Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Governador Valadares/MG
2010
BERNARDO CHELONI BAIÃO
KENIO GOMES DE SOUSA
VINICIO CUSTÓDIO VITOR
Governador Valadares
2010
BERNARDO CHELONI BAIÃO
KENIO GOMES DE SOUSA
VINICIO CUSTÓDIO VITOR
Banca Examinadora:
_______________________________
Profª. Ms. Zaira Beatriz Bernardes
Universidade vale do Rio Doce
_______________________________
Prof. Maykel Nunes Cordeiro
Universidade Vale do Rio Doce
_______________________________
Prof. Leonardo Gomes de Souza
Universidade Vale do Rio Doce
“Os sonhos não determinam o lugar em
que você vai estar, mas produzem a força
necessária para tirá-lo do lugar em que
está.”
Augusto Cury
5
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 7
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 9
3. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 24
3.1 - PESQUISA DE CAMPO ................................................................................... 24
3.1.1 – Formulário de entrevistas .............................................................................. 24
3.1.2 – Análise de projeto gráfico de revistas ............................................................ 26
3.1.3 – Análise de capas de revistas ......................................................................... 32
3.2 - NOME ............................................................................................................... 35
3.3 - MARCA............................................................................................................. 37
3.3.1 - Símbolo .......................................................................................................... 38
3.3.2 – Cores ............................................................................................................. 42
3.3.3 - Tipografia ....................................................................................................... 43
3.4 - MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL ................................................................ 43
3.5 - A REVISTA ....................................................................................................... 49
3.6 - PROJETO GRÁFICO ....................................................................................... 51
3.6.1 A Capa ......................................................................................................... 54
3.6.2 - Vinhetas ......................................................................................................... 55
3.6.2 Cadernos ...................................................................................................... 55
3.6.3 Tipografia ..................................................................................................... 56
3.6.4 - Texto com conteúdo das matérias ................................................................. 57
3.6.5 - Títulos ............................................................................................................ 58
3.6.6 - Sub-títulos ...................................................................................................... 60
3.6.7 - Crédito............................................................................................................ 60
3.6.8 - Vinhetas ......................................................................................................... 61
3.6.9 - Grids............................................................................................................... 61
3.7 CONTEÚDO INTERATIVO ................................................................................. 66
3.8 - ÍNDICE ............................................................................................................. 69
3.9 – ESPAÇOS PUBLICITÁRIOS ........................................................................... 70
3.10 APLICAÇÃO EM MEIO IMPRESSO ............................................................ 71
3.11 PEÇAS PROMOCIONAIS ............................................................................ 71
3.12 DIVULGAÇÃO E MARKETING .................................................................... 74
4. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 77
6
1. APRESENTAÇÃO
gráfico de uma revista para o meio digital, consegue-se facilitar o acesso além de
possibilitar que a informação chegue ao leitor de forma clara e objetiva.
A tela do computador possui inúmeras características e variações como a
resolução de tela, tipo de monitor, proporção da tela, dentre outras. Essas e outras
questões são consideradas neste projeto visando à promoção de um projeto gráfico
que se adéqüe as necessidades especificas que a leitura através da tela exige.
Além do projeto gráfico da revista buscou-se trabalhar também as questões
relacionadas à identidade visual da mesma através da construção da marca e suas
aplicações, além disso, foi trabalhada também a parte de divulgação da revista
tornando, desta forma, um projeto coerente com a proposta.
9
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.2 - Marca
Um exemplo onde vemos a aplicação da prática comunicacional do Design é a
construção de marca, mais especificamente a criação de logotipo. O conceito de
marca, inicialmente, está ligado à função de identificar “produto e serviços por eles
assinalados e diferenciá-los daqueles produzidos pela concorrência” (PINHO, 1996,
p. 11). Esse conceito de marca vem desde a antiguidade onde já se utilizava
diversas formas de se promover as mercadorias. Pinho (1996) cita alguns exemplos
mais comuns de promoção que se utilizava na antiguidade como: “sinetes, selos,
siglas e símbolos” (1996, p11). O Comitê de Definições da American Marketing
Association 1 define marca como sendo:
1
A AMA – American Marketing Association é a maior associação de marketing da América do norte. È uma associação
profissional para indivíduos e organizações envolvidos na prática, ensino e estudo do marketing em todo o mundo.
(www.marketingpower.com%2FAboutAMA&sl=en&tl=pt&hl=&ie=UTF-8. Acessado em 17/04/2010.)
11
2
O INPI é um órgão federal, criado em 1970 que está vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior e tem por finalidade executar as normas que regulamentam a propriedade industrial em âmbito nacional.
(http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/instituto. Acessado em 17/04/2010)
3
Revista: publicação periódica em que se divulgam, artigos, reportagens, etc, sobre diversos assuntos, ou, ainda, em que se
divulguem trabalhos já apreciados em livros e outras publicações. (Minidicionário da Lingua Portuguesa / Silveira Bueno, 1996)
12
2.4 - Revistas
Levando-se em consideração o que Marcelli(2003) esclarece, as revistas
podem ser inseridas no exemplo de veículos de comunicação que utilizam do Design
como ferramenta estratégica, para alcançar seus objetivos através de projetos
gráficos mais complexos e melhor estruturados. As revistas estão presentes na vida
13
das pessoas desde o século XVII, denominadas inicialmente como Magazine 4 , que
era um tipo de publicação com conteúdo variado. A revista, diferentemente de um
jornal 5 , apresenta publicações de artigos além de notícias do cotidiano. Uma revista
é uma publicação periódica de cunho informativo, jornalístico ou de entretenimento
voltado para o público em geral.
Thomaz Souto Corrêa 6 esclarece em artigo publicado no site Curso Abril, da
Editora Abril, que o surgimento das revistas iniciou-se sob a forma de notas de livros
publicadas no primeiro caderno dos jornais. Essas notas, a partir de 1646,
começaram a conter comentários críticos que apareciam com mais freqüência até
serem reunidos em 1650. A primeira revista que se tem conhecimento, que já
adotava o modelo conhecido hoje, é a Edificantes Discussões Mensais de Hamburgo
criada em 1663. A partir de então inúmeros periódicos surgiram com a proposta de
divulgar trabalhos em áreas específicas. Em 1672, na França, surge a Mercúrio
Galante, primeira revista “não séria” que se tem notícia. Em 1693 surge na França a
revista Mercúrio das Senhoras, primeira revista destinada ao público feminino da
história. Desde então o número de revistas na Europa cresceu. Nos Estados Unidos,
em 1741, enquanto Benjamim Franklin preparava o lançamento da primeira revista
do continente que se chamaria General Magazine and Historical Chronicle, Andrew
Bradford, principal concorrente de Benjamim Franklin, lançou com três dias de
antecedência a American Magazine, or Monthly View. Esta última durou três meses
e a de Benjamim durou seis meses.
