não saiba fazer a contagem de grau
de parentesco, assista aqui gratuitamente um vídeo de
mente subordinados, quando for conveniente, em
15 minutos.
razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo impedimento deve comunicar o fato à autoridade
aplica-se à delegação de competência dos órgãos competente, abstendo-se de atuar.
colegiados aos respectivos presidentes.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: o impedimento constitui falta grave, para efeitos
I - a edição de atos de caráter normativo; disciplinares.

II - a decisão de recursos administrativos;


III - as matérias de competência exclusiva do ór- 93
Comentário  Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, "a
gão ou autoridade. avocação é o ato discricionário mediante o qual o superior hierárqui-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deve- co traz para si o exercício temporário de determinada competência

rão ser publicados no meio oficial. atribuída por lei a um subordinado. De um modo geral, a doutrina
enfatiza que a avocação de competência deve ser medida excepcio-
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e nal e devidamente fundamentada. Ainda, prelecionam os principais
poderes transferidos, os limites da atuação do de- autores que a avocação não é possível quando se tratar de compe-
legado, a duração e os objetivos da delegação e o tência exclusiva do subordinado, o que nos parece irrefutavelmente
recurso cabível, podendo conter ressalva de exercí- lógico". (Direito Administrativo Descomplicado - 20ª Edição - página
cio da atribuição delegada. 225)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 127
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autorida- I - identificação do intimado e nome do órgão ou
de ou servidor que tenha amizade íntima ou inimi- entidade administrativa;
zade notória com algum dos interessados ou com
II - finalidade da intimação;
os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e
afins até o terceiro grau. III - data, hora e local em que deve comparecer;
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição IV - se o intimado deve comparecer pessoalmen-
poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensi- te, ou fazer-se representar;
vo. V - informação da continuidade do processo in-
Capítulo VIII - Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos dependentemente do seu comparecimento;
do Processo VI - indicação dos fatos e fundamentos legais per-
Art. 22. Os atos do processo administrativo não tinentes.
dependem de forma determinada senão quando a § 2º A intimação observará a antecedência mínima
lei expressamente a exigir. de três dias úteis quanto à data de comparecimen-
§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por to.
escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua § 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no
realização e a assinatura da autoridade responsá- processo, por via postal com aviso de recebimento,
vel. por telegrama ou outro meio que assegure a certe-
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de za da ciência do interessado.
firma somente será exigido quando houver dúvida § 4º No caso de interessados indeterminados, des-
de autenticidade. conhecidos ou com domicílio indefinido, a intima-
§ 3º A autenticação de documentos exigidos em ção deve ser efetuada por meio de publicação ofi-
cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. cial.
§ 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas § 5º As intimações serão nulas quando feitas sem
sequencialmente e rubricadas. observância das prescrições legais, mas o compare-
cimento do administrado supre sua falta ou irregu-
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em
laridade.
dias úteis, no horário normal de funcionamento da
repartição na qual tramitar o processo. Art. 27. O desatendimento da intimação não im-
porta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horá-
a renúncia a direito pelo administrado.
rio normal os atos já iniciados, cujo adiamento
prejudique o curso regular do procedimento ou Parágrafo único. No prosseguimento do processo,
cause dano ao interessado ou à Administração. será garantido direito de ampla defesa ao interes-
sado.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos
do órgão ou autoridade responsável pelo processo Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do
e dos administrados que dele participem devem ser processo que resultem para o interessado em im-
praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de posição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao
força maior. exercício de direitos e atividades e os atos de outra
natureza, de seu interesse.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode
ser dilatado até o dobro, mediante comprovada Capítulo X - Da Instrução
justificação. Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se pre- averiguar e comprovar os dados necessários à to-
ferencialmente na sede do órgão, cientificando-se mada de decisão realizam-se de ofício ou mediante
o interessado se outro for o local de realização. impulsão do órgão responsável pelo processo, sem
prejuízo do direito dos interessados de propor atu-
Capítulo IX - Da Comunicação dos Atos
ações probatórias.
Art. 26. O órgão competente perante o qual trami-
§ 1º O órgão competente para a instrução fará
ta o processo administrativo determinará a intima-
constar dos autos os dados necessários à decisão
ção do interessado para ciência de decisão ou a
do processo.
efetivação de diligências.
§ 1º A intimação deverá conter:

128 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pú-
interessados devem realizar-se do modo menos blica e de outros meios de participação de admi-
oneroso para estes. nistrados deverão ser apresentados com a indica-
ção do procedimento adotado.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administra-
tivo as provas obtidas por meios ilícitos94. Art. 35. Quando necessária à instrução do proces-
so, a audiência de outros órgãos ou entidades ad-
Teoria do Fruto da Árvore Envenenada ministrativas poderá ser realizada em reunião con-
junta, com a participação de titulares ou represen-
A prova ilícita por derivação é conhecida como a "teoria
dos frutos da árvore envenenada" (the fruit of poiso- tantes dos órgãos competentes, lavrando-se a res-
nous tree), criada pela Suprema Corte norte-americana, pectiva ata, a ser juntada aos autos.
onde o vício da planta se transmite a todos os seus Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que
frutos. A nomenclatura surgiu de um preceito bíblico, tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao
onde uma árvore envenenada jamais dará bons frutos.
órgão competente para a instrução e do disposto
"Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco no art. 37 desta Lei.
árvore má que dê bom fruto. Pois cada árvore se conhe-
ce pelo seu fruto. Os homens não colhem figos dos espi- Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e
nheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem dados estão registrados em documentos existentes
bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o na própria Administração responsável pelo proces-
homem mau do mau tesouro tira o mal; porque a sua so ou em outro órgão administrativo, o órgão com-
boca fala o de que está cheio o coração". (Lucas 6:43- petente para a instrução proverá, de ofício, à ob-
45) tenção dos documentos ou das respectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
antes da tomada da decisão, juntar documentos e
assunto de interesse geral, o órgão competente
pareceres, requerer diligências e perícias, bem
poderá, mediante despacho motivado, abrir perío-
como aduzir alegações referentes à matéria objeto
do de consulta pública para manifestação de ter-
do processo.
ceiros, antes da decisão do pedido, se não houver
prejuízo para a parte interessada. § 1º Os elementos probatórios deverão ser consi-
derados na motivação do relatório e da decisão.
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de
divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pesso- § 2º Somente poderão ser recusadas, mediante
as físicas ou jurídicas possam examinar os autos, decisão fundamentada, as provas propostas pelos
fixando-se prazo para oferecimento de alegações interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,
escritas. desnecessárias ou protelatórias.
§ 2º O comparecimento à consulta pública não Art. 39. Quando for necessária a prestação de in-
confere, por si, a condição de interessado do pro- formações ou a apresentação de provas pelos
cesso, mas confere o direito de obter da Adminis- interessados ou terceiros, serão expedidas intima-
tração resposta fundamentada, que poderá ser ções para esse fim, mencionando-se data, prazo,
comum a todas as alegações substancialmente forma e condições de atendimento.
iguais. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação,
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da poderá o órgão competente, se entender relevante
autoridade, diante da relevância da questão, pode- a matéria, suprir de ofício a omissão, não se exi-
rá ser realizada audiência pública para debates mindo de proferir a decisão.
sobre a matéria do processo. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em solicitados ao interessado forem necessários à
matéria relevante, poderão estabelecer outros apreciação de pedido formulado, o não atendimen-
meios de participação de administrados, direta- to no prazo fixado pela Administração para a res-
mente ou por meio de organizações e associações pectiva apresentação implicará arquivamento do
legalmente reconhecidas. processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova
94
Constituição Federal de 1988
ou diligência ordenada, com antecedência mínima
Art. 5º (...)
de três dias úteis, mencionando-se data, hora e
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
local de realização.
ilícitos;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 129
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido Capítulo XII - Da Motivação
um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser moti-
no prazo máximo de quinze dias, salvo norma es-
vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
pecial ou comprovada necessidade de maior prazo.
jurídicos, quando:
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interes-
de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá
ses;
seguimento até a respectiva apresentação, respon-
sabilizando-se quem der causa ao atraso. II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
sanções;
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante
deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo III - decidam processos administrativos de con-
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua curso ou seleção pública;
dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
quem se omitiu no atendimento. processo licitatório;
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo V - decidam recursos administrativos;
devam ser previamente obtidos laudos técnicos de
órgãos administrativos e estes não cumprirem o VI - decorram de reexame de ofício;
encargo no prazo assinalado, o órgão responsável VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada so-
pela instrução deverá solicitar laudo técnico de bre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
outro órgão dotado de qualificação e capacidade propostas e relatórios oficiais;
técnica equivalentes.
VIII - importem anulação, revogação, suspensão
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o ou convalidação de ato administrativo.
direito de manifestar-se no prazo máximo de dez
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congru-
ente, podendo consistir em declaração de concor-
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração dância com fundamentos de anteriores pareceres,
Pública poderá motivadamente adotar providên- informações, decisões ou propostas, que, neste
cias acauteladoras sem a prévia manifestação do caso, serão parte integrante do ato.
interessado.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natu-
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do pro- reza, pode ser utilizado meio mecânico que repro-
cesso e a obter certidões ou cópias reprográficas duza os fundamentos das decisões, desde que não
dos dados e documentos que o integram, ressalva- prejudique direito ou garantia dos interessados.
dos os dados e documentos de terceiros protegidos
por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à § 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados
imagem. e comissões ou de decisões orais constará da res-
pectiva ata ou de termo escrito.
Art. 47. O órgão de instrução que não for compe-
tente para emitir a decisão final elaborará relató- Capítulo XIII - Da Desistência e Outros Casos de
rio indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases Extinção do Processo
do procedimento e formulará proposta de decisão, Art. 51. O interessado poderá, mediante manifes-
objetivamente justificada, encaminhando o proces- tação escrita, desistir total ou parcialmente do
so à autoridade competente. pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
Capítulo XI - Do Dever de Decidir disponíveis.

Art. 48. A Administração tem o dever de explicita- § 1º Havendo vários interessados, a desistência ou
mente emitir decisão nos processos administrativos renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de § 2º A desistência ou renúncia do interessado, con-
sua competência. forme o caso, não prejudica o prosseguimento do
Art. 49. Concluída a instrução de processo admi- processo, se a Administração considerar que o inte-
nistrativo, a Administração tem o prazo de até trin- resse público assim o exige.
ta dias para decidir, salvo prorrogação por igual Art. 52. O órgão competente poderá declarar extin-
período expressamente motivada. to o processo quando exaurida sua finalidade ou o
objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
prejudicado por fato superveniente.

130 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Capítulo XIV - Da Anulação, Revogação E Convali- Constituição Federal de 1988
dação
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode terços dos seus membros, após reiteradas decisões
revogá-los por motivo de conveniência ou oportu- sobre matéria constitucional, aprovar súmula que,
nidade, respeitados os direitos adquiridos. a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Súmula n.º 473 do Supremo Tribunal Federal Poder Judiciário e à administração pública direta e
A administração pode anular seus próprios atos, quan- indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
do eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles bem como proceder à sua revisão ou cancelamento,
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de na forma estabelecida em lei.95
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a aprecia- Art. 57. O recurso administrativo tramitará no má-
ção judicial. ximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
Art. 54. O direito da Administração de anular os Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
atos administrativos de que decorram efeitos favo- administrativo:
ráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo I - os titulares de direitos e interesses que forem
comprovada má-fé. parte no processo;
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o II - aqueles cujos direitos ou interesses forem in-
prazo de decadência contar-se-á da percepção do diretamente afetados pela decisão recorrida;
primeiro pagamento. III - as organizações e associações representati-
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular vas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
qualquer medida de autoridade administrativa que IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos
importe impugnação à validade do ato. ou interesses difusos.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar- Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez
retarem lesão ao interesse público nem prejuízo a dias o prazo para interposição de recurso adminis-
terceiros, os atos que apresentarem defeitos saná- trativo, contado a partir da ciência ou divulgação
veis poderão ser convalidados pela própria Admi- oficial da decisão recorrida.
nistração.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o re-
Capítulo XV - Do Recurso Administrativo e da Re- curso administrativo deverá ser decidido no prazo
visão máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, autos pelo órgão competente.
em face de razões de legalidade e de mérito. § 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que profe- poderá ser prorrogado por igual período, ante justi-
riu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo ficativa explícita.
de cinco dias, o encaminhará à autoridade superi-
or.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso
administrativo independe de caução.
§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão adminis- 95
Conceito  No direito brasileiro, chama-se súmula um verbete
trativa contraria enunciado da súmula vinculante, que registra a interpretação pacífica ou majoritária adotada por um
caberá à autoridade prolatora da decisão impugna- Tribunal a respeito de um tema específico, a partir do julgamento de
da, se não a reconsiderar, explicitar, antes de en- diversos casos análogos, com a dupla finalidade de tornar pública a

caminhar o recurso à autoridade superior, as ra- jurisprudência para a sociedade bem como de promover a uniformi-

zões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmu- dade entre as decisões. Já a súmula vinculante é o verbete que,

la, conforme o caso. (Incluído pela Lei n.º 11.417 de sendo votado e aprovado pelo Supremo Tribunal Federal, por pelo

2006) menos 2/3 do plenário, torna-se um entendimento obrigatório ao qual


todos os outros tribunais e juízes, bem como a Administração Públi-
ca, terão que seguir. Na prática, adquire força de lei, criando um
vínculo jurídico e possuindo efeito erga omnes (para todos).
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 131
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de reque- Lei n.º 11.417 de 19 de dezembro de 2006
rimento no qual o recorrente deverá expor os fun-
damentos do pedido de reexame, podendo juntar Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo
os documentos que julgar convenientes. que contrariar enunciado de súmula vinculante,
negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente ca-
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o re- berá reclamação ao Supremo Tribunal Federal,
curso não tem efeito suspensivo. sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissí-
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo veis de impugnação.
de difícil ou incerta reparação decorrente da exe- § 1º Contra omissão ou ato da administração públi-
cução, a autoridade recorrida ou a imediatamente ca, o uso da reclamação só será admitido após es-
superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito gotamento das vias administrativas.
suspensivo ao recurso.
§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou
para dele conhecer deverá intimar os demais inte- cassará a decisão judicial impugnada, determinan-
ressados para que, no prazo de cinco dias úteis, do que outra seja proferida com ou sem aplicação
apresentem alegações. da súmula, conforme o caso.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando
interposto: Art. 65. Os processos administrativos de que resul-
tem sanções poderão ser revistos, a qualquer tem-
I - fora do prazo; po, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos
II - perante órgão incompetente; novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de
justificar a inadequação da sanção aplicada.
III - por quem não seja legitimado;
Parágrafo único. Da revisão do processo não pode-
IV - após exaurida a esfera administrativa. rá resultar agravamento da sanção.
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao re- Capítulo XVI - Dos Prazos
corrente a autoridade competente, sendo-lhe de-
volvido o prazo para recurso. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da
data da cientificação oficial, excluindo-se da conta-
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a gem o dia do começo e incluindo-se o do venci-
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde mento.
que não ocorrida preclusão administrativa.
*Use o calendário abaixo e treine algumas contagens.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso
poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, D S T Q Q S S
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a
matéria for de sua competência. 01 02 03 04 05 06 07

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste 08 09 10 11 12 13 14


artigo puder decorrer gravame à situação do re-
corrente, este deverá ser cientificado para que 15 16 17 18 19 20 21
formule suas alegações antes da decisão.
22 23 24 25 26 27 28
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enun-
ciado da súmula vinculante, o órgão competente 29 30 31
para decidir o recurso explicitará as razões da apli-
cabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primei-
o caso. (Incluído pela Lei n.º 11.417 de 2006) ro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal que não houver expediente ou este for encerrado
a reclamação fundada em violação de enunciado antes da hora normal.
da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autorida- § 2º Os prazos expressos em dias contam-se de
de prolatora e ao órgão competente para o julga- modo contínuo.
mento do recurso, que deverão adequar as futuras
decisões administrativas em casos semelhantes, § 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-
sob pena de responsabilização pessoal nas esferas se de data a data. Se no mês do vencimento não
cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei n.º houver o dia equivalente àquele do início do prazo,
11.417 de 2006) tem-se como termo o último dia do mês.

132 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente § 3º (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009)
comprovado, os prazos processuais não se sus-
§ 4º (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009)
pendem.
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
Capítulo XVII - Das Sanções
blicação.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autori-
dade competente, terão natureza pecuniária ou Estatuto dos Servidores Civis da União
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer,
assegurado sempre o direito de defesa. Antes de adentrar ao estudo do regime jurídico dos
servidores civis da União, é importante entender
Constituição Federal de 1988 que cada divisão geopolítica brasileira (União, es-
Art. 5º (...) tados, municípios e Distrito Federal) é uma pessoa
jurídica criada para prestação de serviços para so-
LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis- ciedade, fazendo isso através de pessoas físicas
trativo, e aos acusados em geral são assegurados o chamadas de agentes públicos (estudo completo
contraditório e ampla defesa, com os meios e re- na página 61). Uma das espécies de agente é o
cursos a ela inerentes; servidor público (ou funcionário público), que nas
suas relações de trabalho obedece aos estatutos.
Capítulo XVIII - Das Disposições Finais
Estatuto nada mais é que uma lei (ordinária ou
Art. 69. Os processos administrativos específicos
complementar) que traz a maioria dos direitos,
continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
obrigações e responsabilidades de uma categoria
se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta
de servidor público. Porém, por serem pessoas
Lei.
jurídicas distintas, a União tem um estatuto para
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em seus servidores civis e outro para os seus servido-
qualquer órgão ou instância, os procedimentos res militares (leis separadas), assim como o Distrito
administrativos em que figure como parte ou inte- Federal e os estados, ambos também tem estatutos
ressado: (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009) para seus servidores civis e militares em leis sepa-
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (ses- radas e, ainda, cada um dos mais de 5.500 municí-
senta) anos; (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009) pios brasileiros tem um estatuto para seus servido-
res civis. As regras contidas em cada um desses
II - pessoa portadora de deficiência, física ou estatutos são diferentes e qualquer semelhança
mental; (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009) entre eles seria mera coincidência. Naturalmente,
III - (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009) há itens previstos na Constituição Federal que são
iguais em todas as leis, como o prazo para estabili-
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, escle- dade, o direito a férias e algumas licenças por
rose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, pa- exemplo.
ralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose an- Se você já estudou algum estatuto (federal, esta-
quilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, dual ou municipal), notará que a estrutura é seme-
estados avançados da doença de Paget (osteíte lhante. Você verá formas de provimento, vacância,
deformante), contaminação por radiação, sín- vantagens financeiras, férias, licenças e regime
drome de imunodeficiência adquirida, ou outra disciplinar. A ideia geral da lei é um tanto seme-
doença grave, com base em conclusão da medici- lhante a outros estatutos, mas os detalhes não são.
na especializada, mesmo que a doença tenha si- Também é importante ressaltar que o estatuto que
do contraída após o início do processo. (Incluído você estudará a seguir traz a mesma terminologia
pela Lei n.º 12.008 de 2009) utilizada pela Constituição Federal de 1988, ou
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefí- seja, servidor público. Porém, os termos servidor
cio, juntando prova de sua condição, deverá re- público e funcionário público são considerados
querê-lo à autoridade administrativa competente, sinônimos pelos dicionários. Assim, não desconsi-
que determinará as providências a serem cumpri- dere questões de prova caso haja apenas alteração
das. (Incluído pela Lei n.º 12.008 de 2009) da terminologia, já que ambas as expressões foram
utilizadas em questões que tratam do Estatuto dos
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão Servidores Civis da União.
identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária. (Incluído pela Lei n.º 12.008
de 2009)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 133
Lei n.º 8.112 de 11 de dezembro de 1990 Constituição Federal de 1988
Dispõe sobre o regime jurídico dos servido- Art. 37. (...)
res públicos civis da União, das autarquias
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e em-
e das fundações públicas federais.
pregos públicos para as pessoas portadoras de
Título I - Capítulo Único deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Das Disposições Preliminares
Curiosidade  O Decreto n.º 3.298 de 20 de dezembro
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servi-
de 1999 regulamenta a Lei n.º 7.853 de 24 de outubro
dores Públicos Civis da União, das autarquias, inclu-
de 1989 e dispõe sobre a Política Nacional para a Inte-
sive as em regime especial, e das fundações públi- gração da Pessoa Portadora de Deficiência. (clique aqui
cas federais. para consultar o texto integral)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pes-
soa legalmente investida em cargo público. § 3º As universidades e instituições de pesquisa
científica e tecnológica federais poderão prover
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e
seus cargos com professores, técnicos e cientistas
responsabilidades previstas na estrutura organiza-
estrangeiros, de acordo com as normas e os proce-
cional que devem ser cometidas a um servidor.
dimentos desta Lei.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a
todos os brasileiros, são criados por lei, com deno- Constituição Federal de 1988
minação própria e vencimento pago pelos cofres Art. 37. (...)
públicos, para provimento em caráter efetivo ou
em comissão. I - os cargos, empregos e funções públicas são aces-
síveis aos brasileiros que preencham os requisitos
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
salvo os casos previstos em lei. na forma da lei;
Título II - Do Provimento, Vacância, Remoção, Re-
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á
distribuição e Substituição
mediante ato da autoridade competente de cada
Capítulo I - Do Provimento Poder.
Seção I - Disposições Gerais Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em com a posse.
cargo público: Art. 8º São formas de provimento de cargo públi-
I - a nacionalidade brasileira; co:

II - o gozo dos direitos políticos; I - nomeação;

III - a quitação com as obrigações militares e elei- II - promoção;


torais; III - (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercí- IV - (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
cio do cargo;
V - readaptação;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - reversão;
VI - aptidão física e mental.
VII - aproveitamento;
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exi-
VIII - reintegração;
gência de outros requisitos estabelecidos em lei.
IX - recondução.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegu-
rado o direito de se inscrever em concurso público
Comentário  Provimento é a forma de vinculação do
para provimento de cargo cujas atribuições sejam
agente ao cargo ou à função. É o preenchimento do
compatíveis com a deficiência de que são portado-
cargo público por parte da autoridade competente.
ras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

134 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
1. Provimento Originário  Segundo Bandeira de Mello isolado de provimento efetivo ou de carreira;
“é aquele em que alguém é preposto no cargo indepen-
dentemente do fato ter, não ter, haver ou não tido al- II - em comissão, inclusive na condição de interi-
gum vínculo com o cargo público”. Não guarda qualquer no, para cargos de confiança vagos.
vínculo com a anterior situação do provido. A única
forma é a nomeação. Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em
comissão ou de natureza especial poderá ser no-
2. Provimento Derivado  É preenchido por alguém meado para ter exercício, interinamente, em outro
que já tinha vínculo anterior com outro cargo, sujeito
cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
ao mesmo regime jurídico. São as demais formas de
provimento. Pode ser vertical (servidor passa ocupar
que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
cargo mais elevado, como a promoção, por exemplo), optar pela remuneração de um deles durante o
horizontal (no mesmo nível, como a readaptação por período da interinidade.
exemplo) e por reingresso (o servidor retorna ao servi- Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou car-
ço, como na reversão, no aproveitamento, na reinte-
go isolado de provimento efetivo depende de pré-
gração e na recondução).
via habilitação em concurso público de provas ou
de provas e títulos, obedecidos a ordem de classifi-
(CESPE/2012 - Técnico Legislativo da Câmara dos De- cação e o prazo de sua validade.
putados) No que se refere a provimento e vacância de
cargos públicos, julgue os itens que se seguem. Parágrafo único. Os demais requisitos para o in-
gresso e o desenvolvimento do servidor na carreira,
(correta) A reintegração e a reversão são formas de
provimento derivado. mediante promoção, serão estabelecidos pela lei
que fixar as diretrizes do sistema de carreira na
Administração Pública Federal e seus regulamen-
Comentário  Os incisos III e IV do artigo 8º da Lei n.º
8.112/1990 foram revogados em 1997 e tratavam da tos.
ascensão e da transferência. Em 1999 o Supremo Tri- Seção III - Do Concurso Público
bunal Federal confirmou a inconstitucionalidade destes
dois institutos para todo o país. Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e
títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - FORMAS
conforme dispuserem a lei e o regulamento do
DE PROVIMENTO DERIVADO - INCONSTITUCIONALI-
DADE - Tendo sido editado o Plano de Classificação respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
dos Cargos do Poder Judiciário posteriormente à pro- ção do candidato ao pagamento do valor fixado no
positura desta ação direta, ficou ela prejudicada quan- edital, quando indispensável ao seu custeio, e res-
to aos servidores desse Poder. No mais, esta Corte, a salvadas as hipóteses de isenção nele expressa-
partir do julgamento da ADIN 231, firmou o entendi- mente previstas.
mento de que são inconstitucionais as formas de pro-
vimento derivado representadas pela ascensão ou Curiosidade  O Decreto n.º 6.593 de 2 de outubro de
acesso, transferência e aproveitamento no tocante a 2008 regulamenta o art. 11 da Lei n.º 8.112 de 11 de
cargos ou empregos públicos (...). (STF - ADI 837 - TP - dezembro de 1990 quanto à isenção de pagamento de
Rel. Min. Moreira Alves - DJU 25/06/1999 - p. 2) taxa de inscrição em concursos públicos realizados no
âmbito do Poder Executivo Federal. (clique aqui para
(FCC/2011 - Promotor de Justiça do MPE/CE) Dentre as consultar o texto integral)
formas de provimento derivado de cargos públicos,
tradicionalmente praticadas na Administração brasi-
leira, não foi recepcionada pela Constituição Brasileira Art. 12. O concurso público terá validade de até 2
de 1988 a: (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
a) Ascensão.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condi-
b) Promoção.
ções de sua realização serão fixados em edital, que
c) Readaptação. será publicado no Diário Oficial da União e em jor-
d) Recondução. nal diário de grande circulação.
e) Reintegração. § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver
candidato aprovado em concurso anterior com
Seção II - Da Nomeação prazo de validade não expirado.

Art. 9º A nomeação far-se-á:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 135
Seção IV - Da Posse e do Exercício § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de
cargo por nomeação.
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respec-
tivo termo, no qual deverão constar as atribuições, § 5º No ato da posse, o servidor apresentará decla-
os deveres, as responsabilidades e os direitos ine- ração de bens e valores que constituem seu patri-
rentes ao cargo ocupado, que não poderão ser mônio e declaração quanto ao exercício ou não de
alterados unilateralmente, por qualquer das partes, outro cargo, emprego ou função pública.
ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias con- se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º
tados da publicação do ato de provimento. deste artigo.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
de publicação do ato de provimento, em licença prévia inspeção médica oficial.
prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a",
que for julgado apto física e mentalmente para o
"b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será
exercício do cargo.
contado do término do impedimento.
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atri-
Art. 81. (...) buições do cargo público ou da função de confian-
I - por motivo de doença em pessoa da família; ça.

III - para o serviço militar; § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor em-
possado em cargo público entrar em exercício,
V - para capacitação; contados da data da posse.

Art. 102. (...) § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será


tornado sem efeito o ato de sua designação para
I - férias; função de confiança, se não entrar em exercício
IV - participação em programa de treinamento nos prazos previstos neste artigo, observado o dis-
regularmente instituído, ou em programa de pós- posto no art. 18.
graduação stricto sensu no país, conforme dispuser
o regulamento; Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
município em razão de ter sido removido, redistri-
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; buído, requisitado, cedido ou posto em exercício
VIII - licença: provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta
dias de prazo, contados da publicação do ato, para
a) à gestante, à adotante e à paternidade; a retomada do efetivo desempenho das atribuições
b) para tratamento da própria saúde, até o limite do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário
de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do para o deslocamento para a nova sede.
tempo de serviço público prestado à União, em § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em
cargo de provimento efetivo; licença ou afastado legalmente, o prazo a que se
d) por motivo de acidente em serviço ou doença refere este artigo será contado a partir do término
profissional; do impedimento.
e) para capacitação, conforme dispuser o regula- § 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos
mento; estabelecidos no caput.
f) por convocação para o serviço militar; § 3º À autoridade competente do órgão ou entida-
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o de para onde for nomeado ou designado o servidor
art. 18; compete dar-lhe exercício.

X - participação em competição desportiva nacional § 4º O início do exercício de função de confiança


ou convocação para integrar representação despor- coincidirá com a data de publicação do ato de de-
tiva nacional, no País ou no exterior, conforme dis- signação, salvo quando o servidor estiver em licen-
posto em lei específica; ça ou afastado por qualquer outro motivo legal,
hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração término do impedimento, que não poderá exceder
específica. a trinta dias da publicação.

136 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Constituição Federal de 1988 Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
que acumular licitamente dois cargos efetivos,
Art. 37. (...)
quando investido em cargo de provimento em co-
V - as funções de confiança, exercidas exclusiva- missão, ficará afastado de ambos os cargos efeti-
mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e vos, salvo na hipótese em que houver compatibili-
os cargos em comissão, a serem preenchidos por dade de horário e local com o exercício de um deles,
servidores de carreira nos casos, condições e per- declarada pelas autoridades máximas dos órgãos
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se ou entidades envolvidos.
apenas às atribuições de direção, chefia e assesso-
ramento; Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomea-
do para cargo de provimento efetivo ficará sujeito
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o a estágio probatório por período de 24 (vinte e
reinício do exercício serão registrados no assenta- quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e ca-
mento individual do servidor. pacidade serão objeto de avaliação para o desem-
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor penho do cargo, observados os seguintes fatores:
apresentará ao órgão competente os elementos I - assiduidade;
necessários ao seu assentamento individual.
II - disciplina;
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de
III - capacidade de iniciativa;
exercício, que é contado no novo posicionamento
na carreira a partir da data de publicação do ato IV - produtividade;
que promover o servidor.
V - responsabilidade.
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
município em razão de ter sido removido, redistri- (CESPE/2009 - Auditor de Obras Públicas do TCU)
buído, requisitado, cedido ou posto em exercício Quanto à organização do Estado brasileiro, julgue o
provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, item seguinte.
trinta dias de prazo, contados da publicação do Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do
ato, para a retomada do efetivo desempenho das estágio probatório dos servidores públicos é de 24 me-
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo ses, visto que tal prazo não foi alterado pela Emenda
necessário para o deslocamento para a nova sede. Constitucional n.º 19/1998, que trata apenas da estabi-
96
lidade dos referidos servidores . (errada)
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em
licença ou afastado legalmente, o prazo a que se
96
refere este artigo será contado a partir do término MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL.

do impedimento. ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF. EC N.º 19/98. PRAZO. ALTERA-


ÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. OBSERVÂNCIA. I - Estágio proba-
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos tório é o período compreendido entre a nomeação e a aquisição de
estabelecidos no caput. estabilidade no serviço público, no qual são avaliadas a aptidão, a

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de traba- eficiência e a capacidade do servidor para o efetivo exercício do

lho fixada em razão das atribuições pertinentes aos cargo respectivo. II - Com efeito, o prazo do estágio probatório

respectivos cargos, respeitada a duração máxima dos servidores públicos deve observar a alteração promovida
pela Emenda Constitucional n.º 19/98 no art. 41 da Constituição
do trabalho semanal de quarenta horas e observa-
Federal, no tocante ao aumento do lapso temporal para a aqui-
dos os limites mínimo e máximo de seis horas e
sição da estabilidade no serviço público para 3 (três) anos, visto
oito horas diárias, respectivamente.
que, apesar de institutos jurídicos distintos, encontram-se
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função pragmaticamente ligados. III - Destaque para a redação do artigo
de confiança submete-se a regime de integral dedi- 28 da Emenda Constitucional n.º 19/98, que vem a confirmar o
cação ao serviço, observado o disposto no art. 120, raciocínio de que a alteração do prazo para a aquisição da estabili-
podendo ser convocado sempre que houver inte- dade repercutiu no prazo do estágio probatório, senão seria de todo
resse da Administração. desnecessária a menção aos atuais servidores em estágio probató-
rio; bastaria, então, que se determinasse a aplicação do prazo de 3
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração
(três) anos aos novos servidores, sem qualquer explicitação, caso
de trabalho estabelecida em leis especiais. não houvesse conexão entre os institutos da estabilidade e do está-
gio probatório. PROCURADOR FEDERAL. PROMOÇÃO E PRO-
GRESSÃO NA CARREIRA. PORTARIA PGF 468/2005. REQUISITO.
CONCLUSÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. DIREITO LÍQUIDO E
CERTO. INEXISTÊNCIA. IV - Desatendido o requisito temporal de
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 137
ao cargo antigo cerca de três anos e cinco meses após a
(CESPE/2009 - Juiz Federal do TRF da 5ª Região) Com
sua posse e exercício neste, quando, inclusive, já está-
relação à administração pública e aos servidores públi-
vel: C.F., art. 41. III - M.S. indeferido. (STF - MS n.º
cos.
24543/DF - DISTRITO FEDERAL - Rel. Min. Carlos Velloso
Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do - DJ de 12/09/2003)
estágio probatório é de 24 meses, não tendo sido modi-
ficado ante a alteração constitucional que fixou o prazo § 3º O servidor em estágio probatório poderá exer-
de 3 anos como requisito objetivo para a obtenção da
cer quaisquer cargos de provimento em comissão
estabilidade. (errada)
ou funções de direção, chefia ou assessoramento
no órgão ou entidade de lotação, e somente pode-
§ 1º Quatro meses antes de findo o período do rá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocu-
estágio probatório, será submetida à homologação par cargos de Natureza Especial, cargos de provi-
da autoridade competente a avaliação do desem- mento em comissão do Grupo-Direção e Assesso-
penho do servidor, realizada por comissão constitu- ramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
ída para essa finalidade, de acordo com o que dis- equivalentes.
puser a lei ou o regulamento da respectiva carreira
ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apura- § 4º Ao servidor em estágio probatório somente
ção dos fatores enumerados nos incisos I a V deste poderão ser concedidas as licenças e os afastamen-
artigo. tos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96,
bem assim afastamento para participar de curso de
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório formação decorrente de aprovação em concurso
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao car- para outro cargo na Administração Pública Federal.
go anteriormente ocupado, observado o disposto
no parágrafo único do art. 29. Todas as licenças e afastamentos previstos nesta lei estão
permitidos ao servidor em estágio probatório, exceto:
Art. 29. (...)
Art. 87 Licença para Capacitação
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo
de origem, o servidor será aproveitado em outro, Art. 91 Licença para Tratar de Interesses Particulares
observado o disposto no art. 30. Licença para Desempenho de Mandato Classis-
Art. 92
ta
Curiosidade  A Secretaria de Recursos Humanos tem Afastamento para Servir a Outro Órgão ou
uma Nota Informativa de 25 de maio de 2010 Art. 93
Entidade
(305/2010) traz sobre a aplicação do instituto da vacân-
cia ao servidor que, sendo detentor de um cargo públi- Art. 96-A
Afastamento para participação em Programa
co na esfera federal, tomou posse em outro cargo ina- de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
cumulável, independentemente da esfera do poder. Por
sua vez, a exoneração a pedido ocorrerá nos demais § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante
casos em que haja ruptura em definitivo do vínculo as licenças e os afastamentos previstos nos arts.
jurídico entre o servidor e a União. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de
participação em curso de formação, e será retoma-
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚ- do a partir do término do impedimento.
BLICO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. Lei 8.112/90, art. 20, §
2º. C.F., art. 41. I - O direito de o servidor, aprovado em Suspendem a contagem do Estágio Probatório
concurso público, estável, que presta novo concurso e,
aprovado, é nomeado para cargo outro, retornar ao Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
Art. 83
Família
cargo anterior ocorre enquanto estiver sendo submetido
ao estágio probatório no novo cargo: Lei 8.112/90, art. Art. 84 § Licença por Motivo de Afastamento do Cônju-
20, § 2º. É que, enquanto não confirmado no estágio do 1º ge
novo cargo, não estará extinta a situação anterior. II -
No caso, o servidor somente requereu a sua recondução Art. 86 Licença para Atividade Política

Afastamento para servir em organismo inter-


conclusão do estágio probatório, eis que não verificado o interstício
Art. 96 nacional de que o Brasil participe ou com o
de 3 (três) anos de efetivo exercício da impetrante no cargo de qual coopere
Procurador Federal, inexiste direito líquido e certo de figurar nas
listas de promoção e progressão funcional, regulamentadas pela Participação em curso de formação decorrente
Art. 20 §
de aprovação em concurso para outro cargo na
Portaria PGF n.º 468/2005. Ordem denegada. (STJ - MS 4º
Administração Pública Federal
2006/0284250-6 - Relator Ministro Felix Fischer - Julgamento:
22/04/2009)

138 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Seção V - Da Estabilidade I - por invalidez, quando junta médica oficial decla-
rar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público
(Incluído pela Medida Provisória n.º 2.225-45 de
e empossado em cargo de provimento efetivo ad-
04/09/2001)
quirirá estabilidade no serviço público ao comple-
tar 2 (dois) anos de efetivo exercício. II - no interesse da administração, desde que: (In-
cluído pela Medida Provisória n.º 2.225-45 de
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em
04/09/2001)
virtude de sentença judicial transitada em julgado
ou de processo administrativo disciplinar no qual a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Me-
lhe seja assegurada ampla defesa. dida Provisória n.º 2.225-45 de 04/09/2001)

Constituição Federal de 1988 b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluí-


do pela Medida Provisória n.º 2.225-45 de
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exer- 04/09/2001)
cício os servidores nomeados para cargo de provi-
mento efetivo em virtude de concurso público. c) estável quando na atividade; (Incluído pela Me-
dida Provisória n.º 2.225-45 de 04/09/2001)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
I - em virtude de sentença judicial transitada em anteriores à solicitação; (Incluído pela Medida
julgado; Provisória n.º 2.225-45 de 04/09/2001)
II - mediante processo administrativo em que lhe e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisó-
seja assegurada ampla defesa; ria n.º 2.225-45 de 04/09/2001)
III - mediante procedimento de avaliação periódica § 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no
de desempenho, na forma de lei complementar, cargo resultante de sua transformação. (Incluído
assegurada ampla defesa. pela Medida Provisória n.º 2.225-45 de
(...) 04/09/2001)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilida- § 2º O tempo em que o servidor estiver em exercí-
de, é obrigatória a avaliação especial de desempe- cio será considerado para concessão da aposenta-
nho por comissão instituída para essa finalidade. doria. (Incluído pela Medida Provisória n.º 2.225-45
de 04/09/2001)
Seção VI - Da Transferência
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o
Art. 23. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de cargo, o servidor exercerá suas atribuições como
10/12/1997) excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído pela
Seção VII - Da Readaptação Medida Provisória n.º 2.225-45 de 04/09/2001)

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor I - por invalidez, quando junta médica oficial decla-
em cargo de atribuições e responsabilidades com- rar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em inspeção § 4º O servidor que retornar à atividade por inte-
médica. resse da administração perceberá, em substituição
aos proventos da aposentadoria, a remuneração do
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o cargo que voltar a exercer, inclusive com as vanta-
readaptando será aposentado. gens de natureza pessoal que percebia anterior-
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de mente à aposentadoria.
atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá
nível de escolaridade e equivalência de vencimen- os proventos calculados com base nas regras atuais
tos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
servidor exercerá suas atribuições como excedente, (Incluído pela Medida Provisória n.º 2.225-45 de
até a ocorrência de vaga. 04/09/2001)
Seção VIII - Da Reversão
II - no interesse da administração, desde que: (...)
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servi-
dor aposentado: (Redação dada pela Medida Provi- § 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto
sória n.º 2.225-45 de 04/09/2001) neste artigo. (Incluído pela MP n.º 2.225-45 de
04/09/2001)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 139
Art. 26. (Revogado pela MP n.º 2.225-45 de Seção XI - Da Disponibilidade e do Aproveitamen-
04/09/2001) to
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já Art. 30. O retorno à atividade de servidor em dis-
tiver completado 70 (setenta) anos de idade. ponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
(ESAF/2006 - Advogado do IRB) Relativamente às for- compatíveis com o anteriormente ocupado.
mas de provimento do servidor público, assinale a
opção em que o servidor passa a exercer suas atribui- Constituição Federal de 1988
ções como excedente. Art. 41. (...) § 3º Extinto o cargo ou declarada a
a) Reintegração sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
b) Readaptação disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveita-
c) Recondução mento em outro cargo.
d) Redistribuição
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
e) Reversão determinará o imediato aproveitamento de servi-
dor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer
Seção IX - Da Reintegração nos órgãos ou entidades da Administração Pública
Art. 28. A Reintegração é a reinvestidura do servi- Federal.
dor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do
cargo resultante de sua transformação, quando art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá
invalidada a sua demissão por decisão administra- ser mantido sob responsabilidade do órgão central
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as do Sistema de Pessoal Civil da Administração Fede-
vantagens. ral - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o ser- outro órgão ou entidade.
vidor ficará em disponibilidade, observado o dis- Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento
posto nos arts. 30 e 31. e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu even- em exercício no prazo legal, salvo doença compro-
tual ocupante será reconduzido ao cargo de ori- vada por junta médica oficial.
gem, sem direito à indenização ou aproveitado em
outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. (ESAF/2009 - Auditor-Fiscal da Receita Federal) Relacio-
ne as formas de provimento de cargo público, previstas
Constituição Federal de 1988 no art. 8º da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
às suas respectivas características. Ao final, assinale a
Art. 41. (...) § 2º Invalidada por sentença judicial a opção correspondente.
demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, recon- 1 - Nomeação
duzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza- 2 - Promoção
ção, aproveitado em outro cargo ou posto em 3 - Readaptação
disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. 4 - Reintegração
5 - Recondução
Seção X - Da Recondução
(5) É caracterizada pelo retorno do servidor estável ao
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor está- cargo anteriormente ocupado quando inabilitado em
vel ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá estágio probatório relativo a outro cargo ou quando o
de: anterior ocupante é reintegrado.
I - inabilitação em estágio probatório relativo a (1) É o ato administrativo que materializa o provimento
outro cargo; originário. Pode-se dar em comissão ou em caráter
efetivo, dependendo, neste último caso, de prévia habi-
II - reintegração do anterior ocupante. litação em concurso público de provas ou de provas e
títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo
de sua validade.
de origem, o servidor será aproveitado em outro,
observado o disposto no art. 30.

140 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
(3) É a investidura do servidor em cargo de atribuições Exoneração/Dispensa  Ad Nutum
e responsabilidades compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verifi- II - a pedido do próprio servidor.
cada em inspeção médica.
(2) É a forma de provimento pela qual o servidor sai de (ESAF/2008 - Técnico de Finanças e Controle da CGU)
seu cargo e ingressa em outro situado em classe mais Assinale o tipo de exoneração que se caracteriza por
elevada. encerrar um juízo de conveniência e oportunidade da
(4) É caracterizada pelo retorno do servidor estável a Administração.
seu cargo anteriormente ocupado, ou cargo resultante a) Decorrente de não aprovação do servidor não estável
de sua transformação, após ter sido invalidada sua em estágio probatório.
demissão, com ressarcimento de todas as vantagens.
b) A pedido do servidor.

Capítulo II - Da Vacância c) Quando o servidor não toma posse no prazo legal.

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: d) Exoneração ad nutum.


e) Em razão da não observância do limite gasto com
I - exoneração;
pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
II - demissão;
III - promoção; Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição

IV - (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997) Seção I - Da Remoção

V - (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997) Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
VI - readaptação; com ou sem mudança de sede.
VII - aposentadoria; Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
VIII - posse em outro cargo inacumulável; entende-se por modalidades de remoção:
IX - falecimento. I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração;
Provimento (art. 8º) Vacância (art. 33)
III - a pedido, para outra localidade, independen-
I - nomeação I - exoneração
temente do interesse da Administração:

II - promoção II - demissão a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,


também servidor público civil ou militar, de qual-
V - readaptação III - promoção quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
VI - reversão VI - readaptação Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
VII - aproveitamento VII - aposentadoria interesse da Administração;

VIII - reintegração VIII - posse em outro cargo b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
inacumulável panheiro ou dependente que viva às suas expensas
IX - recondução
e conste do seu assentamento funcional, condicio-
IX - falecimento
nada à comprovação por junta médica oficial;

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a c) em virtude de processo seletivo promovido, na
pedido do servidor, ou de ofício. hipótese em que o número de interessados for
superior ao número de vagas, de acordo com nor-
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: mas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em
I - quando não satisfeitas as condições do estágio que aqueles estejam lotados.
probatório; Seção II - Da Redistribuição
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo
entrar em exercício no prazo estabelecido. de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
dispensa de função de confiança dar-se-á: entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação
do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
I - a juízo da autoridade competente;
preceitos:
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 141
I - interesse da administração; Capítulo IV - Da Substituição
II - equivalência de vencimentos; Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou fun-
ção de direção ou chefia e os ocupantes de cargo
III - manutenção da essência das atribuições do
de Natureza Especial terão substitutos indicados
cargo;
no regimento interno ou, no caso de omissão, pre-
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade viamente designados pelo dirigente máximo do
e complexidade das atividades; órgão ou entidade.
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou § 1º O substituto assumirá automática e cumulati-
habilitação profissional; vamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exer-
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo cício do cargo ou função de direção ou chefia e os
e as finalidades institucionais do órgão ou entida- de Natureza Especial, nos afastamentos, impedi-
de. mentos legais ou regulamentares do titular e na
vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex offício para ajus- pela remuneração de um deles durante o respecti-
tamento de lotação e da força de trabalho às ne- vo período.
cessidades dos serviços, inclusive nos casos de re-
organização, extinção ou criação de órgão ou enti- § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercí-
dade. cio do cargo ou função de direção ou chefia ou de
cargo de Natureza Especial, nos casos dos afasta-
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se mentos ou impedimentos legais do titular, superi-
dará mediante ato conjunto entre o órgão central ores a trinta dias consecutivos, paga na proporção
do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração dos dias de efetiva substituição, que excederem o
Pública Federal envolvidos. referido período.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada titulares de unidades administrativas organizadas
sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servi- em nível de assessoria.
dor estável que não for redistribuído será colocado
em disponibilidade, até seu aproveitamento na Título III - Dos Direitos e Vantagens
forma dos arts. 30 e 31. Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em dis- Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
ponibilidade far-se-á mediante aproveitamento exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos Parágrafo único. (Revogado pela Lei n.º 11.784 de
compatíveis com o anteriormente ocupado. 2008)
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo
Civil determinará o imediato aproveitamento de efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias per-
servidor em disponibilidade em vaga que vier a manentes estabelecidas em lei.
ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração
Pública Federal. § 1º A remuneração do servidor investido em fun-
ção ou cargo em comissão será paga na forma pre-
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do vista no art. 62.
art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá
ser mantido sob responsabilidade do órgão central Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo in-
do Sistema de Pessoal Civil da Administração Fe- vestido em função de direção, chefia ou assessora-
deral - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento mento, cargo de provimento em comissão ou de
em outro órgão ou entidade. Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
exercício.
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colo-
cado em disponibilidade poderá ser mantido sob Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a re-
responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter muneração dos cargos em comissão de que trata o
exercício provisório, em outro órgão ou entidade, inciso II do art. 9º.
até seu adequado aproveitamento.
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de
órgão ou entidade diversa da de sua lotação rece-
berá a remuneração de acordo com o estabelecido
no § 1º do art. 93.
142 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 93. (...) Constituição Federal de 1988
§ 1º Na hipótese de que trata o inciso I do caput, Art. 39. (...) § 5º Lei da União, dos Estados, do Dis-
sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Esta- trito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
dos, do Distrito Federal, dos Municípios ou para relação entre a maior e a menor remuneração dos
serviço social autônomo, o ônus da remuneração servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
será do órgão ou da entidade cessionária, mantido disposto no art. 37, XI.
o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remunera-
dada pela Medida Provisória n.º 765 de 2016)
ção as vantagens previstas nos incisos II a VII do
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das art. 61.
vantagens de caráter permanente, é irredutível.
Art. 61. (...)
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
II - gratificação natalina;
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do
mesmo Poder, ou entre servidores dos três Pode- III - (Revogado pela Medida Provisória n.º 2.225-45
res, ressalvadas as vantagens de caráter individual de 04/09/2001)
e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. IV - adicional pelo exercício de atividades insalu-
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração infe- bres, perigosas ou penosas;
rior ao salário mínimo. (Incluído pela Lei n.º 11.784 V - adicional pela prestação de serviço extraordiná-
de 2008) rio;
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, men- VI - adicional noturno;
salmente, a título de remuneração, importância
superior à soma dos valores percebidos como re- VII - adicional de férias;
muneração, em espécie, a qualquer título, no âmbi-
to dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Art. 43. (Revogado pela Lei n.º 9.624 de
Estado, por membros do Congresso Nacional e 02/04/1998)
Ministros do Supremo Tribunal Federal. Art. 44. O servidor perderá:

Constituição Federal de 1988 I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço,


sem motivo justificado;
Art. 37. (...)
II - a parcela de remuneração diária, proporcional
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as
cargos, funções e empregos públicos da adminis- concessões de que trata o art. 97, e saídas anteci-
tração direta, autárquica e fundacional, dos mem- padas, salvo na hipótese de compensação de ho-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta- rário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos de- ser estabelecida pela chefia imediata.
tentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
remuneratória, percebidos cumulativamente ou ausentar-se do serviço:
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qual-
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
quer outra natureza, não poderão exceder o subsí-
dio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo II - pelo período comprovadamente necessário para
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado,
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e em qualquer caso, a 2 (dois) dias; e
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governa- III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
dor no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po- a) casamento;
der Legislativo e o subsídio dos Desembargadores b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma-
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e drasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio men- guarda ou tutela e irmãos.
sal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 143
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes
de caso fortuito ou de força maior poderão ser (ESAF/2008 - Técnico de Finanças e Controle da CGU)
Leia atentamente as situações abaixo para classificá-las
compensadas a critério da chefia imediata, sendo
como ensejadoras de uma das duas opções oferecidas.
assim consideradas como efetivo exercício. Após, identifique a opção que traga a sequência correta.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado 1 - Reposição ao Erário
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remune-
ração ou provento. 2 - Indenização ao Erário
(2) Motorista oficial, servidor público efetivo, infringe as
Curiosidade  O Decreto n.º 8.690 de 11 de março de leis de trânsito fazendo com que a União seja multada.
2016 regulamenta o art. 45 da Lei n.º 8.112 de 11 de (1) Servidor público efetivo recebe importância superior a
dezembro de 1990 e dispõe sobre a gestão das consig- que lhe era devida em razão de erro material por parte da
nações em folha de pagamento no âmbito do sistema Administração.
de gestão de pessoas do Poder Executivo federal. (cli-
que aqui para consultar o texto integral) (2) Servidor público efetivo desatentamente liga equipa-
mento elétrico na tomada com cuja voltagem ele era
incompatível, causando a destruição do aparelho.
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá
haver consignação em folha de pagamento em (1) Servidor público efetivo recebe valores em decorrên-
favor de terceiros, a critério da administração e cia do cumprimento de uma decisão judicial, que é poste-
com reposição de custos, na forma definida em riormente modificada, tornando-os indevidos.
regulamento. (Redação dada pela Lei n.º 13.172 de
2015) Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentado-
§ 2º O total de consignações facultativas de que ria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de ses-
trata o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por senta dias para quitar o débito. (Redação dada pela
cento) da remuneração mensal, sendo 5% (cinco Medida Provisória n.º 2.225-45 de 04/09/2001)
por cento) reservados exclusivamente para: (Re-
dação dada pela Lei n.º 13.172 de 2015) Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
I - a amortização de despesas contraídas por meio
de cartão de crédito; ou (Incluído pela Lei n.º Art. 48. O vencimento, a remuneração e o proven-
13.172 de 2015) to não serão objeto de arresto, sequestro ou pe-
nhora, exceto nos casos de prestação de alimentos
II - a utilização com a finalidade de saque por resultante de decisão judicial.
meio do cartão de crédito. (Incluído pela Lei n.º
13.172 de 2015) Capítulo II - Das Vantagens

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previa- servidor as seguintes vantagens:
mente comunicadas ao servidor ativo, aposentado I - indenizações;
ou ao pensionista, para pagamento, no prazo má-
ximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pe- II - gratificações;
dido do interessado. (Redação dada pela Medida III - adicionais.
Provisória n.º 2.225-45 de 04/09/2001)
§ 1º As indenizações não se incorporam ao venci-
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferi- mento ou provento para qualquer efeito.
or ao correspondente a dez por cento da remune-
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se
ração, provento ou pensão.
ao vencimento ou provento, nos casos e condições
§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorri- indicados em lei.
do no mês anterior ao do processamento da folha,
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão com-
a reposição será feita imediatamente, em uma
putadas, nem acumuladas, para efeito de conces-
única parcela.
são de quaisquer outros acréscimos pecuniários
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decor- ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico funda-
rência de cumprimento a decisão liminar, a tutela mento.
antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
ou rescindida, serão eles atualizados até a data da
reposição.

144 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Constituição Federal de 1988 a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
também servidor público civil ou militar, de qual-
Art. 37. (...)
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
servidor público não serão computados nem acu- resse da Administração;
mulados para fins de concessão de acréscimos b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
ulteriores; panheiro ou dependente que viva às suas expensas
e conste do seu assentamento funcional, condicio-
Seção I - Das Indenizações
nada à comprovação por junta médica oficial;
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
c) em virtude de processo seletivo promovido, na
I - ajuda de custo; hipótese em que o número de interessados for su-
II - diárias; perior ao número de vagas, de acordo com normas
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
III - transporte. aqueles estejam lotados.
IV - auxílio-moradia. (Incluído pela Lei n.º 11.355
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remu-
de 2006)
neração do servidor, conforme se dispuser em re-
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas gulamento, não podendo exceder a importância
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condi- correspondente a 3 (três) meses.
ções para a sua concessão, serão estabelecidos em
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao ser-
regulamento. (Redação dada pela Lei n.º 11.355 de
vidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em
2006)
virtude de mandato eletivo.
Subseção I - Da Ajuda de Custo
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que,
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as não sendo servidor da União, for nomeado para
despesas de instalação do servidor que, no interes- cargo em comissão, com mudança de domicílio.
se do serviço, passar a ter exercício em nova sede,
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso
com mudança de domicílio em caráter permanen-
I do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão
te, vedado o duplo pagamento de indenização, a
cessionário, quando cabível.
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou compa-
nheiro que detenha também a condição de servi- Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exer-
dor, vier a ter exercício na mesma sede. cício em outro órgão ou entidade dos Poderes da
§ 1º Correm por conta da administração as despe- União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
sas de transporte do servidor e de sua família, Municípios, nas seguintes hipóteses:
compreendendo passagem, bagagem e bens pes- I - para exercício de cargo em comissão, função de
soais. confiança ou, no caso de serviço social autônomo,
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede para o exercício de cargo de direção ou de gerência;
são assegurados ajuda de custo e transporte para a (Redação dada pela Medida Provisória n.º 765 de
localidade de origem, dentro do prazo de 1 2016)
(um) ano, contado do óbito.
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a aju-
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóte- da de custo quando, injustificadamente, não se
ses de remoção previstas nos incisos II e III do pa- apresentar na nova sede no prazo de 30 (trin-
rágrafo único do art. 36. (Incluído pela Lei n.º ta) dias.
12.998 de 2014)
Subseção II - Das Diárias
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, sede em caráter eventual ou transitório para outro
com ou sem mudança de sede. ponto do território nacional ou para o exterior, fará
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as
entende-se por modalidades de remoção: (...) parcelas de despesas extraordinária com pousada,
alimentação e locomoção urbana, conforme dispu-
II - a pedido, a critério da Administração; ser em regulamento.
III - a pedido, para outra localidade, independen-
temente do interesse da Administração:
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 145
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamen- comprador, cessionário ou promitente cessionário
to, sendo devida pela metade quando o desloca- de imóvel no Município aonde for exercer o car-
mento não exigir pernoite fora da sede, ou quando go, incluída a hipótese de lote edificado sem
a União custear, por meio diverso, as despesas averbação de construção, nos doze meses que an-
extraordinárias cobertas por diárias. tecederem a sua nomeação;
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede IV - nenhuma outra pessoa que resida com o ser-
constituir exigência permanente do cargo, o servi- vidor receba auxílio-moradia;
dor não fará jus a diárias.
V - o servidor tenha se mudado do local de resi-
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que dência para ocupar cargo em comissão ou função
se deslocar dentro da mesma região metropolitana, de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento
aglomeração urbana ou microrregião, constituídas Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Es-
por municípios limítrofes e regularmente instituí- pecial, de Ministro de Estado ou equivalentes;
das, ou em áreas de controle integrado mantidas
VI - o Município no qual assuma o cargo em co-
com países limítrofes, cuja jurisdição e competên-
missão ou função de confiança não se enquadre
cia dos órgãos, entidades e servidores brasileiros
nas hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local
considera-se estendida, salvo se houver pernoite
de residência ou domicílio do servidor;
fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas
serão sempre as fixadas para os afastamentos den- Art. 58. (...)
tro do território nacional.
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se se deslocar dentro da mesma região metropolitana,
afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado aglomeração urbana ou microrregião, constituídas
a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cin- por municípios limítrofes e regularmente instituí-
co) dias. das, ou em áreas de controle integrado mantidas
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar com países limítrofes, cuja jurisdição e competência
à sede em prazo menor do que o previsto para o dos órgãos, entidades e servidores brasileiros con-
seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em sidera-se estendida, salvo se houver pernoite fora
excesso, no prazo previsto no caput. da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão
sempre as fixadas para os afastamentos dentro do
Subseção III - Da Indenização de Transporte território nacional.
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte
ao servidor que realizar despesas com a utilização VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou te-
nha residido no Município, nos últimos doze me-
de meio próprio de locomoção para a execução de
serviços externos, por força das atribuições pró- ses, aonde for exercer o cargo em comissão ou
prias do cargo, conforme se dispuser em regula- função de confiança, desconsiderando-se prazo
mento. inferior a sessenta dias dentro desse período; e

Subseção IV - Do Auxílio-Moradia VIII - o deslocamento não tenha sido por força de


alteração de lotação ou nomeação para cargo efe-
(Incluído pela Lei n.º 11.355 de 2006) tivo.
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarci- IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de
mento das despesas comprovadamente realizadas junho de 2006. (Incluído pela Lei n.º 11.490 de
pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio 2007)
de hospedagem administrado por empresa hotelei-
ra, no prazo de um mês após a comprovação da Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
despesa pelo servidor. considerado o prazo no qual o servidor estava ocu-
pando outro cargo em comissão relacionado no
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servi- inciso V.
dor se atendidos os seguintes requisitos:
Art. 60-C. (Revogado pela Lei n.º 12.998 de 2014)
I - não exista imóvel funcional disponível para uso
pelo servidor; Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é
limitado a vinte e cinco por cento do valor do cargo
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não em comissão, função comissionada ou cargo de
ocupe imóvel funcional; Ministro de Estado ocupado. (Redação dada pela
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro Lei n.º 11.784 de 2008)
não seja ou tenha sido proprietário, promitente
146 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em
vinte e cinco por cento da remuneração de Minis- comissão ou de natureza especial poderá ser no-
tro de Estado. (Redação dada pela Lei n.º 11.784 de meado para ter exercício, interinamente, em outro
2008) cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
§ 2º Independentemente do valor do cargo em que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
comissão ou função comissionada, fica garantido a optar pela remuneração de um deles durante o
todos que preencherem os requisitos o ressarci- período da interinidade.
mento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
reais). (Redação dada pela Lei n.º 11.784 de 2008) Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, da retribuição pelo exercício de função de direção,
colocação de imóvel funcional à disposição do ser- chefia ou assessoramento, cargo de provimento
vidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia em comissão ou de Natureza Especial a que se re-
continuará sendo pago por um mês. ferem os arts. 3º e 10 da Lei n.º 8.911, de 11 de
julho de 199497, e o art. 3º da Lei n.º 9.624, de 2 de
Seção II - Das Gratificações e Adicionais
abril de 199898. (Incluído pela Medida Provisória n.º
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens pre- 2.225-45 de 04/09/2001)
vistas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
seguintes retribuições, gratificações e adicionais: artigo somente estará sujeita às revisões gerais de
I - retribuição pelo exercício de função de direção, remuneração dos servidores públicos federais.
chefia e assessoramento; (Incluído pela Medida Provisória n.º 2.225-45 de
04/09/2001)
II - gratificação natalina;
Subseção II - Da Gratificação Natalina
III - (Revogado pela Medida Provisória n.° 2.225-
45 de 04/09/2001) Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12
(um doze avos) da remuneração a que o servidor
IV - adicional pelo exercício de atividades insalu-
fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício
bres, perigosas ou penosas;
no respectivo ano.
V - adicional pela prestação de serviço extraordi-
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
nário;
(quinze) dias será considerada como mês integral.
VI - adicional noturno;
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vin-
VII - adicional de férias; te) do mês de dezembro de cada ano.
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
trabalho.
IX - gratificação por encargo de curso ou concur- 97
Lei n.º 8.911 de 11 de julho de 1994
so. (Incluído pela Lei n.º 11.314 de 2006)
Art. 3º (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
Subseção I - Da Retribuição pelo Exercício de Fun- Art. 10. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
ção de Direção, Chefia e Assessoramento 98
Lei n.º 9.624 de 2 de abril de 1998
Art. 3º Serão concedidas ou atualizadas as parcelas de quintos a
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo in-
que o servidor faria jus no período compreendido entre 19 de janeiro
vestido em função de direção, chefia ou assesso-
de 1995 e a data de publicação desta Lei, mas não incorporadas em
ramento, cargo de provimento em comissão ou de
decorrência das normas à época vigentes, observados os critérios:
Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
I - estabelecidos na Lei n.º 8.911, de 1994, na redação original,
exercício.
para aqueles servidores que completaram o interstício entre 19 de
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a re- janeiro de 1995 e 28 de fevereiro de 1995;
muneração dos cargos em comissão de que trata o II - estabelecidos pela Lei n.º 8.911, de 1994, com a redação dada
inciso II do art. 9º. por esta Lei, para o cálculo dos décimos, para os servidores que
completaram o interstício entre 1º de março e 26 de outubro de
Art. 9º A nomeação far-se-á: (...) 1995.
Parágrafo único. Ao servidor que completou o interstício a partir de
II - em comissão, inclusive na condição de interino,
27 de outubro de 1995 é assegurada a incorporação de décimo nos
para cargos de confiança vagos.
termos da Lei n.º 8.911, de 1994, com a redação dada por esta Lei,
com efeitos financeiros a partir da data em que completou o interstí-
cio.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 147
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua grati- Subseção V - Do Adicional por Serviço Extraordi-
ficação natalina, proporcionalmente aos meses de nário
exercício, calculada sobre a remuneração do mês
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
da exoneração.
com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em
Art. 66. A gratificação natalina não será considera- relação à hora normal de trabalho.
da para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordi-
Subseção III - Do Adicional por Tempo de Serviço nário para atender a situações excepcionais e tem-
porárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n.º
horas por jornada.
2.225-45 de 04/09/2001, respeitadas as situações
constituídas até 08/03/1999) Subseção VI - Do Adicional Noturno
Subseção IV - Dos Adicionais de Insalubridade, Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
Periculosidade ou Atividades Penosas compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um
dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitua-
hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
lidade em locais insalubres ou em contato perma-
computando-se cada hora como cinquenta e dois
nente com substâncias tóxicas, radioativas ou com
minutos e trinta segundos.
risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o ven-
cimento do cargo efetivo. Parágrafo único. Em se tratando de serviço extra-
ordinário, o acréscimo de que trata este artigo inci-
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insa-
dirá sobre a remuneração prevista no art. 73.
lubridade e de periculosidade deverá optar por um
deles. Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou pe- com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em
riculosidade cessa com a eliminação das condições relação à hora normal de trabalho.
ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
Subseção VII - Do Adicional de Férias
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade
de servidores em operações ou locais considerados Art. 76. Independentemente de solicitação, será
penosos, insalubres ou perigosos. pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicio-
nal correspondente a 1/3 (um terço) da remunera-
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante ção do período das férias.
será afastada, enquanto durar a gestação e a lacta-
ção, das operações e locais previstos neste artigo, Parágrafo único. No caso de o servidor exercer
exercendo suas atividades em local salubre e em função de direção, chefia ou assessoramento, ou
serviço não penoso e não perigoso. ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem
será considerada no cálculo do adicional de que
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades trata este artigo.
penosas, de insalubridade e de periculosidade,
serão observadas as situações estabelecidas em Subseção VIII - Da Gratificação por Encargo de
legislação específica. Curso ou Concurso

Art. 71. O adicional de atividade penosa será devi- Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
do aos servidores em exercício em zonas de fron- Concurso é devida ao servidor que, em caráter
teira ou em localidades cujas condições de vida o eventual:
justifiquem, nos termos, condições e limites fixados I - atuar como instrutor em curso de formação, de
em regulamento. desenvolvimento ou de treinamento regularmen-
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que te instituído no âmbito da administração pública
operam com Raios X ou substâncias radioativas federal;
serão mantidos sob controle permanente, de modo II - participar de banca examinadora ou de comis-
que as doses de radiação ionizante não ultrapas- são para exames orais, para análise curricular, pa-
sem o nível máximo previsto na legislação própria. ra correção de provas discursivas, para elaboração
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este de questões de provas ou para julgamento de re-
artigo serão submetidos a exames médicos a cada cursos intentados por candidatos;
6 (seis) meses.

148 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
III - participar da logística de preparação e de rea- § 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
lização de concurso público envolvendo atividades curso não se incorpora ao vencimento ou salário do
de planejamento, coordenação, supervisão, exe- servidor para qualquer efeito e não poderá ser
cução e avaliação de resultado, quando tais ativi- utilizada como base de cálculo para quaisquer ou-
dades não estiverem incluídas entre as suas atri- tras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos
buições permanentes; proventos da aposentadoria e das pensões.
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar Capítulo III - Das Férias
provas de exame vestibular ou de concurso públi-
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias,
co ou supervisionar essas atividades.
que podem ser acumuladas, até o máximo de dois
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da grati- períodos, no caso de necessidade do serviço, res-
ficação de que trata este artigo serão fixados em salvadas as hipóteses em que haja legislação espe-
regulamento, observados os seguintes parâmetros: cífica.
I - o valor da gratificação será calculado em horas, § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias
observadas a natureza e a complexidade da ativi- serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
dade exercida;
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta
II - a retribuição não poderá ser superior ao equi- ao serviço.
valente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três
anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
devidamente justificada e previamente aprovada
no interesse da administração pública.
pela autoridade máxima do órgão ou entidade,
que poderá autorizar o acréscimo de até 120 Art. 78. O pagamento da remuneração das férias
(cento e vinte) horas de trabalho anuais; será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
respectivo período, observando-se o disposto no
III - o valor máximo da hora trabalhada corres-
§ 1º deste artigo.
ponderá aos seguintes percentuais, incidentes so-
bre o maior vencimento básico da administração § 1º (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
pública federal: § 2º (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), § 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
em se tratando de atividades previstas nos inci- comissão, perceberá indenização relativa ao perío-
sos I e II do caput deste artigo; (Redação dada do das férias a que tiver direito e ao incompleto, na
pela Lei n.º 11.501 de 2007) proporção de um doze avos por mês de efetivo
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), exercício, ou fração superior a quatorze dias.
em se tratando de atividade prevista nos incisos § 4º A indenização será calculada com base na re-
III e IV do caput deste artigo. (Redação dada pela muneração do mês em que for publicado o ato
Lei n.º 11.501 de 2007) exoneratório.
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Con- § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá
curso somente será paga se as atividades referidas o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º
nos incisos do caput deste artigo forem exercidas da Constituição Federal quando da utilização do
sem prejuízo das atribuições do cargo de que o primeiro período.
servidor for titular, devendo ser objeto de compen-
sação de carga horária quando desempenhadas Constituição Federal de 1988
durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do
Art. 7º (...)
art. 98 desta Lei.
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
Art. 98. (...) menos, um terço a mais do que o salário normal;
§ 4º Será igualmente concedido horário especial,
Art. 79. O servidor que opera direta e permanen-
vinculado à compensação de horário a ser efetiva-
temente com Raios X ou substâncias radioativas
da no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que
gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por
desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
semestre de atividade profissional, proibida em
caput do art. 76-A desta Lei.
qualquer hipótese a acumulação.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 149
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompi- e conste do seu assentamento funcional, mediante
das por motivo de calamidade pública, comoção comprovação por perícia médica oficial. (Redação
interna, convocação para júri, serviço militar ou dada pela Lei n.º 11.907 de 2009)
eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada
§ 1º A licença somente será deferida se a assistên-
pela autoridade máxima do órgão ou entidade.
cia direta do servidor for indispensável e não puder
Parágrafo único. O restante do período interrompi- ser prestada simultaneamente com o exercício do
do será gozado de uma só vez, observado o dispos- cargo ou mediante compensação de horário, na
to no art. 77. forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação
dada pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias,
que podem ser acumuladas, até o máximo de dois Art. 44. O servidor perderá: (...)
períodos, no caso de necessidade do serviço, ressal-
II - a parcela de remuneração diária, proporcional
vadas as hipóteses em que haja legislação específi-
aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as
ca. (...)
concessões de que trata o art. 97, e saídas anteci-
Capítulo IV - Das Licenças padas, salvo na hipótese de compensação de ho-
rário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a
Seção I - Disposições Gerais ser estabelecida pela chefia imediata.
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as
I - por motivo de doença em pessoa da família; prorrogações, poderá ser concedida a cada período
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou de doze meses nas seguintes condições: (Redação
companheiro; dada pela Lei n.º 12.269/2010)

III - para o serviço militar; I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou


não, mantida a remuneração do servidor;
IV - para atividade política; e (Incluído pela Lei n.º 12.269 de 2010)
V - para capacitação; II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou
VI - para tratar de interesses particulares; não, sem remuneração. (Incluído pela Lei n.º
12.269 de 2010)
VII - para desempenho de mandato classista.
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será
§ 1º A licença prevista no inciso I, bem como cada contado a partir da data do deferimento da primei-
uma de suas prorrogações, serão precedidas de ra licença concedida. (Incluído pela Lei n.º 12.269
exame por perícia médica oficial, observado o dis- de 2010)
posto no art. 204. (Redação dada pela Lei n.º
11.907 de 2009) § 4º A soma das licenças remuneradas e das licen-
ças não remuneradas, incluídas as respectivas pror-
Art. 204. A licença para tratamento de saúde infe- rogações, concedidas em um mesmo período de 12
rior a quinze dias, dentro de um ano, poderá ser (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não
dispensada de perícia oficial, na forma definida em poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos
regulamento. incisos I e II do § 2º. (Incluído pela Lei n.º 12.269 de
2010)
§ 2º (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada Licença  Doença em Pessoa da Família
durante o período da licença prevista no inciso I
deste artigo. ❶ Qual é o prazo? Até 150 dias (60 + 90)
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessen- ❷ É remunerada? Depende. Até 60 dias são remune-
ta) dias do término de outra da mesma espécie rados. De 61 a 150 dias acontece sem remuneração.
será considerada como prorrogação. ❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem car-
go comissionado? Nenhuma. A administração poderá
Seção II - Da Licença por Motivo de Doença em
conceder a licença.
Pessoa da Família
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio pro-
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor batório? Sim (art. 20 § 5º). Pode ser concedida, mas
por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, suspende a contagem do estágio probatório.
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
enteado, ou dependente que viva às suas expensas
150 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- ❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem
rio? Ato discricionário. cargo comissionado? Nenhuma. A administração
poderá conceder a licença.
Seção III - Da Licença por Motivo de Afastamento ❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio
do Cônjuge probatório? Nenhuma.
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor ❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi rio? Ato vinculado.
deslocado para outro ponto do território nacional,
para o exterior ou para o exercício de mandato Seção V - Da Licença para Atividade Política
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem re-
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem muneração, durante o período que mediar entre a
remuneração. sua escolha em convenção partidária, como candi-
dato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua
Licença  Afastamento do Cônjuge candidatura perante a Justiça Eleitoral.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na locali-
❶ Qual é o prazo? Indeterminado dade onde desempenha suas funções e que exerça
❷ É remunerada? Não. cargo de direção, chefia, assessoramento, arreca-
dação ou fiscalização, dele será afastado, a partir
❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem
cargo comissionado? Nenhuma. A administração do dia imediato ao do registro de sua candidatura
poderá conceder a licença. perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguin-
te ao do pleito.
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio
probatório? Sim (art. 20 § 5º). Pode ser concedida, § 2º A partir do registro da candidatura e até o
mas suspende a contagem do estágio probatório. décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo
rio? Ato discricionário. efetivo, somente pelo período de três meses.

§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou Licença  Atividade Política


companheiro também seja servidor público, civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos ❶ Qual é o prazo? Entre a convenção partidária até
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, po- o 10º dia após as eleições.
derá haver exercício provisório em órgão ou enti- ❷ É remunerada? Sim. Remunerada com 3 (três)
dade da Administração Federal direta, autárquica meses de vencimentos entre o registro da candidatu-
ou fundacional, desde que para o exercício de ati- ra e o 10º dia após as eleições.
vidade compatível com o seu cargo. ❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem
Seção IV - Da Licença para o Serviço Militar cargo comissionado? Sim. A licença até pode ser
concedida, mas não é remunerada em nenhum perí-
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço mili- odo.
tar será concedida licença, na forma e condições
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio
previstas na legislação específica. probatório? Sim (art. 20 § 5º). Pode ser concedida,
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o ser- mas suspende a contagem do estágio probatório.
vidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração ❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
para reassumir o exercício do cargo. rio? Ato vinculado.

Licença  Serviço Militar Seção VI - Da Licença para Capacitação


Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício,
❶ Qual é o prazo? Pelo prazo que as forças armadas
o servidor poderá, no interesse da Administração,
necessitarem + até 30 dias.
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a res-
❷ É remunerada? Não há esta informação no esta- pectiva remuneração, por até três meses, para
tuto, exceto quanto aos trinta dias de prazo para participar de curso de capacitação profissional.
retorno as atividades, que é estabelecido como sendo
sem remuneração. Parágrafo único. Os períodos de licença de que
trata o caput não são acumuláveis.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 151
ainda, para participar de gerência ou administração
Licença  Capacitação em sociedade cooperativa constituída por servido-
res públicos para prestar serviços a seus membros,
❶ Qual é o prazo? Até 3 (três) meses. observado o disposto na alínea c do inciso VIII do
❷ É remunerada? Sim. art. 102 desta Lei, conforme disposto em regula-
mento e observados os seguintes limites: (Redação
❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem cargo
comissionado? Sim. A licença não pode ser concedida. dada pela Lei n.º 11.094 de 2005)

❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio pro- Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas
batório? Sim (art. 20 § 4º). A licença não pode ser con- no art. 97, são considerados como de efetivo exer-
cedida. cício os afastamentos em virtude de:
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricionário? VIII - licença:
Ato discricionário
c) para o desempenho de mandato classista ou
Art. 88. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de participação de gerência ou administração em soci-
10/12/1997) edade cooperativa constituída por servidores para
prestar serviços a seus membros, exceto para efeito
Art. 89. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de de promoção por merecimento;
10/12/1997)
Art. 90. (Vetado) I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) asso-
ciados, 2 (dois) servidores; (Redação dada pela
Seção VII - Da Licença para Tratar de Interesses Lei n.º 12.998 de 2014)
Particulares
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servido-
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, res; (Redação dada pela Lei n.º 12.998 de 2014)
desde que não esteja em estágio probatório, licen-
ças para o trato de assuntos particulares pelo prazo III - para entidades com mais de 30.000 (trinta
de até três anos consecutivos, sem remuneração. mil) associados, 8 (oito) servidores. (Redação da-
(Redação dada pela Medida Provisória n.º 2.225-45 da pela Lei n.º 12.998 de 2014)
de 4 de setembro de 2001) § 1º Somente poderão ser licenciados os servidores
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, eleitos para cargos de direção ou de representação
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no inte- nas referidas entidades, desde que cadastradas no
resse do serviço. órgão competente. (Redação dada pela Lei n.º
12.998 de 2014)
Licença  Tratar de Interesses Particulares § 2º A licença terá duração igual à do mandato,
podendo ser renovada, no caso de reelei-
❶ Qual é o prazo? Até 3 (três) anos. ção. (Redação dada pela Lei n.º 12.998 de 2014)
❷ É remunerada? Não.
Licença  o Desempenho de Mandato Classista
❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem
cargo comissionado? Sim. A licença não pode ser
❶ Qual é o prazo? Pelo período do mandato, po-
concedida.
dendo haver uma prorrogação no caso de reeleição.
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio
❷ É remunerada? Não.
probatório? Sim (art. 20 § 4º). A licença não pode ser
concedida. ❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem
cargo comissionado? Nenhuma. A administração
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
poderá conceder se quiser.
rio? Ato discricionário.
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio
Seção VIII - Da Licença para o Desempenho de probatório? Sim (art. 20 § 4º). A licença não pode ser
concedida.
Mandato Classista
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença rio? Ato vinculado.
sem remuneração para o desempenho de mandato
em confederação, federação, associação de classe
de âmbito nacional, sindicato representativo da
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
152 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Capítulo V - Dos Afastamentos independem das disposições contidas nos incisos I
e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
Seção I - Do Afastamento para Servir a Outro Ór-
empregado cedido condicionado a autorização
gão ou Entidade
específica do Ministério do Planejamento, Orça-
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exer- mento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de
cício em outro órgão ou entidade dos Poderes da cargo em comissão ou função gratificada. (Incluído
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Muni- pela Lei n.º 10.470 de 25/06/2002)
cípios ou em serviço social autônomo instituído
§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e
pela União que exerça atividades de cooperação
Gestão, com a finalidade de promover a composi-
com a administração pública federal, nas seguintes
ção da força de trabalho dos órgãos e entidades da
hipóteses: (Redação dada pela Medida Provisória
Administração Pública Federal, poderá determinar
n.º 765 de 2016)
a lotação ou o exercício de empregado ou servidor,
I - para exercício de cargo em comissão ou função independentemente da observância do constante
de confiança; (Redação dada pela Lei n.º 8.270 de no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído
17/12/1991) pela Lei n.º 10.470 de 25/06/2002)
II - em casos previstos em leis específicas. (Reda-
ção dada pela Lei n.º 8.270 de 17/12/1991) Afastamento  Servir a Outro Órgão ou Entidade

§ 1º Na hipótese de que trata o inciso I do caput, ❶ Qual é o prazo? Indeterminado.


sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios ou para ❷ Há restrições quanto ao servidor em estágio
serviço social autônomo, o ônus da remuneração probatório? Sim (art. 20 § 4º). O afastamento não
pode ser concedido.
será do órgão ou da entidade cessionária, mantido
o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação ❸ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
dada pela Medida Provisória n.º 765 de 2016) rio? Ato discricionário.

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa


Seção II - Do Afastamento para Exercício de Man-
pública, sociedade de economia mista ou serviço
dato Eletivo
social autônomo, nos termos de suas respectivas
normas, optar pela remuneração do cargo efetivo Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo
ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de aplicam-se as seguintes disposições:
percentual da retribuição do cargo em comissão, I - tratando-se de mandato federal, estadual ou
de direção ou de gerência, a entidade cessionária distrital, ficará afastado do cargo;
ou o serviço social autônomo efetuará o reembolso
das despesas realizadas pelo órgão ou pela entida- II - investido no mandato de Prefeito, será afasta-
de de origem. (Redação dada pela Medida Provisó- do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
ria n.º 765 de 2016) remuneração;
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada Curiosidade  O STF tem jurisprudências favoráveis
no Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei no sentido de que o servidor eleito para o cargo de
n.º 8.270 de 17/12/1991) Vice-Prefeito gozará do mesmo benefício do servi-
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente dor eleito para Prefeito.
da República, o servidor do Poder Executivo poderá SERVIDOR PÚBLICO INVESTIDO NO MANDATO DE
ter exercício em outro órgão da Administração VICE-PREFEITO. Aplicam-se-lhe, por analogia, as
Federal direta que não tenha quadro próprio de disposições contidas no inciso II do art. 38 da Cons-
pessoal, para fim determinado e a prazo certo. tituição Federal. (STF - ADI 199 - Relator Ministro
(Incluído pela Lei n.º 8.270 de 17/12/1991) Maurício Corrêa - Julgamento: 22/04/1998)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empre-
III - investido no mandato de vereador:
gado ou servidor por ela requisitado, as disposições
dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei a) havendo compatibilidade de horário, perce-
n.º 10.470 de 25/06/2002) berá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo;
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública
ou de sociedade de economia mista, que receba b) não havendo compatibilidade de horário, se-
recursos de Tesouro Nacional para o custeio total rá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, pela sua remuneração.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 153
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor
contribuirá para a seguridade social como se em Afastamento  Servir em organismo internacional
de que o Brasil participe ou com o qual coopere
exercício estivesse.
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou ❶ Qual é o prazo? Não há prazo previsto.
classista não poderá ser removido ou redistribuído
❷ Há restrições quanto ao servidor em estágio
de ofício para localidade diversa daquela onde
probatório? Sim (art. 20 § 5º). O afastamento pode
exerce o mandato. ser concedido, mas suspende a contagem do estágio
probatório.
Afastamento  Exercício de Mandato Eletivo
❸ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
rio? Ato discricionário.
❶ Qual é o prazo? O prazo do mandato.
❷ Há restrições quanto ao servidor em estágio Seção IV - Do Afastamento para participação em
probatório? Nenhuma. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
❸ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Ad-
rio? Ato vinculado.
ministração, e desde que a participação não possa
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo
Seção III - Do Afastamento para Estudo ou Missão ou mediante compensação de horário, afastar-se
no Exterior do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País remuneração, para participar em programa de pós-
para estudo ou missão oficial, sem autorização do graduação stricto sensu em instituição de ensino
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do superior no país. (Incluído pela Lei n.º 11.907 de
Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal 2009)
Federal. § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e definirá, em conformidade com a legislação vigen-
finda a missão ou estudo, somente decorrido igual te, os programas de capacitação e os critérios para
período, será permitida nova ausência. participação em programas de pós-graduação no
País, com ou sem afastamento do servidor, que
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste serão avaliados por um comitê constituído para
artigo não será concedida exoneração ou licença este fim. (Incluído pela Lei n.º 11.907 de 2009)
para tratar de interesse particular antes de decor-
rido período igual ao do afastamento, ressalvada a § 2º Os afastamentos para realização de progra-
hipótese de ressarcimento da despesa havida com mas de mestrado e doutorado somente serão con-
seu afastamento. cedidos aos servidores titulares de cargos efetivos
no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos ser- três anos para mestrado e quatro anos para dou-
vidores da carreira diplomática. torado, incluído o período de estágio probatório,
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a auto- que não tenham se afastado por licença para tratar
rização de que trata este artigo, inclusive no que se de assuntos particulares para gozo de licença capa-
refere à remuneração do servidor, serão disciplina- citação ou com fundamento neste artigo, nos dois
das em regulamento. anos anteriores à data da solicitação de afastamen-
to. (Incluído pela Lei n.º 11.907 de 2009)
Afastamento  Estudo ou Missão no Exterior § 3º Os afastamentos para realização de programas
de pós-doutorado somente serão concedidos aos
❶ Qual é o prazo? No máximo 4 anos. servidores titulares de cargos efetivo no respectivo
❷ Há restrições quanto ao servidor em estágio órgão ou entidade há pelo menos quatro anos,
probatório? Nenhuma. incluído o período de estágio probatório, e que não
❸ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
tenham se afastado por licença para tratar de as-
rio? Ato discricionário. suntos particulares ou com fundamento neste arti-
go, nos quatro anos anteriores à data da solicitação
de afastamento. (Redação dada pela Lei n.º 12.269
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
de 2010)
organismo internacional de que o Brasil participe
ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da
remuneração.
154 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor
permanecer no exercício de suas funções, após o sob guarda ou tutela e irmãos.
seu retorno, por um período igual ao do afasta-
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor
mento concedido.
estudante, quando comprovada a incompatibilida-
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração de entre o horário escolar e o da repartição, sem
do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o prejuízo do exercício do cargo.
período de permanência previsto no § 4º deste
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exi-
artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
gida a compensação de horário no órgão ou enti-
forma do art. 47 da Lei n.º 8.112 de 11 de dezem-
dade que tiver exercício, respeitada a duração
bro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
semanal do trabalho.
(Incluído pela Lei n.º 11.907 de 2009)
§ 2º Também será concedido horário especial ao
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for servidor portador de deficiência, quando compro-
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentado- vada a necessidade por junta médica oficial, inde-
ria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de ses- pendentemente de compensação de horário.
senta dias para quitar o débito.
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensi-
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo vas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou depen-
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. dente com deficiência. (Redação dada pela Lei n.º
13.370 de 2016)
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau
que justificou seu afastamento no período previsto, § 4º Será igualmente concedido horário especial,
aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo na vinculado à compensação de horário a ser efetiva-
hipótese comprovada de força maior ou de caso da no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que
fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
ou entidade. (Incluído pela Lei n.º 11.907 de 2009) caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei
n.º 11.501 de 2007)
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-
graduação no Exterior, autorizado nos termos do Art. 76-A. (...)
art. 95, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo. (In-
cluído pela Lei n.º 11.907 de 2009) I - atuar como instrutor em curso de formação, de
desenvolvimento ou de treinamento regularmente
instituído no âmbito da administração pública
Afastamento  Participação em Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu no País
federal;
II - participar de banca examinadora ou de comis-
❶ Qual é o prazo? Pelo período do curso de Pós- são para exames orais, para análise curricular,
Graduação. para correção de provas discursivas, para elabora-
❷ Há restrições quanto ao servidor em estágio ção de questões de provas ou para julgamento de
probatório? Sim (art. 20 § 4º). O afastamento não recursos intentados por candidatos;
pode ser concedido.
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede
❸ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- no interesse da administração é assegurada, na
rio? Ato discricionário.
localidade da nova residência ou na mais próxima,
matrícula em instituição de ensino congênere, em
Capítulo VI - Das Concessões qualquer época, independentemente de vaga.
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se
ausentar-se do serviço: ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou entea-
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; dos do servidor que vivam na sua companhia, bem
como aos menores sob sua guarda, com autoriza-
II - pelo período comprovadamente necessário ção judicial.
para alistamento ou recadastramento eleitoral,
limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; e Capítulo VII - Do Tempo de Serviço
(Redação dada pela Lei n.º 12.998 de 2014) Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: de serviço público federal, inclusive o prestado às
Forças Armadas.
a) casamento;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 155
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita para prestar serviços a seus membros, exceto para
em dias, que serão convertidos em anos, conside- efeito de promoção por merecimento; (Redação
rado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dada pela Lei n.º 11.094 de 2005)
dias.
d) por motivo de acidente em serviço ou doença
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas profissional;
no art. 97, são considerados como de efetivo exer-
e) para capacitação, conforme dispuser o regula-
cício os afastamentos em virtude de:
mento;
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor f) por convocação para o serviço militar;
ausentar-se do serviço:
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; art. 18;
II - pelo período comprovadamente necessário para
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado,
município em razão de ter sido removido, redistri-
em qualquer caso, a 2 (dois) dias; e
buído, requisitado, cedido ou posto em exercício
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trin-
ta dias de prazo, contados da publicação do ato,
a) casamento;
para a retomada do efetivo desempenho das atri-
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma- buições do cargo, incluído nesse prazo o tempo
drasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob necessário para o deslocamento para a nova sede.
guarda ou tutela e irmãos.
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em
I - férias; licença ou afastado legalmente, o prazo a que se
refere este artigo será contado a partir do término
II - exercício de cargo em comissão ou equivalen- do impedimento.
te, em órgão ou entidade dos Poderes da União,
dos Estados, Municípios e Distrito Federal; § 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos
estabelecidos no caput.
III - exercício de cargo ou função de governo ou
administração, em qualquer parte do território X - participação em competição desportiva nacio-
nacional, por nomeação do Presidente da Repú- nal ou convocação para integrar representação
blica; desportiva nacional, no País ou no exterior, con-
IV - participação em programa de treinamento forme disposto em lei específica;
regularmente instituído, ou em programa de pós- XI - afastamento para servir em organismo inter-
graduação stricto sensu no país, conforme dispu- nacional de que o Brasil participe ou com o qual
ser o regulamento; (Redação dada pela Lei n.º coopere.
11.907 de 2009)
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de apo-
V - desempenho de mandato eletivo federal, es- sentadoria e disponibilidade:
tadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto
I - o tempo de serviço público prestado aos Esta-
para promoção por merecimento;
dos, Municípios e Distrito Federal;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal
VII - missão ou estudo no exterior, quando autori- da família do servidor, com remuneração, que ex-
zado o afastamento, conforme dispuser o regula- ceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze)
mento; meses. (Redação dada pela Lei n.º 12.269 de
VIII - licença: 2010)

a) à gestante, à adotante e à paternidade; III - a licença para atividade política, no caso do


art. 86, § 2º;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite
de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remu-
tempo de serviço público prestado à União, em neração, durante o período que mediar entre a sua
cargo de provimento efetivo; escolha em convenção partidária, como candidato
a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua can-
c) para o desempenho de mandato classista ou
didatura perante a Justiça Eleitoral. (...)
participação de gerência ou administração em so-
ciedade cooperativa constituída por servidores
156 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o Art. 107. Caberá recurso:
décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará I - do indeferimento do pedido de reconsidera-
jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo ção;
efetivo, somente pelo período de três meses.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamen-
IV - o tempo correspondente ao desempenho de te interpostos.
mandato eletivo federal, estadual, municipal ou § 1º O recurso será dirigido à autoridade imedia-
distrital, anterior ao ingresso no serviço público tamente superior à que tiver expedido o ato ou
federal; proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
V - o tempo de serviço em atividade privada, vin- ascendente, às demais autoridades.
culada à Previdência Social; § 2º O recurso será encaminhado por intermédio
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; da autoridade a que estiver imediatamente subor-
dinado o requerente.
VII - o tempo de licença para tratamento da pró-
pria saúde que exceder o prazo a que se refere a Art. 108. O prazo para interposição de pedido de
alínea "b" do inciso VIII do art. 102. reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias,
a contar da publicação ou da ciência, pelo interes-
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas sado, da decisão recorrida.
no art. 97, são considerados como de efetivo exer-
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
cício os afastamentos em virtude de: (...)
suspensivo, a juízo da autoridade competente.
VIII - licença: (...)
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de reconsideração ou do recurso, os efeitos da
de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do decisão retroagirão à data do ato impugnado.
tempo de serviço público prestado à União, em
Art. 110. O direito de requerer prescreve:
cargo de provimento efetivo;
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demis-
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado são e de cassação de aposentadoria ou disponibi-
será contado apenas para nova aposentadoria. lidade, ou que afetem interesse patrimonial e
§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço créditos resultantes das relações de trabalho;
prestado às Forças Armadas em operações de guer- II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
ra. salvo quando outro prazo for fixado em lei.
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de Parágrafo único. O prazo de prescrição será conta-
serviço prestado concomitantemente em mais de do da data da publicação do ato impugnado ou da
um cargo ou função de órgão ou entidades dos data da ciência pelo interessado, quando o ato não
Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Muni- for publicado.
cípio, autarquia, fundação pública, sociedade de
economia mista e empresa pública. Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
quando cabíveis, interrompem a prescrição.
Capítulo VIII - Do Direito de Petição
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não po-
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de re- dendo ser relevada pela administração.
querer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
ou interesse legítimo. Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
assegurada vista do processo ou documento, na
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade repartição, ao servidor ou a procurador por ele
competente para decidi-lo e encaminhado por in- constituído.
termédio daquela a que estiver imediatamente
subordinado o requerente. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autori-
dade que houver expedido o ato ou proferido a Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
primeira decisão, não podendo ser renovado. estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força
maior.
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de
reconsideração de que tratam os artigos anteriores
deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias
e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 157
Título IV - Do Regime Disciplinar Parágrafo único. A representação de que trata o
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e
Lista de Deveres - 116 apreciada pela autoridade superior àquela contra
Lista de Proibições - 117 a qual é formulada, assegurando-se ao represen-
tando ampla defesa.
Lista de Proibições - 132
Capítulo II - Das Proibições
Art. 117. Ao servidor é proibido:
Cada infração gera uma PENA I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
específica. Artigos 127 + 129 sem prévia autorização do chefe imediato;
+ 130 + 132 + 134 + 135
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto da
Cada penalidade é aplicada repartição;
através de um processo. III - recusar fé a documentos públicos;
Sindicância ou PAD Sumário IV - opor resistência injustificada ao andamento
ou PAD "Ordinário" de documento e processo ou execução de serviço;
Capítulo I - Dos Deveres V - promover manifestação de apreço ou desa-
preço no recinto da repartição;
Art. 116. São deveres do servidor:
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do dos casos previstos em lei, o desempenho de atri-
cargo; buição que seja de sua responsabilidade ou de
II - ser leal às instituições a que servir; seu subordinado;
III - observar as normas legais e regulamentares; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
filiarem-se a associação profissional ou sindical,
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
ou a partido político;
manifestamente ilegais;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou
V - atender com presteza:
função de confiança, cônjuge, companheiro ou
a) ao público em geral, prestando as informações parente até o segundo grau civil99;
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
b) à expedição de certidões requeridas para defesa ou de outrem, em detrimento da dignidade da
de direito ou esclarecimento de situações de inte- função pública;
resse pessoal;
X - participar de gerência ou administração de so-
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. ciedade privada, personificada ou não personifi-
cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada
em razão do cargo ao conhecimento da autorida-
pela Lei n.º 11.784 de 2008)
de superior ou, quando houver suspeita de envol-
vimento desta, ao conhecimento de outra autori- XI - atuar, como procurador ou intermediário, jun-
dade competente para apuração; (Redação dada to a repartições públicas, salvo quando se tratar
pela Lei n.º 12.527 de 2011) de benefícios previdenciários ou assistenciais de
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
VII - zelar pela economia do material e a conser-
companheiro;
vação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 99
Sumula Vinculante n.º 13 do STF  A nomeação de cônjuge,
IX - manter conduta compatível com a moralidade companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
administrativa; o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
X - ser assíduo e pontual ao serviço; assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
XI - tratar com urbanidade as pessoas; confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta em qualquer dos poderes da união, dos estados, do
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou distrito federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante
abuso de poder. designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

158 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XII - receber propina, comissão, presente ou van- § 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
tagem de qualquer espécie, em razão de suas empregos e funções em autarquias, fundações
atribuições; públicas, empresas públicas, sociedades de econo-
mia mista da União, do Distrito Federal, dos Esta-
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de es-
dos, dos Territórios e dos Municípios.
tado estrangeiro;
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
condicionada à comprovação da compatibilidade
XV - proceder de forma desidiosa; de horários.
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da re- § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
partição em serviços ou atividades particulares; de vencimento de cargo ou emprego público efeti-
XVII - cometer a outro servidor atribuições estra- vo com proventos da inatividade, salvo quando os
nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de cargos de que decorram essas remunerações forem
emergência e transitórias; acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei n.º
9.527 de 10/12/1997)
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam in-
compatíveis com o exercício do cargo ou função e Constituição Federal de 1988
com o horário de trabalho;
Art. 37. (...) XVI - é vedada a acumulação remune-
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais rada de cargos públicos, exceto, quando houver
quando solicitado. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de compatibilidade de horários, observado em qual-
10/12/1997) quer caso o disposto no inciso XI.
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X a) a de dois cargos de professor;
não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
n.º 11.784 de 2008) científico;
X - participar de gerência ou administração de soci- c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-
edade privada, personificada ou não personificada, fissionais de saúde, com profissões regulamenta-
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionis- das;
ta, cotista ou comanditário;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empre-
I - participação nos conselhos de administração e gos e funções e abrange autarquias, fundações,
fiscal de empresas ou entidades em que a União empresas públicas, sociedades de economia mista,
detenha, direta ou indiretamente, participação no suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
capital social ou em sociedade cooperativa consti- ou indiretamente, pelo poder público;
tuída para prestar serviços a seus membros; e (In-
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de
cluído pela Lei n.º 11.784 de 2008)
um cargo em comissão, exceto no caso previsto no
II - gozo de licença para o trato de interesses par- parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado
ticulares, na forma do art. 91, observada a legisla- pela participação em órgão de deliberação coletiva.
ção sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei
n.º 11.784 de 2008) Art. 9º (...) Parágrafo único. O servidor ocupante de
cargo em comissão ou de natureza especial poderá
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser ser nomeado para ter exercício, interinamente, em
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribui-
desde que não esteja em estágio probatório, licen- ções do que atualmente ocupa, hipótese em que
ças para o trato de assuntos particulares pelo prazo deverá optar pela remuneração de um deles duran-
de até três anos consecutivos, sem remuneração. te o período da interinidade.
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no inte- aplica à remuneração devida pela participação em
resse do serviço. conselhos de administração e fiscal das empresas
Capítulo III - Da Acumulação públicas e sociedades de economia mista, suas
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Consti- entidades sob controle direto ou indireto da União,
tuição, é vedada a acumulação remunerada de observado o que, a respeito, dispuser legislação
cargos públicos.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 159
específica. (Incluído pela Lei n.º 9.292 de Constituição Federal de 1988
12/07/1996)
Art. 37. (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito pú-
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, blico e as de direito privado prestadoras de serviços
que acumular licitamente dois cargos efetivos, públicos responderão pelos danos que seus agen-
quando investido em cargo de provimento em co- tes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
missão, ficará afastado de ambos os cargos efeti- rado o direito de regresso contra o responsável nos
vos, salvo na hipótese em que houver compatibili- casos de dolo ou culpa.
dade de horário e local com o exercício de um de-
les, declarada pelas autoridades máximas dos ór- § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
gãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela sucessores e contra eles será executada, até o limi-
Lei n.º 9.527 de 10/12/1997) te do valor da herança recebida.
Capítulo IV - Das Responsabilidades Art. 123. A responsabilidade penal abrange os
crimes e contravenções imputadas ao servidor,
Art. 121. O servidor responde civil, penal e admi-
nistrativamente pelo exercício irregular de suas nessa qualidade.
atribuições. Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
Responsabilidade Civil desempenho do cargo ou função.
Art. 37 § 6º da CF/88 + Lei n.º 8.429/1992 Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Relacionado com a reparação de danos causados à
administração ou a terceiros no exercício da função. Art. 126. A responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
Responsabilidade Penal nal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Código Penal + Legislação Correlata Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsa-
bilizado civil, penal ou administrativamente por dar
Crimes e contravenções imputadas ao servidor nesta ciência à autoridade superior ou, quando houver
qualidade (no exercício da função). suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade
competente para apuração de informação concer-
Responsabilidade Administrativa nente à prática de crimes ou improbidade de que
Lei 8.112/1990 + Legislação Correlata tenha conhecimento, ainda que em decorrência do
exercício de cargo, emprego ou função pública.
Relaciona-se com o que acontece com o cargo público (Incluído pela Lei n.º 12.527 de 18/11/2011)
no caso de infração disciplinar.
Capítulo V - Das Penalidades

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato Art. 127. São penalidades disciplinares:
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que I - advertência;
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
II - suspensão;
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causa-
do ao erário somente será liquidada na forma pre- III - demissão;
vista no art. 46, na falta de outros bens que assegu- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilida-
rem a execução do débito pela via judicial. de;

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, V - destituição de cargo em comissão;


atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previa- VI - destituição de função comissionada.
mente comunicadas ao servidor ativo, aposentado
ou ao pensionista, para pagamento, no prazo má- Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consi-
ximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pe- deradas a natureza e a gravidade da infração come-
dido do interessado. (...) tida, os danos que dela provierem para o serviço
público, as circunstâncias agravantes ou atenuan-
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, res- tes e os antecedentes funcionais.
ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.

160 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade III - recusar fé a documentos públicos;
mencionará sempre o fundamento legal e a causa
IV - opor resistência injustificada ao andamento de
da sanção disciplinar. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de
documento e processo ou execução de serviço;
10/12/1997)
V - promover manifestação de apreço ou desapreço
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito,
no recinto da repartição;
nos casos de violação de proibição constante do
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora
dever funcional previsto em lei, regulamentação ou dos casos previstos em lei, o desempenho de atri-
norma interna, que não justifique imposição de buição que seja de sua responsabilidade ou de seu
penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei n.º subordinado;
9.527 de 10/12/1997) VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
Art. 116. São deveres do servidor: filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou
a partido político;
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
cargo; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou
função de confiança, cônjuge, companheiro ou
II - ser leal às instituições a que servir; parente até o segundo grau civil; (...)
III - observar as normas legais e regulamentares; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando quando solicitado.
manifestamente ilegais; Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
V - atender com presteza: reincidência das faltas punidas com advertência e
de violação das demais proibições que não tipifi-
a) ao público em geral, prestando as informações
quem infração sujeita a penalidade de demissão,
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
b) à expedição de certidões requeridas para defesa
de direito ou esclarecimento de situações de inte- Comentário  Infrações que não ensejam Adver-
resse pessoal; tência ou Demissão:

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. Art. 117. Ao servidor é proibido: (...)

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em XVII - cometer a outro servidor atribuições estra-
razão do cargo ao conhecimento da autoridade nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
superior ou, quando houver suspeita de envolvi- emergência e transitórias;
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam in-
competente para apuração; compatíveis com o exercício do cargo ou função e
VII - zelar pela economia do material e a conserva- com o horário de trabalho;
ção do patrimônio público;
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quin-
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; ze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-
IX - manter conduta compatível com a moralidade se a ser submetido a inspeção médica determinada
administrativa; pela autoridade competente, cessando os efeitos
da penalidade uma vez cumprida a determinação.
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a
XI - tratar com urbanidade as pessoas; penalidade de suspensão poderá ser convertida em
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por
abuso de poder. dia de vencimento ou remuneração, ficando o ser-
vidor obrigado a permanecer em serviço.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
Resumindo  São 4 casos de suspensão:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
sem prévia autorização do chefe imediato; ❶ De reincidência das faltas punidas com advertên-
cia.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
❷ Cometer a outro servidor atribuições estranhas
competente, qualquer documento ou objeto da
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emer-
repartição; gência e transitórias.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 161
❸ Exercer quaisquer atividades que sejam incom- XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o a repartições públicas, salvo quando se tratar de
horário de trabalho. benefícios previdenciários ou assistenciais de pa-
rentes até o segundo grau, e de cônjuge ou compa-
❹ O servidor que, injustificadamente, recusar-se a
ser submetido a inspeção médica. nheiro;
XII - receber propina, comissão, presente ou vanta-
Art. 131. As penalidades de advertência e de sus- gem de qualquer espécie, em razão de suas atribui-
pensão terão seus registros cancelados, após o ções;
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de es-
exercício, respectivamente, se o servidor não hou- tado estrangeiro;
ver, nesse período, praticado nova infração disci-
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
plinar.
XV - proceder de forma desidiosa;
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade
não surtirá efeitos retroativos. XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da re-
partição em serviços ou atividades particulares;
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes
casos: Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumula-
I - crime contra a administração pública; ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas,
a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o
II - abandono de cargo; servidor, por intermédio de sua chefia imediata,
III - inassiduidade habitual; para apresentar opção no prazo improrrogável de
dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese
IV - improbidade administrativa;
de omissão, adotará procedimento sumário para a
V - incontinência pública e conduta escandalosa, sua apuração e regularização imediata, cujo pro-
na repartição; cesso administrativo disciplinar se desenvolverá
VI - insubordinação grave em serviço; nas seguintes fases: (Redação dada pela Lei n.º
9.527 de 10/12/1997)
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a par-
ticular, salvo em legítima defesa própria ou de ou- Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregula-
trem; ridade no serviço público é obrigada a promover a
sua apuração imediata, mediante sindicância ou
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
processo administrativo disciplinar, assegurada ao
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em acusado ampla defesa. (...)
razão do cargo;
I - instauração, com a publicação do ato que cons-
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa- tituir a comissão, a ser composta por dois servido-
trimônio nacional; res estáveis, e simultaneamente indicar a autoria
XI - corrupção; e a materialidade da transgressão objeto da apu-
ração; (Incluído pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou
funções públicas; II - instrução sumária, que compreende indicia-
ção, defesa e relatório; (Incluído pela Lei n.º 9.527
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
de 10/12/1997)
Art. 117. Ao servidor é proibido: III - julgamento. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de
(...) 10/12/1997)

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I
ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun- dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a
ção pública; materialidade pela descrição dos cargos, empregos
ou funções públicas em situação de acumulação
X - participar de gerência ou administração de soci- ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das
edade privada, personificada ou não personificada, datas de ingresso, do horário de trabalho e do cor-
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionis- respondente regime jurídico. (Redação dada pela
ta, cotista ou comanditário; Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)

162 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publi- § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a
cação do ato que a constituiu, termo de indiciação má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição
em que serão transcritas as informações de que ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade
trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a em relação aos cargos, empregos ou funções públi-
citação pessoal do servidor indiciado, ou por inter- cas em regime de acumulação ilegal, hipótese em
médio de sua chefia imediata, para, no prazo de que os órgãos ou entidades de vinculação serão
cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando- comunicados. (Incluído pela Lei n.º 9.527/1997)
se-lhe vista do processo na repartição, observado o
§ 7º O prazo para a conclusão do processo adminis-
disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela
trativo disciplinar submetido ao rito sumário não
Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
excederá trinta dias, contados da data de publica-
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e ção do ato que constituir a comissão, admitida a
não sabido, será citado por edital, publicado no sua prorrogação por até quinze dias, quando as
Diário Oficial da União e em jornal de grande circu- circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei n.º
lação na localidade do último domicílio conhecido, 9.527 de 10/12/1997)
para apresentar defesa. § 8º O procedimento sumário rege-se pelas dispo-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo sições deste artigo, observando-se, no que lhe for
para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da aplicável, subsidiariamente, as disposições dos
última publicação do edital. Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei n.º 9.527
de 10/12/1997)
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
regularmente citado, não apresentar defesa no Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a dis-
prazo legal. ponibilidade do inativo que houver praticado, na
atividade, falta punível com a demissão.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos
do processo e devolverá o prazo para a defesa. Art. 135. A destituição de cargo em comissão exer-
cido por não ocupante de cargo efetivo será aplica-
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade da nos casos de infração sujeita às penalidades de
instauradora do processo designará um servidor suspensão e de demissão.
como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter Parágrafo único. Constatada a hipótese de que
nível de escolaridade igual ou superior ao do indici- trata este artigo, a exoneração efetuada nos ter-
ado. mos do art. 35 será convertida em destituição de
cargo em comissão.
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará
relatório conclusivo quanto à inocência ou à res- Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a
ponsabilidade do servidor, em que resumirá as dispensa de função de confiança dar-se-á:
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude I - a juízo da autoridade competente;
da acumulação em exame, indicará o respectivo
dispositivo legal e remeterá o processo à autorida- II - a pedido do próprio servidor.
de instauradora, para julgamento. Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em
§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebi- comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
mento do processo, a autoridade julgadora proferi- art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o
rá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
disposto no § 3º do art. 167. (Incluído pela Lei n.º penal cabível.
9.527 de 10/12/1997)
IV - improbidade administrativa;
Art. 167. (...) § 3º Se a penalidade prevista for a VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
demissão ou cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade, o julgamento caberá às autoridades de X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa-
que trata o inciso I do art. 141. trimônio nacional;
XI - corrupção;
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de pra-
zo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em
que se converterá automaticamente em pedido de
exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei n.º
9.527 de 10/12/1997)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 163
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumula-
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas,
XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investi- a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o
dura em cargo público federal, pelo prazo de 5 servidor, por intermédio de sua chefia imediata,
(cinco) anos. para apresentar opção no prazo improrrogável de
dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese
Art. 117. Ao servidor é proibido: (...)
de omissão, adotará procedimento sumário para a
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal sua apuração e regularização imediata, cujo pro-
ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun- cesso administrativo disciplinar se desenvolverá nas
ção pública; seguintes fases: (...)
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluí-
a repartições públicas, salvo quando se tratar de do pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
benefícios previdenciários ou assistenciais de pa-
rentes até o segundo grau, e de cônjuge ou compa- a) na hipótese de abandono de cargo, pela indi-
nheiro; cação precisa do período de ausência intencio-
nal do servidor ao serviço superior a trinta dias;
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço (Incluído pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
público federal o servidor que for demitido ou des-
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indi-
tituído do cargo em comissão por infringência do
cação dos dias de falta ao serviço sem causa jus-
art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
tificada, por período igual ou superior a sessen-
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes ta dias interpoladamente, durante o período de
casos: doze meses;

I - crime contra a administração pública; II - após a apresentação da defesa a comissão


elaborará relatório conclusivo quanto à inocência
IV - improbidade administrativa; ou à responsabilidade do servidor, em que resu-
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; mirá as peças principais dos autos, indicará o res-
pectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa-
abandono de cargo, sobre a intencionalidade da
trimônio nacional;
ausência ao serviço superior a trinta dias e reme-
XI - corrupção; terá o processo à autoridade instauradora para
julgamento. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de
Curiosidade  A doutrina moderna conceitua os casos
10/12/1997)
de demissão ou destituição do cargo em comissão Art. 141. As penalidades disciplinares serão apli-
que não permitem o retorno à administração como cadas:
sendo casos de “demissão a bem do serviço público”.
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Fe-
intencional do servidor ao serviço por mais de trin- derais e pelo Procurador-Geral da República,
ta dias consecutivos. quando se tratar de demissão e cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade de servidor vincu-
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a lado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
dias, interpoladamente, durante o período de doze II - pelas autoridades administrativas de hierar-
meses. quia imediatamente inferior àquelas mencionadas
no inciso anterior quando se tratar de suspensão
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou superior a 30 (trinta) dias;
inassiduidade habitual, também será adotado o
procedimento sumário a que se refere o art. 133, III - pelo chefe da repartição e outras autoridades
observando-se especialmente que: (Redação dada na forma dos respectivos regimentos ou regula-
pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997) mentos, nos casos de advertência ou de suspen-
são de até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
quando se tratar de destituição de cargo em co-
missão.

164 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:  Investigativa: Tem por objeto investigar infrações
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis cuja penalidade só pode ser aplicada através de pro-
cesso administrativo disciplinar (suspensão de mais
com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou
ponibilidade e destituição de cargo em comissão; de disponibilidade e destituição do cargo em comis-
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; são). Não é um procedimento prévio obrigatório,
apenas sendo realizado quando houver necessidade
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á ad- de melhor apuração antes do processo. Resultará da
vertência. determinação de abertura (ou não) de processo ad-
ministrativo disciplinar e não poderá resultar de pu-
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data
nição.
em que o fato se tornou conhecido.
 Acusatória: É a sindicância no formato de um pro-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal cesso, em que ao final resultará na aplicação da pe-
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas nalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias.
também como crime. É punitiva e contraditória (respeito ao artigo 5º inciso
LV da Constituição Federal - garantia da ampla defesa
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de
e do contraditório).
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
decisão final proferida por autoridade competente.
§ 1º (Revogado pela Lei n.º 11.204 de 2005)
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo
começará a correr a partir do dia em que cessar a § 2º (Revogado pela Lei n.º 11.204 de 2005)
interrupção. § 3º A apuração de que trata o caput, por solicita-
Título V - Do Processo Administrativo Disciplinar ção da autoridade a que se refere, poderá ser pro-
movida por autoridade de órgão ou entidade diver-
Capítulo I - Disposições Gerais so daquele em que tenha ocorrido a irregularidade,
mediante competência específica para tal finalida-
P.A.D. P.A.D. de, delegada em caráter permanente ou temporá-
Sindicância
Sumário “Ordinário” rio pelo Presidente da República, pelos presidentes
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Fe-
Art. 143 a 146 Art. 133 e 140 Art. 148 a 173
derais e pelo Procurador-Geral da República, no
Penalidades Penalidades Penalidades âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade,
 Advertência  Demissão por  Suspensão de preservadas as competências para o julgamento
 Suspensão de abandono de mais de 30 dias que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei n.º
até 30 dias cargo, inassi-  Demissão (ou- 9.527 de 10/12/1997)
duidade habitu- tros casos)
al e acumulação Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão
 Cassação de objeto de apuração, desde que contenham a iden-
ilegal de cargos,
Aposentadoria ou tificação e o endereço do denunciante e sejam
empregos e
Disponibilidade
funções públi- formuladas por escrito, confirmada a autenticida-
cas.  Destituição do de.
cargo em comis-
são Parágrafo único. Quando o fato narrado não confi-
gurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregula- denúncia será arquivada, por falta de objeto.
ridade no serviço público é obrigada a promover a Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
sua apuração imediata, mediante sindicância ou
processo administrativo disciplinar, assegurada ao I - arquivamento do processo;
acusado ampla defesa. II - aplicação de penalidade de advertência ou
suspensão de até 30 (trinta) dias;
Tipos de Sindicância
III - instauração de processo disciplinar.
 Patrimonial: Tem por objeto investigar infrações Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindi-
que envolvem o patrimônio público. Resultará da
cância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser
determinação de abertura (ou não) de processo ad-
prorrogado por igual período, a critério da autori-
ministrativo disciplinar. A doutrina defende que deve
ser sigilosa, sem aplicabilidade do princípio do con- dade superior.
traditório e não poderá resultar de punição.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 165
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servi- Art. 143. § 3º A apuração de que trata o caput, por
dor ensejar a imposição de penalidade de suspen- solicitação da autoridade a que se refere, poderá
são por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cas- ser promovida por autoridade de órgão ou entidade
sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou des- diverso daquele em que tenha ocorrido a irregulari-
tituição de cargo em comissão, será obrigatória a dade, mediante competência específica para tal
instauração de processo disciplinar. finalidade, delegada em caráter permanente ou
temporário pelo Presidente da República, pelos
(ESAF/2008 - Analista de Finanças e Controle - Cor- presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
reição) Em relação às espécies de sindicância: inves- Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Re-
tigativa, patrimonial e acusatória, é incorreto afir-
pública, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou
mar que:
entidade, preservadas as competências para o jul-
a) A sindicância acusatória exige como requisito obe- gamento que se seguir à apuração.
diência à ampla defesa e ao contraditório, podendo
resultar na aplicação de penalidade. § 1º A Comissão terá como secretário servidor de-
b) A sindicância patrimonial é sigilosa, não contradi- signado pelo seu presidente, podendo a indicação
tória, e não punitiva. recair em um de seus membros.
c) A sindicância patrimonial pode ser instaurada pela § 2º Não poderá participar de comissão de sindi-
Controladoria-Geral da União ou por autoridade cância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou
competente nos órgãos ou entidades. parente do acusado, consangüíneo ou afim, em
d) A sindicância acusatória não pode ser conduzida linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
por sindicante único, exigindo composição colegia- Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com
da. independência e imparcialidade, assegurado o sigi-
e) A sindicância patrimonial é pré-requisito para a lo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
instauração de processo administrativo disciplinar interesse da administração.
por valimento do cargo e improbidade administrati-
va. Parágrafo único. As reuniões e as audiências das
comissões terão caráter reservado.
Capítulo II - Do Afastamento Preventivo Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas
seguintes fases:
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o
servidor não venha a influir na apuração da irregu-
P.A.D. Sumário P.A.D. “Ordinário”
laridade, a autoridade instauradora do processo
disciplinar poderá determinar o seu afastamento Art. 133 Art. 151
do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (ses-
senta) dias, sem prejuízo da remuneração. ❶ Instauração ❶ Instauração
❷ Instrução Sumária ❷ Inquérito Administrativo
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorro-
gado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus a) Indiciação a) Instrução
efeitos, ainda que não concluído o processo. b) Defesa b) Defesa
Capítulo III - Do Processo Disciplinar c) Relatório c) Relatório

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento ❸ Julgamento ❸ Julgamento


destinado a apurar responsabilidade de servidor
por infração praticada no exercício de suas atribui- I - instauração, com a publicação do ato que cons-
ções, ou que tenha relação com as atribuições do tituir a comissão;
cargo em que se encontre investido. II - inquérito administrativo, que compreende ins-
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por trução, defesa e relatório;
comissão composta de três servidores estáveis III - julgamento.
designados pela autoridade competente, observa-
do o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, Art. 152. O prazo para a conclusão do processo
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocu- disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, conta-
pante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, dos da data de publicação do ato que constituir a
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do comissão, admitida a sua prorrogação por igual
indiciado. (Redação dada pela Lei n.º 9.527 de prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
10/12/1997)

166 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará Seção I - Do Inquérito
tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao
membros dispensados do ponto, até a entrega do
princípio do contraditório, assegurada ao acusado
relatório final.
ampla defesa, com a utilização dos meios e recur-
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em sos admitidos em direito.
atas que deverão detalhar as deliberações adota-
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o pro-
das.
cesso disciplinar, como peça informativa da instru-
ção.
Comentário  Segue abaixo um dos julgados em que
o Supremo Tribunal Federal adotou a orientação de Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sin-
que o prazo para encerramento do PAD seria de 140 dicância concluir que a infração está capitulada
dias, ou seja, até 60 dias com possibilidade de pror- como ilícito penal, a autoridade competente enca-
rogação por mais até 60 dias até a entrega do relató- minhará cópia dos autos ao Ministério Público,
rio, além dos 20 dias que a autoridade tem para jul- independentemente da imediata instauração do
gar a causa: processo disciplinar.
“A interrupção prevista no § 3º do artigo 142 da Lei
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promo-
n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, cessa uma vez
ultrapassado o período de 140 dias alusivo à conclu-
verá a tomada de depoimentos, acareações, inves-
são do processo disciplinar e à imposição de pena - tigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta
artigos 152 e 167 da referida Lei - voltando a ter cur- de prova, recorrendo, quando necessário, a técni-
so, na integralidade, o prazo prescricional”. (Prece- cos e peritos, de modo a permitir a completa eluci-
dente: Mandado de Segurança n.º 22.728-1/PR - dação dos fatos.
Pleno - Relator Ministro Moreira Alves, acórdão pu-
blicado no Diário da Justiça de 13 de novembro de
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
1998) acompanhar o processo pessoalmente ou por in-
termédio de procurador, arrolar e reinquirir teste-
(CESPE/2008 - Oficial de Inteligência da ABIN) Clau- munhas, produzir provas e contraprovas e formular
dius, servidor público federal, foi acusado de ter quesitos, quando se tratar de prova pericial.
praticado ato considerado infração administrativa § 1º O presidente da comissão poderá denegar
cuja sanção prevista é a demissão do serviço público. pedidos considerados impertinentes, meramente
Além disso, esse ato é também capitulado como
protelatórios, ou de nenhum interesse para o es-
crime, cuja pena é de 6 meses a 2 anos de detenção.
A administração pública teve ciência da prática desse clarecimento dos fatos.
ato por meio de denúncia anônima. Imediatamente § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial,
após essa denúncia, foi aberta sindicância investigati- quando a comprovação do fato independer de co-
va sigilosa, em 12/4/2004, a qual acabou por de- nhecimento especial de perito.
monstrar a materialidade do fato e os indícios de
participação de Claudius no evento. Em 4/3/2005, Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor
publicou-se a portaria instaurando-se o processo mediante mandado expedido pelo presidente da
administrativo disciplinar, com prazo de conclusão de comissão, devendo a segunda via, com o ciente do
60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, o que acabou interessado, ser anexado aos autos.
acontecendo. Claudius se negou a participar da ins-
trução, sendo nomeado defensor dativo. Somente Parágrafo único. Se a testemunha for servidor pú-
em 30/7/2007, foi publicada a portaria de demissão blico, a expedição do mandado será imediatamente
de Claudius, fundada nas provas produzidas no pro- comunicada ao chefe da repartição onde serve,
cesso administrativo disciplinar. Paralelamente, Clau- com a indicação do dia e hora marcados para inqui-
dius respondeu a ação penal, tendo sido condenado à rição.
pena de reclusão de 6 meses, que foi substituída por
uma pena restritiva de direito. Com referência a essa Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e
situação hipotética e ao regime disciplinar dos servi- reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
dores públicos, julgue os itens subsequentes. trazê-lo por escrito.
25. Na hipótese em apreço, o prazo prescricional § 1º As testemunhas serão inquiridas separada-
voltou a correr por inteiro depois de 140 dias a con- mente.
tar de 04/03/2005. (correto)
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou
que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre
os depoentes.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 167
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo
comissão promoverá o interrogatório do acusado, para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da
observados os procedimentos previstos nos arts. última publicação do edital.
157 e 158.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um de- regularmente citado, não apresentar defesa no
les será ouvido separadamente, e sempre que di- prazo legal.
vergirem em suas declarações sobre fatos ou cir-
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos
cunstâncias, será promovida a acareação entre
do processo e devolverá o prazo para a defesa.
eles.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao
instauradora do processo designará um servidor
interrogatório, bem como à inquirição das teste-
como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
munhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter
e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las,
nível de escolaridade igual ou superior ao do indici-
por intermédio do presidente da comissão.
ado. (Redação dada pela Lei n.º 9.527 de
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade 10/12/1997)
mental do acusado, a comissão proporá à autori-
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
dade competente que ele seja submetido a exame
relatório minucioso, onde resumirá as peças princi-
por junta médica oficial, da qual participe pelo me-
pais dos autos e mencionará as provas em que se
nos um médico psiquiatra.
baseou para formar a sua convicção.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à
será processado em auto apartado e apenso ao
inocência ou à responsabilidade do servidor.
processo principal, após a expedição do laudo peri-
cial. § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
comissão indicará o dispositivo legal ou regulamen-
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será for-
tar transgredido, bem como as circunstâncias agra-
mulada a indiciação do servidor, com a especifica-
vantes ou atenuantes.
ção dos fatos a ele imputados e das respectivas
provas. Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da
comissão, será remetido à autoridade que deter-
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido
minou a sua instauração, para julgamento.
pelo presidente da comissão para apresentar defe-
sa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando- Seção II - Do Julgamento
se-lhe vista do processo na repartição. Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será recebimento do processo, a autoridade julgadora
comum e de 20 (vinte) dias. proferirá a sua decisão.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. da autoridade instauradora do processo, este será
encaminhado à autoridade competente, que deci-
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ci-
dirá em igual prazo.
ente na cópia da citação, o prazo para defesa con-
tar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade
membro da comissão que fez a citação, com a assi- de sanções, o julgamento caberá à autoridade
natura de (2) duas testemunhas. competente para a imposição da pena mais grave.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde po- cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o
derá ser encontrado. julgamento caberá às autoridades de que trata o
inciso I do art. 141.
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e
não sabido, será citado por edital, publicado no Art. 141. (...) I - pelo Presidente da República, pelos
Diário Oficial da União e em jornal de grande circu- Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
lação na localidade do último domicílio conhecido, Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Re-
para apresentar defesa. pública, quando se tratar de demissão e cassação
de aposentadoria ou disponibilidade de servidor
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

168 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do I - quando não satisfeitas as condições do estágio
servidor, a autoridade instauradora do processo probatório;
determinará o seu arquivamento, salvo se flagran-
temente contrária à prova dos autos. (Incluído pela Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
Lei n.º 9.527 de 10/12/1997) I - ao servidor convocado para prestar depoimen-
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da co- to fora da sede de sua repartição, na condição de
missão, salvo quando contrário às provas dos au- testemunha, denunciado ou indiciado;
tos. II - aos membros da comissão e ao secretário,
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão quando obrigados a se deslocarem da sede dos
contrariar as provas dos autos, a autoridade julga- trabalhos para a realização de missão essencial ao
dora poderá, motivadamente, agravar a penalidade esclarecimento dos fatos.
proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de res- Seção III - Da Revisão do Processo
ponsabilidade.
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto,
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
a autoridade que determinou a instauração do aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
processo ou outra de hierarquia superior declarará de justificar a inocência do punido ou a inadequa-
a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no ção da penalidade aplicada.
mesmo ato, a constituição de outra comissão para
instauração de novo processo. (Redação dada pela § 1º Em caso de falecimento, ausência ou desapa-
Lei n.º 9.527 de 10/12/1997) recimento do servidor, qualquer pessoa da família
poderá requerer a revisão do processo.
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica
nulidade do processo. § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a
revisão será requerida pelo respectivo curador.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à pres-
crição de que trata o art. 142, § 2º, será responsa- Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova
bilizada na forma do Capítulo IV do Título IV. cabe ao requerente.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penali-
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: (...) dade não constitui fundamento para a revisão, que
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal requer elementos novos, ainda não apreciados no
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas processo originário.
também como crime. Art. 177. O requerimento de revisão do processo
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade
autoridade julgadora determinará o registro do equivalente, que, se autorizar a revisão, encami-
fato nos assentamentos individuais do servidor. nhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
onde se originou o processo disciplinar.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada co-
mo crime, o processo disciplinar será remetido ao Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade
Ministério Público para instauração da ação penal, competente providenciará a constituição de comis-
ficando trasladado na repartição. são, na forma do art. 149.

Art. 172. O servidor que responder a processo dis- Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por
ciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou apo- comissão composta de três servidores estáveis de-
sentado voluntariamente, após a conclusão do signados pela autoridade competente, observado o
processo e o cumprimento da penalidade, acaso disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre
aplicada. eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que
nível de escolaridade igual ou superior ao do indici-
trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato
ado.
será convertido em demissão, se for o caso.
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor de-
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a signado pelo seu presidente, podendo a indicação
pedido do servidor, ou de ofício. recair em um de seus membros.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 169
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindi- § 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo
cância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para
parente do acusado, consanguíneo ou afim, em servir em organismo oficial internacional do qual o
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere,
ainda que contribua para regime de previdência
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com
originário. o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
Público enquanto durar o afastamento ou a licença,
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente
não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
pedirá dia e hora para a produção de provas e in-
mencionado regime de previdência. (Incluído pela
quirição das testemunhas que arrolar.
Lei n.º 10.667 de 14/05/2003)
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta)
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou
dias para a conclusão dos trabalhos.
afastado sem remuneração a manutenção da vin-
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão culação ao regime do Plano de Seguridade Social
revisora, no que couber, as normas e procedimen- do Servidor Público, mediante o recolhimento
tos próprios da comissão do processo disciplinar. mensal da respectiva contribuição, no mesmo per-
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que centual devido pelos servidores em atividade, inci-
aplicou a penalidade, nos termos do art. 141. dente sobre a remuneração total do cargo a que
faz jus no exercício de suas atribuições, computan-
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplica- do-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pes-
das: (...) soais. (Incluído pela Lei n.º 10.667 de 14/05/2003)
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de
efetuado até o segundo dia útil após a data do
20 (vinte) dias, contados do recebimento do pro-
pagamento das remunerações dos servidores pú-
cesso, no curso do qual a autoridade julgadora
blicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança
poderá determinar diligências.
e execução dos tributos federais quando não reco-
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será decla- lhidas na data de vencimento. (Incluído pela Lei n.º
rada sem efeito a penalidade aplicada, restabele- 10.667 de 14/05/2003)
cendo-se todos os direitos do servidor, exceto em
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar
relação à destituição do cargo em comissão, que
cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor
será convertida em exoneração.
e sua família, e compreende um conjunto de bene-
Parágrafo único. Da revisão do processo não pode- fícios e ações que atendam às seguintes finalida-
rá resultar agravamento de penalidade. des:
Título VI - Da Seguridade Social do Servidor I - garantir meios de subsistência nos eventos de
Capítulo I - Disposições Gerais doença, invalidez, velhice, acidente em serviço,
inatividade, falecimento e reclusão;
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade
Social para o servidor e sua família. II - proteção à maternidade, à adoção e à paterni-
dade;
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão
que não seja, simultaneamente, ocupante de cargo III - assistência à saúde.
ou emprego efetivo na administração pública dire- Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos
ta, autárquica e fundacional não terá direito aos nos termos e condições definidos em regulamento,
benefícios do Plano de Seguridade Social, com ex- observadas as disposições desta Lei.
ceção da assistência à saúde. (Redação dada pela
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
Lei n.º 10.667 de 14/05/2003)
Social do servidor compreendem:
Constituição Federal de 1988 I - quanto ao servidor:
Art. 40. (...) § 13. Ao servidor ocupante, exclusiva- a) aposentadoria;
mente, de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração bem como de outro b) auxílio-natalidade;
cargo temporário ou de emprego público, aplica-se c) salário-família;
o regime geral de previdência social.

170 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
d) licença para tratamento de saúde;
❷ Regime Próprio de Previdência (ou Regime Especi-
e) licença à gestante, à adotante e licença- al)  Regime previsto na Constituição Federal, de ade-
paternidade; são obrigatória, exclusivo para todos os servidores
civis de cargo efetivo (concursados), seja da União, dos
f) licença por acidente em serviço; estados, do Distrito Federal ou dos municípios (artigo
g) assistência à saúde; 40) e também para todos os servidores militares, seja
da União, dos estados ou do Distrito Federal (artigos 42
h) garantia de condições individuais e ambien- e 142).
tais de trabalho satisfatórias;
II - quanto ao dependente: ❸ Regime Geral da Previdência Social  Regime pre-
visto na Constituição Federal (artigo 201) e de adesão
a) pensão vitalícia e temporária; obrigatória para todos os trabalhadores que não estão
inclusos no regime próprio de previdência (seja dos
b) auxílio-funeral;
civis ou dos militares). Todos aqueles que desenvolvem
c) auxílio-reclusão; atividade laboral - e não são servidores civis de cargo
efetivo ou servidores militares - automaticamente
d) assistência à saúde. serão segurados obrigatórios do regime geral (RGPS),
§ 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas atualmente gerenciado pelo INSS. Isso engloba os em-
e mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se pregados públicos, os servidores civis que só tem cargo
comissionado, os políticos, os detentores de função
encontram vinculados os servidores, observado o
pública sem concurso (como ministros e secretários),
disposto nos arts. 189 e 224.
os temporários e terceirizados que atuam no governo e
todos que tem atividade na iniciativa privada, mesmo
Art. 189. O provento da aposentadoria será calcu-
sem vínculo empregatício.
lado com observância do disposto no § 3º do art.
41100, e revisto na mesma data e proporção, sempre
que se modificar a remuneração dos servidores em Art. 186. O servidor será aposentado:
atividade. I - por invalidez permanente, sendo os proventos
integrais quando decorrente de acidente em ser-
Art. 224. As pensões serão automaticamente atua- viço, moléstia profissional ou doença grave, con-
lizadas na mesma data e na mesma proporção dos tagiosa ou incurável, especificada em lei, e pro-
reajustes dos vencimentos dos servidores, aplican- porcionais nos demais casos;
do-se o disposto no parágrafo único do art. 189.
Constituição Federal de 1988
§ 2º O recebimento indevido de benefícios havidos
por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao Art. 40. (...)
erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal § 1º (...) I - por invalidez permanente, sendo os
cabível. proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
Capítulo II - Dos Benefícios exceto se decorrente de acidente em serviço, mo-
léstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
Seção I - Da Aposentadoria incurável, na forma da lei; (Redação dada pela
Sistemas de Previdência do Brasil Emenda Constitucional n.º 41 de 2003)

II - compulsoriamente, aos setenta anos de ida-


❶ Previdência Complementar  Embora esteja pre-
de, com proventos proporcionais ao tempo de
vista no artigo 202 da Constituição Federal e haja regu-
lamentação através de Lei Complementar, este regime serviço;
não substitui os regimes que são obrigatórios, apenas
os complementam e são de adesão facultativa, mesmo
Constituição Federal de 1988
que oferecido pela empresa em que a pessoa trabalha, Art. 40. (...) II - compulsoriamente, com proventos
como os empregados do Banco de Brasil, por exemplo, proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
que tem a Previ a sua disposição. Qualquer pessoa (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cin-
pode adquirir um plano de previdência complementar
co) anos de idade, na forma de lei complementar;
com um corretor de seguros ou uma instituição bancá-
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 88
ria, mas não se pode deixar de recolher a contribuição
previdenciária que é de um dos regimes obrigatórios. de 2015)

100
Art. 41. (...) § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens de caráter permanente, é irredutível.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 171
III - voluntariamente: teses previstas no art. 71101, a aposentadoria de
que trata o inciso III, "a" e "c", observará o disposto
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se ho-
em lei específica.
mem, e aos 30 (trinta) se mulher, com proventos
integrais; Constituição Federal de 1988
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em fun- Art. 40. (...) § 4º É vedada a adoção de requisitos e
ções de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) critérios diferenciados para a concessão de aposen-
se professora, com proventos integrais; tadoria aos abrangidos pelo regime de que trata
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos este artigo, ressalvados, nos termos definidos em
25 (vinte e cinco) se mulher, com proventos pro- leis complementares, os casos de servidores:
porcionais a esse tempo; I - portadores de deficiência;
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se ho- II - que exerçam atividades de risco;
mem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com proven-
tos proporcionais ao tempo de serviço. III - cujas atividades sejam exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
Constituição Federal de 1988 física.
Art. 40. (...) § 3º Na hipótese do inciso I o servidor será subme-
§ 1º (...) III - voluntariamente, desde que cumprido tido à junta médica oficial, que atestará a invalidez
tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no quando caracterizada a incapacidade para o de-
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em sempenho das atribuições do cargo ou a impossibi-
que se dará a aposentadoria, observadas as seguin- lidade de se aplicar o disposto no art. 24.
tes condições:
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contri- em cargo de atribuições e responsabilidades com-
buição, se homem, e cinquenta e cinco anos de patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
idade e trinta de contribuição, se mulher; capacidade física ou mental verificada em inspeção
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e médica.
sessenta anos de idade, se mulher, com proventos § 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o
proporcionais ao tempo de contribuição. readaptando será aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de
Prazos Homem Mulher atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos
Aposentadoria 60 anos de 55 anos de e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o ser-
“por tempo de idade + 35 anos idade + 30 anos
vidor exercerá suas atribuições como excedente,
contribuição”. de contribuição de contribuição
até a ocorrência de vaga.
Aposentadoria 65 anos de 60 anos de Art. 187. A aposentadoria compulsória será auto-
“por idade”. idade idade
mática, e declarada por ato, com vigência a partir
do dia imediato àquele em que o servidor atingir a
§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas idade-limite de permanência no serviço ativo.
ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste arti-
go, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invali-
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao dez vigorará a partir da data da publicação do res-
ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia pectivo ato.
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e § 1º A aposentadoria por invalidez será precedida
incapacitante, espondiloartrose anquilosante, ne- de licença para tratamento de saúde, por período
fropatia grave, estados avançados do mal de Paget não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.
(osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiên-
cia Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com
base na medicina especializada.
§ 2º Nos casos de exercício de atividades conside- 101
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-
radas insalubres ou perigosas, bem como nas hipó- dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
fixados em regulamento.

172 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Expirado o período de licença e não estando § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios
em condições de reassumir o cargo ou de ser rea- para preservar-lhes, em caráter permanente, o
daptado, o servidor será aposentado. valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o tér- Art. 190. O servidor aposentado com provento
mino da licença e a publicação do ato da aposenta- proporcional ao tempo de serviço, se acometido de
doria será considerado como de prorrogação da qualquer das moléstias especificadas no § 1º do
licença. art. 186, e por este motivo for considerado inválido
§ 4º Para os fins do disposto no § 1º, serão consi- por junta médica oficial, passará a perceber pro-
deradas apenas as licenças motivadas pela enfer- vento integral, calculado com base no fundamento
midade ensejadora da invalidez ou doenças corre- legal de concessão da aposentadoria. (Redação
lacionadas. (Incluído pela Lei n.º 11.907/2009) dada pela Lei n.º 11.907/2009)
§ 5º A critério da Administração, o servidor em Art. 186. (...) § 1º Consideram-se doenças graves,
licença para tratamento de saúde ou aposentado contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I
por invalidez poderá ser convocado a qualquer deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental,
momento, para avaliação das condições que ense- esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira
jaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído posterior ao ingresso no serviço público, hansenía-
pela Lei n.º 11.907/2009) se, cardiopatia grave, doença de Parkinson, parali-
Art. 189. O provento da aposentadoria será calcu- sia irreversível e incapacitante, espondiloartrose
lado com observância do disposto no § 3º do art. anquilosante, nefropatia grave, estados avançados
41102, e revisto na mesma data e proporção, sem- do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de
pre que se modificar a remuneração dos servidores Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a
em atividade. lei indicar, com base na medicina especializada.

Constituição Federal de 1988 Art. 191. Quando proporcional ao tempo de servi-


ço, o provento não será inferior a 1/3 (um terço)
Art. 40. (...) da remuneração da atividade.
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, Art. 192. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder 10/12/1997)
a remuneração do respectivo servidor, no cargo
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que ser- Art. 193. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de
viu de referência para a concessão da pensão. 10/12/1997)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentado- Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a grati-
ria, por ocasião da sua concessão, serão considera- ficação natalina, até o dia vinte do mês de dezem-
das as remunerações utilizadas como base para as bro, em valor equivalente ao respectivo provento,
contribuições do servidor aos regimes de previdên- deduzido o adiantamento recebido.
cia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamen-
da lei. te participado de operações bélicas, durante a
§ 17. Todos os valores de remuneração considera- Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei n.º
dos para o cálculo do benefício previsto no § 3º 5.315, de 12 de setembro de 1967103, será concedi-
serão devidamente atualizados, na forma da lei. da aposentadoria com provento integral, aos 25
(vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quais- Seção II - Do Auxílio-Natalidade
quer benefícios ou vantagens posteriormente con-
cedidas aos servidores em atividade, inclusive Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora
quando decorrentes de transformação ou reclassi- por motivo de nascimento de filho, em quantia
ficação do cargo ou função em que se deu a apo- equivalente ao menor vencimento do serviço pú-
sentadoria. blico, inclusive no caso de natimorto.

Constituição Federal de 1988


Art. 40. (...)
103
Lei n.º 5.315, de 12 de setembro de 1967  Regulamenta o art.
102
Art. 41. (...) § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das 178 da Constituição do Brasil, que dispõe sobre os ex-combatentes
vantagens de caráter permanente, é irredutível. da 2ª Guerra Mundial.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 173
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica
acrescido de 50% (cinquenta por cento), por nasci- será realizada na residência do servidor ou no es-
turo. tabelecimento hospitalar onde se encontrar inter-
nado.
§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companhei-
ro servidor público, quando a parturiente não for § 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no
servidora. local onde se encontra ou tenha exercício em cará-
ter permanente o servidor, e não se configurando
Seção III - Do Salário-Família
as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230,
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor será aceito atestado passado por médico particular.
ativo ou ao inativo, por dependente econômico. (Redação dada pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
Parágrafo único. Consideram-se dependentes
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
econômicos para efeito de percepção do salário- inativo, e de sua família compreende assistência
família: médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive farmacêutica, terá como diretriz básica o imple-
os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, mento de ações preventivas voltadas para a pro-
se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se moção da saúde e será prestada pelo Sistema Único
inválido, de qualquer idade; de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou entida-
de ao qual estiver vinculado o servidor, ou median-
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median-
te convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxí-
te autorização judicial, viver na companhia e às
lio, mediante ressarcimento parcial do valor des-
expensas do servidor, ou do inativo;
pendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus de-
III - a mãe e o pai sem economia própria. pendentes ou pensionistas com planos ou seguros
Art. 198. Não se configura a dependência econômi- privados de assistência à saúde, na forma estabele-
ca quando o beneficiário do salário-família perce- cida em regulamento.
ber rendimento do trabalho ou de qualquer outra § 3º No caso do § 2º, o atestado somente produzirá
fonte, inclusive pensão ou provento da aposenta- efeitos depois de recepcionado pela unidade de
doria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores dada pela Lei n.º 11.907/2009)
públicos e viverem em comum, o salário-família § 4º A licença que exceder o prazo de cento e vinte
será pago a um deles; quando separados, será pago dias no período de doze meses a contar do primei-
a um e outro, de acordo com a distribuição dos ro dia de afastamento será concedida mediante
dependentes. avaliação por junta médica oficial. (Redação dada
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pela Lei n.º 11.907/2009)
padrasto, a madrasta e, na falta destes, os repre- § 5º A perícia oficial para concessão da licença de
sentantes legais dos incapazes. que trata o caput deste artigo, bem como nos de-
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qual- mais casos de perícia oficial previstos nesta lei, será
quer tributo, nem servirá de base para qualquer efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses
contribuição, inclusive para a Previdência Social. em que abranger o campo de atuação da odonto-
logia. (Incluído pela Lei n.º 11.907/2009)
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem re-
muneração, não acarreta a suspensão do pagamen- Art. 204. A licença para tratamento de saúde infe-
to do salário-família. rior a quinze dias, dentro de um ano, poderá ser
dispensada de perícia oficial, na forma definida em
Seção IV - Da Licença para Tratamento de Saúde
regulamento. (Redação dada pela Lei n.º
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para 11.907/2009)
tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não
base em perícia médica, sem prejuízo da remune-
se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo
ração a que fizer jus.
quando se tratar de lesões produzidas por acidente
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 será con- em serviço, doença profissional ou qualquer das
cedida com base em perícia oficial. (Redação dada doenças especificadas no art. 186, § 1º.
pela Lei n.º 11.907/2009)

174 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 186. (...) IV - prestar os exames médicos periódicos medi-
ante contrato administrativo, observado o dispos-
§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas to na Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993104, e
ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, demais normas pertinentes. (Incluído pela Lei n.º
tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múl- 12.998 de 2014)
tipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao in-
gresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia Licença  Tratamento de Saúde
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
incapacitante, espondiloartrose anquilosante, ne- ❶ Qual é o prazo? Indeterminado
fropatia grave, estados avançados do mal de Paget
(osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência ❷ É remunerada? Sim.
Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com ❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem
base na medicina especializada. cargo comissionado? Sim. Os servidores que só pos-
suem cargo comissionado estão submetidos ao RGPS
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de (artigo 183 § 1º).
lesões orgânicas ou funcionais será submetido a
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio
inspeção médica. probatório? Nenhuma.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames ❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
médicos periódicos, nos termos e condições defini- rio? Ato vinculado.
dos em regulamento. (Incluído pela Lei n.º 11.907
de 2009) Seção V - Da Licença à Gestante, à Adotante e da
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, Licença Paternidade
a União e suas entidades autárquicas e fundacio- Art. 207. Será concedida licença à servidora gestan-
nais poderão: (Incluído pela Lei n.º 12.998 de 2014) te por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem
I - prestar os exames médicos periódicos direta- prejuízo da remuneração.
mente pelo órgão ou entidade à qual se encontra § 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do
vinculado o servidor; (Incluído pela Lei n.º 12.998 nono mês de gestação, salvo antecipação por pres-
de 2014) crição médica.
II - celebrar convênio ou instrumento de coopera- § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença
ção ou parceria com os órgãos e entidades da terá início a partir do parto.
administração direta, suas autarquias e funda-
ções; (Incluído pela Lei n.º 12.998 de 2014) § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta)
dias do evento, a servidora será submetida a exa-
III - celebrar convênios com operadoras de plano me médico, e se julgada apta, reassumirá o exercí-
de assistência à saúde, organizadas na modalida- cio.
de de autogestão, que possuam autorização de
funcionamento do órgão regulador, na forma do § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial,
art. 230; ou (Incluído pela Lei n.º 12.998 de 2014) a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repou-
so remunerado.
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
inativo, e de sua família compreende assistência Licença  Gestante
médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
farmacêutica, terá como diretriz básica o imple- ❶ Qual é o prazo? 120 dias (Lei n.º 8112/1990)
mento de ações preventivas voltadas para a pro-
❷ É remunerada? Sim.
moção da saúde e será prestada pelo Sistema Único
de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou entida- ❸ Há restrições quanto a servidora que só tem
de ao qual estiver vinculado o servidor, ou median- cargo comissionado? Sim. As servidoras que só pos-
te convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxí- suem cargo comissionado estão submetidas ao RGPS
(artigo 183 § 1º).
lio, mediante ressarcimento parcial do valor des-
pendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus de- ❹ Há restrições quanto a servidora em estágio
pendentes ou pensionistas com planos ou seguros probatório? Nenhuma.
privados de assistência à saúde, na forma estabele-
cida em regulamento. (...) 104
Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993  Regulamenta o art. 37,
inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 175
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- Prorrogação  Licença a Adotante
rio? Ato vinculado.
Qual é o prazo?
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o 90 dias (criança de até um ano) + 45 dias (prorrogação)
servidor terá direito à licença-paternidade de 5
(cinco) dias consecutivos. 30 dias (criança com mais de um ano) + 15 dias (pror-
rogação)
Licença  Paternidade
Curiosidade  O Decreto Presidencial n.º 6.690 de 11
de dezembro de 2008 instituiu o Programa de Prorro-
❶ Qual é o prazo? 5 dias
gação da Licença. (clique aqui para consultar o texto
❷ É remunerada? Sim. integral)
❸ Há restrições quanto ao servidor que só tem Art. 1º Fica instituído, no âmbito da Administração Pública
cargo comissionado? Sim. Os servidores que só pos- federal direta, autárquica e fundacional, o Programa de
suem cargo comissionado estão submetidos ao RGPS Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante.
(artigo 183 § 1º). Art. 2º Serão beneficiadas pelo Programa de Prorrogação da
Licença à Gestante e à Adotante as servidoras públicas fede-
❹ Há restrições quanto ao servidor em estágio rais lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades integran-
probatório? Nenhuma. tes da Administração Pública federal direta, autárquica e
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- fundacional.
rio? Ato vinculado. § 1º A prorrogação será garantida à servidora pública que
requeira o benefício até o final do primeiro mês após o
parto e terá duração de sessenta dias.
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a
idade de seis meses, a servidora lactante terá direi- § 2º A prorrogação a que se refere o § 1º iniciar-se-á no dia
subsequente ao término da vigência da licença prevista no
to, durante a jornada de trabalho, a uma hora de
art. 207 da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou do
descanso, que poderá ser parcelada em dois perío- benefício de que trata o art. 71 da Lei n.º 8.213, de 24 de
dos de meia hora. julho de 1991.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda § 3º O benefício a que fazem jus as servidoras públicas men-
judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão cionadas no caput será igualmente garantido a quem adotar
ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, na
concedidos 90 (noventa) dias de licença remune- seguinte proporção:
rada.
(...)

Licença  Adotante II - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que


trata o art. 210 da Lei n.º 8.112, de 1990:

❶ Qual é o prazo? 90 ou 30 dias (Lei n.º 8112/1990) a) quarenta e cinco dias, no caso de criança de até um ano
de idade; e
❷ É remunerada? Sim.
b) quinze dias, no caso de criança com mais de um ano de
❸ Há restrições quanto a servidora que só tem idade.
cargo comissionado? Sim. As servidoras que só pos- § 4º Para os fins do disposto no § 3º, inciso II, alínea “b”,
suem cargo comissionado estão submetidas ao RGPS considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade
(artigo 183 § 1º). incompletos, nos termos do art. 2º da Lei n.º 8.069, de 13 de
julho de 1990.
❹ Há restrições quanto a servidora em estágio
probatório? Nenhuma. § 5º A prorrogação da licença será custeada com recurso do
Tesouro Nacional.
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná-
rio? Ato vinculado. Art. 3º No período de licença-maternidade e licença à ado-
tante de que trata este Decreto, as servidoras públicas refe-
ridas no art. 2º não poderão exercer qualquer atividade
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda ju- remunerada e a criança não poderá ser mantida em creche
dicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, ou organização similar.
o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) Parágrafo único. Em caso de ocorrência de quaisquer das
dias. situações previstas no caput, a beneficiária perderá o direito
à prorrogação, sem prejuízo do devido ressarcimento ao
Prorrogação  Licença a Gestante erário. (...)

120 dias + 60 dias (prorrogação)

176 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Seção VI - Da Licença por Acidente em Serviço Constituição Federal de 1988
Art. 211. Será licenciado, com remuneração inte- Art. 37. (...) XI - a remuneração e o subsídio dos
gral, o servidor acidentado em serviço. ocupantes de cargos, funções e empregos públicos
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano da administração direta, autárquica e fundacional,
físico ou mental sofrido pelo servidor, que se rela- dos membros de qualquer dos Poderes da União,
cione, mediata ou imediatamente, com as atribui- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ções do cargo exercido. dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em servi- espécie remuneratória, percebidos cumulativamen-
ço o dano: te ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
I - decorrente de agressão sofrida e não provoca- qualquer outra natureza, não poderão exceder o
da pelo servidor no exercício do cargo; subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su-
premo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
II - sofrido no percurso da residência para o traba-
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
lho e vice-versa.
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go-
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
necessite de tratamento especializado poderá ser dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
tratado em instituição privada, à conta de recursos Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargado-
públicos. res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa intei-
Parágrafo único. O tratamento recomendado por ros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
junta médica oficial constitui medida de exceção e mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-
somente será admissível quando inexistirem meios bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, apli-
e recursos adequados em instituição pública. cável este limite aos membros do Ministério Públi-
co, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
Licença  Acidente em Serviço
Lei n.º 10.887 de 18 de junho de 2004

❶ Qual é o prazo? Indeterminado Art. 2º A contribuição da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
❷ É remunerada? Sim.
autarquias e fundações, aos regimes próprios de
❸ Há restrições quanto a servidora que só tem previdência social a que estejam vinculados seus
cargo comissionado? Sim. As servidoras que só pos- servidores não poderá ser inferior ao valor da con-
suem cargo comissionado estão submetidas ao RGPS tribuição do servidor ativo, nem superior ao dobro
(artigo 183 § 1º). desta contribuição.
❹ Há restrições quanto a servidora em estágio
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
probatório? Nenhuma.
Municípios são responsáveis pela cobertura de
❺ A concessão é um ato vinculado ou discricioná- eventuais insuficiências financeiras do respectivo
rio? Ato vinculado. regime próprio, decorrentes do pagamento de be-
nefícios previdenciários.
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstân-
Municípios publicarão, até 30 (trinta) dias após o
cias o exigirem.
encerramento de cada bimestre, demonstrativo
Seção VII - Da Pensão financeiro e orçamentário da receita e despesa
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, previdenciárias acumuladas no exercício financeiro
nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da em curso.
data do óbito, observado o limite estabelecido
no inciso XI do caput art. 37 da Constituição e no Constituição Federal de 1988
art. 2º da Lei n.º 10.887 de 18 de junho de 2004. Art. 40.
(Redação dada pela Lei n.º 13.135 de 2015)
(...) § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício
Art. 216. (Revogado pela Lei n.º 13.135 de 2015) de pensão por morte, que será igual:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 177
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor I - o cônjuge.
falecido, até o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de II - o cônjuge divorciado, separado judicialmente ou
de fato, com percepção de pensão alimentícia esta-
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento
belecida judicialmente.
da parcela excedente a este limite, caso aposenta-
do à data do óbito; ou III - o companheiro ou companheira que comprove
união estável como entidade familiar.
II - ao valor da totalidade da remuneração do ser-
vidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, IV - o filho de qualquer condição que atenda a um
dos seguintes requisitos.
até o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o (...)
art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela EXCLUI
excedente a este limite, caso em atividade na data
do óbito. V - a mãe e o pai que comprovem dependência
econômica do servidor.
Art. 217. São beneficiários das pensões: VI - o irmão de qualquer condição que comprove
I - o cônjuge; (Redação dada pela Lei n.º 13.135 dependência econômica do servidor e atenda a um
dos requisitos previstos do inciso IV.
de 2015)
II - o cônjuge divorciado, separado judicialmente § 2º A concessão de pensão aos beneficiários de
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia que trata o inciso V do caput exclui os beneficiários
estabelecida judicialmente; (Redação dada pela referidos no inciso VI. (Redação dada pela Lei n.º
Lei n.º 13.135 de 2015) 13.135 de 2015)
III - o companheiro ou companheira que compro-
ve união estável como entidade familiar; (Reda- V - a mãe e o pai que comprovem dependência
ção dada pela Lei n.º 13.135 de 2015) econômica do servidor.

