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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE 1º GRAU

DA VARA CIVIL DA COMARCA DE TAUBATÉ, ESTADO DE SÃO PAULO

Benjamin, brasileiro, estado civil XXXXX, advogado, inscrito na OAB sob nº 54321,
inscrito no CPF sob nº XXX.XXX.XXX-XX, portador da cédula de identidade nº
XX.XXX.XXX, título de eleitor nº 123456, domiciliado na cidade de Quiririm do Sul, na
rua XXXXXXXX, nº XXXX, CEP XXXXXXXX, no interior de São Paulo, vem, mui
respeitosamente, por meio de sua advogada, inscrita na OAB/SP, sob nº XXXXX,
endereço eletrônico XXXXXXXXX, propor a Vossa Excelência:

AÇÃO POPULAR
Em desfavor de: 1) Salame Fulano de Tal, prefeito do Município de Taubaté, brasileiro,
estado civil XXXXX, podendo ser encontrado na Sede da Prefeitura; 2) Empresa
Empreiteira e Construtora Funeral, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ
nº XXXXXXXXXXX, situado na rua XXXXXXXX, nº XXX, bairro XXXXXX, Município de
Taubaté, Estado de São Paulo, CEP XXXXXXXX; 3) Prefeitura de Quiririm do Sul, com
Sede da Prefeitura na Rua XXXXX, nº XXX, bairro XXXXX, CEP XXXXXXX, cidade de
Taubaté, Estado de São Paulo; oque faz pelos fundamentos de fato e razões de direito
a seguir aduzidos.

I - DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR


Nos termos do Artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal e do Artigo 1º da Lei
4717/65 que regulamenta a Lei da Ação Popular, disserta que qualquer cidadão é parte
legítima para propor Ação Popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público e
à moralidade administrativa.
Em breve conceito, a ação popular é um remédio constitucional conferido em prol de
todos os cidadãos, fiscalizando e atacando os atos lesivos ao Patrimônio Público com a
condenação dos agentes responsáveis.
Conforme expresso no Artigo 1º § 3, da Lei 4717/65 (Lei de Ação Popular), a prova da
cidadania, para ingresso em juízo será feito com o título eleitoral ou com documento
que a ele corresponda.
Considera-se cidadãos os brasileiros natos ou naturalizados e os portugueses
equiparados no pleno exercício dos seus direitos políticos. (STJ: EDcl no Resp. nº
538.240/MG. Rel.: Min. Eliana Calmon. DJ: 30/04/2007).
Ademais, a ação será proposta contra pessoas públicas ou privadas, amplamente
amparadas de seus direitos durante os exercícios de suas funções, que praticaram
ato impugnado, provocando lesão a todos cidadãos.

I. I – Da Legitimidade Ativa
O autor, brasileiro, prefeito, regular com a Justiça Eleitoral, com amparo no Artigo 5º
da LXXIII, da Constituição Federal Brasileira, tem direito ao ajuizamento de Ação
Popular, que se substância num instituto legal e democrático.
 É direito próprio do cidadão participar da vida política do Estado fiscalizando a gestão
do Patrimônio Público, a fim de que esteja conforme com os Princípios da Moralidade
e da Legalidade.

I. II – Da Legitimidade Passiva
Conforme expresso na Lei 4.717/65, em seu Artigo 6º, é estabelecido um traçado
incluindo passivamente os causadores do ato lesivo, como também todos aqueles que
contribuíram por ação ou omissão. Assim sendo, respondem passivamente todos os
REQUERIDOS nesta peça processual.

I. III – Do Cabimento do Procedimento


A Ação Popular, é o remédio constitucional que aciona o Poder Judiciário.
Democraticamente, visando participação dos jurisdicionados pátrios, fiscalizando e
atacando os atos lesivos ao Patrimônio Público com a condenação dos polos
responsáveis, assegurado no Artigo 5º, LXXIII, da Constituição Federal Brasileira.
Portanto, conforme acima, constituídos todos pressupostos da Ação Popular, a
condição de lesividade, ilegalidade e condição de eleitor recai sobre prerrogativa da
ação aqui proposta, sendo cabível, assim, a propositura da Ação Popular, em
conformidade com a Lei 4.717/65.

II - DOS FATOS
A priori, neste mesmo ano, o requerido 1, decidiu efetuar a construção de um novo
estádio de futebol, sendo este o terceiro da cidade. O mesmo promulgou, por meio de
um Decreto Municipal (171/2021), a contratação do requerido 2, empresa Empreiteira
e Construtora Funeral, sendo a mesma de propriedade de seu irmão, o Sr. Luiz Copa.
Vale ressaltar ainda, que o requerido 1 dispensou a licitação, alegando a causa ser o
estado pandêmico na qual nos encontramos em função da COVID-19 e determinando
sua imediata construção, sem quaisquer concorrências prévias.
A obra teve um valor orçamentário de R$ 2.5 milhões de reais, obtendo fundos dos
recursos que haviam sido obtidos pelo município destinado a vagas hospitalares para o
devido tratamento de pacientes que contraíram COVID-19.
A parte autora alega ter encaminhado os fatos ao conhecimento da Câmara Municipal
e ao Ministério público, porém, nenhuma providência foi tomada por parte dos
órgãos.
Ademais, a inexistência dos procedimentos indispensáveis tais como a Licitação para o
processo de contratação, ato por si só atentatório aos princípios constitucionais que
regem a Administração Pública (caput do Artigo 37, da Constituição).

III - DO DIREITO
Segundo disserta Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
‘’ Seja infringida a finalidade legal do ato (em sentido estrito), seja desatendido o seu
fim de interesse público (sentido amplo), o ato será ilegal, por desvio de poder ‘’.
Portanto, a forma procedimental que o requerido 1 deixou de utilizar ao efetuar a
contratação sem licitação ao requerido 2, empresa de propriedade do irmão do
Prefeito do Município (Requerido 1) caracteriza ofensa ao Artigo 37, XXI, da
Constituição Federal Brasileira e ao Artigo 2º da Lei nº 8.666/93.
Ainda mais, a Lei de Ação Popular já consignou o desvio de finalidade como vício
nulificador do ato administrativo lesivo do patrimônio público.
Outrossim, a contratação direta fere os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, e dos correlatos (Artigo 3º, Lei 8.666/93).
Assim sendo, os fatos narrados constituem improbidade administrativa, expressa nos
Artigos 10 e 11 da Lei 8.429/92, ensejado por omissão, desvio e apropriação de verbas
públicas.

IV – DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto e aqui constituídos todos os pressupostos da Ação Popular,
requer-se a Vossa Excelência:
a) o recebimento e processamento desta Ação Popular, por conter ato ilegal e lesivo
ao patrimônio púbico, em conformidade com a Lei. 4.717/65;
b) a citação de todos os réus para a apresentação de defesa;
c) a intimação do ilustre representante do Ministério Público;
d) a procedência do pedido do autor em determinar a nulidade do Decreto 171/2021,
promulgado pelo requerido 1;
e) requer o julgamento da procedência para condenar os requeridos a restituírem aos
cofres públicos, por depósito judicial, o repasse a Municipalidade, a totalidade dos
valores pagos a empresa Empreiteira e Construtora Funeral;
f) a devida apuração dos atos de improbidade administrativa praticados pelo requerido
Sr. Salame, assim como a condenação do mesmo de acordo com o decreto pela Lei
8.429/92

Dá-se á causa o valor de R$ 100.00,00 (cem mil reais)


Termos em que pede e espera deferimento.
Taubaté / São Paulo – 16 de março de 2022.
Advogada ___ OAB/SP, nº ___

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