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Analises

laboratorias
Semiologia laboratorial
Exames laboratoriais
 Objectivos
 Avaliação global
 Diagnostico
 Avaliação da eficácia terapêutica
 Controle terapêutico
Analises laboratoriais
 Importância clinica
 São meus auxiliares de Diagnostico
 Não substituem a história clinica.
 Sempre deve-se conciliar os resultados
com a história clinica
 Em caso de duvida do resultado da
analise, deve repetir-se o exame
 Lembre-se que os valores de referência
podem variar entre laboratórios.
Tipos de analises
 Hemograma completo
 Bioquímica
 Urina II
 Rx Tórax
 VS, PCR
 VDRL, TPHa
 ASTO, FR
Processamento laboratorial
 Fase pré-laboratorial
 Fase laboratorial
 Interpretacao do resultado
Fase pré-laboratorial

 Selecção do exame
 Requisição
 Colheita
 Transporte dos produtos para o
laboratório
Fase pré-laboratorial
Selecção do exame

 COMO SELECCIONAR?
 Por norma as analises são pedidas de
acordo com a suspeita clinica.
 Começa-se pelos exames mais simples
aos mais complexos e invasivos
 Hemograma, Bioquimica, Urina 2, Rx Torax,
HIV….TAC, RMN….
Fase pré-laboratorial

 Requisição
 Preencher correctamente a identificação do paciente
 Nome, idade, sexo,
 Serviço, cama

 Preencher a Informação clinica


 Importante para quem processa e analisa os resultados(ex:
TAC CE, esfregaço de sangue periférico).

 Colheita e transporte
 Deve-se respeitar as técnicas de colheita, e os
procedimentos para o transporte.
 Ex de falhas: hemoculruras negativas ou contaminadas,
falsas hiperkaliemia, LCR sem células
Hemograma
 Os atuais valores de referência do hemograma foram
estabelecidos na década de 1960, após observação
de vários indivíduos sem doenças.

 O considerado normal é, na verdade, os valores que


ocorrem em 95% da população sadia.

 5% das pessoas sem problemas médicos podem ter


valores do hemograma fora da faixa de referência
(2,5% um pouco abaixo e outros 2,5% um pouco
acima).
O que um hemograma pode
indicar ao médico?
 Eritrograma
 Eritrocitos ( RBC)
 Hematocrito (HTC)
 Hemoglobina
 MCV
 HCM, CHCM
 RDW
 Reticulocitos
Hemograma
 Eritrócitos elevados indicam policitemia e
levanta suspeita sob suas causas;
 Eritrócitos diminuídos sugere:
 anemia,
 sobrecarga de líquido
ou hemorragia persistente.
 Valores baixos do VCM e CHCM indicam
anemias microcíticas hipocrômicas;
 Def de Fe, Dca crónica, Talassemia,
sideroblasticas
Hemograma
 valores altos de VCM e CHCM sugerem
anemias macrocíticas.
 Megaloblasticas : Def de Vit B12, ac. Folico
 Não megaloblasticas : alcool, DHC, ….

