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Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

05/04/2022

Número: 1011178-89.2022.4.01.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 5ª Turma
Órgão julgador: Gab. 13 - DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE
Última distribuição : 05/04/2022
Valor da causa: R$ 1.000,00
Processo referência: 1019343-13.2022.4.01.3400
Assuntos: Tutela de Evidência, Outros, Acessibilidade, Acessibilidade
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ADILSON LUCAS DE SOUZA SILVA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
ALESSANDRA JACOBOVSKI (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
ALEXANDRE ROSA LOPES (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
AMANDA DA SILVA RODRIGUES (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
ANA LUIZA BARROSO DE MELO (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
ANA PAULA SOUSA FERNANDES (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
ANDERSON SANTOS DA SILVA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
BERTRAND WANDERER (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
BIANCA MARIA GONCALVES E SILVA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
BRUNA HOISLER SALLET (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
CRISTIANA MURARO TARSIA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
DANIEL BASTOS MARWELL (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
DEBORA ANDREIA GOMES SOUTO (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
EDUARDO COSTA GUERRA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
EMANUELA DE ARAUJO PEREIRA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
FABIANA LEMES ZAMALLOA DO PRADO (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
GENIA DARC DE OLIVEIRA PEREIRA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
GIOVANNI SIMAO DA SILVA JUNIOR (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
HENRIQUE BAWDEN SILVERIO DE CASTRO (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
HUGO PEREIRA MATOS (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
ISABELA LOPES LEITE RIBEIRO (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
LAERCIO JORGE DE SOUZA RAMOS JUNIOR MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
(AGRAVANTE)
LAURA GABRIELA BORGES PANTOJA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
LEONARDO DOS SANTOS CORREIA (AGRAVANTE) MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
MARIANA ALVES PEIXOTO DA ROCHA BRITO MARILDA DE PAULA SILVEIRA (ADVOGADO)
(AGRAVANTE)
MARINA ROCHA MOREIRA (AGRAVANTE)
MATEUS GOMES DE ALMEIDA (AGRAVANTE)
MATHEUS BRENNER DAMASCENA DE SOUSA
(AGRAVANTE)
MATHEUS MAYER MILANEZ (AGRAVANTE)
MATHEUS SOUSA DE CASTRO ALVES (AGRAVANTE)
MIRELLA COSTA LIMA (AGRAVANTE)
NATALIE ALVES LIMA (AGRAVANTE)
NATHALYA OLIVEIRA ANANIAS (AGRAVANTE)
OBERDAN FERREIRA COSTA DA SILVA (AGRAVANTE)
PEDRO FERREIRA registrado(a) civilmente como PEDRO
FERREIRA (AGRAVANTE)
RODRIGO CAMARGO BARBOSA (AGRAVANTE)
RODRIGO MELO MESQUITA (AGRAVANTE)
SPENCER DOS SANTOS FERREIRA JUNIOR (AGRAVANTE)
SUZIANY VENANCIO DO ROSARIO (AGRAVANTE)
THAIS CRISTINA FREITAS MARQUES (AGRAVANTE)
VICTOR HUGO STREIT VIEIRA (AGRAVANTE)
WEVERTON DOUGLAS SPINELI (AGRAVANTE)
WILLIAM DE SOUSA FONTENELE (AGRAVANTE)
WILLIAN DOS SANTOS LISBOA (AGRAVANTE)
RAYANE AYRES LIMA (AGRAVANTE)
DIRETOR DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASILIA
(AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
20305 05/04/2022 16:09 UnB -AGRAVO Agravo de Instrumento
5561
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA – suspensão do


processo seletivo para ingresso no programa de
mestrado e doutorado em direito da UNB –
PERECIMENTO DO DIREITO EM 08.04.2022

Padece de ilegalidade o ato de não enquadramento da Recorrente nas


vagas reservadas aos candidatos negros, visto que O EDITAL NÃO
ESTABELECEU DE ANTEMÃO E OBJETIVAMENTE OS CRITÉRIOS DE
HETEROIDENTIFICAÇÃO (ex. características fenotípicas) QUE VIRIAM A
SERVIR DE PARÂMETRO PARA A COMISSÃO AVALIADORA. Assim,
forçoso reconhecer que houve indevida inovação, ao arrepio da
proteção da confiança depositada pelos candidatos na estabilidade
das regras do certame. O edital, como se sabe, é a lei do concurso. À
conta dessa conduta, restou afrontado pela Administração, dentre
outros, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório.
Precedente desta Corte em caso assemelhado: AgRg no RMS
47.960/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Primeira
Turma, DJe 31/05/2017.

Ação Ordinária 1019343-13.2022.4.01.3400

1. ADILSON LUCAS DE SOUZA SILVA, brasileiro, solteiro, advogado (OAB/RJ 239541), filho de
Luciana Cardoso de Souza e Adilson Silva, RG n. 274548783 DETRAN/RJ, inscrito no CPF sob o
n. 171.853.417-52, residente e domiciliado à Rua Francisco Faria Barbosa, n 8 Jardim Carioca,
Campos dos Goytacazes/RJ, CEP: 28080-265, telefone (22)99888-5938. (Inscrição etapa
projeto de nº 5)

2. ALESSANDRA JACOBOVSKI, brasileira, solteira, advogada, filha de Geneci Munhak Jacobovski e


Darci Jacobovski, RG n. 93479793/PR, expedido em 25/09/2007, inscrita no CPF sob o n.
076.463.079-20, residente e domiciliada à rua Coronel Antônio Junqueira, 127, ap 03, CEP
31230300, Belo Horizonte/MG, telefone (41) 99825-5547, endereço eletrônico
alejacobovski@gmail.com. (Inscrição etapa projeto de nº 17)

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3. ALEXANDRE ROSA LOPES, brasileiro, casado, servidor público, filho de Luzimar Rosa Lopes e
Antônio Cleber Maciel Rosa Lopes, RG n. 098.041.44-5, expedido pelo IFP-RJ no dia
05/01/1998 inscrito no CPF sob o número 090.754.437.14, residente e domiciliado à SQS 404,
Bloco J, apt. 107, CEP: 70.238-100, telefone n. (61)98180.1625. (Inscrição na etapa projeto de
nº 22)

4. AMANDA DA SILVA RODRIGUES, brasileira, solteira, estudante, filha de Girlene Vitorino da


Silva Rodrigues e Gilberto Adriano Rodrigues da Costa, RG n. 286.993-3 SSP-DF expedido em
23/06/2016, inscrita no CPF sob o número 057.654.901-07, residente e domiciliada à Quadra
15, casa 77, setor oeste Gama/DF, CEP 72420150, endereço eletrônico:
amandasilvar8@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de nº 36)

5. ANA LUÍZA BARROSO DE MELO, brasileira, solteira, estudante, filha de Maria das Graças Melo
e Jurandy Barroso de Melo, RG n. 3.664.467-6 SSP SE, expedido em 02/02/2012, inscrita no
CPF sob o n. 053.565.171-65, residente e domiciliada à QE 32, conjunto P, casa 19, Guará II,
Brasília-DF, CEP 71065-161, telefone n. (61)99831-1771, endereço eletrônico
albm2006@yahoo.com.br. (Inscrição na etapa projeto de n. 49)

6. ANA PAULA SOUSA FERNANDES, brasileira, casada, servidora pública, nascida em 12/04/1981,
filha de Adalberto da Silva e Sousa e de Linda Vera da Silva e Sousa, RG n. 4143840 SSP/GO,
2a. Via, expedido em 04/09/2012, inscrita no CPF sob o n. 880.692.301-34, residente e
domiciliada à Rua Padre Félix, n. 330, Ed. El Greco, apto. 11, Centro, Itumbiara/GO, CEP 75503-
130, telefone (64) 99274-3884. (Inscrição na etapa projeto de n. 52)

7. ANDERSON SANTOS DA SILVA, brasileiro, casado, servidor público federal, filho de Adão Alves
da Silva e Dalva de Jesus Santos, RG n. 09504285-74 SSP/BA, expedido em 24/08/2018,
inscrito no CPF sob o n. 012.536.845-37, residente e domiciliado à Rua 1, Chácara 16A, Casa
81, SHVP, Brasília/DF, CEP nº 72005-195, telefone (61) 98115-0250, e-mail:
andersons85@yahoo.com.br. (Inscrição na etapa do projeto de nº 54)

8. BÁRBARA MENDES LÔBO AMARAL, brasileira, advogada, filha de Cristiana dos Santos Mendes
Lôbo e Sebastião Murilo Umbelino Lôbo, inscrita na OAB/DF sob o número 21.375, RG n.
1.953.280 SSP/DF, inscrita no CPF sob o n. 950.558.001-00, residente e domiciliada à SQS 105
Bloco B Apartamento 103 - Asa Sul, CEP 70.344-020, podendo ser intimada pelo e-mail
barbaramlobo@gmail.com. (Inscrição na etapa do projeto de nº 83)

9. BERTRAND WANDERER, brasileiro, casado, servidor público, filho de Vera Maria Wanderer e
Guinter Wanderer, RG n. 1.973.814-SSP/DF, inscrito no CPF sob o n. 721.759.071-04, residente
e domiciliado à SQS 404 Bloco B Apt. 303, Brasília/DF, CEP 70.238-020, telefone de n.
(61)99147-7729 e e-mail: wanderer.bertrand@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de nº
88)

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10. BIANCA MARIA GONÇALVES E SILVA, brasileira, solteira, advogada, filha de Francisca Maria da
Silva, portadora do RG n. 2.059.963 SSP/DF, inscrita no CPF sob o n. 980.182.801-34, residente
à SQN 406, bloco M, Apt. 204, Asa Norte, Brasília/DF, CEP 70847-130, telefone (61) 9 8405-
1808, endereço eletrônico bianca@fgsadv.com. (Inscrição na etapa projeto de nº 92)

11. BRUNA HOISLER SALLET, brasileira, casada, professora, filha de Ironda Aparecida Hoisler Sallet
e Moacir Antônio Sallet, RG n. 9130930821 SSP/RS, expedido em 01/10/2015, inscrita no CPF
sob o n. 01749816199, residente à rua Maestro Antonio Branco, n. 120, apt. 102, centro,
Formosa/GO, CEP 73801-330, telefone (53) 991438577, bhsallet@gmail.com. (Inscrição na
etapa projeto de nº 96)

12. CRISTIANA MURARO TARSIA, brasileira, advogada, filha de Maria Cristina Muraro Tarsia e
Renato Dias Tarsia, inscrita na OAB/DF sob o n. 48.254, expedida 09/10/2021, RG n.
1.161.310-4 SSP/MG, inscrita no CPF sob o n. 064.049.226-65, residente e domiciliada à SQSW
102, bloco G, apto 107, Sudoeste, Brasília/DF, CEP 70.670-270, telefone (61)99982-0534, E-
mail cmurarot@yahoo.com.br. (Inscrição na etapa projeto de nº 134)

13. DANIEL BASTOS MARWELL, brasileiro, casado, servidor público, filho de Rosária Fátima Bastos
Marwell e de Francisco das Chagas Araújo Marwell de Oliveira, portador do RG número
278096-9 SSP DF e inscrito no CPF sob o n. 090.920.097-17, residente à SQS 204, Bloco F, Apto
501, Asa Sul, Brasília/DF, CEP 70.234-060, telefone (61)98371-7770, e-mail:
danielbastosmarwell@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de nº 138)

14. DÉBORA ANDREIA GOMES SOUTO, brasileira, solteira, estudante, filha de Josicléia Gomes da
Silva e Carlos André da Silva Souto, RG n. 457522, 2a via, expedido em 27/01/2020, inscrita no
CPF sob o n. 03844185208, residente e domiciliada à Rua dos tucumãs, 171, Macapá/AP,
Brasil, CEP 68908-899, telefone n. (96)8113-4554. (Inscrição na etapa projeto de nº 150)

