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A OBRIGATORIEDADE DO ENSINO DE MUSICA NA EDUCACAO BASICA BRASILEIRA: UMA ANALISE DO PROCESSO HISTORICO-POLITICO ‘THE COMPULSORY MUSIC EDUCATION IN BRAZILIAN BASIC EDUCATION: AN ANALYSIS OF THE HISTORICAL AND POLITICAL PROCESS RESUMO: Procusa-se, neste artigo, contextualizar a inchisio da Miisica e de sen ensino nas politicas educacionais brasileiras por meio de uma breve retomada histésico-politica, analisando os descaminhos da Educacio Musical no Brasil, destle a educacio jesuitica até o surgimento dos Parimetros Cutticulares Nacionais. Amuncia-se que a legislacio educacional estabelece, ha décadas, um espago para a arte, em suas diversas lingnagens, nas escolas regulases de Ecucacio Bisica; mas que, no entanto, a presenca da Mtisica no curriculo escolar foi marcada pela indefinicio de uma politica que garantisse 0 ensino da Miisica como contetido escolar. Sinaliza-se também a abertura de um novo caminho para a Miisica na educagio escolar, por intermédio da promulgacio da Lei 11.769/08, a qual estabelece a obrigatoriedade do Ensino de Misica analisando © processo que culminou com a sancio da referida Lei. Conclui-se com algumas reflexes e questionamentos acerca do ensino da Miisica nas escolas regulares da Educacio Bisica e postulando que investigar a situacio da Educacio Musical, discutindo as possibilidades e limitacdes da nova legislacio que se impée, faz parte do processo de desbravamento de um novo caminho que se descortina através da possibilidade de democratizagio do estudo da miisica, PALAVRAS-CHAVE: Politicas Educacionais, Escola Piiblica, Ensino de Misica ABSTRACT: We aim, in this auticle, to contextualize the inclusion of music and its teaching in Brazilian educational policies through a brief historical-political recapture, analyzing the waywardness of Music Education in Brazil, since the Jesuit education until the emergence of the National Curriculum Parameters, announcing that the educational legislation establishes, for decades, a space for the Arts, in its various languages, in regular schools of Basic Education, but nevertheless, the presence of music in the school curticulum has been marked by uncertainty of a policy that would guarantee Music education as a school subject. We also indicate the opening of a new path to music in school education, through the enactment of Law 11.769/08, which establishes the obligation of Teaching Music, analyzing the process that culminated with the enactment of that Law. We conclude emphasizing some considerations and questions abont the teaching of music in Basic Education Schools and postulating that investigate the situation of ‘Music Education, discussing the possibilities and limitations of the new legislation that imposes itself, is part of the process of cleasing a new path which reveals the possibility of democratization of music study. KEYWORDS: Educational Policies, Public School, Music Education, ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio LIntrodugio A mtisica, entre outras artes, tem sido reconhecida como parte fiindamental da histéria da Givilizagio ¢ como excelente ferramenta para o desenvolvimento de intimeras capacidades Inmanas, fazendo parte do cotidiano das pessoas “sendo socialmente incorporada em seus diferentes usos e funcdes ¢ nos mais distintos meios sociais” (SOBREIRA, 2012, p.9) Em pesquisa realizada em todo o pais no ano de 2005, a miisica foi apontada como fator de maior orgulho dos buasileizos, tendo deixado © futebol em segundo lugar (abd PEREIRA, 2010, p. 148). Contudo, parece haver uma discrepincia entre esta importincia dada pela sociedade © a valorizacio da misica na educacio. No contesto educacional brasileiro, é ainda reduzido o niimero de pais ¢ professores que compreendam o valor da mtisica no processo educacional. Nesse sentido, é pertinente o pensamento de TOURINHO (1993, apud MATEIRO, 2000, p.2) [.] 