 O hematócrito (Ht) mede a porcentagem


de hemácias contida no sangue total.
 Esta diminuído nas anemias crónicas
 Esta elevado na policitemia
Hemograma
 O CHCM (concentração de hemoglobina
corpuscular média)ou CHGM (concentração de
hemoglobina globular média) avalia a
concentração de hemoglobina dentro da
hemácia.
 O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou
HGM (hemoglobina globular média) é o peso da
hemoglobina dentro das hemácias.
 Os dois valores indicam basicamente a mesma
coisa, a quantidade de hemoglobina nas
hemácias. Quando as hemácias têm poucas
hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas
Hemograma
O RDW é um índice que avalia a
diferença de tamanho entre as hemácias
( indice de anisocitose).
 Quando este está elevado significa que
existem muitas hemácias de tamanhos
diferentes circulando. Isso pode indicar
hemácias com problemas na sua
morfologia.
leucograma
 Os leucócitos podem estar aumentados ou diminuídos
porem deve ser correlacionado com o estado clínico do
paciente. Ex ; na desidratação pode-se observar
leucocitose ligeira,
 A contagem total ou diferencial dos glóbulos brancos
serve para :
 determinar a existência de infecção ou inflamação,
 para indicar a necessidade de uma biópsia de medula
óssea
 ou para monitorar a resposta
à quimioterapia, radioterapia ou outros tipos de terapia.
leucograma
 Leucocitose indica:
 uma infecção, geralmente até 20 a 30mil
 uma leucemia
 ou uma necrose tecidual devido a queimaduras, infarto
do miocárdio ou gangrena;
 Leucopenia pode ocorrer em :
 casos de depressão da medula óssea em razão
de infecções virais ou de reações tóxicas como as que
acompanham o tratamento com antineoplásicos,
ingestão de mercúrio e outros metais pesados ou
exposição ao benzeno ou arsênicos.
 Ela também quase sempre acompanha a influenza,
a febre tifoide, o sarampo, a hepatite infecciosa,
a mononucleose e a rubéola
A contagem diferencial
de leucócitos
O neutrófilo 45% a 75% dos leucócitos
circulantes.
 Neutrofilia - provavelmente infecção bacteriano.
 tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas.
 Por isso, assim que o processo infeccioso é
controlado seu níveis sanguíneos retornam
rapidamente aos valores basais.

 Neutropenia <1500: risco de infecções


neutrófilos
 Os bastões são os neutrófilos jovens.
 Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos
circulantes são bastões.
 A presença de um percentual maior de
células jovens é uma dica de que possa
haver um processo infeccioso em curso.
 Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos
maduros. Quando o paciente não está
doente ou já está em fase final de doença,
praticamente todos os neutrófilos
são segmentados, ou seja, células maduras.
linfócitos
 Os linfócitos :15 a 45% dos leucócitos
 Linfocitose surgem:
 infecções por vírus, como mononucleose,
gripe, dengue, catapora, etc.
 Além das infecções, algumas drogas e
doenças auto-imunes, como lúpus, artrite
reumatoide e síndrome de Guillain-Barré,
também podem estimular o aparecimento
de linfócitos atípicos.
 Linfopenia: imunodepressao
Estimativa de CD4 a partir do
hemograma
 Linfocitos totais : 80% ly T
 Linfocitos T CD4+: 25 a 30% dos linfocitos T
(confiabilidade de 80%);

 Ex: paciente com linfocitos de 1200


 CD4 = 1200x0,8x0,25 = 240
 CD4 = 1200x0,8x0,3 = 288
 O CD4 está entre 240 a 288
Monócitos

 Os monócitos normalmente representam


de 3 a 10% dos leucócitos circulantes.
 São ativados tanto em processos virais
quanto bacterianos.
 Os monócitos tipicamente se elevam nos
casos de infecções, principalmente
naquelas mais crônicas, como a
tuberculose.
Eosinófilos
 Apenas 1 a 5% dos leucócitos circulantes são
eosinófilos
 O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas
alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção
intestinal por parasitas
 Basófilos
 Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos.
Sua elevação normalmente ocorre em
processos alérgicos e estados de inflamação
crônica.
plaquetas
 As plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL).

 até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta


dificuldades em iniciar a coagulação.
 Quando os valores se encontram abaixo das 10.000
plaquetas/uL há risco de morte, uma vez que pode haver
sangramentos espontâneos.

 a contagem delas é essencial


 A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias
 para avaliar a coagulação ,
 avaliar os efeitos da quimioterapia ou da radioterapia na
produção de plaquetas e
 para diagnosticar ou monitorar a trombocitose ou
a trombocitopenia.
 Bicitopenia: redução de duas linhagens de células
do sangue
 Quando os três tipos de células estão reduzidos,
damos o nome de pancitopenia.
 Doenças que cursam com inflamação crônica,
como o lúpus, por exemplo, podem se apresentar
com redução de uma, duas ou das três linhagens. Na
verdade, qualquer agressão à medula óssea, seja
por medicamentos, infecções ou doenças, pode
causar diminuição da produção das células do
sangue.
 Não é preciso nenhuma preparação, nem estar em
jejum, para se colher sangue para o hemograma.
VHS – VELOCIDADE DE
HEMOSSEDIMENTAÇÃO
VHS – VELOCIDADE DE
HEMOSSEDIMENTAÇÃO