15. EDUARDO COSTA GUERRA, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Sival Guerra Pires e Ivalnete
Maria da Costa Guerra, RG n. 6036003 SSP/GO, expedido em 22/03/2011, inscrito no CPF sob
o n. 701.395.781-02, residente à Rua 3, n° 861, apt. 501, Setor Oeste, Goiânia-GO, CEP 74115-
050, telefone: (62) 985656931, e-mail eduardo.costaguerra@gmail.com. (Inscrição na etapa
projeto de nº 167)

16. EMANUELA DE ARAÚJO PEREIRA, brasileira, solteira, filha de Márcia de Araújo Pereira e
Manoel Alves Pereira, RG n. 292.381-2 SSP DF, inscrita no CPF sob o n. 043.006.811-55,
residente e domiciliada à QSA 19, casa 15, Taguatinga Sul, CEP: 72015190, Brasília-DF, telefone
(61) 98289-9199. (Inscrição na etapa projeto de n. 173)

17. FABIANA LEMES ZAMALLOA DO PRADO, brasileira, casada filha de Ana Maria Lemes Zamalloa
e Guilhermo Genaro Zamalloa Torres, RG n. 24347398-9 SSP/SP, inscrita no CPF sob o n.
814.201.536-68, residente e domiciliada à Rua 11, n. 300, apto 400, Ed. Ventana del Sol, Setor

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Oeste, Goiania/GO, CEP 74120030, telefone (62)98148-9919. (Inscrição na etapa projeto de n.
184)

18. FELIPE MONTIEL DA SILVA, brasileiro, solteiro, professor, filho de Jorge Luiz da Silva e Liamara
Montiel da Silva, RG. 1075598373 SSP/RS expedido em 15/09/2016, inscrito no CPF sob o n.
003.605.930-70, domiciliado à Rua Pereira Passos, 410, Porto Alegre/RS, telefone n. (51)
98124-2848. (Inscrição na etapa projeto de n. 192)

19. GÊNIA DARC DE OLIVEIRA PEREIRA, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/BA sob nº
69.832, filha de Flória Etelvina de Oliveira Pereira e Juscelino da Silva Pereira, RG n.
13.650.071-46 SSP/BA, expedido em 24/03/2017, inscrita no CPF sob o n. 017.567.155-99,
endereço: Av. Dr. Manoel Novaes, n.º 478, 1º andar, bairro Centro, Bom Jesus da Lapa, Bahia,
CEP: 47.600-000. (Inscrição na etapa projeto de n. 227)

20. GIOVANNI SIMÃO DA SILVA JÚNIOR, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Marinês de Lourdes
Pimenta Silva e Giovanni Simão da Silva, portador da cédula de identidade RG n. 3.060.227
SSP/DF, inscrito no CPF sob o n. 031.619.531-69, expedido em 27/3/2009, residente e
domiciliado a SHIGS 710, Bloco “G”, Casa 29, Asa Sul, Brasília/DF, CEP 70.360-757, endereço
eletrônico giovannisimao.jr@gmail.com, telefone (61) 98134-9717. (Inscrição na etapa projeto
de n. 237)

21. HENRIQUE BAWDEN SILVERIO DE CASTRO, brasileiro, solteiro, consultor, filho de Silony Cassia
Silvério e Tomás Bawden de Castro Silva, RG n. 3007919 SSP/DF, expedido em 15/08/2008,
inscrito no CPF sob o n. 015.681.801-95, residente e domiciliado à SQN 216, Bloco C,
Apartamento 305, Brasília-DF, CEP 70875-030, telefone (61) 982072356 e e-mail
bawden.h.s.c@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 265)

22. HUGO PEREIRA MATOS, brasileiro, solteiro, advogado, filho de José Hélio de Matos e Ana
Paula Pereira, RG n. 3.568.781-9 SSP/SE, inscrito no CPF sob o n. 062.664.515-81, residente e
domiciliado à CCSW4, Lote 4, Bloco B, apto 416, Brasília-DF, CEP 70.680-450, telefone
(61)99829-2488, e-mail hugopmatos@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 260)

23. ISABELA LOPES LEITE RIBEIRO, brasileira, solteira, professora, filha de Claudia Ferreira Lopes
Leite Ribeiro e Elyeder de Brito Leite Ribeiro, RG n. 3.271.658 SSP/DF, expedido em
01/06/2011, inscrita no CPF sob o n. 054.551.651-00, residente e domiciliada a Condomínio
RK Conjunto Antares, Rua Q, Casa 21, Sobradinho, Brasília-DF, CEP 73252-200, telefone (61)
9953-7331. (Inscrição na etapa projeto de n. 274)

24. LAÉRCIO JORGE DE SOUZA RAMOS JUNIOR, brasileiro, solteiro, estudante, filho de Rozana
Maria Angelo Ramos e Laércio Jorge de Souza Ramos, RG n. 3.904.133 SSP/ES, inscrito no CPF
sob o n. 180.073.477-80, residente e domiciliado à Avenida Carlos Orlando Carvalho, 40/Ed.
Dupont - Jardim da Penha, Vitória/ES, CEP 29060-260, telefone (27)99984-1895. (Inscrição na
etapa projeto de n. 339)

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25. LAURA GABRIELA BORGES PANTOJA, brasileira, filha de Janaina Borges Conceição e Eugenio de
Sousa Pantoja, RG n. 6312423 PC/PA, expedido em 10/06/2016, inscrita no CPF sob o n.
029.045.932-09, residente e domiciliada à Travessa Silva Jardim, 1064, Bairro Aparecida,
Santarém/PA, CEP 68040-065, telefone (93)99110-6524. (Inscrição na etapa projeto de n. 346)

26. LEONARDO DOS SANTOS CORREIA, brasileiro, solteiro, estudante, filho de Jaciara Magalhães
dos Santos Correia e Manoel Francisco Correia, RG 2027147721 SSP/BA, expedido em
25/04/2019, CPF 07169277565, residente e domiciliado à Rua das Lages, 250b, Conceição do
Jacuipe, Bahia, CEP 44245000, (71) 994039160, leonardo.correia@ufba.br. (Inscrição na etapa
projeto de n. 356)

27. LUIZ FELIPE HOROWITZ LOPES, brasileiro, solteiro, servidor público, filho de Christiane
Horowitz e Luiz Antonio Bueno Lopes, RG 2.481.169 SSP/DF, inscrito no CPF sob o n.
023.851.001-85, residente e domiciliado à SQN 211, Bloco I, Apt. 313, Asa Norte, Brasília-DF,
telefone (61)99144-0110. (Inscrição na etapa projeto de n. 393)

28. MARCO ANTÔNIO VIANA VIEIRA, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Andreia Lucia Xavier
Vieira e Osmar Vieira, portador da Cédula de Identidade nº 5293259 SPTC/GO, inscrito no CPF
sob o n. 027.159.181-19, com domicílio profissional na Avenida Ruy Brasil Cavalcante, n.º184,
qd. R25, lote 01, Setor Oeste, Goiânia/Goiás, telefone (62)98563-6824. (Inscrição na etapa
projeto de n. 414)

29. MARIANA ALVES PEIXOTO DA ROCHA BRITO, brasileira, solteira, estudante, filha de Mirian
Alves Peixoto de Brito e Reinaldo da Rocha Brito, RG n. 5579645 SSP GO, inscrita no CPF sob o
n. 064.046.141-70, residente e domiciliada à FC-09, Q 8, L 12-A, S/N, Residencial Flor do
Cerrado, CEP 75086036, Anápolis/GO, e-mail: peixotom29@gmail.com. (Inscrição na etapa
projeto de n. 436)

30. MARIANA OZAKI MARRA DA COSTA, brasileira, solteira, advogada, filha de Mary Helena Ozaki
da Costa e Cassio Augusto da Costa, RG n. 2896764 SESPDS/DF, expedido em 07/05/2007,
inscrita no CPF sob o n. 00196173132, residente e domiciliada à SGAN 915, Parque Norte
Brasília, Bloco E, Apartamento 127, (61)998161088, ozakimariana@gmail.com. (Inscrição na
etapa projeto de n. 439)

31. MARIANA PINTO ZOCCAL, brasileira, solteira, professora e advogada, filha de Renato Cezar
Zoccal e Márcia Suzana Pinto Zoccal, RG n. 48.641.405-X SSP/SP, data de expedição
24/08/2016, inscrita no CPF sob o n. 442.630.868-21, residente e domiciliada à Rua Ana
Amélia Magalhães, nº 271, Bairro Jardim Redentor, Nhandeara/SP, CEP 15190-000, telefone
(17) 996276844, e-mail marianazoccal@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 440)

32. MARINA ROCHA MOREIRA, brasileira, solteira, professora, filha de Adilson Soares Moreira e
Jacqueline Porfirio Rocha, RG n. 4915361 SSP/GO, expedido no dia 13/09/2010 e no CPF sob o

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Número do documento: 22040516061887700000198417489
n. 717.697.901-44, residente e domiciliada à Rua 58, n.230, ap.1901, Jd. Goiás, Goiânia-GO,
CEP: 74.810-250, com telefone de n. (62)98102-2611 e e-mail
marinarochamoreira@hotmail.com. (Inscrição na etapa do projeto de nº 446)

33. MATEUS GOMES ALMEIDA, brasileiro, solteiro, estudante, filho de Fátima Pereira Gomes e
Lenilson dos Santos Almeida, RG n. 219698396, DETRAN/RJ, expedido em 01/06/2011, inscrito
no CPF sob o n. 154.473.187-69, residente e domiciliado à Rua Capitão Carvalho Filho, Campos
dos Goytacazes-RJ, CEP: 28026150, telefone (22)99743-2238, e-mail
mateus_g_almeida@hotmail.com. (Inscrição na etapa do projeto de nº 449)

34. MATHEUS BRENNER DAMASCENA DE SOUSA, brasileiro, solteiro, estudante, filho de Neide
Damascena de Sousa e Francisco Alves de Sousa Filho, RG n. 3052632-SSP/DF, inscrito no CPF
sob o n. 069.306.431-57, residente e domiciliado no endereço Quadra 3, conjunto P, casa 13,
Setor Sul - Gama, CEP: 72410-216, telefone n. (61)99342-3519. (Inscrição na etapa do projeto
de nº 455)

35. MATHEUS MAYER MILANEZ, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Helaine Maria Bestetit Pires
Mayer Milanez e Wanderlaan Milanez Junior, RG n. 37.468.160 SSP/SP, inscrito no CPF sob o
n°. 416.411.658-71, residente e domiciliado à QRSW 8, Bloco B-7, Apt. 202, Sudoeste, Brasília-
DF, CEP 70.675-827, telefone n° (61)99880-6868, endereço eletrônico matmila91@gmail.com.
(Inscrição na etapa projeto de n. 457)

36. MATHEUS SOUSA DE CASTRO ALVES, brasileiro, solteiro, estudante, filho de Carla Valeria Sousa
de Castro Alves e Ciro dos Santos Alves, RG n. 299197467 DETRAN/RJ, inscrito no CPF sob o n.
177.585.087-07, residente e domiciliado à Rua Idalina da Silva, 01, Santa Cruz/RJ, CEP 23575-
012, telefone n. (21)97538-4760. (Inscrição na etapa projeto de n. 459)

37. MIRELLA COSTA LIMA, brasileira, solteira, filha de Mirella Costa Lima e José Manoel de Lima,
RG n. 15.339.634-28, expedido em 07/11/2018, inscrita no CPF sob o n. 046.705.495-96,
residente e domiciliada à Rua José Augusto Tourinho Dantas, 506, Salvador/BA, CEP 41603110,
telefone n. (71)99239-7595, e-mail milla.cl@hotmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n.
467)

38. NATALIE ALVES LIMA, brasileira, solteira, advogada, filha de Nadege Alves de Souza Lima e
Pedro de Souza Lima, RG 3188339 SESP/DF, inscrita no CPF sob o n.º 051.894.591-01,
residente e domiciliada em SQN 303 bloco K, Apto. 602, Brasília-DF, CEP: 70735-110, telefone
(61) 98263-3286, e-mail natalie.alveslima@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 476)

