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Numa primeira aceção o termo aponta para qualquer reunião física de pessoas, como por
exemplo um grupo de pessoas que esperam um transporte público, neste caso o grupo não
precisa partilhar nada, basta a proximidade física. Mas se se tratar do grupo dos alunos do
ISET, já estamos perante um grupo de pessoas com características e objetivos comuns. Tendo
em conta o contexto deste trabalho, vamos considerar o “grupo” como um sistema de relações
sociais e interações recorrentes entre pessoas, que partilham de uma consciência de filiação e
interação
Desde que nascemos ao longo de nossas vidas, convivemos em grupo. Seja o nosso grupo
familiar, de amigos, companheiros de trabalho, enfim estamos sempre compartilhando nossas
experiências do dia a dia com alguém. Segundo Trotter (1919 – 1953) um dos instintos
básicos do ser humano é o instinto gregário aquele que nos faz procurar sempre estar em
grupos.
Uma parte significativa do nosso dia de trabalho é despendida numa organização inseridos em
grupos.
A filiação a um grupo é parte da vida de trabalho da maioria dos empregados, é preciso que o
participação das pessoas no grupo influencia a conduta e o desempenho dos seus membros. A
influência que o grupo exerce sobre cada membro é diferente para cada indivíduo. Algumas
pessoas podem ser totalmente influenciadas pelo grupo, enquanto outras sofrem uma
No contexto da Sociologia, a definição de grupo não reúne consenso. Numa primeira aceção o
termo aponta para qualquer reunião física de pessoas, como por exemplo um grupo de pessoas
que esperam um transporte público, neste caso o grupo não precisa partilhar nada, basta a
Tendo em conta o contexto desta formação, vamos considerar o “grupo” como um sistema de
relações sociais e interações recorrentes entre pessoas, que partilham de uma consciência de
filiação e interação (HORTON E HUNT, 1981, pp. 127-128). Para estes autores, “a essência
A integração do indivíduo num grupo exige que este assimile as regras e os padrões de
comportamento que sustentam a interação grupal. Por isso, os grupos são também
“Dynamis é uma palavra de origem grega que significa força, energia, ação”. E Segundo
Tatiana Wernikoff, (Instituto de Psicologia Organizacional)“Qualquer situação em que se
reúne pessoas para uma atividade conjunta, com um objetivo específico, caracteriza uma
dinâmica e a situação mais comum é a dos processos seletivos”.
Dinâmica de grupo é o “estudo das forças que agem no seio dos grupos, as suas origens,
consequências e condições modificadoras do comportamento do grupo". apesar de um grupo
ser um conjunto de pessoas, as mudanças que venham a ocorrer num indivíduo pode
influenciar o grupo como um todo. Dessa forma, o aprendizado ocorre de uma forma coletiva,
em que o encontro de pessoas melhora a produtividade do grupo, sendo possível assim,
estimular e melhorar as relações interpessoais entre elas e obter uma maior troca de
experiências.
Num processo grupal o fator que mais atua sobre as pessoas individualmente num grupo é a
coesão – o quão adaptável foi o indivíduo ao grupo em que foi inserido – quanto maior for a
coesão fica evidenciado que o grupo está a conseguir obter os resultados e os objetivos estão a
ser cumpridos; os padrões grupais que são os comportamentos esperados pelos membros do
grupo e as motivações individuais de cada membro do grupo são de extrema importância
para garantir a coesão do grupo (uma das técnicas utilizadas para aumentar a interação entre
os membros e garantir a adesão deles é a dinâmica em grupo).
Autoconceito: o que é e como se forma?
O autoconceito define-se como a opinião que uma pessoa tem de si mesma. É claro que
normalmente avaliada num juízo razoável. Não se deve confundir com a autoestima,
ainda que ambos os conceitos estejam relacionados.
conjunto de ideias e crenças que nos permitem formar uma imagem de nós mesmos
adicionamos a tal imagem para que tome personalidade. É um conceito que chega a
Identidade pessoal
Identidade social
Por exemplo, a religião que professamos, a comunidade onde vivemos, a instituição onde
enxergam.
claro de como o meio social e publicitário podem condicionar a imagem que temos de
nós mesmos.
O autoconceito é um conjunto de ideias e crenças que nos permitem fazer uma imagem
Mas também há exemplos positivos. A pessoa que valoriza a si mesma constrói metas
e dirige seus esforços a essa realização, mantendo uma atitude positiva: Sim, eu posso
alcançar isso!
Além disso, está disposta a influenciar seu entorno com essa mesma atitude. Esta
pessoa fará suas ideias valerem onde quer que esteja. Seu autoconceito lhe retribui
benefícios tangíveis.
Formação de autoconceito
Por isso para formar o autoconceito é importante que a pessoa leve em conta estes
pontos:
6 características do autoconceito
Organização. A pessoa, para reduzir os níveis de complexidade de uma ou
várias situações, as associa a uma categoria.
Multifacetado. Conseguir dar atenção a diversas atividades em seu
entorno, ao mesmo tempo em que marca prioridades para atendê-las.
Organizado. Estabelece uma base ou ponto de partida e, a partir dali, age e
tem o poder de variar no tempo segundo a posição hierárquica que vai
estabelecendo.
Experimental. Vai se nutrindo de experiências para formar seu
autoconceito que, em determinado momento, pode parecer um tanto global
ou englobar muitas coisas, mas que tem, por sua vez, características
diferenciadoras.
Avaliativo. Se permite avaliar em função de outros conceitos ou ideias que
surgem em seu entorno ou em seu aprendizado.
Distinguível. A partir de uma ideia ou conceito, pode manejar variáveis
que deve considerar, mas mantendo seus juízos de valor.
4 funções do autoconceito
Como vimos, o autoconceito é formado pelo próprio indivíduo a partir da ideia que
completo.
Por sua vez, a pessoa deve estar disposta a ajustar as opiniões e os conceitos de forma
A autopercepção está relacionado com a forma como você se vê, o valor que atribui a si
mesmo e o tipo de pessoa que acredita ser. Está diretamente vinculada ao nível de
autoestima que você tem hoje. Há pessoas que se enxergam mais bonitas, competentes e
capazes do que realmente são.