O Almanaque Abril (1999, Ed. Abril) relata a história das revistas no Brasil que
começa em 1812 quando surge As Variedades ou Ensaios de Literatura, vinculada a
maçonaria e que foi a primeira revista brasileira. Em 1852 surgem as primeiras
revistas culturais e, jornais publicam obras de grandes escritores da época em
folhetins. Na década de 70 surge a Revista Ilustrada com charges políticas que se
tornaram um marco na campanha de libertação dos escravos. Em 1878, a revista O
Besouro publica as primeiras fotos da imprensa brasileira, que retratava crianças
abatidas pela seca do nordeste. Em 1892 surgem os primeiros jornaleiros e as
primeiras bancas de jornal e revista que a partir de então começa a se multiplicar por
todo o Brasil. Em 1924 é criada a cadeia jornalística Diário Associados pelo
4
Magazine é um termo em inglês que traduzido para o português significa revista.
5
Jornal: periódico, diário, escrito em que se relatam os acontecimentos dia a dia. (Minidicionário da Língua Protuguesa /
Silveira Bueno, 1996)
6
é membro do Conselho de Administração, VP do Conselho Editorial e Consultor para Revistas do Grupo Abril.
14
2.6 - Internet
“Apenas uma palavra me ocorre para descrever a internet. Revolução.”
(CESAR, 2008, p. 72). Essa frase dá suporte para entendermos o que a internet
causou na sociedade até o presente momento e a importância que ela exerce na
sociedade contemporânea. “A internet é uma mídia, assim como a televisão, o rádio
e o jornal” (NIEMEYER, 2002, p. 47). Mesmo sendo uma mídia como outras, tão
7
Internet World Stats é um site internacional que possui dados mundiais de uso da internet, população e estatística Internet
Data Market Research, e que abrange mais de 233 países e regiões do mundo.
(</#en|pt|http%3A%2F%2Fwww.internetworldstats.com%2F>, acessado em 09/05/2010)
16
influentes quanto, existe algumas diferenças que valem ressaltar e que Carla
Niemeyer esclarece:
No Brasil, a internet 8 está a cada dia alcançando mais e mais pessoas. Dados
do Ibope/Nielsen 9 de 2009 demonstravam que pouco mais de 17% da população
brasileira tinha acesso a computador com internet em casa o que gira em torno de
67,5 milhões de internautas. Esses dados fizeram do Brasil o quinto país do mundo
com maior número de conexões com internet. Parece pouco para a dimensão
territorial brasileira mais esses números a cada dia somente aumentam. Sem dúvida
a internet revolucionou a forma como as pessoas se comunicam e se relacionam
proporcionando formas diferentes de integração entre as pessoas como nenhuma
outra invenção havia conseguido antes.
8
Internet é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados pelo TCP/IP que permite
o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços,
incluindo os documentos interligados por meio de hiperligações da World Wide Web, e a infraestrutura para suportar correio
eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos.
(<http://pt.wikipedia.org/wiki/Internethttp://pt.wikipedia.org/wiki/Internet>, acessado em 02/05/2010)
9
O IBOPE Nielsen Online é uma joint-venture entre o IBOPE e a Nielsen, líder mundial em medição de audiência de Internet.
Com o auxílio de um software proprietário, instalado em um painel de internautas representativo da população domiciliar
brasileira com acesso à Web, a empresa detalha o comportamento dos usuários do meio digital.
(<http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&comp=Grupo+IBOPE&d
b=caldb&docid=8C071AB5DCD38C2183256E890068EDF0> , acessado em 09/05/2010)
17
conteúdo ou ideia no qual um cartaz, um texto, um livro ou até mesmo uma revista
pode estar tentando transmitir, através de seu projeto gráfico.
A internet permite a facilidade de publicação e compartilhamento de imagens,
textos, arquivos e mensagens entre os usuários, dentre os arquivos mais comuns
que são utilizados para publicações o formato PDF é um deles. PDF é uma sigla
para Portable Document Format. É um formato de arquivo criado pela Adobe 10 tendo
como diferencial por ser um formato de arquivo de padrão aberto, multiplataforma,
ou seja, é um formato reconhecível e imprimível em praticamente todos os sistemas
operacionais e além de ser um formato seguro garantindo a integridade das
informações como: texto, cor, imagens, vídeo, 3D, mapas e gráficos que a ele esteja
inserido. (ADOBE. Disponível em: <http://www.adobe.com/products/acrobat/?
promoid=BPDDU>. Acessado em 09 mai 2010)
2.7 - Imagem
Dentro do design, como uma prática comunicacional, podemos citar a
importância da imagem e o poder e fascínio que ela exerce nas pessoas. A imagem
consegue produzir em nós não somente um “maravilhamento que vai da simples
constatação de verossimilhança até a admiração estética mais profunda” (SALLES,
2009, artigo para o site MnemoCine). Somos seres visuais e “as imagens são feitas
para serem vistas” (AUMONT, 2002, p. 80.). As imagens possuem uma função
quando aplicadas em uma revista, não é aleatório e sem sentido o seu uso. Jacques
Aumont(2002), professor e pesquisador, revela que “a produção de imagens jamais
é gratuita” e por isso podemos entender que o uso da imagem está vinculado a
alguma finalidade, seja ela individual ou coletiva. Aumont esclarece ainda que em
todas as sociedades o uso da imagem é muito explorado para fins de “propaganda,
de informação, religiosos e ideológicos” isso nos ajuda a entender o quanto uma
imagem é importante no momento de se transmitir uma mensagem.
A imagem na mídia impressa exerce muita influência em uma peça gráfica.
Durante muito tempo, os desenhos manuais eram muito utilizados para ilustrar
anuncio ou matéria, com a descoberta e avanço das ferramentas de trabalho as
opções se tornaram vastas: ilustração vetorial, fotos, ilustração manual, desenhos
em 3D, entre diversas outras técnicas de representação. O importante aqui é
10
A Adobe Systems é uma companhia norte-americana que desenvolve programas de computador com sede em San Jose,
Califórnia.
18
ressaltar que a função de uma imagem numa revista não é tomar o lugar do texto
mas sim completar. Na mídia digital, se tem outros recursos de utilização de
imagem, além de complementar o texto, pode-se ter imagens animadas valorizando
ainda mais o produto final.
A animação – técnica que permite passar a idéia de movimento através de uma
sequência de imagens, dar vida a objetos estáticos – é mais um dos “frutos” 11 que
surgiram com os avanços tecnológicos e descobertas humanas. A elaboração de
imagens em movimento através das técnicas de stop motion 12 , timelapse 13 ,
fotomontagens, filmagens, desenho animado, entre outras possibilidades, permite
criar um novo campo de interação do objeto com o observador abrindo portas para
novos campos de estudo para as artes gráficas.