IV - o filho de qualquer condição que atenda a um EXCLUI


dos seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei VI - o irmão de qualquer condição que comprove
n.º 13.135 de 2015) dependência econômica do servidor e atenda a um
dos requisitos previstos do inciso IV.
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído
pela Lei n.º 13.135 de 2015)
§ 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a
b) seja inválido; (Incluído pela Lei n.º 13.135 de filho mediante declaração do servidor e desde que
2015) comprovada dependência econômica, na forma
c) tenha deficiência grave; ou (Incluído pela Lei estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei n.º
n.º 13.135 de 2015) 13.135 de 2015)

d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares
termos do regulamento; (Incluído pela Lei n.º à pensão o seu valor será distribuído em partes
13.135 de 2015) iguais entre os beneficiários habilitados. (Redação
dada pela Lei n.º 13.135 de 2015)
V - a mãe e o pai que comprovem dependência
econômica do servidor; e (Incluído pela Lei n.º Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer
13.135 de 2015) tempo, prescrevendo tão-somente as prestações
exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
VI - o irmão de qualquer condição que comprove
dependência econômica do servidor e atenda a Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer
um dos requisitos previstos do inciso IV; (Incluído prova posterior ou habilitação tardia que implique
pela Lei n.º 13.135 de 2015) exclusão de beneficiário ou redução de pensão só
produzirá efeitos a partir da data em que for ofere-
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de cida.
que tratam os incisos I a IV do caput exclui os be-
neficiários referidos nos incisos V e VI. (Redação
dada pela Lei n.º 13.135 de 2015)

178 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Re- VII - em relação aos beneficiários de que tratam
dação dada pela Lei n.º 13.135 de 2015) os incisos I a III do caput do art. 217: (Incluído pe-
la Lei n.º 13.135 de 2015)
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário con-
denado pela prática de crime de que tenha dolo- Art. 217. (...)
samente resultado a morte do servidor; (Incluído
pela Lei n.º 13.135 de 2015) I - o cônjuge;

II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira II - o cônjuge divorciado, separado judicialmente ou


se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou de fato, com percepção de pensão alimentícia esta-
fraude no casamento ou na união estável, ou a belecida judicialmente;
formalização desses com o fim exclusivo de cons- III - o companheiro ou companheira que comprove
tituir benefício previdenciário, apuradas em pro- união estável como entidade familiar;
cesso judicial no qual será assegurado o direito ao
contraditório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito
n.º 13.135 de 2015) ocorrer sem que o servidor tenha vertido 18 (de-
zoito) contribuições mensais ou se o casamento
Art. 221. Será concedida pensão provisória por
ou a união estável tiverem sido iniciados em me-
morte presumida do servidor, nos seguintes casos:
nos de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor;
I - declaração de ausência, pela autoridade judici- (Incluído pela Lei n.º 13.135 de 2015)
ária competente;
b) o decurso dos seguintes períodos, estabeleci-
II - desaparecimento em desabamento, inunda- dos de acordo com a idade do pensionista na data
ção, incêndio ou acidente não caracterizado como de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (de-
em serviço; zoito) contribuições mensais e pelo menos 2
(dois) anos após o início do casamento ou da uni-
III - desaparecimento no desempenho das atribui-
ções do cargo ou em missão de segurança. ão estável: (Incluído pela Lei n.º 13.135 de 2015)

Parágrafo único. A pensão provisória será trans- 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um)
formada em vitalícia ou temporária, conforme o anos de idade; (Incluído pela Lei n.º 13.135 de
caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, 2015)
ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e
hipótese em que o benefício será automaticamente seis) anos de idade; (Incluído pela Lei n.º 13.135 de
cancelado. 2015)
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de benefici- 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte
ário: e nove) anos de idade; (Incluído pela Lei n.º 13.135
I - o seu falecimento; de 2015)

II - a anulação do casamento, quando a decisão 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quaren-


ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge; ta) anos de idade; (Incluído pela Lei n.º 13.135 de
2015)
III - a cessação da invalidez, em se tratando de
beneficiário inválido, o afastamento da deficiên- 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43
cia, em se tratando de beneficiário com deficiên- (quarenta e três) anos de idade; (Incluído pela Lei
cia, ou o levantamento da interdição, em se tra- n.º 13.135 de 2015)
tando de beneficiário com deficiência intelectual 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais
ou mental que o torne absoluta ou relativamente anos de idade. (Incluído pela Lei n.º 13.135 de
incapaz, respeitados os períodos mínimos decor- 2015)
rentes da aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso
§ 1º A critério da administração, o beneficiário de
VII; (Redação dada pela Lei n.º 13.135 de 2015)
pensão cuja preservação seja motivada por invali-
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) dez, por incapacidade ou por deficiência poderá
anos, pelo filho ou irmão; (Redação dada pela Lei ser convocado a qualquer momento para avaliação
n.º 13.135 de 2015) das referidas condições. (Incluído pela Lei n.º
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; 13.135 de 2015)

VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei


n.º 13.135 de 2015)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 179
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra con- b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos
tida no inciso III ou os prazos previstos na alínea de acordo com a idade do pensionista na data de
“b” do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito)
servidor decorrer de acidente de qualquer nature- contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos
za ou de doença profissional ou do trabalho, inde- após o início do casamento ou da união estável: (...)
pendentemente do recolhimento de 18 (dezoito)
contribuições mensais ou da comprovação de 2 Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de be-
(dois) anos de casamento ou de união estável. neficiário, a respectiva cota reverterá para os bene-
(Incluído pela Lei n.º 13.135 de 2015) ficiários. (Redação dada pela Lei n.º 13.135 de
2015)
III - a cessação da invalidez, em se tratando de be-
Art. 224. As pensões serão automaticamente atua-
neficiário inválido, o afastamento da deficiência,
lizadas na mesma data e na mesma proporção dos
em se tratando de beneficiário com deficiência, ou
reajustes dos vencimentos dos servidores, aplican-
o levantamento da interdição, em se tratando de
do-se o disposto no parágrafo único do art. 189.
beneficiário com deficiência intelectual ou mental
que o torne absoluta ou relativamente incapaz, Constituição Federal de 1988
respeitados os períodos mínimos decorrentes da
aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso VII; Art. 40. (...)

(...) § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios


para preservar-lhes, em caráter permanente, o
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
incisos I a III do caput do art. 217: (...)
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos
percepção cumulativa de pensão deixada por mais
de acordo com a idade do pensionista na data de
de um cônjuge, companheiro ou companheira, e de
óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito)
mais de duas pensões. (Redação dada pela Lei n.º
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos
13.135 de 2015)
após o início do casamento ou da união estável: (...)
Seção VIII - Do Auxílio-Funeral
§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos
e desde que nesse período se verifique o incremen- Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do
to mínimo de um ano inteiro na média nacional servidor falecido na atividade ou aposentado, em
única, para ambos os sexos, correspondente à valor equivalente a um mês da remuneração ou
expectativa de sobrevida da população brasileira provento.
ao nascer, poderão ser fixadas, em números intei- § 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxí-
ros, novas idades para os fins previstos na alínea lio será pago somente em razão do cargo de maior
“b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de remuneração.
Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão,
§ 2º (Vetado)
limitado o acréscimo na comparação com as idades
anteriores ao referido incremento. (Incluído pela § 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e
Lei n.º 13.135 de 2015) oito) horas, por meio de procedimento sumaríssi-
mo, à pessoa da família que houver custeado o
§ 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de
funeral.
Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
Previdência Social (RGPS) será considerado na con- Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro,
tagem das 18 (dezoito) contribuições mensais este será indenizado, observado o disposto no arti-
referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do ca- go anterior.
put. (Incluído pela Lei n.º 13.135 de 2015)
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os serviço fora do local de trabalho, inclusive no exte-
incisos I a III do caput do art. 217: rior, as despesas de transporte do corpo correrão à
conta de recursos da União, autarquia ou fundação
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer pública.
sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito) con-
tribuições mensais ou se o casamento ou a união
estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois)
anos antes do óbito do servidor;

180 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Seção IX - Do Auxílio-Reclusão constituirá junta médica especificamente para es-
ses fins, indicando os nomes e especialidades dos
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o
seus integrantes, com a comprovação de suas habi-
auxílio-reclusão, nos seguintes valores:
litações e de que não estejam respondendo a pro-
I - dois terços da remuneração, quando afastado cesso disciplinar junto à entidade fiscalizadora da
por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, profissão. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de
determinada pela autoridade competente, en- 10/12/1997)
quanto perdurar a prisão;
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo,
II - metade da remuneração, durante o afasta- ficam a União e suas entidades autárquicas e fun-
mento, em virtude de condenação, por sentença dacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei n.º
definitiva, a pena que não determine a perda de 11.302 de 2006)
cargo.
I - celebrar convênios exclusivamente para
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o a prestação de serviços de assistência à saúde pa-
servidor terá direito à integralização da remunera- ra os seus servidores ou empregados ativos, apo-
ção, desde que absolvido. sentados, pensionistas, bem como para seus res-
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a pectivos grupos familiares definidos, com entida-
partir do dia imediato àquele em que o servidor for des de autogestão por elas patrocinadas por meio
posto em liberdade, ainda que condicional. de instrumentos jurídicos efetivamente celebra-
dos e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio- que possuam autorização de funcionamento do
reclusão será devido, nas mesmas condições da órgão regulador, sendo certo que os convênios
pensão por morte, aos dependentes do segurado celebrados depois dessa data somente poderão
recolhido à prisão. (Incluído pela Lei n.º 13.135 de sê-lo na forma da regulamentação específica so-
2015) bre patrocínio de autogestões, a ser publicada pe-
Capítulo III - Da Assistência à Saúde lo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cen-
to e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou essas também aplicáveis aos convênios existentes
inativo, e de sua família compreende assistência até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei n.º
médica, hospitalar, odontológica, psicológica e 11.302 de 2006)
farmacêutica, terá como diretriz básica o imple-
mento de ações preventivas voltadas para a pro- II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei
moção da saúde e será prestada pelo Sistema Úni- n.º 8.666, de 21 de junho de 1993105, operadoras
co de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou enti- de planos e seguros privados de assistência à saú-
dade ao qual estiver vinculado o servidor, ou medi- de que possuam autorização de funcionamento
ante convênio ou contrato, ou ainda na forma de do órgão regulador; (Incluído pela Lei n.º 11.302
auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor de 2006)
despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus III - (Vetado)
dependentes ou pensionistas com planos ou segu-
ros privados de assistência à saúde, na forma esta- § 4º (Vetado)
belecida em regulamento. (Redação dada pela Lei § 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total
n.º 11.302 de 2006) despendido pelo servidor ou pensionista civil com
§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja plano ou seguro privado de assistência à saúde.
exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na (Incluído pela Lei n.º 11.302 de 2006)
ausência de médico ou junta médica oficial, para a Capítulo IV - Do Custeio
sua realização o órgão ou entidade celebrará, pre-
Art. 231. (Revogado pela Lei n.º 9.783 de
ferencialmente, convênio com unidades de aten-
28/01/1999)
dimento do sistema público de saúde, entidades
sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.
(Incluído pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada,
da aplicação do disposto no parágrafo anterior, o 105
Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993  Regulamenta o art. 37,
órgão ou entidade promoverá a contratação da inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
prestação de serviços por pessoa jurídica, que contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 181
Título VII - Capítulo Único Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos
termos da Constituição Federal, o direito à livre
Da Contratação Temporária de Excepcional Inte-
associação sindical e os seguintes direitos, entre
resse Público
outros, dela decorrentes:
Art. 232. (Revogado pela Lei n.º 8.745 de
09/12/1993) Constituição Federal de 1988
Art. 233. (Revogado pela Lei n.º 8.745 de Art. 37. (...) VI - é garantido ao servidor público
09/12/1993) civil o direito à livre associação sindical;
Art. 234. (Revogado pela Lei n.º 8.745 de a) de ser representado pelo sindicato, inclusive
09/12/1993) como substituto processual;
Art. 235. (Revogado pela Lei n.º 8.745 de b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até
09/12/1993) um ano após o final do mandato, exceto se a pe-
Título VIII - Capítulo Único dido;

Das Disposições Gerais c) de descontar em folha, sem ônus para a enti-


dade sindical a que for filiado, o valor das mensa-
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemo- lidades e contribuições definidas em assembleia
rado a vinte e oito de outubro. geral da categoria.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos d) (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os se-
guintes incentivos funcionais, além daqueles já e) (Revogado pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
previstos nos respectivos planos de carreira: Art. 241. Consideram-se da família do servidor,
I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que
ou trabalhos que favoreçam o aumento de pro- vivam às suas expensas e constem do seu assenta-
dutividade e a redução dos custos operacionais; mento individual.

II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a compa-


mérito, condecoração e elogio. nheira ou companheiro, que comprove união está-
vel como entidade familiar.
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão conta-
dos em dias corridos, excluindo-se o dia do começo Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
e incluindo-se o do vencimento, ficando prorroga- município onde a repartição estiver instalada e
do, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo venci- onde o servidor tiver exercício, em caráter perma-
do em dia em que não haja expediente. nente.

*Use o calendário abaixo e treine algumas contagens. Título IX - Capítulo Único


Das Disposições Transitórias e Finais
D S T Q Q S S
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico insti-
01 02 03 04 05 06 07 tuído por esta Lei, na qualidade de servidores pú-
blicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
08 09 10 11 12 13 14 Territórios, das autarquias, inclusive as em regime
especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
15 16 17 18 19 20 21 n.º 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Con-
22 23 24 25 26 27 28
solidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo De-
29 30 31 creto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto
os contratados por prazo determinado, cujos con-
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de con- tratos não poderão ser prorrogados após o venci-
vicção filosófica ou política, o servidor não poderá mento do prazo de prorrogação.
ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer § 1º Os empregos ocupados pelos servidores inclu-
discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se ídos no regime instituído por esta Lei ficam trans-
do cumprimento de seus deveres. formados em cargos, na data de sua publicação.

182 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos pro-
não integrantes de tabela permanente do órgão ou fessores de nível superior, nos termos da lei.
entidade onde têm exercício ficam transformadas
em cargos em comissão, e mantidas enquanto não § 8º Para fins de incidência do imposto de renda na
for implantado o plano de cargos dos órgãos ou fonte e na declaração de rendimentos, serão consi-
entidades na forma da lei. derados como indenizações isentas os pagamentos
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, efetuados a título de indenização prevista no pará-
exercidas por servidor integrante de quadro ou grafo anterior. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de
tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigên- 10/12/1997)
cia desta Lei. § 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação
§ 4º (Vetado) do disposto no § 7º poderão ser extintos pelo Po-
der Executivo quando considerados desnecessá-
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos rios. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997)
serventuários da Justiça, remunerados com recur-
sos da União, no que couber. Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei,
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com ficam transformados em anuênio.
estabilidade no serviço público, enquanto não ad-
quirirem a nacionalidade brasileira, passarão a Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art.
integrar tabela em extinção, do respectivo órgão 116 da Lei n.º 1.711, de 1952, ou por outro diploma
ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes legal, fica transformada em licença-prêmio por
aos planos de carreira aos quais se encontrem vin- assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
culados os empregos. Comentário  A Licença-Prêmio por Assiduidade
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput foi revogada pela Lei n.º 9.527 de 10/12/1997.
deste artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, pode- Art. 246. (Vetado).
rão, no interesse da Administração e conforme Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta
critérios estabelecidos em regulamento, ser exone- Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência
rados mediante indenização de um mês de remu- Social, correspondente ao período de contribuição
neração por ano de efetivo exercício no serviço por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo
público federal. (Incluído pela Lei n.º 9.527 de art. 243. (Redação dada pela Lei n.º 8.162 de
10/12/1997) 08/01/1991)

Disposições Constitucionais Transitórias Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a


vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo ór-
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos gão ou entidade de origem do servidor.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art.
públicas, em exercício na data da promulgação da 231, os servidores abrangidos por esta Lei contri-
Constituição, há pelo menos cinco anos continua- buirão na forma e nos percentuais atualmente es-
dos, e que não tenham sido admitidos na forma tabelecidos para o servidor civil da União conforme
regulada no art. 37, da Constituição, são conside- regulamento próprio.
rados estáveis no serviço público.
Art. 231. (Revogado pela Lei n.º 9.783 de
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos 28/01/1999)
neste artigo será contado como título quando se
submeterem a concurso para fins de efetivação, Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
na forma da lei. satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições ne-
cessárias para a aposentadoria nos termos do inci-
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocu- so II do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcioná-
pantes de cargos, funções e empregos de confian- rios Públicos Civis da União, Lei n.º 1.711, de 28 de
ça ou em comissão, nem aos que a lei declare de outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem
livre exoneração, cujo tempo de serviço não será prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Con-
computado para os fins do "caput" deste artigo, gresso Nacional)
exceto se se tratar de servidor.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 183
Art. 251. (Revogado pela Lei n.º 9.527 de aplicabilidade à legislação eleitoral - a jurispru-
10/12/1997) dência é muito pouco usada como fonte do Direi-
to Eleitoral.
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação, com efeitos financeiros a partir do pri- Outras Disciplinas  Há ramos do Direito que es-
meiro dia do mês subsequente. tão interligados com o Eleitoral, tais como o Direi-
to Constitucional, o Penal e o Processual Civil.
Art. 253. Ficam revogadas a Lei n.º 1.711 de 28 de
outubro de 1952, e respectiva legislação comple- ❸ Estrutura do Poder Judiciário
mentar, bem como as demais disposições em con-
Justiça Estadual ou Distrital
trário.

Introdução ao Direito Eleitoral TJ - Tribunal de Justiça

❶ Conceito  Varas Cíveis e Criminais

É o ramo do direito que estuda as relações do Esta-  Juizados Especiais Cíveis e Criminais
do e da sociedade, especialmente quanto aos direi-  Tribunal do Júri
tos políticos da população e o direito de votar e ser
 Auditoria Militar (Polícia Militar e Corpo de Bombeiros)
votado.
❷ Fontes Justiça Federal (Pessoa Jurídica - União)
As fontes do direito são os fatos jurídicos de que
resultam normas. As fontes do direito não são ob- STF - Supremo Tribunal Federal
jetivamente a origem da norma, mas o canal onde
ele se torna relevante. As fontes diretas ou especí- STJ STM TST TSE
ficas do Direito Eleitoral são:
5 TRFs 24 TRTs 27 TREs
Constituição Federal  arts. 14 a 17 e 118 a 121.
Código Eleitoral  Lei n.º 4.737 de 15 de junho de Justiça Justiça Justiça do Justiça
1965. Federal Militar Trabalho Eleitoral
Lei de Inelegibilidades  Lei Complementar n.º 64
de 18 de maio de 1990.  Varas  Auditoria  Varas do  Cartórios
Lei Orgânica dos Partidos Políticos  Lei n.º 9.096 Cíveis Militar Trabalho Eleitorais
de 19 de setembro de 1995.  Varas (Forças
Criminais Armadas)
Lei das Eleições  Lei n.º 9.504 de 30 de setembro
de 1997.  Juizados
Especiais
Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral  Tem
por função dar eficácia legal, explicando ou com-
plementando matérias já existentes em outras Constituição Federal de 1988
normas. As Resoluções do TSE têm força de lei
ordinária. Há resoluções específicas para algumas Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
eleições (eficácia temporária) e resoluções que Capítulo IV - Dos Direitos Políticos
regulamentam os assuntos gerais do Direito Elei-
toral. As resoluções elaboradas somente para re- Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
gulamentar uma determinada eleição não são ob- sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
jeto de provas de concursos públicos. valor igual para todos, e, nos termos da lei, medi-
ante:
As fontes indiretas do Direito Eleitoral são:
I - plebiscito;
Doutrina  A opinião dos juristas sobre uma ma-
téria concreta do direito. II - referendo;

Jurisprudência  Conjunto de interpretações das III - iniciativa popular.


normas do direito proferidas pelo Poder Judiciário
(nos TREs, no TSE e no STF). Devido a quantidade
de resoluções emitidas pelo TSE - para dar melhor

184 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Comentário  O sufrágio universal, em oposição ao (FCC/2012 - Analista de Controle Externo do TCE/AP)
sufrágio restrito, consiste na extensão do sufrágio, ou o O mecanismo de participação popular que possibilita
direito de voto, a todos os indivíduos considerados uma consulta prévia da opinião pública sobre questão
intelectualmente maduros (em geral os adultos). No política ou institucional a ser resolvida antes da elabo-
Brasil, os adolescentes acima de 16 anos têm direito ao ração de legislação a seu respeito é:
voto, sem distinção de etnia, sexo, crença ou classe
a) O recall.
social. Até o século XIX, o termo sufrágio universal
compreendia-se apenas o voto de homens adultos. b) A iniciativa popular.
Entretanto, a partir do início do século XX, com o mo-
c) O abaixo-assinado.
vimento das sufragistas, o direito ao voto foi estendido
106
às mulheres na maioria dos países democráticos . d) O plebiscito.
e) O referendo.
Características do Voto
(Doutrinador - Alexandre de Moraes) § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
 Personalidade (intuiti persona) I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
 Obrigatoriedade II - facultativos para:
 Liberdade (Voto Direto) a) os analfabetos;
 Periodicidade
b) os maiores de setenta anos;
 Sigilosidade
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
 Igualdade (Universal) anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os es-
Lei n.º 9.709 de 18 de novembro de 1998 trangeiros e, durante o período do serviço militar
Regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do obrigatório, os conscritos.
art. 14 da Constituição Federal.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da
Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formu- lei:
ladas ao povo para que delibere sobre matéria de
I - a nacionalidade brasileira;
acentuada relevância, de natureza constitucional,
legislativa ou administrativa. Art. 12. (...)
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a § 1º Aos portugueses com residência permanente
ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, no País, se houver reciprocidade em favor de brasi-
pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido leiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra-
submetido. sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao
povo a respectiva ratificação ou rejeição. (...) I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresenta- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
ção de projeto de lei à Câmara dos Deputados, III - de Presidente do Senado Federal; (...)
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitora-
do nacional, distribuído pelo menos por cinco Esta- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
dos, com não menos de três décimos por cento dos III - o alistamento eleitoral;
eleitores de cada um deles.
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 1º O projeto de lei de iniciativa popular deverá
circunscrever-se a um só assunto. V - a filiação partidária;

§ 2º O projeto de lei de iniciativa popular não pode- VI - a idade mínima de107:


rá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à Câ-
mara dos Deputados, por seu órgão competente, 107
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
providenciar a correção de eventuais improprieda- Art. 11. § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida co-
des de técnica legislativa ou de redação. mo condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a
data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese
106
Fonte  https://pt.wikipedia.org/wiki/sufragio_universal em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 185
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; Acórdão do TSE n.º 24.564/2004  Os sujeitos de uma
relação estável homossexual, à semelhança do que
b) trinta anos para Governador e Vice- ocorre com os de relação estável, de concubinato e de
Governador de Estado e do Distrito Federal; casamento, submetem-se à regra de inelegibilidade
prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Comentário  Caso deseje aprender sobre contagem
Prefeito e juiz de paz; de grau de parentesco clique aqui e assista ao vídeo
d) dezoito anos para Vereador. explicativo da prof. Thais Nunes no Youtube.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.


§ § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
§ 5º O Presidente da República, os Governadores seguintes condições110:
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
I - se contar menos de dez anos de serviço, deve-
quem os houver sucedido, ou substituído no curso
rá afastar-se da atividade;
dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente. (Redação dada pela Emenda II - se contar mais de dez anos de serviço, será
Constitucional n.º 16 de 1997) agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação,
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presiden-
para a inatividade.
te da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos
respectivos mandatos até seis meses antes do plei- de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
to. fim de proteger a probidade administrativa, a mo-

Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990 110


ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR.
Art. 1º § 2º O vice-presidente, o vice-governador e COM MENOS DE 10 (DEZ) ANOS DE SERVIÇO EFETIVO. LICEN-
o vice-prefeito poderão candidatar-se a outros car- ÇA PARA CONCORRER A CARGO ELETIVO. MANUTENÇÃO DA
gos, preservando os seus mandatos respectivos, REMUNERAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 8º, INCISO I,
desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DESLIGAMENTO DEFINITIVO DA
pleito, não tenham sucedido ou substituído o titu- CORPORAÇÃO. NECESSIDADE. PRECEDENTES DO SUPREMO

lar. TRIBUNAL FEDERAL E DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL.


APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS. 1.
§ 7º São inelegíveis108, no território de jurisdição O Pleno do Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o art. 14, § 8.º,
do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos incisos I e II, firmou o entendimento de que a Carta da República
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do autorizou tratamento diferenciado aos servidores militares, que
Presidente da República, de Governador de Estado intentem candidatar-se a cargo eletivo, lastreado no tempo de servi-
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de ço, estabelecendo o seguinte discrímen: (a) se contarem com mais

quem os haja substituído dentro dos seis meses de 10 (dez) anos de efetivo exercício na corporação, serão "agrega-

anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato dos", mantendo a remuneração, e, se eleitos, no ato da diplomação,

eletivo e candidato à reeleição109. deverão passar para a inatividade; (b) se ainda não tiverem alcança-
do o interstício de um decênio, deverão ser definitivamente afastados
do serviço ativo. 2. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, na
108
❶ Inelegibilidade Absoluta  Proíbe a candidatura às eleições esteira da do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que
em geral. São os inalistáveis e os analfabetos. o afastamento do militar, que contava com menos de 10 (dez)
❷ Inelegibilidade Relativa  Impossibilita a postulação a deter- anos de atividade, para candidatar-se a cargo eletivo é definitiva
minado mandato eletivo. São os demais casos listados na Consti- e deve se dar por demissão ou licenciamento ex officio, sendo
tuição Federal de 1988 e na Lei Complementar n.º 64 de 18 de exigível após o deferimento do registro da candidatura. 3. Nos
maio de 1990. termos do art. 14, § 8.º, inciso II, da Carta Magna, apenas o militar
❸ Inelegibilidade Reflexa  Refere-se à inelegibilidade do cônju- que conte com mais de 10 (dez) anos de serviço tem direito à
ge ou companheiro(a) e dos parentes consanguíneos ou afins, até licença remunerada para concorrer a cargo eletivo. Precedentes
o segundo grau ou por adoção, dos chefes do Poder Executivo do STF e do STJ. 4. No caso, tratando-se de militar com menos de
Federal, Estadual e Municipal ou de quem os tenha sucedido ou 10 (dez) anos na corporação, inexiste direito líquido e certo a ser
substituído dentro dos seis meses anteriores à eleição, prevista no amparado na via mandamental no sentido de ser remunerado no
artigo 14 § 7º da Constituição Federal de 1988. período em que foi licenciado a concorrer a cargo eletivo. 5. Recurso
109
Súmula Vinculante do STF n.º 18  A dissolução da sociedade ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido. (STJ -
ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibi- RMS: 30041 - MT 2009/0142595-9 - Relator: Ministra Laurita Vaz -
lidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Julgamento: 13/12/2011) (Grifamos)

186 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
ralidade para exercício de mandato considerada quanto durarem seus efeitos.
vida pregressa do candidato, e a normalidade e
 Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §
legitimidade das eleições contra a influência do 111
4º .
poder econômico ou o abuso do exercício de fun-
ção, cargo ou emprego na administração direta ou  Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
112
indireta. prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII ;

❹ Sem eficácia desde 16 de março de 2016  Desde a


Lei das Inelegibilidades  Lei Complementar n.º 64 de
vigência da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
18 de maio de 1990
Deficiência, houve uma alteração no artigo 3º do Códi-
go Civil Brasileiro, não existindo mais a possibilidade de
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado interdição por incapacidade civil absoluta. O absolu-
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias tamente incapaz é somente aquele que tem menos de
contados da diplomação, instruída a ação com 16 anos. Portanto, o inciso II do artigo 15 da Constitui-
provas de abuso do poder econômico, corrupção ção Federal perdeu a eficácia.
ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entra-
em segredo de justiça, respondendo o autor, na rá em vigor na data de sua publicação, não se apli-
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. cando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência113. (Redação dada pela Emenda Consti-
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, tucional n.º 4 de 1993)
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
Capítulo V - Dos Partidos Políticos
I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado; Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos, resguardados a so-
II - incapacidade civil absoluta; berania nacional, o regime democrático, o pluri-
III - condenação criminal transitada em julgado, partidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
enquanto durarem seus efeitos; humana e observados os seguintes preceitos:

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta


ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, 111
Constituição Federal de 1988
VIII; Art. 37. § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
V - improbidade administrativa, nos termos do indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
art. 37, § 4º. gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
(Grifamos)
❶ Cassação dos Direitos Políticos  Vigorou no Brasil 112
Código de Processo Penal
durante o regime militar e foi proibida expressamente Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religio-
com a Constituição Federal de 1988. Significava o can- sa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço al-
celamento do título de eleitor por ordem de autorida- ternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, en-
des do poder executivo, sem motivação legal, sem
quanto não prestar o serviço imposto. (...) (Grifamos)
processo judicial e sem direito de defesa.
Lei n.º 8.239 de 4 de outubro de 1991
Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no § 2º do art. 3º
❷ Perda dos Direitos Políticos  Significa o cancela- desta lei, será conferido Certificado de Prestação Alternativa ao
mento definitivo do título de eleitor. Serviço Militar Obrigatório, com os mesmos efeitos jurídicos do
 Cancelamento da naturalização por sentença transi- Certificado de Reservista.
tada em julgado. § 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo,
sob qualquer pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do
❸ Suspensão dos Direitos Políticos  Significa que o convocado, implicará o não-fornecimento do certificado correspon-
título de eleitor tem validade, mas o cidadão não pode- dente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período es-
rá utilizá-lo - por um tempo determinado - para votar, tabelecido.
ser votado, participar de plebiscito, de referendo e de § 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só
iniciativa popular. será emitido após a decretação, pela autoridade competente, da

 Condenação criminal transitada em julgado, en- suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a
qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento
das obrigações devidas. (Grifamos)
113
Acórdão do STF de 22/03/2006 na ADIn n.º 3.685  Aplicação
deste dispositivo também para emenda constitucional.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 187
I - caráter nacional; Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na
Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
II - proibição de recebimento de recursos finan-
ceiros de entidade ou governo estrangeiros ou de § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
subordinação a estes; ão:
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; I - mediante eleição, pelo voto secreto:
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a a) de dois juízes dentre os desembargadores do
lei. Tribunal de Justiça;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia b) de dois juízes, dentre juízes de direito, esco-
para definir sua estrutura interna, organização e lhidos pelo Tribunal de Justiça;
funcionamento e para adotar os critérios de esco-
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com
lha e o regime de suas coligações eleitorais, sem
sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
obrigatoriedade de vinculação entre as candidatu-
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em
ras em âmbito nacional, estadual, distrital ou mu-
qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal
nicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
respectivo;
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n.º 52 de 2006) III - por nomeação, pelo Presidente da República,
de dois juízes dentre seis advogados de notável
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem perso-
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
nalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
Tribunal de Justiça.
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Pre-
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do
sidente e o Vice-Presidente dentre os desembar-
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à tele-
gadores.
visão, na forma da lei.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organi-
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos
zação e competência dos tribunais, dos juízes de
de organização paramilitar.
direito e das juntas eleitorais.
(...)
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito
Seção VI - Dos Tribunais e Juízes Eleitorais e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício
de suas funções, e no que lhes for aplicável, goza-
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
rão de plenas garantias e serão inamovíveis.
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
III - os Juízes Eleitorais; nunca por mais de dois biênios consecutivos, sen-
do os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
IV - as Juntas Eleitorais. pelo mesmo processo, em número igual para cada
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, categoria.
no mínimo, de sete membros, escolhidos: § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Supe-
I - mediante eleição, pelo voto secreto: rior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Cons-
tituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo mandado de segurança.
Tribunal Federal;
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior somente caberá recurso quando:
Tribunal de Justiça;
I - forem proferidas contra disposição expressa
II - por nomeação do Presidente da República, desta Constituição ou de lei;
dois juízes dentre seis advogados de notável sa-
ber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo II - ocorrer divergência na interpretação de lei en-
Supremo Tribunal Federal. tre dois ou mais tribunais eleitorais;

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral ele- III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição
gerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corre-
gedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.
188 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
mandatos eletivos federais ou estaduais;
Constituição Federal de 1988
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de se-
gurança, "habeas-data" ou mandado de injunção. Art. 14. (...) § 2º Não podem alistar-se como eleito-
res os estrangeiros e, durante o período do serviço
Código Eleitoral - Competências militar obrigatório, os conscritos.

Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965 I - os analfabetos;

Parte Primeira - Introdução Art. 14. § 1º II “a” da Constituição Federal de 1988  O


Art. 1º Este Código contém normas destinadas a alistamento eleitoral e voto são facultativos para os
assegurar a organização e o exercício de direitos analfabetos. Portanto este inciso - que é original de
1965 - não foi recepcionado quando a atual Constitui-
políticos precipuamente os de votar e ser votado.
ção Federal foi promulgada em 1988.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral ex-
pedirá Instruções para sua fiel execução. II - os que não saibam exprimir-se na língua naci-
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido onal;
em seu nome, por mandatários escolhidos, direta e
secretamente, dentre candidatos indicados por Resolução do TSE n.º 23.274/2010  Declara a não
partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição recepção do art. 5º inciso II do Código Eleitoral pela
indireta nos casos previstos na Constituição e leis Constituição Federal de 1988.
específicas.
III - os que estejam privados, temporária ou defi-
Constituição Federal de 1988 nitivamente dos direitos políticos.
(Exemplo de Eleição Indireta)
Constituição Federal de 1988
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
Art. 15. (...) I - cancelamento da naturalização por
Presidente da República, far-se-á eleição noventa
sentença transitada em julgado;
dias depois de aberta a última vaga.
II - incapacidade civil absoluta;
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os car- III - condenação criminal transitada em julgado,
gos será feita trinta dias depois da última vaga, enquanto durarem seus efeitos;
pelo Congresso Nacional, na forma da lei. IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta
Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investi- ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
dura em cargo eletivo, respeitadas as condições VIII;
constitucionais e legais de elegibilidade e incompa- V - improbidade administrativa, nos termos do art.
tibilidade. 37, § 4º.

Condições de Elegibilidade  Artigo 14 § 3º e 8º da Parágrafo único. Os militares são alistáveis, desde


Constituição Federal de 1988. que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha,
subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos
Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 das escolas militares de ensino superior para for-
anos que se alistarem na forma da lei. mação de oficiais.

Constituição Federal de 1988 Resolução do TSE n.º 15.850/1989  A palavra "cons-


critos" alcança também aqueles matriculados nos
Art. 14. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: órgãos de formação de reserva e os médicos, dentistas,
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; farmacêuticos e veterinários que prestam serviço mili-
tar inicial obrigatório.
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 189
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios § 1º Para eleitor que se encontrar no exterior na
para os brasileiros de um e outro sexo, salvo: data do pleito, o prazo de que trata o caput será de
I - quanto ao alistamento: 30 dias, contados do seu retorno ao país.
a) os inválidos; Resolução do TSE n.º 21.538/2003
Art. 85. A base de cálculo para aplicação das mul-
Comentário  A Resolução n.º 21.920/2004 do TSE
tas previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas,
dispõe sobre o alistamento eleitoral e o voto dos cida-
bem como das de que trata esta resolução, será o
dãos portadores de deficiência, cuja natureza e situa-
ção impossibilitem ou tornem extremamente oneroso último valor fixado para a Ufir, multiplicado pelo
o exercício de suas obrigações. fator 33,02, até que seja aprovado novo índice, em
conformidade com as regras de atualização dos
Art. 1º O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios
débitos para com a União.
para todas as pessoas portadoras de deficiência.
Parágrafo único. Não estará sujeita a sanção a pessoa Código Eleitoral de 1965
portadora de deficiência que torne impossível ou dema-
siadamente oneroso o cumprimento das obrigações Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer
eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do multa, salvo no caso das condenações criminais,
voto. obedecerão às seguintes normas:
I - No arbitramento será levada em conta a condi-
b) os maiores de setenta anos; ção econômica do eleitor;
c) os que se encontrem fora do país. II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento
II - quanto ao voto: do eleitor, o pagamento será feito através de selo
federal inutilizado no próprio requerimento ou no
a) os enfermos; respectivo processo;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio; III - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no pra-
c) os funcionários civis e os militares, em serviço zo de 30 (trinta) dias, será considerada dívida líqui-
que os impossibilite de votar. da e certa, para efeito de cobrança mediante exe-
cutivo fiscal, a que for inscrita em livro próprio no
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justi- Cartório Eleitoral;
ficar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias
após a realização da eleição, incorrerá na multa de IV - A cobrança judicial da dívida será feita por ação
3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo executiva na forma prevista para a cobrança da
da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na dívida ativa da Fazenda Pública, correndo a ação
forma prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei perante os juízos eleitorais;
n.º 4.961 de 04/05/1966) V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais
de um Promotor de Justiça, a cobrança da dívida
Comentário  O art. 80 § 4º da Resolução n.º far-se-á por intermédio do que for designado pelo
21.538/2003 do TSE estabelece o percentual mínimo Procurador Regional Eleitoral;
de 3% e o máximo de 10% desse valor para arbitra-
mento da multa pelo não-exercício do voto. A Unidade VI - Os recursos cabíveis, nos processos para co-
Fiscal de Referência (Ufir), instituída pela Lei n.º brança da dívida decorrente de multa, serão inter-
8.383/1991, foi extinta pela MP n.º 1.973-67/2000, postos para a instância superior da Justiça Eleitoral;
tendo sido sua última reedição (MP n.º 2.176-79/2001)
convertida na Lei n.º 10.522/2002, e seu último valor VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício;
estabelecido em R$ 1,0641. VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e Terri-
33,02 x R$ 1,0641 = R$ 35,136582 (de 3% a 10%) tórios serão cobradas nos termos dos respectivos
Regimentos de Custas;
Resolução do TSE n.º 21.538/2003 IX - Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais
Regionais, trimestralmente, a importância total das
Art. 80. O eleitor que deixar de votar e não se justi-
multas impostas, nesse período e quanto foi arre-
ficar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a rea-
cadado através de pagamentos feitos na forma dos
lização da eleição incorrerá em multa imposta pelo
números II e III;
juiz eleitoral e cobrada na forma prevista nos arts.
7º e 367 do Código Eleitoral, no que couber, e 85
desta resolução.
190 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais IV - obter empréstimos nas autarquias, socieda-
Regionais ao Tribunal Superior. des de economia mista, caixas econômicas fede-
rais ou estaduais, nos institutos e caixas de previ-
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais dência social, bem como em qualquer estabele-
serão consideradas líquidas e certas, para efeito de cimento de crédito mantido pelo governo, ou de
cobrança mediante executivo fiscal desde que ins- cuja administração este participe, e com essas en-
critas em livro próprio na Secretaria do Tribunal tidades celebrar contratos;
competente.
V - obter passaporte ou carteira de identidade;
§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se
o juiz, ou Tribunal considerar que, em virtude da VI - renovar matrícula em estabelecimento de en-
situação econômica do infrator, é ineficaz, embora sino oficial ou fiscalizado pelo governo;
aplicada no máximo. VII - praticar qualquer ato para o qual se exija qui-
§ 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devi- tação do serviço militar ou imposto de renda.
damente o seu estado de pobreza, ficará isento do § 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores
pagamento de multa. de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º,
§ 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir n.º 1, sem prova de estarem alistados não poderão
selos, sob a designação "Selo Eleitoral", destinados praticar os atos relacionados no parágrafo anterior.
ao pagamento de emolumentos, custas, despesas e § 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo proces-
multas, tanto as administrativas como as penais, so eletrônico de dados, será cancelada a inscrição
devidas à Justiça Eleitoral. do eleitor que não votar em 3 (três) eleições con-
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos secutivas, não pagar a multa ou não se justificar
através de guias de recolhimento, se a Justiça Elei- no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da
toral não dispuser de selo114 eleitoral em quantida- última eleição a que deveria ter comparecido. (In-
de suficiente para atender aos interessados. cluído pela Lei n.º 7.663 de 27/05/1988)

§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, Resolução do TSE n.º 21.538/2003
pagou a respectiva multa ou de que se justificou Art. 80. (...) § 6º Será cancelada a inscrição do elei-
devidamente, não poderá o eleitor: tor que se abstiver de votar em três eleições conse-
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo cutivas, salvo se houver apresentado justificativa
ou função pública, investir-se ou empossar-se ne- para a falta ou efetuado o pagamento de multa,
les; ficando excluídos do cancelamento os eleitores que,
por prerrogativa constitucional, não estejam obri-
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou gados ao exercício do voto.
proventos de função ou emprego público, autár-
quico ou paraestatal, bem como fundações go- § 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao
vernamentais, empresas, institutos e sociedades eleitor no exterior que requeira novo passaporte
de qualquer natureza, mantidas ou subvenciona- para identificação e retorno ao Brasil. (Incluído pela
das pelo governo ou que exerçam serviço público Lei n.º 13.165 de 2015)
delegado, correspondentes ao segundo mês sub-
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os
sequente ao da eleição;
19 anos ou o naturalizado que não se alistar até
III - participar de concorrência pública ou adminis- um ano depois de adquirida a nacionalidade brasi-
trativa da União, dos Estados, dos Territórios, do leira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por
Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respec- cento sobre o valor do salário-mínimo da região,
tivas autarquias; imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição
eleitoral através de selo federal inutilizado no pró-
prio requerimento. (Redação dada pela Lei n.º
114
Comentário  A Lei n.º 5.143/1966 (art. 15) aboliu o imposto do
4.961 de 04/05/1966)
selo. A instrução normativa da STN n.º 3/2004 institui e regulamenta
os modelos da Guia de Recolhimento da União (GRU). A Resolução Comentário  Não é aplicada a multa ao alistando que
do TSE n.º 21.975/2004, que disciplina o recolhimento e a cobrança
deixou de ser analfabeto. (Artigo 16 § único da Resolu-
das multas previstas no Código Eleitoral e leis conexas, determina
ção do TSE n.º 21.538/2003)
em seu art. 4º a utilização obrigatória da GRU para recolhimento das
multas eleitorais e penalidades pecuniárias, assim como doações de
pessoas físicas ou jurídicas ao Fundo Partidário.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 191
fazer perante qualquer juízo eleitoral, ao qual deve
Comentário  A Lei n.º 5.143/1966 (art. 15) aboliu o
preceder consulta ao juízo de origem sobre o quantum
imposto do selo. A instrução normativa da STN n.º
a ser exigido do devedor.
3/2004 institui e regulamenta os modelos da Guia de
Recolhimento da União (GRU). A Resolução do TSE n.º
21.975/2004, que disciplina o recolhimento e a cobran- § 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o paga-
ça das multas previstas no Código Eleitoral e leis cone- mento através de selos federais inutilizados no
xas, determina em seu art. 4º a utilização obrigatória próprio requerimento, o juiz que recolheu a multa
da GRU para recolhimento das multas eleitorais e pe- comunicará o fato ao da zona de inscrição e forne-
nalidades pecuniárias, assim como doações de pessoas cerá ao requerente comprovante do pagamento.
físicas ou jurídicas ao Fundo Partidário.
Resoluções do TSE n.ºs 21.538/2003 (art. 82) e
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não 20.497/1999  Expedição de certidão de quitação elei-
alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o toral por juízo de zona eleitoral diversa da inscrição ao
centésimo primeiro dia anterior à eleição subse- eleitor que estiver em débito e, também, ao que esti-
quente à data em que completar dezenove anos. ver quite com as obrigações eleitorais.
(Incluído pela Lei n.º 9.041 de 09/05/1995)
Resolução do TSE n.º 21.667/2004  Dispõe sobre a
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 utilização do serviço de emissão de certidão de quita-
ção eleitoral por meio da Internet e dá outras provi-
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito-
dências.
ral ou de transferência será recebido dentro dos
cento e cinquenta dias anteriores à data da elei-
ção. Parte Segunda - Dos Órgãos da Justiça Eleitoral
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do dis-
posto nos arts. 7º e 8º incorrerão na multa de 1 I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capi-
(um) a 3 (três) salários-mínimos vigentes na zona tal da República e jurisdição em todo o País;
eleitoral ou de suspensão disciplinar até 30 (trinta) II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Esta-
dias. do, no Distrito Federal e, mediante proposta do
Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não vota- Tribunal Superior, na Capital de Território;
rem por motivo justificado e aos não alistados nos III - juntas eleitorais;
termos dos artigos 5º e 6º, n.º 1, documento que
os isente das sanções legais. IV - juízes eleitorais.

Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a mul- Constituição Federal de 1988
ta, se se encontrar fora de sua zona e necessitar
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
documento de quitação com a Justiça Eleitoral,
poderá efetuar o pagamento perante o Juízo da I - o Tribunal Superior Eleitoral;
zona em que estiver. II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

Resolução do TSE n.º 21.823/2004  Admissibilidade, III - os Juízes Eleitorais;


por aplicação analógica deste artigo, do pagamento, IV - as Juntas Eleitorais.
perante qualquer juízo eleitoral, dos débitos decorren-
tes de sanções pecuniárias de natureza administrativa Art. 13. O número de juízes dos Tribunais Regionais
impostas com base no Código Eleitoral e na Lei n.º não será reduzido, mas poderá ser elevado até
9.504 de 30 de setembro de 1997, ao qual deve prece- nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e
der consulta ao juízo de origem sobre o quantum a ser
na forma por ele sugerida.
exigido do devedor.

Comentário  De acordo com o artigo 120 § 1º da


§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, Constituição Federal de 1988, os TREs serão compostos
salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da zona por exatamente sete (7) membros (2+2+1+2). Então
em que se encontrar solicite informações sobre o este artigo, que é original de 1965, já não se aplica
arbitramento ao Juízo da inscrição. mais aos Tribunais Regionais Eleitorais.

Comentário  O artigo 81 e 85 da Resolução do TSE n.º


21.538/2003 regulamenta este procedimento. Aquele
que necessite efetuar um pagamento de multa poderá

192 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 14. Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo § 4º No caso de recondução para o segundo biênio
motivo justificado, servirão obrigatoriamente por observar-se-ão as mesmas formalidades indispen-
dois anos, e nunca por mais de dois biênios conse- sáveis à primeira investidura. (Parágrafo único re-
cutivos. numerado pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos
Resolução do TSE n.º 20.958/2001  Dispõe sobre Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma
instruções que regulam a investidura e o exercício dos
ocasião e pelo mesmo processo, em número igual
membros dos tribunais eleitorais e o término dos res-
pectivos mandatos.
para cada categoria.
Título I - Do Tribunal Superior
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral:
sem o desconto de qualquer afastamento nem (Redação dada pela Lei n.º 7.191 de 04/06/1984)
mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença
especial, salvo no caso do § 3º. (Incluído pela Lei I - mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação
n.º 4.961 de 04/05/1966) dada pela Lei n.º 7.191 de 04/06/1984)
§ 2º Os juízes afastados por motivo de licença fé- a) de três juízes, dentre os Ministros do Supre-
rias e licença especial, de suas funções na Justiça mo Tribunal Federal; e (Incluído pela Lei n.º
comum, ficarão automaticamente afastados da 7.191 de 04/06/1984)
Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente exce- b) de dois juízes, dentre os membros do Tribunal
to quando com períodos de férias coletivas, coinci- Federal de Recursos; (Incluído pela Lei n.º 7.191
dir a realização de eleição, apuração ou encerra- de 04/06/1984)
mento de alistamento. (Incluído pela Lei n.º 4.961
de 04/05/1966) II - por nomeação do Presidente da República, de
dois entre seis advogados de notável saber jurídi-
§ 3º Da homologação da respectiva convenção co e idoneidade moral, indicados pelo Supremo
partidária até a diplomação e nos feitos decorren- Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei n.º 7.191
tes do processo eleitoral, não poderão servir como de 04/06/1984)
juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleito-
ral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, Constituição Federal de 1988
até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á,
registrado na circunscrição. (Redação dada pela Lei
no mínimo, de sete membros, escolhidos:
n.º 13.165 de 2015)
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
Resolução do TSE n.º 22.825/2008  Regulamenta o a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tri-
impedimento de membro de tribunal regional eleitoral
bunal Federal;
para desempenhar função eleitoral perante circunscri-
ção em que houver parentesco com candidato a cargo b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribu-
eletivo. nal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois
Grau de Parentesco  É a medida da distância ou o
juízes dentre seis advogados de notável saber jurí-
espaço, havido entre os parentes, e regrado de uma
geração a outra, adotada para evidência da proximida- dico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo
de ou remoticidade, que prende ou vincula os parentes Tribunal Federal.
entre si. A contagem de grau é feita de dois modos: na
linha reta e na linha colateral. Na linha reta, o grau é § 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior
determinado, na ascendência ou descendência, pela Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco,
evidência de cada geração, tendo por base o autor ainda que por afinidade, até o 4º (quarto) grau,
comum. Na linha colateral, há que se subir até que se seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se
encontre o tronco comum e dele descer até a pessoa neste caso o que tiver sido escolhido por último. (§
cujo parentesco se quer graduar. O grau de parentesco 3º renumerado pelo Decreto-lei n.º 441 de
pode ser consanguíneo, civil ou por afinidade e está 29/01/1969 e alterado pela Lei n.º 7.191 de
regulado nos artigos 1.591 a 1.595 do Código Civil. 04/06/1984)
Caso deseje aprender sobre contagem de grau de pa-
rentesco clique aqui e assista ao vídeo explicativo da
prof. Thais Nunes no Youtube.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 193
§ 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo Parágrafo único. O Procurador Geral poderá desig-
não poderá recair em cidadão que ocupe cargo nar outros membros do Ministério Público da Uni-
público de que seja demissível ad nutum; que seja ão, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuí-
diretor, proprietário ou sócio de empresa benefici- zo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao
ada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter
virtude de contrato com a administração pública; assento.
ou que exerça mandato de caráter político, federal,
estadual ou municipal. (§ 4º renumerado pelo Lei Complementar n.º 75 de 20 de maio de 1993
Decreto-lei n.º 441 de 29/01/1969 e alterado pela Das Funções Eleitorais do Ministério Público Federal
Lei n.º 7.191 de 04/06/1984)
Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal
II - por nomeação do Presidente da República, de exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as
dois entre seis advogados de notável saber jurídico funções do Ministério Público, atuando em todas as
e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribu- fases e instâncias do processo eleitoral.
nal Federal. Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem
legitimação para propor, perante o juízo competen-
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para te, as ações para declarar ou decretar a nulidade de
seu presidente um dos ministros do Supremo Tri- negócios jurídicos ou atos da administração públi-
bunal Federal, cabendo ao outro a vice- ca, infringentes de vedações legais destinadas a
presidência, e para Corregedor Geral da Justiça proteger a normalidade e a legitimidade das elei-
Eleitoral um dos seus membros. ções, contra a influência do poder econômico ou o
Constituição Federal de 1988 abuso do poder político ou administrativo.

Art. 119. (...) Parágrafo único. O Tribunal Superior Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procura-
Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dor-Geral da República.
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral de-
o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Supe- signará, dentre os Subprocuradores-Gerais da Re-
rior Tribunal de Justiça. pública, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o
substituirá em seus impedimentos e exercerá o
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixa- cargo em caso de vacância, até o provimento defi-
das pelo Tribunal Superior Eleitoral. nitivo.

Resolução do TSE n.º 21.329/2002  Aprova a organi- Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral
zação dos serviços da Corregedoria-Geral da Justiça exercer as funções do Ministério Público nas causas
Eleitoral, define a competência das unidades e as atri- de competência do Tribunal Superior Eleitoral.
buições dos titulares de cargos e funções.
Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral
Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corre- necessidade de serviço, membros do Ministério
gedor Geral se locomoverá para os Estados e Terri- Público Federal para oficiarem, com sua aprovação,
tórios nos seguintes casos: perante o Tribunal Superior Eleitoral.
I - por determinação do Tribunal Superior Eleito- Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:
ral;
I - designar o Procurador Regional Eleitoral em ca-
II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais; da Estado e no Distrito Federal;
III - a requerimento de Partido deferido pelo Tri- II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-
bunal Superior Eleitoral; Geral Eleitoral;
IV - sempre que entender necessário. III - dirimir conflitos de atribuições;
§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria IV - requisitar servidores da União e de suas autar-
Geral vinculam os Corregedores Regionais, que lhes quias, quando o exigir a necessidade do serviço,
devem dar imediato e preciso cumprimento. sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, exercício de seus cargos ou empregos.
junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador
Geral da República, funcionando, em suas faltas e
impedimentos, seu substituto legal.

194 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamen- diplomas, só poderão ser tomadas com a presença
te com o seu substituto, será designado pelo Procu- de todos os seus membros. Se ocorrer impedimen-
rador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regi- to de algum juiz, será convocado o substituto ou o
onais da República no Estado e no Distrito Federal, respectivo suplente.
ou, onde não houver, dentre os Procuradores da Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer inte-
República vitalícios, para um mandato de dois anos. ressado poderá arguir a suspeição ou impedimen-
§ 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser to dos seus membros, do Procurador Geral ou de
reconduzido uma vez. funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos
na lei processual civil ou penal e por motivo de
§ 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser parcialidade partidária, mediante o processo pre-
destituído, antes do término do mandato, por inici- visto em regimento.
ativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a mai-
oria absoluta do Conselho Superior do Ministério Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando
Público Federal. o excipiente a provocar ou, depois de manifestada
a causa, praticar ato que importe aceitação do ar-
Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral guido.
exercer as funções do Ministério Público nas causas
de competência do Tribunal Regional Eleitoral res- Comentário  Impedimento de juiz por parentesco ou
pectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do que for parte em ação judicial que envolva candidato.
setor. (Artigo 95 da Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997)
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral po-
derá designar, por necessidade de serviço, outros Comentário  Admissibilidade de exceção de suspeição
membros do Ministério Público Federal para oficiar, de magistrado para todo o processo eleitoral. (Acór-
dãos do TSE n.ºs 13.098/1992, 15.239/1999, 19/2002 e
sob a coordenação do Procurador Regional, peran-
3.106/2002)
te os Tribunais Regionais Eleitorais.
Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Arguição de Impedimento e de Suspeição  Processo
Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão utilizado para afastar da causa um juiz que esteja proi-
exercidas pelo Promotor Eleitoral. bido de atuar no processo (impedimento - art. 144 do
Código de Processo Civil e arts. 252 e 253 do Código de
Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Processo Penal) ou sobre o qual haja uma desconfiança
Ministério Público local que oficie junto ao Juízo de parcialidade (suspeição - art. 145 do Código de Pro-
incumbido do serviço eleitoral de cada Zona. cesso Civil e art. 254 do Código de Processo Penal). O
impedimento e a suspeição também são aplicáveis, no
Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que
que couber, a membros do Ministério Público, auxilia-
oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impe- res da justiça e demais sujeitos imparciais do processo.
dimento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério
Público local indicará ao Procurador Regional Elei-
Art. 21. Os Tribunais e juízes inferiores devem dar
toral o substituto a ser designado.
imediato cumprimento às decisões, mandados,
Art. 80. A filiação a partido político impede o exer- instruções e outros atos emanados do Tribunal
cício de funções eleitorais por membro do Ministé- Superior Eleitoral.
rio Público até dois anos do seu cancelamento.
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria I - Processar e julgar originariamente:
de votos, em sessão pública, com a presença da
maioria de seus membros. a) o registro e a cassação de registro de partidos
políticos, dos seus diretórios nacionais e de
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, candidatos à Presidência e vice-presidência da
assim na interpretação do Código Eleitoral em face República;
da Constituição115 e cassação de registro de parti-
dos políticos, como sobre quaisquer recursos que Comentário  Aquisição da personalidade jurídica dos
importem anulação geral de eleições ou perda de partidos políticos mediante registro no Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas. (Artigos 7º e 8º da
115
Constituição Federal de 1988 Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995)
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros
ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 195
partido e apuração de qualquer ato que viole as pres-
Comentário  Arguição de inelegibilidade perante o
crições legais ou estatutárias em matéria financeira.
Tribunal Superior Eleitoral. (Artigo 2º § único I da Lei
(Artigo 35 da Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995)
Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990)

g) as impugnações á apuração do resultado ge-


b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Re-
ral, proclamação dos eleitos e expedição de di-
gionais e juízes eleitorais de Estados diferentes;
ploma na eleição de Presidente e Vice-
c) a suspeição ou impedimento aos seus mem- Presidente da República;
bros, ao Procurador Geral e aos funcionários da
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não
sua Secretaria;
decididos nos Tribunais Regionais dentro de
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes fo- trinta dias da conclusão ao relator, formulados
rem conexos cometidos pelos seus próprios juí- por partido, candidato, Ministério Público ou
zes e pelos juízes dos Tribunais Regionais; parte legitimamente interessada; (Redação dada
pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Comentário  Competência do STF para processar e
i) as reclamações contra os seus próprios juízes
julgar, nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade, os membros dos tribunais superio- que, no prazo de trinta dias a contar da conclu-
res. (Artigo 102 inciso I “c” da Constituição Federal de são, não houverem julgado os feitos a eles dis-
1988) tribuídos; (Incluído pela Lei n.º 4.961 de
04/05/1966)
Comentário  Competência do STJ para processar e
julgar, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, Comentário  A competência para o julgamento das
os membros dos tribunais regionais eleitorais. (Artigo reclamações desta espécie passou ao Conselho Nacio-
105 inciso I “a” da Constituição Federal de 1988) nal de Justiça, nos termos do art. 103-B, § 4º, III, da
Constituição Federal.
e) o habeas corpus ou mandado de segurança,
em matéria eleitoral, relativos a atos do Presi- j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade,
dente da República, dos Ministros de Estado e desde que intentada dentro de cento e vinte di-
dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas as de decisão irrecorrível, possibilitando-se o
corpus, quando houver perigo de se consumar a exercício do mandato eletivo até o seu trânsito
violência antes que o juiz competente possa em julgado. (Incluído pela LCP n.º 86 de
prover sobre a impetração; (Execução suspensa 14/05/1996)
pela RSF n.º 132 de 1984)
Comentário  A Lei Complementar n.º 86/1996, ao
Comentário  O STF deu interpretação para restringir o introduzir a ação rescisória no âmbito da Justiça Eleito-
seu alcance à verdadeira dimensão da declaração. É ral, incumbiu somente ao TSE seu processo e julgamen-
possível o TSE decidir MS contra ato de natureza elei- to, inclusive originariamente, contra seus próprios
toral do Presidente da República. julgados.

Comentário  Competência do STF para processar e Comentário  TRE não é competente para o julgamen-
julgar mandado de segurança contra ato do presidente to de ação rescisória. (Acórdão do TSE n.º 106/2000 e
da República. (Artigo 102 inciso I “d” da Constituição 89/2001)
Federal de 1988)
II - julgar os recursos interpostos das decisões dos
Comentário  Competência do STJ para processar e Tribunais Regionais nos termos do art. 276 inclu-
julgar mandado de segurança contra ato de ministro de sive os que versarem matéria administrativa.
Estado. (Artigo 105 inciso I “b” da Constituição Federal
de 1988) Comentário  Embora haja remissão ao artigo 276 do
Código Eleitoral, a matéria encontra-se regulamentada
f) as reclamações relativas a obrigações impos- pela própria Constituição Federal, em seu art. 121 § 4º.
tas por lei aos partidos políticos, quanto à sua Art. 121. (...) § 4º Das decisões dos tribunais regionais
contabilidade e à apuração da origem dos seus eleitorais somente caberá recurso quando:
recursos;
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
Constituição ou de lei;
Comentário  Exame pelo Tribunal Superior Eleitoral e
pelos tribunais regionais eleitorais da escrituração do
196 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre
Vice-Presidente da República, senadores e depu-
dois ou mais tribunais eleitorais;
tados federais, quando não o tiverem sido por lei;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de
diplomas nas eleições federais ou estaduais; Comentário  Atualmente, a Lei n.º 9.504 de 30 de
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de setembro de 1997, nos artigos 1º caput e artigo 2º § 1º
mandatos eletivos federais ou estaduais; fixou as datas para as eleições presidenciais, federais,
estaduais e municipais.
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
habeas data ou mandado de injunção.
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas elei-
torais ou a criação de novas zonas;
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior
são irrecorríveis, salvo nos casos do art. 281.
Resolução do TSE n.º 19.994/1997  Estabelece nor-
mas para a criação e desmembramento de zonas elei-
Comentário  Embora haja remissão ao artigo 281 do torais e dá outras providências.
Código Eleitoral, a matéria encontra-se regulamentada
pela própria Constituição Federal, em seu art. 121 § 3º.
IX - expedir as instruções que julgar convenientes
Art. 121. (...) § 3º São irrecorríveis as decisões do Tri- à execução deste Código;
bunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem
esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corre-
ou mandado de segurança. gedores Regionais e auxiliares em diligência fora
da sede;
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribu- XI - enviar ao Presidente da República a lista trí-
nal Superior, plice organizada pelos Tribunais de Justiça nos
I - elaborar o seu regimento interno; termos do art. 25;
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Ge- XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consul-
ral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou tas que lhe forem feitas em tese por autoridade
extinção dos cargos administrativos e a fixação com jurisdição, federal ou órgão nacional de par-
dos respectivos vencimentos, provendo-os na tido político;
forma da lei; XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas
III - conceder aos seus membros licença e férias receptoras nos Estados em que essa providência
assim como afastamento do exercício dos cargos for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
efetivos; XIV - requisitar a força federal necessária ao cum-
IV - aprovar o afastamento do exercício dos car- primento da lei, de suas próprias decisões ou das
gos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais decisões dos Tribunais Regionais que o solicita-
Eleitorais; rem, e para garantir a votação e a apuração; (Re-
dação dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Resolução do TSE n.º 21.842/2004  Dispõe sobre o
afastamento de magistrados na Justiça Eleitoral do Comentário  A Resolução do TSE n.º 21.843/2004
exercício dos cargos efetivos. dispõe sobre a requisição de força federal de que trata
o inciso acima e sobre a aplicação do art. 2º do Decre-
V - propor a criação de Tribunal Regional na sede to-Lei n.º 1.064/1969: “O Departamento de Polícia
Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral sempre
de qualquer dos Territórios;
que houver de se realizar eleições, gerais ou parciais,
VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do em qualquer parte do território nacional”.
número dos juízes de qualquer Tribunal Eleitoral,
indicando a forma desse aumento; Resolução do TSE n.º 21.843/2004  Dispõe sobre a
requisição de força federal, de que trata o art. 23, inci-
Comentário  De acordo com o artigo 120 § 1º da so XIV, do Código Eleitoral, e sobre a aplicação do art.
Constituição Federal de 1988, os TREs serão compostos 2º do Decreto-Lei n.º 1.064/1969.
por exatamente sete (7) membros (2+2+1+2). Então
este inciso, que é original de 1965, já não se aplica mais
aos Tribunais Regionais Eleitorais, não sendo possível o
aumento do número de membros.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 197
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observân-
Comentário  De acordo com o artigo 15 § 1º da Lei cia das leis eleitorais, especialmente quanto à sua
Complementar n.º 97/1999, compete ao Presidente da
aplicação uniforme em todo o País;
República a decisão de empregar as Forças Armadas,
por iniciativa própria ou por solicitação do STF. VII - requisitar diligências, certidões e esclareci-
mentos necessários ao desempenho de suas atri-
Resolução do TSE n.º 23.222/2010  Dispõe sobre a buições;
apuração de crimes eleitorais, disciplinando a atuação
da Polícia Judiciária Eleitoral, a notícia-crime eleitoral e VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério
o inquérito policial eleitoral, sem qualquer referência à Público junto aos Tribunais Regionais;
revogação da Resolução do TSE n.º 22.376/2006, que IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor
dispões da mesma forma sobre a matéria. Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procu-
rador que designe, nas diligências a serem reali-
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua juris- zadas.
prudência;
Título II - Dos Tribunais Regionais
XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito
Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-
serviço de sua Secretaria; se-ão: (Redação dada pela Lei n.º 7.191 de
04/06/1984)
Resolução do TSE n.º 23.255/2010  Normas sobre I - mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação
requisição de servidores públicos. dada pela Lei n.º 7.191 de 04/06/1984)
a) de dois juízes, dentre os desembargadores do
XVII - publicar um boletim eleitoral;
Tribunal de Justiça; (Redação dada pela Lei n.º
7.191 de 04/06/1984)
Comentário  O Boletim Eleitoral foi substituído em
julho de 1990 pela revista Jurisprudência do Tribunal b) de dois juízes de direito, escolhidos pelo Tri-
Superior Eleitoral. (Resolução do TSE n.º 16.584/1990) bunal de Justiça; (Redação dada pela Lei n.º
7.191 de 04/06/1984)
XVIII - tomar quaisquer outras providências que II - do juiz federal e, havendo mais de um, do que
julgar convenientes à execução da legislação elei- for escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos; e
toral. (Redação dada pela Lei n.º 7.191 de 04/06/1984)

Resolução do TSE n.º 22.931/2008  A competência do III - por nomeação do Presidente da República de
TSE para tomar as providências necessárias à execução dois dentre seis cidadãos de notável saber jurídico
da legislação eleitoral diz respeito especificamente ao e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
seu poder normativo, não se enquadrando nessa hipó- Justiça. (Redação dada pela Lei n.º 7.191 de
tese controle prévio de ato ainda não editado. 04/06/1984)

Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe Constituição Federal de 1988
do Ministério Público Eleitoral; Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
parte nas discussões; § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, ão:
em todos os feitos de competência originária do I - mediante eleição, pelo voto secreto:
Tribunal;
a) de dois juízes dentre os desembargadores do
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal de Justiça;
Tribunal;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em pelo Tribunal de Justiça;
todos os assuntos submetidos à deliberação do
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com
Tribunal, quando solicitada sua audiência por
sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se en-
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em
tender necessário;
qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal res-
V - defender a jurisdição do Tribunal; pectivo;

198 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
III - por nomeação, pelo Presidente da República, tário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção,
de dois juízes dentre seis advogados de notável privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo a administração pública; ou que exerça mandato de
caráter político, federal, estadual ou municipal.
Tribunal de Justiça.

Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribu-


Resolução do TSE n.º 20.958/2001  Instruções que nal Regional serão eleitos por este dentre os três
regulam a investidura e o exercício dos membros dos
desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro
tribunais eleitorais e o término dos respectivos manda-
tos. Os modelos de formulários para a prestação das desembargador será o Corregedor Regional da
informações que devem acompanhar a lista tríplice são Justiça Eleitoral.
os aprovados pela Resolução do TSE n.º 9.407/1972.
Constituição Federal de 1988
§ 1º A lista tríplice organizada pelo Tribunal de Art. 120. (...)
Justiça será enviada ao Tribunal Superior Eleitoral. § 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Pre-
sidente e o Vice-Presidente dentre os desembarga-
Resolução do TSE n.º 21.461/2003  Dispõe sobre o dores.
encaminhamento de lista tríplice organizada pelo Tri-
bunal de Justiça ao Tribunal Superior Eleitoral. § 1º As atribuições do Corregedor Regional serão
fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em cará-
§ 2º A lista não poderá conter nome de magistrado ter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regi-
aposentado ou de membro do Ministério Público. onal Eleitoral perante o qual servir.
(Redação dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corre-
§ 3º Recebidas as indicações o Tribunal Superior gedor Regional se locomoverá para as zonas elei-
divulgará a lista através de edital, podendo os par- torais nos seguintes casos:
tidos, no prazo de cinco dias, impugná-la com fun-
I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral
damento em incompatibilidade.
ou do Tribunal Regional Eleitoral;
§ 4º Se a impugnação for julgada procedente quan-
II - a pedido dos juízes eleitorais;
to a qualquer dos indicados, a lista será devolvida
ao Tribunal de origem para complementação. III - a requerimento de Partido, deferido pelo Tri-
bunal Regional;
§ 5º Não havendo impugnação, ou desprezada
esta, o Tribunal Superior encaminhará a lista ao IV - sempre que entender necessário.
Poder Executivo para a nomeação.
Resolução do TSE n.º 21.372/2003  Estabelece rotina
§ 6º Não podem fazer parte do Tribunal Regional
para realização de correições nas zonas eleitorais do
pessoas que tenham entre si parentesco, ainda país.
que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo
legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso a que
Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a
tiver sido escolhida por último. (§ 8º renumerado
cada Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da
pelo Decreto-lei n.º 441 de 29/01/1969)
República no respectivo Estado e, onde houver
§ 7º A nomeação de que trata o n.º II deste artigo mais de um, aquele que for designado pelo Procu-
não poderá recair em cidadão que tenha qualquer rador Geral da República.
das incompatibilidades mencionadas no art. 16, §
4º. (§ 9º renumerado pelo Decreto-lei n.º 441 de Comentário  O Acórdão do TSE n.º 309/1996 define
29/01/1969) que "as normas da Lei Orgânica do Ministério Público
da União (Lei Complementar n.º 75/1993) revogaram o
Comentário  A remissão ao § 4º do art. 16 deste códi- art. 27 e seus parágrafos do Código Eleitoral, porquan-
go refere-se a sua redação original. Com redação dada to regularam completamente a matéria". Isso significa
pela Lei n.º 7.191/1984, a matéria contida no § 4º do que o formato da atuação do Ministério Público Fede-
art. 16 passou a ser tratada no § 2º e o mencionado ral junto à justiça eleitoral é, atualmente, diferente do
inciso II passou a ser o inciso III também em 1984 (no- que consta no Código Eleitoral.
meação dos advogados).
§ 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo não § 1º No Distrito Federal, serão as funções de Pro-
poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de curador Regional Eleitoral exercidas pelo Procura-
que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprie- dor Geral da Justiça do Distrito Federal.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 199
§ 2º Substituirá o Procurador Regional, em suas Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995
faltas ou impedimentos, o seu substituto legal.
Art. 10. As alterações programáticas ou estatutá-
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, rias, após registradas no Ofício Civil competente,
perante os Tribunais junto aos quais servirem, as devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao
atribuições do Procurador Geral. Tribunal Superior Eleitoral.
§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador Parágrafo único. O Partido comunica à Justiça Elei-
Geral, podendo os Procuradores Regionais requisi- toral a constituição de seus órgãos de direção e os
tar, para auxiliá-los nas suas funções, membros do nomes dos respectivos integrantes, bem como as
Ministério Público local, não tendo estes, porém, alterações que forem promovidas, para anotação:
assento nas sessões do Tribunal.
I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por mai- dos órgãos de âmbito nacional;
oria de votos, em sessão pública, com a presença
da maioria de seus membros. II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integran-
tes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou
§ 1º No caso de impedimento e não existindo quo- zonal.
rum, será o membro do Tribunal substituído por
outro da mesma categoria, designado na forma
prevista na Constituição. Comentário  A finalidade dessa comunicação, entre-
tanto, não é a de fazer existir o órgão de direção ou
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso permitir que participe do processo eleitoral [...]. A
voluntário para o Tribunal Superior qualquer inte- razão de ser, pois, é a publicidade, ensejando, ainda,
ressado poderá arguir a suspeição dos seus mem- aos Tribunais, verificar quem representa os partidos.
bros, do Procurador Regional, ou de funcionários (Acórdão do TSE n.º 13.060/1996)
da sua Secretaria, assim como dos juízes e escri-
vães eleitorais, nos casos previstos na lei processu- b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleito-
al civil e por motivo de parcialidade partidária, me- rais do respectivo Estado;
diante o processo previsto em regimento. c) a suspeição ou impedimentos aos seus mem-
§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior será bros ao Procurador Regional e aos funcionários
observado o disposto no parágrafo único do art. da sua Secretaria assim como aos juízes e escri-
20. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966) vães eleitorais;

Art. 20. (...) d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes


eleitorais;
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando
o excipiente a provocar ou, depois de manifestada e) o habeas corpus ou mandado de segurança,
a causa, praticar ato que importe aceitação do em matéria eleitoral, contra ato de autoridades
arguido. que respondam perante os Tribunais de Justiça
por crime de responsabilidade e, em grau de re-
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre curso, os denegados ou concedidos pelos juízes
quaisquer ações que importem cassação de regis- eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando
tro, anulação geral de eleições ou perda de diplo- houver perigo de se consumar a violência antes
mas somente poderão ser tomadas com a presença que o juiz competente possa prover sobre a im-
de todos os seus membros. (Incluído pela Lei n.º petração;
13.165 de 2015) f) as reclamações relativas a obrigações impos-
§ 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de tas por lei aos partidos políticos, quanto a sua
algum juiz, será convocado o suplente da mesma contabilidade e à apuração da origem dos seus
classe. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) recursos;
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais: g) os pedidos de desaforamento dos feitos não
decididos pelos juízes eleitorais em trinta dias
I - processar e julgar originariamente:
da sua conclusão para julgamento, formulados
a) o registro e o cancelamento do registro dos por partido candidato Ministério Público ou par-
diretórios estaduais e municipais de partidos te legitimamente interessada sem prejuízo das
políticos, bem como de candidatos a Governa- sanções decorrentes do excesso de prazo. (Re-
dor, Vice-Governadores, e membro do Congres- dação dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
so Nacional e das Assembleias Legislativas;
200 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - julgar os recursos interpostos: II - justiça de paz, remunerada, composta de cida-
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes dãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
e juntas eleitorais. com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de
b) das decisões dos juízes eleitorais que conce- ofício ou em face de impugnação apresentada, o
derem ou denegarem habeas corpus ou manda-
processo de habilitação e exercer atribuições conci-
do de segurança. liatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regio- previstas na legislação.
nais são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276.
V - constituir as juntas eleitorais e designar a res-
Comentário  Embora haja remissão ao artigo 276 do
pectiva sede e jurisdição;
Código Eleitoral, a matéria encontra-se regulamentada VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais
pela própria Constituição Federal, em seu art. 121 § 4º. ou seções em que a contagem dos votos deva ser
Art. 121. (...) § 4º Das decisões dos tribunais regionais feita pela mesa receptora;
eleitorais somente caberá recurso quando:
VII - apurar com os resultados parciais enviados
I - forem proferidas contra disposição expressa desta pelas juntas eleitorais, os resultados finais das
Constituição ou de lei; eleições de Governador e Vice-Governador de
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre membros do Congresso Nacional e expedir os
dois ou mais tribunais eleitorais; respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo
de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de
diplomas nas eleições federais ou estaduais;
Superior, cópia das atas de seus trabalhos;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às con-
mandatos eletivos federais ou estaduais; sultas que lhe forem feitas, em tese, por autori-
dade pública ou partido político;
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
habeas data ou mandado de injunção. IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas
eleitorais, submetendo essa divisão, assim como a
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tri- criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal
bunais Regionais: Superior;
I - elaborar o seu regimento interno; X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que
deva responder pela escrivania eleitoral durante o
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Re- biênio;
gional provendo-lhes os cargos na forma da lei, e
propor ao Congresso Nacional, por intermédio do XI - (Revogado pela Lei n.º 8.868 de 14/04/1994)
Tribunal Superior a criação ou supressão de car- XII - requisitar a força necessária ao cumprimento
gos e a fixação dos respectivos vencimentos; de suas decisões solicitar ao Tribunal Superior a
III - conceder aos seus membros e aos juízes elei- requisição de força federal;
torais licença e férias, assim como afastamento do XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais
exercício dos cargos efetivos submetendo, quanto dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos
aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Supe- juízes eleitorais, a requisição de funcionários fe-
rior Eleitoral; derais, estaduais ou municipais para auxiliarem os
IV - fixar a data das eleições de Governador e Vi- escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo
ce-Governador, deputados estaduais, prefeitos, ocasional do serviço;
vice-prefeitos, vereadores e juízes de paz, quando XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no
não determinada por disposição constitucional ou Distrito Federal e em cada Estado ou Território,
legal; funcionários dos respectivos quadros administra-
tivos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de
Constituição Federal de 1988
suas Secretarias;
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territó-
XV - aplicar as penas disciplinares de advertência
rios, e os Estados criarão:
e de suspensão até 30 (trinta) dias aos juízes elei-
(...) torais;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 201
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instru- Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do
ções do Tribunal Superior; Ministério Público local que oficie junto ao Juízo
XVII - determinar, em caso de urgência, providên- incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.
cias para a execução da lei na respectiva circuns- Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que
crição; oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impe-
dimento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Esta-
Público local indicará ao Procurador Regional Elei-
do.
toral o substituto a ser designado.
XIX - suprimir os mapas parciais de apuração
mandando utilizar apenas os boletins e os mapas
Comentário  Impossibilidade de juízes federais inte-
totalizadores, desde que o menor número de grarem a jurisdição eleitoral de primeiro grau. (Acórdão
candidatos às eleições proporcionais justifique a do TSE de 29/03/2012 na Pet. n.º 33275)
supressão, observadas as seguintes normas: (In-
cluído pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas
a) qualquer candidato ou partido poderá reque- eleitorais a um juiz de direito em efetivo exercício
rer ao Tribunal Regional que suprima a exigência e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze
dos mapas parciais de apuração; (Incluído pela das prerrogativas do art. 95 da Constituição.
Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer Comentário  A remissão ao artigo 95 refere-se à Cons-
tituição Federal de 1946. Corresponde, entretanto, ao
candidato ou partido poderá, no prazo de três
mesmo artigo da Constituição Federal de 1988.
dias, recorrer para o Tribunal Superior, que de-
cidirá em cinco dias; (Incluído pela Lei n.º 4.961 Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
de 04/05/1966) I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquiri-
da após dois anos de exercício, dependendo a perda do
c) a supressão dos mapas parciais de apuração
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que
só será admitida até seis meses antes da data da
o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de senten-
eleição; (Incluído pela Lei n.º 4.961 de ça judicial transitada em julgado;
04/05/1966)
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
d) os boletins e mapas de apuração serão im- blico, na forma do art. 93, VIII;
pressos pelos Tribunais Regionais, depois de
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
aprovados pelo Tribunal Superior; (Incluído pela
nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
Lei n.º 4.961 de 04/05/1966) I.
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na ela- Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
boração dos modelos dos boletins e mapas de
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
apuração a fim de que estes atendam às peculia-
ou função, salvo uma de magistério;
ridade locais, encaminhando os modelos que
aprovar, acompanhados das sugestões ou im- II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
pugnações formuladas pelos partidos, à decisão participação em processo;
do Tribunal Superior. (Incluído pela Lei n.º 4.961 III - dedicar-se à atividade político-partidária.
de 04/05/1966)
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regio- contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
nal, ficará a respectiva circunscrição eleitoral sob a privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
jurisdição do Tribunal Regional que o Tribunal Su- V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
perior designar. afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.
Título III - Dos Juízes Eleitorais

Lei Complementar n.º 75 de 20 de maio de 1993 Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o
Das Funções Eleitorais do Ministério Público Federal
Tribunal Regional designara aquela ou aquelas, a
que incumbe o serviço eleitoral.
Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público
Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão Art. 33. Nas zonas eleitorais onde houver mais de
exercidas pelo Promotor Eleitoral. uma serventia de justiça, o juiz indicará ao Tribunal
Regional a que deve ter o anexo da escrivania elei-
toral pelo prazo de dois anos.
202 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob IX - expedir títulos eleitorais e conceder transfe-
pena de demissão, o membro de diretório de parti- rência de eleitor;
do político, nem o candidato a cargo eletivo, seu
X - dividir a zona em seções eleitorais;
cônjuge e parente consanguíneo ou afim até o se-
gundo grau. XI - mandar organizar, em ordem alfabética, rela-
ção dos eleitores de cada seção, para remessa a
§ 2º O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedi-
mesa receptora, juntamente com a pasta das fo-
mentos, será substituído na forma prevista pela lei
lhas individuais de votação;
de organização judiciária local.
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos
Lei n.º 10.842 de 20 de fevereiro de 2004 candidatos aos cargos eletivos municipais e co-
Art. 4º As atribuições da escrivania eleitoral passa- municá-los ao Tribunal Regional;
ram a ser exercidas privativamente pelo chefe de XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das
cartório eleitoral. eleições os locais das seções;
§ 1º Não poderá servir como chefe de cartório elei- XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição,
toral, sob pena de demissão, o membro de órgão de em audiência pública anunciada com pelo menos
direção partidária, nem o candidato a cargo eletivo, 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das
seu cônjuge e parente consanguíneo ou afim até o mesas receptoras;
2º (segundo) grau.
XV - instruir os membros das mesas receptoras
§ 2º O servidor que vier a exercer as atribuições de sobre as suas funções;
Chefe de Cartório Eleitoral de zona eleitoral criada
após a vigência desta Lei perceberá gratificação XVI - providenciar para a solução das ocorrências
equivalente à remuneração da função comissiona- que se verificarem nas mesas receptoras;
da correspondente, até a criação e o provimento XVII - tomar todas as providências ao seu alcance
desta. para evitar os atos viciosos das eleições;

Art. 34. Os juízes despacharão todos os dias na XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo
sede da sua zona eleitoral. justificado e aos não alistados, por dispensados
do alistamento, um certificado que os isente das
Art. 35. Compete aos juízes: sanções legais;
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determi- XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a
nações do Tribunal Superior e do Regional; realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os delegados de partidos credenciados, o número de
comuns que lhe forem conexos, ressalvada a eleitores que votarem em cada uma das seções da
competência originária do Tribunal Superior e dos zona sob sua jurisdição, bem como o total de vo-
Tribunais Regionais; tantes da zona.
III - decidir habeas corpus e mandado de segu- Título IV - Das Juntas Eleitorais
rança, em matéria eleitoral, desde que essa com-
petência não esteja atribuída privativamente a Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997  Dispensa
instância superior. dos eleitores nomeados para compor as mesas recep-
toras ou juntas apuradoras pelo dobro dos dias de
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a convocação.
ordem e presteza do serviço eleitoral;
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe Resolução do TSE n.º 22.747/2008  Aprova instruções
forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzin- para aplicação do art. 98 da Lei n.º 9.504/1997, que
do-as a termo, e determinando as providências dispõe sobre dispensa do serviço pelo dobro dos dias
prestados à Justiça Eleitoral nos eventos relacionados à
que cada caso exigir;
realização das eleições.
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional,
a serventia de justiça que deve ter o anexo da es- Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um
crivania eleitoral; juiz de direito, que será o presidente, e de 2 (dois)
VII - (Revogado pela Lei n.º 8.868 de 14/04/1994) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.

VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a


inscrição e a exclusão de eleitores;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 203
§ 1º Os membros das juntas eleitorais serão nome- Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
ados 60 (sessenta) dias antes da eleição, depois de I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente ou função, salvo uma de magistério;
deste, a quem cumpre também designar-lhes a
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
sede.
participação em processo;
§ 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os no- III - dedicar-se à atividade político-partidária.
mes das pessoas indicadas para compor as juntas IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
serão publicados no órgão oficial do Estado, po- contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
dendo qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
em petição fundamentada, impugnar as indica-
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
ções. afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Jun- do cargo por aposentadoria ou exoneração.
tas, escrutinadores ou auxiliares:
Parágrafo único. Nas zonas em que houver de ser
Conceito de Escrutinador  Cidadãos convocados para organizada mais de uma Junta, ou quando estiver
trabalhar na apuração dos votos. vago o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impe-
dido, o presidente do Tribunal Regional, com a
(Glossário Eleitoral Brasileiro - site do TSE)
aprovação deste, designará juízes de direito da
mesma ou de outras comarcas, para presidirem as
Conceito de Auxiliar  Cidadãos convocados para dar juntas eleitorais.
apoio administrativo à junta eleitoral. São diferentes
dos escrutinadores, porque não poderão apurar votos.
Comentário  A Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de
(Glossário Eleitoral Brasileiro - site do TSE) 1997, em seu artigo 64, veda a participação de paren-
tes em qualquer grau ou de servidores da mesma re-
I - os candidatos e seus parentes, ainda que por partição pública ou empresa privada na mesma mesa,
afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem turma ou junta eleitoral.
assim o cônjuge;
Art. 38. Ao presidente da Junta é facultado nome-
II - os membros de diretorias de partidos políticos ar, dentre cidadãos de notória idoneidade, escru-
devidamente registrados e cujos nomes tenham tinadores e auxiliares em número capaz de aten-
sido oficialmente publicados; der a boa marcha dos trabalhos.
III - as autoridades e agentes policiais, bem como § 1º É obrigatória essa nomeação sempre que
os funcionários no desempenho de cargos de con- houver mais de dez urnas a apurar.
fiança do Executivo;
§ 2º Na hipótese do desdobramento da Junta em
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. Turmas, o respectivo presidente nomeará um es-
Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas crutinador para servir como secretário em cada
quantas permitir o número de juízes de direito turma.
que gozem das garantias do art. 95 da Constituição, § 3º Além dos secretários a que se refere o pará-
mesmo que não sejam juízes eleitorais. grafo anterior, será designado pelo presidente da
Junta um escrutinador para secretário-geral com-
Comentário  A remissão ao artigo 95 refere-se à Cons- petindo-lhe;
tituição Federal de 1946. Corresponde, entretanto, ao
mesmo artigo da Constituição Federal de 1988. I - lavrar as atas;
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: II - tomar por termo ou protocolar os recursos,
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquiri- neles funcionando como escrivão;
da após dois anos de exercício, dependendo a perda do
III - totalizar os votos apurados.
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que
o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de senten- Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o pre-
ça judicial transitada em julgado; sidente da Junta comunicará ao Presidente do Tri-
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú- bunal Regional as nomeações que houver feito e
blico, na forma do art. 93, VIII; divulgará a composição do órgão por edital publi-
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto cado ou afixado, podendo qualquer partido ofere-
nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, cer impugnação motivada no prazo de 3 (três)
I. dias.
204 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral; Art. 235. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa
receptora, pode expedir salvo-conduto com a co-
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições
minação de prisão por desobediência até 5 (cinco)
realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdi-
dias, em favor do eleitor que sofrer violência, mo-
ção.
ral ou física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato
II - resolver as impugnações e demais incidentes de haver votado.
verificados durante os trabalhos da contagem e
Parágrafo único. A medida será válida para o perí-
da apuração;
odo compreendido entre 72 (setenta e duas) horas
III - expedir os boletins de apuração mencionados antes até 48 (quarenta e oito) horas depois do
no art. 178; pleito.

Art. 179. Concluída a contagem dos votos, a Junta Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5
ou Turma deverá: (...) (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas
depois do encerramento da eleição, prender ou
II - expedir boletim contendo o resultado da respec- deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou
tiva Seção, no qual serão consignados o número de em virtude de sentença criminal condenatória por
votantes, a votação individual de cada candidato, crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a
os votos de cada legenda partidária, os votos nulos salvo-conduto.
e os em branco, bem como recursos, se houver.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos muni- de partido, durante o exercício de suas funções,
cipais. não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso
Parágrafo único. Nos Municípios onde houver mais de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os
de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas candidatos desde 15 (quinze) dias antes da elei-
será feita pela que for presidida pelo Juiz Eleitoral ção.
mais antigo, à qual as demais enviarão os docu- § 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será ime-
mentos da eleição. diatamente conduzido à presença do juiz compe-
Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for autorizada tente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a
a contagem prévia dos votos pelas mesas recepto- relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.
ras, compete à Junta Eleitoral tomar as providên- Art. 237. A interferência do poder econômico e o
cias mencionadas no art. 195116. desvio ou abuso do poder de autoridade, em des-
favor da liberdade do voto, serão coibidos e puni-
Código Eleitoral - Disposições Várias dos.
Garantias Eleitorais
Comentário  O artigo 22 e seguintes da Lei Complemen-
Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965 tar n.º 64 de 18 de maio de 1990 traz sobre a representa-
Parte Quinta - Disposições Várias ção por uso indevido, desvio ou abuso do poder econô-
mico ou do poder de autoridade. Os artigos 73, 75 e 77
Título I - Das Garantias Eleitorais da Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 traz condutas
vedadas aos agentes públicos em campanha eleitoral e o
Art. 234. Ninguém poderá impedir ou embaraçar o
artigo 74 traz sobre abuso de autoridade. O artigo 14 §
exercício do sufrágio. 10 da Constituição Federal de 1988 traz sobre ação de
116
impugnação de mandato eletivo.
Art. 195. Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
I - examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao funcionamento
§ 1º O eleitor é parte legítima para denunciar os
normal da Seção;
II - rever o boletim de contagem de votos da Mesa Receptora, a fim
culpados e promover-lhes a responsabilidade, e a
de verificar se está aritmeticamente certo, fazendo dele constar
nenhum servidor público, inclusive de autarquia, de
que, conferido, nenhum erro foi encontrado;
entidade paraestatal e de sociedade de economia
III - abrir a urna e conferir os votos sempre que a contagem da Me-
mista, será lícito negar ou retardar ato de ofício
sa Receptora não permitir o fechamento dos resultados; tendente a esse fim.
IV - proceder à apuração se da ata da eleição constar impugnação
de Fiscal, Delegado, candidato ou membro da própria Mesa em
relação ao resultado de contagem dos votos;
V - resolver todas as impugnações constantes da ata da eleição;
VI - praticar todos os atos previstos na competência das Juntas
Eleitorais.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 205
§ 2º Qualquer eleitor ou partido político poderá se Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito
dirigir ao Corregedor Geral ou Regional, relatando suspensivo.
fatos e indicando provas, e pedir abertura de in-
§ 1º A execução de qualquer acórdão será feita
vestigação para apurar uso indevido do poder
imediatamente, através de comunicação por ofí-
econômico, desvio ou abuso do poder de autorida-
cio, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do
de, em benefício de candidato ou de partido políti-
presidente do Tribunal, através de cópia do acór-
co.
dão. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)

Comentário  O mero eleitor não é parte legítima para § 2º O recurso ordinário interposto contra decisão
ajuizar pedido de abertura de investigação judicial, consi- proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional
derados os limites impostos pelo art. 22 da Lei Comple- Eleitoral que resulte em cassação de registro, afas-
mentar n.º 64 de 18 de maio de 1990. (Acórdão do TSE tamento do titular ou perda de mandato eletivo
de 09/08/2011, nos ED-Rp n.º 317632 e de 21/09/2006 será recebido pelo Tribunal competente com efeito
no AgR-Rp n.º 963) suspensivo. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)

§ 3º O Corregedor, verificada a seriedade da de- Regra Geral  Recursos sem efeito suspensivo.
núncia procederá ou mandará proceder a investi- Exceção  Recursos com efeito suspensivo no caso de
gações, regendo-se estas, no que lhes for aplicável, recurso ordinário interposto contra decisão proferida
pela Lei n.º 1.579 de 18 de março de 1952117. por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional Eleitoral nos
seguintes assuntos:
Comentário  Os artigos 21 e 22 da Lei Complementar ❶ Cassação de Registro
n.º 64 de 18 de maio de 1990 tratam do procedimento
❷ Afastamento do Titular
para apuração do uso indevido, desvio ou abuso do po-
der econômico ou do poder de autoridade, em benefício ❸ Perda de Mandato Eletivo
de candidato ou partido político. Efeito Devolutivo  Devolve à instância superior a
responsabilidade de reexaminar a causa cuja decisão
Art. 238. É proibida, durante o ato eleitoral, a pre- foi objeto de recurso, porém, não impede a execução
sença de força pública no edifício em que funcio- da sentença enquanto o recurso está em trâmite.
nar mesa receptora, ou nas imediações, observado Efeito Suspensivo  Além de devolver à instância supe-
o disposto no art. 141. rior a responsabilidade de reexaminar a causa, também
suspende os efeitos da sentença, não podendo esta ser
Art. 141. A força armada conservar-se-á a cem executada antes da decisão do recurso.
metros da seção eleitoral e não poderá aproximar-
se do lugar da votação, ou dele penetrar, sem or- § 3º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre
dem do presidente da mesa. quaisquer outros processos, ressalvados os de ha-
beas corpus e de mandado de segurança. (Incluído
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a pri- pela Lei n.º 13.165 de 2015)
oridade postal durante os 60 (sessenta) dias ante-
Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial,
riores à realização das eleições, para remessa de
o recurso deverá ser interposto em três dias da
material de propaganda de seus candidatos regis-
publicação do ato, resolução ou despacho.
trados.

Código Eleitoral - Disposições Várias Prazo Recursal  03 dias da publicação do ato, resolução
Recursos ou despacho.

Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965 Comentário  Publicação em cartório ou sessão nos
processos de registro de candidatos e nas representações
Parte Quinta - Disposições Várias ou reclamações por descumprimento da última lei citada,
Título III - Dos Recursos respectivamente. (Artigos 8º caput, 11 § 2º e 14 da Lei
Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990 e artigo 96
Capítulo I - Disposições Preliminares § 8º da Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997)

Resolução do TSE n.º 23.478/2016  Trata da aplicação


117
dos prazos desta lei aos feitos eleitorais.
Lei n.º 1.579 de 18 de março de 1952  Dispõe sobre as Comis-
sões Parlamentares de Inquérito, trata do cumprimento de diligên-
cias, convocações, tomada de depoimentos, inquirição de testemu-
nhas, requisições e apresentação de conclusões.

206 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
só vez ao juiz eleitoral ou ao presidente do Tribunal
Comentário  O artigo 96 § 8º da Lei n.º 9.504 de 30 de Regional.
setembro de 1997 traz o prazo de 24 horas para a inter-
posição de recurso em sede de representação fundada § 3º Se os recursos de um mesmo município ou
neste artigo. Contudo, na mesma lei, os seguintes dispo- Estado deram entrada em datas diversas, sendo
sitivos estabelecem prazo de três dias para recurso: julgados separadamente, o juiz eleitoral ou o presi-
Prestação de contas de campanha eleitoral (art. 30 § 5º). dente do Tribunal Regional, aguardará a comunica-
ção de todas as decisões para cumpri-las, salvo se o
Apuração de condutas relativas à arrecadação e gastos
julgamento dos demais importar em alteração do
de recursos (art. 30-A § 3º).
resultado do pleito que não tenha relação com o
Captação ilícita de sufrágio (art. 41-A § 4º). recurso já julgado.
Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas § 4º Em todos os recursos, no despacho que de-
eleitorais (art. 73 § 13).
terminar a remessa dos autos à instância superior,
Doações e contribuições de pessoas jurídicas para cam- o juízo "a quo" esclarecerá quais os ainda em fase
panhas eleitorais (art. 81 § 4º). de processamento e, no último, quais os anterior-
mente remetidos.
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposi-
§ 5º Ao se realizar a diplomação, se ainda houver
ção de recurso, salvo quando neste se discutir ma-
recurso pendente de decisão em outra instância,
téria constitucional.
será consignado que os resultados poderão sofrer
Parágrafo único. O recurso em que se discutir ma- alterações decorrentes desse julgamento.
téria constitucional não poderá ser interposto fora
§ 6º Realizada a diplomação, e decorrido o prazo
do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só
para recurso, o juiz ou presidente do Tribunal Regi-
em outra que se apresentar poderá ser interposto.
onal comunicará à instância superior se foi ou não
Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que interposto recurso.
chegar ao Tribunal Regional ou Tribunal Superior,
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma
previnirá a competência do relator para todos os
caberá somente nos casos de inelegibilidade su-
demais casos do mesmo município ou Estado.
perveniente ou de natureza constitucional e de
falta de condição de elegibilidade. (Redação dada
Comentário  A prevenção diz respeito, exclusivamente, pela Lei n.º 12.891 de 2013)
aos recursos parciais interpostos contra a votação e apu-
ração. (Acórdãos do TSE n.ºs 7571/1983, 13854/1993 e
21380/2004) Súmula do TSE n.º 47  A inelegibilidade superveniente
que autoriza a interposição de recurso contra expedição
de diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é
Comentário  A aplicação do art. 260 do Código Eleitoral, aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional,
para efeito de prevenção, é dada exatamente pelo pri- superveniente ao registro de candidatura, e que surge até
meiro processo em que se discute a eleição, daí por que a data do pleito.
o estado fica prevento ao relator daquele processo, e não
pelo tipo de processo. (Acórdão do TSE de 03/08/2006 na
AgR-MC n.º 1850) Comentário  Quem perdeu os direitos políticos não tem
legitimidade para interpor recurso contra a expedição de
diploma. (Acórdão do TSE de 05/08/2008 no RCED n.º
Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não 728)
se incluem os que versarem matéria referente ao
registro de candidatos, interpostos para os Tribu- Comentário  A competência do TSE para julgar RCED
nais Regionais no caso de eleições municipais, e referente a diploma expedido em favor de senador, de-
para o Tribunal Superior no caso de eleições esta- putado federal e seus suplentes, governador e vice-
duais ou federais, serão julgados à medida que governador. (Acórdão do TSE de 28/05/2009 no RCED n.º
derem entrada nas respectivas Secretarias. 703)
§ 1º Havendo dois ou mais recursos parciais de um
Comentário  Competência do TRE para julgar RCED -
mesmo município ou Estado, ou se todos, inclusive
Acórdão do TSE de 31/08/1993 no REspe n.º 11605 (pre-
os de diplomação já estiverem no Tribunal Regional
feito). Acórdão do TSE de 11/02/1999 no REspe n.º
ou no Tribunal Superior, serão eles julgados segui- 15516 e acórdão do TSE de 16/02/2006 no REspe n.º
damente, em uma ou mais sessões. 25284 (vereador).
§ 2º As decisões com os esclarecimentos necessá-
rios ao cumprimento, serão comunicadas de uma
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 207
I a IV - (Revogados pela Lei n.º 12.891 de 2013) Art. 171. Não será admitido recurso contra a apu-
Art. 263. No julgamento de um mesmo pleito elei- ração, se não tiver havido impugnação perante a
toral, as decisões anteriores sobre questões de Junta, no ato apuração, contra as nulidades argui-
direito constituem prejulgados para os demais das.
casos, salvo se contra a tese votarem dois terços Art. 172. Sempre que houver recurso fundado em
dos membros do Tribunal. contagem errônea de votos, vícios de cédulas ou de
sobrecartas para votos em separado, deverão as
Acórdão do TSE n.º 12501/1992  Inconstitucionalidade cédulas ser conservadas em invólucro lacrado, que
deste artigo desde a Constituição Federal de 1946. acompanhará o recurso e deverá ser rubricado pelo
juiz eleitoral, pelo recorrente e pelos delegados de
Art. 264. Para os Tribunais Regionais e para o Tri- partido que o desejarem.
bunal Superior caberá, dentro de 3 (três) dias,
recurso dos atos, resoluções ou despachos dos Art. 266. O recurso independerá de termo e será
respectivos presidentes. interposto por petição devidamente fundamenta-
da, dirigida ao juiz eleitoral e acompanhada, se o
Capítulo II - Dos Recursos Perante as Juntas e Juí-
entender o recorrente, de novos documentos.
zos Eleitorais
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coa-
Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos
ção, fraude, uso de meios de que trata o art.
juízes ou juntas eleitorais caberá recurso para o
237118 ou emprego de processo de propaganda ou
Tribunal Regional.
captação de sufrágios vedado por lei, dependen-
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Jun- tes de prova a ser determinada pelo Tribunal,
tas serão processados na forma estabelecida pelos bastar-lhe-á indicar os meios a elas conducentes.
artigos 169 e seguintes. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)

Seção III - Das Impugnações e dos Recursos Art. 267. Recebida a petição, mandará o juiz inti-
mar o recorrido para ciência do recurso, abrindo-
Art. 169. À medida que os votos forem sendo apu- se-lhe vista dos autos a fim de, em prazo igual ao
rados, poderão os fiscais e delegados de partido, estabelecido para a sua interposição, oferecer ra-
assim como os candidatos, apresentar impugna- zões, acompanhadas ou não de novos documentos.
ções que serão decididas de plano pela Junta.
§ 1º A intimação se fará pela publicação da notícia
§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as da vista no jornal que publicar o expediente da
impugnações. Justiça Eleitoral, onde houver, e nos demais luga-
§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, inter- res, pessoalmente pelo escrivão, independente de
posto verbalmente ou por escrito, que deverá ser iniciativa do recorrente.
fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas para que tenha seguimento. Comentário  Artigo 4º da Lei n.º 10.842 de 20 de feve-
reiro de 2004 traz que as atribuições da escrivania eleito-
§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâ- ral passaram a ser exercidas privativamente pelo chefe
neas, indicará expressamente eleição a que se refe- de cartório eleitoral.
re.
§ 4º Os recursos serão instruídos de ofício, com § 2º Onde houver jornal oficial, se a publicação
certidão da decisão recorrida; se interpostos ver- não ocorrer no prazo de 3 (três) dias, a intimação
balmente, constará também da certidão o trecho se fará pessoalmente ou na forma prevista no pa-
correspondente do boletim. rágrafo seguinte.
Art. 170. As impugnações quanto à identidade do § 3º Nas zonas em que se fizer intimação pessoal,
eleitor, apresentadas no ato da votação, serão re- se não for encontrado o recorrido dentro de 48
solvidas pelo confronto da assinatura tomada no (quarenta e oito) horas, a intimação se fará por
verso da folha individual de votação com a existen- edital afixado no fórum, no local de costume.
te no anverso; se o eleitor votou em separado, no § 4º Todas as citações e intimações serão feitas na
caso de omissão da folha individual na respectiva forma estabelecida neste artigo.
pasta, confrontando-se a assinatura da folha mode-
lo 2 (dois) com a do título eleitoral. 118
Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio ou abuso
do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão
coibidos e punidos. (...)

208 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 5º Se o recorrido juntar novos documentos, terá última exigência sob pena de nulidade de qualquer
o recorrente vista dos autos por 48 (quarenta e ato ou decisão do relator ou do Tribunal.
oito) horas para falar sobre os mesmos, contado o
§ 1º Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal
prazo na forma deste artigo.
abrirá vista dos autos à Procuradoria Regional, que
§ 6º Findos os prazos a que se referem os parágra- deverá emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias.
fos anteriores, o juiz eleitoral fará, dentro de 48
§ 2º Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo
(quarenta e oito) horas, subir os autos ao Tribunal
fixado, poderá a parte interessada requerer a inclu-
Regional com a sua resposta e os documentos em
são do processo na pauta, devendo o Procurador,
que se fundar, sujeito à multa de dez por cento do
nesse caso, proferir parecer oral na assentada do
salário-mínimo regional por dia de retardamento,
julgamento.
salvo se entender de reformar a sua decisão. (Re-
dação dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966) Art. 270. Se o recurso versar sobre coação, fraude,
uso de meios de que trata o art. 237119, ou empre-
Comentário  O art. 80 § 4º da Resolução n.º go de processo de propaganda ou captação de
21.538/2003 do TSE estabelece o percentual mínimo sufrágios vedado por lei dependente de prova
de 3% e o máximo de 10% desse valor para arbitra- indicada pelas partes ao interpô-lo ou ao impug-
mento da multa pelo não-exercício do voto. A Unidade ná-lo, o relator no Tribunal Regional deferi-la-á em
Fiscal de Referência (Ufir), instituída pela Lei n.º vinte e quatro horas da conclusão, realizando-se
8.383/1991, foi extinta pela MP n.º 1.973-67/2000, ela no prazo improrrogável de cinco dias. (Redação
tendo sido sua última reedição (MP n.º 2.176-79/2001) dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
convertida na Lei n.º 10.522/2002, e seu último valor
estabelecido em R$ 1,0641.
Comentário  No recurso contra a diplomação, basta ao
33,02 x R$ 1,0641 = R$ 35,136582 (de 3% a 10%) recorrente apresentar prova suficiente ou indicar, no
momento da interposição do recurso, as que pretende ver
Comentário  Vedação da vinculação do salário mínimo produzidas, nos termos do art. 270 do Código Eleitoral.
para qualquer fim de acordo com o art. 7º IV da Consti- Não se exige a produção da prova e a apuração dos fatos
tuição Federal de 1988. em autos apartados. (Acórdão do TSE de 19/06/2008 no
Agravo n.º 8062 de 06/03/2007 no REspe n.º 26041)
§ 7º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá
o recorrido, dentro de 3 (três) dias, requerer suba Comentário  É permitida a juntada de documentos na
o recurso como se por ele interposto. fase recursal perante os tribunais regionais eleitorais nas
situações previstas neste dispositivo. (Acórdão do TSE de
13/08/2015 nos ED-AgR-REspe n.º 44208 e de
Comentário  O juízo de retratação previsto nesse dispo- 14/11/2013 no AgR-REspe n.º 399403104)
sitivo prescinde de pedido expresso da parte recorrente e
consubstancia exceção ao princípio da inalterabilidade da
decisão na Justiça Eleitoral. (Acórdão do TSE de § 1º Admitir-se-ão como meios de prova para
10/03/2015 no RMS n.º 5698) apreciação pelo Tribunal as justificações e as perí-
cias processadas perante o juiz eleitoral da zona,
Capítulo III - Dos Recursos nos Tribunais Regionais com citação dos partidos que concorreram ao plei-
to e do representante do Ministério Público. (Inclu-
Art. 268. No Tribunal Regional nenhuma alegação ído pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
escrita ou nenhum documento poderá ser ofereci-
do por qualquer das partes, salvo o disposto no art. § 2º Indeferindo o relator a prova, serão os autos,
270. (Redação dada pela Lei n.º 4.961 de a requerimento do interessado, nas vinte e quatro
04/05/1966) horas seguintes, presentes à primeira sessão do
Tribunal, que deliberará a respeito. (Incluído pela
Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Súmula do TSE n.º 03/1992  No processo de registro de
candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o supri- § 3º Protocoladas as diligências probatórias, ou
mento de defeito da instrução do pedido, pode o docu- com a juntada das justificações ou diligências, a
mento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser Secretaria do Tribunal abrirá, sem demora, vista
juntado com o recurso ordinário.
dos autos, por vinte e quatro horas, seguidamen-
te, ao recorrente e ao recorrido para dizerem a
Art. 269. Os recursos serão distribuídos a um rela-
tor em 24 (vinte e quatro) horas e na ordem rigo- 119
Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio ou abuso
rosa da antiguidade dos respectivos membros, esta
do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão
coibidos e punidos. (...)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 209
respeito. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de fará por edital afixado no Tribunal, no local de
04/05/1966) costume.
§ 4º Findo o prazo acima, serão os autos conclusos
ao relator. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de Comentário  Inaplicabilidade deste parágrafo quando o
acórdão for publicado nos termos da Lei n.º 11.419 de 19
04/05/1966)
de dezembro de 2006, que trata da comunicação eletrô-
Art. 271. O relator devolverá os autos à Secretaria nica dos atos processuais. (Acórdão do TSE de
no prazo improrrogável de 8 (oito) dias para, nas 20/03/2014 no AgR-AI n.º 150622)
24 (vinte e quatro) horas seguintes, ser o caso
incluído na pauta de julgamento do Tribunal. § 2º O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á a
todos os casos de citação ou intimação.
Comentário  A ausência de publicação de pauta de Art. 275. São admissíveis embargos de declaração
julgamento na imprensa oficial acarreta a nulidade do
nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil.
feito por cerceamento de defesa. (Acórdão do TSE de
05/06/2012 no AgR-REspe n.º 392368)
(Redação dada pela Lei n.º 13.105 de 2015)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos no
§ 1º Tratando-se de recurso contra a expedição de prazo de 3 (três) dias, contado da data de publica-
diploma, os autos, uma vez devolvidos pelo relator, ção da decisão embargada, em petição dirigida ao
serão conclusos ao juiz imediato em antiguidade juiz ou relator, com a indicação do ponto que lhes
como revisor, o qual deverá devolvê-los em 4 deu causa. (Redação dada pela Lei n.º 13.105 de
(quatro) dias. 2015)
§ 2º As pautas serão organizadas com um número § 2º Os embargos de declaração não estão sujeitos
de processos que possam ser realmente julgados, a preparo. (Redação dada pela Lei n.º 13.105 de
obedecendo-se rigorosamente a ordem da devolu- 2015)
ção dos mesmos à Secretaria pelo Relator, ou Revi- § 3º O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
sor, nos recursos contra a expedição de diploma, (Redação dada pela Lei n.º 13.105 de 2015)
ressalvadas as preferências determinadas pelo
regimento do Tribunal. § 4º Nos tribunais: (Redação dada pela Lei n.º
13.105 de 2015)
Art. 272. Na sessão do julgamento, uma vez feito o
relatório pelo relator, cada uma das partes poderá, I - o relator apresentará os embargos em mesa na
no prazo improrrogável de dez minutos, sustentar sessão subsequente, proferindo voto; (Incluído
oralmente as suas conclusões. pela Lei n.º 13.105 de 2015)
Parágrafo único. Quando se tratar de julgamento II - não havendo julgamento na sessão referida no
de recursos contra a expedição de diploma, cada inciso I, será o recurso incluído em pauta; (Incluí-
parte terá vinte minutos para sustentação oral. do pela Lei n.º 13.105 de 2015)

Art. 273. Realizado o julgamento, o relator, se vito- III - vencido o relator, outro será designado para
rioso, ou o relator designado para redigir o acór- lavrar o acórdão. (Incluído pela Lei n.º 13.105 de
dão, apresentará a redação deste, o mais tardar, 2015)
dentro em 5 (cinco) dias. § 5º Os embargos de declaração interrompem120 o
§ 1º O acórdão conterá uma síntese das questões prazo para a interposição de recurso. (Incluído pela
debatidas e decididas. Lei n.º 13.105 de 2015)

§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anteri-


or, se o Tribunal dispuser de serviço taquigráfico, 120
Interrupção  Quando a lei prevê a interrupção de um prazo
serão juntas ao processo as notas respectivas.
processual, isso significa que o prazo em curso será paralisado e,
Art. 274. O acórdão, devidamente assinado, será quando voltar a correr, voltará do início, ou seja, a parte terá a dispo-
publicado, valendo como tal a inserção da sua con- sição a totalidade do prazo processual, pois o mesmo volta a conta-
clusão no órgão oficial. gem do ponto zero.
Suspensão  Quando a lei prevê a suspensão de um prazo proces-
§ 1º Se o órgão oficial não publicar o acórdão no
sual, isso significa que o prazo em curso será paralisado e, quando
prazo de 3 (três) dias, as partes serão intimadas
voltar a correr, voltará a partir do dia em que houve a suspensão, ou
pessoalmente e, se não forem encontradas no seja, a parte terá a disposição somente o restante do prazo proces-
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a intimação se sual suspenso, pois será restituído somente o tempo que faltava para
sua complementação.

210 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 6º Quando manifestamente protelatórios os em-
Comentário  Deixar o acórdão, em embargos declarató-
bargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em deci-
rios, de se pronunciar sobre alegação de contradição,
são fundamentada, condenará o embargante a quando aguarda manifestação do dominus litis acerca da
pagar ao embargado multa não excedente a 2 instauração, ou não, da ação penal, não caracteriza insu-
(dois) salários-mínimos. (Incluído pela Lei n.º ficiência de fundamentação. (Acórdão do TSE de
13.105 de 2015) 10/04/2007 no REspe n.º 25030)
§ 7º Na reiteração de embargos de declaração
manifestamente protelatórios, a multa será eleva- Comentário  Cabe à parte identificar precisamente qual
da a até 10 (dez) salários-mínimos. (Incluído pela vício não teria sido sanado e sua relevância para o deslin-
de da causa, não sendo suficientes alegações genéricas.
Lei n.º 13.105 de 2015)
(Acórdão do TSE de 16/04/2015 no REspe n.º 166034 e
de 13/08/2013 no Respe n.º 13068)
Código de Processo Civil de 2015
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra Comentário  A contradição que autoriza a oposição dos
qualquer decisão judicial para: embargos é a que existe entre os fundamentos do julgado
e sua conclusão e não entre aqueles e as teses recursais.
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
(Acórdão do TSE de 05/06/2012 nos ED-AgR-AI n.º
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual 103010)
devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requeri-
mento; Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são
III - corrigir erro material. terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe
recurso para o Tribunal Superior:
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão
que: Constituição Federal de 1988
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em Art. 121. (...) § 4º Das decisões dos tribunais regionais
julgamento de casos repetitivos ou em incidente de eleitorais somente caberá recurso quando:
assunção de competência aplicável ao caso sob
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
julgamento; Constituição ou de lei;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre
art. 489, § 1º121. dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de
Comentário  A contradição interna, que ocorre entre as diplomas nas eleições federais ou estaduais;
proposições e conclusões do próprio julgado, autoriza o
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de
acolhimento dos embargos. (Acórdão do TSE de
mandatos eletivos federais ou estaduais;
14/06/2012 nos ED-PC n.º 54581)
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
habeas data ou mandado de injunção.
121
Código de Processo Civil de 2015
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: Comentário  Descabimento de recurso extraordinário
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, contra acórdão de TRE; cabe recurso para o TSE, mes-
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: mo que se discuta matéria constitucional. (Acórdão do
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato nor- STF de 18/12/1995 no Agravo n.º 164.491; Acórdão do
mativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão deci- TSE n.ºs 4661/2004, 5664/2005 e Acórdão do TSE de
dida; 23/06/2005 no Agravo n.º 5117)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso; Comentário  Não se aplica a regra de interposição
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra simultânea de recurso especial e extraordinário. (Acór-
decisão; dão do TSE n.º 5117/2005)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; Comentário  Competência do TSE para apreciar recur-
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem so contra decisão judicial de Tribunal Regional sobre
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o matéria administrativa não eleitoral. (Acórdão do TSE
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; n.ºs 10/1996 e 12644/1997)
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou pre-
cedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de dis-
tinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 211
Comentário  Incompetência do Tribunal Superior Comentário  Julgado do STF não é apto a comprovar
Eleitoral para apreciar recurso contra decisão de natu- dissídio. (Acórdão do TSE n.º 17713/2000)
reza estritamente administrativa proferida pelos tribu-
nais regionais. (Acórdão do TSE de 22/02/2007 nos Comentário  Julgado do STJ não é apto a comprovar
REspe n.ºs 25416 e 25434 - concessão de auxílio- dissídio. (Acórdãos do TSE n.ºs 25094/2005 e 4573/2004)
alimentação e auxílio-creche; Acórdão do TSE de
22/02/2007 no REspe n.º 25836 - alteração de função
Comentário  Decisão monocrática não se presta para a
de confiança)
configuração de dissenso jurisprudencial. (Acórdão do
TSE n.º 6061/2006)
I - especial:
Comentário  Resolução oriunda de consulta administra-
Comentário  Não equiparação de recurso especial a tiva não é apta à comprovação de dissídio. (Acórdão do
recurso ordinário em razão de o primeiro julgamento do TSE de 09/11/2006 no REspe n.º 26171)
requerimento de registro de candidatura ter sido realiza-
do por TRE. (Acórdão do TSE de 04/11/2010 no AgR- Comentário  Súmula do TSE não é apta a comprovar
REspe n.º 340044) dissídio jurisprudencial. (Acórdão do TSE de 03/11/2008
no REspe n.º 31512)
Comentário  Incumbe à da parte comprovar a tempes-
tividade do recurso especial no momento de sua interpo- Comentário  A transcrição de excertos de pareceres do
sição. (Acórdão do TSE de 28/10/2010 no AgR-RO n.º Ministério Público Eleitoral não é apta a caracterizar
89490) dissenso jurisprudencial. (Acórdão do TSE de 15/09/2009
no AgR-REspe n.º 27947)
Comentário  Cabimento de recurso especial somente
contra decisão judicial, ainda que o processo cuide de
II - ordinário:
matéria administrativa. (Acórdão do TSE de 08/02/2011
no AgR-AI n.º 12139) a) quando versarem sobre expedição de diplo-
mas nas eleições federais e estaduais;
a) quando forem proferidas contra expressa
disposição de lei; Comentário  Cabimento de recurso ordinário se o feito
versa sobre inelegibilidade ou envolve cassação de di-
Comentário  Enunciado de súmula de tribunal superior ploma ou mandato nas eleições federais ou estaduais.
não se equipara a lei federal para fins de interposição de (Acórdão do TSE de 27/11/2014 no REspe n.º 44853 e de
recurso especial. (Acórdão do TSE de 03/11/2010 no AgR- 26/11/2013 no REspe n.º 504871)
RESPE n.º 403877)
Comentário  Cabimento de recurso especial na hipótese
b) quando ocorrer divergência na interpretação de perda de mandato eletivo municipal. (Acórdão do TSE
de 08/05/2008 na MC n.º 2323)
de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais.

Súmula do TSE n.º 28  A divergência jurisprudencial que


b) quando denegarem habeas corpus ou man-
fundamenta o recurso especial interposto com base na dado de segurança.
alínea b do inciso I do art. 276 do Código Eleitoral somen- § 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição
te estará demonstrada mediante a realização de cotejo do recurso, contado da publicação da decisão nos
analítico e a existência de similitude fática entre os acór-
casos dos n.º I, letras a e b e II, letra b e da sessão
dãos paradigma e o aresto recorrido.
da diplomação no caso do n.º II, letra a.
Comentário  Julgados do mesmo Tribunal não são aptos
Comentário  Ato praticado a propósito da atividade-
a comprovar dissídio. (Acórdãos do TSE n.ºs 6208/2005,
meio da Justiça Eleitoral - matéria de direito comum -, o
5888/2005, 15724/1999 e 15208/1999)
processo rege-se pela legislação processual comum.
(Acórdão do TSE de 08/05/2001 no AG n.º 2721 e de
Comentário  Acórdão do mesmo Tribunal pode com- 17/02/2000 no RMS n.º 118)
provar dissídio quando verificada a diversidade de com-
ponentes. (Acórdão do TSE n.º 11663/1994)
Comentário  Prazo de 24 horas para a interposição de
recurso especial contra decisão de juiz auxiliar em pedido
Comentário  Julgado de tribunal de justiça não é apto a de direito de resposta. (Acórdão do TSE de 06/03/2007
comprovar dissídio. (Acórdão do TSE n.º 2577/2001) no REspe n.º 27839)

212 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Sempre que o Tribunal Regional determinar a § 3º Deferida a formação do agravo, será intimado
realização de novas eleições, o prazo para a inter- o recorrido para, no prazo de 3 (três) dias, apre-
posição dos recursos, no caso do n.º II, a, contar-se- sentar as suas razões e indicar as peças dos autos
á da sessão em que, feita a apuração das sessões que serão também trasladadas.
renovadas, for proclamado o resultado das eleições
§ 4º Concluída a formação do instrumento o presi-
suplementares.
dente do Tribunal determinará a remessa dos autos
Art. 277. Interposto recurso ordinário contra deci- ao Tribunal Superior, podendo, ainda, ordenar a
são do Tribunal Regional, o presidente poderá, na extração e a juntada de peças não indicadas pelas
própria petição, mandar abrir vista ao recorrido partes.
para que, no mesmo prazo, ofereça as suas razões.
§ 5º O presidente do Tribunal não poderá negar
Parágrafo único. Juntadas as razões do recorrido, seguimento ao agravo, ainda que interposto fora
serão os autos remetidos ao Tribunal Superior. do prazo legal.
Art. 278. Interposto recurso especial contra deci- § 6º Se o agravo de instrumento não for conhecido,
são do Tribunal Regional, a petição será juntada porque interposto fora do prazo legal, o Tribunal
nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes e os autos Superior imporá ao recorrente multa correspon-
conclusos ao presidente dentro de 24 (vinte e dente a valor do maior salário-mínimo vigente no
quatro) horas. país, multa essa que será inscrita e cobrada na
forma prevista no art. 367.
§ 1º O presidente, dentro em 48 (quarenta e oito)
horas do recebimento dos autos conclusos, proferi- Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer
rá despacho fundamentado, admitindo ou não o multa, salvo no caso das condenações criminais,
recurso. obedecerão às seguintes normas: (...)

Comentário  Não estão sujeitos a juízo de admissibilida-


de, pelo presidente do TRE, os recursos especiais relati- Comentário  Vedação da vinculação do salário mínimo
vos a registro de candidaturas. (Acórdãos do TSE n.ºs para qualquer fim de acordo com o art. 7º IV da Consti-
2447/2000, 15964/1999, 12265/1994 e 12074/1991) tuição Federal de 1988.

Comentário  O art. 80 § 4º da Resolução n.º


§ 2º Admitido o recurso, será aberta vista dos au-
21.538/2003 do TSE estabelece o percentual mínimo
tos ao recorrido para que, no mesmo prazo, apre-
de 3% e o máximo de 10% desse valor para arbitra-
sente as suas razões. mento da multa pelo não-exercício do voto. A Unidade
Fiscal de Referência (Ufir), instituída pela Lei n.º
Comentário  É nulo o acórdão proferido sem intimação 8.383/1991, foi extinta pela MP n.º 1.973-67/2000,
dos recorridos para apresentar contrarrazões a recurso tendo sido sua última reedição (MP n.º 2.176-79/2001)
especial, por ofensa aos princípios do contraditório e do convertida na Lei n.º 10.522/2002, e seu último valor
devido processo legal. (Acórdão do TSE de 17/04/2012 estabelecido em R$ 1,0641.
nos ED-REspe n.º 166424)
33,02 x R$ 1,0641 = R$ 35,136582 (de 3% a 10%)

§ 3º Em seguida serão os autos conclusos ao presi-


§ 7º Se o Tribunal Regional dispuser de aparelha-
dente, que mandará remetê-los ao Tribunal Supe-
mento próprio, o instrumento deverá ser formado
rior.
com fotocópias ou processos semelhantes, pagas
Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorren- as despesas, pelo preço do custo, pelas partes, em
te poderá interpor, dentro em 3 (três) dias, agravo relação às peças que indicarem.
de instrumento.
Capítulo IV - Dos Recursos no Tribunal Superior
§ 1º O agravo de instrumento será interposto por
Art. 280. Aplicam-se ao Tribunal Superior as dispo-
petição que conterá:
sições dos artigos. 268, 269, 270, 271 (caput), 272,
I - a exposição do fato e do direito; 273, 274 e 275.
II - as razões do pedido de reforma da decisão; Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal
III - a indicação das peças do processo que devem Superior, salvo as que declararem a invalidade de
ser trasladadas. lei ou ato contrário à Constituição Federal e as
denegatórias de "habeas corpus" ou mandado de
§ 2º Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão segurança, das quais caberá recurso ordinário para
recorrida e a certidão da intimação.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 213
o Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo I - os magistrados que, mesmo não exercendo
de 3 (três) dias. funções eleitorais, estejam presidindo Juntas
Apuradoras ou se encontrem no exercício de ou-
Comentário  Cabimento de recurso ordinário e extraor- tra função por designação de Tribunal Eleitoral;
dinário. (Artigo 102 incisos II "a" e III da Constituição
II - Os cidadãos que temporariamente integram
Federal de 1988)
órgãos da Justiça Eleitoral;
Comentário  Irrecorribilidade das decisões do TSE. (Arti- III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para
go 121 § 3º da Constituição Federal de 1988) as mesas receptoras ou Juntas Apuradoras;
IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Elei-
Súmula do STF n.º 728/2003  É de três dias o prazo para
toral.
a interposição de recurso extraordinário contra decisão
do Tribunal Superior Eleitoral, contado, quando for o § 1º Considera-se funcionário público, para os
caso, a partir da publicação do acórdão, na própria ses- efeitos penais, além dos indicados no presente
são de julgamento, nos termos do art. 12 da Lei n.º artigo, quem, embora transitoriamente ou sem
6.055/1974, que não foi revogado pela Lei n.º remuneração, exerce cargo, emprego ou função
8.950/1994.
pública.

Comentário  Prazo de três dias para interposição de § 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce
recurso extraordinário. (Artigo 12 da Lei n.º 6.055/1974) cargo, emprego ou função em entidade paraestatal
ou em sociedade de economia mista.
Comentário  Recurso ordinário cabível apenas de deci- Art. 284. Sempre que este Código não indicar o
são denegatória de habeas corpus ou mandado de segu- grau mínimo, entende-se que será ele de quinze
rança. (Acórdão do STF de 23/11/2004 no Agravo n.º
dias para a pena de detenção e de um ano para a
504.598)
de reclusão.
§ 1º Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou
horas seguintes, os autos serão conclusos ao presi- atenuação da pena sem mencionar o "quantum",
dente do Tribunal, que, no mesmo prazo, proferirá deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço,
despacho fundamentado, admitindo ou não o re- guardados os limites da pena cominada ao crime.
curso. Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento
§ 2º Admitido o recurso será aberta vista dos autos ao Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro,
ao recorrido para que, dentro de 3 (três) dias, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no
apresente as suas razões. mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (tre-
zentos) dias-multa.
§ 3º Findo esse prazo os autos serão remetidos ao
Supremo Tribunal Federal. § 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o
prudente arbítrio do juiz, devendo este ter em con-
Art. 282. Denegado recurso, o recorrente poderá ta as condições pessoais e econômicas do conde-
interpor, dentro de 3 (três) dias, agravo de instru- nado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo
mento, observado o disposto no art. 279 e seus diário da região, nem superior ao valor de um salá-
parágrafos, aplicada a multa a que se refere o § 6º rio-mínimo mensal.
pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo,
Código Eleitoral - Disposições Várias embora não possa exceder o máximo genérico
Disposições Penais caput, se o juiz considerar que, em virtude da situ-
ação econômica do condenado, é ineficaz a comi-
Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965 nada, ainda que no máximo, ao crime de que se
Parte Quinta - Disposições Várias trate.

Título IV - Disposições Penais Comentário  Vedação da vinculação do salário mínimo


Capítulo I - Disposições Preliminares para qualquer fim de acordo com o art. 7º IV da Consti-
tuição Federal de 1988.
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados
membros e funcionários da Justiça Eleitoral:

214 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscri-
Comentário  O art. 80 § 4º da Resolução n.º ção de alistando.
21.538/2003 do TSE estabelece o percentual mínimo
de 3% e o máximo de 10% desse valor para arbitra- Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a
mento da multa pelo não-exercício do voto. A Unidade quinze dias-multa.
Fiscal de Referência (Ufir), instituída pela Lei n.º
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária,
8.383/1991, foi extinta pela MP n.º 1.973-67/2000,
tendo sido sua última reedição (MP n.º 2.176-79/2001)
sem fundamento legal, a inscrição requerida:
convertida na Lei n.º 10.522/2002, e seu último valor Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
estabelecido em R$ 1,0641.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o
33,02 x R$ 1,0641 = R$ 35,136582 (de 3% a 10%) alistamento:
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamen-
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta to de 30 a 60 dias-multa.
lei as regras gerais do Código Penal.
Art. 294. (Revogado pela Lei n.º 8.868 de
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio 14/04/1994)
da imprensa, do rádio ou da televisão, aplicam-se
exclusivamente as normas deste Código e as re- Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do
missões a outra lei nele contempladas. eleitor:
Capítulo II - Dos Crimes Eleitorais Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a
60 dias-multa.
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a Comentário  A retenção de título eleitoral ou do com-
15 dias-multa. provante do alistamento eleitoral constitui crime, punível
com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
Comentário  A prestação de auxílio material à inscrição prestação de serviços à comunidade por igual período, e
fraudulenta de eleitor caracteriza a participação no crime multa no valor de cinco mil a dez mil Ufirs. (Artigo 91
previsto neste artigo. (Acórdão do TSE de 03/03/2015 no parágrafo único da Lei n.º 9.504/1997)
REspe n.º 571991)
Art. 296. Promover desordem que prejudique os
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com trabalhos eleitorais;
infração de qualquer dispositivo deste Código. Pena - Detenção até dois meses e pagamento de 60 a
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 90 dias-multa.
dias-multa. Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do su-
frágio:
Comentário  Induzir alguém abrange as condutas de
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a
instigar, incitar ou auxiliar terceiro a alistar-se fraudulen-
100 dias-multa.
tamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua
ignorância. (Acórdão do TSE n.º 68/2005)
Resolução do TSE n.ºs 22963/2008 e 22422/2006 
Possibilidade de funcionamento do comércio no dia da
Comentário  O crime desse dispositivo somente pode
eleição.
ser praticado pelo eleitor, não admitindo coautoria, mas
participação. (Acórdão do TSE de 03/03/2015 no REspe
n.º 571991) Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de
mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou can-
Comentário  O crime de falsidade ideológica eleitoral didato, com violação do disposto no art. 236:
(art. 350 do CE) não é meio necessário nem fase normal Pena - Reclusão até quatro anos.
de preparação para a prática do delito tipificado neste
artigo. Os crimes descritos são autônomos e podem ser Código Eleitoral de 1965
praticados sem que um dependa do outro. (Acórdão do
de 18/08/2011 no REspe n.º 23310) Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5
(cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas
Comentário  O tipo descrito neste artigo deve ser afas- depois do encerramento da eleição, prender ou
tado quando houver o concurso de vontades entre o deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou
eleitor e o suposto autor da conduta. (Acórdão do de em virtude de sentença criminal condenatória por
26/02/2013 no REspe n.º 198) crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a
salvo-conduto.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 215
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais Comentário  A absolvição na representação por capta-
de partido, durante o exercício de suas funções, não ção ilícita de sufrágio, na esfera cível-eleitoral, ainda que
poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de acobertada pelo manto da coisa julgada, não obsta a
flagrante delito; da mesma garantia gozarão os persecutio criminis pela prática do tipo penal descrito no
candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição. art. 299, do Código Eleitoral. (Acórdão do TSE de
27/11/2007 no Agravo n.º 6553)
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imedi-
atamente conduzido à presença do Juiz competente
Comentário  O crime de corrupção eleitoral, por ser
que, se verificar a ilegalidade da detenção, a rela- crime formal, não admite a forma tentada, sendo o resul-
xará e promoverá a responsabilidade do coator. tado mero exaurimento da conduta criminosa. (Acórdão
do TSE de 27/11/2007 no Ag n.º 8905)
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou rece-
ber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou
Comentário  Exige-se para a configuração do ilícito
qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e penal que o corruptor eleitoral passivo seja pessoa apta a
para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a votar. (Acórdão do TSE de 23/02/2010 HC n.º 672)
oferta não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco Comentário  O crime previsto neste artigo tutela o livre
a quinze dias-multa. exercício do voto ou a abstenção do eleitor. (Acórdão do
TSE de 05/02/2015 no AgR-AI n.º 20903)
Comentário  A regra segundo a qual o corréu não pode
figurar, no processo em que o é, como testemunha há de Comentário  Para a configuração do crime de corrupção
ser tomada de forma estrita, não cabendo partir para eleitoral, a promessa de vantagem deve estar vinculada à
ficção jurídica, no que, envolvido na prática criminosa - obtenção do voto de determinados eleitores, não po-
compra de votos, art. 299 do Código Eleitoral -, não veio dendo se confundir com a realização de promessas de
a ser denunciado. ( Acórdão do TSE de 18/08/2011 no HC campanha. (Acórdão do TSE de 25/08/2011 no AgR-AI n.º
n.º 78048) 58648)

Comentário  A configuração do delito previsto neste Comentário  Na acusação da prática de corrupção elei-
artigo não exige pedido expresso de voto, mas sim a toral, a peça acusatória deve indicar qual ou quais eleito-
comprovação da finalidade de obter ou dar voto ou pro- res teriam sido beneficiados ou aliciados, sem o que o
meter abstenção. (Acórdão do TSE de 02/03/2011 nos direito de defesa fica comprometido. (Acórdão do TSE de
ED-REspe n.º 58245) 26/02/2013 no RHC n.º 45224)

Comentário  Inaplicabilidade do princípio da insignifi- Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autori-
cância. (Acórdão do TSE de 28/10/2010 no AgR-AI n.º dade para coagir alguém a votar ou não votar em
10672) determinado candidato ou partido:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a
Comentário  Não obstante promessas genéricas de
100 dias-multa.
campanha não representarem compra de votos, não é
possível confundir a imprescindibilidade de a promessa Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcio-
visar a obtenção do voto com a necessidade - não exigida nário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevale-
- de o eleitor prometer votar no candidato. Caráter for- cendo-se do cargo a pena é agravada.
mal do crime de corrupção eleitoral. (Acórdão do TSE de
1º/10/2015 no HC n.º 8992) Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para
coagir alguém a votar, ou não votar, em determi-
Comentário  O art. 41-A da Lei n.º 9.504/1997 não alte- nado candidato ou partido, ainda que os fins visa-
rou a disciplina deste artigo e não implicou abolição do dos não sejam conseguidos:
crime de corrupção eleitoral aqui tipificado. (Acórdão do Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco
TSE n.º 81/2005) a quinze dias-multa.

Comentário  Esta Corte tem entendido que, para a Comentário  Não exigência de que o crime deste artigo
configuração do crime descrito no art. 299 do CE, é ne- tenha sido praticado necessariamente durante o período
cessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual eleitoral; a ausência de poder de gestão de programa
seja, a finalidade de obter ou dar voto ou prometer abs- social não afasta eventual configuração do delito deste
tenção. (Acórdão do TSE de 15/03/2007 no Ag n.º 6014 e artigo. (Acórdão do TSE de 17/02/2011 no AgR-REspe n.º
de 08/03/2007 no REspe n.º 25388) 5163598)

216 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em
impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto outra oportunidade que não a de entrega da mes-
a concentração de eleitores, sob qualquer forma, ma ao eleitor.
inclusive o fornecimento gratuito de alimento e Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90
transporte coletivo: (Redação dada pelo Decreto- dias-multa.
Lei n.º 1.064 de 24/10/1969)
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou
Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e paga- em lugar de outrem:
mento de 200 a 300 dias-multa. (Redação dada pelo
Decreto-Lei n.º 1.064 de 24/10/1969) Pena - reclusão até três anos.
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa
Comentário  A Lei n.º 6.091/1974, art. 11, III, revogou a receptora que seja praticada, qualquer irregulari-
parte final deste artigo - inclusive o fornecimento gratui- dade que determine a anulação de votação, salvo
to de alimento e transporte coletivo - por considerar
no caso do art. 311:
como crime o descumprimento do art. 5º daquela lei,
dilatando o período de proibição de transporte de eleito- Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a
res desde o dia anterior até o posterior à eleição. (Acór- 120 dias-multa.
dão do TSE n.ºs 21401/2004 e 4723/2004)
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está
inscrito, salvo nos casos expressamente previstos, e
Comentário  O tipo deste artigo não alcança o transpor-
permitir, o presidente da mesa receptora, que o
te de cidadãos no dia da realização de plebiscito. (Acór-
dão do TSE de 20/03/2012 no HC n.º 70543)
voto seja admitido:
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços dias-multa para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para
necessários à realização de eleições, tais como o presidente da mesa.
transporte e alimentação de eleitores, impressão, Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena - detenção até dois anos.
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de
expedir o boletim de apuração imediatamente
Comentário  Infrações sobre fornecimento de transpor-
após a apuração de cada urna e antes de passar à
te e alimentação a eleitor. (Artigo 11 da Lei n.º
6.091/1974) subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a expedição pelos fiscais, delegados ou
candidatos presentes:
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar
no dia da eleição o fornecimento, normalmente a Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.
todos, de utilidades, alimentação e meios de trans- Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
porte, ou conceder exclusividade dos mesmos a contagem for procedida pela mesa receptora incor-
determinado partido ou candidato: rerão na mesma pena o presidente e os mesários
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa. que não expedirem imediatamente o respectivo
boletim.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa re-
ceptora, salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamen-
Comentário  Entrega obrigatória de cópia do boletim de
to sob qualquer pretexto:
urna aos partidos e às coligações pelo presidente da
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a mesa receptora. (Artigo 68, § 1º da Lei n.º 9.504/1997)
90 dias-multa.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleito- Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de
res devem ser chamados a votar: recolher as cédulas apuradas na respectiva urna,
fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração
Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
de cada seção e antes de passar à subsequente,
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assi- sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a
nalada ou por qualquer forma marcada: providencia pelos fiscais, delegados ou candidatos
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 presentes:
dias-multa. Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a
120 dias-multa.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 217
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de
contagem dos votos for procedida pela mesa re- uma ficha de registro de partido:
ceptora incorrerão na mesma pena o presidente e Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a
os mesários que não fecharem e lacrarem a urna 40 dias-multa.
após a contagem.
Art. 322. (Revogado pela Lei n.º 9.504 de
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de 30/09/1997)
apuração a votação obtida por qualquer candidato
ou lançar nesses documentos votação que não Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe
corresponda às cédulas apuradas: inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e
capazes de exercerem influência perante o eleito-
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 rado:
dias-multa.
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou paga-
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas mento de 120 a 150 dias-multa.
da eleição ou da apuração os protestos devidamen-
te formulados ou deixar de remetê-los à instância Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é
superior: cometido pela imprensa, rádio ou televisão.

Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15


Comentário  Necessidade de que os textos imputados
dias-multa.
como inverídicos sejam fruto de matéria paga para tipifi-
cação do delito previsto neste dispositivo. (Acórdão do
Comentário  Incorrerá nas penas do art. 315 quem TSE de 15/10/2009 no AgR-REspe n.º 35977)
alterar resultados no processamento eletrônico das cé-
dulas. (Artigo 15 da Lei n.º 6.996/1982)
Comentário  O tipo penal indicado não exige que os
Comentário  Crimes relacionados ao sistema de trata- fatos tenham potencial para definir a eleição, bastando
mento automático de dados usado pelo serviço eleitoral que sejam capazes de exercerem influência perante o
e a equipamento usado na votação ou na totalização de eleitorado. (Acórdão do TSE de 25/06/2015 no AgR-RMS
votos. (Artigo 72 da Lei n.º 9.504/1997) n.º 10404)

Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral,
dos invólucros. ou visando fins de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime:
Pena - reclusão de três a cinco anos.
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e paga-
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos mento de 10 a 40 dias-multa.
votos da urna quando qualquer eleitor houver vo-
tado sob impugnação (art. 190): Comentário  No julgamento da ADPF n.º 130, o STF
declarou não recepcionado pela CF/88 a Lei n.º
Código Eleitoral de 1965 5.250/1967, o que não alcança o crime de calúnia previs-
Art. 190. Não será efetuada a contagem dos votos to neste artigo. (Acórdão do TSE de 23/11/2010 no HC
pela Mesa se esta não se julgar suficientemente n.º 258303)
garantida, ou se qualquer eleitor houver votado sob
impugnação, devendo a Mesa, em um ou outro § 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo
caso, proceder na forma determinada para as de- falsa a imputação, a propaga ou divulga.
mais, das Zonas em que a contagem não foi autori- § 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o
zada. crime, mas não é admitida:
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
dias-multa. privada, o ofendido, não foi condenado por sen-
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de tença irrecorrível;
registro de um ou mais partidos: II - se o fato é imputado ao Presidente da Repú-
Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 blica ou chefe de governo estrangeiro;
dias-multa. III - se do crime imputado, embora de ação públi-
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, ca, o ofendido foi absolvido por sentença irrecor-
em dois ou mais partidos: rível.
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa.

218 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, I - contra o Presidente da República ou chefe de
ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe governo estrangeiro;
fato ofensivo à sua reputação:
II - contra funcionário público, em razão de suas
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento funções;
de 5 a 30 dias-multa.
III - na presença de várias pessoas, ou por meio
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se que facilite a divulgação da ofensa.
admite se ofendido é funcionário público e a ofen-
sa é relativa ao exercício de suas funções. Art. 328. (Revogado pela Lei n.º 9.504 de
30/09/1997)
Comentário  O deferimento do direito de resposta e a Art. 329. (Revogado pela Lei n.º 9.504 de
interrupção da divulgação da ofensa não excluem a ocor- 30/09/1997)
rência dos crimes de difamação e de divulgação de fatos
inverídicos na propaganda eleitoral. (Acórdão do TSE de Art. 330. Nos casos dos artigos 328 e 329 se o
17/05/2011 no RHC n.º 761681) agente repara o dano antes da sentença final, o juiz
pode reduzir a pena.
Comentário  A tipificação deste delito está relacionada Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de
não ao sujeito da conduta, mas ao contexto eleitoral em propaganda devidamente empregado:
que é realizada, bastando que a difamação seja praticada
no âmbito de atos típicos de propaganda eleitoral ou Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a
para os fins desta. (Acórdão do TSE de 06/10/2015 no 120 dias-multa.
REspe n.º 186819 e de 13/10/2011 no HC n.º 114080) Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:

Comentário  Desnecessidade de que a ofensa seja pra- Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a
ticada contra candidato para a tipificação do crime pre- 60 dias-multa.
visto neste artigo. (Acórdão do TSE de 14/12/2010 no HC Art. 333. (Revogado pela Lei n.º 9.504 de
n.º 187635) 30/09/1997)

Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas,
distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios
ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro: para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação do
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a
registro se o responsável for candidato.
60 dias-multa.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a
Comentário  Desnecessidade de que a ofensa seja pra- sua forma, em língua estrangeira:
ticada contra candidato para a tipificação do crime pre-
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de
visto neste artigo. (Acórdão do TSE de 14/12/2010 no HC
30 a 60 dias-multa.
n.º 187635)
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infra-
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: ção ao presente artigo importa na apreensão e
perda do material utilizado na propaganda.
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria; Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela
infração de qualquer dos artigos 322, 323, 324,
II - no caso de retorsão imediata, que consista em 325, 326, 328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve
outra injúria. o juiz verificar, de acordo com o seu livre convenci-
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de onamento, se diretório local do partido, por qual-
fato, que, por sua natureza ou meio empregado, se quer dos seus membros, concorreu para a prática
considerem aviltantes: de delito, ou dela se beneficiou conscientemente.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento
de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes Comentário  Os artigos 322, 328, 329 e 333 foram revo-
à violência prevista no Código Penal. gados pelo art. 107 da Lei n.º 9.504/1997.

Art. 327. As penas cominadas nos artigos 324, 325


e 326, aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 219
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao dire- Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60
tório responsável pena de suspensão de sua ativi- dias-multa.
dade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério
até o dobro nas reincidências. Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de pro-
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que mover a execução de sentença condenatória:
não estiver no gozo dos seus direitos políticos, de Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a
atividades partidárias inclusive comícios e atos de 90 dias-multa.
propaganda em recintos fechados ou abertos:
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a art. 357:
120 dias-multa.
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o res- 90 dias-multa.
ponsável pelas emissoras de rádio ou televisão que
autorizar transmissões de que participem os men- Código Eleitoral de 1965
cionados neste artigo, bem como o diretor de jor- Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério
nal que lhes divulgar os pronunciamentos. Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10
(dez) dias. (...)
Comentário  Não recepção do art. 337 do Código Eleito-
ral pela Constituição Federal de 1988. (Acórdão do TSE de § 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a
14/10/2014 no REspe n.º 36173) denúncia no prazo legal representará contra ele a
autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prio- responsabilidade penal.
ridade prevista no art. 239:
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral
Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa. sem justa causa:

Código Eleitoral de 1965 Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a


120 dias-multa.
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a prio-
ridade postal durante os 60 (sessenta) dias anterio- Comentário  O não comparecimento de mesário no dia
res à realização das eleições, para remessa de ma- da votação não configura o crime estabelecido neste
terial de propaganda de seus candidatos registra- artigo. (Acórdão do TSE de 28/04/2009 no HC n.º 638 e
dos. de 10/11/1998 no RHC n.º 21)

Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna conten- Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou
do votos, ou documentos relativos à eleição: qualquer funcionário dos órgãos da Justiça Eleito-
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a ral, nos prazos legais, os deveres impostos por este
15 dias-multa. Código, se a infração não estiver sujeita a outra
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcio- penalidade: (Redação dada pela Lei n.º 4.961 de
nário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevale- 04/05/1966)
cendo-se do cargo, a pena é agravada. Pena - pagamento de trinta a noventa dias-multa. (Re-
dação dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, forne-
cer, ainda que gratuitamente, subtrair ou guardar Art. 346. Violar o disposto no art. 377:
urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a
exclusivo da Justiça Eleitoral: 60 dias-multa.
Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da auto-
dias-multa. ridade responsável, os servidores que prestarem
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcio- serviços e os candidatos, membros ou diretores de
nário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevale- partido que derem causa à infração.
cendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o
diretor ou qualquer outro funcionário de órgão
oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões,
citações ou intimações da Justiça Eleitoral:

220 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Código Eleitoral de 1965 Comentário  Para a caracterização do crime desse inci-
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, so, é necessária a presença de potencial lesivo da condu-
estadual, municipal, autarquia, fundação do Esta- ta para macular a fé pública. (Acórdão do TSE de
06/11/2014 no RHC n.º 392317)
do, sociedade de economia mista, entidade manti-
da ou subvencionada pelo poder público, ou que
realiza contrato com este, inclusive o respectivo Art. 350. Omitir, em documento público ou particu-
prédio e suas dependências não poderá ser utiliza- lar, declaração que dele devia constar, ou nele in-
do para beneficiar partido ou organização de cará- serir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
ter político. que devia ser escrita, para fins eleitorais:

Parágrafo único. O disposto neste artigo será tor- Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa, se o documento é público, e reclusão até
nado efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão compe-
três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o do-
tente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito naci-
cumento é particular.
onal, regional ou municipal do órgão infrator medi-
ante representação fundamentada partidário, ou Parágrafo único. Se o agente da falsidade docu-
de qualquer eleitor. mental é funcionário público e comete o crime
prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obedi- alteração é de assentamentos de registro civil, a
ência a diligências, ordens ou instruções da Justiça pena é agravada.
Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento Comentário  O crime deste artigo é de natureza formal,
de 10 a 20 dias-multa. descabendo potencializar, para definir-se a atribuição de
autoridade policial, o fato de haver sido o documento
Comentário  Impossibilidade de imputação do crime de utilizado em certa localidade, prevalecendo a definição
desobediência a candidatos caso a determinação judicial decorrente do art. 72 do CPP ("Não sendo conhecido o
de observância às regras de propaganda eleitoral tenha lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domi-
sido dirigida exclusivamente a partidos e a coligações. cílio ou residência do réu."). (Acórdão do TSE de
(Acórdão do TSE de 06/11/2007 no HC n.º 579) 08/09/2011 no RHC n.º 19088)

Comentário  O tipo penal deste artigo aperfeiçoa-se Comentário  É equivocada a afirmação de que nenhuma
apenas na sua forma dolosa. (Acórdão do TSE de omissão de informações ou inserção de informações
18/10/2011 no HC n.º 130882) inverídicas em prestação de contas tem aptidão para
configurar o delito em análise, por ser cronologicamente
posterior às eleições. (Acórdão do TSE de 04/08/2015 no
Comentário  Necessidade, para configuração do crime, REspe n.º 41861)
que tenha havido ordem judicial, direta e individualizada,
expedida ao agente. (Acórdãos do TSE de 06/11/2007 no
HC n.º 579, 245/1995, 11650/1994 e 240/1994) Comentário  Para a adequação do tipo penal previsto
neste dispositivo é necessário que a declaração falsa
prestada para fins eleitorais seja firmada pelo próprio
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documen- eleitor interessado, e não por terceiro. (Acórdão do TSE
to público, ou alterar documento público verdadei- de 02/05/2006 nos REspe n.ºs 25417 e 25418)
ro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 Comentário  O tipo previsto neste artigo é crime formal,
a 30 dias-multa. sendo irrelevante a existência de resultado naturalístico,
bastando que o documento falso tenha potencialidade
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o lesiva. (Acórdão do TSE de 07/12/2011 no HC n.º 154094)
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agrava-
da. Comentário  O tipo previsto neste artigo não é meio
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a docu- necessário nem fase normal de preparação para a prática
mento público o emanado de entidade paraestatal do delito tipificado no art. 290 deste código; são crimes
autônomos que podem ser praticados sem que um de-
inclusive Fundação do Estado.
penda do outro. (Acórdão do TSE de 18/08/2011 no
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documen- REspe n.º 23310)
to particular ou alterar documento particular ver-
dadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10
dias-multa.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 221
de. (Acórdão do TSE de 28/06/2006 no HC n.º 537)
Comentário  A forma incriminadora fazer inserir, previs-
ta neste artigo, admite a realização por terceira pessoa –
autor intelectual da falsidade ideológica. (Acórdão do TSE Comentário  No processo-crime eleitoral a recusa à
de 04/08/2011 no REspe n.º 35486) proposta de transação afasta o rito da Lei n.º 9.099/1995,
cumprindo observar o previsto no CE. (Acórdão do TSE de
28/06/2012 no REspe n.º 29803)
Comentário  A prática consubstanciada na falsidade de
documento no âmbito de prestação de contas possui
finalidade eleitoral e relevância jurídica, pois tem o con- Comentário  A gravação ambiental realizada por quem
dão de atingir o bem jurídico tutelado pela norma, que é teve a iniciativa da diligência pode ser utilizada contra si
a fé pública eleitoral. (Acórdão do TSE de 06/11/2014 no no processo penal. (Acórdão do TSE de 1º/03/2016 no HC
REspe n.º 3845587) n.º 44405)

Comentário  Caracteriza-se o delito quando do docu- Art. 355. As infrações penais definidas neste Códi-
mento constar informação falsa preparada para provar, go são de ação pública.
por seu conteúdo, fato juridicamente relevante. (Acórdão
do TSE de 1º/08/2014 no AgR-REspe n.º 105191) Comentário  A queixa-crime em ação penal privada
subsidiária somente pode ser aceita caso o representante
Art. 351. Equipara-se a documento (348, 349 e do Ministério Público não tenha oferecido denúncia,
350) para os efeitos penais, a fotografia, o filme requerido diligências ou solicitado o arquivamento de
cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de inquérito policial no prazo legal. (Acórdão do TSE de
24/02/2011 nos ED-AI n.º 181917)
ditafone a que se incorpore declaração ou imagem
destinada à prova de fato juridicamente relevante.
Comentário  Cabimento de ação penal privada subsidiá-
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercí- ria no âmbito da Justiça Eleitoral, por tratar-se de garan-
cio da função pública, firma ou letra que o não seja, tia constitucional, prevista na CF/88, art. 5º, LIX. Inadmis-
para fins eleitorais: sibilidade da ação penal pública condicionada a represen-
tação do ofendido, em virtude do interesse público que
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 envolve a matéria eleitoral. (Acórdão do TSE n.º
dias-multa se o documento é público, e reclusão até 21295/2003)
três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o do-
cumento é particular.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos infração penal deste Código deverá comunicá-la ao
falsificados ou alterados, a que se referem os arti- juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
gos 348 a 352:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Comentário  Possibilidade de instauração de inquérito
policial por requisição do Ministério Público com funda-
Comentário  Para a configuração do delito previsto mento em delação anônima. (Acórdão do TSE de
neste dispositivo não se exige a ocorrência de dano efeti- 02/05/2012 no HC n.º 103379)
vo à fé pública, sendo suficiente a potencialidade lesiva
ao bem jurídico tutelado. (Acórdão do TSE de § 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a
14/04/2015 no REspe n.º 36837) autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado
pelo apresentante e por duas testemunhas, e a
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, remeterá ao órgão do Ministério Público local, que
documento público ou particular, material ou ideo- procederá na forma deste Código.
logicamente falso para fins eleitorais:
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. maiores esclarecimentos e documentos comple-
Capítulo III - Do Processo das Infrações mentares ou outros elementos de convicção, deve-
rá requisitá-los diretamente de quaisquer autori-
dades ou funcionários que possam fornecê-los.
Súmula do STJ n.º 192/1997  Compete ao Juízo das
Execuções Penais do Estado a execução das penas impos- Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério
tas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleito- Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de
ral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a 10 (dez) dias.
administração estadual.