Na sua obra, Edgar Morin[91] insiste muito neste pensamento de
Pascal, uma verdadeira pérola da visão holística: “Todas as coisas
sendo causadas e causadoras, ajudadas e ajudantes, mediatas e
imediatas e todas se conectando por uma ligação natural e
insensível, que liga os mais distantes e os mais diferentes,
considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo ou
conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes”.
Uma afirmação da tradição taoista sustenta que o alto descansa no
profundo. Parodiando este provérbio, podemos afirmar que a
síntese descansa na análise, o todo repousa na parte, o céu
descansa na terra, as asas repousam nas raízes.
Falando da metáfora do substrato neurofisiológico, o exercício
salutar e o equilíbrio desta integração se fazem no corpo
caloso – corpus callosum – que religa os dois hemisférios cerebrais,
o esquerdo da análise e o direito da síntese. O que a tradição de
sabedoria simboliza como o terceiro olho ou o chifre do unicórnio.
Por esta razão afirma Carl Sagan (1934-1996)[92] que o futuro da
educação depende do corpo caloso. Podemos acrescentar:
igualmente o futuro da paz.
IX – Normose, a patologia da normalidade
“A doença do homem normal é uma doença da imobilidade. Saber
mover a mente é contribuir para superar esta enfermidade.”
Guillaume Le Blanc[93]
Pierre Weil[94] definiu a normose como sendo uma anomalia da
normalidade, na forma de um “conjunto de normas, conceitos,
valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir aprovados por
um consenso ou pela maioria de pessoas de uma determinada
sociedade, que levam a sofrimentos, doenças e mortes. Em outras
palavras: que são patogênicas ou letais, executadas sem que seus
autores e atores tenham consciência da natureza patológica.” Weil
afirma que uma grande parte das opiniões, das atitudes e dos
comportamentos sobre os quais recai um consenso social, na
realidade conformam tipos de normoses. Este consenso constitui
uma pressão social que modela um processo de adaptação a
normas mórbidas. Um exemplo é o conceito de guerra justa, com
um apoio legal, onde as pessoas envolvidas adquirem o direito de
matar os que consideram inimigos. Neste contexto, aprende-se a
matar por meio do serviço militar, às vezes obrigatório. Um
consenso análogo a este existia, antigamente, em torno do duelo,
como um caminho legítimo de lavar a honra ferida. Atualmente essa
prática é considerada ilegal, inconcebível e, até mesmo, ridícula.
“Quando a guerra será considerada como um duelo coletivo?”,
indaga Pierre Weil, considerando ser possível que a humanidade
chegue a esta mesma evolução, no que diz respeito à violência e
aos conflitos bélicos.
Para contextualizar esta concepção, podemos falar em três
fundamentos da normose[95]. O primeiro é o sistêmico: esta
anomalia da normalidade surge quando o sistema no qual vivemos
encontra-se, dominantemente, desequilibrado, doente e
corrompido, quando o que predomina são as contradições ou
sintomas como a falta de escuta, de respeito, de cuidado e de
fraternidade, com uma violência alarmante e crescente contra o
indivíduo, a sociedade e a natureza. Neste contexto, uma
pessoa normal, ou melhor, normótica, é a bem ajustada ao sistema
mórbido, assim contribuindo para a manutenção do status quo.
Sabemos bem, pela própria carta constitutiva da Organização
Mundial de Saúde (1946), que a saúde não é ausência de
sintomas, mas a presença de um estado completo de bem-estar
nos planos somático, psíquico e social. O fator ambiental e o
espiritual foram considerados e incluídos neste conceito, mais tarde
(1998). Em outras palavras, quando um sistema se encontra, em
larga medida, num estado patológico a pessoa realmente em boa
saúde é aquela que manifesta um estado de desajustamento
consciente, de uma indignação justa – como a intensa e lúcida
convocação de Stéphane Hessel[96] que fala de uma insurreição
pacífica – ou, mesmo, de um desespero sóbrio.
O segundo fundamento é o evolutivo, que parte do princípio, aqui já
refletido, do inacabamento humano. O que podemos traduzir
afirmando que nós não nascemos humanos; nós nos tornamos
humanos, através de um investimento sistemático no potencial de
autodesenvolvimento, de maturidade e de uma plenitude possível
ao humano. Em outras palavras, o ser humano introduziu outra
ordem de complexidade na qualidade evolutiva do planeta, que se
traduz por uma dimensão consciente e intencional evolutiva. Além
dos acasos e das necessidades, das mutações genéticas aleatórias
e dos combates entre os mais aptos, segundo a seleção natural
darwiniana, a evolução humana consiste no desenvolvimento da
consciência, que solicita um trabalho sobre si mesmo nas trilhas
labirínticas evolutivas do processo de individuação que, da
superfície ilusória do ego possa nos conduzir à centralidade do Self,
segundo a concepção de Jung.
Esta nova qualidade de uma evolução consciente e intencional,
característica ímpar do ser humano, é sustentada por significativas
cartografias da consciência contemporâneas, em ressonância com
as tradições iniciáticas milenares. É o que encontramos nas
pesquisas de Abraham Maslow (1908-1970)[97], de Carl
Rogers[98], de Stanislav Grof[99] e de Ken Wilber[100], citando
apenas alguns poucos marcantes representantes do movimento
humanista e transpessoal da ciência psíquica. Na sua impactante
obra, “L’évolution créatrice”, Henri Bergson (1859-1941)
[101] postula um processo evolutivo vital e livre, opondo-se ao
finalismo e à predestinação, como também à abordagem
mecanicista do evolucionismo darwiniano, que é incapaz, segundo
este filósofo, de explicar a totalidade complexa da evolução da vida.
Para Bergson, como para Ervin Laszlo[102], criador e presidente do
Clube de Budapeste, a teoria de Darwin (1809-1882) não teve
sucesso em explicar a origem das espécies complexas.
