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Centro Educacional Sesc Cidadania

Ensino Médio

Professor (a): Maura e Marcelo Disciplina: Educação Física

Aluno (a):__________________________________________________________________________________

Série: ______Turma: ______ No. ______ Data: 04 / 03 /2019

APOSTILA DE HANDEBOL
I. REGRAS E PENALIDADES DO HANDEBOL

Exclusão 2 minutos. Tiro livre – direção Tiro lateral – direção.

Tiro de meta Advertência jogo passivo

Sobrepasso ou segurar a Exclusão Invasão de área


bola por mais de 3 seg.

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Golpear Falta de ataque Gol

Advertência (amarelo Deter, segurar ou empurrrar Manter distância de 3 metros


Desqualificação (vermelho)

Permissão para que duas Drible ilegal Jogo passivo


pessoas autorizadas a
participar entrem na quadra
durante o “tempo”

QUADRA DE JOGO

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REGRAS DO JOGO

1. A área do goleiro e o goleiro

Somente o goleiro tem o direito de permanecer em sua área.


 Quando um jogador de quadra entrar na área de gol deve-se tomar as seguintes decisões:
a) tiro de meta, quando um jogador de quadra da equipe de posse de bola no ataque entrar na área de
gol com a bola ou entrar sem a bola, mas ganhar vantagem ao fazê-lo.
b) tiro livre, quando um jogador de quadra da equipe defensora entrar na área de gol e ganhar vantagem,
mas não impede uma clara chance de gol.
c) tiro de 7 metros, quando um jogador de quadra da equipe defensora entrar na área de gol e por isso
impede uma clara chance de gol.
 Entrar na área de gol não será penalizado quando:
a) um jogador entrar na área de gol depois de jogar a bola, desde que isto não crie uma desvantagem
para os adversários;
b) um jogador de uma das equipes entrar na área de gol sem a bola e não ganhar vantagem fazendo isto.
É proibido a qualquer outro jogador tocar na bola que ali se encontrar, parada ou rolando ou mesmo com
o próprio goleiro.
O goleiro pode sair da sua área e jogar como qualquer jogador, desde que não tenha a bola em seu
poder no momento da saída da área.
Fora de sua área, o goleiro é considerado um jogador de quadra e está sujeito às mesmas regras que os
demais. Pode voltar para a sua área a qualquer momento desde que esteja sem a bola.
O goleiro pode tocar a bola com qualquer parte do corpo, sempre que estiver numa tentativa de defesa,
dentro de sua área de gol.
É permitido tocar a bola quando ela estiver no ar sobre a área de gol.
Se um jogador lançar a bola dentro de sua própria área de gol, as decisões a tomar devem ser as
seguintes:
a) gol, se a bola entrar na baliza;
b) tiro livre, se a bola ficar dentro da área de gol ou se o goleiro tocar a bola e ela não entrar na baliza.
c) tiro de canto, se a bola sair pela linha de fundo;
d) o jogo continua, se a bola passar através da área de gol e voltar para a área de jogo, sem ser tocada
pelo goleiro.

2. Ao jogador é permitido:
 Utilizar braços e mãos para se apoderar da bola;
 Utilizar a mão aberta para tirar a bola do adversário (sem bater):
 Barrar com o tronco o caminho do adversário, mesmo que ele não esteja com a posse da bola.

3. As principais faltas do jogador são:


 Agarrar, empurrar, segurar o adversário;

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 Invadir a área do goleiro;
 Usar os pés para apossar-se da bola ou defender-se;
 Ficar com a bola na mão por mais de três segundos sem driblar;
 Dar mais de três passos sem driblar a bola;
 Tirar a bola da mão do adversário;
 Jogar-se sobre a bola que se encontra rolando na área de jogo.

4. Tiro de Lateral
Quando a bola sai por uma das linhas laterais é sinalizado um tiro lateral. A bola será reposta em jogo por
um jogador do time contrário a aquele que tocou por último na bola, colocando um ou os dois pés sobre a
linha lateral, passando a bola para um companheiro. Se o jogador que cobra o lateral não colocar um pé
sobre a linha lateral, o árbitro corrige-o.
No Handebol, para cobrar qualquer penalidade o jogador não pode tirar o pé de apoio do chão.