Comentário  O fato de a Polícia Civil haver feito o auto


de prisão, em vez da Polícia Federal, não constitui ilicitu-
222 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
pelo Tribunal Regional. (Acórdão do TSE de 10/04/2007
Comentário  Possibilidade de o Ministério Público, titu-
no REspe n.º 25030)
lar da ação penal pública, deixar de acionar certos envol-
vidos, como ocorre no tipo corrupção do art. 299 do CE
quanto ao eleitor, geralmente de baixa escolaridade e Comentário  Aplicação do art. 28 do CPP, cujo teor é
menos afortunado, que tenha recebido benefício para semelhante ao deste dispositivo, em caso de recusa do
votar em determinado candidato. (Acórdão do TSE de órgão do Ministério Público em propor suspensão condi-
18/08/2011 no HC n.º 78048) cional do processo. (Acórdão do TSE de 28/06/2011 no
RHC n.º 4653, de 22/11/2005 no HC n.º 523 e de
15/08/2002 no HC n.º 435)
Comentário  Aplicação deste dispositivo também ao
membro do Ministério Público. (Acórdão do STJ de
25/10/2005 no RMS n.º 14990) § 2º A denúncia conterá a exposição do fato crimi-
noso com todas as suas circunstâncias, a qualifica-
Súmula do STJ n.º 234/2000  A participação de membro ção do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
do Ministério Público na fase investigatória criminal não possa identificá-lo, a classificação do crime e,
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o ofere- quando necessário, o rol das testemunhas.
cimento da denúncia.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer
a denúncia no prazo legal representará contra ele
Comentário  Aplicabilidade das Leis n.ºs 9.099/1995 e
a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração
10.259/2001 (transação penal e suspensão condicional
do processo) no processo penal eleitoral, salvo para cri- da responsabilidade penal.
mes que contam com sistema punitivo especial. (Resolu- § 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo
ção do TSE n.º 21.294/2002, Acórdão do STJ de anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a
09/04/2003 no CC n.º 37.595 e Acórdão do TSE n.º designação de outro promotor, que, no mesmo
25137/2005)
prazo, oferecerá a denúncia.
Comentário  A inobservância do prazo para denúncia § 5º Qualquer eleitor poderá provocar a represen-
não extingue a punibilidade. (Acórdãos do TSE n.ºs tação contra o órgão do Ministério Público se o
4692/2004 e 234/1994) juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.
Art. 358. A denúncia será rejeitada quando:
Comentário  Possibilidade de oferecimento de denúncia
por descumprimento de transação penal, na ausência de I - o fato narrado evidentemente não constituir
sentença homologatória. (Acórdão do TSE de 05/04/2011 crime;
no AgR-RHC n.º 175815)
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescri-
ção ou outra causa;
Comentário  O recebimento da denúncia por juiz in-
competente é nulo e não interrompe o prazo prescricio-
nal. (Acórdão do TSE de 08/05/2012 no REspe n.º Comentário  O acórdão confirmatório da condenação
685214904) não é marco interruptivo da prescrição. (Acórdão do TSE
de 26/06/2012 nos ED-ED-REspe n.º 35486)
Comentário  Afastado, por pronunciamento judicial, o
óbice à suspensão condicional do processo, cumpre abrir III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou fal-
vista ao Ministério Público para manifestação. (Acórdão tar condição exigida pela lei para o exercício da
do TSE de 14/02/2012 no HC n.º 113813) ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejei-
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de ção da denúncia não obstará ao exercício da ação
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento penal, desde que promovida por parte legítima ou
da comunicação, o juiz, no caso de considerar im- satisfeita a condição.
procedentes as razões invocadas, fará remessa da
comunicação ao Procurador Regional, e este ofe- Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia
recerá a denúncia, designará outro Promotor para e hora para o depoimento pessoal do acusado,
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ordenando a citação deste e a notificação do Mi-
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. nistério Público. (Redação dada pela Lei n.º 10.732
de 05/09/2003)
Comentário  Compete às Câmaras de Coordenação e
Revisão manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito
policial (Lei Complementar n.º 75/1993, art. 62, IV), obje-
to de pedido do procurador regional eleitoral e rejeitado
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 223
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os au-
Comentário  A sistemática que a Lei n.º 11.719/2008 tos ao juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o
trouxe ao CPP deve ser aplicada ao Código Eleitoral, por
mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
ser mais benéfica ao réu, ao fixar dois momentos para a
análise do recebimento da denúncia, um antes e outro Art. 362. Das decisões finais de condenação ou
após a resposta preliminar à acusação, além de tornar o absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a
interrogatório do acusado o último ato da instrução pro- ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
cessual. (Acórdão do TSE de 16/05/2013 no HC n.º
84946) Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional for con-
denatória, baixarão imediatamente os autos à
Comentário  O recebimento da denúncia por juiz in- instância inferior para a execução da sentença,
competente é nulo e não interrompe o prazo prescricio- que será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados
nal. (Acórdão do TSE de 08/05/2012 no REspe n.º da data da vista ao Ministério Público.
685214904)
Comentário  Cabimento de embargos infringentes e de
Comentário  Não há dispositivo legal que determine a nulidade previstos no CPP, art. 609, parágrafo único.
intimação de réu para participar do interrogatório de (Acórdão do TSE n.º 4590/2004)
corréus. (Acórdão do TSE de 22/05/2012 no AgR-REspe
n.º 385827) Comentário  Impossibilidade de execução provisória da
pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos de-
Comentário  As decisões de improcedência proferidas corrente de sentença penal condenatória sem trânsito
em sede civil-eleitoral não obstam a persecução criminal em julgado, ressalvada a decretação de prisão cautelar
instaurada para apurar fatos idênticos. (Acórdão do TSE nos termos do art. 312 do CPP, quando presentes fun-
de 17/05/2012 no RHC n.º 46376) damentos idôneos. (Acórdão do TSE de 23/08/2011 no
HC n.º 412471)
Comentário  A decisão judicial que recebe a denúncia
tem natureza interlocutória e prescinde da fundamenta- Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público
ção exigida pelo art. 93, IX, da Constituição Federal. deixar de promover a execução da sentença serão
(Acórdão do TSE de 27/03/2012 no HC n.º 119009) aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º,
4º e 5º do art. 357.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o pra-
zo de 10 (dez) dias para oferecer alegações escri- Art. 364. No processo e julgamento dos crimes
tas e arrolar testemunhas. (Incluído pela Lei n.º eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos,
10.732 de 05/09/2003) assim como nos recursos e na execução, que lhes
digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária
ou supletiva, o Código de Processo Penal.
Comentário  Impossibilidade de se atribuir à Defensoria
Pública a defesa e a orientação jurídica de pessoas que
não se enquadrem no conceito de hipossuficiente (apli- Comentário  Incabível a apresentação de razões recur-
cação subsidiária do art. 263, parágrafo único, do CPP). sais na instância superior; inaplicabilidade do CPP, art.
(Acórdão do TSE de 06/03/2012 no AgR-REspe n.º 600, § 4º, devendo ser observados os arts. 266 e 268
3973097) deste código. (Acórdão do TSE n.º 11953/1995)

Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e Código Eleitoral


da defesa e praticadas as diligências requeridas Disposições Gerais e Transitórias
pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas
pelo juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965
uma das partes - acusação e defesa - para alega-
Parte Quinta - Disposições Várias
ções finais.
Título V - Disposições Gerais e Transitórias
Comentário  Não caracteriza cerceamento de defesa, Art. 365. O serviço eleitoral prefere a qualquer
nem ofensa ao devido processo legal, a decisão que, em
outro, é obrigatório e não interrompe o interstício
sede de ação penal, indefere pedido de oitiva de teste-
munhas que não contribuirão para o esclarecimento dos de promoção dos funcionários para ele requisita-
fatos narrados na denúncia. (Acórdão do TSE de dos.
31/05/2012 no RHC n.º 66851)

224 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Lei n.º 6.999/1982 e Resolução do TSE n.º 23.255/2010 Comentário  A multa fixada dentro dos limites legais
 Dispõem sobre a requisição de servidores públicos pela não ofende os princípios da proporcionalidade e razoabi-
Justiça Eleitoral. lidade. (Acórdão do TSE de 22/06/2010 no R-Rp n.º
98696)
Comentário  Dispensa dos servidores públicos nomea-
dos para compor as mesas receptoras ou juntas apurado- II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento
ras pelo dobro dos dias de convocação. Entretanto, o do eleitor, o pagamento será feito através de selo
artigo 98 da Lei n.º 9.504/1997 utiliza a expressão “elei- federal inutilizado no próprio requerimento ou no
tores” em substituição a “servidores públicos”. (Artigo 15 respectivo processo;
da Lei n.º 8.868/1994)

Comentário  Abole o imposto do selo. (Artigo 15 da Lei


Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da n.º 5.143/1966)
Justiça Eleitoral não poderão pertencer a diretório
de partido político ou exercer qualquer atividade Instrução Normativa da STN n.º 2/2009  Dispõe sobre a
partidária, sob pena de demissão. Guia de Recolhimento da União (GRU), e dá outras provi-
dências.
Resolução do TSE n.º 21.570/2003  Filiação partidária
proibida ao servidor da Justiça Eleitoral. Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Utilização obrigató-
ria da GRU para recolhimento das multas eleitorais e
Resolução do TSE n.º 22.088/2005  Servidor da Justiça penalidades pecuniárias, assim como doações de pessoas
Eleitoral deve se exonerar para cumprir o prazo legal de físicas ou jurídicas.
filiação partidária, ainda que afastado do órgão de ori-
gem e pretenda concorrer em estado diverso de seu Portaria do TSE n.º 288/2005  Estabelece normas e
domicílio profissional. No entanto, de acordo com Acór- procedimentos visando à arrecadação, recolhimento e
dão do TSE de 11/12/2008 no REspe n.º 29769, houve cobrança das multas previstas no Código Eleitoral e leis
deferimento de pedido de registro de candidato que, conexas, e à utilização da Guia de Recolhimento da União
eleito prefeito em primeiro mandato, foi aprovado e (GRU).
empossado em concurso público realizado por tribunal
regional eleitoral, tendo se licenciado, antes de entrar em
efetivo exercício, para prosseguir na chefia do Poder III - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no
Executivo Municipal. prazo de 30 (trinta) dias, será considerada dívida
líquida e certa, para efeito de cobrança mediante
Comentário  O servidor requisitado pela Justiça Eleito- executivo fiscal, a que for inscrita em livro próprio
ral, quanto à filiação partidária, deve se submeter às no Cartório Eleitoral;
limitações a que estão sujeitos seus próprios servidores.
(Acórdão do TSE de 05/08/2014 no PA n.º 57514) Comentário  A previsão de inscrição de dívida em livro
do cartório eleitoral não afasta a competência da Procu-
Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer radoria da Fazenda Nacional para inscrevê-la ou expedir a
multa, salvo no caso das condenações criminais, certidão de dívida ativa. (Acórdão do TSE de 07/12/2011
no AgR-AI n.º 11227)
obedecerão às seguintes normas:
Comentário  Prazo prescricional de dez anos para as
Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Disciplina o reco-
multas eleitorais - dívidas ativas de natureza não tributá-
lhimento e a cobrança das multas previstas no Código
ria - (art. 205 do Código Civil). (Acórdão do TSE de
Eleitoral e leis conexas e a distribuição do Fundo Especial
08/08/2013 no REspe n.º 12840 e Acórdão do TSE de
de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo
23/10/2012 no AgR-REspe n.º 28764)
Partidário).

IV - A cobrança judicial da dívida será feita por


Portaria do TSE n.º 288/2005  Estabelece normas e
procedimentos visando à arrecadação, recolhimento e ação executiva na forma prevista para a cobrança
cobrança das multas previstas no Código Eleitoral e leis da dívida ativa da Fazenda Pública, correndo a
conexas, e à utilização da Guia de Recolhimento da União ação perante os juízos eleitorais;
(GRU).
Súmula n.º 374/2009 do STJ  Compete à Justiça Eleito-
I - No arbitramento será levada em conta a condi- ral processar e julgar a ação para anular débito decorren-
ção econômica do eleitor; te de multa eleitoral.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 225
situação econômica do infrator, é ineficaz, embora
Comentário  Legitimidade da União para ajuizar ação de aplicada no máximo. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de
execução de astreintes, imposta pelo descumprimento
04/05/1966)
de ordem judicial relativa à retirada de propaganda elei-
toral irregular. (Acórdão do TSE de 09/09/2014 no REspe § 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devi-
n.º 116839) damente o seu estado de pobreza, ficará isento do
pagamento de multa. (Incluído pela Lei n.º 4.961
Comentário  Competência da Justiça Eleitoral para a de 04/05/1966)
execução fiscal de multa eleitoral. (Acórdão do STJ de
25/08/1999 no CC n.º 22.539 e de 28/04/1999 no CC n.º
Comentário  Inaplicabilidade dessa isenção a candida-
23.132)
tos. "A alegação de ausência de recursos financeiros não
é apta para ilidir a multa aplicada em representação por
V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais propaganda eleitoral irregular [...]." (Acordão do TSE de
de um Promotor de Justiça, a cobrança da dívida 10/02/2011 nos ED-AI n.º 11491)
far-se-á por intermédio do que for designado pelo
Procurador Regional Eleitoral; Comentário  Dispõe, entre outras, sobre a prova de
pobreza. (Artigo 1º da Lei n.º 7.115/1983)
Portaria do TSE n.º 288/2005  Legitimidade da Procura-
doria da Fazenda Nacional para a execução fiscal de mul- § 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir
ta eleitoral. (Acórdão do TSE n.º 5764/2005) selos, sob a designação "Selo Eleitoral", destinados
ao pagamento de emolumentos, custas, despesas e
VI - Os recursos cabíveis, nos processos para co- multas, tanto as administrativas como as penais,
brança da dívida decorrente de multa, serão in- devidas à Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei n.º
terpostos para a instância superior da Justiça Elei- 4.961 de 04/05/1966)
toral;
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos
VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício; através de guias de recolhimento, se a Justiça Elei-
VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e toral não dispuser de selo eleitoral em quantidade
Territórios serão cobradas nos termos dos respec- suficiente para atender aos interessados. (Incluído
tivos Regimentos de Custas; pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tem-
Resolução do TSE n.º 20.843/2001  Dispõe sobre o po oportuno, mesmo que não sejam apreciados no
reembolso, aos oficiais de justiça, de despesas no cum- prazo legal, não prejudicarão aos interessados.
primento de mandados da Justiça Eleitoral.
Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando
exclusiva, não será aceita nos processos que pos-
Resolução do TSE n.º 19.752/1996  Procedimento ado-
tado pela Justiça Eleitoral para recolhimento à União de
sam levar à perda do mandato. (Incluído pela Lei
custas processuais, pagamento de honorários advocatí- n.º 13.165 de 2015)
cios e diligências de oficial de justiça. Art. 369. O Governo da União fornecerá, para ser
distribuído por intermédio dos Tribunais Regionais,
IX - Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais todo o material destinado ao alistamento eleitoral
Regionais, trimestralmente, a importância total e às eleições.
das multas impostas, nesse período e quanto foi
Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral,
arrecadado através de pagamentos feitos na for-
feitas por autoridades e repartições competentes,
ma dos números II e III;
gozam de franquia postal, telegráfica, telefônica,
X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribu- radiotelegráfica ou radiotelefônica, em linhas ofici-
nais Regionais ao Tribunal Superior. ais ou nas que sejam obrigadas a serviço oficial.
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais
serão consideradas líquidas e certas, para efeito Comentário  O serviço postal e o serviço de telegrama
de cobrança mediante executivo fiscal desde que são remunerados através de tarifas de preços, além de
prêmios ad valorem com relação ao primeiro, aprovados
inscritas em livro próprio na Secretaria do Tribunal
pelo Ministério das Comunicações. (Artigo 32 da Lei n.º
competente. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de 6.538/1978)
04/05/1966)
§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se
o juiz, ou Tribunal considerar que, em virtude da
226 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Comentário  É vedada a concessão de isenção ou redu- Comentário  Gratuidade de certidões em repartições
ção subjetiva das tarifas, preços e prêmios ad valorem, públicas e ações de habeas corpus e habeas data. (Cons-
ressalvados os casos de calamidade pública e os previstos tituição Federal de 1988 - Artigo 5º XXXIV "b" e LXXVII)
nos atos internacionais devidamente ratificados, na for-
ma do disposto em regulamento. (Artigo 34 da Lei n.º Parágrafo único. Nos processos crimes e nos execu-
6.538/1978) tivos fiscais referente a cobrança de multas serão
pagas custas nos termos do Regimento de Custas
Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no de cada Estado, sendo as devidas à União pagas
prazo máximo de 10 (dez) dias, a fornecer às auto- através de selos federais inutilizados nos autos.
ridades, aos representantes de partidos ou a qual-
quer alistando as informações e certidões que soli- Resolução do TSE n.º 20.843/2001  Dispõe sobre o
citarem relativas à matéria eleitoral, desde que os reembolso, aos oficiais de justiça, de despesas no cum-
interessados manifestem especificamente as ra- primento de mandados da Justiça Eleitoral.
zões e os fins do pedido.
Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reco- Resolução do TSE n.º 19.752/1996  Procedimento ado-
nhecer nos documentos necessários à instrução tado pela Justiça Eleitoral para recolhimento à União de
custas processuais, pagamento de honorários advocatí-
dos requerimentos e recursos eleitorais, as firmas
cios e diligências de oficial de justiça.
de pessoas de seu conhecimento, ou das que se
apresentarem com 2 (dois) abonadores conheci-
Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os
dos.
juízes eleitorais e os servidores públicos requisita-
Art. 373. São isentos de selo os requerimentos e dos para os órgãos da Justiça Eleitoral, que, em
todos os papéis destinados a fins eleitorais e é virtude de suas funções nos mencionados órgãos
gratuito o reconhecimento de firma pelos tabe- não tiverem as férias que lhes couberem, poderão
liães, para os mesmos fins. gozá-las no ano seguinte, acumuladas ou não. (Re-
dação dada pela Lei n.º 4.961 de 04/05/1966)
Comentário  Abole o imposto do selo. (Artigo 15 da Lei
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n.º 4.961 de
n.º 5.143/1966)
04/05/1966)
Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Utilização obrigató- Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não
ria da GRU para recolhimento das multas eleitorais e forem fixados definitivamente os limites interesta-
penalidades pecuniárias, assim como doações de pessoas duais, far-se-ão as eleições sob a jurisdição do
físicas ou jurídicas. Tribunal Regional da circunscrição eleitoral em
que, do ponto de vista da administração judiciária
Portaria do TSE n.º 288/2005  Estabelece normas e estadual, estejam elas incluídas.
procedimentos visando à arrecadação, recolhimento e
cobrança das multas previstas no Código Eleitoral e leis Art. 376. A proposta orçamentária da Justiça Elei-
conexas, e à utilização da Guia de Recolhimento da União toral será anualmente elaborada pelo Tribunal
(GRU). Superior, de acordo com as propostas parciais que
lhe forem remetidas pelos Tribunais Regionais, e
Instrução Normativa da STN n.º 2/2009  Dispõe sobre a dentro das normas legais vigentes.
Guia de Recolhimento da União (GRU), e dá outras provi-
Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais
dências.
que se fizerem necessários ao bom andamento dos
serviços eleitorais, durante o exercício serão enca-
Comentário  Gratuidade de atos considerados necessá-
minhados em relação trimestral à Câmara dos De-
rios ao exercício da cidadania, quais sejam, os que capaci-
tam o cidadão ao exercício da soberania popular a que se putados, por intermédio do Tribunal Superior.
reporta o art. 14 da CF/88. Aqueles referentes ao alista- Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal,
mento militar, os pedidos de informação ao poder públi- estadual, municipal, autarquia, fundação do Esta-
co, em todos os seus âmbitos, objetivando a instrução de
do, sociedade de economia mista, entidade manti-
defesa ou denúncia de irregularidade administrativa na
da ou subvencionada pelo poder público, ou que
órbita pública, as ações de impugnação de mandato
eletivo por abuso do poder econômico, corrupção ou realiza contrato com este, inclusive o respectivo
fraude, quaisquer requerimentos ou petições que visem prédio e suas dependências não poderá ser utiliza-
às garantias individuais e à defesa do interesse público. do para beneficiar partido ou organização de cará-
(Artigo 1º da Lei n.º 9.265/1996) ter político.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 227
sempate, depois de observados os critérios já pre-
Comentário  Utilização de escolas públicas ou casas vistos em leis ou regulamentos.
legislativas pelos partidos políticos para realização de
suas reuniões e convenções. (Artigo 51 da Lei n.º § 2º Persistindo o empate de que trata o parágrafo
9.096/1995) anterior, terá preferência, para a promoção, o fun-
cionário que tenha servido maior número de ve-
Comentário  Utilização de prédios públicos para realiza- zes.
ção de convenção para escolha de candidato. (Artigo 8º §
2º Lei n.º 9.504/1997) § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos
membros ou servidores de Justiça Eleitoral.
Comentário  A não caracteriza o crime dos arts. 346 c.c. Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se
377, CE, a simples visita dos candidatos à sede da entida- realizarem eleições de data fixada pela Constitui-
de que recebe subvenção da municipalidade. Os disposi- ção Federal; nos demais casos, serão as eleições
tivos visam coibir o uso efetivo e abusivo de serviços ou marcadas para um domingo ou dia já considerado
dependências de entes públicos ou de entidades manti-
feriado por lei anterior.
das ou subvencionadas pelo poder público, ou que com
este contrata, em benefício de partidos ou organização
de caráter político. Não se exige potencialidade do ato, Comentário  Fixação de datas para eleição de presiden-
mas sim o uso efetivo das instalações. (Acórdão do TSE te e vice-presidente da República. (Artigo 77 da Consti-
de 13/02/2007 no AgR-REspe n.º 25983) tuição Federal de 1988 e artigos 1º caput e 2º § 1º Lei n.º
9.504/1997)

Parágrafo único. O disposto neste artigo será tor- Comentário  Fixação de datas para eleição de governa-
nado efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão com- dor e vice-governador e de prefeito e vice-prefeito. (Arti-
petente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito gos 28 caput e 29 II da Constituição Federal de 1988 e
nacional, regional ou municipal do órgão infrator artigos 1º caput, 2º § 1º e 3º § 2º da Lei n.º 9.504/1997)
mediante representação fundamentada partidário,
ou de qualquer eleitor. Comentário  Fixação de datas para eleição de senador,
deputado federal, deputado estadual, deputado distrital
Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante e vereador. (Artigo 1º da Lei n.º 9.504/1997)
proposta do Corregedor Geral, os serviços da Cor-
regedoria, designando para desempenhá-los funci- Comentário  Eleições de governador e vice-governador
onários efetivos do seu quadro e transformando o e de deputados distritais coincidentes com a de governa-
cargo de um deles, diplomado em direito e de con- dores e de deputados estaduais. (Artigo 32 § 2º da Cons-
duta moral irrepreensível, no de Escrivão da Corre- tituição Federal de 1988)
gedoria símbolo PJ - 1, a cuja nomeação serão ine-
rentes, assim na Secretaria como nas diligências, as Resolução do TSE n.º 21.255/2002  Funcionamento de
atribuições de titular de ofício de Justiça. shopping center em dia de eleição. Feriado nacional.
Impossibilidade de abertura do comércio em geral, exce-
tuando-se os estabelecimentos que trabalham no ramo
Resolução do TSE n.º 23.338/2011  Aprova a organiza-
de alimentação e entretenimento. Garantia aos funcioná-
ção dos serviços da Corregedoria-Geral da Justiça Eleito-
rios do exercício do voto.
ral, define as atribuições das subunidades e dos titulares
de cargos e funções.
Art. 381. Esta lei não altera a situação das candida-
Art. 379. Serão considerados de relevância os ser- turas a Presidente ou Vice-Presidente da República
viços prestados pelos mesários e componentes das e a Governador ou Vice-Governador de Estado,
Juntas Apuradoras. desde que resultantes de convenções partidárias
regulares e já registradas ou em processo de regis-
tro, salvo a ocorrência de outros motivos de ordem
Comentário  Dispensa dos servidores públicos nomea-
dos para compor as mesas receptoras ou juntas apurado-
legal ou constitucional que as prejudiquem.
ras pelo dobro dos dias de convocação. Entretanto, o Parágrafo único. Se o registro requerido se referir
artigo 98 da Lei n.º 9.504/1997 utiliza a expressão “elei- isoladamente a Presidente ou a Vice-Presidente da
tores” em substituição a “servidores públicos”. (Artigo 15 República e a Governador ou Vice-Governador de
da Lei n.º 8.868/1994)
Estado, a validade respectiva dependerá de com-
plementação da chapa conjunta na firma e nos
§ 1º Tratando-se de servidor público, em caso de prazos previstos neste Código (Constituição, art.
promoção a prova de haver prestado tais serviços 81, com a redação dada pela Emenda Constitucio-
será levada em consideração para efeito de de- nal n.º 9).

228 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
realizado em audiência pública por afrontar a dignida-
Comentário  Dispositivo transitório. Refere-se à
de humana. (Acórdãos do TSE n.ºs 318/2004,
CF/1946.
21.707/2004 e 21.920/2004, dentre outros)

Art. 382. Este Código entrará em vigor 30 dias após


b) Os membros do Congresso Nacional, das As-
a sua publicação.
sembleias Legislativas, da Câmara Legislativa e das
Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário. Câmaras Municipais, que hajam perdido os res-
pectivos mandatos por infringência do disposto
Lei de Inelegibilidade nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Fede-
ral, dos dispositivos equivalentes sobre perda de
Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1.990 mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgâ-
Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º nicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as
da Constituição Federal, casos de inelegibi- eleições que se realizarem durante o período re-
lidade, prazos de cessação, e determina manescente do mandato para o qual foram elei-
outras providências. tos e nos oito anos subsequentes ao término da
legislatura123; (Redação dada pela LCP 81 de
❶ Inelegibilidade Absoluta 13/04/1994)
Os inalistáveis e os analfabetos. c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e
❷ Inelegibilidade Relativa do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito
que perderem seus cargos eletivos por infringên-
Os demais casos listados na Constituição Federal de
cia a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei
1988 e nesta Lei Complementar.
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do
122
❸ Inelegibilidade Reflexa Município, para as eleições que se realizarem du-
Refere-se à inelegibilidade do cônjuge ou companhei- rante o período remanescente e nos 8 (oito) anos
ro(a) e dos parentes consanguíneos ou afins, até o subsequentes ao término do mandato para o qual
segundo grau ou por adoção, dos chefes do Poder tenham sido eleitos; (Redação dada pela Lei Com-
Executivo Federal, Estadual e Municipal ou de quem os plementar n.º 135 de 2010)
tenha sucedido ou substituído dentro dos seis meses
anteriores à eleição, prevista na Constituição Federal
de 1988, art. 14, § 7º.

Conceito de Inelegibilidade  A inelegibilidade absolu-


ta é excepcional e só é passível de ser estabelecida pela 123
Constituição Federal de 1988
própria Constituição de forma taxativa; já a inelegibili-
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
dade relativa implica restrições a certos pleitos eleito-
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
rais e determinados mandatos.
anterior;
(Questão de Analista Judiciário do TRE/RS - CESPE/2003) II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
parlamentar;
Comentário  A inelegibilidade atinge somente a capa- Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
cidade eleitoral passiva, não restringe o direito de vo- I - desde a expedição do diploma:
tar. (Acórdãos do TSE n.ºs 12.371/1992 e 22.014/2004) a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito públi-
co, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
Título I - Disposições Preliminares empresa concessionária de serviço público, salvo quando o con-
trato obedecer a cláusulas uniformes;
Art. 1º São inelegíveis:
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, in-
I - Para qualquer cargo: clusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
constantes da alínea anterior;
a) Os inalistáveis e os analfabetos; II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
Comentário  Nas hipóteses de dúvida fundada, a goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de di-
aferição da alfabetização se fará individualmente, sem reito público, ou nela exercer função remunerada;
constrangimentos; o exame ou teste não pode ser b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum",
nas entidades referidas no inciso I, "a";
122
INELEGIBILIDADE reflexa. In: BRASIL. Tribunal Superior Eleito- c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
ral. Thesaurus. 6. ed. rev. e ampl. Brasília: Secretaria de Do- dades a que se refere o inciso I, "a";
cumentação e Informação, 2006. p. 132. d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 229
d) os que tenham contra sua pessoa representa-
ção julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em Comentário  A inelegibilidade prevista nesta alínea
somente pode incidir após a publicação do acórdão
decisão transitada em julgado ou proferida por
condenatório. (Acórdão do TSE de 05/10/2010 no RO
órgão colegiado, em processo de apuração de n.º 68.417)
abuso do poder econômico ou político, para a
eleição na qual concorrem ou tenham sido diplo-
Comentário  Suspensão dos direitos políticos enquan-
mados, bem como para as que se realizarem nos to durarem os efeitos da condenação criminal transita-
8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei da em julgado. (Artigo 15 III da Constituição Federal de
Complementar n.º 135 de 2010) 1988)
e) os que forem condenados, em decisão transi-
tada em julgado ou proferida por órgão judicial f) os que forem declarados indignos do oficialato,
colegiado, desde a condenação até o transcurso ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito)
do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da anos; (Redação dada pela Lei Complementar n.º
pena, pelos crimes: (Redação dada pela Lei Com- 135 de 2010)
plementar n.º 135 de 2010) g) os que tiverem suas contas relativas ao exercí-
1. Contra a economia popular, a fé pública, a cio de cargos ou funções públicas rejeitadas por
administração pública e o patrimônio públi- irregularidade insanável que configure ato doloso
co; (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de de improbidade administrativa, e por decisão ir-
2010) recorrível do órgão competente, salvo se esta
houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judi-
2. Contra o patrimônio privado, o sistema finan- ciário, para as eleições que se realizarem nos 8
ceiro, o mercado de capitais e os previstos na lei (oito) anos seguintes, contados a partir da data
que regula a falência; (Incluído pela Lei Com- da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do
plementar n.º 135 de 2010) art. 71 da Constituição Federal124, a todos os or-
3. Contra o meio ambiente e a saúde públi- denadores de despesa, sem exclusão de manda-
ca; (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de tários que houverem agido nessa condi-
2010) ção; (Redação dada pela Lei Complementar n.º
135 de 2010)
4. Eleitorais, para os quais a lei comine pena pri-
vativa de liberdade; (Incluído pela Lei Comple- h) os detentores de cargo na administração públi-
mentar n.º 135 de 2010) ca direta, indireta ou fundacional, que beneficia-
rem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder eco-
5. De abuso de autoridade, nos casos em que
nômico ou político, que forem condenados em
houver condenação à perda do cargo ou à inabi-
decisão transitada em julgado ou proferida por
litação para o exercício de função públi-
órgão judicial colegiado, para a eleição na qual
ca; (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
concorrem ou tenham sido diplomados, bem co-
2010)
mo para as que se realizarem nos 8 (oito) anos
6. De lavagem ou ocultação de bens, direitos e seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar
valores; (Incluído pela Lei Complementar n.º n.º 135 de 2010)
135 de 2010)
i) Os que, em estabelecimentos de crédito, finan-
7. De tráfico de entorpecentes e drogas afins, ciamento ou seguro, que tenham sido ou estejam
racismo, tortura, terrorismo e hedion- sendo objeto de processo de liquidação judicial ou
dos; (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses
2010) anteriores à respectiva decretação, cargo ou fun-
8. De redução à condição análoga à de escra-
vo; (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de 124
Constituição Federal de 1988
2010) Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
9. Contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído
compete:
pela Lei Complementar n.º 135 de 2010)
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
10. Praticados por organização criminosa, qua- por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
drilha ou bando; (Incluído pela Lei Complemen- indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e manti-
tar n.º 135 de 2010) das pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte pre-
juízo ao erário público;

230 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
ção de direção, administração ou representação, para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo
enquanto não forem exonerados de qualquer prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reco-
responsabilidade; nhecer a fraude; (Incluído pela Lei Complementar
n.º 135 de 2010)
j) os que forem condenados, em decisão transita-
da em julgado ou proferida por órgão colegiado o) os que forem demitidos do serviço público em
da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por decorrência de processo administrativo ou judici-
captação ilícita de sufrágio, por doação, captação al, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da deci-
ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por são, salvo se o ato houver sido suspenso ou anu-
conduta vedada aos agentes públicos em campa- lado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Com-
nhas eleitorais que impliquem cassação do regis- plementar n.º 135 de 2010)
tro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídi-
contar da eleição; (Incluído pela Lei Complemen-
cas responsáveis por doações eleitorais tidas por
tar n.º 135 de 2010)
ilegais por decisão transitada em julgado ou pro-
k) o Presidente da República, o Governador de ferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pe-
Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os mem- lo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, obser-
bros do Congresso Nacional, das Assembleias Le- vando-se o procedimento previsto no art.
gislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras 22; (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
Municipais, que renunciarem a seus mandatos 2010)
desde o oferecimento de representação ou peti-
q) os magistrados e os membros do Ministério
ção capaz de autorizar a abertura de processo por
Público que forem aposentados compulsoriamen-
infringência a dispositivo da Constituição Federal,
te por decisão sancionatória, que tenham perdido
da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Dis-
o cargo por sentença ou que tenham pedido exo-
trito Federal ou da Lei Orgânica do Município, pa-
neração ou aposentadoria voluntária na pendên-
ra as eleições que se realizarem durante o período
cia de processo administrativo disciplinar, pelo
remanescente do mandato para o qual foram elei-
prazo de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei Comple-
tos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término
mentar n.º 135 de 2010)
da legislatura; (Incluído pela Lei Complementar
n.º 135 de 2010) II - Para Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
ca:
l) os que forem condenados à suspensão dos di-
reitos políticos, em decisão transitada em julgado a) Até 6 (seis) meses depois de afastados defini-
ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato tivamente de seus cargos e funções:
doloso de improbidade administrativa que impor-
1. Os Ministros de Estado:
te lesão ao patrimônio público e enriquecimento
ilícito, desde a condenação ou o trânsito em jul- 2. Os chefes dos órgãos de assessoramento dire-
gado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos to, civil e militar, da Presidência da República;
após o cumprimento da pena; (Incluído pela Lei
3. O chefe do órgão de assessoramento de in-
Complementar n.º 135 de 2010)
formações da Presidência da República;
Comentário  Inaplicabilidade da Lei Complementar 4. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
n.º 135/2010 em caso de condenação de candidato à 5. O Advogado-Geral da União e o Consultor-
suspensão de direitos políticos apenas por juiz singular.
Geral da República;
(Acórdão do TSE de 08/09/2010 no REspe n.º 420.382)
6. Os chefes do Estado-Maior da Marinha, do
m) os que forem excluídos do exercício da profis- Exército e da Aeronáutica;
são, por decisão sancionatória do órgão profissio- 7. Os Comandantes do Exército, Marinha e Aero-
nal competente, em decorrência de infração éti- náutica;
co-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo
se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo 8. Os Magistrados;
Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar 9. Os Presidentes, Diretores e Superintendentes
n.º 135 de 2010) de autarquias, empresas públicas, sociedades de
n) os que forem condenados, em decisão transi- economia mista e fundações públicas e as man-
tada em julgado ou proferida por órgão judicial tidas pelo poder público;
colegiado, em razão de terem desfeito ou simula-
do desfazer vínculo conjugal ou de união estável
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 231
10. Os Governadores de Estado, do Distrito Fe- apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) me-
deral e de Territórios; ses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar
o abuso apurado, do poder econômico, ou de que
11. Os Interventores Federais;
transferiram, por força regular, o controle de re-
12. Os Secretários de Estado; feridas empresas ou grupo de empresas;
13. Os Prefeitos Municipais;
Comentário  A lei citada foi revogada pelo art. 92 da
14. Os membros do Tribunal de Contas da Uni- Lei n.º 8.884/1994, que dispõe sobre a “[...] prevenção
ão, dos Estados e do Distrito Federal; e a repressão às infrações contra a ordem econômica,
orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de
15. O Diretor-Geral do Departamento de Polícia
iniciativa, livre concorrência, função social da proprie-
Federal; dade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso
16. Os Secretários-Gerais, os Secretários- do poder econômico”.
Executivos, os Secretários Nacionais, os Secretá-
rios Federais dos Ministérios e as pessoas que g) Os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses
ocupem cargos equivalentes; anteriores ao pleito, ocupado cargo ou função de
direção, administração ou representação em en-
b) Os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses
tidades representativas de classe, mantidas, total
anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito Fe-
ou parcialmente, por contribuições impostas pelo
deral, Territórios e em qualquer dos poderes da
poder Público ou com recursos arrecadados e re-
União, cargo ou função, de nomeação pelo Presi-
passados pela Previdência Social;
dente da República, sujeito à aprovação prévia do
Senado Federal; h) Os que, até 6 (seis) meses depois de afastados
das funções, tenham exercido cargo de Presiden-
c) (Vetado);
te, Diretor ou Superintendente de sociedades
d) Os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, ti- com objetivos exclusivos de operações financeiras
verem competência ou interesse, direta, indireta e façam publicamente apelo à poupança e ao cré-
ou eventual, no lançamento, arrecadação ou fis- dito, inclusive através de cooperativas e da em-
calização de impostos, taxas e contribuições de presa ou estabelecimentos que gozem, sob qual-
caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para quer forma, de vantagens asseguradas pelo poder
aplicar multas relacionadas com essas atividades; público, salvo se decorrentes de contratos que
obedeçam a cláusulas uniformes;
Resolução do TSE n.º 18.136/1992  Remuneração
i) Os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao
assegurada apenas durante o trimestre imediatamente
anterior ao pleito, à míngua de previsão legal de remu- pleito, hajam exercido cargo ou função de dire-
neração nos primeiros 3 meses de afastamento. ção, administração ou representação em pessoa
jurídica ou em empresa que mantenha contrato
Comentário  Incidência do art. 1º, II, d, aos servidores de execução de obras, de prestação de serviços
públicos que tenham competência ou interesse no ou de fornecimento de bens com órgão do Poder
lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, Público ou sob seu controle, salvo no caso de con-
taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive trato que obedeça a cláusulas uniformes;
parafiscais, ou para aplicar multas relacionadas com
j) Os que, membros do Ministério Público, não se
essas atividades. (Resoluções do TSE n.ºs 19.506/1996
e 20.135/1998, e Acórdãos do TSE n.ºs 12.835/1996, tenham afastado das suas funções até 6 (seis)
16.734/2000 e 22.286/2004) meses anteriores ao pleito;
I) Os que, servidores públicos, estatutários ou
e) Os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, te- não, dos órgãos ou entidades da Administração
nham exercido cargo ou função de direção, admi- direta ou indireta da União, dos Estados, do Distri-
nistração ou representação nas empresas de que to Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclu-
tratam os arts. 3º e 5º da Lei n.º 4.137, de 10 de sive das fundações mantidas pelo Poder Público,
setembro de 1962, quando, pelo âmbito e nature- não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao
za de suas atividades, possam tais empresas influ- pleito, garantido o direito à percepção dos seus
ir na economia nacional; vencimentos integrais;
f) Os que, detendo o controle de empresas ou
grupo de empresas que atuem no Brasil, nas con-
dições monopolísticas previstas no parágrafo úni-
co do art. 5º da lei citada na alínea anterior, não
232 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Comentário  Ao estudante estagiário não se aplica a 16. Os Secretários-Gerais, os Secretários-
regra do art. 1º, inciso II, alínea l, da Lei Complementar Executivos, os Secretários Nacionais, os Secretários
n.º 64 de 18 de maio de 1990. (Acórdão do TSE de Federais dos Ministérios e as pessoas que ocupem
12/11/2008 no REspe n.º 32.377) cargos equivalentes;
b) Até 6 (seis) meses depois de afastados defini-
Súmula do TSE n.º 05  Serventuário de cartório, cele- tivamente de seus cargos ou funções:
tista, não se inclui na exigência do art. 1º inciso II "L" da
LC n.º 64/1990. 1.Os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Go-
vernador do Estado ou do Distrito Federal;
III - Para Governador e Vice-Governador de Estado 2. Os comandantes do Distrito Naval, Região Mi-
e do Distrito Federal; litar e Zona Aérea;
a) Os inelegíveis para os cargos de Presidente e 3.Os diretores de órgãos estaduais ou socieda-
Vice-Presidente da República especificados na alí- des de assistência aos Municípios;
nea a do inciso II deste artigo e, no tocante às de-
4.Os secretários da administração municipal ou
mais alíneas, quando se tratar de repartição públi- membros de órgãos congêneres;
ca, associação ou empresas que operem no territó-
rio do Estado ou do Distrito Federal, observados os IV - Para Prefeito e Vice-Prefeito:
mesmos prazos;
a) No que lhes for aplicável, por identidade de si-
a) Até 6 (seis) meses depois de afastados definiti- tuações, os inelegíveis para os cargos de Presiden-
vamente de seus cargos e funções: te e Vice-Presidente da República, Governador e
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal,
1. Os Ministros de Estado: observado o prazo de 4 (quatro) meses para a de-
2. Os chefes dos órgãos de assessoramento direto, sincompatibilização;
civil e militar, da Presidência da República; b) Os membros do Ministério Público e Defensoria
3. O chefe do órgão de assessoramento de infor- Pública em exercício na Comarca, nos 4 (quatro)
mações da Presidência da República; meses anteriores ao pleito, sem prejuízo dos ven-
cimentos integrais;
4. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
5. O Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral Resolução do TSE n.º 22.141/2006  O direito à per-
da República; cepção dos vencimentos ou remuneração do defensor
público estadual, candidato a vereador, deverá ser
6. Os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exér- analisado à luz da Lei Complementar n.º 80/1994 e das
cito e da Aeronáutica; leis orgânicas das defensorias públicas estaduais.
7. Os Comandantes do Exército, Marinha e Aero-
náutica; c) As autoridades policiais, civis ou militares, com
exercício no Município, nos 4 (quatro) meses an-
8. Os Magistrados;
teriores ao pleito;
9. Os Presidentes, Diretores e Superintendentes de
autarquias, empresas públicas, sociedades de eco- V - Para o Senado Federal:
nomia mista e fundações públicas e as mantidas a) Os inelegíveis para os cargos de Presidente e
pelo poder público; Vice-Presidente da República especificados na alí-
10. Os Governadores de Estado, do Distrito Federal nea a do inciso II deste artigo e, no tocante às
e de Territórios; demais alíneas, quando se tratar de repartição
pública, associação ou empresa que opere no ter-
11. Os Interventores Federais; ritório do Estado, observados os mesmos prazos;
12. Os Secretários de Estado;
 Prazos de 3, 4 ou 6 meses.
13. Os Prefeitos Municipais;
14. Os membros do Tribunal de Contas da União, b) Em cada Estado e no Distrito Federal, os inele-
dos Estados e do Distrito Federal; gíveis para os cargos de Governador e Vice-
15. O Diretor-Geral do Departamento de Polícia Governador, nas mesmas condições estabeleci-
Federal; das, observados os mesmos prazos;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 233
 Prazos de 3, 4 ou 6 meses. Comentário  Os sujeitos de uma relação estável ho-
mossexual, à semelhança do que ocorre com os de
relação estável, de concubinato e de casamento, sub-
VI - Para a Câmara dos Deputados, Assembleia metem-se à regra de inelegibilidade prevista no art. 14,
Legislativa e Câmara Legislativa, no que lhes for § 7º, da Constituição Federal. (Acórdão do TSE n.º
aplicável, por identidade de situações, os inelegí- 24.564/2004)
veis para o Senado Federal, nas mesmas condições
estabelecidas, observados os mesmos prazos; Comentário  Elegibilidade de cônjuge e parentes do
chefe do Executivo para cargo diverso, desde que este
 Prazos de 3, 4 ou 6 meses. se afaste definitivamente até seis meses antes da elei-
ção. (Resoluções do TSE n.ºs 15.120/1989 e
21.508/2003 e Acórdão do TSE n.º 193/1998 dentre
VII - Para a Câmara Municipal: outros)
a) no que lhes for aplicável, por identidade de si-
tuações, os inelegíveis para o Senado Federal e Súmula do TSE n.º 12  São inelegíveis, no município
para a Câmara dos Deputados, observado o prazo desmembrado e ainda não instalado, o cônjuge e os
de 6 (seis) meses para a desincompatibilização; parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
ou por adoção, do prefeito do município-mãe, ou de
b) em cada Município, os inelegíveis para os car- quem o tenha substituído, dentro dos seis meses ante-
gos de Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.
de 6 (seis) meses para a desincompatibilização.
§ 1º Para concorrência a outros cargos, o Presiden- § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I
te da República, os Governadores de Estado e do deste artigo não se aplica aos crimes culposos e
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos àqueles definidos em lei como de menor potencial
respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do ofensivo, nem aos crimes de ação penal priva-
pleito. da. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
2010)
§ 2º O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-
Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, 1. Contra a economia popular, a fé pública, a admi-
preservando os seus mandatos respectivos, desde nistração pública e o patrimônio público;
que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao plei-
2. Contra o patrimônio privado, o sistema financei-
to, não tenham sucedido ou substituído o titular.
ro, o mercado de capitais e os previstos na lei que
§ 3º São inelegíveis, no território de jurisdição do regula a falência;
titular, o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou
3. Contra o meio ambiente e a saúde pública;
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presi-
dente da República, de Governador de Estado ou 4. Eleitorais, para os quais a lei comine pena priva-
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de tiva de liberdade;
quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses 5. De abuso de autoridade, nos casos em que hou-
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato ver condenação à perda do cargo ou à inabilitação
eletivo e candidato à reeleição. para o exercício de função pública;
Constituição Federal de 1988 6. De lavagem ou ocultação de bens, direitos e va-
lores;
Art. 14. (...) § 7º São inelegíveis, no território de
jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes con- 7. De tráfico de entorpecentes e drogas afins, ra-
sanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por cismo, tortura, terrorismo e hediondos;
adoção, do Presidente da República, de Governador
8. De redução à condição análoga à de escravo;
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Pre-
feito ou de quem os haja substituído dentro dos seis 9. Contra a vida e a dignidade sexual; e
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de 10. Praticados por organização criminosa, quadri-
mandato eletivo e candidato à reeleição. lha ou bando;

Súmula Vinculante n.º 18 (10/11/2009)  A dissolução


da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do man-
dato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do
artigo 14 da Constituição Federal.

234 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 5º A renúncia para atender à desincompatibiliza- III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de can-
ção com vistas a candidatura a cargo eletivo ou didato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
para assunção de mandato não gerará a inelegibi-
Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido
lidade prevista na alínea k125, a menos que a Justi-
político, coligação ou ao Ministério Público, no
ça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei
prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do
Complementar. (Incluído pela Lei Complementar
pedido de registro do candidato, impugná-lo em
n.º 135 de 2010)
petição fundamentada.

Comentário  Ao estudar esta lei observe bem a maté-


Comentário  Ilegitimidade para impugnar registro de
ria, pois no texto há dois processos distintos:
candidatura: Acórdão do TSE de 29/09/2008 no REspe
❶ Artigos 2º a 16  Problemas de Inelegibilidade. n.º 30.842; Acórdãos do TSE n.ºs 23.578/2004,
19.960/2002, 16.867/2000 e 345/1998 (partido políti-
❷ Artigos 19 a 24  Problemas de Abuso do Poder
co coligado, isoladamente); Acórdãos do TSE n.ºs
Econômico ou Político antes, durante ou depois da
23.556/2004, 549/2002, 20.267/2002, 14.807/1996 e
campanha eleitoral. Se a ação for julgada procedente
12.375/1992 (eleitor; possibilidade, contudo, de apre-
após a eleição do candidato, serão remetidas cópias de
sentação de notícia de inelegibilidade); Acórdão do
todo o processo ao Ministério Público para a ação de
TSE de 20/09/2006 no REspe n.º 26.861 (diretório
Impugnação de Mandato Eletivo.
municipal em eleição federal e estadual); Acórdão do
TSE de 13/10/2008 no REspe n.º 31.162 (partido políti-
Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e de- co ou coligação partidária em virtude de irregularida-
cidir as arguições de inelegibilidade. de em convenção de agremiação adversária).
Parágrafo único. A arguição de inelegibilidade será
feita perante: § 1º A impugnação, por parte do candidato, partido
político ou coligação, não impede a ação do Minis-
Processos no TSE tério Público no mesmo sentido.

Presidente da República § 2º Não poderá impugnar o registro de candidato


o representante do Ministério Público que, nos 4
Vice-Presidente da República
(quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo
Processos no TRE eletivo, integrado diretório de partido ou exercido
Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito atividade político-partidária.
Federal - Deputado Federal - Deputado Estadual - De- § 3º O impugnante especificará, desde logo, os
putado Distrital - Senador meios de prova com que pretende demonstrar a
Processos perante o Juiz Eleitoral veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se
Prefeito - Vice-Prefeito - Vereador
for o caso, no máximo de 6 (seis).
Art. 4º A partir da data em que terminar o prazo
I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar para impugnação, passará a correr, após devida
de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da notificação, o prazo de 7 (sete) dias para que o
República; candidato, partido político ou coligação possa con-
testá-la, juntar documentos, indicar rol de teste-
II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se
munhas e requerer a produção de outras provas,
tratar de candidato a Senador, Governador e Vice-
inclusive documentais, que se encontrarem em
Governador de Estado e do Distrito Federal, De-
poder de terceiros, de repartições públicas ou em
putado Federal, Deputado Estadual e Deputado
procedimentos judiciais, ou administrativos, salvo
Distrital;
os processos em tramitação em segredo de justiça.
125
I - (...) Art. 5º Decorrido o prazo para contestação, se não
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distri- se tratar apenas de matéria de direito e a prova
to Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das
protestada for relevante, serão designados os 4
Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras
(quatro) dias seguintes para inquirição das teste-
Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o ofereci-
munhas do impugnante e do impugnado, as quais
mento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura
comparecerão por iniciativa das partes que as tive-
de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal,
rem arrolado, com notificação judicial.
da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da
Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem du-
rante o período remanescente do mandato para o qual foram elei-
tos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 235
§ 1º As testemunhas do impugnante e do impug- Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista
nado serão ouvidas em uma só assentada. neste artigo, o Corregedor Regional, de ofício, apu-
rará o motivo do retardamento e proporá ao Tribu-
§ 2º Nos 5 (cinco) dias subsequentes, o Juiz, ou o
nal Regional Eleitoral, se for o caso, a aplicação da
Relator, procederá a todas as diligências que de-
penalidade cabível.
terminar, de ofício ou a requerimento das partes.
Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria do Tribu-
§ 3º No prazo do parágrafo anterior, o Juiz, ou o
nal Regional Eleitoral, estes serão autuados e apre-
Relator, poderá ouvir terceiros, referidos pelas
sentados no mesmo dia ao Presidente, que, tam-
partes, ou testemunhas, como conhecedores dos
bém na mesma data, os distribuirá a um Relator e
fatos e circunstâncias que possam influir na decisão
mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo
da causa.
prazo de 2 (dois) dias.
§ 4º Quando qualquer documento necessário à
Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem pare-
formação da prova se achar em poder de terceiro,
cer, os autos serão enviados ao Relator, que os
o Juiz, ou o Relator, poderá ainda, no mesmo pra-
apresentará em mesa para julgamento em 3 (três)
zo, ordenar o respectivo depósito.
dias, independentemente de publicação em pauta.
§ 5º Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o
Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se
documento, ou não comparecer a juízo, poderá o
realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o
Juiz contra ele expedir mandado de prisão e instau-
relatório, facultada a palavra às partes e ouvido o
rar processo por crime de desobediência.
Procurador Regional, proferirá o Relator o seu
Art. 6º Encerrado o prazo da dilação probatória, voto e serão tomados os dos demais Juízes.
nos termos do artigo anterior, as partes, inclusive o
§ 1º Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá
Ministério Público, poderão apresentar alegações
para lavratura do acórdão, no qual serão indicados
no prazo comum de 5 (cinco) dias.
o direito, os fatos e as circunstâncias com base nos
Art. 7º Encerrado o prazo para alegações, os autos fundamentos do Relator ou do voto vencedor.
serão conclusos ao Juiz, ou ao Relator, no dia ime-
§ 2º Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a pu-
diato, para sentença ou julgamento pelo Tribunal.
blicação do acórdão, passando a correr dessa data
Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua o prazo de 3 (três) dias, para a interposição de
convicção pela livre apreciação da prova, atenden- recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, em pe-
do aos fatos e às circunstâncias constantes dos tição fundamentada.
autos, ainda que não alegados pelas partes, menci-
Art. 12. Havendo recurso para o Tribunal Superior
onando, na decisão, os que motivaram seu conven-
Eleitoral, a partir da data em que for protocolizada
cimento.
a petição passará a correr o prazo de 3 (três) dias
Art. 8º Nos pedidos de registro de candidatos a para a apresentação de contra-razões, notificado
eleições municipais, o Juiz Eleitoral apresentará a por telegrama o recorrido.
sentença em cartório 3 (três) dias após a conclusão
Parágrafo único. Apresentadas as contra-razões,
dos autos, passando a correr deste momento o
serão os autos imediatamente remetidos ao Tribu-
prazo de 3 (três) dias para a interposição de recur-
nal Superior Eleitoral.
so para o Tribunal Regional Eleitoral.
Art. 13. Tratando-se de registro a ser julgado origi-
§ 1º A partir da data em que for protocolizada a
nariamente por Tribunal Regional Eleitoral, obser-
petição de recurso, passará a correr o prazo de 3
vado o disposto no art. 6º desta lei complementar,
(três) dias para a apresentação de contra-razões.
o pedido de registro, com ou sem impugnação,
§ 2º Apresentadas as contra-razões, serão os autos será julgado em 3 (três) dias, independentemente
imediatamente remetidos ao Tribunal Regional de publicação em pauta.
Eleitoral, inclusive por portador, se houver necessi-
dade, decorrente da exiguidade de prazo, correndo Art. 6º Encerrado o prazo da dilação probatória,
as despesas do transporte por conta do recorrente, nos termos do artigo anterior, as partes, inclusive o
se tiver condições de pagá-las. Ministério Público, poderão apresentar alegações
no prazo comum de 5 (cinco) dias.
Art. 9º Se o Juiz Eleitoral não apresentar a sentença
no prazo do artigo anterior, o prazo para recurso só
começará a correr após a publicação da mesma por
edital, em cartório.

236 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na gistro de candidatos, não se suspendem aos sába-
forma estabelecida no art. 11 desta lei complemen- dos, domingos e feriados.
tar e, havendo recurso para o Tribunal Superior
Eleitoral, observar-se-á o disposto no artigo anteri- Resumo do Processo por Inelegibilidade
or.
Autor da Impugnação (Legitimidade Ativa)  Candida-
Art. 14. No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos to - Partido Político - Coligação - Ministério Público
sobre registro de candidatos serão processados e Exceção à Regra (Legitimidade Ativa)  Membro do
julgados na forma prevista nos arts. 10 e 11 desta Ministério Público que nos 4 (quatro) anos anteriores
lei complementar. tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de
partido ou exercido atividade político-partidária.
Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria do Tribu-
Prazo da Ação  5 (cinco) dias a partir da publicação da
nal Regional Eleitoral, estes serão autuados e apre-
lista de candidatos que se registraram.
sentados no mesmo dia ao Presidente, que, tam-
bém na mesma data, os distribuirá a um Relator e Requisitos da Ação  Identificar os meios de prova à
mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo produzir e, no caso de testemunhas, arrolar no máximo
prazo de 2 (dois) dias. 6 pessoas.
Contestação (defesa do réu)  O candidato será notifi-
Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem pare-
cado e terá o prazo de 7 (sete) dias para apresentar
cer, os autos serão enviados ao Relator, que os
contestação. Pode ser apresentada a defesa pelo pró-
apresentará em mesa para julgamento em 3 (três) prio candidato, pelo partido político ou pela coligação.
dias, independentemente de publicação em pauta.
Produção de Provas Testemunhais  Passado os 7
Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se (sete) dias da contestação, começam a correr os 4
realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o (quatro) dias de prazo para a produção de provas tes-
relatório, facultada a palavra às partes e ouvido o temunhais (de ambas as partes). Serão todas ouvidas
Procurador Regional, proferirá o Relator o seu voto em uma só data, em uma só ocasião.
e serão tomados os dos demais Juízes. Diligências  Passado os 4 (quatro) dias da oitiva de
§ 1º Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá testemunhas, começam os 5 (cinco) dias de prazo para
que o juiz eleitoral ou o relator (no caso do TSE e dos
para lavratura do acórdão, no qual serão indicados
TREs) fazerem as suas diligências, preparando o pro-
o direito, os fatos e as circunstâncias com base nos
cesso para julgamento.
fundamentos do Relator ou do voto vencedor.
Alegações Finais  Passado os 5 (cinco) dias das dili-
§ 2º Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a pu- gências do juiz ou do relator, começa a correr o prazo
blicação do acórdão, passando a correr dessa data comum de 5 (cinco) dias para as alegações finais das
o prazo de 3 (três) dias, para a interposição de re- partes e do Ministério Público.
curso para o Tribunal Superior Eleitoral, em petição Julgamento  Encerrado o prazo de 5 (cinco) dias das
fundamentada. alegações finais, os autos serão conclusos (no dia ime-
diato) ao Juiz que proferirá sua sentença no prazo de 3
Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a deci- dias. Nos processos que tramitam nos Tribunais, o
são proferida por órgão colegiado que declarar a Relator apresentará imediatamente o relatório para
inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado re- julgamento na primeira pauta subsequente.
gistro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou decla-
Recursos - Legitimidade Ativa  Assim como na contes-
rado nulo o diploma, se já expedido. (Redação dada
tação, pode ser apresentado recurso pelo próprio can-
pela Lei Complementar n.º 135 de 2010) didato, pelo partido político ou pela coligação.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput,  Súmula do TSE n.º 10  No processo de registro de candi-
independentemente da apresentação de recurso, datos, quando a sentença for entregue em cartório antes de
deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério três dias contados da conclusão ao juiz, o prazo para o re-
Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral curso ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se con-
ta do termo final daquele tríduo.
competente para o registro de candidatura e expe-
dição de diploma do réu. (Incluído pela Lei Com-  Súmula do TSE n.º 11  No processo de registro de candi-
datos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade
plementar n.º 135 de 2010) para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar
Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e se- de matéria constitucional.
guintes desta lei complementar são peremptórios Recurso  Processos no Juiz Eleitoral
e contínuos e correm em secretaria ou Cartório e, a
❶ Prazo de 3 dias da sentença.
partir da data do encerramento do prazo para re-

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 237
lícito negar ou retardar ato de ofício tendente a
❷ Protocolado o recurso, são 3 dias de prazo para as
esse fim, sob pena de crime funcional.
contra-razões.
❸ Passado os 3 dias de prazo para as contra-razões,
Art. 21. As transgressões a que se refere o art. 19
os autos serão remetidos ao TRE. desta lei complementar serão apuradas mediante
procedimento sumaríssimo de investigação judici-
Recurso  Processos no TRE al, realizada pelo Corregedor-Geral e Corregedores
(competência originária ou recursal) Regionais Eleitorais, nos termos das Leis n.ºs 1.579,
❶ Prazo de 3 dias da decisão. de 18 de março de 1952, 4.410, de 24 de setembro
de 1964126, com as modificações desta lei comple-
❷ Protocolado o recurso, são 3 dias de prazo para as mentar.
contra-razões.
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, can-
❸ Passado os 3 dias de prazo para as contra-razões,
didato ou Ministério Público Eleitoral poderá re-
os autos serão remetidos ao TSE.
presentar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Cor-
regedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indi-
Art. 17. É facultado ao partido político ou coligação
cando provas, indícios e circunstâncias e pedir
que requerer o registro de candidato considerando
abertura de investigação judicial para apurar uso
inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão
indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou
passada em julgado tenha sido proferida após o
do poder de autoridade, ou utilização indevida de
termo final do prazo de registro, caso em que a
veículos ou meios de comunicação social, em bene-
respectiva Comissão Executiva do Partido fará a
fício de candidato ou de partido político, obedecido
escolha do candidato.
o seguinte rito:
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substi- do Relator em processos judiciais, ao despachar a
tuir candidato que for considerado inelegível, re- inicial, adotará as seguintes providências:
nunciar ou falecer após o termo final do prazo do a) ordenará que se notifique o representado do
registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido ou conteúdo da petição, entregando-se-lhe a se-
cancelado. (...) gunda via apresentada pelo representante com
as cópias dos documentos, a fim de que, no pra-
Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candida- zo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, jun-
to à Presidência da República, Governador de Esta- tada de documentos e rol de testemunhas, se
do e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não cabível;
atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-
Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes b) determinará que se suspenda o ato que deu
não atingirá aqueles. motivo à representação, quando for relevante o
fundamento e do ato impugnado puder resultar
Art. 19. As transgressões pertinentes à origem de a ineficiência da medida, caso seja julgada pro-
valores pecuniários, abuso do poder econômico ou cedente;
político, em detrimento da liberdade de voto, serão
apuradas mediante investigações jurisdicionais c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for
realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores caso de representação ou lhe faltar algum requi-
Regionais Eleitorais. sito desta lei complementar;
Parágrafo único. A apuração e a punição das trans- II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação
gressões mencionadas no caput deste artigo terão ou representação, ou retardar-lhe a solução, po-
o objetivo de proteger a normalidade e legitimida- derá o interessado renová-la perante o Tribunal,
de das eleições contra a influência do poder eco- que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas;
nômico ou do abuso do exercício de função, cargo III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer
ou emprego na administração direta, indireta e demora, poderá levar o fato ao conhecimento do
fundacional da União, dos Estados, do Distrito Fe- Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam
deral e dos Municípios. tomadas as providências necessárias;
Art. 20. O candidato, partido político ou coligação
são parte legítima para denunciar os culpados e 126
Lei n.º 1.579 de 18 de março de 1952  Dispõe sobre as Comis-
promover-lhes a responsabilidade; a nenhum ser- sões Parlamentares de Inquérito.
vidor público, inclusive de autarquias, de entidade Lei n.º 4.410 de 24 de setembro de 1964  Institui prioridade para
paraestatal e de sociedade de economia mista será os feitos eleitorais, e dá outras providências.

238 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as
juntará aos autos cópia autêntica do ofício ende- eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subse-
reçado ao representado, bem como a prova da quentes à eleição em que se verificou, além da
entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar reci- cassação do registro ou diploma do candidato di-
bo; retamente beneficiado pela interferência do po-
der econômico ou pelo desvio ou abuso do poder
V - findo o prazo da notificação, com ou sem de-
de autoridade ou dos meios de comunicação, de-
fesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inqui-
terminando a remessa dos autos ao Ministério
rição, em uma só assentada, de testemunhas ar-
Público Eleitoral, para instauração de processo
roladas pelo representante e pelo representado,
disciplinar, se for o caso, e de ação penal, orde-
até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais
nando quaisquer outras providências que a espé-
comparecerão independentemente de intimação;
cie comportar; (Redação dada pela Lei Comple-
VI - nos 3 (três) dias subsequentes, o Corregedor mentar n.º 135 de 2010)
procederá a todas as diligências que determinar,
XV - (Revogado pela Lei Complementar n.º 135 de
ex officio ou a requerimento das partes;
2010)
VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor
XVI - para a configuração do ato abusivo, não será
poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou
considerada a potencialidade de o fato alterar o
testemunhas, como conhecedores dos fatos e cir-
resultado da eleição, mas apenas a gravidade das
cunstâncias que possam influir na decisão do fei-
circunstâncias que o caracterizam. (Incluído pela
to;
Lei Complementar n.º 135 de 2010)
VIII - quando qualquer documento necessário à
Parágrafo único. O recurso contra a diplomação,
formação da prova se achar em poder de terceiro,
interposto pelo representante, não impede a atua-
inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou
ção do Ministério Público no mesmo sentido.
privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo
prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre
cópias; apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indí-
cios e presunções e prova produzida, atentando
IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o do-
para circunstâncias ou fatos, ainda que não indica-
cumento, ou não comparecer a juízo, o Juiz pode-
dos ou alegados pelas partes, mas que preservem o
rá expedir contra ele mandado de prisão e instau-
interesse público de lisura eleitoral.
rar processo s por crime de desobediência;
Art. 24. Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral
X - encerrado o prazo da dilação probatória, as
será competente para conhecer e processar a re-
partes, inclusive o Ministério Público, poderão
presentação prevista nesta lei complementar, exer-
apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois)
cendo todas as funções atribuídas ao Corregedor-
dias;
Geral ou Regional, constantes dos incisos I a XV do
XI - terminado o prazo para alegações, os autos art. 22 desta lei complementar, cabendo ao repre-
serão conclusos ao Corregedor, no dia imediato, sentante do Ministério Público Eleitoral em função
para apresentação de relatório conclusivo sobre da Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao Procu-
o que houver sido apurado; rador-Geral e Regional Eleitoral, observadas as
XII - o relatório do Corregedor, que será assenta- normas do procedimento previstas nesta lei com-
do em 3 (três) dias, e os autos da representação plementar.
serão encaminhados ao Tribunal competente, no
dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti Resumo do Processo por Abuso de Poder Econômico
do feito em pauta, para julgamento na primeira ou Político na Campanha
sessão subsequente; Competência de Investigação
XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional ❶ Competências do TSE  Corregedor-Geral
Eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e ❷ Competências do TRE  Corregedor-Regional
oito) horas, para se pronunciar sobre as imputa-
ções e conclusões do Relatório; ❸ Competências do Juiz Eleitoral  o próprio Juiz
Autor da Denúncia (Legitimidade Ativa)
XIV - julgada procedente a representação, ainda
que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal  Candidato
declarará a inelegibilidade do representado e de  Partido Político
quantos hajam contribuído para a prática do ato,
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 239
 Coligação ções. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
2010)
 Ministério Público
Art. 26-B. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral
Requisitos da Ação  Identificar os meios de prova à
produzir e, no caso de testemunhas, arrolar no máximo
darão prioridade, sobre quaisquer outros, aos pro-
6 pessoas. cessos de desvio ou abuso do poder econômico ou
do poder de autoridade até que sejam julgados,
Contestação (defesa do réu)  O investigado será noti- ressalvados os de habeas corpus e mandado de
ficado e terá o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar
segurança. (Incluído pela Lei Complementar n.º
contestação.
135 de 2010)
Produção de Provas Testemunhais  Passado os 5
(cinco) dias da contestação, começam a correr os 5 § 1º É defeso às autoridades mencionadas neste
(cinco) dias de prazo para a produção de provas teste- artigo deixar de cumprir qualquer prazo previsto
munhais (de ambas as partes). Serão todas ouvidas em nesta Lei Complementar sob alegação de acúmulo
uma só data, em uma só ocasião. de serviço no exercício das funções regula-
Diligências  Passado os 5 (cinco) dias da oitiva de res. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
testemunhas, começam os 3 (três) dias de prazo para 2010)
que o corregedor ou juiz eleitoral fazerem diligências. § 2º Além das polícias judiciárias, os órgãos da
Alegações Finais  Passado os 3 (três) dias das diligên- receita federal, estadual e municipal, os tribunais
cias, começa a correr o prazo comum de 2 (dois) dias e órgãos de contas, o Banco Central do Brasil e o
para as alegações finais das partes. Conselho de Controle de Atividade Financeira auxi-
Relatório Final  Encerrado o prazo de 2 (dois) dias das liarão a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Elei-
alegações finais, os autos serão conclusos no dia ime- toral na apuração dos delitos eleitorais, com prio-
diato ao Corregedor (ou Juiz Eleitoral no caso de elei- ridade sobre as suas atribuições regula-
ções municipais), para apresentação de relatório con- res. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
clusivo sobre o que houver sido apurado. O relatório 2010)
do Corregedor que será assentado (feito) em 3 (três)
dias e os autos da representação serão encaminhados § 3º O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho
ao Tribunal competente, no dia imediato para julga- Nacional do Ministério Público e as Corregedorias
mento na primeira sessão subsequente. Eleitorais manterão acompanhamento dos relató-
rios mensais de atividades fornecidos pelas unida-
Art. 25. Constitui crime eleitoral a arguição de ine- des da Justiça Eleitoral a fim de verificar eventuais
legibilidade, ou a impugnação de registro de can- descumprimentos injustificados de prazos, pro-
didato feito por interferência do poder econômico, movendo, quando for o caso, a devida responsabi-
desvio ou abuso do poder de autoridade, deduzida lização. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
de forma temerária ou de manifesta má-fé: 2010)

Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual
multa de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) vezes o valor couber a apreciação do recurso contra as decisões
do Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso de colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e
sua extinção, de título público que o substitua. n do inciso I do art. 1º poderá, em caráter cautelar,
suspender a inelegibilidade sempre que existir
Comentário  O BTN (Bônus do Tesouro Nacional) foi plausibilidade da pretensão recursal e desde que a
extinto pelo art. 3º da Lei n.º 8.177/1991. providência tenha sido expressamente requerida,
sob pena de preclusão, por ocasião da interposição
Art. 26. Os prazos de desincompatibilização previs- do recurso127. (Incluído pela Lei Complementar n.º
tos nesta lei complementar que já estiverem ultra- 135 de 2010)
passados na data de sua vigência considerar-se-ão
atendidos desde que a desincompatibilização ocor- 127
I - (...)
ra até 2 (dois) dias após a publicação desta lei
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada proce-
complementar. dente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou
Art. 26-A. Afastada pelo órgão competente a ine- proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de
legibilidade prevista nesta Lei Complementar, apli- abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual con-
car-se-á, quanto ao registro de candidatura, o dis- correm ou tenham sido diplomados, bem como para as que se rea-

posto na lei que estabelece normas para as elei- lizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até

240 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Conferido efeito suspensivo, o julgamento do Título I - Disposições Preliminares
recurso terá prioridade sobre todos os demais, à
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito
exceção dos de mandado de segurança e de habe-
privado, destina-se a assegurar, no interesse do
as corpus. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135
regime democrático, a autenticidade do sistema
de 2010)
representativo e a defender os direitos fundamen-
§ 2º Mantida a condenação de que derivou a ine- tais definidos na Constituição Federal.
legibilidade ou revogada a suspensão liminar men-
cionada no caput, serão desconstituídos o registro Código Civil - Lei n.º 10.406 de 10 de janeiro de 2002
ou o diploma eventualmente concedidos ao recor-
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
rente. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de
2010) (...) V - os partidos políticos.

§ 3º A prática de atos manifestamente protelató- § 3º Os partidos políticos serão organizados e funciona-


rão conforme o disposto em lei específica.
rios por parte da defesa, ao longo da tramitação do
recurso, acarretará a revogação do efeito suspen-
sivo. (Incluído pela Lei Complementar n.º 135 de Comentário  A instrução normativa da Receita Federal
n.º 1.005/2010 dispõe sobre o Cadastro Nacional da
2010)
Pessoa Jurídica (CNPJ):
Art. 27. Esta lei complementar entra em vigor na Art. 11. São também obrigados a se inscrever no CNPJ:
data de sua publicação.
(...) § 4º Serão inscritos na condição de estabelecimento
Art. 28. Revogam-se a Lei Complementar n.º 5 de matriz:
29 de abril de 1970 e as demais disposições em
I - a direção nacional, as comissões provisórias, os dire-
contrário.
tórios regionais, municipais e zonais e demais órgãos
de direção dos partidos políticos; e (...)
Lei Orgânica dos Partidos Políticos

Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995 Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e ex-
tinção de partidos políticos cujos programas respei-
Dispõe sobre partidos políticos, regu- tem a soberania nacional, o regime democrático, o
lamenta os arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
da Constituição Federal. pessoa humana.
o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pe- Art. 3º É assegurada, ao partido político, autono-
na, pelos crimes: (...) mia para definir sua estrutura interna, organização
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta e funcionamento.
ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do
poder econômico ou político, que forem condenados em decisão
Parágrafo único. É assegurada aos candidatos, par-
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, tidos políticos e coligações autonomia para definir
para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem o cronograma das atividades eleitorais de campa-
como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; nha e executá-lo em qualquer dia e horário, obser-
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou vados os limites estabelecidos em lei. (Incluído pela
proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrup- Lei n.º 12.891 de 2013)
ção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação
Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais
ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada
direitos e deveres.
aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cas-
sação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a con- Art. 5º A ação do partido tem caráter nacional e é
tar da eleição; exercida de acordo com seu estatuto e programa,
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em sem subordinação a entidades ou governos estran-
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial geiros.
colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que im-
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar ins-
porte lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a
trução militar ou paramilitar, utilizar-se de organi-
condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de
8 (oito) anos após o cumprimento da pena;
zação da mesma natureza e adotar uniforme para
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou
seus membros.
proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem des-
feito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável
para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito)
anos após a decisão que reconhecer a fraude;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 241
Art. 7º O partido político, após adquirir personali- III - relação de todos os fundadores com o nome
dade jurídica na forma da lei civil, registra seu esta- completo, naturalidade, número do título eleito-
tuto no Tribunal Superior Eleitoral. ral com a Zona, Seção, Município e Estado, profis-
são e endereço da residência.
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido
político que tenha caráter nacional, considerando- § 1º O requerimento indicará o nome e função dos
se como tal aquele que comprove, no período de dirigentes provisórios e o endereço da sede do
dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido na Capital Federal.
partido político, correspondente a, pelo menos,
0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados Resolução do TSE n.º 23.078/2009  As comunicações
na última eleição geral para a Câmara dos Depu- telefônicas ou via fac-símile e correspondências oficiais
tados, não computados os votos em branco e os do TSE aos partidos políticos deverão ser encaminha-
nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Es- das às suas respectivas sedes na capital federal.
tados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por
cento) do eleitorado que haja votado em cada um Resolução do TSE n.º 22.316/2006  O endereço a ser
deles. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) indicado deve ser o da sede nacional do partido políti-
co na capital federal.
Base de Cálculo  Verificar quantos eleitores votaram
na última eleição para a Câmara dos Deputados (votos § 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial
válidos). do Registro Civil efetua o registro no livro corres-
pondente, expedindo certidão de inteiro teor.
Percentual  0,5% (meio por cento) de assinaturas de
eleitores não filiados a partidos políticos. § 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma
Distribuição  Distribuídos por no mínimo um terço deste artigo, o partido promove a obtenção do
dos Estados (são 26 estados - no mínimo 9 estados). apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o
Em cada um destes Estados é necessário um mínimo de § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários para a
um décimo por cento do eleitorado que haja votado constituição definitiva de seus órgãos e designação
em cada um deles. dos dirigentes, na forma do seu estatuto.

§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto Resolução do TSE n.º 22.510/2007  Impossibilidade
no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do de utilização de cédula de identidade em lugar do título
processo eleitoral, receber recursos do Fundo Par- eleitoral no procedimento de coleta de assinaturas de
tidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, apoiamento para criação de partido político.
nos termos fixados nesta Lei.
Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no
no § 3º do artigo anterior, os dirigentes nacionais
Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusivida-
promoverão o registro do estatuto do partido jun-
de da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a
to ao Tribunal Superior Eleitoral, através de reque-
utilização, por outros partidos, de variações que
rimento acompanhado de:
venham a induzir a erro ou confusão.
I - exemplar autenticado do inteiro teor do pro-
Título II - Da Organização e Funcionamento dos
grama e do estatuto partidários, inscritos no Re-
Partidos Políticos
gistro Civil;
Capítulo I - Da Criação e do Registro dos Partidos
Políticos II - certidão do registro civil da pessoa jurídica, a
que se refere o § 2º do artigo anterior;
Art. 8º O requerimento do registro de partido polí-
tico, dirigido ao cartório competente do Registro III - certidões dos cartórios eleitorais que com-
Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, de- provem ter o partido obtido o apoiamento míni-
ve ser subscrito pelos seus fundadores, em número mo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.
nunca inferior a cento e um, com domicílio eleito- § 1º A prova do apoiamento mínimo de eleitores é
ral em, no mínimo, um terço dos Estados, e será feita por meio de suas assinaturas, com menção ao
acompanhado de: número do respectivo título eleitoral, em listas
I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação organizadas para cada Zona, sendo a veracidade
do partido; das respectivas assinaturas e o número dos títulos
atestados pelo Escrivão Eleitoral.
II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no
seu inteiro teor, o programa e o estatuto;

242 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
votos apurados, não computados os brancos e os
Comentário  Artigo 4º da Lei n.º 10.842 de 20 de feve- nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos
reiro de 2004 traz que as atribuições da escrivania eleito-
Estados, com um mínimo de dois por cento do total
ral passaram a ser exercidas privativamente pelo chefe
de cartório eleitoral.
de cada um deles.

Ação Direta de Inconstitucionalidade 1351-3 (Acórdão


§ 2º O Escrivão Eleitoral dá imediato recibo de
DJ 30/03/2007. Republicação 29/06/2007)
cada lista que lhe for apresentada e, no prazo de
quinze dias, lavra o seu atestado, devolvendo-a ao “O Tribunal, à unanimidade, julgou procedente a ação
interessado. direta para declarar a inconstitucionalidade dos se-
guintes dispositivos da Lei n.º 9096, de 19 de setembro
§ 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal de 1995: artigo 13; a expressão ‘obedecendo aos se-
Superior Eleitoral, o processo respectivo, no prazo guintes critérios’, contida no caput do artigo 41; incisos
de quarenta e oito horas, é distribuído a um Rela- I e II do mesmo artigo 41; (...) Votou a Presidente, Mi-
tor, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em dez nistra Ellen Gracie. Ausente, justificadamente, o Senhor
dias, determina, em igual prazo, diligências para Ministro Joaquim Barbosa. Falaram, pelos requerentes,
sanar eventuais falhas do processo. Partido Comunista do Brasil - PC do B e outros, o Dr.
Paulo Machado Guimarães e, pelo Partido Socialista
§ 4º Se não houver diligências a determinar, ou Brasileiro - PSB, o Dr. José Antônio Figueiredo de Al-
após o seu atendimento, o Tribunal Superior Eleito- meida.”
ral registra o estatuto do partido, no prazo de
trinta dias. Capítulo III - Do Programa e do Estatuto
Art. 10. As alterações programáticas ou estatutá- Art. 14. Observadas as disposições constitucionais
rias, após registradas no Ofício Civil competente, e as desta Lei, o partido é livre para fixar, em seu
devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao programa, seus objetivos políticos e para estabele-
Tribunal Superior Eleitoral. cer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, or-
Art. 11. O partido com registro no Tribunal Superi- ganização e funcionamento.
or Eleitoral pode credenciar, respectivamente: Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre
I - delegados perante o Juiz Eleitoral; outras, normas sobre:

II - delegados perante o Tribunal Regional Eleito- I - nome, denominação abreviada e o estabeleci-


ral; mento da sede na Capital Federal;

III - delegados perante o Tribunal Superior Eleito- II - filiação e desligamento de seus membros;
ral. III - direitos e deveres dos filiados;
Parágrafo único. Os delegados credenciados pelo IV - modo como se organiza e administra, com a
órgão de direção nacional representam o partido definição de sua estrutura geral e identificação,
perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os composição e competências dos órgãos partidá-
credenciados pelos órgãos estaduais, somente rios nos níveis municipal, estadual e nacional, du-
perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes ração dos mandatos e processo de eleição dos
Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito Federal seus membros;
ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão
V - fidelidade128 e disciplina partidárias, processo
municipal, perante o Juiz Eleitoral da respectiva
para apuração das infrações e aplicação das pena-
jurisdição.
lidades, assegurado amplo direito de defesa;
Capítulo II - Do Funcionamento Parlamentar
VI - condições e forma de escolha de seus candi-
Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Le- datos a cargos e funções eletivas;
gislativas, por intermédio de uma bancada, que
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, in-
deve constituir suas lideranças de acordo com o
clusive, normas que os habilitem a apurar as
estatuto do partido, as disposições regimentais
quantias que os seus candidatos possam despen-
das respectivas Casas e as normas desta Lei.
der com a própria eleição, que fixem os limites
Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamen- das contribuições dos filiados e definam as diver-
tar, em todas as Casas Legislativas para as quais
tenha elegido representante, o partido que, em 128
Comentário  A Resolução n.º 22.610/2007 regulamenta os
cada eleição para a Câmara dos Deputados obte- processos de perda de cargo eletivo e de justificação de desfiliação
nha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos partidária.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 243
sas fontes de receita do partido, além daquelas Art. 18. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
previstas nesta Lei;
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e
VIII - critérios de distribuição dos recursos do outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de
Fundo Partidário entre os órgãos de nível munici- direção municipais, regionais ou nacional, deverá
pal, estadual e nacional que compõem o partido; remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento,
publicação e cumprimento dos prazos de filiação
IX - procedimento de reforma do programa e do
partidária para efeito de candidatura a cargos ele-
estatuto.
tivos, a relação dos nomes de todos os seus filia-
Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e tra- dos, da qual constará a data de filiação, o número
balhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário dos títulos eleitorais e das seções em que estão
municipal, estadual ou nacional que tiver dado inscritos. (Redação dada pela Lei n.º 9.504 de
causa ao não cumprimento da obrigação, à viola- 30/09/1997)
ção de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato
ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos Súmula do TSE n.º 20/2000  A falta do nome do filia-
de direção partidária. (Redação dada pela Lei n.º do ao partido na lista por este encaminhada à Justiça
12.034 de 2009) Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei n.º 9.096 de
19/09/1995, pode ser suprida por outros elementos de
Parágrafo único. O órgão nacional do partido políti- prova de oportuna filiação.
co, quando responsável, somente poderá ser de-
mandado judicialmente na circunscrição especial
Comentário  A ficha de filiação partidária não substi-
judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natu- tui a relação de filiados encaminhada pelo partido
reza cível ou trabalhista. (Incluído pela Lei n.º político ao juízo eleitoral. (Acórdão do TSE de
12.891 de 2013) 21/08/2008 no REspe n.º 28.988)
Capítulo IV - Da Filiação Partidária
§ 1º Se a relação não é remetida nos prazos menci-
Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que onados neste artigo, permanece inalterada a filia-
estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. ção de todos os eleitores, constante da relação
remetida anteriormente.
Vedações a Filiação Partidária
§ 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão
❶ Servidores da Justiça Eleitoral
requerer, diretamente à Justiça Eleitoral, a obser-
Artigo 366 do Código Eleitoral de 1965 vância do que prescreve o caput deste artigo.
❷ Militares § 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos
Artigo 142 § 3º inciso V da Constituição Federal de políticos terão pleno acesso às informações de seus
1988 filiados constantes do cadastro eleitoral. (Incluído
pela Lei n.º 12.034 de 2009)
❸ Membros do Ministério Público
Art. 128 § 5º inciso II da Constituição Federal de Resolução do TSE n.º 21.538/2003  O artigo 29 disci-
1988 plina o acesso ao cadastro eleitoral.
❹ Magistrados
Art. 95 § ú inciso III da Constituição Federal de 1988 Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer,
em seu estatuto, prazos de filiação partidária su-
❺ Membros do TCU periores aos previstos nesta Lei, com vistas a can-
Artigo 73 §§ 3º e 4º da Constituição Federal de 1988 didatura a cargos eletivos.
❻ Membros da Defensoria Pública Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária,
Artigos 46 inciso V, 91 inciso V e 130 inciso V da Lei fixados no estatuto do partido, com vistas a candi-
Complementar n.º 80/1994 datura a cargos eletivos, não podem ser alterados
no ano da eleição.
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efei- Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz
tos, a filiação partidária, com o atendimento das comunicação escrita ao órgão de direção munici-
regras estatutárias do partido. pal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da
entregue comprovante ao interessado, no modelo entrega da comunicação, o vínculo torna-se extin-
adotado pelo partido. to, para todos os efeitos.
244 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Capítulo V - Da Fidelidade e da Disciplina Partidá-
Resolução do TSE n.º 23.117/2009  Comunicação rias
apenas ao juiz da zona eleitoral em que inscrito o filia-
do na hipótese de inexistência de órgão municipal ou Art. 23. A responsabilidade por violação dos deve-
comprovada impossibilidade de localização do repre- res partidários deve ser apurada e punida pelo
sentante do partido político. competente órgão, na conformidade do que dispo-
nha o estatuto de cada partido.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação parti-
§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar
dária verifica-se nos casos de:
ou punição por conduta que não esteja tipificada
I - morte; no estatuto do partido político.
II - perda dos direitos políticos; § 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de
III - expulsão; defesa.

IV - outras formas previstas no estatuto, com co- Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da banca-
municação obrigatória ao atingido no prazo de da de partido deve subordinar sua ação parlamen-
quarenta e oito horas da decisão. tar aos princípios doutrinários e programáticos e às
diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção
V - filiação a outro partido, desde que a pessoa partidários, na forma do estatuto.
comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Elei-
toral. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013) Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer,
além das medidas disciplinares básicas de caráter
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidário, normas sobre penalidades, inclusive
partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a com desligamento temporário da bancada, suspen-
Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das são do direito de voto nas reuniões internas ou
demais. (Redação dada pela Lei n.º 12.891 de 2013) perda de todas as prerrogativas, cargos e funções
que exerça em decorrência da representação e da
Comentário  Havendo o candidato feito comunicação proporção partidária, na respectiva Casa Legislati-
de sua desfiliação à Justiça Eleitoral e à agremiação va, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou
partidária antes do envio das listas a que se refere o pelo voto, às diretrizes legitimamente estabeleci-
art. 19 da Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995, não das pelos órgãos partidários.
há falar em dupla filiação. (Acórdão do TSE de
26/05/2009 no AI n.º 10.745, Acórdão do TSE de Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo
05/02/2009 no REspe n.º 32.726, Acórdão do TSE de que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em vir-
17/10/2006 no RO n.º 1.195 e Acórdãos do TSE n.ºs tude da proporção partidária, o parlamentar que
22.375/2004 e 22.132/2004) deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
Capítulo VI - Da Fusão, Incorporação e Extinção
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo
dos Partidos Políticos
eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido
pelo qual foi eleito. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de Art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao
2015) Tribunal Superior Eleitoral, o registro do partido
que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se in-
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a
corpore ou venha a se fundir a outro.
desfiliação partidária somente as seguintes hipóte-
ses: (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito
em julgado de decisão, determina o cancelamento
I - mudança substancial ou desvio reiterado do
do registro civil e do estatuto do partido contra o
programa partidário; (Incluído pela Lei n.º 13.165
qual fique provado:
de 2015)
I - ter recebido ou estar recebendo recursos fi-
II - grave discriminação política pessoal; e (Incluí-
nanceiros de procedência estrangeira;
do pela Lei n.º 13.165 de 2015)
II - estar subordinado a entidade ou governo es-
III - mudança de partido efetuada durante o perí-
trangeiros;
odo de trinta dias que antecede o prazo de filia-
ção exigido em lei para concorrer à eleição, majo- III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as de-
ritária ou proporcional, ao término do mandato vidas contas à Justiça Eleitoral;
vigente. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 245
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil,
Resolução do TSE n.º 20.679/2000  A não prestação caberá ao partido incorporando deliberar por mai-
de contas pelos órgãos partidários regionais ou muni-
oria absoluta de votos, em seu órgão nacional de
cipais não implica o seu cancelamento.
deliberação, sobre a adoção do estatuto e do pro-
grama de outra agremiação.
IV - que mantém organização paramilitar.
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo incorporador, realizar-se-á, em reunião conjunta
deve ser precedida de processo regular, que asse-
dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do
gure ampla defesa. novo órgão de direção nacional.
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo § 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do
Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, novo partido tem início com o registro, no Ofício
de representante de partido, ou de representação Civil competente da Capital Federal, do estatuto e
do Procurador-Geral Eleitoral.
do programa, cujo requerimento deve ser acom-
§ 3º O partido político, em nível nacional, não so- panhado das atas das decisões dos órgãos compe-
frerá a suspensão das cotas do Fundo Partidário, tentes.
nem qualquer outra punição como conseqüência § 5º No caso de incorporação, o instrumento res-
de atos praticados por órgãos regionais ou munici- pectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente,
pais. (Parágrafo incluído pela Lei n.º 9.693 de
que deve, então, cancelar o registro do partido
27/07/1998) incorporado a outro.
§ 4º Despesas realizadas por órgãos partidários § 6º No caso de incorporação, o instrumento res-
municipais ou estaduais ou por candidatos majori-
pectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente,
tários nas respectivas circunscrições devem ser
que deve, então, cancelar o registro do partido
assumidas e pagas exclusivamente pela esfera incorporado a outro. (Redação dada pela Lei n.º
partidária correspondente, salvo acordo expresso
13.107 de 2015)
com órgão de outra esfera partidária. (Incluído pela
Lei n.º 12.034 de 2009)
Comentário  Os parágrafos 5º e 6º do artigo 29 real-
§ 5º Em caso de não pagamento, as despesas não mente tem o mesmo texto por erro do legislador ao
poderão ser cobradas judicialmente dos órgãos realizar alterações em 2015.
superiores dos partidos políticos, recaindo eventu-
al penhora exclusivamente sobre o órgão partidário § 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser
que contraiu a dívida executada. (Incluído pela Lei somados exclusivamente os votos dos partidos
n.º 12.034 de 2009) fundidos ou incorporados obtidos na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da
§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se ape-
distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do
nas aos órgãos nacionais dos partidos políticos
acesso gratuito ao rádio e à televisão. (Redação
que deixarem de prestar contas ao Tribunal Supe-
dada pela Lei n.º 13.107 de 2015)
rior Eleitoral, não ocorrendo o cancelamento do
registro civil e do estatuto do partido quando a § 8º O novo estatuto ou instrumento de incorpora-
omissão for dos órgãos partidários regionais ou ção deve ser levado a registro e averbado, respec-
municipais. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) tivamente, no Ofício Civil e no Tribunal Superior
Eleitoral. (Incluído pela Lei n.º 13.107 de 2015)
Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de
deliberação, dois ou mais partidos poderão fundir- § 9º Somente será admitida a fusão ou incorpora-
se num só ou incorporar-se um ao outro. ção de partidos políticos que hajam obtido o regis-
tro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há,
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes
pelo menos, 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei n.º
normas:
13.107 de 2015)
I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão
Título III - Das Finanças e Contabilidade dos Parti-
projetos comuns de estatuto e programa;
dos
II - os órgãos nacionais de deliberação dos parti- Capítulo I - Da Prestação de Contas
dos em processo de fusão votarão em reunião
Art. 30. O partido político, através de seus órgãos
conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e
nacionais, regionais e municipais, deve manter
elegerão o órgão de direção nacional que promo-
escrituração contábil, de forma a permitir o conhe-
verá o registro do novo partido.

246 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
cimento da origem de suas receitas e a destinação VI - entidade de classe ou sindical;
de suas despesas.
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou recursos do exterior.
indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto,
VIII - entidades beneficentes e religiosas;
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em
dinheiro, inclusive através de publicidade de qual- IX - entidades esportivas que recebam recursos
quer espécie, procedente de: públicos;
I - entidade ou governo estrangeiros; X - organizações não-governamentais que recebam
recursos públicos;
II - autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as
dotações referidas no art. 38; XI - organizações da sociedade civil de interesse
público.
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira
aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constitu-
Resolução do TSE n.º 21.841/2004
ído por:
Art. 5º (...) § 1º A vedação não alcança os agentes
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos políticos e os servidores públicos filiados a partidos
termos do Código Eleitoral e leis conexas; políticos, investidos em cargos, funções, mandatos,
II - recursos financeiros que lhe forem destinados comissões, por nomeação, eleição, designação ou dele-
por lei, em caráter permanente ou eventual; gação para o exercício de atribuições constitucionais.

III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas Resolução do TSE n.º 22.585/2007  Contribuição
por intermédio de depósitos bancários diretamente vedada apenas aos titulares de cargos demissíveis ad
na conta do Fundo Partidário; nutum que ostentem a condição de autoridade (cargos
comissionados - direção, chefia e assessoramento).
IV - dotações orçamentárias da União em valor
nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores
Resolução do TSE n.º 22.025/2005  “(...) incide a
inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da
vedação do inciso II do artigo 31 da Lei n.º 9.096/1995,
proposta orçamentária, multiplicados por trinta e
relativamente à contribuição de detentor de cargo ou
cinco centavos de real, em valores de agosto de função de confiança, calculada em percentagem sobre
1995. a remuneração percebida e recolhida ao Partido medi-
ante consignação em folha de pagamento”.
III - autarquias, empresas públicas ou concessio-
nárias de serviços públicos, sociedades de eco-
Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anual-
nomia mista e fundações instituídas em virtude
mente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do
de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou
exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguin-
entidades governamentais;
te.
IV - entidade de classe ou sindical.
§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos
estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
direta ou indiretamente doação em dinheiro ou
estimável em dinheiro, inclusive por meio de publi-
TSE  Recebe o balanço contábil do órgão nacional.
cidade de qualquer espécie, procedente de:
TRE  Recebe o balanço contábil dos órgãos estaduais.
I - entidade ou governo estrangeiro;
Juízes Eleitorais  Recebe o balanço contábil dos ór-
II - órgão da administração pública direta e indireta gãos municipais.
ou fundação mantida com recursos provenientes do
Poder Público; § 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente,
III - concessionário ou permissionário de serviço a publicação dos balanços na imprensa oficial, e,
público; onde ela não exista, procede à afixação dos mes-
mos no Cartório Eleitoral.
IV - entidade de direito privado que receba, na con-
dição de beneficiária, contribuição compulsória em § 3º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
virtude de disposição legal;
V - entidade de utilidade pública;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 247
§ 4º Os órgãos partidários municipais que não ha- dos financeiros eventualmente apurados. (Reda-
jam movimentado recursos financeiros ou arreca- ção dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
dado bens estimáveis em dinheiro ficam desobri-
§ 1º A fiscalização de que trata o caput tem por
gados de prestar contas à Justiça Eleitoral, exigin-
escopo identificar a origem das receitas e a desti-
do-se do responsável partidário, no prazo estipula-
nação das despesas com as atividades partidárias e
do no caput, a apresentação de declaração da au-
eleitorais, mediante o exame formal dos documen-
sência de movimentação de recursos nesse perío-
tos fiscais apresentados pelos partidos políticos e
do. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
candidatos, sendo vedada a análise das atividades
§ 5º A desaprovação da prestação de contas do político-partidárias ou qualquer interferência em
partido não ensejará sanção alguma que o impeça sua autonomia. (Redação dada pela Lei n.º 13.165
de participar do pleito eleitoral. (Incluído pela Lei de 2015)
n.º 13.165 de 2015)
§ 2º Para efetuar os exames necessários ao aten-
Art. 33. Os balanços devem conter, entre outros, dimento do disposto no caput, a Justiça Eleitoral
os seguintes itens: pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da
União ou dos Estados, pelo tempo que for necessá-
I - discriminação dos valores e destinação dos re-
rio. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
cursos oriundos do fundo partidário;
Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais
II - origem e valor das contribuições e doações;
Regionais Eleitorais, à vista de denúncia funda-
III - despesas de caráter eleitoral, com a especifi- mentada de filiado ou delegado de partido, de
cação e comprovação dos gastos com programas representação do Procurador-Geral ou Regional
no rádio e televisão, comitês, propaganda, publi- ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o
cações, comícios, e demais atividades de campa- exame da escrituração do partido e a apuração de
nha; qualquer ato que viole as prescrições legais ou
IV - discriminação detalhada das receitas e despe- estatutárias a que, em matéria financeira, aquele
sas. ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusi-
ve, determinar a quebra de sigilo bancário das
Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização contas dos partidos para o esclarecimento ou apu-
sobre a prestação de contas do partido e das des- ração de fatos vinculados à denúncia.
pesas de campanha eleitoral, devendo atestar se
elas refletem adequadamente a real movimentação Parágrafo único. O partido pode examinar, na Jus-
financeira, os dispêndios e os recursos aplicados tiça Eleitoral, as prestações de contas mensais ou
nas campanhas eleitorais, exigindo a observação anuais dos demais partidos, quinze dias após a
das seguintes normas: (Redação dada pela Lei n.º publicação dos balanços financeiros, aberto o prazo
13.165 de 2015) de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda,
relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de
I - obrigatoriedade de designação de dirigentes investigação para apurar qualquer ato que viole as
partidários específicos para movimentar recursos prescrições legais ou estatutárias a que, em maté-
financeiros nas campanhas eleitorais; (Redação ria financeira, os partidos e seus filiados estejam
dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) sujeitos.
II - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou
III - relatório financeiro, com documentação que estatutárias, ficará o partido sujeito às seguintes
comprove a entrada e saída de dinheiro ou de sanções:
bens recebidos e aplicados; (Redação dada pela I - no caso de recursos de origem não mencionada
Lei n.º 13.165 de 2015) ou esclarecida, fica suspenso o recebimento das
IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo par- quotas do fundo partidário até que o esclareci-
tido, por prazo não inferior a cinco anos, a do- mento seja aceito pela Justiça Eleitoral;
cumentação comprobatória de suas prestações II - no caso de recebimento de recursos mencio-
de contas; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de nados no art. 31, fica suspensa a participação no
2015) fundo partidário por um ano;
V - obrigatoriedade de prestação de contas pelo
partido político e por seus candidatos no encer-
ramento da campanha eleitoral, com o recolhi-
mento imediato à tesouraria do partido dos sal-
248 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
III - no caso de recebimento de doações cujo valor me o caso, o qual deverá ser recebido com efeito
ultrapasse os limites previstos no art. 39, § 4º, fi- suspensivo. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
ca suspensa por dois anos a participação no fundo
§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos
partidário e será aplicada ao partido multa cor-
Tribunais Regionais e pelo Tribunal Superior pode-
respondente ao valor que exceder aos limites fi-
rão ser revistas para fins de aplicação proporcio-
xados.
nal da sanção aplicada, mediante requerimento
ofertado nos autos da prestação de con-
Comentário  O § 4º mencionado foi revogado pelo tas. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
art. 107 da Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997.
§ 6º O exame da prestação de contas dos órgãos
Art. 37. A desaprovação das contas do partido im- partidários tem caráter jurisdicional. (Incluído pela
plicará exclusivamente a sanção de devolução da Lei n.º 12.034 de 2009)
importância apontada como irregular, acrescida de § 7º (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
multa de até 20% (vinte por cento). (Redação dada
pela Lei n.º 13.165 de 2015) § 8º (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)

§ 1º A Justiça Eleitoral pode determinar diligências § 9º O desconto no repasse de cotas resultante da


necessárias à complementação de informações ou aplicação da sanção a que se refere o caput será
ao saneamento de irregularidades encontradas suspenso durante o segundo semestre do ano em
nas contas dos órgãos de direção partidária ou de que se realizarem as eleições. (Incluído pela Lei n.º
candidatos. (Parágrafo renumerado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
9.693 de 27/07/1998) § 10. Os gastos com passagens aéreas serão com-
§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada provados mediante apresentação de fatura ou
exclusivamente à esfera partidária responsável duplicata emitida por agência de viagem, quando
pela irregularidade, não suspendendo o registro ou for o caso, desde que informados os beneficiários,
a anotação de seus órgãos de direção partidária as datas e os itinerários, vedada a exigência de
nem tornando devedores ou inadimplentes os res- apresentação de qualquer outro documento para
pectivos responsáveis partidários. (Redação dada esse fim. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
pela Lei n.º 13.165 de 2015) § 11. Os órgãos partidários poderão apresentar
§ 3º A sanção a que se refere o caput deverá ser documentos hábeis para esclarecer questiona-
aplicada de forma proporcional e razoável, pelo mentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregu-
período de um a doze meses, e o pagamento deve- laridades a qualquer tempo, enquanto não transi-
rá ser feito por meio de desconto nos futuros re- tada em julgado a decisão que julgar a prestação
passes de cotas do Fundo Partidário, desde que a de contas. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou § 12. Erros formais ou materiais que no conjunto
tribunal competente, em até cinco anos de sua da prestação de contas não comprometam o co-
apresentação. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 nhecimento da origem das receitas e a destinação
de 2015) das despesas não acarretarão a desaprovação das
contas. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
Comentário  A aplicação da sanção ao partido deve
§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal
ser proporcional e razoável, levando-se em conta a
gravidade das irregularidades constatadas na prestação dos dirigentes partidários decorrente da desapro-
de contas. (Acórdão do TSE de 15/09/2010 na Pet. n.º vação das contas partidárias e de atos ilícitos atri-
1.680) buídos ao partido político somente ocorrerá se
verificada irregularidade grave e insanável resul-
Comentário  O artigo 25 § único da Lei n.º 9.504 de 30 tante de conduta dolosa que importe enriqueci-
de setembro de 1997 tem um dispositivo de teor seme- mento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.
lhante, relativo à prestação de contas de candidatos na (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
campanha eleitoral.
§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política não será atingido pela
§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcial- sanção aplicada ao partido político em caso de
mente a prestação de contas dos órgãos partidários desaprovação de suas contas, exceto se tiver dire-
caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleito- tamente dado causa à reprovação. (Incluído pela
rais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, confor- Lei n.º 13.165 de 2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 249
Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará partido, o demonstrativo de seu recebimento e
a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário respectiva destinação, juntamente com o balanço
enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os contábil.
responsáveis às penas da lei. (Incluído pela Lei n.º
§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem
13.165 de 2015)
ser lançadas na contabilidade do partido, definidos
Capítulo II - Do Fundo Partidário seus valores em moeda corrente.
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira § 3º As doações de recursos financeiros somente
aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é consti- poderão ser efetuadas na conta do partido político
tuído por: por meio de: (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
2015)
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos
termos do Código Eleitoral e leis conexas; I - cheques cruzados e nominais ou transferência
eletrônica de depósitos; (Incluído pela Lei n.º
II - recursos financeiros que lhe forem destinados
13.165 de 2015)
por lei, em caráter permanente ou eventual;
II - depósitos em espécie devidamente identifica-
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetua-
dos; (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
das por intermédio de depósitos bancários dire-
tamente na conta do Fundo Partidário; III - mecanismo disponível em sítio do partido na
internet que permita inclusive o uso de cartão de
IV - dotações orçamentárias da União em valor
crédito ou de débito e que atenda aos seguintes
nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores
requisitos: (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao
da proposta orçamentária, multiplicados por trin- a) identificação do doador; (Incluído pela Lei n.º
ta e cinco centavos de real, em valores de agosto 13.165 de 2015)
de 1995.
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para
cada doação realizada. (Incluído pela Lei n.º
04/05/2016  144.088.912 de eleitores no Brasil (não 13.165 de 2015)
encontrei o número em 31/12/2015)
§ 4º (Revogado pela Lei n.º 9.504 de 30/09/1997)
144.088.912 x R$ 0,35 = R$ 50.431.119,20 seria o valor
mínimo para a proposta orçamentária elaborada em § 5º Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão
2016, a ser executada em 2017. aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os re-
cursos financeiros recebidos de pessoas físicas e
§ 1º (Vetado) jurídicas, observando-se o disposto no § 1º do art.
§ 2º (Vetado) 23, no art. 24 e no § 1º do art. 81 da Lei n.º 9.504,
de 30 de setembro de 1997129, e os critérios defini-
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido dos pelos respectivos órgãos de direção e pelas
político pode receber doações de pessoas físicas e normas estatutárias. (Incluído pela Lei n.º 12.034
jurídicas para constituição de seus fundos. de 2009)

Resolução do TSE n.º 23.086/2009  O Partido pode


receber doações de pessoas físicas ou jurídicas para
financiar a propaganda intrapartidária, bem como para
a realização das prévias partidárias (...). Restrição, 129
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
contudo, no tocante ao postulante a cargo eletivo.
Art. 23. § 1º As doações e contribuições de que trata este artigo
ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos brutos au-
Resolução do TSE n.º 23.126/2009  Os recursos rece-
feridos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação dada pela
bidos pelos partidos políticos oriundos de fontes não
Lei n.º 13.165 de 2015)
identificadas devem ser recolhidos ao Fundo Partidário
I - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
mediante Guia de Recolhimento da União (GRU), nos
II - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
termos da Resolução do TSE n.º 21.975/2004 e Portaria
do TSE n.º 288/2005. § 1º-A O candidato poderá usar recursos próprios em sua campa-
nha até o limite de gastos estabelecido nesta Lei para o cargo ao
qual concorre. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indire-
feitas diretamente aos órgãos de direção nacional,
tamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive
estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Elei-
por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de: (...)
toral e aos órgãos hierarquicamente superiores do
Art. 81. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)

250 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para aos recursos do Fundo Partidário; e (Redação da-
o Fundo Partidário deve ser consignada, no Anexo da pela Lei n.º 13.165 de 2015)
do Poder Judiciário, ao Tribunal Superior Eleitoral.
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distri-
§ 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, buídos aos partidos na proporção dos votos obti-
os duodécimos no Banco do Brasil, em conta espe- dos na última eleição geral para a Câmara dos
cial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral. Deputados. (Incluído pela Lei n.º 12.875 de 2013)
§ 2º Na mesma conta especial serão depositadas as Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso
quantias arrecadadas pela aplicação de multas e II, serão desconsideradas as mudanças de filiação
outras penalidades pecuniárias, previstas na Legis- partidária em quaisquer hipóteses. (Redação dada
lação Eleitoral. pela Lei n.º 13.107 de 2015)
Art. 41. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade
cinco dias, a contar da data do depósito a que se do órgão de direção nacional do partido, reverterá
refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.
distribuição aos órgãos nacionais dos partidos,
Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recur-
obedecendo aos seguintes critérios:
sos oriundos do Fundo Partidário serão feitos em
I - um por cento do total do Fundo Partidário será estabelecimentos bancários controlados pelo Po-
destacado para entrega, em partes iguais, a todos der Público Federal, pelo Poder Público Estadual
os partidos que tenham seus estatutos registra- ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo
dos no Tribunal Superior Eleitoral; órgão diretivo do partido.
II - noventa e nove por cento do total do Fundo Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário
Partidário serão distribuídos aos partidos que te- serão aplicados:
nham preenchido as condições do art. 13, na pro-
I - na manutenção das sedes e serviços do partido,
porção dos votos obtidos na última eleição geral
permitido o pagamento de pessoal, a qualquer
para a Câmara dos Deputados.
título, observado, do total recebido, os seguintes
limites: (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
Ação Direta de Inconstitucionalidade 1351-3 (Acórdão 2015)
DJ 30/03/2007. Republicação 29/06/2007)
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão naci-
“O Tribunal, à unanimidade, julgou procedente a ação
direta para declarar a inconstitucionalidade dos se-
onal; (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
guintes dispositivos da Lei n.º 9096, de 19 de setembro b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão es-
de 1995: artigo 13; a expressão ‘obedecendo aos se- tadual e municipal; (Incluído pela Lei n.º 13.165
guintes critérios’, contida no caput do artigo 41; inci- de 2015)
sos I e II do mesmo artigo 41; artigo 48; a expressão
‘que atenda ao disposto no art. 13’, contida no caput II - na propaganda doutrinária e política;
do artigo 49, com redução de texto; caput dos artigos
56 e 57, com interpretação que elimina de tais disposi-
III - no alistamento e campanhas eleitorais;
tivos as limitações temporais neles constantes, até que IV - na criação e manutenção de instituto ou fun-
sobrevenha disposição legislativa a respeito; e a ex- dação de pesquisa e de doutrinação e educação
pressão ‘no art. 13’, constante no inciso II do artigo 57. política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vin-
Também por unanimidade, julgou improcedente a ação
te por cento do total recebido.
no que se refere ao inciso II do artigo 56. Votou a Presi-
dente, Ministra Ellen Gracie. Ausente, justificadamente, V - na criação e manutenção de programas de
o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Falaram, pelos promoção e difusão da participação política das
requerentes, Partido Comunista do Brasil - PC do B e mulheres, criados e mantidos pela secretaria da
outros, o Dr. Paulo Machado Guimarães e, pelo Partido mulher do respectivo partido político ou, inexis-
Socialista Brasileiro - PSB, o Dr. José Antônio Figueiredo
tindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de
de Almeida.”
pesquisa e de doutrinação e educação política de
que trata o inciso IV, conforme percentual que
Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário: (Redação será fixado pelo órgão nacional de direção parti-
dada pela Lei n.º 12.875 de 2013) dária, observado o mínimo de 5% (cinco por cen-
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para en- to) do total; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
trega, em partes iguais, a todos os partidos que 2015)
atendam aos requisitos constitucionais de acesso

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 251
VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão esta-
congêneres devidos a organismos partidários in- dual e municipal;
ternacionais que se destinem ao apoio à pesquisa,
ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja § 5º O partido político que não cumprir o disposto
o partido político regularmente filiado; (Incluído no inciso V do caput deverá transferir o saldo para
pela Lei n.º 13.165 de 2015) conta específica, sendo vedada sua aplicação para
VII - no pagamento de despesas com alimenta- finalidade diversa, de modo que o saldo remanes-
ção, incluindo restaurantes e lanchonetes. (Incluí- cente deverá ser aplicado dentro do exercício fi-
do pela Lei n.º 13.165 de 2015) nanceiro subsequente, sob pena de acréscimo de
12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento)
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção do valor previsto no inciso V do caput, a ser apli-
partidária de qualquer nível devem ser discrimina- cado na mesma finalidade. (Redação dada pela Lei
das as despesas realizadas com recursos do Fundo n.º 13.165 de 2015)
Partidário, de modo a permitir o controle da Justi-
ça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos V - na criação e manutenção de programas de
incisos I e IV deste artigo. promoção e difusão da participação política das
mulheres, criados e mantidos pela secretaria da
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, mulher do respectivo partido político ou, inexistindo
permitido o pagamento de pessoal, a qualquer a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa
título, observado, do total recebido, os seguintes e de doutrinação e educação política de que trata o
limites: inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacio- órgão nacional de direção partidária, observado o
nal; mínimo de 5% (cinco por cento) do total;

b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão esta- § 5º-A. A critério das agremiações partidárias, os
dual e municipal; recursos a que se refere o inciso V poderão ser
acumulados em diferentes exercícios financeiros,
(...)
mantidos em contas bancárias específicas, para
IV - na criação e manutenção de instituto ou funda- utilização futura em campanhas eleitorais de can-
ção de pesquisa e de doutrinação e educação políti- didatas do partido. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de
ca, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por 2015)
cento do total recebido.
§ 6º No exercício financeiro em que a fundação ou
§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, instituto de pesquisa não despender a totalidade
investigar sobre a aplicação de recursos oriundos dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual
do Fundo Partidário. sobra poderá ser revertida para outras atividades
partidárias, conforme previstas no caput deste
§ 3º Os recursos de que trata este artigo não estão artigo. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
sujeitos ao regime da Lei n.º 8.666 de 21 de junho
de 1993130, tendo os partidos políticos autonomia § 7º A critério da secretaria da mulher ou, inexis-
para contratar e realizar despesas. (Redação dada tindo a secretaria, a critério da fundação de pesqui-
pela Lei n.º 12.891 de 2013) sa e de doutrinação e educação política, os recur-
sos a que se refere o inciso V do caput poderão ser
§ 4º Não se incluem no cômputo do percentual acumulados em diferentes exercícios financeiros,
previsto no inciso I deste artigo encargos e tributos mantidos em contas bancárias específicas, para
de qualquer natureza. (Incluído pela Lei n.º 12.034 utilização futura em campanhas eleitorais de can-
de 2009) didatas do partido, não se aplicando, neste caso, o
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, disposto no § 5º. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de
permitido o pagamento de pessoal, a qualquer 2015)
título, observado, do total recebido, os seguintes Título IV - Do Acesso Gratuito ao Rádio e à Televi-
limites: são
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacio- Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada
nal; ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por
rádio e televisão será realizada entre as dezenove
130
horas e trinta minutos e as vinte e duas horas
Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993  Lei de Licitações e Con-
para, com exclusividade:
tratos.

252 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
I - quando a infração ocorrer nas transmissões em
Horário  Entre 19h30 e 22h00. bloco, com a cassação do direito de transmissão
no semestre seguinte; (Incluído pela Lei n.º
Competência  Vedação de veiculação de propaganda 12.034 de 2009)
partidária gratuita no segundo semestre do ano da
eleição. (Artigo 36 § 2º da Lei n.º 9.504 de 30 de se- II - quando a infração ocorrer nas transmissões
tembro de 1997) em inserções, com a cassação de tempo equiva-
lente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no
Competência  Possibilidade de identificação do parti- semestre seguinte. (Incluído pela Lei n.º 12.034
do político por meio de sombreamento da logomarca de 2009)
(marca d’água). (Acórdão do TSE de 08/03/2007 na Rp
n.º 862) § 3º A representação, que somente poderá ser
oferecida por partido político, será julgada pelo
Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de
I - difundir os programas partidários;
programa em bloco ou inserções nacionais e pelos
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a exe- Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de
cução do programa partidário, dos eventos com programas em bloco ou inserções transmitidos nos
este relacionados e das atividades congressuais Estados correspondentes. (Redação dada pela Lei
do partido; n.º 12.034 de 2009)
III - divulgar a posição do partido em relação a § 4º O prazo para o oferecimento da representação
temas político-comunitários. encerra-se no último dia do semestre em que for
IV - promover e difundir a participação política veiculado o programa impugnado, ou se este tiver
feminina, dedicando às mulheres o tempo que sido transmitido nos últimos 30 (trinta) dias desse
será fixado pelo órgão nacional de direção parti- período, até o 15º (décimo quinto) dia do semes-
dária, observado o mínimo de 10% (dez por cen- tre seguinte. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
to) do programa e das inserções a que se refere o § 5º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
art. 49. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de que julgarem procedente representação, cassando
2015) o direito de transmissão de propaganda partidária,
caberá recurso para o Tribunal Superior Eleitoral,
Art. 49. Os partidos com pelo menos um represen- que será recebido com efeito suspensivo. (Incluído
tante em qualquer das Casas do Congresso Nacio- pela Lei n.º 12.034 de 2009)
nal têm assegurados os seguintes direitos relacio-
nados à propaganda partidária: (...) § 6º A propaganda partidária, no rádio e na televi-
são, fica restrita aos horários gratuitos disciplina-
§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este dos nesta Lei, com proibição de propaganda paga.
Título: (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
I - a participação de pessoa filiada a partido que Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão ficam
não o responsável pelo programa; obrigadas a realizar, para os partidos políticos, na
II - a divulgação de propaganda de candidatos a forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito
cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais nacional e estadual, por iniciativa e sob a respon-
ou de outros partidos; sabilidade dos respectivos órgãos de direção.

III - a utilização de imagens ou cenas incorretas ou § 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia


incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos nacional ou estadual, e em inserções de trinta se-
que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua co- gundos e um minuto, no intervalo da programação
municação. normal das emissoras.
§ 2º A formação das cadeias, tanto nacional quan-
Comentário  Caracterização do desvio de finalidade to estaduais, será autorizada pelo Tribunal Superior
ainda que não se faça uso de montagem ou de truca- Eleitoral, que fará a necessária requisição dos ho-
gem de imagens. (Acórdão do TSE de 30/03/2006 na rários às emissoras de rádio e de televisão, medi-
Rp. n.º 782) ante requerimento dos órgãos nacionais dos parti-
dos, com antecedência mínima de quinze dias.
§ 2º O partido que contrariar o disposto neste arti-
go será punido: (Redação dada pela Lei n.º 12.034
de 2009)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 253
§ 3º No requerimento a que se refere o parágrafo Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
anterior, o órgão partidário solicitará conjunta- Barbosa. Falaram, pelos requerentes, Partido Comunis-
mente a fixação das datas de formação das cadei- ta do Brasil - PC do B e outros, o Dr. Paulo Machado
as, nacional e estaduais. Guimarães e, pelo Partido Socialista Brasileiro - PSB, o
Dr. José Antônio Figueiredo de Almeida.”
§ 4º O Tribunal Superior Eleitoral, independente-
mente do âmbito nacional ou estadual da transmis-
Art. 49. Os partidos com pelo menos um represen-
são, havendo coincidência de data, dará prioridade
tante em qualquer das Casas do Congresso Nacio-
ao partido que apresentou o requerimento em
nal têm assegurados os seguintes direitos relacio-
primeiro lugar.
nados à propaganda partidária: (Redação dada
§ 5º O material de áudio e vídeo com os programas pela Lei n.º 13.165 de 2015)
em bloco ou as inserções será entregue às emisso-
I - a realização de um programa a cada semestre,
ras com antecedência mínima de 12 (doze) horas
em cadeia nacional, com duração de: (Redação
da transmissão, podendo as inserções de rádio ser
dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
enviadas por meio de correspondência eletrôni-
ca. (Redação dada pela Lei n.º 12.891 de 2013) a) cinco minutos cada, para os partidos que te-
nham eleito até quatro Deputados Federais; (In-
§ 6º As inserções a serem feitas na programação
cluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
das emissoras serão determinadas:
b) dez minutos cada, para os partidos que te-
I - pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solici-
nham eleito cinco ou mais Deputados Federais;
tadas por órgão de direção nacional de partido;
(Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
II - pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solici-
II - a utilização, por semestre, para inserções de
tadas por órgão de direção estadual de partido.
trinta segundos ou um minuto, nas redes nacio-
§ 7º Em cada rede somente serão autorizadas até nais, e de igual tempo nas emissoras estaduais,
dez inserções de trinta segundos ou cinco de um do tempo total de: (Redação dada pela Lei n.º
minuto por dia. 13.165 de 2015)
§ 8º É vedada a veiculação de inserções idênticas a) dez minutos, para os partidos que tenham
no mesmo intervalo de programação, exceto se o eleito até nove Deputados Federais; (Incluído
número de inserções de que dispuser o partido pela Lei n.º 13.165 de 2015)
exceder os intervalos disponíveis, sendo vedada a
b) vinte minutos, para os partidos que tenham
transmissão em sequencia para o mesmo partido
eleito dez ou mais deputados federais. (Incluído
político. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
pela Lei n.º 13.165 de 2015)
Art. 47. Para agilizar os procedimentos, condições
Parágrafo único. A critério do órgão partidário na-
especiais podem ser pactuadas diretamente entre
cional, as inserções em redes nacionais referidas no
as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos
inciso II do caput deste artigo poderão veicular
de direção do partido, obedecidos os limites esta-
conteúdo regionalizado, comunicando-se previa-
belecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao
mente o Tribunal Superior Eleitoral. (Incluído pela
Tribunal Eleitoral da respectiva jurisdição.
Lei n.º 13.165 de 2015)
Art. 48. O partido registrado no Tribunal Superior
Título V - Disposições Gerais
Eleitoral que não atenda ao disposto no art. 13 tem
assegurada a realização de um programa em cadeia Art. 50. (Vetado)
nacional, em cada semestre, com a duração de dois Art. 51. É assegurado ao partido político com esta-
minutos. tuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral o
direito à utilização gratuita de escolas públicas ou
Ação Direta de Inconstitucionalidade 1351-3 (Acórdão Casas Legislativas para a realização de suas reuni-
DJ 30/03/2007. Republicação 29/06/2007)
ões ou convenções, responsabilizando-se pelos
“O Tribunal, à unanimidade, julgou procedente a ação danos porventura causados com a realização do
direta para declarar a inconstitucionalidade dos se- evento.
guintes dispositivos da Lei n.º 9096, de 19 de setembro
de 1995: artigo 13; a expressão ‘obedecendo aos se-
Comentário  Utilização gratuita de prédios públicos
guintes critérios’, contida no caput do artigo 41; incisos
para realização de convenções de escolha de candida-
I e II do mesmo artigo 41; artigo 48; a expressão ‘que
tos. (Artigo 8º § 2º da Lei n.º 9.504 de 30 de setembro
atenda ao disposto no art. 13’, contida no caput do
de 1997)
artigo 49, (...) Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie.
254 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 52. (Vetado) II - tenha seu pedido de registro sub judice, desde
que sobrevenha decisão favorável do órgão judi-
Parágrafo único. As emissoras de rádio e televisão
ciário competente;
terão direito a compensação fiscal pela cedência
do horário gratuito previsto nesta Lei. III - tenha requerido registro de seus estatutos
junto ao Tribunal Superior Eleitoral, após o devido
Art. 53. A fundação ou instituto de direito privado,
registro como entidade civil.
criado por partido político, destinado ao estudo e
pesquisa, à doutrinação e à educação política, Art. 56. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
rege-se pelas normas da lei civil e tem autonomia
Art. 57. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
para contratar com instituições públicas e privadas,
prestar serviços e manter estabelecimentos de Art. 58. A requerimento de partido, o Juiz Eleitoral
acordo com suas finalidades, podendo, ainda, man- devolverá as fichas de filiação partidária existen-
ter intercâmbio com instituições não nacionais. tes no cartório da respectiva Zona, devendo ser
organizada a primeira relação de filiados, nos ter-
Art. 54. Para fins de aplicação das normas estabe-
mos do art. 19, obedecidas as normas estatutárias.
lecidas nesta Lei, consideram-se como equivalentes
a Estados e Municípios o Distrito Federal e os Terri- Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e
tórios e respectivas divisões político- outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de
administrativas. direção municipais, regionais ou nacional, deverá
Título VI - Disposições Finais e Transitórias remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento,
publicação e cumprimento dos prazos de filiação
Art. 55. O partido político que, nos termos da legis- partidária para efeito de candidatura a cargos ele-
lação anterior, tenha registro definitivo, fica dis- tivos, a relação dos nomes de todos os seus filia-
pensado da condição estabelecida no § 1º do art. dos, da qual constará a data de filiação, o número
7º, e deve providenciar a adaptação de seu estatu- dos títulos eleitorais e das seções em que estão
to às disposições desta Lei, no prazo de seis meses inscritos. (...)
da data de sua publicação.
Parágrafo único. Para efeito de candidatura a cargo
Art. 7º O partido político, após adquirir personali- eletivo será considerada como primeira filiação a
dade jurídica na forma da lei civil, registra seu esta- constante das listas de que trata este artigo.
tuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido Dica de Estudo  As alterações que esta lei gerou nou-
político que tenha caráter nacional, considerando- tras leis não são exigidas em provas de concursos,
se como tal aquele que comprove, no período de exceto se a referida lei que foi alterada fizer parte do
dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a programa previsto no edital. Por isso, risquei os textos
que virão a seguir para que você não se preocupe em
partido político, correspondente a, pelo menos,
estudá-los.
0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, Art. 59. O art. 16 da Lei n.º 3.071, de 1º de janeiro
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, de 1916 (Código Civil), passa a vigorar com a se-
com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do guinte redação:
eleitorado que haja votado em cada um deles. Art.16. (...) III - os partidos políticos.

§ 1º A alteração estatutária com a finalidade pre- § 3º Os partidos políticos reger-se-ão pelo dis-
vista neste artigo pode ser realizada pelo partido posto, no que lhes for aplicável, nos arts. 17 a 22
político em reunião do órgão nacional máximo, deste Código e em lei específica.
especialmente convocado na forma dos estatutos, Art. 60. Os artigos a seguir enumerados da Lei n.º
com antecedência mínima de trinta dias e ampla 6.015 de 31 de dezembro de 1973, passam a vigo-
divulgação, entre seus órgãos e filiados, do projeto rar a seguinte redação:
do estatuto.
Art. 114. (...) III - os atos constitutivos e os esta-
§ 2º Aplicam-se as disposições deste artigo ao par- tutos dos partidos políticos.
tido que, na data da publicação desta Lei:
I - tenha completado seu processo de organização
nos termos da legislação anterior e requerido o
registro definitivo;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 255
Art. 120. O registro das sociedades, fundações e 09
partidos políticos consistirá na declaração, feita Partido Trabalhista Cristão 22/02/1990 36
PTC
em livro, pelo oficial, do número de ordem, da
10
data da apresentação e da espécie do ato consti- Partido Social Cristão 29/03/1990 20
PSC
tutivo, com as seguintes indicações:
11 Partido da Mobilização
Parágrafo único. Para o registro dos partidos po- PMN Nacional
25/10/1990 33
líticos, serão obedecidos, além dos requisitos
deste artigo, os estabelecidos em lei específica. 12 Partido Republicano Pro-
29/10/1991 44
PRP gressista
Art. 61. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá ins-
truções para a fiel execução desta Lei. 13
Partido Popular Socialista 19/03/1992 23
PPS
Art. 62. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
14
blicação. Partido Verde 30/09/1993 43
PV

15 Partido Trabalhista do
11/10/1994 70
PTdoB Brasil

16
Partido Progressista 16/11/1995 11
PP

17 Partido Socialista dos


19/12/1995 16
PSTU Trabalhadores Unificado

18 Partido Comunista Brasi-


09/05/1996 21
PCB leiro

19 Partido Renovador Traba-


18/02/1997 28
PRTB lhista Brasileiro

20 Partido Humanista da
20/03/1997 31
PHS Solidariedade

21 Partido Social Democrata


05/08/1997 27
PSDC Cristão

22
Partido da Causa Operária 30/09/1997 29
PCO
Lista de Partidos Políticos (07/01/2017)
23 Partido Trabalhista Nacio-
02/10/1997 19
PTN nal
Sigla Nome Fundação n.º
24
01 Partido do Movimento Partido Social Liberal 02/06/1998 17
30/06/1981 15 PSL
PMDB Democrático Brasileiro
25 Partido Republicano Brasi-
02 Partido Trabalhista Brasi- 25/08/2005 10
03/11/1981 14 PRB leiro
PTB leiro
26 Partido Socialismo e Li-
03 Partido Democrático 15/09/2005 50
10/11/1981 12 PSOL berdade
PDT Trabalhista
27
04 Partido da República 19/12/2006 22
Partido dos Trabalhadores 11/02/1982 13 PR
PT
28 Partido Social Democráti-
05 27/09/2011 55
Democratas 11/09/1986 25 PSD co
DEM
29
06 Partido Comunista do Partido Pátria Livre 04/10/2011 54
23/06/1988 65 PPL
PCdoB Brasil
30
07 Partido Socialista Brasilei- Partido Ecológico Nacional 19/06/2012 51
01/07/1988 40 PEN
PSB ro
31 Partido Republicano da
08 Partido da Social Demo- 24/09/2013 90
24/08/1989 45 PROS Ordem Social
PSDB cracia Brasileira

256 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
32
Art. 3º Será considerado eleito Prefeito o candida-
Solidariedade 24/09/2013 77 to que obtiver a maioria dos votos, não computa-
SD
dos os em branco e os nulos.
33
Partido Novo 15/09/2015 30
NOVO § 1º A eleição do Prefeito importará a do candidato
a Vice-Prefeito com ele registrado.
34
Rede Sustentabilidade 22/09/2015 18
REDE § 2º Nos Municípios com mais de duzentos mil
eleitores, aplicar-se-ão as regras estabelecidas nos
35 Partido da Mulher Brasi-
PMB leira
29/09/2015 35 §§ 1º a 3º do artigo anterior.
Art. 4º Poderá participar das eleições o partido
Lei das Eleições que, até um ano antes do pleito, tenha registrado
seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, con-
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 forme o disposto em lei, e tenha, até a data da
convenção, órgão de direção constituído na cir-
Estabelece normas para as eleições.
cunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.
Disposições Gerais
Art. 5º Nas eleições proporcionais, contam-se co-
Art. 1º As eleições para Presidente e Vice- mo válidos apenas os votos dados a candidatos
Presidente da República, Governador e Vice- regularmente inscritos e às legendas partidárias.
Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefei-
to e Vice-Prefeito, Senador, Deputado Federal, ❶ Sistema Majoritário
Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador
Presidente e Vice  Será eleito o candidato que obtiver
dar-se-ão, em todo o País, no primeiro domingo de a maioria absoluta dos votos válidos (50% + 1) no 1º
outubro do ano respectivo. turno ou, em 2º turno, o maior número de votos váli-
Parágrafo único. Serão realizadas simultaneamente dos, sendo a disputa entre os dois candidatos mais
as eleições: bem votados no 1º turno.
Governador e Vice  Será eleito o candidato que obti-
I - para Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
ver a maioria absoluta dos votos válidos (50% + 1) no
ca, Governador e Vice-Governador de Estado e do 1º turno ou, em 2º turno, o maior número de votos
Distrito Federal, Senador, Deputado Federal, De- válidos, sendo a disputa entre os dois candidatos mais
putado Estadual e Deputado Distrital; bem votados no 1º turno.
II - para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. Senador (e dois suplentes)  Será(ão) eleito(s) o(s)
candidato(s) com o maior número de votos válidos. São
Art. 2º Será considerado eleito o candidato a Presi-
representantes dos Estados e do DF (total de 81 Sena-
dente ou a Governador que obtiver a maioria abso- dores = 3 por Estado e DF), com mandato de 8 anos.
luta de votos, não computados os em branco e os
nulos. Prefeito e Vice  Em regra, será eleito o candidato com
o maior número de votos válidos. Nas cidades com
§ 1º Se nenhum candidato alcançar maioria absolu- mais de 200 mil eleitores, o candidato que obtiver a
ta na primeira votação, far-se-á nova eleição no maioria absoluta dos votos válidos (50% + 1) no 1º
último domingo de outubro, concorrendo os dois turno ou, em 2º turno, o maior número de votos váli-
candidatos mais votados, e considerando-se eleito dos, sendo a disputa entre os dois candidatos mais
o que obtiver a maioria dos votos válidos. votados no 1º turno.

§ 2º Se, antes de realizado o segundo turno, ocor- ❷ Sistema Proporcional


rer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescen- Eleitos computando-se os votos válidos, mas as "cadei-
tes, o de maior votação. ras" da casa legislativa são divididas entre os partidos
através de um cálculo chamado quociente partidário.
§ 3º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, Objetiva o exercício da democracia através do pluripar-
remanescer em segundo lugar mais de um candi- tidarismo.
dato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais Deputados Estaduais, Deputados Distritais (DF) e
idoso. Vereadores  As vagas da casa legislativa são divididas
§ 4º A eleição do Presidente importará a do candi- entre os partidos através do quociente partidário.
dato a Vice-Presidente com ele registrado, o mes-
mo se aplicando à eleição de Governador.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 257
Deputados Federais  As Vagas da Câmara dos Depu- Art. 86. Nas eleições presidenciais, a circunscrição
tados são distribuídas entre os Estados e o DF, levando- será o País; nas eleições federais e estaduais, o
se em conta a respectiva população (mínimo de 8 e Estado; e nas municipais, o respectivo município.
máximo de 70), sendo as mesmas divididas entre os (...)
partidos através do quociente partidário. Ao contrário
dos Senadores, os Deputados Federais são represen- ❶ Quociente Eleitoral
131
tantes do povo.
O quociente eleitoral define os partidos e/ou coliga-
ções que têm direito a ocupar as vagas em disputa nas
Código Eleitoral de 1965 eleições proporcionais, quais sejam: eleições para de-
putado federal, deputado estadual/distrital e vereador.
Art. 82. O sufrágio e universal e direto; o voto,
obrigatório e secreto. Código Eleitoral de 1965

Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividin-
para Prefeito e Vice-Prefeito, adotar-se-á o princí- do-se o número de votos válidos apurados pelo de
lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral,
pio majoritário.
desprezada a fração se igual ou inferior a meio,
Art. 84. A eleição para a Câmara dos Deputados, equivalente a um, se superior.
Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, Fórmula  Quociente eleitoral (QE) = número de votos
obedecerá ao princípio da representação proporci- válidos dividido pelo número de vagas.
onal na forma desta lei.
Exemplo: Numa eleição municipal, em que a Câmara
Art. 85. A eleição para deputados federais, senado- de Vereadores possua 15 vagas:
res e suplentes, presidente e vice-presidente da Partido A - 2.900**
República, governadores, vice-governadores e de-
putados estaduais far-se-á, simultaneamente, em Partido B - 2.350**
todo o País. Partido C - 550**
Coligação D - 3.250**
Votos em Branco - 300
131
55ª Legislatura (2015-2019)  513 Deputados Federais
Quantidade de Deputados Votos Nulos - 250
08 - Acre Total de Votos = 9.600
09 - Alagoas
** Votos Nominais + Votos de Legenda
08 - Amazonas
08 - Amapá Total de Votos Válidos = 9.050
39 - Bahia
Vagas a Preencher = 15
22 - Ceará
08 - Distrito Federal QE = 9.050 / 15 = 603,3333333333 (...)  QE = 603
10 - Espírito Santo Logo, apenas os partidos A e B, e a coligação D, conse-
17 - Goiás guiram atingir o quociente eleitoral e terão direito a
18 - Maranhão preencher as vagas disponíveis.
53 - Minas Gerais
Código Eleitoral de 1965
08 - Mato Grosso do Sul
08 - Mato Grosso Art. 111. Se nenhum Partido ou coligação alcançar o
17 - Pará quociente eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até se-
12 - Paraíba rem preenchidos todos os lugares, os candidatos
25 - Pernambuco mais votados.
10 - Piauí
30 - Paraná ❷ Quociente Partidário
46 - Rio de Janeiro O quociente partidário define o número inicial de vagas
08 - Rio Grande do Norte que caberá a cada partido ou coligação que tenham
08 - Rondônia alcançado o quociente eleitoral.
08 - Roraima
31 - Rio Grande do Sul
16 - Santa Catarina
08 - Sergipe
70 - São Paulo
08 - Tocantins

258 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o
Código Eleitoral de 1965
candidato mais idoso.
Art. 107. Determina-se para cada partido ou coliga-
ção o quociente partidário, dividindo-se pelo quoci- Coligações
ente eleitoral o número de votos válidos dados sob a
mesma legenda ou coligação de legendas, despre- Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da
zada a fração. mesma circunscrição, celebrar coligações para elei-
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos regis-
ção majoritária, proporcional, ou para ambas,
trados por um partido ou coligação que tenham ob- podendo, neste último caso, formar-se mais de
tido votos em número igual ou superior a 10% (dez uma coligação para a eleição proporcional dentre
por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o os partidos que integram a coligação para o pleito
respectivo quociente partidário indicar, na ordem da majoritário.
votação nominal que cada um tenha recebido.
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em ra- Comentário  Assegura aos partidos políticos autono-
zão da exigência de votação nominal mínima a que mia para adotar os critérios de escolha e o regime de
se refere o caput serão distribuídos de acordo com suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de
as regras do art. 109. vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal. (Artigo 17 § 1º da
Fórmula  Quociente Partidário (QP) = (número de Constituição Federal de 1988 com redação dada pela
votos válidos do partido ou coligação) / (quociente EC n.º 52/2006)
eleitoral)
Exemplo: Resolução do TSE n.º 22.580/2007  A formação de
coligação constitui faculdade atribuída aos partidos
Partido A - QPA = 2.900 / 603 = 4,809286 = 4
políticos para a disputa do pleito, conforme prevê o art.
Partido B - QPB = 2.350 / 603 = 3,897180 = 3 6º caput da Lei n.º 9.504/1997, tendo a sua existência
Coligação D - QPD = 3.250 / 603 = 5,389718 = 5 caráter temporário e restrita ao processo eleitoral.

Vagas preenchidas por Quociente Partidário = 12 Comentário  O partido que não celebrou coligação
Saldo = 3 para a eleição majoritária pode celebrar coligação pro-
porcional com partidos que, entre si, tenham formado
❸ Saldo de Vagas coligação majoritária. (Acórdão do TSE de 07/10/2010
no Respe. n.º 461.646)
Código Eleitoral de 1965
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação § 1º A coligação terá denominação própria, que
dos quocientes partidários e em razão da exigência de poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos
votação nominal mínima a que se refere o art. 108 que a integram, sendo a ela atribuídas as prerro-
serão distribuídos de acordo com as seguintes regras: gativas e obrigações de partido político no que se
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar
cada partido ou coligação pelo número de lugares defi- como um só partido no relacionamento com a Jus-
nido para o partido pelo cálculo do quociente partidário tiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidá-
do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou coligação rios.
que apresentar a maior média um dos lugares a preen-
cher, desde que tenha candidato que atenda à exigên- § 1º-A. A denominação da coligação não poderá
cia de votação nominal mínima; coincidir, incluir ou fazer referência a nome ou
número de candidato, nem conter pedido de voto
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a
preencher;
para partido político. (Incluído pela Lei n.º 12.034
de 2009)
III - quando não houver mais partidos ou coligações
com candidatos que atendam às duas exigências do § 2º Na propaganda para eleição majoritária, a
inciso I, as cadeiras serão distribuídas aos partidos coligação usará, obrigatoriamente, sob sua deno-
que apresentem as maiores médias. minação, as legendas de todos os partidos que a
§ 1º O preenchimento dos lugares com que cada parti-
integram; na propaganda para eleição proporcio-
do ou coligação for contemplado far-se-á segundo a nal, cada partido usará apenas sua legenda sob o
ordem de votação recebida por seus candidatos. nome da coligação.
§ 2º Somente poderão concorrer à distribuição dos
lugares os partidos ou as coligações que tiverem obtido
quociente eleitoral.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 259
I - na chapa da coligação, podem inscrever-se
Comentário  Dispensa da identificação da coligação e candidatos filiados a qualquer partido político de-
dos partidos que a integram na propaganda eleitoral
la integrante;
em inserções de 15 segundos no rádio. (Acórdão do
TSE de 22/08/2006 na RP n.º 1.004) II - o pedido de registro dos candidatos deve ser
subscrito pelos presidentes dos partidos coliga-
dos, por seus delegados, pela maioria dos mem-
bros dos respectivos órgãos executivos de direção
ou por representante da coligação, na forma do
inciso III;

Uma das quatro opções...


ou pelos presidentes dos partidos coligados...
ou por seus delegados...
ou pela maioria dos membros dos respectivos órgãos
executivos...
ou pelo representante da coligação...

III - os partidos integrantes da coligação devem


designar um representante, que terá atribuições
equivalentes às de presidente de partido político,
no trato dos interesses e na representação da co-
ligação, no que se refere ao processo eleitoral;
IV - a coligação será representada perante a Jus-
tiça Eleitoral pela pessoa designada na forma do
inciso III ou por delegados indicados pelos parti-
dos que a compõem, podendo nomear até:
a) três delegados perante o Juízo Eleitoral;
b) quatro delegados perante o Tribunal Regional
Eleitoral;
c) cinco delegados perante o Tribunal Superior
Eleitoral.
§ 4º O partido político coligado somente possui
legitimidade para atuar de forma isolada no pro-
cesso eleitoral quando questionar a validade da
própria coligação, durante o período compreendi-
do entre a data da convenção e o termo final do
prazo para a impugnação do registro de candida-
tos. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
§ 5º A responsabilidade pelo pagamento de multas
decorrentes de propaganda eleitoral é solidária
entre os candidatos e os respectivos partidos, não
alcançando outros partidos mesmo quando inte-
grantes de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei
n.º 12.891 de 2013)
Das Convenções para a Escolha de Candidatos
Art. 7º As normas para a escolha e substituição dos
candidatos e para a formação de coligações serão
§ 3º Na formação de coligações, devem ser obser-
estabelecidas no estatuto do partido, observadas
vadas, ainda, as seguintes normas:
as disposições desta Lei.

260 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Em caso de omissão do estatuto, caberá ao n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997, vencido o Senhor
órgão de direção nacional do partido estabelecer Ministro Ilmar Galvão, Vice-Presidente no exercício da
as normas a que se refere este artigo, publicando- Presidência. Ausente, justificadamente, neste julga-
as no Diário Oficial da União até cento e oitenta mento, o Senhor Ministro Marco Aurélio, Presidente."
dias antes das eleições.
§ 2º Se a convenção partidária de nível inferior se § 2º Para a realização das convenções de escolha
opuser, na deliberação sobre coligações, às diretri- de candidatos, os partidos políticos poderão usar
zes legitimamente estabelecidas pelo órgão de gratuitamente prédios públicos, responsabilizan-
direção nacional, nos termos do respectivo estatu- do-se por danos causados com a realização do
to, poderá esse órgão anular a deliberação e os evento.
atos dela decorrentes. (Redação dada pela Lei n.º Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato de-
12.034 de 2009) verá possuir domicílio eleitoral na respectiva cir-
§ 3º As anulações de deliberações dos atos decor- cunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano
rentes de convenção partidária, na condição acima antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo
estabelecida, deverão ser comunicadas à Justiça partido no mínimo seis meses antes da data da
Eleitoral no prazo de 30 (trinta) dias após a data eleição. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
limite para o registro de candidatos. (Redação
dada pela Lei n.º 12.034 de 2009) 1 ano antes do pleito  domicílio eleitoral na respecti-
va circunscrição
§ 4º Se, da anulação, decorrer a necessidade de
6 meses antes do pleito  filiação deferida pelo parti-
escolha de novos candidatos, o pedido de registro
do
deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos 10
(dez) dias seguintes à deliberação, observado o
Comentário  Prazo de filiação partidária igual ao de
disposto no art. 13. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de desincompatibilização para magistrados, membros dos
2009) tribunais de contas e do Ministério Público. (Resolu-
ções do TSE n.ºs 19.978/1997, 19.988/1997,
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substi- 20.539/1999, 22.012/2005, 22.015/2005, 22.095/2005
tuir candidato que for considerado inelegível, re- e Acórdão do TSE de 21/09/2006 no RO n.º 993)
nunciar ou falecer após o termo final do prazo do
registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido ou Resolução do TSE n.º 22.088/2005  Servidor da Justi-
cancelado. (...) ça Eleitoral deve se exonerar para cumprir o prazo legal
de filiação partidária, ainda que afastado do órgão de
Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a origem e pretenda concorrer em Estado diverso de seu
deliberação sobre coligações deverão ser feitas no domicílio profissional.
período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em
que se realizarem as eleições, lavrando-se a respec- Comentário  Inexigência de prévia filiação partidária do
tiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Elei- militar da ativa, bastando o pedido de registro de candi-
toral, publicada em vinte e quatro horas em qual- datura após escolha em convenção partidária. (Acórdão
quer meio de comunicação. (Redação dada pela Lei do TSE n.º 11.314/1990 e Resolução do TSE n.º
n.º 13.165 de 2015) 21.787/2004)

§ 1º Aos detentores de mandato de Deputado Fe-


Resoluções do TSE n.ºs 20.614/2000 e 20.615/2000 
deral, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos
Militar da reserva deve se filiar em 48 horas, ao passar
que tenham exercido esses cargos em qualquer para a inatividade, quando esta ocorrer após o prazo
período da legislatura que estiver em curso, é asse- limite de filiação partidária, mas antes da escolha em
gurado o registro de candidatura para o mesmo convenção.
cargo pelo partido a que estejam filiados.
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação
Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 2530-9/2001 de partidos após o prazo estipulado no caput, será
Decisão Liminar - Acórdão DJ 21/11/2003
132
considerada, para efeito de filiação partidária, a
data de filiação do candidato ao partido de origem.
"O Tribunal, por maioria, deferiu a medida cautelar
para suspender a eficácia do § 1º do artigo 8º da Lei

132
Posição em 10/01/2017 - Aguardando Julgamento
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=
ADIN&s1=2530&processo=2530
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 261
Do Registro de Candidatos § 5º No caso de as convenções para a escolha de
candidatos não indicarem o número máximo de
Código Eleitoral de 1965 candidatos previsto no caput, os órgãos de direção
Art. 89. Serão registrados: dos partidos respectivos poderão preencher as
vagas remanescentes até trinta dias antes do plei-
I - no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a to. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
presidente e vice-presidente da República;
Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justi-
II - nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos ça Eleitoral o registro de seus candidatos até as
a senador, deputado federal, governador e vice- dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em
governador e deputado estadual; que se realizarem as eleições. (Redação dada pela
III - nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador, Lei n.º 13.165 de 2015)
prefeito e vice-prefeito e juiz de paz. § 1º O pedido de registro deve ser instruído com
Art. 90. Somente poderão inscrever candidatos os os seguintes documentos:
partidos que possuam diretório devidamente regis-
trado na circunscrição em que se realizar a eleição. Instruções para escolha e registro de candidatos 
Exigência, além dos documentos elencados neste dis-
Art. 91. O registro de candidatos a presidente e positivo, dos seguintes: prova de desincompatibiliza-
vice-presidente, governador e vice-governador, ou ção, quando for o caso, e comprovante de escolarida-
prefeito e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa de, cuja falta pode ser suprida por declaração de pró-
única e indivisível, ainda que resulte a indicação de prio punho. (Artigo 24 IX da Resolução do TSE n.º
aliança de partidos. 20.993/2002, artigo 28 VII e VIII da Resolução do TSE
n.º 21.608/2004, artigo 25 IV e V da Resolução do TSE
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar n.º 22.156/2006 e artigo 29 IV e V da Resolução do TSE
candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câma- n.º 22.717/2008)
ra Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câ-
maras Municipais no total de até 150% (cento e I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;
cinquenta por cento) do número de lugares a pre-
encher, salvo: (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a
2015) deliberação sobre coligações deverão ser feitas no
período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em
I - nas unidades da Federação em que o número
que se realizarem as eleições, lavrando-se a respec-
de lugares a preencher para a Câmara dos Depu-
tiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Elei-
tados não exceder a doze, nas quais cada partido
toral, publicada em vinte e quatro horas em qual-
ou coligação poderá registrar candidatos a Depu-
quer meio de comunicação.
tado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital
no total de até 200% (duzentos por cento) das II - autorização do candidato, por escrito;
respectivas vagas; (Incluído pela Lei n.º 13.165 de
2015) III - prova de filiação partidária;

II - nos Municípios de até cem mil eleitores, nos IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;
quais cada coligação poderá registrar candidatos
no total de até 200% (duzentos por cento) do Comentário  Inexigibilidade de apresentação do Im-
posto de Renda. (Acórdão do TSE n.º 19.974/2002)
número de lugares a preencher. (Incluído pela Lei
n.º 13.165 de 2015)
Resolução do TSE n.º 21.295/2002  Publicidade dos
§ 1º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) dados da declaração de bens.
§ 2º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida
§ 3º Do número de vagas resultante das regras pelo cartório eleitoral, de que o candidato é elei-
previstas neste artigo, cada partido ou coligação tor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou
preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o transferência de domicílio no prazo previsto no
máximo de 70% (setenta por cento) para candida- art. 9º;
turas de cada sexo. (Redação dada pela Lei n.º
12.034 de 2009)
§ 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada
a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se
igual ou superior.
262 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato de- § 4º Na hipótese de o partido ou coligação não
verá possuir domicílio eleitoral na respectiva cir- requerer o registro de seus candidatos, estes pode-
cunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano rão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado o
antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo prazo máximo de quarenta e oito horas seguintes
partido no mínimo seis meses antes da data da à publicação da lista dos candidatos pela Justiça
eleição. Eleitoral. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de
2009)
VI - certidão de quitação eleitoral; § 5º Até a data a que se refere este artigo, os Tri-
bunais e Conselhos de Contas deverão tornar dis-
Provimento da CGE n.º 05/2004  O conceito de quita- poníveis à Justiça Eleitoral relação dos que tiveram
ção eleitoral reúne a plenitude do gozo dos direitos
suas contas relativas ao exercício de cargos ou fun-
políticos, o regular exercício do voto, salvo quando
facultativo, o atendimento a convocações da Justiça
ções públicas rejeitadas por irregularidade insaná-
Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a vel e por decisão irrecorrível do órgão competente,
inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, ressalvados os casos em que a questão estiver sen-
pela Justiça Eleitoral e não remitidas, excetuadas as do submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou
anistias legais, e a regular prestação de contas de cam- que haja sentença judicial favorável ao interessado.
panha eleitoral, quando se tratar de candidatos.
§ 6º A Justiça Eleitoral possibilitará aos interessa-
dos acesso aos documentos apresentados para os
VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos fins do disposto no § 1º. (Incluído pela Lei n.º
de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Esta- 12.034 de 2009)
dual;
§ 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá
VIII - fotografia do candidato, nas dimensões es- exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos
tabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para políticos, o regular exercício do voto, o atendimen-
efeito do disposto no § 1º do art. 59. to a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar
Art. 59. (...) § 1º A votação eletrônica será feita no os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de
número do candidato ou da legenda partidária, multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça
devendo o nome e fotografia do candidato e o no- Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de con-
me do partido ou a legenda partidária aparecer no tas de campanha eleitoral. (Incluído pela Lei n.º
painel da urna eletrônica, com a expressão desig- 12.034 de 2009)
nadora do cargo disputado no masculino ou femi- § 8º Para fins de expedição da certidão de que
nino, conforme o caso. trata o § 7º, considerar-se-ão quites aqueles
que: (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
I - condenados ao pagamento de multa, tenham,
até a data da formalização do seu pedido de re-
gistro de candidatura, comprovado o pagamento
ou o parcelamento da dívida regularmente cum-
prido; (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
II - pagarem a multa que lhes couber individual-
mente, excluindo-se qualquer modalidade de
responsabilidade solidária, mesmo quando im-
posta concomitantemente com outros candidatos
IX - propostas defendidas pelo candidato a Pre- e em razão do mesmo fato. (Incluído pela Lei n.º
feito, a Governador de Estado e a Presidente da 12.034 de 2009)
República. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) III - o parcelamento das multas eleitorais é direito
§ 2º A idade mínima constitucionalmente estabele- do cidadão, seja ele eleitor ou candidato, e dos
cida como condição de elegibilidade é verificada partidos políticos, podendo ser parceladas em
tendo por referência a data da posse, salvo quando até 60 (sessenta) meses, desde que não ultrapas-
fixada em dezoito anos, hipótese em que será afe- se o limite de 10% (dez por cento) de sua ren-
rida na data-limite para o pedido de registro. (Re- da. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
dação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 3º Caso entenda necessário, o Juiz abrirá prazo
de setenta e duas horas para diligências.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 263
§ 9º A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políti- com um dos nomes que indicou, será deferido o
cos, na respectiva circunscrição, até o dia 5 de ju- seu uso no registro, ficando outros candidatos
nho do ano da eleição, a relação de todos os de- impedidos de fazer propaganda com esse mesmo
vedores de multa eleitoral, a qual embasará a ex- nome;
pedição das certidões de quitação eleito-
III - ao candidato que, pela sua vida política, social
ral. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
ou profissional, seja identificado por um dado
§ 10. As condições de elegibilidade e as causas de nome que tenha indicado, será deferido o registro
inelegibilidade devem ser aferidas no momento da com esse nome, observado o disposto na parte
formalização do pedido de registro da candidatu- final do inciso anterior;
ra, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas,
IV - tratando-se de candidatos cuja homonímia
supervenientes ao registro que afastem a inelegibi-
não se resolva pelas regras dos dois incisos ante-
lidade. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
riores, a Justiça Eleitoral deverá notificá-los para
§ 11. A Justiça Eleitoral observará, no parcelamento que, em dois dias, cheguem a acordo sobre os
a que se refere o § 8º deste artigo, as regras de respectivos nomes a serem usados;
parcelamento previstas na legislação tributária
V - não havendo acordo no caso do inciso anteri-
federal. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
or, a Justiça Eleitoral registrará cada candidato
§ 12. (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 12.034 de com o nome e sobrenome constantes do pedido
2009) de registro, observada a ordem de preferência ali
definida.
§ 13. Fica dispensada a apresentação pelo partido,
coligação ou candidato de documentos produzidos § 2º A Justiça Eleitoral poderá exigir do candidato
a partir de informações detidas pela Justiça Eleito- prova de que é conhecido por determinada opção
ral, entre eles os indicados nos incisos III, V e VI do de nome por ele indicado, quando seu uso puder
§ 1º deste artigo. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de confundir o eleitor.
2013)
§ 3º A Justiça Eleitoral indeferirá todo pedido de
III - prova de filiação partidária; variação de nome coincidente com nome de can-
didato a eleição majoritária, salvo para candidato
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida que esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha
pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor exercido nos últimos quatro anos, ou que, nesse
na circunscrição ou requereu sua inscrição ou trans- mesmo prazo, tenha concorrido em eleição com o
ferência de domicílio no prazo previsto no art. 9º; nome coincidente.
VI - certidão de quitação eleitoral; § 4º Ao decidir sobre os pedidos de registro, a Jus-
tiça Eleitoral publicará as variações de nome defe-
Art. 12. O candidato às eleições proporcionais indi-
ridas aos candidatos.
cará, no pedido de registro, além de seu nome
completo, as variações nominais com que deseja § 5º A Justiça Eleitoral organizará e publicará, até
ser registrado, até o máximo de três opções, que trinta dias antes da eleição, as seguintes relações,
poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, para uso na votação e apuração:
nome abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais
conhecido, desde que não se estabeleça dúvida Resolução do TSE n.º 21.607/2004  Organização ape-
quanto à sua identidade, não atente contra o pu- nas de lista de candidatos em ordem alfabética, sem
dor e não seja ridículo ou irreverente, mencionan- prejuízo de os cartórios eleitorais manterem e divulga-
rem lista de candidatos organizada pelos números com
do em que ordem de preferência deseja registrar-
os quais concorrem.
se.
§ 1º Verificada a ocorrência de homonímia, a Justi- I - a primeira, ordenada por partidos, com a lista
ça Eleitoral procederá atendendo ao seguinte: dos respectivos candidatos em ordem numérica,
com as três variações de nome correspondentes a
I - havendo dúvida, poderá exigir do candidato
cada um, na ordem escolhida pelo candidato;
prova de que é conhecido por dada opção de no-
me, indicada no pedido de registro; II - a segunda, com o índice onomástico e organi-
zada em ordem alfabética, nela constando o no-
II - ao candidato que, na data máxima prevista pa-
me completo de cada candidato e cada variação
ra o registro, esteja exercendo mandato eletivo
de nome, também em ordem alfabética, seguidos
ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou
da respectiva legenda e número.
que nesse mesmo prazo se tenha candidatado
264 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substi-
tuir candidato que for considerado inelegível, re-
nunciar ou falecer após o termo final do prazo do
registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido ou
cancelado.

