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ÍNDICE
RESUMO...................................................................................................................................3
LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................................4
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................5
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................6
OBJETIVOS..............................................................................................................................7
OBJECTIVOS GERAIS.........................................................................................................7
OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................7
CARACTERISTICAS FÍSICAS DOS MATERIAIS ENSILADOS........................................7
ESCOLHA DAS AMOSTRAS..................................................................................................8
ESTADO DE TENSÃO DO PRODUTO DENTRO DE UM SILO.........................................8
FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E DE FLUXO............8
PESO ESPECÍFICO...............................................................................................................9
COMPACTAÇÃO.................................................................................................................9
COMPRESSIBILIDADE.......................................................................................................9
ÂNGULO DE REPOUSO....................................................................................................10
DEGRADAÇÃO..................................................................................................................10
CORROSÃO........................................................................................................................11
ABRASÃO...........................................................................................................................11
ENSAIO DE CISALHAMENTO DE JENIKE.......................................................................12
FLUXO EM SILOS.................................................................................................................13
TIPOS DE TREMONHA.........................................................................................................14
TIPOS DE FLUXO EM SILOS...............................................................................................15
EUROCODE (Comité Europeu de Normalização)..................................................................18
CLASSIFICAÇÃO DOS SILOS.............................................................................................18
CLASSE ESTRUTURAL........................................................................................................19
PROPRIEDADES DOS PRODUTOS ARMAZENADOS SEGUNDO BS EN 1991-...........19
4, 2006......................................................................................................................................19
AÇÃO DO VENTO EM SILOS..............................................................................................21
AÇÕES EM SILOS..................................................................................................................21
COMBINAÇÕES DE ACÇÕES..............................................................................................22
COBERTURA DE SILOS (TELHADOS)..............................................................................23
METODOLOGIA....................................................................................................................23
CARACTERÍSTICAS DO SILO.............................................................................................24
2
RESUMO
Neste trabalho apresenta-se um conteúdo sobre silos metálicos, que são estruturas construidas
em aço e destinadas ao armazenamento de grãos. Consiste em um compacto estudo sobre o
comportamento dessas estruturas quando carregadas com as acções de grãos, e com ações do
vento. Seguindo com base em normas estrangeiras mais utilizadas pelos projetistas.
O dimensionamento de um silo metálico com fundo plano para o armazenamento de cereais,
é um tema relativo ao trabalho de Conclusão de Curso (Ensino Técnico Médio) – Instituto
técnico de Moçambique. Neste trabalho apresenta-se um conteúdo sobre silos metálicos, que
são estruturas construídas em aço e destinadas ao armazenamento de grãos. Consiste em um
compacto estudo sobre o comportamento dessas estruturas quando carregadas com as ações
de grãos, e com ações do vento. Seguindo com base em normas ISO,GOST,AMST e ABNT
mais utilizadas pelos projetistas, neste caso pretende-se fazer dimensionamento de um silo de
fundo plano com capacidade máxima de carregamento de 1490 toneladas de cereais - soja, e
fica situado na Zona portuária da cidade da Matola, informação utilizada para acções
protecção contra a corrosão. Para essas combinações de ações, houve um caso crítico, e para
esse resultado, um cálculo de dimensionamento foi feito, os esforços solicitantes de
componentes como chapas e parafusos são encontrados para o corpo do silo, e materiais são
selecionados para atender esses esforços.
Palavras-chave: Grãos; Dimensionamento; Silo metálico.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, as atividades do setor agrícola vêm crescendo significativamente em
moçambique. Porém, a falta de capacidade de armazenamento de cereais como soja, milho e
trigo tem prejudicado a comercialização dos produtos e reduzido os ganhos do setor. Uma
forma de minimizar os problemas encontrados é utilização de silos metálicos em farmas e
entrepostos de cooperativas industriais. Segundo a definição de Calil Junior e Cheung (2007),
silo é uma construção destinada a armazenar e conservar qualquer produto industrial ou
agrícola. Os silos podem ser ou não equipados com sistemas de aeração e geralmente
possuem forma cilíndrica apresentando condições que contribuem com a preservação da
qualidade do produto durante longos períodos de armazenagem. Existem silos de vários
modelos e tamanhos, podendo ser elevados ou de fundo plano, dependendo da relação entre
altura e diâmetro (DEVILLA, 2004).