5. Tiro Livre
Na cobrança do tiro livre os jogadores da defesa podem ficar alinhados um ao lado do outro, com
os braços levantados, formando uma barreira. Devem estar a uma distância igual ou superior a três
metros em relação ao atacante com a bola.
O tiro livre é cobrado da linha de tiro livre quando a infração ocorre nas imediações da área de
goleiro. Pode ser executado sem esperar a autorização do árbitro e a formação da barreira. Porém, se o
árbitro apitar, o arremesso deverá ser executado dentro do tempo de 3 (três) segundos. Caso se esgote o
tempo, será cobrado tiro livre pelo adversário.
Durante a execução do tiro livre, nenhum jogador da equipe que está de posse da bola poderá ficar
entre a linha de gol e a linha de tiro livre. Além disso, ao jogador atacante não é permitido atirar a bola
contra a barreira. O jogador poderá arremessar ao gol, por cima ou pelo lado da barreira, desde que não
ameace a integridade física do adversário. Essas infrações são punidas com tiro livre.

O tiro livre é aplicado quando o jogador:


 Toca a bola com os pés;
 Entra e sai irregularmente do campo;
 Maneja a bola irregularmente;
 Comete infrações nas imediações da área de gol;
 Agarra, empurra ou segura o adversário;
 Dá mais de três passos com a bola na mão sem driblá-la;
 Atira-se sobre a bola que está rolando colocando em risco a integridade física do adversário;
 Soca a bola para tirá-la do adversário.

Infrações cometidas pelo goleiro também são punidas com tiro livre.

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Quando as infrações não são cometidas nas imediações da área do goleiro o tiro livre é cobrado do
local exato onde ocorreu a infração, porém continua valendo a regra de nenhum jogador da equipe que
está de posse da bola ficar entre a linha de gol e a linha de tiro livre.

6. Tiro de Meta
O tiro de meta é cobrado quando um adversário arremessa à baliza e a bola sai pela linha de fundo,
tocada ou não pelo goleiro. Somente o goleiro pode executar o tiro de meta.
O tiro de meta deve ser executado dentro da área de goleiro e durante o arremesso o goleiro, se
quiser, pode tirar o pé de apoio do chão.
É válido o gol em consequência de um tiro de meta, de um tiro de lateral ou de um tiro de saída.
Quando um arremesso é desviado por um jogador adversário (exceto pelo goleiro) para a linha de
fundo, o árbitro marca tiro de canto.

7. Tiro de Sete Metros


É marcado quando o adversário impede uma clara oportunidade de marcar gol cometendo uma
falta sobre o adversário ou impedi o gol estando dentro da área do goleiro.
Como seu próprio nome diz, na cobrança dessa penalidade a bola é arremessada da linha de tiro de sete
metros.
Orientações para sua execução:
 O tiro de sete metros deverá ser executado pelo jogador em até 3 (três) segundos;
 Após o apito do árbitro, o jogador não poderá bater a bola no chão. Se o fizer, o tiro será
considerado cobrado;
 Na cobrança o jogador não poderá tirar o pé de apoio do chão, neste caso, será o pé que estiver
na frente. No entanto, é permitida a queda do corpo para frente;
 Se o jogador que cobrar o tiro de sete metros infringir qualquer uma das regras acima, a
execução será invalidada e será cobrada um tiro livre contra a equipe do infrator;
 Na execução do tiro de sete metros, o goleiro pode movimentar-se livremente e avançar até 3
(três) metros de distância da linha de sete metros. Se na execução do tiro de sete metros o
arremessador não marcar gol, devido a irregularidade da posição do goleiro, o tiro será repetido;
 Os jogadores da equipe adversária não poderão ultrapassar a linha de tiro livre até que o tiro de
sete metros seja cobrado. Se isso acontecer, haverá repetição da cobrança do tiro de sete metros.

8. Substituições
O jogador reserva deve entrar na quadra pela zona de substituição. O reserva pode entrar sem
avisar a mesa de controle, desde que o jogador a ser substituído já tenha abandonado a quadra.
Já a substituição do goleiro deve ser feita quando a equipe a que pertence estiver de posse da
bola. Qualquer jogador poderá substituir o goleiro. O goleiro a ser substituído sai da quadra pela zona de
substituição e o substituto entra na quadra pelo mesmo lugar.

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Caso ocorra alguma irregularidade na substituição, a equipe infratora será penalizada.

9. Faltas e atitudes antidesportivas


9.1 É permitido:
a) usar uma mão aberta para tirar a bola não dominada;
b) usar os braços flexionados para fazer contato corporal com um adversário, e desta maneira
controlá-lo e acompanhá-lo;
c) usar o tronco para bloquear o adversário na luta pela posição.