 VHS ou VS, é um exame usado para se


avaliar a existência de inflamações no
organismo.
 Os valores normais variam de 0 a 15
mm/h em jovens e de 0 a 30 mm/h em
idosos. Mulheres costumam ter a VHS
ligeiramente mais elevados que homens
VHS – VELOCIDADE DE
HEMOSSEDIMENTAÇÃO
 Quando há um processo inflamatório em
curso, seja uma infecção, uma doença auto-
imune ativa, uma pancreatite aguda, um
câncer avançado etc… o nosso fígado
produz em grandes quantidades o
fibrinogênio.
 Este fibrinogênio age como uma espécie de
cola, ligando as hemácias umas às outras,
formando blocos de glóbulos vermelhos, que
obviamente são mais pesados e caem mais
rapidamente, aumentando assim a
velocidade de hemossedimentação
VHS – VELOCIDADE DE
HEMOSSEDIMENTAÇÃO
 Algumas doenças ou situações que cursam com VHS elevado:
 – Qualquer infecção, seja tuberculose , pneumonia, faringites,
AIDS
 – Doenças auto-imunes
 – Pancreatite aguda
 – Crise de gota
 – Alguns tipos de câncer
 – Anemia
 – Vasculites.
 – Gravidez
 – Obesidade
 – Idade avançada.
VHS – VELOCIDADE DE
HEMOSSEDIMENTAÇÃO
 VHS não faz diagnóstico de nada.
 Ela apenas sugere a possibilidade de
uma inflamação.
 Nos últimos anos tem perdido
importância, principalmente após a
popularização do PCR
VHS – VELOCIDADE DE
HEMOSSEDIMENTAÇÃO
 Seugrande valor atualmente está no seguimento
de algumas doenças como
 artrite reumatoide,
 arterite temporal e polimialgia reumática,
 Quando uma elevação da VHS pode;
 indicar precocemente uma recaída ou
 uma ausência de resposta ao tratamento
medicamentoso.
 VHS muito elevado, acima e 100 mm/h,
 Além de ser raro o falso positivo nestes
casos, são poucas as doenças que
cursam com uma elevação tão grande,
entre elas
 Lúpus,
 Mieloma múltiplo,
 Osteomielite e
 Tuberculose.
PCR – PROTEÍNA C REATIVA

Em casos de inflamação sistêmica, nosso


fígado passa a produzir diversas proteínas
diferentes, chamadas de proteínas de fase
aguda
 a PCR também é uma proteína de fase
aguda produzida pelo fígado.
 Com este exame medimos diretamente os
níveis da própria proteína, bem mais sensível
uma avaliação indireta como na VHS.
PCR
 Todasas condições listadas quando se
falava da VHS, também podem causar
elevação da PCR, com exceção para
idade avançada, que causa, quando
muito, apenas uma discreta elevação
PCR
 Considera-se normal valores até 0.1 mg/dL
(1mg/L).
 Valores entre 0.1 mg/dL (1mg/L) e 1,0 mg/dL (10
mg/L) podem surgir em pequenas inflamações
como gengivites ou outros pequenos problemas,
não tendo, na maioria dos casos, relevância
clínica.
 Inflamações importantes costumam causar uma
PCR maior que 1,0 mg/dL (10 mg/L)
PCR
A PCR é mais sensível que a VHS,
 além de elevar mais precocemente, também serve
para avaliar risco de doença cardiovascular.
 Há muito se sabe que as doenças cardiovasculares
são causadas por uma combinação de uma
constante e pequena inflamação nas paredes do
vasos com o depósito de colesterol nos mesmos.
 Pessoas com níveis de PCR persistentemente acima
de 0,3 mg/dL (3mg/L) apresentam maior risco de
desenvolver doenças cardiovasculares como
infarto e AVC
PCR
a PCR em infecções virais costuma estar
entre 1 mg/dL (10mg/L) e 4 mg/dL (40
mg/L).
 Em infecções bacterianas como
pneumonia costumam estar acima dos 5
mg/dL (50 mg/L).
 Em casos de sepse grave os valores
podem ultrapassar a casa dos 20mg/dL
(200mg/L).
ferritina
A ferritina é uma proteína produzida no
fígado, responsável pelos estoques de
ferro do nosso organismo
 Na maioria dos casos, a ferritina está
baixa quando há carência de ferro e alta
quando há excesso.
 Porém, é importante saber que a ferritina
também é uma proteína de fase aguda
como a PCR e o fibrinogênio
ferritina
. Qualquer inflamação pode estimular a
produção de ferritina, não significando que haja
um aumento dos estoques de ferro.
 Isto pode ser uma fator confusional em uma
investigação diagnóstica.
 Uma pessoa com anemia por carência de ferro
pode ter níveis de ferritina normais ou elevados
caso também apresente um estado inflamatório
associado, como uma doença auto-imune ativa,
sida
CREATINOFOSFOQUINASE (CK
OU CPK)