39. NATHALY CONCEIÇÃO MUNARINI OTERO, brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB/MS sob
o n. 22.451, filha de Anete Maria Munarini Otero e Jorge Antonio Rossetti Otero, RG n.
001589.911, SSP/MS, data de expedição 23/01/2019, inscrita no CPF sob o n. 028.977.421-32,
residente e domiciliada à Rua Marquês de Pombal, n. 1888, Tiradentes, Campo Grande, Mato

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Grosso do Sul, CEP 79.041-080, telefone 67 99920-1106 e e-mail
advmunarininathaly@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 478)

40. NATHÁLYA OLIVEIRA ANANIAS, brasileira, solteira, advogada, filha de Mary de Fátima Oliveira
Ananias e Humberto de Assis Ananias, portadora do RG n. 16.964.348 SSP/MG, expedido em
11/06/2007, inscrita no CPF sob o n. 080.919.596-80, residente e domiciliada em SCLN 113, Bl.
B, Apto. 202, Asa Norte, Brasília – DF, CEP 70.763-520, telefone (61)98290-7877. (Inscrição na
etapa projeto de n. 479)

41. OBERDAN FERREIRA COSTA DA SILVA, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Mainard José da
Silva e Ariene Ferreira Costa, RG n. 3.055.540/SSP-PI, inscrito no CPF sob o n. 042.035.063-28,
residente e domiciliado à QMSW 5 Lote 3 Bloco A Ap. 113, Brasília/DF, CEP 70.680-519,
telefone de n. (61) 98217 7970, endereço eletrônico oberdante@gmail.com. (Inscrição na
etapa projeto de n. 485)

42. PEDRO FERREIRA, brasileiro, solteiro, professor, filho de Cássia Ferreira de Faria Morais e
Selmo José Morais, portador da cédula de identidade RG n. 22.904.675 PCMG, expedido em
04/06/2018, inscrito no CPF sob o n. 049.162.521-95, residente e domiciliado à Av. João
Pinheiro, n° 4670, bloco b, ap. 204, Bairro Umuarama, Uberlândia/MG, CEP 38.405-307, n° de
telefone (64) 9 9231-8434, endereço eletrônico pedrof.prof@gmail.com. (Inscrição na etapa
projeto de n. 500)

43. RICARDO DE ALBUQUERQUE DO REGO BARROS NETO, brasileiro, casado, advogado, filho de
Maria das Graças Tavares do Rego e Adeildo Nunes, portador de cédula de identidade n.
7.043.877 SDS-PE, inscrito no CPF sob o n. 073.828.483-00, residente e domiciliado na Rua
Santo Elias, 260, Apt. 801, Espinheiro, Recife-PE. (Inscrição na etapa projeto de n. 530)

44. RODRIGO CAMARGO BARBOSA, brasileiro, divorciado, advogado, filho de Vera Lucia Camargo
Barbosa e Carlos Alberto Barbosa, RG 29.025.849-2 SSP/SP, inscrito no CPF sob o n.
214.972.248.-88, residente e domiciliado a SHCGN 706, Bloco G, Apto 214, Asa Norte, CEP
70740-707, Brasília/DF. (Inscrição na etapa projeto de n. 538)

45. RODRIGO MELO MESQUITA, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Maria José Melo Mesquita
e José de Deus Mesquita, RG n. 2.299.864 SSP-PI, inscrito no CPF sob o n. 014.888.513-60,
residente e domiciliado à SHCGN 709, bloco H, apartamento 108, Asa Norte, Brasília-DF, CEP
70750-708, telefone (61) 9844-3131. (Inscrição na etapa projeto de n. 541)

46. SPENCER DOS SANTOS FERREIRA JÚNIOR, brasileiro, Promotor de Justiça, filho de Angela
Maria Pereira e Spencer dos Santos Ferreira, portador da Carteira de Identidade de n.
10302825-4 IFP, inscrito no CPF sob o número 052.549.057-43, com endereço profissional na
Rua Inspetor Jaime Caldeira, 870, Bairro Brasileia, Betim/MG, CEP 32.600-286. (Inscrição na
etapa projeto de n. 572)

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47. SUZIANY VENANCIO DO ROSARIO, brasileira, solteira, advogada, filha de Clailda Suzane
Venancio Pena e Anisio Jose do Rosario Júnior, OAB n. 69.813, RG n. 5467354 SPTC-GO,
expedido em 28/05/2007, CPF n. 058.581.331-00, residente e domiciliada à Rua C-01, n. 33,
Setor Nordeste, CEP 73807185, Formosa-GO, telefone (61)999484448, e-mail
suziany.rosario@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 577)

48. THAÍS CRISTINA FREITAS MARQUES, brasileira, solteira, advogada, filha de Fátima Maria da
Conceição Freitas de Farias Marques e Herbert Marques Moreira, RG n. 3129.375 SSP/DF,
inscrita no CPF sob o n. 012.340.881-42, expedido em 10/02/2010, residente e domiciliada à
rua 08, casa 05, Metropolitana, Núcleo Bandeirante, CEP: 71.730-180, telefone (61) 98162-
0188, e-mail thaiscristinamarques2@gmail.com. (Inscrição na etapa projeto de n. 585)

49. VICTOR HUGO STREIT VIEIRA, brasileiro, solteiro, secretário jurídico, filho de Jorge Luiz Vieira e
Josiane Streit Vieira, RG n. 8.838.025-8 SESP/PR, inscrito no CPF sob o n. 083.668.179-70,
residente e domiciliado à Rua Valparaízo, nº 434, sobrado B, Curitiba/PR, CEP 82.510-070,
telefone celular de nº (41) 99831-5853, e-mail: victorvieirahs@gmail.com. (Inscrição na etapa
projeto de n. 615)

50. WEVERTON DOUGLAS SPINELI, brasileiro, solteiro, advogado, filho de Joana Dirce da Silva
Spineli e Celso Spineli Teixeira, RG n. 2449212 SSP/DF, inscrito no CPF sob o n. 019.373.431-11,
residente e domiciliado à quadra 403, conjunto 17, Casa 15, Recanto das Emas/DF
CEP 72630-317. (Inscrição na etapa projeto de n. 633)

51. WILLIAM DE SOUSA FONTENELE, brasileiro, solteiro, estudante, filho de Maria de Jesus de
Sousa Fontenele e Francisco Cardoso Fontenele, RG n. 3762294 SSP/PI, expedido no dia
29/06/2012, e no CPF sob o n. 068.415.823-06, residente e domiciliado à Rua Perú, Nº08c,
Residencial Nova Esperança, Bairro Ceará, CEP 64215-858, Parnaíba/PI, com telefone de n.
(86)99418-6529. (Inscrição na etapa projeto de nº 635)

52. WILLIAN DOS SANTOS LISBOA, brasileiro, casado, advogado, filho de Luciene Souza Santos e
José Carlos Lisboa da Silva, RG n. 14228039-96 SSP/BA, expedido em 06/01/2016, inscrito no
CPF sob o n. 028278265-69, residente e domiciliado à Rua do Framboyante, 63, Centro,
Jiquiriça-BA, CEP: 45.470-000, telefone: 75.98829-8171, e endereço eletrônico:
adv.willianlisboa@outlook.com. (Inscrição na etapa do projeto de n. 636),

53. RAYANE AYRES LIMA, brasileira, solteira, advogada, filha de Patrícia Elisângela Cristiane Lima
Ayres e Marco Aurélio Ayres Lima, RG n. 3.095.559 SSP/DF, inscrita no CPF sob o n.
047.349.271-70, residente e domiciliada à SQS 406, Bloco N, apartamento 105, Asa Sul,
Brasília/DF, CEP 70255-140, telefone n. (61)99155-5575. (Inscrição na etapa projeto nº 522),

Todos devidamente inscritos no processo seletivo do Programa de Pós-Graduação em


Direito da Universidade de Brasília, nos termos do Edital 006/2021, vem, respeitosamente, por seus

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advogados abaixo subscritos, legalmente constituídos de acordo com as procurações juntadas aos
autos do processo originário nº 1019343-13.2022.4.01.3400 [IDs 1008690766 à 1008694262], à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.015, I, do CPC, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO
COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face da Fundação Universidade de Brasília, inscrita no CNPJ nº 00.038.174/0001-43, que pode ser
citada e intimada na pessoa da Reitora Márcia Abrahão Moura, com endereço profissional no
Campus Universitário Darcy Ribeiro, Prédio da Reitoria, Asa Norte, Telefone 3107-0254, endereço
eletrônico unb@unb.br e da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília – UnB, que pode ser
citada e intimada na pessoa da Diretora da Faculdade de Direito Profa. Dra. Daniela Marques de
Moraes, com endereço profissional à Faculdade de Direito da Universidade de Brasília - FD/UnB, sala
CT-19, Telefone 3107-0710 e endereço eletrônico danielamoraes@unb.br, direito@unb.br, ou, ainda,
fdunb.pos@gmail.com, pelas razões de fato e de direito que a seguir se declina.

Em atenção aos arts. 1.016 e 1.017 do CPC, informa-se que os agravantes acima declinados são
representados por Marilda de Paula Silveira, OAB/DF 33.954, Flávio Henrique Unes Pereira, OAB/DF
31.442, e HEFFREN NASCIMENTO DA SILVA, OAB/DF 59.173, todos com endereço à SHIS QL 12,
Conjunto 09, Casa 13, Lago Sul, Brasília – DF.

A agravada, Fundação Universidade de Brasília, inscrita no CNPJ nº 00.038.174/0001-43, que pode


ser citada e intimada na pessoa da Reitora Márcia Abrahão Moura, com endereço profissional no
Campus Universitário Darcy Ribeiro, Prédio da Reitoria, Asa Norte, Telefone 3107-0254, endereço
eletrônico unb@unb.br e da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília – UnB, que pode ser
citada e intimada na pessoa da Diretora da Faculdade de Direito Profa. Dra. Daniela Marques de
Moraes, com endereço profissional à Faculdade de Direito da Universidade de Brasília - FD/UnB, sala
CT-19, Telefone 3107-0710 e endereço eletrônico danielamoraes@unb.br, direito@unb.br, ou, ainda,
fdunb.pos@gmail.com,

Ainda preliminarmente, cabe informar que as folhas indicadas ao longo deste recurso referem-se à
numeração do processo judicial original, ação ordinária de n. 1019343-13.2022.4.01.3400, em
tramitação na Oitava Vara Federal do Distrito Federal, declarando-se desde já a autenticidade dos
documentos ora juntados que consistem:

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i) inicial e documentos que a instruem, incluindo a documentação atinente ao processo
seletivo 006/2021
ii) decisão indeferindo a tutela provisória requerida; e
iii) comprovante de recolhimento de custas judiciais.

Por cautela, se for necessário ao julgamento do recurso alguma outra peça facultativa ou
necessária, o agravante deve ser intimado para providenciar sua cópia, nos termos do art. 1.017,
§3º, do CPC.

Termos em que pede e espera deferimento.


Brasília, 04 de abril de 2022.

Marilda de Paula Silveira Heffren Nascimento da Silva


OAB/DF 33.954 OAB/DF 59.173

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RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Eminentes Desembargadores,

I. DA TEMPESTIVIDADE

1. Os requerentes manifestam neste ato, ciência inequívoca da r. decisão que indeferiu a tutela
provisória requerida, razão pela qual se inicia, nesta data, o prazo para interposição de recurso à
decisão.

II. OS ARGUMENTOS DA AÇÃO E A DECISÃO AGRAVADA: exigência da anonimização por


metadados – edital não transparente, ausência de motivação, obscura mudança de orientação

2. Os agravantes se inscreveram no processo seletivo do programa de mestrado/doutorado da


Faculdade de Direito da UnB e, após homologação da inscrição – ao contrário do que consta na
decisão agravada – foram desclassificados por descumprirem uma suposta exigência do edital:
segundo a banca avaliadora, da palavra isolada metadados inserida no edital seria possível inferir
sem qualquer motivação ou explicação, que os candidatos estariam obrigados, pela primeira vez em
anos de processo seletivo que ocorre exatamente da mesma forma, a anonimizar as informações
contidas no arquivamento do documento PDF.