Silo é um reservatório fechado utilizado para o armazenamento de materiais a granel que
podem ser líquidos ou sólidos. Os silos destinados ao armazenamento de grãos são
denominados graneleiros, podem ser depositados de forma livre, ou ensacados, são
empregados a fim de se manter as propriedades de grãos, mantendo assim o granel a
temperaturas e condições ideais que são determinadas para cada tipo de produto. Com a
utilização destas construções confinantes, um produto pode ficar confinado por um longo
período de tempo sem que perca suas características iniciais, e seus nutrientes grande parcela
do Produto interno bruto (PIB) é oriunda diretamente, e indiretamente da agricultura, muitos
fatores justificam investimentos e estudos neste ramo. A estimativa de acordo com o
crescimento da produção no país, somando ao deficit estático leva ao cálculo que milhões de
toneladas serão produzidas aproximadamente e não haverá local para armazenagem ideal
desses. Já sabendo que milhões de toneladas ficam a céu aberto em diversas regiões do país, e
com essa falta de armazenário apropriado ou a falta do mesmo, ocasionamos a perda de
muitos investimentos que por outros olhos, nos mostram que são investimentos que não são
convertidos em sua totalidade, fatores relacionados são:
OBJETIVOS
OBJECTIVOS GERAIS
Objetivo geral Com objetivo geral, o dimensionamento de um silo metálico para uma
grande capacidade de armazenamento de grãos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Dimensionar as pressões de produto no corpo de acordo com (BS EN 1991-4, 2006),
sendo ele com uma capacidade 1490 toneladas de cereais;
Desenhar e carregar o confinante com suas principais ações;
Calcular os esforços para os principais componentes.
• Compactação;
• Compressibilidade;
• Tamanho das partículas;
• Ângulo de repouso;
• Degradação;
• Corrosão;
• Abrasão
PESO ESPECÍFICO
Peso específico (CALIL Jr; CHEUNG, 2007) O peso específico é afetado pelo nível de
tensão atuante no ponto, ele depende do grau de compactação do produto, se a compactação
do produto for alta através de impacto, teremos um peso específico em função desta
compressibilidade. O peso específico de trabalho é utilizado para as determinações de taxas
de enchimento e descarregamento em um silo (γw), calculado em quilogramas por metro
cúbico. • Peso específico areado (kg/m3 ) (γa) : Determinação da capacidade do silo e da
tremonha; • Peso específico compactado (kg/m3 ) (γc) : Determinação da taxa de
carregamento. γw = (γc − γa) 2 γc + γa (1)
COMPACTAÇÃO
Compactação Processo pelo qual a densidade do produto é aumentada através do impacto,
rolagem, vibração e pressão vertical. Muito importante pois possui influência direta no fluxo
e nas pressões em um silo (CALIL Jr; CHEUNG, 2007).
COMPRESSIBILIDADE
A compressibilidade é uma medida da variação do volume do material armazenado causado
pelas mudanças de tensões atuantes. O coeficiente de compressibilidade (consolidação) é
definido como Cc :
O coeficiente fornece uma caracterização da qualidade do fluxo, alguns fatores como
granulometria, umidade, densidade, tempo confinado e resistência individual dos grãos
afetam neste coeficiente. A tabela 1 classifica o fluxo, relacionando com o coeficiente obtido.
Tabela 1: Efeito da compressibilidade no fluxo do material. Coeficiente de compressibilidade
Classe do material sólido Fluxo De 0,05 a 0,15 Granular de fluxo livre Excelente 0,15 a 0,18
Fluxo livre, granular em pó Bom 0,18 a 0,22 Fluido, granular em pó Razoável 0,22 a 0,28 Pó
com grande fluidez Apertado 0,28 a 0,33 Fluido, Pó coesivo Difícil 0,33 a 0,38 Pó coesivo
Muito difícil> 0,38 Pó muito coesivo Extremamente difícil Fonte: (LEITE, 2008) adaptado.
