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ÍNDICE
RESUMO...................................................................................................................................3
LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................................4
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................5
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................6
OBJETIVOS..............................................................................................................................7
OBJECTIVOS GERAIS.........................................................................................................7
OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................7
CARACTERISTICAS FÍSICAS DOS MATERIAIS ENSILADOS........................................7
ESCOLHA DAS AMOSTRAS..................................................................................................8
ESTADO DE TENSÃO DO PRODUTO DENTRO DE UM SILO.........................................8
FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E DE FLUXO............8
PESO ESPECÍFICO...............................................................................................................9
COMPACTAÇÃO.................................................................................................................9
COMPRESSIBILIDADE.......................................................................................................9
ÂNGULO DE REPOUSO....................................................................................................10
DEGRADAÇÃO..................................................................................................................10
CORROSÃO........................................................................................................................11
ABRASÃO...........................................................................................................................11
ENSAIO DE CISALHAMENTO DE JENIKE.......................................................................12
FLUXO EM SILOS.................................................................................................................13
TIPOS DE TREMONHA.........................................................................................................14
TIPOS DE FLUXO EM SILOS...............................................................................................15
EUROCODE (Comité Europeu de Normalização)..................................................................18
CLASSIFICAÇÃO DOS SILOS.............................................................................................18
CLASSE ESTRUTURAL........................................................................................................19
PROPRIEDADES DOS PRODUTOS ARMAZENADOS SEGUNDO BS EN 1991-...........19
4, 2006......................................................................................................................................19
AÇÃO DO VENTO EM SILOS..............................................................................................21
AÇÕES EM SILOS..................................................................................................................21
COMBINAÇÕES DE ACÇÕES..............................................................................................22
COBERTURA DE SILOS (TELHADOS)..............................................................................23
METODOLOGIA....................................................................................................................23
CARACTERÍSTICAS DO SILO.............................................................................................24
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DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES DA SOJA.........................................................26


PRESSÕES DEVIDO AO PRODUTO ARMAZENADO......................................................26
SOBRECARGA LOCAL DE CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO...................27
CARGAS E COMBINAÇÕES APLICADAS.........................................................................27
DIMENSIONAMENTO DO CORPO.....................................................................................27
CONCLUSÃO.........................................................................................................................29
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................30
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RESUMO

Neste trabalho apresenta-se um conteúdo sobre silos metálicos, que são estruturas construidas
em aço e destinadas ao armazenamento de grãos. Consiste em um compacto estudo sobre o
comportamento dessas estruturas quando carregadas com as acções de grãos, e com ações do
vento. Seguindo com base em normas estrangeiras mais utilizadas pelos projetistas.
O dimensionamento de um silo metálico com fundo plano para o armazenamento de cereais,
é um tema relativo ao trabalho de Conclusão de Curso (Ensino Técnico Médio) – Instituto
técnico de Moçambique. Neste trabalho apresenta-se um conteúdo sobre silos metálicos, que
são estruturas construídas em aço e destinadas ao armazenamento de grãos. Consiste em um
compacto estudo sobre o comportamento dessas estruturas quando carregadas com as ações
de grãos, e com ações do vento. Seguindo com base em normas ISO,GOST,AMST e ABNT
mais utilizadas pelos projetistas, neste caso pretende-se fazer dimensionamento de um silo de
fundo plano com capacidade máxima de carregamento de 1490 toneladas de cereais - soja, e
fica situado na Zona portuária da cidade da Matola, informação utilizada para acções
protecção contra a corrosão. Para essas combinações de ações, houve um caso crítico, e para
esse resultado, um cálculo de dimensionamento foi feito, os esforços solicitantes de
componentes como chapas e parafusos são encontrados para o corpo do silo, e materiais são
selecionados para atender esses esforços.
Palavras-chave: Grãos; Dimensionamento; Silo metálico.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ensaio de cisalhamento do produto, Jenike Shear Cell.........................................13


Figura 2 – Ensaio de cisalhamento do produto com a superfície confinante, Jenike Shear
Tester.......................................................................................................................................13
Figura 3 – Tipo de tremonha ..................................................................................................14
Figura 4 – Tipo de fluxo..........................................................................................................17
Figura 5 - Efeito da esbeltez no fluxo......................................................................................18
Figura 6 – Esquemático das principais acções em silo cilíndrico de fundo plano...................22
Figura 7 - Tipos de coberturas de silos.....................................................................................23
Figura 8 - Características do silo..............................................................................................25
5

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição das classes............................................................................................19