Edgar Morin[103], que defende um aspecto meta-natural do
humano, afirma que a hominização nos conduziu a um novo
começo: o hominídeo se humaniza e assim o conceito do humano
adquire um duplo princípio, biofísico e psico-socio-cultural, ligados
dialeticamente. Para este filósofo, nós nos desenvolvemos para
além da realidade física e viva; é precisamente neste além que se
localiza a plenitude humana. O conceito de normose encontra-se
em ressonância com certas reflexões de Morin[104], sobretudo
quando, analisando as cegueiras do conhecimento, ele fala da
força normalizadora do dogma, do tabu e do determinismo das
convicções e das crenças, dos conformismos cognitivos e
intelectuais. Por outro lado, com relação ao tema evolutivo, Basarab
Nicolescu[105] sustenta que a nossa evolução é
uma autotranscendência e que ninguém nem nada pode nos
obrigar a evoluir, já que as forças naturais da natureza, que
determinaram a evolução biológica humana, não atuam mais, o que
levou a evolução biológica ao seu final. No seu lugar surgiu um
novo tipo de evolução, ligado à cultura, à ciência, à consciência e
ao encontro humano. Neste sentido, a normose se caracteriza por
uma ausência de investimento no potencial psíquico, ético e
noético, representando um estado de estagnação da evolução
consciente, propriamente humana.
O terceiro fundamento é o paradigmático, tal como concebido num
sentido mais vasto, por Thomas Kuhn (1922-1996)[106]. Neste
caso, a normose surge quando o paradigma que ainda prevalece
encontra-se esgotado no seu potencial criativo e, até certo ponto,
esclerosado, sendo que o paradigma emergente é postulado por
um grupo minoritário. Como afirmava Max Planck (1858-1947),
segundo Kuhn, uma nova verdade científica não triunfa pelo
convencimento dos seus oponentes, facilitando que vejam as novas
luzes, mas porque, simplesmente, eles morrem. Assim, de enterro a
enterro e de nascimento a nascimento uma nova geração se
desenvolve, aberta e receptiva ao novo aprender a aprender.
Encontra-se aqui em jogo a nobreza indicada por esta paradoxal e
feliz expressão de Henry Thoreau (1817-1862)[107], a maioria de
um.
Falando a respeito das doenças do ser humano normal, Le
Blanc[108] afirma que a normalidade é, no início, uma criança na
qual o sonho de ar fresco é levado em conta pelos julgamentos dos
pais e dos adultos, sendo que os desejos e a vida psíquica da
criança são construídos neste estado de sujeição e de modelagem.
Considerando que a personalização é um processo de fornecer um
sentido às nossas atividades, Le Blanc postula que falar de um ser
humano normal é precisamente encerrá-lo nas clausuras de uma
identidade definitiva, que o priva de toda a possibilidade de
alteridade e de personalização. Neste sentido, o horror da doença é
o grande temor da novidade, quando a angústia se torna o modo de
ser da pessoa considerada normal. Para este autor, a normalidade
se apresenta como exemplaridade ou como uma suposta saúde
que termina na prisão a uma norma única, que expõe a pessoa a
todas as enfermidades possíveis.
Enfim, ao lado de uma estagnação do desejo evolutivo, um aspecto
muito importante da normose é o medo da individualidade ou da
individuação, ou seja, um temor da pessoa tornar-se um sujeito
único, dotada de um semblante particular e capaz de contar a sua
história, assumindo-se como o autor e ator da própria existência.
X – O horizonte do Sujeito: muito além da normose
“Em que jogo nós estamos? Participamos de muitos jogos, jogados,
joguetes, mas, ao mesmo tempo, jogadores. Toda existência
humana é, ao mesmo tempo, jogadora e jogada; todo indivíduo é
uma marionete manipulada do anterior, do interior e do exterior e,
ao mesmo tempo, um ser que se autoafirma na sua qualidade de
sujeito.”
Edgar Morin[109]
A dimensão emancipadora que decorre, naturalmente, do processo
de construção do sujeito rumo a uma diferenciação e a consciência
de alteridade é um tema importante para a biografização de
percurso. Entretanto, o desafio do vir-a-ser um artesão da própria
existência é uma verdadeira tarefa maior, que implica em superar
certo número de obstáculos, como o medo de caminhar rumo ao
desconhecido, com a perda dos referenciais habituais e sempre a
necessidade de lutar contra as resistências do mundo intrapsíquico
e do universo relacional. Em outras palavras, é necessário
transgredir a patologia do conformismo e da estagnação evolutiva,
que denominamos de normose.
Abraham Maslow[110] denominou de complexo de Jonas a uma
força de resistência e de inércia que impede o processo de
desenvolvimento e de autorrealização individual. Trata-se de uma
compulsiva recusa de crescer e de explorar os próprios talentos,
um tipo de temor da própria altitude, grandeza e capacidade
realizadora. O arquétipo de Jonas, um personagem do Antigo
Testamento, fala de um homem que recusa escutar e seguir a voz
da sua própria consciência profunda, que lhe convoca a abandonar
o conforto da sua existência tranquila, para realizar uma missão
numa grande cidade. Jonas – um nome hebraico que
significa pomba das asas cortadas – é um homem totalmente
ordinário, que prefere seguir na sua pequena e rotineira existência,
quando uma tempestade surge no seu caminho de fuga, o que o
conduzirá a um mergulho até o ventre de um grande peixe. Em
síntese, Jonas simboliza o medo do ser humano de se tornar
inteiro, autêntico e verdadeiro, que o conduz à fuga do próprio
destino ou destinação. Este complexo se traduz no arraigado medo
da diferenciação, do assumir o próprio semblante original, ou seja,
o temor da autorrealização. A tempestade que atravessa o seu
caminho pode significar os sintomas, as doenças e os infortúnios
que a pessoa atrai, quando foge de si mesma. É, também, uma
oportunidade de despertar para colocar-se num caminho criativo de
transformação, rumo à plenitude.
