Primeiros Socorros Psicológicos

PRIMEIROS SOCORROS
PSICOLÓGICOS

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ESTRATÉGIAS PARA OS PAIS AJUDAREM BEBÉS E CRIANÇAS PEQUENAS APÓS O

ACONTECIMENTO POTENCIALMENTE TRAUMÁTICO

SE O SEU
ENTENDA COMO AJUDAR
FILHO…

 Se quiser deixe o seu filho dormir

consigo. Mas diga-lhe que é só por
 Quando as crianças estão assustadas, elas
agora;
querem estar com pessoas que as façam sentir
 Tenha uma rotina à hora de deitar:
seguras, e preocupam-se quando não estão
… tem problemas em ler uma história; rezar;
juntos;
dormir, não quer ir aconchegar. Pratique a rotina
 Se esteve separado do seu filho durante o
para a cama, não todos os dias para que ele saiba o
acontecimento potencialmente traumático, o
que esperar;
quer dormir sozinho, facto de ir para a cama sozinho pode recordá-lo
 Aconchegue-o e diga-lhe que está
acorda durante a da separação;
seguro, que está ali e que não se
noite a gritar.  A hora de dormir é um momento de recordação
vai embora. Entenda que ele não
porque não estamos ocupados a fazer outras
está a ser difícil de propósito. Isto
coisas. As crianças habitualmente sonham com
pode levar tempo, mas quando ele
o que temem e ficam com medo de ir dormir.
se sentir seguro, vai dormir
melhor.

 Relembre à criança e a si mesmo

que agora já está seguro;
 Se ainda não está seguro fale em
…se preocupa que
como está a proceder para a
alguma coisa de mal  É natural sentir medo depois de exposto ao
manter segura;
aconteça aos pais perigo;
 Faça um plano de quem poderá
 Este medo pode aumentar se a criança esteve
(também pode ter cuidar dela caso alguma coisa lhe
separada dos seus entes queridos durante o
preocupações como aconteça. Isto poderá ajuda-lo a
acontecimento potencialmente traumático.
esta). preocupar-se menos;
 Faça atividades positivas em
conjunto com a criança para a
ajudar a pensar noutras coisas.

 Tente ficar junto do seu filho e

 Para separações breve (em lojas
 As crianças que não sabem ainda falar ou dizer
o que sentem podem demonstrar os seus
sentimentos através do choro;
…chora ou queixa- se  As partidas podem recordar a criança de alguma
separação relacionada com o acontecimento
quando o deixa, ou potencialmente traumático;
quando você vai à  Os corpos das crianças reagem às separações
(dores de estômagos, aumento do ritmo
casa de banho. cardíaco).
 Alguma coisa dentro delas diz “Oh não, não a
 Para separações mais longas
…não consegue ficar posso perder”;
 O seu filho não está a tentar manipulá-lo ou
longe de si. controlá-lo. Ele está assustado;
 Ele também pode ficar assustado quando outras
pessoas partem (que não os pais). As partidas
deixam-no assustado.
evitar as separações por agora;
ou casa de banho, por exemplo),
ajude a criança a nomear os
medos e a ligá-los ao que se tem
passado. Deixe-o saber que o ama
e que esta partida é diferente, que
vai voltar rápido. “Estás tão
assustado. Não querias que eu
fosse embora porque da outra vez
não sabias onde eu estava. Desta
vez é diferente eu volto já”.
deixe-o com pessoas familiares,
diga-lhe que vai embora, o porquê
e quando volta. Faça-o saber que
estará a pensar nele. Deixe uma
fotografia, ou algo seu e telefone-
lhe se puder. Quando voltar diga-
lhe que sentiu a falta dele, que
pensou nele e que voltou. Poderá
ter de repetir várias vezes.