Produtos com o coeficiente de compressibilidade baixa podem formar arcos coesivos na hora
do descarregamento, impedindo o fluxo do mesmo, somente com uma pequena parcela de
energia (ação), e ou agitação este arco é quebrado e inicia-se o fluxo, este fenômeno
denomina-se como ”hanging up” por (GAYLORD; GAYLORD, 1984). 2.6.4 Tamanho das
partículas Materiais granulares geralmente não são coesivos, e são de fluxo livre, materiais
pulverulentos apresentam as características de dificuldade no fluxo, por serem coesivos sob
10
pressão os mesmos se deformam e criam arcos na descarga. Fatores que contribuem para a
coesão é a presença de pó, umidade, tempo entre outros, os ensaios granulométricos e de
compressibilidade definem sobre a coesão do produto. O procedimento da granulometria
consiste em peneirar a amostra e o obter as informações como Módulo de finura,
uniformidade e diâmetro médio das partículas, 21 segundo (CALIL Jr, 1984-1985 apud
CHEUNG, 2007) o ensaio de granulometria pode ser utilizado para a classificação do produto
quanto a coesão e fluxo. A tabela 2 classifica o fluxo de acordo com o diâmetro. Tabela 2:
Classificação de acordo com tamanho das partículas. Diâmetro das partículas (mm)
Classificação D > 0,42 Granulares 0,42 < D < 0,149 Pulverulentos coesivos 0,149 < D <
0,079 Pulverulentos coesivos finos D < 0,079 Pulverulentos coesivos extra finos Fonte:
(CALIL Jr, 1984-1985 apud CHEUNG, 2007).
ÂNGULO DE REPOUSO
O ângulo de repouso do produto (φr) é o ângulo formado quando a partícula cai verticalmente
em queda livre até uma superfície horizontal, então forma-se uma espécie de volume onde o
material é empilhado sem cair, nesse ponto o material está a beira do deslizamento. O ângulo
entre a superfície do produto formada e a horizontal pode variar de 0◦ até 90◦ como mostra a
figura a seguir, e é chamado ângulo de repouso, o mesmo pode inferir sobre o ângulo de
atrito interno e o fluxo de material.
Figura 2: Determinação do ângulo de repouso.
Fonte: adaptado de (MESQUITA FILHO, 2015). A rugosidade da superfície e a altura de
queda livre são fatores influentes na determinação do mesmo, e devem ser seguidas por
procedimentos padrões (CALIL Jr; 22 CHEUNG, 2007). A literatura recomenda que a
superfície seja bastante rugosa e que a altura de queda livre esteja entre φ partícula> H> 10
cm para verificações. Para a maior parte dos sólidos de fluxo livre onde se tem pequenas
faixas de φ partícula, o ângulo de atrito interno é igual ao de repouso e pode ser utilizado para
verificações preliminares, A tabela 3 mostra o fluxo e tipo de produto correlacionando com o
ângulo. Tabela 3: Fluxo dos produtos armazenáveis correlacionados com (φr). Ângulo de
repouso (φr) Produto Fluxo 25 a 30 Produto granular Fluxo livre 30 a 38 Produto granular
Fluxo fácil 38 a 45 Produto pulverulento Instabilidade no tipo de fluxo 45 a 55 Pós coesivos
Podem requerer equipamentos 55 a 70 Pós muito coesivos Requerem equipamentos especiais
Fonte: (GAYLORD; GAYLORD, 1984 apud BATISTA, 2009) e adaptado.