9.2 Não é permitido:


a) arrancar ou golpear a bola que está nas mãos do adversário;
b) bloquear ou empurrar o adversário com braços, mãos ou pernas ou usar qualquer parte do corpo
para deslocá-lo ou empurrá-lo para fora da posição, isto inclui o uso dos cotovelos;
c) agarrar um adversário (no corpo ou pelo uniforme), mesmo se permanecer livre para continuar o
jogo;
d) saltar sobre um adversário.

As penalidades do handebol são aplicadas progressivamente: começando com uma advertência,


seguindo com exclusões por 2 minutos e uma desqualificação.

I. Advertências
As infrações onde a ação é principalmente ou exclusivamente dirigida ao corpo do adversário
devem implicar uma sanção disciplinar de advertência.
São ações passíveis de advertência (inicialmente verbal):
a) protestos contra as decisões dos árbitros, ou manifestações verbais e não verbais destinadas a causar
uma decisão específica dos árbitros;
b) ofender um adversário ou companheiro de equipe usando palavras ou gestos, ou gritar com um
adversário para distraí-lo;
c) atrasar a execução de um tiro do adversário ou não respeitar os 3 metros de distância ou de qualquer
outra maneira;
d) por meio de “teatro”, enganar os árbitros com respeito às ações de um adversário ou exagerar o
impacto de uma ação, para provocar um time-out ou uma sanção indevida ao adversário;
e) bloquear ativamente um passe ou um arremesso usando o pé ou a parte abaixo do joelho; os
movimentos totalmente por reflexo, por exemplo, mover as pernas para juntá-las, não devem ser
sancionados;
f) invadir repetidamente a área de gol por razões táticas.
Para assinalar a advertência a um jogador o árbitro deve exibir claramente o cartão amarelo.

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II. Exclusão
A exclusão será sempre de dois minutos de jogo, durante os quais o jogador punido não poderá ser
utilizado. Sua equipe só poderá ser completada depois de esgotado o tempo da punição.
Se um mesmo jogador for excluído por três vezes, será desqualificado automaticamente.
Uma exclusão deve ser dada nos seguintes casos:
a) infrações cometidas com alta intensidade ou contra um adversário que está correndo em grande
velocidade;
b) agarrar um adversário por um longo tempo ou derrubá-lo;
c) infrações contra a cabeça, garganta ou pescoço;
d) golpes fortes contra o tronco ou braço de arremesso;
e) tentar fazer com que o adversário perca o controle corporal (por exemplo, agarrar a perna ou pé de um
adversário que está saltando);
f) correr ou saltar com grande velocidade sobre um adversário;
g) protestos, envolvendo gritos com gestos enérgicos ou comportamento provocativo;
h) quando houver uma decisão contra a equipe em posse e o jogador em poder da bola não deixá-la
imediatamente disponível para o adversário ao soltá-la ou apoiá-la ao solo;
i) obstruir o acesso à bola por quem entrou na zona de substituições.
Em casos excepcionais a exclusão pode ser dada sem advertência prévia.
A exclusão é claramente anunciada ao jogador faltoso e ao secretário pelo gesto oficial: um braço
elevado verticalmente com os dedos indicador e médio estendidos.

III. Desqualificação
A desqualificação será dada nos seguintes casos:
 Depois da terceira exclusão de um mesmo jogador;
 Um jogador que ataque um adversário de maneira tal que possa ser perigoso para sua saúde,
deverá ser desqualificado. O especial perigo para a saúde do adversário surge da alta intensidade da
infração ou do fato de que o adversário está completamente desprevenido e não pode, devido a isto,
proteger a si mesmo perante a infração:
a) a real perda do controle corporal enquanto correndo ou saltando, ou durante uma ação de
arremesso;
b) uma ação particularmente agressiva contra uma parte do corpo do adversário, especialmente,
rosto, garganta ou pescoço (a intensidade do contato corporal);
c) a atitude imprudente demonstrada pelo jogador culpado quando comete a infração;
Para desqualificar um jogador ou um dirigente oficial, o árbitro deve mostrar claramente o cartão
vermelho, após a interrupção do tempo de jogo, ao elemento punido.
A equipe cujo jogador tenha sido desqualificado jogará com um elemento a menos durante um
período de dois minutos. Passado esse tempo, a equipe pode colocar na quadra o mesmo número de
jogadores que tinha antes da desqualificação.