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 O stress afeta o seu filho em diferentes formas,
incluindo o apetite;
 Alimentar-se saudavelmente é importante, mas
focar-se demasiado na alimentação poderá
causar stress e tensão na vossa relação.
… tem problemas em
comer, ou come em
demasia ou recusa
alimentar-se.
 Muitas vezes quando as crianças estão
… não é capaz de
assustadas ou stressadas perdem algumas
competências que adquiriram recentemente;
fazer coisas que já
 Este é o modo das crianças pequenas dizerem
fazia (como usar o que algo não está bem e que precisam de ajuda;
 A perda de uma competência que já tinham
bacio).
anteriormente (por exemplo, voltar urinar na
cama) pode fazê-los sentirem-se envergonhados
...não fala como
ou embaraçados;
habitualmente.  Os cuidadores devem ser compreensivos e
deverá apoiar o seu filho;
 O seu filho não o faz de propósito.
 Pode parecer estranho, mas quando as crianças
se sentem inseguras habitualmente comportam-
… é imprudente, faz
se de forma perigosa;
coisas perigosas.  É uma maneira de dizer “Eu preciso de ti.
Mostra-me que sou importante para ti mantendo-
me seguro”
 O seu filho pensa que os pais são “todo-
poderosos” e que o podem proteger de tudo.
Esta crença ajuda-os a sentirem-se seguros.
…está assustado Devido ao que aconteceu, esta crença foi
com coisas com que abalada e o mundo é um lugar assustador;
 Muitas coisas podem fazer o seu filho recordar-
não se assustava
se do acontecimento potencialmente traumático
antes. (chuva, ambulâncias, pessoas a gritar, um olhar
seu assustado), e isso vai assustá-lo;
 Não é culpa sua, foi o acontecimento
potencialmente traumático.
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 Relaxe. Habitualmente quando o
nível de stress das crianças baixa
e o seu apetite normaliza. Não o
force a comer;
 Comam juntos e torne a hora das
refeições em algo alegre e
agradável;
 Mantenha snacks saudáveis por
perto;
 Se está preocupado ou se a
criança perder muito peso,
consulte um pediatra.
 Evite criticar. Isso irá preocupá-lo
e fazê-lo pensar poderá nunca
aprender.
 Não force a criança. Cria uma forte
aversão.
 Em vez de se focar na
competência (como usar o bacio),
ajude o seu filho a sentir-se
compreendido, aceite, amado e
apoiado.
 À medida que se vai sentindo mais
seguro, o seu filho vai recuperar a
competência perdida.
 Mantenha o seu filho seguro.
 Calmamente vá até ele e segure-o
se necessário;
 Faça-o entender que o que ele
está a fazer não é seguro, que
isso é importante e você não quer
que nada de mal lhe aconteça;
 Mostre-lhe maneiras positivas de
ter a sua atenção.
 Quando o seu filho está
assustado, fale com ele sobre o
que fará para que se sinta seguro;
 Se alguma coisa recordar o
acontecimento potencialmente
traumático ao seu filho e o
preocupar que possa estar a
acontecer de novo, ajude-o a
compreender que o que está a
acontecer é diferente do sucedido;
 Se a criança falar de monstros,
junte-se a ele e afugente-os “vai-te
embora Monstro, não incomodes o
meu bebé. Vou assustar o monstro
e ele vai fugir Boo boo”;
 O seu filho poderá ser muito
pequeno para reconhecer como o
protegeu, mas relembre-se das
coisas boas que fez.
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 Ajude o seu filho a reconhecer os

sentimentos (medo, preocupação),
e assegure-se que ele está
seguro:
 Ajude o seu filho a livrar-se da
 O medo pode criar ansiedade que fica no nosso ansiedade (alongamentos,
corpo sob a forma de agitação; corridas, desportos, e respirar de
…parece hiperativo,  Os adultos ficam quietos quando estão forma profunda e calmamente);
não sossega e não preocupados, as crianças correm, saltam e  Sente-se com ele e façam uma
lutam; atividade de que ambos gostem
consegue prestar
 Quando o nosso pensamento está fixo em (jogar à bola, ler, desenhar).
atenção a nada. coisas más é difícil prestar atenção a outras Mesmo que ele não pare de
coisas; correr, vai ajudá-lo;
 Algumas crianças são naturalmente ativas.  Se o seu filho é naturalmente ativo
pense no lado positivo. Pense em
toda a energia que ele tem para
fazer as coisas e planeie
atividades à medida das
necessidades dele.