3. Ajuizaram a presente ação, sustentando, muito resumidamente, os seguintes argumentos: i)


ao contrário do que pretendeu concluir a banca examinadora, a exigência de anonimizar as
informações contidos no arquivamento do documento PDF não pode ser inferida da palavra
metadados como pretendeu concluir a banca examinadora, de modo que a decisão contraria o
próprio edita [que falha pela ausência de motivação e transparência]; ii) a ré promoveu alteração
sutilíssima no edital que, apenas após a desclassificação dos autores, foi apresentada como mudança
significativa que agravou os deveres dos candidatos em profundidade capaz de eliminar 64% de
todos os inscritos o que violou o art. 50 da Lei 9.784/99; iii) a pretensão de atribuir aos candidatos o
ônus de, data vênia, adivinhar que a palavra metadados significava a anonimização do PDF, renovada

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vênia, viola em toda a sua extensão a segurança legítima dos candidatos, pois, não é possível inferir
de uma regra genérica, repetida a anos, tamanha extensão; o número de eliminados, mais uma vez,
reforça o argumento; iv) finalmente e, se por absurdo, se compreendesse que da palavra metadados
é possível inferir tamanha mudança de orientação em processo seletivo já eletrônico que, em seu
procedimento fático em nada mudou – ao menos nos últimos 5 anos – seria necessário que a
Faculdade de Direito da UnB imprimisse uma regra de transição, com publicização e transparência
nessa mudança de orientação, sem transferir aos alunos (administrados) o ônus interpretativo da
mudança. Com todo o respeito à decisão agravada, informar aos alunos que a interpretação da
palavra metadados significava anonimização do PDF, depois da homologação da inscrição
[sobretudo no contexto de processo seletivo que ocorre da mesma forma há anos], é sim retroagir
interpretação de norma genérica, é sim mudar orientação de norma genérica, que viola o art. 2º da
Lei 9.784/99 e o art. 23 da Lei 13.655/18, vi) que diante dos 426 candidatos que não compreenderam
a intepretação alterada pela administração, a UnB não tenha, ela própria, anonimizado os PDFs que
são enviados aos examinadores (afinal, não se tratam de informações acessíveis ao olho nu).

4. Em exame perfunctório, o MM Juízo de origem indeferiu o pedido de tutela requerida. Para


tanto, ancorou-se nos seguintes argumentos:

(i) apesar de o próprio colegiado da FUB ter demandado longo debate [após a
homologação das inscrições] sobre o que significaria a nova palavra metadados, no
edital, compreende que os 426 candidatos classificados tinham a obrigação de inferir
essa interpretação sem qualquer motivação ou explicação: “o termo “metadados”,
inserido no item do edital, não é fruto de interpretação da FUB quanto aos critérios de
segurança na identificação dos candidatos, porquanto o edital é categórico ao afirmar que
a existência de qualquer tipo de metadados nos arquivos PDF é expressamente proibido e
que tal falha cometida pelo candidato importa em sua eliminação.”

(ii) partindo do pressuposto [equivocado renovada vênia] de que a regra seria explícita, não
vê mudança de orientação no fato de que a FUB somente publicizou a interpretação da
única palavra metadados após a desclassificação de inscrições já homologadas: “Não
houve mudança de interpretação, mas sim a mera aplicação de regra explícita do edital e,
por isso, fica prejudicada a tese de falta de “motivação” quanto à alteração da regra de
identificação, haja vista que não havia nada a esclarecer aos candidatos diante do
conteúdo expresso no edital, contra o qual não cabia qualquer interpretação.”

(iii) parece compreender que a motivação, clareza e congruência não é elemento e atributo
de todo e qualquer ato administrativo [incluindo o edital] ao afirmar que: [seria]
Inaplicável, pois, o art. 50 da Lei nº 9.784/99. Afasto a tese de que o edital deveria explicar
como seria o procedimento de anonimização ou exclusão de metadados, pois isso é

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medida de competência do próprio candidato, que tem a obrigação de conhecer a
metodologia de participação nos processos seletivos de pós-graduação [...].

(iv) equipara o procedimento regular de inscrição – equivocadamente, data vênia – a uma


demanda de anonimização que não foi explicitada no edital [decorre de uma palavra,
repita-se], que nunca havia sido exigida e que a própria FUB precisou de longa discussão
e mudança de orientação [após a homologação das inscrições] para exigir. Não está em
questão, renovada vênia, ensinar os agravantes a se inscrever; está em questão,
respeitar a transparência, publicidade e motivação dos atos para não eliminar 64% dos
candidatos por um vício obscuro de forma que a própria FUB se apercebeu depois das
inscrições que poderia ser interpretado da forma que o fez: “admitir a tese da inicial
significa dizer que o edital deve ensinar o candidato a transformar um documento no
formato PDF, a preencher formulário de inscrição na internet, etc., o que beira o absurdo.”

(v) parte do pressuposto de que a leitura cuidadosa do edital levaria à conclusão de que
seria necessário anonimizar o PDF; conclusão que desconsidera, data vênia, o histórico
do processo seletivo, o conteúdo do edital e que não apenas 64% dos inscritos não foi
capaz de fazê-lo, mas a própria FUB, antes de reinterpretar o texto. O ônus da clareza,
congruência, motivação, transparência e publicidade não é dos candidatos, data vênia:
Não houve afronta à boa-fé e à confiança dos candidatos, pois o erro cometido seria
facilmente evitado com a leitura cuidadosa do edital. Aliás, o item 17.4 assevera que ao
inscrever-se no processo seletivo, a/o candidata/o reconhece e aceita as normas
estabelecidas neste Edital e no regulamento do Programa de Pós-Graduação ao qual se
inscreve.

(vi) não considera que palavra metadados é uma norma genérica e que atribuir a ela o
conteúdo de obrigação da anonimização do PDF, depois da homologação da inscrição
[sobretudo no contexto de processo seletivo que ocorre da mesma forma há anos], é
retroagir interpretação de norma genérica pelo que concluiu que não houve mudança de
interpretação, mas a imposição de uma nova regra no edital, é evidente que não se pode
invocar o art. 6º da LINDB e, via de consequência, não há que se falar em regra de
transição.

5. Com o máximo respeito e acatamento, a decisão agravada equivocou-se quanto à afirmação


de que as inscrições não estariam homologadas [basta ver os documentos de IDs 1008670254 à
1008670274 dos autos originários] e quanto à conclusão de que caberia aos inscritos concluir que na
única palavra metadados - sem qualquer motivação e explicação – continha uma mudança
significativa de orientação no processo seletivo que já vinha se realizando há anos do mesmo modo.
Basta ver que o próprio colegiado da universidade – em documento disponibilizado após o
ajuizamento da ação para o qual se pede a juntada – discutiu longamente o conceito de

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metadados. Se eles próprios precisaram se alongar na discussão, como se exigir dos inscritos pela
primeira vez, que tirassem toda essa conclusão de uma só palavra?

6. Com a máxima vênia, tem-se presentes os elementos para a concessão de tutela provisória ou
de urgência. É o que se passa a evidenciar.

III – CONTEXTO FÁTICO E NORMA GENÉRICA OBSCURA: mesmo processo seletivo,


homologação de inscrições, desclassificação posterior e mudança de orientação

7. Com todo o respeito e acatamento à decisão agravada, cabe esclarecer, desde já, que a
presente ação não se fundamenta na pretensão de que os editais de processos seletivos se
mantenham como sempre foram ou que os editais ensinem aos candidatos como transformar um
documento em PDF ou emitir uma guia. O que estão em questão é a boa-fé da Administração Pública
e o respeito à transparência e à boa prática administrativa, sobretudo tratando-se da Faculdade de
Direito. Está em questão, a motivação (clareza e congruência dos atos administrativos) para não se
permitir que se eliminem 64% dos candidatos que se dedicaram durante um ano para um processo
seletivo de mestrado e doutorado por um suposto vício de forma: que não está claro no edital, que
era uma novidade e que somente foi apresentado como tal depois de já homologadas as inscrições.

8. Uma exigência obscura, data vênia, que para a qual a própria FUB se apercebeu depois de
homologar as inscrições. Mas, por que se afirma que a exigência não está clara, merecia motivação e
foi fruto da reinterpretação de uma norma genérica que acabou por eliminar a maioria dos
candidatos?

9. Como já exposto, ao menos nos últimos cinco anos (conforme se extrai dos editais anexos), a
Faculdade de Direito da UnB publica o mesmo edital para o processo seletivo da pós-graduação
estrito senso (mestrado e doutorado). Ao menos desde 2018, as inscrições são feitas por formulário
eletrônico, com todos os documentos dos candidatos enviados em PDF e, também, com a mesma
regra de que “a apresentação de projetos com indicação de autoria acarretará a não homologação
da inscrição” (editais dos processos seletivos desde 2018 no link:
http://dpg.unb.br/index.php/editais/editais-de-pos-graduacao/2-publicacoes/271-direito).

10. Durante todos esses anos, a Faculdade de Direito da UnB não considerava que o envio dos
PDFs pelos candidatos deveria passar por processo eletrônico de anonimização diferenciado da
ausência de identificação do nome do autor do projeto e, portanto, não considerava que PDFs não

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http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22040516061887700000198417489
Número do documento: 22040516061887700000198417489
anonimizados seriam fator de identificação e desequiparação dos candidatos. Muitos dos
candidatos inscritos no processo seletivo em curso – objeto desta ação – foram candidatos na
seleção anterior. Inúmeros foram aprovados até a última etapa com os mesmos projetos e os
mesmíssimos arquivos. Sequer se cogitou de quebra do anonimato, sem que tenha havido qualquer
alteração no cenário fático.

11. Todos os autores [que integram o grupo de 426 (64% dos inscritos) desclassificados pela
mesma razão] solicitaram inscrição nas suas respectivas linhas de pesquisa com fundamento no
edital PPGD/FDUnB 006/20211. O resultado do pedido de inscrições com a respectiva homologação
foi publicado em 8.2.2022, sem qualquer apontamento. Somente em 18.3.2022, na publicação do
resultado da Avaliação da etapa projeto de pesquisa a banca reviu seu ponto de vista quanto à
homologação das inscrições e entendeu ser o caso de desclassificar de forma genérica e uniforme
426 (quatrocentos e vinte e seis) candidatos com fundamento no item 12.2: identificação de autoria
ou de metadados que identifique a autoria no arquivo2.

12. Em reunião extraordinária realizada aos 16.03.2022, ou seja, após a homologação das
inscrições dos candidatos agravantes, o Colegiado do programa de pós-graduação em direito, foi
posta à deliberação a questão da interpretação da regra do edital “se será uma interpretação mais
rigorosa ou não a regra do edital, ou seja, definir o que deve ou não o que deve constar no metadado
pra que seja considerado que há identificação. Se é só o campo em branco que vai definir o que é
identificado e identificável. O que consta ou não o que é identificado somente a secretaria pode
definir. O Colegiado é o órgão máximo da Processo Seletivo e a comissão leva em consideração o que
o colegiado”, segundo descrição constante da ATA DA TRIGÉSIMA SEXTA REUNIÃO DO COLEGIADO
DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO - REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA atribuindo o
encaminhamento à professora a Beatriz Vargas.