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1. Goleiro-linha: A partir de agora, não será mais necessário que o sétimo jogador de linha venha do
banco com o uniforme de goleiro para fazer uso da tática do goleiro-linha. Agora, as equipes poderão
jogar com sete jogadores na linha e qualquer um dos atletas poderá sair, a qualquer instante, para que o
goleiro retorne para a meta. Caso não haja tempo para que a troca aconteça, fica proibido que qualquer
atleta de linha entre na área do goleiro para fazer sua função.

2. Jogo Passivo: Quando uma equipe não busca o ataque e a arbitragem reverte a posse de bola.
Sempre muito subjetiva, ela agora foi regulamentada. O jogo passivo ficará definido quando o árbitro
erguer a mão direita. A partir daí, o time que estiver no ataque poderá trocar até seis passes para definir
a jogada. Se não o fizer, perderá a posse. A contagem não será zerada em caso de falta ou lançamento
bloqueado.

3. Jogadores lesionados: Se a arbitragem entender que eles podem se levantar sozinhos e deixar a
quadra, os mesmos terão que fazê-lo, sob pena de cartão amarelo ou dois minutos de suspensão. Eles
só podem chamar os oficiais de equipe para dentro de quadra quando os árbitros liberarem. Ele será
supervisionado pelo delegado do jogo e só pode voltar para a quadra depois do terceiro ataque do seu
time. A medida visa impedir ações antidesportivas e a quebra do ritmo dos jogos.

4. Cartão azul: A Federação Internacional de handebol (IHF) também instituiu o cartão azul. Antes, só
existia o cartão vermelho, dado ao jogador expulso da partida. Ele é desqualificado do jogo, mas pode
retornar para o jogo seguinte caso não seja feito nenhum relatório sobre sua conduta. Agora, para tornar
para o público as ações mais claras, o jogador pode receber um cartão azul depois do vermelho. Ele
indica que haverá relatório sobre a sua conduta na partida e que ele pode ou não ser suspenso para o
próximo duelo ou até desqualificado de todo o campeonato se for o entendimento.

5. Sanções aos times no último minuto de partida: A última alteração foi em relação as sanções
que eram aplicadas no último minuto de jogo. Agora, elas só serão utilizadas nos últimos 30 segundos
dos confrontos. A punição com cartão vermelho seguido de tiro de sete metros só irá acontecer quando a
falta trouxer riscos à integridade física do jogador, e não será utilizada em qualquer falta.

6. A duração do jogo A duração de uma partida de handebol, para todas as equipes com jogadores
de idade igual ou acima de 17 anos, é de dois períodos de 30 minutos cada.
O tempo de intervalo de jogo é, normalmente, igual á 10 minutos.
A duração de uma partida de handebol, para todas as equipes com jogadores de equipes de
adolescente com idade de 15 a 16 anos, é de dois períodos de 25 minutos cada.
O tempo de intervalo de jogo é, normalmente, igual á 10 minutos.
A duração de uma partida de handebol, para todas as equipes com jogadores de equipes com
idades entre 12 a 14 anos, é de dois períodos de 20 minutos cada.
O tempo de intervalo de jogo é, normalmente, igual á 10 minutos.

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Caso seja necessária, a prorrogação é jogada decorridos 5 minutos de intervalo.
A prorrogação é composta por dois períodos de 5 minutos cada, com um intervalo de 1 minuto
entre os períodos.
Caso o empate persista, poderá ser jogado um segundo tempo extra, logo após um novo intervalo
de 5 minutos, nos mesmos moldes do primeiro tempo extra da prorrogação, já informado no parágrafo
anterior.
Se o jogo ainda estiver empatado, o vencedor será determinado de acordo com o regulamento
particular da competição.
Um time-out é obrigatório quando:
a) ocorre uma exclusão de 2 minutos, uma desqualificação ou expulsão;
b) concede-se um tempo técnico;
c) o cronometrista ou Delegado técnico apita;
d) os árbitros necessitam consultar um ao outro durante o jogo para esclarecer algum lance da partida.

Cada uma das equipes tem o direito de pedir um tempo técnico de 1 minuto em cada período
regular do jogo, porém nos períodos extras, caso ocorram, não há direito a pedido de tempo técnico.para
equipes masculina e feminina de mais de 18 anos, a duração do jogo é de 2 tempos de 30 minutos com
10 minutos de intervalo.

