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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E


HUMANIDADES LICENCIATURA EM ECONOMIA-
LABORAL
2º Ano Curricular

Trabalho de Economia Internacional

FINANCIAMENTO INTERNACIONAL E OS BENEFÍCIOS COOPERATIVOS PARA


PAÍSES DO 3º MUNDO

Discentes:
Aldidandra Jaime
Artur Macamo
Cácia Hassane
Clésio Chaúque
Dalte Fábula
Diana Gemusse
Galileu Gonçalves

Docente:

Beira
2022
Discentes:
Aldidandra Jaime
Artur Macamo
Cácia Hassane
Clésio Chaúque
Dalte Fábula
Diana Gemusse
Galileu Gonçalves

FINANCIAMENTO INTERNACIONAL E OS BENEFÍCIOS COOPERATIVOS PARA


PAÍSES DO 3º MUNDO

Trabalho apresentado à Universidade


Zambeze, Faculdade de Ciências
Sociais e Humanidades, para o efeito
de avaliação.

Beira
2022
SUMÁRI
O
1. INTRODUÇÃo..................................................................................................................4
2. a administraçÃo económica...............................................................................................5
2.1.Noção e Evolução........................................................................................................5
2.2.Características da Administração Económica..............................................................5
2.3.Figuras da Administração Económica.........................................................................6
2.3.1.O Governo.............................................................................................................6
2.3.2.Os Serviços Públicos Desconcentrados................................................................6
2.3.3.Os Institutos Públicos............................................................................................7
2.4.As Autoridades Administrativas Independentes..........................................................7
2.4.1.Distinção das Autoridades Administrativas Independentes..................................7
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................9
6. REFERÊNCIAS.................................................................................................................9

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1. INTRODUÇÃO

O fenómeno da globalização tem levado à necessidade de tratar as finanças empresariais no


âmbito de uma dimensão mais ampla em termos de relações económicas internacionais. A
crescente liberalização da circulação de capitais e a desregulamentação dos mercados
financeiros tendem a acompanhar a livre circulação de bens, serviços e pessoas, colocando
novos desafios aos agentes económicos, nomeadamente empresas e instituições financeiras
que operam a um nível global. É um facto que o rápido incremento das transações
financeiras internacionais, acelerado pela difusão de novas tecnologias, tem permitido a
redução dos custos de informação e de transação. No entanto, atuar em ambiente
internacional levanta questões tão variadas como a tomada de decisões de investimento e
financiamento a uma escala mundial, o acesso a vários mercados monetários e financeiros, a
gestão de riscos cambiais, o conhecimento e utilização de uma grande diversidade de
instrumentos financeiros, ou a diferenciação fiscal, cultural e política. Por outro lado, o
desenvolvimento dos mercados financeiros internacionais tem contribuído para a integração
financeira dos grandes centros financeiros mundiais, gerando também preocupações com a
estabilidade financeira no mundo.
Na década de 1990, iniciou-se um rápido e bem sucedido processo de abertura financeira e
de internacionalização dos principais mercados de capitais globais, especialmente em países
emergentes e desenvolvidos. A maior interação entre os mercados possibilitou novas
alternativas para a obtenção de financiamentos, através da emissão de títulos privados
(capital de terceiros) ou de ações (capitais próprios), reduzindo significativamente o custo
das empresas. A globalização favoreceu não somente as relações financeiras, como também
as comerciais, abrindo caminho para a conquista de novos mercados consumidores e
contribuindo para a onda de fusões e aquisições verificada a partir dos anos 1990. Este
fenômeno frequente culminou com criação de enormes conglomerados, reduzindo custos
operacionais diversos, como logísticos, de transporte e fiscais, otimizando o processo
produtivo. Portanto, a década de 1990 foi marcada por redução de custos operacionais e de
capitais, aumentando de forma expressiva o retorno dos acionistas e o valor patrimonial das
empresas. Esse período ficou caracterizado pelo boom acionário. Na década seguinte
ocorreu uma correção técnica do valor das ações, em especial da Nasdaq, que sofreu uma
acentuada queda em curto espaço de tempo. A globalização gerou circunstâncias em que
empresas podem estar internacionalmente melho rconceituadas do que o próprio país onde
se localizam, podendo emitir títulos com custo inferiora o soberano. Nas nações emergentes
são comuns as empresas classificadas como