DEGRADAÇÃO
A degradação ocorre de diversas maneiras, as mais comuns ocorrem no carregamento
(enchimento), embora no esvaziamento também ocorra degradação do material, desta forma
grãos mais frágeis podem se quebrar e reduzir o tamanho. O resultado é devido ao impacto de
queda livre do material, agitação ou atrito entre os mesmos (MILANI, 1993). Os grãos
possuem uma camada fina protetora que podem vir a se romper com impacto ou outros, assim
fazendo com que o grão perca sua proteção natural, prejudicando a qualidade do mesmo. O
controle de temperatura do grão é essencial para que o mesmo se mantenha com suas
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propriedades até o fim de seu armazenamento dentro de um silo, sistemas de termometria são
utilizados para este controle. Outro fator que resulta em uma degradação acentuada do
produto é a umidade, que se não for controlada resulta em um aparecimento de fungos e
bactérias (CALIL Jr; CHEUNG, 2007). Diversos fatores são importantes no estudo da
degradação do material, alguns parâmetros como o tempo de armazenamento, propriedades
do produto e controle de pragas são essenciais para prever a degradação de cada tipo de
produto a ser armazenado, pois cada material apresenta suas características. 23
CORROSÃO
Certos produtos atacam quimicamente as superfícies confinantes com os quais estão em
contato, a corrosão na superfície altera as propriedades do material confinante e pode
ocasionar falhas não previstas se o cuidado necessário não for tomado. O PH é um indicativo
a ser verificado, PH’S entre 1 a 6 são ácidos, o valor 7 indica um produto neutro, e de 8 a 14
alcalinos, esses valores são verificados inicialmente, porém vale ressaltar que devido a
umidade residual existe a possibilidade do desenvolvimento de fungos e bactérias, com
potencial de geração de elementos tóxicos e liberação de calor não prevista, em alguns casos
específicos também em produtos com PH neutro (CALIL Jr; CHEUNG, 2007). Muitos dos
ácidos são gerados com as variações de temperatura dentro de um confinamento,
principalmente na fermentação, isso ocorre de forma rápida quando existe umidade,
produzindo ácidos com alto potencial de corrosão até mesmo em chapas zincadas. Por estes e
outros fatores que uma ventilação é necessária em um silo, para manter-se um produto seco e
o mais próximo possível de suas características ideias em seu armazenamento, assim
prolongando o tempo de confinamento em seu máximo e mantendo os nutrientes do produto,
também prolongando a vida útil do silo, e o tempo de intervalo de manutenção do mesmo.
ABRASÃO
O desgaste abrasivo é um fator preocupante na vida útil de um silo metálico, como o mesmo
sempre trabalha com fluxos sendo de enchimento e esvaziamento, esses provocam uma
remoção de material na superfície da parede e também no fundo de um silo ao decorrer do
tempo, principalmente se o material a ser armazenado for um material com alta dureza. A
manutenção preventiva do silo é necessária para obter informações ao transcorrer do tempo
sobre as propriedades das superfícies. (CALIL Jr; CHEUNG, 2007) A abrasão varia com a
forma da partícula, dureza, tamanho e densidade, estas são característica que definem um
material sendo mais abrasivo que outro em determinada superfície. A principal característica
medida para um desgaste abrasivo é a dureza do produto, um material mais duro que outro é
capaz de riscá-lo, ou seja, retirar material da superfície menos dura. Ferro e aço estão na faixa
de 4 a 8,5 na escala Mohs dependendo de sua fabricação e tratamento térmico. Portanto sobre
o produto a ser armazenado, é necessário conhecer as propriedades citadas para precaver e
utilizar os materiais ideias no conjunto do confinante e 24 evitar desgastes abrasivos.
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Jenike, observando o avanço da mecânica dos sólidos em 1952, estudou a aplicação de testes
realizados na mecânica dos solos (aparelho triaxial, aparelho de cisalhamento direto e
aparelho de cisalhamento anelar) para a verificação das propriedades do produto (MILANI,
1993).
Como os aparelhos utilizados por Jenike não apresentaram dados satisfatórios e condizentes
com as especificações e informações necessárias, Jenike desenvolveu um método juntamento
com um aparelho que foi denominado de "Jenike Shear Cell", aproximadamente no ano de
(1964).
(CALIL Jr; CHEUNG, 2007) O mesmo vem sendo utilizado e ainda consagrado para a
determinação das propriedades nos dias atuais. O aparelho é baseado no ensaio de
cisalhamento dos solos, porém com algumas modificações necessárias para reproduzir ao
máximo possível as condições do produto. Para verificar a confiabilidade do ensaio de
Jenike, um grupo de engenheiros químicos denominado ”Working Party on the Mechanics of
Particulate Solids (1989)” realizou testes com o aparelho Jenike Shear Cell e elaborou
procedimentos padrões a serem seguidos, este padrão foi denominado de ”Standart Shear
Testing Technique for Particulate Solids Using the Jenike Shear Cell (SST, 1989)”.