Jean-Yves Leloup[111] na sua extraordinária obra, Caminhos da
Realização, realiza uma interpretação impecável e vasta do tema
do complexo de Jonas, nele desvelando um caminho em direção ao
despertar transpessoal, a partir de um amplo mapa dos medos do
ego de nosso psiquismo pessoal. Leloup afirma que Jonas se
encontra no interior de cada ser humano, como o próprio arquétipo
da normose, uma força de resistência que atua quando recebemos
o convite para despertarmos do sono banal de uma existência sem
sentido. A sua profunda leitura simbólica da trajetória de Jonas é
uma indicação e inspiração para a aventura heroica da realização
vocacional, longo processo de florescimento de nossos talentos
naturais e singulares.
Por outro lado, falando do problema de Jonas com relação à tensão
entre o trágico e o trivial, Arthur Koestler[112] afirma que o simples
mortal passa praticamente toda a sua existência no plano banal,
exceto em algumas ocasiões excepcionais, como durante as
turbulências da puberdade ou numa aventura passional ou no
confronto com a morte, quando acontece a súbita queda no abismo
do trágico. Para Koestler, a força dos hábitos e das convenções nos
aprisiona nas correntes quase imperceptíveis do fator trivial, tal
dinâmica transcorrendo no nível subconsciente. “São as normas
coletivas, os códigos de conduta, as matrizes axiomáticas que
determinam as regras do jogo e nos fazem avançar quase todos,
quase sempre, nos traços do hábito, reduzindo-nos ao estado de
autômatos bem vestidos, que os behavioristas apresentam como a
verdadeira condição do ser humano”, sustenta o autor, traçando um
resumo muito perspicaz da normose.
O que nos evoca os heróis do romance de formação, centrado nas
trilhas contínuas de aprendizagem e de desenvolvimento de si, é o
percurso iniciático indispensável em direção a uma plena realização
do potencial humano, que solicita a lúcida ousadia de transgredir a
enfermidade do trivial e da mediocridade, ou seja, a normose.
Confrontar-se e ousar um voo além da normose é imprescindível e
representa o desafio árduo da aventura evolutiva, no processo
heroico e imperativo do indivíduo assumir a condição de autoria,
como o sujeito da própria existência.
Enfim, pela cisão ocorrida entre a ciência moderna e a consciência,
o sentido e a complexidade do real, que ocorreu no século XVII,
com o agravamento do “big bang disciplinar” e o cientificismo do
século XIX – fundado sobre a crença simplista que um só tipo de
conhecimento é detentor das vias de acesso à realidade – num
momento obscuro da modernidade o sujeito se degenerou em
objeto. Esta é a grande importância da abordagem biográfica que,
por sua própria natureza, representa o retorno do sujeito ao cerne
da pesquisa científica. Por outro lado, a atitude transdisciplinar
significa um acordo e uma sinergia entre o sujeito e o objeto, a
partir do pressuposto de um processo de integração e de
harmonização entre o espaço exterior da efetividade e o espaço
interior da afetividade, entre o saber e o ser.
A construção do sujeito e a conquista da paz são como dois olhares
de um mesmo semblante: o de um ser humano em marcha, rumo à
utopia realizável de uma completude sempre inacabada.
XI – BIBLIOGRAFIA
Fascinante Construção do Eu
Como desenvolver uma mente poderosa capaz de resistir aos desafios de uma vida
stressante
CURY, AUGUSTO
Imagine que vai a conduzir e de repente perde o controlo do carro, sem o conseguir fazer parar...
Terrível, não é? Agora imagine que era esse veículo. Quantas vezes os seus pensamentos
entraram numa espiral que não conseguiu controlar? Quantas vezes quis "parar" (uma
discussão, palavras irrefletidas) e o seu "travão" simplesmente deixou de funcionar? Augusto
Cury, o autor de Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, sabe que o "Eu" que nos comanda a
vida, que nos guia a cada passo, muitas vezes precisa ele próprio de ser guiado. O processo de
formação da nossa personalidade leva a que acumulemos memórias traumáticas. E estas, por
sua vez, dão origem a obstáculos inconscientes que mais tarde ou mais cedo aparecem no
caminho, impedindo-nos de progredir. A Fascinante Construção do Eu mostra-nos como revisitar
essas memórias em vez de fugir delas, como treinar a nossa mente para enfrentar as
dificuldades - e como impedir que, enquanto pais, deixemos nos nossos filhos marcas
semelhantes.
Dr. Augusto Cury é médico psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor, sendo um dos
autores mais publicados no mundo inteiro. As suas obras estão presentes em cerca de 60
países e foi considerado o mais lido na última década no Brasil, pelo jornal Folha de S. Paulo e
pela revista Isto É. Os mais de 30 livros que escreveu já ultrapassaram os 16 milhões de
exemplares vendidos, só no Brasil. Ao longo de mais de 20 mil sessões de trabalho de
psicoterapia, desenvolveu uma teoria inovadora sobre o funcionamento da mente, os fenómenos
conscientes e inconscientes e a formação dos pensamentos e de pensadores, que é objeto de
um doutoramento e de um mestrado nos EUA e em Espanha e de pós-graduações no Brasil.
Desenvolveu a inédita metodologia da Escola da Inteligência, para o desenvolvimento das
funções mais complexas da inteligência, da promoção da saúde emocional
É muito satisfatório quando vemos algo que sabíamos intuitivamente ser comprovado pela
ciência. Tive a sensação ao ler esse livro, que se trata da terapia centrada no cliente.
Basicamente, é a ideia de que a aceitação completa e sem julgamentos do cliente por seu
terapeuta é o que produz o resultado terapêutico. E que resultado é esse? Um indivíduo que se
aceita, mais flexível, mais aberto à experiência e mais confiante sobre suas intuições. No
entanto, esse livro não parece ser relevante apenas para psicoterapeutas e profissionais da
saúde mental; Carl Rogers mostra que esse efeito terapêutico pode se dar em qualquer relação
humana em que hajam as condições adequadas para isso.
Interessante ver como a aceitação que outro indivíduo tem por nós produz em nós mesmos uma
situação de auto-aceitação, e consequente redução das defesas psíquicas que nos impedem de
evoluir. Ainda bem que o autor não temeu por suas ideias à prova do crivo rigoroso da ciência -
concordo com ele quando diz que as ciências da mente ainda têm muito a evoluir e temos muito
a estudar/desenvolver nessa área.