13. Ao final, por dez votos, o Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Direito concluiu que
qualquer sinal identifica o projeto apresentado, muito embora seja expressa na ata da reunião a
constatação da Professora Janaina Penalva quanto à real e concreta “dificuldade enquanto avaliadora
de identificar os metadados nos arquivos, pois há identificação por siglas, apelidos e etc. e sem a lista
dos nomes dos candidatos homologados, que só a secretaria do PPGD tem, fica impossível identificar
os candidatos”. Em suma: nem mesmo a própria ré tinha clareza sobre a interpretação que se
deveria dar à palavra metadados. Por quê? Porque essa exigência é COMPLEXA, exige EXPLICAÇÃO,

1
Disponível em: http://dpg.unb.br/images/editaisdeselecao/Edital_006_2021_Processo_Seletivo_2022final.pdf
2
Dados extraídos de http://ppgd.unb.br/processo-seletivo/processo-seletivo-2020

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MOTIVAÇÃO e estava determinando uma mudança de orientação que a faculdade faria pela
primeira vez e nem mesmo havia se dado conta. Tanto é assim que a decisão do Colegiado da Pós-
Graduação se deu por apertada maioria de 10 x 6 votos.

14. O que, renovada vênia, está bem distante do quanto apresenta a decisão agravada que
equipara a pretensão deste agravo a ensinar os candidatos a se inscrever.

15. Isso porque, consoante consignado expressamente na ata da reunião extraordinária, o


processo seletivo, “como todos os anteriores, tem um duplo registro, um registro da secretaria e
outro repassados aos professores. Esses registros não se comunicam pois são informações
completamente diferentes, com números diferentes e que nem a coordenação tem acesso aos
candidatos. Ela explica que o único acesso que ela, enquanto avaliadora do processo, é a linha que ela
pertence, a linha 3. Então não tem a possibilidade da identificação pelos professores e coordenação
até a publicação para convocação para a entrevista”.

16. A compreensão do que sejam metadados, também foi amplamente debatida na reunião,
que constatou e assentou as reais dificuldades operacionais de exclusão dos metadados em PDFs
que pertence à adobe, a professa Beatriz Vargas apresentou a informação de que “na hora que a
professora Beatriz transformou o documento dela, que não tinha nenhum tipo de identificação, no
adobe foi identificado”.

17. Com todo o respeito, manter essa decisão da FUB descumpre os princípios mais importantes
do Direito Administrativo. E, em nada, auxilia na suposta pretensão de garantir impessoalidade. Não
é sem razão que esta c. Corte tem decidido que “o princípio da vinculação ao edital deve ser aplicado
com razoabilidade, de modo que não acabe sendo prejudicado o objetivo principal de todo concurso
público, resumido na seleção dos candidatos mais habilitados ao desempenho dos cargos oferecidos
pela Administração Pública” (TRF-1, REOMS 0021197-33.2016.4.01.3800, Rel. Desembargador
Federal Daniel Paes Ribeiro, Sexta Turma, e-DJF1 de 21/10/2019). O entendimento foi reiterado no
REOMS 1000362-92.2021.4.01.4200, DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO BATISTA MOREIRA, TRF1 -
SEXTA TURMA, PJe 24/08/2021 PAG.).

18. Veja-se que alguns PDFs continham apenas a expressão N/A nos metadados e foram
eliminados3. Esse fato demonstra com clareza que não se está diante de uma exigência que seria

3
N/A, do exemplo citado, se refere ao padrão internacional de abreviação de não aplicável, em tradução direta da linha
inglesa: written abbreviation for not applicable: used on a form when you cannot give a relevant (= that answers the

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facilmente inferida da palavra metadados. Exigia que o colegiado tivesse feito ANTES do edital, a
discussão que fez apenas DEPOIS. E tivesse deixado claro para os candidatos, o que não conteve
nenhuma clareza. A título de exemplo, basta ver os metadados considerados como identificadores
dos candidatos pela agravada para desclassificação de um candidato:

19. Repita-se: não é uma questão de leitura do edital com atenção. É de boa-fé: reconhecer que
não faltou foi atenção aos 426 alunos desclassificados; o que faltou foi transparência, motivação,
interpretação contemporânea de norma genérica. E que a própria FUB deixou claro que não tinha
essa compreensão do conteúdo do edital no momento de sua publicação, fato revelado pela
discussão do colegiado. Não há dúvida de que a palavra metadados não revela o quanto pretende a
decisão agravada, data vênia. E que, portanto, os impactos desta alteração nas regras do edital de
seleção ao programa de mestrado e doutorado não podem ser atribuídos aos agravantes.

IV – DEVERES AGRAVADOS POR REINTERPRETAÇÃO DE NORMA GENÉRICA: art. 50 da Lei


9.784/99:

20. Como acima exposto, a decisão agravada parece compreender que a motivação, clareza e
congruência não são elementos e atributos de todo e qualquer ato administrativo [incluindo o
edital] ao afirmar que: [seria] inaplicável, pois, o art. 50 da Lei nº 9.784/99. Afasto a tese de que o

question) answer to a question. É o que se verifica no dicionário online disponível à


https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/n-a

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edital deveria explicar como seria o procedimento de anonimização ou exclusão de metadados, pois
isso é medida de competência do próprio candidato, que tem a obrigação de conhecer a metodologia
de participação nos processos seletivos de pós-graduação [...].” Nesse ponto, a decisão agravada
considera que a desclassificação seria uma falha dos agravantes e, portanto, de 64% dos inscritos que
não teriam feito uma leitura mais atenta do edital.

21. Contudo, com todo o respeito e acatamento, o pressuposto da decisão agravada não se
compatibiliza com regime jurídico administrativo. Data vênia, toda a reforma administrativa da
última década foi realizada nas normas e na intepretação dos princípios para afastar interpretação
como esta que, renovada vênia, parte do pressuposto de que o ônus de lidar com uma
Administração Pública pouco transparente, desorganizada e que considera a boa-fé do cidadão é
do próprio administrado. Renovando todas as vênias, essa compreensão não se compatibiliza [ou
não deveria mais se compatibilizar] com nosso tempo.

22. O simples fato de que 64% dos inscritos não foram capazes de fazer o que o magistrado
qualifica como leitura atenta já deveria chamar a atenção o suficiente para que a FUB se perguntasse
o que o processo seletivo tem de errado. E não atribuir a eles as consequências da sua falha. Como a
Administração Pública sempre fez no passado. Não são candidatos: são profissionais dedicados há
mais de um ano; que renunciaram a suas vidas pessoais, de seu tempo para produzir um projeto,
para estudar o conteúdo complexo e profundo de uma disciplina e se submeter a uma prova que
ocorre apenas uma vez por ano. Não é uma simples reinterpretação de norma genérica ou de
leitura atenta: é da mais clara e genuína boa-fé!

23. Pois bem.

24. Como descrito, ao publicar o edital, a ré promoveu alteração sutilíssima no edital que, apenas
após a desclassificação dos autores, foi apresentada como mudança significativa que agravou os
deveres dos candidatos em profundidade capaz de eliminar 64% de todos os inscritos. É inegável,
portanto, que essa mudança – inserção de uma palavra que levou à mudança de interpretação da
regra de identificação – agravou de forma significativa os deveres impostos aos candidatos.

25. E, justamente para garantir o atendimento ao dever de transparência e de devida publicidade,


assegurando que os administrados estão cientes do agravamento desse dever, é que a Lei 9.784/99
exige, em seu art. 50, que tais atos sejam motivados. E, com renovado respeito, uma palavra, entre

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parênteses, não é motivação. Não há prova maior do desatendimento da norma do que a
desclassificação de mais da metade dos concorrentes.

26. Com todas as vênias, a motivação exigiria que a inserção do requisito metadados fosse
esclarecido como dever de anonimização indicando “fatos e dos fundamentos jurídicos” dessa
exigência. Mas não é só: era preciso que essa exigência fosse “explícita, clara e congruente”. E
reitere-se, esse dever básico de transparência e motivação não é ensinar os candidatos a se inscrever
é reconhecer a complexidade do tema. Causa, no mínimo, estranheza o fato de que o edital exponha
minuciosamente como se deve emitir uma GRU para pagamento da inscrição e não contenha
nenhuma palavra sequer sobre o procedimento de anonimização ou exclusão de metadados. Que
está muito longe de ser simples e trivial. E causa ainda mais estranheza afirmar que bastaria uma
leitura atenta da palavra que o colegiado ficou horas discutindo e, apenas depois das inscrições,
decidiu aplicar em extensão que somente agora se sabe.

27. Repita-se, data vênia, que o próprio COLEGIADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM


DIREITO, em reunião extraordinária realizada às vésperas do prazo do edital para apresentação das
notas aos projetos de pesquisa e de tese, na qual foram discutidos três assuntos, o primeiro deles
exatamente quanto à interpretação dos metadados. O enquadramento da situação foi consignado na
ata da reunião “A professora Inez Lopes explica que as bancas da linha 2 e da linha 5 identificaram o
uso de metadados pelos candidatos do processo seletivo e por esse motivo resolveu trazer o assunto
para o colegiado para uma resolução comum para todas as bancas do processo seletivo, pois o
problema transcende a comissão geral do processo seletivo”.

28. A dificuldade operacional para identificação de metadados também é expressamente


registrada pela ata da reunião, que assenta “Num primeiro momento a identificação foi realizada pela
secretaria e a secretaria analisou o documento, mas nem todos tem conhecimento de como consultar
metadados, mas a partir das informações que a coordenação do PPGD teve, ela levou essa
informação à comissão geral e esta comissão trouxe ao colegiado, a partir de informações que foram
tanto pelo corpo técnico quanto por informações prestadas pelos professores avaliadores”. No ponto,
é importante consignar e repisar que todos desclassificados por apontada identificação de
metadados tiveram, no primeiro momento, sua inscrição homologada. O que quer dizer que, na
primeira avaliação, os metadados não revelam identificação de autoria nos projetos de pesquisa
apresentados.

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29. Parece bastante claro, data vênia, que a UnB não se desincumbiu nem remotamente de ônus
fundamental de transparência: motivar o ato de forma “explícita, clara e congruente”, dando
publicidade ao agravamento desse dever imposto aos administrados que levou à exclusão de
número tão elevado de candidatos, conforme se infere do quadro analítico a seguir:

Mestrado Doutorado
Total de Total de
Desclassificados % de Desclassificados % de
candidato candidato
pelo Item 12.2 desclassificados pelo Item 12.2 desclassificados
s s
Linha 1 Sublin
17 23 73,9% 5 7 71,4%
Movimentos – ha 1
- Sublin
40 55 72,7% 13 16 81,25%
Sociais, ha 2
Conflitos e
Sublin
Direitos 4 5 80% 4 5 80%
ha 3
Humanos
Sublin
16 21 76% 7 14 50%
ha 1
Linha 2
Sublin
Constituição e 35 59 60% 14 25 56%
ha 2
Democracia
Sublin
6 18 33,33% 8 13 61,5%
ha 3
Linha 3
Internacionaliz
ação, Trabalho
-- 36 57 63% 22 37 59,4%
e
Sustentabilida
de
Linha 4 Sublin
49 79 62% 28 35 80%
Transformaçõe ha 1
s na Ordem Sublin
5 7 71,4% 2 5 40%
Social e ha 2
Econômica e Sublin
23 25 92% 2 3 66,66%
Regulação ha 3

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Linha 5
Criminologia,
Estudos -- 66 92 71,7% 24 41 58,5%
Étnicos Raciais
e de Gênero
TAXA DE
DESCLASSIFICA 297 441 67,34% 129 201 64,17%
ÇÃO

30. Diante de alteração tão determinante, sem qualquer explicação (nem de fundo, nem de
consequente), depois de tantos anos seguindo procedimento diverso e sem qualquer modificação no
sistema de inscrição que pudesse levar aos candidatos a compreender que as exigências haviam sido
alteradas, a exigência deveria ser sido apresentada de forma motivada, clara e congruente, enviando
a notícia clara de que houve agravamento dos deveres dos concorrentes. É o que prescreve a
legislação de regência na Lei 9784/99:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando: II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.

31. Subjaz ao princípio da motivação, com as exigências dele decorrentes (art. 50, § 1º, da Lei n.
9.784/1999), a própria noção de Estado Democrático de Direito, consubstanciada na confiança
quanto à legalidade e justiça das decisões administrativas, colocando os cidadãos a salvo de
eventuais descomedimentos dos administradores públicos.