Comentário  O termo candidato neste artigo diz res-


trito àquele que postula a candidatura, e não ao candi-
dato com o registro deferido. (Acórdão do TSE n.º
23.848/2004)
II - os candidatos à Câmara dos Deputados con-
§ 1º A escolha do substituto far-se-á na forma es- correrão com o número do partido ao qual estive-
tabelecida no estatuto do partido a que pertencer rem filiados, acrescido de dois algarismos à direi-
o substituído, e o registro deverá ser requerido até ta;
10 (dez) dias contados do fato ou da notificação
do partido da decisão judicial que deu origem à
substituição. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de
2009)
§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato for
de coligação, a substituição deverá fazer-se por
decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos
de direção dos partidos coligados, podendo o subs-
tituto ser filiado a qualquer partido dela integrante,
desde que o partido ao qual pertencia o substituído
renuncie ao direito de preferência. III - os candidatos às Assembléias Legislativas e à
Câmara Distrital concorrerão com o número do
§ 3º Tanto nas eleições majoritárias como nas pro- partido ao qual estiverem filiados acrescido de
porcionais, a substituição só se efetivará se o novo três algarismos à direita;
pedido for apresentado até 20 (vinte) dias antes
do pleito, exceto em caso de falecimento de can-
didato, quando a substituição poderá ser efetivada
após esse prazo. (Redação dada pela Lei n.º 12.891
de 2013)
Art. 14. Estão sujeitos ao cancelamento do registro
os candidatos que, até a data da eleição, forem
expulsos do partido, em processo no qual seja
assegurada ampla defesa e sejam observadas as
normas estatutárias.
IV - o Tribunal Superior Eleitoral baixará resolução
Parágrafo único. O cancelamento do registro do sobre a numeração dos candidatos concorrentes
candidato será decretado pela Justiça Eleitoral, às eleições municipais.
após solicitação do partido.
Art. 15. A identificação numérica dos candidatos se
dará mediante a observação dos seguintes crité-
rios:
I - os candidatos aos cargos majoritários concor-
rerão com o número identificador do partido ao
qual estiverem filiados;

Comentário  Impossibilidade de registrar-se candida-


Comentário  Acréscimo de um algarismo à direita no
to a presidente da República, governador ou prefeito
caso de candidatos a senador. (Artigo 16 II da Resolu-
com número de outro partido integrante da coligação.
ção do TSE n.º 20.993/2002 e artigo 17 II da Resolução
(Resoluções do TSE n.ºs 21.728/2004 + 21.749/2004 +
do TSE n.º 22.156/2004)
21.757/2004 + 21.788/2004)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 265
§ 2º Os processos de registro de candidaturas te-
Eleições Municipais  Mesmas regras das eleições rão prioridade sobre quaisquer outros, devendo a
estaduais.
Justiça Eleitoral adotar as providências necessárias
para o cumprimento do prazo previsto no § 1º,
§ 1º Aos partidos fica assegurado o direito de man- inclusive com a realização de sessões extraordiná-
ter os números atribuídos à sua legenda na eleição rias e a convocação dos juízes suplentes pelos Tri-
anterior, e aos candidatos, nesta hipótese, o direito bunais, sem prejuízo da eventual aplicação do dis-
de manter os números que lhes foram atribuídos posto no art. 97 e de representação ao Conselho
na eleição anterior para o mesmo cargo. Nacional de Justiça. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de
§ 2º Aos candidatos a que se refere o § 1º do art. 2009)
8º, é permitido requerer novo número ao órgão de
direção de seu partido, independentemente do Art. 97. Poderá o candidato, partido ou coligação
sorteio a que se refere o § 2º do art. 100 da Lei n.º representar ao Tribunal Regional Eleitoral contra o
4.737 de 15 de julho de 1965133 - Código Eleitoral. Juiz Eleitoral que descumprir as disposições desta
Lei ou der causa ao seu descumprimento, inclusive
quanto aos prazos processuais; neste caso, ouvido
Comentário  O § 1º do artigo 8º está suspenso por
uma decisão liminar na Ação Direta de Inconstituciona-
o representado em vinte e quatro horas, o Tribunal
lidade n.º 2530-9/2001 (Decisão Liminar - Acórdão DJ ordenará a observância do procedimento que expli-
21/11/2003)
134 citar, sob pena de incorrer o Juiz em desobediência.
"O Tribunal, por maioria, deferiu a medida cautelar Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub
para suspender a eficácia do § 1º do artigo 8º da Lei judice poderá efetuar todos os atos relativos à
n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997, vencido o Senhor campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário
Ministro Ilmar Galvão, Vice-Presidente no exercício da
eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu
Presidência. Ausente, justificadamente, neste julga-
mento, o Senhor Ministro Marco Aurélio, Presidente." nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver
sob essa condição, ficando a validade dos votos a
ele atribuídos condicionada ao deferimento de
§ 3º Os candidatos de coligações, nas eleições majo-
seu registro por instância superior. (Incluído pela
ritárias, serão registrados com o número de legenda
Lei n.º 12.034 de 2009)
do respectivo partido e, nas eleições proporcionais,
com o número de legenda do respectivo partido Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo
acrescido do número que lhes couber, observado o partido ou coligação, dos votos atribuídos ao can-
disposto no parágrafo anterior. didato cujo registro esteja sub judice no dia da elei-
ção fica condicionado ao deferimento do registro
Art. 16. Até vinte dias antes da data das eleições, os
do candidato. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal
Superior Eleitoral, para fins de centralização e divul- Art. 16-B. O disposto no art. 16-A quanto ao direito
gação de dados, a relação dos candidatos às eleições de participar da campanha eleitoral, inclusive utili-
majoritárias e proporcionais, da qual constará obri- zar o horário eleitoral gratuito, aplica-se igualmen-
gatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que te ao candidato cujo pedido de registro tenha sido
concorrem. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de protocolado no prazo legal e ainda não tenha sido
2015) apreciado pela Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei
n.º 12.891 de 2013)
§ 1º Até a data prevista no caput, todos os pedidos
de registro de candidatos, inclusive os impugnados Da Arrecadação e da Aplicação de Recursos nas
e os respectivos recursos, devem estar julgados Campanhas Eleitorais
pelas instâncias ordinárias, e publicadas as decisões
Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão
a eles relativas. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou
2015) de seus candidatos, e financiadas na forma desta
Lei.
133
Código Eleitoral de 1965 Art. 17-A. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
Art. 100 § 2º As Convenções partidárias para escolha dos candi- Art. 18. Os limites de gastos de campanha, em cada
datos sortearão, por sua vez, em cada Estado e Município, os nú- eleição, são os definidos pelo Tribunal Superior
meros que devam corresponder a cada candidato.
134
Eleitoral com base nos parâmetros definidos em lei.
Posição em 10/01/2017 - Aguardando Julgamento
(Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=
ADIN&s1=2530&processo=2530

266 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) III - encerrar a conta bancária no final do ano da
eleição, transferindo a totalidade do saldo exis-
§ 2º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
tente para a conta bancária do órgão de direção
Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gas- indicado pelo partido, na forma prevista no art.
tos de cada campanha as despesas efetuadas pelos 31, e informar o fato à Justiça Eleitoral. (Incluído
candidatos e as efetuadas pelos partidos que pude- pela Lei n.º 13.165 de 2015)
rem ser individualizadas. (Incluído pela Lei n.º
13.165 de 2015) Art. 31. Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de
recursos financeiros, esta deve ser declarada na
Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos prestação de contas e, após julgados todos os re-
fixados para cada campanha acarretará o paga- cursos, transferida ao partido, obedecendo aos
mento de multa em valor equivalente a 100%
seguintes critérios: (...)
(cem por cento) da quantia que ultrapassar o limi-
te estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocor- § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos casos
rência de abuso do poder econômico. (Incluído de candidatura para Prefeito e Vereador em Muni-
pela Lei n.º 13.165 de 2015) cípios onde não haja agência bancária ou posto de
Art. 19. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) atendimento bancário. (Redação dada pela Lei n.º
13.165 de 2015)
Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, direta-
mente ou por intermédio de pessoa por ele desig- § 3º O uso de recursos financeiros para pagamen-
nada, a administração financeira de sua campanha tos de gastos eleitorais que não provenham da
usando recursos repassados pelo partido, inclusive conta específica de que trata o caput deste artigo
os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos implicará a desaprovação da prestação de contas
próprios ou doações de pessoas físicas, na forma do partido ou candidato; comprovado abuso de
estabelecida nesta Lei. (Redação dada pela Lei n.º poder econômico, será cancelado o registro da
13.165 de 2015) candidatura ou cassado o diploma, se já houver
sido outorgado. (Incluído pela Lei n.º 11.300 de
Art. 21. O candidato é solidariamente responsável 2006)
com a pessoa indicada na forma do art. 20 desta
Lei pela veracidade das informações financeiras e § 4º Rejeitadas as contas, a Justiça Eleitoral reme-
contábeis de sua campanha, devendo ambos assi- terá cópia de todo o processo ao Ministério Públi-
nar a respectiva prestação de contas. (Redação co Eleitoral para os fins previstos no art. 22 da Lei
dada pela Lei n.º 11.300 de 2006) Complementar n.º 64, de 18 de maio de 1990. (In-
cluído pela Lei 11.300/ 2006)
Art. 22. É obrigatório para o partido e para os can-
didatos abrir conta bancária específica para regis- Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990
trar todo o movimento financeiro da campanha.
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candi-
dato ou Ministério Público Eleitoral poderá repre-
Comentário  Obrigatoriedade de abertura da conta
bancária mesmo que não haja movimentação financei- sentar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Correge-
ra. (Acórdão do TSE de 21/03/2006 no Respe. n.º dor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando
25.306) provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
investigação judicial para apurar uso indevido, des-
§ 1º Os bancos são obrigados a: (Redação dada vio ou abuso do poder econômico ou do poder de
pela Lei n.º 12.891 de 2013) autoridade, ou utilização indevida de veículos ou
meios de comunicação social, em benefício de can-
I - acatar, em até três dias, o pedido de abertura
didato ou de partido político, obedecido o seguinte
de conta de qualquer candidato escolhido em
rito: (...)
convenção, sendo-lhes vedado condicioná-la a
depósito mínimo e à cobrança de taxas ou de Art. 22-A. Os candidatos estão obrigados à inscri-
outras despesas de manutenção; (Redação dada ção no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ.
pela Lei n.º 13.165 de 2015) (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
II - identificar, nos extratos bancários das contas § 1º Após o recebimento do pedido de registro da
correntes a que se refere o caput, o CPF ou o candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer em
CNPJ do doador. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de até 3 (três) dias úteis, o número de registro de
2013) CNPJ. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 267
§ 2º Cumprido o disposto no § 1º deste artigo e no I - cheques cruzados e nominais ou transferência
§ 1º do art. 22, ficam os candidatos autorizados a eletrônica de depósitos; (Incluído pela Lei n.º
promover a arrecadação de recursos financeiros e a 11.300 de 2006)
realizar as despesas necessárias à campanha eleito-
ral. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) Resolução do TSE n.º 22.494/2006  Nas doações de
dinheiro para campanhas eleitorais, feitas por meio
Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em eletrônico, via rede bancária, é dispensada a assinatura
dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campa- do doador desde que possa ser ele identificado no pró-
nhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei. prio documento bancário.
(Redação dada pela Lei n.º 12.034 de 2009)
II - depósitos em espécie devidamente identifica-
§ 1º As doações e contribuições de que trata este
dos até o limite fixado no inciso I do § 1º deste
artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos
artigo. (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006)
rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano
anterior à eleição. (Redação dada pela Lei n.º III - mecanismo disponível em sítio do candidato,
13.165 de 2015) partido ou coligação na internet, permitindo in-
clusive o uso de cartão de crédito, e que deverá
I - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela
II - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) Lei n.º 12.034 de 2009)
§ 1º-A O candidato poderá usar recursos próprios a) identificação do doador; (Incluído pela Lei n.º
em sua campanha até o limite de gastos estabele- 12.034 de 2009)
cido nesta Lei para o cargo ao qual concorre. (Inclu-
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para
ído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
cada doação realizada. (Incluído pela Lei n.º
§ 2º As doações estimáveis em dinheiro a candida- 12.034 de 2009)
to específico, comitê ou partido deverão ser feitas
§ 5º Ficam vedadas quaisquer doações em dinhei-
mediante recibo, assinado pelo doador, exceto na
ro, bem como de troféus, prêmios, ajudas de qual-
hipótese prevista no § 6º do art. 28. (Redação dada
quer espécie feitas por candidato, entre o registro
pela Lei n.º 12.891 de 2013)
e a eleição, a pessoas físicas ou jurídicas. (Incluído
Art. 28. (...) pela Lei n.º 11.300 de 2006)

§ 6º Ficam também dispensadas de comprovação § 6º Na hipótese de doações realizadas por meio


na prestação de contas: da internet, as fraudes ou erros cometidos pelo
doador sem conhecimento dos candidatos, parti-
I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ dos ou coligações não ensejarão a responsabilida-
4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa cedente; de destes nem a rejeição de suas contas eleito-
II - doações estimáveis em dinheiro entre candida- rais. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
tos ou partidos, decorrentes do uso comum tanto § 7º O limite previsto no § 1º não se aplica a doa-
de sedes quanto de materiais de propaganda elei- ções estimáveis em dinheiro relativas à utilização
toral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de bens móveis ou imóveis de propriedade do
de contas do responsável pelo pagamento da des- doador, desde que o valor estimado não ultrapasse
pesa. R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). (Redação dada
pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados
neste artigo sujeita o infrator ao pagamento de Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber
multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em direta ou indiretamente doação em dinheiro ou
excesso. estimável em dinheiro, inclusive por meio de publi-
cidade de qualquer espécie, procedente de:
§ 4º As doações de recursos financeiros somente
poderão ser efetuadas na conta mencionada no I - entidade ou governo estrangeiro;
art. 22 desta Lei por meio de: (Redação dada pela
II - órgão da administração pública direta e indire-
Lei n.º 11.300 de 2006)
ta ou fundação mantida com recursos provenien-
Art. 22. É obrigatório para o partido e para os can- tes do Poder Público;
didatos abrir conta bancária específica para regis- III - concessionário ou permissionário de serviço
trar todo o movimento financeiro da campanha. público;
(...)

268 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
IV - entidade de direito privado que receba, na Superior Eleitoral e pela Secretaria da Receita
condição de beneficiária, contribuição compulsó- Federal do Brasil. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de
ria em virtude de disposição legal; 2015)
V - entidade de utilidade pública; Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em
VI - entidade de classe ou sindical; dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campa-
nhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.
Comentário  Conquanto a legislação proíba a doação
§ 1º As doações e contribuições de que trata este
direta ou indireta, em dinheiro ou estimável em dinhei-
ro, por entidade de classe ou sindical, a utilização de
artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos
recursos financeiros em desacordo com o referido rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano
diploma não é suficiente, por si só, à caracterização de anterior à eleição.
abuso. (Acórdão do TSE de 24/06/2010 no RCED 745)
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral deverá consolidar
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba as informações sobre as doações registradas até
recursos do exterior. 31 de dezembro do exercício financeiro a ser apu-
rado, considerando: (Incluído pela Lei n.º 13.165
VIII - entidades beneficentes e religiosas; (Incluído de 2015)
pela Lei n.º 11.300 de 2006)
I - as prestações de contas anuais dos partidos po-
IX - entidades esportivas que recebam recursos líticos, entregues à Justiça Eleitoral até 30 de abril
públicos; (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006) do ano subsequente ao da apuração, nos termos
X - organizações não-governamentais que rece- do art. 32 da Lei n.º 9.096, de 19 de setembro de
bam recursos públicos; (Incluído pela Lei n.º 1995; (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
11.300 de 2006)
Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anual-
XI - organizações da sociedade civil de interesse mente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do
público. (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006) exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguin-
XII - (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 13.165 de te.
2015) § 1º O balanço contábil do órgão nacional será
§ 1º Não se incluem nas vedações de que trata enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos
este artigo as cooperativas cujos cooperados não estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos
sejam concessionários ou permissionários de ser- órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
viços públicos, desde que não estejam sendo bene- § 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente,
ficiadas com recursos públicos, observado o dispos- a publicação dos balanços na imprensa oficial, e,
to no art. 81. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de onde ela não exista, procede à afixação dos mes-
2015) mos no Cartório Eleitoral.
Art. 81. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) § 3º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 4º Os órgãos partidários municipais que não ha-
§ 2º (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
jam movimentado recursos financeiros ou arreca-
§ 3º (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) dado bens estimáveis em dinheiro ficam desobri-
§ 4º O partido ou candidato que receber recursos gados de prestar contas à Justiça Eleitoral, exigin-
provenientes de fontes vedadas ou de origem não do-se do responsável partidário, no prazo estipula-
identificada deverá proceder à devolução dos va- do no caput, a apresentação de declaração da au-
lores recebidos ou, não sendo possível a identifi- sência de movimentação de recursos nesse período.
cação da fonte, transferi-los para a conta única do § 5º A desaprovação da prestação de contas do
Tesouro Nacional. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de partido não ensejará sanção alguma que o impeça
2015) de participar do pleito eleitoral.
Art. 24-A. (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 13.165 de II - as prestações de contas dos candidatos às
2015) eleições ordinárias ou suplementares que tenham
Art. 24-B. (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 13.165 de ocorrido no exercício financeiro a ser apurado.
2015) (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
Art. 24-C. O limite de doação previsto no § 1º do
art. 23 será apurado anualmente pelo Tribunal
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 269
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, após a consolida- Art. 38. (...)
ção das informações sobre os valores doados e
apurados, encaminhá-las-á à Secretaria da Receita § 3º Os adesivos de que trata o caput deste artigo
Federal do Brasil até 30 de maio do ano seguinte poderão ter a dimensão máxima de 50 (cinquenta)
ao da apuração. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de centímetros por 40 (quarenta) centímetros.
2015)
II - propaganda e publicidade direta ou indireta,
§ 3º A Secretaria da Receita Federal do Brasil fará o por qualquer meio de divulgação, destinada a
cruzamento dos valores doados com os rendimen- conquistar votos;
tos da pessoa física e, apurando indício de excesso,
III - aluguel de locais para a promoção de atos de
comunicará o fato, até 30 de julho do ano seguinte
campanha eleitoral;
ao da apuração, ao Ministério Público Eleitoral,
que poderá, até o final do exercício financeiro, IV - despesas com transporte ou deslocamento de
apresentar representação com vistas à aplicação candidato e de pessoal a serviço das candidaturas;
da penalidade prevista no art. 23 e de outras san- (Redação dada pela Lei n.º 11.300 de 2006)
ções que julgar cabíveis. (Incluído pela Lei n.º V - correspondência e despesas postais;
13.165 de 2015)
VI - despesas de instalação, organização e funcio-
Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em namento de Comitês e serviços necessários às
dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campa- eleições;
nhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.(...)
VII - remuneração ou gratificação de qualquer es-
§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados pécie a pessoal que preste serviços às candidatu-
neste artigo sujeita o infrator ao pagamento de ras ou aos comitês eleitorais;
multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em
VIII - montagem e operação de carros de som, de
excesso.
propaganda e assemelhados;
Art. 25. O partido que descumprir as normas refe- IX - a realização de comícios ou eventos destina-
rentes à arrecadação e aplicação de recursos fixa- dos à promoção de candidatura; (Redação dada
das nesta Lei perderá o direito ao recebimento da pela Lei n.º 11.300 de 2006)
quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem
prejuízo de responderem os candidatos beneficia- X - produção de programas de rádio, televisão ou
dos por abuso do poder econômico. vídeo, inclusive os destinados à propaganda gra-
tuita;
Parágrafo único. A sanção de suspensão do repasse
de novas quotas do Fundo Partidário, por desa- XI - (Revogado pela Lei n.º 11.300 de 2006)
provação total ou parcial da prestação de contas do XII - realização de pesquisas ou testes pré-
candidato, deverá ser aplicada de forma proporci- eleitorais;
onal e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12
XIII - (Revogado pela Lei n.º 11.300 de 2006)
(doze) meses, ou por meio do desconto, do valor a
ser repassado, na importância apontada como irre- XIV - (Revogado pela Lei n.º 12.891 de 2013)
gular, não podendo ser aplicada a sanção de sus-
XV - custos com a criação e inclusão de sítios na
pensão, caso a prestação de contas não seja julga-
Internet;
da, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cin-
co) anos de sua apresentação. (Incluído pela Lei n.º XVI - multas aplicadas aos partidos ou candidatos
12.034 de 2009) por infração do disposto na legislação eleitoral.
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos XVII - produção de jingles, vinhetas e slogans para
a registro e aos limites fixados nesta Lei: (Redação propaganda eleitoral. (Incluído pela Lei n.º 11.300
dada pela Lei n.º 11.300 de 2006) de 2006)
I - confecção de material impresso de qualquer Parágrafo único. São estabelecidos os seguintes
natureza e tamanho, observado o disposto no § limites com relação ao total do gasto da campa-
3º do art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei n.º nha: (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
12.891 de 2013) I - alimentação do pessoal que presta serviços às
candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10% (dez
por cento); (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)

270 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte I - os recursos em dinheiro recebidos para finan-
por cento). (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013) ciamento de sua campanha eleitoral, em até 72
(setenta e duas) horas de seu recebimento; (In-
Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos,
cluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
em apoio a candidato de sua preferência, até a
quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a II - no dia 15 de setembro, relatório discriminan-
contabilização, desde que não reembolsados. do as transferências do Fundo Partidário, os re-
cursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro
Comentário  A Unidade Fiscal de Referência (Ufir), recebidos, bem como os gastos realizados. (Inclu-
instituída pela Lei n.º 8.383/1991, foi extinta pela MP ído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
n.º 1.973-67/2000, tendo sido sua última reedição (MP
n.º 2.176-79/2001) convertida na Lei n.º 10.522/2002, § 5º (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
e seu último valor estabelecido em R$ 1,0641.
§ 6º Ficam também dispensadas de comprovação
R$ 1,0641 x 1000 = R$ 1.064,10 na prestação de contas: (Incluído pela Lei n.º
12.891 de 2013)
Da Prestação de Contas
I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de
Art. 28. A prestação de contas será feita: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa ceden-
I - no caso dos candidatos às eleições majoritá- te; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
rias, na forma disciplinada pela Justiça Eleitoral; II - doações estimáveis em dinheiro entre candi-
datos ou partidos, decorrentes do uso comum
Resolução do TSE n.º 21.295/2002  Dispõe sobre a
tanto de sedes quanto de materiais de propa-
publicidade da prestação de contas.
ganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado
II - no caso dos candidatos às eleições proporcio- na prestação de contas do responsável pelo pa-
nais, de acordo com os modelos constantes do gamento da despesa. (Redação dada pela Lei n.º
Anexo desta Lei. 13.165 de 2015)

§ 1º As prestações de contas dos candidatos às § 7º As informações sobre os recursos recebidos a


eleições majoritárias serão feitas pelo próprio can- que se refere o § 4º deverão ser divulgadas com a
didato, devendo ser acompanhadas dos extratos indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doado-
das contas bancárias referentes à movimentação res e dos respectivos valores doados. (Incluído
dos recursos financeiros usados na campanha e da pela Lei n.º 13.165 de 2015)
relação dos cheques recebidos, com a indicação § 8º Os gastos com passagens aéreas efetuados
dos respectivos números, valores e emitentes. (Re- nas campanhas eleitorais serão comprovados me-
dação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) diante a apresentação de fatura ou duplicata emi-
§ 2º As prestações de contas dos candidatos às tida por agência de viagem, quando for o caso,
eleições proporcionais serão feitas pelo próprio desde que informados os beneficiários, as datas e
candidato. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de os itinerários, vedada a exigência de apresentação
2015) de qualquer outro documento para esse fim. (Inclu-
ído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 3º As contribuições, doações e as receitas de que
trata esta Lei serão convertidas em UFIR, pelo va- § 9º A Justiça Eleitoral adotará sistema simplifica-
lor desta no mês em que ocorrerem. do de prestação de contas para candidatos que
apresentarem movimentação financeira corres-
Comentário  A Unidade Fiscal de Referência (Ufir), pondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil
instituída pela Lei n.º 8.383/1991, foi extinta pela MP reais), atualizados monetariamente, a cada eleição,
n.º 1.973-67/2000, tendo sido sua última reedição (MP pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor -
n.º 2.176-79/2001) convertida na Lei n.º 10.522/2002, INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e seu último valor estabelecido em R$ 1,0641. e Estatística - IBGE ou por índice que o substituir.
(Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 4º Os partidos políticos, as coligações e os candi-
datos são obrigados, durante as campanhas elei- § 10. O sistema simplificado referido no § 9º deve-
torais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Elei- rá conter, pelo menos: (Incluído pela Lei n.º 13.165
toral para esse fim na rede mundial de computado- de 2015)
res (internet): (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 271
I - identificação das doações recebidas, com os § 4º No caso do disposto no § 3º, o órgão partidá-
nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os respec- rio da respectiva circunscrição eleitoral passará a
tivos valores recebidos; (Incluído pela Lei n.º responder por todas as dívidas solidariamente com
13.165 de 2015) o candidato, hipótese em que a existência do débi-
to não poderá ser considerada como causa para a
II - identificação das despesas realizadas, com os
rejeição das contas. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de
nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de ma-
2009)
terial e dos prestadores dos serviços realizados;
(Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade
das contas de campanha, decidindo: (Redação da-
III - registro das eventuais sobras ou dívidas de
da pela Lei n.º 12.034 de 2009)
campanha. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 11. Nas eleições para Prefeito e Vereador de Comentário  Não caracteriza bis in idem a rejeição
Municípios com menos de cinquenta mil eleitores, das contas de campanha e a aplicação da multa do art.
a prestação de contas será feita sempre pelo sis- 18 § 2º da Lei n.º 9.504/1997. (Acórdão do TSE n.º
tema simplificado a que se referem os §§ 9º e 10. 7.235/2007)
(Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) Comentário  O não pagamento de dívidas de campa-
§ 12. Os valores transferidos pelos partidos políti- nha até a apresentação das contas conduz a rejeição
cos oriundos de doações serão registrados na pres- das contas. (Acórdão do TSE n.º 4.523/2006)
tação de contas dos candidatos como transferência
dos partidos e, na prestação de contas dos parti- I - pela aprovação, quando estiverem regula-
dos, como transferência aos candidatos, sem indi- res; (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
vidualização dos doadores. (Incluído pela Lei n.º II - pela aprovação com ressalvas, quando verifi-
13.165 de 2015) cadas falhas que não lhes comprometam a regu-
Art. 29. Ao receber as prestações de contas e de- laridade; (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
mais informações dos candidatos às eleições majo- III - pela desaprovação, quando verificadas falhas
ritárias e dos candidatos às eleições proporcionais que lhes comprometam a regularidade; (Incluído
que optarem por prestar contas por seu intermé- pela Lei n.º 12.034 de 2009)
dio, os comitês deverão:
IV - pela não prestação, quando não apresenta-
I - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) das as contas após a notificação emitida pela Jus-
II - resumir as informações contidas na prestação tiça Eleitoral, na qual constará a obrigação ex-
de contas, de forma a apresentar demonstrativo pressa de prestar as suas contas, no prazo de se-
consolidado das campanhas; (Redação dada pela tenta e duas horas. (Incluído pela Lei n.º 12.034
Lei n.º 13.165 de 2015) de 2009)

III - encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo § 1º A decisão que julgar as contas dos candidatos
dia posterior à realização das eleições, o conjun- eleitos será publicada em sessão até três dias an-
to das prestações de contas dos candidatos e do tes da diplomação. (Redação dada pela Lei n.º
próprio comitê, na forma do artigo anterior, res- 13.165 de 2015)
salvada a hipótese do inciso seguinte; § 2º Erros formais e materiais corrigidos não auto-
rizam a rejeição das contas e a cominação de san-
IV - havendo segundo turno, encaminhar a pres-
ção a candidato ou partido.
tação de contas, referente aos 2 (dois) turnos,
até o vigésimo dia posterior à sua realização. § 2º-A. Erros formais ou materiais irrelevantes no
(Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) conjunto da prestação de contas, que não com-
§ 1º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015) prometam o seu resultado, não acarretarão a rejei-
ção das contas. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de
§ 2º A inobservância do prazo para encaminha- 2009)
mento das prestações de contas impede a diplo-
mação dos eleitos, enquanto perdurar. § 3º Para efetuar os exames de que trata este arti-
go, a Justiça Eleitoral poderá requisitar técnicos do
§ 3º Eventuais débitos de campanha não quitados Tribunal de Contas da União, dos Estados, do Dis-
até a data de apresentação da prestação de contas trito Federal ou dos Municípios, pelo tempo que for
poderão ser assumidos pelo partido político, por necessário.
decisão do seu órgão nacional de direção partidá-
ria. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
272 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 4º Havendo indício de irregularidade na presta- § 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de
ção de contas, a Justiça Eleitoral poderá requisitar recursos, para fins eleitorais, será negado diploma
do candidato as informações adicionais necessá- ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorga-
rias, bem como determinar diligências para a do. (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006)
complementação dos dados ou o saneamento das
§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas
falhas. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
em representações propostas com base neste arti-
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pe- go será de 3 (três) dias, a contar da data da publi-
los candidatos caberá recurso ao órgão superior da cação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído
Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar pela Lei n.º 12.034 de 2009)
da publicação no Diário Oficial. (Redação dada pela
Art. 31. Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de
Lei n.º 13.165 de 2015)
recursos financeiros, esta deve ser declarada na
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá re- prestação de contas e, após julgados todos os re-
curso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, cursos, transferida ao partido, obedecendo aos
nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4º do seguintes critérios: (Redação dada pela Lei n.º
art. 121 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei 12.891 de 2013)
n.º 12.034 de 2009)
I - no caso de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito
Constituição Federal de 1988 e Vereador, esses recursos deverão ser transferi-
dos para o órgão diretivo municipal do partido
Art. 121. (...) § 4º Das decisões dos Tribunais Regi- na cidade onde ocorreu a eleição, o qual será
onais Eleitorais somente caberá recurso quando: responsável exclusivo pela identificação desses
I - forem proferidas contra disposição expressa recursos, sua utilização, contabilização e respecti-
desta Constituição ou de lei; va prestação de contas perante o juízo eleitoral
correspondente; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2013)
dois ou mais tribunais eleitorais;
II - no caso de candidato a Governador, Vice-
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos proces- Governador, Senador, Deputado Federal e Depu-
sos judiciais pendentes. (Incluído pela Lei n.º tado Estadual ou Distrital, esses recursos deverão
12.034 de 2009) ser transferidos para o órgão diretivo regional do
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação partido no Estado onde ocorreu a eleição ou no
poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de Distrito Federal, se for o caso, o qual será respon-
15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e sável exclusivo pela identificação desses recursos,
indicando provas, e pedir a abertura de investiga- sua utilização, contabilização e respectiva presta-
ção judicial para apurar condutas em desacordo ção de contas perante o Tribunal Regional Eleito-
com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e ral correspondente; (Incluído pela Lei n.º 12.891
gastos de recursos. (Redação dada pela Lei n.º de 2013)
12.034 de 2009) III - no caso de candidato a Presidente e Vice-
§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se- Presidente da República, esses recursos deverão
á o procedimento previsto no art. 22 da Lei Com- ser transferidos para o órgão diretivo nacional do
plementar n.º 64, de 18 de maio de 1990, no que partido, o qual será responsável exclusivo pela
couber. (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006) identificação desses recursos, sua utilização, con-
tabilização e respectiva prestação de contas pe-
Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990 rante o Tribunal Superior Eleitoral; (Incluído pela
Lei n.º 12.891 de 2013)
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candida-
to ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à IV - o órgão diretivo nacional do partido não po-
Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou derá ser responsabilizado nem penalizado pelo
Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios descumprimento do disposto neste artigo por
e circunstâncias e pedir abertura de investigação judi- parte dos órgãos diretivos municipais e regio-
cial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do nais. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
poder econômico ou do poder de autoridade, ou utili-
zação indevida de veículos ou meios de comunicação
social, em benefício de candidato ou de partido políti-
co, obedecido o seguinte rito: (...)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 273
Parágrafo único. As sobras de recursos financeiros § 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio regis-
de campanha serão utilizadas pelos partidos polí- tro das informações de que trata este artigo sujeita
ticos, devendo tais valores ser declarados em suas os responsáveis a multa no valor de cinqüenta mil
prestações de contas perante a Justiça Eleitoral, a cem mil UFIR.
com a identificação dos candidatos. (Redação dada
§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui
pela Lei n.º 12.034 de 2009)
crime, punível com detenção de seis meses a um
Art. 32. Até cento e oitenta dias após a diplomação, ano e multa no valor de cinquenta mil a cem mil
os candidatos ou partidos conservarão a documen- UFIR.
tação concernente as suas contas.
§ 5º É vedada, no período de campanha eleitoral, a
Parágrafo único. Estando pendente de julgamento realização de enquetes relacionadas ao processo
qualquer processo judicial relativo às contas, a do- eleitoral. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
cumentação a elas concernente deverá ser conser-
Art. 34. (Vetado)
vada até a decisão final.
§ 1º Mediante requerimento à Justiça Eleitoral, os
Das Pesquisas e Testes Pré-Eleitorais
partidos poderão ter acesso ao sistema interno de
Art. 33. As entidades e empresas que realizarem controle, verificação e fiscalização da coleta de
pesquisas de opinião pública relativas às eleições dados das entidades que divulgaram pesquisas de
ou aos candidatos, para conhecimento público, são opinião relativas às eleições, incluídos os referentes
obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto à à identificação dos entrevistadores e, por meio de
Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulga- escolha livre e aleatória de planilhas individuais,
ção, as seguintes informações: mapas ou equivalentes, confrontar e conferir os
dados publicados, preservada a identidade dos
I - quem contratou a pesquisa;
respondentes.
II - valor e origem dos recursos despendidos no
§ 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo
trabalho;
ou qualquer ato que vise a retardar, impedir ou
III - metodologia e período de realização da pes- dificultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui
quisa; crime, punível com detenção, de seis meses a um
IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, ano, com a alternativa de prestação de serviços à
idade, grau de instrução, nível econômico e área comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor
física de realização do trabalho a ser executado, de dez mil a vinte mil UFIR.
intervalo de confiança e margem de er- § 3º A comprovação de irregularidade nos dados
ro; (Redação dada pela Lei n.º 12.891 de 2013) publicados sujeita os responsáveis às penas menci-
V - sistema interno de controle e verificação, con- onadas no parágrafo anterior, sem prejuízo da
ferência e fiscalização da coleta de dados e do obrigatoriedade da veiculação dos dados corretos
trabalho de campo; no mesmo espaço, local, horário, página, caracte-
res e outros elementos de destaque, de acordo
VI - questionário completo aplicado ou a ser apli- com o veículo usado.
cado;
Art. 35. Pelos crimes definidos nos arts. 33, § 4º e
VII - nome de quem pagou pela realização do tra- 34, §§ 2º e 3º, podem ser responsabilizados pe-
balho e cópia da respectiva nota fiscal. (Redação nalmente os representantes legais da empresa ou
dada pela Lei n.º 12.891 de 2013) entidade de pesquisa e do órgão veiculador.
§ 1º As informações relativas às pesquisas serão
Art. 33. (...) § 4º A divulgação de pesquisa fraudu-
registradas nos órgãos da Justiça Eleitoral aos quais
lenta constitui crime, punível com detenção de seis
compete fazer o registro dos candidatos.
meses a um ano e multa no valor de cinquenta mil
§ 2º A Justiça Eleitoral afixará no prazo de vinte e a cem mil UFIR.
quatro horas, no local de costume, bem como
Art. 34. (...) § 2º O não-cumprimento do disposto
divulgará em seu sítio na internet, aviso comuni-
neste artigo ou qualquer ato que vise a retardar,
cando o registro das informações a que se refere
impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos parti-
este artigo, colocando-as à disposição dos partidos
dos constitui crime, punível com detenção, de seis
ou coligações com candidatos ao pleito, os quais a
meses a um ano, com a alternativa de prestação de
elas terão livre acesso pelo prazo de 30 (trinta)
serviços à comunidade pelo mesmo prazo, e multa
dias. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de 2009)
no valor de dez mil a vinte mil UFIR.
274 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 34. (...) § 3º A comprovação de irregularidade § 5º A comprovação do cumprimento das deter-
nos dados publicados sujeita os responsáveis às minações da Justiça Eleitoral relacionadas a propa-
penas mencionadas no parágrafo anterior, sem ganda realizada em desconformidade com o dis-
prejuízo da obrigatoriedade da veiculação dos da- posto nesta Lei poderá ser apresentada no Tribu-
dos corretos no mesmo espaço, local, horário, pá- nal Superior Eleitoral, no caso de candidatos a Pre-
gina, caracteres e outros elementos de destaque, sidente e Vice-Presidente da República, nas sedes
de acordo com o veículo usado. dos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais, no
caso de candidatos a Governador, Vice-
Art. 35-A. (Declarado Inconstitucional) Governador, Deputado Federal, Senador da Repú-
blica, Deputados Estadual e Distrital, e, no Juízo
Julgamento Final  Acórdão DJ 23/02/2007 - ADIN Eleitoral, na hipótese de candidato a Prefeito, Vice-
3.741-2 Prefeito e Vereador. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de
2009)
Da Propaganda Eleitoral em Geral
Comentário  Não incidência da penalidade prevista
Súmula do TSE n.º 18  Conquanto investido de poder neste parágrafo, em caso de veiculação de informativo,
de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de no qual o parlamentar divulga suas realizações em
ofício, instaurar procedimento com a finalidade de período anterior àquele da eleição. (Acórdão do TSE de
impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral 15/03/2007 no REspe n.º 26.251)
em desacordo com a Lei n.º 9.504/1997.
Comentário  “[...] a propaganda feita por meio de
Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permiti- outdoor já sinaliza o prévio conhecimento do beneficiá-
da após o dia 15 de agosto do ano da eleição. (Re- rio”. (Acórdão do TSE de 17/05/2007 no REspe n.º
dação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) 26.262)

Comentário  É possível a aplicação da multa prevista


Comentário  A configuração de propaganda eleitoral
no art. 36 da Lei n.º 9.504/1997, no caso da realização
antecipada independe da distância temporal entre o
de propaganda antecipada veiculada em programa
ato impugnado e a data das eleições ou das conven-
partidário. (Acórdão do TSE de 16/10/2007 no AG n.º
ções partidárias de escolha dos candidatos. (Acórdão
7.763 e de 15/05/2007 no AG n.º 6.204)
do TSE de 06/04/2010 na RP n.º 1.406)
Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral
§ 1º Ao postulante a candidatura a cargo eletivo é
antecipada, desde que não envolvam pedido explí-
permitida a realização, na quinzena anterior à es-
cito de voto, a menção à pretensa candidatura, a
colha pelo partido, de propaganda intrapartidária
exaltação das qualidades pessoais dos pré-
com vista à indicação de seu nome, vedado o uso
candidatos e os seguintes atos, que poderão ter
de rádio, televisão e outdoor.
cobertura dos meios de comunicação social, inclu-
§ 2º No segundo semestre do ano da eleição, não sive via internet: (Redação dada pela Lei n.º 13.165
será veiculada a propaganda partidária gratuita de 2015)
prevista em lei nem permitido qualquer tipo de
I - a participação de filiados a partidos políticos ou
propaganda política paga no rádio e na televisão.
de pré-candidatos em entrevistas, programas, en-
§ 3º A violação do disposto neste artigo sujeitará o contros ou debates no rádio, na televisão e na in-
responsável pela divulgação da propaganda e, ternet, inclusive com a exposição de plataformas
quando comprovado o seu prévio conhecimento, o e projetos políticos, observado pelas emissoras de
beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco rádio e de televisão o dever de conferir tratamen-
mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), to isonômico; (Redação dada pela Lei n.º 12.891
ou ao equivalente ao custo da propaganda, se este de 2013)
for maior. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de
II - a realização de encontros, seminários ou con-
2009)
gressos, em ambiente fechado e a expensas dos
§ 4º Na propaganda dos candidatos a cargo majori- partidos políticos, para tratar da organização dos
tário deverão constar, também, os nomes dos can- processos eleitorais, discussão de políticas públi-
didatos a vice ou a suplentes de senador, de modo cas, planos de governo ou alianças partidárias vi-
claro e legível, em tamanho não inferior a 30% sando às eleições, podendo tais atividades ser di-
(trinta por cento) do nome do titular. (Redação vulgadas pelos instrumentos de comunicação in-
dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) trapartidária; (Redação dada pela Lei n.º 12.891
de 2013)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 275
III - a realização de prévias partidárias e a respec- Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou
tiva distribuição de material informativo, a divul- permissão do poder público, ou que a ele perten-
gação dos nomes dos filiados que participarão da çam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de
disputa e a realização de debates entre os pré- iluminação pública, sinalização de tráfego, viadu-
candidatos; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de tos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros
2015) equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de
propaganda de qualquer natureza, inclusive picha-
IV - a divulgação de atos de parlamentares e de-
ção, inscrição a tinta e exposição de placas, estan-
bates legislativos, desde que não se faça pedido
dartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelha-
de votos; (Redação dada pela Lei n.º 12.891 de
dos. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
2013)
V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre Resolução do TSE n.º 22.303/2006  Proibição de pro-
questões políticas, inclusive nas redes soci- paganda eleitoral de qualquer natureza em veículos
ais. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015) automotores prestadores de serviços públicos, tais
como os ônibus de transporte coletivo urbano.
VI - a realização, a expensas de partido político,
de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de ve- Comentário  Proibição de distribuição de panfletos
ículo ou meio de comunicação ou do próprio par- com propaganda eleitoral em escola pública. (Acórdão
tido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, do TSE de 14/08/2007 no REspe n.º 25.682)
objetivos e propostas partidárias. (Incluído pela
Lei n.º 13.165 de 2015) Comentário  Aplicação desta regra aos estabeleci-
mentos prisionais e unidades de internação de adoles-
§ 1º É vedada a transmissão ao vivo por emissoras centes, permitido acesso à propaganda veiculada no
de rádio e de televisão das prévias partidárias, sem horário eleitoral gratuito, no rádio, televisão e impren-
prejuízo da cobertura dos meios de comunicação sa escrita. (Acórdão do TSE de 12/08/2010 no PA n.º
social. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) 107.267)
§ 2º Nas hipóteses dos incisos I a VI do caput, são
permitidos o pedido de apoio político e a divulga-
ção da pré-candidatura, das ações políticas desen-
volvidas e das que se pretende desenvolver. (Inclu-
ído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica aos profissio-
nais de comunicação social no exercício da profis-
são. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
Art. 36-B. Será considerada propaganda eleitoral
antecipada a convocação, por parte do Presidente
da República, dos Presidentes da Câmara dos De-
putados, do Senado Federal e do Supremo Tribu-
nal Federal, de redes de radiodifusão para divul-
gação de atos que denotem propaganda política
ou ataques a partidos políticos e seus filiados ou § 1º A veiculação de propaganda em desacordo
instituições. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013) com o disposto no caput deste artigo sujeita o res-
ponsável, após a notificação e comprovação, à
Parágrafo único. Nos casos permitidos de convoca- restauração do bem e, caso não cumprida no pra-
ção das redes de radiodifusão, é vedada a utiliza- zo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais)
ção de símbolos ou imagens, exceto aqueles previs- a R$ 8.000,00 (oito mil reais). (Redação dada pela
tos no § 1º do art. 13 da Constituição Fede- Lei n.º 11.300 de 2006)
ral. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
§ 2º Em bens particulares, independe de obtenção
Constituição Federal de 1988 de licença municipal e de autorização da Justiça
Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral, des-
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da de que seja feita em adesivo ou papel, não exceda
República Federativa do Brasil. a 0,5 m² (meio metro quadrado) e não contrarie a
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às pe-
a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. nalidades previstas no § 1º. (Redação dada pela Lei
n.º 13.165 de 2015)

276 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º Nas dependências do Poder Legislativo, a § 2º Quando o material impresso veicular propa-
veiculação de propaganda eleitoral fica a critério ganda conjunta de diversos candidatos, os gastos
da Mesa Diretora. relativos a cada um deles deverão constar na res-
pectiva prestação de contas, ou apenas naquela
§ 4º Bens de uso comum, para fins eleitorais, são
relativa ao que houver arcado com os custos. (In-
os assim definidos pela Lei n.º 10.406, de 10 de
cluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
janeiro de 2002 - Código Civil e também aqueles a
que a população em geral tem acesso, tais como § 3º Os adesivos de que trata o caput deste artigo
cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, tem- poderão ter a dimensão máxima de 50 (cinquenta)
plos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade centímetros por 40 (quarenta) centíme-
privada. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) tros. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
§ 4º É proibido colar propaganda eleitoral em veí-
Comentário  O conceito de bem de uso comum, para culos, exceto adesivos microperfurados até a ex-
fins eleitorais, alcança os de propriedade privada de
tensão total do para-brisa traseiro e, em outras
livre acesso ao público. (Acórdãos do TSE n.ºs
2.124/2000, 2.125/2000, 21.241/2003, 21.891/2004,
posições, adesivos até a dimensão máxima fixada
25.263/2005) no § 3º. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
Art. 39. A realização de qualquer ato de propagan-
§ 5º Nas árvores e nos jardins localizados em áreas da partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou
públicas, bem como em muros, cercas e tapumes fechado, não depende de licença da polícia135.
divisórios, não é permitida a colocação de propa-
§ 1º O candidato, partido ou coligação promotora
ganda eleitoral de qualquer natureza, mesmo que
do ato fará a devida comunicação à autoridade
não lhes cause dano. (Incluído pela Lei n.º 12.034
policial em, no mínimo, vinte e quatro horas antes
de 2009)
de sua realização, a fim de que esta lhe garanta,
§ 6º É permitida a colocação de mesas para distri- segundo a prioridade do aviso, o direito contra
buição de material de campanha e a utilização de quem tencione usar o local no mesmo dia e horá-
bandeiras ao longo das vias públicas, desde que rio.
móveis e que não dificultem o bom andamento do
§ 2º A autoridade policial tomará as providências
trânsito de pessoas e veículos. (Redação dada pela
necessárias à garantia da realização do ato e ao
Lei n.º 12.891 de 2013)
funcionamento do tráfego e dos serviços públicos
§ 7º A mobilidade referida no § 6º estará caracteri- que o evento possa afetar.
zada com a colocação e a retirada dos meios de
§ 3º O funcionamento de alto-falantes ou amplifi-
propaganda entre as seis horas e as vinte e duas
cadores de som, ressalvada a hipótese contempla-
horas. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
da no parágrafo seguinte, somente é permitido
§ 8º A veiculação de propaganda eleitoral em bens entre as oito e as vinte e duas horas, sendo veda-
particulares deve ser espontânea e gratuita, sendo dos a instalação e o uso daqueles equipamentos
vedado qualquer tipo de pagamento em troca de em distância inferior a duzentos metros:
espaço para esta finalidade. (Incluído pela Lei n.º
I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo
12.034 de 2009)
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 38. Independe da obtenção de licença munici- Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e
pal e de autorização da Justiça Eleitoral a veicula- dos quartéis e outros estabelecimentos militares;
ção de propaganda eleitoral pela distribuição de
II - dos hospitais e casas de saúde;
folhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os
quais devem ser editados sob a responsabilidade III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e te-
do partido, coligação ou candidato. (Redação dada atros, quando em funcionamento.
pela Lei n.º 12.891 de 2013) § 4º A realização de comícios e a utilização de apa-
§ 1º Todo material impresso de campanha eleitoral relhagens de sonorização fixas são permitidas no
deverá conter o número de inscrição no Cadastro horário compreendido entre as 8 (oito) e as 24
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ ou o número de (vinte e quatro) horas, com exceção do comício de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF do encerramento da campanha, que poderá ser pror-
responsável pela confecção, bem como de quem a
contratou, e a respectiva tiragem. (Incluído pela Lei
n.º 12.034 de 2009) 135
Lei n.º 1.207 de 25 de outubro de 1950  Dispõe sobre o direito
de reunião.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 277
rogado por mais 2 (duas) horas. (Redação dada
pela Lei n.º 12.891 de 2013) Curiosidade  Em 2010 a política do Rio Grande do
Norte teve Sabrina Sato como cabo eleitoral na campa-
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis nha do namorado, o deputado federal Fábio Faria
com detenção, de seis meses a um ano, com a (PMN), que tenta a reeleição para a Câmara. A apre-
alternativa de prestação de serviços à comunidade sentadora e modelo causou alvoroço e nas rodas da
pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil política local Sabrina Sato chegou até a ganhar a alcu-
a quinze mil UFIR: nha de a "nova Tieta do Agreste". Na época, os adver-
sários políticos chegaram ingressar com processo pe-
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som rante o TRE/RN de infração à Lei n.º 9.504/1997 - uso
ou a promoção de comício ou carreata; de SHOWMICÍO - porém tudo acabou em pizza.

II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda


Resolução do TSE n.º 22.274/2006  Não é permitida,
de boca de urna; (Redação dada pela Lei n.º
em eventos fechados em propriedade privada, a pre-
11.300 de 2006) sença de artistas ou animadores nem a utilização de
III - a divulgação de qualquer espécie de propa- camisas e outros materiais que possam proporcionar
ganda de partidos políticos ou de seus candida- alguma vantagem ao eleitor.
tos. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de 2009)
§ 8º É vedada a propaganda eleitoral median-
§ 6º É vedada na campanha eleitoral a confecção,
te outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a
utilização, distribuição por comitê, candidato, ou
empresa responsável, os partidos, as coligações e
com a sua autorização, de camisetas, chaveiros,
os candidatos à imediata retirada da propaganda
bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quais-
irregular e ao pagamento de multa no valor de R$
quer outros bens ou materiais que possam propor-
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 15.000,00 (quinze
cionar vantagem ao eleitor. (Incluído pela Lei n.º
mil reais). (Redação dada pela Lei n.º 12.891 de
11.300 de 2006) 2013)
§ 7º É proibida a realização de showmício e de
evento assemelhado para promoção de candidatos, Resolução do TSE n.º 22.270/2006  Proibição de pai-
bem como a apresentação, remunerada ou não, de néis eletrônicos na propaganda eleitoral.
artistas com a finalidade de animar comício e reu-
nião eleitoral. (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006) § 9º Até as vinte e duas horas do dia que antecede
a eleição, serão permitidos distribuição de materi-
al gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro
de som que transite pela cidade divulgando jingles
ou mensagens de candidatos. (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009)
§ 9º-A. Considera-se carro de som, além do previs-
to no § 12, qualquer veículo, motorizado ou não,
ou ainda tracionado por animais, que transite di-
vulgando jingles ou mensagens de candidatos.
(Incluso pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 10. Fica vedada a utilização de trios elétricos em
campanhas eleitorais, exceto para a sonorização
de comícios. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)

Resolução do TSE n.º 22.267/2006  Possibilidade do


uso de telão e de palco fixo nos comícios. Proibição de
retransmissão de shows artísticos e de utilização de
trio elétrico.

§ 11. É permitida a circulação de carros de som e


minitrios como meio de propaganda eleitoral, des-
de que observado o limite de 80 (oitenta) decibéis
de nível de pressão sonora, medido a 7 (sete) me-
tros de distância do veículo, e respeitadas as ve-
dações previstas no § 3º deste artigo. (Incluído
pela Lei n.º 12.891 de 2013)
278 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º O funcionamento de alto-falantes ou amplifi- que sirvam, vedada a padronização do vestuá-
cadores de som, ressalvada a hipótese contempla- rio. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
da no parágrafo seguinte, somente é permitido
entre as oito e as vinte e duas horas, sendo veda-
dos a instalação e o uso daqueles equipamentos em
distância inferior a duzentos metros:
I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quar-
téis e outros estabelecimentos militares;
II - dos hospitais e casas de saúde;
III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e tea-
tros, quando em funcionamento.

§ 12. Para efeitos desta Lei, considera-se: (Incluído


pela Lei n.º 12.891 de 2013)
I - carro de som: veículo automotor que usa equi-
pamento de som com potência nominal de ampli-
ficação de, no máximo, 10.000 (dez mil)
§ 4º No dia do pleito, serão afixadas cópias deste
watts; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
artigo em lugares visíveis nas partes interna e ex-
II - minitrio: veículo automotor que usa equipa- terna das seções eleitorais. (Incluído pela Lei n.º
mento de som com potência nominal de amplifi- 12.034 de 2009)
cação maior que 10.000 (dez mil) watts e até
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbo-
20.000 (vinte mil) watts; (Incluído pela Lei n.º
los, frases ou imagens, associadas ou semelhantes
12.891 de 2013)
às empregadas por órgão de governo, empresa
III - trio elétrico: veículo automotor que usa equi- pública ou sociedade de economia mista constitui
pamento de som com potência nominal de ampli- crime, punível com detenção, de seis meses a um
ficação maior que 20.000 (vinte mil) ano, com a alternativa de prestação de serviços à
watts. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013) comunidade pelo mesmo período, e multa no valor
Art. 39-A. É permitida, no dia das eleições, a mani- de dez mil a vinte mil UFIR.
festação individual e silenciosa da preferência do
Resolução do TSE n.º 22.268/2006  Não há vedação
eleitor por partido político, coligação ou candidato, para o uso, na propaganda eleitoral, dos símbolos na-
revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, cionais, estaduais e municipais (bandeira, hino, cores),
broches, dísticos e adesivos. (Incluído pela Lei n.º sendo punível a utilização indevida nos termos da legis-
12.034 de 2009) lação de regência.
§ 1º É vedada, no dia do pleito, até o término do Comentário  A utilização de determinada cor durante
horário de votação, a aglomeração de pessoas a campanha eleitoral não se insere no conceito de sím-
portando vestuário padronizado, bem como os bolo, nos termos do art. 40 da Lei 9.504/1997. (Acór-
instrumentos de propaganda referidos no caput, dão do TSE de 15.5.2008 no REspe n.º 26.380)
de modo a caracterizar manifestação coletiva, com
ou sem utilização de veículos. (Incluído pela Lei n.º Art. 40-A. (Vetado) (Redação dada pela Lei n.º
12.034 de 2009) 11.300 de 2006)
§ 2º No recinto das seções eleitorais e juntas apu- Art. 40-B. A representação relativa à propaganda
radoras, é proibido aos servidores da Justiça Eleito- irregular deve ser instruída com prova da autoria
ral, aos mesários e aos escrutinadores o uso de ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso
vestuário ou objeto que contenha qualquer propa- este não seja por ela responsável. (Incluído pela Lei
ganda de partido político, de coligação ou de can- n.º 12.034 de 2009)
didato. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) Parágrafo único. A responsabilidade do candidato
§ 3º Aos fiscais partidários, nos trabalhos de vota- estará demonstrada se este, intimado da existên-
ção, só é permitido que, em seus crachás, constem cia da propaganda irregular, não providenciar, no
o nome e a sigla do partido político ou coligação a prazo de quarenta e oito horas, sua retirada ou
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 279
regularização e, ainda, se as circunstâncias e as Comentário  Promessas genéricas, sem objetivo de
peculiaridades do caso específico revelarem a im- satisfazer interesses individuais e privados, não atraem
possibilidade de o beneficiário não ter tido conhe- a incidência deste artigo. (Acórdão do TSE de
cimento da propaganda. (Incluído pela Lei n.º 16/09/2008 no RCED n.º 676)
12.034 de 2009)
Comentário  Para incidência da sanção prevista neste
Art. 41. A propaganda exercida nos termos da dispositivo, não se exige a aferição da potencialidade
legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa do fato para desequilibrar o pleito. (Acórdão do TSE de
nem cerceada sob alegação do exercício do poder 08/10/2009 no RO n.º 2.373)
de polícia ou de violação de postura municipal,
casos em que se deve proceder na forma prevista § 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é des-
no art. 40. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de necessário o pedido explícito de votos, bastando a
2009) evidência do dolo, consistente no especial fim de
agir. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
§ 1º O poder de polícia sobre a propaganda eleito-
ral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos § 2º As sanções previstas no caput aplicam-se con-
juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleito- tra quem praticar atos de violência ou grave ame-
rais. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) aça a pessoa, com o fim de obter-lhe o vo-
to. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
§ 2º O poder de polícia se restringe às providên-
cias necessárias para inibir práticas ilegais, vedada § 3º A representação contra as condutas vedadas
a censura prévia sobre o teor dos programas a no caput poderá ser ajuizada até a data da diplo-
serem exibidos na televisão, no rádio ou na inter- mação. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
net. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) § 4º O prazo de recurso contra decisões proferidas
136 com base neste artigo será de 3 (três) dias, a con-
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e
seus incisos, constitui captação de sufrágio, veda- tar da data da publicação do julgamento no Diário
da por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prome- Oficial. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
ter, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe Da Propaganda Eleitoral mediante outdoors
o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer na-
tureza, inclusive emprego ou função pública, desde Art. 42. (Revogado pela Lei n.º 11.300 de 2006)
o registro da candidatura até o dia da eleição, in- Da Propaganda Eleitoral na Imprensa
clusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil
Ufir, e cassação do registro ou do diploma, obser- Art. 43. São permitidas, até a antevéspera das
vado o procedimento previsto no art. 22 da Lei eleições, a divulgação paga, na imprensa escrita, e
Complementar n.º 64, de 18 de maio de 1990137. a reprodução na internet do jornal impresso, de
(Incluído pela Lei n.º 9.840 de 28/09/1999) até 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por
veículo, em datas diversas, para cada candidato, no
Comentário  Inexigência de que o ato tenha sido espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de
praticado diretamente pelo candidato, sendo suficiente página de jornal padrão e de 1/4 (um quarto) de
que haja participado ou com ele consentido. (Acórdãos página de revista ou tablóide. (Redação dada pela
do TSE n.ºs 19.566/2001, 1.229/2002, 696/2003, Lei n.º 12.034 de 2009)
21.264/2004, 21.792/2005 e 787/2005)
§ 1º Deverá constar do anúncio, de forma visível, o
Comentário  Admissibilidade da comprovação da valor pago pela inserção. (Incluído pela Lei n.º
captação ilícita de sufrágio por meio exclusivamente da 12.034 de 2009)
prova testemunhal. (Acórdão do TSE de 20/05/2010 no
REspe n.º 26.110) § 2º A inobservância do disposto neste artigo sujei-
ta os responsáveis pelos veículos de divulgação e os
Comentário  Para incidência desta norma, a promessa partidos, coligações ou candidatos beneficiados a
de vantagem pessoal deve se relacionar com o benefí- multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
cio a ser obtido concreta e individualmente por eleitor 10.000,00 (dez mil reais) ou equivalente ao da
determinado. (Acórdão do TSE de 06/04/2010 no RES- divulgação da propaganda paga, se este for maior.
PE n.º 35.770)
(Renumerado do parágrafo único pela Lei n.º
12.034 de 2009)
136
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e
aos limites fixados nesta Lei: (...)
137
Comentário  Investigação judicial prevista na Lei de Inelegibili-
dade - Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990.

280 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Da Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão VI - divulgar nome de programa que se refira a
candidato escolhido em convenção, ainda quando
Art. 44. A propaganda eleitoral no rádio e na tele-
preexistente, inclusive se coincidente com o nome
visão restringe-se ao horário gratuito definido nes-
do candidato ou com a variação nominal por ele
ta Lei, vedada a veiculação de propaganda paga.
adotada. Sendo o nome do programa o mesmo
§ 1º A propaganda eleitoral gratuita na televisão que o do candidato, fica proibida a sua divulga-
deverá utilizar a Linguagem Brasileira de Sinais - ção, sob pena de cancelamento do respectivo re-
LIBRAS ou o recurso de legenda, que deverão cons- gistro.
tar obrigatoriamente do material entregue às emis-
§ 1º A partir de 30 de junho do ano da eleição, é
soras. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
vedado, ainda, às emissoras transmitir programa
§ 2º No horário reservado para a propaganda elei- apresentado ou comentado por pré-candidato,
toral, não se permitirá utilização comercial ou sob pena, no caso de sua escolha na convenção
propaganda realizada com a intenção, ainda que partidária, de imposição da multa prevista no § 2º
disfarçada ou subliminar, de promover marca ou e de cancelamento do registro da candidatura do
produto. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) beneficiário; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
§ 3º Será punida, nos termos do § 1º do art. 37, a 2015)
emissora que, não autorizada a funcionar pelo § 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo único
poder competente, veicular propaganda eleitoral. do art. 55, a inobservância do disposto neste artigo
(Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) sujeita a emissora ao pagamento de multa no valor
de vinte mil a cem mil UFIR, duplicada em caso de
Art. 37. (...) reincidência.
§ 1º A veiculação de propaganda em desacordo
com o disposto no caput deste artigo sujeita o res- Art. 55. (...)
ponsável, após a notificação e comprovação, à Parágrafo Único. A inobservância do disposto neste
restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, artigo sujeita o partido ou coligação à perda de
a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a tempo equivalente ao dobro do usado na prática do
R$ 8.000,00 (oito mil reais). ilícito, no período do horário gratuito subsequente,
dobrada a cada reincidência, devendo o tempo
Art. 45. Encerrado o prazo para a realização das correspondente ser veiculado após o programa dos
convenções no ano das eleições, é vedado às demais candidatos com a informação de que a não
emissoras de rádio e televisão, em sua programa- veiculação do programa resulta de infração da lei
ção normal e em seu noticiário: (Redação dada eleitoral.
pela Lei n.º 13.165 de 2015)
I - transmitir, ainda que sob a forma de entrevista § 3º (Revogado pela Lei n.º 12.034 de 2009)
jornalística, imagens de realização de pesquisa ou § 4º Entende-se por trucagem todo e qualquer
qualquer outro tipo de consulta popular de natu- efeito realizado em áudio ou vídeo que degradar
reza eleitoral em que seja possível identificar o ou ridicularizar candidato, partido político ou coli-
entrevistado ou em que haja manipulação de da- gação, ou que desvirtuar a realidade e beneficiar
dos; ou prejudicar qualquer candidato, partido político
II - usar trucagem, montagem ou outro recurso de ou coligação. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem § 5º Entende-se por montagem toda e qualquer
ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, junção de registros de áudio ou vídeo que degradar
ou produzir ou veicular programa com esse efeito; ou ridicularizar candidato, partido político ou coli-
III - veicular propaganda política ou difundir opi- gação, ou que desvirtuar a realidade e beneficiar
nião favorável ou contrária a candidato, partido, ou prejudicar qualquer candidato, partido político
coligação, a seus órgãos ou representantes; ou coligação. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)

IV - dar tratamento privilegiado a candidato, par- § 6º É permitido ao partido político utilizar na pro-
tido ou coligação; paganda eleitoral de seus candidatos em âmbito
regional, inclusive no horário eleitoral gratuito, a
V - veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséri- imagem e a voz de candidato ou militante de par-
es ou qualquer outro programa com alusão ou crí- tido político que integre a sua coligação em âmbito
tica a candidato ou partido político, mesmo que nacional. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
dissimuladamente, exceto programas jornalísticos
ou debates políticos;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 281
Art. 46. Independentemente da veiculação de pro- § 4º O debate será realizado segundo as regras
paganda eleitoral gratuita no horário definido nes- estabelecidas em acordo celebrado entre os parti-
ta Lei, é facultada a transmissão por emissora de dos políticos e a pessoa jurídica interessada na
rádio ou televisão de debates sobre as eleições realização do evento, dando-se ciência à Justiça
majoritária ou proporcional, sendo assegurada a Eleitoral. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
participação de candidatos dos partidos com re-
§ 5º Para os debates que se realizarem no primeiro
presentação superior a nove Deputados, e facul-
turno das eleições, serão consideradas aprovadas
tada a dos demais, observado o seguinte: (Reda-
as regras, inclusive as que definam o número de
ção dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
participantes, que obtiverem a concordância de
I - nas eleições majoritárias, a apresentação dos pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos ap-
debates poderá ser feita: tos, no caso de eleição majoritária, e de pelo me-
nos 2/3 (dois terços) dos partidos ou coligações
a) em conjunto, estando presentes todos os
com candidatos aptos, no caso de eleição propor-
candidatos a um mesmo cargo eletivo;
cional. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
b) em grupos, estando presentes, no mínimo,
Art. 47. As emissoras de rádio e de televisão e os
três candidatos;
canais de televisão por assinatura mencionados no
II - nas eleições proporcionais, os debates deve- art. 57 reservarão, nos quarenta e cinco dias ante-
rão ser organizados de modo que assegurem a riores à antevéspera das eleições, horário destina-
presença de número equivalente de candidatos do à divulgação, em rede, da propaganda eleitoral
de todos os partidos e coligações a um mesmo gratuita, na forma estabelecida neste artigo.
cargo eletivo, podendo desdobrar-se em mais de
um dia; Art. 57. As disposições desta Lei aplicam-se às
emissoras de televisão que operam em VHF e UHF e
III - os debates deverão ser parte de programa- os canais de televisão por assinatura sob a respon-
ção previamente estabelecida e divulgada pela sabilidade do Senado Federal, da Câmara dos De-
emissora, fazendo-se mediante sorteio a escolha putados, das Assembleias Legislativas, da Câmara
do dia e da ordem de fala de cada candidato, sal- Legislativa do Distrito Federal ou das Câmaras Mu-
vo se celebrado acordo em outro sentido entre os
nicipais.
partidos e coligações interessados.
§ 1º Será admitida a realização de debate sem a § 1º A propaganda será feita:
presença de candidato de algum partido, desde I - na eleição para Presidente da República, às
que o veículo de comunicação responsável com- terças e quintas-feiras e aos sábados:
prove havê-lo convidado com a antecedência mí-
nima de setenta e duas horas da realização do a) das sete horas às sete horas e doze minutos e
debate. trinta segundos e das doze horas às doze horas
e doze minutos e trinta segundos, no rádio; (Re-
Comentário  Aplicação desta regra também quando dação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
são apenas dois os candidatos que disputam a eleição, b) das treze horas às treze horas e doze minutos
salvo se a marcação do debate é feita unilateralmente e trinta segundos e das vinte horas e trinta mi-
ou com o propósito de favorecer um deles. (Acórdão
nutos às vinte horas e quarenta e dois minutos e
do TSE n.º 19.433/2002)
trinta segundos, na televisão; (Redação dada pe-
§ 2º É vedada a presença de um mesmo candidato la Lei n.º 13.165 de 2015)
a eleição proporcional em mais de um debate da II - nas eleições para Deputado Federal, às terças
mesma emissora. e quintas-feiras e aos sábados:
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo a) das sete horas e doze minutos e trinta segun-
sujeita a empresa infratora às penalidades previs- dos às sete horas e vinte e cinco minutos e das
tas no art. 56. doze horas e doze minutos e trinta segundos às
doze horas e vinte e cinco minutos, no rádio;
Art. 56. A requerimento de partido, coligação ou (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
candidato, a Justiça Eleitoral poderá determinar a
suspensão, por vinte e quatro horas, da programa-
ção normal de emissora que deixar de cumprir as
disposições desta Lei sobre propaganda.

282 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
b) das treze horas e doze minutos e trinta se- ral se der por dois terços; (Redação dada pela
gundos às treze horas e vinte e cinco minutos e Lei n.º 13.165 de 2015)
das vinte horas e quarenta e dois minutos e trin-
d) das treze horas e sete minutos às treze horas
ta segundos às vinte horas e cinquenta e cinco
e dezesseis minutos e das vinte horas e trinta e
minutos, na televisão; (Redação dada pela Lei
sete minutos às vinte horas e quarenta e seis
n.º 13.165 de 2015)
minutos, na televisão, nos anos em que a reno-
III - nas eleições para Senador, às segundas, quar- vação do Senado Federal se der por dois terços;
tas e sextas-feiras: (Redação dada pela Lei n.º (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
13.165 de 2015)
V - na eleição para Governador de Estado e do
a) das sete horas às sete horas e cinco minutos e Distrito Federal, às segundas, quartas e sextas-
das doze horas às doze horas e cinco minutos, feiras: (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
no rádio, nos anos em que a renovação do Se-
a) das sete horas e quinze minutos às sete horas
nado Federal se der por um terço; (Redação da-
e vinte e cinco minutos e das doze horas e quin-
da pela Lei n.º 13.165 de 2015)
ze minutos às doze horas e vinte e cinco minu-
b) das treze horas às treze horas e cinco minu- tos, no rádio, nos anos em que a renovação do
tos e das vinte horas e trinta minutos às vinte Senado Federal se der por um terço; (Redação
horas e trinta e cinco minutos, na televisão, nos dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
anos em que a renovação do Senado Federal se
b) das treze horas e quinze minutos às treze ho-
der por um terço; (Redação dada pela Lei n.º
ras e vinte e cinco minutos e das vinte horas e
13.165 de 2015)
quarenta e cinco minutos às vinte horas e cin-
c) das sete horas às sete horas e sete minutos e quenta e cinco minutos, na televisão, nos anos
das doze horas às doze horas e sete minutos, no em que a renovação do Senado Federal se der
rádio, nos anos em que a renovação do Senado por um terço; (Redação dada pela Lei n.º 13.165
Federal se der por dois terços; (Redação dada de 2015)
pela Lei n.º 13.165 de 2015)
c) das sete horas e dezesseis minutos às sete
d) das treze horas às treze horas e sete minutos horas e vinte e cinco minutos e das doze horas e
e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas dezesseis minutos às doze horas e vinte e cinco
e trinta e sete minutos, na televisão, nos anos minutos, no rádio, nos anos em que a renova-
em que a renovação do Senado Federal se der ção do Senado Federal se der por dois terços;
por dois terços; (Redação dada pela Lei n.º (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
13.165 de 2015)
d) das treze horas e dezesseis minutos às treze
IV - nas eleições para Deputado Estadual e Depu- horas e vinte e cinco minutos e das vinte horas e
tado Distrital, às segundas, quartas e sextas- quarenta e seis minutos às vinte horas e cin-
feiras: quenta e cinco minutos, na televisão, nos anos
em que a renovação do Senado Federal se der
a) das sete horas e cinco minutos às sete horas e
por dois terços; (Redação dada pela Lei n.º
quinze minutos e das doze horas e cinco minu-
13.165 de 2015)
tos às doze horas e quinze minutos, no rádio,
nos anos em que a renovação do Senado Fede- VI - nas eleições para Prefeito, de segunda a sá-
ral se der por um terço; (Redação dada pela Lei bado: (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
n.º 13.165 de 2015)
a) das sete horas às sete horas e dez minutos e
b) das treze horas e cinco minutos às treze ho- das doze horas às doze horas e dez minutos, no
ras e quinze minutos e das vinte horas e trinta e rádio; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
cinco minutos às vinte horas e quarenta e cinco 2015)
minutos, na televisão, nos anos em que a reno-
b) das treze horas às treze horas e dez minutos
vação do Senado Federal se der por um terço;
e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas
(Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
e quarenta minutos, na televisão; (Redação da-
c) das sete horas e sete minutos às sete horas e da pela Lei n.º 13.165 de 2015)
dezesseis minutos e das doze horas e sete minu-
tos às doze horas e dezesseis minutos, no rádio,
nos anos em que a renovação do Senado Fede-

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 283
VII - ainda nas eleições para Prefeito, e também § 6º Aos partidos e coligações que, após a aplicação
nas de Vereador, mediante inserções de trinta e dos critérios de distribuição referidos no caput,
sessenta segundos, no rádio e na televisão, tota- obtiverem direito a parcela do horário eleitoral
lizando setenta minutos diários, de segunda-feira inferior a trinta segundos, será assegurado o direi-
a domingo, distribuídas ao longo da programação to de acumulá-lo para uso em tempo equivalente.
veiculada entre as cinco e as vinte e quatro ho-
§ 7º Para efeito do disposto no § 2º, serão descon-
ras, na proporção de 60% (sessenta por cento)
sideradas as mudanças de filiação partidária em
para Prefeito e 40% (quarenta por cento) para
quaisquer hipóteses. (Redação dada pela Lei n.º
Vereador. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
13.107 de 2015)
2015)
§ 8º As mídias com as gravações da propaganda
§ 1º-A Somente serão exibidas as inserções de te-
eleitoral no rádio e na televisão serão entregues às
levisão a que se refere o inciso VII do § 1º nos Mu-
emissoras, inclusive nos sábados, domingos e feri-
nicípios em que houver estação geradora de servi-
ados, com a antecedência mínima: (Incluído pela
ços de radiodifusão de sons e imagens. (Incluído
Lei n.º 12.891 de 2013)
pela Lei n.º 13.165 de 2015)
I - de 6 (seis) horas do horário previsto para o iní-
§ 2º Os horários reservados à propaganda de cada
cio da transmissão, no caso dos programas em
eleição, nos termos do § 1º, serão distribuídos
rede; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
entre todos os partidos e coligações que tenham
candidato, observados os seguintes crité- II - de 12 (doze) horas do horário previsto para o
rios: (Redação dada pela Lei n.º 12.875 de 2013) início da transmissão, no caso das inser-
ções. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
I - 90% (noventa por cento) distribuídos propor-
cionalmente ao número de representantes na § 9º As emissoras de rádio sob responsabilidade
Câmara dos Deputados, considerados, no caso de do Senado Federal e da Câmara dos Deputados
coligação para eleições majoritárias, o resultado instaladas em localidades fora do Distrito Federal
da soma do número de representantes dos seis são dispensadas da veiculação da propaganda elei-
maiores partidos que a integrem e, nos casos de toral gratuita dos pleitos referidos nos incisos II a
coligações para eleições proporcionais, o resul- VI do § 1º. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
tado da soma do número de representantes de
todos os partidos que a integrem; (Redação dada II - nas eleições para Deputado Federal, às terças e
pela Lei n.º 13.165 de 2015) quintas-feiras e aos sábados: (...)

II - 10% (dez por cento) distribuídos igualitaria- III - nas eleições para Senador, às segundas, quar-
mente. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de tas e sextas-feiras: (...)
2015) IV - nas eleições para Deputado Estadual e Depu-
§ 3º Para efeito do disposto neste artigo, a repre- tado Distrital, às segundas, quartas e sextas-feiras:
sentação de cada partido na Câmara dos Deputa- (...)
dos é a resultante da eleição. V - na eleição para Governador de Estado e do
§ 4º O número de representantes de partido que Distrito Federal, às segundas, quartas e sextas-
tenha resultado de fusão ou a que se tenha incor- feiras: (...)
porado outro corresponderá à soma dos represen- Art. 48. Nas eleições para Prefeitos e Vereadores,
tantes que os partidos de origem possuíam na data nos Municípios em que não haja emissora de rádio
mencionada no parágrafo anterior. e televisão, a Justiça Eleitoral garantirá aos Parti-
§ 5º Se o candidato a Presidente ou a Governador dos Políticos participantes do pleito a veiculação de
deixar de concorrer, em qualquer etapa do pleito, e propaganda eleitoral gratuita nas localidades aptas
não havendo a substituição prevista no art. 13 à realização de segundo turno de eleições e nas
desta Lei, far-se-á nova distribuição do tempo en- quais seja operacionalmente viável realizar a re-
tre os candidatos remanescentes. transmissão. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de
2009)
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substi-
tuir candidato que for considerado inelegível, re- § 1º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
nunciar ou falecer após o termo final do prazo do § 2º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido ou
cancelado.

284 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 49. Se houver segundo turno, as emissoras de Art. 47. (...)
rádio e televisão reservarão, a partir de quarenta
e oito horas da proclamação dos resultados do § 2º Os horários reservados à propaganda de cada
primeiro turno e até a antevéspera da eleição, eleição, nos termos do § 1º, serão distribuídos entre
horário destinado à divulgação da propaganda todos os partidos e coligações que tenham candida-
eleitoral gratuita, dividido em dois períodos diários to, observados os seguintes critérios:
de vinte minutos para cada eleição, iniciando-se às I - 90% (noventa por cento) distribuídos proporcio-
sete e às doze horas, no rádio, e às treze e às vinte nalmente ao número de representantes na Câmara
horas e trinta minutos, na televisão. dos Deputados, considerados, no caso de coligação
§ 1º Em circunscrição onde houver segundo turno para eleições majoritárias, o resultado da soma do
para Presidente e Governador, o horário reservado número de representantes dos seis maiores parti-
à propaganda deste iniciar-se-á imediatamente dos que a integrem e, nos casos de coligações para
após o término do horário reservado ao primeiro. eleições proporcionais, o resultado da soma do
número de representantes de todos os partidos que
§ 2º O tempo de cada período diário será dividido a integrem;
igualitariamente entre os candidatos.
II - 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamen-
Art. 50. A Justiça Eleitoral efetuará sorteio para a te.
escolha da ordem de veiculação da propaganda de
cada partido ou coligação no primeiro dia do horá- I - o tempo será dividido em partes iguais para a
rio eleitoral gratuito; a cada dia que se seguir, a utilização nas campanhas dos candidatos às elei-
propaganda veiculada por último, na véspera, será ções majoritárias e proporcionais, bem como de
a primeira, apresentando-se as demais na ordem suas legendas partidárias ou das que componham
do sorteio. a coligação, quando for o caso;
Art. 51. Durante os períodos previstos nos arts. 47 II - (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
e 49, as emissoras de rádio e televisão e os canais
III - a distribuição levará em conta os blocos de
por assinatura mencionados no art. 57 reservarão,
audiência entre as cinco e as onze horas, as onze
ainda, setenta minutos diários para a propaganda
e as dezoito horas, e as dezoito e as vinte e qua-
eleitoral gratuita, a serem usados em inserções de
tro horas; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
trinta e sessenta segundos, a critério do respectivo
2015)
partido ou coligação, assinadas obrigatoriamente
pelo partido ou coligação, e distribuídas, ao longo IV - na veiculação das inserções, é vedada a divul-
da programação veiculada entre as cinco e as vinte gação de mensagens que possam degradar ou ri-
quatro horas, nos termos do § 2º do art. 47, obe- dicularizar candidato, partido ou coligação, apli-
decido o seguinte: (Redação dada pela Lei n.º cando-se-lhes, ainda, todas as demais regras apli-
13.165 de 2015) cadas ao horário de propaganda eleitoral, previs-
tas no art. 47. (Redação dada pela Lei n.º 12.891
Art. 57. As disposições desta Lei aplicam-se às de 2013)
emissoras de televisão que operam em VHF e UHF e
os canais de televisão por assinatura sob a respon- Parágrafo único. É vedada a veiculação de inser-
sabilidade do Senado Federal, da Câmara dos De- ções idênticas no mesmo intervalo de programa-
putados, das Assembléias Legislativas, da Câmara ção, exceto se o número de inserções de que dis-
Legislativa do Distrito Federal ou das Câmaras Mu- puser o partido exceder os intervalos disponíveis,
nicipais. sendo vedada a transmissão em sequência para o
mesmo partido político. (Incluído pela Lei n.º
12.891 de 2013)
Período Previsto no Artigo 47  Quarenta e cinco dias
anteriores à antevéspera das eleições. Art. 52. A partir do dia 15 de agosto do ano da
eleição, a Justiça Eleitoral convocará os partidos e a
Período Previsto no Artigo 49  A partir de quarenta e
representação das emissoras de televisão para
oito horas da proclamação dos resultados do primeiro
elaborarem plano de mídia, nos termos do art. 51,
turno e até a antevéspera da eleição em segundo tur-
no. para o uso da parcela do horário eleitoral gratuito
a que tenham direito, garantida a todos participa-
ção nos horários de maior e menor audiência.
(Redação dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 285
Art. 53. Não serão admitidos cortes instantâneos grama ou inserção, sendo vedadas montagens,
ou qualquer tipo de censura prévia nos programas trucagens, computação gráfica, desenhos anima-
eleitorais gratuitos. dos e efeitos especiais. (Redação dada pela Lei n.º
13.165 de 2015)
§ 1º É vedada a veiculação de propaganda que
possa degradar ou ridicularizar candidatos, sujei- Art. 53-A (...)
tando-se o partido ou coligação infratores à perda
do direito à veiculação de propaganda no horário § 1º É facultada a inserção de depoimento de can-
eleitoral gratuito do dia seguinte. didatos a eleições proporcionais no horário da
propaganda das candidaturas majoritárias e vice-
§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anteri- versa, registrados sob o mesmo partido ou coliga-
or, a requerimento de partido, coligação ou candi- ção, desde que o depoimento consista exclusiva-
dato, a Justiça Eleitoral impedirá a reapresentação mente em pedido de voto ao candidato que cedeu
de propaganda ofensiva à honra de candidato, à o tempo.
moral e aos bons costumes.
Art. 53-A. É vedado aos partidos políticos e às coli- § 1º No segundo turno das eleições não será per-
gações incluir no horário destinado aos candidatos mitida, nos programas de que trata este artigo, a
às eleições proporcionais propaganda das candi- participação de filiados a partidos que tenham
daturas a eleições majoritárias ou vice-versa, res- formalizado o apoio a outros candidatos. (Redação
salvada a utilização, durante a exibição do progra- dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
ma, de legendas com referência aos candidatos § 2º Será permitida a veiculação de entrevistas
majoritários ou, ao fundo, de cartazes ou fotografi- com o candidato e de cenas externas nas quais ele,
as desses candidatos, ficando autorizada a menção pessoalmente, exponha: (Incluído pela Lei n.º
ao nome e ao número de qualquer candidato do 13.165 de 2015)
partido ou da coligação. (Redação dada pela Lei n.º
I - realizações de governo ou da administração
12.891 de 2013)
pública; (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
§ 1º É facultada a inserção de depoimento de can-
II - falhas administrativas e deficiências verifica-
didatos a eleições proporcionais no horário da
das em obras e serviços públicos em geral; (Inclu-
propaganda das candidaturas majoritárias e vice-
ído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
versa, registrados sob o mesmo partido ou coliga-
ção, desde que o depoimento consista exclusiva- III - atos parlamentares e debates legislativos. (In-
mente em pedido de voto ao candidato que cedeu cluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
o tempo. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) Art. 55. Na propaganda eleitoral no horário gratui-
§ 2º Fica vedada a utilização da propaganda de to, são aplicáveis ao partido, coligação ou candida-
candidaturas proporcionais como propaganda de to as vedações indicadas nos incisos I e II do art. 45.
candidaturas majoritárias e vice-versa. (Incluído
pela Lei n.º 12.034 de 2009) Art. 45. (...)

§ 3º O partido político ou a coligação que não ob- I - transmitir, ainda que sob a forma de entrevista
servar a regra contida neste artigo perderá, em seu jornalística, imagens de realização de pesquisa ou
horário de propaganda gratuita, tempo equivalen- qualquer outro tipo de consulta popular de nature-
te no horário reservado à propaganda da eleição za eleitoral em que seja possível identificar o entre-
disputada pelo candidato beneficiado. (Incluído vistado ou em que haja manipulação de dados;
pela Lei n.º 12.034 de 2009) II - usar trucagem, montagem ou outro recurso de
Art. 54. Nos programas e inserções de rádio e te- áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem
levisão destinados à propaganda eleitoral gratuita ou ridicularizem candidato, partido ou coligação,
de cada partido ou coligação só poderão aparecer, ou produzir ou veicular programa com esse efeito;
em gravações internas e externas, observado o
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste
disposto no § 2º, candidatos, caracteres com pro-
artigo sujeita o partido ou coligação à perda de
postas, fotos, jingles, clipes com música ou vinhe-
tempo equivalente ao dobro do usado na prática
tas, inclusive de passagem, com indicação do nú-
do ilícito, no período do horário gratuito subse-
mero do candidato ou do partido, bem como seus
quente, dobrada a cada reincidência, devendo o
apoiadores, inclusive os candidatos de que trata o
tempo correspondente ser veiculado após o pro-
§ 1º do art. 53-A, que poderão dispor de até 25%
grama dos demais candidatos com a informação de
(vinte e cinco por cento) do tempo de cada pro-
que a não veiculação do programa resulta de in-
286 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
fração da lei eleitoral. (Redação dada pela Lei n.º vedor de serviço de internet estabelecido no Pa-
12.891 de 2013) ís; (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Art. 56. A requerimento de partido, coligação ou III - por meio de mensagem eletrônica para ende-
candidato, a Justiça Eleitoral poderá determinar a reços cadastrados gratuitamente pelo candidato,
suspensão, por vinte e quatro horas, da progra- partido ou coligação; (Incluído pela Lei n.º 12.034
mação normal de emissora que deixar de cumprir de 2009)
as disposições desta Lei sobre propaganda.
IV - por meio de blogs, redes sociais, sítios de
§ 1º No período de suspensão a que se refere este mensagens instantâneas e assemelhados, cujo
artigo, a Justiça Eleitoral veiculará mensagem de conteúdo seja gerado ou editado por candidatos,
orientação ao eleitor, intercalada, a cada 15 (quin- partidos ou coligações ou de iniciativa de qual-
ze) minutos. (Redação dada pela Lei n.º 12.891 de quer pessoa natural. (Incluído pela Lei n.º 12.034
2013) de 2009)
§ 2º Em cada reiteração de conduta, o período de Art. 57-C. Na internet, é vedada a veiculação de
suspensão será duplicado. qualquer tipo de propaganda eleitoral pa-
ga. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Art. 57. As disposições desta Lei aplicam-se às
emissoras de televisão que operam em VHF e UHF § 1º É vedada, ainda que gratuitamente, a veicula-
e os canais de televisão por assinatura sob a res- ção de propaganda eleitoral na internet, em sí-
ponsabilidade do Senado Federal, da Câmara dos tios: (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Deputados, das Assembléias Legislativas, da Câma-
I - de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrati-
ra Legislativa do Distrito Federal ou das Câmaras
vos; (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Municipais.
II - oficiais ou hospedados por órgãos ou entida-
Observação  Os artigos 57-A até 57-I se referem a des da administração pública direta ou indireta da
propaganda via INTERNET. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Art. 57-A. É permitida a propaganda eleitoral na
internet, nos termos desta Lei, após o dia 15 de § 2º A violação do disposto neste artigo sujeita o
agosto do ano da eleição. (Redação dada pela Lei responsável pela divulgação da propaganda e,
n.º 13.165 de 2015) quando comprovado seu prévio conhecimento, o
beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco
Resolução do TSE n.º 23.086/2009  A divulgação das mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais). (Incluí-
prévias por meio de página na Internet extrapola o do pela Lei n.º 12.034 de 2009)
limite interno do partido e, por conseguinte, compro-
Art. 57-D. É livre a manifestação do pensamento,
mete a fiscalização, pela Justiça Eleitoral, do seu alcan-
ce.
vedado o anonimato durante a campanha eleito-
ral, por meio da rede mundial de computadores -
Comentário  Não configura propaganda eleitoral internet, assegurado o direito de resposta, nos
antecipada a veiculação, em sítio da Internet, de maté- termos das alíneas a, b e c do inciso IV do § 3º do
ria voltada ao lançamento de candidatura própria ao art. 58 e do 58-A, e por outros meios de comunica-
cargo de presidente da República por certo partido. ção interpessoal mediante mensagem eletrôni-
(Acórdão do TSE de 10/08/2010 no R-Rp n.º 132.118) ca. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Art. 57-B. A propaganda eleitoral na internet pode- Comentário  Para suspender a propaganda pela Justi-
rá ser realizada nas seguintes formas: (Incluído pela ça Eleitoral não é suficiente a alegação de ser o materi-
Lei n.º 12.034 de 2009) al anônimo. É necessário que dele se extraiam elemen-
tos que demonstrem a violação das regras eleitorais ou
I - em sítio do candidato, com endereço eletrôni-
ofendam direito daqueles que participam do processo
co comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado,
eleitoral. (Acórdão do TSE de 29/06/2010 no AgR-AC
direta ou indiretamente, em provedor de serviço n.º 138.443)
de internet estabelecido no País; (Incluído pela
Lei n.º 12.034 de 2009) § 1º (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
II - em sítio do partido ou da coligação, com en- § 2º A violação do disposto neste artigo sujeitará o
dereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral responsável pela divulgação da propaganda e,
e hospedado, direta ou indiretamente, em pro- quando comprovado seu prévio conhecimento, o
beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 287
mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais). (Incluí- da propaganda eleitoral de candidato, de partido
do pela Lei n.º 12.034 de 2009) ou de coligação as penalidades previstas nesta Lei,
se, no prazo determinado pela Justiça Eleitoral,
§ 3º Sem prejuízo das sanções civis e criminais apli-
contado a partir da notificação de decisão sobre a
cáveis ao responsável, a Justiça Eleitoral poderá
existência de propaganda irregular, não tomar
determinar, por solicitação do ofendido, a retirada
providências para a cessação dessa divulga-
de publicações que contenham agressões ou ata-
ção. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
ques a candidatos em sítios da internet, inclusive
redes sociais. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013) Parágrafo único. O provedor de conteúdo ou de
serviços multimídia só será considerado responsá-
Art. 57-E. São vedadas às pessoas relacionadas no
vel pela divulgação da propaganda se a publicação
art. 24 a utilização, doação ou cessão de cadastro
do material for comprovadamente de seu prévio
eletrônico de seus clientes, em favor de candida-
conhecimento. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de
tos, partidos ou coligações. (Incluído pela Lei n.º
2009)
12.034 de 2009)
Art. 57-G. As mensagens eletrônicas enviadas por
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber candidato, partido ou coligação, por qualquer
direta ou indiretamente doação em dinheiro ou meio, deverão dispor de mecanismo que permita
estimável em dinheiro, inclusive por meio de publi- seu descadastramento pelo destinatário, obrigado
cidade de qualquer espécie, procedente de: o remetente a providenciá-lo no prazo de quarenta
I - entidade ou governo estrangeiro; e oito horas. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
II - órgão da administração pública direta e indireta Parágrafo único. Mensagens eletrônicas enviadas
ou fundação mantida com recursos provenientes do após o término do prazo previsto no caput sujei-
Poder Público; tam os responsáveis ao pagamento de multa no
valor de R$ 100,00 (cem reais), por mensagem.
III - concessionário ou permissionário de serviço (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
público;
Art. 57-H. Sem prejuízo das demais sanções legais
IV - entidade de direito privado que receba, na con- cabíveis, será punido, com multa de R$ 5.000,00
dição de beneficiária, contribuição compulsória em (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
virtude de disposição legal; quem realizar propaganda eleitoral na internet,
V - entidade de utilidade pública; atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro,
inclusive a candidato, partido ou coligação. (Incluí-
VI - entidade de classe ou sindical;
do pela Lei n.º 12.034 de 2009)
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba
§ 1º Constitui crime a contratação direta ou indire-
recursos do exterior.
ta de grupo de pessoas com a finalidade específica
VIII - entidades beneficentes e religiosas; de emitir mensagens ou comentários na internet
para ofender a honra ou denegrir a imagem de
IX - entidades esportivas que recebam recursos
candidato, partido ou coligação, punível com de-
públicos;
tenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa de R$
X - organizações não-governamentais que recebam 15.000,00 (quinze mil reais) a R$ 50.000,00 (cin-
recursos públicos; quenta mil reais). (Incluído pela Lei n.º 12.891 de
XI - organizações da sociedade civil de interesse 2013)
público. § 2º Igualmente incorrem em crime, punível com
detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, com al-
§ 1º É proibida a venda de cadastro de endereços ternativa de prestação de serviços à comunidade
eletrônicos. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) pelo mesmo período, e multa de R$ 5.000,00 (cinco
§ 2º A violação do disposto neste artigo sujeita o mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), as pes-
responsável pela divulgação da propaganda e, soas contratadas na forma do § 1º. (Incluído pela
quando comprovado seu prévio conhecimento, o Lei n.º 12.891 de 2013)
beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco Art. 57-I. A requerimento de candidato, partido ou
mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais). (Incluí- coligação, observado o rito previsto no art. 96, a
do pela Lei n.º 12.034 de 2009) Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão,
Art. 57-F. Aplicam-se ao provedor de conteúdo e por vinte e quatro horas, do acesso a todo conte-
de serviços multimídia que hospeda a divulgação údo informativo dos sítios da internet que deixa-

288 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
rem de cumprir as disposições desta Lei. (Incluído § 2º Recebido o pedido, a Justiça Eleitoral notifica-
pela Lei n.º 12.034 de 2009) rá imediatamente o ofensor para que se defenda
em vinte e quatro horas, devendo a decisão ser
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário prolatada no prazo máximo de setenta e duas
desta Lei, as reclamações ou representações relati- horas da data da formulação do pedido.
vas ao seu descumprimento podem ser feitas por
qualquer partido político, coligação ou candidato, e § 3º Observar-se-ão, ainda, as seguintes regras no
devem dirigir-se: (...) caso de pedido de resposta relativo a ofensa veicu-
lada:
§ 1º A cada reiteração de conduta, será duplicado I - em órgão da imprensa escrita:
o período de suspensão. (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009) a) o pedido deverá ser instruído com um exem-
plar da publicação e o texto para resposta;
§ 2º No período de suspensão a que se refere este
artigo, a empresa informará, a todos os usuários b) deferido o pedido, a divulgação da resposta
que tentarem acessar seus serviços, que se encon- dar-se-á no mesmo veículo, espaço, local, pági-
tra temporariamente inoperante por desobediên- na, tamanho, caracteres e outros elementos de
cia à legislação eleitoral. (Incluído pela Lei n.º realce usados na ofensa, em até quarenta e oito
12.034 de 2009) horas após a decisão ou, tratando-se de veículo
com periodicidade de circulação maior que qua-
Do Direito de Resposta renta e oito horas, na primeira vez em que cir-
Art. 58. A partir da escolha de candidatos em con- cular;
venção, é assegurado o direito de resposta a can- c) por solicitação do ofendido, a divulgação da
didato, partido ou coligação atingidos, ainda que de
resposta será feita no mesmo dia da semana em
forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação
que a ofensa foi divulgada, ainda que fora do
caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente prazo de quarenta e oito horas;
inverídica, difundidos por qualquer veículo de co-
municação social. d) se a ofensa for produzida em dia e hora que
inviabilizem sua reparação dentro dos prazos
Comentário  Inexistência do direito de resposta se o estabelecidos nas alíneas anteriores, a Justiça
fato mencionado for verdadeiro, ainda que prevaleça a Eleitoral determinará a imediata divulgação da
presunção de inocência. (Acórdão do TSE de resposta;
19/09/2006 na Rp n.º 1.080)
e) o ofensor deverá comprovar nos autos o
Comentário  Jornal não tem legitimidade passiva na cumprimento da decisão, mediante dados sobre
ação de direito de resposta, que deve envolver tão a regular distribuição dos exemplares, a quanti-
somente os atores da cena eleitoral, quais sejam, can- dade impressa e o raio de abrangência na dis-
didato, partido político e coligações. (Acórdão do TSE tribuição;
de 02/10/2006 na Rp n.º 1.201)
II - em programação normal das emissoras de rá-
§ 1º O ofendido, ou seu representante legal, pode- dio e de televisão:
rá pedir o exercício do direito de resposta à Justiça
a) a Justiça Eleitoral, à vista do pedido, deverá
Eleitoral nos seguintes prazos, contados a partir da
notificar imediatamente o responsável pela
veiculação da ofensa:
emissora que realizou o programa para que en-
I - vinte e quatro horas, quando se tratar do horá- tregue em vinte e quatro horas, sob as penas do
rio eleitoral gratuito; art. 347 da Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965 -
Código Eleitoral, cópia da fita da transmissão,
II - quarenta e oito horas, quando se tratar da
que será devolvida após a decisão;
programação normal das emissoras de rádio e
televisão; Código Eleitoral de 1965
III - setenta e duas horas, quando se tratar de ór- Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obedi-
gão da imprensa escrita. ência a diligências, ordens ou instruções da Justiça
IV - a qualquer tempo, quando se tratar de conte- Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
údo que esteja sendo divulgado na internet, ou Pena - detenção de três meses a um ano e paga-
em 72 (setenta e duas) horas, após a sua retirada. mento de 10 a 20 dias-multa.
(Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 289
b) o responsável pela emissora, ao ser notifica- b) a resposta ficará disponível para acesso pelos
do pela Justiça Eleitoral ou informado pelo re- usuários do serviço de internet por tempo não
clamante ou representante, por cópia protoco- inferior ao dobro em que esteve disponível a
lada do pedido de resposta, preservará a grava- mensagem considerada ofensiva; (Incluído pela
ção até a decisão final do processo; Lei n.º 12.034 de 2009)
c) deferido o pedido, a resposta será dada em c) os custos de veiculação da resposta correrão
até quarenta e oito horas após a decisão, em por conta do responsável pela propaganda ori-
tempo igual ao da ofensa, porém nunca inferior ginal. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
a um minuto;
§ 4º Se a ofensa ocorrer em dia e hora que inviabi-
III - no horário eleitoral gratuito: lizem sua reparação dentro dos prazos estabeleci-
dos nos parágrafos anteriores, a resposta será di-
a) o ofendido usará, para a resposta, tempo
vulgada nos horários que a Justiça Eleitoral de-
igual ao da ofensa, nunca inferior, porém, a um
terminar, ainda que nas quarenta e oito horas an-
minuto;
teriores ao pleito, em termos e forma previamente
b) a resposta será veiculada no horário destina- aprovados, de modo a não ensejar tréplica.
do ao partido ou coligação responsável pela
§ 5º Da decisão sobre o exercício do direito de
ofensa, devendo necessariamente dirigir-se aos
resposta cabe recurso às instâncias superiores, em
fatos nela veiculados;
vinte e quatro horas da data de sua publicação em
c) se o tempo reservado ao partido ou coligação cartório ou sessão, assegurado ao recorrido ofere-
responsável pela ofensa for inferior a um minu- cer contra-razões em igual prazo, a contar da sua
to, a resposta será levada ao ar tantas vezes notificação.
quantas sejam necessárias para a sua comple-
§ 6º A Justiça Eleitoral deve proferir suas decisões
mentação;
no prazo máximo de vinte e quatro horas, obser-
d) deferido o pedido para resposta, a emissora vando-se o disposto nas alíneas d e e do inciso III
geradora e o partido ou coligação atingidos de- do § 3º para a restituição do tempo em caso de
verão ser notificados imediatamente da deci- provimento de recurso.
são, na qual deverão estar indicados quais os
§ 7º A inobservância do prazo previsto no parágra-
períodos, diurno ou noturno, para a veiculação
fo anterior sujeita a autoridade judiciária às penas
da resposta, que deverá ter lugar no início do
previstas no art. 345 da Lei n.º 4.737 de 15 de julho
programa do partido ou coligação;
de 1965 - Código Eleitoral.
e) o meio magnético com a resposta deverá ser
entregue à emissora geradora, até trinta e seis Código Eleitoral de 1965
horas após a ciência da decisão, para veiculação Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou
no programa subseqüente do partido ou coliga- qualquer funcionário dos órgãos da Justiça Eleito-
ção em cujo horário se praticou a ofensa; ral, nos prazos legais, os deveres impostos por este
f) se o ofendido for candidato, partido ou coliga- Código, se a infração não estiver sujeita a outra
ção que tenha usado o tempo concedido sem penalidade:
responder aos fatos veiculados na ofensa, terá Pena - pagamento de trinta a noventa dias-multa.
subtraído tempo idêntico do respectivo pro-
grama eleitoral; tratando-se de terceiros, ficarão § 8º O não-cumprimento integral ou em parte da
sujeitos à suspensão de igual tempo em even- decisão que conceder a resposta sujeitará o infra-
tuais novos pedidos de resposta e à multa no tor ao pagamento de multa no valor de cinco mil a
valor de duas mil a cinco mil UFIR. quinze mil UFIR, duplicada em caso de reiteração
IV - em propaganda eleitoral na inter- de conduta, sem prejuízo do disposto no art. 347
net: (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) da Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965 - Código
Eleitoral.
a) deferido o pedido, a divulgação da resposta
dar-se-á no mesmo veículo, espaço, local, horá- Código Eleitoral de 1965
rio, página eletrônica, tamanho, caracteres e Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obedi-
outros elementos de realce usados na ofensa, ência a diligências, ordens ou instruções da Justiça
em até quarenta e oito horas após a entrega da Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
mídia física com a resposta do ofendi-
do; (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
290 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Pena - detenção de três meses a um ano e paga- § 3º A urna eletrônica exibirá para o eleitor os pai-
mento de 10 a 20 dias-multa. néis na seguinte ordem: (Redação dada pela Lei n.º
12.976 de 2014)
§ 9º Caso a decisão de que trata o § 2º não seja I - para as eleições de que trata o inciso I do pa-
prolatada em 72 (setenta e duas) horas da data da rágrafo único do art. 1º, Deputado Federal, De-
formulação do pedido, a Justiça Eleitoral, de ofício, putado Estadual ou Distrital, Senador, Governa-
providenciará a alocação de Juiz auxiliar. (Incluído dor e Vice-Governador de Estado ou do Distrito
pela Lei n.º 12.891 de 2013) Federal, Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
Art. 58-A. Os pedidos de direito de resposta e as ca; (Incluído pela Lei n.º 12.976 de 2014)
representações por propaganda eleitoral irregular
em rádio, televisão e internet tramitarão preferen- ❶ Deputado Federal
cialmente em relação aos demais processos em ❷ Deputado Estadual ou Distrital
curso na Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009) ❸ Senador

Do Sistema Eletrônico de Votação e da Totalização ❹ Governador e Vice-Governador de Estado ou do


Distrito Federal
dos Votos
❺ Presidente e Vice-Presidente da República
Art. 59. A votação e a totalização dos votos serão
feitas por sistema eletrônico, podendo o Tribunal
Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcio- II - para as eleições de que trata o inciso II do pa-
nal, a aplicação das regras fixadas nos arts. 83 a 89. rágrafo único do art. 1º, Vereador, Prefeito e Vi-
ce-Prefeito. (Incluído pela Lei n.º 12.976 de 2014)
Comentário  Os artigos 83 a 89 tratam dos procedi-
mentos de confecção e impressão de cédulas oficiais ❶ Vereador
pela Justiça Eleitoral.
❷ Prefeito e Vice-Prefeito
Comentário  No caso de exercícios de direito de voto,
as urnas das seções eleitorais devem ser adequadas ao § 4º A urna eletrônica disporá de recursos que,
uso com autonomia pelas pessoas portadoras de defici- mediante assinatura digital, permitam o registro
ência ou com mobilidade reduzida e estarem instaladas digital de cada voto e a identificação da urna em
em local de votação plenamente acessível e com esta- que foi registrado, resguardado o anonimato do
cionamento próximo. (Artigo 21 § único do Decreto n.º eleitor. (Redação dada pela Lei n.º 10.740 de
5.296 de 2 de dezembro de 2004)
1º/10/2003)
§ 1º A votação eletrônica será feita no número do § 5º Caberá à Justiça Eleitoral definir a chave de
candidato ou da legenda partidária, devendo o segurança e a identificação da urna eletrônica de
nome e fotografia do candidato e o nome do par- que trata o § 4º. (Redação dada pela Lei n.º 10.740
tido ou a legenda partidária aparecer no painel da de 1º/10/2003)
urna eletrônica, com a expressão designadora do
§ 6º Ao final da eleição, a urna eletrônica procede-
cargo disputado no masculino ou feminino, con-
rá à assinatura digital do arquivo de votos, com
forme o caso.
aplicação do registro de horário e do arquivo do
§ 2º Na votação para as eleições proporcionais, boletim de urna, de maneira a impedir a substitui-
serão computados para a legenda partidária os ção de votos e a alteração dos registros dos termos
votos em que não seja possível a identificação do de início e término da votação. (Redação dada pela
candidato, desde que o número identificador do Lei n.º 10.740 de 1º/10/2003)
partido seja digitado de forma correta.
§ 7º O Tribunal Superior Eleitoral colocará à dispo-
sição dos eleitores urnas eletrônicas destinadas a
treinamento. (Redação dada pela Lei n.º 10.740 de
1º/10/2003)
Art. 60. No sistema eletrônico de votação conside-
rar-se-á voto de legenda quando o eleitor assinalar
o número do partido no momento de votar para
determinado cargo e somente para este será com-
putado.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 291
Art. 61. A urna eletrônica contabilizará cada voto, V - os candidatos a Governador, Vice-Governador,
assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, garanti- Senador, Deputado Federal e Estadual, em qual-
da aos partidos políticos, coligações e candidatos quer Seção do Estado de que sejam eleitores, nas
ampla fiscalização. eleições de âmbito nacional e estadual;
Art. 61-A. (Revogado pela Lei n.º 10.740 de VI - os Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores, em
1º/10/2003) qualquer Seção de Município que representarem,
desde que eleitores do Estado, sendo que, no caso
Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna
de eleições municipais, nelas somente poderão
eletrônica, somente poderão votar eleitores cujos
votar se inscritos no Município;
nomes estiverem nas respectivas folhas de vota-
ção, não se aplicando a ressalva a que se refere o VII - os candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vere-
art. 148, § 1º, da Lei n.º 4.737 de 15 de julho de ador, em qualquer Seção de Município, desde que
1965 - Código Eleitoral. dele sejam eleitores;

Código Eleitoral de 1965 VIII - os militares, removidos ou transferidos dentro


do período de 6 (seis) meses antes do pleito, pode-
Art. 148. O eleitor somente poderá votar na Seção rão votar nas eleições para Presidente e Vice-
Eleitoral em que estiver incluído o seu nome. Presidente da República na localidade em que esti-
§ 1º Essa exigência somente poderá ser dispensada verem servindo;
nos casos previstos no art. 145 e seus parágrafos. IX - os policiais militares em serviço.
(...)
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral dis-
Art. 145. O Presidente, Mesários, Secretários, su- ciplinará a hipótese de falha na urna eletrônica
plentes e os Delegados e Fiscais de partido votarão que prejudique o regular processo de votação.
perante as Mesas em que servirem, sendo que os
Das Mesas Receptoras
Delegados e Fiscais desde que a credencial esteja
visada na forma do artigo 131, § 3º; quando eleito- Art. 63. Qualquer partido pode reclamar ao Juiz
res de outras Seções, seus votos serão tomados em Eleitoral, no prazo de cinco dias, da nomeação da
separado. Mesa Receptora, devendo a decisão ser proferida
em 48 horas.
Parágrafo único. Com as cautelas constantes do
art. 147, § 2º, poderão ainda votar fora da respec- § 1º Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso
tiva Seção: para o Tribunal Regional, interposto dentro de três
dias, devendo ser resolvido em igual prazo.
I - o Juiz Eleitoral, em qualquer Seção da Zona sob
sua jurisdição, salvo em eleições municipais, nas § 2º Não podem ser nomeados presidentes e me-
quais poderá votar em qualquer Seção do Municí- sários os menores de dezoito anos.
pio em que for eleitor;
Art. 64. É vedada a participação de parentes em
II - o Presidente da República, o qual poderá votar qualquer grau ou de servidores da mesma reparti-
em qualquer Seção Eleitoral do País, nas eleições ção pública ou empresa privada na mesma Mesa,
presidenciais; em qualquer Seção do Estado em que Turma ou Junta Eleitoral.
for eleitor nas eleições para Governador, Vice-
Da Fiscalização das Eleições
Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual;
em qualquer Seção do Município em que estiver Art. 65. A escolha de fiscais e delegados, pelos
inscrito, nas eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e partidos ou coligações, não poderá recair em me-
Vereador; nor de dezoito anos ou em quem, por nomeação
do Juiz Eleitoral, já faça parte de Mesa Receptora.
III - os candidatos à Presidência da República, em
qualquer Seção Eleitoral do País, nas eleições presi- § 1º O fiscal poderá ser nomeado para fiscalizar
denciais, e, em qualquer Seção do Estado em que mais de uma Seção Eleitoral, no mesmo local de
forem eleitores, nas eleições de âmbito estadual; votação.
IV - os Governadores, Vice-Governadores, Senado- § 2º As credenciais de fiscais e delegados serão
res, Deputados Federais e Estaduais, em qualquer expedidas, exclusivamente, pelos partidos ou coli-
Seção do Estado, nas eleições de âmbito nacional e gações.
estadual; em qualquer Seção do Município de que
sejam eleitores, nas eleições municipais;

292 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, § 5º A carga ou preparação das urnas eletrônicas
o presidente do partido ou o representante da será feita em sessão pública, com prévia convoca-
coligação deverá registrar na Justiça Eleitoral o ção dos fiscais dos partidos e coligações para a
nome das pessoas autorizadas a expedir as creden- assistirem e procederem aos atos de fiscalização,
ciais dos fiscais e delegados. inclusive para verificarem se os programas carre-
gados nas urnas são idênticos aos que foram lacra-
§ 4º Para o acompanhamento dos trabalhos de
dos na sessão referida no § 2º deste artigo, após o
votação, só será permitido o credenciamento de,
que as urnas serão lacradas. (Parágrafo incluído
no máximo, 2 (dois) fiscais de cada partido ou coli-
pela Lei n.º 10.408 de 10/01/2002)
gação por seção eleitoral. (Incluído pela Lei n.º
12.891 de 2013) § 6º No dia da eleição, será realizada, por amos-
tragem, auditoria de verificação do funcionamento
Art. 66. Os partidos e coligações poderão fiscalizar
das urnas eletrônicas, através de votação paralela,
todas as fases do processo de votação e apuração
na presença dos fiscais dos partidos e coligações,
das eleições e o processamento eletrônico da tota-
nos moldes fixados em resolução do Tribunal Supe-
lização dos resultados. (Redação dada pela Lei n.º
rior Eleitoral. (Parágrafo incluído pela Lei n.º 10.408
10.408 de 10/01/2002)
de 10/01/2002)
§ 1º Todos os programas de computador de pro-
§ 7º Os partidos concorrentes ao pleito poderão
priedade do Tribunal Superior Eleitoral, desenvol-
constituir sistema próprio de fiscalização, apura-
vidos por ele ou sob sua encomenda, utilizados nas
ção e totalização dos resultados contratando, in-
urnas eletrônicas para os processos de votação,
clusive, empresas de auditoria de sistemas, que,
apuração e totalização, poderão ter suas fases de
credenciadas junto à Justiça Eleitoral, receberão,
especificação e de desenvolvimento acompanha-
previamente, os programas de computador e os
das por técnicos indicados pelos partidos políticos,
mesmos dados alimentadores do sistema oficial de
Ordem dos Advogados do Brasil e Ministério Pú-
apuração e totalização.(Parágrafo incluído pela Lei
blico, até seis meses antes das eleições. (Redação
n.º 10.408 de 10/01/2002)
dada pela Lei n.º 10.740 de 1º/10/2003)
Art. 67. Os órgãos encarregados do processamento
§ 2º Uma vez concluídos os programas a que se
eletrônico de dados são obrigados a fornecer aos
refere o § 1º, serão eles apresentados, para análi-
partidos ou coligações, no momento da entrega ao
se, aos representantes credenciados dos partidos
Juiz Encarregado, cópias dos dados do processa-
políticos e coligações, até vinte dias antes das elei-
mento parcial de cada dia, contidos em meio mag-
ções, nas dependências do Tribunal Superior Elei-
nético.
toral, na forma de programas-fonte e de progra-
mas executáveis, inclusive os sistemas aplicativo e Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo apro-
de segurança e as bibliotecas especiais, sendo que vado pelo Tribunal Superior Eleitoral, conterá os
as chaves eletrônicas privadas e senhas eletrônicas nomes e os números dos candidatos nela votados.
de acesso manter-se-ão no sigilo da Justiça Eleito-
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a
ral. Após a apresentação e conferência, serão la-
entregar cópia do boletim de urna aos partidos e
cradas cópias dos programas-fonte e dos progra-
coligações concorrentes ao pleito cujos represen-
mas compilados. (Redação dada pela Lei n.º 10.740
tantes o requeiram até uma hora após a expedi-
de 1º/10/2003)
ção.
§ 3º No prazo de cinco dias a contar da data da
§ 2º O descumprimento do disposto no parágrafo
apresentação referida no § 2º, o partido político e
anterior constitui crime, punível com detenção, de
a coligação poderão apresentar impugnação fun-
um a três meses, com a alternativa de prestação
damentada à Justiça Eleitoral. (Redação dada pela
de serviço à comunidade pelo mesmo período, e
Lei n.º 10.740 de 1º/10/2003)
multa no valor de um mil a cinco mil UFIR.
§ 4º Havendo a necessidade de qualquer alteração
Art. 69. A impugnação não recebida pela Junta
nos programas, após a apresentação de que trata o
Eleitoral pode ser apresentada diretamente ao
§ 3º, dar-se-á conhecimento do fato aos represen-
Tribunal Regional Eleitoral, em quarenta e oito
tantes dos partidos políticos e das coligações, para
horas, acompanhada de declaração de duas tes-
que sejam novamente analisados e lacrados. (Re-
temunhas.
dação dada pela Lei n.º 10.740 de 1º/10/2003)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 293
Parágrafo único. O Tribunal decidirá sobre o rece-
Comentário  O ressarcimento das despesas não des-
bimento em quarenta e oito horas, publicando o caracteriza as condutas vedadas pelo art. 73 da Lei n.º
acórdão na própria sessão de julgamento e trans- 9.504 de 30 de setembro de 1997. (Acórdão do TSE de
mitindo imediatamente à Junta, via telex, fax ou 06/03/2007 no REspe n.º 25.770)
qualquer outro meio eletrônico, o inteiro teor da
decisão e da impugnação. I - ceder ou usar, em benefício de candidato, par-
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar tido político ou coligação, bens móveis ou imó-
de receber ou de mencionar em ata os protestos veis pertencentes à administração direta ou indi-
recebidos, ou ainda, impedir o exercício de fiscali- reta da União, dos Estados, do Distrito Federal,
zação, pelos partidos ou coligações, deverá ser dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a rea-
imediatamente afastado, além de responder pelos lização de convenção partidária;
crimes previstos na Lei n.º 4.737 de 15 de julho de
Comentário  A vedação não abrange bem público de
1965 - Código Eleitoral. uso comum. (Acórdão do TSE de 1º/08/2006 no REspe
Art. 71. Cumpre aos partidos e coligações, por seus n.º 25.377)
fiscais e delegados devidamente credenciados, e
aos candidatos, proceder à instrução dos recursos II - usar materiais ou serviços, custeados pelos
interpostos contra a apuração, juntando, para tan- Governos ou Casas Legislativas, que excedam as
to, cópia do boletim relativo à urna impugnada. prerrogativas consignadas nos regimentos e nor-
mas dos órgãos que integram;
Parágrafo único. Na hipótese de surgirem obstácu-
los à obtenção do boletim, caberá ao recorrente III - ceder servidor público ou empregado da ad-
requerer, mediante a indicação dos dados neces- ministração direta ou indireta federal, estadual ou
sários, que o órgão da Justiça Eleitoral perante o municipal do Poder Executivo, ou usar de seus
qual foi interposto o recurso o instrua, anexando serviços, para comitês de campanha eleitoral de
o respectivo boletim de urna. candidato, partido político ou coligação, durante
o horário de expediente normal, salvo se o servi-
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, dor ou empregado estiver licenciado;
de cinco a dez anos:
Resolução do TSE n.º 21.854/2004  Ressalva estendi-
Lei n.º 6.996 de 07 de junho de 1982 da ao servidor público que esteja no gozo de férias
Art. 15. Incorrerá nas penas do art. 315 do Código remuneradas.
Eleitoral quem, no processamento eletrônico das
Comentário  Para a caracterização da conduta veda-
cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o da prevista no inciso III do art. 73 da Lei das Eleições,
método utilizado. não se pode presumir a responsabilidade do agente
público. (Acórdão do TSE n.º 25.220/2005)
I - obter acesso a sistema de tratamento automá-
tico de dados usado pelo serviço eleitoral, a fim IV - fazer ou permitir uso promocional em favor
de alterar a apuração ou a contagem de votos; de candidato, partido político ou coligação, de dis-
II - desenvolver ou introduzir comando, instru- tribuição gratuita de bens e serviços de caráter
ção, ou programa de computador capaz de des- social custeados ou subvencionados pelo Poder
truir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou trans- Público;
mitir dado, instrução ou programa ou provocar
qualquer outro resultado diverso do esperado Comentário  A Lei Eleitoral não proíbe a prestação de
em sistema de tratamento automático de dados serviço social custeado ou subvencionado pelo poder
público nos três meses que antecedem à eleição, mas
usados pelo serviço eleitoral;
sim o seu uso para fins promocionais de candidato,
III - causar, propositadamente, dano físico ao partido ou coligação. (Acórdão do TSE n.º 5.283/2004)
equipamento usado na votação ou na totalização
Comentário  Bem de natureza cultural, posto à dispo-
de votos ou a suas partes.
sição de toda a coletividade, não se enquadra neste
Das Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em dispositivo. (Acórdão do TSE n.º 24.795/2004)
Campanhas Eleitorais
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admi-
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servi- tir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar
dores ou não, as seguintes condutas tendentes a vantagens ou por outros meios dificultar ou im-
afetar a igualdade de oportunidades entre candida- pedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, re-
tos nos pleitos eleitorais: mover, transferir ou exonerar servidor público, na
294 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
circunscrição do pleito, nos três meses que o an- ou das respectivas entidades da administração
tecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de indireta, salvo em caso de grave e urgente ne-
nulidade de pleno direito, ressalvados: cessidade pública, assim reconhecida pela Justi-
ça Eleitoral;
Resolução do TSE n.º 21.806/2004  Não proíbe a
realização de concurso público. c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e
televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo
a) a nomeação ou exoneração de cargos em co- quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se
missão e designação ou dispensa de funções de de matéria urgente, relevante e característica
confiança; das funções de governo;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, Comentário  Vedada a veiculação, independentemen-


do Ministério Público, dos Tribunais ou Conse- te da data da autorização. (Acórdão do TSE de
lhos de Contas e dos órgãos da Presidência da 15/09/2009 no REspe n.º 35.240)
República;
c) a nomeação dos aprovados em concursos pú- Comentário  Admite-se a permanência de placas de
blicos homologados até o início daquele prazo; obras públicas desde que não contenham expressões
que possam identificar autoridades, servidores ou
d) a nomeação ou contratação necessária à ins- administrações cujos dirigentes estejam em campanha
talação ou ao funcionamento inadiável de servi- eleitoral. (Acórdão do TSE de 14/04/2009 no REspe n.º
ços públicos essenciais, com prévia e expressa 26.448)
autorização do Chefe do Poder Executivo;
Comentário  A publicação de atos oficiais, tais como
e) a transferência ou remoção ex officio de mili-
leis e decretos, não caracteriza publicidade institucio-
tares, policiais civis e de agentes penitenciários; nal. (Acórdão do TSE de 07/11/2006 no REspe n.º
VI - nos três meses que antecedem o pleito: 25.748)

a) realizar transferência voluntária de recursos


VII - realizar, no primeiro semestre do ano de
da União aos Estados e Municípios, e dos Esta-
eleição, despesas com publicidade dos órgãos pú-
dos aos Municípios, sob pena de nulidade de
blicos federais, estaduais ou municipais, ou das
pleno direito, ressalvados os recursos destina-
respectivas entidades da administração indireta,
dos a cumprir obrigação formal preexistente pa-
que excedam a média dos gastos no primeiro
ra execução de obra ou serviço em andamento e
semestre dos três últimos anos que antecedem o
com cronograma prefixado, e os destinados a
pleito; (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
atender situações de emergência e de calamida-
2015)
de pública;
VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão ge-
Lei de Responsabilidade Fiscal - LC n.º 101/2000 ral da remuneração dos servidores públicos que
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende- exceda a recomposição da perda de seu poder
se por transferência voluntária a entrega de recursos aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do
correntes ou de capital a outro ente da Federação, a início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, até a posse dos eleitos.
que não decorra de determinação constitucional, legal
ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
Resolução do TSE n.º 22.252/2006  O termo inicial do
Resolução do TSE n.º 21.878/2004 e Acórdão do TSE prazo é o que consta no art. 7º, § 1º, desta lei, qual
n.º 25.324/2006  Obra ou serviço já iniciados fisica- seja, 180 dias antes da eleição; o termo final é a posse
mente. dos eleitos.

Comentário  Descabimento de interpretação extensi-


va deste dispositivo e inaplicabilidade à transferência Art. 7º As normas para a escolha e substituição dos
de recursos a associações de direito privado. (Acórdãos candidatos e para a formação de coligações serão
do TSE n.ºs 16.040/99 e 266/2004) estabelecidas no estatuto do partido, observadas as
disposições desta Lei.
b) com exceção da propaganda de produtos e
serviços que tenham concorrência no mercado,
autorizar publicidade institucional dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos ór-
gãos públicos federais, estaduais ou municipais,
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 295
§ 1º Em caso de omissão do estatuto, caberá ao b) com exceção da propaganda de produtos e servi-
órgão de direção nacional do partido estabelecer as ços que tenham concorrência no mercado, autori-
normas a que se refere este artigo, publicando-as zar publicidade institucional dos atos, programas,
no Diário Oficial da União até cento e oitenta dias obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
antes das eleições. (...) federais, estaduais ou municipais, ou das respecti-
vas entidades da administração indireta, salvo em
§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos des- caso de grave e urgente necessidade pública, assim
te artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente reconhecida pela Justiça Eleitoral;
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, de-
signação, contratação ou qualquer outra forma de c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e tele-
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego visão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo
ou função nos órgãos ou entidades da administra- quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de
ção pública direta, indireta, ou fundacional. matéria urgente, relevante e característica das
funções de governo;
§ 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao
uso, em campanha, de transporte oficial pelo Pre- § 4º O descumprimento do disposto neste artigo
sidente da República, obedecido o disposto no art. acarretará a suspensão imediata da conduta veda-
76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a da, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a
reeleição de Presidente e Vice-Presidente da Re- multa no valor de cinco a cem mil UFIR.
pública, Governador e Vice-Governador de Estado
e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de Comentário  A Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
suas residências oficiais para realização de conta- instituída pela Lei n.º 8.383/1991, foi extinta pela MP
tos, encontros e reuniões pertinentes à própria n.º 1.973-67/2000, tendo sido sua última reedição (MP
campanha, desde que não tenham caráter de ato n.º 2.176-79/2001) convertida na Lei n.º 10.522/2002,
público. e seu último valor estabelecido em R$ 1,0641.

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servi- § 5º Nos casos de descumprimento do disposto nos
dores ou não, as seguintes condutas tendentes a incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do dispos-
afetar a igualdade de oportunidades entre candida- to no § 4º, o candidato beneficiado, agente públi-
tos nos pleitos eleitorais: co ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou
I - ceder ou usar, em benefício de candidato, parti- do diploma. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de
do político ou coligação, bens móveis ou imóveis 2009)
pertencentes à administração direta ou indireta da Art. 73. (...)
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territó-
rios e dos Municípios, ressalvada a realização de § 10. No ano em que se realizar eleição, fica proi-
convenção partidária; bida a distribuição gratuita de bens, valores ou
benefícios por parte da Administração Pública,
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso exceto nos casos de calamidade pública, de estado
de transporte oficial pelo Presidente da República de emergência ou de programas sociais autoriza-
e sua comitiva em campanha eleitoral será de dos em lei e já em execução orçamentária no exer-
responsabilidade do partido político ou coligação cício anterior, casos em que o Ministério Público
a que esteja vinculado. (...) poderá promover o acompanhamento de sua exe-
cução financeira e administrativa.
§ 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e
c, aplicam-se apenas aos agentes públicos das es- § 6º As multas de que trata este artigo serão dupli-
feras administrativas cujos cargos estejam em cadas a cada reincidência.
disputa na eleição.
§ 7º As condutas enumeradas no caput caracteri-
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servi- zam, ainda, atos de improbidade administrativa, a
dores ou não, as seguintes condutas tendentes a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei n.º 8.429 de
afetar a igualdade de oportunidades entre candida- 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições
tos nos pleitos eleitorais: daquele diploma legal, em especial às cominações
do art. 12, inciso III.
VI - nos três meses que antecedem o pleito:
(...)

296 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Lei n.º 8.429 de 2 de junho de 1992 § 11. Nos anos eleitorais, os programas sociais de
que trata o § 10 não poderão ser executados por
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrati- entidade nominalmente vinculada a candidato ou
va que atenta contra os princípios da administração por esse mantida. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de
pública qualquer ação ou omissão que viole os de- 2009)
veres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente: § 12. A representação contra a não observância do
disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regu- Lei Complementar n.º 64, de 18 de maio de 1990, e
lamento ou diverso daquele previsto, na regra de poderá ser ajuizada até a data da diploma-
competência; ção. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
(...)
Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990
Art. 12. Independentemente das sanções penais,
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candi-
civis e administrativas previstas na legislação espe-
dato ou Ministério Público Eleitoral poderá repre-
cífica, está o responsável pelo ato de improbidade
sentar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Correge-
sujeito às seguintes cominações, que podem ser
dor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
com a gravidade do fato: (...)
investigação judicial para apurar uso indevido, des-
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral vio ou abuso do poder econômico ou do poder de
do dano, se houver, perda da função pública, sus- autoridade, ou utilização indevida de veículos ou
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos, meios de comunicação social, em benefício de can-
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor didato ou de partido político, obedecido o seguinte
da remuneração percebida pelo agente e proibição rito: (...)
de contratar com o Poder Público ou receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou § 13. O prazo de recurso contra decisões proferidas
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa com base neste artigo será de 3 (três) dias, a con-
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo tar da data da publicação do julgamento no Diário
de três anos. Oficial. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os
§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes
fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar n.º
públicos responsáveis pelas condutas vedadas e
64 de 18 de maio de 1990, a infringência do dispos-
aos partidos, coligações e candidatos que delas se
to no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, fican-
beneficiarem.
do o responsável, se candidato, sujeito ao cance-
§ 9º Na distribuição dos recursos do Fundo Partidá- lamento do registro de sua candidatura.
rio (Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de 1995) ori-
undos da aplicação do disposto no § 4º, deverão Constituição Federal de 1988
ser excluídos os partidos beneficiados pelos atos Art. 37. (...)
que originaram as multas.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, ser-
Resolução do TSE n.º 22.090/2005  A importância viços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
será decotada do diretório nacional, e sucessivamente caráter educativo, informativo ou de orientação
dos órgãos inferiores, de modo a atingir o órgão parti- social, dela não podendo constar nomes, símbolos
dário efetivamente responsável. ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica proi-
Art. 75. Nos três meses que antecederem as elei-
bida a distribuição gratuita de bens, valores ou
ções, na realização de inaugurações é vedada a
benefícios por parte da Administração Pública,
contratação de shows artísticos pagos com recur-
exceto nos casos de calamidade pública, de estado
sos públicos.
de emergência ou de programas sociais autoriza-
dos em lei e já em execução orçamentária no exer- Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do
cício anterior, casos em que o Ministério Público disposto neste artigo, sem prejuízo da suspensão
poderá promover o acompanhamento de sua exe- imediata da conduta, o candidato beneficiado,
cução financeira e administrativa. (Incluído pela Lei agente público ou não, ficará sujeito à cassação do
n.º 11.300 de 2006) registro ou do diploma. (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 297
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso Art. 80. Nas eleições a serem realizadas no ano de
de transporte oficial pelo Presidente da República 1998, cada partido ou coligação deverá reservar,
e sua comitiva em campanha eleitoral será de para candidatos de cada sexo, no mínimo, vinte e
responsabilidade do partido político ou coligação cinco por cento e, no máximo, setenta e cinco por
a que esteja vinculado. cento do número de candidaturas que puder regis-
trar.
§ 1º O ressarcimento de que trata este artigo terá
por base o tipo de transporte usado e a respectiva Art. 81. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
tarifa de mercado cobrada no trecho correspon-
Art. 82. Nas Seções Eleitorais em que não for usa-
dente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo
do o sistema eletrônico de votação e totalização
ressarcimento corresponderá ao aluguel de uma
de votos, serão aplicadas as regras definidas nos
aeronave de propulsão a jato do tipo táxi aéreo.
arts. 83 a 89 desta Lei e as pertinentes da Lei 4.737
§ 2º No prazo de dez dias úteis da realização do de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.
pleito, em primeiro turno, ou segundo, se houver,
o órgão competente de controle interno procederá Comentário  Os artigos 83 a 89 tratam dos procedi-
ex officio à cobrança dos valores devidos nos ter- mentos de confecção e impressão de cédulas oficiais
mos dos parágrafos anteriores. pela Justiça Eleitoral.

§ 3º A falta do ressarcimento, no prazo estipulado,


Art. 83. As cédulas oficiais serão confeccionadas
implicará a comunicação do fato ao Ministério
Público Eleitoral, pelo órgão de controle interno. pela Justiça Eleitoral, que as imprimirá com exclu-
sividade para distribuição às Mesas Receptoras,
§ 4º Recebida a denúncia do Ministério Público, a sendo sua impressão feita em papel opaco, com
Justiça Eleitoral apreciará o feito no prazo de trinta tinta preta e em tipos uniformes de letras e núme-
dias, aplicando aos infratores pena de multa cor- ros, identificando o gênero na denominação dos
respondente ao dobro das despesas, duplicada a cargos em disputa.
cada reiteração de conduta.
§ 1º Haverá duas cédulas distintas, uma para as
Art. 77. É proibido a qualquer candidato compare- eleições majoritárias e outra para as proporcio-
cer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a nais, a serem confeccionadas segundo modelos
inaugurações de obras públicas. (Redação dada determinados pela Justiça Eleitoral.
pela Lei n.º 12.034 de 2009)
§ 2º Os candidatos à eleição majoritária serão
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste identificados pelo nome indicado no pedido de
artigo sujeita o infrator à cassação do registro ou registro e pela sigla adotada pelo partido a que
do diploma. (Redação dada pela Lei n.º 12.034 de pertencem e deverão figurar na ordem determina-
2009) da por sorteio.
Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art.
73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de
caráter constitucional, administrativo ou discipli-
nar fixadas pelas demais leis vigentes.

Art. 73. (...)


§ 4º O descumprimento do disposto neste artigo
acarretará a suspensão imediata da conduta ve-
dada, quando for o caso, e sujeitará os responsá-
veis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.
§ 5º Nos casos de descumprimento do disposto nos
incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto
no § 4º, o candidato beneficiado, agente público
ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do
diploma.

Disposições Transitórias
Art. 79. O financiamento das campanhas eleitorais
com recursos públicos será disciplinada em lei
específica.
298 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º Para as eleições realizadas pelo sistema pro- e a contagem das cédulas e o preenchimento do
porcional, a cédula terá espaços para que o eleitor boletim.
escreva o nome ou o número do candidato esco-
§ 1º O não-atendimento ao disposto no caput ense-
lhido, ou a sigla ou o número do partido de sua
ja a impugnação do resultado da urna, desde que
preferência.
apresentada antes da divulgação do boletim.
§ 2º Ao final da transcrição dos resultados apura-
dos no boletim, o Presidente da Junta Eleitoral é
obrigado a entregar cópia deste aos partidos e
coligações concorrentes ao pleito cujos represen-
tantes o requeiram até uma hora após sua expedi-
ção.
§ 3º Para os fins do disposto no parágrafo anterior,
cada partido ou coligação poderá credenciar até
três fiscais perante a Junta Eleitoral, funcionando
um de cada vez.
§ 4º No prazo de quinze dias após a realização do § 4º O descumprimento de qualquer das disposi-
sorteio a que se refere o § 2º, os Tribunais Regio- ções deste artigo constitui crime, punível com de-
nais Eleitorais divulgarão o modelo da cédula tenção de um a três meses, com a alternativa de
completa com os nomes dos candidatos majoritá- prestação de serviços à comunidade pelo mesmo
rios na ordem já definida. período e multa, no valor de um mil a cinco mil
§ 5º Às eleições em segundo turno aplica-se o dis- UFIR.
posto no § 2º, devendo o sorteio verificar-se até § 5º O rascunho ou qualquer outro tipo de anota-
quarenta e oito horas após a proclamação do re- ção fora dos boletins de urna, usados no momento
sultado do primeiro turno e a divulgação do mo- da apuração dos votos, não poderão servir de pro-
delo da cédula nas vinte e quatro horas seguintes. va posterior perante a Junta apuradora ou totaliza-
Art. 84. No momento da votação, o eleitor dirigir- dora.
se-á à cabina duas vezes, sendo a primeira para o § 6º O boletim mencionado no § 2º deverá conter
preenchimento da cédula destinada às eleições o nome e o número dos candidatos nas primeiras
proporcionais, de cor branca, e a segunda para o colunas, que precederão aquelas onde serão desig-
preenchimento da cédula destinada às eleições nados os votos e o partido ou coligação.
majoritárias, de cor amarela.
1ª coluna  Nome do candidato
1ª cédula  eleições proporcionais - cor branca
2ª coluna  Número do candidato.
2ª cédula  eleições majoritárias - cor amarela
3ª coluna  Quantidade de votos.
Parágrafo único. A Justiça Eleitoral fixará o tempo 4ª coluna  Partido ou coligação.
de votação e o número de eleitores por seção, para
garantir o pleno exercício do direito de voto. Art. 88. O Juiz Presidente da Junta Eleitoral é obri-
Art. 85. Em caso de dúvida na apuração de votos gado a recontar a urna, quando:
dados a homônimos, prevalecerá o número sobre I - o boletim apresentar resultado não-
o nome do candidato. coincidente com o número de votantes ou dis-
Art. 86. No sistema de votação convencional consi- crepante dos dados obtidos no momento da apu-
derar-se-á voto de legenda quando o eleitor assi- ração;
nalar o número do partido no local exato reserva- II - ficar evidenciada a atribuição de votos a can-
do para o cargo respectivo e somente para este didatos inexistentes, o não-fechamento da con-
será computado. tabilidade da urna ou a apresentação de totais de
Art. 87. Na apuração, será garantido aos fiscais e votos nulos, brancos ou válidos destoantes da
delegados dos partidos e coligações o direito de média geral das demais Seções do mesmo Muni-
observar diretamente, a distância não superior a cípio, Zona Eleitoral.
um metro da mesa, a abertura da urna, a abertura

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 299
Art. 89. Será permitido o uso de instrumentos que § 5º Qualquer eleitor poderá provocar a represen-
auxiliem o eleitor analfabeto a votar, não sendo a tação contra o órgão do Ministério Público se o juiz,
Justiça Eleitoral obrigada a fornecê-los. no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.
Disposições Finais Art. 358. A denúncia será rejeitada quando:
Art. 90. Aos crimes definidos nesta Lei, aplica-se o I - o fato narrado evidentemente não constituir
disposto nos arts. 287 e 355 a 364 da Lei n.º 4.737, crime;
de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta ou outra causa;
lei as regras gerais do Código Penal.
III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar
(...) condição exigida pela lei para o exercício da ação
penal.
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código
são de ação pública. Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição
da denúncia não obstará ao exercício da ação pe-
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de
nal, desde que promovida por parte legítima ou
infração penal deste Código deverá comunicá-la ao
satisfeita a condição.
juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia
§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a
e hora para o depoimento pessoal do acusado,
autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo
ordenando a citação deste e a notificação do Minis-
apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá
tério Público.
ao órgão do Ministério Público local, que procederá
na forma deste Código. Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo
de 10 (dez) dias para oferecer alegações escritas e
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários mai-
arrolar testemunhas.
ores esclarecimentos e documentos complementa-
res ou outros elementos de convicção, deverá re- Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da
quisitá-los diretamente de quaisquer autoridades defesa e praticadas as diligências requeridas pelo
ou funcionários que possam fornecê-los. Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo
juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério
das partes - acusação e defesa - para alegações
Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10
finais.
(dez) dias.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
ao juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da
mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
comunicação, o juiz, no caso de considerar impro-
cedentes as razões invocadas, fará remessa da co- Art. 362. Das decisões finais de condenação ou
municação ao Procurador Regional, e este oferece- absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a
rá a denúncia, designará outro Promotor para ofe- ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
recê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional for con-
qual só então estará o juiz obrigado a atender.
denatória, baixarão imediatamente os autos à ins-
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato crimi- tância inferior para a execução da sentença, que
noso com todas as suas circunstâncias, a qualifica- será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da
ção do acusado ou esclarecimentos pelos quais se data da vista ao Ministério Público.
possa identificá-lo, a classificação do crime e,
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público
quando necessário, o rol das testemunhas.
deixar de promover a execução da sentença serão
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º,
denúncia no prazo legal representará contra ele a 4º e 5º do art. 357.
autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes elei-
responsabilidade penal.
torais e dos comuns que lhes forem conexos, assim
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo como nos recursos e na execução, que lhes digam
anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou su-
designação de outro promotor, que, no mesmo pletiva, o Código de Processo Penal.
prazo, oferecerá a denúncia.

300 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, respondem penal- Art. 93. O Tribunal Superior Eleitoral poderá, nos
mente pelos partidos e coligações os seus repre- anos eleitorais, requisitar das emissoras de rádio e
sentantes legais. televisão, no período de um mês antes do início da
propaganda eleitoral a que se refere o art. 36 e
§ 2º Nos casos de reincidência, as penas pecuniá-
nos três dias anteriores à data do pleito, até dez
rias previstas nesta Lei aplicam-se em dobro.
minutos diários, contínuos ou não, que poderão
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito- ser somados e usados em dias espaçados, para a
ral ou de transferência será recebido dentro dos divulgação de comunicados, boletins e instruções
cento e cinquenta dias anteriores à data da elei- ao eleitorado. (Redação dada pela Lei n.º 13.165 de
ção. 2015)
Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou
Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permiti-
do comprovante de alistamento eleitoral constitui
da após o dia 15 de agosto do ano da eleição.
crime, punível com detenção, de um a três meses,
com a alternativa de prestação de serviços à co- Art. 93-A. O Tribunal Superior Eleitoral, no período
munidade por igual período, e multa no valor de compreendido entre 1º de abril e 30 de julho dos
cinco mil a dez mil UFIR. anos eleitorais, promoverá, em até cinco minutos
Art. 91-A. No momento da votação, além da exibi- diários, contínuos ou não, requisitados às emisso-
ção do respectivo título, o eleitor deverá apresen- ras de rádio e televisão, propaganda institucional,
tar documento de identificação com fotogra- em rádio e televisão, destinada a incentivar a par-
fia. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) ticipação feminina na política, bem como a escla-
recer os cidadãos sobre as regras e o funciona-
Parágrafo único. Fica vedado portar aparelho de mento do sistema eleitoral brasileiro. (Redação
telefonia celular, máquinas fotográficas e filmado- dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
ras, dentro da cabina de votação. (Incluído pela Lei
n.º 12.034 de 2009) Art. 94. Os feitos eleitorais, no período entre o
registro das candidaturas até cinco dias após a
Art. 92. O Tribunal Superior Eleitoral, ao conduzir o realização do segundo turno das eleições, terão
processamento dos títulos eleitorais, determinará prioridade para a participação do Ministério Públi-
de ofício a revisão ou correição das Zonas Eleito- co e dos Juízes de todas as Justiças e instâncias,
rais sempre que: ressalvados os processos de habeas corpus e man-
I - o total de transferências de eleitores ocorridas dado de segurança.
no ano em curso seja dez por cento superior ao § 1º É defeso às autoridades mencionadas neste
do ano anterior; artigo deixar de cumprir qualquer prazo desta Lei,
II - o eleitorado for superior ao dobro da popula- em razão do exercício das funções regulares.
ção entre dez e quinze anos, somada à de idade § 2º O descumprimento do disposto neste artigo
superior a setenta anos do território daquele constitui crime de responsabilidade e será objeto
Município; de anotação funcional para efeito de promoção na
III - o eleitorado for superior a sessenta e cinco carreira.
por cento da população projetada para aquele § 3º Além das polícias judiciárias, os órgãos da
ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- receita federal, estadual e municipal, os tribunais
tística - IBGE. e órgãos de contas auxiliarão a Justiça Eleitoral na
apuração dos delitos eleitorais, com prioridade
Comentário  Necessidade de preenchimento cumula- sobre suas atribuições regulares.
tivo dos três requisitos. (Resoluções do TSE n.ºs
20.472/99, 21.490/2003, 22.021/2005 e 22.586/2007, § 4º Os advogados dos candidatos ou dos partidos
dentre outras) e coligações serão notificados para os feitos de que
trata esta Lei com antecedência mínima de vinte e
Resolução do TSE n.º 21.538/2003  Normas sobre quatro horas, ainda que por fax, telex ou telegra-
revisão do eleitorado nos artigos 58 a 76. ma.
§ 5º Nos Tribunais Eleitorais, os advogados dos
Resolução do TSE n.º 21.372/2003  Correições ordi- candidatos ou dos partidos e coligações serão
nárias pelo menos uma vez a cada ano.
intimados para os feitos que não versem sobre a
cassação do registro ou do diploma de que trata
esta Lei por meio da publicação de edital eletrôni-

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 301
co publicado na página do respectivo Tribunal na § 7º Transcorrido o prazo previsto no § 5º, apre-
internet, iniciando-se a contagem do prazo no dia sentada ou não a defesa, o órgão competente da
seguinte ao da divulgação. (Incluído pela Lei n.º Justiça Eleitoral decidirá e fará publicar a decisão
13.165 de 2015) em vinte e quatro horas.
Art. 94-A. Os órgãos e entidades da Administração § 8º Quando cabível recurso contra a decisão, este
Pública direta e indireta poderão, quando solicita- deverá ser apresentado no prazo de vinte e quatro
dos, em casos específicos e de forma motivada, horas da publicação da decisão em cartório ou
pelos Tribunais Eleitorais: (Incluído pela Lei n.º sessão, assegurado ao recorrido o oferecimento de
11.300 de 2006) contra-razões, em igual prazo, a contar da sua
notificação.
I - fornecer informações na área de sua compe-
tência; (Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006) § 9º Os Tribunais julgarão o recurso no prazo de
quarenta e oito horas.
II - ceder funcionários no período de 3 (três) me-
ses antes a 3 (três) meses depois de cada eleição. § 10. Não sendo o feito julgado nos prazos fixados,
(Incluído pela Lei n.º 11.300 de 2006) o pedido pode ser dirigido ao órgão superior, de-
vendo a decisão ocorrer de acordo com o rito defi-
Art. 94-B. (Vetado) (Incluído pela Lei n.º 11.300 de
nido neste artigo.
2006)
§ 11. As sanções aplicadas a candidato em razão
Art. 95. Ao Juiz Eleitoral que seja parte em ações
do descumprimento de disposições desta Lei não
judiciais que envolvam determinado candidato é
se estendem ao respectivo partido, mesmo na
defeso exercer suas funções em processo eleitoral
hipótese de esse ter se beneficiado da conduta,
no qual o mesmo candidato seja interessado.
salvo quando comprovada a sua participação.
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
desta Lei, as reclamações ou representações rela-
tivas ao seu descumprimento podem ser feitas por
Representação por Descumprimento da Lei das Eleições
qualquer partido político, coligação ou candidato,
e devem dirigir-se: ❶ Competência de Julgamento
I - aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; Juízes Eleitorais  eleições municipais
II - aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições TREs  eleições federais, estaduais e distritais
federais, estaduais e distritais;
TSE  eleição presidencial
III - ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição pre-
❷ Autor da Representação (Legitimidade Ativa)
sidencial.
* Partido Político
§ 1º As reclamações e representações devem rela-
tar fatos, indicando provas, indícios e circunstân- * Candidato
cias. * Coligação
§ 2º Nas eleições municipais, quando a circunscri- ❸ Requisitos da Ação  Relatar fatos, indicar provas,
ção abranger mais de uma Zona Eleitoral, o Tribu- indícios e circunstâncias.
nal Regional designará um Juiz para apreciar as ❹ Defesa  O representado será imediatamente noti-
reclamações ou representações. ficado e terá prazo de 48 horas (quarenta e oito) para,
§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três juízes se quiser, apresentar defesa.
auxiliares para a apreciação das reclamações ou ❺ Decisão  Decorrido o prazo de 48 (quarenta e oito
representações que lhes forem dirigidas. horas) da defesa, o órgão competente (juiz, TRE ou
TSE) decidirá e fará publicar a decisão em 24 horas
§ 4º Os recursos contra as decisões dos juízes auxi- (vinte e quatro horas).
liares serão julgados pelo Plenário do Tribunal.
❻ Recursos  Perante o TRE ou TSE
§ 5º Recebida a reclamação ou representação, a
❼ Ingresso do Recurso  Prazo de 24 horas (vinte e
Justiça Eleitoral notificará imediatamente o recla-
quatro) da publicação da decisão em cartório ou ses-
mado ou representado para, querendo, apresentar são.
defesa em quarenta e oito horas.
❽ Contra-Razões do Recurso  Prazo de 24 horas
§ 6º (Revogado pela Lei n.º 9.840 de 28/09/1999) (vinte e quatro) da notificação para que o recorrido
apresente as contra-razões.

302 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º No caso de descumprimento das disposições
❾ Julgamento do Recurso  No prazo de 48 horas
desta Lei por Tribunal Regional Eleitoral, a repre-
(quarenta e oito).
sentação poderá ser feita ao Tribunal Superior
Eleitoral, observado o disposto neste arti-
Art. 96-A. Durante o período eleitoral, as intima- go. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n.º
ções via fac-símile encaminhadas pela Justiça Elei- 12.034 de 2009)
toral a candidato deverão ser exclusivamente reali-
zadas na linha telefônica por ele previamente
❶ Problemas com o Juiz Eleitoral  Representação ao
cadastrada, por ocasião do preenchimento do re- TRE
querimento de registro de candidatura. (Incluído
pela Lei n.º 12.034 de 2009) ❷ Problemas com o TRE  Representação ao TSE

Parágrafo único. O prazo de cumprimento da de- ❸ Problemas com o TSE  Representação ao CNJ (art.
103-B § 4º III da Constituição Federal)
terminação prevista no caput é de quarenta e oito
horas, a contar do recebimento do fac-
símile. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art.
5º da Constituição Federal, considera-se duração
Art. 96-B. Serão reunidas para julgamento comum razoável do processo que possa resultar em perda
as ações eleitorais propostas por partes diversas de mandato eletivo o período máximo de 1 (um)
sobre o mesmo fato, sendo competente para apre- ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleito-
ciá-las o juiz ou relator que tiver recebido a pri- ral. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
meira. (Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015)
Constituição Federal de 1988
§ 1º O ajuizamento de ação eleitoral por candidato
ou partido político não impede ação do Ministério Art. 5º (...)
Público no mesmo sentido. (Incluído pela Lei n.º
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrati-
13.165 de 2015)
vo, são assegurados a razoável duração do proces-
§ 2º Se proposta ação sobre o mesmo fato aprecia- so e os meios que garantam a celeridade de sua
do em outra cuja decisão ainda não transitou em tramitação.
julgado, será ela apensada ao processo anterior na
instância em que ele se encontrar, figurando a par- § 1º A duração do processo de que trata
te como litisconsorte no feito principal. (Incluído o caput abrange a tramitação em todas as instân-
pela Lei n.º 13.165 de 2015) cias da Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009)
§ 3º Se proposta ação sobre o mesmo fato aprecia-
do em outra cuja decisão já tenha transitado em § 2º Vencido o prazo de que trata o caput, será
julgado, não será ela conhecida pelo juiz, ressal- aplicável o disposto no art. 97, sem prejuízo de
vada a apresentação de outras ou novas provas. representação ao Conselho Nacional de Justi-
(Incluído pela Lei n.º 13.165 de 2015) ça. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)

Art. 97. Poderá o candidato, partido ou coligação Art. 98. Os eleitores nomeados para compor as
representar ao Tribunal Regional Eleitoral contra o Mesas Receptoras ou Juntas Eleitorais e os requisi-
Juiz Eleitoral que descumprir as disposições desta tados para auxiliar seus trabalhos serão dispensa-
Lei ou der causa ao seu descumprimento, inclusive dos do serviço, mediante declaração expedida pela
quanto aos prazos processuais; neste caso, ouvido Justiça Eleitoral, sem prejuízo do salário, venci-
o representado em vinte e quatro horas, o Tribu- mento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro
nal ordenará a observância do procedimento que dos dias de convocação.
explicitar, sob pena de incorrer o Juiz em desobedi- Art. 99. As emissoras de rádio e televisão terão
ência. direito a compensação fiscal pela cedência do ho-
§ 1º É obrigatório, para os membros dos Tribunais rário gratuito previsto nesta Lei.
Eleitorais e do Ministério Público, fiscalizar o cum- § 1º O direito à compensação fiscal das emissoras
primento desta Lei pelos juízes e promotores elei- de rádio e televisão previsto no parágrafo único do
torais das instâncias inferiores, determinando, art. 52 da Lei n.º 9.096, de 19 de setembro de
quando for o caso, a abertura de procedimento 1995, e neste artigo, pela cedência do horário gra-
disciplinar para apuração de eventuais irregulari- tuito destinado à divulgação das propagandas par-
dades que verificarem. (Incluído pela Lei n.º 12.034 tidárias e eleitoral, estende-se à veiculação de
de 2009) propaganda gratuita de plebiscitos e referendos
de que dispõe o art. 8º da Lei n.º 9.709, de 18 de
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 303
novembro de 1998, mantido também, a esse efei- § 2º (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)
to, o entendimento de que: (Incluído pela Lei n.º
§ 2º-A. A aplicação das tabelas públicas de preços
12.034 de 2009)
de veiculação de publicidade, para fins de com-
pensação fiscal, deverá atender ao seguin-
Comentário  O mencionado artigo 52 da Lei n.º 9.096 te: (Incluído pela Lei n.º 12.350 de 2010)
de 19 de setembro de 1995 foi vetado. Portanto as
regras são apenas aquelas que constam nesta lei. I - deverá ser apurada mensalmente a variação
percentual entre a soma dos preços efetivamente
praticados, assim considerados os valores devidos
Lei n.º 9.709 de 18 de novembro de 1998
às emissoras de rádio e televisão pelas veicula-
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente ções comerciais locais, e o correspondente a 0,8
do Congresso Nacional dará ciência à Justiça Eleito- (oito décimos) da soma dos respectivos preços
ral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscri- constantes da tabela pública de veiculação de pu-
ção: blicidade; (Incluído pela Lei n.º 12.350 de 2010)
I - fixar a data da consulta popular; II - a variação percentual apurada no inciso I de-
II - tornar pública a cédula respectiva; verá ser deduzida dos preços constantes da tabe-
la pública a que se refere o inciso II do §
III - expedir instruções para a realização do plebisci- 1º. (Incluído pela Lei n.º 12.350 de 2010)
to ou referendo;
II - a compensação fiscal consiste na apuração do
IV - assegurar a gratuidade nos meio de comunica-
valor correspondente a 0,8 (oito décimos) do resul-
ção de massa concessionários de serviço público,
tado da multiplicação de 100% (cem por cento) ou
aos partidos políticos e às frentes suprapartidárias
de 25% (vinte e cinco por cento) do tempo, respec-
organizadas pela sociedade civil em torno da maté-
tivamente, das inserções e das transmissões em
ria em questão, para a divulgação de seus postula-
bloco, pelo preço do espaço comercializável com-
dos referentes ao tema sob consulta.
provadamente vigente, assim considerado aquele
I - (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009) divulgado pelas emissoras de rádio e televisão por
intermédio de tabela pública de preços de veicula-
II - a compensação fiscal consiste na apuração do ção de publicidade, atendidas as disposições regu-
valor correspondente a 0,8 (oito décimos) do re- lamentares e as condições de que trata o § 2º-A;
sultado da multiplicação de 100% (cem por cen-
to) ou de 25% (vinte e cinco por cento) do tem- § 3º No caso de microempresas e empresas de
po, respectivamente, das inserções e das trans- pequeno porte optantes pelo Regime Especial Uni-
missões em bloco, pelo preço do espaço comer- ficado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
cializável comprovadamente vigente, assim con- (Simples Nacional), o valor integral da compensa-
siderado aquele divulgado pelas emissoras de rá- ção fiscal apurado na forma do inciso II do § 1º será
dio e televisão por intermédio de tabela pública deduzido da base de cálculo de imposto e contri-
de preços de veiculação de publicidade, atendi- buições federais devidos pela emissora, seguindo
das as disposições regulamentares e as condições os critérios definidos pelo Comitê Gestor do Sim-
de que trata o § 2º-A; (Redação dada pela Lei n.º ples Nacional (CGSN). (Redação dada pela Lei n.º
12.350 de 2010) 12.350 de 2010)
III - o valor apurado na forma do inciso II poderá Art. 100. A contratação de pessoal para prestação
ser deduzido do lucro líquido para efeito de de- de serviços nas campanhas eleitorais não gera vín-
terminação do lucro real, na apuração do Impos- culo empregatício com o candidato ou partido
to sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), inclusi- contratantes, aplicando-se à pessoa física contra-
ve da base de cálculo dos recolhimentos mensais tada o disposto na alínea h do inciso V do art. 12 da
previstos na legislação fiscal (art. 2º da Lei Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação
n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996), bem co- dada pela Lei n.º 13.165 de 2015)
mo da base de cálculo do lucro presumi-
do. (Incluído pela Lei n.º 12.350 de 2010) Lei n.º 8.212 de 24 de julho de 1991
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência
Lei n.º 9.430 de 27 de dezembro de 1996  Dispõe Social as seguintes pessoas físicas:
sobre a legislação tributária federal, as contribuições
para a seguridade social, o processo administrativo de
consulta e dá outras providências.

304 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
V - como contribuinte individual: Município com o maior número de eleitores, e, no
Distrito Federal, esse mesmo percentual aplicado
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, sobre o limite calculado na forma do inciso II
atividade econômica de natureza urbana, com fins do caput, considerado o eleitorado da maior regi-
lucrativos ou não; ão administrativa; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de
2013)
Parágrafo único. Não se aplica aos partidos políti-
cos, para fins da contratação de que trata o caput, IV - Deputado Estadual ou Distrital: na circunscri-
o disposto no parágrafo único do art. 15 da Lei n.º ção, 50% (cinquenta por cento) do limite estabe-
8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei n.º lecido para Deputados Federais; (Incluído pela Lei
13.165 de 2015) n.º 12.891 de 2013)

Lei n.º 8.212 de 24 de julho de 1991 V - Prefeito: nos limites previstos nos incisos I e II
do caput; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
Art. 15. Considera-se: (...)
VI - Vereador: 50% (cinquenta por cento) dos li-
Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os mites previstos nos incisos I e II do caput, até o
efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pes- máximo de 80% (oitenta por cento) do limite es-
soa física na condição de proprietário ou dono de tabelecido para Deputados Estaduais. (Incluído
obra de construção civil, em relação a segurado que pela Lei n.º 12.891 de 2013)
lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a asso-
ciação ou a entidade de qualquer natureza ou fina- § 2º Nos cálculos previstos nos incisos I e II
lidade, a missão diplomática e a repartição consu- do caput e no § 1º, a fração será desprezada, se
lar de carreira estrangeiras. inferior a 0,5 (meio), e igualada a 1 (um), se igual
ou superior. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
Art. 100-A. A contratação direta ou terceirizada de § 3º A contratação de pessoal por candidatos a
pessoal para prestação de serviços referentes a Vice-Presidente, Vice-Governador, Suplente de
atividades de militância e mobilização de rua nas Senador e Vice-Prefeito é, para todos os efeitos,
campanhas eleitorais observará os seguintes limi- contabilizada como contratação pelo titular, e a
tes, impostos a cada candidato: (Incluído pela Lei contratação por partidos fica vinculada aos limites
n.º 12.891 de 2013) impostos aos seus candidatos. (Incluído pela Lei
I - em Municípios com até 30.000 (trinta mil) n.º 12.891 de 2013)
eleitores, não excederá a 1% (um por cento) do § 4º (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
eleitorado; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
§ 5º O descumprimento dos limites previstos nesta
II - nos demais Municípios e no Distrito Federal, Lei sujeitará o candidato às penas previstas no art.
corresponderá ao número máximo apurado no 299 da Lei n.º 4.737, de 15 de julho de
inciso I, acrescido de 1 (uma) contratação para 1965. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
cada 1.000 (mil) eleitores que exceder o número
de 30.000 (trinta mil). (Incluído pela Lei n.º Código Eleitoral de 1965
12.891 de 2013)
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou rece-
§ 1º As contratações observarão ainda os seguintes ber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou
limites nas candidaturas aos cargos a: (Incluído qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e
pela Lei n.º 12.891 de 2013) para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a
I - Presidente da República e Senador: em cada oferta não seja aceita:
Estado, o número estabelecido para o Município Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de
com o maior número de eleitores; (Incluído pela cinco a quinze dias-multa.
Lei n.º 12.891 de 2013)
§ 6º São excluídos dos limites fixados por esta Lei
II - Governador de Estado e do Distrito Federal: a militância não remunerada, pessoal contratado
no Estado, o dobro do limite estabelecido para o para apoio administrativo e operacional, fiscais e
Município com o maior número de eleitores, e, no delegados credenciados para trabalhar nas eleições
Distrito Federal, o dobro do número alcançado no e os advogados dos candidatos ou dos partidos e
inciso II do caput; (Incluído pela Lei n.º 12.891 de coligações. (Incluído pela Lei n.º 12.891 de 2013)
2013)
III - Deputado Federal: na circunscrição, 70% (se-
tenta por cento) do limite estabelecido para o
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 305
Art. 101. (Vetado) § 2º Havendo substituição da UFIR por outro índi-
ce oficial, o Tribunal Superior Eleitoral procederá à
Dica de Estudo  As alterações que esta lei gerou nou- alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo
tras leis não são exigidas em provas de concursos, novo índice.
exceto se a referida lei que foi alterada fizer parte do
programa previsto no edital. Por isso, risquei os textos
§ 3º Serão aplicáveis ao pleito eleitoral imediata-
que virão a seguir para que você não se preocupe em mente seguinte apenas as resoluções publicadas
estudá-los. até a data referida no caput. (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009)
Art. 102. O parágrafo único do art. 145 da Lei n.º
4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral Data Limite  5 de março do ano da eleição.
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
Art. 105-A. Em matéria eleitoral, não são aplicá-
Art. 145..................................................
veis os procedimentos previstos na Lei n.º 7.347,
Parágrafo único..................................... de 24 de julho de 1985.138 (Incluído pela Lei n.º
12.034 de 2009)
IX - os policiais militares em serviço.
Art. 106. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 103. O art. 19, caput, da Lei n.º 9.096, de 19 de
publicação.
setembro de 1995 - Lei dos Partidos, passa a vigo-
rar com a seguinte redação: Art. 107. Revogam-se os arts. 92, 246, 247, 250,
322, 328, 329, 333 e o parágrafo único do art. 106
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril
da Lei n.º 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código
e outubro de cada ano, o partido, por seus ór-
Eleitoral; o § 4º do art. 39 da Lei n.º 9.096, de 19 de
gãos de direção municipais, regionais ou nacio-
setembro de 1995; o § 2º do art. 50 e o § 1º do art.
nal, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para
64 da Lei n.º 9.100, de 29 de setembro de 1995; e o
arquivamento, publicação e cumprimento dos
§ 2º do art. 7º do Decreto-Lei n.º 201, de 27 de
prazos de filiação partidária para efeito de can-
fevereiro de 1967.
didatura a cargos eletivos, a relação dos nomes
de todos os seus filiados, da qual constará a da-
Fornecimento Gratuito de Transporte
ta de filiação, o número dos títulos eleitorais e
das seções em que estão inscri- Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974
tos..............................................................
Dispõe sobre o fornecimento gratuito
Art. 104. O art. 44 da Lei n.º 9.096, de 19 de se- de transporte, em dias de eleição, a
tembro de 1995, passa a vigorar acrescido do se- eleitores residentes nas zonas rurais, e
guinte § 3º: dá outras providências.
Art. 44.................................................... Art. 1º Os veículos e embarcações, devidamente
§ 3º Os recursos de que trata este artigo não es- abastecidos e tripulados, pertencentes à União,
tão sujeitos ao regime da Lei n.º 8.666, de 21 de Estados, Territórios e Municípios e suas respectivas
junho de 1993. autarquias e sociedades de economia mista, excluí-
dos os de uso militar, ficarão à disposição da Justi-
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o
ça Eleitoral para o transporte gratuito de eleitores
Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter
em zonas rurais, em dias de eleição.
regulamentar e sem restringir direitos ou estabele-
cer sanções distintas das previstas nesta Lei, pode- § 1º Excetuam-se do disposto neste artigo os veícu-
rá expedir todas as instruções necessárias para los e embarcações em número justificadamente
sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audi- indispensável ao funcionamento de serviço público
ência pública, os delegados ou representantes dos insusceptível de interrupção.
partidos políticos. (Redação dada pela Lei n.º
12.034 de 2009)
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral publicará o códi-
go orçamentário para o recolhimento das multas
eleitorais ao Fundo Partidário, mediante docu- 138
Lei n.º 7.347 de 24 de julho de 1985  Disciplina a ação civil
mento de arrecadação correspondente.
pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de valor estético, histórico, turístico
e paisagístico e dá outras providências.