(CALIL Jr; CHEUNG, 2007) O teste de cisalhamento é dividido em duas partes, uma
preparação das forças a serem utilizadas é necessária para o efetivo teste, deve se conhecer o
lugar geométrico e de deslizamento do produto. A primeira fase é realizada utilizando tensões
superiores as reais para se descobrir o lugar geométrico e deslizamento do material, obtém se
então, o fluxo estável do mesmo.
Na segunda fase as tensões reais de cisalhamento são empregadas, utilizando valores
inferiores a primeira fase, determinando as tensões cisalhantes necessárias para o
deslizamento do produto, ou seja, as tensões onde o material está a ponto de sair de seu
equilíbrio.
É necessário ter posse destas informações antes de um dimensionamento de um silo, elas
determinam indicativos sobre o comportamento de fluxo do produto na hora de um
descarregamento.
O ensaio de cisalhamento direto entre produtos é mostrado na figura abaixo 1, pode ser
adaptado inserindo-se outra base de ensaio, que é uma amostra com alto padrão das
características do material a ser utilizado na parede do confinante ”Jenike Shear Tester”. Ela
vai representar o atrito que a parede exercerá sobre o grão, informando assim se o material a
ser utilizado apresenta as condições ideias para o trabalho, como mostra a figura 2.
Informações necessárias também quanto as pressões exercidas na parede do mesmo, pois as
pressões são dependentes do atrito gerado entre o produto e a parede do confinante.
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FLUXO EM SILOS
Estudos nos mostram que as pressões na parede do silo dependem do fluxo do produto, sem o
conhecimento do escoamento do mesmo fica muito difícil a prevenção dos picos de pressões.
Sendo ele na região de transição do corpo do silo com a tremonha, e em silos de fundo plano
na região do corpo do silo com o talude de produto estacionário formado (CHEUNG, 2007).
Para um projeto seguro e econômico ele deve ser determinado, e para isto é necessário
conhecer os principais parâmetros que influenciam no correto funcionamento do fluxo, esses
são descritos a seguir:
1. Tipo do silo;
14
TIPOS DE TREMONHA
A indústria produz diversos tipos de tremonha, no dia-a-dia as mais utilizadas por elas são
tremonhas concêntricas do tipo cônica e piramidal. As tremonhas são divididas em dois tipos:
1. Tremonha de fluxo plano;
2. Tremonha de fluxo axissimétrico.
Na figura 3 podemos observar diversos tipos de tremonhas, sendo a primeira de fundo plano,
a qual é objetivo deste trabalho.
Muitas normas caracterizam o fundo plano com inclinação sendo abaixo de 20◦. Na segunda
temos uma tremonha cônica, uma das mais comuns, onde o corpo do silo é cilíndrico e a
tremonha é cônica para facilitar o fluxo de produto.
Além disso o diâmetro bc da tremonha cônica é normalmente maior que a largura bp para a
tremonha em cunha, sendo uma das desvantagens da tremonha em cunha o comprimento da
tremonha ser igual a largura do silo, comprimento mínimo da abertura para este caso é L = 3
bp.
Devido a essa desvantagem a tremonha piramidal e de transição vem sendo mais utilizadas
(CALIL Jr; CHEUNG, 2007).
1. FLUXO DE MASSA: É o fluxo que todo o projetista deseja para o seu silo, é o fluxo de
todo o produto, ou seja, durante a descarga todos os grãos armazenados estão em movimento,
sendo assim o não surgimento de zonas estacionárias e ocorrendo o esvaziamento completo
do silo se assim necessário.
A figura 5 mostra os efeitos causados a um fluxo de produto devido a esbeltez do silo, isso
induz a diferentes interpretações no cálculo de pressões para silos com diferentes alturas, e
devem seguir a norma que vem sendo utilizada.