2 misica nfo é tratada como um tipo de conhecimento a ser ensinado, estudado, compreendido e recriado... mas por outso lado, esta sempre presente nos citmais do ambiente escolar, seja nas festas © celebracdes, seja na organizacio e validacio do tempo e do espaco das agdes que acontecem no dia edi escolar. Historicamente, a mmisica jé esteve presente na educacio buasileia em diversos momentos, com finalidades especiticas, refletindo diferentes concepcées de mundo ¢ da fian¢io da mrisica na formacio dos individuos: Em cada momento se concebeu uma proposta para a miisica na escola, estabelecendo valores e conceitos que se completam ou se contrapdem. Assim, conceitos que ainda sobrevivem até hoje so, de certa forms, resultado de peiticas educacionais antetiores que consolidacam formas de pensar e agis sobre © cutticulo escolar (FIGUEIREDO, 2011, p 6). A Educagio Musical tem sido incluida e subtiaida do curticulo escolar brasileiro a cada refo1ma educacional. Ora foi elencada como componente curricular, ora como contetido vineulado ao ensino de Artes, Esta teajetdcia historica € clatificada por MATEIRO (2000), FONTERRADA (2005), JARDIM (2008), GUIMARAES (2008) e DIAS (2010). Contudo, por diversos fatores, ainda que presente nos Referenciais Curriculares ¢ nos Parimetros Cusriculares ‘Nacionais, os contetidos de Ecucaco Musical ainda estio ausentes do cotidiano escolar, o que se ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio evidencia nas pesquisas de HENTSCHKE (1993), PENNA (2002), ARROYO (2003), HIRSCH (2007) e AHMAD (2011), as quais tinham como objetivo investigar as cealidades musicais nos contextos escolares da Educacio Basica ¢ apontam resultados que refletem a caréncia do ensino de Miisica enquanto pritica curricular e sequencial neste nivel educacional Porém, um novo caminho se descortina com a promulgacio da Lei 11.769/08, sancionada em 18 de agosto de 2008, que altera a redacao da Lei n° 9.394/96, dispondo que “[..] a miisica deverd ser contetido obrigatério, mas nio exclusivo, do componente curricular de que trata 0 (2° deste artigo” (BRASIL, 2008). Abriu-se a possibilidade da universalizacio do acesso & Edincacio Musical, enquanto bem cultural, a toda a populacio. Até hoje, infelizmente, “quem tem feito a educagiio musical de nossos jovens sao a televisio © 0 ridio, E esses nfio visam a qualidade mas 0 nero...” (ZAGONEL, 2001, p. 2, guifo da autora) Diante desta realidade, 0 fato de ter sido a educacio musical colocada como contetido obrigatorio na Educacio Bisica a partir da promulgacio da lei ji citada é considerado um avanco. Todavia, compreendendo que a Arte ¢ Miisica mio sio neutras e nem apoliticas, mas sim determinadas social e politicamente e, por conseguinte, considerando que © processo de ensino e aprendizagem da amisica no se constitu como um fendmeno desligado das questoes e psoblemiticas que pecmeiam nossa sociedade, pelo contriio: fatoses econdmicos, politicos, ideoldgicos, objetivos ¢ subjetivos o condicionam (COSTA, 2011, p.13), € postulando que investigar a realidade da Educacio Musical no Brasil faz parte do desbravamento do caminho, apresentamos no presente attigo uma contextualizacio da inclusio da Miisica e de seu ensino nas politics educacionais brasileiras por meio de um breve resgate histético-politico, analisando mais especificamente o processo que culminou com a san¢io da seferida Lei e pontuando algumas reflexdes e questionamentos acerca do ensino da Miisica nas escolas regulares da Educacito Bisica 2. Uma retomada histérica da Educagio Musical no Brasil As escolas mantidas pelos jesuitas no Brasil até 0 século XVIII inseriam a pritica da mmisica no curriculo com finalidade religiosa. Posteriormente, com a vinda da corte portuguesa 20 ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio Brasil no inicio do século XIX, “modelos musicais euopeus foram trazidos ¢ aplicados, muitas vezes ignorando on impedindo priticas mmsicais das cultucas que aqni_ estavam” (FIGUEIREDO, 2002, p45). Jé no Século XX, na década de 1930, houve um telativo esforgo para implantar a educagao musical nas escolas por meio do movimento em favor do Canto Orfednico, matéria curricular implantada nas escolas primétias e secundicias ducante 0 governo de Vargas através do Decreto n° 19.891, de 11 de abril de 1931 (BRASIL, 1931), O que era para ser uma tentativa de inserir educagio musical nas escolas foi, na verdade, uma forma de enaltecer o governo de Getiilio Vargas, “que utilizon a mnisica para desenvolver a coletividade, a disciplina e © patriotismo” (MATEIRO, 2000, p.1). Acerca desta questio, SOUZA pontua: & ideia sobre a educacio amsical na literamsa dos anos tinta é muito diferenciada e por vezes contraditéris. Especialmente sio colocados objetivos sécio-politicos muito gerais como educacio musical a servigo da coletividade unidade nacional, 0 despertar do sentimento de