Além de exercer fascínio nas pessoas as imagens contém valores que podem
se aplicar em três estágios. Rudolf Arnhein 14 (1969) propõe a seguinte tricotomia de
valores da imagem em relação com o real: valor de representação, valor de símbolo
e valor de signo. No valor de representação “a imagem representativa é a que
representa coisas concretas”, no valor de símbolo é a que “representa coisas
abstratas” e valor de signo é a que “representa um conteúdo cujos caracteres não
são visualmente refletidos por ela”, para esse último podemos citar como exemplo as
placas de sinalização. O valor das imagens está ligado às “produções propriamente
humanas” onde sempre busca-se “estabelecer uma relação com o mundo” seja
simbólico, epistêmico ou estético (AUMONT, 2002).
11
O termo frutos é utilizado no sentido de produto final que se desenvolveu com o avanço da tecnologia.
12
Stop motion é uma técnica de animação que se baseia na sequência de fotos – quadro a quadro - feitas com o recurso de
uma máquina fotográfica.
13
Time-lapse é uma técnica fotográfica na qual o objeto em foco é fotografado em determinados períodos de tempo.
14
Rudolf Arnhein foi um psicólogo alemão nascido na cidade de Berlim em 15 de julho de 1904 vindo a falecer em 09 de junho
de 2007.
19
2.8 - Tipografia
Além da imagem, dentro de uma revista o texto também merece um destaque
especial no momento do planejamento gráfico da revista. Detalhes como estilo
tipográfico, tamanho do texto, mancha gráfica, leiturabilidade e legibilidade devem
ser levados em conta no momento do planejamento gráfico das páginas. Lucy
Niemeyer(2006) 15 , esclarece que a história da tipografia deve ser contada a partir da
caligrafia. Os livros, antes da invenção dos tipos móveis fundidos por Gutemberg,
eram escritos pelos monges e outros escrivãos, sendo que estes se tornaram
modelos para os livros impressos onde começaram a ser definidos padrões para a
disposição do texto.
15
Lucy Niemeyer é Doutorado em Comunicação e Semiótica, PUC-SP, 2002; Mestrado em Educação, Universidade Federal
Fluminense, 1995; Graduação em Desenho Industrial, Esdi, 1972 (<http://www.esdi.uerj.br/graduacao/professores/lucy.shtml>,
acessado em 09/05/2010)
20
16
Serifas são, na tipografia, os pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras. As famílias
tipográficas sem serifas são conhecidas como sans-serif (do francês "sem serifa"), também chamadas grotescas (de francês
grotesque ou do alemão grotesk). A classificação dos tipos em serifados e não-serifados é considerado o principal sistema de
diferenciação de letras. (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Serifa>. Acessado em 19 jun 2010.)
21
desejo. Tem uma ligação direta com “bem de consumo”. Para Costa e Talarico
produto é:
“O conceito de produto como “bem” orienta-nos para a idéia de produto
físico, como: lâmina de barbear, perfume, automóvel, biscoito, etc. No
entanto, a continuação da definição abre-nos um horizonte mais amplo,
possibilitando-nos entender que tudo o que possa atender a uma
necessidade, ser adquirido, satisfazer a um desejo e ser objeto de troca ,
pode ser considerado um produto.” (COSTA, Antonio Roque e TALARICO,
Edison de Gomes. 1996, pag. 24)
Desta forma, uma revista é um produto, pois visa satisfazer e atender uma
necessidade ou desejo, além de significar objeto de troca.
O marketing, como conhecemos hoje, vem desde a segunda Guerra Mundial
onde as indústrias dos países que participaram da guerra passaram a direcionar sua
produção em bens de consumo para a população (NIEMEYER, 2002). Para Carla
Niemeyer(2002), marketing e produção estão diretamente ligados, enquanto a
produção fornece os produtos, o marketing identifica ou cria os desejos de consumo
(NIEMEYER, 2002). Para Enderson Rafael, marketing não só significa “estudo de
mercado” como também “trata das ações que devem ser implementadas em um
negócio a partir disso” (RAFAEL, 2006).
O material promocional é um exemplo dessas ações. “O material promocional é
quase sempre fundamental no marketing” (NIEMEYER, Carla, 2002). Ainda segundo
Carla Niemeyer o determinante no tipo de abordagem do material promocional é a
natureza do negócio. E é aí que o Design entra codificando esta abordagem e
colocando em prática no material promocional.
“A natureza do negócio e a estratégia de marketing é que vão determinar o
tipo de abordagem do material promocional. Se será informal, inovador ou
tradicional, clássico ou inusitado. O enfoque escolhido é que definirá o tipo
de papel a ser utilizado, a tipografia a ser aplicada, o acabamento, o
enquadramento de fotos, as cores utilizadas, o sistema de distribuição a ser
empregado, e por aí vai.” (NIEMEYER, Carla, 2002, pag. 37)
3. DESENVOLVIMENTO
3.1.1 – Entrevistas
Um dos métodos utilizados foi a coleta de informações via formulário de
entrevistas, o que facilitaria a avaliação e organização dos resultados. Pensando
nisso, foram distribuídas fichas de entrevistas entre estudantes, professores,
empresários e profissionais da área da comunicação visando entender e captar
informações que pudessem ser úteis no momento da produção. Entre os dias
19/07/2010 e 05/08/2010 foi distribuído entre alunos, professores, profissionais da
área de comunicação e empresários, ficha de entrevista para levantamento de
dados que serviriam de apoio para elaboração e conceituação do projeto em
questão. O formulário encontra-se na parte dos anexos deste memorial contendo 10
questões com opções de escolhas das resposta. Foram entrevistadas 100 pessoas
durante esse período. O formulário encontra-se na parte dos anexos deste memorial.
As respostas foram lançadas em planilha onde pôde-se analisar detalhadamente os
resultados da entrevistas.
Pergunta 1: você sabe o que é uma revista digital?
Do total dos entrevistados, 98% das pessoas responderam sim à pergunta
número 1, ou seja, a maior parte das pessoas conhecem ou sabem o que é uma
revista digital.
Pergunta 2: Você utiliza este tipo de revista?
Nesta pergunta, 70% das respostas foram sim, indicando que uma
parcela considerável das pessoas se utiliza, de alguma forma, deste modelo de
revista.
25
17
Ipad é um tablet criado pela Apple com a função de ser também um leitor de publicações digitais.
18
E-Pub é um formato de arquivo destinado para publicações editoriais digitais geralmente reconhecido pela maioria dos
leitores digitais como o Ipad, por exemplo.
26
que deve conter na revista, seguido de design versus cultura, tecnologia, tipografia,
design corporativo e design social. As outras opções obtiveram resultados muito
similares. É interessante frisar o resultado desta pergunta onde a maioria dos
entrevistados marcou o assunto portfólio o que pode demonstrar um interesse das
pessoas em saber e conhecer sobre as produções que estão sendo feitas, os
estilos, as tendências e inspirações mais utilizadas.
Pergunta 9: Como você avalia a importância de uma revista, que
aborde o assunto Design e que seja editada na região?
A nona pergunta demonstrou uma boa aceitação das pessoas em relação
a edição de uma revista regional que fale de Design.