Tabela 2 - Valores médios para as propriedades.................................................................. 20
Tabela 3 - Valores de propriedades dos sólidos a se considerar.)..........................................21
Tabela 4 Valores dos fatores de combinação Ψ 0 e de redução Ψ 1 e Ψ 2 para ações
variáveis.................................................................................................................................22
Tabela 5 - Valores dos coeficientes de ponderação das acções.............................................23
Tabela 6 - Valores de propriedades dos sólidos a se considerar............................................26
Tabela 7 - Pressões de carregamento e descarregamento .....................................................27
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, as atividades do setor agrícola vêm crescendo significativamente em
moçambique. Porém, a falta de capacidade de armazenamento de cereais como soja, milho e
trigo tem prejudicado a comercialização dos produtos e reduzido os ganhos do setor. Uma
forma de minimizar os problemas encontrados é utilização de silos metálicos em farmas e
entrepostos de cooperativas industriais. Segundo a definição de Calil Junior e Cheung (2007),
silo é uma construção destinada a armazenar e conservar qualquer produto industrial ou
agrícola. Os silos podem ser ou não equipados com sistemas de aeração e geralmente
possuem forma cilíndrica apresentando condições que contribuem com a preservação da
qualidade do produto durante longos períodos de armazenagem. Existem silos de vários
modelos e tamanhos, podendo ser elevados ou de fundo plano, dependendo da relação entre
altura e diâmetro (DEVILLA, 2004).
Silo é um reservatório fechado utilizado para o armazenamento de materiais a granel que
podem ser líquidos ou sólidos. Os silos destinados ao armazenamento de grãos são
denominados graneleiros, podem ser depositados de forma livre, ou ensacados, são
empregados a fim de se manter as propriedades de grãos, mantendo assim o granel a
temperaturas e condições ideais que são determinadas para cada tipo de produto. Com a
utilização destas construções confinantes, um produto pode ficar confinado por um longo
período de tempo sem que perca suas características iniciais, e seus nutrientes grande parcela
do Produto interno bruto (PIB) é oriunda diretamente, e indiretamente da agricultura, muitos
fatores justificam investimentos e estudos neste ramo. A estimativa de acordo com o
crescimento da produção no país, somando ao deficit estático leva ao cálculo que milhões de
toneladas serão produzidas aproximadamente e não haverá local para armazenagem ideal
desses. Já sabendo que milhões de toneladas ficam a céu aberto em diversas regiões do país, e
com essa falta de armazenário apropriado ou a falta do mesmo, ocasionamos a perda de
muitos investimentos que por outros olhos, nos mostram que são investimentos que não são
convertidos em sua totalidade, fatores relacionados são:

 Tecnologia de insumos desperdiçada;


 Má qualidade dos mesmos;
 Custos com frete no caso de épocas de safra;
 Impossibilidade de negociação, gerando custo inferior do produto;

 Detalhar os materiais a serem utilizados.


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OBJETIVOS

OBJECTIVOS GERAIS
 Objetivo geral Com objetivo geral, o dimensionamento de um silo metálico para uma
grande capacidade de armazenamento de grãos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Dimensionar as pressões de produto no corpo de acordo com (BS EN 1991-4, 2006),
sendo ele com uma capacidade 1490 toneladas de cereais;
 Desenhar e carregar o confinante com suas principais ações;
 Calcular os esforços para os principais componentes.

CARACTERISTICAS FÍSICAS DOS MATERIAIS ENSILADOS


A determinação das propriedades do material a ser armazenado segundo (CALIL Jr;
CHEUNG, 2007) é o primeiro passo a se considerar em um projeto de fluxo e estrutural em
um silo, e deve ser realizada levando em consideração as condições mais severas que podem
vir a acontecer, a fim de sempre prever o pior a ser detalhado. Mundialmente, o equipamento
mais utilizado para essas determinações é o aparelho de cisalhamento de translação
conhecido internacionalmente por "Jenike Shear Cell". Parâmetros levados em considerações:
• Peso específico (kN/m3 ) (γ)
• Granulometria (mm) (dmáx e dmin)
• Ângulo de repouso do produto (◦) (φr)
• Ângulo estático de atrito de interno (◦) (φi)
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• Efetivo Ângulo de atrito interno (◦) (φe)


• Ângulo cinemático de atrito entre o produto e materiais da parede (◦) (φw)
• Função Fluxo instantânea (FF)
• Fator fluxo tremonha (ff)

ESCOLHA DAS AMOSTRAS


A escolha das amostras para ser realizado o teste deve levar em consideração os extremos
do produto a ser armazenado, as propriedades do grão influenciam no fluxo de
descarregamento e na pressão exercida internamente, cada teste em diferentes amostras
devem ser reproduzidos seguindo como base os itens a seguir:
• Umidade máxima e mínima;
• Dimensões médias das partículas grandes e pequenas;
• Variação de tamanho da partícula com o tempo;
• Amostras frescas e armazenadas com o tempo máximo esperado dentro do silo;
• Outras condições influentes na coesão e propriedades de fluxo. Em projetos que se
desconheça as propriedades ideias do material a ser armazenado, deve ser consultado o
projetista/construtor, também um especialista para resolver as dificuldades encontradas, a
escolha do material deve ser correta para a medição dos parâmetros que influenciam no
funcionamento ideal do silo, fluxo e armazenamento.

