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O projeto de pesquisa Juventude, Educação e Campo Simbólico teve início em agosto de 2001 e está sendo desenvolvido no
Núcleo de Pesquisas em Educação (NUPE) da Universidade Católica de Goiás (UCG). É composto de dois subprojetos –- Juven-
tude, escola e família e Juventude, escola e trabalho –, desenvolvidos pelos professores Maria Teresa Canesin Guimarães (coor-
denadora), Adélia Araújo de S. Clímaco, Iolani Vasconcelos, Elza Guedes Chaves, Edna Mendonça O. de Queiroz, Angela D.
Baiocchi Vasconcelos e Maria Dalva Pereira e Andrade. Membros do grupo (as professoras Elza Guedes e Edna Mendonça O. de
Queiroz) coordenaram recentemente (de julho a novembro de 2001) pesquisa sobre o perfil da juventude goianiense financiada
pela Prefeitura Municipal de Goiânia.
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A pesquisa Juventude Goianiense, promovida pela Prefeitura Municipal de Goiânia nos meses de junho a novembro de 2001, trata
de temas como o perfil do jovem, o mundo do trabalho, educação, moradia, lazer, participação sociopolítica, interesses e expec-
tativas da juventude.
das contradições vêm marcando de forma família, a igreja e a escola como as insti-
acentuada as sociedades contempo- tuições da vida cotidiana mais importantes
râneas. Neste contexto, sabe-se, por vários dentre as 18 apresentadas no questionário.
indicadores, que a família vive um processo Os dados apresentados acima eviden-
intenso e rápido de mudanças. ciam o importante significado da família no
Essas transformações, ao atingir as processo de socialização e nas possíveis
várias dimensões da vida humana, têm pro- formas de subjetivação construídas pelos
duzido modificações no papel da família e jovens na sociedade contemporânea. As
da escola – agentes tradicionais de leituras teóricas e a realidade empírica
formação e socialização dos jovens –, inter- indicam questões da seguinte ordem: Qual
ferindo na relação que essas instituições o sentido da família na construção do ser
estabelecem na constituição de ser jovem, jovem (determinações de sexo, idade,
processo que se constrói com base nas identidade, autoridade, mecanismos de
condições objetivamente postas pela lógica submissão e resistência), considerando
de configuração das sociedades atuais. que há fortes indicativos de confiança nesta
Alguns autores, como Martins (2000), afir- instituição familiar? Qual o papel desem-
mam que, na sociedade contemporânea, a penhado pela família na formação da
marca da modernidade epidérmica que subjetividade do jovem, no que se refere à
domina a vida cotidiana pauta ações, ética do trabalho e à permanência no
condutas, gestos, modos de sentir e viver, espaço escolar?
como se a vida social pudesse ser destituída
de conteúdos, contradições e ambigüi- Juventude, escola e trabalho
dades. Vive-se em um mundo permeado por
informação, tecnologia e consumo, e a O mundo do trabalho tem apresentado
sociedade do espetáculo apresenta-se mudanças substanciais, decorrentes da
como capaz de combinar o inconciliável, o reestruturação produtiva e de novas formas
injustificável, de criar e recriar necessidades de gestão e organização do trabalho, que
ou carências fundamentais não-realizáveis. se assentam, particularmente, no acelerado
Nela tudo parece ser efêmero e transitório. processo tecnológico. Sendo o trabalho
É nesse contexto social que a educação uma atividade integradora e objetivadora
escolar e a família têm seus papéis nos da sociedade, as mudanças nas condições
processos formativos da juventude e no modo de realizá-lo estendem-se para
ressignificados, e os jovens, por sua vez, as relações dos trabalhadores entre si, com
aparecem como categoria de estudo que os empregadores e, especialmente, para a
merece investigações mais acuradas. sua formação e preparação.
Nesse novo cenário, projetam-se exigên- A dinâmica intrínseca do momento
cias para a escola e a família, pois novos histórico atual tem suscitado um perma-
conceitos e valores emergem, desafiando nente processo de ressignificação das
o processo de formação dos jovens. condições objetivas e subjetivas da vida
Informações relevantes sobre as cotidiana do homem, materializando-se em
condições familiares da juventude goia- novas formas diferenciadas de socia-
niense foram obtidas através da referida bilidade, que permeiam as relações nas
pesquisa realizada em Goiânia. Sabe-se diversas dimensões sociais, situação que
que 77,1% dos jovens pesquisados demanda uma análise criteriosa acerca das
residem com os pais e outros 14,6%, com condições próprias da constituição do ser
parentes. A maioria – 73,3% – habita casas jovem em suas relações com o trabalho.
com quatro ou mais pessoas e a renda Essas relações parecem situar a escola
familiar média situa-se em torno de três como um elemento de fundamental impor-
salários mínimos. 82% deles são solteiros tância para a formação do jovem.
e 18% mantêm relações conjugais, sendo Em relação ao trabalho, os dados da
que 29,8% têm filhos e, destes, 24,8% têm pesquisa Juventude Goianiense revelam
até dois filhos. Os jovens apontam, ainda, a que 48,1% dos jovens entrevistados
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propósito de realizar uma pesquisa quan- que a mãe é solteira e principal provedora;
titativa que permita construir um perfil carac- família nuclear tradicional. Os jovens serão
terizador dos jovens alunos (a amostra foi também selecionados pela condição de
constituída por 514 jovens). trabalho: os que mantêm qualquer tipo de
Numa segunda etapa serão selecio- atividade de trabalho e os que estão
nados para entrevistas jovens da amostra plenamente desempregados. Conforme a
originários de diferentes tipos de família: qualidade das informações obtidas nas
família em que os jovens são provedores e entrevistas, buscar-se-á construir as histó-
sustentam os pais; família em que os jovens rias de vida de alguns desses jovens.
constituíram diferentes relações conjugais; A pesquisa iniciou-se em agosto de
família composta de aglomerados indepen- 2001 e tem previsão de conclusão em
dentes dos laços sangüíneos; família em fevereiro de 2004.
Referências bibliográficas
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