brasilidade on ainda disciplina social (1992, p.13), Apés a Segunda Grande Guerra, outras mobilizagdes nfo governamentais surgem, influenciando a educacio artistica e musical no Brasil. Algumas importantes que devem ser Gitadas sio os movimentos ‘Miisica Viva’, encabecado por Hans-Joachim Koellreuter, que defendia o lema: "combate pela musica que revela o eternamente novo, isto & por uma arte mmsical que seja a expressio seal da época e da sociedade", (MATEIRO, 2000, p.l), ¢ 0 movimento de Educacio Através da Arte’, idealizado por Herbert Edward Read, que estimulon, na década de 40, a cringio de varios cursos de arte-edncacio no pais (DIAS, 2010, p.95). A pritica do Canto Oxfednico estendeu-se nas escolas brasileizas até a década de 1960, ‘quando foi instituida a Educacio Musical, através da Lei Federal n° 4.024, de 20 de dezembro de 1961, resultado de ptineipios escolanovistas caleados na ideia do desenvolvimento expressive da crianga em sua individualidade buscando substituir os fundamentos do Canto Osfednica © da teoria musical pelas priticas sitmico-sonosas (SUBTIL, 2011, p.246), A partir de meados daqnela década, em deconréncia do modelo socioeconémico desenvolvimentista que comecava a se implantar no Brasil, pronuncia-se uma tendéncia tecnicista ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio na educacio brasileira, Nese momento histérico, como explana DIAS (idem), 0 golpe militar cxia condicdes para a implementacio do mercado de consumo ¢ a industrializacio sob a hegemonia norte americana. Nesta perspectiva, ¢ organizada a reforma da educacio brasileira com concepedes que afirmam os interesses da sociedade industiial que considera como funcio priorititia da escola o preparo técnico das aptidées para o trabalho e para o mercado consumidor. LAVAL (2004), ao analisar 0 contesto europen, critica que, nesta légica, os novos homens a formar sio os trabalhadores € 03 consumidores do futuro, e explana: “a industiializagio e a metcantilizacio da existéncia redefinem o homem, como um ser essencialmente econémico” (LAVAL, idem, p. 43). Nesse contesto © sob essa ideclogia, o autigo 7° da Lei Federal n° 5692/1971 trouse a Educacio Astistica para o cnsticulo escolar, estabelecendo a pritica da polivaléncia para as artes — ‘um professor sesponsivel por todas as reas artisticas. Esta experiéncia trouxe resultados problemiticos e nfo contzibuiu para o estabelecimento de uma proposta consistente para as Artes na educacio. Uma das consequéncias foi a superticializagio de contetidos artisticos na escola, ¢ outta foi o desaparecimento da Miisica na escola, jé que as Artes Plisticas estabeleceram-se como area hegeménica nos sistemas educacionais, em detrimento das outias manifestacdes astisticas. Assim, a falta do ensino da miisica na escola aumenton ainda mais 0 caviter elitista de acesso & educacio musical, passando esta a ser expetienciada por uma pequena paicela da popnlcio com condigées de pagar pelo ensino da miisica, como aponta BEYER (1993, apud MATEIRO, 2000, p. 2) A educacio musical tomou-se, entio, privilégio de uns poucos, pois a muioria das escolas brasileitas aboliu 0 ensino de miisica dos cursiculos escolates devido a fatores como a no obrigatoriedade da aula de misiea na grade cussiculas e a falta de profissionais da dea, somando-se a isso os valores ecultuais ¢ sociais que regem a sociedade brasileiza Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituiclo Federal, a qual respondeu, naquele momento, a muitos dos anseios sociais de um pais que havia recén saido de um periodo de regime militar. Na década de 1990 a mmundializacao do capital acartetou modificacio nas telacdes de trabalho e suscitou, como esteatégia politica e econdmica, a redefinicio do papel do Estado e de ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio todas as politicas por ele determinadas. O Brasil inicion, assim, seu proceso de reforma do Estado, alinhado as proposigées de cunho neoliberal. Esta reforma, como salienta DIAS (2010), objetivava disseminar a ideia de que os problemas das sociedades ocidentais nio decorrem do modelo capitalista, mas da acio ineficaz do Estado, e propagava que é preciso reformié-lo, legitimando as medidas neoliberais. Dentro desse posicionamento, as consequéncias das relagdes capitalistas sfio neutralizadas, pois o responsavel pela crise passa a ser a instituicdo estatal. papel do Estado, que antes inclufa