306 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Até quinze dias antes das eleições, a Justiça § 3º As reclamações serão apreciadas nos três dias
Eleitoral requisitará dos órgãos da administração subsequentes, delas cabendo recurso sem efeito
direta ou indireta da União, dos Estados, Territó- suspensivo.
rios, Distrito Federal e Municípios os funcionários e
§ 4º Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral
as instalações de que necessitar para possibilitar a
divulgará, pelos meios disponíveis, o quadro defini-
execução dos serviços de transporte e alimentação
tivo.
de eleitores previstos nesta Lei.
Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá
Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às
fazer transporte de eleitores desde o dia anterior
entidades previstas no art. 1º não for suficiente
até o posterior à eleição, salvo:
para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleito-
ral requisitará veículos e embarcações a particula- I - a serviço da Justiça Eleitoral;
res, de preferência os de aluguel. II - coletivos de linhas regulares e não fretados;
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão III - de uso individual do proprietário, para o exer-
pagos, até trinta dias depois do pleito, a preços cício do próprio voto e dos membros da sua famí-
que correspondam aos critérios da localidade. A lia;
despesa correrá por conta do Fundo Partidário.
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de
Art. 3º Até cinquenta dias antes da data do pleito, veículos de aluguel não atingidos pela requisição
os responsáveis por todas as repartições, órgãos e de que trata o art. 2º.
unidades do serviço público federal, estadual e
municipal oficiarão à Justiça Eleitoral, informando o Art. 6º A indisponibilidade ou as deficiências do
número, a espécie e lotação dos veículos e embar- transporte de que trata esta Lei não eximem o
cações de sua propriedade, e justificando, se for o eleitor do dever de votar.
caso, a ocorrência da exceção prevista no parágrafo Parágrafo único. Verificada a inexistência ou defici-
1º do art. 1º desta Lei. ência de embarcações e veículos, poderão os ór-
§ 1º Os veículos e embarcações à disposição da gãos partidários ou os candidatos indicar à Justiça
Justiça Eleitoral deverão, mediante comunicação Eleitoral onde há disponibilidade para que seja
expressa de seus proprietários, estar em condições feita a competente requisição.
de ser utilizados, pelo menos, vinte e quatro horas Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justi-
antes das eleições e circularão exibindo de modo ficar perante o Juiz Eleitoral até sessenta dias após
bem visível, dístico em letras garrafais, com a frase: a realização da eleição incorrerá na multa de três a
"A serviço da Justiça Eleitoral". dez por cento sobre o salário mínimo da região,
§ 2º A Justiça Eleitoral, à vista das informações imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrada na forma pre-
recebidas, planejará a execução do serviço de vista no art. 367, da Lei 4.737, de 15 de julho de
transporte de eleitores e requisitará aos responsá- 1965.
veis pelas repartições, órgãos ou unidades, até
Código Eleitoral de 1965
trinta dias antes do pleito, os veículos e embarca-
ções necessários. Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer
multa, salvo no caso das condenações criminais,
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleito-
obedecerão às seguintes normas:
ral divulgará, pelo órgão competente, o quadro
geral de percursos e horários programados para o I - No arbitramento será levada em conta a condi-
transporte de eleitores, dele fornecendo cópias aos ção econômica do eleitor;
partidos políticos.
II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento
§ 1º O transporte de eleitores somente será feito do eleitor, o pagamento será feito através de selo
dentro dos limites territoriais do respectivo muni- federal inutilizado no próprio requerimento ou no
cípio e quando das zonas rurais para as mesas respectivo processo;
receptoras distar pelo menos dois quilômetros.
III - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no pra-
§ 2º Os partidos políticos, os candidatos, ou eleito- zo de 30 (trinta) dias, será considerada dívida líqui-
res em número de vinte, pelo menos, poderão ofe- da e certa, para efeito de cobrança mediante exe-
recer reclamações em três dias contados da divul- cutivo fiscal, a que for inscrita em livro próprio no
gação do quadro. Cartório Eleitoral;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 307
IV - A cobrança judicial da dívida será feita por ação Comentário  O art. 80 § 4º da Resolução n.º
executiva na forma prevista para a cobrança da 21.538/2003 do TSE estabelece o percentual mínimo
dívida ativa da Fazenda Pública, correndo a ação de 3% e o máximo de 10% desse valor para arbitra-
perante os juízos eleitorais; mento da multa pelo não-exercício do voto. A Unidade
Fiscal de Referência (Ufir), instituída pela Lei n.º
V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais
8.383/1991, foi extinta pela MP n.º 1.973-67/2000,
de um Promotor de Justiça, a cobrança da dívida tendo sido sua última reedição (MP n.º 2.176-79/2001)
far-se-á por intermédio do que for designado pelo convertida na Lei n.º 10.522/2002, e seu último valor
Procurador Regional Eleitoral; estabelecido em R$ 1,0641.
VI - Os recursos cabíveis, nos processos para co- 33,02 x R$ 1,0641 = R$ 35,136582 (de 3% a 10%)
brança da dívida decorrente de multa, serão inter-
postos para a instância superior da Justiça Eleitoral;
Resolução do TSE n.º 21.538/2003
VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício;
Art. 80. O eleitor que deixar de votar e não se justi-
VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e Terri- ficar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a rea-
tórios serão cobradas nos termos dos respectivos lização da eleição incorrerá em multa imposta pelo
Regimentos de Custas; juiz eleitoral e cobrada na forma prevista nos arts.
IX - Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais 7º e 367 do Código Eleitoral, no que couber, e 85
Regionais, trimestralmente, a importância total das desta resolução.
multas impostas, nesse período e quanto foi arre- (...)
cadado através de pagamentos feitos na forma dos
Art. 85. A base de cálculo para aplicação das mul-
números II e III;
tas previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas,
X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais bem como das de que trata esta resolução, será o
Regionais ao Tribunal Superior. último valor fixado para a Ufir, multiplicado pelo
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais fator 33,02, até que seja aprovado novo índice, em
serão consideradas líquidas e certas, para efeito de conformidade com as regras de atualização dos
cobrança mediante executivo fiscal desde que ins- débitos para com a União.
critas em livro próprio na Secretaria do Tribunal Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando
competente. imprescindível, em face da absoluta carência de
§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes
o juiz, ou Tribunal considerar que, em virtude da refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas
situação econômica do infrator, é ineficaz, embora por conta do Fundo Partidário.
aplicada no máximo. Art. 9º É facultado aos Partidos exercer fiscalização
§ 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devi- nos locais onde houver transporte e fornecimento
damente o seu estado de pobreza, ficará isento do de refeições a eleitores.
pagamento de multa. Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos parti-
§ 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir dários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
selos, sob a designação "Selo Eleitoral", destinados transporte ou refeições aos eleitores da zona ur-
ao pagamento de emolumentos, custas, despesas e bana.
multas, tanto as administrativas como as penais, Art. 11. Constitui crime eleitoral:
devidas à Justiça Eleitoral.
I - descumprir, o responsável por órgão, reparti-
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos ção ou unidade do serviço público, o dever im-
através de guias de recolhimento, se a Justiça Elei- posto no art. 3º, ou prestar, informação inexata
toral não dispuser de selo139 eleitoral em quantida- que vise a elidir, total ou parcialmente, a contri-
de suficiente para atender aos interessados. buição de que ele trata:
Pena - detenção de quinze dias a seis meses e paga-
139
Comentário  A Lei n.º 5.143/1966 (art. 15) aboliu o imposto do mento de 60 a 100 dias - multa;
selo. A IN-STN n.º 3/2004 institui e regulamenta os modelos da Guia
de Recolhimento da União (GRU). A Resolução do TSE n.º
21.975/2004, que disciplina o recolhimento e a cobrança das multas
previstas no Código Eleitoral e leis conexas, determina em seu art. 4º rais e penalidades pecuniárias, assim como doações de pessoas
a utilização obrigatória da GRU para recolhimento das multas eleito- físicas ou jurídicas ao Fundo Partidário.

308 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 3º Até cinquenta dias antes da data do pleito, Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando
os responsáveis por todas as repartições, órgãos e imprescindível, em face da absoluta carência de
unidades do serviço público federal, estadual e mu- recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes
nicipal oficiarão à Justiça Eleitoral, informando o refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por
número, a espécie e lotação dos veículos e embar- conta do Fundo Partidário.
cações de sua propriedade, e justificando, se for o Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos parti-
caso, a ocorrência da exceção prevista no parágra- dários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
fo 1º do art. 1º desta Lei. transporte ou refeições aos eleitores da zona urba-
§ 1º Os veículos e embarcações à disposição da na.
Justiça Eleitoral deverão, mediante comunicação
IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos
expressa de seus proprietários, estar em condições
serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta Lei, atri-
de ser utilizados, pelo menos, vinte e quatro horas
buídos à Justiça Eleitoral:
antes das eleições e circularão exibindo de modo
bem visível, dístico em letras garrafais, com a frase: Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
“A serviço da Justiça Eleitoral”.
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleito-
§ 2º A Justiça Eleitoral, à vista das informações ral divulgará, pelo órgão competente, o quadro
recebidas, planejará a execução do serviço de geral de percursos e horários programados para o
transporte de eleitores e requisitará aos responsá- transporte de eleitores, dele fornecendo cópias aos
veis pelas repartições, órgãos ou unidades, até trin- partidos políticos.
ta dias antes do pleito, os veículos e embarcações
necessários. § 1º O transporte de eleitores somente será feito
dentro dos limites territoriais do respectivo municí-
II - desatender à requisição de que trata o art. 2º: pio e quando das zonas rurais para as mesas recep-
toras distar pelo menos dois quilômetros.
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da
apreensão do veículo para o fim previsto; § 2º Os partidos políticos, os candidatos, ou eleito-
res em número de vinte, pelo menos, poderão ofe-
Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às recer reclamações em três dias contados da divul-
entidades previstas no art. 1º não for suficiente gação do quadro.
para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleito-
ral requisitará veículos e embarcações a particula- § 3º As reclamações serão apreciadas nos três dias
res, de preferência os de aluguel. subsequentes, delas cabendo recurso sem efeito
suspensivo.
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão
pagos, até trinta dias depois do pleito, a preços que § 4º Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral
correspondam aos critérios da localidade. A despe- divulgará, pelos meios disponíveis, o quadro defini-
sa correrá por conta do Fundo Partidário. tivo.
Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando
III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e
imprescindível, em face da absoluta carência de
10º;
recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes
Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por
200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código Eleitoral); conta do Fundo Partidário.
Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso
fazer transporte de eleitores desde o dia anterior dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito, ve-
até o posterior à eleição, salvo: ículos e embarcações pertencentes à União, Es-
I - a serviço da Justiça Eleitoral; tados, Territórios, Municípios e respectivas autar-
quias e sociedades de economia mista:
II - coletivos de linhas regulares e não fretados;
Pena - cancelamento do registro do candidato ou de
III - de uso individual do proprietário, para o exercí- seu diploma, se já houver sido proclamado eleito.
cio do próprio voto e dos membros da sua família;
Parágrafo único. O responsável, pela guarda do
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículo ou da embarcação, será punido com a pena
veículos de aluguel não atingidos pela requisição de de detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses,
que trata o art. 2º. e pagamento de 60 (sessenta) a 100 (cem) dias-
multa.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 309
Art. 12. A propaganda eleitoral, no rádio e na tele- a) a nomeação ou exoneração de cargos em comis-
visão, circunscrever-se-á, única e exclusivamente, são e designação ou dispensa de funções de confi-
ao horário gratuito disciplinado pela Justiça Eleito- ança;
ral, com a expressa proibição de qualquer propa-
ganda paga. b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do
Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de
Parágrafo único. Será permitida apenas a divulga- Contas e dos órgãos da Presidência da República;
ção paga, pela imprensa escrita, do curriculum-
vitae do candidato e do número do seu registro na c) a nomeação dos aprovados em concursos públi-
Justiça Eleitoral, bem como do partido a que per- cos homologados até o início daquele prazo;
tence. d) a nomeação ou contratação necessária à insta-
Art. 13. São vedados e considerados nulos de ple- lação ou ao funcionamento inadiável de serviços
no direito, não gerando obrigação de espécie al- públicos essenciais, com prévia e expressa autoriza-
guma para a pessoa jurídica interessada, nem qual- ção do Chefe do Poder Executivo;
quer direito para o beneficiário, os atos que, no e) a transferência ou remoção ex officio de milita-
período compreendido entre os noventa dias ante- res, policiais civis e de agentes penitenciários;
riores à data das eleições parlamentares e o tér-
mino, respectivamente, do mandato do Governa- Art. 14. A Justiça Eleitoral instalará, trinta dias an-
dor do Estado importem em nomear, contratar, tes do pleito, na sede de cada Município, Comissão
designar, readaptar ou proceder a quaisquer outras Especial de Transporte e Alimentação, composta
formas de provimento de funcionário ou servidor de pessoas indicadas pelos Diretórios Regionais dos
na administração direta e nas autarquias, empresas Partidos Políticos Nacionais, com a finalidade de
públicas e sociedades de economia mista dos Esta- colaborar na execução desta lei.
dos e Municípios, salvo os cargos em comissão, e § 1º Para compor a Comissão, cada Partido indicará
da magistratura, do Ministério Público e, com três pessoas, que não disputem cargo eletivo.
aprovação do respectivo Órgão Legislativo, dos
Tribunais de Contas e os aprovados em concursos § 2º É facultado a candidato, em Município de sua
públicos homologados até a data da publicação notória influência política, indicar ao Diretório do
desta lei. seu Partido, pessoa de sua confiança para integrar
a Comissão.
§ 1º Excetuam-se do disposto no artigo:
Art. 15. Os Diretórios Regionais, até quarenta dias
I - nomeação ou contratação necessárias à insta- antes do pleito, farão as indicações de que trata o
lação inadiável de serviços públicos essenciais, artigo 14 desta lei.
com prévia e expressa autorização do governador
ou Prefeito; Art. 16. O eleitor que deixar de votar por se encon-
trar ausente de seu domicílio eleitoral deverá justi-
II - nomeação ou contratação de técnico indis- ficar a falta, no prazo de 60 (sessenta) dias, por
pensável ao funcionamento do serviço público es- meio de requerimento dirigido ao Juiz Eleitoral de
sencial. sua zona de inscrição, que mandará anotar o fato,
§ 2º O ato com a devida fundamentação será publi- na respectiva folha individual de votação.
cado no respectivo órgão oficial. § 1º O requerimento, em duas vias, será levado, em
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 sobrecarta aberta140, a agência postal, que, depois
de dar andamento à 1ª via, aplicará carimbo de
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servi- recepção na 2ª, devolvendo-a ao interessado, va-
dores ou não, as seguintes condutas tendentes a lendo esta como prova para todos os efeitos legais.
afetar a igualdade de oportunidades entre candida-
tos nos pleitos eleitorais: (...) § 2º Estando no exterior, no dia em que se realiza-
rem eleições, o eleitor terá o prazo de 30 (trinta)
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admi- dias, a contar de sua volta ao país, para a justifica-
tir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar ção.
vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir
o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover,
transferir ou exonerar servidor público, na circuns-
crição do pleito, nos três meses que o antecedem e
até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de 140
Comentário  A sobrecarta era uma espécie de envelope lacra-
pleno direito, ressalvados:
do. Vide imagem.

310 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Resolução n.º 21.538/2003 - Alistamento

Resolução do TSE n.º 21.538 de 14 de outubro de


2003
Dispõe sobre o alistamento e serviços
eleitorais mediante processamento
eletrônico de dados, a regularização
de situação de eleitor, a administração
e a manutenção do cadastro eleitoral,
o sistema de alistamento eleitoral, a
revisão do eleitorado e a fiscalização
dos partidos políticos, entre outros.
Art. 1º O alistamento eleitoral, mediante proces-
Art. 17. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) samento eletrônico de dados, implantado nos ter-
Art. 18. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) mos da Lei n.º 7.444/1985, será efetuado, em todo
o território nacional, na conformidade do referido
Art. 19. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) diploma legal e desta resolução.
Art. 20. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) Parágrafo único. Os tribunais regionais eleitorais
Art. 21. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) adotarão o sistema de alistamento desenvolvido
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 22. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986)
Art. 23. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) Provimento da CGE n.º 09/2011  Regulamenta o uso
de funcionalidade do Sistema ELO destinada ao defe-
Art. 24. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986)
rimento coletivo de Requerimentos de Alistamento
Art. 25. (Revogado pela Lei n.º 7.493 de 1986) Eleitoral (RAE).
Art. 26. O Poder Executivo é autorizado a abrir o
crédito especial de Cr$ 20.000.000,00 (vinte mi- Do Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE)
lhões de cruzeiros) destinado ao Fundo Partidário, Art. 2º O requerimento de alistamento eleitoral
para atender às despesas decorrentes da aplicação (RAE) servirá como documento de entrada de da-
desta Lei na eleição de 15 de novembro de 1974. dos e será processado eletronicamente.
Parágrafo único. A abertura do crédito autorizado Parágrafo único. O sistema de alistamento de que
neste artigo será compensada mediante a anulação trata o parágrafo único do art. 1º conterá os cam-
de dotações constantes no Orçamento para o cor- pos correspondentes ao formulário RAE, de modo a
rente exercício, de que trata a Lei n.º 5.964, de 10 viabilizar a impressão do requerimento, com as
de novembro de 1973. informações pertinentes, para apreciação do juiz
Art. 27. Sem prejuízo do disposto no inciso XVII do eleitoral.
artigo 30 do Código Eleitoral (Lei n.º 4.737, de 15 Art. 3º Para preenchimento do RAE, devem ser
de julho de 1965), o Tribunal Superior Eleitoral observados os procedimentos especificados nesta
expedirá, dentro de 15 dias da data da publicação resolução e nas orientações pertinentes.
desta Lei, as instruções necessárias a sua execu-
Art. 4º Deve ser consignada OPERAÇÃO 1 - ALIS-
ção.
TAMENTO quando o alistando requerer inscrição e
Código Eleitoral de 1965 quando em seu nome não for identificada inscrição
em nenhuma zona eleitoral do país ou exterior, ou
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tri- a única inscrição localizada estiver cancelada por
bunais Regionais: (...) determinação de autoridade judiciária (FASE 450).
XVII - determinar, em caso de urgência, providên-
cias para a execução da lei na respectiva circunscri-
ção;

Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-


blicação, revogadas as disposições em contrário.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 311
Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE141 inscrição liberada, não liberada, regular ou suspen-
sa para o eleitor.

Código FASE 019  falecimento


Código FASE 027  duplicidade/pluralidade
Código FASE 035  deixou de votar em três eleições
consecutivas
Código FASE 329  cancelada por perda de direitos
políticos
Código FASE 450  decisão de autoridade judiciária
Código FASE 469  revisão de eleitorado

§ 4º Existindo mais de uma inscrição cancelada


para o eleitor no cadastro, nas condições previstas
no § 3º, deverá ser promovida, preferencialmente,
a transferência daquela:
I - que tenha sido utilizada para o exercício do vo-
to no último pleito;
II - que seja mais antiga.
Art. 6º Deve ser consignada OPERAÇÃO 5 - REVI-
SÃO quando o eleitor necessitar alterar local de
votação no mesmo município, ainda que haja mu-
dança de zona eleitoral, retificar dados pessoais ou
Art. 5º Deve ser consignada OPERAÇÃO 3 - TRANS-
regularizar situação de inscrição cancelada nas
FERÊNCIA sempre que o eleitor desejar alterar seu
mesmas condições previstas para a transferência a
domicílio e for encontrado em seu nome número
que se refere o § 3º do art. 5º.
de inscrição em qualquer município ou zona, uni-
dade da Federação ou país, em conjunto ou não Art. 5º (...)
com eventual retificação de dados.
§ 3º Será admitida transferência com reutilização
§ 1º Na hipótese do caput, o eleitor permanecerá do número de inscrição cancelada pelos códigos
com o número originário da inscrição e deverá ser, FASE 019 - falecimento, 027 - duplicida-
obrigatoriamente, consignada no campo próprio a de/pluralidade, 035 - deixou de votar em três elei-
sigla da UF anterior. ções consecutivas e 469 - revisão de eleitorado,
§ 2º É vedada a transferência de número de inscri- desde que comprovada a inexistência de outra ins-
ção envolvida em coincidência, suspensa, cancela- crição liberada, não liberada, regular ou suspensa
da automaticamente pelo sistema quando envolver para o eleitor.
situação de perda e suspensão de direitos políticos,
Art. 7º Deve ser consignada OPERAÇÃO 7 - SE-
cancelada por perda de direitos políticos (FASE
GUNDA VIA quando o eleitor estiver inscrito e em
329) e por decisão de autoridade judiciária (FASE
situação regular na zona por ele procurada e dese-
450).
jar apenas a segunda via do seu título eleitoral, sem
§ 3º Será admitida transferência com reutilização nenhuma alteração.
do número de inscrição cancelada pelos códigos
Art. 8º Nas hipóteses de REVISÃO ou de SEGUNDA
FASE 019 - falecimento, 027 - duplicida-
VIA, o título eleitoral será expedido automatica-
de/pluralidade, 035 - deixou de votar em três elei-
mente e a data de domicílio do eleitor não será
ções consecutivas e 469 - revisão de eleitorado,
alterada.
desde que comprovada a inexistência de outra
Súmula do STJ n.º 368/2008  Compete à Justiça Co-
141
Comentário  As instruções para preenchimento da RAE (Reque-
mum Estadual processar e julgar os pedidos de retifica-
ção de dados cadastrais da Justiça Eleitoral.
rimento de Alistamento Eleitoral) constam no anexo 9 do Provimento
da CGE n.º 06/2003, com as alterações introduzidas pelo Provimento
da CGE n.º 08/2004, disponíveis na Corregedoria Geral Eleitoral.

312 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Resolução do TSE n.º 21.920/2004  Dispõe sobre o Lei n.º 7.444 de 20 de dezembro de 1985
alistamento eleitoral e o voto dos cidadãos portadores Art. 5º (...)
de deficiência, cuja natureza e situação impossibilitem
ou tornem extremamente oneroso o exercício de suas § 1º No caso de analfabeto será feita a impressão
obrigações eleitorais. digital do polegar direito.

Resolução do TSE n.º 23.088/2009  Autoriza a expan-


Art. 10. Antes de submeter o pedido a despacho do
são do projeto de modernização dos serviços eleitorais juiz eleitoral, o servidor providenciará o preenchi-
voltados ao pré-atendimento do cidadão, via Internet, mento ou a digitação no sistema dos espaços que
para requerimento de operações de alistamento, trans- lhe são reservados no RAE.
ferência e revisão, implementado em caráter experi-
Parágrafo único. Para efeito de preenchimento do
mental pela Resolução do TSE n.º 22.754/2007.
requerimento ou de digitação no sistema, será
mantida em cada zona eleitoral relação de servido-
Comentário  Alistamento facultativo dos indígenas
res, identificados pelo número do título eleitoral,
como eleitores, observadas as exigências de natureza
constitucional e eleitoral pertinentes à matéria. (Acór-
habilitados a praticar os atos reservados ao cartó-
dão do TSE de 06/12/2011 no PA n.º 180.681) rio.
Art. 11. Atribuído número de inscrição, o servidor,
Do Alistamento após assinar o formulário, destacará o protocolo de
solicitação, numerado de idêntica forma, e o entre-
Art. 9º No cartório eleitoral ou no posto de alista-
gará ao requerente, caso a emissão do título não
mento, o servidor da Justiça Eleitoral preencherá o
seja imediata.
RAE ou digitará as informações no sistema de acor-
do com os dados constantes do documento apre-
sentado pelo eleitor, complementados com suas Resolução do TSE n.º 13.511/1986  Dispõe sobre o
prazo de eficácia do comprovante de pedido de alista-
informações pessoais, de conformidade com as
mento.
exigências do processamento de dados, destas
instruções e das orientações específicas.
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
Resolução do TSE n.º 22.987/2008  A informação da Art. 91. Parágrafo Único. A retenção de título elei-
ocupação exercida pelo eleitor nas operações de alis- toral ou do comprovante de alistamento eleitoral
tamento, revisão e transferência visa auxiliar a escolha
constitui crime, punível com detenção, de um a três
e nomeação de mesários, nos termos do art. 120, § 2º,
do CE/65, e prescinde de prova. meses, com a alternativa de prestação de serviços à
comunidade por igual período, e multa no valor de
cinco mil a dez mil UFIR.
§ 1º O RAE deverá ser preenchido ou digitado e
impresso na presença do requerente. Art. 12. Os tribunais regionais eleitorais farão dis-
§ 2º No momento da formalização do pedido, o tribuir, observada a sequência numérica fornecida
requerente manifestará sua preferência sobre local pela Secretaria de Informática, às zonas eleitorais
de votação, entre os estabelecidos para a zona da respectiva circunscrição, séries de números de
eleitoral. inscrição eleitoral, a serem utilizados na forma
deste artigo.
Resolução do TSE n.º 21.407/2003  Impossibilidade Parágrafo único. O número de inscrição compor-se-
de o eleitor escolher local de votação pertencente a á de até 12 algarismos, por unidade da Federação,
zona eleitoral diversa daquela em que tem domicílio. assim discriminados:

§ 3º Para os fins o § 2º deste artigo, será colocada à a) os oito primeiros algarismos serão sequencia-
disposição, no cartório ou posto de alistamento, a dos, desprezando-se, na emissão, os zeros à es-
relação de todos os locais de votação da zona, com querda;
os respectivos endereços. b) os dois algarismos seguintes serão representa-
§ 4º A assinatura do requerimento ou a aposição tivos da unidade da Federação de origem da ins-
da impressão digital do polegar será feita na pre- crição, conforme códigos constantes da seguinte
sença do servidor da Justiça Eleitoral, que deverá tabela:
atestar, de imediato, a satisfação dessa exigência. 01 - São Paulo

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 313
02 - Minas Gerais a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos
órgãos criados por lei federal, controladores do
03 - Rio de Janeiro
exercício profissional;
04 - Rio Grande do Sul
b) certificado de quitação do serviço militar;
05 - Bahia
06 - Paraná Resolução do TSE n.º 21.384/2003  Inexigibilidade de
comprovação de quitação com o serviço militar nas
07 - Ceará operações de transferência de domicílio, revisão de
dados e segunda via, à falta de previsão legal.
08 - Pernambuco
09 - Santa Catarina c) certidão de nascimento ou casamento, extraída
10 - Goiás do Registro Civil;
11 - Maranhão
Comentário  Faculta-se aos indígenas que não dispo-
12 - Paraíba nham do documento de registro civil de nascimento a
apresentação do congênere administrativo expedido
13 - Pará pela Funai. (Acórdão do TSE de 06/12/2011 no PA n.º
14 - Espírito Santo 180.681)

15 - Piauí
d) instrumento público do qual se infira, por direi-
16 - Rio Grande do Norte to, ter o requerente a idade mínima de 16 anos e
do qual constem, também, os demais elementos
17 - Alagoas
necessários à sua qualificação.
18 - Mato Grosso
Parágrafo único. A apresentação do documento a
19 - Mato Grosso do Sul que se refere a alínea “b” é obrigatória para maio-
20 - Distrito Federal res de 18 anos, do sexo masculino.

21 - Sergipe Resolução do TSE n.º 22.097/2005  Inexigibilidade do


22 - Amazonas certificado de quitação do serviço militar daquele que
completou 18 anos para o qual ainda esteja em curso o
23 - Rondônia prazo de apresentação ao órgão de alistamento militar.
24 - Acre
Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que
25 - Amapá se realizarem eleições, do menor que completar 16
26 - Roraima anos até a data do pleito, inclusive.
27 - Tocantins
Comentário  Alistamento e voto facultativos para os
28 - Exterior (ZZ) maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. (Arti-
go 14 § 1º inciso II da Constituição Federal de 1988)
c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos
verificadores, determinados com base no módulo
11, sendo o primeiro calculado sobre o número § 1º O alistamento de que trata o caput poderá ser
sequencial e o último sobre o código da unidade solicitado até o encerramento do prazo fixado para
da Federação seguido do primeiro dígito verifica- requerimento de inscrição eleitoral ou transferên-
dor. cia.

Art. 13. Para o alistamento, o requerente apresen- § 2º O título emitido nas condições deste artigo
tará um dos seguintes documentos do qual se infi- somente surtirá efeitos com o implemento da ida-
ra a nacionalidade brasileira: de de 16 anos142.

Resolução do TSE n.º 21.385/2003  Inexigibilidade de


prova de opção pela nacionalidade brasileira para fins
de alistamento eleitoral, não prevista na legislação
pertinente.
142
Comentário  Resolução do TSE n.º 19.465 de 12 de março de
1996.

314 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até os
Comentário  O diretor, professor ou responsável por
19 anos ou o naturalizado que não se alistar até um
curso de alfabetização de adolescentes e adultos en-
ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira caminhará o aluno que o concluir ao competente juiz
incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e eleitoral, para obtenção do título de eleitor Compete à
cobrada no ato da inscrição. Justiça Comum Estadual processar e julgar os pedidos
de retificação de dados cadastrais da Justiça Eleitoral.
Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Disciplina o reco- (Artigo 1º§ 1º da Lei n.º 6.236/1975)
lhimento e a cobrança das multas previstas no Código
Eleitoral e leis conexas e a distribuição do Fundo Espe- Art. 17. Despachado o requerimento de inscrição
cial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos pelo juiz eleitoral e processado pelo cartório, o
(Fundo Partidário).
setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral
responsável pelos serviços de processamento ele-
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não- trônico de dados enviará ao cartório eleitoral, que
alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o as colocará à disposição dos partidos políticos, re-
centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à lações de inscrições incluídas no cadastro, com os
eleição subsequente à data em que completar 19 respectivos endereços.
anos.
§ 1º Do despacho que indeferir o requerimento de
Código Eleitoral de 1965 inscrição, caberá recurso interposto pelo alistando
no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19
recorrer qualquer delegado de partido político no
anos ou o naturalizado que não se alistar até um
prazo de dez dias, contados da colocação da res-
ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira,
pectiva listagem à disposição dos partidos, o que
incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento
deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no
sobre o valor do salário-mínimo da região, imposta
primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido
pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral
exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo
através de selo federal inutilizado no próprio reque-
que os partidos não as consultem.
rimento.
Parágrafo Único. Não se aplicará a pena ao não Recurso do indeferimento da inscrição  Alistando no
alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o prazo de 5 dias.
centésimo primeiro dia anterior à eleição subse-
Recurso do deferimento da inscrição  Delegado de
quente à data em que completar dezenove anos. partido político no prazo de 10 dias.

Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997


§ 2º O cartório eleitoral providenciará, para o fim
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito- do disposto no § 1º, relações contendo os pedidos
ral ou de transferência será recebido dentro dos indeferidos.
cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
Da Transferência
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é
facultativo. Resolução do TSE n.º 23.088/2009  Autoriza a expan-
são do projeto de modernização dos serviços eleitorais
Constituição Federal voltados ao pré-atendimento do cidadão, via Internet,
para requerimento de operações de alistamento, trans-
Art. 14 (...)
ferência e revisão, implementado em caráter experi-
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: (...) mental pela Resolução do TSE n.º 22.754/2007.

II - facultativos para:
Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida
a) os analfabetos; se satisfeitas as seguintes exigências143:
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do
deverá requerer sua inscrição eleitoral, não ficando novo domicílio no prazo estabelecido pela legisla-
sujeito à multa prevista no art. 15. ção vigente;

Comentário  Isenção de multa para os índios que


venham a se alfabetizar e se inscrever como eleitores.
(Acórdão do TSE de 06/12/2011 no PA n.º 180.681)
143
Comentário  Provimento do CGE n.º 01/2004.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 315
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 § 3º Não comprovada a condição de eleitor ou a
quitação para com a Justiça Eleitoral, o juiz eleito-
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito- ral arbitrará, desde logo, o valor da multa a ser
ral ou de transferência será recebido dentro dos paga.
cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Disciplina o reco-
II - transcurso de, pelo menos, um ano do alista-
lhimento e a cobrança das multas previstas no Código
mento ou da última transferência;
Eleitoral e leis conexas e a distribuição do Fundo Espe-
III - residência mínima de três meses no novo cial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo (Fundo Partidário).
próprio eleitor;
§ 4º Despachado o requerimento de transferência
Lei n.º 7.115, de 29 de agosto de 1983 pelo juiz eleitoral e processado pelo cartório, o
setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral
Art. 1º A declaração destinada a fazer prova de vida,
responsável pelos serviços de processamento de
residência, pobreza, dependência econômica, homoní-
mia ou bons antecedentes, quando firmada pelo pró- dados enviará ao cartório eleitoral, que as colocará
prio interessado ou por procurador bastante, e sob as à disposição dos partidos políticos, relações de
penas da lei, presume-se verdadeira. inscrições atualizadas no cadastro, com os respec-
tivos endereços.
Comentário  O conceito de domicílio eleitoral não se § 5º Do despacho que indeferir o requerimento de
confunde com o de domicílio do direito comum, regido transferência, caberá recurso interposto pelo elei-
Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a
tor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, po-
residência e o lugar onde o interessado tem vínculos
derá recorrer qualquer delegado de partido político
políticos e sociais. No mesmo sentido Acórdãos do TSE
n.º 21.829/2004 e 4.769/2004. (Acórdão do TSE n.º no prazo de dez dias, contados da colocação da
16.397/2000) respectiva listagem à disposição dos partidos, o
que deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês,
Comentário  Residência declarada, sob as penas da ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham
lei, pelo próprio eleitor. (Artigo 8º III da Lei n.º 6.996 de sido exibidas ao requerente antes dessas datas e
07 de junho de 1982) mesmo que os partidos não as consultem.

IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral. Recurso do indeferimento da transferência  Eleitor


no prazo de 5 dias.
Resolução do TSE n.º 21.823/2004 e Provimento da Recurso do deferimento da transferência  Delegado
CGE n.º 5/2004  O conceito de quitação eleitoral reú- de partido político no prazo de 10 dias.
ne a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular
exercício do voto, salvo quando facultativo, o atendi- Acórdão do TSE n.º 4.339/2003  (...) o art. 7º, § 1º, da
mento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar Lei n.º 6.996/1.982 não alterou o art. 57 do Código
os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de mul- Eleitoral. Versam os artigos institutos diferentes - ins-
tas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleito- crição e transferência eleitorais, respectivamente.
ral e não remitidas, excetuadas as anistias legais, e a
regular prestação de contas de campanha eleitoral, Em sentido contrário, decisão monocrática do correge-
quando se tratar de candidatos. dor-geral eleitoral, de 04/04/2006, no PA n.º 19.536:
(...) as disposições contidas nos arts. 17, § 1º, e 18, § 5º,
da Resolução do TSE n.º 21.538/2003, aprovadas em
Resolução do TSE n.º 21.667/2004  Dispõe sobre a
consonância com o art. 7º, § 1º, da Lei n.º 6.996/82,
utilização do serviço de emissão de certidão de quita-
legitimamente alteraram o procedimento do art. 57 do
ção eleitoral por meio da Internet e dá outras provi- 144
Código Eleitoral , compatibilizando-o com a sistemá-
dências.

§ 1º O disposto nos incisos II e III não se aplica à 144


Código Eleitoral de 1965
transferência de título eleitoral de servidor público Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral
civil, militar, autárquico, ou de membro de sua será imediatamente publicado na imprensa oficial na Capital, e em
família, por motivo de remoção ou transferência. cartório nas demais localidades, podendo os interessados impug-
ná-lo no prazo de dez dias.
§ 2º Ao requerer a transferência, o eleitor entrega-
§ 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo o pedido
rá ao servidor do cartório o título eleitoral e a pro-
deverá ser desde logo decidido, devendo o despacho do juiz ser
va de quitação com a Justiça Eleitoral.
publicado pela mesma forma.

316 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
tica de prestação de serviços eleitorais introduzida com FASE 019 - Cancelamento por falecimento.
a implantação do processamento eletrônico no alista-
FASE 469 - Cancelamento por revisão de eleitorado.
mento eleitoral (Lei n.º 7.444/85), ficando, por idênti-
cas razões, parcialmente superado o disposto no § 2º
145
do art. 52 do mesmo código, relativamente à segun- Do Formulário de Atualização da Situação do Elei-
da via. tor (FASE)
Art. 21. Para registro de informações no histórico
§ 6º O cartório eleitoral providenciará, para o fim de inscrição no cadastro, utilizar-se-á, como docu-
do disposto no § 5º, relações contendo os pedidos mento de entrada de dados, o formulário de atuali-
indeferidos. zação da situação do eleitor (FASE), cuja tabela de
Da Segunda Via códigos será estabelecida pela Corregedoria-Geral.
Art. 19. No caso de perda ou extravio do título, Parágrafo único. A atualização de registros de que
bem assim de sua inutilização ou dilaceração, o trata o caput poderá ser promovida, desde que
eleitor deverá requerer pessoalmente ao juiz de viabilizado, diretamente no sistema de alistamento
seu domicílio eleitoral que lhe expeça segunda via. eleitoral, dispensando-se o preenchimento do for-
mulário FASE.
§ 1º Na hipótese de inutilização ou dilaceração, o
requerimento será instruído com a primeira via do Do Título Eleitoral
título. Art. 22. O título eleitoral será confeccionado com
§ 2º Em qualquer hipótese, no pedido de segunda características, formas e especificações constantes
via, o eleitor deverá apor a assinatura ou a im- do modelo anexo II.
pressão digital do polegar, se não souber assinar, Parágrafo único. O título eleitoral terá as dimen-
na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que sões de 9,5x6,0cm, será confeccionado em papel
deverá atestar a satisfação dessa exigência, após com marca d’água e peso de 120g/m2, impresso
comprovada a identidade do eleitor. nas cores preto e verde, em frente e verso, tendo
Do Restabelecimento de Inscrição Cancelada por como fundo as Armas da República, e será contor-
Equívoco nado por serrilha.
Art. 20. Será admitido o restabelecimento, medi- Art. 23. O título eleitoral será emitido, obrigatori-
ante comando do código FASE 361, de inscrição amente, por computador e dele constarão, em
cancelada em virtude de comando equivocado dos espaços próprios, o nome do eleitor, a data de nas-
códigos FASE 019, 450 e 469. cimento, a unidade da Federação, o município, a
zona e a seção eleitoral onde vota, o número da
FASE 361 - Restabelecimento. inscrição eleitoral, a data de emissão, a assinatura
do juiz eleitoral, a assinatura do eleitor ou a im-
FASE 450 - Cancelamento por decisão de autoridade
pressão digital de seu polegar, bem como a expres-
judiciária.
são “segunda via”, quando for o caso.
§ 1º Os tribunais regionais poderão autorizar, na
emissão on-line de títulos eleitorais e em situações
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo
excepcionais, a exemplo de revisão de eleitorado,
de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a
recadastramento ou rezoneamento, o uso, median-
mesma negada, ou qualquer delegado de partido, quando o pedido
te rígido controle, de impressão da assinatura
for deferido.
§ 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional Eleitoral de-
(chancela) do presidente do Tribunal Regional Elei-
cidirá do recurso interposto nos termos do parágrafo anterior.
toral respectivo, em exercício na data da autoriza-
§ 4º Só será expedido o novo título decorridos os prazos previstos
ção, em substituição à assinatura do juiz eleitoral
neste artigo e respectivos parágrafos. da zona, nos títulos eleitorais.
145
Código Eleitoral de 1965 § 2º Nas hipóteses de alistamento, transferência,
Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o revisão e segunda via, a data da emissão do título
eleitor ao juiz do seu domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da será a de preenchimento do requerimento.
eleição, que lhe expeça segunda via.
§ 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após receber Art. 24. Juntamente com o título eleitoral, será
o requerimento de segunda via, fará publicar, pelo prazo de 5 emitido protocolo de entrega do título eleitoral
(cinco) dias, pela imprensa, onde houver, ou por editais, a notícia (PETE) (canhoto), que conterá o número de inscri-
do extravio ou perda e do requerimento de segunda via, deferindo ção, o nome do eleitor e de sua mãe e a data de
o pedido, findo este prazo, se não houver impugnação. nascimento, com espaços, no verso, destinados à
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 317
assinatura do eleitor ou aposição da impressão § 1º O título será entregue, no cartório ou no posto
digital de seu polegar, se não souber assinar, à as- de alistamento, pessoalmente ao eleitor, vedada a
sinatura do servidor do cartório responsável pela interferência de pessoas estranhas à Justiça Eleito-
entrega e o número de sua inscrição eleitoral, bem ral.
como à data de recebimento.
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
Art. 91. (...)
Parágrafo Único. A retenção de título eleitoral ou
do comprovante de alistamento eleitoral constitui
crime, punível com detenção, de um a três meses,
com a alternativa de prestação de serviços à comu-
nidade por igual período, e multa no valor de cinco
mil a dez mil UFIR.

Código Eleitoral de 1965


Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do
eleitor:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de
30 a 60 dias-multa.
§ 2º Antes de efetuar a entrega do título, compro-
vada a identidade do eleitor e a exatidão dos dados
inseridos no documento, o servidor destacará o
título eleitoral e colherá a assinatura ou a impres-
são digital do polegar do eleitor, se não souber
assinar, no espaço próprio constante do canhoto.

Art. 25. No período de suspensão do alistamento,


não serão recebidos requerimentos de alistamento
ou transferência.

Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997


Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito-
ral ou de transferência será recebido dentro dos
cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.

Parágrafo único. O processamento reabrir-se-á em


cada zona logo que estejam concluídos os traba-
lhos de apuração em âmbito nacional.

318 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Código Eleitoral de 1965 III - excluirá dos fichários as respectivas fichas, co-
lecionando-as à parte;
Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona,
logo que estejam concluídos os trabalhos da sua IV - anotará, de forma sistemática, os claros aber-
junta eleitoral. tos na pasta de votação para o oportuno preenchi-
mento dos mesmos;
Art. 26. O título eleitoral prova a quitação do elei-
tor para com a Justiça Eleitoral até a data de sua V - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regio-
emissão. nal para anotação no seu fichário.

Da Fiscalização dos Partidos Políticos Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tra-
tando-se de caso notório, serão dispensadas as
Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, formalidades previstas nos n.ºs. II e III do artigo 77.
poderão:
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso
I - acompanhar os pedidos de alistamento, trans- no prazo de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional,
ferência, revisão, segunda via e quaisquer outros, interposto pelo excluendo ou por delegado de par-
até mesmo emissão e entrega de títulos eleito- tido.
rais, previstos nesta resolução;
Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos
II - requerer a exclusão de qualquer eleitor inscri-
poderão manter até dois delegados perante o Tri-
to ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja
bunal Regional Eleitoral e até três delegados em
exclusão esteja sendo promovida;
cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo
III - examinar, sem perturbação dos serviços e na permitida a atuação simultânea de mais de um
presença dos servidores designados, os documen- delegado de cada partido.
tos relativos aos pedidos de alistamento, transfe-
§ 1º Na zona eleitoral, os delegados serão creden-
rência, revisão, segunda via e revisão de eleitora-
ciados pelo juiz eleitoral.
do, deles podendo requerer, de forma fundamen-
tada, cópia, sem ônus para a Justiça Eleitoral. § 2º Os delegados credenciados no Tribunal Regio-
nal Eleitoral poderão representar o partido, na
Parágrafo único. Qualquer irregularidade determi-
circunscrição, perante qualquer juízo eleitoral.
nante de cancelamento de inscrição deverá ser
comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que obser- Do Acesso às Informações Constantes do Cadastro
vará o procedimento estabelecido nos arts. 77 a 80
do Código Eleitoral. Resolução do TSE n.º 21.823/2004  Registro, no ca-
dastro eleitoral, da imposição e quitação de multas de
Código Eleitoral de 1965 natureza administrativa, vinculado ao histórico da
inscrição do infrator.
Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela
forma seguinte:
Resolução do TSE n.º 23.490/2016
I - mandará autuar a petição ou representação com
Art. 4º A Diretoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral
os documentos que a instruírem:
manterá banco de dados unificado com informações do
II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias cadastro eleitoral, observadas as restrições definidas
para ciência dos interessados, que poderão contes- nesta resolução quanto às de natureza pessoal, dos
tar dentro de 5 (cinco) dias; sistemas de filiação partidária, de registro de candida-
turas, de diplomação dos eleitos e de prestação de
III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 contas eleitorais, com a finalidade de garantir transpa-
(dez) dias, se requerida; rência, amplo acesso, disponibilidade, autenticidade e
integridade das informações disponíveis no Tribunal
IV - decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
(Lei n.º 12.527/2011, art. 6º, incisos I e II).
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamen-
to, o cartório tomará as seguintes providências: Art. 29. As informações constantes do cadastro
I - retirará, da respectiva pasta, a folha de votação, eleitoral serão acessíveis às instituições públicas e
registrará a ocorrência no local próprio para "Ano- privadas e às pessoas físicas, nos termos desta re-
tações" e junta-la-á ao processo de cancelamento; solução.

II - registrará a ocorrência na coluna de "observa-


ções" do livro de inscrição;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 319
Resolução do TSE n.º 21.966/2004  Partido político Decreto n.º 7.845 de 14 de novembro de 2012
em processo de registro na Justiça Eleitoral tem direito Art. 18. O acesso, a divulgação e o tratamento de
de obter lista de eleitores, com os respectivos número informação classificada ficarão restritos a pessoas
do título e zona eleitoral.
com necessidade de conhecê-la e que sejam cre-
denciadas na forma deste Decreto, sem prejuízo
Provimento da CGE n.º 06/2006  Disciplina o proce- das atribuições dos agentes públicos autorizados na
dimento a ser observado para o acesso a dados do
legislação.
cadastro eleitoral.
Parágrafo único. O acesso à informação classifica-
Comentário  As informações do cadastro eleitoral são da em qualquer grau de sigilo a pessoa não creden-
de acesso restrito ao próprio eleitor, às autoridades ciada ou não autorizada por legislação poderá,
judiciárias, ao Ministério Público e às entidades autori- excepcionalmente, ser permitido mediante assina-
zadas pelo TSE, desde que exista reciprocidade de tura de Termo de Compromisso de Manutenção de
interesses. (Acórdão do TSE de 20/08/2009, no PA n.º Sigilo - TCMS, constante do Anexo I, pelo qual a
20.198) pessoa se obrigará a manter o sigilo da informação,
sob pena de responsabilidade penal, civil e adminis-
Comentário  Faculta aos defensores públicos da Uni- trativa, na forma da lei.
ão solicitar informações do cadastro de eleitores, inclu-
sive as de natureza pessoal. (Acórdão do TSE de § 3º O acesso de outros órgãos ou agentes públi-
10/11/2011 no PA n.º 168.116) cos não indicados nas alíneas b e c do § 2º não
incluirá informações pessoais relativas à intimida-
§ 1º O tratamento das informações pessoais asse- de, à vida privada, à honra e à imagem, aí conside-
gurará a preservação da intimidade, da vida priva- rados ocupação, estado civil, escolaridade, telefo-
da, da honra e da imagem do cidadão, restringindo- ne, impressões digitais, fotografia, assinatura digi-
se o acesso a seu conteúdo na forma deste artigo. talizada e endereço. (Redação dada pela Resolução
(Redação dada pela Resolução do TSE n.º do TSE n.º 23.490/2016)
23.490/2016)
§ 4º A restrição de que cuida o § 3º incidirá sobre
§ 2º Excluem-se da restrição de que cuida o § 1º os outras informações cuja obtenção possa compro-
pedidos relativos a procedimento previsto na legis- meter, mesmo que indiretamente, as regras de
lação eleitoral, a ele relacionado ou de cujo aten- proteção estabelecidas nesta resolução, sem preju-
dimento resultem subsídios a sua análise, e o ízo da confirmação da autenticidade e da unicidade
acesso: (Redação dada pela Resolução do TSE n.º do registro de titular de inscrição eleitoral, desde
23.490/2016) que provido por ferramenta eletrônica ou serviço
a) do eleitor a seus dados pessoais; (Redação da- automatizado, na forma regulamentada por ato
da pela Resolução do TSE n.º 23.490/2016) normativo próprio. (Redação dada pela Resolução
do TSE n.º 23.490/2016)
b) de autoridade judicial, de órgão do Ministério
Público e, desde que haja expressa autorização Art. 30. Os tribunais e juízes eleitorais poderão, no
legal para acesso aos dados mantidos pela Justiça âmbito de suas jurisdições, autorizar o fornecimen-
Eleitoral, de órgãos e agentes públicos ou outras to a interessados, desde que sem ônus para a Justi-
entidades, vinculada a utilização das informações ça Eleitoral e disponíveis em meio eletrônico, de
obtidas às respectivas atividades funcionais, ex- dados de natureza estatística levantados com base
clusivamente; (Redação dada pela Resolução do no cadastro eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao
TSE n.º 23.490/2016) resultado de pleito, salvo quando incompatíveis
com a sistemática estabelecida no art. 29. (Redação
c) de órgãos públicos, desde que signatários de dada pela Resolução do TSE n.º 23.490/2016)
convênios com o Tribunal Superior Eleitoral - TSE,
cujos objetos estejam alinhados às respectivas Art. 31. Caberá à Presidência do Tribunal Superior
missões institucionais, e de Termo de Compro- Eleitoral dirimir eventuais controvérsias sobre esta
misso e Manutenção de Sigilo - TCMS, na forma resolução, ouvida a Corregedoria-Geral da Justiça
prevista pelo art. 18, parágrafo único, do Decreto Eleitoral. (Redação dada pela Resolução do TSE n.º
n.º 7.845/2012. (Redação dada pela Resolução do 23.490/2016)
TSE n.º 23.490/2016)

320 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 32. O uso dos dados de natureza estatística do Parágrafo único. Será expedida NOTIFICAÇÃO diri-
eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem os gida ao eleitor cuja inscrição foi considerada não
tenha adquirido a citar a fonte e a assumir respon- liberada pelo batimento.
sabilidade pela manipulação inadequada ou extra-
Das Duplicidades e Pluralidades (Coincidências)
polada das informações obtidas.
Art. 35. Colocada à disposição a relação de eleito-
Dos Batimentos
res agrupados, o juiz eleitoral fará publicar edital,
Art. 33. O batimento ou cruzamento das informa- pelo prazo de três dias, para conhecimento dos
ções constantes do cadastro eleitoral terá como interessados.
objetivos expurgar possíveis duplicidades ou plu-
Art. 36. Todo eleitor que tiver sua inscrição não
ralidades de inscrições eleitorais e identificar situ-
liberada em decorrência do cruzamento de infor-
ações que exijam averiguação e será realizado
mações deverá ser notificado para, se o desejar,
pelo Tribunal Superior Eleitoral, em âmbito nacio-
requerer regularização de sua situação eleitoral, no
nal.
prazo de 20 dias, contados da data de realização do
batimento.
Resolução do TSE n.º 22.166/2006  Estabelece provi-
dências a serem adotadas em relação a inscrições iden- Art. 37. Recebida a comunicação da coincidência, a
tificadas como de pessoas falecidas, mediante cruza- autoridade judiciária deverá, de ofício e imediata-
mento entre dados do cadastro eleitoral e registros de mente:
óbitos fornecidos pelo Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS). I - determinar sua autuação;
II - determinar a regularização da situação da ins-
§ 1º As operações de alistamento, transferência e crição do eleitor que não possuir outra inscrição
revisão somente serão incluídas no cadastro ou liberada, independentemente de requerimento,
efetivadas após submetidas a batimento. desde que constatado que o grupo é formado por
pessoas distintas;
§ 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou plurali-
dade ficará sujeita a apreciação e decisão de auto- III - determinar as diligências cabíveis quando não
ridade judiciária. for possível identificar de pronto se a inscrição
pertence ou não a um mesmo eleitor;
§ 3º Em um mesmo grupo, serão sempre conside-
radas não liberadas as inscrições mais recentes, IV - aguardar, sendo o caso, o comparecimento
excetuadas as inscrições atribuídas a gêmeos, que do eleitor ao cartório durante os 20 dias que lhe
serão identificadas em situação liberada. são facultados para requerer regularização de si-
tuação eleitoral;
§ 4º Em caso de agrupamento de inscrição de gê-
meo com inscrição para a qual não foi indicada V - comparecendo o eleitor ao cartório, orientá-
aquela condição, essa última será considerada não lo, conforme o caso, a preencher o Requerimento
liberada. para Regularização de Inscrição (RRI), ou a reque-
rer, oportunamente, transferência, revisão ou se-
Dos Documentos Emitidos pelo Sistema no Bati-
gunda via;
mento
VI - determinar o cancelamento da(s) inscri-
Art. 34. Será colocada à disposição de todas as
ção(ões) que comprovadamente pertença(m) a
zonas eleitorais, após a realização de batimento:
um mesmo eleitor, assegurando a cada eleitor
I - RELAÇÃO DE ELEITORES AGRUPADOS (envol- apenas uma inscrição;
vidos em duplicidade ou pluralidade) emitida por
VII - dar publicidade à decisão;
ordem de número de grupo, contendo todos os
eleitores agrupados inscritos na zona, com dados VIII - promover a digitação da decisão;
necessários a sua individualização, juntamente
IX - adotar demais medidas cabíveis.
com índice em ordem alfabética;
Art. 38. Não poderá ser objeto de transferência,
II - COMUNICAÇÃO dirigida à autoridade judiciá-
revisão ou segunda via, inscrição agrupada em du-
ria incumbida da apreciação do caso, noticiando o
plicidade ou pluralidade.
agrupamento de inscrição em duplicidade ou plu-
ralidade, para as providências estabelecidas nesta
resolução.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 321
Art. 39. Encerrado o prazo para exame e decisão § 1º As decisões de situação relativa a pessoa que
dos casos de duplicidade ou pluralidade, não exis- perdeu seus direitos políticos (Tipo 3D) e de plura-
tindo decisão de autoridade judiciária, a inscrição lidades decorrentes do agrupamento de uma ou
liberada passará a figurar como regular e a não- mais inscrições, requeridas em circunscrições dis-
liberada como cancelada, caso exista no cadastro. tintas, com um ou mais registros de suspensão da
Base de Perda e Suspensão de Direitos Políticos
Art. 40. Identificada situação em que um mesmo
(Tipo 3P) serão da competência do corregedor-
eleitor possua duas ou mais inscrições liberadas ou
geral.
regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o
cancelamento de uma ou mais delas deverá, prefe-
rencialmente, recair: Provimento da CGE n.º 18/2011  Regulamenta a utili-
zação da Base de Perda e Suspensão de Direitos Políti-
I - na inscrição mais recente, efetuada contraria- cos.
mente às instruções em vigor;
II - na inscrição que não corresponda ao domicílio § 2º As decisões das duplicidades envolvendo ins-
eleitoral do eleitor; crição e registro de suspensão da Base de Perda e
Suspensão de Direitos Políticos (Tipo 2D) e das
III - naquela cujo título não haja sido entregue ao pluralidades decorrentes do agrupamento de uma
eleitor; ou mais inscrições, requeridas na mesma circuns-
IV - naquela cujo título não haja sido utilizado pa- crição, com um ou mais registros de suspensão da
ra o exercício do voto na última eleição; referida base (Tipo 2P) serão da competência do
corregedor regional eleitoral.
V - na mais antiga.
§ 3º Na hipótese de duplicidade envolvendo inscri-
§ 1º Comprovado que as inscrições identificadas ções atribuídas a gêmeos ou homônimos compro-
pertencem a gêmeos ou homônimos, deverá ser vados, existindo inscrição não liberada no grupo, a
comandado o respectivo código FASE. competência para decisão será do juiz da zona
§ 2º Constatada a inexatidão de qualquer dado eleitoral a ela correspondente.
constante do cadastro eleitoral, deverá ser provi- § 4º Em grau de recurso, no prazo de três dias,
denciada a necessária alteração, mediante preen- caberá:
chimento ou digitação de RAE (Operação 5 - Revi-
são), observadas as formalidades para seu deferi- a) ao corregedor regional a apreciação de situa-
mento. ções que motivaram decisão de juiz eleitoral de
sua circunscrição;
Da Competência para Regularização de Situação
Eleitoral e para o Processamento das Decisões b) ao corregedor-geral a apreciação de situações
que ensejaram decisão de corregedor regional.
Art. 41. A decisão das duplicidades e pluralidades
de inscrições, agrupadas ou não pelo batimento, § 5º Havendo decisões conflitantes em processo
inclusive quanto às inscrições de pessoas que estão de regularização de situação de eleitor, proferidas
com seus direitos políticos suspensos, na esfera por autoridades judiciárias distintas, envolvendo
administrativa, caberá: inscrições atribuídas a uma mesma pessoa, o con-
flito será decidido:
I - No tocante às duplicidades, ao juiz da zona
eleitoral onde foi efetuada a inscrição mais recen- a) pelo corregedor regional eleitoral, quando se
te (Tipo 1D), ressalvadas as hipóteses previstas tratar de decisões proferidas por juízes de zonas
nos §§ 1º a 3º deste artigo; eleitorais de uma mesma circunscrição;

II - No tocante às pluralidades: b) pelo corregedor-geral, quando se tratar de de-


cisões proferidas por juízes eleitorais de circuns-
a) ao juiz da zona eleitoral, quando envolver crições diversas ou pelos corregedores regionais.
inscrições efetuadas em uma mesma zona elei-
toral (Tipo 1P); Art. 42. O juiz eleitoral só poderá determinar a
regularização, o cancelamento ou a suspensão de
b) ao corregedor regional eleitoral, quando en- inscrição que pertença à sua jurisdição.
volver inscrições efetuadas entre zonas eleito-
rais de uma mesma circunscrição (Tipo 2P);
c) ao corregedor-geral, quando envolver inscri-
ções efetuadas em zonas eleitorais de circuns-
crições diversas (Tipo 3P).
322 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Parágrafo único. A autoridade judiciária que tomar especificado no caput, decorridos dez dias, será
conhecimento de fato ensejador do cancelamento automaticamente cancelada pelo sistema.
de inscrição liberada ou regular, ou da necessidade
§ 3º Independentemente da causa de cancelamen-
de regularização de inscrição não liberada, cance-
to, as inscrições permanecerão no cadastro eleito-
lada ou suspensa, efetuada em zona eleitoral dife-
ral por prazo indeterminado. (Redação dada pela
rente daquela em que tem jurisdição, deverá co-
Resolução do TSE n.º 23.490/2016)
municá-lo à autoridade judiciária competente, para
medidas cabíveis, por intermédio da correspon- Da Hipótese de Ilícito Penal
dente Corregedoria Regional. Art. 48. Decidida a duplicidade ou pluralidade e
Art. 43. Nas duplicidades e pluralidades de sua tomadas as providências de praxe, se duas ou mais
competência, o corregedor geral ou o corregedor inscrições em cada grupo forem atribuídas a um
regional poderão se pronunciar quanto a qualquer mesmo eleitor, excetuados os casos de evidente
inscrição agrupada. falha dos serviços eleitorais, os autos deverão ser
remetidos ao Ministério Público Eleitoral.
Art. 44. A competência para decidir a respeito das
duplicidades e pluralidades, na esfera penal, será § 1º Manifestando-se o Ministério Público pela
sempre do juiz eleitoral da zona onde foi efetuada existência de indício de ilícito penal eleitoral a ser
a inscrição mais recente. apurado, o processo deverá ser remetido, pela
autoridade judiciária competente, à Polícia Federal
Art. 45. Examinada e decidida a duplicidade ou a
para instauração de inquérito policial.
pluralidade, a decisão tomada pela autoridade
judiciária será processada, conforme o caso: § 2º Inexistindo unidade regional do Departamento
de Polícia Federal na localidade onde tiver jurisdi-
I - pela própria zona eleitoral e, na impossibilida-
ção o juiz eleitoral a quem couber decisão a respei-
de, encaminhada à respectiva secretaria regional
to, a remessa das peças informativas poderá ser
de informática, por intermédio das corregedorias
feita por intermédio das respectivas corregedorias
regionais;
regionais eleitorais.
II - pelas corregedorias regionais, com o apoio
§ 3º Concluído o apuratório ou no caso de pedido
das secretarias regionais de informática, no que
de dilação de prazo, o inquérito policial a que faz
não lhes for possível proceder;
alusão o § 1º deverá ser encaminhado, pela auto-
III - pela própria Corregedoria-Geral. ridade policial que o presidir, ao juiz eleitoral a
quem couber decisão a respeito na esfera penal.
Art. 46. As informações necessárias ao exame e
decisão das duplicidades e pluralidades deverão ser § 4º Arquivado o inquérito ou julgada a ação penal,
prestadas no prazo de dez dias, contados do rece- o juiz eleitoral comunicará, sendo o caso, a decisão
bimento da requisição, por intermédio do ofício. tomada à autoridade judiciária que determinou
sua instauração, com a finalidade de tornar possí-
Parágrafo único. Ainda que o eleitor não tenha
vel a adoção de medidas cabíveis na esfera admi-
sido encontrado, o ofício de que trata o caput de-
nistrativa.
verá ser preenchido, assinado, instruído e enviado,
no prazo estipulado, à autoridade judiciária compe- § 5º A espécie, no que lhe for aplicável, será regida
tente para decisão. pelas disposições do Código Eleitoral e, subsidiari-
amente, pelas normas do Código de Processo Pe-
Informações Prestadas pela Autoridade Judiciária
nal.
Art. 47. A autoridade judiciária competente deverá
§ 6º Não sendo cogitada a ocorrência de ilícito pe-
se pronunciar quanto às situações de duplicidade e
nal eleitoral a ser apurado, os autos deverão ser
pluralidade detectadas pelo batimento em até 40
arquivados na zona eleitoral onde o eleitor possuir
dias contados da data de realização do respectivo
inscrição regular.
batimento.
Art. 49. Os procedimentos a que se refere esta
§ 1º Processada a decisão de que trata o caput, a
resolução serão adotados sem prejuízo da apura-
situação da inscrição será automaticamente atuali-
ção de responsabilidade de qualquer ordem, seja
zada no cadastro.
de eleitor, de servidor da Justiça Eleitoral ou de
§ 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou plurali- terceiros, por inscrição fraudulenta ou irregular.
dade, com situação não liberada, que não for obje-
to de decisão da autoridade judiciária no prazo

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Parágrafo único. Qualquer eleitor, partido político § 3º Comunicada a perda de direitos políticos pelo
ou Ministério Público poderá se dirigir formalmen- Ministério da Justiça, a Corregedoria-Geral provi-
te ao juiz eleitoral, corregedor regional ou geral, denciará a imediata atualização da situação das
no âmbito de suas respectivas competências, rela- inscrições no cadastro e na base de perda e sus-
tando fatos e indicando provas para pedir abertura pensão de direitos políticos.
de investigação com o fim de apurar irregularidade
§ 4º A outorga a brasileiros do gozo dos direitos
no alistamento eleitoral.
políticos em Portugal, devidamente comunicada ao
Dos Casos não Apreciados Tribunal Superior Eleitoral, importará suspensão
desses mesmos direitos no Brasil.
Art. 50. Os requerimentos para regularização de
inscrição (RRI) recebidos após o prazo previsto no Decreto n.º 3.927 de 19 de setembro de 2001 
caput do art. 36 serão indeferidos pela autoridade Promulga o Tratado de Amizade, Cooperação e
judiciária competente, por intempestivos, e o elei- Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a
tor deverá ser orientado a procurar o cartório da República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro
zona eleitoral para regularizar sua situação. em 22 de abril de 2000, cujo art. 78 revoga a Con-
venção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre
Art. 36. Todo eleitor que tiver sua inscrição não
Brasileiros e Portugueses regulamentada pelo De-
liberada em decorrência do cruzamento de infor-
creto n.º 70.391/1972. O art. 17 item 3 do tratado
mações deverá ser notificado para, se o desejar,
dispõe: "O gozo de direitos políticos no Estado de
requerer regularização de sua situação eleitoral, no
residência importa na suspensão do exercício dos
prazo de 20 dias, contados da data de realização
mesmos direitos no Estado da nacionalidade".
do batimento.
Art. 52. A regularização de situação eleitoral de
Da Restrição de Direitos Políticos
pessoa com restrição de direitos políticos somente
Art. 51. Tomando conhecimento de fato ensejador será possível mediante comprovação de haver ces-
de inelegibilidade ou de suspensão de inscrição por sado o impedimento.
motivo de suspensão de direitos políticos ou de
§ 1º Para regularização de inscrição envolvida em
impedimento ao exercício do voto, a autoridade
coincidência com outra de pessoa que perdeu ou
judiciária eleitoral determinará a imediata atualiza-
está com seus direitos políticos suspensos, será
ção do cadastro. (Redação dada pela Resolução do
necessária a comprovação de tratar-se de eleitor
TSE n.º 23.490/2016)
diverso.
Provimento da CGE n.º 04/2007  Estabelece normas § 2º Na hipótese do artigo, o interessado deverá
para a atualização das anotações de crimes eleitorais preencher requerimento e instruir o pedido com
efetuadas no cadastro eleitoral. declaração de situação de direitos políticos e do-
cumentação comprobatória de sua alegação.
Comentário  Entendimento no tocante a suspensão
§ 3º Comprovada a cessação do impedimento, será
dos direitos políticos prevista no artigo 15 da Constitui-
ção Federal também nos casos de condenação por comandado o código FASE próprio e/ou inativa-
contravenção penal ou medida de segurança. (Resolu- do(s), quando for o caso, o(s) registro(s) corres-
ção do TSE n.º 22.193/2006 + Acórdão do TSE n.º pondente(s) na base de perda e suspensão de direi-
13.293/1996) tos políticos.
Art. 53. São considerados documentos comproba-
§ 1º Não se tratando de eleitor de sua zona eleito- tórios de reaquisição ou restabelecimento de di-
ral, o juiz comunicará o fato diretamente àquela na reitos políticos:
qual for inscrito o titular. (Redação dada pela Reso-
lução do TSE n.º 23.490/2016) I - Nos casos de perda:

§ 2º Quando se tratar de pessoa não inscrita peran- a) decreto ou portaria;


te a Justiça Eleitoral ou com inscrição cancelada no b) comunicação do Ministério da Justiça.
cadastro, o registro será feito diretamente na base
de perda e suspensão de direitos políticos pela II - Nos casos de suspensão:
Corregedoria Regional Eleitoral que primeiro to- a) para interditos ou condenados: sentença ju-
mar conhecimento do fato. dicial, certidão do juízo competente ou outro
documento;

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b) para conscritos ou pessoas que se recusaram 4º .
146

à prestação do serviço militar obrigatório: Cer-


 Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
tificado de Reservista, Certificado de Isenção, 147
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII ;
Certificado de Dispensa de Incorporação, Certi-
ficado do Cumprimento de Prestação Alternati-
❹ Sem eficácia desde 16 de março de 2016  Desde a
va ao Serviço Militar Obrigatório, Certificado de vigência da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Conclusão do Curso de Formação de Sargentos, Deficiência, houve uma alteração no artigo 3º do Códi-
Certificado de Conclusão de Curso em Órgão de go Civil Brasileiro, não existindo mais a possibilidade de
Formação da Reserva ou similares; interdição por incapacidade civil absoluta. O absolu-
tamente incapaz é somente aquele que tem menos de
c) para beneficiários do Estatuto da Igualdade:
16 anos. Portanto, o inciso II do artigo 15 da Constitui-
comunicação do Ministério da Justiça ou de re- ção Federal perdeu a eficácia.
partição consular ou missão diplomática compe-
tente, a respeito da cessação do gozo de direi-
Da Folha de Votação e do Comprovante de Com-
tos políticos em Portugal, na forma da lei.
parecimento à Eleição
III - Nos casos de inelegibilidade: certidão ou ou-
Art. 54. A folha de votação, da qual constarão ape-
tro documento.
nas os eleitores regulares ou liberados, e o com-
Constituição Federal de 1988 provante de comparecimento serão emitidos por
computador.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos,
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: § 1º A folha de votação, obrigatoriamente, deverá:

I - cancelamento da naturalização por sentença a) identificar as eleições, a data de sua realização


transitada em julgado; e o turno;

II - incapacidade civil absoluta; b) conter dados individualizadores de cada elei-


tor, como garantia de sua identificação no ato de
III - condenação criminal transitada em julgado, votar;
enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta
ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII;
146
Constituição Federal de 1988
V - improbidade administrativa, nos termos do art. Art. 37. § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a
37, § 4º. suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e

❶ Cassação dos Direitos Políticos  Vigorou no Brasil gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
durante o regime militar e foi proibida expressamente (Grifamos)
147
com a Constituição Federal de 1988. Significava o can- Código de Processo Penal
celamento do título de eleitor por ordem de autorida- Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religio-
des do poder executivo, sem motivação legal, sem sa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço al-
processo judicial e sem direito de defesa. ternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, en-
quanto não prestar o serviço imposto. (...) (Grifamos)
❷ Perda dos Direitos Políticos  Significa o cancela- Lei n.º 8.239 de 4 de outubro de 1991
mento definitivo do título de eleitor. Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no § 2º do art. 3º
desta lei, será conferido Certificado de Prestação Alternativa ao
 Cancelamento da naturalização por sentença transi-
Serviço Militar Obrigatório, com os mesmos efeitos jurídicos do
tada em julgado.
Certificado de Reservista.
§ 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo,
❸ Suspensão dos Direitos Políticos  Significa que o
sob qualquer pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do
título de eleitor tem validade, mas o cidadão não pode-
convocado, implicará o não-fornecimento do certificado correspon-
rá utilizá-lo - por um tempo determinado - para votar,
dente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período es-
ser votado, participar de plebiscito, de referendo e de
iniciativa popular. tabelecido.
§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só
 Condenação criminal transitada em julgado, en- será emitido após a decretação, pela autoridade competente, da
quanto durarem seus efeitos. suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a
 Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento
das obrigações devidas. (Grifamos)
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c) ser emitida em ordem alfabética de nome de Art. 56. O corregedor-geral ou regional, no âmbito
eleitor, encadernada e embalada por seção elei- de sua jurisdição, sempre que entender necessário
toral. ou que tomar conhecimento da ocorrência de indí-
cios de irregularidades na prestação dos serviços
§ 2º O comprovante de comparecimento (canhoto)
eleitorais, pessoalmente ou por intermédio de co-
conterá o nome completo do eleitor, o número de
missão de servidores especialmente por ele desig-
sua inscrição eleitoral e referência à data da elei-
nada, como providência preliminar à correição,
ção.
inspecionará os serviços eleitorais da circunscri-
Da Conservação de Documentos ção, visando identificar eventuais irregularidades.
Art. 55. Os formulários utilizados pelos cartórios e Parágrafo único. A comissão apresentará relatório
tribunais eleitorais, em pleitos anteriores à data circunstanciado da inspeção ao corregedor, que
desta resolução e nos que lhe seguirem, deverão determinará providências pertinentes, objetivando
ser conservados em cartório, observado o seguin- a regularização dos procedimentos ou a abertura
te: de correição.
I - os protocolos de entrega do título eleitoral Art. 57. O corregedor regional realizará correição
(PETE) assinados pelo eleitor e os formulários ordinária anual na circunscrição e extraordinária,
(Formulário de Alistamento Eleitoral - FAE ou Re- sempre que entender necessário ou ante a exis-
querimento de Alistamento Eleitoral - RAE) relati- tência de indícios de irregularidades que a justifi-
vos a alistamento, transferência, revisão ou se- que, observadas as instruções específicas do Tribu-
gunda via, por, no mínimo, cinco anos; nal Superior Eleitoral e as que subsidiariamente
II - as folhas de votação, por oito anos, descar- baixar a Corregedoria Regional Eleitoral.
tando-se a mais antiga somente após retornar das Da Revisão de Eleitorado
seções eleitorais a mais recente;
Art. 58. Quando houver denúncia fundamentada
III - os formulários de atualização da situação do de fraude no alistamento de uma zona ou municí-
eleitor (FASE) e os comprovantes de compareci- pio, o Tribunal Regional Eleitoral poderá determi-
mento à eleição (canhotos) que permanecerem nar a realização de correição e, provada a fraude
junto à folha de votação poderão ser descartados em proporção comprometedora, ordenará, comu-
depois de processados e armazenados em meio nicando a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, a
magnético; revisão do eleitorado, obedecidas as instruções
IV - os cadernos de revisão utilizados durante os contidas nesta resolução e as recomendações que
serviços pertinentes, por quatro anos, contados subsidiariamente baixar, com o cancelamento de
do encerramento do período revisional; ofício das inscrições correspondentes aos títulos
que não forem apresentados à revisão.
V - os boletins de urna, por quatro anos, conta-
dos da data de realização do pleito corresponden- Código Eleitoral de 1965
te; Art. 71. São causas de cancelamento: (...)
VI - as relações de eleitores agrupados, até o en- § 4º Quando houver denúncia fundamentada de
cerramento do prazo para atualização das deci- fraude no alistamento de uma zona ou município, o
sões nas duplicidades e pluralidades; Tribunal Regional poderá determinar a realização
VII - os títulos eleitorais não procurados pelo elei- de correção e, provada a fraude em proporção
tor, os respectivos protocolos de entrega e as jus- comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado
tificativas eleitorais, até o pleito subsequente ou, obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as
relativamente a estas, durante o período estabe- recomendações que, subsidiariamente, baixar, com
lecido nas instruções específicas para o respecti- o cancelamento de ofício das inscrições correspon-
vo pleito; dentes aos títulos que não forem apresentados à
revisão.
VIII - as relações de filiados encaminhadas pelos
partidos políticos, por dois anos. § 1º O Tribunal Superior Eleitoral determinará, de
Das Inspeções e Correições ofício, a revisão ou correição das zonas eleitorais
sempre que:
Resolução do TSE n.º 21.372/2003  Estabelece rotina
para realização de correições nas zonas eleitorais do
país.

326 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 59. O Tribunal Regional Eleitoral, por intermé-
Comentário  Estabelece sobre a necessidade de pre- dio da Corregedoria Regional, inspecionará os
enchimento cumulativo dos três requisitos. (Resolu-
serviços de revisão.
ções do TSE n.º 20.472/1999 + 21.490/2003 +
22.021/2005 + 22.586/2007) Art. 60. O juiz eleitoral poderá determinar a cria-
ção de postos de revisão, que funcionarão em da-
I - o total de transferências de eleitores ocorridas tas fixadas no edital a que se refere o art. 63 e em
no ano em curso seja dez por cento superior ao período não inferior a seis horas, sem intervalo,
do ano anterior; inclusive aos sábados e, se necessário, aos domin-
gos e feriados.
II - o eleitorado for superior ao dobro da popula-
ção entre dez e quinze anos, somada à de idade § 1º Nas datas em que os trabalhos revisionais esti-
superior a setenta anos do território daquele mu- verem sendo realizados nos postos de revisão, o
nicípio; cartório sede da zona poderá, se houver viabilida-
de, permanecer com os serviços eleitorais de roti-
III - o eleitorado for superior a sessenta e cinco
na.
por cento da população projetada para aquele
ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- § 2º Após o encerramento diário do expediente nos
tística (IBGE). postos de revisão, a listagem geral e o caderno de
revisão deverão ser devidamente guardados em
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 local seguro e previamente determinado pelo juiz
Art. 92. O Tribunal Superior Eleitoral, ao conduzir o eleitoral.
processamento dos títulos eleitorais, determinará § 3º Os serviços de revisão encerrar-se-ão até as 18
de ofício a revisão ou correição das Zonas Eleitorais horas da data especificada no edital de que trata o
sempre que: art. 63 desta resolução.
I - o total de transferências de eleitores ocorridas
Art. 63. De posse da listagem e do caderno de revi-
no ano em curso seja dez por cento superior ao do
são, o juiz eleitoral deverá fazer publicar, com an-
ano anterior;
tecedência mínima de cinco dias do início do pro-
II - o eleitorado for superior ao dobro da população cesso revisional, edital para dar conhecimento da
entre dez e quinze anos, somada à de idade superi- revisão aos eleitores cadastrados no(s) município(s)
or a setenta anos do território daquele Município; ou zona(s), convocando-os a se apresentarem, pes-
III - o eleitorado for superior a sessenta e cinco por soalmente, no cartório ou nos postos criados, em
cento da população projetada para aquele ano pelo datas previamente especificadas, atendendo ao
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. disposto no art. 62, a fim de procederem às revisões
de suas inscrições. (...)

Resolução do TSE n.º 20.472/1999  Revisão quando o § 4º Existindo, na ocasião do encerramento dos
eleitorado for superior a 80% da população. trabalhos, eleitores aguardando atendimento, se-
rão distribuídas senhas aos presentes, que serão
Resolução do TSE n.º 21.490/2003  Nos municípios convidados a entregar ao juiz eleitoral seus títulos
em que a relação eleitorado/população for superior a eleitorais para que sejam admitidos à revisão, que
65% e menor ou igual a 80%, o cumprimento do dis- continuará se processando em ordem numérica das
posto neste artigo se dá por meio da correição ordiná- senhas até que todos sejam atendidos, sem inter-
ria anual prevista na Resolução do TSE n.º rupção dos trabalhos.
21.372/2003.
Art. 61. Aprovada a revisão de eleitorado, a Secre-
§ 2º Não será realizada revisão de eleitorado em taria de Informática, ou órgão regional por ela indi-
ano eleitoral, salvo em situações excepcionais, cado, emitirá ou colocará à disposição, em meio
quando autorizada pelo Tribunal Superior Eleito- magnético, listagem geral do cadastro, contendo
ral. relação completa dos eleitores regulares inscritos
e/ou transferidos no período abrangido pela revi-
§ 3º Caberá à Secretaria de Informática apresentar, são no(s) município(s) ou zona(s) a ela sujeito(s),
anualmente, até o mês de outubro, à presidência bem como o correspondente caderno de revisão,
do Tribunal Superior Eleitoral, estudo comparativo do qual constará comprovante destacável de com-
que permita a adoção das medidas concernentes parecimento (canhoto).
ao cumprimento da providência prevista no § 1º.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 327
Parágrafo único. A listagem geral e o caderno de III - ser disponibilizado no fórum da comarca, nos
revisão serão emitidos em única via, englobarão cartórios eleitorais, repartições públicas e locais
todas as seções eleitorais referentes à zona ou de acesso ao público em geral, dele se fazendo
município objeto da revisão e serão encaminhados, ampla divulgação, por um mínimo de três dias
por intermédio da respectiva Corregedoria Regio- consecutivos, por meio da imprensa escrita, fala-
nal, ao juiz eleitoral da zona onde estiver sendo da e televisada, se houver, e por quaisquer outros
realizada a revisão. meios que possibilitem seu pleno conhecimento
por todos os interessados, o que deverá ser feito
Art. 62. A revisão do eleitorado deverá ser sempre
sem ônus para a Justiça Eleitoral.
presidida pelo juiz eleitoral da zona submetida à
revisão. Art. 64. A prova de identidade só será admitida se
feita pelo próprio eleitor mediante apresentação
§ 1º O juiz eleitoral dará início aos procedimentos
de um ou mais dos documentos especificados no
revisionais no prazo máximo de 30 dias, contados
art. 13 desta resolução.
da aprovação da revisão pelo Tribunal competente.
§ 2º A revisão deverá ser precedida de ampla divul- Art. 13. Para o alistamento, o requerente apresen-
gação, destinada a orientar o eleitor quanto aos tará um dos seguintes documentos do qual se infi-
locais e horários em que deverá se apresentar, e ra a nacionalidade brasileira:
processada em período estipulado pelo Tribunal a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos
Regional Eleitoral, não inferior a 30 dias. órgãos criados por lei federal, controladores do
§ 3º A prorrogação do prazo estabelecido no edital exercício profissional;
para a realização da revisão, se necessária, deverá b) certificado de quitação do serviço militar;
ser requerida pelo juiz eleitoral, em ofício funda-
mentado, dirigido à presidência do Tribunal Regio- c) certidão de nascimento ou casamento, extraída
nal Eleitoral, com antecedência mínima de cinco do Registro Civil;
dias da data do encerramento do período estipu- d) instrumento público do qual se infira, por direito,
lado no edital. ter o requerente a idade mínima de 16 anos e do
Art. 63. De posse da listagem e do caderno de revi- qual constem, também, os demais elementos ne-
são, o juiz eleitoral deverá fazer publicar, com an- cessários à sua qualificação.
tecedência mínima de cinco dias do início do pro- Parágrafo único. A apresentação do documento a
cesso revisional, edital para dar conhecimento da que se refere a alínea “b” é obrigatória para maio-
revisão aos eleitores cadastrados no(s) município(s) res de 18 anos, do sexo masculino.
ou zona(s), convocando-os a se apresentarem, pes-
soalmente, no cartório ou nos postos criados, em Art. 65. A comprovação de domicílio poderá ser
datas previamente especificadas, atendendo ao feita mediante um ou mais documentos dos quais
disposto no art. 62, a fim de procederem às revi- se infira ser o eleitor residente ou ter vínculo pro-
sões de suas inscrições. fissional, patrimonial ou comunitário no município
a abonar a residência exigida.
Parágrafo único. O edital de que trata o caput de-
verá: § 1º Na hipótese de ser a prova de domicílio feita
mediante apresentação de contas de luz, água ou
I - dar ciência aos eleitores de que:
telefone, nota fiscal ou envelopes de correspon-
a) estarão obrigados a comparecer à revisão a dência, estes deverão ter sido, respectivamente,
fim de confirmarem seu domicílio, sob pena de emitidos ou expedidos nos 3 (três) meses anterio-
cancelamento da inscrição, sem prejuízo das res ao preenchimento do RAE, ressalvada a possi-
sanções cabíveis, se constatada irregularidade; bilidade de exigir-se documentação relativa a perí-
b) deverão se apresentar munidos de documen- odo anterior, na forma do § 3º deste artigo. (Reda-
to de identidade, comprovante de domicílio e tí- ção dada pela Resolução do TSE n.º 23.392/2013)
tulo eleitoral ou documento comprobatório da § 2º Na hipótese de ser a prova de domicílio feita
condição de eleitor ou de terem requerido ins- mediante apresentação de cheque bancário, este
crição ou transferência para o município ou zo- só poderá ser aceito se dele constar o endereço do
na. correntista.
II - estabelecer a data do início e do término da
revisão, o período e a área abrangidos, e dias e
locais onde serão instalados os postos de revisão;
328 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º O juiz eleitoral poderá, se julgar necessário, § 2º Os delegados credenciados no Tribunal Regio-
exigir o reforço, por outros meios de convenci- nal Eleitoral poderão representar o partido, na cir-
mento, da prova de domicílio quando produzida cunscrição, perante qualquer juízo eleitoral.
pelos documentos elencados nos §§ 1º e 2º.
§ 4º Subsistindo dúvida quanto à idoneidade do Art. 68. O juiz eleitoral poderá requisitar direta-
comprovante de domicílio apresentado ou ocor- mente às repartições públicas locais, observados
rendo a impossibilidade de apresentação de do- os impedimentos legais, tantos auxiliares quantos
cumento que indique o domicílio do eleitor, decla- bastem para o desempenho dos trabalhos, bem
rando este, sob as penas da lei, que tem domicílio como a utilização de instalações de prédios públi-
no município, o juiz eleitoral decidirá de plano ou cos.
determinará as providências necessárias à obten- Art. 69. O juiz eleitoral determinará o registro, no
ção da prova, inclusive por meio de verificação in caderno de revisão, da regularidade ou não da
loco. inscrição do eleitor, observados os seguintes pro-
Art. 66. A revisão de eleitorado ficará submetida cedimentos:
ao direto controle do juiz eleitoral e à fiscalização a) o servidor designado pelo juiz eleitoral proce-
do representante do Ministério Público que oficiar derá à conferência dos dados contidos no cader-
perante o juízo. no de revisão com os documentos apresentados
Art. 67. O juiz eleitoral deverá dar conhecimento pelo eleitor;
aos partidos políticos da realização da revisão, b) comprovados a identidade e o domicílio eleito-
facultando-lhes, na forma prevista nos arts. 27 e 28 ral, o servidor exigirá do eleitor que aponha sua
desta resolução, acompanhamento e fiscalização assinatura ou a impressão digital de seu polegar
de todo o trabalho. no caderno de revisão, e entregar-lhe-á o com-
provante de comparecimento à revisão (canho-
Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, to);
poderão:
c) o eleitor que não apresentar o título eleitoral
I - acompanhar os pedidos de alistamento, transfe- deverá ser considerado como revisado, desde que
rência, revisão, segunda via e quaisquer outros, até atendidas as exigências dos arts. 64 e 65 desta re-
mesmo emissão e entrega de títulos eleitorais, pre- solução e que seu nome conste do caderno de re-
vistos nesta resolução; visão;
II - requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito d) constatada incorreção de dado identificador do
ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja ex- eleitor constante do cadastro eleitoral, se atendi-
clusão esteja sendo promovida; das as exigências dos arts. 64 e 65 desta resolu-
III - examinar, sem perturbação dos serviços e na ção, o eleitor deverá ser considerado revisado e
presença dos servidores designados, os documentos orientado a procurar o cartório eleitoral para a
relativos aos pedidos de alistamento, transferência, necessária retificação;
revisão, segunda via e revisão de eleitorado, deles
podendo requerer, de forma fundamentada, cópia, Art. 64. A prova de identidade só será admitida se
sem ônus para a Justiça Eleitoral. feita pelo próprio eleitor mediante apresentação de
um ou mais dos documentos especificados no art.
Parágrafo único. Qualquer irregularidade determi- 13 desta resolução.
nante de cancelamento de inscrição deverá ser
comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que obser- Art. 65. A comprovação de domicílio poderá ser
vará o procedimento estabelecido nos arts. 77 a 80 feita mediante um ou mais documentos dos quais
do Código Eleitoral. se infira ser o eleitor residente ou ter vínculo profis-
sional, patrimonial ou comunitário no município a
Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos abonar a residência exigida. (...)
poderão manter até dois delegados perante o Tri-
bunal Regional Eleitoral e até três delegados em e) o eleitor que não comprovar sua identidade ou
cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo domicílio não assinará o caderno de revisão nem
permitida a atuação simultânea de mais de um receberá o comprovante revisional;
delegado de cada partido.
§ 1º Na zona eleitoral, os delegados serão creden-
ciados pelo juiz eleitoral.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 329
f) o eleitor que não constar do caderno de revi- Art. 73. Concluídos os trabalhos de revisão, ouvido
são, cuja inscrição pertença ao período abrangido o Ministério Público, o juiz eleitoral deverá de-
pela revisão, deverá ser orientado a procurar o terminar o cancelamento das inscrições irregula-
cartório eleitoral para regularizar sua situação res e daquelas cujos eleitores não tenham compa-
eleitoral, na forma estabelecida nesta resolução. recido, adotando as medidas legais cabíveis, em
especial quanto às inscrições consideradas irregula-
Art. 70. Na revisão mediante sistema informatiza-
res, situações de duplicidade ou pluralidade e indí-
do, observar-se-ão, no que couber, os procedimen-
cios de ilícito penal a exigir apuração.
tos previstos no art. 69.
Parágrafo único. O cancelamento das inscrições de
Parágrafo único. Nas situações descritas nas alíneas
que trata o caput somente deverá ser efetivado no
d e f do art. 69, o eleitor poderá requerer, desde
sistema após a homologação da revisão pelo Tribu-
que viável, regularização de sua situação eleitoral
nal Regional Eleitoral.
no próprio posto de revisão.
Art. 74. A sentença de cancelamento deverá ser
d) constatada incorreção de dado identificador do específica para cada município abrangido pela
eleitor constante do cadastro eleitoral, se atendidas revisão e prolatada no prazo máximo de dez dias
as exigências dos arts. 64 e 65 desta resolução, o contados da data do retorno dos autos do Ministé-
eleitor deverá ser considerado revisado e orientado rio Público, podendo o Tribunal Regional Eleitoral
a procurar o cartório eleitoral para a necessária fixar prazo inferior.
retificação;
§ 1º A sentença de que trata o caput deverá:
f) o eleitor que não constar do caderno de revisão,
cuja inscrição pertença ao período abrangido pela I - relacionar todas as inscrições que serão cance-
revisão, deverá ser orientado a procurar o cartório ladas no município;
eleitoral para regularizar sua situação eleitoral, na II - ser publicada a fim de que os interessados e,
forma estabelecida nesta resolução. em especial, os eleitores cancelados, exercendo a
ampla defesa, possam recorrer da decisão.
Art. 71. Se o eleitor possuir mais de uma inscrição
liberada ou regular no caderno de revisão, apenas § 2º Contra a sentença a que se refere este artigo,
uma delas poderá ser considerada revisada. caberá, no prazo de três dias, contados da publici-
dade, o recurso previsto no art. 80 do Código Elei-
Parágrafo único. Na hipótese do caput, deverá(ão) toral e serão aplicáveis as disposições do art. 257
ser formalmente recolhido(s) e inutilizado(s) o(s) do mesmo diploma legal.
título(s) encontrado(s) em poder do eleitor refe-
rente(s) à(s) inscrição(ões) que exigir(em) cancela- Código Eleitoral de 1965
mento.
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso
Art. 72. Compete ao Tribunal Regional Eleitoral no prazo de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional,
autorizar, excetuadas as hipóteses previstas no § interposto pelo excluendo ou por delegado de par-
1º do art. 58 desta resolução, a alteração do perí- tido.
odo e/ou da área abrangidos pela revisão, comuni-
cando a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral. (...)
Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito
Art. 58. (...)§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral de- suspensivo.
terminará, de ofício, a revisão ou correição das
zonas eleitorais sempre que: § 1º A execução de qualquer acórdão será feita
imediatamente, através de comunicação por ofício,
I - o total de transferências de eleitores ocorridas telegrama, ou, em casos especiais, a critério do
no ano em curso seja dez por cento superior ao do presidente do Tribunal, através de cópia do acór-
ano anterior; dão.
II - o eleitorado for superior ao dobro da população § 2º O recurso ordinário interposto contra decisão
entre dez e quinze anos, somada à de idade superi- proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional
or a setenta anos do território daquele município; Eleitoral que resulte em cassação de registro, afas-
III - o eleitorado for superior a sessenta e cinco por tamento do titular ou perda de mandato eletivo
cento da população projetada para aquele ano pelo será recebido pelo Tribunal competente com efeito
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB- suspensivo.
GE).

330 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre
quaisquer outros processos, ressalvados os de ha- Resolução do TSE n.º 21.823/2004  Registro, no ca-
dastro eleitoral, da imposição e quitação de multas de
beas corpus e de mandado de segurança.
natureza administrativa, vinculado ao histórico da
§ 3º No recurso contra a sentença a que se refere inscrição do infrator.
este artigo, os interessados deverão especificar a
inscrição questionada, relatando fatos e forne- § 1º Às empresas contratadas para a execução de
cendo provas, indícios e circunstâncias ensejado- serviços eleitorais, por processamento eletrônico, é
ras da alteração pretendida. vedada a utilização de quaisquer dados ou infor-
mações resultantes do cadastro eleitoral, para fins
Art. 75. Transcorrido o prazo recursal, o juiz eleito- diversos do serviço eleitoral, sob pena de imediata
ral fará minucioso relatório dos trabalhos desen- rescisão do contrato e sem prejuízo de outras san-
volvidos, que encaminhará, com os autos do pro- ções administrativas, civis e criminais.
cesso de revisão, à Corregedoria Regional Eleitoral.
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, em todo o terri-
Parágrafo único. Os recursos interpostos deverão tório nacional, e os tribunais regionais eleitorais, no
ser remetidos, em autos apartados, à presidência âmbito das respectivas jurisdições, fiscalizarão o
do Tribunal Regional Eleitoral. cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 76. Apreciado o relatório e ouvido o Ministério § 3º Caso recebam pedidos de informações sobre
Público, o corregedor regional eleitoral: dados constantes do cadastro eleitoral, as empre-
I - indicará providências a serem tomadas, se veri- sas citadas no § 1º deverão encaminhá-los à presi-
ficar a ocorrência de vícios comprometedores à dência do Tribunal Eleitoral competente, para
validade ou à eficácia dos trabalhos; apreciação.
II - submetê-lo-á ao Tribunal Regional, para ho- Da Justificação do Não-Comparecimento à Eleição
mologação, se entender pela regularidade dos Art. 80. O eleitor que deixar de votar e não se justi-
trabalhos revisionais. ficar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a rea-
Da Administração do Cadastro Eleitoral lização da eleição incorrerá em multa imposta pelo
juiz eleitoral e cobrada na forma prevista nos arts.
Art. 77. A execução dos serviços de processamento
7º e 367 do Código Eleitoral, no que couber, e 85
eletrônico de dados, na Justiça Eleitoral, será reali-
desta resolução.
zada por administração direta do Tribunal Regio-
nal Eleitoral, em cada circunscrição, sob a orienta- Código Eleitoral de 1965
ção e supervisão do Tribunal Superior Eleitoral e na
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justifi-
conformidade de suas instruções.
car perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após
Art. 78. Para a execução dos serviços de que trata a realização da eleição, incorrerá na multa de 3
esta resolução, os tribunais regionais eleitorais, (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo
sob supervisão e coordenação do Tribunal Superi- da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na
or Eleitoral, poderão celebrar convênios ou contra- forma prevista no art. 367.
tos com entidades da administração direta ou indi-
(...)
reta da União, estados, Distrito Federal, territórios
ou municípios, ou com empresas cujo capital seja Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer
exclusivamente nacional. multa, salvo no caso das condenações criminais,
obedecerão às seguintes normas: (...)
Art. 79. O cadastro eleitoral e as informações resul-
tantes de sua manutenção serão administrados e
Resolução n.º 21.538/2003
utilizados, exclusivamente, pela Justiça Eleitoral, na
forma desta resolução. Art. 85. A base de cálculo para aplicação das mul-
tas previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas,
bem como das de que trata esta resolução, será o
Comentário  Garantia de acesso pleno, pelos órgãos
último valor fixado para a UFIR, multiplicado pelo
de direção nacional dos partidos políticos, às informa-
ções de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.
fator 33,02, até que seja aprovado novo índice, em
(Artigo 19 § 3º da Lei n.º 9.096 de 19 de setembro de conformidade com as regras de atualização dos
1995) débitos para com a União.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 331
§ 4º A fixação do valor da multa pelo não-exercício
Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Disciplina o reco- do voto observará o que dispõe o art. 85 desta
lhimento e a cobrança das multas previstas no Código
resolução e a variação entre o mínimo de 3% e o
Eleitoral e leis conexas e a distribuição do Fundo Espe-
cial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
máximo de 10% do valor utilizado como base de
(Fundo Partidário). cálculo.

§ 1º Para eleitor que se encontrar no exterior na Comentário  A Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
instituída pela Lei n.º 8.383/1991, foi extinta pela MP
data do pleito, o prazo de que trata o caput será de
n.º 1.973-67/2000, tendo sido sua última reedição (MP
30 dias, contados do seu retorno ao país. n.º 2.176-79/2001) convertida na Lei n.º 10.522/2002,
§ 2º O pedido de justificação será sempre dirigido e seu último valor estabelecido em R$ 1,0641.
ao juiz eleitoral da zona de inscrição, podendo ser
formulado na zona eleitoral em que se encontrar o § 5º A justificação da falta ou o pagamento da mul-
eleitor, a qual providenciará sua remessa ao juízo ta serão anotados no cadastro.
competente.
§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se
§ 3º Indeferido o requerimento de justificação ou abstiver de votar em três eleições consecutivas,
decorridos os prazos de que cuidam o caput e os §§ salvo se houver apresentado justificativa para a
1º e 2º, deverá ser aplicada multa ao eleitor, po- falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando
dendo, após o pagamento, ser-lhe fornecida certi- excluídos do cancelamento os eleitores que, por
dão de quitação. prerrogativa constitucional, não estejam obrigados
ao exercício do voto (suprimido).
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
Art. 11. (...) Comentário  Suprimida a expressão “e cuja idade não
ultrapasse 80 anos” pelo Acórdão do TSE n.º 649/2005.
§ 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá
exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos
Comentário  Não estará sujeita a sanção a pessoa
políticos, o regular exercício do voto, o atendimento portadora de deficiência que torne impossível ou dema-
a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os siadamente oneroso o cumprimento das obrigações
trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de mul- eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do
tas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça voto. (Artigo 1º parágrafo único da Resolução do TSE
Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de con- n.º 21.920/2004)
tas de campanha eleitoral.
Comentário  Na contagem das três eleições consecu-
§ 8º Para fins de expedição da certidão de que trata
tivas “(...) serão consideradas as ausências às eleições
o § 7º, considerar-se-ão quites aqueles que: com data fixada pela Constituição, às novas eleições
I - condenados ao pagamento de multa, tenham, determinadas pelos tribunais regionais eleitorais e ao
até a data da formalização do seu pedido de regis- referendo realizado em 23/10/2005” e também “não
tro de candidatura, comprovado o pagamento ou o serão computadas eleições que tiverem sido anuladas
por força de determinação judicial”. (Artigo 2º parágra-
parcelamento da dívida regularmente cumprido;
fo único da Resolução do TSE n.º 22.127/2005)
II - pagarem a multa que lhes couber individual-
mente, excluindo-se qualquer modalidade de res- Resolução do TSE n.º 23.334/2010  Estabelece prazos
ponsabilidade solidária, mesmo quando imposta para execução dos procedimentos relativos ao cance-
concomitantemente com outros candidatos e em lamento de inscrições e regularização da situação dos
razão do mesmo fato. eleitores que deixaram de votar nas três últimas elei-
ções.
III - o parcelamento das multas eleitorais é direito
do cidadão, seja ele eleitor ou candidato, e dos Provimento da CGE n.º 01/2013  Define orientações
partidos políticos, podendo ser parceladas em até para a execução dos procedimentos para cancelamen-
60 (sessenta) meses, desde que não ultrapasse o to de inscrições e regularização de situação de eleitores
limite de 10% (dez por cento) de sua renda. que deixaram de votar nas três últimas eleições.
§ 9º A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políti-
cos, na respectiva circunscrição, até o dia 5 de ju- § 7º Para o cancelamento a que se refere o § 6º, a
nho do ano da eleição, a relação de todos os deve- Secretaria de Informática colocará à disposição do
dores de multa eleitoral, a qual embasará a expedi- juiz eleitoral do respectivo domicílio, em meio
ção das certidões de quitação eleitoral. magnético ou outro acessível aos cartórios eleito-
rais, relação dos eleitores cujas inscrições são pas-
332 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
síveis de cancelamento, devendo ser afixado edital § 3º Os documentos de justificação entregues em
no cartório eleitoral. missão diplomática ou repartição consular brasi-
leira serão encaminhados ao Ministério das Rela-
§ 8º Decorridos 60 dias da data do batimento que
ções Exteriores, que deles fará entrega ao Tribunal
identificar as inscrições sujeitas a cancelamento,
Regional Eleitoral do Distrito Federal para proces-
mencionadas no § 7º, inexistindo comando de
samento.
quaisquer dos códigos FASE “078 - Quitação medi-
ante multa”, “108 - Votou em separado”, “159 - § 4º Os documentos de justificação preenchidos
Votou fora da seção” ou “167 - Justificou ausência com dados insuficientes ou inexatos, que impossi-
às urnas”, ou processamento das operações de bilitem a identificação do eleitor no cadastro elei-
transferência, revisão ou segunda via, a inscrição toral, terão seu processamento rejeitado pelo
será automaticamente cancelada pelo sistema, sistema, o que importará débito para com a Justi-
mediante código FASE “035 - Deixou de votar em ça Eleitoral.
três eleições consecutivas”, observada a exceção
contida no § 6º. Provimento da CGE n.º 05/2004

§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se Art. 1º A quitação eleitoral pressupõe a plenitude do
gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto,
abstiver de votar em três eleições consecutivas,
salvo quando facultativo, o atendimento a convocações
salvo se houver apresentado justificativa para a
da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos
falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando ao pleito e a inexistência de pendências referentes a
excluídos do cancelamento os eleitores que, por multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça
prerrogativa constitucional, não estejam obrigados Eleitoral, com ressalva das anistias legais, e a prestação
ao exercício do voto (suprimido). de contas pelo candidato.

Comentário  Impossibilidade do voto em separado de § 5º Os procedimentos estipulados neste artigo


eleitor excluído indevidamente do cadastro geral ou serão observados sem prejuízo de orientações es-
cujo nome não consta da folha de votação. (Resoluções pecíficas que o Tribunal Superior Eleitoral aprovar
do TSE n.º 20.255/1998 + 20.686/2000 + Acórdão do para o respectivo pleito.
TSE n.º 15.143/1998)
Art. 82. O eleitor que não votar e não pagar a mul-
ta, caso se encontre fora de sua zona e necessite
Comentário  Não estarão sujeitas ao cancelamento as
inscrições atribuídas a pessoas portadoras de deficiên- prova de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá
cia que torne impossível ou extremamente oneroso o efetuar o pagamento perante o juízo da zona em
cumprimento das obrigações eleitorais, para as quais que estiver.
houver comando do código FASE 396 (motivo/forma 4),
até o final do período a que se refere o § 8º do art. 80 Resolução do TSE n.º 21.823/2004  Possibilidade de
da Resolução do TSE n.º 21.538/2003. (Artigo 1º § 2º pagamento de multas impostas com base no Código
da Resolução do TSE n.º 21.991/2005 + artigo 1º § 2º Eleitoral e na Lei n.º 9.504/1997 perante qualquer juízo
Resolução do TSE n.º 22.127/2005 + artigo 1º § 2º eleitoral, ao qual deve preceder consulta ao juízo de
22.508/2007) origem sobre o quantum a ser exigido do devedor.

Comentário  Impossibilidade do voto fora da seção na § 1º A multa será cobrada no máximo previsto,
votação eletrônica. (Artigo 62 da Lei n.º 9.504 de 30 de salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da zona
setembro de 1997) em que se encontrar solicite informações sobre o
arbitramento ao juízo da inscrição.
Art. 81. O documento de justificação formalizado
perante a Justiça Eleitoral, no dia da eleição, prova § 2º Efetuado o pagamento, o juiz que recolheu a
a ausência do eleitor do seu domicílio eleitoral. multa fornecerá certidão de quitação e determina-
rá o registro da informação no cadastro.
§ 1º A justificação será formalizada em impresso
próprio fornecido pela Justiça Eleitoral ou, na falta Resolução do TSE n.º 21.975/2004  Disciplina o reco-
do impresso, digitado ou manuscrito. lhimento e a cobrança das multas previstas no Código
§ 2º O encarregado do atendimento entregará ao Eleitoral e leis conexas e a distribuição do Fundo Espe-
cial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
eleitor o comprovante, que valerá como prova da
(Fundo Partidário).
justificação, para todos os efeitos legais.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 333
cimento, em cujas inscrições haja registro de có-
Comentário  O conceito de quitação eleitoral reúne a digo FASE 256;
plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exer-
cício do voto, salvo quando facultativo, o atendimento III - Homônimos - aqueles, excetuados os gê-
a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os tra- meos, que possuam dados iguais ou semelhan-
balhos relativos ao pleito, a inexistência de multas tes, segundo critérios previamente definidos pelo
aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e Tribunal Superior Eleitoral, e que figurem em uma
não remitidas, excetuadas as anistias legais, e a regular mesma duplicidade ou pluralidade (coincidência);
prestação de contas de campanha eleitoral, quando se
tratar de candidatos. (Resolução do TSE n.º IV - Homônimos Comprovados - aqueles em cujas
21.823/2004 e Provimento da CGE n.º 05/2004) inscrições haja registro de código FASE 248;
V - Situação - condição atribuída à inscrição que
Resolução do TSE n.º 21.667/2004  Dispõe sobre a
define sua disponibilidade para o exercício do vo-
utilização do serviço de emissão de certidão de quita-
ção eleitoral por meio da Internet e dá outras provi- to e condiciona a possibilidade de sua movimen-
dências. tação no cadastro:
a) regular - a inscrição não envolvida em dupli-
§ 3º O alistando ou o eleitor que comprovar, na cidade ou pluralidade, que está disponível para
forma da lei, seu estado de pobreza, perante qual- o exercício do voto e habilitada a transferência,
quer juízo eleitoral, ficará isento do pagamento da revisão e segunda via;
multa.
b) suspensa - a inscrição que está indisponível,
Código Eleitoral de 1965 temporariamente (até que cesse o impedimen-
to), em virtude de restrição de direitos políticos,
Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer para o exercício do voto e não poderá ser objeto
multa, salvo no caso das condenações criminais, de transferência, revisão e segunda via;
obedecerão às seguintes normas: (...)
c) cancelada - a inscrição atribuída a eleitor que
§ 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devi- incidiu em uma das causas de cancelamento
damente o seu estado de pobreza, ficará isento do previstas na legislação eleitoral, que não poderá
pagamento de multa. ser utilizada para o exercício do voto e somente
poderá ser objeto de transferência ou revisão
§ 4º O eleitor que estiver quite com suas obriga-
nos casos previstos nesta resolução;
ções eleitorais poderá requerer a expedição de
certidão de quitação em zona eleitoral diversa d) coincidente - a inscrição agrupada pelo bati-
daquela em que é inscrito. mento, nos termos do inciso I, sujeita a exame e
decisão de autoridade judiciária e que não po-
Comentário  “O conceito de quitação eleitoral reúne a derá ser objeto de transferência, revisão e se-
plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exer- gunda via: - não liberada - inscrição coincidente
cício do voto, salvo quando facultativo, o atendimento que não está disponível para o exercício do vo-
a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os tra- to; - liberada - inscrição coincidente que está
balhos relativos ao pleito, a inexistência de multas disponível para o exercício do voto.
aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e
não remitidas, excetuadas as anistias legais, e a regular VI - Inexistente - a inscrição cuja inserção no ca-
prestação de contas de campanha eleitoral, quando se dastro foi inviabilizada em decorrência de decisão
tratar de candidatos”. (Resolução do TSE n.º de autoridade judiciária ou de atualização auto-
21.823/2004 e Prov. CGE n.º 05/2004) mática pelo sistema após o batimento;
VII - Eleição - cada um dos turnos de um pleito,
Da Nomenclatura Utilizada
para todos os efeitos, exceto para os fins de apli-
Art. 83. Para efeito desta resolução, consideram- cação do disposto no parágrafo único do art. 15
se: desta resolução.
I - Coincidência - o agrupamento pelo batimento Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até os
de duas ou mais inscrições ou registros que apre- 19 anos ou o naturalizado que não se alistar até um
sentem dados iguais ou semelhantes, segundo ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira
critérios previamente definidos pelo Tribunal Su- incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e
perior Eleitoral; cobrada no ato da inscrição.
II - Gêmeos Comprovados - aqueles que tenham
comprovado mesma filiação, data e local de nas-
334 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não- Art. 90. Considerado o estágio de automação dos
alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o serviços eleitorais, a Corregedoria-Geral expedirá
centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à provimentos destinados a regulamentar a presen-
eleição subsequente à data em que completar 19 te resolução, aprovando os formulários e tabelas
anos. cujos modelos por ela não tenham sido regulamen-
tados, necessários a sua fiel execução.
Das Disposições Finais
Comentário  Provimento da CGE n.º 06/2003, com as
Art. 84. O juiz eleitoral poderá determinar a inci-
alterações introduzidas pelos Provimentos da CGE n.º
neração do título eleitoral, bem como do respecti-
08/2004 e n.º 03/2005.
vo protocolo de entrega, não procurado pelo elei-
tor até a data da eleição posterior à emissão do
Art. 91. A Secretaria de Informática providenciará a
documento.
transformação dos atuais códigos FASE de cance-
Art. 85. A base de cálculo para aplicação das multas lamento de inscrições em decorrência de revisão
previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas, bem de eleitorado em códigos FASE 469 e, até a data
como das de que trata esta resolução, será o últi- em que entrar em vigor esta resolução, a adequa-
mo valor fixado para a UFIR, multiplicado pelo ção do sistema necessária à implementação desta
fator 33,02, até que seja aprovado novo índice, em norma.
conformidade com as regras de atualização dos
Art. 92. Esta resolução entra em vigor no dia 1º de
débitos para com a União.
janeiro de 2004, revogadas a Resolução do TSE n.º
20.132, de 19/03/1998, e as demais disposições em
Comentário  A Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
contrário e ressalvadas as regras relativas à disci-
instituída pela Lei n.º 8.383/1991, foi extinta pela MP
n.º 1.973-67/2000, tendo sido sua última reedição (MP plina da revisão de eleitorado e à fixação de com-
n.º 2.176-79/2001) convertida na Lei n.º 10.522/2002, petência para exame de duplicidades e pluralida-
e seu último valor estabelecido em R$ 1,0641. des, que terão aplicação imediata.
33,02 x R$ 1,0641 = R$ 35,136582 Sala de Sessões do Tribunal Superior Eleitoral.
Brasília, 14 de outubro de 2003.
Art. 86. Os registros de banco de erros permanece-
rão disponíveis para tratamento pelas zonas eleito- Código Eleitoral - Alistamento
rais durante o prazo de seis meses, contados da
data de inclusão da inscrição no banco, após o qual Lei n.º 4.737 de 15 de julho de 1965
serão automaticamente excluídos, deixando de ser
Parte Terceira - Do Alistamento
efetivadas as operações correspondentes.
Art. 87. A Corregedoria-Geral, com o apoio da Se- Comentário  O alistamento, no Código Eleitoral, é
cretaria de Informática, providenciará manuais e regulamentado pelos artigos 42 a 81. Porém, muitos
rotinas necessários à execução dos procedimentos dispositivos estão fora de uso porque, atualmente, o
de que trata esta resolução. sistema de alistamento eleitoral é feito mediante Pro-
cessamento Eletrônico de Dados, implantado pela Lei
Art. 88. A Corregedoria-Geral e as corregedorias n.º 7.444/1985 e regulamentado pela Resolução do TSE
regionais eleitorais exercerão supervisão, orienta- n.º 21.538/2003 (tema anterior).
ção e fiscalização direta do exato cumprimento das
instruções contidas nesta resolução. Título I - Da Qualificação e Inscrição
Art. 89. Os fichários manuais existentes nas zonas Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualifica-
e nos tribunais regionais eleitorais, relativos aos ção e inscrição do eleitor.
registros dos eleitores, anteriores ao recadastra-
mento de que cuidam a Lei n.º 7.444/1985 e a Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domi-
Resolução do TSE n.º 12.547 de 28/02/1986, po- cílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do
derão, a critério do Tribunal Regional respectivo, requerente, e, verificado ter o alistando mais de
ser inutilizados, preservando-se os arquivos relati- uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
vos à filiação partidária e os documentos que,
também a critério do Tribunal Regional, tenham Resolução do TSE n.º 21.407/2003  Impossibilidade
valor histórico. de o eleitor escolher local de votação pertencente a
zona eleitoral diversa daquela em que tem domicílio.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 335
II - certificado de quitação do serviço militar;
Acórdão do TSE n.º 16.397/2000  O conceito de do-
micílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do III - certidão de idade extraída do Registro Civil;
direito comum, regido Direito Civil. Mais flexível e elás-
tico, identifica-se com a residência e o lugar onde o
IV - instrumento público do qual se infirá, por di-
interessado tem vínculos políticos e sociais. reito ter o requerente idade superior a dezoito
anos151 e do qual conste, também, os demais
elementos necessários à sua qualificação;
Art. 43. O alistamento apresentará em cartório ou
local previamente designado, requerimento em V - documento do qual se infira a nacionalidade
fórmula que obedecerá ao modelo aprovado pelo brasileira, originária ou adquirida, do requerente.
Tribunal Superior148.
Resolução do TSE n.º 21.538/2003
Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE149
Art. 13. Para o alistamento, o requerente apresen-
tará um dos seguintes documentos do qual se infi-
ra a nacionalidade brasileira:
a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos
órgãos criados por lei federal, controladores do
exercício profissional;
b) certificado de quitação do serviço militar;
c) certidão de nascimento ou casamento, extraída
do Registro Civil;
d) instrumento público do qual se infira, por direito,
ter o requerente a idade mínima de 16 anos e do
qual constem, também, os demais elementos ne-
cessários à sua qualificação.
Parágrafo único. A apresentação do documento a
que se refere a alínea “b” é obrigatória para maio-
res de 18 anos, do sexo masculino.

Parágrafo único. Será devolvido o requerimento


que não contenta os dados constantes do modelo
oficial, na mesma ordem, e em caracteres inequí-
vocos.
Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o prepara-
dor152 recebendo a fórmula e documentos deter-
minará que o alistando date e assine a petição e
Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três) em ato contínuo atestará terem sido a data e a
retratos150, será instruído com um dos seguintes assinatura lançados na sua presença; em seguida,
documentos, que não poderão ser supridos medi- tomará a assinatura do requerente na folha indivi-
ante justificação: dual de votação e nas duas vias do título eleitoral,
I - carteira de identidade expedida pelo órgão dando recibo da petição e do documento.
competente do Distrito Federal ou dos Estados;
Lei n.º 7.444 de 20 de dezembro de 1985
Art. 5º (...)
148
Comentário  Modelo de formulário previsto no Anexo I da Reso-
§ 1º No caso de analfabeto será feita a impressão
lução TSE n.º 21.538/2003.
149
Comentário  As instruções para preenchimento deste formulário
digital do polegar direito.
constam no anexo 9 do Provimento da CGE n.º 06/2003, com as
alterações introduzidas pelo Provimento da CGE n.º 08/2004, dispo-
151
níveis na Corregedoria Geral Eleitoral. Comentário  Com o advento da Constituição Federal de 1988, a
150
Comentário  Com o alistamento eleitoral feito mediante Proces- idade mínima a ser comprovada passou a ser 16 anos.
152
samento Eletrônico de Dados, implantado pela Lei n.º 7.444/1985 e Comentário  A figura dos preparadores estava prevista no
regulamentado pela Resolução do TSE n.º 21.538/2003, não há Código Eleitoral nos artigos 62 à 65 e foi extinta pela Lei n.º 8.868
mais a exigência das fotografias. de 14 abril de 1994.

336 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Verso da Folha Individual de Votação153 Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
Art. 91. Parágrafo Único. A retenção de título elei-
toral ou do comprovante de alistamento eleitoral
constitui crime, punível com detenção, de um a três
meses, com a alternativa de prestação de serviços à
comunidade por igual período, e multa no valor de
cinco mil a dez mil UFIR.

§ 5º A restituição de qualquer documentação po-


derá ser feita antes de despachado o pedido de
alistamento pelo juiz eleitoral.
§ 6º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar
pela imprensa, onde houver ou por editais, a lista
dos pedidos de inscrição, mencionando os deferi-
dos, os indeferidos e os convertidos em diligência,
contando-se dessa publicação o prazo para os re-
cursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de
inscrição caberá recurso interposto pelo alistando
e do que o determina poderá recorrer qualquer
delegado de partido.
§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior
serão julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral
dentro de 5 (cinco) dias.

Resolução do TSE n.º 21.538/2003


Art. 17. (...)
§ 1º O requerimento será submetido ao despacho
§ 1º Do despacho que indeferir o requerimento de
do juiz nas 48 (quarenta e oito), horas seguintes.
inscrição, caberá recurso interposto pelo alistando
§ 2º Poderá o juiz se tiver dúvida quanto a identi- no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá
dade do requerente ou sobre qualquer outro re- recorrer qualquer delegado de partido político no
quisito para o alistamento, converter o julgamento prazo de dez dias, contados da colocação da res-
em diligência para que o alistando esclareça ou pectiva listagem à disposição dos partidos, o que
complete a prova ou, se for necessário, compareça deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no
pessoalmente à sua presença. primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido
exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo
§ 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregulari-
que os partidos não as consultem.
dade que possa ser sanada, fixará o juiz para isso
prazo razoável.
Recurso do indeferimento da inscrição  Alistando no
§ 4º Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o prazo de 5 dias.
título e o documento que instruiu o pedido serão
entregues pelo juiz, escrivão, funcionário ou prepa- Recurso do deferimento da inscrição  Delegado de
rador. A entrega far-se-á ao próprio eleitor, medi- partido político no prazo de 10 dias.
ante recibo, ou a quem o eleitor autorizar por
escrito o recebimento, cancelando-se o título cuja § 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se mani-
assinatura não for idêntica à do requerimento de feste, ou logo que seja desprovido o recurso em
inscrição e à do recibo. (Redação dada pela Lei n.º instância superior, o juiz inutilizará a folha individu-
4.961 de 4 maio de 1966) al de votação assinada pelo requerente, a qual
ficará fazendo parte integrante do processo e não
poderá, em qualquer tempo, se substituída, nem
153
dele retirada, sob pena de incorrer o responsável
Comentário  Com votação através do Processamento Eletrônico
nas sanções previstas no artigo 293.
de Dados (urna eletrônica), não há mais o uso da folha individual
de votação.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 337
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o 10 - Goiás
alistamento: 11 - Maranhão
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou paga- 12 - Paraíba
mento de 30 a 60 dias-multa.
13 - Pará
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartó- 14 - Espírito Santo
rio devolverá ao requerente, mediante recibo, as
fotografias e o documento com que houver instruí- 15 - Piauí
do o seu requerimento. 16 - Rio Grande do Norte
§ 11. O título eleitoral e a folha individual de vota- 17 - Alagoas
ção somente serão assinados pelo juiz eleitoral
depois de preenchidos pelo cartório e de deferido 18 - Mato Grosso
o pedido, sob as penas do artigo 293. (Redação 19 - Mato Grosso do Sul
dada pela Lei n.º 4.961 de 4 maio de 1966)
20 - Distrito Federal
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o 21 - Sergipe
alistamento:
22 - Amazonas
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou paga-
mento de 30 a 60 dias-multa. 23 - Rondônia
24 - Acre
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional
da ficha do eleitor, após a expedição do seu título. 25 - Amapá
(Incluído pela Lei n.º 4.961 de 4 maio de 1966) 26 - Roraima
Resolução do TSE n.º 21.538/2003 27 - Tocantins
Art. 12. Os tribunais regionais eleitorais farão dis- 28 - Exterior (ZZ)
tribuir, observada a sequência numérica fornecida
c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos
pela Secretaria de Informática, às zonas eleitorais
verificadores, determinados com base no módulo
da respectiva circunscrição, séries de números de
11, sendo o primeiro calculado sobre o número
inscrição eleitoral, a serem utilizados na forma des-
seqüencial e o último sobre o código da unidade da
te artigo.
Federação seguido do primeiro dígito verificador.
Parágrafo único. O número de inscrição compor-se-
(...)
á de até 12 algarismos, por unidade da Federação,
assim discriminados: Art. 22. O título eleitoral será confeccionado com
características, formas e especificações constantes
a) os oito primeiros algarismos serão seqüenciados,
do modelo anexo II.
desprezando-se, na emissão, os zeros à esquerda;
Parágrafo único. O título eleitoral terá as dimen-
b) os dois algarismos seguintes serão representati-
sões de 9,5x6,0cm, será confeccionado em papel
vos da unidade da Federação de origem da inscri-
com marca d’água e peso de 120g/m2, impresso
ção, conforme códigos constantes da seguinte tabe-
nas cores preto e verde, em frente e verso, tendo
la:
como fundo as Armas da República, e será contor-
01 - São Paulo nado por serrilha.
02 - Minas Gerais Art. 23. O título eleitoral será emitido, obrigatoria-
mente, por computador e dele constarão, em espa-
03 - Rio de Janeiro
ços próprios, o nome do eleitor, a data de nasci-
04 - Rio Grande do Sul mento, a unidade da Federação, o município, a
05 - Bahia zona e a seção eleitoral onde vota, o número da
inscrição eleitoral, a data de emissão, a assinatura
06 - Paraná do juiz eleitoral, a assinatura do eleitor ou a im-
07 - Ceará pressão digital de seu polegar, bem como a expres-
são "segunda via", quando for o caso.
08 - Pernambuco
09 - Santa Catarina
338 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Os tribunais regionais poderão autorizar, na I - se se transferir de zona ou Município hipótese
emissão on-line de títulos eleitorais e em situações em que deverá requerer transferência.
excepcionais, a exemplo de revisão de eleitorado, II - se, até 100 (cem) dias antes da eleição, pro-
recadastramento ou rezoneamento, o uso, median- var, perante o Juiz Eleitoral, que mudou de resi-
te rígido controle, de impressão da assinatura dência dentro do mesmo Município, de um distri-
(chancela) do presidente do Tribunal Regional Elei- to para outro ou para lugar muito distante da se-
toral respectivo, em exercício na data da autoriza- ção em que se acha inscrito, caso em que serão
ção, em substituição à assinatura do juiz eleitoral feitas na folha de votação e no título eleitoral, pa-
da zona, nos títulos eleitorais. ra esse fim exibido as alterações correspondentes,
§ 2º Nas hipóteses de alistamento, transferência, devidamente autenticadas pela autoridade judici-
revisão e segunda via, a data da emissão do título ária.
será a de preenchimento do requerimento.
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito-
ral ou de transferência será recebido dentro dos
cento e cinquenta dias anteriores à data da elei-
ção.

§ 4º O eleitor poderá, a qualquer tempo requerer


ao juiz eleitoral a retificação de seu título eleitoral
ou de sua folha individual de votação, quando neles
constar erro evidente, ou indicação de seção dife-
rente daquela a que devesse corresponder a resi-
dência indicada no pedido de inscrição ou transfe-
rência. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de 4 maio de
1966)
§ 5º O título eleitoral servirá de prova de que o
eleitor está inscrito na seção em que deve votar. E,
uma vez datado e assinado pelo presidente da me-
sa receptora, servirá também de prova de haver o
eleitor votado. (Renumerado pela Lei n.º 4.961 de 4
maio de 1966)
Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento,
quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão
fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos
Art. 46. As folhas individuais de votação e os títulos
pedidos apresentados em cartório pelos alistandos
serão confeccionados de acordo com o modelo
ou delegados de partido.
aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º Os cartórios de Registro Civil farão, ainda, gra-
§ 1º Da folha individual de votação e do título elei-
tuitamente, o registro de nascimento visando ao
toral constará a indicação da seção em que o elei-
fornecimento de certidão aos alistandos, desde que
tor tiver sido inscrito a qual será localizada dentro
provem carência de recursos, ou aos Delegados de
do distrito judiciário ou administrativo de sua
Partido, para fins eleitorais. (Acrescentado pela Lei
residência e o mais próximo dela, considerados a
n.º 6.018 de 2 de janeiro de 1974)
distância e os meios de transporte.
§ 2º Em cada Cartório de Registro Civil haverá um
§ 2º As folhas individuais de votação serão conser-
livro especial aberto e rubricado pelo Juiz Eleitoral,
vadas em pastas, uma para cada seção eleitoral; às
onde o cidadão ou o delegado de partido deixará
mesas receptoras serão por estas encaminhadas
expresso o pedido de certidão para fins eleitorais,
com a urna e os demais documentos da eleição às
datando-o. (Acrescentado pela Lei n.º 4.961 de 4
juntas eleitorais, que as devolverão, findos os tra-
maio de 1966 e renumerado pela Lei n.º 6.018 de 2
balhos da apuração, ao respectivo cartório, onde
de janeiro de 1974)
ficarão guardadas.
§ 3º O eleitor ficará vinculado permanentemente à
seção eleitoral indicada no seu título, salvo:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 339
§ 3º O escrivão, dentro de quinze dias da data do Capítulo I - Segunda Via
pedido, concederá a certidão, ou justificará, peran-
Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título,
te o Juiz Eleitoral por que deixa de fazê-lo. (Acres-
requererá o eleitor ao juiz do seu domicílio eleito-
centado pela Lei n.º 4.961 de 4 maio de 1966 e
ral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe ex-
renumerado pela Lei n.º 6.018 de 2 de janeiro de
peça segunda via.
1974)
§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o
cartório, pessoalmente, pelo eleitor, instruído o
escrivão às penas do art. 293.
requerimento, no caso de inutilização ou dilacera-
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o ção, com a primeira via do título.
alistamento: § 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz,
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou paga- após receber o requerimento de segunda via, fará
mento de 30 a 60 dias-multa. publicar, pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela impren-
sa, onde houver, ou por editais, a notícia do extra-
Art. 48. O empregado mediante comunicação com vio ou perda e do requerimento de segunda via,
48 (quarenta e oito) horas de antecedência, pode- deferindo o pedido, findo este prazo, se não hou-
rá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo ver impugnação.
do salário e por tempo não excedente a 2 (dois) Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio
dias, para o fim de se alistar eleitor ou requerer eleitoral poderá requerer a segunda via ao juiz da
transferência. zona em que se encontrar, esclarecendo se vai
Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema Brail- recebê-la na sua zona ou na em que requereu.
le, que reunirem as demais condições de alista-
§ 1º O requerimento, acompanhado de um novo
mento, podem qualificar-se mediante o preenchi-
título assinado pelo eleitor na presença do escrivão
mento da fórmula impressa e a aposição do nome ou de funcionário designado e de uma fotografia,
com as letras do referido alfabeto. será encaminhado ao juiz da zona do eleitor.
§ 1º De forma idêntica serão assinadas a folha indi- § 2º Antes de processar o pedido, na forma previs-
vidual de votação e as vias do título. ta no artigo anterior, o juiz determinará que se
§ 2º Esses atos serão feitos na presença também de confira a assinatura constante do novo título com a
funcionários de estabelecimento especializado de da folha individual de votação ou do requerimento
amparo e proteção de cegos, conhecedor do siste- de inscrição.
ma Braille, que subscreverá, com o Escrivão ou § 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz
funcionário designado, a seguinte declaração a ser da Zona que remeteu o requerimento, caso o elei-
lançada no modelo de requerimento; "Atestamos tor haja solicitado essa providência, ou ficará em
que a presente fórmula bem como a folha indivi- cartório aguardando que o interessado o procure.
dual de votação e vias do título foram subscritas
pelo próprio, em nossa presença". § 4º O pedido de segunda-via formulado nos ter-
mos deste artigo só poderá ser recebido até 60
Art. 50. O juiz eleitoral providenciará para que se (sessenta) dias antes do pleito.
proceda ao alistamento nas próprias sedes dos
estabelecimentos de proteção aos cegos, marcan- Art. 54. O requerimento de segunda-via, em qual-
do previamente, dia e hora para tal fim, podendo quer das hipóteses, deverá ser assinado sobre selos
se inscrever na zona eleitoral correspondente to- federais, correspondentes a 2% (dois por cento) do
dos os cegos do município. salário-mínimo da zona eleitoral de inscrição.
§ 1º Os eleitores inscritos em tais condições deve- Parágrafo único. Somente será expedida segunda-
rão ser localizados em uma mesma seção da res- via a eleitor que estiver quite com a Justiça Eleito-
pectiva zona. ral, exigindo-se, para o que foi multado e ainda não
liquidou a dívida, o prévio pagamento, através de
§ 2º Se no alistamento realizado pela forma previs- selo federal inutilizado nos autos.
ta nos artigos anteriores, o número de eleitores
não alcançar o mínimo exigido, este se completará
Comentário  A Lei n.º 5.143/1966 (art. 15) aboliu o
com a inclusão de outros ainda que não sejam ce- imposto do selo. A instrução normativa da STN n.º
gos. 3/2004 institui e regulamenta os modelos da Guia de
Art. 51. (Revogado pela Lei n.º 7.914 de 7 de de- Recolhimento da União (GRU). A Resolução do TSE n.º
zembro de 1989) 21.975/2004, que disciplina o recolhimento e a cobran-

340 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
ça das multas previstas no Código Eleitoral e leis cone-
Comentário  Residência declarada, sob as penas da
xas, determina em seu art. 4º a utilização obrigatória lei, pelo próprio eleitor. (Artigo 8º III da Lei n.º 6.996 de
da GRU para recolhimento das multas eleitorais e pe-
07 de junho de 1982)
nalidades pecuniárias, assim como doações de pessoas
físicas ou jurídicas ao Fundo Partidário.
Comentário  O conceito de quitação eleitoral reúne a
plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exer-
Capítulo II - Transferência cício do voto, salvo quando facultativo, o atendimento
a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os tra-
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao balhos relativos ao pleito, a inexistência de multas
eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e
não remitidas, excetuadas as anistias legais, e a regular
transferência, juntando o título anterior.
prestação de contas de campanha eleitoral, quando se
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as tratar de candidatos. (Resolução do TSE n.º
seguintes exigências: 21.823/2004 e Provimento da CGE n.º 05/2004)

I - entrada do requerimento no cartório eleitoral


Lei n.º 7.115 de 29 de agosto de 1983
do novo domicílio até 100 (cem) dias antes da da-
ta da eleição. Art. 1º A declaração destinada a fazer prova de vida,
residência, pobreza, dependência econômica, homoní-
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 mia ou bons antecedentes, quando firmada pelo pró-
prio interessado ou por procurador bastante, e sob as
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito- penas da lei, presume-se verdadeira.
ral ou de transferência será recebido dentro dos
cento e cinquenta dias anteriores à data da elei-
§ 2º O disposto nos n.ºs II e III, do parágrafo ante-
ção.
rior, não se aplica quando se tratar de transferên-
II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da cia de título eleitoral de servidor público civil, mili-
inscrição primitiva; tar, autárquico, ou de membro de sua família, por
motivo de remoção ou transferência. (Redação
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo dada pela Lei n.º 4.961 de 4 maio de 1966)
domicílio, atestada pela autoridade policial ou
provada por outros meios convincentes. Art. 56. No caso de perda ou extravio do título
anterior declarado e se fato na petição de transfe-
Resolução TSE n.º 21.538/2003 rência, o juiz do novo domicílio, como ato prelimi-
nar, requisitará, por telegrama, a confirmação do
Art. 18. (...)
alegado à Zona Eleitoral onde o requerente se
I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do achava inscrito.
novo domicílio no prazo estabelecido pela legisla-
§ 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cin-
ção vigente;
co) dias, responderá por ofício ou telegrama, escla-
II - transcurso de, pelo menos, um ano do alista- recendo se o interessado é realmente eleitor, se a
mento ou da última transferência; inscrição está em vigor, e, ainda, qual o número e a
III - residência mínima de três meses no novo domi- data da inscrição respectiva.
cílio, declarada, sob as penas da lei, pelo próprio § 2º A informação mencionada no parágrafo ante-
eleitor; rior, suprirá a falta do título extraviado, ou perdido,
para o efeito da transferência, devendo fazer parte
IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
integrante do processo.

Comentário  O conceito de domicílio eleitoral não se Art. 57. O requerimento de transferência de domi-
confunde com o de domicílio do direito comum, regido cílio eleitoral será imediatamente publicado na
Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a imprensa oficial na Capital, e em cartório nas de-
residência e o lugar onde o interessado tem vínculos mais localidades, podendo os interessados impug-
políticos e sociais. (AC TSE n.º 16.397/2000) ná-lo no prazo de dez dias. (Redação dada pela Lei
n.º 4.961 de 4 maio de 1966)
Resolução do TSE n.º 21.667/2004  Dispõe sobre a
utilização do serviço de emissão de certidão de quita-
ção eleitoral por meio da Internet e dá outras provi-
dências.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 341
§ 1º Certificado o cumprimento do disposto neste § 1º Na mesma data comunicará ao juiz da zona de
artigo o pedido deverá ser desde logo decidido, origem a concessão da transferência e requisitará a
devendo o despacho do juiz ser publicado pela "folha individual de votação".
mesma forma. (Redação dada pela Lei n.º 4.961 de
§ 2º Na nova folha individual de votação ficará con-
4 maio de 1966)
signado, na coluna destinada a "anotações", que a
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Elei- inscrição foi obtida por transferência, e, de acordo
toral, no prazo de 3 (três) dias, o eleitor que pediu com os elementos constantes do título primitivo,
a transferência, sendo-lhe a mesma negada, ou qual o último pleito em que o eleitor transferido
qualquer delegado de partido, quando o pedido for votou. Essa anotação constará também, de seu
deferido. título.
§ 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional § 3º O processo de transferência só será arquivado
Eleitoral decidirá do recurso interposto nos termos após o recebimento da folha individual de votação
do parágrafo anterior. da Zona de origem, que dele ficará constando, de-
vidamente inutilizada, mediante aposição de ca-
§ 4º Só será expedido o novo título decorridos os
rimbo a tinta vermelha.
prazos previstos neste artigo e respectivos parágra-
fos. § 4º No caso de transferência de município ou dis-
trito dentro da mesma zona, deferido o pedido, o
Resolução do TSE n.º 21.538/2003 juiz determinará a transposição da folha individual
Art. 18. (...) de votação para a pasta correspondente ao novo
domicílio, a anotação de mudança no título eleito-
§ 5º Do despacho que indeferir o requerimento de ral e comunicará ao Tribunal Regional para a neces-
transferência, caberá recurso interposto pelo elei- sária averbação na ficha do eleitor.
tor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, pode-
rá recorrer qualquer delegado de partido político no Art. 59. Na Zona de origem, recebida do juiz do
prazo de dez dias, contados da colocação da res- novo domicílio a comunicação de transferência, o
pectiva listagem à disposição dos partidos, o que juiz tornará as seguintes providências:
deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no I - determinará o cancelamento da inscrição do
primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido transferido e a remessa dentro de três dias, da
exibidas ao requerente antes dessas datas e mesmo folha individual de votação ao juiz requisitante;
que os partidos não as consultem.
II - ordenará a retirada do fichário da segunda
parte do título;
Recurso do indeferimento da transferência  Eleitor
no prazo de 5 dias. III - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regi-
onal a que estiver subordinado, que fará a devida
Recurso do deferimento da transferência  Delegado
anotação na ficha de seus arquivos;
de partido político no prazo de 10 dias.
IV - se o eleitor havia assinado ficha de registro de
Art. 58. Expedido o novo título o juiz comunicará a partido, comunicará ao juiz do novo domicílio e,
transferência ao Tribunal Regional competente, no ainda, ao Tribunal Regional, se a transferência foi
prazo de 10 (dez) dias, enviando-lhe o título eleito- concedida para outro Estado.
ral, se houver, ou documento a que se refere o § 1º Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no
do artigo 56. novo domicílio eleitoral em eleição suplementar à
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título que tiver sido realizada antes de sua transferência.
anterior declarado e se fato na petição de transfe- Art. 61. Somente será concedida transferência ao
rência, o juiz do novo domicílio, como ato prelimi- eleitor que estiver quite com a Justiça Eleitoral.
nar, requisitará, por telegrama, a confirmação do
§ 1º Se o requerente não instruir o pedido de
alegado à Zona Eleitoral onde o requerente se
transferência com o título anterior, o juiz do novo
achava inscrito.
domicílio, ao solicitar informação ao da zona de
§ 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cin- origem, indagará se o eleitor está quite com a Justi-
co) dias, responderá por ofício ou telegrama, escla- ça Eleitoral, ou não o estando, qual a importância
recendo se o interessado é realmente eleitor, se a da multa imposta e não paga.
inscrição está em vigor, e, ainda, qual o número e a
data da inscrição respectiva.

342 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Instruído o pedido com o título, e verificado Capítulo V - Encerramento do Alistamento
que o eleitor não votou em eleição anterior, o juiz
Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleito-
do novo domicílio solicitará informações sobre o
ral ou de transferência será recebido dentro dos
valor da multa arbitrada na zona de origem, salvo
100 (cem) dias anteriores à data da eleição.
se o eleitor não quiser aguardar a resposta, hipóte-
se em que pagará o máximo previsto. Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
§ 3º O pagamento da multa, em qualquer das hipó- Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleito-
teses dos parágrafos anteriores, será comunicado ral ou de transferência será recebido dentro dos
ao juízo de origem para as necessárias anotações. cento e cinquenta dias anteriores à data da elei-
Capítulo III - Dos Preparadores ção.

Art. 62. (Revogado pela Lei n.º 8.868 de Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às
14/04/1994) 14 (quatorze) horas do 69 (sexagésimo nono) dia
anterior à eleição, o juiz eleitoral declarará encer-
Art. 63. (Revogado pela Lei n.º 8.868 de
14/04/1994) rada a inscrição de eleitores na respectiva zona e
proclamará o número dos inscritos até as 18 (de-
Art. 64. (Revogado pela Lei n.º 8.868 de zoito) horas do dia anterior, o que comunicará
14/04/1994) incontinente ao Tribunal Regional Eleitoral, por
Art. 65. (Revogado pela Lei n.º 8.868 de telegrama, e fará público em edital, imediatamente
14/04/1994) afixado no lugar próprio do juízo e divulgado pela
imprensa, onde houver, declarando nele o nome
Capítulo IV - Delegados de Partido Perante o Alis- do último leitor inscrito e o número do respectivo
tamento título, fornecendo aos diretórios municipais dos
Art. 66. É licito aos partidos políticos, por seus de- partidos cópia autêntica desse edital.
legados: § 1º Na mesma data será encerrada a transferência
I - acompanhar os processos de inscrição; de eleitores, devendo constar do telegrama do juiz
eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital e
II - promover a exclusão de qualquer eleitor inscri- da cópia deste fornecida aos diretórios municipais
to ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja dos partidos e da publicação da imprensa, os no-
exclusão esteja sendo promovida; mes dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos processos
III - examinar, sem perturbação do serviço e em de transferência estejam definitivamente ultima-
presença dos servidores designados, os documen- dos e o número dos respectivos títulos eleitorais.
tos relativos ao alistamento eleitoral, podendo § 2º O despacho de pedido de inscrição, transfe-
deles tirar cópias ou fotocópias. rência, ou segunda via, proferido após esgotado o
§ 1º Perante o juízo eleitoral, cada partido poderá prazo legal, sujeita o juiz eleitoral às penas do Art.
nomear 3 (três) delegados. 291.
§ 2º Perante os preparadores, cada partido poderá Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscri-
nomear até 2 (dois) delegados, que assistam e ção de alistando.
fiscalizem os seus atos.
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de até
§ 3º Os delegados a que se refere este artigo serão cinco a quinze dias-multa.
registrados perante os juízes eleitorais, a requeri-
mento do presidente do Diretório Municipal. Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedi-
dos de inscrição ou de transferência serão entre-
§ 4º O delegado credenciado junto ao Tribunal
gues até 30 (trinta) dias antes da eleição.
Regional Eleitoral poderá representar o partido
junto a qualquer juízo ou preparador do Estado, Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue
assim como o delegado credenciado perante o ao eleitor até a véspera do pleito.
Tribunal Superior Eleitoral poderá representar o Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona,
partido perante qualquer Tribunal Regional, juízo logo que estejam concluídos os trabalhos da sua
ou preparador. junta eleitoral.

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Título II - Do Cancelamento e da Exclusão Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou paga-
Art. 71. São causas de cancelamento: mento de 30 a 60 dias-multa.
I - a infração dos artigos 5º e 42; § 4º Quando houver denúncia fundamentada de
fraude no alistamento de uma zona ou município, o
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: Tribunal Regional poderá determinar a realização
I - os analfabetos; de correção e, provada a fraude em proporção
comprometedora, ordenará a revisão do eleitora-
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacio-
do obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e
nal;
as recomendações que, subsidiariamente, baixar,
III - os que estejam privados, temporária ou defini- com o cancelamento de ofício das inscrições cor-
tivamente dos direitos políticos. respondentes aos títulos que não forem apresen-
Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde tados à revisão. (Incluído pela Lei n.º 4.961 de 4
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, maio de 1966)
subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode
escolas militares de ensino superior para formação o eleitor votar validamente.
de oficiais.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra
as quais hajam sido interpostos recursos das deci-
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualifica-
sões que as deferiram, desde que tais recursos
ção e inscrição do eleitor.
venham a ser providos pelo Tribunal Regional ou
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domi- Tribunal Superior, serão nulos os votos se o seu
cílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do número for suficiente para alterar qualquer repre-
requerente, e, verificado ter o alistando mais de sentação partidária ou classificação de candidato
uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas. eleito pelo princípio majoritário.
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos; Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser
feita pelo interessado, por outro eleitor ou por
III - a pluralidade de inscrição;
delegado de partido.
IV - o falecimento do eleitor;
Art. 74. A exclusão será mandada processar ex
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecuti- officio pelo juiz eleitoral, sempre que tiver conhe-
vas. (Redação dada pela Lei n.º 7.663 de 7 maio cimento de alguma das causas do cancelamento.
de 1988)
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimen-
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enume- to através de seu fichário, da inscrição do mesmo
radas neste artigo acarretará a exclusão do eleitor, eleitor em mais de uma zona sob sua jurisdição,
que poderá ser promovida ex officio, a requeri- comunicará o fato ao juiz competente para o can-
mento de delegado de partido ou de qualquer celamento, que de preferência deverá recair:
eleitor.
I - na inscrição que não corresponda ao domicílio
§ 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 eleitoral;
(dezoito) anos privado temporária ou definitiva-
II - naquela cujo título não haja sido entregue ao
mente dos direitos políticos, a autoridade que
eleitor;
impuser essa pena providenciará para que o fato
seja comunicado ao juiz eleitoral ou ao Tribunal III - naquela cujo título não haja sido utilizado pa-
Regional da circunscrição em que residir o réu. ra o exercício do voto na última eleição;
§ 3º Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do IV - na mais antiga.
Art. 293, enviarão, até o dia 15 (quinze) de cada Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de
mês, ao juiz eleitoral da zona em que oficiarem, exclusão será comunicada por escrito e por iniciati-
comunicação dos óbitos de cidadãos alistáveis, va de qualquer interessado ao juiz eleitoral, que
ocorridos no mês anterior, para cancelamento das observará o processo estabelecido no artigo se-
inscrições. guinte.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o
alistamento:

344 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela Súmulas do TSE
forma seguinte:
I - mandará autuar a petição ou representação Súmula do TSE n.º 1 (Cancelada)  A Súmula n.º 1,
com os documentos que a instruírem: publicada no DJ de 23, 24 e 25/09/1992, foi cancela-
da pelo Ac.-TSE, de 10/05/2016, no PA n.º 32345,
II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias
publicado no DJE de 24, 27 e 28/06/2016.
para ciência dos interessados, que poderão con-
testar dentro de 5 (cinco) dias;
Súmula do TSE n.º 2 (30/10/1992)  Assinada e re-
III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 cebida a ficha de filiação partidária até o termo final
(dez) dias, se requerida; do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita a cor-
IV - decidirá no prazo de 5 (cinco) dias. respondente condição de elegibilidade, ainda que
não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamen-
impugnação.
to, o cartório tomará as seguintes providências:
Referência Legal - Lei n.º 9.096 de 19 de setembro
I - retirará, da respectiva pasta, a folha de vota-
de 1995
ção, registrará a ocorrência no local próprio para
"Anotações" e junta-la-á ao processo de cancela- Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação
partidária, com o atendimento das regras estatutárias do parti-
mento; do.
II - registrará a ocorrência na coluna de "observa- Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue
ções" do livro de inscrição; comprovante ao interessado, no modelo adotado pelo partido.

III - excluirá dos fichários as respectivas fichas, co- Art. 18. (Revogado pela Lei n.º 13.165 de 2015)
lecionando-as à parte; Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de
cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, re-
IV - anotará, de forma sistemática, os claros aber- gionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para
tos na pasta de votação para o oportuno preen- arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação
chimento dos mesmos; partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a rela-
ção dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a da-
V - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regi- ta de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em
onal para anotação no seu fichário. que estão inscritos. (Redação dada pela Lei n.º 9.504 de
30/09/1997)
Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tra-
§ 1º Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste
tando-se de caso notório, serão dispensadas as artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores,
formalidades previstas nos n.ºs. II e III do artigo 77. constante da relação remetida anteriormente.

Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela § 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer,
diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve
forma seguinte: (...) o caput deste artigo.
II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias § 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão
para ciência dos interessados, que poderão contes- pleno acesso às informações de seus filiados constantes do ca-
tar dentro de 5 (cinco) dias; dastro eleitoral. (Incluído pela Lei n.º 12.034 de 2009)

III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10


(dez) dias, se requerida; Súmula do TSE n.º 3 (30/10/1992)  No processo de
registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o suprimento de defeito da instrução do pedido,
no prazo de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional, pode o documento, cuja falta houver motivado o
interposto pelo excluendo ou por delegado de par- indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário.
tido.
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá Súmula do TSE n.º 4 (10/09/1992)  Não havendo
o interessado requerer novamente a sua qualifica- preferência entre candidatos que pretendam o regis-
ção e inscrição. tro da mesma variação nominal, defere-se o do que
primeiro o tenha requerido.
Referência Legal - Lei n.º 9.504 de 30 de setembro
de 1997
Art. 12. O candidato às eleições proporcionais indicará, no pe-
dido de registro, além de seu nome completo, as variações no-
minais com que deseja ser registrado, até o máximo de três op-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 345
ções, que poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, nome Súmula do TSE n.º 7 (Cancelada)  A Súmula n.º 7,
abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/1992, foi cancela-
que não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não
atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente, menci- da pela Res.-TSE n.º 20.920/2001.
onando em que ordem de preferência deseja registrar-se.
§ 1º Verificada a ocorrência de homonímia, a Justiça Eleitoral Súmula do TSE n.º 8 (Cancelada)  A Súmula n.º 8,
procederá atendendo ao seguinte: publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/1992, foi cancela-
I - havendo dúvida, poderá exigir do candidato prova de que é da pela Res.-TSE n.º 20.920/2001.
conhecido por dada opção de nome, indicada no pedido de re-
gistro;
Súmula do TSE n.º 9 (30/10/1992)  A suspensão de
II - ao candidato que, na data máxima prevista para o registro, direitos políticos decorrente de condenação criminal
esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos últi-
mos quatro anos, ou que nesse mesmo prazo se tenha candida-
transitada em julgado cessa com o cumprimento ou
tado com um dos nomes que indicou, será deferido o seu uso no a extinção da pena, independendo de reabilitação ou
registro, ficando outros candidatos impedidos de fazer propa- de prova de reparação dos danos.
ganda com esse mesmo nome;
Referência Legal - Constituição Federal de 1988
III - ao candidato que, pela sua vida política, social ou profissio-
nal, seja identificado por um dado nome que tenha indicado, Art. 15. III - condenação criminal transitada em julgado, en-
será deferido o registro com esse nome, observado o disposto quanto durarem seus efeitos;
na parte final do inciso anterior;
IV - tratando-se de candidatos cuja homonímia não se resolva Súmula do TSE n.º 10 (30/10/1992)  No processo
pelas regras dos dois incisos anteriores, a Justiça Eleitoral deve- de registro de candidatos, quando a sentença for
rá notificá-los para que, em dois dias, cheguem a acordo sobre
os respectivos nomes a serem usados;
entregue em cartório antes de três dias contados da
conclusão ao juiz, o prazo para o recurso ordinário,
V - não havendo acordo no caso do inciso anterior, a Justiça
salvo intimação pessoal anterior, só se conta do ter-
Eleitoral registrará cada candidato com o nome e sobrenome
constantes do pedido de registro, observada a ordem de prefe- mo final daquele tríduo.
rência ali definida.
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de
maio de 1990
Súmula do TSE n.º 5 (30/10/1992)  Serventuário de Art. 8º Nos pedidos de registro de candidatos a eleições munici-
cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. pais, o Juiz Eleitoral apresentará a sentença em cartório 3 (três)
1º, II, l, da LC n.º 64/1990. dias após a conclusão dos autos, passando a correr deste mo-
mento o prazo de 3 (três) dias para a interposição de recurso
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de para o Tribunal Regional Eleitoral.
maio de 1990
§ 1º A partir da data em que for protocolizada a petição de re-
Art. 1º São inelegíveis: curso, passará a correr o prazo de 3 (três) dias para a apresen-
tação de contra-razões.
II - Para Presidente e Vice-Presidente da República:
§ 2º Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediata-
I) Os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos
mente remetidos ao Tribunal Regional Eleitoral, inclusive por
ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos
portador, se houver necessidade, decorrente da exiguidade de
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios,
prazo, correndo as despesas do transporte por conta do recor-
inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se
rente, se tiver condições de pagá-las.
afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o
direito à percepção dos seus vencimentos integrais;
Súmula do TSE n.º 11 (30/10/1992)  No processo
Súmula do TSE n.º 6 (28/06/2016)  São inelegíveis de registro de candidatos, o partido que não o im-
para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os pugnou não tem legitimidade para recorrer da sen-
parentes, indicados no § 7º do art. 14 da Constituição tença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria
Federal, do titular do mandato, salvo se este, reelegí- constitucional.
vel, tenha falecido, renunciado ou se afastado defini-
tivamente do cargo até seis meses antes do pleito. Súmula do TSE n.º 12 (01/12/1992)  São inelegíveis,
Referência Legal - Constituição Federal de 1988 no município desmembrado, e ainda não instalado, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
Art. 14. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, segundo grau ou por adoção, do prefeito do municí-
o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo
grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador
pio-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao mandato eletivo.
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à ree-
leição.

346 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Referência Legal - Constituição Federal de 1988 do poder econômico ou político tem início no dia da
Art. 14. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, eleição em que este se verificou e finda no dia de
o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo igual número no oitavo ano seguinte (art. 22, XIV, da
grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador LC n.º 64/1990).
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à ree- maio de 1990
leição.
Art. 22. XIV - julgada procedente a representação, ainda que
após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegi-
Súmula do TSE n.º 13 (30/10/1996)  Não é auto- bilidade do representado e de quantos hajam contribuído para
aplicável o § 9º do art. 14 da Constituição, com a a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para
as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à
redação da Emenda Constitucional de Revisão n.º eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou
4/94. diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferên-
cia do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de
Referência Legal - Constituição Federal de 1988 autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a re-
Art. 14. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de messa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instaura-
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a ção de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, orde-
probidade administrativa, a moralidade para exercício de man- nando quaisquer outras providências que a espécie comportar;
dato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econô-
mico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na Súmula do TSE n.º 20 (28/06/2016)  A prova de
administração direta ou indireta. filiação partidária daquele cujo nome não constou da
lista de filiados de que trata o art. 19 da Lei n.º
9.096/1995, pode ser realizada por outros elementos
Súmula do TSE n.º 14 (Cancelada)  A Súmula n.º 14,
de convicção, salvo quando se tratar de documentos
publicada no DJ de 25, 26 e 27/09/1996, foi cancela-
produzidos unilateralmente, destituídos de fé públi-
da pela Res.-TSE n.º 21.885/2004.
ca.

Súmula do TSE n.º 15 (01/12/1992)  O exercício de Referência Legal - Lei n.º 9.096 de 19 de setembro
mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de 1995
de comprovar a condição de alfabetizado do candi- Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de
dato. cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, re-
gionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para
arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação
Súmula do TSE n.º 16 (Cancelada)  A Súmula n.º 16, partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a rela-
publicada no DJ de 21, 22 e 23/08/2000, foi revogada ção dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a da-
ta de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em
em 05/11/2002, em julgamento de questão de or- que estão inscritos.
dem em face da Informação n.º 138/2002-Coep/DG
§ 1º Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste
(Ata da sessão de julgamento publicada no DJ de
artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores,
14/11/2002), e cancelada pelo Ac.-TSE, de constante da relação remetida anteriormente.
10/05/2016, no PA n.º 32345, publicado no DJE de
§ 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer,
24, 27 e 28/06/2016. diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve
o caput deste artigo.
Súmula do TSE n.º 17 (Cancelada)  A Súmula n.º 17, § 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão
publicada no DJ de 21, 22 e 23/08/2000, foi cancela- pleno acesso às informações de seus filiados constantes do ca-
da em 16/04/2002, em julgamento de Questão de dastro eleitoral.
Ordem no REspe n.º 19.600.
Súmula do TSE n.º 21 (Cancelada)  A Súmula n.º 21,
Súmula do TSE n.º 18 (23/08/2000)  Conquanto publicada no DJE de 8, 9 e 10/02/2012, foi cancelada
investido de poder de polícia, não tem legitimidade o pelo Ac.-TSE, de 10/05/2016, no PA n.º 32345, publi-
juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento cado no DJE de 24, 27 e 28/06/2016.
com a finalidade de impor multa pela veiculação de
propaganda eleitoral em desacordo com a Lei n.º Súmula do TSE n.º 22 (28/06/2016)  Não cabe
9.504/1997. mandado de segurança contra decisão judicial recor-
rível, salvo situações de teratologia ou manifesta-
Súmula do TSE n.º 19 (28/06/2016)  O prazo de mente ilegais.
inelegibilidade decorrente da condenação por abuso

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154
Teratologia - Teratológico, no aspecto jurídico do termo, diz Súmula do TSE n.º 30 (28/06/2016)  Não se conhe-
respeito a uma decisão absurda, ou seja, em princípio, pode- ce de recurso especial eleitoral por dissídio jurispru-
mos dizer que seria a decisão que contraria a lógica, o bom sen-
so e a até mesmo - em certos casos - a moralidade, na medida dencial, quando a decisão recorrida estiver em con-
em que é impossível conviver com o imoral e que inviabiliza as formidade com a jurisprudência do Tribunal Superior
relações sociais. Assim sendo, decisão teratológica seria toda Eleitoral.
aquela que contraria a lógica, o bom senso e as relações inter-
pessoais, ao ponto de comprometer a convivência, a urbanida-
de, a tolerância, a vida em sociedade, o interesse público. Sim- Súmula do TSE n.º 31 (28/06/2016)  Não cabe re-
ples, mas acredito que poderá ajudar àqueles que estão lendo curso especial eleitoral contra acórdão que decide
esta publicação. sobre pedido de medida liminar.