32. A devida motivação do ato administrativo – resultante de um conjunto lógico e encadeado de


atos processuais, executados no bojo de um processo em que se garantam aos interessados o direito
de participar da formação da vontade da Administração Pública, conhecendo e contraditando os
motivos que lhe sejam determinantes4 – é, portanto, o elemento que torna possível detectar e

4
De acordo com entendimento pacificado do Superior Tribunal de Justiça, “a motivação do ato administrativo deve ser
explícita, clara e congruente, vinculando o agir do administrador público e conferindo o atributo de validade ao ato.
Viciada a motivação, inválido resultará o ato, por força da teoria dos motivos determinantes.” (RMS 56.858/GO, Rel.
Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julg. em 04.09.2018, DJe 11.09.2018).

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afastar providências oriundas de favoritismos ou perseguições, que não atendem aos interesses
públicos consagrados na ordem jurídica (sobretudo no âmbito do processo administrativo seletivo5).

33. Não por outra razão, Odete Medauar6 afirma que

(...) o ato administrativo se torna produto do exercício da função, deixando-se de


considerá-lo como expressão pré-constituída de uma autoridade privilegiada. O
caráter processual da formação do ato administrativo contrapõe-se, desse modo, a
operações internas e secretas, à concepção dos arcana imperii, dominante na época
do poder absoluto, lembrada por Bobbio ao discorrer sobre a publicidade e o poder
invisível, considerando essencial à democracia um grau elevado de visibilidade do
poder. (grifou-se)

34. Os já mencionados arts. 2º e 50, ambos da Lei n. 9.784/1999, bem evidenciam a importância
da motivação para o exercício da função administrativa no paradigma do Estado Democrático de
Direito, alçando-a à condição de princípio a ser obedecido pela Administração Pública. Mais do que
isso, ao impor que a motivação seja “explícita, clara e congruente” (art. 50, § 1º), a Lei n. 9.784/1999
revela a preocupação do legislador em garantir com que os motivos7 da atuação administrativa sejam
amplamente conhecidos, examinados, discutidos e reavaliados – tanto pela sociedade, quanto pelos
atores institucionais dotados de poderes de controle em face dos atos administrativos.

35. É com amparo nessa mesma perspectiva que Cristiana Fortini, Maria Fernanda Pereira e
Tatiana Camarão8 asseveram que

O princípio da motivação objetiva a exteriorização formal das razões de decidir, como forma
de conferir transparência à Administração Pública, assim como permitir ao particular o

5 “(...) é pressuposto geral de justiça que um homem não deve submeter-se à vontade arbitrária de outro, sendo a
motivação garantia de maior controle da vontade do agente público. Em boa medida, é garantia de vedação à
arbitrariedade punitiva, não importa o Poder de onde provenha. No Direito Administrativo Sancionador, a motivação
assume especial e transcendental relevância, visto que, aqui, o ato administrativo priva alguém de seus direitos, restringe
liberdades, limita movimentos.” (OSÓRIO, Fábio Medina. Direito administrativo sancionador. 7. ed. rev. e atual. São
Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020, p. 466)
6
In O direito administrativo em evolução. 3. ed. Brasília: Gazeta Jurídica, 2017, p. 289.
7
“4. A ausência de motivação expressa impede o exame da legitimidade de atos da Administração Pública, incluídos
aqueles relativos às atividades de inteligência, pelo que a motivação é imprescindível.” (ADI 6.529-MC, REL. Min. CÁRMEN
LÚCIA, Tribunal Pleno, julg. em 13.08.2020, DJe 15.10.2020)
8
In Processo administrativo: comentários à Lei nº 9.784/1999. 2. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 49.

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devido exercício do seu direito de defesa, amputado que ficaria se ausentes os fundamentos
das decisões administrativas. (grifou-se)

36. Decorre, portanto, da literalidade da Lei n. 9.784/1999, que a motivação do ato


administrativo, para ser considerada correta e válida, deve ostentar os atributos de congruência,
exatidão, suficiência e clareza9. A congruência, em especial, exige que os motivos, as normas e as
razões invocadas sejam premissas das quais se extraia logicamente a conclusão, ou seja, o conteúdo
do ato. Quanto ao ponto, é oportuna a observação de Fábio Medina Osório 10, para quem

Motivar é demonstrar os motivos do ato, suas bases, as circunstâncias que o


justificam, e, ao mesmo tempo, significa formar o próprio raciocínio, em um
complexo processo de justificação externa e interna. Falta de motivação ou sua
incongruência com a decisão pode ser sinal indicativo de imoralidade administrativa,
com todos seus consectários legais e constitucionais.

37. Parece bastante claro, portanto, que tanto o edital (ao apresentar item agravador do dever
aos administrados) quanto a própria decisão que levou à exclusão dos candidatos, não atendeu ao
dever de motivação. Com a devida vênia, a inserção da palavra metadados, entre parênteses, no
mesmo item reiteradamente publicado em editais anteriores sobre não identificação dos candidatos,
não é suficiente para atender à exigência legal de motivação (congruência, clareza e transparência).
Por essas razões, pede-se a anulação da decisão de exclusão dos 426 candidatos desclassificados por
este fundamento.

V – VIOLAÇÃO DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA E BOA-FÉ DOS CANDIDATOS

38. Conforme se extrai da decisão agravada, o magistrado parte do pressuposto [equivocado


renovada vênia] de que a regra contestada seria explícita, de modo que bastaria a leitura atenta dos
candidato. Assim, afirma que não vê mudança de orientação no fato de que a FUB somente
publicizou a interpretação da única palavra metadados após a desclassificação de inscrições já
homologadas: “Não houve mudança de interpretação, mas sim a mera aplicação de regra explícita
do edital e, por isso, fica prejudicada a tese de falta de “motivação” quanto à alteração da regra de
identificação, haja vista que não havia nada a esclarecer aos candidatos diante do conteúdo expresso
no edital, contra o qual não cabia qualquer interpretação.”

9
ARAÚJO, Florivaldo Dutra de. Motivação e Controle do Ato Administrativo. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 121.
10
Ob. cit., p. 465.

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39. Partindo deste pressuposto [de que a leitura cuidadosa do edital levaria à conclusão de que
seria necessário anonimizar o PDF], afirma que não houve afronta à boa-fé e à confiança dos
candidatos, pois o erro cometido seria facilmente evitado com a leitura cuidadosa do edital. Aliás, o
item 17.4 assevera que ao inscrever-se no processo seletivo, a/o candidata/o reconhece e aceita as
normas estabelecidas neste Edital e no regulamento do Programa de Pós-Graduação ao qual se
inscreve. Contudo e renovando todas as vênias, esta conclusão desconsidera o histórico do processo
seletivo [já exposto], o conteúdo do edital, o fato de que não apenas 64% dos inscritos não foi
capaz de fazê-lo, mas a própria FUB, antes de reinterpretar o texto.

40. Com efeito, a decisão agravada desconsidera que o ônus da clareza, congruência, motivação,
transparência e publicidade não é dos candidatos, e é por esta razão que desconsidera o dever de
boa-fé da Administração Pública. E não leva em conta que a expectativa dos candidatos de que o
processo seletivo permanecesse como sempre foi – porque nada de aparentemente relevante
mudou – era, sim, uma expectativa legítima.

41. Com todas as vênias, ainda que não fosse o dispositivo que regula diretamente à hipótese, os
princípios acolhidos pela Lei nº 9.784/1999 – extraídos do art. 37 da CR/88 – seriam suficientes para
que se reconheça a ilegalidade do ato combatido nesta ação: “a Administração Pública obedecerá,
dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência” (art. 2º).

42. Dos postulados aplicáveis à Administração Pública, dois se destacam por sua inegável
aplicação à espécie: a motivação (antes exposto) e a segurança jurídica, reveladora da boa-fé.

43. Como já afirmado, não se defende que a regra do edital não pudesse ser alterada ou que a
exigência de supressão dos metadados não pudesse ser feita.

44. O que se questiona, nesse ponto, é a pretensão de impor tal exigência alterando-se
interpretação de uma regra abstrata, ao argumento de que seria dado à Administração Pública
alterar não apenas as normas, mas sua compreensão dessas normas a qualquer tempo. Não há
dúvida de que esse modelo sistêmico e abstrato sobrecarrega a posição do administrado
(destinatário da norma) e o deixa às cegas para sofrer os efeitos de eventual modificação no cenário
do regime jurídico-administrativo. Seja no juízo de aplicação do ato administrativo, seja no de
construção do ato regulamentar, o regime jurídico administrativo foi pensado com o pressuposto
geral de que o administrado deve ser capaz de suportar suas alterações. Contudo, não se pode

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minimizar as barreiras impostas pela Constituição e pela lei que limitam a atuação do poder público
nesse sentido.

45. Não sem razão, o art. 2º, XIII, da Lei 9.784/99 reconhece à Administração Pública a
prerrogativa de modificar seu entendimento relativamente à dimensão e ao sentido de uma norma
que tenha anteriormente editado, proibindo expressamente que a nova interpretação venha a ser
aplicada retroativamente. Essa opção do legislador brasileiro sinaliza a preocupação em se
resguardar a conduta pretérita do administrado contra a incidência de padrões inovadores, que
venham a repercutir de maneira negativa em situações jurídicas já consolidadas. Atualmente, não há
dúvida sobre a base legal de aplicação da proteção da confiança legítima nas relações jurídico
administrativas.

46. Em diversos países, a proteção da confiança recebeu status de princípio constitucional:


princípio da proteção da confiança na Alemanha, princípio da confiança legítima no direito
comunitário europeu e princípio da proteção das expectativas legítimas na Inglaterra11. No Brasil,
esse tema se desenvolveu, inicialmente, nas relações contratuais privadas. Na esfera pública, a
presunção de legalidade do ato administrativo, que atrai a legítima confiança dos cidadãos, abriu
campo para o reconhecimento de sua aplicação nas relações jurídico-administrativas.

47. A proteção da confiança não é apenas uma questão meramente ética ou moral, mas assume
duplo papel no ordenamento: i) atua como proteção das legítimas expectativas e ii) ao mesmo tempo
funciona como justificativa da vinculabilidade das partes a uma relação jurídica 12. Assim, no que se
pode chamar de sua “dimensão negativa”, busca-se proteger as expectativas legítimas criadas pela
conduta de terceiros. Nessa dimensão, a confiança permite aos indivíduos prosseguir com suas
atividades, protegidos de uma eventual conduta leviana, ou melhor, contraditória, de terceiros, em
quem se confiou. Numa perspectiva positiva, todavia, funciona como verdadeira justificativa para
que terceiros continuem se vinculando às relações jurídicas13.

11
SCHONBERG, Soren. Legitimate expectations in Administrative Law. Oxford: Oxford University Press, 2000, p. 32. Sobre
o tema, citam-se, ainda: COUTO E SILVA, Almiro. Os princípios da legalidade da administração pública e da segurança
jurídica no Estado de Direito contemporâneo. Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre: Instituto de Informática Jurídica do Estado do Rio Grande do Sul, v. 18, n. 46, p. 11-29. CALMES, Sylvia. Du príncipe
de protection de la confiance legitime en Droits Allemand, Communautaire et Français.Paris: Dalloz, 2001. MARTINS-
COSTA, Judith. A boa-fé no direito privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
12
MARTINS, Raphael Manhães. O princípio da confiança legítima e o enunciado n. 361 da IV jornada de direito civil.
Revista CEJ. Brasília, Ano XII, n. 40, p. 11-19, jan./mar. 2008, p. 9
13
MARTINS-COSTA, Judith. Almiro do Couto e Silva e a re-significação do princípio da segurança jurídica na relação entre
o Estado e os cidadãos: a segurança como crédito de confiança. In: ÁVILA, Humberto (Org.) Fundamentos do estado de
direito: estudos em homenagem ao Professor Almiro do Couto e Silva. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 120-148.