ESTADO DE TENSÃO DO PRODUTO DENTRO DE UM SILO

A transmissão de pressões criadas dentro de um silo depende do material do produto, fluidos


e sólidos transmitem pressões de formas diferentes. Em fluidos a pressão em qualquer ponto
é igual em todas as direções, e os mesmos não apresentam cisalhamento. Os materiais
granulares são chamados de semi fluidos, eles não se comportam como sólidos e nem como
fluidos, são compressíveis de acordo com as características do material a granel e outros
fatores. No ponto A como mostra a figura a seguir, as tensões principais exercidas no grão
são tangencias e normais. No ponto B onde o produto esta em contato com a parede do silo,
existe um ângulo de atrito com a parede φw onde uma força de atrito é exercida no produto,
diferenciando as pressões atuantes (CALIL Jr; CHEUNG, 2007)

FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E DE FLUXO

Existem diversos fatores que influenciam na qualidade do armazenamento do produto, na


pressão e no fluxo de descarga segundo (CALIL Jr; CHEUNG, 2007). Os principais fatores
abordados são:
• Peso específico;
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• Compactação;
• Compressibilidade;
• Tamanho das partículas;
• Ângulo de repouso;
• Degradação;
• Corrosão;
• Abrasão
PESO ESPECÍFICO
Peso específico (CALIL Jr; CHEUNG, 2007) O peso específico é afetado pelo nível de
tensão atuante no ponto, ele depende do grau de compactação do produto, se a compactação
do produto for alta através de impacto, teremos um peso específico em função desta
compressibilidade. O peso específico de trabalho é utilizado para as determinações de taxas
de enchimento e descarregamento em um silo (γw), calculado em quilogramas por metro
cúbico. • Peso específico areado (kg/m3 ) (γa) : Determinação da capacidade do silo e da
tremonha; • Peso específico compactado (kg/m3 ) (γc) : Determinação da taxa de
carregamento. γw = (γc − γa) 2 γc + γa (1)
COMPACTAÇÃO
Compactação Processo pelo qual a densidade do produto é aumentada através do impacto,
rolagem, vibração e pressão vertical. Muito importante pois possui influência direta no fluxo
e nas pressões em um silo (CALIL Jr; CHEUNG, 2007).
COMPRESSIBILIDADE
A compressibilidade é uma medida da variação do volume do material armazenado causado
pelas mudanças de tensões atuantes. O coeficiente de compressibilidade (consolidação) é
definido como Cc :
O coeficiente fornece uma caracterização da qualidade do fluxo, alguns fatores como
granulometria, umidade, densidade, tempo confinado e resistência individual dos grãos
afetam neste coeficiente. A tabela 1 classifica o fluxo, relacionando com o coeficiente obtido.
Tabela 1: Efeito da compressibilidade no fluxo do material. Coeficiente de compressibilidade
Classe do material sólido Fluxo De 0,05 a 0,15 Granular de fluxo livre Excelente 0,15 a 0,18
Fluxo livre, granular em pó Bom 0,18 a 0,22 Fluido, granular em pó Razoável 0,22 a 0,28 Pó
com grande fluidez Apertado 0,28 a 0,33 Fluido, Pó coesivo Difícil 0,33 a 0,38 Pó coesivo
Muito difícil> 0,38 Pó muito coesivo Extremamente difícil Fonte: (LEITE, 2008) adaptado.
Produtos com o coeficiente de compressibilidade baixa podem formar arcos coesivos na hora
do descarregamento, impedindo o fluxo do mesmo, somente com uma pequena parcela de
energia (ação), e ou agitação este arco é quebrado e inicia-se o fluxo, este fenômeno
denomina-se como ”hanging up” por (GAYLORD; GAYLORD, 1984). 2.6.4 Tamanho das
partículas Materiais granulares geralmente não são coesivos, e são de fluxo livre, materiais
pulverulentos apresentam as características de dificuldade no fluxo, por serem coesivos sob
10

pressão os mesmos se deformam e criam arcos na descarga. Fatores que contribuem para a
coesão é a presença de pó, umidade, tempo entre outros, os ensaios granulométricos e de
compressibilidade definem sobre a coesão do produto. O procedimento da granulometria
consiste em peneirar a amostra e o obter as informações como Módulo de finura,
uniformidade e diâmetro médio das partículas, 21 segundo (CALIL Jr, 1984-1985 apud
CHEUNG, 2007) o ensaio de granulometria pode ser utilizado para a classificação do produto
quanto a coesão e fluxo. A tabela 2 classifica o fluxo de acordo com o diâmetro. Tabela 2:
Classificação de acordo com tamanho das partículas. Diâmetro das partículas (mm)
Classificação D > 0,42 Granulares 0,42 < D < 0,149 Pulverulentos coesivos 0,149 < D <
0,079 Pulverulentos coesivos finos D < 0,079 Pulverulentos coesivos extra finos Fonte:
(CALIL Jr, 1984-1985 apud CHEUNG, 2007).

