GERARD VERGNAUD
No campo do ensino da Matemática, poucos nomes são tão respeitados quanto o de Gérard Vergnaud. Aos 75
anos de idade e depois de orientar mais de 80 teses de mestrado e doutorado, ele continua trabalhando como
diretor emérito de estudos do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em francês), em Paris.
Formado em Psicologia, fez a própria tese de doutoramento com ninguém menos que Jean Piaget. O título era “A
Resposta Instrumental como Resolução de Problemas”. Pura teoria, lembra Vergnaud. De lá para cá, passou a se
dedicar cada vez mais aos aspectos práticos - a didática da disciplina. Sua descoberta mais importante é a
chamada Teoria dos Campos Conceituais, que ajuda a entender como as crianças constroem os conhecimentos
matemáticos. "Infelizmente, na Educação, não temos o hábito de levar o resultado das pesquisas para dentro da
sala de aula, como fazem regularmente médicos e outros cientistas, e isso é uma perda muito grande para nós",
diz. Em outubro, ele vem a São Paulo a convite da Fundação Victor Civita para falar sobre seus estudos durante a
Semana de Educação. Saiba mais por que é tão importante conhecer os processos de aprendizagem dos alunos
na entrevista a seguir, concedida no fim de abril, quando Vergnaud esteve na capital gaúcha para prestar
consultoria a professores locais. (Nova Escola, 1/9/2008)
A estrutura multiplicativa sob a ótica dos
campos conceituais: uma visão do ponto de
vista da aprendizagem.
Magina; Merlini; Santos, 2012
Introdução
OBJETIVOS
Aprendizagem Ensino
O conhecimento emerge a
partir da resolução de
problemas, isto é, a partir da
ação do sujeito sobre a
situação. (Vergnaud, 1991,
1994, 1996)
[...] para a formação de um conceito é necessário interagir com ele numa diversidade de situações. Por outro lado,
uma situação, por mais simples que ela se apresente, envolve vários conceitos. (Vergnaud, 1983, 1988, 1994, 1998)
CAMPO CONCEITUAL
[...] conjunto de problemas ou situações, cuja análise e tratamento requer vários tipos de conceitos,
procedimentos ou representações simbólicas, os quais encontram-se em estreita conexão uns com os outros.
(2012, p. 3)
Magina e Campos (2004) afirmam que para tornar o ensino da matemática nas séries iniciais efetivo é preciso que
o estudante identifique e se aproprie dos invariantes existentes no conceito de número e das quatro operações
básicas. Para que isso ocorra, o professor, enquanto mediador entre o conhecimento matemático e o estudante,
deve estar atento para o que, como, quando e porque ensinar um dado conteúdo. (2012, p. 4)
Uma parada para mergulhar na
teoria...
[...] conjunto de problemas ou situações, cuja análise e tratamento requer vários tipos de
conceitos, procedimentos ou representações simbólicas, os quais encontram-se em estreita
conexão uns com os outros. (2012, p. 3)
Antes de avançarmos no texto de Magina, vamos fazer uma parada e conhecer um pouco mais
sobre essas ideias.
Uma parada para mergulhar na
teoria...
[...] conjunto de problemas ou situações, cuja análise e tratamento requer vários tipos de conceitos,
procedimentos ou representações simbólicas, os quais encontram-se em estreita conexão uns com
os outros. (2012, p. 3)
Criando problemas de estrutura
multiplicativa
A teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud,
o ensino de Ciências e a pesquisa nesta área.
Moreira, 2002, p. 7-29
Introdução
• Amplia e redireciona o foco piagetiano das operações lógicas gerais, das estruturas gerais do pensamento para o
estudo do funcionamento cognitivo do “sujeito-em-situação”.
• Toma como referência o próprio conteúdo do conhecimento e a análise conceitual do domínio desse conhecimento.
Introdução
• Amplia e redireciona o foco piagetiano das operações lógicas gerais, das estruturas gerais do pensamento para o
estudo do funcionamento cognitivo do “sujeito-em-situação”.
• Toma como referência o próprio conteúdo do conhecimento e a análise conceitual do domínio desse conhecimento.
• Não percebeu o infrutífero que é tentar reduzir a complexidade conceitual, progressivamente dominada pelas
crianças, a algum tipo de complexidade lógica geral.
• Seus estudos foram importantes para a educação, entretanto, não trabalhou dentro de sala de aula ensinando
matemática.
• As ideias de adaptação, desequilibração e reequilibração como pedras angulares, mas em especial, o conceito de
esquema.
Introdução
• Amplia e redireciona o foco piagetiano das operações lógicas gerais, das estruturas gerais do pensamento para o
estudo do funcionamento cognitivo do “sujeito-em-situação”.
• Toma como referência o próprio conteúdo do conhecimento e a análise conceitual do domínio desse conhecimento.