Súmula do TSE n.º 23 (28/06/2016)  Não cabe Súmula do TSE n.º 32 (28/06/2016)  É inadmissível
mandado de segurança contra decisão judicial transi- recurso especial eleitoral por violação à legislação
tada em julgado. municipal ou estadual, ao Regimento Interno dos
Tribunais Eleitorais ou às normas partidárias.
Súmula do TSE n.º 24 (28/06/2016)  Não cabe re-
curso especial eleitoral para simples reexame do Súmula do TSE n.º 33 (28/06/2016)  Somente é
conjunto fático-probatório. cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Supe-
rior Eleitoral que versem sobre a incidência de causa
Súmula do TSE n.º 25 (28/06/2016)  É indispensá- de inelegibilidade.
vel o esgotamento das instâncias ordinárias para a
interposição de recurso especial eleitoral. Súmula do TSE n.º 34 (28/06/2016)  Não compete
ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar
Súmula do TSE n.º 26 (28/06/2016)  É inadmissível mandado de segurança contra ato de membro de
o recurso que deixa de impugnar especificamente Tribunal Regional Eleitoral.
fundamento da decisão recorrida que é, por si só,
suficiente para a manutenção desta. Súmula do TSE n.º 35 (28/06/2016)  Não é cabível
reclamação para arguir o descumprimento de res-
Súmula do TSE n.º 27 (28/06/2016)  É inadmissível posta a consulta ou de ato normativo do Tribunal
recurso cuja deficiência de fundamentação impossi- Superior Eleitoral.
bilite a compreensão da controvérsia.
Súmula do TSE n.º 36 (28/06/2016)  Cabe recurso
Súmula do TSE n.º 28 (28/06/2016)  A divergência ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral
jurisprudencial que fundamenta o recurso especial que decida sobre inelegibilidade, expedição ou anu-
interposto com base na alínea b do inciso I do art. lação de diploma ou perda de mandato eletivo nas
276 do Código Eleitoral somente estará demonstrada eleições federais ou estaduais (art. 121, § 4º, incisos
mediante a realização de cotejo analítico e a existên- III e IV, da Constituição Federal).
cia de similitude fática entre os acórdãos paradigma
Referência Legal - Constituição Federal de 1988
e o aresto recorrido.
Art. 121. § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
Referência Legal - Código Eleitoral de 1965 somente caberá recurso quando: (...)
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
salvo os casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal eletivos federais ou estaduais;
Superior:
V - denegarem "hábeas-corpus", mandado de segurança, "há-
I - especial: (...) beas-data" ou mandado de injunção.
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois
ou mais tribunais eleitorais. Súmula do TSE n.º 37 (28/06/2016)  Compete ori-
ginariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar
Súmula do TSE n.º 29 (28/06/2016)  A divergência e julgar recurso contra expedição de diploma envol-
entre julgados do mesmo Tribunal não se presta a vendo eleições federais ou estaduais.
configurar dissídio jurisprudencial apto a fundamen-
tar recurso especial eleitoral.
154
Fonte  http://juris-web.blogspot.com.br/2013/04/teratologico-no-
sentido-juridico.html.

348 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Súmula do TSE n.º 38 (28/06/2016)  Nas ações que § 1º Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá
visem à cassação de registro, diploma ou mandato, prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de mandado
de segurança e de habeas corpus.
há litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o
respectivo vice da chapa majoritária. § 2º Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou
revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão des-
constituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos
Súmula do TSE n.º 39 (28/06/2016)  Não há forma- ao recorrente.
ção de litisconsórcio necessário em processos de § 3º A prática de atos manifestamente protelatórios por parte
registro de candidatura. da defesa, ao longo da tramitação do recurso, acarretará a re-
vogação do efeito suspensivo.

Súmula do TSE n.º 40 (28/06/2016)  O partido polí-


tico não é litisconsorte passivo necessário em ações Súmula do TSE n.º 45 (28/06/2016)  Nos processos
que visem à cassação de diploma. de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode co-
nhecer de ofício da existência de causas de inelegibi-
lidade ou da ausência de condição de elegibilidade,
Súmula do TSE n.º 41 (28/06/2016)  Não cabe à desde que resguardados o contraditório e a ampla
Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto defesa.
das decisões proferidas por outros Órgãos do Judiciá-
rio ou dos Tribunais de Contas que configurem causa
de inelegibilidade. Súmula do TSE n.º 46 (28/06/2016)  É ilícita a prova
colhida por meio da quebra do sigilo fiscal sem prévia
e fundamentada autorização judicial, podendo o
Súmula do TSE n.º 42 (28/06/2016)  A decisão que Ministério Público Eleitoral acessar diretamente ape-
julga não prestadas as contas de campanha impede o nas a relação dos doadores que excederam os limites
candidato de obter a certidão de quitação eleitoral legais, para os fins da representação cabível, em que
durante o curso do mandato ao qual concorreu, per- poderá requerer, judicialmente e de forma individua-
sistindo esses efeitos, após esse período, até a efeti- lizada, o acesso aos dados relativos aos rendimentos
va apresentação das contas. do doador.

Súmula do TSE n.º 43 (28/06/2016)  As alterações Súmula do TSE n.º 47 (28/06/2016)  A inelegibili-
fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que dade superveniente que autoriza a interposição de
beneficiem o candidato, nos termos da parte final do recurso contra expedição de diploma, fundado no
art. 11, § 10, da Lei n.º 9.504/97, também devem ser art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole cons-
admitidas para as condições de elegibilidade. titucional ou, se infraconstitucional, superveniente
Referência Legal - Lei n.º 9.504 de 30 de setembro ao registro de candidatura, e que surge até a data do
de 1997 pleito.
Art. 11. § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inele- Referência Legal - Código Eleitoral de 1965
gibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do
pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somen-
fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a te nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza
inelegibilidade. constitucional e de falta de condição de elegibilidade.

Súmula do TSE n.º 44 (28/06/2016)  O disposto no Súmula do TSE n.º 48 (28/06/2016)  A retirada da
art. 26-C da LC n.º 64/1990 não afasta o poder geral propaganda irregular, quando realizada em bem
de cautela conferido ao magistrado pelo Código de particular, não é capaz de elidir a multa prevista no
Processo Civil. art. 37, § 1º, da Lei n.º 9.504/1997.

Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de Referência Legal - Lei n.º 9.504 de 30 de setembro
maio de 1990 de 1997
Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apre- Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do
ciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se refe- poder público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso co-
rem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1º poderá, em mum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de trá-
caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir fego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros
plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda
tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e ex-
por ocasião da interposição do recurso. posição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e as-
semelhados.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 349
§ 1º A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto põe a exoneração do cargo comissionado, e não
no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e apenas seu afastamento de fato.
comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no
prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
8.000,00 (oito mil reais). Súmula do TSE n.º 55 (28/06/2016)  A Carteira
Nacional de Habilitação gera a presunção da escola-
Súmula do TSE n.º 49 (28/06/2016)  O prazo de ridade necessária ao deferimento do registro de
cinco dias, previsto no art. 3º da LC n.º 64/1990, para candidatura.
o Ministério Público impugnar o registro inicia-se
com a publicação do edital, caso em que é excepcio- Súmula do TSE n.º 56 (28/06/2016)  A multa eleito-
nada a regra que determina a sua intimação pessoal. ral constitui dívida ativa de natureza não tributária,
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de submetendo-se ao prazo prescricional de 10 (dez)
maio de 1990 anos, nos moldes do art. 205 do Código Civil.
Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido político, coliga- Referência Legal - Código Civil de 2002
ção ou ao Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, conta-
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
dos da publicação do pedido de registro do candidato, impug-
haja fixado prazo menor.
ná-lo em petição fundamentada.
§ 1º A impugnação, por parte do candidato, partido político ou
coligação, não impede a ação do Ministério Público no mesmo Súmula do TSE n.º 57 (28/06/2016)  A apresenta-
sentido. ção das contas de campanha é suficiente para a ob-
§ 2º Não poderá impugnar o registro de candidato o represen- tenção da quitação eleitoral, nos termos da nova
tante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores, redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei n.º
tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou 9.504/1997, pela Lei n.º 12.034/2009.
exercido atividade político-partidária.
Referência Legal - Lei n.º 9.504 de 30 de setembro
§ 3º O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova
com que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arro-
de 1997
lando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6 (seis). Art. 11. § 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusi-
vamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular
exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Elei-
Súmula do TSE n.º 50 (28/06/2016)  O pagamento toral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência
da multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral
do cumprimento regular de seu parcelamento após o e não remitidas, e a apresentação de contas de campanha elei-
pedido de registro, mas antes do julgamento respec- toral.
tivo, afasta a ausência de quitação eleitoral.
Súmula do TSE n.º 58 (28/06/2016)  Não compete
Súmula do TSE n.º 51 (28/06/2016)  O processo de à Justiça Eleitoral, em processo de registro de candi-
registro de candidatura não é o meio adequado para datura, verificar a prescrição da pretensão punitiva
se afastarem os eventuais vícios apurados no proces- ou executória do candidato e declarar a extinção da
so de prestação de contas de campanha ou partidá- pena imposta pela Justiça Comum.
rias.
Súmula do TSE n.º 59 (28/06/2016)  O reconheci-
Súmula do TSE n.º 52 (28/06/2016)  Em registro de mento da prescrição da pretensão executória pela
candidatura, não cabe examinar o acerto ou desacer- Justiça Comum não afasta a inelegibilidade prevista
to da decisão que examinou, em processo específico, no art. 1º, I, e, da LC n.º 64/1990, porquanto não
a filiação partidária do eleitor. extingue os efeitos secundários da condenação.
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de
Súmula do TSE n.º 53 (28/06/2016)  O filiado a maio de 1990
partido político, ainda que não seja candidato, possui Art. 1º São inelegíveis:
legitimidade e interesse para impugnar pedido de I - Para qualquer cargo:
registro de coligação partidária da qual é integrante,
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado
em razão de eventuais irregularidades havidas em
ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação
convenção. até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento
da pena, pelos crimes:
Súmula do TSE n.º 54 (28/06/2016)  A desincompa- 1. Contra a economia popular, a fé pública, a administração
tibilização de servidor público que possui cargo em pública e o patrimônio público;
comissão é de três meses antes do pleito e pressu-
350 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
2. Contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de
de capitais e os previstos na lei que regula a falência; maio de 1990
3. Contra o meio ambiente e a saúde pública;
Art. 1º São inelegíveis:
4. Eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liber-
I - Para qualquer cargo:
dade;
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado
5. De abuso de autoridade, nos casos em que houver condena-
ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação
ção à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de fun-
até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento
ção pública;
da pena, pelos crimes:
6. De lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
1. Contra a economia popular, a fé pública, a administração
7. De tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, pública e o patrimônio público;
terrorismo e hediondos;
2. Contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado
8. De redução à condição análoga à de escravo; de capitais e os previstos na lei que regula a falência;

9. Contra a vida e a dignidade sexual; e 3. Contra o meio ambiente e a saúde pública;

10. Praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; 4. Eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liber-
dade;

Súmula do TSE n.º 60 (28/06/2016)  O prazo da 5. De abuso de autoridade, nos casos em que houver condena-
ção à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de fun-
causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC ção pública;
n.º 64/1990 deve ser contado a partir da data em
6. De lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
que ocorrida a prescrição da pretensão executória e
não do momento da sua declaração judicial. 7. De tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura,
terrorismo e hediondos;
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de
8. De redução à condição análoga à de escravo;
maio de 1990
9. Contra a vida e a dignidade sexual; e
Art. 1º São inelegíveis:
10. Praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;
I - Para qualquer cargo:
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado
ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação Súmula do TSE n.º 62 (28/06/2016)  Os limites do
até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento pedido são demarcados pelos fatos imputados na
da pena, pelos crimes: inicial, dos quais a parte se defende, e não pela capi-
1. Contra a economia popular, a fé pública, a administração tulação legal atribuída pelo autor.
pública e o patrimônio público;
2. Contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado Súmula do TSE n.º 63 (28/06/2016)  A execução
de capitais e os previstos na lei que regula a falência; fiscal de multa eleitoral só pode atingir os sócios se
3. Contra o meio ambiente e a saúde pública; preenchidos os requisitos para a desconsideração da
4. Eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liber- personalidade jurídica previstos no art. 50 do Código
dade; Civil, tendo em vista a natureza não tributária da
5. De abuso de autoridade, nos casos em que houver condena-
dívida, observados, ainda, o contraditório e a ampla
ção à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de fun- defesa.
ção pública;
Referência Legal - Código Civil de 2002
6. De lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracteri-
7. De tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, zada pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial,
terrorismo e hediondos; pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos
8. De redução à condição análoga à de escravo;
de certas e determinadas relações de obrigações sejam esten-
9. Contra a vida e a dignidade sexual; e didos aos bem particulares dos administradores ou sócios da
pessoa jurídica.
10. Praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;

Súmula do TSE n.º 64 (28/06/2016)  Contra acór-


Súmula do TSE n.º 61 (28/06/2016)  O prazo con-
dão que discute, simultaneamente, condições de
cernente à hipótese de inelegibilidade prevista no
elegibilidade e de inelegibilidade, é cabível o recurso
art. 1º, I, e, da LC n.º 64/1990 projeta-se por oito
ordinário.
anos após o cumprimento da pena, seja ela privativa
de liberdade, restritiva de direito ou multa.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 351
Súmula do TSE n.º 65 (28/06/2016)  Considera-se j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado
tempestivo o recurso interposto antes da publicação ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por cor-
rupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação,
da decisão recorrida. captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por
conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais
que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo
Súmula do TSE n.º 66 (28/06/2016)  A incidência do
de 8 (oito) anos a contar da eleição;
§ 2º do art. 26-C da LC n.º 64/1990 não acarreta o
imediato indeferimento do registro ou o cancela- h) os detentores de cargo na administração pública direta, indi-
reta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo
mento do diploma, sendo necessário o exame da abuso do poder econômico ou político, que forem condenados
presença de todos os requisitos essenciais à configu- em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judi-
ração da inelegibilidade, observados os princípios do cial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham
contraditório e da ampla defesa. sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8
(oito) anos seguintes;
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de
maio de 1990
Súmula do TSE n.º 70 (28/06/2016)  O encerramen-
Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apre- to do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição
ciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se refe- constitui fato superveniente que afasta a inelegibili-
rem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1º poderá, em
caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir dade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei n.º
plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência 9.504/1997.
tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão,
por ocasião da interposição do recurso. (...) Referência Legal - Lei n.º 9.504 de 30 de setembro
de 1997
§ 2º Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou
revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão des- Art. 11. § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inele-
constituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos gibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do
ao recorrente. pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações,
fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a
inelegibilidade.
Súmula do TSE n.º 67 (28/06/2016)  A perda do
mandato em razão da desfiliação partidária não se
Súmula do TSE n.º 71 (28/06/2016)  Na hipótese de
aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritá-
negativa de seguimento ao recurso especial e da
rio.
consequente interposição de agravo, a parte deverá
apresentar contrarrazões tanto ao agravo quanto ao
Súmula do TSE n.º 68 (28/06/2016)  A União é par- recurso especial, dentro do mesmo tríduo legal.
te legítima para requerer a execução de astreintes,
fixada por descumprimento de ordem judicial no Regimento Interno do TRE Paraná
âmbito da Justiça Eleitoral.
155
Astreintes - Astreinte é a multa diária imposta por condena- Introdução ao Regimento Interno
ção judicial. As astreintes no direito brasileiro eram cabíveis Todo regimento interno é uma norma criada pelo
apenas na obrigação de fazer e na obrigação de não fazer. Con-
tudo com o advento da Lei n.º 10.444 de 2002 que alterou a próprio órgão público e serve para explicar como
redação do art. 287 do Código de Processo Civil de 1973 passa- funciona o trabalho de órgãos colegiados (se pare-
ram a ser admitidas também na obrigação de entrega de coisa. ce muito como uma lei). Órgãos colegiados, por sua
A finalidade da medida é constranger o vencido a cumprir a vez, são aqueles em que a atividade ou poder de
sentença ou decisão interlocutória de antecipação de tutela e
decisão está nas mãos de várias pessoas, e não de
evitar o retardamento em seu cumprimento.
uma única autoridade. Podemos citar, como exem-
plo, uma câmara de vereadores. Neste modelo de
Súmula do TSE n.º 69 (28/06/2016)  Os prazos de órgão, existe a necessidade de um documento que
inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do inciso I estabeleça as normas de como o grupo de vereado-
do art. 1º da LC n.º 64/1990 têm termo inicial no dia res irá atuar, como acontece as votações, o horário
do primeiro turno da eleição e termo final no dia de de trabalho, entre outros detalhes da atuação con-
igual número no oitavo ano seguinte. junta dos vereadores. E da mesma forma acontece
Referência Legal - Lei Complementar n.º 64 de 18 de nos tribunais.
maio de 1990 No caso das normas que regem as atividades do
Art. 1º São inelegíveis: Tribunal Regional Eleitoral, quando a palavra “tri-
I - Para qualquer cargo: bunal” é mencionada pode significar três ideias: o
prédio sede do tribunal, todo o poder judiciário
155
eleitoral na circunscrição do estado do Paraná ou,
Fonte  https://pt.wikipedia.org/wiki/Astreinte

352 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
também, pode significar o grupo dos sete membros b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos
reunidos, o que no regimento é chamado de “tri- pelo Tribunal de Justiça;
bunal pleno”. Assim, o regimento interno do Tribu-
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com
nal Regional Eleitoral do Estado do Paraná não
sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
trata sobre regras de trabalho dos servidores e sim,
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em
explica como acontece o trabalho dos 7 membros
qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal res-
reunidos. Você estudará temas como a eleição da
pectivo;
cúpula do tribunal, as atividades desenvolvidas
pelo presidente, pela corregedoria, como acontece III - por nomeação, pelo Presidente da República,
o julgamento dos processos e, até mesmo, onde de dois juízes dentre seis advogados de notável
cada membro se assenta numa sessão. saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Tribunal de Justiça.
Resolução n.º 661/2013
§ 1º Os substitutos dos juízes do Tribunal Regional
Aprova o Regimento Interno do Tribunal Eleitoral serão escolhidos pelo mesmo processo dos
Regional Eleitoral do Paraná (com altera- efetivos, em número igual ao de cada categoria.
ções da Resolução n.º 705/2015).
§ 2º Não podem integrar o Tribunal Juízes de Direito
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, nos termos Substitutos em 2º Grau, Juízes Auxiliares da Corre-
do artigo 96, inciso I, alínea “a”, da Constituição da gedoria de Justiça e da Presidência e Vice-
República Federativa do Brasil, e do artigo 30, inciso Presidência do Tribunal de Justiça.
I, do Código Eleitoral, resolve aprovar o seguinte § 3º A nomeação de que trata o inciso III não poderá
Regimento Interno: recair em magistrado aposentado, membro do Mi-
Título I - Da Organização e Competências nistério Público, Procuradores federais, estaduais e
municipais, ou advogado que ocupe cargo público de
Capítulo I - Da Organização do Tribunal que possa ser exonerado ad nutum, que seja diretor,
Seção I - Da Composição proprietário ou sócio de empresa beneficiada com
subvenção, privilégio, isenção ou favor, em virtude
Art. 1º O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do de contrato com a Administração Pública, ou que
Paraná, TRE-PR, com sede na Capital e jurisdição em exerça mandato de caráter político federal, estadual
todo o Estado, compõe-se: ou municipal.
I - mediante eleição, por voto secreto: Art. 2º Não podem integrar, concomitantemente, o
a) de dois juízes, dentre os desembargadores, es- Tribunal cônjuges, companheiros ou parentes con-
colhidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pa- sanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o
raná; quarto grau, excluindo-se, nesse caso, o que tiver
sido escolhido por último.
b) de dois juízes, dentre os juízes de direito, esco-
lhidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Para- Art. 3º Não podem integrar o Tribunal o cônjuge, o
ná; companheiro, o parente consanguíneo ou afim, até o
segundo grau, de candidato a cargo eletivo na cir-
II - de um juiz federal, escolhido pelo Tribunal Re-
cunscrição, no período compreendido entre a homo-
gional Federal.
logação da escolha do candidato em convenção
III - de dois juízes, por nomeação, pelo Presidente partidária e a proclamação dos eleitos.
da República, dentre seis advogados de notável sa-
Art. 4º Os Juízes do Tribunal, salvo motivo justificado,
ber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tri-
servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por
bunal de Justiça do Estado do Paraná.
mais de dois biênios consecutivos.
Constituição Federal de 1988 § 1º Nenhum Juiz Efetivo poderá voltar a integrar o
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Tribunal, na mesma ou em diversa categoria, após
Capital de cada Estado e no Distrito Federal. servir por dois biênios consecutivos, salvo se trans-
corridos dois anos do término do segundo biênio.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do
Tribunal de Justiça;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 353
§ 2º O intervalo de dois anos referido no § 1º somen- nas garantias e serão inamovíveis, nos termos do
te poderá ser reduzido no caso de inexistência de art. 121, § 1º, da Constituição Federal.
outros Juízes que preencham os requisitos legais
para a investidura. Constituição Federal de 1988

§ 3º Poderá o Tribunal, desde que haja motivo justifi- Art. 121. (...) § 1º Os membros dos tribunais, os
cado, autorizar o desligamento de Juiz antes do tér- juízes de direito e os integrantes das juntas eleito-
mino de seu biênio. rais, no exercício de suas funções, e no que lhes for
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão ina-
§ 4º Cada biênio será contado da data da posse, inin- movíveis.
terruptamente, sem desconto de qualquer afasta-
mento, nem mesmo o decorrente de licenças ou Seção II - Da Posse dos Juízes do Tribunal
férias, salvo na hipótese do art. 3º.
Art. 8º O Presidente e o Vice-Presidente eleitos to-
§ 5º Para efeito deste artigo, consideram-se também marão posse em sessão solene, a realizar-se no pri-
consecutivos dois biênios, quando entre eles houver meiro dia útil do mês de fevereiro.
interrupção por prazo inferior a dois anos.
Art. 9º A posse dos Juízes Efetivos dar-se-á perante o
§ 6º As normas deste artigo também se aplicam ao Tribunal, e a dos substitutos perante o Presidente,
Juiz Substituto, sendo-lhe permitido, entretanto, vir a lavrando-se o respectivo termo.
integrar o Tribunal como Juiz Efetivo, sem que sua
§ 1º Em ambos os casos, o prazo para a posse é de
investidura seja limitada pela condição anterior.
30 (trinta) dias, contados da publicação oficial da
§ 7º O Magistrado de Zona Eleitoral que for nomea- escolha ou nomeação.
do Juiz Efetivo ou Substituto do Tribunal deixará as
funções eleitorais da primeira instância, desde a pos- Membro Efetivo  Posse perante o tribunal.
se.
Membro Substituto  Posse perante o Presidente.
Constituição Federal de 1988 Prazo  30 dias da publicação da nomeação ou da esco-
lha do membro, prorrogável por mais 60 dias.
Art. 121. (...) § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais,
salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecu- § 2º Não havendo publicação oficial, o prazo para a
tivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma posse será contado da data da sessão em que o Juiz
ocasião e pelo mesmo processo, em número igual do Tribunal tomar ciência da nomeação, desde que
para cada categoria. já ocorrida a vacância do cargo.
§ 3º O prazo para a posse poderá ser prorrogado
Art. 5º Para preenchimento do cargo de Juiz do Tri- pelo Presidente do Tribunal, em até 60 (sessenta)
bunal, o Presidente fará a comunicação ao Tribunal dias, desde que assim o requeira, motivadamente, o
competente para a escolha: Juiz a ser compromissado.
I - até 30 (trinta) dias antes do término do biênio, § 4º Quando a recondução se operar antes do tér-
de Juiz das categorias de Desembargador, Juiz de mino do primeiro biênio, não haverá necessidade
Direito e Juiz Federal; de nova posse, sendo suficiente sua anotação no
II - até seis meses antes do término do biênio, de termo de investidura inicial.
Juiz da categoria de Advogado; § 5º Havendo interrupção no exercício do mandato,
III - imediatamente após a vacância do cargo, se deverão ser observadas as mesmas formalidades
ocorrida antes do final do biênio. indispensáveis à primeira investidura, não sendo
considerado o primeiro biênio para efeito de antigui-
Parágrafo único. No caso de vacância por término de
dade.
biênio, a comunicação deverá indicar se se trata do
primeiro ou do segundo biênio. § 6º Os Juízes Efetivos e Substitutos prestarão o
seguinte compromisso: “Declaro aceitar o cargo
Art. 6º Perderá automaticamente a jurisdição eleito-
para o qual fui eleito e prometo bem e fielmente
ral o Juiz do Tribunal que completar o respectivo
desempenhar os deveres do cargo de Juiz do Tribu-
biênio, assim como o Magistrado que for promovido,
nal Regional Eleitoral do Paraná, cumprindo e fa-
aposentar-se voluntaria ou compulsoriamente, ou
zendo cumprir a Constituição e as leis da República
for afastado de suas funções de origem.
e pugnando sempre pelo prestígio e respeitabilida-
Art. 7º Os Juízes do Tribunal, no exercício de suas de da Justiça Eleitoral”.
funções e no que lhes for aplicável, gozarão de ple-
354 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 10. Antiguidade dos Juízes no Tribunal é definida Seção IV - Da Convocação de Substitutos
pela data da respectiva posse.
Art. 18. Durante as férias e licenças de Juiz Efetivo do
Parágrafo único. Na hipótese de Juízes, de igual cate- Tribunal, por tempo superior a 15 (quinze) dias, bem
goria ou não, tomarem posse na mesma data, con- como na vacância desse cargo, o Presidente convo-
siderar-se-á mais antigo, para os efeitos regimentais, cará o respectivo Substituto.
nesta ordem:
§ 1º No caso de vacância, o Substituto permanecerá
I - o que houver servido por mais tempo como Efe- em exercício até que seja designado e empossado o
tivo; novo Juiz Efetivo.
II - o que houver servido por mais tempo como § 2º Na hipótese do caput, por tempo igual ou infe-
Substituto; rior a 15 (quinze) dias, e em ausência ocasional de
Juiz, poderá ser convocado Substituto, obedecida a
III - o que tiver mais tempo de serviço como Juiz
ordem de antiguidade, se necessário para compor o
Eleitoral de primeiro grau;
quórum. (Redação dada pela Resolução do TRE/PR
IV - o mais idoso. n.º 705 de 18/05/2015)
Seção III - Das Férias, Licenças e Afastamentos § 3º Em qualquer das situações previstas neste arti-
Art. 11. Os Juízes gozarão de licenças e férias nos go, não sendo possível o comparecimento do Juiz
casos previstos em lei, e por ela regulados. Substituto mais antigo, será convocado o outro Juiz
Substituto da mesma categoria.
Art. 12. Os Juízes da categoria dos Magistrados, afas-
tados de suas funções na Justiça Comum perderão, Afastamento de mais de 15 dias ou vacância  Convo-
automaticamente, o exercício na Justiça Eleitoral cação do substituto.
pelo tempo correspondente, salvo na hipótese do
Afastamento de menos de 15 dias ou ausências even-
art. 15.
tuais  Convocação do substituto somente se for ne-
Parágrafo único. Eventuais afastamentos deverão ser cessário para compor o quórum de julgamento.
comunicados ao Presidente do Tribunal.
Art. 13. Os Juízes do Tribunal não poderão afastar-se Seção V - Do Presidente, do Vice-Presidente e do
para usufruir férias, num mesmo período, em núme- Corregedor Regional
ro que possa comprometer o quórum de julgamen- Art. 19. A Presidência e a Vice-Presidência serão
to. exercidas por Juízes integrantes da categoria de De-
Parágrafo único. Os Juízes não poderão afastar-se sembargador, eleitos por voto secreto pelos Juízes
para usufruir férias, em ano eleitoral, em período do Tribunal, em até 60 (sessenta) dias antes do tér-
determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral. mino dos mandatos vigentes, pelo período de um
ano, contado da data da posse, sendo vedada a ree-
Art. 14. As férias dos Juízes poderão ser interrompi- leição.
das por exigência do serviço eleitoral.
§ 1º (Revogado pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
Art. 15. Quando o exigir o serviço eleitoral, os Magis- 18/05/2015)
trados que compõem a Justiça Eleitoral poderão ser
afastados do exercício dos cargos efetivos, por ato do § 2º (Revogado pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
Tribunal, sem prejuízo dos respectivos subsídios, 18/05/2015)
submetendo-se a deliberação ao Tribunal Superior
Eleitoral e comunicando-se ao órgão de origem. Presidente e Vice-Presidente
Eleição  Até 60 dias antes do fim do mandato.
Art. 16. O Tribunal, mediante justificativa, poderá
conceder licença a Magistrado que esteja afastado Mandato  1 anos, vedada a reeleição.
da Justiça Comum para servir exclusivamente à Justi-
ça Eleitoral, bem como a Juiz da categoria de Advo- § 3º Ocorrendo vacância do cargo de Presidente ou
gado. de Vice-Presidente, na primeira metade do manda-
Art. 17. Independentemente do período, os Juízes to, será convocada nova eleição para o período re-
Efetivos e Substitutos comunicarão à Presidência do manescente, no prazo de 30 (trinta) dias.
Tribunal suas eventuais ausências.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 355
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, se a vacância IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleito-
ocorrer na segunda metade do mandato, o Vice- ral.
Presidente assumirá a Presidência, enquanto o Juiz
Substituto mais antigo da categoria de Desembar- § 1º Considera-se funcionário público, para os efei-
gador assumirá a Vice-Presidência e a Corregedoria tos penais, além dos indicados no presente artigo,
Regional Eleitoral, respectivamente, pelo período quem, embora transitoriamente ou sem remunera-
remanescente do mandato. ção, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce
Vacância do cargo de Presidente ou Vice na primeira cargo, emprego ou função em entidade paraestatal
metade do mandato  Eleição em 30 dias para exercí- ou em sociedade de economia mista.
cio do período remanescente.
Vacância do cargo de Presidente ou Vice na segunda e) conflitos de competência entre Juízes Eleitorais do
metade do mandato  O vice se torna presidente e o Estado;
Juiz Substituto mais antigo da categoria de Desembar- f) crimes eleitorais e os comuns que lhe forem co-
gador assumirá a Vice-Presidência e a Corregedoria.
nexos, cometidos por Juízes Eleitorais ou autoridades
que respondam a processo perante o Tribunal Regi-
Capítulo II - Das Atribuições do Tribunal onal Federal ou o Tribunal de Justiça do Estado do
Art. 20. São atribuições do Tribunal, além de outras Paraná, por crimes de responsabilidade ou comuns;
que lhe são conferidas por lei: g) reclamações relativas a obrigações impostas por
I - processar e julgar originariamente: lei aos partidos políticos quanto à sua contabilidade e
à apuração da origem de seus recursos;
a) pedidos de habeas corpus e de mandado de segu-
rança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridade h) o registro e a impugnação do registro de candida-
que responda a processo perante o Tribunal Regional tos aos cargos de Governador, Vice-Governador,
Federal ou o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual;
por crimes de responsabilidade ou comuns; i) prestações de contas anuais dos órgãos regionais
b) pedidos de mandado de segurança contra atos, dos partidos políticos e, nas eleições estaduais e
decisões e despachos do Presidente, do Corregedor federais, dos comitês financeiros dos órgãos estadu-
Regional Eleitoral, do Procurador Regional Eleitoral e ais e dos candidatos mencionados na alínea “h”;
dos Relatores, dos Juízes Eleitorais e dos órgãos do j) ações de impugnação de mandato eletivo de Go-
Ministério Público Eleitoral de primeiro grau; vernador, de Vice-Governador, de membros do Con-
c) pedidos de mandados de injunção e de habeas gresso Nacional e de membros da Assembleia Legis-
data, quando versarem sobre matéria eleitoral; lativa;
d) exceções de impedimento e de suspeição de seus k) pedidos de desaforamento de processos não de-
Juízes, do Procurador Regional Eleitoral, e dos servi- cididos por Juízes Eleitorais em 30 (trinta) dias de sua
dores de seu quadro de pessoal, assim como dos conclusão para julgamento, formulados por partido
Juízes e Promotores Eleitorais e de quaisquer daque- político, candidato, Ministério Público Eleitoral ou
les mencionados nos incisos I a IV e nos parágrafos 1º parte interessada, sem prejuízo das sanções aplicá-
e 2º do artigo 283 do Código Eleitoral; veis pelo excesso de prazo;
l) nas eleições estaduais e federais, as reclamações e
Código Eleitoral de 1965
representações a que se refere o artigo 96 da Lei n.º
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados 9.504, de 30.09.1997, ainda que utilizado o procedi-
membros e funcionários da Justiça Eleitoral: mento da Lei Complementar n.º 64, de 18.05.1990;
I - os magistrados que, mesmo não exercendo fun- Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997
ções eleitorais, estejam presidindo Juntas Apurado-
ras ou se encontrem no exercício de outra função Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário
por designação de Tribunal Eleitoral; desta Lei, as reclamações ou representações relati-
vas ao seu descumprimento podem ser feitas por
II - Os cidadãos que temporariamente integram qualquer partido político, coligação ou candidato,
órgãos da Justiça Eleitoral; e devem dirigir-se:
III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as
mesas receptoras ou Juntas Apuradoras;

356 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
I - aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; II - julgar os recursos interpostos:

II - aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições a) de atos praticados ou decisões proferidas por Juí-
federais, estaduais e distritais; zes Eleitorais, Juntas Eleitorais ou Comissão Apurado-
ra das Eleições;
III - ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presi-
dencial. b) de atos ou decisões dos Relatores;

§ 1º As reclamações e representações devem rela- c) de decisões proferidas por Juízes Auxiliares;


tar fatos, indicando provas, indícios e circunstân- III - responder a consultas formuladas, em tese,
cias. sobre matéria eleitoral.
§ 2º Nas eleições municipais, quando a circunscri-
Código Eleitoral de 1965
ção abranger mais de uma Zona Eleitoral, o Tribu-
nal Regional designará um Juiz para apreciar as Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
reclamações ou representações. I - processar e julgar originariamente:
§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três juízes a) o registro e o cancelamento do registro dos
auxiliares para a apreciação das reclamações ou diretórios estaduais e municipais de partidos polí-
representações que lhes forem dirigidas. ticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-
§ 4º Os recursos contra as decisões dos juízes auxi- Governadores, e membro do Congresso Nacional e
liares serão julgados pelo Plenário do Tribunal. das Assembleias Legislativas;
§ 5º Recebida a reclamação ou representação, a b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais
Justiça Eleitoral notificará imediatamente o recla- do respectivo Estado;
mado ou representado para, querendo, apresentar c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros
defesa em quarenta e oito horas. ao Procurador Regional e aos funcionários da sua
§ 6º (Revogado pela Lei n.º 9.840 de 28/09/1999) Secretaria assim como aos juízes e escrivães eleito-
rais;
§ 7º Transcorrido o prazo previsto no § 5º, apresen-
tada ou não a defesa, o órgão competente da Justi- d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleito-
ça Eleitoral decidirá e fará publicar a decisão em rais;
vinte e quatro horas. e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em
§ 8º Quando cabível recurso contra a decisão, este matéria eleitoral, contra ato de autoridades que
deverá ser apresentado no prazo de vinte e quatro respondam perante os Tribunais de Justiça por cri-
horas da publicação da decisão em cartório ou me de responsabilidade e, em grau de recurso, os
sessão, assegurado ao recorrido o oferecimento de denegados ou concedidos pelos juízes eleitorais; ou,
contra-razões, em igual prazo, a contar da sua ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se
notificação. consumar a violência antes que o juiz competente
possa prover sobre a impetração;
§ 9º Os Tribunais julgarão o recurso no prazo de
quarenta e oito horas. f) as reclamações relativas a obrigações impostas
por lei aos partidos políticos, quanto a sua contabi-
§ 10. Não sendo o feito julgado nos prazos fixados,
lidade e à apuração da origem dos seus recursos;
o pedido pode ser dirigido ao órgão superior, de-
vendo a decisão ocorrer de acordo com o rito defi- g) os pedidos de desaforamento dos feitos não
nido neste artigo. decididos pelos juízes eleitorais em trinta dias da
sua conclusão para julgamento, formulados por
§ 11. As sanções aplicadas a candidato em razão
partido candidato Ministério Público ou parte legi-
do descumprimento de disposições desta Lei não se
timamente interessada sem prejuízo das sanções
estendem ao respectivo partido, mesmo na hipóte-
decorrentes do excesso de prazo.
se de esse ter se beneficiado da conduta, salvo
quando comprovada a sua participação. II - julgar os recursos interpostos:

m) reclamações, representações e ações de investi-


gação judicial eleitoral previstas neste Regimento,
na legislação eleitoral e nas instruções expedidas
pelo Tribunal Superior Eleitoral, ressalvada a compe-
tência do Tribunal Superior Eleitoral e dos Juízes
Eleitorais;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 357
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e determinado ou até decisão final, bem como apli-
juntas eleitorais. car penas disciplinares de advertência, censura ou
suspensão por até 30 (trinta) dias ou afastamento
b) das decisões dos juízes eleitorais que concede- definitivo do magistrado;
rem ou denegarem habeas corpus ou mandado de
segurança. XI - constituir a Comissão Apuradora das Eleições;

Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regio- XII - aprovar o relatório geral de apuração elabora-
nais são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276. do pela Comissão Apuradora das Eleições, divul-
gando o quociente eleitoral e o partidário;
Art. 21. Compete, ainda, privativamente ao Tribu- XIII - proclamar os eleitos para os cargos de Gover-
nal: nador e Vice-Governador do Estado, membros do
I - elaborar seu Regimento, reformá-lo, emendá-lo Congresso Nacional e membros da Assembleia Le-
e interpretá-lo, ressalvada a atribuição do Presi- gislativa e os suplentes respectivos;
dente do Tribunal, prevista no artigo 22, inciso XXI;
XIV - diplomar os eleitos para os cargos previstos
(Redação dada pela Resolução do TRE/PR n.º 705 no inciso anterior;
de 18/05/2015)
XV - regulamentar e fixar data para a realização de
Art. 22. São atribuições do Presidente do Tribunal: novas eleições determinadas por decisão judicial e
(...) nos casos e na forma prevista na legislação;
XXI - resolver eventuais dúvidas que surgirem na XVI - proceder ao registro dos comitês financeiros
classificação e na distribuição dos processos; relativo às campanhas eleitorais dos candidatos a
Governador, a Vice-Governador, a membros do
II - organizar sua estrutura orgânica e encaminhar Congresso Nacional e a membros da Assembleia
ao Tribunal Superior Eleitoral proposta de criação Legislativa;
ou supressão de cargos, na forma da lei;
XVII - decidir sobre representações e reclamações
III - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções acerca de assuntos pertinentes a sua organização e
do Tribunal Superior Eleitoral; atividade;
IV - determinar providências para o efetivo cum- XVIII - exercer outras competências decorrentes de
primento da legislação eleitoral, em sua circunscri- lei e deste Regimento.
ção;
V - assegurar a preferência do serviço eleitoral so- Código Eleitoral de 1965
bre qualquer outro, no Estado; Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tri-
VI - requisitar a força necessária ao cumprimento bunais Regionais:
de suas decisões e, se for o caso, solicitar ao Tribu- I - elaborar o seu regimento interno;
nal Superior Eleitoral a requisição de força federal,
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Re-
para o mesmo fim;
gional provendo-lhes os cargos na forma da lei, e
VII - expedir resoluções para o cumprimento das propor ao Congresso Nacional, por intermédio do
normas eleitorais no âmbito de sua circunscrição e Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos
as necessárias à organização e à administração de e a fixação dos respectivos vencimentos;
sua estrutura orgânica;
III - conceder aos seus membros e aos juízes eleito-
VIII - dividir a circunscrição em zonas eleitorais, rais licença e férias, assim como afastamento do
submetendo a proposta de criação de zonas eleito- exercício dos cargos efetivos submetendo, quanto
rais ao Tribunal Superior Eleitoral, para autorização; aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superi-
(Redação dada pela Resolução do TRE/PR n.º 705 or Eleitoral;
de 18/05/2015)
IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-
IX - designar Juízes Auxiliares, dentre os Substitu- Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-
tos, para apreciação de reclamações ou represen- prefeitos, vereadores e juízes de paz, quando não
tações referentes a pleito eleitoral, na forma da lei; determinada por disposição constitucional ou legal;
X - determinar a instauração de processo adminis- V - constituir as juntas eleitorais e designar a res-
trativo disciplinar contra Juiz membro do Tribunal pectiva sede e jurisdição;
ou Juiz Eleitoral, decidindo, fundamentadamente,
sobre o afastamento do respectivo cargo, por prazo
358 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais a) qualquer candidato ou partido poderá requerer
ou seções em que a contagem dos votos deva ser ao Tribunal Regional que suprima a exigência dos
feita pela mesa receptora; mapas parciais de apuração;
VII - apurar com os resultados parciais enviados b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candi-
pelas juntas eleitorais, os resultados finais das elei- dato ou partido poderá, no prazo de três dias, re-
ções de Governador e Vice-Governador de mem- correr para o Tribunal Superior, que decidirá em
bros do Congresso Nacional e expedir os respectivos cinco dias;
diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) c) a supressão dos mapas parciais de apuração só
dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia será admitida até seis meses antes da data da elei-
das atas de seus trabalhos; ção;
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consul- d) os boletins e mapas de apuração serão impressos
tas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pelos Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo
pública ou partido político; Tribunal Superior;
IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas elei- e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elabo-
torais, submetendo essa divisão, assim como a ração dos modelos dos boletins e mapas de apura-
criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal ção a fim de que estes atendam às peculiaridade
Superior; locais, encaminhando os modelos que aprovar,
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que acompanhados das sugestões ou impugnações
deva responder pela escrivania eleitoral durante o formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal
biênio; Superior.

XI - (Revogado pela Lei n.º 8.868 de 14/04/1994) Capítulo III - Das Atribuições do Presidente
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento
de suas decisões solicitar ao Tribunal Superior a Importante  Ao ler a lista a seguir, grife apenas aque-
las competências que você não visualiza como sendo
requisição de força federal;
uma atribuição do Presidente do Tribunal Regional
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais Eleitoral. Mentalize que o Presidente é um dos mem-
dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos bros que foi eleito para dirigir a instituição. Notará que
juízes eleitorais, a requisição de funcionários fede- a maioria das competências não precisa ser memoriza-
rais, estaduais ou municipais para auxiliarem os da, pois se relaciona diretamente com as funções de
chefia da instituição.
escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo oca-
sional do serviço;
Art. 22. São atribuições do Presidente do Tribunal:
XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no
Distrito Federal e em cada Estado ou Território, I - presidir as Sessões do Tribunal, dirigir seus traba-
funcionários dos respectivos quadros administrati- lhos, propor e encaminhar as questões, registrar os
vos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de votos, apurar e proclamar os resultados, bem como
suas Secretarias; assinar as atas das sessões;

XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e II - decidir sobre pedidos de preferência e adiamen-


de suspensão até 30 (trinta) dias aos juízes eleito- to do julgamento;
rais; III - participar da discussão e do julgamento em
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instru- processos sobre matéria administrativa e, nos de-
ções do Tribunal Superior; mais feitos de competência da Corte, proferir voto
de desempate, se for o caso;
XVII - determinar, em caso de urgência, providên-
cias para a execução da lei na respectiva circunscri- IV - determinar a remessa dos documentos perti-
ção; nentes à Procuradoria da Fazenda Nacional para
inscrição em dívida ativa, quando for o caso;
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado.
V - exercer o juízo de admissibilidade de recursos
XIX - suprimir os mapas parciais de apuração man- especiais e ordinários;
dando utilizar apenas os boletins e os mapas totali-
zadores, desde que o menor número de candidatos
às eleições proporcionais justifique a supressão,
observadas as seguintes normas:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 359
VI - decidir sobre processos disciplinares contra das a evitar o perecimento de direito ou assegurar
servidores que resultem na aplicação de pena de a liberdade de locomoção;
demissão, cassação de aposentadoria e disponibi-
XVIII - assinar os diplomas dos eleitos para os car-
lidade, assim como de suspensão superior a 30
gos de Governador e Vice-Governador do Estado,
(trinta) dias, exceto os da competência privativa do
membros do Congresso Nacional e membros da
Corregedor Regional Eleitoral;
Assembleia Legislativa e dos suplentes respectivos;
VII - relatar processos:
XIX - nomear os membros das Juntas Eleitorais;
a) de execução de decisões judiciais que determinem
XX - determinar a publicidade de seus atos e deci-
a realização de novas eleições em decorrência de
sões;
vacância de cargos do Poder Executivo Municipal ou
Estadual; XXI - resolver eventuais dúvidas que surgirem na
classificação e na distribuição dos processos;
b) que visem à criação ou remanejamento de zona
eleitoral; XXII - exercer o poder de polícia nas dependências
do Tribunal;
VIII - apreciar pedidos de medida cautelar em re-
curso especial pendente de juízo de admissibilida- XXIII - representar o Tribunal em solenidades e atos
de; oficiais;
IX - apreciar pedido de suspensão de execução de XXIV - despachar o expediente do Tribunal e editar
liminar e de sentença em mandado de segurança atos, portarias e ordens de serviço;
impetrado na Justiça Eleitoral de primeiro grau, na XXV - cumprir, fazer cumprir os atos e decisões do
forma da lei; Tribunal, bem como determinar a necessária publi-
X - decidir, na ausência dos demais Juízes do Tribu- cidade destes últimos;
nal, sobre pedidos de liminar em medidas judiciais XXVI - responsabilizar-se pelos atos de gestão fiscal,
urgentes e determinar liberdade provisória ou sus- nos termos da lei;
tação de ordem de prisão em processos de habeas
corpus de competência originária do Tribunal. XXVII - decidir sobre:

XI - fazer constar em ata eventual ausência de Juí- a) concessão de benefícios e vantagens financeiras
zes Efetivos do Tribunal e presença dos respectivos aos Juízes Eleitorais e aos Juízes do Tribunal, na for-
Substitutos; ma da lei;

XII - tomar compromisso dos Juízes Substitutos do b) pedidos de licença de servidores por motivo de
Tribunal e dar-lhes posse, na forma da lei, convo- afastamento do cônjuge ou companheiro, para capa-
cando-os nos casos previstos na legislação e neste citação, para tratar de interesses particulares ou para
Regimento; o desempenho de mandato classista;

XIII - comunicar ao Tribunal de Justiça do Estado do c) pedidos de cessão de servidores para exercício em
Paraná e ao Tribunal Regional Federal a interrupção outros órgãos da administração pública federal, es-
ou o término do biênio de Juiz do Tribunal Regional tadual ou municipal, exclusivamente para exercer
Eleitoral; cargos em comissão, sem ônus para a Justiça Eleito-
ral e enquanto perdurar tal condição;
XIV - designar, por delegação do Tribunal, Juízes de
Direito para o exercício das funções de Juiz Eleito- d) outros atos relativos à vida funcional dos servido-
ral; res;

XV - solicitar ao Tribunal de Justiça do Estado do XXVIII - nomear, exonerar, declarar a vacância de


Paraná que suspenda, antes e depois das eleições, cargo efetivo, demitir e aposentar servidores do
férias, licenças e movimentações dos Juízes de Di- quadro de pessoal do Tribunal e conceder pensão,
reito que exerçam função eleitoral; nos termos da lei;

XVI - requerer ao Tribunal Superior Eleitoral qual- XXIX - nomear servidores para exercer cargo em
quer medida necessária ao bom funcionamento do comissão e a eles dar posse;
Tribunal ou à fiel execução da legislação eleitoral; XXX - autorizar a realização de concursos públicos
XVII - estabelecer escala permanente de plantão de para provimento de cargos do quadro de pessoal,
Juízes do Tribunal para apreciação de medidas judi- apresentando o respectivo resultado para homolo-
ciais urgentes, assim consideradas aquelas destina- gação pelo Tribunal;

360 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XXXI - autorizar a requisição de servidores federais, Art. 19. (...)
estaduais e municipais, no âmbito de sua jurisdição,
para auxiliar nos Cartórios Eleitorais e na Secretaria § 3º Ocorrendo vacância do cargo de Presidente ou
do Tribunal, quando o exigir a necessidade do ser- de Vice-Presidente, na primeira metade do manda-
viço, sendo automático o desligamento, após esgo- to, será convocada nova eleição para o período re-
tado o prazo; manescente, no prazo de 30 (trinta) dias.

XXXII - constituir grupos de trabalho destinados à § 1º O Vice-Presidente, no caso do inciso I, quando


realização de estudos de interesse do Tribunal ou no exercício da Presidência, não será substituído nos
de atividades definidas em lei, bem como designar feitos em que seja Relator ou Revisor e, quando pre-
seus componentes; sidir o julgamento, terá apenas o voto de desempa-
XXXIII - decidir, quando couber, os recursos inter- te.
postos contra decisões administrativas do Diretor- § 2º Na hipótese de o Vice-Presidente assumir as
Geral; funções de Presidente por período igual ou inferior
XXXIV - supervisionar os serviços e fixar o horário a 15 (quinze) dias, exercerá cumulativamente as
de expediente nas dependências do Tribunal e nos atribuições da Vice-Presidência e da Corregedoria;
Cartórios Eleitorais; se por prazo superior, será convocado o Juiz Substi-
tuto mais antigo na categoria de Desembargador
XXXV - expedir ato próprio, divulgando a prorroga- para substituí-lo. (Redação dada pela Resolução do
ção ou a suspensão dos prazos, em decorrência de TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
fechamento extraordinário do Tribunal;
§ 3º Na falta ou ausência ocasional, em caso de rele-
XXXVI - firmar convênios no interesse do Tribunal; vância e urgência, o Vice-Presidente será substituído
XXXVII - decidir sobre o desarquivamento de pro- pelo juiz titular mais antigo do Tribunal. (Incluído
cessos que estejam sob a guarda do arquivo do Tri- pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
bunal; § 4º Será convocado o Juiz Substituto mais antigo na
XXXVIII - apresentar relatório de sua gestão ao Tri- categoria de Desembargador nas hipóteses de impe-
bunal, na última sessão ordinária que anteceder ao dimento, suspeição, férias e licenças do Vice-
término de seu mandato; Presidente por tempo superior a 15 (quinze) dias,
ou quando necessário para compor o quórum. (In-
XXXIX - dar posse ao Diretor-Geral da Secretaria; cluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
XL - delegar ao Diretor-Geral da Secretaria, tempo- 18/05/2015)
rariamente, o exercício das atribuições que não lhe Capítulo V - Das Atribuições do Corregedor Regional
sejam privativas por disposição legal;
Art. 24. O Corregedor exercerá suas funções cumula-
XLI - designar chefes de cartórios eleitorais; tivamente com as de Vice-Presidente e de Juiz do
XLII - pronunciar-se sobre as contas do Tribunal e Tribunal.
atestar conhecimento das conclusões contidas no Parágrafo único. A substituição do Corregedor Regi-
parecer do órgão de controle interno, caso não seja onal Eleitoral, nas hipóteses de falta, ausência, im-
o ordenador de despesas. pedimento, suspeição, férias e licença, observará o
XLIII - aprovar e encaminhar ao Tribunal Superior disposto nos §§ do art. 23. (Redação dada pela Reso-
proposta orçamentária e plurianual, solicitando, lução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
quando necessária, a abertura de créditos suple-
mentares; Importante  Ao ler a lista a seguir, grife apenas aque-
las competências que você não visualiza como sendo
XLIV - desempenhar outras atribuições que lhe fo- uma atribuição do Corregedor Eleitoral. Mentalize que
rem conferidas por lei. o Corregedor é um dos membros que foi eleito para
Capítulo IV - Das Atribuições do Vice-Presidente coordenar as atividades de orientação, inspeção e
correição dos serviços eleitorais no primeiro grau ou
Art. 23. São atribuições do Vice-Presidente: seja, nos cartórios eleitorais. Quando há problema nos
trabalhos executados na sede do TRE, quem exerce a
I - substituir o Presidente em seus impedimentos, atividade correcional é do Corregedor-Geral (TSE). A
suspeições, eventuais ausências ou afastamentos; atividade de fiscalização é sempre exercida hierarqui-
II - suceder o Presidente que não completar o camente de cima para baixo. Notará que a maioria das
mandato, exceto na hipótese do § 3º do artigo 19; competências não precisa ser memorizada, pois se
relaciona diretamente com a função correcional.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 361
Art. 25. Ao Corregedor Regional Eleitoral incumbe a XIV - conhecer, processar e relatar:
orientação, inspeção e correição dos serviços eleito-
a) representações contra o uso indevido, desvio ou
rais e da atividade jurisdicional de primeiro grau, na
abuso do poder econômico ou de autoridade, ou a
circunscrição do Estado do Paraná, cabendo-lhe es-
utilização indevida de veículos ou meios de comuni-
pecialmente:
cação social em benefício de candidato ou de partido
I - velar pela fiel execução das leis e instruções e pe- político;
la boa ordem e celeridade dos serviços eleitorais,
b) representações relativas a pedidos de veiculação e
notadamente aqueles relacionados ao cadastro
a irregularidades na propaganda político-partidária,
eleitoral;
na modalidade de inserções;
II - orientar os juízes eleitorais relativamente à re-
c) pedidos de revisão do eleitorado e incidentes cor-
gularidade dos serviços nos respectivos juízos e car-
relatos.
tórios;
XV - apresentar ao Tribunal, a cada mês de dezem-
III - observar se os juízes e os servidores mantêm
bro, relatório das atividades desenvolvidas no res-
perfeita exação no cumprimento de suas atribui-
pectivo ano, acompanhado de elementos elucidati-
ções;
vos e de sugestões que devam ser examinadas no
IV - disciplinar a organização de documentos, pro- interesse da Justiça Eleitoral;
cessos e arquivos constantes dos cartórios eleito-
XVI - presidir a Comissão Apuradora a ser constituí-
rais, quando da criação ou remanejamento de zo-
da por ocasião das eleições de Governador e Vice-
nas eleitorais;
Governador, de Senador, de Deputado Estadual e
V - conhecer das reclamações e representações re- Deputado Federal;
lativas a serviços eleitorais e judiciários de primeiro
XVII - cumprir e fazer cumprir as determinações do
grau, determinando ou promovendo as diligências
Tribunal.
necessárias, inclusive instauração de sindicância e
de processo administrativo disciplinar, quando for o Art. 26. No desempenho de suas atribuições, o Cor-
caso; regedor se locomoverá para as zonas eleitorais sem-
pre que entender necessário, ou assim for deliberado
VI - aplicar a penalidade de advertência ou de sus-
por este Tribunal ou pelo Tribunal Superior Eleitoral.
pensão, quando apurada falta disciplinar nos servi-
ços eleitorais e judiciários de primeiro grau; Art. 27. Os provimentos da Corregedoria Regional
vinculam os juízes eleitorais, que a eles devem dar
VII - promover a apuração imediata dos fatos de
imediato e preciso cumprimento.
que tiver ciência sobre irregularidade atribuída a
Juiz Eleitoral, bem como determinar a instauração Art. 28. A regularidade dos serviços eleitorais será
de sindicância, se for o caso; aferida mediante a realização de inspeções, correi-
ções ordinárias e extraordinárias, bem como median-
VIII - relatar proposta de abertura de processo ad-
te relatórios estatísticos encaminhados pelas zonas
ministrativo disciplinar contra Juiz Eleitoral, apre-
eleitorais.
sentando relatório conclusivo;
Capítulo VI - Das Atribuições do Relator
IX - convocar à sua presença Juiz Eleitoral que deva
prestar, pessoalmente, informação de interesse da
Importante  Quando um processo chega ao Tribunal
Justiça Eleitoral ou indispensável à solução de caso
Regional Eleitoral, seja por competência originária ou
concreto, comunicando a convocação ao Presiden- recursal, este processo precisa ser distribuído a um
te do Tribunal de Justiça; relator, que fará a parte preliminar do processo, até
X - delegar, em casos especiais, a função correcio- mesmo audiências e colheita de provas. Ao final, elabo-
nal a Juiz Eleitoral; rará um relatório que será levado a julgamento. No
julgamento, o relator irá ler o relatório do processo,
XI - comunicar ao Tribunal falta grave ou procedi- manifestando um resultado e os demais membros irão
mento, cuja punição não seja de sua competência; votar com o relator ou contra ele (contra o relatório
proposto). Antes de estar reunido com os demais
XII - comunicar ao Presidente do Tribunal quando membros na seção de julgamento, o relator exerce
se ausentar em correição para qualquer zona elei- suas funções como um juiz singular (monocrático). Em
toral fora da Capital; alguns casos antes de ir a julgamento o relatório passa-
rá por outro membro do TRE chamado de Revisor que,
XIII - manter em devida ordem a Secretaria da Cor-
na essência da palavra, fará a revisão do relatório antes
regedoria Regional Eleitoral e exercer a fiscalização que este seja levado a julgamento (art. 34).
dos serviços a ela correlatos;
362 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 29. O Relator terá as atribuições que a legislação XVIII - decidir sobre pedidos de liminar, medidas
processual confere aos Juízes singulares e aos Rela- cautelares e antecipações de tutela;
tores nos Tribunais, cabendo-lhe, em especial:
XIX - decretar, de ofício ou a requerimento do Mi-
I - dirigir o processo; nistério Público ou das partes, a perempção ou a
caducidade de medida liminar nos mandados de
II - dirigir inquéritos policiais de competência origi-
segurança;
nária do Tribunal, decidindo os pedidos e inciden-
tes a eles relacionados; XX - analisar pedidos de assistência de acusação
nos processos criminais e de intervenção de tercei-
III - presidir as audiências necessárias à instrução
ros nos demais processos;
do processo e nelas exercer o poder de polícia;
XXI - zelar pela duração razoável do processo;
IV - delegar atribuições aos Juízes Eleitorais para as
diligências a serem realizadas no Estado; XXII - solicitar a inclusão de processo em pauta, as-
sim como sua retirada, ou encaminhar os respecti-
V - nomear defensor dativo;
vos autos ao Revisor, com o relatório, se for o caso;
VI - nomear curador para o réu;
XXIII - redigir e assinar o acórdão ou resolução,
VII - assinar ordens de prisão ou de soltura; quando proferir o voto vencedor, e promover a
VIII - homologar as desistências, ainda que o pro- respectiva execução.
cesso se encontre em pauta para julgamento; Art. 30. O Relator poderá decidir monocraticamente
IX - submeter ao Tribunal quaisquer questões de sobre:
ordem que entender necessárias; I - pedidos ou recursos manifestamente intempes-
X - indeferir, liminarmente, as revisões criminais, tivos, incabíveis ou prejudicados;
nas hipóteses previstas em lei; II - consultas formuladas por parte ilegítima ou
XI - determinar o arquivamento do inquérito polici- quando já iniciado o processo eleitoral;
al ou de peças informativas, quando assim o reque- III - requerimentos para veiculação de inserções de
rer o Ministério Público ou, na hipótese do art. 28 propaganda partidária;
do Código de Processo Penal, submeter o feito à
IV - pedidos de registro de órgão de partido político
apreciação do Tribunal;
em formação;
Código de Processo Penal V - prestações de contas anuais de competência
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés originária do Tribunal, não impugnadas, que conte-
de apresentar a denúncia, requerer o arquivamen- nham manifestação da Unidade Técnica e do Minis-
to do inquérito policial ou de quaisquer peças de tério Público Eleitoral favorável à aprovação, total
informação, o juiz, no caso de considerar improce- ou com ressalvas; (Redação dada pela Resolução do
dentes as razões invocadas, fará remessa do inqué- TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
rito ou peças de informação ao procurador-geral, e VI - pedidos de registro dos comitês financeiros que
este oferecerá a denúncia, designará outro órgão movimentarão os recursos destinados às campa-
do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá nhas eleitorais dos candidatos a Governador, a Vi-
no pedido de arquivamento, ao qual só então esta- ce-Governador, a membros do Congresso Nacional
rá o juiz obrigado a atender. e a membros da Assembleia Legislativa.
XII - decretar a extinção da punibilidade nos casos Art. 31. O Relator poderá negar seguimento a recur-
previstos em lei; so manifestamente inadmissível, improcedente,
prejudicado ou contrário a qualquer súmula do Tri-
XIII - determinar a abertura de vista dos autos ao
bunal Superior Eleitoral.
Ministério Público Eleitoral;
Parágrafo único. Estando a decisão recorrida em
XIV - examinar a legalidade de prisão em flagrante;
manifesto confronto com súmula ou com jurispru-
XV - conceder e arbitrar fiança, ou denegá-la; dência dominante do Tribunal Superior Eleitoral ou
XVI - decretar prisão preventiva, temporária, domi- de outro Tribunal Superior, o Relator poderá dar
ciliar ou medida cautelar; provimento ao recurso.

XVII - decidir sobre a produção de prova ou a reali-


zação de diligência;

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 363
Art. 32. Das decisões do Relator caberá agravo re- Capítulo IX - Da Procuradoria Regional Eleitoral
gimental, na forma prevista neste Regimento.
Art. 37. Exercerá as funções de Procurador Regional
Art. 33. A competência do Relator finda com o jul- Eleitoral junto ao Tribunal o membro do Ministério
gamento do feito, à exceção dos casos previstos em Público Federal que for designado pelo Procurador-
lei e neste Regimento. Geral Eleitoral.
Capítulo VII - Das Atribuições do Revisor Parágrafo único. Mediante prévia autorização do
Procurador Geral da República, poderá o Procurador
Art. 34. São atribuições do Revisor:
Regional Eleitoral requisitar, para auxiliá-lo em suas
I - sugerir ao Relator medidas ordinatórias do pro- funções, membros do Ministério Público Federal, os
cesso; quais não terão assento nas sessões do Tribunal.
II - completar, retificar ou ratificar o relatório, no Art. 38. Substituirá o Procurador Regional Eleitoral,
prazo de 04 (quatro) dias; nas hipóteses de ausência, impedimento ou afasta-
III - pedir designação de data para julgamento; mento, seu substituto legal.

IV - determinar a juntada de petição, enquanto os Art. 39. Incumbe ao Procurador Regional Eleitoral,
autos lhe estiverem conclusos, submetendo a ma- sem prejuízo das demais atribuições que lhe são
téria, conforme o caso, desde logo, à consideração conferidas por lei:
do Relator; I - assistir às sessões do Tribunal e participar das
V - apreciar medida urgente ou impulsionar o pro- discussões, quando não for parte;
cesso, na hipótese de afastamento do Relator, II - pedir a palavra para sustentar oralmente seu
quando não houver sucessor ou substituto. parecer nos julgamentos de processos originários
Capítulo VIII - Da Ouvidoria Eleitoral e do Juiz de ou de recursos;
Cooperação III - pedir a palavra, a qualquer tempo, pela ordem,
Art. 35. A Ouvidoria Eleitoral é um órgão que, sem para esclarecer dúvida ou equívoco, relacionados à
poder de decisão, tem por finalidade ouvir os juris- matéria de fato e que possam influir no julgamen-
dicionados e interessados em geral, esclarecendo-os to;
sobre o trâmite processual das pendências judiciais e IV - acompanhar e requerer arquivamento de in-
administrativas no âmbito da Justiça Eleitoral do quéritos policiais;
Paraná, primando pela máxima eficiência na resolu-
V - oferecer denúncia e promover a ação penal pú-
ção dos assuntos a ela submetidos.
blica nos processos de competência originária do
§ 1º O Ouvidor Eleitoral e o Juiz de Cooperação se- Tribunal;
rão indicados pelo Presidente do Tribunal, assumin-
VI - apresentar reclamação ou representação ao
do, de imediato, a função.
Tribunal sobre matéria eleitoral;
§ 2º O mandato do Ouvidor Eleitoral e do Juiz de
VII - emitir parecer, no prazo de 05 (cinco) dias,
Cooperação será de um ano, admitida apenas uma
quando outro não estiver fixado em lei ou resolu-
recondução por igual período.
ção, em processos contenciosos;
§ 3º A Ouvidoria Eleitoral terá a organização e funci-
VIII - participar das audiências necessárias à instru-
onamento estabelecidos no Regimento da Secretaria
ção de processo de competência originária do Tri-
do Tribunal.
bunal;
§ 4º Todos os órgãos da Justiça Eleitoral do Paraná
IX - recorrer das decisões do Tribunal, quando en-
deverão, em caráter prioritário, prestar o necessário
tender conveniente, nos casos admitidos em lei;
apoio e assessoramento técnico às atividades da
(Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
Ouvidoria.
18/05/2015)
Art. 36. Ao Juiz de Cooperação compete dar maior
X - acompanhar, quando for convidado, diligências
agilidade à comunicação entre os Juízos Eleitorais e
ou correições realizadas pelo Corregedor Regional
os operadores sujeitos do processo, não só para
Eleitoral; (Renumerado pela Resolução do TRE/PR
cumprimento de atos judiciais, mas também para
n.º 705 de 18/05/2015)
harmonização e agilização de rotinas e procedimen-
tos forenses, fomentando a participação dos magis-
trados na gestão judiciária.

364 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
XI - atuar perante a Comissão Apuradora das Elei- em andamento, mesmo sem procuração, quando
ções; (Renumerado pela Resolução do TRE/PR n.º não estiverem sujeitos a sigilo, assegurada a obten-
705 de 18/05/2015) ção de cópias, mediante requerimento, e tomada de
apontamentos.
XII - designar, mediante indicação do Procurador-
Geral de Justiça, membro do Ministério Público Es- § 4º Em caso de retenção indevida de autos, cabe-
tadual para exercer as funções de Promotor Eleito- rão as providências previstas no Código de Processo
ral; (Renumerado pela Resolução do TRE/PR n.º Civil, por determinação do Presidente do Tribunal,
705 de 18/05/2015) antes da distribuição ou após o julgamento do feito;
no interregno entre a distribuição e a publicação do
XIII - expedir instruções aos Promotores Eleitorais;
acórdão, a deliberação caberá ao respectivo Relator.
(Renumerado pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
18/05/2015)
Retenção Indevida dos Autos
XIV - defender a jurisdição do Tribunal. (Renume-
Providências determinadas pelo Presidente do Tribu-
rado pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
nal  Antes da distribuição ou após o julgamento do
18/05/2015) feito.
Parágrafo único. Quando não atuar como fiscal da lei, Providências determinadas pelo Relator  Entre a
o Procurador Regional Eleitoral terá os mesmos de- distribuição e a publicação do acórdão.
veres e obrigações das partes, ressalvadas as disposi-
ções expressas em lei ou neste Regimento. Título II - Dos Processos no Tribunal
Capítulo X - Da Advocacia Capítulo I - Do Registro, da Autuação e da Classifica-
Art. 40. O advogado é indispensável à administração ção de Processos
da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifes- Art. 42. Os processos, as petições e os inquéritos
tações no exercício da profissão, nos limites da lei. policiais serão imediatamente registrados e autua-
Parágrafo único. Ao advogado é facultado o encami- dos, dando-se prioridade aos feitos que exijam ur-
nhamento de memoriais aos membros do Tribunal. gência na tramitação.
Art. 41. Poderá o advogado constituído, devidamen- § 1º A autuação dos processos de competência ori-
te inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do ginária far-se-á em numeração única e sequencial,
Brasil, ter vista de autos na Secretaria ou retirá-los gerada automaticamente pelo Sistema de Acompa-
pelo prazo legal, salvo quando for o caso de vista nhamento de Documentos e Processos - SADP, ob-
comum, hipótese em que poderão ser retirados ape- servada a estrutura NNNNNNN-DD.AAAA.6.16.0000,
nas para extração de cópias reprográficas. onde NNNNNNN identifica o número sequencial do
processo - a ser reiniciado a cada ano -; DD, o dígito
§ 1º Não será possível a retirada dos autos da Secre-
verificador; AAAA, o ano do ajuizamento do proces-
taria Judiciária:
so; e a parte numérica invariável, o Tribunal Regional
a) quando estiverem sob regime de segredo de jus- Eleitoral do Paraná;
tiça;
§ 2º Os processos autuados nas Zonas Eleitorais e
b) quando neles existirem documentos originais de recebidos neste Tribunal em grau de recurso mante-
difícil restauração ou ocorrer circunstância relevan- rão o número atribuído na origem.
te que justifique a permanência deles na Secretaria,
§ 3º A Seção de Protocolo lavrará termo de recebi-
reconhecida pelo Relator em despacho motivado,
mento, conferindo a numeração das folhas dos au-
proferido de ofício, mediante representação ou a
tos, fazendo constar a existência de volumes, anexos
requerimento da parte interessada;
e objetos que acompanham o processo - ou a falta
c) até o encerramento do processo, pelo advogado deles - e eventuais inconsistências.
que houver deixado de devolvê-los no prazo legal e
§ 4º Todas as petições serão protocolizadas, mesmo
só o tenha feito depois de intimado.
as já despachadas;
§ 2º Os advogados constituídos após a remessa do
§ 5º As petições relacionadas a processos já distribu-
processo ao Tribunal poderão, mediante requeri-
ídos, ainda que contenham endereçamento diverso,
mento, retirar os autos da Secretaria, na oportunida-
serão encaminhadas diretamente aos respectivos
de e pelo prazo que o Relator estabelecer.
Relatores, exceto nos casos de pedido de preferência
§ 3º Assiste aos advogados o direito de examinar, na e adiamento de julgamento.
Secretaria do Tribunal, autos de processos findos ou
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 365
§ 6º Os autos restaurados terão a mesma numera- § 1º A classe Ação de Investigação Judicial Eleitoral -
ção dos originais. AIJE destina-se à ação prevista no art. 22 da Lei
Complementar n.º 64/1990.
Art. 43. Os processos obedecerão à seguinte classifi-
cação: Lei Complementar n.º 64 de 18 de maio de 1990
Ação Cautelar - AC Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candi-
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo - AIME dato ou Ministério Público Eleitoral poderá repre-
Ação de Investigação Judicial Eleitoral - AIJE sentar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Correge-
dor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando
Ação Penal - AP provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
Apuração de Eleição - AE investigação judicial para apurar uso indevido, des-
vio ou abuso do poder econômico ou do poder de
Conflito de Competência - CC
autoridade, ou utilização indevida de veículos ou
Consulta - Cta meios de comunicação social, em benefício de can-
Correição - Cor didato ou de partido político, obedecido o seguinte
rito: (...)
Criação de Zona Eleitoral ou Remanejamento - CZER
Exceção - Exc § 2º A classe Apuração de Eleição - AE engloba os
respectivos recursos.
Habeas Corpus - HC
Habeas Data - HD § 3º A classe Correição - Cor compreende as hipóte-
ses previstas no art. 71, § 4º, do Código Eleitoral.
Inquérito - Inq
Instrução - Inst Código Eleitoral de 1965

Mandado de Injunção - MI Art. 71. (...)


Mandado de Segurança - MS § 4º Quando houver denúncia fundamentada de
fraude no alistamento de uma zona ou município, o
Pedido de Desaforamento - PD
Tribunal Regional poderá determinar a realização
Petição - Pet de correição e, provada a fraude em proporção
Prestação de Contas - PC comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado
obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as
Processo Administrativo - PA
recomendações que, subsidiariamente, baixar, com
Propaganda Partidária - PP o cancelamento de ofício das inscrições correspon-
Reclamação - Rcl dentes aos títulos que não forem apresentados à
revisão.
Recurso contra Expedição de Diploma - RCED
Recurso Eleitoral - RE § 4º A classe Criação de Zona Eleitoral ou Remane-
jamento - CZER compreende criação de Zona Eleito-
Recurso Criminal - RC
ral e quaisquer outras alterações em sua organiza-
Recurso em Habeas Corpus - RHC ção.
Recurso em Habeas Data - RHD § 5º Execução Fiscal e Embargos à Execução, autua-
Recurso em Mandado de Injunção - RMI dos originariamente no domicílio do devedor, serão
recebidos no Tribunal, na classe Recurso Eleitoral -
Recurso em Mandado de Segurança - RMS
RE.
Registro de Candidatura - RCand
§ 6º A classe Inquérito compreende, além dos inqué-
Registro de Comitê Financeiro - RCF ritos policiais, qualquer expediente de que possa
Registro de Órgão de Partido Político em Formação - resultar responsabilidade penal e cujo julgamento
ROPPF seja de competência originária do Tribunal, sendo
autuado como Ação Penal após o recebimento da
Representação - Rp
denúncia. (Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705
Revisão Criminal - RvC de 18/05/2015)
Revisão de Eleitorado - RvE
Suspensão de Segurança/Liminar - SS

366 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 7º A classe Instrução - Inst compreende os projetos § 14. Não se alterará a classe do processo:
de resoluções administrativas e a regulamentação da
I - por interposição de Agravo Regimental - AgR, de
legislação eleitoral e partidária, inclusive as instru-
Embargos de Declaração - ED;
ções previstas no art. 8º da Lei n.º 9.709 de
18.11.1998, no âmbito da circunscrição do Tribunal. II - por pedidos incidentes ou acessórios;
(Renumerado pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de III - por impugnação ao registro de candidatura;
18/05/2015)
IV - por restauração de autos;
Lei n.º 9.709 de 18 de novembro de 1998
V - por pedido de reconsideração;
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do
VI - por agravo retido. (Renumerado pela Resolução
Congresso Nacional dará ciência à Justiça Eleitoral, a
do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição:
§ 15. Os recursos de Embargos de Declaração (ED) e
I - fixar a data da consulta popular;
de Agravo Regimental (AgR) terão suas siglas acres-
II - tornar pública a cédula respectiva; cidas às siglas das classes processuais em que forem
III - expedir instruções para a realização do plebiscito apresentados. (Renumerado pela Resolução do
ou referendo; TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
§ 16. A criação de novas classes processuais, assim
IV - assegurar a gratuidade nos meio de comunicação
de massa concessionários de serviço público, aos como de suas siglas, para inclusão nos bancos de
partidos políticos e às frentes suprapartidárias orga- dados, obedecerá aos critérios previstos na Resolu-
nizadas pela sociedade civil em torno da matéria em ção TSE n.º 22.676, de 13.12.2007, e far-se-ão medi-
questão, para a divulgação de seus postulados refe- ante proposta ao Tribunal Superior Eleitoral. (Renu-
merado pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
rentes ao tema sob consulta.
18/05/2015)
§ 8º Os processos relativos à matéria administrativa
que, a critério do Presidente, devam ser submetidos Resolução n.º 22.676 de 13 de dezembro de 2007 
ao Tribunal, serão incluídos na classe Processo Ad- Dispõe sobre as classes processuais e as siglas dos
ministrativo - PA. (Renumerado pela Resolução do registros processuais no âmbito da Justiça Eleitoral.
TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
Comentário  Para o capítulo da classificação de pro-
§ 9º Os expedientes que não tenham classificação cessos pode ser utilizada questões de qualquer TER,
específica, nem sejam acessórios ou incidentes, uma vez que as classes de processos é padronizada em
serão incluídos na classe Petição - Pet. (Renumerado todos os tribunais eleitorais, conforme a resolução do
pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) TSE n.º 22.676 de 13 de dezembro de 2007.
§ 10. A classe Propaganda Partidária - PP refere-se (CESPE/2012 - Técnico Judiciário em Programação de
aos pedidos de veiculação de propaganda partidária Sistemas do TRE/RJ) Na classe inquérito incluem-se
gratuita na programação das emissoras de rádio e todos os recursos interpostos contra decisão dos juízes
televisão. (Renumerado pela Resolução do TRE/PR eleitorais. (errada)
n.º 705 de 18/05/2015) (CESPE/2012 - Analista Administrativo do TRE/RJ)
Havendo necessidade de restauração dos autos, a clas-
§ 11. A classe Recurso Eleitoral abrangerá também se do processo deverá ser alterada, sendo-lhe atribuí-
os agravos interpostos das decisões interlocutórias da, ainda, nova numeração. (errada)
proferidas pelos Juízes Eleitorais. (Incluído pela Reso-
lução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) (FCC/2015 - Analista Administrativo do TRE/SE) Hipó-
tese de fraude em proporção comprometedora no
§ 12. A classe Revisão de Eleitorado - RvE compre- alistamento eleitoral, compreende a classe:
ende as hipóteses de fraude em proporção compro- a) Prestação de Contas.
metedora no alistamento eleitoral, além dos casos
previstos na legislação própria. (Renumerado pela b) Reclamação.
Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) c) Correição.
§ 13. O processo será registrado na classe eventual- d) Revisão de Eleitorado.
mente indicada pela parte na petição inicial ou no e) Apuração de Eleição.
recurso, não cabendo sua alteração pelo setor com-
petente da Secretaria do Tribunal. (Renumerado pela
Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 367
Capítulo II - Da Distribuição de Processos VII - na reiteração de pedido de habeas corpus;
Art. 44. Depois autuados e classificados, os proces- VIII - nos casos de conexão ou continência reco-
sos serão distribuídos mediante sorteio efetuado por nhecidos por autoridade judicial;
sistema informatizado, assegurando-se a equivalên-
IX - nas ações e recursos de competência originária
cia da quantidade de processos distribuídos entre os
do Tribunal, quando, tendo sido indeferida a peti-
Juízes, em cada classe processual.
ção inicial ou declarada a extinção do processo,
§ 1º Em caso de não funcionamento do sistema sem resolução de mérito, for reiterado o pedido,
informatizado, far-se-á manualmente a distribuição ainda que em litisconsórcio com outros autores ou
dos processos, mediante sorteio, na presença de em que sejam parcialmente alterados os réus da
duas testemunhas, lavrando-se ata respectiva, a qual demanda;
será mantida em Secretaria, certificando-se tal pro-
X - nas ações de justificação de desfiliação partidá-
cedimento nos autos. (Incluído pela Resolução do
ria e de perda de cargo por infidelidade partidária
TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
relativas ao mesmo detentor de cargo eletivo;
§ 2º Na hipótese de ser distribuído processo com
XI - nos recursos parciais interpostos contra a apu-
pedido ou medida urgente a juiz ausente justifica-
ração e a votação, na forma do art. 260 do Código
damente, o processo será encaminhado para apreci-
Eleitoral;
ação pelo Juiz que lhe seguir em ordem decrescente
de antiguidade no Tribunal. (Incluído pela Resolução Código Eleitoral de 1965
do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que
Art. 45. Dar-se-á publicidade à distribuição dos pro- chegar ao Tribunal Regional ou Tribunal Superior,
cessos por meio de resenha publicada no Diário da previnirá a competência do relator para todos os
Justiça Eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral do demais casos do mesmo município ou Estado.
Paraná (DJE), com indicação do número do processo,
de sua classe, do município, do assunto, do nome do XII - ao Relator do inquérito policial, nas ações pe-
Relator e do Revisor, se for o caso, dos nomes das nais, inclusive nos casos de concessão de fiança,
partes e dos respectivos advogados, se houver. decretação de prisão preventiva ou de qualquer di-
ligência anterior à denúncia.
Parágrafo único. Quando se tratar de processo sub-
metido a segredo de justiça, o município, o assunto § 1º Vencido o Relator no mérito, o Juiz designado
e o nome das partes serão omitidos e no espaço redator para lavrar o acórdão tornar-se-á prevento
correspondente constará a expressão “SIGILOSO”. para as hipóteses previstas neste artigo.
Art. 46. A distribuição será feita entre todos os juízes § 2º A prevenção, se não for reconhecida de ofício,
do Tribunal, excetuando-se o Presidente. poderá ser arguida por qualquer das partes ou pelo
Ministério Público, na primeira vez em que se mani-
Art. 47. A distribuição será por prevenção:
festarem no feito.
I - no caso de restauração de autos;
§ 3º A distribuição por prevenção constará de certi-
II - na hipótese de ter ocorrido julgamento anterior dão nos autos, podendo o Relator determinar a re-
no mesmo processo; distribuição do feito, caso entenda de forma diversa.
III - em caso de vaga, ao novo Juiz para as questões (Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
relacionadas com os feitos relatados pelo Juiz suce- 18/05/2015)
dido; Art. 48. As reclamações e representações relativas
IV - nas ações ou recursos posteriores, relacionados ao descumprimento da Lei n.º 9.504/1997, nas elei-
a processos de habeas corpus, mandado de segu- ções estaduais serão distribuídas aos Juízes Auxilia-
rança, habeas data, mandado de injunção, medida res, a partir da publicação do ato de designação.
cautelar, agravos, exceções, recurso em sentido es- Parágrafo único. Findo o período de atuação dos
trito, ação anulatória, representação e reclamação, Juízes Auxiliares, os processos pendentes de julga-
independentemente da questão decidida; mento serão redistribuídos aos Juízes Efetivos do
V - nos processos acessórios, quando o processo Tribunal.
principal estiver pendente de julgamento;
VI - no conflito negativo de competência, quando
houver outro processo da mesma natureza, entre
os mesmos Juízes e sob o mesmo fundamento;
368 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Lei n.º 9.504 de 30 de setembro de 1997 os processos que tiverem sido distribuídos a ele se-
rão remetidos ao Juiz Revisor, se houver, ou ao Juiz
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário Efetivo que se seguir na ordem de antiguidade, para
desta Lei, as reclamações ou representações relati- apreciação de medida urgente ou eventual impulso
vas ao seu descumprimento podem ser feitas por processual.
qualquer partido político, coligação ou candidato, e
devem dirigir-se: (...) Art. 52. Os processos serão redistribuídos entre os
demais Juízes, fazendo-se a devida compensação:
Art. 49. Nos afastamentos de qualquer natureza do I - nas hipóteses dos arts. 47 § 3º, 49 § 2º, e (Reda-
Relator, sendo convocado Substituto, os processos a ção dada pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
este serão redistribuídos. (Redação dada pela Reso- 18/05/2015)
lução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
§ 1º Cessado o afastamento, os feitos que couberem Art. 47. (...)
ao Substituto passarão ao Substituído, salvo se aque- § 3º A distribuição por prevenção constará de certi-
le houver encaminhado os autos ao Revisor, com o dão nos autos, podendo o Relator determinar a redis-
relatório, ou pedido de designação de data para jul- tribuição do feito, caso entenda de forma diversa.
gamento, caso em que ficará o Substituto com a
competência preventa para participar das sessões Art. 49. (...)
necessárias ao julgamento, sem direito, porém, à § 2º Não havendo convocação de Substituto por
gratificação de presença. (Redação dada pela Resolu- qualquer motivo, serão redistribuídos a um dos inte-
ção do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) grantes do Tribunal, mediante sorteio e oportuna
§ 2º Não havendo convocação de Substituto por compensação, os processos em trâmite, se ocorrer
qualquer motivo, serão redistribuídos a um dos in- afastamento do Relator por tempo superior a 15
tegrantes do Tribunal, mediante sorteio e oportuna (quinze) dias.
compensação, os processos em trâmite, se ocorrer
afastamento do Relator por tempo superior a 15 II - nos impedimentos ou suspeições do Relator;
(quinze) dias. (Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º Parágrafo único. Quando o Relator suscitar a redis-
705 de 18/05/2015) tribuição do feito, indicando o Juiz competente para
Art. 50. Ocorrendo afastamento definitivo do Rela- sua apreciação, os autos devem a este ser imediata-
tor, os processos que lhe haviam sido distribuídos mente encaminhados. (Redação dada pela Resolução
passarão automaticamente a seu sucessor ou, en- do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
quanto não entrar em exercício o Juiz Efetivo que o Art. 53. Haverá compensação na distribuição, exceto
sucederá, a seu substituto. nos casos de prevenção nas hipóteses do art. 260 do
§ 1º Enquanto permanecer vago o cargo de Juiz Efe- Código Eleitoral, ou em que a distribuição deixar de
tivo, os processos serão distribuídos ao Juiz Substitu- ser feita ao Vice-Presidente, quando substituir o Pre-
to, observada a ordem da categoria e a antiguidade sidente.
deste último.
Código Eleitoral de 1965
§ 2º Provida a vaga, os processos distribuídos ao Juiz
Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que
Substituto serão redistribuídos ao Juiz Efetivo, salvo
chegar ao Tribunal Regional ou Tribunal Superior,
se aquele os houver encaminhado ao Revisor, com o
previnirá a competência do relator para todos os
relatório, ou requerido designação de data para jul-
demais casos do mesmo município ou Estado.
gamento.
§ 3º O Desembargador eleito Presidente continuará Capítulo III - Da Revisão de Processos
como Relator ou Revisor do processo em que tiver Art. 54. Sujeitam-se à revisão os seguintes proces-
lançado o relatório ou aposto seu visto. sos:
§ 4º Não haverá distribuição de feitos a juiz do Tri- I - recurso contra a expedição de diploma (RCED);
bunal nos 15 (quinze) dias que antecederem ao
término de seu mandato, salvo nas hipóteses de II - ação de impugnação de mandato eletivo (AI-
prevenção. (Redação dada pela Resolução do TRE/PR ME), originária ou em grau de recurso;
n.º 705 de 18/05/2015) III - ação penal originária (AP) relativa à infração
Art. 51. Em qualquer hipótese de afastamento do apenada com reclusão;
Relator, quando não houver sucessor ou substituto,

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 369
IV - revisão criminal (RvC); § 2º Distribuído o processo, dar-se-á vista dos autos
ao Procurador Regional Eleitoral para emitir parecer
V - recurso criminal (RC) interposto de sentença
no prazo de 03 (três) dias.
proferida em processo por crime a que a lei comine
pena de reclusão. § 3º Os autos serão apresentados para julgamento
na primeira sessão que se seguir ao parecer escrito
Parágrafo único. Não haverá Revisor nos recursos
do Procurador Regional Eleitoral.
interpostos contra decisões interlocutórias, nos em-
bargos de declaração, nos incidentes, nas exceções, § 4º Não serão conhecidas as consultas formuladas
bem como nas deliberações do Tribunal sobre rece- durante o período eleitoral e as versadas sobre ma-
bimento de denúncia no julgamento das ações pe- téria já respondida pelo Tribunal Superior Eleitoral
nais originárias. ou por esta Corte.
Art. 55. Será Revisor o Juiz que se seguir ao Relator Título III - Das Sessões do Tribunal
na ordem decrescente de antiguidade no Tribunal,
Capítulo I - Da Pauta
observado o disposto no art. 66. (Redação dada pela
Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) Art.57. A pauta de julgamentos, organizada pela
Secretaria Judiciária, conterá os processos que serão
Art. 66. Durante as sessões, o Presidente ocupará o apreciados na respectiva sessão e será disponibiliza-
centro da mesa; à sua direita sentar-se-á o Procura- da na página do Tribunal na internet, com antece-
dor Regional Eleitoral e, à sua esquerda, o Secretário dência de 24 (vinte e quatro) horas, e na sala de
da sessão; seguir-se-á, do lado direito, o Vice- sessões até o horário de seu início.
Presidente, sentando-se os demais Juízes, na ordem
decrescente de antiguidade, alternadamente, à es- § 1º Os processos serão ordenados pelo número,
querda e à direita do Presidente. observadas as preferências legais e o estabelecido
no inciso II do art. 68.
§ 1º Os Juízes Substitutos convocados ocuparão o
lugar dos substituídos e conservarão a antiguidade Art. 68. Será a seguinte a ordem dos trabalhos: (...)
destes nas votações. II - discussão e julgamento de processos na seguinte
§ 2º Em caso de afastamento definitivo de Juiz Efeti- sequência, sem prejuízo das preferências legais:
vo e não havendo sucessor designado, o Juiz Substitu- a) habeas corpus, mandados de segurança e outras
to convocado ocupará o último lugar, lá permane- medidas urgentes;
cendo até a posse do Efetivo.
b) processos cuja vista tenha sido requerida em ses-
§ 3º Nas sessões, os Juízes do Tribunal, o Procurador sões anteriores;
Regional Eleitoral e os advogados usarão vestes
talares e o Secretário, meia-capa. c) processos adiados
d) demais processos.
§ 1º Havendo redistribuição, será também substitu-
ído o Revisor. § 2º Salvo determinação em contrário, os processos
§ 2º Nos casos de impedimento, suspeição ou afas- que não forem julgados na mesma sessão automa-
tamento do Revisor, este será automaticamente ticamente serão incluídos na pauta da sessão sub-
substituído pelo Juiz seguinte na ordem decrescente sequente, independentemente de publicação no
de antiguidade. DJE.

Capítulo IV - Das Consultas Art. 58. A relação dos processos encaminhados para
julgamento será publicada no DJE com, no mínimo,
Art. 56. O Tribunal somente responderá às consultas 48 (quarenta e oito) horas de antecedência da ses-
formuladas, em tese, sobre matéria eleitoral, por são.
autoridade pública, ou por órgão regional de partido
político. Art. 59. O Relator poderá apresentar em mesa, in-
dependentemente da publicação de que trata o art.
§ 1º Entende-se por autoridade pública, para os fins 58:
do caput, aquela que responda perante o Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná por crime de responsabi- I - habeas corpus e seus recursos;
lidade e as autoridades federais com jurisdição em II - mandados de segurança e seus recursos;
todo o Estado ou região que o abranja.
III - embargos de declaração;

370 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
IV - agravos; Parágrafo único. Não havendo quórum, será lavrada
ata circunstanciada, ficando adiado o julgamento dos
V - conflitos de competência;
processos em pauta para a sessão seguinte.
VI - exceções;
Art. 65. O Tribunal deliberará por maioria de votos,
VII - consultas; com a presença mínima de 04 (quatro) de seus Juí-
VIII - Resoluções: zes, incluído o Presidente da sessão, salvo nos casos
expressos na legislação e neste Regimento.
IX - questões de ordem.
§ 1º Somente pelo voto da maioria absoluta dos
Parágrafo único. Por deliberação do Tribunal, para Juízes do Tribunal poderá ser declarada a inconstitu-
evitar o perecimento de direito, outros processos cionalidade de lei ou de ato normativo do Poder
poderão ser apresentados em mesa. Público.
Art. 60. Durante o período eleitoral serão levados a § 2º Se não for alcançada a maioria necessária à de-
julgamento os processos que a legislação eleitoral claração de inconstitucionalidade, por estarem au-
autorizar, independentemente de publicação no sentes Juízes em número que possa influir no julga-
DJE. mento, este será suspenso, a fim de aguardar-se a
Art. 61. A pauta da sessão administrativa será orga- manifestação daqueles, até que se atinja o quórum
nizada pela Secretaria Judiciária e disponibilizada na mínimo exigido para a prolação da decisão.
página do Tribunal na internet, com antecedência de Art. 66. Durante as sessões, o Presidente ocupará o
24 (vinte e quatro) horas, e na sala de sessões até o centro da mesa; à sua direita sentar-se-á o Procura-
horário de seu início. dor Regional Eleitoral e, à sua esquerda, o Secretário
Art. 62. O Juiz que houver incluído o processo em da sessão; seguir-se-á, do lado direito, o Vice-
pauta ficará com competência preventa para partici- Presidente, sentando-se os demais Juízes, na ordem
par das sessões necessárias a seu julgamento. decrescente de antiguidade, alternadamente, à es-
querda e à direita do Presidente.
Parágrafo único. O Juiz poderá retirar processo que
por ele tenha sido incluído na pauta de julgamentos. § 1º Os Juízes Substitutos convocados ocuparão o
lugar dos substituídos e conservarão a antiguidade
Capítulo II - Das Sessões destes nas votações.
Art. 63. O Tribunal reunir-se-á, ordinariamente, duas § 2º Em caso de afastamento definitivo de Juiz Efeti-
vezes por semana e, extraordinariamente, tantas vo e não havendo sucessor designado, o Juiz Substi-
vezes quantas forem necessárias, mediante convoca- tuto convocado ocupará o último lugar, lá permane-
ção do Presidente, ou do próprio Tribunal. cendo até a posse do Efetivo.

Sessão Ordinária  Duas vezes por semana. § 3º Nas sessões, os Juízes do Tribunal, o Procurador
Regional Eleitoral e os advogados usarão vestes
Sessão Extraordinária  Tantas vezes quantas forem talares e o Secretário, meia-capa.
necessárias, mediante convocação do Presidente ou do
próprio Tribunal Art. 67. No caso de impedimento, suspeição ou au-
sência eventual do Presidente da sessão, a Presidên-
§ 1º As sessões serão públicas, ressalvadas as hipó- cia será transferida para o Vice-Presidente ou para o
teses previstas em lei. Juiz que o seguir na ordem de antiguidade.
§ 2º O calendário das sessões plenárias será divul- Art. 68. Será a seguinte a ordem dos trabalhos:
gado na página do Tribunal na internet. I - leitura, discussão e aprovação da ata da sessão
§ 3º Havendo convocação de sessões extraordiná- anterior;
rias, será dada publicidade à respectiva realização II - discussão e julgamento de processos na seguin-
pela publicação no DJE, por aviso na página do Tribu- te sequência, sem prejuízo das preferências legais:
nal na internet, ou por outros meios de comunica-
ção, com antecedência de, pelo menos, 24 (vinte e a) habeas corpus, mandados de segurança e outras
quatro) horas. medidas urgentes; (Renumerado pela Resolução do
TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
Art. 64. As sessões ordinárias serão realizadas em
dia e hora previamente estabelecidos pelo Tribunal.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 371
b) processos cuja vista tenha sido requerida em ses- § 1º Durante a discussão da ata, poderão os Juízes, o
sões anteriores; (Renumerado pela Resolução do Procurador Regional Eleitoral ou as partes requerer
TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) sua retificação.
c) processos adiados § 2º A ata, uma vez aprovada pela Corte, será assi-
nada pelo Presidente da sessão.
d) demais processos.
§ 3º As atas serão mantidas permanentemente em
§ 1º A juízo do Tribunal, poderá ser modificada a
arquivo.
ordem dos trabalhos.
Art. 71. O Tribunal reunir-se-á em sessões adminis-
§ 2º Durante o período eleitoral, terão prioridade no
trativas quando convocado pelo Presidente, prefe-
julgamento os feitos relacionados à eleição em cur-
rencialmente após as sessões ordinárias, com a
so.
presença do Procurador Regional Eleitoral, para
§ 3º Desejando proferir sustentação oral em proces- apreciar e deliberar acerca de matéria administrati-
so arrolado em pauta, poderão os advogados reque- va.
rer que, na sessão imediata, seja o feito julgado em
Parágrafo único. Aplicam-se às sessões administrati-
primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
vas, no que couber, as disposições contidas neste
Se tiverem subscrito o requerimento os advogados
Capítulo.
de todos os interessados, a preferência poderá ser
concedida para a própria sessão. (Redação dada pela Art. 72. A gratificação de presença a que fazem jus
Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) os Juízes do Tribunal e o Procurador Regional Eleito-
ral é devida por sessão a que efetivamente compare-
§ 4º Independe de nova publicação de pauta ou in-
cerem.
timação dos advogados das partes o julgamento de
processos adiados que tenham constado de pauta § 1º Será devida a gratificação de presença ao Presi-
anterior, em prazo inferior a 30 (trinta) dias. dente, ou ao Juiz autorizado pelo Pleno a substituí-lo,
quando representar o Tribunal em solenidades e atos
§ 5º A sessão administrativa terá início logo após o
oficiais que o impossibilitem de comparecer à sessão.
encerramento da sessão ordinária ou extraordinária.
§ 2º Será devida a gratificação de presença ao Corre-
Art. 69. A gravação das sessões será feita em forma-
gedor Regional que deixar de comparecer às sessões
to digital e conservada na íntegra, em caráter per-
do Tribunal para representar a Corregedoria em so-
manente.
lenidades e atos oficiais, ou por motivo de viagem
Art. 70. De cada sessão, o Secretário fará lavrar ata, para a realização de correições, que o impossibilitem
que será discutida e aprovada na sessão subsequen- de comparecer à sessão.
te, e conterá os seguintes registros:
Art. 73. Serão solenes as sessões destinadas a co-
I - a data e a hora de abertura e encerramento; memorações, homenagens, posses do Presidente,
II - o nome do Juiz que a tiver presidido; do Vice-Presidente e dos demais Juízes Efetivos, e
diplomações dos eleitos nas eleições gerais.
III - os nomes dos Juízes e do Procurador Regional
Eleitoral presentes; Capítulo III - Do Julgamento dos Processos

IV - eventual ausência de Juízes Efetivos e do Pro- Art. 74. O julgamento dos processos será realizado
curador titular; de acordo com a ordem estabelecida na pauta, nos
termos do art. 68 deste Regimento.
V - os nomes dos Juízes ausentes por estarem re-
presentando o Tribunal em solenidades e atos ofi- Art. 68. Será a seguinte a ordem dos trabalhos: (...)
ciais;
§ 1º O Presidente poderá dar preferência aos julga-
VI - os números das resoluções nela assinadas; mentos nos quais os advogados de todas as partes
VII - os dados do processo apregoado, o nome do estejam presentes.
Juiz que o relatou e o do que o revisou, o resultado § 2º A requerimento do Relator, o Presidente poderá
da votação e, se for o caso, o nome do Redator de- autorizar o julgamento conjunto de processos análo-
signado; gos.
VIII - as questões de ordem suscitadas na sessão;
IX - as demais anotações determinadas pelo Presi-
dente ou pelos Juízes.

372 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 75. Anunciado o julgamento, o Relator apresen- interposição do recurso, mesmo que figure também
tará inicialmente o relatório; após o relatório, o como recorrida.
Presidente concederá a palavra aos advogados das
§ 8º Não poderão ser aparteados os advogados nem
partes e, por fim, ao Procurador Regional Eleitoral,
o Procurador Regional Eleitoral.
na condição de fiscal da lei, para realizarem, queren-
do, sustentação oral pelo prazo de 10 (dez) minutos § 9º Não caberá sustentação oral em consultas, em-
cada um. bargos de declaração, conflitos de competência,
exceções de suspeição e de impedimento, agravos e
§ 1º Quando se tratar de julgamento de ação de
medidas cautelares.
impugnação de mandato eletivo, recurso em ação
de impugnação de mandato eletivo, recurso contra
Não caberá sustentação oral nos casos de:
expedição de diploma, ou que importem na perda
de mandato eletivo e recursos relativos a infração  consultas
apenada com reclusão, os advogados das partes e o  embargos de declaração
Procurador Regional Eleitoral terão 20 (vinte) minu-
 conflitos de competência
tos, cada um, para a sustentação oral.
 exceções de suspeição e de impedimento
§ 2º No julgamento das ações penais de competên-
cia originária do Tribunal, a acusação e a defesa te-  agravos
rão, sucessivamente, nessa ordem, 15 (quinze) mi-  medidas cautelares
nutos para sustentação oral na deliberação acerca do
recebimento da denúncia e 1 (uma) hora no julga- Art. 76. Após as sustentações orais, o Presidente
mento do feito. devolverá a palavra ao Relator para proferir seu
voto, abrindo, a seguir, a discussão para os demais
Sustentação Oral  10 minutos. Juízes.
Sustentação Oral  20 minutos nos seguintes casos: § 1º Cada Juiz só poderá falar duas vezes sobre o
assunto em discussão, não devendo ser interrompi-
Ação de impugnação de mandato eletivo.
do, salvo se nisso consentir.
Recurso em ação de impugnação de mandato eletivo.
§ 2º Durante a discussão, não será permitida a inter-
Recurso contra expedição de diploma. ferência dos advogados ou do Procurador Regional
Recursos que importem na perda de mandato eletivo. Eleitoral, quando este for parte, salvo para esclare-
cer equívoco ou dúvida com relação à matéria de
Recursos relativos a infração apenada com reclusão.
fato que possa influir no julgamento.
Sustentação Oral  Ações penais de competência origi- Art. 77. O julgamento, uma vez iniciado, ultimar-se-á
nária do TRE: na mesma sessão, salvo nos casos de pedido de vista
15 minutos na deliberação acerca do recebimento da ou de ocorrência de fatos que tornem necessária
denúncia. sua suspensão, caso em que o processo será incluído
1 hora no julgamento do feito. na pauta da sessão seguinte, independentemente de
publicação no DJE.
§ 3º No julgamento conjunto de processos, os advo- § 1º O Juiz que houver requerido a vista será o pri-
gados das partes e o Procurador Regional Eleitoral meiro a apresentar seu voto quando do reinício do
falarão uma só vez, prevalecendo, se diferente, o julgamento.
prazo de sustentação oral que for maior.
§ 2º É facultado ao Relator pedir vista do processo,
§ 4º Sendo a parte representada por mais de um mesmo após o relatório, ou a emissão de seu voto,
advogado, o tempo será dividido entre eles. bem como solicitar que o julgamento seja adiado.
§ 5º Se houver litisconsortes não representados § 3º Havendo pedido de vista, os Juízes que se consi-
pelo mesmo advogado, o prazo será duplicado e derarem habilitados poderão votar antes que seja
dividido entre eles da forma que convencionarem. suspenso o julgamento.
§ 6º Falará em primeiro lugar o autor ou recorrente, § 4º Se o pedido de vista for formulado por Juiz Subs-
seguido do réu ou recorrido. tituto, este ficará com a competência preventa para
participar das sessões necessárias ao julgamento do
§ 7º Em caso de recurso, havendo mais de um recor-
processo, sem direito, porém, a qualquer gratifica-
rente, cada parte falará uma só vez, na ordem de
ção, no caso de ter cessado a substituição.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 373
§ 5º Reiniciado o julgamento, serão computados os e a identificação dos Juízes que tiveram seus votos
votos já proferidos pelos Juízes, ainda que não este- vencidos, facultada a utilização de assinatura digital
jam presentes ou hajam deixado o exercício do car- devidamente certificada.
go.
Parágrafo único. O registro do julgamento em meio
§ 6º As questões preliminares serão julgadas antes magnético prevalecerá, caso o respectivo teor não
das de mérito, na ordem de prejudicialidade, não venha a coincidir com o do acórdão.
podendo o Juiz eximir-se de votar uma questão por
Art. 83. Admite-se o sistema de acórdão digital, que
ter sido vencido na outra, salvo se não assistir à leitu-
tem por objetivo a assinatura digital de acórdãos,
ra do relatório. (Incluído pela Resolução do TRE/PR
decisões e despachos proferidos por magistrados de
n.º 705 de 18/05/2015)
primeiro e segundo graus.
Art. 78. Encerrada a discussão, o Presidente tomará
§ 1º A prática de assinatura digital em acórdãos,
os votos, em primeiro lugar do Relator e, a seguir,
decisões e despachos ocorrerá nos atos gerados
dos demais juízes, na ordem da precedência regi-
digitalmente, em arquivos no padrão PDF (Portable
mental, votando ele em último lugar, se se tratar de
Document Format), por meio do sistema de assinatu-
matéria administrativa ou quando houver empate na
ra de documentos digitais desenvolvido pela Secreta-
votação. (Redação dada pela Resolução do TRE/PR
ria de Tecnologia da Informação do Tribunal.
n.º 705 de 18/05/2015)
§ 2º Depois de assinado e certificado digitalmente o
Parágrafo único. O juiz que não tenha participado da
documento, proceder-se-á ao seu registro no respec-
sessão na qual se iniciou o julgamento não está im-
tivo sistema de controle de processos de segundo
pedido de votar, desde que entenda estar apto a
grau, de acordo com a sistemática utilizada.
proferir seu voto.
Art. 84. Os atos processuais assinados digitalmente
Art. 79. Proclamado o resultado da votação pelo
serão públicos e estarão disponíveis na página do
Presidente, os Juízes não mais poderão modificar
Tribunal na internet, mediante consulta processual
seus votos.
ou jurisprudencial, ressalvados os elementos que
Parágrafo único. O Secretário da sessão anotará o assegurem o sigilo dos feitos submetidos a segredo
resultado do julgamento, que será certificado pela de justiça.
Coordenadoria de Sessões.
Parágrafo único. Para assegurar o segredo de justiça,
Art. 80. As decisões do Tribunal constarão de acór- nos atos processuais lavrados e assinados digital-
dãos, exceto as de caráter normativo, que serão mente, no espaço reservado ao nome da parte cons-
lavradas sob a forma de resoluções. tará a expressão “SIGILOSO”, ficando tal procedimen-
to sob a inteira responsabilidade dos gabinetes dos
Parágrafo único. Independe de acórdão a decisão
Juízes do Tribunal.
que converte o julgamento em diligência, registran-
do-se a deliberação na certidão de julgamento cor- Art. 85. Em caso de ser necessária mais de uma assi-
respondente. natura em algum documento, os Juízes envolvidos
lançarão as próprias em sequência, cabendo ao pri-
Art. 81. O Relator ou o Juiz que proferir o primeiro
meiro permitir outras assinaturas, e ao último, não
voto vencedor redigirá o acórdão, procedendo-se,
obstar a continuidade do procedimento.
nesse caso, à redistribuição do feito.
Art. 86. Os acórdãos, decisões e despachos assinados
§ 1º Vencido nas preliminares ou parcialmente no
digitalmente serão impressos e juntados aos respec-
mérito, o Relator continuará responsável pela reda-
tivos autos físicos.
ção do acórdão.
Art. 87. As resoluções serão assinadas pelos Juízes e
§ 2º Na hipótese de afastamento do Relator entre o
pelo Procurador Regional Eleitoral presentes na ses-
julgamento e a lavratura do acórdão, poderá o Presi-
são em que forem apresentadas para assinatura.
dente designar outro Juiz, dentre os que tenham
participado do julgamento, para redigi-lo e assiná-lo. Art. 88. A parte dispositiva e a ementa dos acórdãos,
bem como o inteiro teor das resoluções serão enca-
§ 3º É facultado a qualquer Juiz declarar seu voto,
minhados para publicação no DJE, certificando-se
devendo este integrar o acórdão na data de sua assi-
nos autos a respectiva data de publicação, salvo pre-
natura.
visão legal em contrário e nos casos de publicação de
Art. 82. O acórdão será assinado pelo Relator ou, se acórdão em sessão.
vencido, pelo Redator designado e conterá a data da
sessão, a síntese das questões debatidas e decididas
374 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 89. Eventuais inexatidões materiais, erros de Capítulo III - Do Habeas Data
escrita, ou cálculo, contidos no acórdão, ou na reso-
Art. 94. O Tribunal concederá habeas data:
lução, poderão ser corrigidos de ofício pelo Relator,
mediante sucinta exposição de motivos, que passará a) para assegurar o conhecimento de informações
a integrar a decisão. relativas à pessoa do impetrante, constantes nos
registros ou bancos de dados deste Tribunal;
Parágrafo único. Realizada a correção, o Relator de-
verá submetê-la à apreciação do Tribunal, proceden- b) para retificação de dados, mediante processo le-
do-se à respectiva republicação. gal.
Título IV - Dos Processos no Tribunal Parágrafo único. No habeas data, serão observadas
as normas da legislação específica sobre a matéria.
Capítulo I - Incidente de Inconstitucionalidade
Capítulo IV - Do Mandado de Segurança
Art. 90. O Tribunal, ao conhecer de qualquer feito, se
verificar que é imprescindível decidir sobre a valida- Art. 95. No processo e julgamento do mandado de
de ou não de lei ou ato do Poder Público em face da segurança de competência originária do Tribunal,
Constituição, suspenderá a decisão para deliberar, na bem como no de recurso das decisões de Juiz Eleito-
sessão seguinte, preliminarmente, sobre o incidente ral, serão observadas as normas da legislação espe-
de inconstitucionalidade. cífica sobre a matéria.
§ 1º A arguição de inconstitucionalidade poderá ser Capítulo V - Do Mandado de Injunção
formulada pelo Relator do processo, por qualquer Art. 96. O Tribunal concederá mandado de injunção
dos Juízes ou pelo Procurador Regional Eleitoral, sempre que a falta de norma regulamentadora tor-
logo em seguida à apresentação do relatório. nar inviáveis a organização e o exercício de direitos
§ 2º Na sessão seguinte, ouvido o Procurador Regio- políticos, precipuamente o de votar e ser votado,
nal Eleitoral, quando este não for o requerente, a aplicando-se as normas da legislação específica
preliminar de inconstitucionalidade será submetida a sobre a matéria e, subsidiariamente, o Código de
julgamento. Processo Civil.
§ 3º Só pelos votos de quatro de seus membros, Capítulo VI - Da Ação de Impugnação de Mandato
constitutivos da maioria absoluta, o Tribunal pode- Eletivo
rá, acolhendo o incidente, declarar a inconstituciona- Art. 97. Caberá ao Tribunal o julgamento originário
lidade de lei ou ato do Poder Público. da ação de impugnação de mandato eletivo de Go-
§ 4º Consoante a solução adotada na preliminar, o vernador, Vice-Governador, Senador, Deputado
Tribunal decidirá o caso concreto. Federal e Deputado Estadual.
Art. 91. O Tribunal ou o Relator não conhecerá da Parágrafo único. O feito tramitará em segredo de
arguição de inconstitucionalidade quando já houver justiça, sendo público o seu julgamento. (Incluído
pronunciamento do Plenário ou do Supremo Tribunal pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
Federal sobre a questão. Capítulo VII - Do Recurso Contra Expedição de Di-
Capítulo II - Do Habeas Corpus ploma
Art. 92. O Tribunal concederá habeas corpus origina- Art. 98. Caberá ao Tribunal o julgamento dos recur-
riamente, ou em grau de recurso, sempre que al- sos contra expedição de diploma de Prefeito, Vice-
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violên- Prefeito e Vereador.
cia ou coação em sua liberdade de locomoção, de Capítulo VIII - Do Registro de Candidatura
que dependa o exercício de direitos ou deveres elei-
torais. Art. 99. O Tribunal registrará os candidatos a Sena-
dor e respectivos suplentes, Deputado Federal, Go-
Art. 93. No processo e julgamento, quer de pedidos vernador, Vice-Governador e Deputado Estadual.
de competência originária do Tribunal, quer de even-
tuais recursos de decisões dos Juízes Eleitorais, de- Art. 100. Os pedidos de registro de candidatura serão
negatórias da ordem, observar-se-ão, no que lhes processados nos termos e prazos fixados pela legisla-
forem aplicáveis, o disposto no Código de Processo ção eleitoral e pelas instruções do Tribunal Superior
Penal e nas regras complementares estabelecidas no Eleitoral.
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 375
Capítulo IX - Da Ação de Investigação Judicial Eleito- prazo, após o que será o processo levado a julgamen-
ral to.
Art. 101. As ações de investigação judicial eleitoral Art. 107. Julgada procedente a revisão, o tribunal
para apurar abuso de poder econômico, abuso de poderá alterar a classificação da infração, absolver o
poder político ou uso indevido de meio de comunica- réu, modificar a pena ou anular o processo.
ção social, em benefício de candidato ou partido
Art. 108. Procedente a revisão, a execução do julga-
político, nas eleições estaduais, tem por Relator nato
do será imediata.
o Corregedor Regional Eleitoral e observarão as
normas da legislação específica sobre a matéria. Art. 109. Juntar-se-á ao processo original cópia do
(Redação dada pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de acórdão que julgar a revisão e, sendo aquele modifi-
18/05/2015) cativo da sentença, outra cópia será enviada ao Juízo
da execução.
Capítulo X - Das Representações
Capítulo XIII - Do Conflito de Competência
Art. 102. As representações serão processadas con-
forme dispuserem a legislação eleitoral e as resolu- Art. 110. Dar-se-á conflito de competência nos casos
ções expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral. previstos nas leis processuais.
Capítulo XI - Da Ação Penal de Competência Origi- Art. 111. O rito a ser observado será o previsto no
nária Código de Processo Civil e no Código de Processo
Penal.
Art. 103. Nas ações penais de competência originá-
ria do Tribunal, serão observadas as normas da le- Art. 112. O Tribunal poderá suscitar conflito de com-
gislação específica sobre a matéria. petência ou de atribuições perante o Tribunal Supe-
rior Eleitoral, com Juízes Eleitorais de outras circuns-
Art. 104. O réu será intimado pessoalmente da deci-
crições ou com outro Tribunal Regional Eleitoral, ou,
são que o condenar.
ainda, perante o Superior Tribunal de Justiça, com
Capítulo XII - Da Revisão Criminal Juízes e Tribunais de Justiça diversos.
Art. 105. A revisão criminal será admitida nos casos Capítulo XIV - Das Exceções
previstos em lei, cabendo ao Tribunal o reexame de
Seção I - Do Impedimento e da Suspeição
seus próprios julgados e dos de Juízes Eleitorais.
Art. 113. Os Juízes do Tribunal declarar-se-ão impe-
§ 1º Não será admitida a revisão conjunta dos pro-
didos ou suspeitos nos casos previstos na lei proces-
cessos, salvo em caso de conexão.
sual civil e na lei processual penal.
§ 2º Sempre que houver mais de um pedido de revi-
Parágrafo único. Poderá ainda o Juiz afirmar suspei-
são do mesmo réu, todos serão distribuídos ao mes-
ção por motivo de foro íntimo.
mo Relator, que mandará reuni-los em um só pro-
cesso. Art. 114. Se o impedimento ou a suspeição forem do
Relator ou do Revisor, tal fato deverá ser declarado
Art. 106. O pedido de revisão criminal, instruído com
nos autos mediante despacho, e estes serão redistri-
a prova do trânsito em julgado, será distribuído,
buídos na forma deste Regimento.
quando possível, a um Relator que não haja partici-
pado do julgamento objeto da revisão. Parágrafo único. Nos demais casos, o Juiz poderá:
§ 1º Conclusos os autos, o Relator poderá determinar I - declarar, verbalmente, na sessão do julgamento,
diligências, assim como o apensamento dos autos seu impedimento ou suspeição, registrando-se o
originais, se desse fato não advier dificuldade à nor- fato na ata;
mal execução da sentença. II - encaminhar comunicação escrita ao Relator do
§ 2º O pedido de revisão será indeferido liminarmen- processo, declarando seu impedimento ou suspei-
te, quando a petição inicial não estiver devidamente ção.
instruída. Art. 115. A arguição de suspeição ou de impedimen-
§ 3º Se o requerimento não for indeferido liminar- to do Relator ou do Revisor poderá ser suscitada até
mente, abrir-se-á vista dos autos ao Procurador 48 (quarenta e oito) horas após a publicação da
Regional Eleitoral, que emitirá parecer no prazo de distribuição do feito, quando for fundada em motivo
10 (dez) dias. Em seguida, serão examinados os au- preexistente.
tos, sucessivamente, pelo Relator e Revisor, em igual

376 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Quando o impedimento ou a suspeição recair § 4º Caso o excepto deixe de responder ou não reco-
sobre o Juiz Auxiliar, o prazo será contado do mo- nheça a suspeição ou o impedimento, o Relator da
mento de seu primeiro ato no processo. exceção ordenará o processo, inquirindo as teste-
munhas arroladas e, após, enviando os autos à mesa
§ 2º Quando oposta suspeição ou impedimento con-
para julgamento.
tra servidor da Secretaria, o prazo será contado da
data de sua intervenção no feito. § 5º Nos casos de suspeição ou impedimento do
Procurador Regional Eleitoral ou de servidores do
§ 3º No caso de motivo superveniente, a suspeição
Tribunal, o Presidente providenciará para que passe
ou o impedimento poderão ser alegados em qual-
a servir no feito o respectivo substituto.
quer fase do processo, porém o prazo de 48 (qua-
renta e oito) horas será contado do fato que os te- Art. 118. Na hipótese de o excepto ser o Presidente,
nha ocasionado. a petição de exceção será dirigida ao Vice-
Presidente, que procederá na conformidade das
§ 4º A arguição de suspeição ou de impedimento dos
normas anteriores.
demais Juízes poderá ser oposta até o início do jul-
gamento. Art. 119. O julgamento do feito ficará sobrestado
até a decisão da exceção, salvo quando o excepto for
Art. 116. A suspeição ou o impedimento deverão ser
funcionário do Tribunal.
deduzidos em petição articulada, contendo os fatos
que os motivaram, e acompanhados de prova do- Art. 120. O Juiz excepto poderá assistir às diligências
cumental e rol de testemunhas, se houver. do processo de exceção, mas não participará da ses-
são que o decidir.
§ 1º Qualquer interessado poderá arguir a suspeição
ou impedimento de Juízes do Tribunal, do Procura- Art. 121. A procedência da exceção implicará a nuli-
dor Regional Eleitoral e de servidores da Secretaria dade dos atos praticados pelo Juiz recusado, após o
do Tribunal, bem como de Auxiliares de Justiça, nos fato que a houver ocasionado.
casos previstos na lei processual civil e na lei proces-
Art. 122. A arguição de suspeição ou de impedimen-
sual penal.
to será sempre individual, não ficando os demais
§ 2º Será ilegítima a suspeição ou o impedimento Juízes impedidos de apreciá-la, ainda que recusados.
que o excipiente haja provocado ou quando este
Art. 123. Julgada procedente a exceção, será realiza-
praticar ato depois de ter manifestado a causa da
do novo sorteio, compensando-se a distribuição.
suspeição, ou do impedimento, que importe a acei-
tação do excepto. § 1º Havendo Revisor, ser-lhe-á feita a redistribuição,
se ele houver lançado visto nos autos.
Art. 117. O Presidente determinará autuação da
exceção em apenso aos autos principais e a conclu- § 2º Se a suspeição ou o impedimento for do Revisor,
são ao Relator do processo, salvo se este for o excep- este será substituído pelo primeiro Vogal.
to, caso em que será sorteado Relator para o inci- Art. 124. A exceção de suspeição ou de impedimento
dente. de Juiz Eleitoral e Chefe de Cartório Eleitoral obedece
§ 1º O Relator poderá rejeitar liminarmente a exce- ao disposto nas leis processuais civis e penais, con-
ção que considerar manifestamente sem fundamen- forme o caso.
to, em decisão motivada, e desta caberá agravo re- Seção II - Da Incompetência
gimental.
Art. 125. A incompetência de Juiz do Tribunal poderá
§ 2º Recebida a exceção, o Relator determinará que, ser arguida, nos casos previstos em lei, em petição
em 03 (três) dias, se pronuncie o excepto. fundamentada e devidamente instruída, com a indi-
§ 3º Se o excepto reconhecer a suspeição ou o impe- cação daquele para o qual declina, sob pena de inde-
dimento, o Relator da exceção determinará: ferimento liminar.
I - que os autos voltem à Secretaria do Tribunal pa- § 1º A exceção de incompetência poderá ser arguida
ra redistribuição do feito mediante compensação, pelo réu, no prazo da defesa.
se o excepto for o Relator do processo, caso em § 2º A incompetência superveniente poderá ser
que se terão por nulos os atos praticados pelo sus- arguida pelas partes, no prazo de 48 (quarenta e
peito ou impedido, na forma do art. 121; oito) horas, contado do fato que a tenha originado.
II - que os autos voltem à Secretaria do Tribunal, se
o excepto for o Revisor, para a devida substituição.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 377
Capítulo XV - Da Reclamação Capítulo XVII - Dos Embargos de Declaração
Art. 126. Admitir-se-á reclamação do Procurador Art. 132. São admissíveis embargos de declaração:
Regional, de Partido Político ou de interessados em
I - quando houver no acórdão obscuridade ou con-
qualquer causa pertinente a matéria eleitoral, a fim
tradição;
de preservar a competência do Tribunal ou para
garantir a autoridade de suas decisões. II - quando houver sido omitido ponto sobre o qual
deveria ter-se pronunciado o Tribunal.
Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presiden-
te do Tribunal, instruída com prova documental, será § 1º Os embargos serão opostos dentro de 03 (três)
autuada e distribuída ao Relator da causa principal, dias da data da publicação do acórdão, em petição
sempre que possível. dirigida ao Relator, na qual será indicado o ponto
obscuro, contraditório ou omisso.
Art. 127. Ao despachar a reclamação, o Relator:
§ 2º O Relator apresentará os embargos em mesa
I - requisitará informações da autoridade a quem
para julgamento na primeira sessão seguinte, profe-
for imputada a prática do ato impugnado, que as
rindo seu voto.
prestará no prazo de 05 (cinco) dias;
§ 3º Vencido o Relator, outro será designado para
II - ordenará a suspensão do processo ou do ato
lavrar o acórdão.
impugnado, se necessário para evitar dano irrepa-
rável. § 4º Os embargos de declaração interrompem o pra-
zo para a interposição de outros recursos, salvo se
Art. 128. O Procurador Regional acompanhará o
intempestivos ou manifestamente protelatórios e
processo em todos os seus termos.
assim declarados na decisão que os rejeitar.
Parágrafo único. O Procurador Regional, nas recla-
Capítulo XVIII - Do Agravo Regimental
mações que não houver formulado, terá vista dos
autos, depois do prazo para informações, tendo o Art. 133. Da decisão do Relator caberá agravo regi-
prazo de 05 (cinco) dias para apresentar parecer. mental, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, que
será processado nos próprios autos.
Art. 129. Julgando procedente a reclamação, o Tri-
bunal cassará a decisão impugnada ou determinará Art. 134. O agravo regimental será submetido ao
medida adequada à preservação de sua competên- prolator da decisão, que poderá reconsiderá-la ou
cia. submeter o agravo ao julgamento do Tribunal, in-
dependentemente de inclusão em pauta, computan-
Parágrafo único. Ao que for decidido pelo Tribunal, o
do-se o próprio voto.
Presidente dará imediato cumprimento, lavrando-se
posteriormente a Resolução. Capítulo XIX - Do Recurso Administrativo e da Revi-
são
Capítulo XVI - Dos Recursos Perante o Tribunal Re-
gional Art. 135. A parte que se considerar prejudicada por
decisão administrativa do Presidente ou do Corre-
Art. 130. Dos atos, das decisões, resoluções e despa-
gedor Regional dela poderá interpor recurso.
chos dos Juízes ou Juntas Eleitorais, caberá recurso
para o Tribunal conforme dispuserem o Código Elei- § 1º São recorríveis apenas as decisões monocráticas
toral, leis especiais, resoluções e instruções do Tri- terminativas de que manifestamente resultar, ou
bunal Superior Eleitoral. puder resultar, restrição de direito ou prerrogativa,
determinação de conduta ou anulação de ato ou
§ 1º No processamento dos recursos aplicam-se,
decisão, nos casos de processo disciplinar, reclama-
subsidiariamente, as normas do Código de Processo
ção disciplinar, representação por excesso de prazo,
Civil.
procedimento de controle administrativo ou pedido
§ 2º Dos atos sem conteúdo decisório não caberá de providências.
recurso.
§ 2º O recurso será apresentado, por petição fun-
§ 3º Os recursos eleitorais não têm efeito suspensivo. damentada, ao prolator da decisão impugnada, o
(Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de qual poderá reconsiderá-la no prazo de 05 (cinco)
18/05/2015) dias ou submeter aquele à apreciação do Tribunal.
Art. 131. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o
recurso deverá ser interposto no prazo de 03 (três)
dias da publicação do ato, resolução ou decisão.

378 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º Relatará o recurso administrativo o prolator da Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
decisão recorrida; quando se tratar de decisão pro- resultar agravamento da sanção anteriormente apli-
ferida pelo Presidente, o recurso, a juízo dele, pode- cada.
rá ser livremente distribuído.
Capítulo XX - Dos Recursos Ordinário, Especial e de
Art. 136. O prazo para interposição do recurso ad- Agravo de Instrumento
ministrativo é de 30 (trinta) dias, quando se tratar
Art. 141. As decisões do Tribunal são terminativas,
de matéria regulada pela Lei n.º 8.112/90156, e de 10
ressalvados os casos seguintes, em que cabe recurso
(dez) dias nos demais casos, nos termos da Lei n.º
para o Tribunal Superior Eleitoral:
9.784/99157, contado a partir da ciência ou divulga-
ção oficial da decisão recorrida. I - em recurso especial:
a) quando proferidas contra expressa disposição de
30 dias para recorrer  Processos previstos na Lei n.º lei;
8.112 de 11 de dezembro de 1990.
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei
10 dias para recorrer  Processos previstos na Lei n.º
entre dois ou mais Tribunais Eleitorais.
9.784 de 29 de janeiro de 1999.
II - em recurso ordinário:
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recur- a) quando versarem sobre inelegibilidade ou expedi-
so administrativo deverá ser decidido no prazo má- ção de diplomas nas eleições federais e estaduais;
ximo de 30 (trinta) dias, a partir da data de seu rece-
bimento pelo Relator. b) quando anularem diplomas ou acarretarem perda
de mandatos eletivos federais ou estaduais;
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior po-
derá ser prorrogado por igual período, ante justifica- c) quando denegarem habeas corpus, mandado de
tiva explícita da parte interessada. segurança, habeas data ou mandado de injunção.

Art. 137. Salvo disposição legal em contrário, o re- Art. 142. Denegado o recurso especial, o recorrente
curso não tem efeito suspensivo. poderá interpor, dentro de 03 (três) dias, agravo de
instrumento, nos termos da lei.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, Capítulo XXI - Do Recurso Criminal
o Relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recur- Art. 143. No processo, no julgamento e na execução
so. dos recursos criminais, aplicar-se-ão, de forma sub-
Art. 138. O recurso não será conhecido quando in- sidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal,
terposto: bem como as disposições da Lei n.º 9.099/1995,
aplicáveis à espécie.
I - fora do prazo;
Título V - Das Audiências
II - por quem não seja legitimado;
Art. 144. O Relator realizará as audiências necessá-
III - após exaurida a esfera administrativa. rias à instrução do feito, presidindo-as em dia e hora
Parágrafo único. O não conhecimento do recurso não designados, intimadas as partes e ciente o Procura-
impede a Administração de rever de ofício o ato ile- dor Regional Eleitoral.
gal, desde que não ocorrida preclusão administrativa. § 1º Funcionará como Escrivão o servidor designado
Art. 139. A decisão final do Tribunal substitui a deci- pelo Relator.
são recorrida, para todos os efeitos. § 2º Das audiências lavrar-se-á termo próprio, auten-
Art. 140. Os processos administrativos de que resul- ticado pelo Relator, que será juntado aos autos.
tem sanções poderão ser revistos, a qualquer tem- Art. 145. As audiências serão públicas, salvo se o
po, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos processo tramitar em segredo de Justiça.
novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de
justificar a inadequação da sanção aplicada. Art. 146. Quando a prova depender de conhecimen-
to técnico, o Relator poderá ordenar a realização de
perícia, que será realizada pelo perito que nomear,
156
Lei n.º 8.112 de 11 de dezembro de 1990  Dispõe sobre o no prazo que fixar.
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarqui-
as e das fundações públicas federais.
§ 1º O custo da perícia correrá por conta da parte
157
Lei n.º 9.784 de 29 de janeiro de 1999  Regula o processo
que a tenha requerido.
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 379
§ 2º As partes podem indicar assistentes, até o início V - a petição será precedida de folha de rosto, es-
da perícia, para acompanhar os trabalhos técnicos. pecificando o destinatário, a data do documento, o
assunto, o remetente e o número de folhas que se-
§ 3º Realizada a perícia, o perito apresentará laudo
rão transmitidas;
conclusivo, no prazo que lhe houver sido concedido.
VI - tratando-se de petição intermediária ou recur-
§ 4º Os assistentes técnicos oferecerão seu parecer
sal, será obrigatório inserir ainda, na folha de rosto,
no prazo comum de 10 (dez) dias após a apresenta-
o número e a classe do processo.
ção do laudo, independentemente de intimação.
Art. 154. O recebimento de petições por fac-símile
Art. 147. O poder de polícia, nas audiências, compete
dar-se-á nos dias úteis das 12 (doze) às 19 (dezeno-
ao Relator, que determinará as providências neces-
ve) horas, observado o horário de Brasília.
sárias à manutenção da ordem.
§ 1º Quando a transmissão de petições tiver início
Título VI - Da Secretaria
antes das 19 (dezenove) horas e terminar após esse
Art. 148. A Secretaria e os serviços auxiliares do Tri- horário, tal fato será certificado no verso da petição,
bunal serão organizados na forma estabelecida em e o documento será protocolizado no dia útil subse-
regimento próprio. quente.
Título VII - Do Processo Disciplinar Contra Magistra- § 2º Será considerado, para fins de atendimento do
dos prazo processual, o horário de início da transmissão
Art. 149. Eventual reclamação ou representação certificada no documento, desde que ela se comple-
contra Juiz Eleitoral deverá ser dirigida ao Correge- te sem interrupção.
dor Regional Eleitoral, atendidas as normas do Con- § 3º Havendo divergência entre a data ou o horário
selho Nacional de Justiça. do recebimento no Tribunal e a data ou o horário
Art. 150. Qualquer reclamação ou representação registrado pelo aparelho do remetente na petição
contra Juiz do Tribunal deverá ser dirigida ao Presi- transmitida, o fato será certificado no próprio docu-
dente, obedecidas as normas do Conselho Nacional mento, prevalecendo os dados registrados no Tribu-
de Justiça. nal.

Art. 151. O Presidente do Tribunal ou o Corregedor § 4º Ao remetente valerá como comprovante de


Regional Eleitoral poderão ordenar, de plano, o ar- transmissão o relatório expedido pelo aparelho de
quivamento de qualquer reclamação ou representa- fac-símile, exclusivamente quanto a endereçamento
ção que se mostrar manifestamente infundada ou telefônico, número de páginas e eficácia do resulta-
que envolver, exclusivamente, matéria jurisdicional, do.
passível de impugnação pelos recursos ordinários. Art. 155. O relatório emitido pelo equipamento re-
Título VIII - Do Uso do Fac-Símile ceptor constitui prova de transmissão e recebimento,
devendo ser anexado à petição recebida.
Art. 152. É autorizada a utilização de sistema de
transmissão de dados e imagens por fac-símile para a Art. 156. As ocorrências verificadas durante o rece-
prática de atos processuais no âmbito do Tribunal, bimento da petição serão certificadas no verso da
sem prejuízo das formas convencionais existentes. última folha do documento, em carimbo próprio, em
que constarão também o nome do responsável pelo
Art. 153. São admitidas petições por fac-símile, ob- recebimento, o horário do término da transmissão e
servadas as seguintes condições: o número de folhas recebidas.
I - o recebimento será permitido exclusivamente Art. 157. A utilização de sistema de transmissão de
por meio dos equipamentos instalados na Seção de dados e imagens não prejudica o cumprimento dos
Protocolo deste Tribunal; prazos, devendo os originais ser protocolizados,
II - os equipamentos de fac-símile que receberão as necessariamente, até 05 (cinco) dias da data de seu
petições utilizarão, preferencialmente, papel pa- término.
drão; caso contrário, serão providenciadas cópias Parágrafo único. Nos atos não sujeitos a prazo, os
para a perpetuação do documento; originais deverão ser entregues, necessariamente,
III - atendimento às exigências das normas proces- até 05 (cinco) dias da data do recebimento do mate-
suais; rial.

IV - assinatura do advogado da parte ou do interes-


sado;

380 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 158. A Seção de Protocolo indicará, na página do independentemente de determinação judicial ou de
Tribunal na internet, os números das linhas telefôni- requerimento da parte, certificando-se após. (Incluí-
cas que poderão ser utilizadas. do pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
Art. 159. O uso inadequado do procedimento esta- § 4º A intimação do Ministério Público, do defensor
belecido nesta Resolução, com a intenção de causar nomeado e do defensor público será sempre pesso-
prejuízo ou lesão a direito das partes ou ao serviço al. (Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de
judiciário, implicará responsabilidade civil e criminal 18/05/2015)
do advogado, além das sanções processuais cabíveis.
Art. 164. Salvo disposição em contrário, aplicam-se
Art. 160. A adequada remessa das mensagens e a subsidiariamente as regras comuns de Direito, na
tempestividade do peticionamento pelo sistema de contagem dos prazos a que se refere este Regimen-
transmissão de dados e imagens serão de inteira to.
responsabilidade do remetente.
Art. 165. São isentos de custas os processos, as cer-
Parágrafo único. Os riscos de não obtenção de linha, tidões e quaisquer outros papéis fornecidos para
ou de defeito de transmissão ou de recepção, corre- fins eleitorais, ressalvadas as exceções da lei.
rão à conta do remetente e não escusarão o cum-
Art. 166. Os pedidos de extração de certidões de
primento dos prazos legais, cabendo ao interessado
documentos existentes no Tribunal, ou de peças de
certificar-se da qualidade da recepção e de seu con-
processos em andamento ou findos, ou de atos pu-
teúdo.
blicados no órgão oficial, deverão ser requeridos por
Título IX - Disposições Gerais escrito, declarando-se o fim a que se destinam.
Art. 161. A organização administrativa, a competên- § 1º Nos processos sujeitos a segredo de Justiça e
cia dos órgãos integrantes, as atribuições dos titula- naqueles em que se tenha restringido a publicidade
res das funções comissionadas, os grupos ocupacio- de atos processuais, o direito de consultar os autos e
nais que constituem seu quadro de pessoal, a norma- de pedir certidões é restrito às partes e a seus procu-
tização de seus institutos e dos princípios disciplina- radores; o terceiro que demonstrar interesse jurídico
res, bem como o regime jurídico de seus servidores poderá requerer certidão restrita ao dispositivo da
constarão do Regimento da Secretaria do Tribunal. sentença e do acórdão.
Art. 161-A. As folhas dos autos serão numeradas e § 2º Nos processos sujeitos a segredo de Justiça, será
não excederão 250 (duzentos e cinquenta) por vo- resguardado o sigilo até o julgamento, no caso de
lume, salvo para manter a integralidade de docu- ação originária ou de petição dirigida ao Tribunal;
mento ou cumprir expressa determinação em con- tanto o sigilo quanto a limitação no fornecimento de
trário. (Incluído pela Resolução do TRE/PR n.º 705 de cópias não prevalecerão nos casos de recursos,
18/05/2015) quando houver decisão na primeira instância, exce-
tuados os documentos que devam ser de conheci-
Art. 162. O Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal
mento restrito.
Regional Eleitoral do Paraná (DJE) é o meio oficial de
publicação dos atos judiciais do Tribunal. Art. 167. Os autos restaurados em virtude de perda
ou extravio, depois de homologada ou julgada a
Art. 163. Ressalvadas as disposições legais, as inti-
restauração, sempre que possível pelo mesmo Rela-
mações e as notificações dar-se-ão pelo DJE, exceto
tor, suprirão os desaparecidos, seguindo o processo
se a parte não for representada por advogado, hipó-
os trâmites normais.
tese em que serão pessoais.
Art. 168. Não serão recebidos requerimentos, alega-
§ 1º Existindo mais de um advogado de cada uma
ções, representações, anônimos ou desrespeitosos
das partes, poderá ser mencionado somente o nome
ao Tribunal, a Juízes ou autoridades públicas.
daquele que em primeiro lugar tenha subscrito a
petição inicial, ou a contestação, ou a primeira inter- Art. 169. Será de 05 (cinco) dias, se outro não lhes
venção nos autos, salvo manifestação expressa em for assinado, o prazo para que Juízes Eleitorais pres-
contrário, apreciada pelo juiz. (Incluído pela Resolu- tem informações, cumpram requisições ou proce-
ção do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015) dam a diligências determinadas pelo Tribunal ou por
seu Presidente, sob pena de ser instaurado pela Cor-
§ 2º Feita a publicação, a Secretaria lançará a corres-
regedoria Regional Eleitoral procedimento para apu-
pondente certidão nos autos. (Incluído pela Resolu-
ração de responsabilidade.
ção do TRE/PR n.º 705 de 18/05/2015)
§ 3º Constatado erro ou omissão de elemento indis-
pensável na publicação efetuada, outra será feita,
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 381
Art. 170. É defeso às partes e a seus procuradores Art. 177. Este Regimento entrará em vigor na data de
empregar expressões injuriosas, caluniosas e difa- sua publicação no DJE, revogada a Resolução TRE-PR
matórias, nos autos ou em quaisquer outros papéis n.º 602, de 23 de maio de 2011 e, em especial, a
que tenham trâmite no Tribunal, cabendo ao Rela- Resolução TRE/PR n.º 527, de 17 de abril de 2008.
tor, de ofício ou a requerimento do ofendido, man-
SALA DE SESSÕES DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITO-
dar riscá-las, comunicando o fato ao Conselho da
RAL DO PARANÁ, em 12 de novembro de 2013.
Ordem dos Advogados, Secção do Paraná, quando
decorrerem de atos praticados por advogados. Noções de Direito Processual Civil
Art. 171. O Tribunal realizará, anualmente, no dia 07
de junho, data de sua instalação, sessão solene para Antes de adentrarmos ao estudo da parte do direi-
comemorar o evento, salvo impossibilidade. to processual civil, faremos uma breve introdução a
este ramo do direito.
Parágrafo único. Na mesma oportunidade, o Tribunal
outorgará a “Medalha do Mérito das Araucárias” Conceito de Processo
àqueles que tenham prestado relevantes serviços à
Justiça Eleitoral do Paraná, e afixará a foto do ex- É uma relação jurídica, pois apresenta tanto o seu
presidente na respectiva Galeria. elemento material (o vínculo entre as partes e o
Juiz), como o formal (regulamentação pela norma
jurídica), produzindo uma nova situação para os
que nele se envolvem. A finalidade do processo é
resolver um litígio através da aplicação concreta da
lei pelo Juiz. De acordo com algumas doutrinas, um
processo vincula três pessoas, porém, o órgão ju-
risdicional (o juiz) se coloca num plano superior, e
as partes (autor e réu) se submetem a sua sobera-
nia. O vínculo das partes não é estabelecido entre
si, mas entre elas e o Juiz. O direito das partes se
Art. 172. A Escola Judiciária Eleitoral do Paraná terá exerce perante o Juiz e nunca perante a outra par-
a organização e funcionamento estabelecidos no te.
Regimento da Secretaria do Tribunal.
Art. 173. O Tribunal editará a Revista Paraná Eleito-
Juiz
ral, que contará com um Conselho Editorial e estru-
tura acadêmica para veiculação de temas de interes-
se eleitoral.
Art. 174. As alterações deste Regimento serão feitas Autor Réu
mediante emendas regimentais.
§ 1º Qualquer Juiz do Tribunal poderá propor a alte- Em regra, um processo nasce porque existe um
ração deste Regimento, mediante proposta escrita e litígio (uma lide), ou seja, a parte contrária oferece
articulada, que será discutida e votada em sessão algum tipo de resistência quanto à sua consecução.
com a presença de todos os seus integrantes.
Segundo o doutrinador Carnelutti, lide “é o conflito
§ 2º A emenda regimental, para ser aprovada, neces- de interesses qualificado por uma pretensão resisti-
sita da anuência da maioria absoluta dos Juízes do da ou insatisfeita”. É uma questão judicial em que
Tribunal. as partes buscam mostrar e provar a verdade ou
Art. 175. O recesso forense compreenderá o período razão de seu direito, ou seja, já existe o litígio.
de 20 de dezembro a 6 de janeiro (Lei n.º 5.010, de No entanto, há processos em que não existe a lide,
1966, art. 62, inciso I; Resoluções TSE n.º 18.154, de chamados de ações de jurisdição voluntária, haja
1992, e 19.763, de 1996). vista o autor apenas requer a tutela jurisdicional
Art. 176. Nos casos omissos, serão aplicados, de sem que haja a outra parte (réu). Não existe a resis-
forma subsidiária ou supletiva e nessa ordem o Re- tência ou litígio, apenas a necessidade que o poder
gimento interno do Tribunal Superior Eleitoral, o do judiciário decida ou confirme a decisão que as par-
Supremo Tribunal Federal e o do Superior Tribunal tes já tomaram antes da ação, como um divórcio
de Justiça. consensual por exemplo.

382 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Fontes do Direito Processual Civil ❷ Procedimentos Especiais
(artigos 539 a 770)
São praticamente as mesmas do direito em geral,
ou seja, a lei, a doutrina, a jurisprudência e os cos- São processos que possuem rito processual dife-
tumes (direito consuetudinário). renciado dos processos de Conhecimento e de Exe-
cução e, portanto, precisam ser regulados em capí-
O código de Processo Civil (Lei n.º 13.105 de 16 de
tulos separados. Temos processos de jurisdição
março de 2015) é a principal lei que regula o pro-
contenciosa, onde há litígio e, também, processos
cesso dos ramos de direito que não são penais
de jurisdição voluntária (onde não há litígio).
(criminais). Não envolve somente a forma, o modo
e os termos do desenvolvimento da relação pro- As ações de Consignação em Pagamento, de Exigir
cessual: compreende tudo o que concerne ao exer- Contas, Possessórias, de Divisão e Demarcação de
cício da jurisdição cível. Terras Particulares, de Dissolução Parcial de Socie-
dade, de Inventário e Partilha, Embargos de Tercei-
Na Parte Geral do Código de Processo Civil (artigos
ro, Oposição, Habilitação, Ações de Família, Moni-
1º a 317) temos sobre as normas gerais de um pro-
tória, Homologação do Penhor Legal, Regulação de
cesso, tais como as regras de competência (onde
Avaria Grossa e Restauração de Autos são proces-
devem tramitar os processos), regras para a atua-
sos de jurisdição contenciosa.
ção das partes, dos procuradores (advogados), dos
juízes, auxiliares da justiça e membros do Ministé- Já nos procedimentos de Notificação, Interpelação
rio Público. Traz também sobre a forma, o lugar e e Alienação Judicial, Divórcio, Separação Consensu-
os prazos para a prática dos atos processuais, sobre al, Extinção Consensual de União Estável, Alteração
citações e intimações e sobre distribuição, registro do Regime de Bens do Matrimônio, Testamentos e
e nulidades. E, por fim, há regras sobre a tutela Codicilos, Herança Jacente, Bens dos Ausentes,
provisória e sobre a formação, a suspensão e a Coisas Vagas, Interdição, Tutela e Curatela, Organi-
extinção dos processos. zação e Fiscalização das Fundações, Ratificação dos
Protestos Marítimos e Processos Testemunháveis
Já na Parte Especial (artigos 318 a 1.044), a lei re-
Formados a Bordo são de jurisdição voluntária, já
gula sobre o andamento de cada um dos tipos de
que nestes processos não há litígio.
processos, ou seja, desde a petição inicial até a
sentença, incluindo os recursos e o cumprimento ❸ Processo de Execução
das decisões.
(artigos 771 a 925)
E ao final do código temos as Disposições Finais e
É ação de provimento jurisdicional eminentemente
Transitórias (artigos 1.045 a 1.072), que dispõem
satisfativa do direito do autor. Procede-se quando
sobre detalhes da lei, inclusive sua vigência e alte-
o credor (autor do processo) tem em mãos um
rações causadas em outras normas.
título executivo extrajudicial, ou seja, um docu-
mento que por si só já garante o seu direito, como,
Tipos de Processo
por exemplo, uma letra de câmbio ou um cheque
❶ Processo de Conhecimento (lista completa no artigo 784). Na execução o direi-
to contemplado na regra jurídica concreta traduz-
(artigos 318 a 538 + 926 a 1.044) se em fatos reais.
É aquele em que a tutela jurisdicional exerce a mais
genuína das missões: a de dizer o direito (ius dice- Direito Processual Civil e Direito Civil
re), a do poder de julgar. Tem como finalidade a
Muitos confundem o direito processual civil com o
obtenção de uma sentença que decida um conflito
direito civil. Como vimos anteriormente, o Direito
de interesses. O processo de conhecimento poderá
Processual Civil rege a solução de conflitos por
apresentar uma decisão Constitutiva e Condenató-
meio do exercício da jurisdição, função exercida
ria, onde o autor, além de requerer que seja decla-
pelos magistrados e nos limites da lei.
rado o seu direito, busca a criação, modificação ou
extinção de uma relação jurídica. É a busca da fixa- Na prática, o Direito Processual Civil explica como
ção de uma consequente obrigação de dar, de pa- acontece o andamento de um processo dentro do
gar uma quantia, de fazer ou não fazer alguma poder judiciário. Suas normas tem caráter instru-
coisa. Há também a sentença meramente Declara- mental e buscam a efetividade das leis materiais.
tória, que visa somente à declaração da existência
ou não de uma relação jurídica.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 383
Já o Direito Civil é um conjunto de normas (em associação que preencham os requisitos da lei que
especial o Código Civil - Lei n.º 10.406 de 10 de trata da ACP (Lei n.º 7.347 de 24 de julho de 1985).
janeiro de 2002) que regulam as relações entre os
4. Ação de Execução  Ação para obrigar cumpri-
particulares que se encontram em uma situação de
mento de um direito já reconhecido (artigos 771 a
equilíbrio de condições. Define parâmetros que
925 do Código de Processo Civil).
regem as relações das pessoas físicas e jurídicas. O
direito civil trata de assuntos como obrigações (de 5. Ação de Jurisdição Voluntária  É aquela ação
fazer, de não fazer, de entregar coisa e de pagar), em que não há conflito entre duas partes adversá-
direitos de vizinhança, regras que regulam as em- rias. Por exemplo, as ações declaratórias de direitos
presas, direito de família e regras sobre bens, por são ações de jurisdição voluntária.
exemplo. Portanto, estabelece as condições em 6. Ação Declaratória  É um pedido que a pessoa
que os membros de uma comunidade podem rela- faz para que o Judiciário declare a existência (ou
cionar-se, nos mais variados sentidos. inexistência, se o juiz assim entender) de uma rela-
ção ou situação jurídica. Por exemplo, ação de pe-
Glossário de Termos do Processo Civil
dido de naturalização.
158
www.prba.mpf.mp.br/sala-de-imprensa/glossario 7. Ação Rescisória  É uma ação autônoma (um
remédio), que tem por objetivo desfazer os efeitos
1. Ação  Direito que qualquer pessoa tem para
de sentença já transitada em julgado, ou seja, na
buscar uma decisão judicial por meio de um pro-
qual já não caiba qualquer recurso, tendo em vista
cesso.
a existência de um vício que a torne anulável (arti-
2. Ação Cível Originária  É a ação cível que se gos 966 a 975 do Código de Processo Civil).
inicia nos tribunais, e não nos juízos monocráticos,
8. Acautelar Ato de defender-se ou prevenir-se.
como as demais ações cíveis. A competência para
processar e julgar a ação cível originária tem natu- 9. Acórdão  Decisão judicial proferida por um
reza funcional e funda-se na qualidade da parte ou grupo de magistrados. É o que acontece nos tribu-
na matéria de litígio. Por exemplo, a Constituição nais, quando um grupo de ministros ou desembar-
Federal atribui ao Supremo Tribunal Federal a gadores (dependendo do tipo de tribunal) decide
competência para processar e julgar o litígio entre um processo ou recurso por maioria de votos (arti-
Estados estrangeiros ou organismos internacionais go 204 do Código de Processo Civil).
e a União, Estados, Distrito Federal e Territórios,
10. Ad hoc  (latim) Para isso. Diz-se de pessoa ou
inclusive entre os órgãos da administração indireta.
coisa preparada para determinada missão ou cir-
3. Ação Civil Pública  É uma ação que visa apurar cunstância: secretário ad hoc, defensor ad hoc.
a responsabilidade por danos morais e patrimoniais
11. Advogado Dativo ou Assistente Judiciário  É o
causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a
advogado nomeado por um juiz, no curso de uma
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
ação, para prestar assistência a uma pessoa que
turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse
não possui condições de pagar as custas do proces-
difuso ou coletivo, por infração da ordem econômi-
so ou os honorários do advogado. Pode acontecer
ca, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de
também de, mesmo a parte tendo advogado, este
grupos raciais, étnicos ou religiosos e, também,
não comparecer a um ato judicial, como por exem-
proteção ao patrimônio público e social. Pode ser
plo, na oitiva das testemunhas, e então ser neces-
ajuizada pelo Ministério Público, Defensoria Públi-
sário um defensor dativo.
ca, União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
autarquias, empresas públicas, fundações públicas, 12. Agravo  Recurso contra decisão interlocutória
sociedades de economia mista e alguns tipos de ou contra despacho de juiz ou membro de tribunal
agindo singularmente. Há três tipos previstos no
Código de Processo Civil: o Agravo de Instrumento
158
Comentário  O presente glossário teve alterações de texto e (artigos 1.015 a 1.020), o Agravo Interno (artigo
exemplos para seu melhor entendimento (Prof. Thais Nu- 1.021) e o Agravo em Recurso Especial ou Extraor-
nes). dinário (artigo 1.042).
OLIVEIRA, Maria Célia Néri de. Ministério Público Federal para
13. Ajuizar  Propor uma ação, ingressar em juízo.
Jornalistas - Por dentro do MPF. 1ª Edição, PGR, 2005.
Plácido e Silva. Vocabulário Jurídico. 20ª Edição, Editora Forense,
2002.
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Juridiquês em Bom
Português. 1ª Edição, Ediouro Editora, 2005.

384 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
14. Amicus curiae  (latim) Amigo do tribunal, sig-
nificando o terceiro no processo que é convocado
pelo juiz para prestar informações ou esclarecer
questões técnicas, inclusive jurídicas, que interes-
sam à causa.
15. Apelação  É um dos recursos de que se pode
utilizar a pessoa prejudicada pela sentença para
que, subindo a ação à superior instância, e, conhe-
cendo o mérito da apelação, o tribunal pronuncie
uma nova sentença, confirmando ou modificando a
primeira decisão judicial (artigos 1.009 a 1.014 do
Código de Processo Civil).
16. Arbitragem  É uma forma para solucionar
litígios, entre pessoas capazes de contratar, relati-
vos a direitos patrimoniais disponíveis. A arbitra-
gem poderá ser de direito ou de equidade, a crité-
rio das partes. As partes poderão escolher, livre-
mente, as regras de direito que serão aplicadas na
arbitragem, desde que não haja violação aos bons
costumes e da ordem pública (Lei n.º 9.307 de 23
de setembro de 1996).
17. Arguição de Impedimento e de Suspeição 
Processo utilizado para afastar da causa um juiz
que esteja proibido de atuar no processo (impedi-
mento - art. 144 do Código de Processo Civil) ou
sobre o qual haja uma desconfiança de parcialidade
(suspeição - art. 145 do Código de Processo Civil). O 21. Baixa dos Autos  Expressão que significa a
impedimento e a suspeição também são aplicáveis, volta dos autos do grau superior (tribunais) para o
no que couber, a membros do Ministério Público, juízo originário, após julgamento do último recurso
auxiliares da justiça e demais sujeitos imparciais do cabível e interposto.
processo. 22. Bis in idem  (latim) Significa repetição da
18. Assistência Judiciária  Direito previsto na mesma coisa. Serve para qualificar impostos cobra-
Constituição Federal para pessoas comprovada- dos em duplicidade, uma pessoa ser julgada duas
mente pobres que não estiverem em condições de vezes pelo mesmo crime, entre outros procedimen-
utilizar a atividade jurisdicional do estado pagando tos indevidamente duplicados. Já o termo non bis
as despesas ou custas judiciais sem prejuízo do in idem é a locução latina que significa sem repeti-
sustento próprio e de sua família. É promovida ção e é empregada para significar que não se de-
através da Defensoria Pública - incumbida da orien- vem aplicar duas penas sobre a mesma falta.
tação jurídica e da defesa daqueles necessitados 23. Capacidade Processual  É a capacidade de a
que comprovarem insuficiência de recursos (artigos pessoa ser parte (autor ou réu) e estar em juízo, ou
5º LXXIV e 134 e 135 da Constituição Federal). seja, estar em pleno gozo do exercício de seus pró-
19. Autos  É o nome que se dá ao conjunto das prios direitos na relação jurídica processual. A pes-
peças que compõem um processo, incluindo todos soa, jurídica ou natural, possui na relação proces-
os anexos e volumes. É o processo materializado. sual a capacidade de direito (adquire direitos) e a
capacidade de exercício (gere seus próprios direi-
20. Autuação  É o ato que consiste em dar exis- tos).
tência material a um processo. É “montar” os autos
com uma capa (na qual constam indicações como 24. Carta Precatória  É o expediente pelo qual o
nomes do autor e réu, data de distribuição, uma juiz se dirige ao titular de outra jurisdição que não
breve descrição do assunto e o número que aquele a sua, de categoria igual ou superior, para solicitar-
processo recebeu) e juntada de todos os documen- lhe que seja feita determinada diligência que só
tos, atos e termos do processo, desde a petição pode ter lugar no território cuja jurisdição lhe está
inicial até a decisão final, com todos os recursos. afeta.

