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018368-8 Completo
018368-8 Completo
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O F.A Z E N D E U O
DO BRAZIL,
C U L T I V A D O R .
O F A Z E N D E I R O
DO BRAZIL,
C U L T I V A D O R ,
PRÍNCIPE 'REGENTE,
NOSSO SENHOR.
Collegido de Memórias Estrangeiras
P O R
T O M O III.
BEBIDAS ALIMENTOSAS.
C A C A O.
P A R T E HI.
Aliud.
Pe v. A. R.
MEMÓRIA I
SOBRE Ô CACAU
Pêlo Àbbadé Rosiéh
§. I; Do Cíjcrtó, oü Cacaoyiird.
AR-
ARTIG O
S O.B R E O C A C A O
N O T A .
ME-
M E M Ó R I A II.
SOBRE O CACAOSEIRO
ME-
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M E M Ó R I A IIL
SOBRE O CACAO
ME-
(51)
MEMÓRIA IV-
S O B R E Ò CACAO DO PÁRA 1 .
s. 1
Égue-se ò Cácao, muito bem conhecido no mundo
pela excelléncia do seu tratamento entre as outras be-
bidas , e grande entrada que tem nos Palácios, e Casas
opulentas. A sua planta he huma árvore de mediana
grandeza com a folha mui semelhante á do nosso cas-
tanheiro ± menos em ser algum tanto maior. Produz o
seu fructo pelo tronco acima do feitio de pequenos
melões , mas alguma cousa mais agudos para as pon-
tas , ou extremidades , e com fcitiô oitavado, ou no
todo, ou na parte inferior; A sua casca he Riais dura
que a das Melancias , e quando maduro he amarella ;
por dentro estão cheios estes pequenos melões de se-
mentes , que se não deitão fora, como nas dernais fru*
ctas, ante; se aproveitão, e es timão tanto, qué já no
Amazonas houve morador , que os mandava encravar
nos anneis em lugar de pedras preciosas ; e na verdade,
houve tempos , em que as suas arrobas erão avaliadas
em moedas de ouro, ainda na primeira mão ; e quando
aportaváp a Lisboa , dobravão a parada, valendo a duas
Lisbçninas, e istp quanto appareci*.
D 2 Es-?
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Estas sementes são entre pardas , e escuras* dar
feitio de favas unidas na fructa por humas filagranas y
que tem no meio , por não dizer tripas envoltas com
favas em huma massa alva como algodão ; e posto que
tenha . pbuco que comer" , he gostosa por âgro-doce ,
mui fresca, substancial, e cordial, de sorte que os Ma-
cacos , que pelo seu vivíssimo paladar são destros cozi-
nheiros , a comem ; e por elles he que nos veio o des-
cobrimento deste grande gênero do commercio.
Os moradores , e índios , quando quebrão as
fructas no tempo da colheita do Cacao, fazem vinhos
desta massa mui gostosos, e rega-lados,-a que chamão
vinho de Cacao, e se o bebem logo não tem perigo;
porém poderáõ embebedar, se o deixarem azedar. Mas,
azedando faz hum excellente vinagre, e sé poderia fa-
zer agua-ardente. Também se faz hum mui delicioso'
doce, que conserva o seu pequeno , e regalado ácido. A
mesma casca da fructa he tão substancial que o gado
vaccum não a perdoa, encontrando-a.
Estas pevides pois, ou estas favas , tiradas da
fructa, se põem ao Sol, seccãp-se, é bem seccas, se
exportão para a Europa em saccas de panno d'a!godáo
sem mais outro algum trabalho ; e por ser tão fácil,
e ao mesmo tempo tão precioso, he o mais estimado,
e cultivado gênero pelos seus naturaes ; pois assás se
accomoda a sua preguiça. Estas sementes tem enrique-
cido a muita gente, não só dos naturaes, que todos os
annos mandão fazer colheitas ; mas ainda a muitos fo-
rasteitos , e marafeatos, que, alcançando a protecção
dal-
o-)
dalguns moradores, para os mandarem por arráes das
suas canoas, ou embarcações, tem avultado tanto que
a sua riqueza , tendo-lhes amaciado as mãos çallejadas
pelas cordas dos navios , e que puxarão aos hombros
pelos chouriços de Lisboa, os faz aspirar ás honras da
primeira fidalguia , devendo isto ao Cacao. Voltemos
ao assumpto.