Pergunta 10: como sugestão de nome para a revista você avalia que
o mesmo deve estar relacionado a que?
Por ultimo os entrevistados demonstraram que design deve ser o tema do
nome da revista e como segunda opção, pela maior indicação, cultura, ou seja, uma
revista que fale de design abordando a realidade regional, para facilitar o
entendimento das pessoas o seu nome deve ter uma relação direta com design e
cultura.
Diante dos resultados obtidos e apresentados, constata-se que o público
entrevistado demonstra uma boa aceitação deste tipo de revista e que já tem
contato, com este estilo de publicação que é distribuída via internet e acaba sendo
“consumida” via tela de computador. Observa-se uma grande tendência e interesse
das pessoas em manter um acervo próprio de revistas digitais para eventuais
consultas. Constatou-se também que a maioria das revistas que são distribuídas não
foram projetadas e produzidas para atender as necessidades de leitura via monitor.
devido a sua difusão mundial com periodicidade mensal e público-alvo com faixa
etária entre 22 a 45 anos. A publicação tem como assunto temas como: publicação
digital, design de produto, design industrial, design de interiores, fotografia,
animação, ilustração, design gráfico e temas afins. A revista é uma publicação
periódica distribuída em duas versões uma versão grátis (free) no qual contém
apenas parte do conteúdo total da versão paga (full) no qual é destinada a
assinantes. A publicação é distribuída na internet em formato executável através do
site www.newwebpick.com.
A publicação apresenta em sua linha editorial uma estrutura geral formada
predominantemente por artigos relacionados a área da “industria criativa”, além de
assuntos relacionados as áreas de comunicação e design o que torna a mesma uma
ótima fonte de referencias visuais já que também apresenta em media 30 novos
designers ao redor do mundo por edição.
O sumário apresenta sempre 10 links para as matérias afins de cada
caderno no qual representa. A revista possui áreas destinadas à publicidade em seu
conteúdo no qual não mantém um padrão entre as edições.
A revista é diagramada em um formato similar ao de uma revista impressa
em seu conteúdo, porém o arquivo disponibilizado é um arquivo executável o que
dificulta a execução em alguns dispositivos e não possuindo a opção para impressão
caso o usuário sinta essa necessidade. O formato do arquivo permite algumas
formas de interatividades básicas e ferramentas no qual ajudam em alguns fatores
sua visualização como o ajuste ao formato do monitor e outras formas de
acessibilidades, porém a mesma age como um cd-room, com introdução de áudio e
outras características únicas que apenas um arquivo executável permite.
Em sua capa podemos notar um padrão de logotipo e fonte e composição
quanto à chamada presente no conteúdo trazendo sempre o nome da revista a
edição em uma vinheta padrão entre as edições, a matéria principal da edição e
mais quatro chamadas para cadernos fixos que se encontram presentes em todas as
edições.
O sumário apresenta sempre os 10 cadernos com suas respectivas
matérias com links para os mesmos.
O conteúdo é dividido em cadernos e reportagens afins a área da
“indústria criativa”. A revista possui cadernos definidos em uma ordem padrão entre
28
A fonte padrão utilizada para textos corridos é uma fonte sem serifa, em
notas e pequenos textos e títulos é utilizado a mesma fonte do texto corrido
contendo porem algumas variações de corpo e peso.S egundo Heric Dehon as
fontes com serifa em monitores não são muito viáveis pois dependendo do tipo de
características técnicas do tipo como a serifa e variação da espessura dos traços e
29
do monitor no qual ela será exibida a fonte pode vir a apresentar serrilhamento
causando ruídos e cansaço durante a leitura. Já algumas fontes sem serifa são mais
adequadas que outras em mídias digitais devido a um ajuste de hinting automático
presente em fontes especificas para mídias digitais é o que diz Fabio Haag
typedesigner e diretor da Dalton Maag na América do Sul.
Percebe-se também nesta edição de numero 28 que a mesma não
trabalha um padrão quanto às imagens vindo a ocupar momentos páginas inteiras,
momentos parte da matéria ou em alguns momentos a imagem é trabalhada como
background. Nota-se também que os cadernos são separados sempre por duas
paginas na cor preta com o nome da mesma apenas tornando este um padrão.
Os títulos das matérias não possuem um padrão tipográfico nem de
tamanho e em alguns momentos o titulo ocupa toda uma pagina e em outros isso
não ocorre.
Na publicação podemos perceber também elementos de interatividade
como vídeos, links e botões do índice, e outras interatividades como áudio e ajuste
da revista ao formato da tela do computador.
Diante do apresentado da revista digital NewWeb Pick conclui-se que a
mesma se mostra eficiente quanto a interatividade no qual uma mídia digital pode
lhe trazer porém, algumas características em seu projeto gráfico deixam a desejar
quando se trata de leiturabilidade, compatibilidade e usabilidade quando se fala da
grande diversificação de dispositivos digitais no qual não tem extensão para
arquivos do tipo executável, e também que a mesma não permite a seu leitor a
opção de imprimir o seu conteúdo, seu corpo de fonte se mostrou inviável pois a
leitura fica cansativa, lenta e difícil.
O Caderno de Tipografia e Design também foi outra publicação analisada.
É uma publicação portuguesa criada por Paulo Heitlinger, e redigida pelo mesmo
com a abertura para participação de colaboradores. Os cadernos são publicados em
português, e parcialmente também em castelhano, galego ou catalão, dirigem os
seus temas a leitores em Portugal, Brasil, Espanha e América Latina. A publicação
tem como assunto os temas Tipografia, o typeface design, o design gráfico, e a
análise social e cultural dos fenômenos relacionados com a visualização, edição,
publicação e reprodução de textos, símbolos e imagens. Os Cadernos de Tipografia
não professam qualquer orientação nacionalista, chauvinista, partidária, religiosa,
30
Capa das edições 01 e 11 do Caderno de Tipografia Tela e grid de uma das páginas do Caderno de Tipografia.
uma diagramação de qualidade no qual permite que a mesma seja impressa, o que
projetos interativos não seriam possíveis serem impressos já que não há como
imprimir por exemplo um vídeo.
gráficos sob a forma de uma pequena paleta de cores que faz com que o olha seja
direcionado para este ponto. É interessante ressaltar ainda que este recurso fica
próximo da marca o que leva a concluir que mesmo a ilustração tendo um peso
grande devido sua utilização quase que total da página o leitor sempre será levado a
ver o logotipo da revista por meio deste recurso gráfico utilizado.
A edição número 33 da revista ABC Design possuía algumas
características idênticas da edição 23, porém o uso da margem branca não foi
utilizado, além de conter textos referentes chamadas de matérias. Referente a estes
textos é possível observar ao topo da página de forma centralizada a utilização de
uma chamada para entrevista. Um pouco abaixo encontra-se os meses que se
referem a edição da revista, o ano e o valor. Descendo um pouco mais a página,
temos a marca da revista padronizada nos mesmos moldes apresentados acima
juntamente com a ilustração que é centralizada. Na base da página é possível
encontrar um texto de destaque grande em relação aos outros onde é utilizada a cor
preto com texto em fonte sem serifa e ao lado mais duas chamadas em textos com
corpo de fontes bem menores. È possível obervas nas duas capas a utilização de
formas bastante orgânicas.