politicas sociais e participava do mercado com suas empresas estatais, foi readequado em favor das necessidades do capital. A pastir da seforma, 0 Estado passa a exercer um novo papel. A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contesto da redefinigio do papel do Estado, que deisa de ser 0 responsivel diteto pelo desenvolvimento econdmico social pela via da producio de bens e servicos, para fortalecer-se tna fancio de promotor e segulador desse desenvolvimento (BRASIL, 1995, pd) E neste contexto histérico e politico que “se intensificaram as acées no sentido de ajustar as politicas educacionais ao processo de reforma do Estado brasileiro, em face das exigéncias colocadas pela reesteuturagio global da economia” (FONSECA, 2001, p.15), sendo homologada uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educacio (LDB), a Lei Federal n° 9.394, de dezembro de 1996, que estabelece reformas em todos os niveis de ensino no Brasil. A pastir da promulgacio deste documento, passa-se a identifiear a area por Arte e io mais por Edwasio Artstiea e estabelece-se o ensino de Arte como componente curricular obrigatério. “Efetivava-se assim 0 movimento iniciado nas décadas anteriores em prol da detiniclo da Arte como um campo de conhecimento com estatuto epistemolégico equivalente ao das outras éreas de conhecimento do cusriculo escolar”, pontna SUBTIL (2011, p.249). Entsetanto, ndo ha a indicacio de qnais aceas deveriam ser incorporadas neste ensino, nem que tipo de profissional deveria ser responsiivel pelo ensino das lingnagens artisticas (FIGUEIREDO, 2011, p. 6), Também na década de 1990 surgem os Parimetros Cusriculares Nacionais (PCN), documento distiibuido em dez volumes. O sesto volume, chamado "PCN — Artes", tem 0 objetivo de mostrar como e o que teabalhar em relagko as Artes nas escolas de ensino findamental. O texto deste documento, que seria 0 nosteador do trabalho educativo, apresenta ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio ftios problemas de fundamentagio © concepgio de arte © miisica, apontados ¢ discutidos por FONTERRADA (1998) e PENNA (2001). Com a predominancia de temas como globalizacio, sociedade do conhecimento, educacdo para as tecnologias e multicultualismo, desencadearam-se iniciativas em vitios setores a educacio visando um proceso de reforma estrutural da politica educacional do pais, buscando adequé-las a reclames do mercado nessa nova fase do capitalismo globalizado. E nessa fase que evidencia-se 0 discurso desenvolvido por Organizacées Internacionais, NESCO, a CEPAL, 0 BN como a U , 08 quais, por meio da sna assisténcia técnica, passaram a ptlotizar as séries iniciais da Edncacio Basica como fatores de desenvolvimento do capital humano na busca do desenvolvimento econémico das nagdes petiféticas, em especial da América Latina, Nos explana DIAS: A UNESCO defende a “edhucacio pata todlos”, edueacio essa qne esta pantada nnos contetidos minimos: ler, esesever e contar. OQ Banco Mundial conceitua a educacio como fitor sesponsivel pela reducio da pobreza ¢ pasa o. desenvolvimento econdmico ¢ do capital humano. A Cepal que, mesmo nfo sendo agéncia especializada na questio da educacio, diseute os mmos econdmicos e da educacio para a América Latina, visando 4 tansformacio produtiva dos paises da segito (2010, p.199). Sendo estabelecidos como ptioridade, entio, os contetidos minimos, ler, escrever & contar, os conteidos de artes, de maneira geral, e de mnisica, em especial, sio deixados em segundo plano, Esse movimento de estreitamento curricular apresenta-se niio somente no Brasil, mas também em outros paises como os Estados Unidos, como evidencia RAVITCH: “Os resultados dos testes em leitura ¢ matemitica se tornon tdo (...), eram as finicas matérias que importavam, porque exam as tinicas que contavam para a prestacio de contas” (2010, p.76). E ela prossegue explanando que a Educacio Amtistica também sotren naquele pais, pois em 2007, quando da organizacio do sistema de testes, foi eliminado um programa que destinava fundos especificos para a Educacio Artistica, e revela que em 2009, quase um tergo das escolas nem tinha professores de arte. Constata-se, através desta breve retomada histética sobre os caminhos da educacto mnsical, que ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio a legislacio brasileisa para 0 ensino de Artes, em especial da miisica, mio pode set explicada por si