A princípio, eu daria quatro estrelas para esse livro, por em alguns momentos ter me dado a
sensação de que o autor já tinha dito tudo o que gostaria, e que depois seriam apenas as
mesmas ideias repetidas várias vezes. No entanto, quando li os capítulos que tratam das
aplicações de suas ideias na educação, na criatividade e no condicionamento de comportamento
enquanto ferramenta de controle, fiquei encantada. Rogers traz artigos e comprovações
científicas de que a aprendizagem se dá melhor quando os indivíduos estão pessoalmente
interessados naquilo que estão estudando, que a criatividade flui num indivíduo que aceita
plenamente seus sentimentos, e também faz considerações muito pertinentes sobre como todo
esse conhecimento sobre psicoterapia pode ser utilizado para libertar as pessoas, ou para
escravizá-las (dependendo de quem terá esse conhecimento em mãos e o poder para aplicá-lo).
Para mim, esses capítulos por si só já valeram as cinco estrelas que dei ao livro.
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minha estante
Yoda08/12/2010
Muito técnico
Quando recebi referências sobre o livro achei que ele poderia acrescentar algo em meus
conhecimentos. Na leitura do primeiro capítulo achei o conteúdo interessante, mas a partir do
segundo capítulo tornou-se técnico demais, realmente voltado a psicoterapeutas, para mim a
leitura tornou-se maçante e percebi que o que eu buscava com o livro deixou de existir, por isso
o abandonei.
De forma alguma achei o livro ruim, achei apenas que, para mim, ele não serviu.
gostei (10)
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Golbery 09/05/2017minha estante
Isso é bem curioso. Sendo profissional da área, eu achei o livro um tanto superficial e nada
técnico em alguns momentos. Técnico mesmo é o livro "Terapia Centrada no Cliente", do mesmo
autor. Para mim o "Tornar-se Pessoa" foi um livro suave, fácil de ler.
Gostei do seu comentário porque eu tinha sugerido a leitura do "Tornar-se Pessoa" a uma amiga
que não é da área. Talvez eu tenha errado na minha sugestão de leitura.
Cristian 28/05/2018minha estante
A honestidade desse seu relato é muito bom. Obrigado por compartilhar sua perspectiva.
minha estante
Cacau26/01/2021
Livro maravilhoso!
Em 2017 eu tive meu primeiro contato com Kierkegaard em um grupo de estudos e li O
Desespero Humano. Nesse mesmo grupo de estudos eu fiquei sabendo de uma abordagem da
Psicologia que foi concebida com inspirações kierkegaardianas e isso despertou em mim uma
vontade de saber mais sobre ela.
Essa era a Abordagem Centrada na Pessoa de Rogers, e quatro anos se passaram até que
chegasse a minha hora de ler o livro, comprado com a sede que aquele grupo de estudos havia
me deixado por conhece mais a respeito. E aqui estou acabando hoje esta leitura, que me
despertou tanto para novos olhares sobre a minha vida e o fazer da psicoterapia, que fica muito
difícil mensurar tanto.
O que eu mais gostei na leitura, é como Carl Rogers se implica na coisa, sabe? Como ele se
coloca como parte do processo, como ele joga fora qualquer teoria sobre neutralidade. Ele
entende que o Tornar-se Pessoa, todos esses artigos e palestras ministradas, não existe/existiria
sem a existência da pessoa dele. Foi o processo dele, de buscar ?ser quem se é no mundo? que
tornou possível e mais real o trabalho que ele realizava com seus clientes na clínica, com seus
alunos, com os grupos, e em todas as suas relações.
É bonita a coragem que ele tem de falar sobre aquilo que comprovadamente ele confirmou por
meio das pesquisas, ele não teme as opiniões fortes daquela época que diziam o contrário sobre
a sua teoria. E eu cheguei até mesmo a me emocionar, quando em certo momento ele diz que
não se importa com o que quer que os outros o acusem, pois a pessoa cuja opinião positiva ele
mais contava era ele mesmo.
Esse livro vai falar ao coração de qualquer pessoa que queira iniciar uma jornada na Psicologia
Humanista. Mas, na minha opinião, poderia ser muito importante para qualquer pessoa que
queira ser um psicoterapeuta um dia. Ainda sim, não o considero como leitura apenas para
profissionais da Psicologia ou estudantes da área, acho que gostar de saber mais sobre a
filosofia humanista e a existencial, sobre a relação professor-aluno, relações familiares, e sobre a
própria existência no mundo e as relações que nos são próprias, implica em provavelmente
apreciar muito a leitura deste.
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Bruna02/02/2018
Resumo
Rogers valoriza o auto-entendimento antes de firmar uma relação de ajuda com outra pessoa.
Não se fixa à modelos teóricos, o principal é se colocar no lugar do paciente.
A relação criada é a de ajuda, usando os recursos latentes do paciente, ou seja, ele já tem todo
o potencial para a melhora, o terapeuta só vai caminhar junto com ele. Essa relação promove
crescimento, desenvolvimento, maturidade, melhor funcionamento e maior capacidade de
enfrentar a vida.
Numa relação de ajuda a aceitação democrática do outro favorece o crescimento, já a
rejeição ativa retarda o desenvolvimento. Essa relação de aceitação é um interesse sem
desejo de posse. O principal é ter o sentimento de confiança no terapeuta, sentir-se
compreendido e sentimento de independência por ter liberdade para escolher. O paciente vai
ficar com desejo de compreender a ele mesmo.
Rogers julga os conselhos desfavoráveis ao paciente.
A qualidade afetiva dessa relação está ligada à simpatia e respeito. A atitude e os sentimentos
do terapeuta são mais importantes do que a orientação teórica.
O terapeuta também tem que ser ele mesmo, autêntico, e se desenvolver junto com o paciente.
Tem que ter atitudes de calor, atenção, afeição, interesse e respeito. Ser forte para ser
independente do outro e não se misturar com ele. tem que entrar no universo da pessoa tão
inteiramente que deixe de fazer julgamentos. Tem que aceitar o paciente como ele é. Tem que
ter um comportamento não ameaçador. Tem que libertar o paciente do medo de ser julgado
pelos outros. Tem que ver o paciente como uma pessoa em processo de transformação.