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48. É exatamente essa a hipótese: ao longo de vários anos, a UnB recebeu inscrições
eletronicamente, com o envio de documentos em PDF. Em momento algum compreendeu que seria
necessário anonimizar documentos para alcançar a pretendida não identificação dos candidatos. No
processo seletivo ora questionado, produz uma modificação: inserção da palavra metadados. No
primeiro momento – de homologação das inscrições – nem a própria ré deu à palavra a interpretação
de que a ausência de completa anonimização dos metadados desclassificaria os candidatos. Apenas
na avaliação dos projetos entendeu ser o caso de interpretar a nova palavra como exigência de que
os arquivos em PDF não contivessem nenhum dos caracteres do teclado [fosse um ponto, uma
vírgula, a expressão sem identificação ou um nome]. Ora, como exigir que os candidatos
interpretassem a palavra metadados na interpretação pretendida pelo poder público se esta não foi
inserida no edital? Se nada foi alterado no procedimento de inscrição – feito da mesma forma há
anos – como exigir dos candidatos que compreendessem que a forma de apresentação dos PDFs
havia mudado? Como exigir de candidatos que têm formação jurídica, conhecimento técnico de
anonimização que não é trivial?

49. O respeito à proteção das expectativas legítimas dos administrados resguarda uma vertente
da segurança jurídica, como bem pontua a Professora Odete Medauar14, “diz respeito à preservação
de direitos e expectativas de particulares ante alterações inopinadas de normas e de orientações
administrativas que, mesmo legais, são de tal modo abruptas ou radicais que suas consequências se
revelam desastrosas”.

50. De fato, não dúvida de que o Estado de Direito deve proporcionar segurança e confiança às
pessoas, em uma vertente de pacificação social, com também destaca J. J. Gomes Canotilho:

As pessoas – os indivíduos e as pessoas colectivas – têm o direito de poder confiar que aos seus
actos ou às decisões públicas incidentes sobre os seus direitos, posições, ou relações jurídicas
alicerçadas em normas jurídicas vigentes e válidas ou em actos jurídicos editados pelas
autoridades com base nessas normas se ligam os efeitos jurídicos previstos e prescritos no
ordenamento jurídico. [...] A segurança e confiança recortam-se [...] como dimensões
indeclináveis da paz jurídica.15

51. Assim, reiterando o respeito à banca examinadora, a desclassificação dos candidatos que se busca
anular afrontou diretamente a proteção da confiança dos interesses legítimos dos concorrentes. Como

14
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 18 ed. ver. E atual – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014,
p. 152.
15
CANOTILHO, J.J. Gomes. Estado de Direito. Cadernos Democráticos nº 7. Lisboa: Gradiva, 1999, p. 73.

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valor constitucional de ordem ético-jurídica e projeção do postulado da segurança jurídica, não poderia a
Administração Pública alterar compreensão sobre os deveres dos concorrentes sem a adequada
motivação e sem a necessária clareza sobre a mudança que estava sendo promovida. A alteração de
orientação que era consolidada no âmbito da Faculdade de Direito da UnB, com todas as vênias,
exigia mais que apenas uma palavra entre parênteses. Também, por esta razão, pede-se anulação
da decisão que concluiu pela desclassificação dos autores.

52. No ponto, merece ser reformada a decisão agravada que afasta a tese de que o edital deveria
explicitar “o procedimento de anonimização ou exclusão de metadados, pois isso é medida de
competência do próprio candidato, que tem a obrigação de conhecer a metodologia de participação nos
processos seletivos de pós-graduação”.

53. A partir do princípio da impessoalidade que rege o processo seletivo em questão, a anonimização
e exclusão de metadados remete à interpretação de que não é possível a identificação da autoria daquele
projeto apresentado. Como já apontado neste arrazoado recursal, no primeiro momento, não foram
identificados dados ou metadados capazes de identificar a autoria do projeto, tanto assim que as
inscrições foram devidamente homologadas.

54. Somente quando da correção dos projetos, na fase seletiva seguinte, é que houve a reunião
extraordinária do COLEGIADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO, em que se fixou, por
maioria, a interpretação de que “qualquer sinal identifica um projeto”. Daí porque não deve ser
mantida a compreensão da decisão agravada de que “se havia dúvidas sobre a exclusão de
metadados, o candidato poderia invocar o item 17.2 do edital, verbis: Casos omissos serão resolvidos
pela Comissão Geral de Seleção, pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação ou pelo Decanato de
Pós-Graduação, de acordo com o regulamento do Programa e demais normativas institucionais,
conforme as suas competências”.

55. Àquele momento do processo seletivo, como se infere, nem mesmo a Comissão de Seleção
havia firmado a compreensão do que seriam os metadados que identificam um projeto e que seriam
considerados para desclassificação dos candidatos. Ademais, novamente com o máximo acatamento,
o que a decisão agravada adjetiva como “absurdo”, é precisamente o que o edital de seleção faz
quanto ao preenchimento da GRU e para apresentação de autodeclaração para concorrer ao sistema
de ação afirmativa.

56. Não se desconhece que um dos princípios que regem os concursos públicos é o da vinculação
ao instrumento convocatório, de modo que os candidatos devem estrita obediência aos termos do

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edital em vigor, que faz lei entre as partes, e não às regras dos concursos anteriores. A questão posta
é que a inclusão da palavra metadados entre parêntesis com a interpretação de que “qualquer sinal
identifica um projeto” agravou os deveres dos candidatos sem estar acompanhada da devida
motivação e publicização. Daí a violação à legítima expectativa dos candidatos.

VI – NOVA INTERPRETAÇÃO DA ORIENTAÇÃO CONSOLIDADA: retroatividade vedada

57. Além de todo o exposto, extrai-se da decisão agravada que uma das razões apontadas para o
indeferimento da liminar é que o magistrado não considera que palavra metadados é uma norma
genérica obscura; nesse sentido, compreende e que para atribuir a ela o conteúdo de obrigação da
anonimização do PDF seria necessário apenas uma leitura atenta.

58. Entretanto, renovando vênias, além de partir de pressuposto que não se sustenta [com todo o
respeito, o que já foi acima exposto] desconsidera que foi a própria FUB quem precisou se reunir em
longa sessão de debates no colegiado para dar reinterpretação à palavra metadados. E, com todo o
respeito e acatamento, modificar a obrigação editalícia em tamanha extensão depois da
homologação da inscrição [sobretudo no contexto de processo seletivo que ocorre da mesma
forma há anos], é, sim, retroagir interpretação de norma genérica que viola o art. 6º e 23 da LIND,
além do art. 2º da Lei 9.784/99.

59. Reiterando todo o respeito à decisão agravada, informar aos alunos que a interpretação da
palavra metadados significava anonimização do PDF, depois da homologação da inscrição e depois
de longo debate do colegiado como se se tratasse do óbvio, é sim retroagir interpretação de norma
genérica, é sim mudar orientação de norma genérica, que viola o art. 2º da Lei 9.784/99 e o art. 23
da Lei 13.655/18. O que faltou aos 426 candidatos não foi leitura atenta do óbvio, foi transparência,
boa-fé, interpretação contemporânea e motivação. Eles não compreenderam a intepretação porque
ela foi alterada pela administração. O que não se compreende, ainda, é o porquê de a própria FUB
não ter anonimizado os PDFs que são enviados aos examinadores (afinal, não se tratam de
informações acessíveis ao olho nu) – discussão que, inclusive, surgiu no debate do seu colegiado.

60. Com todas as vênias, a palavra metadados (em parênteses) não é suficiente para se dizer que
houve alteração clara e transparente da norma editalícia capaz de direcionar a pretendida mudança.
Sobretudo quando se tem em conta que já se havia publicado o resultado das inscrições (nem a

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própria ré teria se apercebido da mudança?) e o número de candidatos atingidos pela suposta
exigência descumprida (42616, reafirme-se).

61. O que ocorreu, no caso, foi uma clara mudança de interpretação da norma editalícia em
guinada significativa que desrespeitou os postulados de segurança jurídica e, mais especificamente,
a norma que veda a interpretação retroativa e abrupta de norma de conteúdo geral.

62. Não há dúvida de que a UnB poderia ter promovido a mudança do edital. Não há dúvida de
que a UnB poderia exigir a exclusão dos metadados. Não há dúvida de que a UnB poderia exigir a
anonimização do PDF. O que a UnB não poderia fazer foi justamente o que fez: não alterar o edital
de forma clara, fazendo uma alteração mínima e pontual para pretender, com isso, alterar a
interpretação que sempre fez de um processo seletivo idêntico. Não poderia, definitivamente,
ampliar os deveres dos concorrentes, por interpretação inovadora que, após a exclusão de 426,
pretende se fundamentar uma palavra que, ao que tudo indica, a ré compreende ser o fundamento
de modificação da regra.

63. O fato é que não estamos a falar de alteração de regra editalícia, mas, sim, de alteração de
interpretação de um processo seletivo que se repete seguindo o mesmo procedimento há anos. A
validade do argumento é reforçada pelo fato de que a suposta regra (metadados) que não foi
percebida não apenas pelos 64% dos inscritos, mas também pela decisão que homologou as
inscrições. Basta ver que após o pedido de justificativa para a desclassificação, todos os candidatos
receberam a mesma resposta padronizada e genérica:

16
Dados extraídos de http://ppgd.unb.br/processo-seletivo/processo-seletivo-2020

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64. O que ocorreu foi que a UnB reviu seu ponto de vista, reinterpretando norma geral com
mudança de orientação. Que a mudança pode acontecer, não é o ponto em discussão. A questão
jurídica que se coloca, em atenção aos princípios norteadores da Administração Pública acima
explicitados, é que essa mudança de compreensão exige um regime de prospecção e transição.

65. Como já assentado, segundo o art. 2º, da Lei 9784/199917, a Administração Pública deve
observar os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência, com
expressa referência normativa à necessidade de que os processos administrativos observarão, entre
outros, os critérios de interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

66. Segundo o professor Luciano Ferraz, faz-se necessário observar a irretroatividade de uma
nova interpretação administrativa sobre a matéria, com base em parâmetros jurisprudenciais e
17 o
Art. 2 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

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doutrinários. Segundo ele, a jurisprudência brasileira começa a registrar casos em que o preceito da
Lei 9.784, que vedou a retroatividade de novas interpretações da legislação administrativa, tem
aplicabilidade; p. ex., mudança pelo INSS de interpretação de regras previdenciárias em detrimento
de seus segurados (Processo 2002.03.99.030048-7/SP, TRF da 3ª Reg)18.

67. Ademais, a interpretação dada à regra inovadora, sem que fosse conferida a devida e
necessária publicidade de mudança de entendimento, especialmente após já publicada a
homologação das inscrições, não poderia atingir concorrentes do processo seletivo em curso, tal
como previsto no art. 24 da LINDB.

68. Não se sustenta, é importante reafirmar, que a Administração Pública não possa alterar seus
critérios de seleção para fins de identificação de autoria. A questão que se coloca é que o faça
fundamentadamente, de forma transparente, com a real alteração da regra e para o futuro. E,
ademais, que na hipótese como a apresenta, de significativa controvérsia anterior sobre a matéria
em questão, a mudança de orientação deve atentar para a segurança jurídica, em especial a
confiança legítima que os candidatos, de boa-fé, imputaram às decisões reiteradas anteriores.

69. Daí a necessidade de criação de uma regra de transição para a proteção da legítima
expectativa do particular revestido de inconteste motivação e publicidade de que os próximos
programas de seleção serão avaliados todos os metatados dos projetos de dissertação e de tese, e
explicitando o que são os metadados, nos termos em que introduziu a Lei Federal nº 13.655/2018 na
LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro):

“Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação


ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de
modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.”