mesma, mas como resultante de um todo social nas suas determinagses politicas © econémicas, pois essa legislagio decorre das representacdes de uma sociedade mum perfodo histéxico, com significagdes € com aspectos ideolégicos do seu momento, expressando uma realidade social (IAS, 2010, p.16). Percebe-se que a legislaclo educacional estabelece, hd décadas, um espaco pata a arte, em snas diversas linguagens, nas escolas regulares de eduucacdo basics. Contudo, a garantia do ensino de Miisica custicular inesistia, ¢ foi a partir de um movimento setorial da sociedade civil organizada, como veremos a seguir, que snuge a Lei 11.769/08, sancionada em 18 de agosto de 2008, que altera a redaio da Lei n® 9.394/96, dispondo que “{..] a mmisica deverd sex contetido obrigatério, mas no exclusive, do componente cnsticnlac de que trata o §2° deste astigo” (BRASIL, 2008). 3.0 processo que culminou na sangio da lei 11.769/08 Na pritica, a Lei n? 11.769/2008 é representada em apenas uma linha, e stia fingio seria a de clasificar a ambiguidade do segundo paxigrafo do axtigo 26 da Lei n® 9394/1996, no qual a denominacio gesal “Ensino da Arte” favorecia que as escolas priotizassem as modalidades de sua preferéncia: “§ 20 O ensino da arte, especialmente em suas express6es regionais, constitnirs componente custicular obtigatétio nos diversos niveis da Educacio Bisica, de forma a promover © desenvolvimento cultural dos alunos” (BRASIL, 1996). E pertinente a afirmacio de SOBREIRA em defesa da importincia da pesquisa desta temitica: Embora possa parecer exagero fazer todo um trabalho de anilise de politica educacional em Funcio de apenas um pequeno aexéscimo 20 artigo n° 26 da anual LDB, afitmo 0 contuitio: tal insercio foi fruto da mobilizacio de um grupo advindo da sociedad, que com apoio findamental de misicos ¢ da atuagio da ABEM®, tomou possivel a modificacio do dispositivo legal (SOBREIRA, 2012, p.5). © proceso que culminou na sancio da Lei 11.679/08 foi desctito detalhadamente por PEREIRA (2010), que apresenta o relato histérico e documental de toda a trajetéria desde a sua génese até a sancio presidencial. Este pesquisador clarifica que as ideias a respeito desta Lei tiveram seu inicio em 2004, quando o Ministério da Cultura, por intermédio da FUNARTE, ja ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio vinha sinalizando, através da instalagio das Cémaras Setoriais para as Artes, sua disposigio de interlocucio junto A sociedade civil. Os miisicos deveriam se reunir em fémns estaduais ¢ nacionais “com o objetivo de acolher, nessas instincias de representacio da classe, as propostas de politicas ptiblicas para misica que, uma vez acordadas com representantes de outros elos da 3. ABEM — Associacio Brasileira de Educacio Musical cadeia produtiva da miisica, integrariam 0 futuro Plano Nacional de Cultura” (PEREIRA, 2010, pa Apés algumas dissensdes entre os membros do Férum de Miisicos do Rio de Janeiro, originon-se, em 2006, 0 NIM (Niicleo Independente de Miisicos), uma nova associacio informal separada do movimento proposto pelas CAmaras, constituida pasa estabelecer a interlocucio politica com o legislativo e para tratar das questdes da miisica, Este gmpo foi o etiador do GAP (Gmpo de Articulagio Parlamentar Pr6-Miisica), que fez a solicitagio de inchusto da Miisica na Subcomissio de Cinema, Teatro ¢ Comunicacio Social, de forma a estabelecer um espaco de diflogo e uma pauta politica para a nuisica no Senado, Aos 31 de maio de 2006 foi sealizada wma Andigncia Piiblica na Comissio de Educacéo, Cultura e Esportes do Senado, a fim de discutir a temitica. Esta foi precedida, no dia anterior, por um Seminésio denominado Mosca Brasileira ew Debate, cuja finalidade exa a de colocar a Misica no cento do debate nacional, mostiando que ela precisaria ter um espaco na agenda politica do Pais. O evento “conton com a participacio de mtisicos, compositores, educadores mmsicais, deputados e senadores, além de diversas entidades ligadas & misica” (SEBBEN; SUBTIL, 2012, p.321), os quais participaram de quatro mesas teméticas, enumeradas por PEREIRA (ide, p. 40): 1) Identidade e Inclusio Social; 2) Educacio Musical e Difusio; 3) ‘Miisica, economia e politica intemnacional; 4) O poder legislativo para a transformacio do setor € © poder do setor da nmisica pata a transformacao do individuo do Pais. Tendo sido inserida a Miisica na Subcomissio Permanente de