Cooperação e Compreensão no Esporte


O conceito de Ética
Penso que seja necessário, em primeiro lugar, porque isto me
parece fortemente cunhado no pensamento profissionalizante, refletir
sobre o que não é ética. Ética não é reserva de mercado. Ética não é
pretexto para esconder mazelas profissionais e irresponsabilidades de
pares. Ética também não é o simples filosofar e induzir a dúvidas. "Ética,
enfatize-se, desserve apenas para adornar a retórica; é algo que pode e
deve pautar a conduta de um ser consciente" (ALONSO, 2002: 83).
Medalhista olímpico, Ryan Lochte é pego
Ética deriva do grego e significa em sua grafia original no doping por causa de foto.
"costumes". Estamos falando, portanto, do comportamento humano,
vinculado a um determinado grupo, ambiente ou cultura.

Ética no esporte
Não nos faltam discussões a respeito da ética no esporte, pelo menos no mundo das torcidas e da
mídia. Podemos acompanhar diariamente, nos comentários pelas ruas ou pelos jornais, escritos, falados e
televisionados assuntos pertinentes à moral e à ética nos esportes. Poderíamos arrolar centenas de fatos
que suscitariam polêmicas discussões a respeito. Vou lembrar algumas delas:

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 As supostas falcatruas da Confederação Brasileira de Futebol, os chamados "gatos" do esporte, que
falsificam carteiras de identidade para tirar proveito de uma idade menor;
 Rubinho ter que deixar Schumacher passar à frente para somar mais pontos no Mundial de fórmula 1
em 2003;
 Um determinado árbitro que, no campeonato brasileiro de 2005, foi preso por manipular resultados
de jogos;
 A descoberta constante do uso de anabolizantes por parte de atletas de alto nível.
A distribuição das cotas de televisão na Série A 2018, com bolo de R$ 1,3 bilhão

A mídia prega a todo instante chavão moral e


de fair play, quando ela mesma, na prática profissional
de seus agentes, usa de meios inescrupulosos para
manter seus níveis de audiência. O canibalismo da
disputa pelos direitos de transmissão do futebol, por
exemplo, não condiz com os princípios do fair play,
enquanto que "na disputa pelas quotas de vendas e
audiências fogem do plano do fair play como o diabo
da cruz e não parecem nada incomodados com isso.

Resta-nos avaliar alguns pontos contraditórios para delinear novas perspectivas para uma ética no
esporte.
Temos um esporte que se profissionaliza cada dia mais e se submete às regras do mercado do
trabalho economicamente produtivo e que, se por um lado se distancia da puritana ética protestante do
trabalho, por outro, e pelos mesmos motivos, cerceia as liberdades individuais, o livre arbítrio e a
possibilidade do ser humano se reconhecer no produto de seu próprio trabalho, cedendo lugar aos
interesses do rendimento individualista, das vantagens econômicas e da perversidade da desestruturação
trabalhista. Quais são as preocupações éticas com o fim da carreira esportiva? Os segmentos sociais que
cuidam do esporte estão preocupados em como será a vida dos cidadãos, que lutaram vários anos para
melhorar e manter altos índices de performance, estiveram no foco da mídia e, de repente, vivem no
anonimato e muitas vezes na miséria?
Não quero me referir apenas ao âmbito do alto rendimento, que é sem dúvida o desaguadouro de
inúmeras mazelas éticas, mas também à iniciação esportiva e à descoberta de talentos.
Cito, como exemplos, dois temas importantes: Um que diz respeito ao papel dos pais. Até que ponto
pode se considerar ética a participação dos pais no desenvolvimento esportivo de seus filhos. Os pais
estão conscientes e conversam com seus filhos a respeito das consequências positivas e negativas da
prática esportiva? Os pais permitem a livre escolha da prática esportiva de seus filhos? As crescentes
expectativas de trabalho no esporte, criadas por pais e filhos, que levam ao sonho da riqueza e do
sucesso, são compatíveis com a realidade do mundo esportivo?
O outro tema é o das assim denominadas "peneiras", que frequentemente mandam de volta para
casa centenas de jovens decepcionados e frustrados por não terem conseguido um "lugar ao sol", como a

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que vimos recentemente na televisão, no caso específico do futebol, inclusive com a participação de
renomados técnicos nacionais.
O esporte que inicialmente era apenas competição, usado para demonstrações de superioridade,
agora é tratado como “esporte para todos’, o que abriu margem para grandes campanhas de valorização
das práticas esportivas, reforçando muito o aumento da abrangência do renovado conceito esporte. A
razão social do esporte, anteriormente atrofiada pelas próprias limitações do esporte de competição,
cresceu muito em relevância, com isso passou a ser utilizado pelos canais de mídia (canais de televisão,
jornais, revistas, rádio, internet) como meio de divulgação e comércio dos mais variados produtos.
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A visão de esporte imposta pela mídia