A marca da revista é apresentada no mesmo padrão tipográfico, mas
sempre variando sua escala cromática de acordo com o assunto abordado em casa
edição. Outras capas foram observadas e é possível verificar certa alternância na
utilização ou não de textos de chamadas na revista.
34
3.2 - NOME
O nome de uma revista é o cartão de vista da mesma. Ele deve conter
algo que represente alguma coisa para quem compra. Segundo Mário
Persona(2007) esse “algo” pode ser até um “som poético ou agradável”. Ainda
segundo Mário Persona, em entrevista a Revista ForMobile, é importante decidir
antes de tudo que imagem o produto quer passar.
19
O brainstorm (literalmente: "tempestade cerebral" em inglês) ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de dinâmica
de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade
em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados. (Braisnstorming. Wikipedia. Disponível em <
HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/brainstorming>. Acessado em 05 set 2010)
37
3.3 - MARCA
Levando em consideração o contexto da revista que tem o intuito de
divulgar a produção local do Design Gráfico, o seu conteúdo que visa abordar temas
relacionados ao Design Gráfico, marketing e cultura regional de artes gráficas,
buscou-se elaborar um logotipo que abordasse visualmente estes conceitos além de
atribuir valores estéticos para a mesma. A partir das pesquisas levantadas através
dos formulários de entrevistas, livros, internet e a definição do nome da revista,
38
3.3.1 - Símbolo
O logotipo criado possui característica mista composto de um símbolo e
logotipo. O Símbolo por sua vez está apoiado no conceito do próprio nome da
revista.
20
anglicismo e um vicio de linguagem onde a língua inglesa é introduzida a outra língua.
39
Logotipo finalizado
Traço
40
revista Rafes o universo do mundo do Design Gráfico. Essas quatro retas possuem
um característica entre si: duas retas encontram-se na vertical e duas na horizontal.
As duas formas em que as retas são apresentadas possuem uma simbologia de
esforço no sentido de que é uma revista que está sendo lançada com uma nova
proposta no mercado, combate no sentido de se firmar num mundo tão globalizado
onde a disputa por novidades é constate, movimento por ser uma revista que não
quer “parar no tempo” e que procura acompanhar as tendências regionais e divulgá-
las e, por ultimo, progresso no sentido se tornar uma revista competitiva, agradável,
moderna e melhor a cada dia.
Estas quatro retas são distribuídas de duas formas: vertical e horizontal. A
linha vertical tem como simbologia a ascensão e o progresso, pois passa a idéia de
subida, crescimento. A revista Rafes nasce com esse intuito de crescimento a cada
dia. A linha horizontal por sua vez passa a idéia de continuidade, caminho a seguir
além claro de ter sido colocada uma acima e outra logo abaixo da letra “erre”
passando a idéia de suporte, ou seja, a trilha que deve ser seguida ou o caminho a
ser seguido pela revista que é de crescimento e progresso. Ao fundo das linhas e do
“erre” desenhado com traço temos um “erre” aplicado como “background”. Esse
“erre” possui característica de ser digital, ou seja, finalizado, mostrando com isso
outra principal etapa de uma criação que é a finalização. Portanto a marca Rafes
abrange em seu conceito desde a pesquisa, o conceito , o rough e a finalização de
um projeto para com isso chegar a um produto final de qualidade. A marca também
vem representar visualmente o conceito do projeto gráfico da revista que é ser um
meio de comunicação e informação da área do Design Gráfico sem perder sua
característica técnica e científica. A sobreposição dos “erres” fora de registro, tem a
intenção de trazer movimento e dinamismo à marca. Além disso, a utilização do
estilo caixa baixa (minúsculo) tem em sua forma um movimento diagonal de
ascensão, apresentado de forma sutil promovendo expressão de movimento e
expansão para a proposta.
42
3.3.2 – Cores
Além dos traços e formas que compõe a marca a cor possui um enorme
valor estético, simbólico e funcional.
Foi escolhido a cor amarela que transmite o calor, luz, que esta associada
a prosperidade, e também é uma cor energética, ativa que transmite otimismo, além
de ser uma cor quente e tem forte associação com uma das principais
características da região, como o calor e a prosperidade. Esta cor está expressa no
“erre” que foi utilizado de fundo. A cor amarela também está associada a riqueza
tendo forte ligação simbólica com o ouro, sendo um dos principais valores que a
revista preza que é a divulgação da riqueza cultural do Design na região.
Outra cor que pode ser notada na marca é o preto. O preto é uma cor que
passa a sensação de seriedade para a marca. Esta cor tem forte ligação com o
projeto ainda no rascunho ou no rough que geralmente são feitos a lápis. O amarelo
e o preto geram um bom contraste de cores tornando-os atrativos visualmente.
43
3.3.3 - Tipografia
No logotipo foi utilizada a fonte Calibri que é uma fonte sem serifa. A fonte
Calibri foi escolhida por possuir algumas características que se adéquam à proposta
do projeto como contornos arredondados que demonstram uma melhor
diferenciação entre o “erre” do símbolo e o logotipo, uma fonte criada
exclusivamente para meios digitais além de possuir um bom contraste valorizando
ainda mais a marca e possuindo boa legibilidade.
A fonte Calibri é apresentada no logotipo em caixa alta 21 como forma de
oferecer contraste em relação ao “erre” apresentado no símbolo além de possibilitar
um maior peso visual à marca.
Disposição da tipografia
Apresentação
Este manual indica e orienta as aplicações da marca da Revista Rafes. Nele estão todas as
recomendações de aplicação da marca, suas combinações e também restrições. O manual foi
desenvolvido para que a comunicação visual da Revista Rafes tenha um padrão de utilização.
Aplicando sempre as regras contidas neste Manual a Revista Rafes torna sua indentidade visual
padronizada, agregando força e seriedade a marca.
Padrão cromático
As cores que são utilizadas na marca são preto e amarelo. A escala cromática é descrita
ao lado de acordo com os meios que for aplicada.
O padrão CMYK e Pantone são utilizados como referencia quando a marca for aplicada
em meios impressos. O padrão RGB serve de referencia quando a aplicação e
visualização acontecer em telas.
É imprescindível que aconteça a utilização da escala cromática de forma fiel a
apresentada.
45
Padrão tipográfico
São três as famílias tipográficas utilizadas neste projeto gráfico da revista Rafes.
A fonte Arial será padronizada para utilização no corpo das matérias da revista.
A fonte Calibri será utilizada no logotipo da marca.
A fonte Century Gothic será utilizada em títulos, vinhetas, subtítulos e créditos da
revista.