Cinema, Teatro, Miisica ¢ Comunicacio Social, a subsequente agio do GAP foi a de encaminhar a Subcomissio Permanente de Educagio, Cultura e Esportes do Senado, “a convocagio de uma Audiéncia ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio Piblica destinada a debater questdes tributétias da inckistria musical brasileira” (PEREIRA, iden, p. 46), a qual foi zealizada em 12 de julho de 2006. Foi entio que © Senador Saturnino Braga “informou 4 audiéncia sobre a inten¢ao da Subcomissio em discutir a volta da educacao musical as escolas brasileiras” (PEREIRA, idem, p. 47). PEREIRA defende que a fala do Senador foi “a expresso do compromisso paiblico que a Comissio assumin em xelagio & discussio da volta da Educacio Musical as escolas”. (jbiden). A partir dai ficon decidido qne sesia feita uma segunda Andiéneia para disentix a questio da Educacio Musical, e a ABEM foi convidada para adetir 20 movimento. Deste ponto em diante, 0 GAP ction um Gmpo de Trabalho (GT) para estudar tema ¢ este gmupo passa a tratar apenas dos assuntos ligados & Educacio Musical. SOBREIRA (2012) ressalta que a questio da Educacio Musical foi ineluida na pauta, mas nfo era 0 foco principal, © que s6 veio 2 ocomter mais tarde, Ela postu ainda que os debates estavam, de inicio, ligados a assuntos mercadolégicos da Miisica. No decorrer de sua trajetéria, 0 foco mudou quando o anseio de alguns politicos gerou a preferéncia pelo assunto da Edneacio Musical, tendo sido esta causa acolhida dentro do gmpo que, inicialmente, priotizava outros aspectos. A pesquisadora também afirma que 0s educadoses musicais enteasam na campanha com © propésito de mudac © aspecto legal que ainda permitia aos Estados e Municipios sealizarem concursos visando um professor que trabalhasse com todas as feas attisticas, © chamado professor polivalente (SOBREIRA, 2012, 9.178). Foi nesta época em que foi elaborado o testo-base do Manifiste pela Implantagéio do Ensino de Miisica nas Escolas (ABEM, 2006), um documento que deu tespaldo politico as reivindicagdes ¢ defendia o ensino de Miisica como disciplina escolar, o qual foi divulgado em ambito nacional, tendo adesio de diversas entidades beasileizas € do estetior gue apoiam a misica, depoimentos de artistas e com mais de 11 mil assinaturas de estudantes, profissionais da dvea e divessos individuos da sociedade brasileira (SEBBEN; SUBTIL, 2012, p.322-323). Em 22 de novembro de 2006 ocosex a Audiéncia Priblica Conjunta para teatar exclnsivamente da tematica da Edueacio Musical. © GAP ficou incumbido, através de seu GT de Educacio Musical, da tarefa de propor a redacio do texto alterando a legislacio, o qual recebeu pequenas modificagées e seguiu pata votacio no Senado como PL 343/2006. Préximo de ser votado, descobrin-se que um projeto de redacio idéntica, inclusive na justificativa, proposto pela ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio Senadora Roseana Saney, o PL 330/2006, tetia priotidade de votagio por ter sido apresentado antes do projeto do Senador Saturnino Braga. O estranho foi a Senadora mca ter comparecido a nenhum dos encontros, Seminarios ou Audigncias Piiblicas que discutiram o assunto. Sendo assim, © projeto que tramitou no Senado, sendo aprovado por unanimidade no dia 4 de dezembro de 2007, “nio era, na verdade, aquele redigido em conjunto com a comunidade, apesar de tuazer texto idéntico” (SEBBEN; SUBTIL, ‘dem, p.324) préximo passo foi a tramitacio na Camara dos Deputados, onde o projeto foi recebido na Comissio de Educacio ¢ Cultura da Camara (CEC) como PL 2732/2008, sendo o Deputado Frank Aguiar (PTB-SP) designado relator. © GT, acteditando que o processo de tramitacio na Camara apresentaria mais dificuldades que no Senado, “coneluin pela necessidade de um aumento xponencial da visibilidade da campanha, que pudesse pressionar os Congressistas na CAmara a votarem pela aprovacio do Projeto de Lei” (PEREIRA, 2010, p.84), criando entio movimento Quero Educago Musical aa Escola, com 0 objetivo final de tornar 0 processo de tuamitacio da Lei conhecido e aceito pela populacio, gerando uma sesposta positiva da imprensa capaz de premer os congressistas. © movimento teve também o apoio do Senador Cristovam Buarque e do Ministro da Educacio, Fernando Haddad. Contdo, © processo seguia lento na Cimara porque o Depntado Frank Aguiar “pretendia que o Projeto de Lei contemplasse todos os miisicos priticos do pais, para que