70. É de se verificar que o DECRETO Nº 9.830, DE 10 DE JUNHO DE 2019, ao regulamentar os


novos dispositivos da LINDB prescreve, no artigo 6º, que “A decisão administrativa que estabelecer
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado e impuser novo dever ou
novo condicionamento de direito, preverá regime de transição, quando indispensável para que o novo
dever ou o novo condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais”.
18
FERRAZ, Luciano. Segurança jurídica positivada: interpretação, decadência e prescritibilidade. Revista Brasileira de
Direito Público. Belo Horizonte: Fórum, ano 8, n. 30, p. 19-42, jul./set. 2010.

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71. E, ainda, que “§ 1º A instituição do regime de transição será motivada na forma do disposto
nos art. 2º, art. 3º ou art. 4º”. A LINDB exige, expressamente, que na hipótese de se adotar obrigação
ou restrição a direito inovadoras, que se preveja um regime de transição. O objetivo desse regime e
assegurar o cumprimento da nova orientação sem excessos nem insuficiências, de modo a
concretizar a eficiência e proporcionalidade administrativas, sem prejuízo aos interesses gerais.
Interesses gerais que inegavelmente engloba os interesses jurídicos dos candidatos que se
submeteram à seleção ao programa de mestrado e de doutorado e tiveram sua inscrição
homologada no primeiro momento, gerando a expectativa legítima de que seus projetos de pesquisa
seriam avaliados pela banca examinadora.

72. No ponto, cabe ainda destacar o enunciado 17 do IBDA (Instituto Brasileiro de Direito
Administrativo), quanto à indispensabilidade do regime de transição, com modulação dos efeitos da
nova interpretação, preservando-se a legítima confiança e a expectativa concreta dos candidatos ao
processo seletivo, especialmente na hipótese corrente, em que o pedido de inscrição foi previamente
homologado, revelando que até aquele momento não se tinha firmada a compreensão do que seriam
os metadados:

“17.É imprescindível, a partir da ideia de confiança legítima, considerar a expectativa de


direito como juridicamente relevante diante do comportamento inovador da
Administração Pública, preservando-se o máximo possível as relações jurídicas em
andamento. Neste contexto, torna-se obrigatória, sempre para evitar consequências
desproporcionais, a criação de regime de transição, com vigência ou modulação para o
futuro dos efeitos de novas disposições ou orientações administrativas”.

73. Na linha do que prescreve a LINDB, no caso concreto, a Administração Pública deveria ter
dado publicidade à alteração do entendimento anterior de que bastava a inexistência de nome do
projeto de dissertação ou no projeto de tese para que o projeto fosse avaliado pelo programa. E bem
assim, deveria ter dado publicidade, ainda no edital, do que seriam os metadados considerados para
fins de identificação de autoria no projeto e os mecanismos tecnológicos para retirada de tais
metadados. Reafirme: deveria ter promovido uma real, clara, congruente e pública alteração da
norma para o futuro. Ao contrário do que fez: inseriu uma palavra que, posteriormente, pretendeu
interpretar como alteração da norma. Com isso, promoveu, na verdade, mudança de interpretação
retroativa que viola todos os princípios e regras associados à boa-fé e segurança jurídica.

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74. Também por esta razão, pede-se seja reconhecida a ilegalidade da decisão que concluiu pela
desclassificação dos autores.

VII - PREJUÍZO DA NULIDADE

75. Finalmente, supondo – pelo absurdo – que se compreenda que nenhum dos argumentos
antecedentes é suficiente para que se reconheça a ilegalidade do ato de desclassificação dos
concorrentes, deve-se reconhecer a extensão do prejuízo da nova interpretação para o processo
seletivo: 64% dos inscritos no programa foram desclassificados na fase de correção do projeto, após
terem tido as inscrições homologadas.

76. O argumento se reforça pelo fato de que, somente após o ajuizamento da ação, a FUB
disponibilizou os debates que foram travados no colegiado para que se chegasse à conclusão de que
a palavra metadados significava a obrigação de anonimização dos documentos em PDF e mais: que
não seria suficiente qualquer anonimização, mas a exclusão de todo e qualquer metadado. Mas,
também não foi só: os professores reconheceram a dificuldade do procedimento e afirmaram que
essa avaliação da anonimização e acesso aos dados poderia ser filtrada pela secretaria da FUB. Ora,
indaga-se: por que esse procedimento não foi adotado, também em atendimento ao dever de boa-fé
já que não traria qualquer impacto na impessoalidade?

77. O número fala por si e forma relação direta com os argumentos anteriores: exigência de
motivação e de publicidade da mudança de orientação não é sem razão; é justamente para evitar
efeitos como esse, que atingem em cheio a boa fé e a legítima expectativa dos administrados.

78. Segundo as regras do edital, o Projeto de Dissertação, assim como o Projeto de tese, tem por
finalidade permitir à Comissão Examinadora avaliar a capacidade do(a) candidato(a) de escolher e
definir um tema relevante na linha de pesquisa pretendida, bem como de propor uma abordagem
teórico metodológica adequada a seus objetivos e hipóteses de pesquisa.

79. Dada a relevância da correção do projeto para fins de seleção do melhor candidato ao
programa de mestrado e de doutorado, é que o próprio edital indica no item 9.3.3. que “Projeto de
Dissertação ou Projeto de Tese, em PDF, sem qualquer forma de indicação de autoria, para as/os
candidatas/os ao Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico, respectivamente, conforme
estabelecido nos itens 11.2.1.1 e 11.2.2.1. A apresentação de projetos com indicação de autoria

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acarretará a não homologação da inscrição. A identificação de autoria, após a homologação,
ocasionará a desclassificação do candidato”.

80. Veja-se, no ponto, que no item que descreve o formato tecnológico de apresentação do
projeto (PDF) não se tem qualquer referência a metadados ou a mecanismos de indicação de autoria.
E bem assim a expressa regra de que a indicação de autoria, critério objetivo, acarretará a não
homologação da inscrição.

81. A homologação das inscrições dos candidatos indica que até aquele momento não havia sido
verificada qualquer indicação de autoria. O que revela a alteração da interpretação da Administração
Pública quanto ao que seriam os metadados identificáveis nos projetos apresentados. O prejuízo
decorrente da nulidade apontada não afeta somente os candidatos desclassificados, mas o próprio
programa de mestrado e doutorado.

82. Daí o pedido de nulidade da interpretação que redundou na desclassificação generalizada dos
candidatos, para que fixada a regra de transição se proceda à correção dos projetos de dissertação e
de tese de todos os candidatos que foram posteriormente desclassificados preserva a segurança
jurídica e a legítima expectativa destes candidatos.

VIII - DO PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

83. No caso, o recebimento do recurso com efeito suspensivo é medida que se impõe. Conforme
o art. 1019 do CPC, ao ser recebido o recurso, poderá ser atribuído efeito suspensivo. Para tanto,
devem estar “presentes os requisitos previstos no parágrafo único do art. 995 do CPC/2015”19, quais
sejam, o “risco de dano grave” e a “probabilidade de provimento do recurso”.

84. A probabilidade de provimento do recurso restou acima demonstrada: há verossimilhança na


argumentação desenvolvida quanto à probabilidade do direito vindicado pelos autores, candidatos
que tiveram sua inscrição homologada no programa de seleção e, posteriormente, em razão da nova
interpretação gravosa sobre o que seriam metadados identificáveis nos projetos apresentados, foram
desclassificados do processo seletivo. A documentação acostada bem revela a mudança de
interpretação da Administração Pública no critério de identificação de autoria, revelando ser
desnecessária qualquer dilação probatória.

19
MEDINA, José Miguel Garcia. Novo código de processo civil comentado: com remissões e notas comparativas ao
CPC/73. 5ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017, p. 1542

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85. A urgência também é patente: o edital prevê como data para a realização das entrevistas o
período de 04.04 a 08.04.

86. No dia 01/04 (sexta-feira), a Faculdade de Direito da Universidade de Brasília publicou “Lista
dos candidatos convocados e agenda de realização” da etapa Entrevista do processo seletivo ora
impugnado, cuja lista completa pode ser acessada no endereço eletrônico:
http://ppgd.unb.br/processo-seletivo/processo-seletivo-2020 , conforme se verifica no print:

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87. Não há risco de perigo reverso aos demais candidatos no certame que já estão com suas
entrevistas agendadas.

88. Neste cenário, o recebimento do presente agravo em seu efeito suspensivo para que, em
sede de tutela de urgência, seja suspenso o processo seletivo, para que as próximas etapas sejam
convocadas após a reinclusão dos candidatos desclassificados ilegitimamente com a correção dos
projetos de dissertação e de tese de todos os candidatos que foram desclassificados, na fase de
avaliação de projeto de pesquisa, com fundamento na presença de metadados, preservando-se a
segurança jurídica e a legítima expectativa destes candidatos. Como já apontado, essa mínima
irregularidade de o projeto de pesquisa apresentar metadados não identifica facilmente os
candidatos, pois não constante do corpo do texto dos projetos, tanto assim que as inscrições foram
efetivamente homologadas no primeiro momento, o que revela que não resta violado o princípio
maior da impessoalidade no critério de seleção ao programa de pós-graduação, notadamente porque
tais metadados podem ser excluídos pela própria ré antes do envio dos projetos aos examinadores20.

IX – PEDIDOS

89. Por todo o exposto, requer-se:

i) o recebimento do presente recurso com atribuição de efeito suspensivo e a concessão da


tutela de urgência pleiteada para que as próximas etapas do processo seletivo sejam
convocadas após a reinclusão dos candidatos desclassificados ilegitimamente com a correção
dos projetos de dissertação e de tese de todos os candidatos que foram desclassificados, na
fase de avaliação de projeto de pesquisa, com fundamento na presença de metadados,
preservando-se a segurança jurídica e a legítima expectativa destes candidatos. Como já
apontado, essa mínima irregularidade de o projeto de pesquisa apresentar metadados não
identifica facilmente os candidatos, pois não constante do corpo do texto dos projetos, tanto
assim que as inscrições foram efetivamente homologadas no primeiro momento, o que revela
que não resta violado o princípio maior da impessoalidade no critério de seleção ao programa

20 Segundo informações constantes da ata da Trigésima Sexta Reunião do Colegiado do Programa de Pós-Graduação
em Direito encartada aos autos, “o processo seletivo, como todos os anteriores, tem um duplo registro, um registro da
secretaria e outro repassados aos professores. Esses registros não se comunicam pois são informações completamente
diferentes, com números diferentes e que nem a coordenação tem acesso aos candidatos. Ela explica que o único acesso
que ela, enquanto avaliadora do processo, é a linha que ela pertence, a linha 3. Então não tem a possibilidade da
identificação pelos professores e coordenação até a publicação para convocação para a entrevista”. Ora bem se são
dois registros, um deles poderia excluir os metadados, já que o outro fica com indicação, inclusive, do CPF do autor,
pela Secretaria.

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de pós-graduação, notadamente porque tais metadados podem ser excluídos pela própria ré
antes do envio dos projetos aos examinadores.

ii) a intimação do agravado para que, querendo, se manifestem;

iii) o provimento do agravo de instrumento para conceder a tutela provisória de urgência


antecipada, inaudita altera pars, para o processo seletivo, para que as próximas etapas sejam
convocadas após a reinclusão dos candidatos desclassificados ilegitimamente com a correção
dos projetos de dissertação e de tese de todos os candidatos que foram desclassificados, na
fase de avaliação de projeto de pesquisa, com fundamento na presença de metadados,
preservando-se a segurança jurídica e a legítima expectativa destes candidatos. Como já
apontado, essa mínima irregularidade de o projeto de pesquisa apresentar metadados não
identifica facilmente os candidatos, pois não constante do corpo do texto dos projetos, tanto
assim que as inscrições foram efetivamente homologadas no primeiro momento, o que revela
que não resta violado o princípio maior da impessoalidade no critério de seleção ao programa
de pós-graduação, notadamente porque tais metadados podem ser excluídos pela própria ré
antes do envio dos projetos aos examinadores.

Termos em que pede e espera deferimento.


Brasília, 04 de abril de 2022.

Marilda de Paula Silveira Heffren Nascimento da Silva


OAB/DF 33.954 OAB/DF 59.173

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