Usos incorretos
Para o bom uso e divulgação da marca deve-se evitar a alteração da marca seja por meio de
alteração de posição, achatamentos, alteração de cor, tipografias ou outros elementos que
possam desconfigurar o padrão aqui adotado.
46
Grade de construção
As Construções geométricas das identidades visuais servem como referência para a
marcação de ampliações, dos seus elementos onde não seja possível a reprodução
através de meios eletrônicos.
Redução
Para se manter a legibilidade da marca é importante observar ao tamanho
mínimo que a marca deve ser apresentada. Ao lado são apresentados as
reduções máximas que devem ser adotadas.
47
Área de proteção
Este espaço refere-se a área livre que deve haver ao redor da marca auxiliando
melhor destaque, legibilidade e reconhecimento da marca. Como referencia a atura
e largura “X” compreende ½ da linha horizontal que fica abaixo do símbolo.
48
3.5 - A REVISTA
A revista Rafes nasce com a proposta de ser uma revista digital específica
para ser lida por meio da tela do computador com a opção de impressão pelo
usuário. Com base nas pesquisas levantadas através do formulário de entrevista
pôde-se observar que boa parte das pessoas entrevistadas acessa algum tipo de
publicação distribuído de forma digital mantendo arquivos destas publicações. Além
disso, constatou-se que a maior parte das pessoas conhece ou tem acesso com
certa freqüência a este tipo de publicação mesmo muitos deles não terem sido
projetados, especificamente para leitura através da tela. Por conta disso percebeu-
se a necessidade de criação de uma revista que fosse projetada e distribuída
especificamente para leitura através do monitor além claro de disponibilizá-la de
forma que permitisse ao usuário a opção de impressão da revista. A revista Rafes
tem muito a acrescentar no mercado editorial onde o mesmo ultimamente passa por
grandes transformações com o advento do leitores de publicações digitais, também
conhecidos com e-books. Pensar uma publicação digital voltada para leitura em tela
é uma tarefa que requer atenção a muitos detalhes, ainda mais que este novo estilo
de leitura de livros e revistas está sendo ainda inserido na sociedade. Mesmo sendo
uma novidade para muitos é de se considerar que este novo estilo de leitura através
da tela vem sendo bem aceito pela sociedade gerando um campo de atuação
bastante promissor para a revista. No mercado editorial regional a revista Rafes
surge como único meio de publicação que aborda temas relacionados ao Design
Gráfico distribuído em meio digital, mas vale considerar que no mercado nacional
existem outras revistas que já se estabeleceram nesse sentido e a cada dia buscam
novas formas de chegar até seu consumidor. O assunto principal a ser abordado
pela revista Rafes é o Design Gráfico, bem como todos os assuntos relacionados a
área buscando valorizar sempre a produção regional além de apresentar também as
novidades que circulam nos grandes centros.
A revista Rafes cumprindo esse intuito de informação e divulgação de
produção regional representa um tipo de publicação técnica e de variedades voltada
para o público que se encontra na faixa etária entre 18 a 55 anos. A faixa etária é
bastante ampla, porém a revista com seu propósito de fortalecer o Design Gráfico
regional, esclarecer a respeito de suas possibilidades, apresentar ao empresariado o
50
potencial que o Design possui, e ao mesmo tempo servir de veículo para comunicar
os projetos locais, eventos, dentre outros conteúdos, permite que atenda a um leque
bastante ampliado de leitores. O perfil do público-alvo são pessoas que, geralmente
possuem nível de escolaridade a partir do ensino médio completo, são pessoas
jovens, com costumes bem peculiares da vida urbana. A profissão destas pessoas
está geralmente associada à área da comunicação como jornalistas, publicitários
bem como designers. Além destes profissionais a revista também é direcionada para
empresários de diversos setores da economia visando divulgação da profissão para
esses profissionais.
Inicialmente, é proposta para a revista Rafes uma freqüência de
distribuição trimestral obtendo ao final de 1 ano, quatro edições. Essa freqüência na
distribuição da revista se faz necessário mediante as características do conteúdo da
revista que é Design Gráfico e por conta disso tem-se um espaço de tempo
satisfatório para a diagramação da revista além de se conseguir matérias e
conteúdos.
A distribuição da revista acontecerá por meio da internet através da
disponibilização do arquivo em site próprio que poderá ser criado para a revista.
Deixa-se em aberto a possibilidade de criação de site para disponibilização do
conteúdo da revista que não é objeto de estudo do projeto em questão. Não há
como prever o alcance da revista por meio deste tipo de distribuição podendo atingir
a todo o território nacional e também mundial. Contudo, a equipe reconhece que
pode haver controle da distribuição por meio da contagem de downloads feitos pelos
usuários e que podem servir de base futuramente para se conseguir patrocínios,
venda de anúncios, índice de aceitação, dentre outras questões.
Os conceitos que a revista trabalhará podem ser resumidos em 04
palavras: profissional, técnico, artístico e atualidade. Profissional porque está
amparado em divulgar a profissão do Design Gráfico com base na produção regional
e novidades da área. Técnico, pois utilizará também em sua grade editorial artigos
de profissionais da área além de discutir novidades e apresentar novas propostas
relacionadas à profissão. Artístico por valorizar a cultura da arte que tanto tem a
contribuir para a profissão além de contribuir também para a revista no sentido de
informação e estética, também. E atualidade porque a revista se ampara no principio
51
de abranger idéias novas que visem favorecer a forma como o leitor se interage com
a revista principalmente se tratando de uma publicação para meio digital.
Vale ressaltar aqui a abordagem territorial que compreende a revista
Rafes. Todo seu conteúdo e projeto gráfico sendo pensado como uma forma
representar a cultura local da profissão valorizando o profissional. Com isso a revista
possibilita aos profissionais da região o que muitos estudiosos chamam de
“sensação de pertencimento”.
22
Supresa é utilizada no sentido de mudança repentina de layout sem nenhuma conexão entra as páginas como se cada
página fosse feita por uma pessoa diferente.
53
23
A Avellar e Duarte Consultoria e Design é uma agência web localizada no bairro do Cosme Velho, Rio de Janeiro. Seu
escopo de atuação inclui desde o planejamento do projeto até a sua realização e publicação, procurando a valorização das
especificidades de cada produto, de forma que se reflita na sua qualidade e na experiência dos clientes finais. (QUEM SOMOS.