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2. FINANCIAMENTO INTERNACIONAL

2.1. Noção e Evolução


De uma forma geral, a área das Financiamentos Internacionais congrega a observação das
dinâmicas de movimentos de capitais entre agentes económicos internacionais e a análise
das decisões de investimento e de financiamento inseridas num contexto de negócio
internacional. Para além disso, dedica-se ainda ao estudo da organização e dos
intervenientes nos mercados financeiros internacionais, bem como dos instrumentos
financeiros neles transacionados e utilizados na gestão financeira internacional,
nomeadamente ao nível da cobertura e gestão de risco.
Financiamentos Internacionais é uma das duas grandes subáreas da Economia Internacional.
As relações econômicas internacionais entre os países têm aumentado cada vez mais pós 2ª
Guerra Mundial. Esta integração se reflete não apenas num forte crescimento no volume e
na diversidade de comércio internacional, mas também numa explosão nas transações
financeiras internacionais e está sendo acelerada cada vez mais pela rápida difusão de novas
tecnologias e a queda dos custos de transporte e comunicação. Desde os anos 1980 os
mercados financeiros internacionais têm crescido muito, conectando os grandes centros
financeiros do mundo. Porém, com esta integração financeira surgiram também as
preocupações com a estabilidade financeira global. Além disso, o sistema monetário
internacional passou por grandes mudanças nas últimas décadas. As taxas de câmbio têm
flutuado muito desde os anos 70, afetando o dia-dia das empresas que participam no
mercado mundial e criando pressões políticas de controlos cambiais e protecionismo. As
últimas décadas foram também marcadas por crises financeiras internacionais, como as
crises de dívida externa, de moeda, ataques especulativos, as crises de balanço de
pagamentos e as crises bancárias, com impactos significativos, especialmente para os
mercados emergentes. A crise recente de subprime nos EUA, que espalhou nos demais
mercados financeiros, causou uma crise financeira global e demonstrou claramente a
interdependência dos mercados financeiros globais.
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O desenvolvimento do comércio internacional e a globalização dos mercados estão na base
da crescente importância dada às Finanças Internacionais. Os factos mostram que existem
alguns períodos históricos de grande abertura internacional aos quais se contrapõem
momentos de maior isolamento e arrefecimento das relações comerciais globais,
destacando-se pela sua relevância:

 Os Descobrimentos, como percursores da globalização e do comércio internacional;


 A 2.ª metade do séc. XIX, que assinala uma nova vaga de abertura no comércio
internacional;
 O período entre as duas Guerras Mundiais, marcado pela Grande Depressão e a
quebra no comércio internacional;
 O pós-Segunda Guerra Mundial, com o forte aumento do comércio internacional e o
arranque da reconstrução económica;
 A década de 70, caracterizada pelas crescentes dificuldades de garantia da
estabilidade cambial;
 O final do séc. XX e início do séc. XXI, determinados pelo desenvolvimento dos
mercados financeiros internacionais e pelo crescimento das operações financeiras
internacionais «puras», isto é, sem contrapartida em operações económicas.

Com o passar do tempo crescem os riscos financeiros associados às operações


internacionais, surgindo assim a necessidade de novos e mais sofisticados instrumentos
financeiros internacionais de crédito e de gestão dos riscos cambial e de taxa de juro.
Como tendências mais recentes na economia mundial destacam-se:

 A emergência de mercados financeiros globais;


 A ocorrência de crises financeiras e de crises associadas às dívidas soberanas;
 A liberalização do comércio mundial;
 Os movimentos de privatização e os fluxos de investimento direto estrangeiro;
 O forte crescimento das economias emergentes;
 A formação de blocos regionais.
 Como fatores determinantes para estas mudanças salientam-se:
 A desregulamentação dos mercados financeiros;
 A inovação financeira;
 As tecnologias de informação, com a consequente redução dos custos de informação
e de transação;
 A maior abertura das economias e a promoção do comércio internacional.

