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Física Módulo F4 – Circuitos eléctricos

Circuitos Eléctricos

1. A corrente eléctrica como forma de transferência de energia


1.1. Geradores de corrente eléctrica

São dispositivos que convertem uma determinada forma de energia em energia eléctrica.

Processos de produção de corrente eléctrica em diferentes geradores

 Gerador de Van Der Graaf (ou outra máquina electrostática)

Energia mecânica Transformação Energia eléctrica

 Baterias e células químicas

Transformação Energia química Energia eléctrica

 Termopares

Energia térmica Transformação Energia eléctrica


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 Células fotoeléctricas

Energia luminosa Transformação Energia eléctrica

1.2. Carga eléctrica


Nos átomos o número de electrões (partículas de carga negativa) é igual ao número de protões
(partículas de carga positiva), o que torna o átomo electricamente neutro.

Normalmente um corpo fica electrizado quando perde ou capta electrões, que têm uma
“mobilidade” muito superior à dos protões que se encontram confinados no núcleo do átomo.

Quando o número de electrões é superior ao número de protões, o átomo dá origem a um ião


com carga electrica negativa (anião). Quando o número de electrões é inferior ao número de
protões, o átomo dá origem a um ião com carga eléctrica positiva (catião).

A unidade de carga eléctrica no sistema internacional é o Coulomb (C) .


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Força eléctrica e Campo eléctrico


É a força eléctrica (⃗
F ) que actua na carga unitária (q) colocada nesse ponto.


F

E=
q

Linhas de campo de campos eléctricos:


As linhas de campo do campo eléctrico começam nas cargas positivas, terminam nas cargas
negativas e nunca se cruzam.
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Espectro eléctrico do campo criado por dois condutores quase pontuais electrizados com carga
eléctrica de sinais contrários:

Espectro eléctrico do campo criado por dois condutores quase pontuais electrizados com carga
eléctrica do mesmo sinal.

Espectro eléctrico do campo criado por duas barras metálicas paralelas electrizados com carga
eléctrica de sinais contrários.

1.3. Circuitos eléctricos


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Se um condutor é ligado aos pólos do gerador os electrões do pólo negativo movimentam-se


ordenadamente para o pólo positivo, esse movimento ordenado dos electrões é denominado
de corrente elétrica.
Por convenção, o sentido da corrente elétrica é contrário ao do movimento dos electrões
no condutor.

A intensidade da corrente eléctrica (I), num condutor, é a quantidade de carga (Q) que
atravessa uma secção recta desse condutor numa unidade de tempo (Δt) .

Q
I=
∆t

A unidade SI de intensidade de corrente eléctrica é o ampere (A).

Símbolos utilizados nos esquemas de


circuitos eléctricos

Associações de resistências
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As resistências podem ser combinadas basicamente em três tipos de associações: em série, em


paralelo ou ainda em associação mista, que é uma combinação das duas formas anteriores.
Qualquer que seja o tipo da associação, esta sempre resultará numa única resistência total,
normalmente designada como resistência equivalente - e sua forma abreviada de escrita é Req .

 Resistências em série

Req =R1 + R2 + R3 +… Rn

 Resistências em paralelo

1 1 1 1 1
= + + +…
R eq R1 R2 R3 Rn

Lei de Ohm
Do ponto de vista microscópico, nos materiais condutores há muito menor resistência à
passagem das cargas eléctricas do que nos materiais isoladores. Os fios eléctricos usados nos
circuitos são feitos de metais bons condutores revestidos por um material isolador, geralmente
plástico. Mas mesmo os materiais bons condutores da corrente eléctrica, como o cobre, o ferro e a
grafite, oferecem sempre resistência à
passagem dos electrões de condução.

Dados dois condutores A e B sujeitos a uma


mesma diferença de potencial, tem maior
resistência o que for percorrido por uma menor
intensidade de corrente.

Dois condutores com resistências diferentes: a resistência de A é maior do que a resistência de B.


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    Podemos medir a resistência de um condutor directamente (sem ser calculando o quociente da


diferença de potencial e da intensidade de corrente que o percorre). Para tal, usa-se um aparelho
chamado ohmímetro. Os ohmímetros estão normalmente
integrados em aparelhos mais completos que se chamam
multímetros e que servem para medir valores de diferença de
potencial, intensidade de corrente e resistência. Um multímetro é,
pois, um aparelho que pode funcionar como um voltímetro, um
amperímetro ou um ohmímetro. Os multímetros modernos são, em
geral, digitais (os respectivos valores são indicados por números -
dígitos - e não por ponteiros).