… brinca de maneira
 Consiga tolerar, oiça o seu filho;
violenta.  As crianças pequenas muitas vezes falam  À medida que o seu filho brinca
…continua a falar do através do brincar. Brincar de forma violenta ajude-o a nomear os sentimentos
pode querer dizer como as coisas estão e que esteja lá para o apoiar.
acontecimento estranhas ou como eles se sentem  Se ele ficar muitas vezes zangado,
interiormente; ou brincar muitas vezes o mesmo
potencialmente  Quando as crianças falam do que aconteceu, cenário de zanga ajude-o a
fortes sentimentos podem surgir para ambos acalmar-se e a sentir-se seguro e
traumático e das
(medo, tristeza, zanga). considere procurar ajuda
coisas más que viu. profissional.

 Lembre-se que o seu filho não é

 Entre os 18 meses e os 3 anos as crianças são
…agora é muito habitualmente controladoras;
exigente e  Pode ser aborrecido, mas é uma parte normal do
desenvolvimento e ajuda-os a aprender que são
controlador. importantes e que fazem as coisas acontecer;
 Quando as crianças se sentem inseguras,
… parece teimoso e podem ficar mais controladoras que o habitual. É
insiste em fazer as uma forma de lidarem com o medo. Eles estão a
coisas à sua maneira. dizer “as coisas estão descontroladas e eu
necessito de controlar tudo”.
controlador ou mau. Isto é normal,
mas pode piorar por se sentir
inseguro;
 Deixe o seu filho controlar
pequenas coisas. Dê-lhe a
escolher o que ouve, vê, que
jogos brinca, que histórias lê. Se
ele tiver controlo das pequenas
coisas, pode-o fazer sentir-se
melhor. Equilibre o controlo que
lhe dá e as rotinas;
 Incentive-o a experimentar coisas
novas. Ele pode sentir maior
controlo quando se calça sozinho,
quando completa um puzzle.