No caso de silos esbeltos de fundo plano surge-se uma transição efetiva, ela é responsável por
um pico de pressão exatamente na transição, imitando a distribuição de pressões de um silo
com tremonha, a altura da zona estacionária para estes casos pode ser determinada e em
alguns casos um anel de reforço pode ser colocado (CALIL Jr; CHEUNG, 2007).
O tipo de fluxo no silo pode ser determinado com os gráficos da figura 9, se conhecendo o
valor do ângulo β em graus da inclinação da tremonha com a vertical, também o tipo da
tremonha a ser utilizada, e o coeficiente de atrito das paredes μh.
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1 Superfície equivalente;
2 Dimensão interna;
3 Transição/tremonha;
4 Perfil de superfície para condições completas;
5 Linha de centro.
CLASSE ESTRUTURAL
A norma apresenta valores médios para diversos produtos que são utilizados
comumentemente em silos.
O grão de soja, é o produto de interesse deste trabalho, conhecer sobre suas características
médias nos fornece previamente os comportamentos que serão encontrados.
As informações dos produtos a granel mais utilizados são listados no quadro.
Os silos metálicos por serem uma casca metálica, e consideravelmente leves se comparadas
ao seu tamanho, sofrem deformações e colapsos se não bem dimensionados, especialmente
quando os silos estão vazios, ou parcialmente carregados.
AÇÕES EM SILOS
Em um projeto adequado de um silo metálico, deve-se mensurar todas as cargas que podem
ocorrer durante toda a vida do mesmo, cargas como de carregamento, armazenamento,
descarregamento, vento, peso das estruturas, peso de equipamentos e outros que o projetista
deve prever acertadamente para cada região, e local onde o silo vai ser construído. Assim, é
necessário a determinação mais precisa possível de todas as ações atuantes nas estruturas,
para se minimizar os custos de construção.
Para isso existem norma somando como base normas para verificações.
As ações são os esforços provocados nas estruturas, essas são classificadas de acordo com a
frequência que a mesma atua, sendo:
COMBINAÇÕES DE ACÇÕES
Como qualquer outra estrutura, cada componente esta sujeito a um conjunto de acções, estas
acções devem ser combinadas a fim de buscar produzir o efeito mais desfavorável para a
segurança, pois estas reproduzem a soma das piores situações que possam vir a ocorrer nos
componentes, sendo as situações criticas.
Essas são consideradas com valores representativos, e multiplicados por respectivos fatores
de combinações, coeficientes de ponderação, e de combinação de utilização. Conseguimos
então reproduzir um valor de segurança real para a estrutura.
De acordo com a etapa da construção e dos tipos de ações atuantes no silo e em seus
componentes, as combinações utilizadas seguem de acordo com a norma (NBR 14762, 2010).
O quadro 4 e 5 a seguir mostram os valores a serem utilizados, para maiores informações
verificar a norma referenciada.
Não existem muitas informações na bibliografia no geral a respeito dos critérios de projecto
de cobertura em silos de grãos, na sua maioria os livros tratam apenas das propriedades dos
sólidos, de fluxos, das pressões e normas.
A forma de telhado pode ser cónica, plana ou duplamente curvada. A mais usada é a forma
cónica pois permite que o produto armazenado fique em paralelo com a cobertura.
METODOLOGIA
O trabalho será realizado através das etapas a seguir, que são descritas:
a) Pesquisa bibliográfica;
b) Definição de modelo;
c) Desenho do modelo em software;
d) Carregamento das ações no modelo;
e) Dimensionamento dos principais componentes;
f) Análises e considerações finais.
CARACTERÍSTICAS DO SILO
Diâmetro =12m
Altura do corpo=15m
Altura do telhado=3.46m
Inclinação do telhado = 30◦
Área (A) = 113,096m2
Perímetro (U) = 37,699m
Número de anéis = 15
Número de chapa por anel = 14
Altura útil da chapa = 1000,00mm
Largura útil da chapa = 2692,79mm
O cálculo da área da base, perímetro e o volume do silo foram calculada com base na
π d 2 π ×122
fórmula: A= = =113.096 m2
4 4
26
U =πd=π ×12=37.699m
π d2 π d 2 h π ×122 ×15 π ×122 × 3.46 3
V= H+ = + =1826.90 m .