ÂNGULO DE REPOUSO
O ângulo de repouso do produto (φr) é o ângulo formado quando a partícula cai verticalmente
em queda livre até uma superfície horizontal, então forma-se uma espécie de volume onde o
material é empilhado sem cair, nesse ponto o material está a beira do deslizamento. O ângulo
entre a superfície do produto formada e a horizontal pode variar de 0◦ até 90◦ como mostra a
figura a seguir, e é chamado ângulo de repouso, o mesmo pode inferir sobre o ângulo de
atrito interno e o fluxo de material.
Figura 2: Determinação do ângulo de repouso.
Fonte: adaptado de (MESQUITA FILHO, 2015). A rugosidade da superfície e a altura de
queda livre são fatores influentes na determinação do mesmo, e devem ser seguidas por
procedimentos padrões (CALIL Jr; 22 CHEUNG, 2007). A literatura recomenda que a
superfície seja bastante rugosa e que a altura de queda livre esteja entre φ partícula> H> 10
cm para verificações. Para a maior parte dos sólidos de fluxo livre onde se tem pequenas
faixas de φ partícula, o ângulo de atrito interno é igual ao de repouso e pode ser utilizado para
verificações preliminares, A tabela 3 mostra o fluxo e tipo de produto correlacionando com o
ângulo. Tabela 3: Fluxo dos produtos armazenáveis correlacionados com (φr). Ângulo de
repouso (φr) Produto Fluxo 25 a 30 Produto granular Fluxo livre 30 a 38 Produto granular
Fluxo fácil 38 a 45 Produto pulverulento Instabilidade no tipo de fluxo 45 a 55 Pós coesivos
Podem requerer equipamentos 55 a 70 Pós muito coesivos Requerem equipamentos especiais
Fonte: (GAYLORD; GAYLORD, 1984 apud BATISTA, 2009) e adaptado.
DEGRADAÇÃO
A degradação ocorre de diversas maneiras, as mais comuns ocorrem no carregamento
(enchimento), embora no esvaziamento também ocorra degradação do material, desta forma
grãos mais frágeis podem se quebrar e reduzir o tamanho. O resultado é devido ao impacto de
queda livre do material, agitação ou atrito entre os mesmos (MILANI, 1993). Os grãos
possuem uma camada fina protetora que podem vir a se romper com impacto ou outros, assim
fazendo com que o grão perca sua proteção natural, prejudicando a qualidade do mesmo. O
controle de temperatura do grão é essencial para que o mesmo se mantenha com suas
11

propriedades até o fim de seu armazenamento dentro de um silo, sistemas de termometria são
utilizados para este controle. Outro fator que resulta em uma degradação acentuada do
produto é a umidade, que se não for controlada resulta em um aparecimento de fungos e
bactérias (CALIL Jr; CHEUNG, 2007). Diversos fatores são importantes no estudo da
degradação do material, alguns parâmetros como o tempo de armazenamento, propriedades
do produto e controle de pragas são essenciais para prever a degradação de cada tipo de
produto a ser armazenado, pois cada material apresenta suas características. 23
CORROSÃO
Certos produtos atacam quimicamente as superfícies confinantes com os quais estão em
contato, a corrosão na superfície altera as propriedades do material confinante e pode
ocasionar falhas não previstas se o cuidado necessário não for tomado. O PH é um indicativo
a ser verificado, PH’S entre 1 a 6 são ácidos, o valor 7 indica um produto neutro, e de 8 a 14
alcalinos, esses valores são verificados inicialmente, porém vale ressaltar que devido a
umidade residual existe a possibilidade do desenvolvimento de fungos e bactérias, com
potencial de geração de elementos tóxicos e liberação de calor não prevista, em alguns casos
específicos também em produtos com PH neutro (CALIL Jr; CHEUNG, 2007). Muitos dos
ácidos são gerados com as variações de temperatura dentro de um confinamento,
principalmente na fermentação, isso ocorre de forma rápida quando existe umidade,
produzindo ácidos com alto potencial de corrosão até mesmo em chapas zincadas. Por estes e
outros fatores que uma ventilação é necessária em um silo, para manter-se um produto seco e
o mais próximo possível de suas características ideias em seu armazenamento, assim
prolongando o tempo de confinamento em seu máximo e mantendo os nutrientes do produto,
também prolongando a vida útil do silo, e o tempo de intervalo de manutenção do mesmo.
ABRASÃO
O desgaste abrasivo é um fator preocupante na vida útil de um silo metálico, como o mesmo
sempre trabalha com fluxos sendo de enchimento e esvaziamento, esses provocam uma
remoção de material na superfície da parede e também no fundo de um silo ao decorrer do
tempo, principalmente se o material a ser armazenado for um material com alta dureza. A
manutenção preventiva do silo é necessária para obter informações ao transcorrer do tempo
sobre as propriedades das superfícies. (CALIL Jr; CHEUNG, 2007) A abrasão varia com a
forma da partícula, dureza, tamanho e densidade, estas são característica que definem um
material sendo mais abrasivo que outro em determinada superfície. A principal característica
medida para um desgaste abrasivo é a dureza do produto, um material mais duro que outro é
capaz de riscá-lo, ou seja, retirar material da superfície menos dura. Ferro e aço estão na faixa
de 4 a 8,5 na escala Mohs dependendo de sua fabricação e tratamento térmico. Portanto sobre
o produto a ser armazenado, é necessário conhecer as propriedades citadas para precaver e
utilizar os materiais ideias no conjunto do confinante e 24 evitar desgastes abrasivos.
12