Avellar e Duarte. Disponível em <http://www.avellareduarte.com.br/quemsomos/quemsomos.htm>. Acessado em 05 out 2010)
24
Portal do Marketing é um site da web destinado ao estudo do marketing disponibilizando conteúdos relacionados ao
marketing, email Marketing, Online Marketing, Web Marketing, Internet Marketing, Administração de empresas, Liderança,
Psicologia, Vendas, consultoria, negócios e empresas. (PORTAL DO MARKETING. Disponível em
<http://www.portaldomarketing.com.br/>. Acessado em 05 out 2010)
54
3.6.1 A Capa
Segundo Ribeiro(2003), “capa é a apresentação da revista”. Por conta
disso, à capa deve-se dar total atenção no momento de sua elaboração. É através
da capa que o leitor mantem o primeiro contato com a revista. Por conta disso,
análises gráficas de capas de revistas foram feitas possibilitando um melhor
entendimento da contrução desta peça. Inicialmente a capa contem o mesmo
tamanho da revista que é de 1280 pixel X 800 pixel. Além disso a capa contem a
aplicação da do logotipo da revista. Por padrão o logotipo deve vir sempre do lado
esquerdo da tela. Acompanhado do logotipo deve vir a identificação do exemplar
padronizado em: trimestre/01/2010. Ao lado esquerdo da página deve vir o índice da
revista com as chamadas para as matérias. Este índice deverá conter links que
permitam ao usuário clicar e direcioná-lo para a página correspondente. Alem disso
o botão avançar página deverá conter na capa possibilitando ao usuário iniciar a
navegação na revista. O logotipo poderá ser utilizado nas versões horizontal e
vertical conforme a necessidade do layout conforme a cada edição da revista.
Além das características apresentadas acima, a capa em suas primeiras
edições, deve vir acompanhada de um pequeno manual de instruções que visa
orientar os leitores sobre como navegar pelas páginas. Este manual deve apresentar
os principais ícones e botões que consta na revista permitindo ao leitor e usuário
uma melhor experiência com a revista. O manual de instruções deve vir sempre do
lado esquerdo abaixo do logotipo da revista protegido dentro de um box. Caso venha
a se acrescentar mais ícones ou botões o mesmo processo deve se repetir.
55
3.6.2 - Vinhetas
A vinheta de identificação dos cadernos deve ser apresentada em fonte
Century Gothic tamanho 33 pontos para melhor identificação do usuário. O estilo das
vinhetas deve seguir ao padrão apresentado no item 3.6.9.
3.6.2 Cadernos
Os cadernos exercem uma função ímpar dentro de uma revista. Cabe aos
cadernos a divisão básica de uma revista para melhor orientação do leitor e uma
melhor distribuição de conteúdos de acordo com os assuntos abordados. Para tanto,
mediante pesquisa efetuada através de formulário de entrevista a revista passa a ser
composta, inicialmente por 06 cadernos que abrangem os seguintes assuntos:
portfólio, design&cultura&sociedade, tecnologia, variedades, design corporativo,
agenda.
Estes cadernos foram selecionados mediante as opções descritas pelos
entrevistados. Observa-se aqui um grande interesse das pessoas não somente pelo
Design em si, mas como o Design interfere e se relaciona, principalmente, com a
sociedade.
Dentro de cada caderno pode-se trabalhar diversos assuntos que tenham
alguma relação com os mesmos. Para facilitar a distribuição de conteúdo cada
caderno foi subdividido da seguinte forma:
• Portfolio: entrevista, mostra de trabalhos, case de projetos.
• Design & Cultura & Sociedade: artigos de profissionais, reportagem culturais,
Design Social, sustentabildade, cases.
• Tecnologia: novidades tecnológicas de softwares e hardwares, dicas.
• Variedades: tipografia, discussões de temas polêmicos, reportagens.
• Design corporativo: reportagem, entrevistas, artigos.
• Agenda: eventos, concursos, reportagens com cobertura de eventos.
Com essa distribuição, torna-se fácil a captação e distribuição de
conteúdo dentro da revista. Esta subdivisão serve somente de referência o que não
impede de acrescentar ou retirar cadernos e suas subdivisões conforme a
necessidade e demanda não só do público como de matérias.
Visando facilitar ainda mais a localização por parte do leitor, buscou-se
padronizar as cores de cada caderno. Essas cores farão parte do padrão da vinheta
56
do caderno além de serem utilizadas também nos botões dos respectivos cadernos.
Isso facilita ao leitor distinguir em qual seção ele se encontra através da cor. As
cores escolhidas foram distribuídas entre os cadernos com base em pesquisas feitas
e ficou distribuído da seguinte forma:
• Design & Cultura – vermelho – R: 216 / G: 0 / B: 0
• Variedades – roxo – R: 85 / G: 29 / B: 73
• Design Corporativo – azul – R: 39 / G: 114 / B: 255
• Portfólio – amarelo – R: 255 / G: 222 / B: 0
• Agenda – laranja – R: 245 / G: 130 / B: 39
• Tecnologia – verde – R: 98 / G: 175 / B: 6
3.6.3 Tipografia
Levando em consideração as referencias levantadas, o projeto gráfico da
revista Rafes é constituída por duas famílias tipográficas básicas que são: Arial e
Century Gothic. A escolha destas fontes foi feita levando-se em consideração alguns
critérios dentre eles legibilidade, forma, praticidade de uso, ergonomia,
aplicabilidade. A fonte Arial foi escolhida para compor o projeto gráfico da revista
ficando reservada para aplicação em textos extensos, ou seja, na matérias. A sua
escolha baseou-se em alguns detalhes importantes. A Arial foi criada nos anos 80
pela Monotype da Inglaterra para a Microsoft 25 . À época a Microsoft precisava de
uma fonte compatível metricamente com a Helvética quando houvesse migração de
arquivos entre computadores Mac 26 e PC sem perda ou alteração na diagramação.
Durante o processo de construção da fonte Arial, a Monotype dedicou tempo na
implementação do hinting 27 . Devido a isso a Arial tem um melhor desempenho em
monitores inclusive em tamanhos de textos menores como 08 pontos. Outro ponto
que influenciou na escolha da fonte Arial foi o estudo de tamanhos de fontes. A fonte
Arial apresenta bom desempenho em tamanhos diferentes de corpo. Segundo o site
da empresa Avellar e Duarte, estudos sobre uso de tipografia na tela, mostram que
fontes em tamanho 12 são lidas com mais rapidez do que em tamanhos menores e a
25
Microsoft Corporation é uma empresa multinacional de tecnologia informática dos Estados Unidos da América, que
desenvolve e fabrica licenças e suporta uma ampla gama de produtos software para dispositivos de computador.
26
Mac é a abreviação para Macintosh que por sua vez é os nomes dados aos computadores pessoais fabricados e
comercializados pela Apple Inc.
27
Hinting, termo técnico utilizado para identificar os ajustes matemáticos feitos para aperfeiçoamento de exibição de fontes na
tela, possibilitando uma melhor leitura principalmente em baixas resoluções de tela.