Atualmente, principalmente em países subdesenvolvidos, as pessoas não dispõem de grandes
oportunidades para melhoria da qualidade de vida. Nesse ponto, o principal papel da mídia é mostrar para
a sociedade o esporte como uma forma rápida, sem muito esforço e/ou prazerosa da tão sonhada
oportunidade de melhoria sócio-econômica.
À medida que a mídia vai promovendo mais e mais a repetição deste pensamento, a sociedade vai
aceitando e encarando-o como verdadeiro. “Para tanto, a indústria midiática contribui decisivamente, pela
força do apelo imagético e por seu efeito multiplicador, para que estas interpretações se tornem ‘familiares’
e sejam incorporadas à cultura esportiva” (PIRES, 2005, p. 115).
Por sua vez, o Capitalismo impõe que as pessoas estejam sempre buscando a melhoria de sua
situação financeira. Sendo assim, o papel da mídia é mostrar e idolatrar alguns pouquíssimos atletas que
conseguem obter sucesso através do esporte e fazer com que estes passem a servir como modelos para
outros milhões de pessoas que tentarão em vão este mesmo sucesso.
Analisando a afirmativa de Kenski (1995), a autora diz que “o atleta super star é valorizado
comercialmente como espaço publicitário por onde podem ser veiculadas as mensagem dos
patrocinadores. Divulga-se o campeão e, junto com ele uma imagem símbolo, valorizada socialmente, de
saúde, força, poder, [dinheiro, fama], vitória e prestígio”.
Assim, a mídia, como aliada do Capitalismo, utiliza este atleta campeão como parâmetro de sucesso
para a sociedade. As empresas o utilizam para fazer propaganda de seus produtos e aumentar suas
vendas. Por sua vez, a população acaba procurando e comprando os produtos anunciados pelo atleta
campeão. Não significa que isto não possa ou não deva de forma alguma ser feito, significa que o esporte
não pode ser resumido a isso e utilizado apenas pra esse fim, apenas com interesses econômicos.
Podemos perceber que atualmente na mídia há uma predominância quase total do “Esporte
Rendimento’’ (ou “Esporte Espetáculo”) em detrimento do “Esporte Saúde e/ou Social’’. Pouco se vê
reportagens falando sobre os benefícios de determinado esporte para a saúde, ou, raramente se vê
alguma reportagem falando sobre algum projeto social esportivo e mostrando os benefícios sociais do
esporte, como inclusão, integração, socialização, fuga do mundo da criminalidade...

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Quando algo parecido com isso aparece nos programas esportivos, é alguém que veio de origem
humilde e que conseguiu se tornar um bom atleta, um campeão. Assim, fala-se de sua vida sofrida, dos
obstáculos vencidos e de como obteve sucesso... Apenas do conto de fadas!
Nesse caso, a mídia afirma que qualquer pessoa pode ter sucesso através do esporte, inclusive as
de origem mais humilde. Isso, sem dúvida, é pura ilusão. Um ou outro conseguem, no universo de milhões.
As pessoas não têm chances iguais, principalmente as menos favorecidas economicamente. No entanto,
outros inúmeros milhões de pessoas, principalmente estas de origem mais humilde, cultivarão e correrão
atrás deste mesmo sonho irrealizável para ver se conseguem deixar a pobreza.
O espetáculo esportivo, que antes acontecia apenas para o deleite das arquibancadas, foi
globalizado. A televisão multiplicou a plateia de milhares para criar a audiência e o mercado de milhões
(...). A indústria do esporte cresceu e com ela a qualidade dos eventos e dos equipamentos esportivos. Os
espetáculos esportivos estão cada vez mais elaborados, cada vez mais espetaculares e, ao mesmo tempo,
mais ajustados ao formato exigido pela mídia. O esporte foi metamorfoseado definitivamente pelo dinheiro.
Modificou-se tudo que foi necessário para seu novo formato, desde o ideal até as regras. Uma nova
equação foi produzida: espetáculo esportivo mais mídia é igual a lucros milionários (PILATTI; VLASTUIN,
2004).

Referências
 ALONSO, F.R. Requisitando os fundamentos da ética. In: J.A.A. COIMBRA (Org.). Fronteiras da
Ética. São Paulo: Senac, 2002. p. 75-119).
 https://efdeportes.com/efd76/etica.htm
 www.efdeportes.com/efd123/ilusao-em-massa-o-papel-da-midia-no-esporte.htm

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