    Existe ainda uma outra forma de saber o valor da resistência de um condutor: lendo o código de
cores associado a essa resistência. Assim como nos supermercados os preços dos produtos são
por vezes indicados por códigos de barras, também às resistências, nomeadamente as de carvão
usadas em electrónica, são associados códigos de cor que permitem saber os seus valores.
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Lei de Ohm (medição indirecta da resistência)

A diferença de potencial (V) nos terminais de um condutor homogéneo, a temperatura constante,


é directamente proporcional à intensidade da corrente eléctrica (I) que o percorre.

V
R=
I

Condutores óhmicos e não óhmicos 

    Os condutores que obedecem à lei de Ohm, como é o caso do cobre, designam-se por
condutores óhmicos. Estes condutores têm também o nome de condutores lineares, uma vez que
o gráfico que relaciona V e I é uma linha recta (que passa pela origem do sistema de eixos
coordenados).

    Os condutores que não obedecem à lei de Ohm chamam-se condutores não óhmicos ou não
lineares. Para um condutor não óhmico a diferença de potencial nos seus terminais não é
directamente proporcional à intensidade de corrente que o percorre, embora a sua resistência se
continue a calcular pelo quociente V/I (este valor já não é uma constante!).

1.4. Lei de Joule


O efeito térmico da corrente eléctrica também é conhecido por efeito
Joule.Num condutor óhmico, a energia eléctrica transformada em energia
calorífica por unidade de tempo, ou seja, a potência calorífica, é
directamente proporcional ao quadrado da intensidade de corrente que
percorre o condutor de resistência R constante.

P=R × I 2

2. Indução electromagnética
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2.1. Força magnética


Num íman existem sempre dois pólos magnéticos: pólo
Norte (N) e pólo Sul (S). Se aproximarmos os pólos iguais
de dois ímanes, estes interagem exercendo forças
magnéticas repulsivas; por outro lado, se aproximarmos
os pólos diferentes de dois ímanes, estes interagem
axercendo forças magnéticas atractivas.

2.2. Campo magnético


É possível produzir campos magnéticos de dois modos: com
ímanes ou com correntes eléctricas.

O campo magnético trata-se de uma grandeza vectorial, cujo


símbolo é , está relacionada com a força que actua sobre

B

outros ímanes. O campo magnético num dado ponto é tanto maior quanto maior for
a força que actua sobre um íman aí colocado. A unidade SI de campo magnético é o tesla (T).

Linhas de campo magnético


São linhas imaginárias que representam a direcção e a
intensidade do campo magnético. As linhas de campo
magnético são fechadas (partem do pólo norte e voltam ao pólo
sul do íman) e cobrem todo o espaço, nunca se cruzando.

Espectro magnético
Chama-se espectro magnético à figura obtida com a limalha de ferro assim disposta ao longo das linhas de
força.
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Campo magnético Terrestre

A Terra devido a
correntes eléctricas no
interior do seu núcleo,
comporta-se como um
íman gigantesco, e como
tal, tem dois pólos
magnéticos.
Estes pólos não coincidem com o Norte e o sul
geográficos, pois além de estarem invertidos,
ocorre uma declinação magnética de cerca de 8º
entre o pólo norte magnético e o pólo sul.
Como os pólos magnéticos diferentes se atraem, o
pólo norte da agulha magnética de uma bússola
aponta para o pólo sul do campo magnético terrestre, ou seja, sensivelmente o pólo norte
geográfico com um erro igual à declinação referida.

Experiência de Oersted
Oersted descobriu que as correntes eléctricas tinham propriedades magnéticas.

Ao fazer passar uma corrente eléctrica por um condutor metálico, Oersted


observou que uma agulha magnética aí colocada experimentava um desvio.

2.3. Fluxo do campo magnético

O fluxo magnético que atravessa a espira


condutora é o produto da componente do
vector B perpendicular à superfície pela
área A.
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φ=BA cosα

• Será tanto maior quanto maior for a intensidade do campo magnético, a área da
espira
• Será máximo quando o plano da espira for perpendicular às linhas de campo
(a = 0º) porque a espira será atravessada pelo número máximo de linhas de
campo.
)
• Será nulo quando o plano da espira coincide com o plano das linhas de campo
(a = 90º) porque a espira não será atravessada por linhas de campo;
• É positivo para a<90º e negativo para a>90º.

2.4. Corrente eléctrica


induzida

Cerca de dez anos depois de Oersted ter


demonstrado que as correntes eléctricas
geravam campos magnéticos, Faraday verificou que variando o fluxo magnético que
atravessava uma espira ou uma bobina , era possível criar uma corrente eléctrica.

Lei de Faraday

Se o fluxo que atravessa uma espira de bobina variar, então nessa espira será induzida
uma f.e.m. (força electromotriz) proporcional à taxa de variação do fluxo relativamente ao
tempo.
Unidade SI: Wb (weber)

Bom estudo! Ver vídeos em: www.viver-a-ciencia.blogspot.com

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