A creatinofosfoquinase (CPK) ou
creatinoquinase (CK) é uma enzima
presente em vários sítios do nosso
organismo,
 em abundância no coração e,
 principalmente, nos nossos músculos.
 Sua elevação na corrente sanguínea é um
forte indicador de lesão muscular,
CK
 CK (total) não e especifico
 Existem 3 subtipos de CK:
a) CK-BB que está presente em vários tecidos
do corpo
b) CK-MM presente em grande quantidade
nos músculos e no coração
c) CK-MB presente em pequena quantidade
no músculos, mas em grande quantidade no
coração.
 Deve-se solicitar quando há suspeita de EAM,
e em casos de trauma- rabdomiolise
CK
 No dia-a-dia a CK pode ser solicitada para
acompanhar pacientes que estão usando
drogas que podem causar lesão muscular,
entre elas, as estatinas usadas no tratamento
da colesterol alto ou os corticóides
 A CK também pode ser útil no diagnóstico de
algumas doenças musculares raras como a
polimiosite, dermatomiosite, distrofia de
Duchenne e outras
LDH – LACTATO
DESIDROGENASE

 LDH, é uma enzima presente em vários


tecidos, principalmente no fígado,
músculos, células sanguíneas, cérebro e
coração.
 Seus valores sanguíneos se elevam
sempre que há alguma injúria tecidual, e
ou das celulas que pode ser desde uma
anemia hemolitica, infarto do miocárdio
até uma hepatite aguda
LDH
A LDH também costuma estar elevada
em diversos tipos de câncer, no
hipotireoidismo e algumas infecções
pulmonares.
 um exame muito inespecífico, pois
inúmeras condições clínicas podem
causar sua elevação. Sozinha, a LDH nos
fornece muito pouca informação
Função/ perfil hepático
 Para detetar, avaliar e acompanhar doencas
hepaticas ou lesoes hepaticas
 Alanina aminotransferase ( ALT ou TGP)
 Aspartato aminotransferase ( AsT ou TGO)
 Bilirrubibas
 ALB
 Proteinas totais
 Tempo de protrombina (TP)
 Gama glutamil transferase (GGT)
 Desidrogenase latica (LDH)
Função/ perfil hepático
quando solicitar
 Na presença de sintomas que levem a
suspeita de dca hepatica:
 Ictericia, urina escura ou fezes claras.
 Nauseas, vomitos e ou diarreia,
 Perda de apetite
 Hematemeses, melenas ou hematoquesias
 Distencao e dor abdominal
 Diminuicao do peso , fadiga
 Historia familiar de dca hepatica
 Consumo excessivode alcool
 Uso de farmacos qu possam lesar o figado
Função/ perfil hepático
 Muitos pacientes com doença hepática inicial leve
a moderada apresentam poucos ou nenhuns
desses sintomas