2.1.1. Sistema Monetário Internacional


Neste contexto evolutivo assume particular importância o estabelecimento do Sistema
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Monetário Internacional (SMI), indispensável a uma maior e melhor articulação entre
economias desiguais, mas cada vez mais interdependentes.
O Sistema Monetário Internacional (SMI), assente na procura de um denominador comum
capaz de harmonizar as trocas e as relações comerciais e financeiras entre diferentes países,
pode ser definido como a estrutura dentro da qual as taxas de câmbio são determinadas, o
comércio internacional e os fluxos de capitais são realizados, e onde se fazem os
ajustamentos na Balança de Pagamentos (BP).
O SMI constitui assim um conjunto de regras, acordos, instituições, mecanismos e políticas
de taxas de câmbio, instrumentos de pagamentos internacionais e sistemas de fluxos de
capitais, cujo objetivo principal é o de permitir a existência de condições adequadas à
efetivação de negócios internacionais.
Este sistema designa papel relevante na criação de uma conformidade entre os mercados,
com o princípio de que exista um desempenho positivo em relação à circulação de capital –
fator essencial para a relação de desenvolvimento entre os países.
De acordo com Grieco (1997), a evolução do sistema financeiro internacional dá-se a partir
de importantes acontecimentos históricos do século XX. Com a Conferência de Bretton
Woods (1944), surge uma nova estrutura econômica mundial, com o propósito de incentivar
as práticas do livre comércio, fomentando o intercâmbio mundial e, segundo o autor,
“garantindo os fluxos financeiros globais de capitais de investimento e de ajuda econômica
aos países em desenvolvimento, que tivessem problemas crônicos de balanço de
pagamentos” (1997, p. 103).
Antes da criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano de
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), vigorara o princípio do Padrão-Ouro, que,
segundo Mishkin (1998, p. 307), “significa que a moeda da maior parte dos países podia ser
convertida diretamente em ouro” era o que caracterizava o sistema monetário daquela
época. O sistema monetário, ao longo da história da economia mundial, passou por grandes
esforços para ser redefinido. Entre essas remodelagens, destacam-se o Sistema de Bretton
Woods e o padrão-ouro, que, pressupunham a criação de regras e critérios com o objetivo
de, efetivamente regular a ordem econômica mundial.

3. ORGANISMOS FINANCEIROS MULTILATERAIS OU INTERNACIONAIS

Os primeiros organismos mundiais no âmbito do sistema financeiro internacional surgiram


no decorrer do final da 2ª Guerra Mundial (1945), período crítico para a economia dos
países destruídos por esta. Aliado ao desnível no desenvolvimento entre os países, com o
fim da Guerra, percebeu-se a introdução à cooperação técnica entre os Estados
(SEITENFUS, 2008).

3.1. Fundo Monetário Internacional (FMI)


O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi criado a partir de uma iniciativa multilateral
com o acordo de Bretton Woods, em 1944. O FMI era então composto por 36 países
membros e surgiu por meio da necessidade de se criar uma nova organização econômica e
estabilidade monetária (LELART, 1991). De acordo com o autor Grieco (1997, p. 103), “os
países que formavam a aliança democrática, na luta contra o Nazismo, estabeleceram as
bases tríplices de uma nova estrutura econômica mundial”. O câmbio flexível, que vigorou
após o fim do padrão-ouro, iniciou uma guerra de desvalorizações cambiais que resultou no
aumento da instabilidade, com isso, o FMI designou uma nova regulamentação política
financeira para, principalmente, os países afetados pela 2ª Guerra Mundial e que
necessitavam de um apoio financeiro (MAIA, 2013). Este organismo internacional previa
financiar os países que sofriam com desequilíbrios, por meio de empréstimos
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compensatórios, e, de acordo com Grieco (1997), seu grande propósito era desenvolver o
intercâmbio mundial, por meio das práticas do livre- comércio, a fim de garantir um melhor
fluxo financeiro de capitais de investimento.