57
3.6.5 - Títulos
Para os títulos será reservada a fonte Century Gothic em corpo maior que
50 pontos e entrelinha de pelo menos 05 pontos maior que o corpo do texto e
alinhamento livre desde que obedeça ao espaço que compreende do meio da tela
pra esquerda, ou seja, nunca do lado direito da tela. Este tamanho visa facilitar a
adequação do título de acordo com o estilo da matéria possibilitando destaque além
de ser mais bem reconhecido pelo leitor. De acordo com as pesquisas apresentadas,
o usuário não lê o que está na tela e sim “sobrevoa” com o seu olhar a tela a procura
de palavras-chave que possam despertar seu interesse. Contudo a fonte Century
59
3.6.6 - Sub-títulos
Utilizará por padrão a fonte Century Gothic em corpo 18 pontos e
entrelinha 27 pontos com a utilização de versaletes, ou seja, todas as letras em
maiúsculas. Isso possibilita ao leitor uma melhor distinção, tanto por corpo quanto
estilo da fonte, sobre o que é título, subtítulo e texto da matéria da revista. Este
tamanho para o corpo da fonte, mediante testes apresentou ser um tamanho médio
razoável entre o corpo do texto e do título. O motivo do uso do texto inteiro em caixa-
alta (maiúsculo) visa dar destaque ao subtítulo diferenciando-o em estilo das outras
fontes apresentadas.
3.6.7 - Crédito
Os créditos devem vir na fonte Century Gothic em corpo 10 pontos e
entrelinhas de 15 pontos utilizando o estilo versaletes, ou seja, todas as letras em
maiúscula. Este tamanho demonstra ser o ideal pois apresenta legibilidade e
leiturabilidade em tela sem a necessidade de utilização da função ZOOM pelo
computador além de ser um tamanho que não ocupa muito lugar na página
possibilitando sua aplicação em espaços pequenos sem comprometer o visual
estético e ergonômico da revista além, claro, de possibilitar ao leitor uma melhor
distinção entre os elementos que compõem a pagina da revista e assim decidir sobre
o que é mais importante de informação.
Padronização do crédito
61
3.6.8 - Vinhetas
As vinhetas dentro de uma revista possuem a função de auxiliar o leitor a
identificar em que seção se encontra. Com isso a vinheta tem papel de destaque
dentro da revista. No caso as vinhetas foram padronizadas e devem utilizar a
tipografia Century Gothic em corpo 33 pontos na cor branca. Somente o caderno
portfólio será utilizado a tipografia em cor preto devido ao contraste. Os nomes dos
cadernos apresentados nas vinhetas devem seguir ao seguinte estilo:
caderno_subdivisão. Ou seja, o nome do caderno em corpo normal seguido de
underline e seguido do nome da subdivisão em corpo bold(negrito). Exemplo:
variedades_entrevista. Esse padrão de utilização do símbolo “_”(underline) é
usualmente utilizado e reconhecido no meio digital. Geralmente é utilizado para
representar “espaço” entre as palavras.
Caso o nome do caderno seja composto, como no caso do caderno
“design corporativo” as duas palavras virão sem separação sendo apenas
distinguidas pelo uso dos estilos normal e bold. Exemplo: designcorporativo. Por
conta disso a subdivisão perde o estilo bold.
Exemplo: designcorporativo_reportagem
3.6.9 - Grids
Grids são formas de ordenar o conteúdo de uma página facilitando ao
usuário a navegação na mesma.
62
Por conta do que esclarece Samara(2008) optou-se pelo uso deste tipo
de grid por ser simples e que favorece sua utilização no meio digital além de facilitar
a acomodação de textos extensos e permitir uma flexibilidade na disposição dos
elementos sendo eles textos ou imagens.
Ao se utilizar este tipo de grid para uma revista deve-se levar em
consideração diversos outros fatores como, por exemplo, espaçamento entre
colunas e as margens. Usualmente utiliza-se para as margens o dobro do tamanho
da distancia entre colunas por favorecer a direção do olhar para o conteúdo da
página além de esteticamente diminuir a sensação de tensão das bordas e o limite
da página. Essa regra, conforme Samara(2008) expõe, é muito utilizada em meios
impressos e diante de testes feitos ela se aplica muito bem ao projeto aqui
apresentado, ou seja, margens maiores possibilitam um melhor conforto visual.
Outro detalhe que é importante frisar é a largura da coluna. Ainda segundo
Samara(2008) a largura da coluna deve “conter uma capacidade cômoda de
caracteres numa linha de tipos”. Isso se deve ao fato de que colunas muito estreitas
pode haver quebra de palavras e caso a largura seja muito extensa pode influenciar
diretamente na leitura, pois o leitor pode se perder ao começar a ler a próxima linha
de texto. Para se chegar a essa capacidade cômoda de caracteres por linha que
trata Samara, Richard Rutter e Steve Marshall afirmam que:
Utilizará três colunas com 20px de distancia entre elas em cada página.
Isso possibilita trabalhar o texto dentro dos limites estabelecidos pelos estudiosos.
Caso a diagramação seja trabalhada em apenas uma coluna, haverá uma
acomodação média de 30 caracteres por linha. Caso a diagramação seja feita
utilizando-se de duas colunas haverá uma acomodação média de 65 caracteres por
linha. Essa regra vale obedecendo aos padrões de tipográficos apresentados no
item 3.8.2. Não é recomendada a utilização de 03 colunas para a diagramação da
revista, pois isso dificultaria a leitura tornando-a cansativa além de possibilitar que o
usuário se perca ao iniciar a leitura em uma nova linha.
66
formato “flv” 28 e não devem ultrapassar a soma total de 10 minutos de vídeo. Essa
restrição visa não deixar o arquivo da revista muito pesado facilitando o acesso das
pessoas a revista. O que cada vídeo deve ocupar na página deve ser de até 1/5 da
página para não comprometer outros elementos. Ao vídeo deve ser incorporado um
ícone padrão na revista que visa orientar o usuário sobre a presença do mesmo.
3.8 - ÍNDICE
O índice é um meio utilizado de localização de assuntos e matérias
comumente utilizado em revistas como em outras publicações. Na revista ele é
apresentado juntamente com a capa possibilitando ao usuário escolher sobre o que
irá ler logo de início. Todas as matérias são apresentadas neste índice em forma de
pequenos textos e frases visando facilitar a decisão do usuário sobre o que escolher.
A diagramação do índice na capa deve ser feita obedecendo sempre ao lado direito
da tela. O texto deve conter o nome do caderno e uma pequena frase sobre as
matérias.
70
4. CONCLUSÃO
ESCOREL, Ana Luiza. O efeito multiplicador do design. São Paulo: Ed. Senac,
2000.
HOLLIS, Richard. Design gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
HURLBURT, Allen. Layout: o design da página impressa. São Paulo: Nobel, 1986.
80
MARCELI, Tathiana. Design de jornais: quase tudo que você precisa saber para
projetar um jornal. Rio de Janeiro: Edit Impress, 2006.
PÉON, Maria Luísa. Sistemas de identidade visual. Rio de Janeiro: 2AB Editora
ltda, 2001.
VIEIRA, Stalimir. Marca. O que o coração não sente os olhos não vêem. São Paulo:
Loyola, 2002.
VILLAS-BOAS, André. O que é e o que nunca foi design gráfico: the dub remix.
Rio de Janeiro: 2AB, 1999.
6. ANEXOS