 Enzimas que refletem dano do hepatocito/ citolise


 Alanina aminotransferase ( ALT ou TGP)
 Encontrada principalmente no fígado.
 E o melhor teste para detetar hepatite, isto e, e mais
especifica de lesão dos hepatocitos
 Aspartato aminotransferase ( AsT ou TGO)
 Enzima encontrada no fígado, coração e outros
músculos do organismo
Função/ perfil hepático
 AST e ALT
 Valores normais : 30-40U/L
 Aumentos pequenos ( 2 a 3 X)
 Intoxicação hepática, hepatites virais cronicas,
dcas do fígado relacionados ao álcool, hepatites
auto-imunes, dcas biliares , dca hepatica
gordurosa não alcoolica
 Grandes aumentos (1000-2000U/L)
 Hepatite viral aguda,
 Dano isquémico
 Dca biliar obstrutiva aguda
 intoxicações
Função/ perfil hepatico
 Enzimas que refletem colestase
 Fosfatase alcalia
 GGT

 Refletem excreccao
 Bilirrubibas

 Avaliam a sintese
 ALB
 Proteinas totais
 Tempo de protrombina (TP)
Funcao renal
 Ureia
 Creatinina
 Acido urico
 Clearence de creatinina
 Exame de urina
 Ureia
 Formadas no figado atraves do
catabolismo das proteinas

 Creatinina
 Formada a partir do musculo
Analises EXAME
DE URINA
Urina II
 O exame de urina é usado como método
diagnóstico complementar desde o século II.
 E indolor e de simples colheita