ENSAIO DE CISALHAMENTO DE JENIKE

Jenike, observando o avanço da mecânica dos sólidos em 1952, estudou a aplicação de testes
realizados na mecânica dos solos (aparelho triaxial, aparelho de cisalhamento direto e
aparelho de cisalhamento anelar) para a verificação das propriedades do produto (MILANI,
1993).
Como os aparelhos utilizados por Jenike não apresentaram dados satisfatórios e condizentes
com as especificações e informações necessárias, Jenike desenvolveu um método juntamento
com um aparelho que foi denominado de "Jenike Shear Cell", aproximadamente no ano de
(1964).
(CALIL Jr; CHEUNG, 2007) O mesmo vem sendo utilizado e ainda consagrado para a
determinação das propriedades nos dias atuais. O aparelho é baseado no ensaio de
cisalhamento dos solos, porém com algumas modificações necessárias para reproduzir ao
máximo possível as condições do produto. Para verificar a confiabilidade do ensaio de
Jenike, um grupo de engenheiros químicos denominado ”Working Party on the Mechanics of
Particulate Solids (1989)” realizou testes com o aparelho Jenike Shear Cell e elaborou
procedimentos padrões a serem seguidos, este padrão foi denominado de ”Standart Shear
Testing Technique for Particulate Solids Using the Jenike Shear Cell (SST, 1989)”.
(CALIL Jr; CHEUNG, 2007) O teste de cisalhamento é dividido em duas partes, uma
preparação das forças a serem utilizadas é necessária para o efetivo teste, deve se conhecer o
lugar geométrico e de deslizamento do produto. A primeira fase é realizada utilizando tensões
superiores as reais para se descobrir o lugar geométrico e deslizamento do material, obtém se
então, o fluxo estável do mesmo.
Na segunda fase as tensões reais de cisalhamento são empregadas, utilizando valores
inferiores a primeira fase, determinando as tensões cisalhantes necessárias para o
deslizamento do produto, ou seja, as tensões onde o material está a ponto de sair de seu
equilíbrio.
É necessário ter posse destas informações antes de um dimensionamento de um silo, elas
determinam indicativos sobre o comportamento de fluxo do produto na hora de um
descarregamento.
O ensaio de cisalhamento direto entre produtos é mostrado na figura abaixo 1, pode ser
adaptado inserindo-se outra base de ensaio, que é uma amostra com alto padrão das
características do material a ser utilizado na parede do confinante ”Jenike Shear Tester”. Ela
vai representar o atrito que a parede exercerá sobre o grão, informando assim se o material a
ser utilizado apresenta as condições ideias para o trabalho, como mostra a figura 2.
Informações necessárias também quanto as pressões exercidas na parede do mesmo, pois as
pressões são dependentes do atrito gerado entre o produto e a parede do confinante.
13

Figura 1: Ensaio de cisalhamento do produto, Jenike Shear Cell.

Figura 2: Ensaio de cisalhamento do produto com a superfície confinante, Jenike Shear


Tester.

FLUXO EM SILOS
Estudos nos mostram que as pressões na parede do silo dependem do fluxo do produto, sem o
conhecimento do escoamento do mesmo fica muito difícil a prevenção dos picos de pressões.
Sendo ele na região de transição do corpo do silo com a tremonha, e em silos de fundo plano
na região do corpo do silo com o talude de produto estacionário formado (CHEUNG, 2007).
Para um projeto seguro e econômico ele deve ser determinado, e para isto é necessário
conhecer os principais parâmetros que influenciam no correto funcionamento do fluxo, esses
são descritos a seguir:
1. Tipo do silo;
14

2. Máximo e mínimo material a ser armazenado;


3. Tolerância de segregação;
4. Necessidade de mistura;
5. Duração de armazenamento;
6. Vazão de descarregamento;
7. Função Fluxo;
8. Fator fluxo.
O fluxo de um produto é consideravelmente afetado pela sua característica de dilatância. São
poucos os testes capaz de quantificar esta propriedade, mas sabem que um produto quando
armazenado alcança uma densidade muito elevada devido ao peso do produto mais elevado.
Para fluir portanto o armazenado deve possuir uma grande dilatação, provavelmente fluirá em
pequenos canais de fluxo. Quando após o enchimento o produto permanece fofo, tendem a
fluir com grandes dimensões de canais, e podem alcançar condições de fluxo de massa fora
dos contornos definidos pela teoria de (JENIKE, 1961).
Na figura 2 a densidade é função das tensões principais, quando as tensões são constantes o
produto mais facilmente sofre cisalhamento. Quando as tensões sofrem um aumento como se
pode notar na mesma, o produto sofre consolidação, ocorrendo assim um aumento na
densidade e uma dificuldade maior no fluxo, ocorrendo assim os pequenos canais
mencionados. Quando as tensões são baixas, o produto expande e a densidade é pequena, e o
fluxo pode prosseguir.

TIPOS DE TREMONHA
A indústria produz diversos tipos de tremonha, no dia-a-dia as mais utilizadas por elas são
tremonhas concêntricas do tipo cônica e piramidal. As tremonhas são divididas em dois tipos:
1. Tremonha de fluxo plano;
2. Tremonha de fluxo axissimétrico.

Figura 3: Tipo de tremonha.


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Na figura 3 podemos observar diversos tipos de tremonhas, sendo a primeira de fundo plano,
a qual é objetivo deste trabalho.
Muitas normas caracterizam o fundo plano com inclinação sendo abaixo de 20◦. Na segunda
temos uma tremonha cônica, uma das mais comuns, onde o corpo do silo é cilíndrico e a
tremonha é cônica para facilitar o fluxo de produto.
Além disso o diâmetro bc da tremonha cônica é normalmente maior que a largura bp para a
tremonha em cunha, sendo uma das desvantagens da tremonha em cunha o comprimento da
tremonha ser igual a largura do silo, comprimento mínimo da abertura para este caso é L = 3
bp.
Devido a essa desvantagem a tremonha piramidal e de transição vem sendo mais utilizadas
(CALIL Jr; CHEUNG, 2007).