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 Mesmo antes do acontecimento potencialmente
traumático o seu filho fez birras. São coisas
normais do crescimento. É frustrante não
…faz birras e anda conseguir fazer as coisas e expressar o que
irritadiço. precisa;
 Agora o filho tem com que se zangar (tal como
os pais também têm), e pode necessitar
realmente de gritar e chorar.
 Para as crianças, a agressão é a forma de
expressarem a zanga;
 Quando as crianças agridem os adultos elas
…agride-o. sentem-se inseguras. É assustador agredir
alguém que nos deveria proteger;
 O agredir também poderá existir por ver outros
agredirem-se.
 O problema é o acontecimento potencialmente
…diz “vai-te embora traumático e o que causou, mas o seu filho é
pequeno demais para o entender;
eu odeio- te!”.  Quando as coisas correm mal, por vezes os
…diz “ isto é tudo
filhos ficam zangados com os pais porque
acreditam que estes deviam ter impedido a
culpa tua”. situação de acontecer;
 A culpa não é sua, mas não é tempo para se
defender. O seu filho precisa de si.
… não quer brincar
nem fazer nada.  O seu filho necessita de si. Muita coisa
aconteceu e ele pode sentir- se sobrecarregado
… parece não ter e triste;
 Quando as crianças estão tristes, umas gritam
sentimentos (alegria outras isolam-se.
 Ambos necessitam dos seus entes queridos.
ou tristeza).
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 Deixe-o saber que compreende o
quão difícil é para ele. “As coisas
estão realmente más agora. Foi
tão assustador. Já não temos os
teus brinquedos nem a TV, tens
razão para estar zangado”.
 Tolere as birras mais do que
costuma, e responda com amor
em vez de disciplina. Normalmente
pode não o fazer, mas a situação
não é normal. Se ele chorar ou
gritar fique com ele e faça-o saber
que está ali para ele. Os limites
deverão ser estabelecidos se as
birras se tornarem frequentes ou
extremas.
 Cada vez que o seu filho o agredir
faça-o saber que está errado.
 Agarre-lhe as mãos para que não
o possa agredir e sente-o. Diga
algo como “ não está bem, bater é
errado, quando bates vais ter de te
sentar”.
 Se já tiver idade suficiente ensine-
lhe as palavras que deverá usar
para dizer o que quer ou precisa;
 Ajude-o a expressar a zanga de
outras formas (desenhos, jogos);
 Se tiver conflitos com outros
adultos faça-o em privado, longe
da criança. Se necessário fale com
um amigo ou com um profissional
acerca dos seus sentimentos.
 Lembre-se pelo que o seu filho
passou. Ele não sente tudo o que
diz, está zangado e a lidar com
muitas dificuldades e sentimentos;
 Apoie os sentimentos de zanga do
seu filho, mas calmamente
redirecione esses sentimentos
para o acontecimento
potencialmente traumático.
 Sente-se junto do seu filho e
mantenha-o perto de si. Deixe-o
saber que o ama;
 Se puder nomeie os sentimentos
dele. Faça-o saber que é normal
sentir-se triste, preocupado ou
zangado;
 Tente fazer algumas atividades
com o seu filho, algumas coisas
que ele goste.
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 A sua família pode ter experienciado mudanças
difíceis devido ao acontecimento potencialmente
traumático e é natural que o seu filho esteja
triste;
… chora muito.  Quando o seu filho se sente triste e o conforta
está a ajudá-lo mesmo que ele continue triste;
 Se sentir muito triste é melhor procurar apoio. O
bem-estar do seu filho está relacionado com o
seu.
 Nem mesmo as crianças mais pequenas
…sente falta das expressam sempre o que sentem – tenham
pessoas que não atenção a esta dificuldade quando a criança
podem estar depois deixar de ver pessoas importantes para ela;
 Se alguém próximo do seu filho morreu, a
do acontecimento
criança pode mostrar reações extremas ao
potencialmente acontecimento potencialmente traumático;
traumático.  As crianças pequenas não entendem a morte,
pensam que as pessoas podem voltar.
 Quando um acontecimento potencialmente
… sente falta das
traumático traz muitas perdas a uma família e
coisas que perderam comunidade, por vezes, é difícil perceber o que
devido ao significa a perda de um brinquedo ou do cobertor
acontecimento favorito;
potencialmente  O luto pelo brinquedo é a forma que a criança
traumático. tem de fazer o luto por tudo o que tinha antes do
acontecimento potencialmente traumático.
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 Permita ao seu filho expressar a
tristeza;
 Ajude o seu filho a nomear os
sentimentos e a compreender
porque o fazem sentir assim;
 Apoie o seu filho, sentando-se
com ele e dando-lhe atenção
redobrada. Passem mais tempo
juntos;
 Ajude o seu filho a sentir
esperança no futuro. Juntos
pensem e falem que as vossas
vidas vão continuar e vão
continuar a fazer coisas que
gostam como brincar, jogar, ir ao
Zoo;
 Cuide de si próprio.
 Ajude o seu filho a restabelecer o
contacto com as pessoas que se
mudaram. (cartas, postais,
desenhos telefone);
 Ajude o seu filho a falar acerca
dessas pessoas importantes.
Mesmo quando separados das
pessoas importantes as crianças
tem sentimentos acerca deles.
Podemos ter sentimentos positivos
com as lembranças;
 Quando alguém morre, responda
ao seu filho de forma simples e
honestamente. Quando as
reações intensas durarem mais de
2 semanas procure ajuda
profissional.
 Permita ao seu filho expressar a
tristeza. É triste o seu filho ter
perdido o brinquedo ou o cobertor;
 Se possível tente encontrar algo
que possa substituir o brinquedo
ou o cobertor;
 Distraia a criança com outras
atividades.
Adaptado de Brymer et al. (2006)