1- O cliente recusa a falar de si mesmo e se resume a falar do que é exterior à ele. Os seus
sentimentos e seus significados não são conhecidos por ele e nem mencionados. Não existe o
desejo de mudança. A relação entre o cliente e o terapeuta são encaradas como perigosas.
Existem bloqueios na sua comunicação interna, seu mundo interior ainda não é visto por ele.
Está imóvel e tem uma visão preto e branco das coisas.
2- Conforme ele experimenta o clima de aceitação incondicional, começa a falar com mais
fluência sobre as questões que o trouxeram à terapia mas ainda como se fosse externo à ele.
Trata seu sentimento como objeto remoto, os trata como se não pertencessem a si mesmo. Fala
das suas questões como se estivessem no passado. Na sua percepção as coisas são como são
e não se pode muda-las. Ainda trata sua experiência como branco e preto, com um sentido
absoluto. As contradições já são expressas, mas com um pequeno reconhecimento de que elas
são contradições.
4 - Já fala sobre sentimentos mais intensos mas eles são conjugados no passado. Os outros
sentimentos são descritos como se estivessem no presente, mesmo assim sente um pouco de
medo de se exprimir. Alguma aceitação destes sentimentos já se manifesta, mas não de forma
completa. As experiências são descritas como estando no presente e as vezes com um ligeiro
atraso. Já percebe incongruências entre o eu e a sua experiência assim já começa a tomar
responsabilidade sobre as questões, mais ainda com uma certa cautela. A relação com o
terapeuta ainda lhe parece perigosa, mas está disposto a investir nela suas emoções.
7-
O objetivo deste livro é o de compartilhar convosco algo da minha experiência - alguma coisa de
mim. Aqui está um pouco daquilo que experimentei na selva da vida moderna, no território
amplamente inexplorado das relações pessoais. Aqui está o que vi. Aqui está aquilo em que
comecei a acreditar. Foi esta a forma como tentei verificar e pôr à prova aquilo em que acreditava.
Aqui estão algumas das perplexidades, questões, inquietações e incertezas que tive de enfrentar.
Espero que o leitor possa encontrar neste livro que lhe é dedicado algo que lhe diga respeito.
A apreciação dos outros não me serve de guia. Apenas uma pessoa pode saber que eu procedo
com honestidade, com aplicação, com franqueza e com rigor, ou se o que faço é falso, defensivo e
fútil. E essa pessoa sou eu mesmo.
Sinto-me mais feliz simplesmente por ser eu mesmo e deixar os outros serem eles mesmos.
A vida, no que tem de melhor, é um processo que flui, que se altera e onde nada está fixado.
Nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu fosse
alguma coisa que eu não sou.
Atribuo um enorme valor ao fato de poder me permitir compreender uma outra pessoa.
Quanto mais aberto estou às realidades em mim e nos outros, menos me vejo procurando, a todo o
custo, remediar as coisas.
Verifiquei que me enriquece abrir canais através dos quais os outros possam comunicar os seus
sentimentos, a sua particular percepção do mundo.
Descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo aceitando-me, e quando posso ser
eu mesmo. ... Julgo que aprendi isto com meus clientes, bem como através da minha experiência
pessoal - não podemos mudar, não podemos afastar do que somos enquanto não aceitarmos
profundamente o que somos.
A experiência mostrou-me que as pessoas têm, fundamentalmente, uma orientação positiva. ...
Acabei por me convencer de que quanto mais um indivíduo é compreendido e aceito, maior
tendência tem para abandonar as falsas defesas que empregou para enfrentar a vida, e para
progredir num caminho construtivo.
"Não podemos afastar do que somos enquanto não aceitamos profundamente o que somos."
"Sinto-me mais feliz simplesmente por ser eu mesmo e deixar os outros serem eles mesmos."
"O que serei e o que farei no momento seguinte é algo que brota do próprio momento e não pode
ser previsto."
"Nenhuma ideia criada por outra pessoa ou por mim tem tanta autoridade quanto a minha
experiência."
"Todo individuo existe num mundo de experiências em constante mutação, do qual ele é o
centro."
"A vida, no que tem de melhor, é um processo que flui, que se altera e onde nada está
paralisado."
"Descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo aceitando-me, e quando posso
ser eu mesmo."
"O indivíduo representa um processo digno do mais profundo respeito, tanto pelo que é, como
pelas suas potencialidades."
"Nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu
fosse uma coisa que não sou."
"Verifiquei que me enriquece abrir canais através dos quais os outros possam comunicar os seus
sentimentos, a sua particular percepção do mundo."
"Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não o nosso mundo refletido nos olhos
dele."
"O resultado da terapia é tornar-se uma pessoa autônoma, capaz de ser o que é, e de escolher o
seu caminho."
"O ser humano tem a capacidade, latente ou manifesta, de compreender-se a si mesmo e resolver
seus problemas de modo suficiente para alcançar a satisfação e eficácia necessárias ao
funcionamento adequado."
"Estarei vivendo de uma maneira que é profundamente satisfatória para mim e que me expressa
verdadeiramente? Esta talvez seja a pergunta mais importante para o indivíduo criativo."
"Quanto mais um indivíduo é compreendido e aceito, maior tendência tem para abandonar as
falsas defesas que empregou para enfrentar a vida, e para progredir num caminho construtivo."
"A apreciação dos outros não me serve de guia. Apenas uma pessoa pode saber que eu procedo
com honestidade, com aplicação, com franqueza e com rigor, ou se o que faço é falso, defensivo e
fútil. E essa pessoa sou eu mesmo."
"À medida que um indivíduo se torna capaz de assumir sua própria experiência, caminha em
direção à aceitação da experiência dos outros. Ele aprecia e valoriza tanto sua experiência como
a dos outros por aquilo que elas são."
"Julgo ser evidente que uma pessoa que estivesse plenamente aberta a cada experiência nova,
completamente desprovida de uma atitude defensiva, viveria cada momento da sua vida como
sendo novo."