TIPOS DE FLUXO EM SILOS


Como já mencionado anteriormente é extremamente importante em um projeto se
caracterizar o tipo de fluxo que ocorrerá. Caracterizando o tipo de fluxo do produto é possível
se determinar a tremonha a ser utilizada e também sua inclinação, pois dependendo do
produto e com a tremonha errônea surgem zonas estacionárias de produto na qual sem um
agente externo impossibilita o esvaziamento completo do silo.
A inclinação da tremonha também é um fator importante, este é fundamental para produtos
onde existem muita compactação e consequentemente uma grande dificuldade na descarga do
mesmo (CALIL Jr, 1984-1985).

Existem dois tipos de fluxo em um silo, sendo eles:

1. FLUXO DE MASSA: É o fluxo que todo o projetista deseja para o seu silo, é o fluxo de
todo o produto, ou seja, durante a descarga todos os grãos armazenados estão em movimento,
sendo assim o não surgimento de zonas estacionárias e ocorrendo o esvaziamento completo
do silo se assim necessário.

2. FLUXO DE FUNIL: É denominado assim devido a formação de um canal de fluxo


centralizado para descargas concêntricas, formando uma espécie de funil dentro do silo.
Criando no contorno deste fluxo zonas estacionárias onde o produto permanece após a
descarga, e posteriormente somente com alguma vibração mecânica, ou uma rosca extratora e
outros é possível retirar o armazenado.
Lembrando que os tipos de fluxos são necessários para a determinação das distribuições de
pressões nas paredes do confinante na descarga, onde em casos de descargas excêntricas
16

surgem carregamentos assimétricos no perímetro do silo, devidas as pequenas espessuras das


paredes em silos metálicos isto é muito problemático.
A figura 4 representa os dois tipos de fluxos que ocorrem em um silo na hora de descarga.
1. Fluxo de massa;
2. Fluxo de funil;
3. Todo o produto em movimento;
4. Produto em movimento;
5. Canal de fluxo;
6. Zona estacionária;
7. Transição efetiva;
8. Transição da tremonha.
17

Figura 4: Tipo de fluxo.

A figura 5 mostra os efeitos causados a um fluxo de produto devido a esbeltez do silo, isso
induz a diferentes interpretações no cálculo de pressões para silos com diferentes alturas, e
devem seguir a norma que vem sendo utilizada.
No caso de silos esbeltos de fundo plano surge-se uma transição efetiva, ela é responsável por
um pico de pressão exatamente na transição, imitando a distribuição de pressões de um silo
com tremonha, a altura da zona estacionária para estes casos pode ser determinada e em
alguns casos um anel de reforço pode ser colocado (CALIL Jr; CHEUNG, 2007).
O tipo de fluxo no silo pode ser determinado com os gráficos da figura 9, se conhecendo o
valor do ângulo β em graus da inclinação da tremonha com a vertical, também o tipo da
tremonha a ser utilizada, e o coeficiente de atrito das paredes μh.
18

Figura 5: Efeito da esbeltez no fluxo.

EUROCODE (Comité Europeu de Normalização)

A EUROCODE classifica os silos de acordo com suas características, as principais e


relevantes quanto ao trabalho são descritas a seguir. A mesma limita a norma para as
geometrias do mesmo, de acordo com a norma, as dimensões devem seguir as seguintes
limitações:
hb
 <10
dc
 h b<100 m
 d c <60 m
 O diâmetro máximo do produzo a ser armazenado não deve ser mais que 0,03dc.
 A transição deve estar contida em um único plano horizontal.

CLASSIFICAÇÃO DOS SILOS


Quanto a classificação dos silos, seguindo a altura do corpo, e diâmetro, segundo a norma são
classificados como:
hb
 Silos esbeltos, onde 2≤ ;
dc
 Silos mediamente esbeltos, onde 1<hb < 2;
hb
 Silos baixos, onde 0.4 ≤ ≤1 ;
dc
 E outros.
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 1 Superfície equivalente;
 2 Dimensão interna;
 3 Transição/tremonha;
 4 Perfil de superfície para condições completas;
 5 Linha de centro.

CLASSE ESTRUTURAL

No dimensionamento de um silo, é necessária uma classificação quanto a classe estrutural, de


acordo com a complexidade, de acordo com a tabela 1.
Esta classificação tem por finalidade reduzir o risco para as diferentes estruturas, de acordo
com o seu armazenamento. Silos classificados como classe 1 possuem simplificações de
cálculos e análises por serem de menor complexidade em relação aos demais, e algumas
verificações são dispensadas da realização. Consequentemente silos classe 3 requerem um
cálculo mais minucioso, por envolverem maiores riscos e complexidade tanto quanto a
geometria, como de cargas.

Tabela 1: Descrição das classes.