4 12 4 12
Para a determinação dos valores inferiores e superiores dos coeficientes, de atrito com a
parede (μ), razão de pressão lateral (K) e ângulo de atrito interno (φi), a norma (BS EN 1991-
4, 2006) disponibiliza um fator de conversão para a determinação de alguns materiais (BS EN
1991-4, 2006, p. 36). Para os materiais não existentes em norma, ou para cálculos precisos
deve ser realizado o teste de Jenike Shear Cell para tal. Os valores encontrados, estão a seguir
na tabela, considerando-se uma parede categoria D2 (Atrito moderado) para (μ) descrito em
(BS EN 1991-4, 2006, p. 35).
Sendo H0 = 1.77 m, onde se inicia o contato do produto com a parede, e as pressões em silos
intermediários.
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Para o peso de equipamentos foi adotada uma carga de 5kN/m2 no telhado do confinante.
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DIMENSIONAMENTO DO CORPO
Para as chapas laterais do silo o material escolhido foi ZAR 345 (NBR 14762, 2010) de aço
galvanizado com as seguintes propriedades mecânicas f y =345 MPa e f u=430 MPa . De
acordo com a tabela das propriedades mecânicas dos aços.
Considerando os parafusos ISO7411 grau 8.8 alta resistência f up=800 MPa, sendo que o
plano de corte passa pela rosca.
CONCLUSÃO
Com este trabalho foi possível praticar os conceitos e habilidades adquiridas ao longo de toda
a caminhada académica. Também a de se conhecer mais sobre um assunto novo, que é a de
estruturas metálicas de armazenamento.
Quanto aos silos metálicos, silos com fundo planos possuem uma capacidade de
armazenamento muito superior quando comparado a silos com tremonha, pois não possuem
regiões de transições, onde se existem picos de pressões. Como desvantagem, o silo com
fundo plano tem a dificuldade em eliminar todos os grãos quando se esta descarregando,
sendo necessário componentes mecânicos para a completa remoção.
Tratando dos montantes, para uma melhor eficiência de toda a estrutura, os mesmos devem
ser colocados externamente, pois dessa maneira eles diminuem as pressões causadas pelo
vento na superfície, também facilitam o fluxo dos grãos na hora do descarregamento, como
também não permite o acumulo dos grãos, por não se ter contato.
A norma EUROCODE utilizada para as pressões do produto é a única que aborda sobre
enchimentos e descarregamentos não concêntricos, e é a mais utilizada pelos projetistas. A
teoria mais utilizada para as pressões de carregamento é a da Janssen.
Observa-se que embora o nosso país seja um dos grandes produtores de grãos, a literatura
sobre o tema é muito pequena, e não existem normas nacionais que tratam desse assunto,
forçando ao projetista que busque essas informações em literatura estrangeira.
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REFERÊNCIAS
CARNEIRO, O. Silos e sua construção. vol.5. São Paulo: Anais da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, 1948. 41 p.
DEUTSCHE NORM. DIN 1055-6: Actions on structures – part 6: Design loads for
buildings and loads in silo bins. Berlin, 2005. 111 p.
GAYLORD, E. H.; GAYLORD, C. N. Design of steel bins for storage of bulk solids. 1st.
ed. Ney Jersey: Pretince Hall, 1984. 359 p.
HAN, T. comparison of wall friction measurements by jenike shear tester and ring shear
tester. KONA, v. 29, p. 7, 2011. Disponível em:
<https://www.jstage.jst.go.jp/article/kona/29/0/29_2011014/_pdf>. Acesso em: 20 out. 2021.
JENIKE, A. W. Gravity flow of bulk solids. Bulletin of the University of Utah: Utah
Engineering Experiment Station, v. 52, p. 309, 1961.
LAZZARI, F. A. A escolha do silo ideal. Revista Grãos, Out. 2021. Disponível em:
<http://www.revistacampoenegocios.com.br/a-escolha-do-silo-ideal/>.