"Percebo que se fosse estável, prudente e estático, viveria na morte. Portanto, aceito a confusão,
a incerteza, o medo e os altos e baixos emocionais, porque esse é o preço que estou disposto a
pagar por uma vida fluida, rica e excitante."
"Gostar da pessoa pelo que ela é, deixando de lado as expectativas do que quero que ela seja,
deixando de lado meu desejo de adapta-la às minhas necessidades, é uma maneira muito mais
difícil, porém mais enriquecedora de viver uma relação íntima satisfatória."
"Saber realmente o que está acontecendo dentro de mim não é uma coisa simples, mas tenho me
sentido encorajado a fazê-lo, pois percebo que durante todos esses anos esta minha capacidade
tem melhorado. Estou convencido, no entanto, de que esta é uma tarefa para toda a vida e que
nenhum de nós jamais está totalmente apto a entrar em contato, sem dificuldades, com o que está
acontecendo no cerne de nossa própria experiência."
"As pessoas são tão belas quanto um pôr do sol quando as deixamos ser. De fato, talvez
possamos apreciar um pôr do sol justamente pelo fato de não o podermos controlar. Quando
aprecio um pôr do sol não me ponho a dizer: diminua um pouco o tom de laranja no canto
direito, ponha um pouco mais de vermelho púrpura na base e use um pouco mais de rosa naquela
nuvem. Não faço isso. Não tento controlar um pôr do sol. Olho com admiração a sua evolução."
"Um dos princípios fundamentais que levei muito tempo para reconhecer e que ainda continuo a
aprofundar é a descoberta de que, quando sinto que uma atividade é boa e que vale a pena
prossegui-la, devo prossegui-la. Em outras palavras, aprendi que a minha apreciação
'organísmica' total de uma situação é mais digna de confiança do que o meu intelecto. Durante
toda a minha vida profissional fui levado a seguir direções que pareciam ridículas aos outros e
sobre as quais eu mesmo tinha muitas dúvidas. Mas nunca lamentei seguir as direções que eu
'sentia serem boas', mesmo se freqüentemente experimentasse por algum tempo uma sensação de
isolamento ou de ridículo."
"Seria bastante enganoso supor que o ser humano se move tranquilamente na direção do
aperfeiçoamento e do crescimento. Talvez fosse mais correto dizer que o ser humano move-se, em
meio a lutas e dores, na direção do aperfeiçoamento e do crescimento. O processo como um todo
pode ser simbolizado e ilustrado pela criança aprendendo a andar. Os primeiros passos
envolvem esforço e, normalmente, dor. Com frequência é verdade que a recompensa imediata
pelo fato de conseguir dar alguns passos não é, de forma alguma, equivalente à dor das quedas e
batidas. A criança pode, por causa da dor, voltar a engatinhar por algum tempo. No entanto, na
imensa maioria dos indivíduos, a direção para frente do crescimento é mais poderosa do que as
compensações de permanecer infantil."
Deve-se entender a comunicação assertiva como uma ferramenta que permite otimizar
as relações humanas. Nesta linha de pensamento, os especialistas em comunicação
consideram que a assertividade depende em boa parte da inteligência emocional de
cada indivíduo.
O que é?
Quando falamos de relacionamento interpessoal no
trabalho entendemos a união de vários indivíduos dentro do ambiente
corporativo. É comum que essa relação se desenvolva entre profissionais
que trabalhem em uma mesma organização ou façam parte de um
mesmo time.
Conhecimento
É o primeiro contato que se tem com a pessoa, o que depende de relações
anteriores, proximidade física, primeiras impressões, entre outros fatores.
Caso haja conexão e afinidade, os indivíduos podem continuar a se
encontrar e ir para a próxima etapa para a construção de um
relacionamento interpessoal, mas a fase de conhecimento também pode
ser bastante duradoura.
Construção
A partir desse momento, as pessoas começam a desenvolver um laço de
confiança e se importar umas com as outras. Isso se baseia em uma
necessidade de proximidade e de estar com outros que compartilham seus
interesses e motivações.
Leia também: Você é mais tímido ou introvertido? Entenda a diferença!
Continuação
Essa fase depende de um compromisso mútuo de construir um
relacionamento interpessoal de longo prazo. Costuma se estender por
muito tempo e ser estável.
Deterioração
Nem todas as relações acabam se desfazendo, mas as que sim costumam
apresentar sinais como insatisfação, tédio e ressentimento. As pessoas
tendem se comunicar menos e deixar de revelar alguns aspectos da sua
vida. Alguns relacionamentos interpessoais podem se reconstruir e outros
podem acabar.
Finalização
A fase final do relacionamento que pode ocorrer por término, morte ou
distanciamento.
Construindo fortes relacionamentos interpessoais
no trabalho
#3 Seja respeitoso
Qualquer ambiente conta com pessoas distintas que podem apresentar
pensamentos diferentes e divergência de valores. No ambiente de trabalho,
especialmente, é preciso trabalhar para ser tolerante e aberto às diversas
perspectivas que venham a ser apresentadas, mostrando respeito pelos
colegas e seus históricos. Você pode aprender muito com as diferentes
visões de mundo e melhorar suas habilidades em relacionamentos
interpessoais.
.
Como conseguir um bom relacionamento no ambiente de trabalho
Em geral, as pessoas passam mais tempo nas empresas em que trabalham do que em suas
casas, com a família ou com os amigos. Justamente por isso, é essencial estabelecer um bom
relacionamento com os colegas de trabalho, impedindo que a convivência se torne
desgastante e mantendo o ambiente sempre profissional e positivo.
Dicas de relacionamento no trabalho
Caso perceba que um colega está com alguma dificuldade, não hesite em oferecer ajuda.
Aja com os outros da mesma forma como você gostaria que os outros agissem com você. É
importante construir um ambiente de trabalho colaborativo, em que as pessoas possam
contar umas com as outras. Isso começa por você!