3.2. Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)


O BIRD, também criado em 1944 através dos Acordos de Bretton Woods, é o principal
organismo multilateral para o financiamento ao desenvolvimento social econômico mundial
(SEITENFUS, 2008). Este Banco, que também era conhecido como BIRD, hoje em dia, é
somente um organismo que completa o grupo do Banco Mundial e foi desenvolvido para
que se tornasse o principal organismo multilateral em prol do desenvolvimento e,
principalmente, para que auxiliasse na estruturação dos países destruídos pela Segunda
Guerra Mundial (GRIECO, 1997). Segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto Júnior
(2005), o Banco tem seu capital constituído pelos países credores, conforme sua liderança
econômica. De acordo com esse capital, o organismo empresta, com menores taxas de juros,
a países subdesenvolvidos. O grande objetivo é desenvolver projetos financeiramente
viáveis e significativos para o crescimento destes países, principalmente no setor da
infraestrutura. O BIRD utiliza de funções de um banco comercial, já que, existe o acesso a
recursos financeiros para os países membros, porém, de forma a cobrar juros, lucrando
assim para que o mesmo seja mantido. Por outro lado, o Banco capta recursos financeiros
através do mercado de capitais e funding oferecido pelos países membros, colocando-os em
disposição para empréstimos com juros preferenciais ao mesmos (SEITENFUS, 2008).

3.3 Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)


O Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) surgiu a partir da necessidade dos
países da América Latina na criação de um organismo que pudesse auxiliar em um
desenvolvimento estrutural, proporcionar o fortalecimento do sistema monetário, a fim de
reforçar a reabilitação de suas economias. (RATTI, 2008).
Em um momento de aprofundar a América Latina na Guerra Fria, surgia o BID, que, de
acordo com De Castro (2011, p. 106), almejava “contribuir para a aceleração do processo de
desenvolvimento econômico e social dos países-membros da região em vias de
desenvolvimento, de forma individual e coletiva”. O BID prioriza atividades envolvendo a
proteção ao meio ambiente, apoio às micro e pequenas empresas e ações para reformas
econômico-financeiras. Através de empréstimos setoriais, este fornece recursos para
combater crises, minimizando seus juros em relação à média do mercado (MAIA, 2013).
Segundo de Castro (2011), trabalhando para contribuir com o desenvolvimento econômico e
social da América Latina e Caribe, o BID também fornece auxílio por meio de manuais para
Instituições Financeiras de Desenvolvimento que possuem interesse em financiamento.

4. OS BENEFÍCIOS COOPERATIVOS PARA PAÍSES DO 3º MUNDO

4.1. Princípios Cooperativos


Em 1844, com a constituição da primeira cooperativa da história, em Rochdale (Inglaterra),
em plena Revolução Industrial, os 28 tecelões pioneiros estabeleceram as bases do
cooperativismo moderno . Nos anos de 1937 (Paris), 1966 (Viena) e 1995 (Manchester),
reuniões promovidas pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI)2 consolidaram a
redação dos Princípios dos Pioneiros de Rochdale :
• Adesão livre e voluntária: as cooperativas são organizações voluntárias e abertas a
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todas as pessoas interessadas em utilizar seus serviços, estejam dispostas a aceitar as
responsabilidades e se alinhem aos seus objetivos econômicos – sem discriminação
social, racial, política, religiosa ou de gênero.
• Gestão e controle democrático dos associados: as cooperativas são organizações
democráticas controladas por seus associados, que participam ativamente na fixação
de suas políticas, metas e demais tomadas de decisões - incluindo eleições de
representantes. Vale lembrar, nas cooperativas de primeiro grau, os sócios têm
direitos iguais de voto (pelo princípio “um sócio, um voto”). Além disso, as
cooperativas de outros graus também seguem princípios democráticos de
organização.
• Participação econômica dos associados: os associados contribuem
equitativamente e controlam democraticamente o capital de sua cooperativa, sendo
que, ao menos parte desse montante é, geralmente, de propriedade comum da
cooperativa. Os associados, via de regra, recebem benefícios limitados pelo capital
subscrito. Quando houver, na condição de associação, os excedentes da cooperativa
(ou “sobras”) podem ser destinados às seguintes finalidades: benefícios aos
membros, apoio a outras atividades aprovadas pelos cooperados ou o
desenvolvimento da própria cooperativa.
• Autonomia e independência: as cooperativas são organizações autônomas, de
ajuda mútua, e controladas por seus membros associados. Ao firmar relações com
outras organizações públicas ou privadas, as cooperativas devem garantir a
manutenção de condições que assegurem o controle democrático pelos seus
associados e a sua própria autonomia.
• Educação, formação e informação: as cooperativas fornecem educação e
treinamento aos seus associados, representantes eleitos, administradores e
empregados, para que eles possam contribuir efetivamente ao desenvolvimento da
entidade. Além disso, as cooperativistas fornecem informações ao público em geral,
sobretudo aos jovens, sobre a natureza e os benefícios do cooperativismo.
• Intercooperação (parceria entre as cooperativas): as cooperativas servem seus
associados mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativista trabalhando
juntas por meio de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. O objetivo
das parcerias é sempre se juntar em torno do bem-estar da comunidade.
• Interesse e preocupação com a comunidade: contribuir para o desenvolvimento
sustentável das comunidades é algo natural ao cooperativismo. As cooperativas