 O exame sumário da urina pode nos fornecer


pistas importantes sobre doenças sistêmicas,
principalmente as doenças renais.
As três análises de urina mais comuns são:
- urina tipo II.(urina tipo 1 : sedimento )
- Urina de 24 horas
- Urinocultura (urocultura)
Urina II
 Normalmente solicitamos que se use a
primeira urina da manhã, desprezando o
primeiro jato
 A primeira urina da manhã é a mais
usada, mas não é obrigatório. A urina
pode ser coletada em qualquer período
do dia
Urina II
A amostra de urina deve ser colhida
idealmente no próprio laboratório, pois
quanto mais fresca estiver, mais
confiáveis são os seus resultados. Um
intervalo de mais de duas horas entre a
coleta e a avaliação pode invalidar o
resultado, principalmente se a urina não
tiver sido mantida sob refrigeração
Urina II
 podemos detectar a presença e a quantidade dos
seguintes dados da urina:
 – Densidade.
– pH.
– Glicose.
– Proteínas.
– Hemácias (sangue).
– Leucócitos.
– Cetonas.
– Urobilinogênio e bilirrubina.
– Nitrito.
– Cristais.
– Células epiteliais e cilindros.
 Os resultados do dipstick são qualitativos e não
quantitativos, isto é, a fita identifica a presença dessas
substâncias citadas acima, mas a quantificação é apenas
aproximada. O resultado é normalmente fornecido em
uma graduação de cruzes de 1 a 4.
Urina II
 Densidade:
 A densidade da água pura é igual a 1000.
Quanto mais próximo deste valor, mais
diluída está a urina. Os valores normais
variam de 1005 a 1035. Urinas com densidade
próximas de 1005 estão bem diluídas;
próximas de 1035 estão muito concentradas,
indicando desidratação. Urinas com
densidade próxima de 1035 costumam ser
muito amareladas e normalmente possuem
odor forte
Urina II
 pH:
 A urina é naturalmente ácida, já que o rim é o principal
meio de eliminação dos ácidos do organismo. Enquanto o
pH do sangue costuma estar em torno de 7,4, o pH da
urina varia entre 5,5 e 7,0, ou seja, bem mais ácida.
 Valores de pH maiores ou igual 7 podem indicar a
presença de bactérias que alcalinizam a urina. Outros
fatores que podem deixar a urina mais alcalina são uma
dieta pobre em proteína animal, dieta rica em frutas
cítricas ou derivados de leite, e uso de medicamentos
como acetazolamida, citrato de potássio ou bicarbonato
de sódio. Ter tido vômitos horas antes do exame também
pode ser uma causa de urina mais alcalina. Em casos mais
raros, algumas doenças dos túbulos renais também
podem deixar a urina com pH acima de 7,0.
Urina II
 Valores menores que 5,5 podem indicar acidose
no sangue ou doença nos túbulos renais. Uma
dieta com elevada carga de proteína animal
também pode causar uma urina mais ácida.
Outras situações que aumentam a acidez da
urina incluem episódios de diarreia ou uso de
diurético como hidroclorotiazida ou clortalidona.
 O valor mais comum é um pH por volta de 5,5-6,5,
porém, mesmo valores acima ou abaixo dos
descritos podem não necessariamente indicar
alguma doença. Este resultado deve ser
interpretado pelo seu médico.
Urina II
 Glicose:
 Toda a glicose que é filtrada nos rins é reabsorvida
de volta para o sangue pelo túbulos renais. Deste
modo, o normal é não apresentar evidências de
glicose na urina.
 A presença de glicose na urina é um forte indício de
que os níveis sanguíneos estão altos. É muito comum
pessoas com diabetes mellitus apresentarem perda
de glicose pela urina. Isto ocorre porque a
quantidade de açúcar no sangue está tão alta, que
parte deste acaba saindo pela urina. Quando os
níveis de glicose no sangue estão acima de 180
mg/dl, geralmente há perda na urina
Urina II
A presença de glicose na urina sem que
o indivíduo tenha diabetes costuma ser
um sinal de doença nos túbulos renais.
Isso significa que apesar de não haver
excesso de glicose na urina, os rins não
conseguem impedir sua perda.
 Basicamente, a presença de glicose na
urina indica excesso de glicose no
sangue ou doença dos rins.
Causas de proteinuria
Causas de proteinúria
Causas de proteinúria fisiológica: pré-renal patológica:
 Exercício muscular  Proteína de Bence-
violento, Jones,
 convulsão,  mioglobinúria,
 estresse,  hemoglobinúria,
 frio excessivo,  choque e
 final de gestação,  mixedema.
 dentre outras
 Causas de proteinúria renal:
Proteinuria
 Existem duas maneiras de se apresentar
o resultado das proteínas na urina: em
cruzes ou uma estimativa em mg/dL:
 Ausência = menos que 10 mg/dL (valor
normal)
Traços = entre 10 e 30 mg/dL
1+ = 30 mg/dl
2+ = 40 a 100 mg/dL
3+ = 150 a 350 mg/dL
4+ = Maior que 500 mg/dL
Proteinuria de 24h
 Leve: ate 1g/24h
 Moderada: 1,0 a 3,5g/24h
 Macica: superior a 3,5/24h/1,73 de
superficie corporal
hematuria
 os valores normais são descritos de duas
maneiras:
– Menos que 3 a 5 hemácias por
campo ou menos que 10.000 células por
mL
 A presença de sangue na urina chama-
se hematúria e pode ocorrer por diversas
doenças, tais como infecções, pedras
nos rins e doenças renais graves
 Um resultado falso positivo pode acontecer nas