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O juiz que expede a precatória é chamado de de- der para agir em determinada situação. Existem os
precante e o que recebe, deprecado. A precatória, conflitos negativos, quando ambos os juízes dizem
ordinariamente, é expedida por carta, mas, quando que não são competentes para julgar a causa, e os
houver urgência, por telegrama, radiograma, tele- conflitos positivos, quando dois juízes se dizem
fone, fax, meio eletrônico ou em mãos do procura- competentes para a mesma causa (artigos 951 a
dor (artigos 260 a 268 do Código de Processo Civil). 959 do Código de Processo Civil).
25. Carta Rogatória  É parecida com a carta pre- 34. Contencioso  Todo ato que possa ser objeto
catória, porém dirigida a justiça estrangeira. É o de contestação ou de disputa, opondo-se, por isso,
expediente pelo qual o juiz pede à justiça de outro ao sentido de voluntário (em que não há contesta-
país a realização de atos jurisdicionais que necessi- ção nem disputa) ou ao gracioso (em que não se
tam ser praticados em território estrangeiro (artigo admite contenda).
36 do Código de Processo Civil).
35. Contenda  Litígio. Sinônimo de controvérsia,
26. Citação  Citação é o ato pelo qual se chama a alteração, disputa.
juízo o réu ou o interessado a fim de se defender. É
36. Contraditório  Princípio constitucional que
quando pela primeira vez alguém é chamado para
assegura a toda pessoa tem direito de ampla atua-
defesa (artigos 238 a 259 do Código de Processo
ção processual no caso de sofrer um processo ou
Civil).
para proteção do seu direito quando move um
27. Citra petita  (latim) Decisão na qual o juiz ou processo (Constituição Federal - artigo 5º inciso
tribunal decide menos do que deveria, ou seja, LV).
aprecia menos do que foi pedido.
37. Data venia  (latim) Com devido consentimen-
28. Coisa Julgada  A expressão é usada para de- to, dada a vênia. Expressão respeitosa com que se
signar o momento em que a decisão judicial se pede ao interlocutor permissão para discordar de
torna definitiva, não sendo mais possível entrar seu ponto de vista.
com qualquer recurso contra ela. A coisa julgada
38. De facto  (latim) De fato. Diz-se das circuns-
torna imutável e indiscutível o que o juiz ou tribu-
tâncias ou provas materiais que têm existência
nal decidiu (artigo 337 § 4º do Código de Processo
objetiva ou real. Opõe-se a de jure.
Civil).
39. De jure  (latim) De direito. Opõe-se a de facto.
29. Comarca  A circunscrição territorial, compre-
endida pelos limites em que se encerra a jurisdição 40. Decadência  Perda de um direito pelo decurso
de um juiz de Direito. do prazo prefixado por lei ao seu exercício.
30. Common law  (inglês) Expressão que se refere 41. Decisão  Denominação genérica dos atos do
à família jurídica originada na Inglaterra e que, pelo juízo, provocada por petições das partes ou do
processo de colonização, espalhou-se pelos países julgamento do pedido. Em sentido estrito, pronun-
de língua inglesa, como os Estados Unidos. Origina- ciamento do juiz que resolve questão incidente.
riamente, significa “direito comum”, isto é, o direi- 42. Decisão Monocrática  Decisão proferida por
to costumeiro reconhecido pelos juízes. Contrapõe- um único juiz.
se ao Civil Law, o direito de raízes românico-
germânicas (Itália e Alemanha), caracterizado pela 43. Defensoria Pública  É instituição essencial à
predominância do direito positivo, como acontece função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
nos países de origem latina, como o Brasil. orientação jurídica e a defesa, integral e gratuita,
em todos os graus, daqueles necessitados que
31. Competência  É a medida ou extensão do comprovarem insuficiência de recursos.
poder de jurisdição de um juiz. Ou seja, a compe-
tência diz quais processos, que pessoas e em qual 44. Deferir  Acolher um requerimento, um pedi-
lugar deve ser julgada a causa por determinado juiz do, uma pretensão. Dizer “sim” a um pedido da
ou tribunal (artigos 21 a 69 do Código de Processo parte no processo.
Civil). 45. Demanda  É todo pedido feito em juízo.
32. Concessa venia  (latim) Com a devida permis- 46. Denegar  Indeferir, negar uma pretensão for-
são. mulada em juízo. Dizer “não” a um pedido da parte
33. Conflito de Competência  É o pedido para que no processo.
uma autoridade - imediatamente superior àquela
onde o conflito é suscitado - decida quem terá po-

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47. Deprecado  Designação dada ao juiz, ou juízo, que vai da citação inicial válida até a sentença (de-
para onde se enviou carta precatória a fim de aí ser cisão monocrática). A segunda instância é aquela
cumprida. em que se recebe a causa em grau de recurso que
será julgada pelo tribunal (grupo de magistrados).
48. Deprecante  Juiz que ordenou a expedição da
carta precatória na qual se faz requisição da prática 56. Edital  Ato pelo qual se faz publicar pela im-
de diligência ou ato na jurisdição do juiz deprecado. prensa, ou nos lugares públicos, certa notícia, fato
ou ordem, que deva ser divulgada ou difundida,
49. Deprecar  Enviar a carta precatória. Requisitar
para conhecimento das próprias pessoas nele men-
de juiz de jurisdição estranha à sua a prática de ato
cionadas, bem como às demais interessadas no
ou diligência, que se mostra necessária ao anda-
assunto.
mento do processo, sob sua direção, no território
sob jurisdição do juiz para quem se depreca. 57. Efeito Suspensivo  Suspensão dos efeitos da
decisão de um juiz ou tribunal, até que o tribunal
50. Despacho  São todos os atos praticados no
tome a decisão final sobre um recurso.
curso de um processo ou de um procedimento que
não possuem conteúdo decisório. Os despachos 58. Embargos  São dois tipos de recursos e duas
apenas ordenam a realização de determinadas formas de defesa previstas no Código de Processo
providências, para dar seguimento ao feito, como Civil que, embora tenham o mesmo nome, são
por exemplo, o agendamento de uma audiência ou aplicadas em momentos e tipos de processos dife-
o despacho ordenando a citação de um réu (artigo rentes. Como recurso temos os embargos de decla-
203 § 3º do Código de Processo Civil). ração (artigos 1.022 a 1.026) e os embargos de
divergência (artigos 1.043 e 1.044). Já como defesa
temos os embargos à execução (artigos 914 a 920)
e os embargos de terceiro (artigos 674 a 681). Cada
um deles serve para um tipo de questionamento e
possuem procedimentos próprios.
59. Ementa  Súmula que contém a conclusão do
que diz o enunciado de uma decisão do judiciário
ou do texto de uma lei, relacionado com uma sen-
tença.
60. Entrância  Hierarquia das áreas de jurisdição
(comarcas) que obedece às regras ditadas pela Lei
de Organização Judiciária de cada estado, como,
por exemplo, movimento forense, densidade de-
51. Desaforamento  É o deslocamento de um mográfica, receitas públicas, meios de transporte,
processo, já iniciado, de um foro para outro, trans- situação geográfica e fatores socioeconômicos de
ferindo-se para este a competência para dele co- relevância.
nhecer e julgá-lo. 61. Erga omnes  (latim) Contra todos, a respeito
52. Dilação  Expressão usada para requerer a de todos ou em relação a todos.
prorrogação de prazos processuais. 62. Ex officio  (latim) Por obrigação do ofício, feito
53. Diligência  Providências a serem executadas oficialmente. Ato que se executa por dever do ofí-
no curso de um processo para esclarecimento de cio.
questões relacionadas aos assuntos nele tratados. 63. Extemporâneo  Intempestivo, fora do tempo
Uma diligência pode acontecer por iniciativa do juiz oportuno.
(de ofício) ou atendendo requerimento das partes
ou do Ministério Público. 64. Extra petita  (latim) Além do pedido. Diz-se do
julgamento proferido em desacordo com o pedido
54. Doutrina  Conjunto de princípios expostos nos ou natureza da causa.
livros de Direito, em que firmam teorias ou se fa-
zem interpretações sobre a ciência jurídica. 65. Facultas agendi  (latim) Direito de agir. O
exercício do direito subjetivo.
55. Duplo Grau de Jurisdição  Princípio da organi-
zação do Judiciário que determina a existência de 66. Feito  É o mesmo que processo, procedimento
instância inferior e superior. A primeira instância se e ação.
constitui no juízo onde se inicia a ação principal,

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67. Foro Especial ou Privilegiado  É aquele que se 76. In pari causa  (latim) Em causa semelhante.
atribui competente para certas espécies de ques-
77. In verbis  (latim) Nestas palavras.
tões ou ações, ou em que são processadas e julga-
das certas pessoas. O foro especial é determinado 78. Inaudita altera par  (latim) Sem ouvir a outra
por lei e não se pode ir a ele sem que o caso, em parte (a parte contrária).
razão da matéria ou da pessoa, lhe seja atribuído. 79. Inamovibilidade  Prerrogativa constitucional
68. Fumus boni juris  (latim) Fumaça do bom di- assegurada aos magistrados e membros do Minis-
reito. Expressão que significa que o direito alegado tério Público de não serem removidos de ofício,
é plausível. É geralmente usada como requisito ou salvo por promoção aceita, remoção a pedido ou
critério para a concessão de medidas liminares. em virtude de decisão do tribunal competente (ou
do Conselho Nacional de Justiça), diante do inte-
69. Função Jurisdicional  É uma das funções do
resse público.
Estado. A função jurisdicional compete ao Poder
Judiciário. A jurisdição como função "expressa o 80. Incapacidade  Falta de qualidades ou ausência
encargo que tem os órgãos estatais de promover a de requisitos indispensáveis para o exercício ou
pacificação de conflitos interindividuais, mediante a gozo de direitos.
realização do direito justo e através do processo" 81. Instância  Grau da hierarquia do Poder Judici-
(Cintra, Grinover e Dinamarco). ário. A primeira instância, onde em geral começam
70. Grau de Parentesco  É a medida da distância as ações, é composta pelo juiz de direito de cada
ou o espaço, havido entre os parentes, e regrado comarca (juiz estadual, federal, eleitoral ou do tra-
de uma geração a outra, adotada para evidência da balho). A segunda instância, onde são julgados
proximidade ou remoticidade, que prende ou vin- recursos e alguns processos de competência origi-
cula os parentes entre si. A contagem de grau é nária, é formada pelos Tribunais de Justiça e pelos
feita de dois modos: na linha reta e na linha colate- Tribunais Regionais Federais (TRF), Eleitorais (TRE)
ral. Na linha reta, o grau é determinado, na ascen- e do Trabalho (TRT). A terceira instância são os
dência ou descendência, pela evidência de cada tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE e STM), que
geração, tendo por base o autor comum. Na linha julgam recursos contra decisões dos tribunais de
colateral, há que se subir até que se encontre o segunda instância.
tronco comum e dele descer até a pessoa cujo pa- 82. Instrução  Fase processual em que o juiz, ou-
rentesco se quer graduar. O grau de parentesco vidas as partes, fixa os pontos controvertidos sobre
pode ser consanguíneo, civil ou por afinidade e está o qual incidirá a prova.
regulado nos artigos 1.591 a 1.595 do Código Civil.
Caso deseje aprender sobre contagem de grau de 83. Intervenção de Terceiros  Como o próprio
parentesco clique aqui e assista ao vídeo explicati- nome já define, são hipóteses em que terceiros
vo da prof. Thais Nunes no Youtube. interveem no processo para defender seus interes-
ses. O Código de Processo Civil traz cinco formatos
71. Grau de Jurisdição  É o mesmo que instância. de intervenção: a Assistência (artigos 119 a 124), a
Traduz a ordem de hierarquia judiciária, que se Denunciação da Lide (artigos 125 a 129), o Chama-
divide em inferior e superior. A inferior correspon- mento ao Processo (artigos 130 a 132), o Incidente
de, normalmente, aos juízes, que compõem a pri- de Desconsideração da Personalidade Jurídica (ar-
meira instância, e a superior, que corresponde aos tigos 133 a 137) e o Amicus Curiae (artigo 138).
tribunais.
84. Intimação  É o ato pelo qual se dá ciência a
72. Hipossuficiente  Aquele que tem direito à alguém dos atos e termos do processo, para que
assistência judiciária. faça ou deixe de fazer alguma coisa. São efetuadas
73. Impetrar  Requerer ou solicitar a decretação de ofício, em processos pendentes, salvo disposi-
de qualquer medida judicial, que venha assegurar o ção em contrário (artigos 269 a 275 do Código de
exercício de um direito ou a execução de um ato, Processo Civil).
como, por exemplo, impetrou um mandado de 85. Isonomia  Igualdade legal para todos. Princí-
segurança. pio de que todos são iguais perante a lei e que to-
74. Improbus litigator  (latim) Litigante desones- dos serão submetidos às mesmas regras jurídicas.
to. O que entra em demanda sem direito, por am- 86. Juizados Especiais  Órgãos jurisdicionais cria-
bição, malícia ou emulação. dos pela União, pelos estados e pelo Distrito Fede-
75. In casu  (latim) No caso em apreço, em julga- ral, competentes para a conciliação, o julgamento e
mento. a execução de causas cíveis de menor complexida-
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de e infrações penais de menor potencial ofensivo, 99. Litisconsorte  Participante de um litisconsór-
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo. cio. Cada autor (litisconsorte ativo) e/ou réu (litis-
São providos por juízes ou, juízes e leigos (juiz leigo consorte passivo) que participa de um processo
e conciliador), Nasceram no judiciário estadual a que tem um litisconsórcio.
partir da Lei n.º 9.099 de 26 de setembro de 1995
100. Ma-fé  Consciência da ilicitude na prática de
em substituição aos antigos Juizados de Pequenas
um ato com finalidade de lesar direito de terceiro.
Causas. Já na esfera da justiça federal (União) nas-
ceram a partir da Lei n.º 10.259 de 12 de julho de 101. Mandado  Ordem escrita da autoridade. É
2001. Há também Juizados Especiais da Fazenda chamado de mandado judicial quando expedido
Pública, criados pela Lei n.º 12.153 de 22 de de- por juiz ou membro de um tribunal (desembarga-
zembro de 2009, para regulamentar o processo, a dor ou ministro). Tem nomes específicos de acordo
conciliação e o julgamento das causas cíveis de com o objetivo, como por exemplo, mandado de
interesse dos Estados, Distrito Federal, Territórios e prisão, mandado de busca, mandado de intimação
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários e mandado de citação.
mínimos.
87. Julgamento  Ato da decisão jurisdicional efe-
tuado pelo Juiz ou pelo Tribunal ao resolver uma
causa.
88. Jure et facto  (latim) Por direito e de fato. Por
direito e de fato. Verdade absoluta que não admite
prova em contrário.
89. Juris tantum  (latim) De direito somente. O
que resulta do próprio direito e somente a ele per-
tence. Verdade relativa que admite prova em con-
trário.
90. Jurisdição  Extensão e limite do poder de jul- 102. Mandato  Opera-se o mandato quando al-
gar de um juiz. guém recebe de outrem poderes, para, em seu
91. Jurisprudência  É a interpretação reiterada, de nome, praticar atos, ou administrar interesses,
mesmo sentido, que os tribunais dão às leis, nos sendo a procuração o seu instrumento.
casos concretos que são levados a julgamento.
92. Lato sensu  (latim) Em sentido amplo.
93. Lavrar  Exarar por escrito, escrever, redigir,
escrever uma sentença ou ata, emitir, expressar.
94. Lei  1. Regra geral e permanente a que todos
estão submetidos. 2. Preceito escrito, formulado
solenemente pela autoridade constituída, em fun-
ção de um poder, que lhe é delegado pela sobera-
nia popular, que nela reside a suprema força do
Estado.
95. Lex legum  (latim) Constituição.
96. Lide  Litígio, processo, pleito judicial. É a ma-
103. Medida Cautelar  O mesmo que liminar. É
téria conflituosa que está sendo discutida em juízo.
um ato de precaução. É o pedido para antecipar os
97. Litis contestatio  (latim) Contestação da lide. efeitos da decisão, antes do seu julgamento, a fim
de proteger o direito de uma das partes. É conce-
98. Litisconsórcio  Reunião ou presença de mais
dida quando a demora da decisão causar prejuízos
de uma pessoa no processo que figuram como
(periculum in mora). Ao examinar a liminar, o mi-
autores ou réus, vinculados pelo direito material
nistro relator também avalia se o pedido apresen-
questionado. Simplificando, mas de um autor e/ou
tado tem fundamentos jurídicos aceitáveis (fumus
mais de um réu no mesmo processo (artigos 113 a
boni iuris).
118 do Código de Processo Civil).

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104. Medida Liminar  Decisão judicial provisória rem necessárias ao andamento da causa e ordena-
proferida nos 1º e 2º graus de jurisdição, que de- das pela autoridade judiciária (artigo 154 do Código
termina uma providência a ser tomada antes da de Processo Civil).
discussão do feito, com a finalidade de resguardar
114. Ofício  Comunicação escrita e formal entre
direitos. Geralmente concedida em ação cautelar e
autoridades da mesma categoria, ou de inferiores a
mandado de segurança.
superiores hierárquicos. Comunicação escrita e
105. Mens legis  (latim) O espírito da lei. formal que as autoridades e secretarias em geral
endereçam umas às outras, ou a particulares, e que
106. Mérito  É o assunto principal que está sendo
se caracteriza não só por obedecer a determinada
discutido em um processo. É a questão que deu
fórmula epistolar, mas, também, pelo formato do
origem à própria existência daquela ação. Nele é
papel (formato ofício). A palavra ofício também
que se funda o pedido do autor.
pode ser usada para definir cartório extrajudicial e
107. Meritum causae  (latim) Mérito da causa. tabelionato.
108. Ministério Público  Instituição permanente, 115. Onus probandi  (latim) Ônus da prova.
essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
116. Parecer  É a manifestação do Ministério Pú-
bindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
blico em uma ação, por meio da qual ele diz sua
democrático e dos interesses sociais e individuais
opinião sobre o pedido do autor, com base no que
indisponíveis. O Ministério Público abrange o Mi-
a lei dispõe sobre aquele assunto. O parecer do
nistério Público da União (Ministério Público Fede-
Ministério Público não obriga o juiz a proferir sen-
ral, Ministério Público do Trabalho, Ministério Pú-
tença segundo a posição do órgão. Pode ser tam-
blico Militar e Ministério Público do Distrito Federal
bém um parecer técnico expedido por peritos.
e Territórios) e o Ministério Público Estadual. O
chefe do MPU é o procurador-geral da República, 117. Parquet  (francês) Expressão francesa que
que também chefia o MPF. Já o chefe do Ministério designa Ministério Público.
Público Estadual é chamado de Procurador Geral
118. Parte  São os sujeitos do processo, chamados
de Justiça. A estrutura do Ministério Público Esta-
- de forma generalizada - de autor e réu. As deno-
dual está na Lei n.º 8.625 de 12 de fevereiro de
minações que as partes recebem variam em função
1993. Já a estrutura do Ministério Público da União
do tipo de ação proposta. Na ação penal é autor e
consta na Lei Complementar n.º 75 de 20 de maio
réu, no mandado de segurança é impetrante e im-
de 1993.
petrado, na ação cível comum é requerente e re-
querido, no processo de execução é exequente e
executado e assim por diante.
119. Peças  Instrumentos de um processo. Partes
do processo, como o termo de audiência ou uma
sentença por exemplo.

109. Norma  Regra, modelo, paradigma, forma ou 120. Pedido  É um dos requisitos da petição inici-
tudo que se estabelece em lei ou regulamento para al. É a solicitação feita pela parte autora e que irá
servir de padrão na maneira de agir. delimitar a decisão do juiz (artigos 322 a 329 do
Código de Processo Civil).
110. Notificação  Aviso judicial ou extrajudicial
pelo qual se dá conhecimento a uma pessoa de 121. Periculum in mora  (latim) Perigo na demora.
algum fato, que também é de seu interesse, a fim 122. Permissa Venia  (latim) Com o devido respei-
de que possa usar das medidas legais ou das prer- to.
rogativas que lhe sejam asseguradas por lei (artigos
27 I, 69 § 2º I, 230, 605 II, 703 § 3º, 726 a 729 e 854 123. Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo 
§ 6º do Código de Processo Civil). São os estados estrangeiros e todas as pessoas que
forem regidas pelo direito internacional público
111. Obligatio faciendi  (latim) Obrigação de fa- (artigo 42 do Código Civil Brasileiro).
zer.
124. Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno 
112. Obligatio non faciendi  (latim) Obrigação de São a União, os estados, o Distrito Federal, os terri-
não fazer. tórios, os municípios, as autarquias, as associações
113. Oficial de Justiça  É o serventuário da justiça públicas e todas as demais entidades de caráter
encarregado de proceder às diligências que se fize- público criadas por lei (artigo 41 do Código Civil
Brasileiro).
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125. Petição  De forma geral é um pedido escrito 136. Processo  Atividade por meio da qual se
dirigido ao juiz do processo ou ao tribunal. A peti- exerce concretamente, em relação a determinado
ção inicial é o pedido para que se comece um pro- caso, a função jurisdicional, e que é instrumento de
cesso. Outras petições podem ser apresentadas composição das lides. Pleito judicial, litígio, conjun-
durante o processo para requerer o que é de inte- to de peças que documentam o exercício da ativi-
resse ou de direito das partes. dade jurisdicional em um caso concreto, autos.
126. Prazo Dilatório  É aquele em que as partes, 137. Procurador  1. Aquele que tem procuração.
de comum acordo, podem reduzir ou prorrogar. 2. Advogado. 3. Advogado (servidor público) da
União, dos estados, municípios, Distrito Federal,
127. Precatório  É o nome que se dá ao documen-
autarquias, fundações públicas, empresas públicas
to expedido pelo Poder Judiciário contra o Poder
e sociedades de economia mista. 4. No Ministério
Público para que este efetue o pagamento de seus
Público da Federal e do Trabalho (ambos do MPU),
débitos oriundos de condenação em sentenças
o termo procurador substitui o termo promotor,
transitadas em julgado (artigo 100 da Constituição
que é utilizado para designar os membros do minis-
Federal). O precatório informa o valor da dívida,
tério público estadual, do ministério público militar
sua origem, credor e devedor. Requisição feita pelo
e no ministério público do Distrito Federal e Terri-
juiz de execução da decisão irrecorrível contra Fa-
tórios. Portanto, um membro do Ministério Público
zenda Pública, federal ou estadual ou municipal,
Federal é chamado de Procurador Federal, assim
para que as dívidas sejam pagas aos respectivos
como um membro do Ministério Público do Traba-
credores. Não se confunde com o termo precató-
lho é chamado de Procurador do Trabalho.
ria, que corresponde a carta precatória (item 21).
138. Proferir  Decretar, enunciar.
128. Preclusão  Perda do direito de manifestar-se
no processo, por não tê-lo feito na forma devida ou 139. Prolação  Ato pelo qual se profere ou se
na oportunidade devida. enuncia o que é feito. Significa publicação.
129. Preparo  Pagamento de custas processuais 140. Promotor  Membro do Ministério Público
exigidas em lei. Caso não haja preparo do ato pro- Estadual, que exerce suas funções como represen-
cessual haverá a deserção (artigos 99 § 5º e 7º, tante da sociedade, na defesa dos interesses indi-
1.007 e 1.023 do Código de Processo Civil). viduais e sociais indisponíveis.
130. Prescrição  Perda da ação atribuída a um 141. Protelar  Procrastinar, prolongar abusiva-
direito, que fica assim juridicamente desprotegido, mente, adiar propositadamente.
em consequência do não uso dela durante deter-
142. Provas  Demonstração da existência ou da
minado tempo.
veracidade daquilo que se alega como fundamento
131. Pretório  Sede de qualquer tribunal. do direito que se defende ou que se contesta. Todo
meio lícito e apto a firmar a convicção do juiz na
132. Prima facie  (latim) À primeira vista.
sua decisão (artigos 369 a 484 do Código de Pro-
133. Princípios  Os princípios são mandamentos cesso Civil).
que se irradiam sobre as normas, dando-lhes senti-
143. Provimento  Admissão do recurso pela auto-
do, harmonia e lógica. Eles constituem o próprio
ridade judiciária a quem foi proposto. No Direito
“espírito” do sistema jurídico-constitucional. Alguns
Administrativo significa investidura ou nomeação
exemplos: a administração pública é regida por
pela qual alguém é provido em um cargo público.
princípios como os da moralidade, legalidade, pu-
blicidade, impessoalidade e eficiência. Já o Direito 144. Qui tacet, consentire videtur  (latim) Quem
Penal é regido pelo princípio do estado de inocên- cala consente.
cia e pelo da irretroatividade da lei penal. O Direito
145. Quorum  Número mínimo de desembargado-
Tributário pelo princípio da igualdade tributária e
res ou ministros necessário para os julgamentos.
pelo princípio da anterioridade (nenhum tributo
pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro 146. Reconvenção  É uma das possibilidades de
em que foi publicada a lei que o instituiu ou au- resposta do réu no processo de conhecimento. Este
mentou). poderá propor, dentro do mesmo processo, uma
outra ação através de petição escrita, dirigida ao
134. Privilegium fori  (latim) Privilégio de foro.
juiz da causa, contra o autor. É fazer o pedido in-
135. Privilegium immunitatis  (latim) Privilégio de verso, contraposto (artigo 343 do Código de Pro-
imunidade. cesso Civil).

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 391
147. Recurso  Instrumento para pedir a mudança 157. Sentença  Decisão do juiz que põe fim a um
de uma decisão, na mesma instância ou em instân- processo (artigo 203 § 1º do Código de Processo
cia superior. Civil).
148. Relator  Ministro ou desembargador a quem 158. Stricto Sensu  (latim) Em sentido estrito.
compete examinar o processo e resumi-lo num
159. STF  Supremo Tribunal Federal, órgão máxi-
relatório, que servirá de base para o julgamento no
mo da Justiça no Brasil (artigos 101 a 103 da Cons-
tribunal. O relator é designado por sorteio e tem
tituição Federal).
prazo para examinar o processo e encaminhá-lo
para que o grupo se reúna para julgar. 160. STJ  Superior Tribunal de Justiça (artigos 104
e 105 da Constituição Federal).
149. Relatório  Parte da sentença que conterá os
nomes das partes, a identificação do caso (com a 161. Sub Judice  (latim) Sob juízo. Em trâmite judi-
suma do pedido e da contestação) e o registro das cial. Diz-se da causa sobre a qual o juiz ainda não se
principais ocorrências havidas no andamento do pronunciou.
processo (artigo 489 inciso I do Código de Processo 162. Sucumbência  Princípio que atribui à parte
Civil). Já nos tribunais, o relatório é a exposição vencida em um processo judicial o pagamento de
resumida do processo, lida pelo relator no início da todos os gastos decorrentes da atividade processu-
sessão de julgamento. al (custas judiciais e honorários advocatícios - arti-
150. Repristinação  Instituto pelo qual se restabe- go 85 do Código de Processo Civil).
lece a vigência de uma lei revogada através da re- 163. Súmula  É um extrato, um resumo, um com-
vogação da lei que a tinha revogado. Por exemplo, pêndio das reiteradas decisões exaradas pelos tri-
suponha que a lei "A" é revogada pela lei "B". En- bunais superiores versando sobre uma determina-
tão advém a lei "C" que revoga a lei "B" e diz que a da matéria.
lei "A" voltará a viger. Deve haver dispositivo ex-
presso determinando a volta da lei que havia sido 164. Superveniência  Acontecimento jurídico que,
revogada, não existindo repristinação automática. em princípio, vem modificar ou alterar uma situa-
Nem a Constituição Federal pode repristinar auto- ção firmada em fato anterior, para que se possa
maticamente uma lei. tomar uma nova orientação ou para que se permita
a adoção de medida que desfaça ato, ou medida
151. Res judicata  (latim) Coisa julgada. anterior, ou que venha imprimir novo rumo à solu-
152. Res judicata pro veritate habetur lat  (latim) ção de uma contenda judicial.
A coisa julgada é tida por verdade. Axioma jurídico 165. Tergiversação  É a situação na qual um ad-
segundo o qual aquilo que foi objeto de julgamento vogado constituído por uma parte passa a defender
definitivo não pode ser novamente submetido à os interesses da parte contrária referentes à mes-
discussão. ma causa processual, descumprindo seu compro-
153. Revel  Réu que não comparece em juízo para misso com a parte que o contratou. Ele deixa de
defender-se. lado os reclames de uma parte e se volta para a
demanda da parte adversa. O Código Penal, em seu
154. Revelia  Acontece quando réu, embora regu-
artigo 355, tipificou o crime de patrocínio infiel, e
larmente citado, não comparece em juízo a fim de
no parágrafo único abarcou a tergiversação ou
se defender (artigos 344 a 346 do Código de Pro-
também conhecida como patrocínio simultâneo.
cesso Civil).
166. Título Executivo  É o documento que se
155. Revisor  Ministro que confirma, completa ou
apresenta perante um juiz para se requerer a exe-
corrige o relatório do desembargador ou ministro
cução de uma dívida ou obrigação a que se com-
relator. No regimento interno do respectivo tribu-
prometeu o devedor. O título comprova a existên-
nal há a definição de quais processos o relatório
cia daquela dívida. São requisitos obrigatórios de
passará pelo revisor e qual magistrado será o revi-
todo título executivo a liquidez, certeza e exigibili-
sor.
dade.
156. Segredo de Justiça  Característica de certos
167. Transitar em Julgado  Expressão usada para
atos processuais desprovidos de publicidade, por
uma decisão (sentença ou acórdão) de que não se
exigência do decoro ou interesse social. Nesses
pode mais recorrer, seja porque já passou por to-
casos o direito de consultar os autos e de pedir
dos os recursos possíveis ou porque o prazo para
certidão fica restrito às partes e seus advogados
recorrer terminou.
(artigo 189 do Código de Processo Civil).

392 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
168. Tutela  Encargo ou autoridade que se confere 178. Voto  Posição individual do desembargador
a alguém, por lei ou por testamento, para adminis- ou ministro manifestada no julgamento de um pro-
trar os bens, dirigir e proteger um menor que se cesso.
acha fora do pátrio poder, bem como para repre-
179. Writ  (inglês) Termo inglês que significa
sentá-lo ou assistir-lhe nos atos da vida civil. Tam-
mandado, ordem escrita. Quando utilizado na ter-
bém significa defesa, amparo, proteção, tutoria,
minologia jurídica brasileira, refere-se sempre ao
dependência ou sujeição vexatória.
mandado de segurança e ao habeas corpus.
169. Última Instância  Aquela que põe termo final
ao processo e de cuja decisão não cabe mais recur- Código de Processo Civil
so, salvo o extraordinário, na forma da lei.
Lei n.º 13.105 de 16 de março de 2015
170. Ultra Petita  (latim) Decisão além do pedido.
Expressão empregada para qualificar a decisão Livro I - Das Normas Processuais Civis
judicial que ultrapassa o interesse manifestado Título Único - Das Normas Fundamentais e da
pelas partes na ação. Aplicação das Normas Processuais
171. Una voce  (latim) Consensual. Capítulo I - Das Normas Fundamentais do Proces-
172. Única Instância  Instância que não se gradua so Civil
em mais de uma ou onde o processo se subordina a Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado
uma única jurisdição. e interpretado conforme os valores e as normas
173. Vacatio legis  (latim) Período de tempo entre fundamentais estabelecidos na Constituição da
a publicação da lei e a sua vigência. República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
174. Vara  É uma divisão na estrutura judiciária
que corresponde à lotação de um juiz. No caso da Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e
Justiça Eleitoral a vara é chamada de cartório elei- se desenvolve por impulso oficial, salvo as exce-
toral. Cada vara está sob a responsabilidade de um ções previstas em lei.
juiz titular e há técnicos e analistas que trabalham
nesta vara para auxiliar o juiz na sua função de dar Comentário  Ação é direito subjetivo de provocar o
andamento aos processos. judiciário diante de uma pretensão qualificada, enquanto
que o processo é o instrumento.
175. Vênia  (latim) Pedido de licença ou de per-
missão para contestação ou contradição respeito- Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional
sa. ameaça ou lesão a direito.
176. Vista  Ato pelo qual alguém recebe os autos
de um processo como direito de tomar conheci- Constituição Federal de 1988
mento de tudo o que nele se contém. Pode ser Art. 5º (...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação
vistas no cartório (vara) ou fora de cartório (o ad- do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
vogado leva em carga para o seu escritório e devol-
ve depois). § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.

Comentário  O conceito de arbitragem pode ser defi-


nido como uma modalidade extrajudicial de resolução
de um conflito, em que um árbitro, terceiro escolhido
pelas partes, decide uma lide, que necessariamente
envolve discussão sobre direitos patrimoniais disponí-
veis. A lei n.º 9.307 de 23 de setembro de 1996 rege
todo o procedimento da arbitragem, que culmina nu-
ma sentença que possui a mesma força de uma sen-
tença judicial. O art. 1º da referida lei dispõe sobre a
função e os limites da arbitragem: “Art. 1º As pessoas
capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem
para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.” Neste dispositivo verificam-se alguns
importantes conceitos. Primeiramente as partes devem
ser pessoas capazes (restrição subjetiva).
177. Voluntas Legis  (latim) A vontade da lei.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 393
Legalidade  Cumprimento da lei (em sentido latu
Além disso, a adoção desse procedimento é facultativa,
ou seja, depende de livre escolha das partes, e não sensu) no curso da ação.
pode ser instaurada quando se tratarem de direitos Publicidade  É a regra geral dos atos processuais,
indisponíveis, como por exemplo, os direitos da perso- podendo, um juiz determinar o sigilo apenas nos casos
nalidade (restrição objetiva). Nesse aspecto cumpre previstos no artigo 189 do Código de Processo Civil e
159
ressaltar que os direitos disponíveis são aqueles sobre no artigo 37 § 3º inciso II da Constituição Federal .
os quais as partes podem transigir, e os direitos patri-
Eficiência  Um processo tem por fim imediato a reso-
moniais são aqueles que podem ser avaliados pecunia-
lução de um litígio. De forma mediata, busca a satisfa-
riamente.
ção da sociedade através de um processo rápido e
eficiente.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a
solução consensual dos conflitos.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos partes sem que ela seja previamente ouvida.
de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores Comentário  Ouvir previamente a outra parte antes
públicos e membros do Ministério Público, inclusi- de tomar uma decisão significa dar preferência ao
ve no curso do processo judicial. contraditório. É o que acontece quando um juiz não
decide sobre um pedido sem que a outra parte se ma-
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo nifeste antes. Esta regra geral poderá ser quebrada
razoável a solução integral do mérito, incluída a pelo juiz quando houver o risco de que, com o conhe-
atividade satisfativa. cimento da outra parte, haja riscos da decisão não ser
cumprida. Um bom exemplo seria o juiz citar o réu para
Constituição Federal de 1988 se manifestar sobre um pedido de busca e apreensão
de um carro. Ao saber do mandado de busca, este réu
Art. 5º (...) LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e
poderia esconder o bem da autoridade judiciária, difi-
administrativo, são assegurados a razoável duração
cultando assim o cumprimento da ordem de apreensão
do processo e os meios que garantam a celeridade do veículo.
de sua tramitação.

Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
processo deve comportar-se de acordo com a boa- I - à tutela provisória de urgência;
fé.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem coo-
quando houver elementos que evidenciem a proba-
perar entre si para que se obtenha, em tempo
bilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
resultado útil do processo.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de trata-
mento em relação ao exercício de direitos e facul- II - às hipóteses de tutela da evidência previstas
dades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, no art. 311, incisos II e III;
aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditó-
independentemente da demonstração de perigo de
rio.
dano ou de risco ao resultado útil do processo,
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz quando: (...)
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas
comum, resguardando e promovendo a dignidade
apenas documentalmente e houver tese firmada
da pessoa humana e observando a proporcionali-
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
dade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade
vinculante;
e a eficiência.

Proporcionalidade  Um juiz deve priorizar decisões


159
proporcionais à necessidade das partes (e não necessa- Constituição Federal de 1988
riamente equivalentes) e não deve se utilizar de medi- Art. 37. § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
das ou penalidades além daquelas necessárias a reso- na administração pública direta e indireta, regulando especialmen-
lução do litígio. te:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informa-
Razoabilidade  Uso racional dos meios processuais e
ções sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
do poder de decisão do juiz.
XXXIII;

394 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em Comentário  Resumindo, o artigo 485 traz a lista das
prova documental adequada do contrato de depó- sentenças em que não há resolução do mérito. Já o
sito, caso em que será decretada a ordem de entre- artigo 932 traz a lista das decisões que são prolatadas
ga do objeto custodiado, sob cominação de multa; pelo relator nos processos em trâmite nos tribunais.

III - à decisão prevista no art. 701.


V - o julgamento de embargos de declaração;
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz
deferirá a expedição de mandado de pagamento, Comentário  O embargos de declaração é um recurso
de entrega de coisa ou para execução de obriga- contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscu-
ridade ou eliminar, suprir omissão de ponto ou questão
ção de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o
pagamento de honorários advocatícios de cinco por
autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
cento do valor atribuído à causa. (...)
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de de-

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de senvolvimento válido e regular do processo;

jurisdição, com base em fundamento a respeito do V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de


coisa julgada;
qual não se tenha dado às partes oportunidade de
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem
a qual deva decidir de ofício.
ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder VIII - homologar a desistência da ação;
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmis-
as decisões, sob pena de nulidade. sível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, 161
Art. 932. Incumbe ao relator:
pode ser autorizada a presença somente das par-
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à
tes, de seus advogados, de defensores públicos ou
produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar au-
do Ministério Público. tocomposição das partes;
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, prefe- II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos pro-
rencialmente, à ordem cronológica de conclusão cessos de competência originária do tribunal;

para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não

pela Lei n.º 13.256 de 2016) tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão re-
corrida;
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deve- IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
rá estar permanentemente à disposição para con- a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
sulta pública em cartório e na rede mundial de Justiça ou do próprio tribunal;
computadores. b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Su-
perior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
c) entendimento firmado em incidente de resolução de deman-
I - as sentenças proferidas em audiência, homolo- das repetitivas ou de assunção de competência;
gatórias de acordo ou de improcedência liminar V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar pro-
do pedido; vimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
II - o julgamento de processos em bloco para apli-
Justiça ou do próprio tribunal;
cação de tese jurídica firmada em julgamento de
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Su-
casos repetitivos;
perior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de c) entendimento firmado em incidente de resolução de deman-
incidente de resolução de demandas repetitivas; das repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurí-
IV - as decisões proferidas com base nos arts.
dica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
485160 e 932161;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o
caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno
160
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: do tribunal.
I - indeferir a petição inicial; Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negli- relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que
gência das partes; seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
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sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na
requerimento e, também, para corrigir erro material da origem, reexaminará o processo de competência
decisão (artigo 1.022). originária, a remessa necessária ou o recurso ante-
riormente julgado, se o acórdão recorrido contrari-
VI - o julgamento de agravo interno; ar a orientação do tribunal superior;
Capítulo II - Da Aplicação das Normas Processuais
Comentário  Contra decisão proferida pelo relator
caberá agravo interno para o respectivo órgão colegia- Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas
do (artigo 1.021). processuais brasileiras, ressalvadas as disposições
específicas previstas em tratados, convenções ou
VII - as preferências legais e as metas estabeleci- acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
das pelo Conselho Nacional de Justiça;
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdici- aplicável imediatamente aos processos em curso,
onais que tenham competência penal; respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
IX - a causa que exija urgência no julgamento, as-
norma revogada.
sim reconhecida por decisão fundamentada.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem pro-
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-
cessos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
á a ordem cronológica das conclusões entre as pre-
as disposições deste Código lhes serão aplicadas
ferências legais.
supletiva e subsidiariamente.
❶ Elaborar a lista somente com os processos que (...)
tenham preferência legal (elaboração de lista própria).
Livro IV - Dos Atos Processuais
❷ Elaborar a lista de processos aptos a julgamento
pela ordem cronológica em que foram conclusos. Título I - Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos
Processuais
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que Capítulo I - Da Forma dos Atos Processuais
trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte
Seção I - Dos Atos em Geral
não altera a ordem cronológica para a decisão,
exceto quando implicar a reabertura da instrução Art. 188. Os atos e os termos processuais indepen-
ou a conversão do julgamento em diligência. dem de forma determinada, salvo quando a lei
expressamente a exigir, considerando-se válidos os
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o que, realizados de outro modo, lhe preencham a
processo retornará à mesma posição em que ante- finalidade essencial.
riormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § Ato Processual  É uma espécie do gênero ato jurídico,
1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que: realizado pelos sujeitos do processo e auxiliares da justi-
ça, em série (conexidade), de forma a manter a conexão
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo e interdependência entre si. É dotado de solenidade e
quando houver necessidade de realização de dili- realizado com o intuito de por fim à relação jurídico-
gência ou de complementação da instrução; processual inicialmente estabelecida (obtenção de uma
sentença). Pode ser classificado como ato das partes, do
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso
juiz e dos auxiliares da justiça. As partes basicamente
II.
realizam três tipos de atos processuais: os postulatórios,
os dispositivos e os instrutórios. Os atos do juiz consisti-
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma162: (...)
rão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
Os auxiliares da justiça também realizam atos no proces-
162
Comentário  Há, nos recursos especiais fundados em divergên- so, como, por exemplo, o termo de vista, o termo de
cias jurisprudenciais, a figura de 2 acórdãos: o acórdão recorrido e o
conclusão, certidões e laudos (como o pericial).
acórdão paradigma. O acórdão recorrido é aquele que resultará no
recurso especial, ou seja, a decisão dada por um Tribunal de Justiça Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia
ou Tribunal Regional Federal que, sendo desfavorável a parte, será tramitam em segredo de justiça os processos:
atacada pelo recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça. Já o
I - em que o exija o interesse público ou social;
acórdão paradigma é aquele que, sendo preexistente ao acórdão
recorrido, será utilizado para comprovar que há uma divergência de
jurisprudência.

396 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - que versem sobre casamento, separação de
corpos, divórcio, separação, união estável, filia- Comentário  No artigo 156 do Código de Processo
Civil de 1973 havia a mesma regra, mas com o termo
ção, alimentos e guarda de crianças e adolescen-
"obrigatório o uso do vernáculo". Vernáculo nada mais
tes; é que a língua oficial do país. É possível que um exami-
III - em que constem dados protegidos pelo direi- nador ainda utilize terminologias (e não regras) do
to constitucional à intimidade; código antigo ao elaborar a prova de um concurso (já
aconteceu com outras leis). Portanto, seja tolerante,
Constituição Federal de 1988 pois substituir "língua portuguesa" por "vernáculo" não
muda o contexto de uma questão de prova.
Art. 5º (...) X - são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegu- Parágrafo único. O documento redigido em língua
rado o direito a indenização pelo dano material ou estrangeira somente poderá ser juntado aos autos
moral decorrente de sua violação; quando acompanhado de versão para a língua por-
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre tuguesa tramitada por via diplomática ou pela au-
cumprimento de carta arbitral, desde que a con- toridade central, ou firmada por tradutor juramen-
fidencialidade estipulada na arbitragem seja tado.
comprovada perante o juízo. Seção II - Da Prática Eletrônica de Atos Processuais
§ 1º O direito de consultar os autos de processo Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou
que tramite em segredo de justiça e de pedir certi- parcialmente digitais, de forma a permitir que se-
dões de seus atos é restrito às partes e aos seus jam produzidos, comunicados, armazenados e
procuradores. validados por meio eletrônico, na forma da lei.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se,
pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da no que for cabível, à prática de atos notariais e de
sentença, bem como de inventário e de partilha registro.
resultantes de divórcio ou separação.
Art. 194. Os sistemas de automação processual
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a
admitam autocomposição, é lícito às partes ple- participação das partes e de seus procuradores,
namente capazes estipular mudanças no procedi- inclusive nas audiências e sessões de julgamento,
mento para ajustá-lo às especificidades da causa e observadas as garantias da disponibilidade, inde-
convencionar sobre os seus ônus, poderes, facul- pendência da plataforma computacional, acessibi-
dades e deveres processuais, antes ou durante o lidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços,
processo. dados e informações que o Poder Judiciário admi-
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz nistre no exercício de suas funções.
controlará a validade das convenções previstas Art. 195. O registro de ato processual eletrônico
neste artigo, recusando-lhes aplicação somente deverá ser feito em padrões abertos, que atende-
nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em rão aos requisitos de autenticidade, integridade,
contrato de adesão ou em que alguma parte se temporalidade, não repúdio, conservação e, nos
encontre em manifesta situação de vulnerabilida- casos que tramitem em segredo de justiça, confi-
de. dencialidade, observada a infraestrutura de chaves
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes po- públicas unificada nacionalmente, nos termos da
dem fixar calendário para a prática dos atos pro- lei.
cessuais, quando for o caso. Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os e, supletivamente, aos tribunais, regulamentar a
prazos nele previstos somente serão modificados prática e a comunicação oficial de atos processuais
em casos excepcionais, devidamente justificados. por meio eletrônico e velar pela compatibilidade
dos sistemas, disciplinando a incorporação pro-
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prá- gressiva de novos avanços tecnológicos e editando,
tica de ato processual ou a realização de audiência para esse fim, os atos que forem necessários, res-
cujas datas tiverem sido designadas no calendário. peitadas as normas fundamentais deste Código.
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é
obrigatório o uso da língua portuguesa.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 397
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações assinado digitalmente, como a assinatura de próprio
constantes de seu sistema de automação em pági- punho comprova a autoria de um documento escrito. A
na própria na rede mundial de computadores, go- verificação da origem do dado é feita com a chave
zando a divulgação de presunção de veracidade e pública do remetente.
confiabilidade. Assinatura Eletrônica  Formas de identificação ine-
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do quívoca do signatário através de assinatura digital
sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça baseada em certificado digital emitido por Autoridade
Certificadora credenciada na forma de lei específica ou
responsável pelo registro dos andamentos, poderá
mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário,
ser configurada a justa causa prevista no art. 223, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.
caput e § 1º.
Autenticidade (requisito)  Qualidade de um docu-
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de mento ser o que diz ser, independente de se tratar de
praticar ou de emendar o ato processual, indepen- minuta, original ou cópia e que é livre de adulterações
dentemente de declaração judicial, ficando assegu- ou qualquer outro tipo de corrupção.
rado, porém, à parte provar que não o realizou por Autoridade Certificadora (AC)  É a entidade subordi-
justa causa. nada à hierarquia da ICP-Brasil, responsável por emitir,
distribuir, renovar, revogar e gerenciar certificados
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à digitais. Cabe também à AC emitir listas de certificados
vontade da parte e que a impediu de praticar o ato revogados (LCR) e manter registros de suas operações
por si ou por mandatário. (...) sempre obedecendo às práticas definidas na Declara-
ção de Práticas de Certificação (DPC). Desempenha
Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deverão como função essencial a responsabilidade de verificar
manter gratuitamente, à disposição dos interessa- se o titular do certificado possui a chave privada que
dos, equipamentos necessários à prática de atos corresponde à chave pública que faz parte do certifica-
processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e do. Cria e assina digitalmente o certificado do assinan-
aos documentos dele constantes. te, onde o certificado emitido pela AC representa a
declaração da identidade do titular, que possui um par
Parágrafo único. Será admitida a prática de atos único de chaves (pública/privada). Na hierarquia dos
por meio não eletrônico no local onde não estive- Serviços de Certificação Pública, as AC estão subordi-
rem disponibilizados os equipamentos previstos no nadas à Autoridade Certificadora de nível hierarquica-
caput. mente superior.
Art. 199. As unidades do Poder Judiciário assegura- Confidencialidade (requisito)  Propriedade de certos
rão às pessoas com deficiência acessibilidade aos dados ou informações que não podem ser disponibili-
seus sítios na rede mundial de computadores, ao zadas ou divulgadas sem autorização para pessoas,
entidades ou processos. Assegurar a confidencialidade
meio eletrônico de prática de atos judiciais, à co-
de documentos é assegurar que ape-
municação eletrônica dos atos processuais e à assi-
nas pessoas autorizadas tenham acesso à informação.
natura eletrônica.
Conservação (requisito)  Garantia de que o documen-
163 to disponível poderá ser usado. No caso do processo
Glossário de Termos - Processos Eletrônicos
eletrônico, mídias como CD e DVD têm um tempo de
Acessibilidade (garantia processual)  Estabelecimen- vida útil de cinco anos e, após esse prazo, elas não
to de conexão entre um indivíduo ou entidade e um podem mais ser acessadas, por isso há a necessidade
sistema de comunicação ou de informações. A partir do de backup para garantir a disponibilidade das informa-
Acesso podem ocorrer a transferência de dados e a ções quando necessárias. De acordo com o artigo 12 da
ativação de processos computacionais. Lei n.º 11.419 de 19 de dezembro de 2006, a conserva-
ção dos autos do processo poderá ser efetuada total ou
Assinatura Digital  Código anexado ou logicamente
parcialmente por meio eletrônico.
associado a uma mensagem eletrônica que permite de
forma única e exclusiva a comprovação da autoria de Disponibilidade (garantia processual)  É a razão entre
um determinado conjunto de dados (um arquivo, um o tempo durante o qual o sistema está acessível e ope-
e-mail ou uma transação). A assinatura digital compro- racional e o tempo decorrido. No âmbito da ICP-Brasil a
va que a pessoa criou ou concorda com um documento disponibilidade das informações publicadas pelas AC
em serviço de diretório ou página web deve ser de 99%
do mês, 24 horas por dia e 7 dias por semana.
163
Fontes de Consulta
❶ Informatização do Processo Judicial - Lei n.º 11.419 de 19 de
Documento Eletrônico  Unidade de registro de infor-
mações, acessível por meio de um equipamento ele-
dezembro de 2006 e Decreto n.º 8.539 de 8 de outubro de 2015
trônico.
❷ www.iti.gov.br/glossario (acesso em 25/10/2016)
❸ https://pt.wikipedia.org/wiki/ (acesso em 25/10/2016)

398 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
taxas e sem discriminação de uso. Para que um produ-
Independência da Plataforma Computacional (garan-
to de software seja considerado como um padrão aber-
tia processual)  Uma plataforma computacional é, no
to este deve atender a quatro fatores. 1. A disponibili-
senso mais geral, qualquer que seja o ambiente pré-
dade, pois as especificações do padrão devem estar
existente, um pedaço de software que é projetado para
publicamente acessíveis para qualquer pessoa ou or-
ser executado internamente, obedecendo às suas limi-
ganização que queria estudar ou implementar o pa-
tações e fazendo uso das suas instalações. Plataformas
drão. 2. Não possuir discriminação, pois os padrões
típicas incluem uma arquitetura de hardware, um sis-
abertos não devem estabelecer nenhum critério de
tema operacional e bibliotecas de tempo de execução.
favorecimento ou discriminação por parte de seus
Interoperabilidade (garantia processual)  O padrão implementadores. 3. Deve ter extensibilidade, permi-
de Interoperabilidade de Governo Eletrônico (e-PING) tindo extensões ou oferecendo apenas um subset, se
define um conjunto mínimo de premissas, políticas e cabível. 4. Não deve ser cobrado royalties ou outras
especificações técnicas que regulamentam a utilização taxas para implementação e uso.
da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na
Temporalidade (requisito)  É o tempo de vida útil do
interoperabilidade de Serviços de Governo Eletrônico,
documento. Cada órgão tem uma tabela de temporali-
estabelecendo as condições de interação com os de-
dade de documentos e os itens básicos dessa tabela
mais poderes e esferas de governo e com a sociedade
são o assunto, prazo de guarda e destinação do docu-
em geral. As áreas cobertas pela e-PING, estão seg-
mento, entre outros itens de acordo com a necessida-
mentadas em: Interconexão, Segurança, Meios de
de do órgão. Há o tempo em que o documento ficará
Acesso, Organização e Intercâmbio de Informa-
no arquivo corrente, onde é acessado constantemente,
ções, Áreas e Assuntos de Integração para Governo
o tempo em que ficará no arquivo intermediário, dis-
Eletrônico.
ponível para consultas e, por fim, quando o documento
Infraestrutura de Chaves Públicas Unificada Nacio- não serve mais, poderá ir para um arquivo morto ou
nalmente  (ICP-Brasil) É um conjunto de técnicas, ser destruído. De acordo com o artigo 16 do Decreto
arquitetura, organização, práticas e procedimentos, n.º 8.539 de 8 de outubro de 2015, os documentos que
implementados pelas organizações governamentais e integram os processos administrativos eletrônicos de-
privadas brasileiras que suportam, em conjunto, a verão ser classificados e avaliados de acordo com o
implementação e a operação de um sistema de certifi- plano de classificação e a tabela de temporalidade e
cação. Tem como objetivo estabelecer os fundamentos destinação adotados no órgão ou na entidade, confor-
técnicos e metodológicos de um sistema de certifica- me a legislação arquivística em vigor.
ção digital baseado em criptografia de chave pública,
Transmissão Eletrônica  Comunicação a distância com
para garantir a autenticidade, a integridade e a valida-
a utilização de redes de comunicação, preferencial-
de jurídica de documentos em forma eletrônica, das
mente a rede mundial de computadores.
aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que
utilizem certificados digitais, bem como a realização de
transações eletrônicas seguras. A ICP-Brasil foi criada Seção III - Dos Atos das Partes
pela Medida Provisória 2200-2, de 24/08/2001 e está
Art. 200. Os atos das partes consistentes em decla-
regulamentada pelas Resoluções do Comitê-Gestor da
rações unilaterais ou bilaterais de vontade produ-
ICP-Brasil, disponíveis no sítio www.iti.gov.br.
zem imediatamente a constituição, modificação ou
Integridade (requisito)  Garantia oferecida ao usuário extinção de direitos processuais.
de que documento eletrônico, mensagem ou conjunto
de dados não foi alterada, nem intencionalmente, nem Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá
acidentalmente por pessoas não autorizadas durante efeitos após homologação judicial.
sua transferência entre sistemas ou computadores.
Art. 201. As partes poderão exigir recibo de peti-
Meio Eletrônico  Armazenamento ou tráfego de do- ções, arrazoados, papéis e documentos que entre-
cumentos e arquivos digitais. garem em cartório.
Não Repúdio (requisito)  Não-Repúdio, ou não recu- Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais
sa, é a garantia que o emissor de uma mensagem ou a
ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar,
pessoa que executou determinada transação de forma
impondo a quem as escrever multa corresponden-
eletrônica, não poderá posteriormente negar sua auto-
ria, visto que somente aquela chave privada poderia te à metade do salário-mínimo.
ter gerado aquela assinatura digital. Deste modo, a Seção IV - Dos Pronunciamentos do Juiz
menos de um uso indevido do certificado digital, fato
que não exime de responsabilidade, o autor não pode Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão
negar a autoria da transação. em sentenças, decisões interlocutórias e despa-
chos.
Padrões Abertos  Da definição original open stan-
dard, são padrões disponíveis para livre acesso e im-
plementação, que independem de royalties e outras

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§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos pro- § 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de
cedimentos especiais, sentença é o pronunciamen- jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na for-
to por meio do qual o juiz, com fundamento nos ma da lei.
arts. 485164 e 487165, põe fim à fase cognitiva do
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o
procedimento comum, bem como extingue a exe-
dispositivo das sentenças e a ementa dos acór-
cução.
dãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrô-
nico.
Comentário  Resumindo, a sentença coloca fim (põe
termo) ao processo, embora de regra exista a possibili- Seção V - Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de
dade de recurso da decisão. O artigo 485 traz a lista das Secretaria
sentenças em que não há resolução do mérito. Já o
artigo 487 traz a lista das sentenças em que o juiz re-
Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o
solve o mérito do processo. O termo fase cognitiva diz escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, menci-
respeito ao termo cognição que, dentro do vocabulário onando o juízo, a natureza do processo, o número
jurídico, assume duplo sentido: ora é empregada para de seu registro, os nomes das partes e a data de
definir a espécie de tutela jurisdicional que tem por seu início, e procederá do mesmo modo em relação
finalidade reconhecer a existência de um direito lesado aos volumes em formação.
ou ameaçado, ora empresta significado as tarefas do
magistrado dentro de um processo quando faz o exa- Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria nume-
me dos argumentos das partes e das provas produzi- rará e rubricará todas as folhas dos autos.
das, com o intuito avaliar as questões levantadas no Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao mem-
processo, resolvendo-as. De acordo com o ilustre dou-
bro do Ministério Público, ao defensor público e
trinador Kazuo Watanabe, a cognição é prevalente-
mente um ato de inteligência, consistente em conside-
aos auxiliares da justiça é facultado rubricar as
rar, analisar e valorar as alegações e as provas produ- folhas correspondentes aos atos em que intervie-
zidas pelas partes, vale dizer, as questões de fato e as rem.
de direito que são deduzidas no processo e cujo resul- Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e
tado é o alicerce, o fundamento do judicium do julga-
166 outros semelhantes constarão de notas datadas e
mento do objeto litigioso do processo .
rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe de secreta-
ria.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento
judicial de natureza decisória que não se enquadre Art. 209. Os atos e os termos do processo serão
no § 1º. assinados pelas pessoas que neles intervierem,
todavia, quando essas não puderem ou não quise-
§ 3º São despachos todos os demais pronuncia- rem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria
mentos do juiz praticados no processo, de ofício ou certificará a ocorrência.
a requerimento da parte.
§ 1º Quando se tratar de processo total ou parci-
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a jun- almente documentado em autos eletrônicos, os
tada e a vista obrigatória, independem de despa- atos processuais praticados na presença do juiz
cho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor poderão ser produzidos e armazenados de modo
e revistos pelo juiz quando necessário. integralmente digital em arquivo eletrônico invio-
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado profe- lável, na forma da lei, mediante registro em termo,
rido pelos tribunais. que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo
escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e
advogados das partes.
os acórdãos serão redigidos, datados e assinados
pelos juízes. § 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contradições
na transcrição deverão ser suscitadas oralmente
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no
no momento de realização do ato, sob pena de
caput forem proferidos oralmente, o servidor os
preclusão, devendo o juiz decidir de plano e orde-
documentará, submetendo-os aos juízes para revi-
nar o registro, no termo, da alegação e da decisão.
são e assinatura.
Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da estenoti-
pia ou de outro método idôneo em qualquer juízo
164
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...)
ou tribunal.
165
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: (...)
166
WATANABE, Kazuo. Da Cognição no Processo Civil. Editora
Revista dos Tribunais, 1987. p. 41.

400 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 211. Não se admitem nos atos e termos pro- Art. 300. A tutela de urgência será concedida
cessuais espaços em branco, salvo os que forem quando houver elementos que evidenciem a proba-
inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou bilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
rasuras, exceto quando expressamente ressalva- resultado útil do processo.
das.
Capítulo II - Do Tempo e do Lugar dos Atos Proces- Art. 215. Processam-se durante as férias forenses,
suais onde as houver, e não se suspendem pela super-
veniência delas:
Seção I - Do Tempo
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em necessários à conservação de direitos, quando
dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. puderem ser prejudicados pelo adiamento;
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os II - a ação de alimentos e os processos de nomea-
atos iniciados antes, quando o adiamento prejudi- ção ou remoção de tutor e curador;
car a diligência ou causar grave dano.
III - os processos que a lei determinar.
§ 2º Independentemente de autorização judicial,
as citações, intimações e penhoras poderão reali- Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados,
zar-se no período de férias forenses, onde as hou- para efeito forense, os sábados, os domingos e os
ver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário dias em que não haja expediente forense.
estabelecido neste artigo, observado o disposto no
art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal167. Férias Forenses A Emenda Constitucional 45/2004 (a
Reforma do Judiciário) mudou esse panorama. O art.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio 93, XII, incluído pela emenda, assim preceitua: “a ativi-
de petição em autos não eletrônicos, essa deverá dade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado fé-
ser protocolada no horário de funcionamento do rias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de funcionando, nos dias em que não houver expediente
organização judiciária local. forense normal, juízes em plantão permanente”. A
partir de então, em atendimento ao comando constitu-
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual cional, apenas os Tribunais Superiores continuaram
pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte com férias coletivas (em janeiro e dezembro) - que
e quatro) horas do último dia do prazo. seguem existindo para essas Cortes, de modo que o
novo Código de Processo Civil também fala em férias
Parágrafo único. O horário vigente no juízo peran- forenses, sob a perspectiva desses Tribunais (art. 214 e
te o qual o ato deve ser praticado será considerado 215). Pois bem, diante desse quadro, parcela da advo-
para fins de atendimento do prazo. cacia passou a pleitear que fossem decretados “feria-
dos” ou “suspensão de prazos” durante parte do ano.
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados,
E, aos poucos, alguns Tribunais passaram a deferir o
não se praticarão atos processuais, excetuando-se: pleito da advocacia. A questão é polêmica. Afinal, co-
I - os atos previstos no art. 212, § 2º; mo compatibilizar esses períodos com o comando
constitucional? A discussão chegou ao Conselho Nacio-
Art. 212. (...) nal de Justiça. Em apertada votação ocorrida em de-
zembro de 2014, por 8 a 6, o CNJ afirmou que cada
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as Tribunal teria autonomia para decidir a respeito do
citações, intimações e penhoras poderão realizar- tema, já que existe a menção as férias forenses no
se no período de férias forenses, onde as houver, e Código de Processo Civil de 2015. De acordo com a
nos feriados ou dias úteis fora do horário estabele- decisão do CNJ, “(…) o dispositivo em tela estabelece,
cido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, sem qualquer margem para as leis de organização
inciso XI, da Constituição Federal. judiciária, em todo e qualquer juízo ou tribunal, a sus-
pensão dos prazos processuais no período de 20 de
II - a tutela de urgência. dezembro a 20 de janeiro, inclusive. (…) A suspensão é
somente dos prazos processuais, não atingindo os pra-
zos de direito material”.

167
Seção II - Do Lugar
Constituição Federal de 1988
Art. 5º XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordina-
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso riamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente,
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran- em outro lugar em razão de deferência, de interes-
te o dia, por determinação judicial;
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 401
se da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo II - pela convenção das partes;
arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
Capítulo III - Dos Prazos
IV - pela admissão de incidente de resolução de
Seção I - Disposições Gerais demandas repetitivas;
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos V - quando a sentença de mérito:
prazos prescritos em lei.
a) depender do julgamento de outra causa ou da
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os declaração de existência ou de inexistência de rela-
prazos em consideração à complexidade do ato. ção jurídica que constitua o objeto principal de
outro processo pendente;
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo,
as intimações somente obrigarão a compareci- b) tiver de ser proferida somente após a verificação
mento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas. de determinado fato ou a produção de certa prova,
requisitada a outro juízo;
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determina-
do pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a VI - por motivo de força maior;
prática de ato processual a cargo da parte.
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado de acidentes e fatos da navegação de competência
antes do termo inicial do prazo. do Tribunal Marítimo;
VIII - nos demais casos que este Código regula. (...)
❶ Os prazos processuais para os atos das partes esta-
rão determinados em lei. Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante
❷ Sendo a lei omissa, o juiz determinará os prazos a execução de programa instituído pelo Poder
para as partes. Judiciário para promover a autocomposição, in-
cumbindo aos tribunais especificar, com antece-
❸ Sendo a lei omissa, e o juiz não determinando o
prazo para as partes, será este de 5 dias. dência, a duração dos trabalhos.

Suspensão  Quando a lei prevê a suspensão de um


Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabele-
prazo processual, isso significa que o prazo em curso
cido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente
será paralisado e, quando voltar a correr, voltará a
os dias úteis. partir do dia em que houve a suspensão, ou seja, a
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se parte terá a disposição somente o restante do prazo
somente aos prazos processuais. processual suspenso, pois será restituído somente o
tempo que faltava para sua complementação.
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual
nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e Interrupção  Quando a lei prevê a interrupção de um
20 de janeiro, inclusive. prazo processual, isso significa que o prazo em curso
será paralisado e, quando voltar a correr, voltará do
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados
início, ou seja, a parte terá a disposição a totalidade do
instituídos por lei, os juízes, os membros do Minis-
prazo processual, pois o mesmo volta a contagem do
tério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia ponto zero.
Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas
atribuições durante o período previsto no caput.
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realiza- onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorro-
rão audiências nem sessões de julgamento. gar os prazos por até 2 (dois) meses.
Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstá- § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios
culo criado em detrimento da parte ou ocorrendo sem anuência das partes.
qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto
prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava
no caput para prorrogação de prazos poderá ser
para sua complementação.
excedido.
Art. 313. Suspende-se o processo: Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito
I - pela morte ou pela perda da capacidade proces- de praticar ou de emendar o ato processual, inde-
sual de qualquer das partes, de seu representante pendentemente de declaração judicial, ficando
legal ou de seu procurador; assegurado, porém, à parte provar que não o reali-
zou por justa causa.
402 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes
vontade da parte e que a impediu de praticar o ato procuradores, de escritórios de advocacia distin-
por si ou por mandatário. tos, terão prazos contados em dobro para todas as
suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à par-
independentemente de requerimento.
te a prática do ato no prazo que lhe assinar.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, ha-
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos
vendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por
serão contados excluindo o dia do começo e inclu-
apenas um deles.
indo o dia do vencimento.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos proces-
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo
sos em autos eletrônicos.
serão protraídos168 para o primeiro dia útil seguin-
te, se coincidirem com dia em que o expediente Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a
forense for encerrado antes ou iniciado depois da Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Minis-
hora normal ou houver indisponibilidade da co- tério Público será contado da citação, da intimação
municação eletrônica. ou da notificação.
§ 2º Considera-se como data de publicação o pri- Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, con-
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da sidera-se dia do começo do prazo:
informação no Diário da Justiça eletrônico.
I - a data de juntada aos autos do aviso de rece-
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro bimento, quando a citação ou a intimação for pe-
dia útil que seguir ao da publicação. lo correio;
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo esta- II - a data de juntada aos autos do mandado
belecido exclusivamente em seu favor, desde que o cumprido, quando a citação ou a intimação for
faça de maneira expressa. por oficial de justiça;
Art. 226. O juiz proferirá: III - a data de ocorrência da citação ou da intima-
ção, quando ela se der por ato do escrivão ou do
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
chefe de secretaria;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada
(dez) dias;
pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias. edital;
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da cita-
motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual ção ou da intimação ou ao término do prazo para
tempo, os prazos a que está submetido. que a consulta se dê, quando a citação ou a inti-
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os mação for eletrônica;
autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar VI - a data de juntada do comunicado de que tra-
os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, con- ta o art. 232 ou, não havendo esse, a data de jun-
tado da data em que: tada da carta aos autos de origem devidamente
I - houver concluído o ato processual anterior, se cumprida, quando a citação ou a intimação se re-
lhe foi imposto pela lei; alizar em cumprimento de carta;

II - tiver ciência da ordem, quando determinada Art. 232. Nos atos de comunicação por carta preca-
pelo juiz. tória, rogatória ou de ordem, a realização da cita-
ção ou da intimação será imediatamente informa-
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará
da, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz
o dia e a hora em que teve ciência da ordem refe-
deprecante.
rida no inciso II.
§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada VII - a data de publicação, quando a intimação se
de petições ou de manifestações em geral ocorrerá der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrôni-
de forma automática, independentemente de ato co;
de serventuário da justiça. VIII - o dia da carga, quando a intimação se der
por meio da retirada dos autos, em carga, do car-
tório ou da secretaria.
168
Protraídos  Adiados.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 403
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do co- Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao
meço do prazo para contestar corresponderá à agente público responsável pelo ato.
última das datas a que se referem os incisos I a VI
§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao
do caput.
órgão competente responsável pela instauração
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para de procedimento disciplinar contra o membro que
cada um é contado individualmente. atuou no feito.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado direta- Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a
mente pela parte ou por quem, de qualquer forma, Defensoria Pública poderá representar ao correge-
participe do processo, sem a intermediação de dor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça
representante judicial, o dia do começo do prazo contra juiz ou relator que injustificadamente ex-
para cumprimento da determinação judicial cor- ceder os prazos previstos em lei, regulamento ou
responderá à data em que se der a comunicação. regimento interno.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à § 1º Distribuída a representação ao órgão compe-
citação com hora certa. tente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso
de arquivamento liminar, será instaurado proce-
Art. 231. (...) II - a data de juntada aos autos do dimento para apuração da responsabilidade, com
mandado cumprido, quando a citação ou a intima- intimação do representado por meio eletrônico
ção for por oficial de justiça; para, querendo, apresentar justificativa no prazo
de 15 (quinze) dias.
Art. 232. Nos atos de comunicação por carta preca-
tória, rogatória ou de ordem, a realização da cita- § 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabí-
ção ou da intimação será imediatamente informa- veis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a
da, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz apresentação ou não da justificativa de que trata o
deprecante. § 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o
relator no Conselho Nacional de Justiça determina-
Seção II - Da Verificação dos Prazos e das Penali-
rá a intimação do representado por meio eletrôni-
dades
co para que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuá-
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos
rio excedeu, sem motivo legítimo, os prazos esta-
ao substituto legal do juiz ou do relator contra o
belecidos em lei.
qual se representou para decisão em 10 (dez) dias.
§ 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instaura-
Título II - Da Comunicação dos Atos Processuais
ção de processo administrativo, na forma da lei.
Capítulo I - Disposições Gerais
§ 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a
Defensoria Pública poderá representar ao juiz con- Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por
tra o serventuário que injustificadamente exceder ordem judicial.
os prazos previstos em lei. § 1º Será expedida carta para a prática de atos fora
Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da
defensor público e o membro do Ministério Públi- seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as
co devem restituir os autos no prazo do ato a ser hipóteses previstas em lei.
praticado. § 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele
§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos
do advogado que exceder prazo legal. limites territoriais do local de sua sede.
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os § 3º Admite-se a prática de atos processuais por
autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à meio de videoconferência ou outro recurso tecno-
vista fora de cartório e incorrerá em multa corres- lógico de transmissão de sons e imagens em tem-
pondente à metade do salário-mínimo. po real.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à
seção local da Ordem dos Advogados do Brasil
para procedimento disciplinar e imposição de mul-
ta.
§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério
Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia
404 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 237. Será expedida carta: torna litigiosa a coisa e constitui em mora o deve-
dor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da
I - de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2º do
Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
art. 236;
Civil).
Art. 236. (...) § 2º O tribunal poderá expedir carta
Código Civil de 2002 - Mora do Devedor
para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se
realizar fora dos limites territoriais do local de sua Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva
sede. e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito
em mora o devedor.
II - rogatória, para que órgão jurisdicional estran-
geiro pratique ato de cooperação jurídica interna- Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se
cional, relativo a processo em curso perante ór- constitui mediante interpelação judicial ou extraju-
gão jurisdicional brasileiro; dicial.

III - precatória, para que órgão jurisdicional brasi- Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito,
leiro pratique ou determine o cumprimento, na considera-se o devedor em mora, desde que o pra-
área de sua competência territorial, de ato relati- ticou.
vo a pedido de cooperação judiciária formulado
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo
por órgão jurisdicional de competência territorial
despacho que ordena a citação, ainda que proferi-
diversa;
do por juízo incompetente, retroagirá à data de
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário propositura da ação.
pratique ou determine o cumprimento, na área
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez)
de sua competência territorial, de ato objeto de
dias, as providências necessárias para viabilizar a
pedido de cooperação judiciária formulado por
citação, sob pena de não se aplicar o disposto no §
juízo arbitral, inclusive os que importem efetiva-
1º.
ção de tutela provisória.
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora
Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em
imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
curso na justiça federal ou em tribunal superior
houver de ser praticado em local onde não haja § 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º apli-
vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo ca-se à decadência e aos demais prazos extintivos
estadual da respectiva comarca. previstos em lei.
Capítulo II - Da Citação Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mé-
rito proferida em favor do réu antes da citação,
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados
incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria co-
o réu, o executado ou o interessado para integrar
municar-lhe o resultado do julgamento.
a relação processual.
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no en-
Art. 239. Para a validade do processo é indispen-
tanto, ser feita na pessoa do representante legal
sável a citação do réu ou do executado, ressalva-
ou do procurador do réu, do executado ou do in-
das as hipóteses de indeferimento da petição inicial
teressado.
ou de improcedência liminar do pedido.
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do
executado supre a falta ou a nulidade da citação,
fluindo a partir desta data o prazo para apresenta-
ção de contestação ou de embargos à execução.
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se
de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel; se ajuíza uma nova ação que repita outra que já fora ajuizada, sendo
idênticas as partes, o conteúdo e o pedido formulado.
II - execução, o feito terá seguimento.
Art. 337. (...)
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se re-
por juízo incompetente, induz litispendência169, produz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas par-
169
Comentário  Ocorre litispendência quando duas causas são tes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
idênticas quanto às partes, pedido e causa de pedir, ou seja, quando § 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 405
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na colha, a preferência estabelecida em lei e restrin-
pessoa de seu mandatário, administrador, prepos- gindo a nomeação à causa.
to ou gerente, quando a ação se originar de atos
§ 5º A citação será feita na pessoa do curador, a
por eles praticados.
quem incumbirá a defesa dos interesses do citan-
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cienti- do.
ficar o locatário de que deixou, na localidade onde
Art. 246. A citação será feita:
estiver situado o imóvel, procurador com poderes
para receber citação será citado na pessoa do ad- I - pelo correio;
ministrador do imóvel encarregado do recebimen- II - por oficial de justiça;
to dos aluguéis, que será considerado habilitado
para representar o locador em juízo. III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o ci-
tando comparecer em cartório;
§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e de suas respectivas au- IV - por edital;
tarquias e fundações de direito público será reali- V - por meio eletrônico, conforme regulado em
zada perante o órgão de Advocacia Pública res- lei.
ponsável por sua representação judicial.
§ 1º Com exceção das microempresas e das em-
Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer presas de pequeno porte, as empresas públicas e
lugar em que se encontre o réu, o executado ou o privadas são obrigadas a manter cadastro nos sis-
interessado. temas de processo em autos eletrônicos, para
Parágrafo único. O militar em serviço ativo será efeito de recebimento de citações e intimações, as
citado na unidade em que estiver servindo, se não quais serão efetuadas preferencialmente por esse
for conhecida sua residência ou nela não for en- meio.
contrado. § 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Esta-
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o dos, ao Distrito Federal, aos Municípios e às enti-
perecimento do direito: dades da administração indireta.

I - de quem estiver participando de ato de culto § 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinan-


religioso; tes170 serão citados pessoalmente, exceto quando
tiver por objeto unidade autônoma de prédio em
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
parente do morto, consanguíneo ou afim, em li-
nha reta ou na linha colateral em segundo grau, Art. 247. A citação será feita pelo correio para
no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguin- qualquer comarca do país, exceto:
tes; I - nas ações de estado, observado o disposto no
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguin- art. 695, § 3º;
tes ao casamento;
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços
IV - de doente, enquanto grave o seu estado. serão empreendidos para a solução consensual da
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de
que o citando é mentalmente incapaz ou está im- profissionais de outras áreas de conhecimento para
possibilitado de recebê-la. a mediação e conciliação.

§ 1º O oficial de justiça descreverá e certificará Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz
minuciosamente a ocorrência. pode determinar a suspensão do processo enquan-
to os litigantes se submetem a mediação extrajudi-
§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará mé- cial ou a atendimento multidisciplinar.
dico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco)
dias. Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso,
tomadas as providências referentes à tutela provi-
§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se sória, o juiz ordenará a citação do réu para com-
pessoa da família apresentar declaração do médi- parecer à audiência de mediação e conciliação,
co do citando que ateste a incapacidade deste. observado o disposto no art. 694. (...)
§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará 170
Confinantes  Vizinhos que estão exatamente ao lado do imóvel.
curador ao citando, observando, quanto à sua es-
Aquele possuidor de imóvel que faz fronteira com outro, que se
limita.

406 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 3º A citação será feita na pessoa do réu. II - a finalidade da citação, com todas as especifi-
cações constantes da petição inicial, bem como a
II - quando o citando for incapaz; menção do prazo para contestar, sob pena de re-
velia, ou para embargar a execução;
III - quando o citando for pessoa de direito públi-
co; III - a aplicação de sanção para o caso de des-
cumprimento da ordem, se houver;
Código Civil - Pessoa Jurídica de Direito Público
IV - se for o caso, a intimação do citando para
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público comparecer, acompanhado de advogado ou de
interno: defensor público, à audiência de conciliação ou
I - a União; de mediação, com a menção do dia, da hora e do
lugar do comparecimento;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da
III - os Municípios; decisão que deferir tutela provisória;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de se-
V - as demais entidades de caráter público criadas cretaria e a declaração de que o subscreve por
por lei. ordem do juiz.
Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o
IV - quando o citando residir em local não aten-
citando e, onde o encontrar, citá-lo:
dido pela entrega domiciliar de correspondência;
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a con-
V - quando o autor, justificadamente, a requerer
trafé;
de outra forma.
II - portando por fé se recebeu ou recusou a con-
Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão
trafé;
ou o chefe de secretaria remeterá ao citando có-
pias da petição inicial e do despacho do juiz e co- III - obtendo a nota de ciente ou certificando que
municará o prazo para resposta, o endereço do o citando não a apôs no mandado.
juízo e o respectivo cartório.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de
§ 1º A carta será registrada para entrega ao citan- justiça houver procurado o citando em seu domicí-
do, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que lio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo
assine o recibo. suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da
família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que,
§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a
no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a
entrega do mandado a pessoa com poderes de
citação, na hora que designar.
gerência geral ou de administração ou, ainda, a
funcionário responsável pelo recebimento de cor- Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos
respondências. loteamentos com controle de acesso, será válida a
intimação a que se refere o caput feita a funcioná-
§ 3º Da carta de citação no processo de conheci-
rio da portaria responsável pelo recebimento de
mento constarão os requisitos do art. 250.
correspondência.
§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamen-
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de
tos com controle de acesso, será válida a entrega
justiça, independentemente de novo despacho,
do mandado a funcionário da portaria responsável
comparecerá ao domicílio ou à residência do citan-
pelo recebimento de correspondência, que, entre-
do a fim de realizar a diligência.
tanto, poderá recusar o recebimento, se declarar,
por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário § 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de
da correspondência está ausente. justiça procurará informar-se das razões da ausên-
cia, dando por feita a citação, ainda que o citando
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de
se tenha ocultado em outra comarca, seção ou
justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em
subseção judiciárias.
lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
§ 2º A citação com hora certa será efetivada mes-
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver
mo que a pessoa da família ou o vizinho que hou-
de cumprir conterá:
ver sido intimado esteja ausente, ou se, embora
I - os nomes do autor e do citando e seus respec- presente, a pessoa da família ou o vizinho se recu-
tivos domicílios ou residências; sar a receber o mandado.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 407
§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça IV - a advertência de que será nomeado curador
deixará contrafé com qualquer pessoa da família especial em caso de revelia.
ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a
nome.
publicação do edital seja feita também em jornal
§ 4º O oficial de justiça fará constar do mandado a local de ampla circulação ou por outros meios,
advertência de que será nomeado curador especi- considerando as peculiaridades da comarca, da
al se houver revelia. seção ou da subseção judiciárias.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão Art. 258. A parte que requerer a citação por edital,
ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado alegando dolosamente a ocorrência das circuns-
ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado tâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá
da data da juntada do mandado aos autos, carta, em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo.
telegrama ou correspondência eletrônica, dando-
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do
lhe de tudo ciência.
citando.
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comuni-
Art. 259. Serão publicados editais:
cação e nas que se situem na mesma região me-
tropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em I - na ação de usucapião de imóvel;
qualquer delas, citações, intimações, notificações, II - na ação de recuperação ou substituição de tí-
penhoras e quaisquer outros atos executivos. tulo ao portador;
Art. 256. A citação por edital será feita: III - em qualquer ação em que seja necessária, por
I - quando desconhecido ou incerto o citando; determinação legal, a provocação, para participa-
ção no processo, de interessados incertos ou des-
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lu-
conhecidos.
gar em que se encontrar o citando;
Capítulo III - Das Cartas
III - nos casos expressos em lei.
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, pre-
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de cita-
catória e rogatória:
ção por edital, o país que recusar o cumprimento
de carta rogatória. I - a indicação dos juízes de origem e de cumpri-
mento do ato;
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se
encontrar o réu, a notícia de sua citação será di- II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial
vulgada também pelo rádio, se na comarca houver e do instrumento do mandato conferido ao ad-
emissora de radiodifusão. vogado;
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou III - a menção do ato processual que lhe constitui
incerto se infrutíferas as tentativas de sua locali- o objeto;
zação, inclusive mediante requisição pelo juízo de IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
informações sobre seu endereço nos cadastros de
órgãos públicos ou de concessionárias de serviços § 1º O juiz mandará trasladar para a carta quais-
públicos. quer outras peças, bem como instruí-la com mapa,
desenho ou gráfico, sempre que esses documentos
Art. 257. São requisitos da citação por edital: devam ser examinados, na diligência, pelas partes,
I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial pelos peritos ou pelas testemunhas.
informando a presença das circunstâncias autori- § 2º Quando o objeto da carta for exame pericial
zadoras; sobre documento, este será remetido em original,
II - a publicação do edital na rede mundial de ficando nos autos reprodução fotográfica.
computadores, no sítio do respectivo tribunal e § 3º A carta arbitral atenderá, no que couber, aos
na plataforma de editais do Conselho Nacional requisitos a que se refere o caput e será instruída
de Justiça, que deve ser certificada nos autos; com a convenção de arbitragem e com as provas
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que vari- da nomeação do árbitro e de sua aceitação da
ará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo função.
da data da publicação única ou, havendo mais de
uma, da primeira;

408 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o
para cumprimento, atendendo à facilidade das chefe de secretaria do juízo deprecante transmiti-
comunicações e à natureza da diligência. rá, por telefone, a carta de ordem ou a carta preca-
tória ao juízo em que houver de se cumprir o ato,
§ 1º As partes deverão ser intimadas pelo juiz do
por intermédio do escrivão do primeiro ofício da
ato de expedição da carta.
primeira vara, se houver na comarca mais de um
§ 2º Expedida a carta, as partes acompanharão o ofício ou de uma vara, observando-se, quanto aos
cumprimento da diligência perante o juízo destina- requisitos, o disposto no art. 264.
tário, ao qual compete a prática dos atos de comu-
§ 1º O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo
nicação.
dia ou no dia útil imediato, telefonará ou enviará
§ 3º A parte a quem interessar o cumprimento da mensagem eletrônica ao secretário do tribunal, ao
diligência cooperará para que o prazo a que se escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo depre-
refere o caput seja cumprido. cante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-
Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, lhe que os confirme.
antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimen- § 2º Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de
to, ser encaminhada a juízo diverso do que dela secretaria submeterá a carta a despacho.
consta, a fim de se praticar o ato.
Art. 266. Serão praticados de ofício os atos requisi-
Parágrafo único. O encaminhamento da carta a tados por meio eletrônico e de telegrama, deven-
outro juízo será imediatamente comunicado ao do a parte depositar, contudo, na secretaria do
órgão expedidor, que intimará as partes. tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a im-
Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser portância correspondente às despesas que serão
expedidas por meio eletrônico, caso em que a feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.
assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta pre-
da lei. catória ou arbitral, devolvendo-a com decisão mo-
Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por tivada quando:
meio eletrônico, por telefone ou por telegrama
conterão, em resumo substancial, os requisitos Comentário  Note que não há previsão da devolução
mencionados no art. 250, especialmente no que se da carta de ordem, uma vez que ela é emitida de um
tribunal para um juiz (vara) subordinado.
refere à aferição da autenticidade.

Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver I - a carta não estiver revestida dos requisitos le-
de cumprir conterá: gais;
I - os nomes do autor e do citando e seus respecti- II - faltar ao juiz competência em razão da maté-
vos domicílios ou residências; ria ou da hierarquia;
II - a finalidade da citação, com todas as especifica- III - o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticida-
ções constantes da petição inicial, bem como a de.
menção do prazo para contestar, sob pena de reve- Parágrafo único. No caso de incompetência em
lia, ou para embargar a execução; razão da matéria ou da hierarquia, o juiz depreca-
III - a aplicação de sanção para o caso de descum- do, conforme o ato a ser praticado, poderá reme-
primento da ordem, se houver; ter a carta ao juiz ou ao tribunal competente.
IV - se for o caso, a intimação do citando para com- Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo
parecer, acompanhado de advogado ou de defen- de origem no prazo de 10 (dez) dias, independen-
sor público, à audiência de conciliação ou de medi- temente de traslado, pagas as custas pela parte.
ação, com a menção do dia, da hora e do lugar do Capítulo IV - Das Intimações
comparecimento;
Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da alguém dos atos e dos termos do processo.
decisão que deferir tutela provisória;
§ 1º É facultado aos advogados promover a inti-
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secre- mação do advogado da outra parte por meio do
taria e a declaração de que o subscreve por ordem correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do
do juiz. ofício de intimação e do aviso de recebimento.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 409
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com intimação de qualquer decisão contida no proces-
cópia do despacho, da decisão ou da sentença. so retirado, ainda que pendente de publicação.
§ 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito § 7º O advogado e a sociedade de advogados deve-
Federal, dos Municípios e de suas respectivas au- rão requerer o respectivo credenciamento para a
tarquias e fundações de direito público será reali- retirada de autos por preposto.
zada perante o órgão de Advocacia Pública res-
§ 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em
ponsável por sua representação judicial.
capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba
Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício
possível, por meio eletrônico, na forma da lei. for reconhecido.
Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à § 9º Não sendo possível a prática imediata do ato
Defensoria Pública e à Advocacia Pública o dispos- diante da necessidade de acesso prévio aos autos,
to no § 1º do art. 246. a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intima-
ção, caso em que o prazo será contado da intima-
Art. 246. (...) § 1º Com exceção das microempresas ção da decisão que a reconheça.
e das empresas de pequeno porte, as empresas
públicas e privadas são obrigadas a manter cadas- Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrô-
tro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, nico e não houver na localidade publicação em
para efeito de recebimento de citações e intima- órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de
ções, as quais serão efetuadas preferencialmente secretaria intimar de todos os atos do processo os
por esse meio. advogados das partes:
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do
Art. 271. O juiz determinará de ofício as intima-
juízo;
ções em processos pendentes, salvo disposição em
contrário. II - por carta registrada, com aviso de recebimen-
to, quando forem domiciliados fora do juízo.
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrôni-
co, consideram-se feitas as intimações pela publi- Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as
cação dos atos no órgão oficial. intimações serão feitas às partes, aos seus repre-
sentantes legais, aos advogados e aos demais sujei-
§ 1º Os advogados poderão requerer que, na inti- tos do processo pelo correio ou, se presentes em
mação a eles dirigida, figure apenas o nome da cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de
sociedade a que pertençam, desde que devida- secretaria.
mente registrada na Ordem dos Advogados do
Brasil. Parágrafo único. Presumem-se válidas as intima-
ções dirigidas ao endereço constante dos autos,
§ 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da ainda que não recebidas pessoalmente pelo inte-
publicação constem os nomes das partes e de seus ressado, se a modificação temporária ou definitiva
advogados, com o respectivo número de inscrição não tiver sido devidamente comunicada ao juízo,
na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do
requerido, da sociedade de advogados. comprovante de entrega da correspondência no
§ 3º A grafia dos nomes das partes não deve con- primitivo endereço.
ter abreviaturas. Art. 275. A intimação será feita por oficial de justi-
§ 4º A grafia dos nomes dos advogados deve cor- ça quando frustrada a realização por meio eletrôni-
responder ao nome completo e ser a mesma que co ou pelo correio.
constar da procuração ou que estiver registrada § 1º A certidão de intimação deve conter:
na Ordem dos Advogados do Brasil.
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa
§ 5º Constando dos autos pedido expresso para intimada, mencionando, quando possível, o nú-
que as comunicações dos atos processuais sejam mero de seu documento de identidade e o órgão
feitas em nome dos advogados indicados, o seu que o expediu;
desatendimento implicará nulidade.
II - a declaração de entrega da contrafé;
§ 6º A retirada dos autos do cartório ou da secreta-
ria em carga pelo advogado, por pessoa credenci- III - a nota de ciente ou a certidão de que o inte-
ada a pedido do advogado ou da sociedade de ressado não a apôs no mandado.
advogados, pela Advocacia Pública, pela Defenso-
ria Pública ou pelo Ministério Público implicará
410 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efe- Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro,
tuada com hora certa ou por edital. reconvenção ou outra hipótese de ampliação ob-
jetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará pro-
(...)
ceder à respectiva anotação pelo distribuidor.
Título IV - Da Distribuição e do Registro
Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a regis- Intervenção de Terceiros  Como o próprio nome já
tro, devendo ser distribuídos onde houver mais de define, são hipóteses em que terceiros interveem no
processo para defender seus interesses. O Código de
um juiz.
Processo Civil traz cinco formatos de intervenção: a
Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, Assistência (artigos 119 a 124), a Denunciação da Lide
será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa (artigos 125 a 129), o Chamamento ao Processo (arti-
igualdade. gos 130 a 132), o Incidente de Desconsideração da
Personalidade Jurídica (artigos 133 a 137) e o Amicus
Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser 171
Curiae (artigo 138) .
publicada no Diário de Justiça.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as Reconvenção  É uma das possibilidades de resposta
causas de qualquer natureza: do réu. Este poderá propor, dentro do mesmo proces-
so, uma outra ação através de petição escrita, dirigida
I - quando se relacionarem, por conexão ou con- ao juiz da causa, contra o autor. É fazer o pedido inver-
tinência, com outra já ajuizada; so, contraposto (artigo 343).

Existe a conexão quando em duas ou mais ações há um Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada
ou dois elementos que lhes são comuns, devendo as- de procuração, que conterá os endereços do advo-
sim, ser apreciada por um só juiz, para que não haja gado, eletrônico e não eletrônico.
duplicidade de decisões.
Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procura-
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações ção:
quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
(...) I - no caso previsto no art. 104;
Continência é uma espécie de conexão, ocorre nos Art. 104. O advogado não será admitido a postular
casos em que duas ou mais ações tem identidade entre
em juízo sem procuração, salvo para evitar preclu-
as partes e a causa à pedir, mas o objeto de uma por
ser mais amplo, abrange os das outra.
são, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais
ações quando houver identidade quanto às partes e à § 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais deverá, independentemente de caução, exibir a
amplo, abrange o das demais. procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorro-
http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_1952.html gável por igual período por despacho do juiz.
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz
II - quando, tendo sido extinto o processo sem relativamente àquele em cujo nome foi praticado,
resolução de mérito, for reiterado o pedido, ain- respondendo o advogado pelas despesas e por per-
da que em litisconsórcio com outros autores ou das e danos.
que sejam parcialmente alterados os réus da de-
manda; II - se a parte estiver representada pela Defenso-
ria Pública;
III - quando houver ajuizamento de ações nos
termos do art. 55, § 3º, ao juízo prevento. III - se a representação decorrer diretamente de
norma prevista na Constituição Federal ou em lei.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais
Art. 288. O juiz, de ofício ou a requerimento do
ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
interessado, corrigirá o erro ou compensará a falta
de pedir. (...)
de distribuição.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os
processos que possam gerar risco de prolação de
decisões conflitantes ou contraditórias caso decidi- 171
Amicus curiae  (latim) Amigo do tribunal, significando o terceiro
dos separadamente, mesmo sem conexão entre
no processo que é convocado pelo juiz para prestar informações ou
eles.
esclarecer questões técnicas, inclusive jurídicas, que interessam à
causa.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 411
Art. 289. A distribuição poderá ser fiscalizada pela § 2º O valor das prestações vincendas será igual a
parte, por seu procurador, pelo Ministério Público uma prestação anual, se a obrigação for por tem-
e pela Defensoria Pública. po indeterminado ou por tempo superior a 1 (um)
ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma
Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a
das prestações.
parte, intimada na pessoa de seu advogado, não
realizar o pagamento das custas e despesas de § 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento,
ingresso em 15 (quinze) dias. o valor da causa quando verificar que não corres-
ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao
Título V - Do Valor da Causa
proveito econômico perseguido pelo autor, caso
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, em que se procederá ao recolhimento das custas
ainda que não tenha conteúdo econômico imedia- correspondentes.
tamente aferível.
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar
Art. 292. O valor da causa constará da petição ini- da contestação, o valor atribuído à causa pelo au-
cial ou da reconvenção e será: tor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a res-
I - na ação de cobrança de dívida, a soma mone- peito, impondo, se for o caso, a complementação
tariamente corrigida do principal, dos juros de das custas.
mora vencidos e de outras penalidades, se hou-
ver, até a data de propositura da ação; Resumo das Multas - Código de Processo Civil

II - na ação que tiver por objeto a existência, a Metade do salário-mínimo  artigo 202
validade, o cumprimento, a modificação, a reso- Metade do salário-mínimo  artigo 234 § 2º
lução, a resilição172 ou a rescisão de ato jurídico, 5 vezes o salário-mínimo  artigo 258
o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze)
Noções de Direito Processual Penal
prestações mensais pedidas pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de rei- De acordo com José Frederico Marques, o direito
vindicação, o valor de avaliação da área ou do processual penal “é um conjunto de normas e prin-
bem objeto do pedido; cípios que regulam a aplicação jurisdicional do di-
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em reito penal objetivo, a sistematização dos órgãos da
dano moral, o valor pretendido; jurisdição e respectivos auxiliares, bem como da
persecução penal”. Nessa visão doutrinária, a ex-
VI - na ação em que há cumulação de pedidos173, pressão “aplicação do direito penal objetivo” toca
a quantia correspondente à soma dos valores de no ponto do aspecto prático do processo, mas
todos eles; também no organizacional (sistematização dos
VII - na ação em que os pedidos são alternati- órgãos da jurisdição e auxiliares). Trata também o
vos174, o de maior valor; conceito do inquérito - “persecução” -, sendo a
polícia judiciária responsável pelo inquérito (polícia
VIII - na ação em que houver pedido subsidiá- civil ou polícia federal, dependendo do tipo de
rio175, o valor do pedido principal. crisme) onde, posteriormente, o Ministério Público
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e proporá a ação penal.
vincendas, considerar-se-á o valor de umas e ou- ❶ Ação Penal
tras.
Quando o Código Penal, assim como outras leis,
tipificam crimes e impõem penas, há também a
172
definição da modalidade da ação penal a ser pro-
Resilição  Rescisão de contrato por somente uma das partes.
173
posta para a apuração dos mesmos. Assim, a ação
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o
penal pode ser Pública ou Privada.
mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja co-
nexão. (...) a) Ação Penal Pública  Ação que se inicia com o
174
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da oferecimento da denúncia por parte do Ministério
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um Público. A ação pode ser:
modo. (...)
175
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiá-
ria, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o
anterior. (...)

412 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Incondicionada: O Ministério Público propõe a tempo. Não há presunção de culpa, a culpa deve
ação independentemente da vontade da vítima. ser provada, diferentemente dos processos não
Ou seja, insubordina-se a condições. penais onde “os fatos não contestados presumem-
se verdadeiros”. O silêncio do réu não poderá mais
Condicionada: Subordina-se a condições, haja vis-
ser interpretado em seu desfavor, é um direito
ta que o Ministério Público a propõe a ação so-
constitucional, pois não há presunção de culpa. A
mente se houver representação por parte da ví-
verdade real sempre deve prevalecer, embora al-
tima.
guns doutrinadores afirmam que a verdade real
b) Ação Penal Privada  Proposta pela vítima atra- não é tão absoluta assim, exemplificando a tese na
vés de advogado. absolvição de um culpado por falta de provas e não
❷ Finalidade do Direito Processual Penal por sua inocência.

Definir uma relação jurídica que o ilícito penal faz ❷ Princípio da Legalidade/Obrigatoriedade
nascer, imediatamente, quando acontece o crime. Os órgãos da persecução penal são escravos da lei
Nesse momento surge o poder/dever do Estado de e com seu jus puniendi177 mantém a sociedade em
punir, em contrapartida ao direito de liberdade do permanente ameaça genérica, que se torna especí-
indivíduo (criminoso). O devido processo legal que fica contra o indivíduo que cometeu o ilícito. A
definirá o caso, através de uma decisão justa e autoridade policial tem o dever indeclinável de
imparcial. instaurar o processo penal, em se tratando de ação
❸ Relação Processual Penal penal pública incondicionada. Da mesma forma, o
Ministério Público tem tal obrigação de promover a
Na ação penal pública temos a representação de ação penal. A regra da obrigatoriedade do inquéri-
uma “pirâmide”, onde há o autor (Ministério Públi- to é absoluta, mas existem algumas razões legais
co), o réu (sujeito ativo do crime) e o juiz. A vítima que impedem que se instaure o inquérito, como
imediata do crime é a sociedade, representada por exemplo, a morte do agente (causa de extinção
pelo Ministério Público. Já o ofendido, a vítima da punibilidade). A autoridade é obrigada a agir
mediata, não faz parte da relação processual penal, desde que preenchidas as condições mínimas. Há a
embora tenha interesse individual na ação. possibilidade do pedido de arquivamento formula-
Já na ação penal privada, o ofendido é a vítima do pelo Promotor de Justiça. Se o juiz não concor-
imediata e também o autor do processo através do dar, encaminhará ao Procurador Geral da Justiça
seu advogado. O réu é o sujeito ativo do crime e para que este ofereça a denúncia (voltando a pri-
temos também a figura do juiz. meira instância) ou insista no arquivamento onde
então o juiz estará obrigado a arquivar.
Princípios do Direito Processual Penal ❸ Princípio da Indisponibilidade da Ação Penal
❶ Princípio da Verdade Real/Material Diante dos elementos mínimos de ordem pública,
está o Ministério Público obrigado a oferecer de-
O processo penal é a busca da verdade dos fatos
núncia. Proposta a ação penal, o Ministério Público
para uma decisão final. Essa busca da verdade se
não poderá dispor dela, desistindo da ação penal. O
deve pela gravidade dos fatos penais e porque são
Ministério Público detém a titularidade da ação
direitos indisponíveis (diferentemente dos proces-
penal pública por definição expressa da Constitui-
sos não penais). O juiz deve buscar a prova, não
ção Federal de 1988.
sendo inerte, como ocorre nos processos não pe-
nais. Analisando-se que o ônus da prova é de quem ❹ Princípio da Oficialidade
alega, a regra não é absoluta em processo penal O Estado tem dever soberano e indeclinável de
(ressalvas do artigo 156176 do Código de Processo agir, estabelecendo normas de condutas delituosas
Penal), podendo o juiz interferir no processo a todo e uma sanção penal. Para desenvolver sua ativida-
176
Código de Processo Penal
de, o Estado cria órgãos públicos, oficiais, que de-
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,
senvolvem a persecução penal, tais como a polícia
porém, facultado ao juiz de ofício:
judiciária (fase pré - processual) e o Ministério Pú-
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção blico (fase processual), órgãos estes que não ca-
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, obser-
vando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
177
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir senten- Comentário  O jus puniendi é uma expressão latina que pode
ça, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto rele- ser traduzida literalmente como direito de punir do Estado. Refere-se
vante. ao poder ou prerrogativa sancionadora do Estado.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 413
bem para a ação penal privada (artigo 30178 do solicitando a si próprio uma providência. Não há
CPP). Do princípio da oficialidade decorrem duas jurisdição sem ação. Na ação penal pública, o Mi-
regras: nistério Público aciona o juiz na denúncia feita pelo
próprio promotor, assim como a vítima aciona o
a) Autoritariedade: Durante toda a atividade de
judiciário através de advogado na ação penal pri-
persecução do Estado está presente a figura da
vada.
autoridade, seja o policial, o promotor de justiça
ou uma autoridade judiciária.
Glossário de Termos do Processo Penal
b) Iniciativa ex officio: Os órgãos de persecução
179
penal não exigem serem impulsionados a agir, www.prba.mpf.mp.br/sala-de-imprensa/glossario
agem de ofício. Decorre da oficialidade e obriga- 1. Abolitio criminis  (latim) Expressão latina utili-
toriedade, pois não há necessidade de acionar os zada em Direito Penal. Significa a extinção do crime
órgãos para que eles possam agir. devido à publicação de lei que extingue o delito
❺ Princípio do Contraditório anteriormente previsto no ordenamento jurídico.
É um princípio garantido pelo artigo 5º inciso LV da 2. Ação  Direito que qualquer pessoa tem para
Constituição Federal de 1988, assegurando igual- buscar uma decisão judicial por meio de um pro-
dade de direitos e obrigações de ordem processual. cesso.
Do princípio do contraditório decorrem mais duas 3. Ação Penal  É a ação para examinar a ocorrên-
regras: cia de um crime ou uma contravenção. Há uma
a) Igualdade Processual: As partes tem igualdade ação penal privada quando o próprio ofendido
de direitos e obrigações processuais. pede a punição do ofensor, porque o bem violado é
exclusivamente privado. Já a ação penal pública
b) Liberdade Processual: O acusado pode esco-
acontece quando o crime tem reflexos na socieda-
lher seu advogado, as partes podem reinquirir
de e, por isso, o próprio Estado tem interesse na
testemunhas, entre outras liberdades legalmente
sua punição e repressão. Nesse caso quem propõe
garantidas.
a ação é o Ministério Público.
No inquérito policial não vigora o princípio do con-
4. Acórdão  Decisão judicial proferida por um
traditório e, portanto, a ausência de defesa nesta
grupo de magistrados. É o que acontece nos tribu-
fase não poderá causar prejuízo ao acusado.
nais, quando um grupo de ministros ou desembar-
Constituição Federal de 1988 gadores (dependendo do tipo de tribunal) decide
um processo ou recurso por maioria de votos.
Art. 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são asse- 5. Ad hoc  (latim) Para isso. Diz-se de pessoa ou
gurados o contraditório e ampla defesa, com os coisa preparada para determinada missão ou cir-
meios e recursos a ela inerentes; cunstância: secretário ad hoc, defensor ad hoc.
6. Adição da Denúncia  É o ato pelo qual o pro-
❻ Princípio da Publicidade motor público, após ter oferecido a denúncia, vem
Os atos processuais estão ao alcance de qualquer aditá-la para incluir novos nomes ou novos fatos,
pessoa, são públicos. São tão importantes que seria que a ela se integram. Também no caso de ação
inconveniente que fossem praticados em sigilo. Há privada nos crimes de ação pública (ação subsidiá-
a publicidade ampla, onde todas as pessoas podem ria se esta não for intentada no prazo legal) o Mi-
ter acesso aos atos processuais e, também, a publi- nistério Público poderá aditar a queixa.
cidade restrita, onde apenas determinado número
de pessoas tem acesso aos atos processuais. No
direito processual penal existe as duas formas de
publicidade. 179
Comentário  O presente glossário teve alterações de texto e
❼ Princípio da Iniciativa das Partes exemplos para seu melhor entendimento, inclusive com
acesso ao http://www.stf.jus.br/portal/glossario/.
É indispensável que o juiz seja impulsionado para
OLIVEIRA, Maria Célia Néri de. Ministério Público Federal para
agir. Não seria lógico que o juiz agisse de ofício,
Jornalistas - Por dentro do MPF. 1ª Edição, PGR, 2005.
Plácido e Silva. Vocabulário Jurídico. 20ª Edição, Editora Forense,
178
Código de Processo Penal 2002.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Juridiquês em Bom
caberá intentar a ação privada. Português. 1ª Edição, Ediouro Editora, 2005.

414 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
7. Advogado Dativo ou Assistente Judiciário  É o que não se devem aplicar duas penas sobre a
advogado nomeado por um juiz, no curso de uma mesma falta.
ação, para prestar assistência a uma pessoa que
15. Capacidade Processual  É a capacidade de a
não possui condições de pagar as custas do proces-
pessoa ser parte (autor ou réu) e estar em juízo, ou
so ou os honorários do advogado. Pode acontecer
seja, estar em pleno gozo do exercício de seus pró-
também de, mesmo a parte tendo advogado, este
prios direitos na relação jurídica processual. A pes-
não comparecer a um ato judicial, como por exem-
soa, jurídica ou natural, possui na relação proces-
plo, na oitiva das testemunhas, e então ser neces-
sual a capacidade de direito (adquire direitos) e a
sário um defensor dativo.
capacidade de exercício (gere seus próprios direi-
8. Alvará de Soltura  Ordem judicial que deter- tos).
mina a liberdade de uma pessoa que se encontra
16. Citação  Citação é o ato pelo qual se chama a
presa. Quando cumprida ou extinta a pena, a pes-
juízo o para se defender. É feita por mandado
soa será posta, imediatamente, em liberdade (arti-
quando o réu estiver no território sujeito à jurisdi-
go 685 do Código de Processo Penal).
ção do juiz que a houver ordenado. Quando o réu
9. Amicus curiae  (latim) Amigo do tribunal, sig- estiver fora do território da jurisdição do juiz pro-
nificando o terceiro no processo que é convocado cessante, será citado mediante precatória (artigos
pelo juiz para prestar informações ou esclarecer 351 a 369 do Código de Processo Penal).
questões técnicas, inclusive jurídicas, que interes-
17. Comarca  A circunscrição territorial, compre-
sam à causa.
endida pelos limites em que se encerra a jurisdição
10. Apelação  É o recurso proposto contra sen- de um juiz de Direito.
tenças definitivas proferidas por juiz singular, al-
18. Common law  (inglês) Expressão que se refere
guns tipos de decisões definitivas (ou com força de
à família jurídica originada na Inglaterra e que, pelo
definitivas) proferidas por juiz singular e, também,
processo de colonização, espalhou-se pelos países
em alguns casos de decisões do Tribunal do Júri,
de língua inglesa, como os Estados Unidos. Origina-
como por exemplo quando houver erro ou injustiça
riamente, significa “direito comum”, isto é, o direi-
no tocante à aplicação da pena (artigos 593 a 606
to costumeiro reconhecido pelos juízes. Contrapõe-
do Código de Processo Penal).
se ao Civil Law, o direito de raízes românico-
11. Assistência Judiciária  Direito previsto na germânicas (Itália e Alemanha), caracterizado pela
Constituição Federal para pessoas comprovada- predominância do direito positivo, como acontece
mente pobres que não estiverem em condições de nos países de origem latina, como o Brasil.
utilizar a atividade jurisdicional do estado pagando
19. Competência  É a medida ou extensão do
as despesas ou custas judiciais sem prejuízo do
poder de jurisdição de um juiz. Ou seja, a compe-
sustento próprio e de sua família. É promovida
tência define qual juiz ou tribunal deverá decidir o
através da Defensoria Pública - incumbida da orien-
processo. A competência é definida pelo lugar da
tação jurídica e da defesa daqueles necessitados
infração, pelo domicílio ou residência do réu, pela
que comprovarem insuficiência de recursos (artigos
natureza da infração, pela distribuição, pela cone-
5º LXXIV e 134 e 135 da Constituição Federal).
xão ou continência, pela prevenção ou pela prerro-
12. Autoacusação Falsa  É um dos crimes pratica- gativa de função (artigos 69 a 91 do Código de Pro-
dos contra a administração da justiça. Consiste em cesso Penal).
acusar-se, perante a autoridade, de crime inexis-
20. Concessa venia  (latim) Com a devida permis-
tente ou praticado por outrem. A pena prevista é
são.
de detenção, de três meses a dois anos, ou multa
(artigo 341 do Código Penal). 21. Contraditório  Princípio constitucional que
assegura a toda pessoa tem direito de ampla atua-
13. Autos  É o nome que se dá ao conjunto das
ção processual no caso de sofrer um processo ou
peças que compõem um processo, incluindo todos
para proteção do seu direito quando move um
os anexos e volumes. É o processo materializado.
processo (Constituição Federal - artigo 5º inciso
14. Bis in idem  (latim) Significa repetição da LV).
mesma coisa. Serve para qualificar uma pessoa ser
22. Contravenção  Contravenções penais são in-
julgada duas vezes pelo mesmo crime, entre outros
frações consideradas de menor potencial ofensivo,
procedimentos indevidamente duplicados. Já o
mas que são passíveis de processo penal e penali-
termo non bis in idem é a locução latina que signi-
dades. As contravenções estão definidas no Decre-
fica sem repetição e é empregada para significar

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 415
to-Lei n.º 3.688 de 3 de outubro de 1941, chamado 34. Desaforamento  É a mudança do julgamento a
de Lei de Contravenções Penais. ser feito pelo Tribunal do Júri para outra comarca
da mesma região. Acontece por requerimento do
23. Crime  1. Definido legalmente como a infração
Ministério Público, do assistente de acusação, do
penal a que a lei comina pena de reclusão ou de
acusado ou mediante representação do juiz com-
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou
petente. Os motivos podem ser o interesse da or-
cumulativamente com a pena de multa. A doutrina
dem pública, uma dúvida da imparcialidade do júri
define crime como o "fato proibido por lei sob
ou o perigo para a segurança pessoal do acusado
ameaça de uma pena" (Bento de Faria). 2. Ação ou
(artigos 427 e 428 do Código de Processo Penal).
omissão que venha a causar dano, lesar ou expor a
perigo um bem juridicamente protegido pela lei 35. Detração  É o ato de abater no período da
penal. pena privativa de liberdade e na medida de segu-
rança o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no
24. Crime Culposo  É o crime cometido quando o
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de in-
agente deu causa ao resultado por imprudência,
ternação em hospital de custódia e tratamento
negligência ou imperícia (artigo 18 inciso II do Có-
psiquiátrico ou outro estabelecimento adequado
digo Penal).
(artigo 42 do Código Penal).
25. Crime Doloso  É o crime voluntário, isto é,
36. Diligência  Providências a serem executadas
aquele em que o agente teve a intenção maldosa,
no curso de um processo, procedimento ou inqué-
quando desejou o resultado ou assumiu o risco de
rito policial para esclarecimento de questões rela-
produzi-lo (artigo 18 inciso I do Código Penal).
cionadas aos assuntos nele tratados. Uma diligên-
26. Data venia  (latim) Com devido consentimen- cia pode ser decidida por iniciativa do juiz (de ofí-
to, dada a vênia. Expressão respeitosa com que se cio) ou atendendo requerimento do Ministério
pede ao interlocutor permissão para discordar de Público.
seu ponto de vista.
37. Dolo  No sentido penal, é a intenção de prati-
27. De facto  (latim) De fato. Diz-se das circuns- car ato criminoso, com consciência e vontade, que
tâncias ou provas materiais que têm existência se constitui em crime ou delito, seja por ação ou
objetiva ou real. Opõe-se a de jure. omissão.
28. De jure  (latim) De direito. Opõe-se a de facto. 38. Doutrina  Conjunto de princípios expostos nos
29. Defensoria Pública  É instituição essencial à livros de Direito, em que firmam teorias ou se fa-
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a zem interpretações sobre a ciência jurídica.
orientação jurídica e a defesa, integral e gratuita, 39. Duplo Grau de Jurisdição  Princípio da organi-
em todos os graus, daqueles necessitados que zação do Judiciário que determina a existência de
comprovarem insuficiência de recursos. instância inferior e superior. A primeira instância se
30. Deferir  Acolher um requerimento, um pedi- constitui no juízo onde se inicia a ação principal,
do, uma pretensão. Dizer “sim” a um pedido da que vai até a sentença (decisão monocrática). A
parte no processo. segunda instância é aquela em que se recebe a
causa em grau de recurso que será julgada pelo
31. Demanda  É todo pedido feito em juízo. tribunal (grupo de magistrados).
32. Denegar  Indeferir, negar uma pretensão for- 40. Ementa  Súmula que contém a conclusão do
mulada em juízo. Dizer “não” a um pedido da parte que diz o enunciado de uma decisão do judiciário
no processo. ou do texto de uma lei, relacionado com uma sen-
33. Denúncia  Peça de acusação formulada pelo tença.
Ministério Público contra pessoas que praticaram 41. Entrância  Hierarquia das áreas de jurisdição
determinado crime, para que sejam processadas (comarcas) que obedece às regras ditadas pela Lei
penalmente. A denúncia dá início à ação penal pú- de Organização Judiciária de cada estado, como,
blica. A denúncia conterá a exposição do fato cri- por exemplo, movimento forense, densidade de-
minoso, com todas as suas circunstâncias, a qualifi- mográfica, receitas públicas, meios de transporte,
cação do acusado ou esclarecimentos pelos quais situação geográfica e fatores socioeconômicos de
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, relevância.
quando necessário, o rol das testemunhas (artigo
41 do Código de Processo Penal). 42. Erga omnes  (latim) Contra todos, a respeito
de todos ou em relação a todos.

416 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
43. Ex officio  (latim) Por obrigação do ofício, feito de uma geração a outra, adotada para evidência da
oficialmente. Ato que se executa por dever do ofí- proximidade ou remoticidade, que prende ou vin-
cio. cula os parentes entre si. A contagem de grau é
feita de dois modos: na linha reta e na linha colate-
44. Exceção da Verdade  Meio de defesa colocado
ral. Na linha reta, o grau é determinado, na ascen-
a disposição da pessoa que foi processada pelos
dência ou descendência, pela evidência de cada
crimes de calúnia ou difamação. O objetivo é pro-
geração, tendo por base o autor comum. Na linha
var que a calúnia ou difamação feita nada mais é
colateral, há que se subir até que se encontre o
que constatação de um fato verídico, e não uma
tronco comum e dele descer até a pessoa cujo pa-
ofensa a honra de alguém. No crime de calúnia
rentesco se quer graduar. O grau de parentesco
sempre admite-se a exceção da verdade, salvo nos
pode ser consanguíneo, civil ou por afinidade e está
casos previstos no § 3º do artigo 138 do Código
regulado nos artigos 1.591 a 1.595 do Código Civil.
Penal. Já no crime de difamação, a exceção da ver-
Caso deseje aprender sobre contagem de grau de
dade somente se admite se o ofendido é funcioná-
parentesco clique aqui e assista ao vídeo explicati-
rio público e a ofensa é relativa ao exercício de suas
vo da prof. Thais Nunes no Youtube.
funções (artigos 138 e 139 do Código Penal).
52. Habeas Corpus  Medida que visa proteger o
45. Exceptio veritatis  (latim) Exceção da verdade.
direito de ir e vir, assegurado pelo artigo 5º inciso
46. Extemporâneo  Intempestivo, fora do tempo LXVIII da Constituição Federal. É concedido sempre
oportuno. que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
47. Foro Especial ou Privilegiado  É aquele que se violência ou coação em sua liberdade de locomo-
atribui competente para certas espécies de ques- ção, por ilegalidade ou abuso de poder. Quando há
tões ou ações, ou em que são processadas e julga- apenas ameaça a direito, o habeas corpus é pre-
das certas pessoas. O foro especial é determinado ventivo (artigos 647 a 667 do Código de Processo
por lei e não se pode ir a ele sem que o caso, em Penal).
razão da matéria ou da pessoa, lhe seja atribuído. 53. Improbus litigator  (latim) Litigante desones-
48. Flagrante Delito  É o exato momento em que to. O que entra em demanda sem direito, por am-
o agente está cometendo o crime, ou, quando após bição, malícia ou emulação.
sua prática, os vestígios encontrados e a presença 54. In casu  (latim) No caso em apreço, em julga-
da pessoa no local do crime dão a certeza deste ser mento.
o autor do delito, ou ainda, quando o criminoso é
55. In pari causa  (latim) Em causa semelhante.
perseguido após a execução do crime. Para ocorrer
o flagrante é necessária a certeza visual ou evidên- 56. Inamovibilidade  Prerrogativa constitucional
cia do crime. O flagrante pode ser impróprio, assegurada aos magistrados e membros do Minis-
quando há perseguição, ou presumido, quando não tério Público de não serem removidos de ofício,
há perseguição, mas o criminoso é apontado pelo salvo por promoção aceita, remoção a pedido ou
próprio ofendido ou é encontrado em situação que em virtude de decisão do tribunal competente (ou
faça presumir sua culpabilidade (artigos 301 a 310 do Conselho Nacional de Justiça), diante do inte-
do Código de Processo Penal). resse público.
49. Função Jurisdicional  É uma das funções do 57. Indiciar  Proceder a imputação criminal contra
Estado. A função jurisdicional compete ao Poder alguém.
Judiciário. A jurisdição como função "expressa o
58. Inquérito  Procedimento para apurar se houve
encargo que tem os órgãos estatais de promover a
infração penal. A partir do inquérito se reúnem
pacificação de conflitos interindividuais, mediante a
elementos para que seja proposta ação penal (arti-
realização do direito justo e através do processo"
gos 4º a 23 do Código de Processo Penal).
(Cintra, Grinover e Dinamarco).
59. Instância  Grau da hierarquia do Poder Judici-
50. Grau de Jurisdição  É o mesmo que instância.
ário. A primeira instância, onde em geral começam
Traduz a ordem de hierarquia judiciária, que se
as ações, é composta pelo juiz de direito de cada
divide em inferior e superior. A inferior correspon-
comarca (juiz estadual, federal, eleitoral ou do tra-
de, normalmente, aos juízes, que compõem a pri-
balho). A segunda instância, onde são julgados
meira instância, e a superior, que corresponde aos
recursos e alguns processos de competência origi-
tribunais.
nária, é formada pelos Tribunais de Justiça e pelos
51. Grau de Parentesco  É a medida da distância Tribunais Regionais Federais (TRF), Eleitorais (TRE)
ou o espaço, havido entre os parentes, e regrado e do Trabalho (TRT). A terceira instância são os
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tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE e STM), que 71. Lei  1. Regra geral e permanente a que todos
julgam recursos contra decisões dos tribunais de estão submetidos. 2. Preceito escrito, formulado
segunda instância. solenemente pela autoridade constituída, em fun-
ção de um poder, que lhe é delegado pela sobera-
60. Intimação  É o ato pelo qual se dá ciência a
nia popular, que nela reside a suprema força do
alguém dos atos e termos do processo, para que
Estado.
faça ou deixe de fazer alguma coisa. São efetuadas
de ofício, em processos pendentes, salvo disposi- 72. Lex legum  (latim) Constituição.
ção em contrário (artigos 370 a 372 do Código de
73. Liberdade Condicional  Benefício concedido
Processo Penal).
aos condenados, mediante determinados requisi-
61. Juizados Especiais  Órgãos jurisdicionais cria- tos, antecipando o seu retorno ao convívio em so-
dos pela União, pelos estados e pelo Distrito Fede- ciedade (artigos 83 a 90 do Código Penal).
ral, competentes para a conciliação, o julgamento e
74. Liberdade Provisória  É aquela concedida em
a execução de causas cíveis de menor complexida-
caráter temporário ao acusado a fim de se defen-
de e infrações penais de menor potencial ofensivo,
der em liberdade. Pode a qualquer momento ser
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo.
revogada, caso o acusado infrinja alguma das con-
São providos por juízes ou, juízes e leigos (juiz leigo
dições que lhe forem impostas pelo benefício.
e conciliador), Nasceram no judiciário estadual a
partir da Lei n.º 9.099 de 26 de setembro de 1995 75. Ma-fé  Consciência da ilicitude na prática de
em substituição aos antigos Juizados de Pequenas um ato com finalidade de lesar direito de terceiro.
Causas. Já na esfera da justiça federal (União) nas- 76. Mandado  Ordem escrita da autoridade. É
ceram a partir da Lei n.º 10.259 de 12 de julho de chamado de mandado judicial quando expedido
2001. por juiz ou membro de um tribunal (desembarga-
62. Julgamento  Ato da decisão jurisdicional efe- dor ou ministro). Tem nomes específicos de acordo
tuado pelo Juiz ou pelo Tribunal ao resolver uma com o objetivo, como por exemplo, mandado de
causa. prisão, mandado de busca, mandado de intimação
e mandado de citação.
63. Jure et facto  (latim) Por direito e de fato.
Verdade absoluta que não admite prova em con- 77. Mens legis  (latim) O espírito da lei.
trário. 78. Meritum causae  (latim) Mérito da causa.
64. Júri  Designação dada à instituição jurídica, 79. Ministério Público  Instituição permanente,
formada por homens de bem, a que se atribui o essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
dever de julgar acerca de fatos, levados ou trazidos bindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
a seu conhecimento. Tribunal especial competente democrático e dos interesses sociais e individuais
para julgar os crimes dolosos contra a vida. indisponíveis. O Ministério Público abrange o Mi-
65. Juris tantum  (latim) De direito somente. O nistério Público da União (Ministério Público Fede-
que resulta do próprio direito e somente a ele per- ral, Ministério Público do Trabalho, Ministério Pú-
tence. Verdade relativa que admite prova em con- blico Militar e Ministério Público do Distrito Federal
trário. e Territórios) e o Ministério Público Estadual. O
chefe do MPU é o procurador-geral da República,
66. Jurisdição  Extensão e limite do poder de jul-
que também chefia o MPF. Já o chefe do Ministério
gar de um juiz.
Público Estadual é chamado de Procurador Geral
67. Jurisprudência  É a interpretação reiterada, de de Justiça. A estrutura do Ministério Público Esta-
mesmo sentido, que os tribunais dão às leis, nos dual está na Lei n.º 8.625 de 12 de fevereiro de
casos concretos que são levados a julgamento. 1993. Já a estrutura do Ministério Público da União
consta na Lei Complementar n.º 75 de 20 de maio
68. Lato sensu  (latim) Em sentido amplo.
de 1993.
69. Lavrar  Exarar por escrito, escrever, redigir,
escrever uma sentença ou ata, emitir, expressar.
70. Legítima Defesa  Toda ação de repulsa levada
a efeito pela pessoa a ataque injusto a seu corpo
ou a seus bens, quando outro meio não se apresen-
ta para evitar o perigo ou a ofensa que dela possa
resultar (artigo 25 do Código Penal).

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80. Modus operandi  (latim) Maneira de agir. devem ser recolhidas em locais especiais quando
presas provisoriamente (artigos 295 e 296 do Códi-
81. Mutatis mutandis  (latim) Com as devidas
go de Processo Penal).
alterações.
100. Prisão Preventiva  A prisão preventiva é um
82. Negativa de Autoria  A defesa fundada na
instrumento processual que pode ser utilizado pelo
afirmação de que não foi o réu o autor do fato (ar-
juiz durante um inquérito policial ou já na ação
tigo 386 inciso IV do Código de Processo Penal).
penal, devendo, em ambos os casos, estarem pre-
83. Negligência  É a inércia psíquica, a indiferença enchidos os requisitos legais para sua decretação.
do agente que, podendo tomar as devidas cautelas O artigo 312 do Código de Processo Penal aponta
exigíveis, não o faz por displicência, relaxamento que a prisão preventiva poderá ser decretada como
ou preguiça mental. garantia da ordem pública, da ordem econômica,
84. Nexo Causal  É a ligação da conduta ao resul- por conveniência da instrução criminal, para asse-
tado nos crimes materiais. gurar a aplicação da lei penal quando houver prova
da existência do crime e indício suficiente de auto-
85. Norma  Regra, modelo, paradigma, forma ou ria e, ainda, em caso de descumprimento de qual-
tudo que se estabelece em lei ou regulamento para quer das obrigações impostas por força de outras
servir de padrão na maneira de agir. medidas cautelares (artigos 311 a 316 do Código de
86. Notícia-crime  É o fato criminoso que chega Processo Penal).
ao conhecimento da autoridade competente para 101. Prisão Temporária  De acordo com a Lei n.º
investigá-lo. 7.960 de 21 de dezembro de 1989, a prisão tempo-
87. Notitia criminis  (latim) Comunicação do cri- rária será decretada pelo Juiz em face da represen-
me. tação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público e terá o prazo de 5 (cinco) dias,
88. Obligatio faciendi  (latim) Obrigação de fazer. prorrogável por igual período em caso de extrema
89. Obligatio non faciendi  (latim) Obrigação de e comprovada necessidade. Caberá prisão tempo-
não fazer. rária quando for imprescindível para as investiga-
ções do inquérito policial, quando o indicado não
90. Onus probandi  (latim) Ônus da prova.
tiver residência fixa ou não fornecer elementos
91. Paciente  Em Direito Penal, designa a pessoa necessários ao esclarecimento de sua identidade e,
que sofrerá a condenação. É, assim, indicativo de também, quando houver fundadas razões, de acor-
réu. do com qualquer prova admitida na legislação pe-
nal, de autoria ou participação do indiciado em
92. Parquet  (francês) Expressão francesa que
alguns crimes considerados graves, listados no arti-
designa Ministério Público.
go 1º inciso III da referida lei.
93. Periculum in mora  (latim) Perigo na demora.
102. Privilegium fori  (latim) Privilégio de foro.
94. Permissa Venia  (latim) Com o devido respei-
103. Privilegium immunitatis  (latim) Privilégio de
to.
imunidade.
95. Polícia Judiciária  Denominação dada ao ór-
104. Processo  Atividade por meio da qual se
gão policial que tem por missão averiguar fatos
exerce concretamente, em relação a determinado
delituosos ocorridos ou contravenções verificadas
caso, a função jurisdicional, e que é instrumento de
para que os respectivos delinquentes ou contra-
composição das lides. Pleito judicial, litígio, conjun-
ventores sejam punidos.
to de peças que documentam o exercício da ativi-
96. Prescrição da Pretensão Punitiva  A prescri- dade jurisdicional em um caso concreto, autos.
ção da pretensão punitiva refere-se à perda do
105. Procurador  1. Aquele que tem procuração.
direito do Estado de punir ou de executar a pena
2. Advogado. 3. Advogado (servidor público) da
pelo decurso do tempo, extinguindo a punibilidade
União, dos estados, municípios, Distrito Federal,
do acusado ou condenado.
autarquias, fundações públicas, empresas públicas
97. Pretório  Sede de qualquer tribunal. e sociedades de economia mista. 4. No Ministério
98. Prima facie  (latim) À primeira vista. Público da Federal e do Trabalho (ambos do MPU),
o termo procurador substitui o termo promotor,
99.Prisão Especial  É a prisão realizada em quar- que é utilizado para designar os membros do minis-
téis ou prisão especial de pessoas que, devido ao tério público estadual, do ministério público militar
cargo que exercem ou nível cultural que possuem, e no ministério público do Distrito Federal e Terri-
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tórios. Portanto, um membro do Ministério Público cada para condenações mais leves e não admite
Federal é chamado de Procurador Federal, assim que o início do cumprimento seja no regime fecha-
como um membro do Ministério Público do Traba- do. Em regra a detenção é cumprida no regime
lho é chamado de Procurador do Trabalho. semi-aberto, em estabelecimentos menos rigoro-
sos como colônias agrícolas, industriais ou simila-
106. Proferir  Decretar, enunciar.
res, ou no regime aberto, nas casas de albergado
107. Promotor  Membro do Ministério Público ou estabelecimento adequados. A prisão simples é
Estadual, que exerce suas funções como represen- prevista na Lei de Contravenções Penais (Decreto-
tante da sociedade, na defesa dos interesses indi- Lei n.º 3.688 de 3 de outubro de 1941) como pena
viduais e sociais indisponíveis. para condutas descritas como contravenções, que
108. Protelar  Procrastinar, prolongar abusiva- são infrações penais de menor lesividade. O cum-
mente, adiar propositadamente. primento ocorre sem rigor penitenciário em esta-
belecimento especial ou seção especial de prisão
109. Provas  Demonstração da existência ou da comum, em regime aberto ou semi-aberto.
veracidade daquilo que se alega como fundamento
do direito que se defende ou que se contesta. Todo 116. Recurso  Instrumento para pedir a mudança
meio lícito e apto a firmar a convicção do juiz na de uma decisão, na mesma instância ou em instân-
sua decisão (artigos 155 a 250 do Código de Pro- cia superior (artigos 574 a 646 do Código de Pro-
cesso Penal). cesso Penal).

110. Quadrilha  No Código Penal é conhecida co- 117. Reincidência  Em matéria penal a reincidên-
mo o crime de associação criminosa e acontece cia acontece quando o agente comete novo crime,
quando três ou mais pessoas se unem para o fim depois de transitar em julgado a sentença que, no
específico de cometer crimes. A pena de reclusão país ou no estrangeiro, o tenha condenado por
(de 1 a 3 anos) é aumentada até a metade se a crime anterior (artigos 63 e 64 do Código Penal).
associação é armada ou se houver a participação 118. Relator  Ministro ou desembargador a quem
de criança ou adolescente. (artigo 288 do Código compete examinar o processo e resumi-lo num
Penal). relatório, que servirá de base para o julgamento no
111. Qualificação do Crime  Nova configuração tribunal. O relator é designado por sorteio e tem
atribuída ao crime para que se lhe aplique pena prazo para examinar o processo e encaminhá-lo
maior ou mais agravada. para que o grupo se reúna para julgar.

112. Queixa-crime  Exposição do fato criminoso, 119. Remição de Pena  Consiste na redução da
feita pela parte ofendida ou por seu representante pena pelos dias trabalhados ou de estudo, pelo
legal, para iniciar processo contra o autor ou auto- condenado que cumpre pena em regime fechado
res do crime. A queixa-crime pode ser apresentada ou semi-aberto (artigos 126 a 130 da Lei de Execu-
por qualquer cidadão - é um procedimento penal ção Penal - Lei n.º 7.210 de 11 de julho de 1984).
de caráter privado, que corresponde à Denúncia na 120. Res judicata  (latim) Coisa julgada.
ação penal pública. A queixa não está sujeita a
121. Res judicata pro veritate habetur lat  (latim)
formalidades especiais, podendo ser feita por es-
A coisa julgada é tida por verdade. Axioma jurídico
crito ou até oralmente nos casos dos processos que
segundo o qual aquilo que foi objeto de julgamento
tramitam nos Juizados Especiais. O prazo de apre-
definitivo não pode ser novamente submetido à
sentação da queixa é de seis meses, a contar da
discussão.
data em que o denunciante tomou conhecimento
do crime e dos seus autores. 122. Revisão Criminal  Pedido do condenado para
que a sentença definitiva que já não cabe mais
113. Qui tacet, consentire videtur  (latim) Quem
recurso seja reexaminada pois a decisão condena-
cala consente.
tória foi contrária ao texto expresso da lei penal ou
114. Quorum  Número mínimo de desembargado- à evidência dos autos, ou quando a sentença con-
res ou ministros necessário para os julgamentos. denatória se fundar em depoimentos, exames ou
115. Reclusão A pena de reclusão é aplicada a documentos comprovadamente falsos e, também,
condenações mais severas e de acordo com o arti- quando, após a sentença, se descobrirem novas
go 33 do Código Penal, o regime de cumprimento provas de inocência do condenado ou de circuns-
pode ser fechado, semi-aberto ou aberto, e nor- tância que determine ou autorize diminuição espe-
malmente é cumprida em estabelecimentos de cial da pena. A simples alegação de injustiça não
segurança máxima ou média. Já a detenção é apli-
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autoriza a revisão criminal (artigos 621 a 631 do 133. Transação Penal  Nos crimes em que a pena
Código de Processo Penal). mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não pela lei dos Juizados Especiais, o
123. STF  Supremo Tribunal Federal, órgão máxi-
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
mo da Justiça no Brasil (artigos 101 a 103 da Cons-
propor a suspensão do processo, por dois a quatro
tituição Federal).
anos, desde que o acusado não esteja sendo pro-
124. STJ  Superior Tribunal de Justiça (artigos 104 cessado ou não tenha sido condenado por outro
e 105 da Constituição Federal). crime, presentes os demais requisitos que autoriza-
125. Stricto Sensu  (latim) Em sentido estrito. riam a suspensão condicional da pena (artigo 77 do
Código Penal). Se for aceita a proposta pelo acusa-
126. Sub Judice  (latim) Sob juízo. Em trâmite judi- do e seu defensor, na presença do Juiz, este, rece-
cial. Diz-se da causa sobre a qual o juiz ainda não se bendo a denúncia, poderá suspender o processo,
pronunciou. submetendo o acusado a um período de prova,
127. Súmula  É um extrato, um resumo, um com- exigindo que o acusado faça a reparação do dano,
pêndio das reiteradas decisões exaradas pelos tri- proibindo-o de frequentar determinados lugares e
bunais superiores versando sobre uma determina- de se ausentar da comarca onde reside sem autori-
da matéria. zação do Juiz e, ainda, exigindo o comparecimento
pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
128. Superveniência  Acontecimento jurídico que, informar e justificar suas atividades (artigo 89 da
em princípio, vem modificar ou alterar uma situa- Lei n.º 9.099 de 26 de setembro de 1995 - Lei dos
ção firmada em fato anterior, para que se possa Juizados Especiais).
tomar uma nova orientação ou para que se permita
a adoção de medida que desfaça ato, ou medida 134. Última Instância  Aquela que põe termo final
anterior, ou que venha imprimir novo rumo à solu- ao processo e de cuja decisão não cabe mais recur-
ção de uma contenda judicial. so, salvo o extraordinário, na forma da lei.

129. Sursis  É o mesmo que suspensão condicional 135. Una voce  (latim) Consensual.
da pena. Aplica-se à execução da pena privativa de 136. Única Instância  Instância que não se gradua
liberdade quando essa não for superior a dois anos, em mais de uma ou onde o processo se subordina a
podendo ser suspensa, por dois a quatro anos, uma única jurisdição.
desde que preencha os requisitos previstos nos
artigos 77 a 82 do Código Penal e nos artigos 156 a 137. Vacatio legis  (latim) Período de tempo entre
163 da Lei de Execução Penal. a publicação da lei e a sua vigência.

130. Tergiversação  É a situação na qual um ad- 138. Vara  É uma divisão na estrutura judiciária
vogado constituído por uma parte passa a defender que corresponde à lotação de um juiz. No caso da
os interesses da parte contrária referentes à mes- Justiça Eleitoral a vara é chamada de cartório elei-
ma causa processual, descumprindo seu compro- toral. Cada vara está sob a responsabilidade de um
misso com a parte que o contratou. Ele deixa de juiz titular e há técnicos e analistas que trabalham
lado os reclames de uma parte e se volta para a nesta vara para auxiliar o juiz na sua função de dar
demanda da parte adversa. O Código Penal, em seu andamento aos processos.
artigo 355, tipificou o crime de patrocínio infiel, e 139. Vênia  (latim) Pedido de licença ou de per-
no parágrafo único abarcou a tergiversação ou missão para contestação ou contradição respeito-
também conhecida como patrocínio simultâneo. sa.
131. Tipicidade  É típico o fato que se enquadra 140. Voluntas Legis  (latim) A vontade da lei.
perfeitamente na descrição legal de um crime. É a
141. Voto  Posição individual do desembargador
reunião de todos os elementos de um crime, a con-
ou ministro manifestada no julgamento de um pro-
cretização daquele fato abstratamente descrito
cesso.
como criminoso pela lei.
142. Writ  (inglês) Termo inglês que significa
132. Tipo Penal  É a descrição abstrata, estabele-
mandado, ordem escrita. Quando utilizado na ter-
cida em norma penal incriminadora, de comporta-
minologia jurídica brasileira, refere-se sempre ao
mentos do agente capazes de violar bem juridica-
mandado de segurança e ao habeas corpus.
mente protegido.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 421
Código de Processo Penal investigativa seria aquela que atua na apuração de
infrações penais.
Decreto-Lei n.º 3.689 de 3 de outubro de 1941
❸ Atribuição da Polícia Investigativa
Livro I - Do Processo em Geral
Forças Armadas  Se o crime for de competência da
Título I - Disposições Preliminares justiça militar da União, as Forças Armadas são respon-
sáveis pela investigação, por meio de um encarregado
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o na condução do inquérito.
território brasileiro, por este Código, ressalvados:
Polícia Militar  Se o crime for de competência da
I - os tratados, as convenções e regras de direito justiça militar do estado, então a Polícia Militar (ou
internacional; Corpo de Bombeiros) será responsável pela investiga-
ção, por meio de um encarregado na condução do
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente inquérito policial militar.
da República, dos ministros de Estado, nos crimes
conexos com os do Presidente da República, e dos Polícia Federal  Se o crime for de competência da
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos cri- justiça Federal ou da justiça Eleitoral.
mes de responsabilidade; Polícia Civil  Se o crime for de competência da justiça
estadual.
III - os processos da competência da Justiça Mili-
tar; ❹ Características do Inquérito Policial

IV - os processos da competência do tribunal es-  É uma peça escrita.


pecial;  Em regra é instrumental, pois o inquérito é um ins-
trumento utilizado pelo Estado para colher elementos
V - os processos por crimes de imprensa.
de informação quanto a materialidade e a autoria.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Có-  É obrigatório, pois havendo um mínimo de elemen-
digo aos processos referidos nos n.ºs. IV e V, quan- tos, a autoridade competente deve instaurar o inquéri-
do as leis especiais que os regulam não dispuse- to.
rem de modo diverso.
 É dispensável se o titular da ação penal contar com
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde peças de informação e provas do crime e de sua auto-
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados ria.
sob a vigência da lei anterior.  É sigiloso, porém o juiz, o Ministério Público e os
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpreta- advogados tem acesso aos autos.
ção extensiva e aplicação analógica, bem como o  É inquisitivo, pois não há o contraditório e a ampla
suplemento dos princípios gerais de direito. defesa.
Título II - Do Inquérito Policial  É informativo, pois visa a colheita de elementos de
informação quanto à autoria e materialidade da infra-
De acordo com a doutrina, inquérito policial é um ção penal.
procedimento administrativo inquisitório e preparató-  É indisponível, pois o delegado não pode arquivar o
rio, consistente em um conjunto de diligências realiza- Inquérito Policial. Só o juiz pode fazê-lo, a requerimen-
das pela polícia investigativa para a apuração da infra- to do Ministério Público (artigos 17 e 18 do Código de
ção penal e de sua autoria, presidido pela autoridade Processo Penal).
policial, a fim de fornecer elementos de informação
para que o titular da ação penal possa ingressar em  É discricionário em relação às diligências (artigo 14
juízo. Nas contravenções e nos crimes cuja pena máxi- do Código de Processo Penal).
ma não seja superior a 02 anos, cumulada ou não com ❺ Formas de Instauração do Inquérito
multa, sujeitas ou não a procedimento especial, utiliza-
se o TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência).  Na ação penal privada, a instauração fica condiciona-
da ao requerimento do ofendido.
❶ Natureza Jurídica
 Na ação penal condicionada depende de representa-
Trata-se de procedimento administrativo. ção do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça.
❷ Presidência  Na ação penal pública incondicionada acontece de
Fica a cargo da autoridade policial, exercendo as fun- ofício (portaria), por requisição do Juiz, do Ministério
ções de polícia judiciária. Alguns doutrinadores distin- Público, por requerimento do ofendido, através do
guem a polícia judiciária da polícia investigativa. Nesta auto de prisão em flagrante ou por notícia oferecida
distinção, a polícia judiciária seria aquela que auxilia o por qualquer do povo (delatio criminis).
Judiciário no cumprimento de suas ordens. Já a polícia
422 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas auto- nais; (Redação dada pela Lei n.º 8.862 de
ridades policiais no território de suas respectivas 28/03/1994)
circunscrições e terá por fim a apuração das infra-
III - colher todas as provas que servirem para o
ções penais e da sua autoria. (Redação dada pela
esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
Lei n.º 9.043 de 09/05/1995)
IV - ouvir o ofendido;
Parágrafo único. A competência definida neste
artigo não excluirá a de autoridades administrati- V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
vas, a quem por lei seja cometida a mesma função. aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assi-
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito poli-
nado por duas testemunhas que lhe tenham ou-
cial será iniciado:
vido a leitura;
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária Comentário  O Capítulo III do Título VII do Código de
Processo Penal trata dos procedimentos para o inter-
ou do Ministério Público, ou a requerimento do
rogatório dos acusados.
ofendido ou de quem tiver qualidade para repre-
sentá-lo.
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coi-
§ 1º O requerimento a que se refere o n.º II conte- sas e a acareações;
rá sempre que possível:
VII - determinar, se for caso, que se proceda a
a) a narração do fato, com todas as circunstân- exame de corpo de delito e a quaisquer outras
cias; perícias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
característicos e as razões de convicção ou de processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
presunção de ser ele o autor da infração, ou os aos autos sua folha de antecedentes;
motivos de impossibilidade de o fazer;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
c) a nomeação das testemunhas, com indicação ponto de vista individual, familiar e social, sua
de sua profissão e residência. condição econômica, sua atitude e estado de
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe quaisquer outros elementos que contribuírem pa-
de Polícia. ra a apreciação do seu temperamento e caráter;

§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conheci- X - colher informações sobre a existência de fi-
mento da existência de infração penal em que cai- lhos, respectivas idades e se possuem alguma de-
ba ação pública poderá, verbalmente ou por es- ficiência e o nome e o contato de eventual res-
crito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, ponsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
verificada a procedência das informações, mandará pessoa presa. (Incluído pela Lei n.º 13.257 de
instaurar inquérito. 08/03/2016)

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a
depender de representação, não poderá sem ela infração sido praticada de determinado modo, a
ser iniciado. autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade poli- moralidade ou a ordem pública.
cial somente poderá proceder a inquérito a reque-
rimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Comentário  A reprodução simulada é popularmente
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da conhecida como reconstituição do crime.
infração penal, a autoridade policial deverá:
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observa-
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não
do o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
se alterem o estado e conservação das coisas, até
a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
Comentário  O Capítulo II do Título IX do Código de
pela Lei n.º 8.862 de 28/03/1994)
Processo Penal trata dos procedimentos da prisão em
II - apreender os objetos que tiverem relação com flagrante.
o fato, após liberados pelos peritos crimi-

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 423
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, Penal), e no art. 239 da Lei n.º 8.069, de 13 de julho
num só processado, reduzidas a escrito ou datilo- de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o
grafadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de
poder público ou de empresas da iniciativa privada,
10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagran-
dados e informações cadastrais da vítima ou de
te, ou estiver preso preventivamente, contado o
suspeitos. (Incluído pela Lei n.º 13.344 de 2016)
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 Código Penal
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem
ela. Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante
sequestro ou cárcere privado: (...)
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz compe- Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
tente. escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados
ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condi-
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar tes- ções degradantes de trabalho, quer restringindo,
temunhas que não tiverem sido inquiridas, menci- por qualquer meio, sua locomoção em razão de
onando o lugar onde possam ser encontradas. dívida contraída com o empregador ou preposto:
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o (...)
indiciado estiver solto, a autoridade poderá reque- Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
rer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, me-
diligências, que serão realizadas no prazo marcado diante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
pelo juiz. abuso, com a finalidade de: (...)

Prazo para Encerramento do Inquérito Art. 158. Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
10 dias  Indiciado preso em flagrante. ou para outrem indevida vantagem econômica, a
10 dias  Indiciado preso preventivamente (contados fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma
do dia da prisão). coisa:
30 dias  Indiciado solto (com ou sem fiança). Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (...)
15 dias  Quando o Ministério Público dispensar o § 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da
inquérito por haver uma denúncia com elementos que liberdade da vítima, e essa condição é necessária
o habilitem a promover a ação (art. 39 § 5º).
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é
de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
objetos que interessarem à prova, acompanharão aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
os autos do inquérito. 3º, respectivamente.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denún- Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter,
cia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
outra. condição ou preço do resgate: (...)
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
Estatuto da Criança e do Adolescente
I - fornecer às autoridades judiciárias as informa-
ções necessárias à instrução e julgamento dos Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
processos; destinado ao envio de criança ou adolescente para
o exterior com inobservância das formalidades le-
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou gais ou com o fito de obter lucro:
pelo Ministério Público;
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pe-
las autoridades judiciárias; Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
ameaça ou fraude:
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e pena correspondente à violência.
149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-
Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
424 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no em curso, com imediata comunicação ao juiz. (In-
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Inclu- cluído pela Lei n.º 13.344 de 2016)
ído pela Lei n.º 13.344 de 2016)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído indiciado poderão requerer qualquer diligência,
pela Lei n.º 13.344 de 2016) que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nome-
Lei n.º 13.344 de 2016) ado curador pela autoridade policial.
III - a identificação da unidade de polícia judiciária Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
responsável pela investigação. (Incluído pela Lei devolução do inquérito à autoridade policial, senão
n.º 13.344 de 2016) para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci-
mento da denúncia.
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão
dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
membro do Ministério Público ou o delegado de arquivar autos de inquérito.
polícia poderão requisitar, mediante autorização
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
judicial, às empresas prestadoras de serviço de
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
telecomunicações e/ou telemática que disponibili-
base para a denúncia, a autoridade policial poderá
zem imediatamente os meios técnicos adequados -
proceder a novas pesquisas, se de outras provas
como sinais, informações e outros - que permitam
tiver notícia.
a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
em curso. (Incluído pela Lei n.º 13.344 de 2016) Art. 19. Nos crimes em que não couber ação públi-
ca, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa
competente, onde aguardarão a iniciativa do
posicionamento da estação de cobertura, setori-
ofendido ou de seu representante legal, ou serão
zação e intensidade de radiofrequência. (Incluído
entregues ao requerente, se o pedir, mediante
pela Lei n.º 13.344 de 2016)
traslado.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (In-
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o
cluído pela Lei n.º 13.344 de 2016)
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comuni- pelo interesse da sociedade.
cação de qualquer natureza, que dependerá de
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes
autorização judicial, conforme disposto em lei;
que lhe forem solicitados, a autoridade policial não
(Incluído pela Lei n.º 13.344 de 2016)
poderá mencionar quaisquer anotações referentes
II - deverá ser fornecido pela prestadora de tele- a instauração de inquérito contra os requeren-
fonia móvel celular por período não superior a 30 tes. (Redação dada pela Lei n.º 12.681 de
(trinta) dias, renovável por uma única vez, por 04/07/2012)
igual período; (Incluído pela Lei n.º 13.344 de
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado depen-
2016)
derá sempre de despacho nos autos e somente
III - para períodos superiores àquele de que trata será permitida quando o interesse da sociedade ou
o inciso II, será necessária a apresentação de or- a conveniência da investigação o exigir.
dem judicial. (Incluído pela Lei n.º 13.344 de
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não
2016)
excederá de três dias, será decretada por despa-
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito cho fundamentado do Juiz, a requerimento da
policial deverá ser instaurado no prazo máximo de autoridade policial, ou do órgão do Ministério Pú-
72 (setenta e duas) horas, contado do registro da blico, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto
respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n.º no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos
13.344 de 2016) Advogados do Brasil (Lei n.º 4.215 de 27 de abril de
1963).180 (Redação dada pela Lei n.º 5.010 de
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo
30/05/1966)
de 12 (doze) horas, a autoridade competente re-
quisitará às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibili- 180
Constituição Federal de 1988
zem imediatamente os meios técnicos adequados - Art. 5º LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
como sinais, informações e outros - que permitam quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistên-

a localização da vítima ou dos suspeitos do delito cia da família e de advogado;


Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 425
Comentário  A lei n.º 4.215 de 27 de abril de 1963 foi Obrigatoriedade  A propositura da ação penal, uma
totalmente revogada pela Lei n.º 8.906 de 4 de julho vez preenchidos os requisitos legais, é obrigatória. Não
de 1994. O mencionado artigo dizia: pode, portanto, o Ministério Público recusar-se a dar
início à ação. Nos casos em que requerer o arquiva-
Art. 89. São direitos do advogado e do provisionado: (...) mento do inquérito policial, por exemplo, deverá justi-
III - comunicar-se, pessoal e reservadamente com os seus
ficar sua opção, que poderá ser negada pelo juiz (artigo
clientes, ainda quando estes se achem presos ou detidos em 28 do Código de Processo Penal). Comete crime de
estabelecimento civil ou militar, mesmo incomunicáveis; prevaricação o membro do Ministério Público que
deixar de oferecer denúncia para satisfazer interesse
No atual Estatuto da Advocacia (Lei n.º 8.906 de 4 de ou sentimento pessoal (artigo 319 do Código de Pe-
julho de 1994), o texto consta no artigo 7º: 181
nal ). Ressalta-se que há possibilidade de transação
(acordo) oferecida pelo Ministério Público ao infrator
Art. 7º São direitos do advogado: (...)
nas hipóteses de crimes de menor potencial ofensivo
182
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamen- (artigo 98 inciso I da Constituição Federal ). Neste
te, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, caso há mitigação do princípio.
detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares,
ainda que considerados incomunicáveis; Indisponibilidade  Uma vez iniciada, não pode o Mi-
nistério Público dela desistir (artigo 42 do Código de
Processo Penal). Como exceção, tal princípio não é
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
cabível nos casos de crime de menor potencial ofensi-
houver mais de uma circunscrição policial, a auto- vo, em que o Ministério Público pode propor a suspen-
ridade com exercício em uma delas poderá, nos são condicional da pena (artigo 89 da Lei n.º de 9.099
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar dili- de 26 de setembro de 1995) .
183

gências em circunscrição de outra, independente-


Autoritariedade  Somente as autoridades públicas
mente de precatórias ou requisições, e bem assim
são responsáveis pela persecução penal (relacionado
providenciará, até que compareça a autoridade ao princípio da oficialidade).
competente, sobre qualquer fato que ocorra em
sua presença, noutra circunscrição. Suficiência da Ação Penal  Mesmo que haja ação
pendente na esfera cível sobre o reconhecimento da
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito existência da infração penal, pode o juiz criminal dar
ao juiz competente, a autoridade policial oficiará prosseguimento a ação, já que esta é suficiente para
ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re- resolver questão não ligada ao estado de pessoas (arti-
184
partição congênere, mencionando o juízo a que go 93 do Código de Processo Penal) .
tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à
infração penal e à pessoa do indiciado.
181
Título III - Da Ação Penal Código Penal
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfa-
A ação penal consiste no direito de provocar o Estado
zer interesse ou sentimento pessoal:
na sua função jurisdicional para a aplicação do direito
penal objetivo em um caso concreto. É também o direi- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
182
to do Estado, único titular do jus puniendi, de satisfazer Constituição Federal de 1988
a sua pretensão punitiva. É um direito abstrato, já que Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados
independe do resultado final do processo. É um direito criarão:
subjetivo, porque o titular do direito pode exigir do I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e
Estado-Juiz a prestação de sua função jurisdicional. É leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução
um direito público, pois a prestação jurisdicional a ser de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
invocada é de natureza pública. menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e su-

❶ Princípios maríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação


e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Indivisibilidade  A ação deve abranger todos aqueles 183
Juizados Especiais - Lei n.º de 9.099 de 26 de setembro de
que cometeram a ação penal, sem exceção. Assim, não 1995
pode o Ministério Público escolher contra qual suspeito
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou
vai intentar a ação, posto que todos os suspeitos deve-
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Pú-
rão figurar no polo passivo conjuntamente. O mesmo
blico, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do pro-
acontece na ação penal privada, de acordo com o art.
cesso, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja
48 do Código de Processo Penal: "A queixa contra
qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,

todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibili- presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão con-

dade". dicional da pena (art. 77 do Código Penal). (...)