• Não percebeu o infrutífero que é tentar reduzir a complexidade conceitual, progressivamente dominada pelas
crianças, a algum tipo de complexidade lógica geral.
• Seus estudos foram importantes para a educação, entretanto, não trabalhou dentro de sala de aula ensinando
matemática.
• As ideias de adaptação, desequilibração e reequilibração como pedras angulares, mas em especial, o conceito de
esquema.
• Interação social, linguagem e simbolização no progressivo domínio de um campo conceitual pelos alunos.
• A tarefa mais difícil é a de prover oportunidades aos alunos para que desenvolvam seus esquemas na zona de
desenvolvimento proximal.
Introdução
O conhecimento está organizado em campos conceituais cujo domínio, por parte do sujeito, ocorre em um largo período de
tempo, através de experiência, maturidade e aprendizagem. (1982, p. 40)
Introdução
O conhecimento está organizado em campos conceituais cujo domínio, por parte do sujeito, ocorre em um largo período de
tempo, através de experiência, maturidade e aprendizagem. (1982, p. 40)
Problemas
Operações
de Situações
pensamento
CAMPO
CONCEITUAL
Conjunto
informal e
heterogêneo
Conteúdos de... Conceitos
Estruturas Relações
Introdução
O conhecimento está organizado em campos conceituais cujo domínio, por parte do sujeito, ocorre em um largo período de
tempo, através de experiência, maturidade e aprendizagem. (1982, p. 40)
Problemas
Estruturas Relações
Introdução
[...] deve-se dar toda a atenção aos aspectos conceituais dos esquemas e à análise conceitual das situações para as quais
as estudantes desenvolvem seus esquemas, na escola ou fora dela. (1994, p. 58)
Introdução
Não é, no entanto, uma teoria de ensino de conceitos explícitos e formalizados. Trata-se de uma teoria psicológica do
processo de conceitualização do real que permite localizar e estudar continuidades e rupturas entre conhecimentos do
ponto de vista de seu conteúdo conceitual. (1990, p. 133)
Introdução
Não é, no entanto, uma teoria de ensino de conceitos explícitos e formalizados. Trata-se de uma teoria psicológica do
processo de conceitualização do real que permite localizar e estudar continuidades e rupturas entre conhecimentos do
ponto de vista de seu conteúdo conceitual. (1990, p. 133)
[...] qualquer reducionismo é perigoso na medida em que a conceitualização do real é específica de conteúdo e não pode
ser reduzida nem às operações lógicas gerais, nem às operações puramente linguísticas, nem à reprodução social, nem à
emergência de estruturas inatas, nem, enfim, ao modelo do processamento da informação. (1983a, p. 392)
Introdução
Não é, no entanto, uma teoria de ensino de conceitos explícitos e formalizados. Trata-se de uma teoria psicológica do
processo de conceitualização do real que permite localizar e estudar continuidades e rupturas entre conhecimentos do
ponto de vista de seu conteúdo conceitual. (1990, p. 133)
[...] qualquer reducionismo é perigoso na medida em que a conceitualização do real é específica de conteúdo e não pode
ser reduzida nem às operações lógicas gerais, nem às operações puramente linguísticas, nem à reprodução social, nem à
emergência de estruturas inatas, nem, enfim, ao modelo do processamento da informação. (1983a, p. 392)
[...] envolve a complexidade decorrente da necessidade de abarcar em uma única perspectiva teórica todo o
desenvolvimento de situações progressivamente dominadas, dos conceitos e teoremas necessários para operar
eficientemente nessas situações, e das palavras e símbolos que podem representar eficazmente esses conceitos e
operações para os estudantes, dependendo de seus níveis cognitivos. (1994, p. 43)
Introdução
Situação
Conceito Esquema
CONCEITO
Conceito e situação
CONCEITO
Conceito e situação
Tarefas
vividas
(variedade
CONCEITO
& história)
Conceito e situação
Tarefas
vividas
(variedade
CONCEITO
& história)
Conceito e situação
Tarefas
vividas
(variedade
CONCEITO
& história)
Conceito e situação
Objetos
Propriedades
Relações Conjunto de invariantes sobre
os quais repousa a
operacionalidade do conceito
Tarefas
vividas
(variedade
CONCEITO
& história)
Conceito e situação
Objetos
Propriedades
Relações Conjunto de invariantes sobre
os quais repousa a
operacionalidade do conceito
Tarefas
vividas
(variedade
CONCEITO
& história)
Conceito e situação
Objetos
Propriedades
Relações Conjunto de invariantes sobre
os quais repousa a
operacionalidade do conceito
Tarefas Linguagem
vividas
(variedade
CONCEITO natural
Gráficos
& história) Diagramas
Sentenças
formais
Conceito e situação
Objetos
Propriedades
Relações Conjunto de invariantes sobre
os quais repousa a
operacionalidade do conceito
Tarefas Linguagem
vividas
(variedade
CONCEITO natural
Gráficos
& história) Diagramas
Sentenças
formais