Evite fofocas
Falar mal de outro colega de trabalho é uma das formas mais fáceis de estragar o clima no
ambiente corporativo. Caso façam alguma fofoca com você, pense: “Se eu passar essa
informação adiante, as consequências serão positivas ou negativas?”, “Isso pode melhorar ou
piorar o ambiente de trabalho?”. Caso a resposta seja negativa, deixe que a informação
morra em você e não passe adiante.
Tenha maturidade
Não se faça de vítima e não se magoe facilmente. Caso precise enfrentar algum problema,
faça-o de forma madura, sem lamentações ou frescuras, e não coloque a culpa nos outros.
Baseie-se na realidade, sem criar situações na sua cabeça. Foque apenas na resolução dos
problemas.
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CARREIRA E PROFISSÃO
AMBIENTE DE TRABALHO
1
Experimente limitar as interações. Mesmo que nem sempre seja possível evitar totalmente um colega de
trabalho, você pode se empenhar em manter o mínimo contato possível com a pessoa. Evitar interagir é
provavelmente o modo mais fácil de lidar com a situação.
Alguns contatos são inevitáveis, principalmente se você e o seu colega tiverem que trabalhar
diretamente juntos. No entanto, é possível deixar de bater papo com ele no intervalo ou em um
momento sem atividades. Se você perceber que essa pessoa está chegando, peça desculpas
educadamente, dizendo algo como: "Bem, eu preciso voltar ao trabalho. Foi bom encontrá-lo". [1]
Quando for mesmo necessário interagir com ele, mantenha o profissionalismo. Evite trazer
problemas particulares ou coisas que sejam irrelevantes para a tarefa do momento quando lidar
com alguém que não goste de você, pois isso é um convite para uma encrenca. [2]
2.
2
Seja simpático com a pessoa em questão. Diversos estudos na área de psicologia mostram que é muito difícil
não gostar de alguém que gosta da gente. Se o colega sentir que você gosta dele ou o respeita, a antipatia que ele
tem pode desaparecer.[3]
Fale que você respeita o colega em questão para outra pessoa do trabalho. Essa informação pode
ser passada adiante. Quando a mensagem não vem diretamente de você, é mais provável que o
colega acredite nisso.[4]
Demonstre interesse genuíno no que ele disser. As pessoas tendem a gostar de quem presta
atenção e se envolve com elas. Ainda é preciso evitar contato o máximo possível, mas ouça
atentamente o que ela diz nos momentos em que houver interação. Assim, ela pode abandonar
um pouco da antipatia por você.[5]
Pequenos contatos amigáveis podem ajudar também. Algumas vezes um simples "bom dia" pode
ser bem útil.[6]
3.
3
Separe o trabalho da vida pessoal. Se você tem dificuldade de interagir com um colega de trabalho específico,
experimente separar a vida pessoal do trabalho. Não é preciso conviver com colegas fora do ambiente de trabalho.
Se a pessoa que não gosta de você for frequentadora assídua do happy hour nas noites de sexta-feira, se esquive
desses eventos e encontre os seus amigos em outros lugares. [7]
4.
4
Leve a situação a um superior se ela sair do controle. Não é nada bom relatar qualquer comportamento sem
necessidade. No entanto, você deve falar sobre as atitudes que interfiram no seu desempenho no trabalho.
Converse com os Recursos Humanos se a situação sair do controle.
Quando você ficar frustrado, pense onde gostaria de estar no ano seguintes ou nos próximos
cinco anos. Qual é o peso desse colega nos seus objetivos em longo prazo? Quanto tempo vocês
vão trabalhar juntos de verdade? É muito provável que o colega problemático não faça parte da
sua carreira no futuro.[11]
Você pode aprender algo com essa situação? Tente encarar a situação como uma lição de como
tratar os outros. Se a antipatia do outro estiver dificultando o trabalho, não reproduza esse tipo de
comportamento em nenhum relacionamento futuro.[12]
2.
2
Afaste-se emocionalmente da questão. É fácil falar, mas algumas vezes o melhor jeito de lidar com uma situação
ruim é encontrar um jeito de se afastar emocionalmente. Tente simplesmente ignorar o comportamento, se
recusando a reagir a ele.[13]
Pode ser útil empregar técnicas de relaxamento durante o dia. É possível tentar firmar os
pensamentos, concentrando-se no momento presente. Perceba o corpo, a respiração e o ambiente.
Dessa forma, é possível parar de se aborrecer com as ações do colega de trabalho, focando
apenas nos aspectos físicos.[14]
3.
3
Encontre apoio fora do trabalho. O que quer que você faça, não fale mal do colega com outra pessoa da
empresa. Essa atitude, além de ser negativa, pode facilmente cair no ouvido dele, deixando a situação ainda pior.
Todo mundo precisa desabafar de vez em quando. Não é errado querer tirar a mágoa do peito.
Entretanto, é preciso fazer isso fora do ambiente de trabalho. Converse com amigos e membros
da família e com pessoas que não sejam ligadas à empresa em vez de falar com conhecidos de lá.
[15]
1
Coloque-se no lugar do colega de trabalho. Embora seja difícil aceitar, ele pode não gostar de você por causa de
alguma atitude sua. Tente se colocar no lugar dele para ver se existe algum comportamento ruim da sua parte.
A inveja geralmente alimenta a antipatia. O colega de trabalho pode vê-lo como alguém que é
mais bem-sucedido ou que tem características que faltam nele. Nem sempre é possível acabar
com a inveja, mas veja se você não está sendo muito presunçoso ou exibindo as conquistas. Se
esse for o caso, essa atitude pode estar alimentando a antipatia. [16]
Algumas pessoas podem confundir timidez com falta de educação. Se você simplesmente não
interage com o colega com frequência, ele pode pensar que você é uma pessoa fria. Pode ser útil
tentar ser um pouco mais amigável.[17]
As outras pessoas da empresa parecem gostar de você? Se não, você pode estar reproduzindo
sem perceber certos comportamentos considerados desagradáveis pelos outros. Experimente
conversar com quem for mais próximo e peça para essa pessoa dizer com franqueza como ela
avalia o seu comportamento. Veja se há atitudes que os outros possam considerar inoportunas.