mulheres que colhem urina enquanto estão na
período menstrual. Neste caso, o sangue
detectado não vem da urina, mas sim do sangue
ainda residual presente na vagina. Nos homens, a
presença de sêmen na urina também pode
provocar falso positivo.
 Uma vez detectada a hematúria, o próximo passo
é avaliar a forma das hemácias em um exame
chamado “pesquisa de dismorfismo eritrocitário”.
As hemácias dismórficas são hemácias com
morfologia alterada, comum em algumas
doenças como a glomerulonefrite
 Leucócitos ou piócitos – Esterase leucocitária
 Os leucócitos, também chamados de
piócitos,. A presença de leucócitos na
urina costuma indicar que há alguma
inflamação nas vias urinárias. Em geral,
sugere infecção urinária, mas pode estar
presente em várias outras situações, como
traumas, uso de substâncias irritantes ou
qualquer outra inflamação não causada por
um agente infeccioso.
 Podemos simplificar e dizer que leucócitos na
urina significa pus na urina.
 Valoresnormais estão abaixo dos 10.000
células por mL ou 5 células por campo
 Cetonas ou corpos cetônicos:
 Os corpos cetônicos são produtos da
metabolização das gorduras. Os corpos cetônicos
são produzidos quando o corpo está com
dificuldade em utilizar a glicose como fonte de
energia.
 As causas mais comuns são o diabetes, o jejum
prolongado e dietas rigorosas.
 Outras situações menos comuns incluem febre,
doença aguda, hipertireoidismo, gravidez e até
aleitamento materno.
 Normalmente a produção de cetonas é muito
baixa e estas não estão presentes na urina.
 Algunsmedicamentos como captopril,
ácido valproico, vitamina C (ácido
ascórbico) e levodopa podem causar
falso positivos
 Urobilinogênio e bilirrubina
 Também normalmente ausentes na urina,
podem indicar doença hepática (fígado)
ou hemólise (destruição anormal das
hemácias). A bilirrubina só costuma
aparecer na urina quando os seus níveis
sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL. O
urobilinogênio pode estar presente em
pequenas quantidades sem que isso
tenha relevância clínica.
 Nitritos
A urina é rica em nitratos. A presença de
bactérias na urina transforma esses
nitratos em nitritos. Portanto, fita com
nitrito positivo é um sinal indireto da
presença de bactérias. Nem todas as
bactérias têm a capacidade de
metabolizar o nitrato, por isso, exame de
urina com nitrito negativo de forma
alguma descarta infecção urinária.
 Cristais
 Esse é talvez o resultado mais mal interpretado,
tanto por pacientes como por alguns médicos.
 A presença de cristais na urina, principalmente de
oxalato de cálcio, fosfato de cálcio ou uratos
amorfos, não tem nenhuma importância clínica.
 Ao contrário do que se possa imaginar, a
presença de cristais não indica uma maior
propensão à formação de cálculos renais. Dito
isso, é importante destacar que, em alguns casos,
a presença de determinados cristais pode ser um
sinal para alguma doença.
 Os cristais com relevância clínica são:
 Cristais de cistina – Indicam uma doença
chamada cistinúria.
 Cristais de magnésio-amônio-fosfato
(chamado de cristais de estruvita ou cristais
de fosfato triplo) – podem ser normais, mas
também podem estar presentes em casos de
urina muito alcalina provocada por infecção
urinária pelas bactérias Proteus ou Klebsiella.
Pacientes com cálculo renal por pedras de
estruvita costumam ter esses cristais na urina
 Cristais de tirosina – Presentes em uma doença
chamada tirosinemia.
 Cristais de bilirrubina – Costumam indicar doença
do fígado.
 Cristais de colesterol – Costuma ser um sinal de
perdas maciças de proteína na urina.
 A presença de cristais de ácido úrico, caso em
grande quantidade, também deve ser valorizada,
pois podem surgir em pacientes com gota ou
neoplasias, como linfoma ou leucemia. Cristais de
ácido úrico em pequena quantidade,
porém, são comuns e não indicam nenhum
problema.
 Células epiteliais e cilindros
 A presença de células epiteliais na urina é normal. São as
próprias células do trato urinário que descamam. Elas só
têm valor quando se agrupam em forma de cilindro,
recebendo o nome de cilindros epiteliais.
 Como os túbulos renais são cilíndricos, toda vez que temos
alguma substância (proteínas, células, sangue…) em
grande quantidade na urina, elas se agrupam em forma
de um cilindro.
 A presença de cilindros indica que esta substância veio
dos túbulos renais e não de outros pontos do trato urinário
como a bexiga, ureter, próstata, etc. Isto é muito
relevante, por exemplo, nos casos de sangramento, onde
um cilindro hemático indica o glomérulo como origem, e
não a bexiga, por exemplo.
 Os cilindros que podem indicar algum
problema são:
 – Cilindros hemáticos (sangue) = Indicam
glomerulonefrite.
– Cilindros leucocitários = Indicam inflamação
dos rins.
– Cilindros epiteliais = indicam lesão dos
túbulos.
– Cilindros gordurosos = indicam proteinúria.
 Cilindros hialinos não indicam doença, mas
podem ser um sinal de desidratação

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