estes tivessem a oportunidade de lecionar nas escolas [..] Esta alteracio implicaria em wm ateaso incaleulivel na tramitacio do PL, que por s9z6es regimentais teria de retomar a0 Senado, ser novamente relatado e colocado em nova votacio” (PEREIRA, ie, p.93). Finalmente, em 21 de maio, 0 Deputado Federal Frank Aguiar apresentou o texto de selatoria do Projeto de Lei 2.732/2008, destacando que o mesmo teve iniciativa na sociedade civil, O texto foi aprovado na Cimara no dia 25 de junho de 2008, sancionado com veto a0 Artigo 2°. pelo Presidente da Reptiblica Luis Inacio Lula da Silva, tomnando-se a Lei de n° 11.769/2008, que foi publicada no Difitio Oficial da Unio aos 18 de agosto de 2008. (BRASIL, 2008) ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio © artigo 2°, que foi vetado, dispunha: “O ensino da Miisica ser ministiado por professores com formacio especifica na rea”. A razio do veto, encaminhada ao Senado Federal pela Presidéncia da Reptiblica a seguinte: [.] é necessétio que se tenha muita clareza sobre 0 que significa ‘formagio especifica na area’, Vale ressaltar que a miisica é uma pritica social ¢ que no Brasil existem diversos profissionais atuantes nessa area sem formacio académica on oficial em amisica e que sio reconhecidos nacionalmente. Esses, profissionais estatiam impossibilitados de ministrar tal contetido na maneira em que este dispositivo esti proposto. Adicionalmente, esta exigéncia vai além da definigio de uma ditettiz curricular e estabelece, sem precedentes, uma formacio especifica para a teansferéncia de um contetido. Note-se que nio hi qualquer exigéncia de formacio especifica para Matematica, Fisica, Biologia ete. Nem mesmo quando a Lei de Disetrizes e Bases da Educagio Nacional define conteiidos mais especificos como os relacionados a diferentes culturas ¢ etnias (act. 26, § 40) e de lingua esteangeita (ast. 26, § 50), ela estabelece qual seria a formacio minima daqueles que passariam a nlinistrar esses contetidas. Essas, Senho: Presidente, as cazdes que me levaram a vetar o dispositive acima mencionado do projeto em causa, as quais oca submeto a elevada apzeciagio dos Senhores Membsos do Congreso Necional (BRASIL, Mensagem a® 62/2008). © antigo vetado impedin 0 principal objetivo dos educadores mnsicais: a obrigatoriedade do profissional habilitado, ou seja, Licenciado em Miisica, para atuar no ensino de mitsica. SOBREIRA sublinha que “fica clara a existéncia de uma disputa a tespeito do tipo de profissional que deve ser qualificado para trabalhar com o ensino de Miisica nas escolas segulazes” (2012, p.8) ¢ também aponta que o veto representava uma tentativa de se abrir uma brecha legal para que as atilas de Miisica pudessem ser ministradas, nas escolas da Educacio Bisica, por profissionais no habilitados em cursos de Licenciatara, sob a argumentagio de que a ‘Miisica é uma pritica social e que os diversos profissionais atuantes na area no possuem formacio académica, embora tenham competéncia reconhecida. Tal pritica estaria em conifito com 0 Artigo 62 da LDB 96, que é claro no sentido de indicar que formacio docente para attar na Educacio Basica devers ser feita em nivel superior, nos cursos de Licenciatuta, ¢ reflete uma concep equivocada de que “para ensinar, basta tocar [que] ¢ comentemente tomada como verdade dento do modelo tradicional de ensino de miisica” (PENNA, 2007, p51). Contdo, FIGUEIREDO argumenta: ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio A nova lei nio defende a presenca do educador musical, assim como nio defende qualquer outra especificidade com relacio a0 professor das demais freas que compdem o curticulo escolar, Portanto, a nova lei deve ser entendida & luz da LDB de 1996, que indica claramente a obrigatoriedade de curso de licenciatura para aqueles que desejam ser professores da educagio bisica (2010, p19). PEREIRA aponta outra hipétese para o veto: a ‘hecessidade de flexibilizar as contratacdes de professores, como uma medida excepcional para fazer frente A demanda criada subitamente pela sancao da Lei” (2010, p.101) 4 Consideragoes finais, Muito ha que se discutir e analisar sobre as possibilidades e limitacdes da nova legislacio ‘que se impde; entretanto, a refetida lei pode ser uma abertura para a universalizagio do acesso 3 Edincacio Musical, enquanto bem cultural, a toda a populacio. Apés a promulgacio da Lei 11.769/08, as escolas de Educacio