PROPRIEDADES DOS PRODUTOS ARMAZENADOS SEGUNDO BS EN 1991- 4,


2006

Quanto as características médias dos produtos armazenados, a norma recomenda sempre


realizar testes com os produtos a ser utilizado e ou utilizados para armazenamento, com
finalidade de maior precisão na obtenção das particularidades do granel, os ensaios utilizados
e um padrão são mencionados na seção 2.7, e maiores detalhes para a obtenção destes, são
verificados na norma (BS EN 1991-4, 2006).
20

A norma apresenta valores médios para diversos produtos que são utilizados
comumentemente em silos.
O grão de soja, é o produto de interesse deste trabalho, conhecer sobre suas características
médias nos fornece previamente os comportamentos que serão encontrados.
As informações dos produtos a granel mais utilizados são listados no quadro.

Tabela 2: Valores médios para as propriedades.


Para o dimensionamento de toda a estrutura, deve-se conhecer todas as informações
necessárias sobre os produtos a serem armazenados.
A norma (BS EN 1991-4, 2006) representa claramente os valores característicos do produto a
serem utilizados, para se obter o máximo valor em cada caso no confinante, o quadro a seguir
demostram os valores característicos a serem adotados para o caso da soja.
21

Tabela 3: Valores de propriedades dos sólidos a se considerar.

AÇÃO DO VENTO EM SILOS


O vento é um fenômeno que varia em intensidade e direção aleatoriamente, e ao encontrar
uma estrutura que impede sua direção normal o mesmo intensifica este fenômeno.

Os silos metálicos por serem uma casca metálica, e consideravelmente leves se comparadas
ao seu tamanho, sofrem deformações e colapsos se não bem dimensionados, especialmente
quando os silos estão vazios, ou parcialmente carregados.

AÇÕES EM SILOS

Em um projeto adequado de um silo metálico, deve-se mensurar todas as cargas que podem
ocorrer durante toda a vida do mesmo, cargas como de carregamento, armazenamento,
descarregamento, vento, peso das estruturas, peso de equipamentos e outros que o projetista
deve prever acertadamente para cada região, e local onde o silo vai ser construído. Assim, é
necessário a determinação mais precisa possível de todas as ações atuantes nas estruturas,
para se minimizar os custos de construção.

Para isso existem norma somando como base normas para verificações.
As ações são os esforços provocados nas estruturas, essas são classificadas de acordo com a
frequência que a mesma atua, sendo:

 Acções permanentes - Ocorrem durante toda a vida constantemente, ou com pequena


variação em torno de uma média. Exemplo (Peso próprio da estrutura, Elementos de
fixação, Plataforma, Equipamentos e outros).
 Acções variáveis – ocorrem durante a vida de construção, mas não de maneira
frequente, onde existe uma variação em torno da média de vida. Exemplo (pressões
oriundas do produto armazenado, ação do vento, manutenção entre outros).
 Acções excepcionais – quando possuem uma duração muito curta, durante a vida, e
com uma probabilidade muito baixa de ocorrer, porém devem ser consideradas no
projecto. Exemplo (impacto de veículos, incêndio, explosões, enchentes entre outros).
22

Figura 6: Esquemático das principais acções em silo cilíndrico de fundo plano.

COMBINAÇÕES DE ACÇÕES

Como qualquer outra estrutura, cada componente esta sujeito a um conjunto de acções, estas
acções devem ser combinadas a fim de buscar produzir o efeito mais desfavorável para a
segurança, pois estas reproduzem a soma das piores situações que possam vir a ocorrer nos
componentes, sendo as situações criticas.
Essas são consideradas com valores representativos, e multiplicados por respectivos fatores
de combinações, coeficientes de ponderação, e de combinação de utilização. Conseguimos
então reproduzir um valor de segurança real para a estrutura.

De acordo com a etapa da construção e dos tipos de ações atuantes no silo e em seus
componentes, as combinações utilizadas seguem de acordo com a norma (NBR 14762, 2010).
O quadro 4 e 5 a seguir mostram os valores a serem utilizados, para maiores informações
verificar a norma referenciada.

Tabela 4: Valores dos fatores de combinação Ψ 0 e de redução Ψ 1 e Ψ 2 para ações variáveis.


23

Tabela 5: Valores dos coeficientes de ponderação das acções.

COBERTURA DE SILOS (TELHADOS)

Não existem muitas informações na bibliografia no geral a respeito dos critérios de projecto
de cobertura em silos de grãos, na sua maioria os livros tratam apenas das propriedades dos
sólidos, de fluxos, das pressões e normas.
A forma de telhado pode ser cónica, plana ou duplamente curvada. A mais usada é a forma
cónica pois permite que o produto armazenado fique em paralelo com a cobertura.

Figura 7: Tipos de coberturas de silos.

Neste trabalho o dimensionamento do telhado não será abordado devido a falta de


informações referentes a carga do mesmo.
24

METODOLOGIA
O trabalho será realizado através das etapas a seguir, que são descritas:

a) Pesquisa bibliográfica;
b) Definição de modelo;
c) Desenho do modelo em software;
d) Carregamento das ações no modelo;
e) Dimensionamento dos principais componentes;
f) Análises e considerações finais.

Na pesquisa bibliográfica será estudado os principais assuntos relacionados ao projeto de


dimensionamento de um silo metálico, sendo sobre as propriedades dos materiais a serem
armazenados, as pressões por eles geradas. Os tipos mais comuns de silos, suas tremonhas, e
o tipo de fluxo para cada, também um estudo é feito sobre as pressões de vento e suas
influências. O dimensionamento e detalhamento das principais peças que fazem parte da
estrutura.