184
Código de Processo Penal

426 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
cer elementos de prova, interpor recursos, e até reto-
Intranscendência  A ação penal será promovida so-
mar a ação como parte principal quando houver negli-
mente contra a pessoa a quem se imputa a prática da
gência do querelante. Porém, há hipóteses em que o
infração, não podendo englobar o responsável por
Ministério Público depende da manifestação da vonta-
eventual indenização.
de do ofendido ou de seu representante legal para
Oficiosidade  Os encarregados devem agir de ofício exercer a sua atividade jurisdicional, então, a ação
para dar andamento da ação penal, salvo no caso de penal será pública condicionada, conforme disposição
ação penal pública condicionada. do parágrafo 1º do artigo 100 do Código Penal: "A ação
pública é promovida pelo Ministério Público, depen-
Oficialidade  A persecução deve ser realizada e fiscali-
dendo, quando a lei o exige, de representação do ofen-
zada pelos órgãos oficiais, que são públicos, tendo em
dido ou de requisição do Ministro da Justiça". Resumin-
vista que a pretensão punitiva só pode ser satisfeita
do, na ação penal pública incondicionada a infração
mediante o devido processo legal. Sendo assim, com-
atinge imediatamente a ordem social, cabendo exclusi-
pete apenas ao órgão do Ministério Público o exercício
vamente ao Ministério Público promover a ação, ao
da ação penal. Porém, a investigação, por exemplo, fica
passo que, quando a ação penal for condicionada de-
a cargo da autoridade policial. Além disso, a ação pri-
penderá o órgão jurisdicional da manifestação da von-
vada subsidiária da pública é exceção a tal princípio.
tade do ofendido que foi atingido imediatamente pela
❷ Classificação infração para a propositura da ação.
A ação penal será pública quando o titular do direito Há ainda a ação penal privada que será promovida
de ação for o próprio Estado que visa à tutela dos inte- apenas pelo ofendido ou por seu representante legal,
resses sociais e a manutenção da ordem pública. Neste de acordo com a oportunidade e conveniência que
caso, cabe ao Ministério Público promover a ação in- entender cabíveis, já que a infração atinge imediata e
dependentemente da vontade de outrem (ação penal profundamente o interesse da vítima, que pode optar
exclusivamente pública). Prevê o artigo 129 inciso I da em preservar a sua intimidade e não propor a ação.
Constituição Federal que é função institucional do
❸ Condições da Ação - Genéricas
Ministério Público promover, privativamente, a ação
185
penal pública na forma da lei . De acordo com o art. O direito de ação só poderá ser exercido se preenchi-
100 do Código Penal, "a ação penal é pública, salvo das as condições para tal, que são:
quando a lei expressamente a declara privativa do
Legitimação para Agir  A ação penal só poderá ser
ofendido". A única exceção a esta regra está prevista
iniciada se proposta pela parte que tenha o direito de
no art. 29 do Código de Processo Penal, que trata da
punir. Assim, na ação penal exclusivamente pública,
possibilidade do ofendido ou seu representante legal
por exemplo, somente o Ministério Público pode ocu-
proporem ação penal privada subsidiária, nos casos em
par o polo ativo da demanda. Além disso, somente
que o Ministério Público não oferecer a denúncia den-
deve figurar no polo passivo o provável autor da infra-
tro do prazo legal. Nesta hipótese, poderá o Ministério
ção penal (suspeito). Desta forma, na ação privada o
Público aditar a queixa oferecida pelo ofendido, assim
ofendido possui legitimação extraordinária, posto que
como intervir em todos os termos do processo, forne-
tem apenas o direito de acusar o suspeito, mas não de
puni-lo. Assim, recebida a denúncia ou queixa, deve o
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal de- juiz analisar se presentes tais condições já que, na falta
pender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo an- de algum destes requisitos, deverá declarar a inépcia
terior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido pro- da peça, rejeitando-a. A carência da ação pode ser
posta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa declarada a qualquer momento do processo, podendo
questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova gerar, inclusive, a nulidade absoluta do mesmo (artigo
186
a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição 564 do Código de Processo Penal) .
das testemunhas e realização das outras provas de natureza ur- Interesse de Agir  A viabilidade da ação penal está
gente. também condicionada à necessidade, que se refere ao
§ 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoa- processo, meio fundamental para obtenção da preten-
velmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expi- são e imposição da pena (quando houver extinção da
rado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz punibilidade, por exemplo, não há mais necessidade da
criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência ação), a utilidade, que é inerente à eficácia da presta-
para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou ção jurisdicional, que não estará presente no caso da
da defesa. prescrição retroativa, por exemplo, (tal entendimento
§ 2º Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. não é totalmente pacífico) e, ainda, a adequação entre
§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública,
o pedido e o processo penal condenatório.
incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa
cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.
185
Constituição Federal de 1988
186
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: Código de Processo Penal
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...)
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 427
este oferecerá a denúncia, designará outro órgão
Possibilidade Jurídica do Pedido  A pretensão do do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá
autor da ação deve versar sobre providência admitida
no pedido de arquivamento, ao qual só então esta-
pelo direito objetivo. Sendo assim, é indispensável para
a propositura da ação que a causa de pedir constitua
rá o juiz obrigado a atender.
fato típico (previsto no ordenamento jurídico como
crime).  O Ministério Público poderá requerer ao juiz compe-
187 tente o arquivamento do inquérito policial.
❹ Condições da Ação - Específicas
 O juiz poderá arquivar o inquérito ou enviar ao pro-
 Representação do ofendido ou requisição do Minis- curador-geral (chefe do Ministério Público no estado).
tro da Justiça. Então o procurador-geral:
 Entrada do agente em território nacional. ❶ Oferecerá a denúncia.
 Autorização do Poder Legislativo para a instauração ❷ Designará outro membro do Ministério Público
de processo contra certas autoridades públicas, con- para oferecer a denúncia.
forme definição constitucional.
❸ Insistirá no pedido de arquivamento. Neste caso, o
juiz estará obrigado a atender.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será pro-
movida por denúncia do Ministério Público, mas
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de
Ministro da Justiça, ou de representação do ofen- ação pública, se esta não for intentada no prazo
dido ou de quem tiver qualidade para representá- legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
lo. xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
intervir em todos os termos do processo, fornecer
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando elementos de prova, interpor recurso e, a todo
declarado ausente por decisão judicial, o direito tempo, no caso de negligência do querelante, re-
de representação passará ao cônjuge, ascendente, tomar a ação como parte principal.
descendente ou irmão. (Parágrafo único renume-
rado pela Lei n.º 8.699 de 27/08/1993) Constituição Federal de 1988
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em Art. 5º (...) LIX - será admitida ação privada nos
detrimento do patrimônio ou interesse da União, crimes de ação pública, se esta não for intentada
Estado e Município, a ação penal será públi- no prazo legal;
ca. (Incluído pela Lei n.º 8.699 de 27/08/1993)
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade
Art. 25. A representação será irretratável, depois para representá-lo caberá intentar a ação privada.
de oferecida a denúncia.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será ini- declarado ausente por decisão judicial, o direito de
ciada com o auto de prisão em flagrante ou por oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao
meio de portaria expedida pela autoridade judiciá- cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
ria ou policial.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a re-
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar querimento da parte que comprovar a sua pobre-
a iniciativa do Ministério Público, nos casos em za, nomeará advogado para promover a ação pe-
que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por es- nal.
crito, informações sobre o fato e a autoria e indi-
cando o tempo, o lugar e os elementos de convic- § 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder
ção. prover às despesas do processo, sem privar-se dos
recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés família.
de apresentar a denúncia, requerer o arquivamen-
to do inquérito policial ou de quaisquer peças de § 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da
informação, o juiz, no caso de considerar improce- autoridade policial em cuja circunscrição residir o
dentes as razões invocadas, fará remessa do inqué- ofendido.
rito ou peças de informação ao procurador-geral, e Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou
187
mentalmente enfermo, ou retardado mental, e
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 14ª Edição.
não tiver representante legal, ou colidirem os inte-
Editora Saraiva: São Paulo, 2007.
resses deste com os daquele, o direito de queixa
FILHO, Fernando da Costa Filho. Manual de Processo Penal. 8ª
Edição. Editora Saraiva: São Paulo, 2006.
poderá ser exercido por curador especial, nomea-
428 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
do, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú- Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando
blico, pelo juiz competente para o processo penal. declarado ausente por decisão judicial, o direito de
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao
18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
por ele ou por seu representante legal.
Art. 39. O direito de representação poderá ser
Art. 35. (Revogado pela Lei n.º 9.520 de exercido, pessoalmente ou por procurador com
27/11/1997) poderes especiais, mediante declaração, escrita ou
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público,
direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, ou à autoridade policial.
em seguida, o parente mais próximo na ordem de § 1º A representação feita oralmente ou por es-
enumeração constante do art. 31, podendo, entre- crito, sem assinatura devidamente autenticada do
tanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o ofendido, de seu representante legal ou procura-
querelante desista da instância ou a abandone. dor, será reduzida a termo, perante o juiz ou auto-
ridade policial, presente o órgão do Ministério Pú-
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando blico, quando a este houver sido dirigida.
declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao § 2º A representação conterá todas as informações
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. que possam servir à apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representa-
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades
ção, a autoridade policial procederá a inquérito, ou,
legalmente constituídas poderão exercer a ação
não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
penal, devendo ser representadas por quem os
que o for.
respectivos contratos ou estatutos designarem ou,
no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios- § 4º A representação, quando feita ao juiz ou pe-
gerentes. rante este reduzida a termo, será remetida à auto-
ridade policial para que esta proceda a inquérito.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido,
ou seu representante legal, decairá no direito de § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o
queixa ou de representação, se não o exercer den- inquérito, se com a representação forem ofereci-
tro do prazo de seis meses, contado do dia em que dos elementos que o habilitem a promover a ação
vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o de quinze dias.
oferecimento da denúncia.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que co-
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de nhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
ação pública, se esta não for intentada no prazo existência de crime de ação pública, remeterão ao
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei- Ministério Público as cópias e os documentos ne-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, cessários ao oferecimento da denúncia.
intervir em todos os termos do processo, fornecer Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição
elementos de prova, interpor recurso e, a todo do fato criminoso, com todas as suas circunstân-
tempo, no caso de negligência do querelante, re- cias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
tomar a ação como parte principal. pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do
crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do
direito de queixa ou representação, dentro do Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da
mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo ação penal.
único, e 31. Art. 43. (Revogado pela Lei n.º 11.719 de
Art. 24. (...) 20/06/2008)

§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando de- Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador
clarado ausente por decisão judicial, o direito de com poderes especiais, devendo constar do ins-
representação passará ao cônjuge, ascendente, trumento do mandato o nome do querelante e a
descendente ou irmão. menção do fato criminoso, salvo quando tais escla-
recimentos dependerem de diligências que devem
ser previamente requeridas no juízo criminal.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 429
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for Parágrafo único. A renúncia do representante legal
privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo do menor que houver completado 18 (dezoito)
Ministério Público, a quem caberá intervir em to- anos não privará este do direito de queixa, nem a
dos os termos subsequentes do processo. renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados
estando o réu preso, será de 5 dias, contado da aproveitará a todos, sem que produza, todavia,
data em que o órgão do Ministério Público receber efeito em relação ao que o recusar.
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior
estiver solto ou afiançado. No último caso, se hou-
de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exerci-
ver devolução do inquérito à autoridade policial
do por ele ou por seu representante legal, mas o
(art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o
perdão concedido por um, havendo oposição do
órgão do Ministério Público receber novamente os
outro, não produzirá efeito.
autos.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a ou retardado mental e não tiver representante
devolução do inquérito à autoridade policial, senão legal, ou colidirem os interesses deste com os do
para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci- querelado, a aceitação do perdão caberá ao cura-
mento da denúncia. dor que o juiz lhe nomear.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o in-
Querelante  Autor do processo de ação penal privada.
quérito policial, o prazo para o oferecimento da
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido Querelado  Réu do processo de ação penal privada.
as peças de informações ou a representação.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, ob-
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de
servar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o dis-
3 dias, contado da data em que o órgão do Minis-
posto no art. 52.
tério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior
não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido
termos do processo. por ele ou por seu representante legal, mas o per-
dão concedido por um, havendo oposição do outro,
Oferecimento da Denúncia não produzirá efeito.
5 dias no caso de réu preso, contado da data em que o
órgão do Ministério Público receber os autos do inqué- Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador
rito policial. com poderes especiais.
15 dias quando o réu estiver solto (com ou sem fiança). Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual
expresso o disposto no art. 50.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários
Art. 50. A renúncia expressa constará de declara-
maiores esclarecimentos e documentos comple-
ção assinada pelo ofendido, por seu representante
mentares ou novos elementos de convicção, deve-
legal ou procurador com poderes especiais.
rá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autori-
dades ou funcionários que devam ou possam for- Parágrafo único. A renúncia do representante legal
necê-los. do menor que houver completado 18 (dezoito)
anos não privará este do direito de queixa, nem a
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
crime obrigará ao processo de todos, e o Ministé-
rio Público velará pela sua indivisibilidade. Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admiti-
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de quei- rão todos os meios de prova.
xa, em relação a um dos autores do crime, a todos Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração
se estenderá. expressa nos autos, o querelado será intimado a
Art. 50. A renúncia expressa constará de declara- dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao
ção assinada pelo ofendido, por seu representante mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silên-
legal ou procurador com poderes especiais. cio importará aceitação.

430 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará Título III - Do Juiz, do Ministério Público, do Acu-
extinta a punibilidade. sado e Defensor, dos Assistentes e Auxiliares da
Justiça
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo
constará de declaração assinada pelo querelado, 189
por seu representante legal ou procurador com De acordo com o doutrinador Mirabete , sujeitos do
processo são as pessoas entre as quais se institui, se
poderes especiais.
desenvolve e se completa a relação jurídico-processual
190
Art. 60. Nos casos em que somente se procede (actum trium personarum) . São aqueles que se de-
mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação duzem numa relação processual penal de direito mate-
penal: rial.

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de ❶ Espécies de Sujeitos


promover o andamento do processo durante 30  Os principais ou essenciais são aqueles cuja ausência
dias seguidos; torna impossível a existência ou desenvolvimento da
relação jurídico processual, como por exemplo, as
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevin- partes e o juiz.
do sua incapacidade, não comparecer em juízo,
para prosseguir no processo, dentro do prazo de  Os secundários ou acessórios (ou colaterais), embora
não sejam indispensáveis à existência da relação, nela
60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
intervêm de alguma forma, voluntária ou coercitiva-
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; mente, como por exemplo, o assistente de acusação.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com  Terceiros são aqueles que não tem direitos processu-
direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em ais e somente colaboram com o processo, como por
seguida, o parente mais próximo na ordem de exemplo as testemunhas, os peritos e os tradutores.
enumeração constante do art. 31188, podendo, en- ❷ Polos da Relação Processual
tretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o
Ativo  É o acusador (autor do processo) que propõe a
querelante desista da instância ou a abandone. ação, deduzindo em juízo uma pretensão. Na ação
penal pública é o Estado como gênero e o Ministério
III - quando o querelante deixar de comparecer,
Público como espécie. Já na ação penal privada é o
sem motivo justificado, a qualquer ato do pro- ofendido que processa o réu através do seu advogado.
cesso a que deva estar presente, ou deixar de
formular o pedido de condenação nas alegações Passivo  É o acusado (réu), em face de quem é pro-
finais; posta a ação, ou seja, é a própria pessoa que transgre-
diu ou que se presume que tenha transgredido a or-
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, dem do direito com a prática da infração penal.
esta se extinguir sem deixar sucessor. ❸ Juiz (artigos 251 a 256)
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se O juiz é sujeito proeminente da relação processual, a
reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará- quem cabe prover a regularidade do processo. São as
lo de ofício. pessoas detentoras do poder jurisdicional e realizam a
presidência do processo. O juiz se incumbirá de dar
Parágrafo único. No caso de requerimento do Mi-
regularidade ao processo. É o órgão jurisdicional mo-
nistério Público, do querelante ou do réu, o juiz nocrático (primeiro grau de jurisdição) ou colegiado
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte con- (segundo grau de jurisdição) para decisão imparcial de
trária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo conflitos jurídicos concretos. O magistrado é o sujeito
de cinco dias para a prova, proferindo a decisão imparcial que, substituindo a vontade das partes pelo
dentro de cinco dias ou reservando-se para apreci- processo, declara o direito aplicável ao caso concreto.
ar a matéria na sentença final. Poderes do Juiz
191

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz so- Decisórios (poderes-fins)  Poder de proferir despa-
mente à vista da certidão de óbito, e depois de chos, decisões e sentenças.
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a
punibilidade.
(...) 189
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. 2ª Edição. São
Paulo: Atlas, 1992, p. 311-343.
188 190
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado Actum Trium Personarum  Uma relação formada por esses
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosse- três sujeitos.
191
guir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso Completo de Processo Penal.
irmão. 7ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1993.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 431
levada a juízo (artigo 129 da Constituição Federal). Na
Instrutórios ou Probatórios (poderes-meio)  Poder de
ação penal privada subsidiária da ação pública, o Minis-
dar andamento na ação, como por exemplo, presidir a
tério Público é interveniente adesivo obrigatório, ao
colheita de provas, determinar diligências e ouvir tes-
mesmo tempo em que exerce a função de custos legis.
temunhas.
Já na ação penal privada exclusiva, o Ministério Público
Disciplinares ou Administrativos (poder de polícia)  atuará como custos legis. Também é função do Minis-
De ordem processual e administrativa, mantém a or- tério Público promover a execução da lei.
dem e o decoro durante os atos processuais.
Atuação na esfera Processual Penal
Anômalos  Poderes não jurisdicionais, como por
 Como parte, o Ministério Público é aquele que pro-
exemplo, o poder de requisitar inquérito policial (artigo
põe a ação para que possa ser exercido o jus perse-
5º inciso II), de fiscalizar a ação penal (artigo 28) e de
quendi do Estado.
receber notitia criminis (artigo 39).
 Como fiscal da lei (custos legis), atua como represen-
❹ Ministério Público (artigos 257 e 258)
tante do interesse público numa causa de outros, não
Ministério Público é uma instituição permanente, es- com parte em causa.
sencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
 Como substituto processual, promove a defesa do
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
regime democrático e dos interesses sociais e individu-
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Tem
192 ais indisponíveis, propõe ação de inconstitucionalidade
natureza administrativa e é o sujeito ativo processu-
de leis, fiscaliza estabelecimentos prisionais e outros
al da relação jurídica, pois compete ao Ministério Pú-
que abriguem idosos, menores, incapazes ou deficien-
blico promover a ação penal pública e fiscalizar a corre-
tes, promove o inquérito civil e ação civil pública e
ta aplicação da lei (custos legis). Atua como interveni- 194
exerce o controle externo da atividade policial .
ente obrigatório na ação penal privada subsidiária da
pública, e como custos legis nos crimes sujeitos à ação ❺ Acusado (artigos 259 e 260)
penal privada. Eis abaixo a composição do Ministério
Pessoa contra quem se propõe uma ação penal, ou
Público (artigo 128 da Constituição Federal):
seja, sujeito passivo da pretensão punitiva, parte na
Ministério Público da União relação processual. Não podem ser acusados no pro-
cesso penal por falta de legitimação passiva ad causam,
Ministério Público Federal  Atua na justiça federal
os animais, os mortos, os menores de 18 anos, os inim-
comum (em todas as instâncias) e na justiça eleitoral
putáveis e aqueles que gozam de imunidades parla-
de segundo (TREs) e terceiro graus (TSE).
mentares e diplomáticas.
Ministério Público do Trabalho  Atua junto a todos os
Expressões Utilizadas
órgãos da Justiça do Trabalho, sejam os juízes na pri-
meira instância ou os membros dos tribunais na segun- No Inquérito Policial  Indiciado
da (TRTs) e na terceira instância (TST).
Na Ação Penal Pública  Réu, Imputado, Perseguido ou
Ministério Público Militar  Atua junto aos órgãos Denunciado
jurisdicionais militares da União, como Conselho de
Na Ação Penal Privada  Réu ou Querelado
Justiça e Superior Tribunal Militar.
Depois do Transitada em Julgado  Sentenciado ou
Ministério Público do Distrito Federal  Atua na justiça
Condenado
comum de primeiro (juízes) e segundo graus (TJDFT) do
Distrito Federal. ❻ Defensor (artigos 261 e 263 a 267)
Ministério Público Estadual É o profissional que exerce o munus publico e é indis-
pensável a administração da justiça criminal, sendo
O Ministério Público do Estado atua nas causas da
inviolável no exercício da profissão (artigo 133 da Cons-
Justiça Comum Estadual de primeiro e segundo graus,
tituição Federal). É o consorte processual necessário
na Justiça Militar Estadual e na Justiça Eleitoral de
pela sua função essencial.
primeiro grau (juízes eleitorais). O chefe do Ministério
Público estadual é o Procurador Geral de Justiça, esco- Espécies de Defesa Genérica ou Material ou Autode-
lhido pelo governador do Estado em lista tríplice. fesa  Realizada pela própria parte no sentido de defe-
193 sa material, como guardar silêncio ou convencer sua
Funções do Ministério Público no Processo
inocência no momento do interrogatório.
Na ação penal pública incondicionada cabe-lhe promo-
Específica ou Processual ou Técnica  Promovida por
ver privativamente o processo (persecutio criminis),
profissional habilitado na defesa da parte (procurador
como titular da pretensão punitiva do Estado quando
quando constituído pelo réu e defensor quando nome-
192
ado pelo juiz).
MAZZILI, Hugo Nigro. O Ministério Público e a Constituição de
1988. São Paulo: Editora Saraiva, 1989.
193 194
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de Processo TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo
Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 1996, v. II. Penal. São Paulo: Saraiva, 2001.

432 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Defesa Própria  Feita pelo próprio imputado desde Eventuais  Temos, como exemplos, as testemunhas, a
que seja profissional habilitado (artigo 263). imprensa e os correios. Embora não sejam servidores
do poder judiciário, também estão subordinados à
Tipos de Defensores
disciplina judiciária.
Defensor Dativo  Advogado particular nomeado pelo
juiz àqueles que, mesmo tendo condições financeiras, Capítulo I - Do Juiz
não quiseram constituir procurador. Trata-se de uma
função munus publico, que só pode ser recusada por Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade
motivo justo, sob pena de multa e ofício a OAB para do processo e manter a ordem no curso dos res-
providências de caráter disciplinar (artigo 264). Ao réu pectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a
revel que possui advogado constituído não se nomeará força pública.
defensor dativo, exceto se aquele renunciar. O defen-
sor dativo não pode substabelecer. Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no
processo em que:
Defensor Público  É o advogado servidor público do
estado ou da União, que atende aos financeiramente I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, con-
necessitados (artigo 134 da Constituição Federal). sanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até
Defensor Constituído  Nomeado pelo réu através de o terceiro grau, inclusive, como defensor ou ad-
procuração ou indicado no momento do interrogatório, vogado, órgão do Ministério Público, autoridade
sendo dispensado o mandato (artigo 266). policial, auxiliar da justiça ou perito;
Defensor Ad hoc  Advogado particular nomeado pelo II - ele próprio houver desempenhado qualquer
juiz para realização de determinados atos em face da dessas funções ou servido como testemunha;
ausência do defensor constituído.
III - tiver funcionado como juiz de outra instância,
Procurador  É o advogado que representa a parte em pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
juízo, legalmente habilitado e inscrito na OAB.
questão;
❼ Curador (artigo 262)
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, con-
Ao acusado menor de 18 anos deverá ser dado cura- sanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até
dor, sob pena de nulidade, não tendo relevância o o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamen-
acusado estar emancipado (capacidade civil a partir te interessado no feito.
dos 16 anos), circunstância que não tem reflexo na
esfera penal. O curador é necessário tanto perante a Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir
polícia, na fase de inquérito, como em juízo durante a no mesmo processo os juízes que forem entre si
ação, mesmo que tenha defensor constituído ou dati- parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
vo. É alguém da confiança do judiciário que irá garantir colateral até o terceiro grau, inclusive.
que os interesses deste menor sejam respeitados pelo
defensor e pelos seus pais ou responsáveis. Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o
fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
❽ Assistente de Acusação (artigo 268 a 273)
É o ofendido pelo crime, que, tendo interesse, se habi-
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
lita no processo como auxiliar da acusação. A assistên- quer deles;
cia é uma interveniência adesiva facultativa nos pro- II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descenden-
cessos de ação penal pública (artigos 269 e 273). O te, estiver respondendo a processo por fato aná-
assistente não exerce o munus publico e não está sujei-
logo, sobre cujo caráter criminoso haja controvér-
to a atuação fundada em parcialidade, impedimentos
sia;
ou restrições que poderiam ser arguidas ao Juiz, aos
jurados ou Ministério Público. É uma parte contingente III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguí-
(adjunta ou adesiva), desnecessária e eventual. Sua neo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sus-
função é auxiliar o Ministério Público na função de tentar demanda ou responder a processo que te-
acusar.
nha de ser julgado por qualquer das partes;
❾ Auxiliares da Justiça (artigos 274 a 281)
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
São pessoas convocadas a colaborar com a justiça,
praticando atos necessários ao desenvolvimento do V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
processo e consecução de seus fins, por dever funcio- qualquer das partes;
nal ou em situações eventuais. VI - se for sócio, acionista ou administrador de so-
Permanentes  Escrivão, oficial de justiça, perito, in- ciedade interessada no processo.
térprete, depositário e escrevente.

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Parágrafo único. O mandado conterá, além da or-
Artigos 252 e 253  São as causas de impedimento. O dem de condução, os requisitos mencionados no
magistrado não pode atuar no processo. São situações
art. 352, no que lhe for aplicável.
absolutas e não discutíveis em que se espera que o
próprio juiz anuncie seu impedimento no processo
Art. 352. O mandado de citação indicará:
passando a causa para o seu substituto legal.
I - o nome do juiz;
Artigo 254  São as causas de suspeição. O magistrado
deveria se declarar suspeito, mas se não o fizer, a parte II - o nome do querelante nas ações iniciadas por
interessada poderá arguir a suspeição no processo. São queixa;
situações relativas, onde há suspeita que houve ou
haverá parcialidade por parte do juiz. III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus
sinais característicos;
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente IV - a residência do réu, se for conhecida;
de parentesco por afinidade cessará pela dissolu-
V - o fim para que é feita a citação;
ção do casamento que lhe tiver dado causa, salvo
sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvi- VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu
do o casamento sem descendentes, não funcionará deverá comparecer;
como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou
nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou foragido, será processado ou julgado sem defen-
de propósito der motivo para criá-la. sor.

Capítulo II - Do Ministério Público Parágrafo único. A defesa técnica, quando realiza-


da por defensor público ou dativo, será sempre
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação exercida através de manifestação fundamenta-
dada pela Lei n.º 11.719 de 20/06/2008) da. (Incluído pela Lei n.º 10.792 de 01/12/2003)
I - promover, privativamente, a ação penal públi- Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
ca, na forma estabelecida neste Código;
e (Incluído pela Lei n.º 11.719 de 20/06/2008) Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nome-
ado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de,
II - fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a
n.º 11.719 de 20/06/2008) si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não fun- Parágrafo único. O acusado, que não for pobre,
cionarão nos processos em que o juiz ou qualquer será obrigado a pagar os honorários do defensor
das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguí- dativo, arbitrados pelo juiz.
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o ter-
ceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e
lhes for aplicável, as prescrições relativas à suspei- solicitadores serão obrigados, sob pena de multa
ção e aos impedimentos dos juízes. de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patro-
cínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Capítulo III - Do Acusado e seu Defensor
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o
Art. 259. A impossibilidade de identificação do processo senão por motivo imperioso, comunicado
acusado com o seu verdadeiro nome ou outros previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez)
qualificativos não retardará a ação penal, quando a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das
certa a identidade física. A qualquer tempo, no demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei
curso do processo, do julgamento ou da execução n.º 11.719 de 20/06/2008)
da sentença, se for descoberta a sua qualificação,
far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem § 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo
prejuízo da validade dos atos precedentes. justificado, o defensor não puder compare-
cer. (Incluído pela Lei n.º 11.719 de 20/06/2008)
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação
para o interrogatório, reconhecimento ou qual- § 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento
quer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza- até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua não determinará o adiamento de ato algum do
presença. processo, devendo nomear defensor substituto,

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ainda que provisoriamente ou só para o efeito do fazer no prazo legal e que, se não o fizer, o ofendido
ato. (Incluído pela Lei n.º 11.719 de 20/06/2008) poderá interpor. Resumindo a remissão a estes dois
artigos, um assistente de acusação poderá recorrer de
Art. 266. A constituição de defensor independerá 195
decisões, incluindo os recursos dos artigos 584 § 1º e
de instrumento de mandato, se o acusado o indicar 196
598 .
por ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão § 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá
como defensores os parentes do juiz. acerca da realização das provas propostas pelo
assistente.
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no
processo em que: § 2º O processo prosseguirá independentemente
de nova intimação do assistente, quando este, in-
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, con- timado, deixar de comparecer a qualquer dos atos
sanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o da instrução ou do julgamento, sem motivo de
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advoga- força maior devidamente comprovado.
do, órgão do Ministério Público, autoridade policial,
auxiliar da justiça ou perito; Art. 272. O Ministério Público será ouvido previa-
mente sobre a admissão do assistente.
II - ele próprio houver desempenhado qualquer
dessas funções ou servido como testemunha; Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assis-
tente, não caberá recurso, devendo, entretanto,
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, constar dos autos o pedido e a decisão.
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
questão; Capítulo V - Dos Funcionários da Justiça

IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consan- Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes
guíneo ou afim em linha reta ou colateral até o estendem-se aos serventuários e funcionários da
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente justiça, no que lhes for aplicável.
interessado no feito.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o
Capítulo IV - Dos Assistentes fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, po- I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
derá intervir, como assistente do Ministério Públi- quer deles;
co, o ofendido ou seu representante legal, ou, na II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
falta, qualquer das pessoas mencionadas no art. estiver respondendo a processo por fato análogo,
31. sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo,
declarado ausente por decisão judicial, o direito de ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao demanda ou responder a processo que tenha de ser
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. julgado por qualquer das partes;

Art. 269. O assistente será admitido enquanto não IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
passar em julgado a sentença e receberá a causa no V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
estado em que se achar. qualquer das partes;
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá
intervir como assistente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor mei- 195
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda
os de prova, requerer perguntas às testemunhas, da fiança, de concessão de livramento condicional e dos n.ºs XV,
aditar o libelo e os articulados, participar do debate XVII e XXIV do art. 581.
oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Minis- § 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso
tério Público, ou por ele próprio, nos casos dos do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
arts. 584, § 1º, e 598. 196
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do
juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Minis-

Comentário  O artigo 584 trata sobre uma das espé- tério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas

cies de recurso. Da mesma forma, o artigo 598 trata do enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como
recurso de apelação que o Ministério Público deveria assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito
suspensivo.
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VI - se for sócio, acionista ou administrador de soci- Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for
edade interessada no processo. aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos,
Capítulo VI - Dos Peritos e Intérpretes equiparados aos peritos.
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará
sujeito à disciplina judiciária. Estatuto da Pessoa com Deficiência
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do
Lei n.º 13.146 de 6 de julho de 2015
perito.
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa Deficiência).
de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendí-
vel. Livro I - Parte Geral

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o peri- Título I - Disposições Preliminares


to que, sem justa causa, provada imediatamente: Capítulo I - Disposições Gerais
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da
autoridade; Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
b) não comparecer no dia e local designados para Deficiência), destinada a assegurar e a promover,
o exame; em condições de igualdade, o exercício dos direitos
e das liberdades fundamentais por pessoa com
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perí- deficiência, visando à sua inclusão social e cidada-
cia não seja feita, nos prazos estabelecidos. nia.
Art. 278. No caso de não comparecimento do peri- Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Conven-
to, sem justa causa, a autoridade poderá determi- ção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e
nar a sua condução. seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congres-
Art. 279. Não poderão ser peritos: so Nacional por meio do Decreto Legislativo n.º
186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direi- o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da
to mencionada nos n.ºs I e IV do art. 69 do Código Constituição da República Federativa do Brasil, em
Penal; vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde
31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto
Comentário  No Código Penal, o artigo 69 foi atuali- n.º 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início
zado e já não trata mais sobre a interdição de direitos. de sua vigência no plano interno.
Atualmente, as informações estão no artigo 47, con-
forme consta abaixo.
Decreto Legislativo n.º 186 de 2008  Aprova o texto
Art. 47. As penas de interdição temporária de direitos são: da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defi-
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade públi- ciência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em
ca, bem como de mandato eletivo; Nova Iorque, em 30 de março de 2007.
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização Decreto n.º 6.949 de 25 de agosto de 2009  Promulga
do poder público; a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pesso-
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir
as com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assina-
veículo. dos em Nova York, em 30 de março de 2007.

IV - proibição de frequentar determinados lugares.


V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exa-
Constituição Federal de 1988
me públicos. Art. 5º (...) § 3º Os tratados e convenções interna-
cionais sobre direitos humanos que forem aprova-
II - os que tiverem prestado depoimento no pro- dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
cesso ou opinado anteriormente sobre o objeto turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
da perícia; membros, serão equivalentes às emendas constitu-
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. cionais.

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Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
que tem impedimento de longo prazo de natureza e nos espaços públicos e privados abertos ao
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em público ou de uso coletivo;
interação com uma ou mais barreiras, pode obstru-
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
ir sua participação plena e efetiva na sociedade em
edifícios públicos e privados;
igualdade de condições com as demais pessoas.
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária,
sistemas e meios de transportes;
será biopsicossocial, realizada por equipe multipro-
fissional e interdisciplinar e considerará: d) barreiras nas comunicações e na informa-
ção: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas
comportamento que dificulte ou impossibilite a
do corpo;
expressão ou o recebimento de mensagens e de
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pes- informações por intermédio de sistemas de co-
soais; municação e de tecnologia da informação;
III - a limitação no desempenho de atividades; e e) barreiras atitudinais: atitudes ou comporta-
mentos que impeçam ou prejudiquem a partici-
IV - a restrição de participação.
pação social da pessoa com deficiência em
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para igualdade de condições e oportunidades com as
avaliação da deficiência. demais pessoas;
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, conside- f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
ram-se: impedem o acesso da pessoa com deficiência às
I - acessibilidade: possibilidade e condição de al- tecnologias;
cance para utilização, com segurança e autono- V - comunicação: forma de interação dos cida-
mia, de espaços, mobiliários, equipamentos ur- dãos que abrange, entre outras opções, as lín-
banos, edificações, transportes, informação e guas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Li-
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologi- bras), a visualização de textos, o Braille, o sistema
as, bem como de outros serviços e instalações de sinalização ou de comunicação tátil, os carac-
abertos ao público, de uso público ou privados de teres ampliados, os dispositivos multimídia, assim
uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, como a linguagem simples, escrita e oral, os sis-
por pessoa com deficiência ou com mobilidade temas auditivos e os meios de voz digitalizados e
reduzida; os modos, meios e formatos aumentativos e al-
II - desenho universal: concepção de produtos, ternativos de comunicação, incluindo as tecnolo-
ambientes, programas e serviços a serem usados gias da informação e das comunicações;
por todas as pessoas, sem necessidade de adap- VI - adaptações razoáveis: adaptações, modifica-
tação ou de projeto específico, incluindo os recur- ções e ajustes necessários e adequados que não
sos de tecnologia assistiva; acarretem ônus desproporcional e indevido,
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produ- quando requeridos em cada caso, a fim de asse-
tos, equipamentos, dispositivos, recursos, meto- gurar que a pessoa com deficiência possa gozar
dologias, estratégias, práticas e serviços que obje- ou exercer, em igualdade de condições e oportu-
tivem promover a funcionalidade, relacionada à nidades com as demais pessoas, todos os direitos
atividade e à participação da pessoa com defici- e liberdades fundamentais;
ência ou com mobilidade reduzida, visando à sua VII - elemento de urbanização: quaisquer com-
autonomia, independência, qualidade de vida e ponentes de obras de urbanização, tais como os
inclusão social; referentes a pavimentação, saneamento, enca-
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitu- namento para esgotos, distribuição de energia
de ou comportamento que limite ou impeça a elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de
participação social da pessoa, bem como o gozo, comunicação, abastecimento e distribuição de
a fruição e o exercício de seus direitos à acessibi- água, paisagismo e os que materializam as indica-
lidade, à liberdade de movimento e de expressão, ções do planejamento urbanístico;
à comunicação, ao acesso à informação, à com-
preensão, à circulação com segurança, entre ou-
tros, classificadas em:

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VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos exis- Capítulo II - Da Igualdade e da não Discriminação
tentes nas vias e nos espaços públicos, superpos-
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à
tos ou adicionados aos elementos de urbanização
igualdade de oportunidades com as demais pesso-
ou de edificação, de forma que sua modificação
as e não sofrerá nenhuma espécie de discrimina-
ou seu traslado não provoque alterações subs-
ção.
tanciais nesses elementos, tais como semáforos,
postes de sinalização e similares, terminais e pon- § 1º Considera-se discriminação em razão da defi-
tos de acesso coletivo às telecomunicações, fon- ciência toda forma de distinção, restrição ou exclu-
tes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, são, por ação ou omissão, que tenha o propósito
quiosques e quaisquer outros de natureza análo- ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o re-
ga; conhecimento ou o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais de pessoa com deficiên-
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que
cia, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de mo-
de fornecimento de tecnologias assistivas.
vimentação, permanente ou temporária, gerando
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à
da coordenação motora ou da percepção, inclu- fruição de benefícios decorrentes de ação afirmati-
indo idoso, gestante, lactante, pessoa com crian- va.
ça de colo e obeso; Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de
X - residências inclusivas: unidades de oferta do toda forma de negligência, discriminação, explora-
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de As- ção, violência, tortura, crueldade, opressão e tra-
sistência Social (Suas) localizadas em áreas resi- tamento desumano ou degradante.
denciais da comunidade, com estruturas adequa- Parágrafo único. Para os fins da proteção mencio-
das, que possam contar com apoio psicossocial nada no caput deste artigo, são considerados espe-
para o atendimento das necessidades da pessoa cialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a
acolhida, destinadas a jovens e adultos com defi- mulher e o idoso, com deficiência.
ciência, em situação de dependência, que não
dispõem de condições de autossustentabilidade e Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade
com vínculos familiares fragilizados ou rompidos; civil da pessoa, inclusive para:

XI - moradia para a vida independente da pessoa I - casar-se e constituir união estável;


com deficiência: moradia com estruturas ade- II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
quadas capazes de proporcionar serviços de
apoio coletivos e individualizados que respeitem III - exercer o direito de decidir sobre o número
e ampliem o grau de autonomia de jovens e adul- de filhos e de ter acesso a informações adequa-
tos com deficiência; das sobre reprodução e planejamento familiar;

XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a es-
da família, que, com ou sem remuneração, assiste terilização compulsória;
ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa V - exercer o direito à família e à convivência fa-
com deficiência no exercício de suas atividades miliar e comunitária; e
diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela
identificados com profissões legalmente estabe-
e à adoção, como adotante ou adotando, em
lecidas;
igualdade de oportunidades com as demais pes-
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que soas.
exerce atividades de alimentação, higiene e lo-
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
comoção do estudante com deficiência e atua em
competente qualquer forma de ameaça ou de vio-
todas as atividades escolares nas quais se fizer
lação aos direitos da pessoa com deficiência.
necessária, em todos os níveis e modalidades de
ensino, em instituições públicas e privadas, exclu- Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções,
ídas as técnicas ou os procedimentos identifica- os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de
dos com profissões legalmente estabelecidas; fatos que caracterizem as violações previstas nesta
Lei, devem remeter peças ao Ministério Público
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a
para as providências cabíveis.
pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
penhar as funções de atendente pessoal.

438 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da famí- § 2º Nos serviços de emergência públicos e priva-
lia assegurar à pessoa com deficiência, com priori- dos, a prioridade conferida por esta Lei é condicio-
dade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à nada aos protocolos de atendimento médico.
saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternida-
Título II - Dos Direitos Fundamentais
de, à alimentação, à habitação, à educação, à pro-
fissionalização, ao trabalho, à previdência social, à Capítulo I - Do Direito à Vida
habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessi- Art. 10. Compete ao poder público garantir a dig-
bilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao nidade da pessoa com deficiência ao longo de toda
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços a vida.
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito,
à liberdade, à convivência familiar e comunitária, Parágrafo único. Em situações de risco, emergência
entre outros decorrentes da Constituição Federal, ou estado de calamidade pública, a pessoa com
da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência será considerada vulnerável, devendo o
Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e poder público adotar medidas para sua proteção e
de outras normas que garantam seu bem-estar segurança.
pessoal, social e econômico. Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser
Seção Única - Do Atendimento Prioritário obrigada a se submeter a intervenção clínica ou
cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a re- forçada.
ceber atendimento prioritário, sobretudo com a
finalidade de: Parágrafo único. O consentimento da pessoa com
deficiência em situação de curatela poderá ser
I - proteção e socorro em quaisquer circunstân- suprido, na forma da lei.
cias;
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclareci-
II - atendimento em todas as instituições e servi- do da pessoa com deficiência é indispensável para
ços de atendimento ao público; a realização de tratamento, procedimento, hospita-
III - disponibilização de recursos, tanto humanos lização e pesquisa científica.
quanto tecnológicos, que garantam atendimento § 1º Em caso de pessoa com deficiência em situa-
em igualdade de condições com as demais pesso- ção de curatela, deve ser assegurada sua participa-
as; ção, no maior grau possível, para a obtenção de
IV - disponibilização de pontos de parada, esta- consentimento.
ções e terminais acessíveis de transporte coletivo § 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com
de passageiros e garantia de segurança no em- deficiência em situação de tutela ou de curatela
barque e no desembarque; deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas
V - acesso a informações e disponibilização de re- quando houver indícios de benefício direto para
cursos de comunicação acessíveis; sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com
deficiência e desde que não haja outra opção de
VI - recebimento de restituição de imposto de
pesquisa de eficácia comparável com participantes
renda;
não tutelados ou curatelados.
VII - tramitação processual e procedimentos judi-
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será
ciais e administrativos em que for parte ou inte-
atendida sem seu consentimento prévio, livre e
ressada, em todos os atos e diligências.
esclarecido em casos de risco de morte e de emer-
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensi- gência em saúde, resguardado seu superior inte-
vos ao acompanhante da pessoa com deficiência resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao
Capítulo II - Do Direito à Habilitação e à Reabilita-
disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
ção
VI - recebimento de restituição de imposto de ren- Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação
da; é um direito da pessoa com deficiência.
VII - tramitação processual e procedimentos judici- Parágrafo único. O processo de habilitação e de
ais e administrativos em que for parte ou interessa- reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento
da, em todos os atos e diligências. de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudi-
nais, profissionais e artísticas que contribuam para
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a conquista da autonomia da pessoa com deficiên- demais áreas que possibilitem à pessoa com defici-
cia e de sua participação social em igualdade de ência exercer sua cidadania.
condições e oportunidades com as demais pessoas.
Capítulo III - Do Direito à Saúde
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da
Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar das ne-
pessoa com deficiência em todos os níveis de com-
cessidades, habilidades e potencialidades de cada
plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
universal e igualitário.
I - diagnóstico e intervenção precoces;
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com
II - adoção de medidas para compensar perda ou deficiência na elaboração das políticas de saúde a
limitação funcional, buscando o desenvolvimento ela destinadas.
de aptidões;
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas
III - atuação permanente, integrada e articulada éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação
de políticas públicas que possibilitem a plena par- dos profissionais de saúde e contemplarão aspec-
ticipação social da pessoa com deficiência; tos relacionados aos direitos e às especificidades
da pessoa com deficiência, incluindo temas como
IV - oferta de rede de serviços articulados, com
sua dignidade e autonomia.
atuação intersetorial, nos diferentes níveis de
complexidade, para atender às necessidades es- § 3º Aos profissionais que prestam assistência à
pecíficas da pessoa com deficiência; pessoa com deficiência, especialmente em serviços
de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
capacitação inicial e continuada.
pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
respeitadas a organização das Redes de Atenção à § 4º As ações e os serviços de saúde pública desti-
Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do nados à pessoa com deficiência devem assegurar:
Sistema Único de Saúde (SUS).
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e por equipe multidisciplinar;
de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
II - serviços de habilitação e de reabilitação sem-
garantidos:
pre que necessários, para qualquer tipo de defici-
I - organização, serviços, métodos, técnicas e re- ência, inclusive para a manutenção da melhor
cursos para atender às características de cada condição de saúde e qualidade de vida;
pessoa com deficiência;
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tra-
II - acessibilidade em todos os ambientes e servi- tamento ambulatorial e internação;
ços;
IV - campanhas de vacinação;
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilita-
V - atendimento psicológico, inclusive para seus
ção, materiais e equipamentos adequados e
familiares e atendentes pessoais;
apoio técnico profissional, de acordo com as es-
pecificidades de cada pessoa com deficiência; VI - respeito à especificidade, à identidade de gê-
nero e à orientação sexual da pessoa com defici-
IV - capacitação continuada de todos os profissio-
ência;
nais que participem dos programas e serviços.
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o di-
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão pro-
reito à fertilização assistida;
mover ações articuladas para garantir à pessoa
com deficiência e sua família a aquisição de infor- VIII - informação adequada e acessível à pessoa
mações, orientações e formas de acesso às políti- com deficiência e a seus familiares sobre sua con-
cas públicas disponíveis, com a finalidade de propi- dição de saúde;
ciar sua plena participação social. IX - serviços projetados para prevenir a ocorrên-
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput cia e o desenvolvimento de deficiências e agravos
deste artigo podem fornecer informações e orien- adicionais;
tações nas áreas de saúde, de educação, de cultura, X - promoção de estratégias de capacitação per-
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência manente das equipes que atuam no SUS, em to-
social, de assistência social, de habitação, de traba- dos os níveis de atenção, no atendimento à pes-
lho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
de promoção, proteção e defesa de direitos e nas
440 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
soa com deficiência, bem como orientação a seus Art. 23. São vedadas todas as formas de discrimi-
atendentes pessoais; nação contra a pessoa com deficiência, inclusive
por meio de cobrança de valores diferenciados por
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares
planos e seguros privados de saúde, em razão de
de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu-
sua condição.
las nutricionais, conforme as normas vigentes do
Ministério da Saúde. Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o
acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também
privados, e às informações prestadas e recebidas,
às instituições privadas que participem de forma
por meio de recursos de tecnologia assistiva e de
complementar do SUS ou que recebam recursos
todas as formas de comunicação previstas no inciso
públicos para sua manutenção.
V do art. 3º desta Lei.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações desti-
nadas à prevenção de deficiências por causas evi- Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, conside-
táveis, inclusive por meio de: ram-se: (...)
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do V - comunicação: forma de interação dos cidadãos
puerpério, com garantia de parto humanizado e que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu-
seguro; sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visuali-
zação de textos, o Braille, o sistema de sinalização
II - promoção de práticas alimentares adequadas ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados,
e saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem
prevenção e cuidado integral dos agravos relacio- simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os
nados à alimentação e nutrição da mulher e da meios de voz digitalizados e os modos, meios e
criança; formatos aumentativos e alternativos de comunica-
III - aprimoramento e expansão dos programas de ção, incluindo as tecnologias da informação e das
imunização e de triagem neonatal; comunicações;
IV - identificação e controle da gestante de alto Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto
risco. públicos quanto privados, devem assegurar o aces-
Art. 20. As operadoras de planos e seguros priva- so da pessoa com deficiência, em conformidade
dos de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com a legislação em vigor, mediante a remoção de
com deficiência, no mínimo, todos os serviços e barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de
produtos ofertados aos demais clientes. ambientação de interior e de comunicação que
atendam às especificidades das pessoas com defi-
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à ciência física, sensorial, intelectual e mental.
saúde da pessoa com deficiência no local de resi-
dência, será prestado atendimento fora de domicí- Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de
lio, para fins de diagnóstico e de tratamento, ga- violência praticada contra a pessoa com deficiência
rantidos o transporte e a acomodação da pessoa serão objeto de notificação compulsória pelos ser-
com deficiência e de seu acompanhante. viços de saúde públicos e privados à autoridade
policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
observação é assegurado o direito a acompanhan-
te ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, conside-
instituição de saúde proporcionar condições ade- ra-se violência contra a pessoa com deficiência
quadas para sua permanência em tempo integral. qualquer ação ou omissão, praticada em local pú-
blico ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acom- sofrimento físico ou psicológico.
panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
com deficiência, cabe ao profissional de saúde res- Capítulo IV - Do Direito à Educação
ponsável pelo tratamento justificá-la por escrito. Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § deficiência, assegurados sistema educacional in-
1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde clusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo
deve adotar as providências cabíveis para suprir a de toda a vida, de forma a alcançar o máximo de-
ausência do acompanhante ou do atendente pes- senvolvimento possível de seus talentos e habilida-
soal. des físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segun-

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do suas características, interesses e necessidades conta o talento, a criatividade, as habilidades e os
de aprendizagem. interesses do estudante com deficiência;
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pe-
comunidade escolar e da sociedade assegurar los programas de formação inicial e continuada
educação de qualidade à pessoa com deficiência, de professores e oferta de formação continuada
colocando-a a salvo de toda forma de violência, para o atendimento educacional especializado;
negligência e discriminação.
XI - formação e disponibilização de professores
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, para o atendimento educacional especializado, de
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér-
e avaliar: pretes e de profissionais de apoio;
I - sistema educacional inclusivo em todos os ní- XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille
veis e modalidades, bem como o aprendizado ao e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de
longo de toda a vida; forma a ampliar habilidades funcionais dos estu-
dantes, promovendo sua autonomia e participa-
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, vi-
ção;
sando a garantir condições de acesso, permanên-
cia, participação e aprendizagem, por meio da XIII - acesso à educação superior e à educação
oferta de serviços e de recursos de acessibilidade profissional e tecnológica em igualdade de opor-
que eliminem as barreiras e promovam a inclusão tunidades e condições com as demais pessoas;
plena;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em
III - projeto pedagógico que institucionalize o cursos de nível superior e de educação profissio-
atendimento educacional especializado, assim nal técnica e tecnológica, de temas relacionados à
como os demais serviços e adaptações razoáveis, pessoa com deficiência nos respectivos campos
para atender às características dos estudantes de conhecimento;
com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igual-
currículo em condições de igualdade, promoven-
dade de condições, a jogos e a atividades recrea-
do a conquista e o exercício de sua autonomia;
tivas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
XVI - acessibilidade para todos os estudantes,
primeira língua e na modalidade escrita da língua
trabalhadores da educação e demais integrantes
portuguesa como segunda língua, em escolas e
da comunidade escolar às edificações, aos ambi-
classes bilíngues e em escolas inclusivas;
entes e às atividades concernentes a todas as
V - adoção de medidas individualizadas e coleti- modalidades, etapas e níveis de ensino;
vas em ambientes que maximizem o desenvolvi-
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
mento acadêmico e social dos estudantes com
deficiência, favorecendo o acesso, a permanên- XVIII - articulação intersetorial na implementação
cia, a participação e a aprendizagem em institui- de políticas públicas.
ções de ensino; § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente
de novos métodos e técnicas pedagógicas, de ma- o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI,
teriais didáticos, de equipamentos e de recursos XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
de tecnologia assistiva; artigo, sendo vedada a cobrança de valores adici-
onais de qualquer natureza em suas mensalidades,
VII - planejamento de estudo de caso, de elabora-
anuidades e matrículas no cumprimento dessas
ção de plano de atendimento educacional especi-
determinações.
alizado, de organização de recursos e serviços de
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade
Comentário  Da lista do caput do artigo, apenas dois
pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
deveres não são obrigatórios às instituições privadas
VIII - participação dos estudantes com deficiência de ensino.
e de suas famílias nas diversas instâncias de atua- IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como pri-
ção da comunidade escolar; meira língua e na modalidade escrita da língua portu-
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o guesa como segunda língua, em escolas e classes bilín-
gues e em escolas inclusivas;
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu-
rais, vocacionais e profissionais, levando-se em
442 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de VI - adoção de critérios de avaliação das provas
novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais escritas, discursivas ou de redação que conside-
didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia rem a singularidade linguística da pessoa com de-
assistiva; ficiência, no domínio da modalidade escrita da
língua portuguesa;
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpre- VII - tradução completa do edital e de suas retifi-
tes da Libras a que se refere o inciso XI do caput cações em Libras.
deste artigo, deve-se observar o seguinte:
Capítulo V - Do Direito à Moradia
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes
na educação básica devem, no mínimo, possuir Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à
ensino médio completo e certificado de proficiên- moradia digna, no seio da família natural ou substi-
cia na Libras; tuta, com seu cônjuge ou companheiro ou desa-
companhada, ou em moradia para a vida indepen-
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de residência inclusiva.
aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
devem possuir nível superior, com habilitação, § 1º O poder público adotará programas e ações
prioritariamente, em Tradução e Interpretação estratégicas para apoiar a criação e a manutenção
em Libras. de moradia para a vida independente da pessoa
com deficiência.
Comentário  Embora a lei tenha sido publicada em 6 § 2º A proteção integral na modalidade de residên-
de julho de 2015, os incisos I e II do § 2º do art. 28 cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à
entrarão em vigor somente 48 (quarenta e oito) meses
pessoa com deficiência em situação de dependên-
após a publicação ou seja, em 6 de julho de 2019.
cia que não disponha de condições de autossusten-
tabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou
Art. 29. (Vetado) rompidos.
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou
permanência nos cursos oferecidos pelas institui- subsidiados com recursos públicos, a pessoa com
ções de ensino superior e de educação profissional deficiência ou o seu responsável goza de priorida-
e tecnológica, públicas e privadas, devem ser ado- de na aquisição de imóvel para moradia própria,
tadas as seguintes medidas: observado o seguinte:
I - atendimento preferencial à pessoa com defici- I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das
ência nas dependências das Instituições de Ensino unidades habitacionais para pessoa com deficiên-
Superior (IES) e nos serviços; cia;
II - disponibilização de formulário de inscrição de II - (Vetado)
exames com campos específicos para que o can-
didato com deficiência informe os recursos de III - em caso de edificação multifamiliar, garantia
acessibilidade e de tecnologia assistiva necessá- de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas
rios para sua participação; unidades habitacionais no piso térreo e de aces-
sibilidade ou de adaptação razoável nos demais
III - disponibilização de provas em formatos aces- pisos;
síveis para atendimento às necessidades específi-
cas do candidato com deficiência; IV - disponibilização de equipamentos urbanos
comunitários acessíveis;
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade
e de tecnologia assistiva adequados, previamente V - elaboração de especificações técnicas no pro-
solicitados e escolhidos pelo candidato com defi- jeto que permitam a instalação de elevadores.
ciência; § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste
V - dilação de tempo, conforme demanda apre- artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
sentada pelo candidato com deficiência, tanto na beneficiária apenas uma vez.
realização de exame para seleção quanto nas ati- § 2º Nos programas habitacionais públicos, os cri-
vidades acadêmicas, mediante prévia solicitação e térios de financiamento devem ser compatíveis
comprovação da necessidade; com os rendimentos da pessoa com deficiência ou
de sua família.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 443
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interes- a participação da pessoa com deficiência e a dispo-
sada nas unidades habitacionais reservadas por nibilização de linhas de crédito, quando necessá-
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, rias.
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas às
Seção II - Da Habilitação Profissional e Reabilita-
demais pessoas.
ção Profissional
Art. 33. Ao poder público compete:
Art. 36. O poder público deve implementar servi-
I - adotar as providências necessárias para o cum- ços e programas completos de habilitação profissi-
primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; onal e de reabilitação profissional para que a pes-
e soa com deficiência possa ingressar, continuar ou
retornar ao campo do trabalho, respeitados sua
II - divulgar, para os agentes interessados e bene-
livre escolha, sua vocação e seu interesse.
ficiários, a política habitacional prevista nas legis-
lações federal, estaduais, distrital e municipais, § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em
com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, pro-
grama de habilitação ou de reabilitação que possi-
Capítulo VI - Do Direito ao Trabalho
bilite à pessoa com deficiência restaurar sua capa-
Seção I - Disposições Gerais cidade e habilidade profissional ou adquirir novas
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao capacidades e habilidades de trabalho.
trabalho de sua livre escolha e aceitação, em am- Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela
biente acessível e inclusivo, em igualdade de opor- que tem impedimento de longo prazo de natureza
tunidades com as demais pessoas. física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado interação com uma ou mais barreiras, pode obstru-
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ir sua participação plena e efetiva na sociedade em
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária,
igualdade de oportunidades com as demais pesso- será biopsicossocial, realizada por equipe multipro-
as, a condições justas e favoráveis de trabalho, fissional e interdisciplinar e considerará:
incluindo igual remuneração por trabalho de igual I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do
valor. corpo;
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com II - os fatores socioambientais, psicológicos e pes-
deficiência e qualquer discriminação em razão de soais;
sua condição, inclusive nas etapas de recrutamen-
to, seleção, contratação, admissão, exames admis- III - a limitação no desempenho de atividades; e
sional e periódico, permanência no emprego, as- IV - a restrição de participação.
censão profissional e reabilitação profissional, bem
como exigência de aptidão plena. § 2º A habilitação profissional corresponde ao pro-
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à partici- cesso destinado a propiciar à pessoa com deficiên-
pação e ao acesso a cursos, treinamentos, educa- cia aquisição de conhecimentos, habilidades e
ção continuada, planos de carreira, promoções, aptidões para exercício de profissão ou de ocupa-
bonificações e incentivos profissionais oferecidos ção, permitindo nível suficiente de desenvolvimen-
pelo empregador, em igualdade de oportunidades to profissional para ingresso no campo de trabalho.
com os demais empregados. § 3º Os serviços de habilitação profissional, de rea-
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência bilitação profissional e de educação profissional
acessibilidade em cursos de formação e de capaci- devem ser dotados de recursos necessários para
tação. atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
dentemente de sua característica específica, a fim
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públi- de que ela possa ser capacitada para trabalho que
cas de trabalho e emprego promover e garantir lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de
condições de acesso e de permanência da pessoa conservá-lo e de nele progredir.
com deficiência no campo de trabalho.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de rea-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao em- bilitação profissional e de educação profissional
preendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos deverão ser oferecidos em ambientes acessíveis e
o cooperativismo e o associativismo, devem prever inclusivos.
444 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação pro- função ou emprego está obrigada à observância do
fissional devem ocorrer articuladas com as redes disposto nesta Lei e em outras normas de acessibi-
públicas e privadas, especialmente de saúde, de lidade vigentes.
ensino e de assistência social, em todos os níveis e
Capítulo VII - Do Direito à Assistência Social
modalidades, em entidades de formação profissio-
nal ou diretamente com o empregador. Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os
benefícios no âmbito da política pública de assis-
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em
tência social à pessoa com deficiência e sua família
empresas por meio de prévia formalização do con-
têm como objetivo a garantia da segurança de
trato de emprego da pessoa com deficiência, que
renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação,
será considerada para o cumprimento da reserva
do desenvolvimento da autonomia e da convivên-
de vagas prevista em lei, desde que por tempo
cia familiar e comunitária, para a promoção do
determinado e concomitante com a inclusão pro-
acesso a direitos e da plena participação social.
fissional na empresa, observado o disposto em
regulamento. § 1º A assistência social à pessoa com deficiência,
nos termos do caput deste artigo, deve envolver
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação pro-
conjunto articulado de serviços do âmbito da Pro-
fissional atenderão à pessoa com deficiência.
teção Social Básica e da Proteção Social Especial,
Seção III - Da Inclusão da Pessoa com Deficiência ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças
no Trabalho fundamentais no enfrentamento de situações de
vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vín-
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com
culos e ameaça ou violação de direitos.
deficiência no trabalho a colocação competitiva,
em igualdade de oportunidades com as demais § 2º Os serviços socioassistenciais destinados à
pessoas, nos termos da legislação trabalhista e pessoa com deficiência em situação de dependên-
previdenciária, na qual devem ser atendidas as cia deverão contar com cuidadores sociais para
regras de acessibilidade, o fornecimento de recur- prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
sos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que
no ambiente de trabalho.
não possua meios para prover sua subsistência
Parágrafo único. A colocação competitiva da pes- nem de tê-la provida por sua família o benefício
soa com deficiência pode ocorrer por meio de tra- mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei
balho com apoio, observadas as seguintes diretri- n.º 8.742 de 7 de dezembro de 1993.
zes:
Lei n.º 8.742 de 7 de dezembro de 1993
I - prioridade no atendimento à pessoa com defi-
ciência com maior dificuldade de inserção no Art. 2º A assistência social tem por objetivos:
campo de trabalho; I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à
II - provisão de suportes individualizados que redução de danos e à prevenção da incidência de
atendam a necessidades específicas da pessoa riscos, especialmente: (...)
com deficiência, inclusive a disponibilização de e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefí-
recursos de tecnologia assistiva, de agente facili- cio mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que
tador e de apoio no ambiente de trabalho; comprovem não possuir meios de prover a própria
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da manutenção ou de tê-la provida por sua família;
pessoa com deficiência apoiada;
Capítulo VIII - Do Direito à Previdência Social
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Re-
empregadores, com vistas à definição de estraté-
gime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito
gias de inclusão e de superação de barreiras, in-
à aposentadoria nos termos da Lei Complementar
clusive atitudinais;
n.º 142, de 8 de maio de 2013.
V - realização de avaliações periódicas;
VI - articulação intersetorial das políticas públicas; Lei Complementar n.º 142 de 8 de maio de 2013 
Regulamenta o § 1º do art. 201 da Constituição Fede-
VII - possibilidade de participação de organiza- ral, no tocante à aposentadoria da pessoa com defici-
ções da sociedade civil. ência segurada do Regime Geral de Previdência Social -
RGPS.
Art. 38. A entidade contratada para a realização de
processo seletivo público ou privado para cargo,
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 445
Capítulo IX - Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao ção das saídas, em conformidade com as normas
Turismo e ao Lazer de acessibilidade.
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à § 2º No caso de não haver comprovada procura
cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
igualdade de oportunidades com as demais pesso- nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiên-
as, sendo-lhe garantido o acesso: cia ou que não tenham mobilidade reduzida, ob-
servado o disposto em regulamento.
I - a bens culturais em formato acessível;
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este
II - a programas de televisão, cinema, teatro e ou-
artigo devem situar-se em locais que garantam a
tras atividades culturais e desportivas em formato
acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhan-
acessível; e
te da pessoa com deficiência ou com mobilidade
III - a monumentos e locais de importância cultu- reduzida, resguardado o direito de se acomodar
ral e a espaços que ofereçam serviços ou eventos proximamente a grupo familiar e comunitário.
culturais e esportivos.
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e
em formato acessível à pessoa com deficiência, sob saídas de emergência acessíveis, conforme pa-
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de drões das normas de acessibilidade, a fim de per-
proteção dos direitos de propriedade intelectual. mitir a saída segura da pessoa com deficiência ou
§ 2º O poder público deve adotar soluções destina- com mobilidade reduzida, em caso de emergência.
das à eliminação, à redução ou à superação de § 5º Todos os espaços das edificações previstas no
barreiras para a promoção do acesso a todo patri- caput deste artigo devem atender às normas de
mônio cultural, observadas as normas de acessibili- acessibilidade em vigor.
dade, ambientais e de proteção do patrimônio
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
histórico e artístico nacional.
as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa
Art. 43. O poder público deve promover a partici- com deficiência.
pação da pessoa com deficiência em atividades
artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recre- Comentário  Embora a lei tenha sido publicada em 6
ativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo: de julho de 2015, o § 6º do art. 44 entrará em vigor
somente 48 (quarenta e oito) meses após a publicação
I - incentivar a provisão de instrução, de treina-
ou seja, em 6 de julho de 2019.
mento e de recursos adequados, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas;
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos não poderá ser superior ao valor cobrado das de-
e nos serviços prestados por pessoa ou entidade mais pessoas.
envolvida na organização das atividades de que
trata este artigo; e Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser
construídos observando-se os princípios do dese-
III - assegurar a participação da pessoa com defi- nho universal, além de adotar todos os meios de
ciência em jogos e atividades recreativas, esporti- acessibilidade, conforme legislação em vigor.
vas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sis-
tema escolar, em igualdade de condições com as § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão
demais pessoas. disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, 1 (uma) unidade acessível.
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de
conferências e similares, serão reservados espaços § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de artigo deverão ser localizados em rotas acessíveis.
acordo com a capacidade de lotação da edificação,
observado o disposto em regulamento. Comentário  Embora a lei tenha sido publicada em 6
de julho de 2015, o artigo 45 entrará em vigor somente
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este 24 (quarenta e oito) meses após a publicação ou seja,
artigo devem ser distribuídos pelo recinto em locais em 6 de julho de 2017.
diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,
próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
evitando-se áreas segregadas de público e obstru-
446 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Capítulo X - Do Direito ao Transporte e à Mobili- pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos
dade que transportem pessoa com deficiência com com-
prometimento de mobilidade, desde que devida-
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da
mente identificados.
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da será assegurado em igualdade de oportunida- § 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo
des com as demais pessoas, por meio de identifi- devem equivaler a 2% (dois por cento) do total,
cação e de eliminação de todos os obstáculos e garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente
barreiras ao seu acesso. sinalizada e com as especificações de desenho e
traçado de acordo com as normas técnicas vigentes
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
de acessibilidade.
transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
grantes desses serviços os veículos, os terminais,
as estações, os pontos de parada, o sistema viário
e a prestação do serviço.

§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas


devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre-
dencial de beneficiário, a ser confeccionada e for-
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão
desta Lei, sempre que houver interação com a ma- suas características e condições de uso.
téria nela regulada, a outorga, a concessão, a per-
missão, a autorização, a renovação ou a habilitação
de linhas e de serviços de transporte coletivo.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de
acesso nos veículos, as empresas de transporte
coletivo de passageiros dependem da certificação
de acessibilidade emitida pelo gestor público res-
ponsável pela prestação do serviço.

§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata


este artigo sujeita os infratores às sanções previs-
tas no inciso XX do art. 181 da Lei n.º 9.503, de 23
de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasilei-
ro). (Redação dada pela Lei n.º 13.281 de 2016)

Código de Trânsito Brasileiro


Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento
aberto ao público, de uso público ou privado de Art. 181. Estacionar o veículo:
uso coletivo e em vias públicas, devem ser reserva-
das vagas próximas aos acessos de circulação de
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 447
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiên- Comentário  Embora a lei tenha sido publicada em 6
cia ou idosos, sem credencial que comprove tal de julho de 2015, o artigo 49 entrará em vigor somente
condição: (Incluído pela Lei n.º 13.281 de 2016) 48 (quarenta e oito) meses após a publicação ou seja,
em 6 de julho de 2019.
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n.º 13.281
de 2016)
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei n.º 13.281 de de veículos acessíveis e a sua utilização como táxis
2016) e vans, de forma a garantir o seu uso por todas as
Medida administrativa - remoção do veículo. (Inclu- pessoas.
ído pela Lei n.º 13.281 de 2016) Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem re-
servar 10% (dez por cento) de seus veículos aces-
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo
síveis à pessoa com deficiência.
é vinculada à pessoa com deficiência que possui
comprometimento de mobilidade e é válida em § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas
todo o território nacional. ou de valores adicionais pelo serviço de táxi pres-
tado à pessoa com deficiência.
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terres-
tre, aquaviário e aéreo, as instalações, as esta- § 2º O poder público é autorizado a instituir incen-
ções, os portos e os terminais em operação no País tivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilida-
devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso de dos veículos a que se refere o caput deste arti-
por todas as pessoas. go.
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o ca- Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a
put deste artigo devem dispor de sistema de co- oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pes-
municação acessível que disponibilize informações soa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
sobre todos os pontos do itinerário. veículos de sua frota.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência pri- Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no
oridade e segurança nos procedimentos de em- mínimo, câmbio automático, direção hidráulica,
barque e de desembarque nos veículos de trans- vidros elétricos e comandos manuais de freio e de
porte coletivo, de acordo com as normas técnicas. embreagem.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de Título III - Da Acessibilidade
acesso nos veículos, as empresas de transporte
Capítulo I - Disposições Gerais
coletivo de passageiros dependem da certificação
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à
ponsável pela prestação do serviço. pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da viver de forma independente e exercer seus
direitos de cidadania e de participação social.
Parágrafo único. A relotação dos servidores efeti-
vos remunerados exclusivamente pelos cofres pú-
blicos, cujos cargos serão extintos à medida que
vagarem, poderá ser estabelecida em Decreto da
Presidência do Tribunal de Justiça. (Incluso pela Lei
n.º 18.287 de 04 de novembro de 2014)
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposi-
ções desta Lei e de outras normas relativas à aces-
sibilidade, sempre que houver interação com a
matéria nela regulada:
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urba-
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento nístico ou de comunicação e informação, a fabri-
e de turismo, na renovação de suas frotas, são cação de veículos de transporte coletivo, a pres-
obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 tação do respectivo serviço e a execução de qual-
e 48 desta Lei. quer tipo de obra, quando tenham destinação
pública ou coletiva;

448 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - a outorga ou a renovação de concessão, per- temporários ou permanentes e para o licenciamen-
missão, autorização ou habilitação de qualquer to ou a emissão de certificado de conclusão de
natureza; obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimen-
to às regras de acessibilidade.
III - a aprovação de financiamento de projeto com
utilização de recursos públicos, por meio de re- § 3º O poder público, após certificar a acessibili-
núncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio dade de edificação ou de serviço, determinará a
ou instrumento congênere; e colocação, em espaços ou em locais de ampla visi-
bilidade, do símbolo internacional de acesso, na
IV - a concessão de aval da União para obtenção
forma prevista em legislação e em normas técnicas
de empréstimo e de financiamento internacionais
correlatas.
por entes públicos ou privados.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos
coletivo já existentes devem garantir acessibilida-
que tratem do meio físico, de transporte, de infor-
de à pessoa com deficiência em todas as suas de-
mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
pendências e serviços, tendo como referência as
nologias da informação e comunicação, e de outros
normas de acessibilidade vigentes.
serviços, equipamentos e instalações abertos ao
público, de uso público ou privado de uso coletivo, Art. 58. O projeto e a construção de edificação de
tanto na zona urbana como na rural, devem aten- uso privado multifamiliar devem atender aos pre-
der aos princípios do desenho universal, tendo ceitos de acessibilidade, na forma regulamentar.
como referência as normas de acessibilidade.
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsá-
§ 1º O desenho universal será sempre tomado co- veis pelo projeto e pela construção das edificações
mo regra de caráter geral. a que se refere o caput deste artigo devem assegu-
rar percentual mínimo de suas unidades interna-
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o
mente acessíveis, na forma regulamentar.
desenho universal não possa ser empreendido,
deve ser adotada adaptação razoável. § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais
para a aquisição de unidades internamente acessí-
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão
veis a que se refere o § 1º deste artigo.
de conteúdos temáticos referentes ao desenho
universal nas diretrizes curriculares da educação Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos
profissional e tecnológica e do ensino superior e espaços públicos, o poder público e as empresas
na formação das carreiras de Estado. concessionárias responsáveis pela execução das
obras e dos serviços devem garantir, de forma se-
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes-
gura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e
quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga-
acessibilidade das pessoas, durante e após sua
nismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências
execução.
de fomento deverão incluir temas voltados para o
desenho universal. Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras
de acessibilidade previstas em legislação e em
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas pú-
normas técnicas, observado o disposto na Lei n.º
blicas deverão considerar a adoção do desenho
10.098, de 19 de dezembro de 2000, n.º 10.257, de
universal.
10 de julho de 2001, e n.º 12.587, de 3 de janeiro
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a de 2012:
mudança de uso de edificações abertas ao público,
de uso público ou privadas de uso coletivo deve- Lei n.º 10.098 de 19 de dezembro de 2000  Estabele-
rão ser executadas de modo a serem acessíveis. ce normas gerais e critérios básicos para a promoção
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
atividades de Engenharia, de Arquitetura e correla-
tas, ao anotarem a responsabilidade técnica de
Lei n.º 10.257 de 10 de julho de 2001  Regulamenta
projetos, devem exigir a responsabilidade profissi-
os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece
onal declarada de atendimento às regras de acessi- diretrizes gerais da política urbana e dá outras provi-
bilidade previstas em legislação e em normas técni- dências.
cas pertinentes.
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emis-
são de certificado de projeto executivo arquitetôni-
co, urbanístico e de instalações e equipamentos
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 449
conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
Lei n.º 12.587 de 3 de janeiro de 2012  Institui as sibilidade adotadas internacionalmente.
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana;
revoga dispositivos dos Decretos-Leis n.ºs 3.326, de 3 § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibili-
de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da dade em destaque.
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, e das § 2º Telecentros comunitários que receberem re-
Leis n.ºs 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de cursos públicos federais para seu custeio ou sua
14 de novembro de 1975; e dá outras providências. instalação e lan houses devem possuir equipamen-
tos e instalações acessíveis.
I - os planos diretores municipais, os planos dire- § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o §
tores de transporte e trânsito, os planos de mobi- 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10%
lidade urbana e os planos de preservação de sítios (dez por cento) de seus computadores com recur-
históricos elaborados ou atualizados a partir da sos de acessibilidade para pessoa com deficiência
publicação desta Lei; visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equi-
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as pamento, quando o resultado percentual for infe-
leis de uso e ocupação do solo e as leis do sistema rior a 1 (um).
viário; Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada
para obtenção do financiamento de que trata o
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de inciso III do art. 54 desta Lei.
sanções; e
V - a legislação referente à prevenção contra in- Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposi-
cêndio e pânico. ções desta Lei e de outras normas relativas à aces-
sibilidade, sempre que houver interação com a ma-
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funci- téria nela regulada: (...)
onamento para qualquer atividade são condiciona-
das à observação e à certificação das regras de III - a aprovação de financiamento de projeto com
acessibilidade. utilização de recursos públicos, por meio de renún-
cia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habili- instrumento congênere; e
tação equivalente e sua renovação, quando esta
tiver sido emitida anteriormente às exigências de Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de
acessibilidade, é condicionada à observação e à telecomunicações deverão garantir pleno acesso à
certificação das regras de acessibilidade. pessoa com deficiência, conforme regulamentação
específica.
Art. 61. A formulação, a implementação e a manu-
tenção das ações de acessibilidade atenderão às Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta
seguintes premissas básicas: de aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com
acessibilidade que, entre outras tecnologias assis-
I - eleição de prioridades, elaboração de crono-
tivas, possuam possibilidade de indicação e de am-
grama e reserva de recursos para implementação
pliação sonoras de todas as operações e funções
das ações; e
disponíveis.
II - planejamento contínuo e articulado entre os
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e ima-
setores envolvidos.
gens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, entre outros:
mediante solicitação, o recebimento de contas,
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos
em formato acessível. II - janela com intérprete da Libras;
Capítulo II - Do Acesso à Informação e à Comuni- III - audiodescrição.
cação Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da de incentivo à produção, à edição, à difusão, à dis-
internet mantidos por empresas com sede ou re- tribuição e à comercialização de livros em forma-
presentação comercial no País ou por órgãos de tos acessíveis, inclusive em publicações da admi-
governo, para uso da pessoa com deficiência, ga- nistração pública ou financiadas com recursos pú-
rantindo-lhe acesso às informações disponíveis, blicos, com vistas a garantir à pessoa com deficiên-
450 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
cia o direito de acesso à leitura, à informação e à Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou
comunicação. serviços devem assegurar informações corretas,
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
o abastecimento ou a atualização de acervos de sobre suas características, qualidades, quantidade,
bibliotecas em todos os níveis e modalidades de composição, preço, garantia, prazos de validade e
educação e de bibliotecas públicas, o poder público origem, entre outros dados, bem como sobre os
deverá adotar cláusulas de impedimento à partici- riscos que apresentam à saúde e segurança dos
pação de editoras que não ofertem sua produção consumidores.
também em formatos acessíveis. Parágrafo único. As informações de que trata este
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
digitais que possam ser reconhecidos e acessados
por softwares leitores de telas ou outras tecnolo- Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão
gias assistivas que vierem a substituí-los, permi- assegurar a oferta de componentes e peças de re-
tindo leitura com voz sintetizada, ampliação de posição enquanto não cessar a fabricação ou im-
caracteres, diferentes contrastes e impressão em portação do produto.
Braille.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa-
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a ção, a oferta deverá ser mantida por período razo-
adaptação e a produção de artigos científicos em ável de tempo, na forma da lei.
formato acessível, inclusive em Libras.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
te e endereço na embalagem, publicidade e em
todos os impressos utilizados na transação comer-
cial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina.
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é soli-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
tos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponi- recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
bilidade de informações corretas e claras sobre os publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
diferentes produtos e serviços ofertados, por te e à sua livre escolha:
quaisquer meios de comunicação empregados,
inclusive em ambiente virtual, contendo a especifi- I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
cação correta de quantidade, qualidade, caracterís- termos da oferta, apresentação ou publicidade;
ticas, composição e preço, bem como sobre os II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
eventuais riscos à saúde e à segurança do consu- equivalente;
midor com deficiência, em caso de sua utilização,
aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei III - rescindir o contrato, com direito à restituição de
n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990. quantia eventualmente antecipada, monetaria-
mente atualizada, e a perdas e danos.
Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990 Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficien- identifique como tal.
temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
meio de comunicação com relação a produtos e
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o for-
para informação dos legítimos interessados, os
necedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten-
integra o contrato que vier a ser celebrado.
tação à mensagem.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 451
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou VII - repassar informação depreciativa, referente a
abusiva. ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
direitos;
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
ção ou comunicação de caráter publicitário, inteira VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro mo- produto ou serviço em desacordo com as normas
do, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
consumidor a respeito da natureza, características, normas específicas não existirem, pela Associação
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discri-
minatória de qualquer natureza, a que incite à vio- IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
lência, explore o medo ou a superstição, se aprovei- viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
te da deficiência de julgamento e experiência da mediante pronto pagamento, ressalvados os casos
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja de intermediação regulados em leis especiais;
capaz de induzir o consumidor a se comportar de X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segu- serviços.
rança.
XI - Dispositivo incluído pela MPV n.º 1.890-67, de
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é 22/10/1999, transformado em inciso XIII, quando
enganosa por omissão quando deixar de informar da conversão na Lei n.º 9.870, de 23/11/1999.
sobre dado essencial do produto ou serviço.
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
§ 4º (Vetado) de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção inicial a seu exclusivo critério.
da informação ou comunicação publicitária cabe a XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
quem as patrocina. do legal ou contratualmente estabelecido.
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou Parágrafo único. Os serviços prestados e os produ-
serviços, dentre outras práticas abusivas: tos remetidos ou entregues ao consumidor, na hi-
I - condicionar o fornecimento de produto ou de pótese prevista no inciso III, equiparam-se às amos-
serviço ao fornecimento de outro produto ou servi- tras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
ço, bem como, sem justa causa, a limites quantita- Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a
tivos; entregar ao consumidor orçamento prévio discrimi-
II - recusar atendimento às demandas dos consu- nando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
midores, na exata medida de suas disponibilidades equipamentos a serem empregados, as condições
de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos de pagamento, bem como as datas de início e tér-
e costumes; mino dos serviços.

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita- § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado
ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer terá validade pelo prazo de dez dias, contado de
serviço; seu recebimento pelo consumidor.

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do § 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-


consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, co- mento obriga os contraentes e somente pode ser
nhecimento ou condição social, para impingir-lhe alterado mediante livre negociação das partes.
seus produtos ou serviços; § 3º O consumidor não responde por quaisquer
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de
excessiva; serviços de terceiros não previstos no orçamento
prévio.
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
entre as partes;

452 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe- em parceria com organizações da sociedade civil,
lamento de preços, os fornecedores deverão respei- promover a capacitação de tradutores e intérpre-
tar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, tes da Libras, de guias intérpretes e de profissio-
responderem pela restituição da quantia recebida nais habilitados em Braille, audiodescrição, esteno-
em excesso, monetariamente atualizada, podendo tipia e legendagem.
o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento Capítulo III - Da Tecnologia Assistiva
do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabí-
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência aces-
veis.
so a produtos, recursos, estratégias, práticas, pro-
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os cessos, métodos e serviços de tecnologia assistiva
anúncios publicitários veiculados na imprensa es- que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal
crita, na internet, no rádio, na televisão e nos de- e qualidade de vida.
mais veículos de comunicação abertos ou por assi- Art. 75. O poder público desenvolverá plano espe-
natura devem disponibilizar, conforme a compati- cífico de medidas, a ser renovado em cada período
bilidade do meio, os recursos de acessibilidade de de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:
que trata o art. 67 desta Lei, a expensas do forne-
cedor do produto ou do serviço, sem prejuízo da I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclu-
observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei n.º sive com oferta de linhas de crédito subsidiadas,
8.078, de 11 de setembro de 1990. específicas para aquisição de tecnologia assistiva;
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos
Artigos 36 a 38 da Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de de importação de tecnologia assistiva, especial-
1990  Vide acima. mente as questões atinentes a procedimentos al-
fandegários e sanitários;
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, medi-
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à
ante solicitação, exemplares de bulas, prospectos,
produção nacional de tecnologia assistiva, inclusi-
textos ou qualquer outro tipo de material de divul-
ve por meio de concessão de linhas de crédito
gação em formato acessível.
subsidiado e de parcerias com institutos de pes-
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, quisa oficiais;
seminários, oficinas e demais eventos de natureza
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia
científico-cultural devem oferecer à pessoa com
produtiva e de importação de tecnologia assisti-
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia
va;
assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e ima- novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
gens devem permitir o uso dos seguintes recursos, produtos distribuídos no âmbito do SUS e por ou-
entre outros: tros órgãos governamentais.
I - subtitulação por meio de legenda oculta; Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto nes-
II - janela com intérprete da Libras; te artigo, os procedimentos constantes do plano
específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
III - audiodescrição. menos, a cada 2 (dois) anos.
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e Capítulo IV - Do Direito à Participação na Vida
os demais eventos de natureza científico-cultural Pública e Política
promovidos ou financiados pelo poder público de-
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa
vem garantir as condições de acessibilidade e os
com deficiência todos os direitos políticos e a opor-
recursos de tecnologia assistiva.
tunidade de exercê-los em igualdade de condições
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os com as demais pessoas.
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
agências de financiamento e de órgãos e entidades
direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
integrantes da administração pública que atuem no
das seguintes ações:
auxílio à pesquisa devem contemplar temas volta-
dos à tecnologia assistiva.

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 453
I - garantia de que os procedimentos, as instala- § 2º O poder público promoverá a participação da
ções, os materiais e os equipamentos para vota- pessoa com deficiência, inclusive quando instituci-
ção sejam apropriados, acessíveis a todas as pes- onalizada, na condução das questões públicas, sem
soas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada discriminação e em igualdade de oportunidades,
a instalação de seções eleitorais exclusivas para a observado o seguinte:
pessoa com deficiência;
I - participação em organizações não governa-
II - incentivo à pessoa com deficiência a candida- mentais relacionadas à vida pública e à política do
tar-se e a desempenhar quaisquer funções públi- País e em atividades e administração de partidos
cas em todos os níveis de governo, inclusive por políticos;
meio do uso de novas tecnologias assistivas,
II - formação de organizações para representar a
quando apropriado;
pessoa com deficiência em todos os níveis;
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais,
III - participação da pessoa com deficiência em
a propaganda eleitoral obrigatória e os debates
organizações que a representem.
transmitidos pelas emissoras de televisão possu-
am, pelo menos, os recursos elencados no art. Título IV - Da Ciência e Tecnologia
67 desta Lei; Art. 77. O poder público deve fomentar o desen-
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e ima- volvimento científico, a pesquisa e a inovação e a
gens devem permitir o uso dos seguintes recursos, capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da
entre outros: qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
deficiência e sua inclusão social.
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a
II - janela com intérprete da Libras; geração de conhecimentos e técnicas que visem à
III - audiodescrição. prevenção e ao tratamento de deficiências e ao
desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e
e, para tanto, sempre que necessário e a seu pe- social devem ser fomentadas mediante a criação de
dido, permissão para que a pessoa com deficiên- cursos de pós-graduação, a formação de recursos
cia seja auxiliada na votação por pessoa de sua humanos e a inclusão do tema nas diretrizes de
escolha. áreas do conhecimento.
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica
de instituições públicas e privadas para o desenvol-
vimento de tecnologias assistiva e social que sejam
voltadas para melhoria da funcionalidade e da par-
ticipação social da pessoa com deficiência.
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser
reavaliadas periodicamente pelo poder público,
com vistas ao seu aperfeiçoamento.
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o de-
senvolvimento, a inovação e a difusão de tecnolo-
gias voltadas para ampliar o acesso da pessoa com
deficiência às tecnologias da informação e comuni-
cação e às tecnologias sociais.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
I - o emprego de tecnologias da informação e co-
municação como instrumento de superação de
limitações funcionais e de barreiras à comunica-
ção, à informação, à educação e ao entreteni-
mento da pessoa com deficiência;

454 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
II - a adoção de soluções e a difusão de normas Parágrafo único. O descumprimento do disposto no
que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa caput deste artigo constitui discriminação em razão
com deficiência à computação e aos sítios da in- de deficiência.
ternet, em especial aos serviços de governo ele-
Capítulo II - Do Reconhecimento Igual Perante a
trônico.
Lei
Livro II - Parte Especial
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado
Título I - Do Acesso à Justiça o direito ao exercício de sua capacidade legal em
igualdade de condições com as demais pessoas.
Capítulo I - Disposições Gerais
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso
será submetida à curatela, conforme a lei.
da pessoa com deficiência à justiça, em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas, garan- § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção
tindo, sempre que requeridos, adaptações e recur- de processo de tomada de decisão apoiada.
sos de tecnologia assistiva.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com defici-
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com ência constitui medida protetiva extraordinária,
deficiência em todo o processo judicial, o poder proporcional às necessidades e às circunstâncias de
público deve capacitar os membros e os servidores cada caso, e durará o menor tempo possível.
que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Públi-
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anual-
co, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança
mente, contas de sua administração ao juiz, apre-
pública e no sistema penitenciário quanto aos di-
sentando o balanço do respectivo ano.
reitos da pessoa com deficiência.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com defici-
relacionados aos direitos de natureza patrimonial
ência submetida a medida restritiva de liberdade
e negocial.
todos os direitos e garantias a que fazem jus os
apenados sem deficiência, garantida a acessibilida- § 1º A definição da curatela não alcança o direito
de. ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público
voto.
tomarão as medidas necessárias à garantia dos
direitos previstos nesta Lei. § 2º A curatela constitui medida extraordinária,
devendo constar da sentença as razões e motiva-
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de
ções de sua definição, preservados os interesses do
tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa
curatelado.
com deficiência tenha garantido o acesso à justiça,
sempre que figure em um dos polos da ação ou § 3º No caso de pessoa em situação de institucio-
atue como testemunha, partícipe da lide posta em nalização, ao nomear curador, o juiz deve dar pre-
juízo, advogado, defensor público, magistrado ou ferência a pessoa que tenha vínculo de natureza
membro do Ministério Público. familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não
garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos será exigida a situação de curatela da pessoa com
processuais de seu interesse, inclusive no exercício deficiência.
da advocacia. Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão de proteger os interesses da pessoa com deficiên-
garantidos por ocasião da aplicação de sanções cia em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvi-
penais. do o Ministério Público, de oficio ou a requerimen-
to do interessado, nomear, desde logo, curador
Art. 82. (Vetado)
provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não po- disposições do Código de Processo Civil.
dem negar ou criar óbices ou condições diferencia-
Título II - Dos Crimes e das Infrações Administrati-
das à prestação de seus serviços em razão de defi-
vas
ciência do solicitante, devendo reconhecer sua
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de
pessoa em razão de sua deficiência:

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 455
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e mul- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
ta. e multa.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
do agente.
Título III - Disposições Finais e Transitórias
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão
deste artigo é cometido por intermédio de meios
da Pessoa com Deficiência (Cadastro-Inclusão),
de comunicação social ou de publicação de qual-
registro público eletrônico com a finalidade de
quer natureza:
coletar, processar, sistematizar e disseminar infor-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mações georreferenciadas que permitam a identifi-
multa. cação e a caracterização socioeconômica da pessoa
com deficiência, bem como das barreiras que im-
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
pedem a realização de seus direitos.
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
do deste, ainda antes do inquérito policial, sob § 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo
pena de desobediência: Poder Executivo federal e constituído por base de
dados, instrumentos, procedimentos e sistemas
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exem-
eletrônicos.
plares do material discriminatório;
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão
II - interdição das respectivas mensagens ou pági-
serão obtidos pela integração dos sistemas de in-
nas de informação na internet.
formação e da base de dados de todas as políticas
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui públicas relacionadas aos direitos da pessoa com
efeito da condenação, após o trânsito em julgado deficiência, bem como por informações coletadas,
da decisão, a destruição do material apreendido. inclusive em censos nacionais e nas demais pesqui-
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proven- sas realizadas no País, de acordo com os parâme-
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer tros estabelecidos pela Convenção sobre os Direi-
outro rendimento de pessoa com deficiência: tos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de
dados, é facultada a celebração de convênios,
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um acordos, termos de parceria ou contratos com ins-
terço) se o crime é cometido: tituições públicas e privadas, observados os requisi-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- tos e procedimentos previstos em legislação espe-
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou cífica.

II - por aquele que se apropriou em razão de ofí- § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privaci-
cio ou de profissão. dade e as liberdades fundamentais da pessoa com
deficiência e os princípios éticos que regem a utili-
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em zação de informações, devem ser observadas as
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- salvaguardas estabelecidas em lei.
to ou congêneres:
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente po-
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, derão ser utilizados para as seguintes finalidades:
e multa.
I - formulação, gestão, monitoramento e avalia-
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não ção das políticas públicas para a pessoa com defi-
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- ciência e para identificar as barreiras que impe-
ciência quando obrigado por lei ou mandado. dem a realização de seus direitos;
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qual- II - realização de estudos e pesquisas.
quer meio eletrônico ou documento de pessoa com
deficiência destinados ao recebimento de benefí- § 6º As informações a que se refere este artigo
cios, proventos, pensões ou remuneração ou à devem ser disseminadas em formatos acessíveis.
realização de operações financeiras, com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem:

456 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias
pelos órgãos de controle interno e externo, deve Dica de Estudo  As alterações que esta lei gerou nou-
tras leis não são exigidas em provas de concursos,
ser observado o cumprimento da legislação relativa
exceto se a referida lei que foi alterada fizer parte do
à pessoa com deficiência e das normas de acessibi- programa previsto no edital. Por isso, risquei os textos
lidade vigentes. que virão a seguir para que você não se preocupe em
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos estudá-los.
da lei, a pessoa com deficiência moderada ou gra-
ve que: Art. 96. O § 6º-A do art. 135 da Lei n.º 4.737, de 15
de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar
I - receba o benefício de prestação continuada
com a seguinte redação:
previsto no art. 20 da Lei n.º 8.742, de 7 de de-
zembro de 1993, e que passe a exercer atividade Art. 135..............................................................
remunerada que a enquadre como segurado § 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deve-
obrigatório do RGPS; rão, a cada eleição, expedir instruções aos Juí-
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o zes Eleitorais para orientá-los na escolha dos
benefício de prestação continuada previsto no locais de votação, de maneira a garantir aces-
art. 20 da Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de sibilidade para o eleitor com deficiência ou
1993, e que exerça atividade remunerada que a com mobilidade reduzida, inclusive em seu en-
enquadre como segurado obrigatório do RGPS. torno e nos sistemas de transporte que lhe dão
acesso.
Lei n.º 8.742 de 7 de dezembro de 1993
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio
garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa de 1943, passa a vigorar com as seguintes altera-
com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cin- ções:
co) anos ou mais que comprovem não possuir mei-
Art. 428..............................................................
os de prover a própria manutenção nem de tê-la
provida por sua família. (...) § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem,
a comprovação da escolaridade de aprendiz
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de com deficiência deve considerar, sobretudo, as
pessoa com deficiência perante os órgãos públicos habilidades e competências relacionadas com
quando seu deslocamento, em razão de sua limita- a profissionalização.
ção funcional e de condições de acessibilidade,
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18
hipótese na qual serão observados os seguintes (dezoito) anos ou mais, a validade do contrato
procedimentos: de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS
e matrícula e frequência em programa de
I - quando for de interesse do poder público, o aprendizagem desenvolvido sob orientação de
agente promoverá o contato necessário com a entidade qualificada em formação técnico-
pessoa com deficiência em sua residência; profissional metódica.
II - quando for de interesse da pessoa com defi- Art. 433..............................................................
ciência, ela apresentará solicitação de atendi-
mento domiciliar ou fará representar-se por pro- I - desempenho insuficiente ou inadaptação do
curador constituído para essa finalidade. aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiên-
cia quando desprovido de recursos de acessibi-
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com defici- lidade, de tecnologias assistivas e de apoio ne-
ência atendimento domiciliar pela perícia médica cessário ao desempenho de suas atividades;
e social do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo ser- Art. 98. A Lei n.º 7.853 de 24 de outubro de 1989,
viço privado de saúde, contratado ou conveniado, passa a vigorar com as seguintes alterações:
que integre o SUS e pelas entidades da rede soci- Art. 3º As medidas judiciais destinadas à pro-
oassistencial integrantes do Suas, quando seu des- teção de interesses coletivos, difusos, individu-
locamento, em razão de sua limitação funcional e ais homogêneos e individuais indisponíveis da
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus pessoa com deficiência poderão ser propostas
desproporcional e indevido. pelo Ministério Público, pela Defensoria Públi-
ca, pela União, pelos Estados, pelos Municí-
pios, pelo Distrito Federal, por associação
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 457
constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos XVIII - quando o trabalhador com deficiência,
da lei civil, por autarquia, por empresa pública por prescrição, necessite adquirir órtese ou
e por fundação ou sociedade de economia mis- prótese para promoção de acessibilidade e de
ta que inclua, entre suas finalidades institucio- inclusão social.
nais, a proteção dos interesses e a promoção
Art. 100. A Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de
de direitos da pessoa com deficiência.
1990 (Código de Defesa do Consumidor), passa a
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de vigorar com as seguintes alterações:
2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
Art. 6º................................................................
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspen-
Parágrafo único. A informação de que trata o
der, procrastinar, cancelar ou fazer cessar ins-
inciso III do caput deste artigo deve ser acessí-
crição de aluno em estabelecimento de ensino
vel à pessoa com deficiência, observado o dis-
de qualquer curso ou grau, público ou privado,
posto em regulamento.
em razão de sua deficiência;
Art. 43................................................................
II - obstar inscrição em concurso público ou
acesso de alguém a qualquer cargo ou empre- § 6º Todas as informações de que trata o ca-
go público, em razão de sua deficiência; put deste artigo devem ser disponibilizadas em
formatos acessíveis, inclusive para a pessoa
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou
com deficiência, mediante solicitação do con-
promoção à pessoa em razão de sua deficiên-
sumidor.
cia;
Art. 101. A Lei n.º 8.213 de 24 de julho de 1991,
IV - recusar, retardar ou dificultar internação
passa a vigorar com as seguintes alterações:
ou deixar de prestar assistência médico-
hospitalar e ambulatorial à pessoa com defici- Art. 16................................................................
ência; I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar exe- o filho não emancipado, de qualquer condição,
cução de ordem judicial expedida na ação civil menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou
a que alude esta Lei; que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave;
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil pú- III - o irmão não emancipado, de qualquer
blica objeto desta Lei, quando requisitados. condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou in-
válido ou que tenha deficiência intelectual ou
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa
mental ou deficiência grave;
com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a
pena é agravada em 1/3 (um terço). Art.
77.......................................................................
§ 2º A pena pela adoção deliberada de crité-
rios subjetivos para indeferimento de inscrição, § 2º.....................................................................
de aprovação e de cumprimento de estágio II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o
probatório em concursos públicos não exclui a irmão, de ambos os sexos, pela emancipação
responsabilidade patrimonial pessoal do ad- ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade,
ministrador público pelos danos causados. salvo se for inválido ou tiver deficiência intelec-
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede tual ou mental ou deficiência grave;
ou dificulta o ingresso de pessoa com deficiên- § 4º (Vetado)
cia em planos privados de assistência à saúde,
inclusive com cobrança de valores diferencia- Art. 93. (Vetado):
dos. I - (Vetado)
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento II - (Vetado)
de urgência e emergência, a pena é agravada
em 1/3 (um terço). III - (Vetado)

Art. 99. O art. 20 da Lei n.º 8.036 de 11 de maio de IV - (Vetado)


1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V - (Vetado)
XVIII:
Art. 20................................................................
458 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou V - produzidos ou prestados por empresas que
de beneficiário reabilitado da Previdência So- comprovem cumprimento de reserva de cargos
cial ao final de contrato por prazo determina- prevista em lei para pessoa com deficiência ou
do de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa para reabilitado da Previdência Social e que
imotivada em contrato por prazo indetermina- atendam às regras de acessibilidade previstas
do somente poderão ocorrer após a contrata- na legislação.
ção de outro trabalhador com deficiência ou
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser es-
beneficiário reabilitado da Previdência Social.
tabelecida margem de preferência para:
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego in-
I - produtos manufaturados e para serviços na-
cumbe estabelecer a sistemática de fiscaliza-
cionais que atendam a normas técnicas brasi-
ção, bem como gerar dados e estatísticas so-
leiras; e
bre o total de empregados e as vagas preen-
chidas por pessoas com deficiência e por bene- II - bens e serviços produzidos ou prestados por
ficiários reabilitados da Previdência Social, for- empresas que comprovem cumprimento de re-
necendo-os, quando solicitados, aos sindica- serva de cargos prevista em lei para pessoa
tos, às entidades representativas dos empre- com deficiência ou para reabilitado da Previ-
gados ou aos cidadãos interessados. dência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada
somente a contratação direta de pessoa com Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso
deficiência, excluído o aprendiz com deficiência V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta
de que trata a Consolidação das Leis do Traba- Lei deverão cumprir, durante todo o período de
lho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, execução do contrato, a reserva de cargos pre-
de 1º de maio de 1943. vista em lei para pessoa com deficiência ou pa-
ra reabilitado da Previdência Social, bem como
§ 4º (Vetado)
as regras de acessibilidade previstas na legis-
Art. 110-A. No ato de requerimento de benefí- lação.
cios operacionalizados pelo INSS, não será exi-
Parágrafo único. Cabe à administração fiscali-
gida apresentação de termo de curatela de ti-
zar o cumprimento dos requisitos de acessibili-
tular ou de beneficiário com deficiência, obser-
dade nos serviços e nos ambientes de trabalho.
vados os procedimentos a serem estabelecidos
em regulamento. Art. 105. O art. 20 da Lei n.º 8.742, de 7 de dezem-
bro de 1993, passa a vigorar com as seguintes alte-
Art. 102. O art. 2º da Lei n.º 8.313, de 23 de de-
rações:
zembro de 1991, passa a vigorar acrescido do se-
guinte § 3º: Art. 20................................................................
Art. 2º................................................................ § 2º Para efeito de concessão do benefício de
prestação continuada, considera-se pessoa
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente
com deficiência aquela que tem impedimento
serão concedidos a projetos culturais que fo-
de longo prazo de natureza física, mental, inte-
rem disponibilizados, sempre que tecnicamen-
lectual ou sensorial, o qual, em interação com
te possível, também em formato acessível à
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua par-
pessoa com deficiência, observado o disposto
ticipação plena e efetiva na sociedade em
em regulamento.
igualdade de condições com as demais pesso-
Art. 103. O art. 11 da Lei n.º 8.429, de 2 de junho as.
de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte inci-
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio
so IX:
supervisionado e de aprendizagem não serão
Art. 11................................................................ computados para os fins de cálculo da renda
familiar per capita a que se refere o § 3º deste
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos
artigo.
de acessibilidade previstos na legislação.
§ 11. Para concessão do benefício de que trata
Art. 104. A Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993,
o caput deste artigo, poderão ser utilizados
passa a vigorar com as seguintes alterações:
outros elementos probatórios da condição de
Art. 3º................................................................ miserabilidade do grupo familiar e da situação
§ 2º..................................................................... de vulnerabilidade, conforme regulamento.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 459
Art. 106. (Vetado) com placas informando os dados sobre a infra-
ção por estacionamento indevido.
Art. 107. A Lei n.º 9.029, de 13 de abril de 1995,
passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 147-A. Ao candidato com deficiência audi-
tiva é assegurada acessibilidade de comunica-
Art. 1º É proibida a adoção de qualquer práti-
ção, mediante emprego de tecnologias assisti-
ca discriminatória e limitativa para efeito de
vas ou de ajudas técnicas em todas as etapas
acesso à relação de trabalho, ou de sua manu-
do processo de habilitação.
tenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor,
estado civil, situação familiar, deficiência, rea- § 1º O material didático audiovisual utilizado
bilitação profissional, idade, entre outros, res- em aulas teóricas dos cursos que precedem os
salvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser
à criança e ao adolescente previstas no inciso acessível, por meio de subtitulação com legen-
XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. da oculta associada à tradução simultânea em
Libras.
Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º
desta Lei e nos dispositivos legais que tipificam § 2º É assegurado também ao candidato com
os crimes resultantes de preconceito de etnia, deficiência auditiva requerer, no ato de sua
raça, cor ou deficiência, as infrações ao dispos- inscrição, os serviços de intérprete da Libras,
to nesta Lei são passíveis das seguintes comi- para acompanhamento em aulas práticas e
nações: teóricas.
Art. 4º................................................................ Art. 154. (Vetado)
I - a reintegração com ressarcimento integral Art. 181..............................................................
de todo o período de afastamento, mediante
XVII - Infração - grave;
pagamento das remunerações devidas, corri-
gidas monetariamente e acrescidas de juros Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei n.º
legais; 9.615, de 24 de março de 1998, passam a vigorar
com a seguinte redação:
Art. 108. O art. 35 da Lei n.º 9.250, de 26 de de-
zembro de 1995, passa a vigorar acrescido do se- Art. 56................................................................
guinte § 5º: VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cen-
Art. 35................................................................ to) da arrecadação bruta dos concursos de
prognósticos e loterias federais e similares cuja
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do
realização estiver sujeita a autorização federal,
parágrafo único do art. 3º da Lei n.º 10.741, de
deduzindo-se esse valor do montante destina-
1º de outubro de 2003, a pessoa com deficiên-
do aos prêmios;
cia, ou o contribuinte que tenha dependente
nessa condição, tem preferência na restituição ...........................................................................
referida no inciso III do art. 4o e na alínea “c” § 1º Do total de recursos financeiros resultan-
do inciso II do art. 8º. tes do percentual de que trata o inciso VI do
Art. 109. A Lei n.º 9.503, de 23 de setembro de caput, 62,96% (sessenta e dois inteiros e no-
1997 (Código de Trânsito Brasileiro), passa a vigo- venta e seis centésimos por cento) serão desti-
rar com as seguintes alterações: nados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e
37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centé-
Art. 2º................................................................
simos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasi-
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, leiro (CPB), devendo ser observado, em ambos
são consideradas vias terrestres as praias os casos, o conjunto de normas aplicáveis à ce-
abertas à circulação pública, as vias internas lebração de convênios pela União.
pertencentes aos condomínios constituídos por
Art. 111. O art. 1º da Lei n.º 10.048, de 8 de no-
unidades autônomas e as vias e áreas de esta-
vembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte
cionamento de estabelecimentos privados de
redação:
uso coletivo.
Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regu-
com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
lamentado de que trata o inciso XVII do art.
anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas
181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as
com crianças de colo e os obesos terão aten-
respectivas placas indicativas de destinação e
dimento prioritário, nos termos desta Lei.
460 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 112. A Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de VI - elemento de urbanização: quaisquer com-
2000, passa a vigorar com as seguintes alterações: ponentes de obras de urbanização, tais como
os referentes a pavimentação, saneamento,
Art. 2º................................................................
encanamento para esgotos, distribuição de
I - acessibilidade: possibilidade e condição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
alcance para utilização, com segurança e au- serviços de comunicação, abastecimento e dis-
tonomia, de espaços, mobiliários, equipamen- tribuição de água, paisagismo e os que mate-
tos urbanos, edificações, transportes, informa- rializam as indicações do planejamento urba-
ção e comunicação, inclusive seus sistemas e nístico;
tecnologias, bem como de outros serviços e
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos
instalações abertos ao público, de uso público
existentes nas vias e nos espaços públicos, su-
ou privados de uso coletivo, tanto na zona ur-
perpostos ou adicionados aos elementos de
bana como na rural, por pessoa com deficiên-
urbanização ou de edificação, de forma que
cia ou com mobilidade reduzida;
sua modificação ou seu traslado não provoque
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati- alterações substanciais nesses elementos, tais
tude ou comportamento que limite ou impeça como semáforos, postes de sinalização e simi-
a participação social da pessoa, bem como o lares, terminais e pontos de acesso coletivo às
gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à telecomunicações, fontes de água, lixeiras,
acessibilidade, à liberdade de movimento e de toldos, marquises, bancos, quiosques e quais-
expressão, à comunicação, ao acesso à infor- quer outros de natureza análoga;
mação, à compreensão, à circulação com se-
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica:
gurança, entre outros, classificadas em:
produtos, equipamentos, dispositivos, recur-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias sos, metodologias, estratégias, práticas e ser-
e nos espaços públicos e privados abertos ao viços que objetivem promover a funcionalida-
público ou de uso coletivo; de, relacionada à atividade e à participação da
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos pessoa com deficiência ou com mobilidade re-
edifícios públicos e privados; duzida, visando à sua autonomia, independên-
cia, qualidade de vida e inclusão social;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
sistemas e meios de transportes; IX - comunicação: forma de interação dos ci-
dadãos que abrange, entre outras opções, as
d) barreiras nas comunicações e na informa- línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais
ção: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou (Libras), a visualização de textos, o Braille, o
comportamento que dificulte ou impossibilite a sistema de sinalização ou de comunicação tá-
expressão ou o recebimento de mensagens e til, os caracteres ampliados, os dispositivos
de informações por intermédio de sistemas de multimídia, assim como a linguagem simples,
comunicação e de tecnologia da informação; escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios
III - pessoa com deficiência: aquela que tem de voz digitalizados e os modos, meios e for-
impedimento de longo prazo de natureza físi- matos aumentativos e alternativos de comuni-
ca, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em cação, incluindo as tecnologias da informação
interação com uma ou mais barreiras, pode e das comunicações;
obstruir sua participação plena e efetiva na so- X - desenho universal: concepção de produtos,
ciedade em igualdade de condições com as ambientes, programas e serviços a serem usa-
demais pessoas; dos por todas as pessoas, sem necessidade de
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela adaptação ou de projeto específico, incluindo
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de os recursos de tecnologia assistiva.
movimentação, permanente ou temporária, Art. 3º O planejamento e a urbanização das
gerando redução efetiva da mobilidade, da fle- vias públicas, dos parques e dos demais espa-
xibilidade, da coordenação motora ou da per- ços de uso público deverão ser concebidos e
cepção, incluindo idoso, gestante, lactante, executados de forma a torná-los acessíveis pa-
pessoa com criança de colo e obeso; ra todas as pessoas, inclusive para aquelas
V - acompanhante: aquele que acompanha a com deficiência ou com mobilidade reduzida.
pessoa com deficiência, podendo ou não de- Parágrafo único. O passeio público, elemento
sempenhar as funções de atendente pessoal; obrigatório de urbanização e parte da via pú-
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 461
blica, normalmente segregado e em nível dife- ção, assistência social, esporte, cultura, correi-
rente, destina-se somente à circulação de pe- os e telégrafos, bancos, entre outros, sempre
destres e, quando possível, à implantação de que possível de maneira integrada com os sis-
mobiliário urbano e de vegetação. temas de transporte coletivo de passageiros.
Art. 9º................................................................ Art. 114. A Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), passa a vigorar com as seguintes
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres
alterações:
instalados em vias públicas de grande circula-
ção, ou que deem acesso aos serviços de reabi- Art. 3º São absolutamente incapazes de exer-
litação, devem obrigatoriamente estar equi- cer pessoalmente os atos da vida civil os me-
pados com mecanismo que emita sinal sonoro nores de 16 (dezesseis) anos.
suave para orientação do pedestre.
I - (Revogado)
Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário
II - (Revogado)
urbano em área de circulação comum para
pedestre que ofereça risco de acidente à pes- III - (Revogado)
soa com deficiência deverá ser indicada medi- Art. 4º São incapazes, relativamente a certos
ante sinalização tátil de alerta no piso, de atos ou à maneira de os exercer:
acordo com as normas técnicas pertinentes.
...........................................................................
Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabele-
cimentos congêneres devem fornecer carros e II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o III - aqueles que, por causa transitória ou per-
atendimento da pessoa com deficiência ou manente, não puderem exprimir sua vontade;
com mobilidade reduzida.
...........................................................................
Art. 113. A Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001
(Estatuto da Cidade), passa a vigorar com as se- Parágrafo único. A capacidade dos indígenas
guintes alterações: será regulada por legislação especial.

Art. 3º................................................................ Art. 228..............................................................

III - promover, por iniciativa própria e em con- II - (Revogado)


junto com os Estados, o Distrito Federal e os III - (Revogado)
Municípios, programas de construção de mo-
§ 1º.....................................................................
radias e melhoria das condições habitacionais,
de saneamento básico, das calçadas, dos pas- § 2º A pessoa com deficiência poderá teste-
seios públicos, do mobiliário urbano e dos de- munhar em igualdade de condições com as
mais espaços de uso público; demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos
os recursos de tecnologia assistiva.
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento
urbano, inclusive habitação, saneamento bási- Art. 1.518. Até a celebração do casamento po-
co, transporte e mobilidade urbana, que inclu- dem os pais ou tutores revogar a autorização.
am regras de acessibilidade aos locais de uso
Art. 1.548...........................................................
público;
I - (Revogado)
Art. 41................................................................
...........................................................................
§ 3º As cidades de que trata o caput deste ar-
tigo devem elaborar plano de rotas acessíveis, Art. 1.550...........................................................
compatível com o plano diretor no qual está § 1º ....................................................................
inserido, que disponha sobre os passeios públi-
cos a serem implantados ou reformados pelo § 2º A pessoa com deficiência mental ou inte-
poder público, com vistas a garantir acessibili- lectual em idade núbia poderá contrair matri-
dade da pessoa com deficiência ou com mobi- mônio, expressando sua vontade diretamente
lidade reduzida a todas as rotas e vias existen- ou por meio de seu responsável ou curador.
tes, inclusive as que concentrem os focos gera- Art. 1.557...........................................................
dores de maior circulação de pedestres, como
os órgãos públicos e os locais de prestação de III - a ignorância, anterior ao casamento, de
serviços públicos e privados de saúde, educa- defeito físico irremediável que não caracterize

462 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
deficiência ou de moléstia grave e transmissí- colhimento em estabelecimento que os afaste
vel, por contágio ou por herança, capaz de pôr desse convívio.
em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da
descendência;
Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
IV - (Revogado) Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1.767........................................................... Título IV - Da Tutela, da Curatela e da Toma-
da de Decisão Apoiada
I - aqueles que, por causa transitória ou per-
manente, não puderem exprimir sua vontade; Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da
Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
II - (Revogado)
Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte Capítu-
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; lo III:
IV - (Revogado) Capítulo III - Da Tomada de Decisão Apoiada
........................................................................... Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o
Art. 1.768. O processo que define os termos da processo pelo qual a pessoa com deficiência
curatela deve ser promovido: elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas,
com as quais mantenha vínculos e que gozem
........................................................................... de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
IV - pela própria pessoa. tomada de decisão sobre atos da vida civil,
fornecendo-lhes os elementos e informações
Art. 1.769. O Ministério Público somente pro- necessários para que possa exercer sua capa-
moverá o processo que define os termos da cu- cidade.
ratela:
§ 1º Para formular pedido de tomada de deci-
I - nos casos de deficiência mental ou intelec- são apoiada, a pessoa com deficiência e os
tual; apoiadores devem apresentar termo em que
........................................................................... constem os limites do apoio a ser oferecido e
os compromissos dos apoiadores, inclusive o
III - se, existindo, forem menores ou incapazes
prazo de vigência do acordo e o respeito à von-
as pessoas mencionadas no inciso II.
tade, aos direitos e aos interesses da pessoa
Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos que devem apoiar.
termos da curatela, o juiz, que deverá ser as-
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada
sistido por equipe multidisciplinar, entrevistará
será requerido pela pessoa a ser apoiada, com
pessoalmente o interditando.
indicação expressa das pessoas aptas a presta-
Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as po- rem o apoio previsto no caput deste artigo.
tencialidades da pessoa, os limites da curatela,
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de
circunscritos às restrições constantes do art.
tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido
1.782, e indicará curador.
por equipe multidisciplinar, após oitiva do Mi-
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o nistério Público, ouvirá pessoalmente o reque-
juiz levará em conta a vontade e as preferên- rente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
cias do interditando, a ausência de conflito de
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada te-
interesses e de influência indevida, a proporci-
rá validade e efeitos sobre terceiros, sem res-
onalidade e a adequação às circunstâncias da
trições, desde que esteja inserida nos limites
pessoa.
do apoio acordado.
Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada
pessoa com deficiência, o juiz poderá estabele-
mantenha relação negocial pode solicitar que
cer curatela compartilhada a mais de uma
os apoiadores contra-assinem o contrato ou
pessoa.
acordo, especificando, por escrito, sua função
Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do em relação ao apoiado.
art. 1.767 receberão todo o apoio necessário
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa
para ter preservado o direito à convivência
trazer risco ou prejuízo relevante, havendo di-
familiar e comunitária, sendo evitado o seu re-
vergência de opiniões entre a pessoa apoiada

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 463
e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o § 1º Para concorrer às vagas reservadas na
Ministério Público, decidir sobre a questão. forma do caput deste artigo, o condutor com
deficiência deverá observar os seguintes requi-
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exer-
sitos quanto ao veículo utilizado:
cer pressão indevida ou não adimplir as obri-
gações assumidas, poderá a pessoa apoiada I - ser de sua propriedade e por ele conduzido;
ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao e
Ministério Público ou ao juiz.
II - estar adaptado às suas necessidades, nos
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá termos da legislação vigente.
o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoia-
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas
da e se for de seu interesse, outra pessoa para
na forma estabelecida no caput deste artigo,
prestação de apoio.
as remanescentes devem ser disponibilizadas
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tem- para os demais concorrentes.
po, solicitar o término de acordo firmado em
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada
processo de tomada de decisão apoiada.
esfera de governo, a elaboração de relatórios cir-
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclu- cunstanciados sobre o cumprimento dos prazos
são de sua participação do processo de toma- estabelecidos por força das Leis n.º 10.048, de 8 de
da de decisão apoiada, sendo seu desligamen- novembro de 2000197, e n.º 10.098, de 19 de de-
to condicionado à manifestação do juiz sobre a zembro de 2000198, bem como o seu encaminha-
matéria. mento ao Ministério Público e aos órgãos de regu-
lação para adoção das providências cabíveis.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada,
no que couber, as disposições referentes à Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o
prestação de contas na curatela. caput deste artigo deverão ser apresentados no
prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor
Art. 117. O art. 1º da Lei n.º 11.126, de 27 de ju-
desta Lei.
nho de 2005, passa a vigorar com a seguinte reda-
ção: Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações
previstos nesta Lei não excluem os já estabelecidos
Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência
em outras legislações, inclusive em pactos, trata-
visual acompanhada de cão-guia o direito de
dos, convenções e declarações internacionais apro-
ingressar e de permanecer com o animal em
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e
todos os meios de transporte e em estabeleci-
devem ser aplicados em conformidade com as de-
mentos abertos ao público, de uso público e
mais normas internas e acordos internacionais
privados de uso coletivo, desde que observa-
vinculantes sobre a matéria.
das as condições impostas por esta Lei.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfi-
...........................................................................
ca à pessoa com deficiência.
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação
a todas as modalidades e jurisdições do serviço
do disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado,
de transporte coletivo de passageiros, inclusive
simplificado e favorecido a ser dispensado às mi-
em esfera internacional com origem no territó-
croempresas e às empresas de pequeno porte,
rio brasileiro.
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar n.º
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei n.º 11.904, de 123, de 14 de dezembro de 2006199.
14 de janeiro de 2009, passa a vigorar acrescido da
seguinte alínea “k”:
Art. 46................................................................ 197
Lei n.º 10.048 de 8 de novembro de 2000  Dá prioridade de
atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências.
IV - ..................................................................... 198
Lei n.º 10.098 de 19 de dezembro de 2000  Estabelece normas
k) de acessibilidade a todas as pessoas. gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
Art. 119. A Lei n.º 12.587, de 3 de janeiro de 2012,
outras providências.
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: 199
Lei Complementar n.º 123 de 14 de dezembro de 2006
Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas
de táxi, reservar-se-ão 10% (dez por cento) das ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às mi-
vagas para condutores com deficiência. croempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Pode-

464 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a
regular os direitos assegurados às pessoas com
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei n.º 9.008, de
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
21 de março de 1995;
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos funda-
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei n.º 10.406,
mentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
da proteção integral de que trata esta Lei, assegu-
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei n.º 10.406, rando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil); oportunidades e facilidades, para preservação de
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei n.º 10.406, de 10 sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
de janeiro de 2002 (Código Civil); moral, intelectual, espiritual e social, em condi-
ções de liberdade e dignidade.
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei n.º 10.406, de
10 de janeiro de 2002 (Código Civil); Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso,
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei n.º com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil); vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultu-
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei n.º 10.406, de 10 ra, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
de janeiro de 2002 (Código Civil). liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar
em vigor em até 2 (dois) anos, contados da entrada Parágrafo único. A garantia de prioridade compre-
em vigor desta Lei. ende:

Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir I - atendimento preferencial imediato e individua-
discriminados, a partir da entrada em vigor desta lizado junto aos órgãos públicos e privados pres-
Lei, para o cumprimento dos seguintes dispositivos: tadores de serviços à população;

I - incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e II - preferência na formulação e na execução de


oito) meses; políticas sociais públicas específicas;

II - § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) meses; III - destinação privilegiada de recursos públicos
nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
III - art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
IV - viabilização de formas alternativas de partici-
IV - art. 49, 48 (quarenta e oito) meses. pação, ocupação e convívio do idoso com as de-
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 mais gerações;
a vigência da Lei n.º 8.989, de 24 de fevereiro de V - priorização do atendimento do idoso por sua
1995. própria família, em detrimento do atendimento
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam
180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial. de condições de manutenção da própria sobrevi-
vência;
Estatuto do Idoso VI - capacitação e reciclagem dos recursos huma-
nos nas áreas de geriatria e gerontologia e na
Lei n.º 10.741 de 1 de outubro de 2003 prestação de serviços aos idosos;
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
VII - estabelecimento de mecanismos que favore-
providências.
çam a divulgação de informações de caráter edu-
Título I - Disposições Preliminares cativo sobre os aspectos biopsicossociais de enve-
lhecimento;
VIII - garantia de acesso à rede de serviços de sa-
úde e de assistência social locais.
res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
IX - prioridade no recebimento da restituição do
especialmente no que se refere: (...)
Imposto de Renda. (Incluído pela Lei n.º 11.765
§ 3º Ressalvado o disposto no Capítulo IV, toda nova obrigação
de 2008)
que atinja as microempresas e empresas de pequeno porte deverá
apresentar, no instrumento que a instituiu, especificação do tra-
tamento diferenciado, simplificado e favorecido para cumprimen-
to.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 465
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo III - crença e culto religioso;
de negligência, discriminação, violência, crueldade
IV - prática de esportes e de diversões;
ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por
ação ou omissão, será punido na forma da lei. V - participação na vida familiar e comunitária;
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou viola- VI - participação na vida política, na forma da lei;
ção aos direitos do idoso. VII - faculdade de buscar refúgio, auxílio e orien-
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem tação.
da prevenção outras decorrentes dos princípios por § 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilida-
ela adotados. de da integridade física, psíquica e moral, abran-
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção gendo a preservação da imagem, da identidade, da
importará em responsabilidade à pessoa física ou autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espa-
jurídica nos termos da lei. ços e dos objetos pessoais.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à § 3º É dever de todos zelar pela dignidade do ido-
autoridade competente qualquer forma de viola- so, colocando-o a salvo de qualquer tratamento
ção a esta Lei que tenha testemunhado ou de que desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
tenha conhecimento. constrangedor.
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distri- Capítulo III - Dos Alimentos
to Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na
n.º 8.842 de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo forma da lei civil.
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta
Lei. Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, poden-
do o idoso optar entre os prestadores.
Lei n.º 8.842 de 4 de janeiro de 1994  Dispõe sobre a Art. 13. As transações relativas a alimentos pode-
política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do rão ser celebradas perante o Promotor de Justiça
Idoso e dá outras providências. ou Defensor Público, que as referendará, e passa-
rão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos
Título II - Dos Direitos Fundamentais termos da lei processual civil. (Redação dada pela
Capítulo I - Do Direito à Vida Lei n.º 11.737 de 2008)

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalís- Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuí-
simo e a sua proteção um direito social, nos termos rem condições econômicas de prover o seu susten-
desta Lei e da legislação vigente. to, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa
idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efeti- Capítulo IV - Do Direito à Saúde
vação de políticas sociais públicas que permitam Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do
um envelhecimento saudável e em condições de idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde -
dignidade. SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário,
Capítulo II - Do Direito à Liberdade, ao Respeito e em conjunto articulado e contínuo das ações e
à Dignidade serviços, para a prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde, incluindo a atenção especi-
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, al às doenças que afetam preferencialmente os
assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a idosos.
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direi-
tos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos § 1º A prevenção e a manutenção da saúde do
na Constituição e nas leis. idoso serão efetivadas por meio de:

§ 1º O direito à liberdade compreende, entre ou- I - cadastramento da população idosa em base


tros, os seguintes aspectos: territorial;

I - faculdade de ir, vir e estar nos logradouros pú- II - atendimento geriátrico e gerontológico em
blicos e espaços comunitários, ressalvadas as res- ambulatórios;
trições legais;
II - opinião e expressão;

466 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
III - unidades geriátricas de referência, com pes- para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
soal especializado nas áreas de geriatria e geron- impossibilidade, justificá-la por escrito.
tologia social;
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas
IV - atendimento domiciliar, incluindo a interna- faculdades mentais é assegurado o direito de optar
ção, para a população que dele necessitar e esteja pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
impossibilitada de se locomover, inclusive para mais favorável.
idosos abrigados e acolhidos por instituições pú-
Parágrafo único. Não estando o idoso em condi-
blicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e even-
ções de proceder à opção, esta será feita:
tualmente conveniadas com o Poder Público, nos
meios urbano e rural; I - pelo curador, quando o idoso for interditado;
V - reabilitação orientada pela geriatria e geronto- II - pelos familiares, quando o idoso não tiver cu-
logia, para redução das seqüelas decorrentes do rador ou este não puder ser contactado em tem-
agravo da saúde. po hábil;
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos ido- III - pelo médico, quando ocorrer iminente risco
sos, gratuitamente, medicamentos, especialmente de vida e não houver tempo hábil para consulta a
os de uso continuado, assim como próteses, órte- curador ou familiar;
ses e outros recursos relativos ao tratamento, habi- IV - pelo próprio médico, quando não houver cu-
litação ou reabilitação. rador ou familiar conhecido, caso em que deverá
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos comunicar o fato ao Ministério Público.
de saúde pela cobrança de valores diferenciados Art. 18. As instituições de saúde devem atender
em razão da idade. aos critérios mínimos para o atendimento às ne-
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com cessidades do idoso, promovendo o treinamento e
limitação incapacitante terão atendimento especia- a capacitação dos profissionais, assim como orien-
lizado, nos termos da lei. tação a cuidadores familiares e grupos de auto-
ajuda.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso
enfermo perante os órgãos públicos, hipótese na Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de
qual será admitido o seguinte procedimen- violência praticada contra idosos serão objeto de
to: (Incluído pela Lei n.º 12.896 de 2013) notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem
I - quando de interesse do poder público, o agen-
como serão obrigatoriamente comunicados por
te promoverá o contato necessário com o idoso
eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação
em sua residência; ou (Incluído pela Lei n.º 12.896
dada pela Lei n.º 12.461 de 2011)
de 2013)
I - autoridade policial;
II - quando de interesse do próprio idoso, este se
fará representar por procurador legalmente cons- II - Ministério Público;
tituído. (Incluído pela Lei n.º 12.896 de 2013) III - Conselho Municipal do Idoso;
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento IV - Conselho Estadual do Idoso;
domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de V - Conselho Nacional do Idoso.
saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
ou conveniado, que integre o Sistema Único de cia contra o idoso qualquer ação ou omissão prati-
Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde cada em local público ou privado que lhe cause
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de morte, dano ou sofrimento físico ou psicológi-
isenção tributária. (Incluído pela Lei n.º 12.896 de co. (Incluído pela Lei n.º 12.461 de 2011)
2013)
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação com-
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é pulsória prevista no caput deste artigo, o disposto
assegurado o direito a acompanhante, devendo o na Lei n.º 6.259 de 30 de outubro de
órgão de saúde proporcionar as condições adequa- 1975. (Incluído pela Lei n.º 12.461 de 2011)
das para a sua permanência em tempo integral,
segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
responsável pelo tratamento conceder autorização
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 467
Lei n.º 6.259 de 30 de outubro de 1975 Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer traba-
lho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixa-
Art. 7º São de notificação compulsória às autori- ção de limite máximo de idade, inclusive para
dades sanitárias os casos suspeitos ou confirmados: concursos, ressalvados os casos em que a natureza
(...) do cargo o exigir.
Capítulo V - Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer Parágrafo único. O primeiro critério de desempate
em concurso público será a idade, dando-se prefe-
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura,
rência ao de idade mais elevada.
esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e
serviços que respeitem sua peculiar condição de Art. 28. O Poder Público criará e estimulará pro-
idade. gramas de:
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de I - profissionalização especializada para os idosos,
acesso do idoso à educação, adequando currículos, aproveitando seus potenciais e habilidades para
metodologias e material didático aos programas atividades regulares e remuneradas;
educacionais a ele destinados. II - preparação dos trabalhadores para a aposen-
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão con- tadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano,
teúdo relativo às técnicas de comunicação, compu- por meio de estímulo a novos projetos sociais,
tação e demais avanços tecnológicos, para sua in- conforme seus interesses, e de esclarecimento
tegração à vida moderna. sobre os direitos sociais e de cidadania;
§ 2º Os idosos participarão das comemorações de III - estímulo às empresas privadas para admissão
caráter cívico ou cultural, para transmissão de de idosos ao trabalho.
conhecimentos e vivências às demais gerações, no
Capítulo VII - Da Previdência Social
sentido da preservação da memória e da identida-
de culturais. Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão
do Regime Geral da Previdência Social observarão,
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis na sua concessão, critérios de cálculo que preser-
de ensino formal serão inseridos conteúdos volta- vem o valor real dos salários sobre os quais incidi-
dos ao processo de envelhecimento, ao respeito e ram contribuição, nos termos da legislação vigente.
à valorização do idoso, de forma a eliminar o pre-
conceito e a produzir conhecimentos sobre a maté- Parágrafo único. Os valores dos benefícios em ma-
ria. nutenção serão reajustados na mesma data de
reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo
Art. 23. A participação dos idosos em atividades com suas respectivas datas de início ou do seu úl-
culturais e de lazer será proporcionada mediante timo reajustamento, com base em percentual defi-
descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cen- nido em regulamento, observados os critérios es-
to) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, tabelecidos pela Lei n.º 8.213 de 24 de julho de
esportivos e de lazer, bem como o acesso prefe- 1991.
rencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espa- Lei n.º 8.213 de 24 de julho de 1991  Dispõe sobre os
ços ou horários especiais voltados aos idosos, com Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras
finalidade informativa, educativa, artística e cultu- providências.
ral, e ao público sobre o processo de envelheci-
mento. Art. 30. A perda da condição de segurado não será
considerada para a concessão da aposentadoria
Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de uni-
por idade, desde que a pessoa conte com, no mí-
versidade aberta para as pessoas idosas e incenti-
nimo, o tempo de contribuição correspondente ao
vará a publicação de livros e periódicos, de conteú-
exigido para efeito de carência na data de requeri-
do e padrão editorial adequados ao idoso, que
mento do benefício.
facilitem a leitura, considerada a natural redução
da capacidade visual. Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício
previsto no caput observará o disposto
Capítulo VI - Da Profissionalização e do Trabalho
no caput e § 2º do art. 3º da Lei n.º 9.876, de 26 de
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de ativi- novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-
dade profissional, respeitadas suas condições físi- contribuição recolhidos a partir da competência de
cas, intelectuais e psíquicas.

468 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cin-
n.º 8.213, de 1991. co) anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família,
Lei n.º 9.876 de 26 de novembro de 1999 é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
até o dia anterior à data de publicação desta Lei, Social - Loas.
que vier a cumprir as condições exigidas para a Parágrafo único. O benefício já concedido a qual-
concessão dos benefícios do Regime Geral de Previ- quer membro da família nos termos do caput não
dência Social, no cálculo do salário-de-benefício será computado para os fins do cálculo da renda
será considerada a média aritmética simples dos familiar per capita a que se refere a Loas.
maiores salários-de-contribuição, correspondentes
a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período Lei n.º 8.742 de 7 de dezembro de 1993
contributivo decorrido desde a competência julho
Art. 2º A assistência social tem por objetivos:
de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do
caput do art. 29200 da Lei n.º 8.213, de 1991, com a I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à
redação dada por esta Lei. (...) redução de danos e à prevenção da incidência de
riscos, especialmente: (...)
§ 2º No caso das aposentadorias de que tratam as
alíneas b, c e d do inciso I do art. 18, o divisor consi- e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefí-
derado no cálculo da média a que se refere o caput cio mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que
e o § 1º não poderá ser inferior a sessenta por cen- comprovem não possuir meios de prover a própria
to do período decorrido da competência julho de manutenção ou de tê-la provida por sua família;
1994 até a data de início do benefício, limitado a
cem por cento de todo o período contributivo. Art. 35. Todas as entidades de longa permanência,
ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de
Lei n.º 8.213 de 24 de julho de 1991 prestação de serviços com a pessoa idosa abriga-
da.
Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o do-
méstico, e ao trabalhador avulso que tenham cum- § 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar,
prido todas as condições para a concessão do bene- é facultada a cobrança de participação do idoso no
fício pleiteado, mas não possam comprovar o valor custeio da entidade.
de seus salários de contribuição no período básico § 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho
de cálculo, será concedido o benefício de valor mí- Municipal da Assistência Social estabelecerá a for-
nimo, devendo esta renda ser recalculada quando ma de participação prevista no § 1º, que não pode-
da apresentação de prova dos salários de contribui- rá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer
ção. benefício previdenciário ou de assistência social
percebido pelo idoso.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a bene-
fícios, efetuado com atraso por responsabilidade § 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu
da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo representante legal firmar o contrato a que se
índice utilizado para os reajustamentos dos benefí- refere o caput deste artigo.
cios do Regime Geral de Previdência Social, verifi-
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de
cado no período compreendido entre o mês que
risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracte-
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamen-
riza a dependência econômica, para os efeitos le-
to.
gais.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a Capítulo IX - Da Habitação
data-base dos aposentados e pensionistas.
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no
Capítulo VIII - Da Assistência Social
seio da família natural ou substituta, ou desacom-
Art. 33. A assistência social aos idosos será presta- panhado de seus familiares, quando assim o dese-
da, de forma articulada, conforme os princípios e jar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência
§ 1º A assistência integral na modalidade de enti-
Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema
dade de longa permanência será prestada quando
Único de Saúde e demais normas pertinentes.
verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
200
Lei n.º 8.213 de 24 de julho de 1991
abandono ou carência de recursos financeiros pró-
Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (...)
prios ou da família.
Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 469
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao § 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
idoso fica obrigada a manter identificação externa apresente qualquer documento pessoal que faça
visível, sob pena de interdição, além de atender prova de sua idade.
toda a legislação pertinente.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obri- trata este artigo, serão reservados 10% (dez por
gadas a manter padrões de habitação compatíveis cento) dos assentos para os idosos, devidamente
com as necessidades deles, bem como provê-los identificados com a placa de reservado preferenci-
com alimentação regular e higiene indispensáveis almente para idosos.
às normas sanitárias e com estas condizentes, sob
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa
as penas da lei.
etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco)
anos, ficará a critério da legislação local dispor so-
bre as condições para exercício da gratuidade nos
meios de transporte previstos no caput deste arti-
go.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou


subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de
prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte: Art. 40. No sistema de transporte coletivo interes-
tadual observar-se-á, nos termos da legislação
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das
específica.
unidades habitacionais residenciais para atendi-
mento aos idosos; (Redação dada pela Lei n.º I - a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veícu-
12.418 de 2011) lo para idosos com renda igual ou inferior a 2
(dois) salários-mínimos;
II - implantação de equipamentos urbanos comu-
nitários voltados ao idoso; II - desconto de 50% (cinqüenta por cento), no
mínimo, no valor das passagens, para os idosos
III - eliminação de barreiras arquitetônicas e ur-
que excederem as vagas gratuitas, com renda
banísticas, para garantia de acessibilidade ao ido-
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
so;
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes
IV - critérios de financiamento compatíveis com
definir os mecanismos e os critérios para o exercí-
os rendimentos de aposentadoria e pensão.
cio dos direitos previstos nos incisos I e II.
Parágrafo único. As unidades residenciais reserva-
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos
das para atendimento a idosos devem situar-se,
termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das
preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
vagas nos estacionamentos públicos e privados, as
pela Lei n.º 12.419 de 2011)
quais deverão ser posicionadas de forma a garantir
Capítulo X - Do Transporte a melhor comodidade ao idoso.
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos Art. 42. São asseguradas a prioridade e a seguran-
fica assegurada a gratuidade dos transportes cole- ça do idoso nos procedimentos de embarque e
tivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos desembarque nos veículos do sistema de transpor-
serviços seletivos e especiais, quando prestados te coletivo. (Redação dada pela Lei n.º 12.899 de
paralelamente aos serviços regulares. 2013)

470 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á
por meio do conjunto articulado de ações gover-
namentais e não-governamentais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendi-
mento:
I - políticas sociais básicas, previstas na Lei
n.º 8.842 de 4 de janeiro de 1994;

Lei n.º 8.842 de 4 de janeiro de 1994  Dispõe sobre a


política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do
Idoso e dá outras providências.
Título III - Das Medidas de Proteção
Capítulo I - Das Disposições Gerais II - políticas e programas de assistência social, em
caráter supletivo, para aqueles que necessitarem;
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são apli-
cáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta III - serviços especiais de prevenção e atendimen-
Lei forem ameaçados ou violados: to às vítimas de negligência, maus-tratos, explo-
ração, abuso, crueldade e opressão;
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Esta-
do; IV - serviço de identificação e localização de pa-
rentes ou responsáveis por idosos abandonados
II - por falta, omissão ou abuso da família, curador em hospitais e instituições de longa permanência;
ou entidade de atendimento;
V - proteção jurídico-social por entidades de de-
III - em razão de sua condição pessoal.
fesa dos direitos dos idosos;
Capítulo II - Das Medidas Específicas de Proteção VI - mobilização da opinião pública no sentido da
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas participação dos diversos segmentos da socieda-
nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumula- de no atendimento do idoso.
tivamente, e levarão em conta os fins sociais a que Capítulo II - Das Entidades de Atendimento ao
se destinam e o fortalecimento dos vínculos famili- Idoso
ares e comunitários.
Art. 48. As entidades de atendimento são respon-
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas sáveis pela manutenção das próprias unidades,
no art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciá- observadas as normas de planejamento e execução
rio, a requerimento daquele, poderá determinar,
emanadas do órgão competente da Política Nacio-
dentre outras, as seguintes medidas: nal do Idoso, conforme a Lei n.º 8.842 de 1994.
I - encaminhamento à família ou curador, medi-
ante termo de responsabilidade; Lei n.º 8.842 de 4 de janeiro de 1994  Dispõe sobre a
política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do
II - orientação, apoio e acompanhamento tempo-
Idoso e dá outras providências.
rários;
III - requisição para tratamento de sua saúde, em Parágrafo único. As entidades governamentais e
regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; não-governamentais de assistência ao idoso ficam
IV - inclusão em programa oficial ou comunitário sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
de auxílio, orientação e tratamento a usuários órgão competente da Vigilância Sanitária e Conse-
dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao pró- lho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto
prio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
cause perturbação; especificando os regimes de atendimento, obser-
vados os seguintes requisitos:
V - abrigo em entidade;
I - oferecer instalações físicas em condições ade-
VI - abrigo temporário. quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
Título IV - Da Política de Atendimento ao Idoso segurança;

Capítulo I - Disposições Gerais

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 471
II - apresentar objetivos estatutários e plano de X - propiciar assistência religiosa àqueles que de-
trabalho compatíveis com os princípios desta Lei; sejarem, de acordo com suas crenças;
III - estar regularmente constituída; XI - proceder a estudo social e pessoal de cada
caso;
IV - demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
XII - comunicar à autoridade competente de saú-
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas
de toda ocorrência de idoso portador de doenças
de institucionalização de longa permanência ado-
infecto-contagiosas;
tarão os seguintes princípios:
XIII - providenciar ou solicitar que o Ministério
I - preservação dos vínculos familiares;
Público requisite os documentos necessários ao
II - atendimento personalizado e em pequenos exercício da cidadania àqueles que não os tive-
grupos; rem, na forma da lei;
III - manutenção do idoso na mesma instituição, XIV - fornecer comprovante de depósito dos bens
salvo em caso de força maior; móveis que receberem dos idosos;
IV - participação do idoso nas atividades comuni- XV - manter arquivo de anotações onde constem
tárias, de caráter interno e externo; data e circunstâncias do atendimento, nome do
V - observância dos direitos e garantias dos ido- idoso, responsável, parentes, endereços, cidade,
sos; relação de seus pertences, bem como o valor de
contribuições, e suas alterações, se houver, e
VI - preservação da identidade do idoso e ofere- demais dados que possibilitem sua identificação e
cimento de ambiente de respeito e dignidade. a individualização do atendimento;
Parágrafo único. O dirigente de instituição presta- XVI - comunicar ao Ministério Público, para as
dora de atendimento ao idoso responderá civil e providências cabíveis, a situação de abandono
criminalmente pelos atos que praticar em detri- moral ou material por parte dos familiares;
mento do idoso, sem prejuízo das sanções adminis-
trativas. XVII - manter no quadro de pessoal profissionais
com formação específica.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
atendimento: Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins
lucrativos prestadoras de serviço ao idoso terão
I - celebrar contrato escrito de prestação de servi- direito à assistência judiciária gratuita.
ço com o idoso, especificando o tipo de atendi-
mento, as obrigações da entidade e prestações Capítulo III - Da Fiscalização das Entidades de
decorrentes do contrato, com os respectivos pre- Atendimento
ços, se for o caso; Art. 52. As entidades governamentais e não-
II - observar os direitos e as garantias de que são governamentais de atendimento ao idoso serão
titulares os idosos; fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério
Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em
III - fornecer vestuário adequado, se for pública, e lei.
alimentação suficiente;
Art. 53. O art. 7º da Lei n.º 8.842 de 1994, passa a
IV - oferecer instalações físicas em condições vigorar com a seguinte redação:
adequadas de habitabilidade;
Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o
V - oferecer atendimento personalizado; art. 6º desta Lei a supervisão, o acompanha-
VI - diligenciar no sentido da preservação dos vín- mento, a fiscalização e a avaliação da política
culos familiares; nacional do idoso, no âmbito das respectivas
instâncias político-administrativas.
VII - oferecer acomodações apropriadas para re-
cebimento de visitas; Art. 54. Será dada publicidade das prestações de
contas dos recursos públicos e privados recebidos
VIII - proporcionar cuidados à saúde, conforme a pelas entidades de atendimento.
necessidade do idoso;
IX - promover atividades educacionais, esportivas,
culturais e de lazer;

472 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 55. As entidades de atendimento que descum- do estabelecimento até que sejam cumpridas as
prirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, exigências legais.
sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal
Parágrafo único. No caso de interdição do estabe-
de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes pe-
lecimento de longa permanência, os idosos abriga-
nalidades, observado o devido processo legal:
dos serão transferidos para outra instituição, a
I - as entidades governamentais: expensas do estabelecimento interditado, enquan-
to durar a interdição.
a) advertência;
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o respon-
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
sável por estabelecimento de saúde ou instituição
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; de longa permanência de comunicar à autoridade
d) fechamento de unidade ou interdição de pro- competente os casos de crimes contra idoso de que
grama; tiver conhecimento:

II - as entidades não-governamentais: Pena - multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$


3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no
a) advertência; caso de reincidência.
b) multa; Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta
c) suspensão parcial ou total do repasse de ver- Lei sobre a prioridade no atendimento ao idoso:
bas públicas; Pena - multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
d) interdição de unidade ou suspensão de pro- 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipu-
grama; lada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo ido-
so.
e) proibição de atendimento a idosos a bem do
interesse público. Capítulo V - Da Apuração Administrativa de Infra-
ção às Normas de Proteção ao Idoso
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qual-
quer tipo de fraude em relação ao programa, cabe- Art. 59. Os valores monetários expressos no Capí-
rá o afastamento provisório dos dirigentes ou a tulo IV serão atualizados anualmente, na forma da
interdição da unidade e a suspensão do programa. lei.

§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de Art. 60. O procedimento para a imposição de pena-
verbas públicas ocorrerá quando verificada a má lidade administrativa por infração às normas de
aplicação ou desvio de finalidade dos recursos. proteção ao idoso terá início com requisição do
Ministério Público ou auto de infração elaborado
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de por servidor efetivo e assinado, se possível, por
atendimento, que coloque em risco os direitos duas testemunhas.
assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis, § 1º No procedimento iniciado com o auto de infra-
inclusive para promover a suspensão das atividades ção poderão ser usadas fórmulas impressas, especi-
ou dissolução da entidade, com a proibição de ficando-se a natureza e as circunstâncias da infra-
atendimento a idosos a bem do interesse público, ção.
sem prejuízo das providências a serem tomadas § 2º Sempre que possível, à verificação da infração
pela Vigilância Sanitária. seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavra-
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão conside- do dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
radas a natureza e a gravidade da infração cometi- justificado.
da, os danos que dela provierem para o idoso, as Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os ante- a apresentação da defesa, contado da data da
cedentes da entidade. intimação, que será feita:
Capítulo IV - Das Infrações Administrativas I - pelo autuante, no instrumento de autuação,
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cum- quando for lavrado na presença do infrator;
prir as determinações do art. 50 desta Lei: II - por via postal, com aviso de recebimento.
Pena - multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracte-
rizado como crime, podendo haver a interdição

Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita. 473
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do cer alegações finais, decidindo a autoridade judici-
idoso, a autoridade competente aplicará à entida- ária em igual prazo.
de de atendimento as sanções regulamentares,
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
sem prejuízo da iniciativa e das providências que
definitivo de dirigente de entidade governamen-
vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou
tal, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
pelas demais instituições legitimadas para a fiscali-
administrativa imediatamente superior ao afasta-
zação.
do, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a para proceder à substituição.
vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autori-
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a auto-
dade competente aplicará à entidade de atendi-
ridade judiciária poderá fixar prazo para a remo-
mento as sanções regulamentares, sem prejuízo da
ção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
iniciativa e das providências que vierem a ser ado-
exigências, o processo será extinto, sem julgamen-
tadas pelo Ministério Público ou pelas demais insti-
to do mérito.
tuições legitimadas para a fiscalização.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao
Capítulo VI - Da Apuração Judicial de Irregularida-
dirigente da entidade ou ao responsável pelo pro-
des em Entidade de Atendimento
grama de atendimento.
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedi-
Título V - Do Acesso à Justiça
mento administrativo de que trata este Capítulo as
disposições das Leis n.º 6.437, de 20 de agosto de Capítulo I - Disposições Gerais
1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições
deste Capítulo, o procedimento sumário previsto
Lei n.º 6.437 de 20 de agosto de 1977  Configura no Código de Processo Civil, naquilo que não con-
infrações à legislação sanitária federal, estabelece as trarie os prazos previstos nesta Lei.
sanções respectivas, e dá outras providências.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especi-
Lei n.º 9.784 de 29 de janeiro de 1999  Regula o pro- alizadas e exclusivas do idoso.
cesso administrativo no âmbito da Administração Pú- Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos
blica Federal.
processos e procedimentos e na execução dos atos
e diligências judiciais em que figure como parte ou
Art. 65. O procedimento de apuração de irregulari- interveniente pessoa com idade igual ou superior a
dade em entidade governamental e não- 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
governamental de atendimento ao idoso terá início
mediante petição fundamentada de pessoa inte- § 1º O interessado na obtenção da prioridade a que
ressada ou iniciativa do Ministério Público. alude este artigo, fazendo prova de sua idade, re-
quererá o benefício à autoridade judiciária compe-
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autorida- tente para decidir o feito, que determinará as pro-
de judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar vidências a serem cumpridas, anotando-se essa
liminarmente o afastamento provisório do dirigen- circunstância em local visível nos autos do proces-
te da entidade ou outras medidas que julgar ade- so.
quadas, para evitar lesão aos direitos do idoso,
mediante decisão fundamentada. § 2º A prioridade não cessará com a morte do
beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, supérstite, companheiro ou companheira, com
no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escri- união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
ta, podendo juntar documentos e indicar as provas
a produzir. § 3º A prioridade se estende aos processos e pro-
cedimentos na Administração Pública, empresas
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na prestadoras de serviços públicos e instituições fi-
conformidade do art. 69 ou, se necessário, designa- nanceiras, ao atendimento preferencial junto à
rá audiência de instrução e julgamento, deliberan- Defensoria Publica da União, dos Estados e do Dis-
do sobre a necessidade de produção de outras trito Federal em relação aos Serviços de Assistência
provas. Judiciária.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Ministério Público terão 5 (cinco) dias para ofere-

474 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido a) expedir notificações, colher depoimentos ou
ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, iden- esclarecimentos e, em caso de não compareci-
tificados com a destinação a idosos em local visível mento injustificado da pessoa notificada, requi-
e caracteres legíveis. sitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia
Civil ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e
documentos de autoridades municipais, estadu-
ais e federais, da administração direta e indire-
ta, bem como promover inspeções e diligências
investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particu-
lares de instituições privadas;
VI - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e a instauração de inquérito poli-
Capítulo II - Do Ministério Público cial, para a apuração de ilícitos ou infrações às
normas de proteção ao idoso;
Art. 72. (Vetado)
VII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e ga-
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas rantias legais assegurados ao idoso, promovendo
nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
Lei Orgânica.
VIII - inspecionar as entidades públicas e particu-
Art. 74. Compete ao Ministério Público: lares de atendimento e os programas de que trata
I - instaurar o inquérito civil e a ação civil pública esta Lei, adotando de pronto as medidas adminis-
para a proteção dos direitos e interesses difusos trativas ou judiciais necessárias à remoção de ir-
ou coletivos, individuais indisponíveis e individu- regularidades porventura verificadas;
ais homogêneos do idoso; IX - requisitar força policial, bem como a colabo-
II - promover e acompanhar as ações de alimen- ração dos serviços de saúde, educacionais e de
tos, de interdição total ou parcial, de designação assistência social, públicos, para o desempenho
de curador especial, em circunstâncias que justi- de suas atribuições;
fiquem a medida e oficiar em todos os feitos em X - referendar transações envolvendo interesses e
que se discutam os direitos de idosos em condi- direitos dos idosos previstos nesta Lei.
ções de risco;
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as
III - atuar como substituto processual do idoso em ações cíveis previstas neste artigo não impede a de
situação de risco, conforme o disposto no art. 43 terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser
desta Lei; a lei.
IV - promover a revogação de instrumento procu- § 2º As atribuições constantes deste artigo não
ratório do idoso, nas hipóteses previstas no art. excluem outras, desde que compatíveis com a fina-
43 desta Lei, quando necessário ou o interesse lidade e atribuições do Ministério Público.
público justificar;
§ 3º O representante do Ministério Público, no
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são apli- exercício de suas funções, terá livre acesso a toda
cáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta entidade de atendimento ao idoso.
Lei forem ameaçados ou violados:
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministé-
rio Público na defesa dos direitos e interesses de
II - por falta, omissão ou abuso da família, curador
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos
ou entidade de atendimento;
autos depois das partes, podendo juntar documen-
III - em razão de sua condição pessoal. tos, requerer diligências e produção de outras pro-
vas, usando os recursos cabíveis.
V - instaurar procedimento administrativo e, para
instruí-lo:

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Art. 76. A intimação do Ministério Público, em defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
qualquer caso, será feita pessoalmente. Lei.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Públi- § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação
co acarreta a nulidade do feito, que será declarada por associação legitimada, o Ministério Público ou
de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer outro legitimado deverá assumir a titularidade
interessado. ativa.
Capítulo III - Da Proteção Judicial dos Interesses Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos prote-
Difusos, Coletivos e Individuais Indisponíveis ou gidos por esta Lei, são admissíveis todas as espé-
Homogêneos cies de ação pertinentes.
Art. 78. As manifestações processuais do represen- Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de
tante do Ministério Público deverão ser fundamen- autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
tadas. exercício de atribuições de Poder Público, que le-
sem direito líquido e certo previsto nesta Lei, cabe-
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as
rá ação mandamental, que se regerá pelas normas
ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
da lei do mandado de segurança.
assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
oferecimento insatisfatório de: Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumpri-
mento de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz
I - acesso às ações e serviços de saúde;
concederá a tutela específica da obrigação ou de-
II - atendimento especializado ao idoso portador terminará providências que assegurem o resultado
de deficiência ou com limitação incapacitante; prático equivalente ao adimplemento.
III - atendimento especializado ao idoso portador § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
de doença infecto-contagiosa; havendo justificado receio de ineficácia do provi-
IV - serviço de assistência social visando ao ampa- mento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
ro do idoso. narmente ou após justificação prévia, na forma
do art. 273 do Código de Processo Civil.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo
não excluem da proteção judicial outros interesses Código de Processo Civil de 1973
difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou ho- Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte,
mogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei. antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tute-
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão la pretendida no pedido inicial, desde que, existindo
propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo prova inequívoca, se convença da verossimilhança
terá competência absoluta para processar a causa, da alegação e: (...)
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a
competência originária dos Tribunais Superiores. Código de Processo Civil de 2015
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interes- Art. 303. Nos casos em que a urgência for contem-
ses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou porânea à propositura da ação, a petição inicial
homogêneos, consideram-se legitimados, concor- pode limitar-se ao requerimento da tutela anteci-
rentemente: pada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e
I - o Ministério Público;
do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
II - a União, os Estados, o Distrito Federal e os processo. (...)
Municípios;
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sen-
III - a Ordem dos Advogados do Brasil; tença, impor multa diária ao réu, independente-
IV - as associações legalmente constituídas há pe- mente do pedido do autor, se for suficiente ou
lo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins compatível com a obrigação, fixando prazo razoá-
institucionais a defesa dos interesses e direitos vel para o cumprimento do preceito.
da pessoa idosa, dispensada a autorização da as- § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito
sembleia, se houver prévia autorização estatutá- em julgado da sentença favorável ao autor, mas
ria. será devida desde o dia em que se houver configu-
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os rado.
Ministérios Públicos da União e dos Estados na

476 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior
reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na a 10 (dez) dias.
falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência So-
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
cial, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
todas as diligências, se convencer da inexistência
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 de fundamento para a propositura da ação civil ou
(trinta) dias após o trânsito em julgado da decisão de peças informativas, determinará o seu arquiva-
serão exigidas por meio de execução promovida mento, fazendo-o fundamentadamente.
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facul-
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de in-
tada igual iniciativa aos demais legitimados em
formação arquivados serão remetidos, sob pena de
caso de inércia daquele.
se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
Público.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que im-
puser condenação ao Poder Público, o juiz deter- § 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arqui-
minará a remessa de peças à autoridade compe- vamento, pelo Conselho Superior do Ministério
tente, para apuração da responsabilidade civil e Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão
administrativa do agente a que se atribua a ação ou do Ministério Público, as associações legitimadas
omissão. poderão apresentar razões escritas ou documen-
tos, que serão juntados ou anexados às peças de
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito
informação.
em julgado da sentença condenatória favorável ao
idoso sem que o autor lhe promova a execução, § 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual Coordenação e Revisão do Ministério Público de
iniciativa aos demais legitimados, como assistentes homologar a promoção de arquivamento, será
ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia des- designado outro membro do Ministério Público
se órgão. para o ajuizamento da ação.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não Título VI - Dos Crimes
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
Capítulo I - Disposições Gerais
honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que cou-
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao
ber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho
Ministério Público.
de 1985.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor de-
verá, provocar a iniciativa do Ministério Público, Lei n.º 7.347 de 24 de julho de 1985  Disciplina a ação
prestando-lhe informações sobre os fatos que civil pública de responsabilidade por danos causados
constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
elementos de convicção. valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagísti-
co (vetado) e dá outras providências.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e
tribunais, no exercício de suas funções, quando Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena
tiverem conhecimento de fatos que possam confi-
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4
gurar crime de ação pública contra idoso ou ensejar (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
a propositura de ação para sua defesa, devem en- na Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
caminhar as peças pertinentes ao Ministério Públi- subsidiariamente, no que couber, as disposições do
co, para as providências cabíveis. Código Penal e do Código de Processo Penal.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado
poderá requerer às autoridades competentes as Lei n.º 9.099 de 26 de setembro de 1995  Dispõe
certidões e informações que julgar necessárias, que sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá ou-
serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. tras providências.

Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob


Capítulo II - Dos Crimes em Espécie
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
certidões, informações, exames ou perícias, no penal pública incondicionada, não se lhes aplicando
os arts. 181 e 182 do Código Penal.
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Código Penal gado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo
ou inadequado:
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: Pena - detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e
multa.
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
II - de ascendente ou descendente, seja o parentes- grave:
co legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Pena - reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 182. Somente se procede mediante represen-
tação, se o crime previsto neste título é cometido § 2º Se resulta a morte:
em prejuízo: Pena - reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separa- Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6
do; (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; I - obstar o acesso de alguém a qualquer cargo
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. público por motivo de idade;
II - negar a alguém, por motivo de idade, emprego
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou ou trabalho;
dificultando seu acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por III - recusar, retardar ou dificultar atendimento ou
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao deixar de prestar assistência à saúde, sem justa
exercício da cidadania, por motivo de idade: causa, a pessoa idosa;
Pena - reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e IV - deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
multa. justo motivo, a execução de ordem judicial expe-
dida na ação civil a que alude esta Lei;
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar,
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa ido- V - recusar, retardar ou omitir dados técnicos in-
sa, por qualquer motivo. dispensáveis à propositura da ação civil objeto
desta Lei, quando requisitados pelo Ministério
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a Público.
vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabi-
lidade do agente. Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar,
sem justo motivo, a execução de ordem judicial
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, expedida nas ações em que for parte ou interveni-
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situ- ente o idoso:
ação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou
dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, Pena - detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade multa.
pública: Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proven-
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e tos, pensão ou qualquer outro rendimento do ido-
multa. so, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalida-
de:
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade,
se da omissão resulta lesão corporal de natureza Pena - reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e mul-
grave, e triplicada, se resulta a morte. ta.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência
saúde, entidades de longa permanência, ou congê- do idoso, como abrigado, por recusa deste em ou-
neres, ou não prover suas necessidades básicas, torgar procuração à entidade de atendimento:
quando obrigado por lei ou mandado: Pena - detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos multa.
e multa. Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancá-
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, ria relativa a benefícios, proventos ou pensão do
física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condi- idoso, bem como qualquer outro documento com
ções desumanas ou degradantes ou privando-o de objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimen-
alimentos e cuidados indispensáveis, quando obri- to de dívida:

478 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (ses-
e multa. senta) anos.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de Art. 133..............................................................
comunicação, informações ou imagens depreciati-
§ 3º ....................................................................
vas ou injuriosas à pessoa do idoso:
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Pena - detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 140..............................................................
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento
de seus atos a outorgar procuração para fins de § 3º Se a injúria consiste na utilização de ele-
administração de bens ou deles dispor livremente: mentos referentes a raça, cor, etnia, religião,
origem ou a condição de pessoa idosa ou por-
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
tadora de deficiência:
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar,
Art. 141..............................................................
contratar, testar ou outorgar procuração:
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
ou portadora de deficiência, exceto no caso de
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa injúria.
idosa sem discernimento de seus atos, sem a devi-
Art. 148..............................................................
da representação legal:
§ 1º ....................................................................
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
I - se a vítima é ascendente, descendente, côn-
Título VII - Disposições Finais e Transitórias
juge do agente ou maior de 60 (sessenta)
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do represen- anos.
tante do Ministério Público ou de qualquer outro
Art. 159..............................................................
agente fiscalizador:
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e
Pena - reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18
multa.
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se
o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Dica de Estudo  As alterações que esta lei gerou nou-
tras leis não são exigidas em provas de concursos, Art. 183..............................................................
exceto se a referida lei que foi alterada fizer parte do
III - se o crime é praticado contra pessoa com
programa previsto no edital. Por isso, risquei os textos
que virão a seguir para que você não se preocupe em
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
estudá-los. Art. 224. Deixar, sem justa causa, de prover a
subsistência do cônjuge, ou de filho menor de
Art. 110. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezem- 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho,
bro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as ou de ascendente inválido ou maior de 60 (ses-
seguintes alterações: senta) anos, não lhes proporcionando os recur-
sos necessários ou faltando ao pagamento de
Art. 61................................................................
pensão alimentícia judicialmente acordada, fi-
II - ...................................................................... xada ou majorada; deixar, sem justa causa, de
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, socorrer descendente ou ascendente, grave-
enfermo ou mulher grávida; mente enfermo:

Art. 121.............................................................. Art. 111. O art. 21 do Decreto-Lei n.º 3.688, de 3


de outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais,
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumenta- passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo
da de 1/3 (um terço), se o crime resulta de único:
inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar Art. 21..............................................................
imediato socorro à vítima, não procura diminu- Parágrafo Único. Aumenta-se a pena de 1/3
ir as conseqüências do seu ato, ou foge para (um terço) até a metade se a vítima é maior
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o de 60 (sessenta) anos.
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço) se o crime é praticado contra pessoa

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Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de
n.º 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracte-
com a seguinte redação: riza a dependência econômica, para os efeitos le-
Art. 1º ............................................................. gais.
§ 4º ................................................................. Brasília, 1º de outubro de 2003; 182º da Indepen-
II - se o crime é cometido contra criança, ges- dência e 115º da República.
tante, portador de deficiência, adolescente
ou maior de 60 (sessenta) anos;
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei n.º 6.368, de
21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a se-
guinte redação: Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores,
por aquele que nos amou. (Romanos 8:37)
Art. 18..............................................................
III - se qualquer deles decorrer de associação
ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos
ou a pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos ou a quem tenha, por qual-
quer causa, diminuída ou suprimida a capa-
cidade de discernimento ou de autodetermi-
nação:
Art. 114. O art 1º da Lei n.º 10.048, de 8 de no-
vembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 1º As pessoas portadoras de deficiência,
os idosos com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e
as pessoas acompanhadas por crianças de
colo terão atendimento prioritário, nos ter-
mos desta Lei.
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social desti-
nará ao Fundo Nacional de Assistência Social, até
que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os re-
cursos necessários, em cada exercício financeiro,
para aplicação em programas e ações relativos ao
idoso.
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos
dados relativos à população idosa do País.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Con-
gresso Nacional projeto de lei revendo os critérios
de concessão do Benefício de Prestação Continua-
da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de
forma a garantir que o acesso ao direito seja condi-
zente com o estágio de desenvolvimento sócio-
econômico alcançado pelo País.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (no-
venta) dias da sua publicação, ressalvado o dispos-
to no caput do art. 36, que vigorará a partir de
1º de janeiro de 2004.

480 Apostila de uso exclusivo e pessoal do portador do CPF n.º 080.661.109-01. Proibida a venda ou distribuição gratuita.

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