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trabalham para isso através do desenvolvimento sustentável de suas comunidades
por meio de políticas aprovadas por seus associados.
Ao perpetuarem os princípios de Rochdale, contemplando todas as variantes e modalidades
do cooperativismo (entre os quais as experiências no ramo de crédito), as cooperativas se
assumem como organizações substancialmente diferentes das empresas tradicionais de
mercado – em seus objetivos gerais, formas e estrutura de organização e participação, regras
do processo decisório e gestão do capital próprio

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5. CONCLUSÃO

Finalizando, a pesquisa contribuiu para o melhor entendimento sobre as funções exercidas


por um banco de desenvolvimento como o Banco Mundial, uma vez que a interdependência
financeira vem crescendo e pode ser utilizada em favor do desenvolvimento social.
O financiamento internacional permite os entes públicos realizarem operações de crédito
com instituições financeiras internacionais. São recursos reembolsáveis, emprestados por
bancos de desenvolvimento, que tem como objetivo financiar projetos que visem a melhora
na qualidade de vida da população.
O papel do sistema financeiro, entretanto, é dúbio para o crescimento: ao mesmo tempo em
que pode estimular um crescimento financeiramente estável, provendo liquidez e
instrumentos adequados para realização do funding, ele pode ser instrumento de
especulação, com efeitos deletérios para o crescimento do produto e do emprego. Isto
porque, como salientou Minsky (1982, 1986), economias capitalistas em expansão se
tornam crescentemente frágeis financeiramente devido à tendência inerente das estruturas
financeiras capitalistas em se moverem de estado de robustez para um estado de fragilidade
ao longo do tempo, que ocorre em função das mudanças nas expectativas dos agentes ao
longo do ciclo econômico, e a forma como esta mudança é transmitida através do sistema
financeiro, já que os bancos tendem a sancionar o declínio nas margens de segurança das
firmas. Isto coloca a necessidade de se efetuar uma discussão aprofundada sobre critérios de
regulação do sistema financeiro, que, ao mesmo tempo, em que iniba a especulação e
operações financeiras opacas no sistema financeiro, não seja demasiado inibidor da
expansão das atividades do setor bancário e do mercado de capitais.

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6. REFERÊNCIAS

KRUGMAN, Paul R.; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: Teoria e Política. 5.


ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
LACERDA, Antônio Corrêa de. O impacto da globalização na economia brasileira. 2. ed.
São Paulo: Contexto, 1998.
LELART, Michel. O Sistema Monetário Internacional. Paris: Terramar, 1991.
MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. 11. ed. São Paulo:
Atlas S.A, 2007.
Minsky, P. H. John Maynard Keynes. New York: Columbia University Press, 1975. (citado
por Luiz Fernando de Paula).
Minsky, P. H. Can ‘It’ Happen Again? Essays on Instability and Finance. Armonk. New
York: M.E. Sharpe, 1982. (citado por Luiz Fernando de Paula).

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