A definição do modelo serão adotadas como principais fatores a capacidade de


armazenamento, o fluxo de descarga dos grãos e as dimensões mais empregadas.

O dimensionamento estrutural consistira na determinação do pior carregamento gerado na


estrutura com as considerações adotadas e dimensiona-se os principais componentes.
25

CARACTERÍSTICAS DO SILO

Figura 8: Características do silo

As características do silo são apresentadas a seguir:

 Diâmetro =12m
 Altura do corpo=15m
 Altura do telhado=3.46m
 Inclinação do telhado = 30◦
 Área (A) = 113,096m2
 Perímetro (U) = 37,699m
 Número de anéis = 15
 Número de chapa por anel = 14
 Altura útil da chapa = 1000,00mm
 Largura útil da chapa = 2692,79mm

O cálculo da área da base, perímetro e o volume do silo foram calculada com base na
π d 2 π ×122
fórmula: A= = =113.096 m2
4 4
26

U =πd=π ×12=37.699m
π d2 π d 2 h π ×122 ×15 π ×122 × 3.46 3
V= H+ = + =1826.90 m .
4 12 4 12

Para a determinação das pressões de carregamento e descarregamento usa-se a seguinte


H 15+3.46
relação: = =1.53<2, Silo com esbeltez intermediária.
D 12

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES DA SOJA

Para a determinação dos valores inferiores e superiores dos coeficientes, de atrito com a
parede (μ), razão de pressão lateral (K) e ângulo de atrito interno (φi), a norma (BS EN 1991-
4, 2006) disponibiliza um fator de conversão para a determinação de alguns materiais (BS EN
1991-4, 2006, p. 36). Para os materiais não existentes em norma, ou para cálculos precisos
deve ser realizado o teste de Jenike Shear Cell para tal. Os valores encontrados, estão a seguir
na tabela, considerando-se uma parede categoria D2 (Atrito moderado) para (μ) descrito em
(BS EN 1991-4, 2006, p. 35).

Tabela 6: Valores de propriedades dos sólidos a se considerar.

PRESSÕES DEVIDO AO PRODUTO ARMAZENADO

Sendo H0 = 1.77 m, onde se inicia o contato do produto com a parede, e as pressões em silos
intermediários.
27

Tabela 7: Pressões de carregamento e descarregamento

SOBRECARGA LOCAL DE CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO

A fim de se carregar o silo, para carregamento e descarregamento assimétrico, a sobrecarga


para os dois casos foi aplicada no anel 15, onde se verificam maiores pressões.

CARGAS E COMBINAÇÕES APLICADAS

Para as cargas aplicadas no modelo estrutural, as cargas utilizadas são:


 Peso próprio da estrutura do silo e equipamentos;
 Carregamento;
 Descarregamento;
 Sobrecarga localizada de carregamento;
 Sobrecarga localizada de descarregamento;
 Vento.

Para o peso de equipamentos foi adotada uma carga de 5kN/m2 no telhado do confinante.
28

DIMENSIONAMENTO DO CORPO

Para as chapas laterais do silo o material escolhido foi ZAR 345 (NBR 14762, 2010) de aço
galvanizado com as seguintes propriedades mecânicas f y =345 MPa e f u=430 MPa . De
acordo com a tabela das propriedades mecânicas dos aços.
Considerando os parafusos ISO7411 grau 8.8 alta resistência f up=800 MPa, sendo que o
plano de corte passa pela rosca.

A força resistente de cálculo foi feita considerando-se o caso crítico entre:


 Escoamento da seção bruta;
 Ruptura da seção líquida;
 Rasgamento entre furos, ou entre furo e borda;
 Pressão de contato (esmagamento);
 Força cortante no parafuso.

Quadro 2: propriedades mecânicas dos aços.


29

CONCLUSÃO

Com este trabalho foi possível praticar os conceitos e habilidades adquiridas ao longo de toda
a caminhada académica. Também a de se conhecer mais sobre um assunto novo, que é a de
estruturas metálicas de armazenamento.
Quanto aos silos metálicos, silos com fundo planos possuem uma capacidade de
armazenamento muito superior quando comparado a silos com tremonha, pois não possuem
regiões de transições, onde se existem picos de pressões. Como desvantagem, o silo com
fundo plano tem a dificuldade em eliminar todos os grãos quando se esta descarregando,
sendo necessário componentes mecânicos para a completa remoção.
Tratando dos montantes, para uma melhor eficiência de toda a estrutura, os mesmos devem
ser colocados externamente, pois dessa maneira eles diminuem as pressões causadas pelo
vento na superfície, também facilitam o fluxo dos grãos na hora do descarregamento, como
também não permite o acumulo dos grãos, por não se ter contato.
A norma EUROCODE utilizada para as pressões do produto é a única que aborda sobre
enchimentos e descarregamentos não concêntricos, e é a mais utilizada pelos projetistas. A
teoria mais utilizada para as pressões de carregamento é a da Janssen.
Observa-se que embora o nosso país seja um dos grandes produtores de grãos, a literatura
sobre o tema é muito pequena, e não existem normas nacionais que tratam desse assunto,
forçando ao projetista que busque essas informações em literatura estrangeira.
30

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