Bisica tinham 0 prazo de trés anos, expirado em agosto de 2011, para adaptarem-se As novas exigéncias legais. Nesse ‘tempo de implantacio, muitos educadores levantaram questionamentos, como 0s abordados por SOBREIRA: Seri que a obrigntoriedade secia benéfica 20 ensino da anisica? Que ontras concepcées musicals e pedagégicas poderiam nortear _parlamentares, profissionais da educagio e sociedade em geral na defesa do ensino da miisica? Com a implementacio da lei, ha disposi¢io para enftentar os embates? (2008, p. 49). PENNA denuncia, também, que a implantacio de leis é insuficiente para mudancas na realidade educacional, ¢ alesta: diante da realidade multifacetada dos contestos edhucacionais deste nosso pais de dimens6es continentais, sio mais eficazes e produtivas as ages que refletem, a5 possibilidades locais, do que atos legnis de alcance nacional, mas que correm © tisco de nao resultarem em efeitos palpiveis sobre a pratica pedagégica nas escolas. Pois acées da sociedade politica, “descoladas” da sociedad civil, podem ser simplesmente indeuas (2008, p. 63). Outros educadores, contudo, expdem a visio de um novo caminho que se descortina através da possibilidade de democratizagio do estudo da miisica, no com o intuito de formar ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio instrumentistas ou miisicos profissionais, ¢ sim, com o objetivo de promover a sensibilizacio das eriancas e adolescentes para a anisica, de ausiliar esiancas, adolescentes © jovens no processo de aproptiacio, teansmissio e ctiacdo de priticas anisico-cultucais como paste da construcio de sua cidadania, © objeto primeiro da educagio musical é facilitar 0 acesso multiplicidade de manifestacdes musicals da nossa cultura, bem como possibilitar a compreensio de manifestacdes mmsicais de culturas mais distantes. Além disso, o tmbalho com musica envolve a constiucio de identidades cultunis de nossas ciiangas, adolescentes ¢ jovens © 0 desenvolvimento de habilidades intespessoais (HENTSCHKE, 2003, p. 179) Compreendemos, assim, que os descaminhos da Educagio Musical Cutticular Brasileira t8m sido cansados por diferentes obsticulos qne perpassam a fornmlacio, a implantacio ¢ a efetiva implementagio da Legislacio. SUBTIL, falando sobre o ensino de Arte, postula: deve-se semeter esse campo A inaliensvel eelagio entre edueacio, totalidade social ¢ detesminantes econémicos, o que por sua vez reporta as selacoes de poder existentes na sociedade. Disso sesulta que tanto as priticas pedagégicas quanto os sistemas de ensino sio, em certa medida, seprodutores da dominacio de classe onde a cultura — por extensio a arte — historicamente tem configurado uma certa marca de distinezo (2011, p.242), Importa, entio, analisaumos e refletizmos sobre os determinantes histéricos, politicos e econémicos em que se configuia a insercio do ensino de Miisica na Educacéo Brasileiza, conhecendo que muito hé ainda a se discutir quanto aos progressos e limitagdes da nova legislacio que se impée, sabendo que leis e peopostas offciis nao tim © poder de, por si mesmas, opesns teansformacoes aa realidade cotidiana das salas de aula. No entanto, toraando- se objeto de xeflesio e questionamento, podem conteibuic para as discussoes necessixias ao aprimoramento de nossa: praticas; analisados e xeapropriades, podem, ainda, ser utilizados como base de propo: constzugio de altesnativas. (PENNA 2004, p.15) € compreendendo que urge refletirmos, especialmente, “como se constitui uma educacio musical ‘que realize as rupturas politicas, econémicas, culturais ¢ sociais necessitias para romper com a égica do capital?” (MULLER, 2005. p. 46). ISSN 1982-5935 Vol 7 N° 1 2013 I? edicio Referéncias AHMAD, Laila Azize Souto. Musica No Ensino Fundamental: A Lei 11.769/08 e a Situacio De Escolas Municipais De Santa Matia/RS. 1682, Dissertacio (Mestrado em Educacao) — UFSM, Santa Maria, 2011 ARROYO, Margarete. Politicas educaciomais, arte-educacio ¢ ecucacio musical: um estndo na cidade de Uberlandia, MG. In; ENCONTRO ANUAL Da ASSOCIACAO BRASILEIRA DE EDUCAGAO MUSICAL, 12., 2003, Florianépolis. Anais... Flotianépolis: ABEM, 2003. p. 586- 594. BRASIL. Decreto n° 19.851, de 11 de Abril de 1931, Rio de Janeiro, RJ, 1931 . Lei n® 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Brasilia, DF, 1961, - Lei n® 5.692, de 11 de agosto de 1971. Brasilia, DF, 1971. . 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