Ha immensidade destas arvores, fructo, e pevj-
des por quasi todo o destricto do Amazonas, e princi-
palmente no1 rio Soiimoens , e destricto Hespanhol,
mas sem mais utilidade do que serem colhidas por al-
guns Missionários para o seu Chocolate , e O resto só
serve para pasto dos animaes, e macacos, por não ter
outra sahida ; porque , para o levarem aos portos do mar ,
he maior a despeza do que será o proveito , por ser rio
acima com grandes difficuldades nas correntezas, e car
choeiras , e maiores nas conducções de terra. Este in-
conveniente porém não tem os Portuguezes, por terem
a regalia de navegarem rios abaixo ; e por isso fazem
delle grandes colheitas; e muitas vezes tem sido tanto
o Cacao, que , não cabendo já nas frotas, fica em terra
com grande perda dos seus donos ; porque se lhe
corrompe , a não andarem com cuidado de o pôr de
quando em quando ao Sol, até esperarem as frotas do
seguinte anno. Tem havido de embarque para a Euro-
pa oitenta mil arrobas,
Na mesma bocca do rio Amazonas, desde a Ci-
dade do Pará até o Tajupurú ha paragens de muito
Cação, produzido pela natureza 3 e no dito Tajupurú
ha
(54)
ha Ilhas cheias , as quaes algurts Governos píohibírâo
aos moradores , reServando-as para o fardamento da
Milícia , qUe nunca appareceo. Ha , além da muita
abundância do mato, muito hortense, qué os morado-
res forão cultivando pelas suas fazendas , levados da
sua muita estimação ; e os que assim fizérão, são hoje
os mais riços ; porque sem os grandes gastos, é peri-
gos das viagens pelo Amazonas acima , tem de casa
grandes Condados com trinta , quarenta , e mais mil
cruzados, conforme o numero das plantas por Capital.
Além dos macacos outros muitos bixos o co-
mem pelos matos como os papagaios. Também muitas
(nações dé índios o comem , não em Chocolate ; por
ser este privativo de melindrosos , e regalados , mas
assim como Deos o creou , e como o comem os ma-
cacos. Destas sementes , que são oleosas , se distilla
huma manteiga muito fresca , e medicinal para vários
usos da Medicina, Dão-se muitas espécies de Cacao,
entre as quaes humas são mais doces que outras , e
por isso pedem menos assucar na factura do Chocolate.
A espécie, a que chamão Caraça, por ser da Província
deste nome no Governo de Santa Martha , hoje inti-
tulada Nova Granada , he entre os Castelhanos o de
maior estimação, mas parece ser menos oleoso, e pa-
ta se ligar a massa , se lhe mistura Cacao ordinário.
Principia a fructificar no terceiro anuo dâ suí.
plantação cuja praxe daremos adiante. * * *
f»V¥-
(ss)
ME-
X í* )
M E M Ó R I A V-
S O B R E O C A C A O
Por M. Prefontaine.
ME-
(«5 )
• • — — B — — — — — ' ••
M E M Ó R I A VI.
SOBRE A CULTURA, E COLHEITA DO CACAO
HIS-
(76)
MEMÓRIA VIL
HISTORIA NATURAL
DO C A C A O
Por M. deCaylus.
HIS-
C7* )
1 ^ — "T I " I
HISTORIA NATURAL
p O CACAO.
PAR-
(79)
PARTE I.
C A P I T U L O I.
Descripção do Cacoeiro.
C A P I T U L O II.
CA-
(«9)
C A P I T U L O III.
C A P I T U L O IV.
Sh
( 1©* >
PAR-
( io8)
P A R T E II.
CA-
( i°9)
C A P I T U L O I.
I.
( H O )
I. Conseqüência falsai
I I . Conseqüência.
C A P I T U L O II.
PAR<
C I*«0
P A R T E III.
CA-
( »37 )
CAPITULO I.
Do Cacao em doce.
C A P I T U L O IL
Do Chocolate,
C A P I T U L O III.
ME-
( MO
••• i ——•—B—H——*»*i—"™
MEMÓRIA VIII.
SOBRE O CACAO.
§. IX.
(Itt)
§.XVI.
( *79)
ME-
( *09 )
MEMÓRIA IX.
SOBRE O CACAO.
MEMÓRIA X.
SOBRE O CACAO
Cul-
C 22 4 }
Cultura do Cacao.
Uso do Cacao.
Propriedades do Cacao.
Com-
( 2 , * )
Commercio do Cacao.
ME-
( 2J9 1
UUOIUII
MEMÓRIA XI.
SOBRE O CACAO , E CHOCOLATE
Por M. Pellisard.
PARTE I.
Do Cacoeiro, e seu fructo.
C A P I T U L O I.
Ô a §, ÍIL
(*40
§• T.
J. 248 >
CA-
( *Í0 }
C A P I T U L O II.
CA-
C aja 7
C A P I T U L O III.
§. I. Tintura amarga.
§. V. Espirito Rector.
§. VII.
§. VIL Ferro. Sal sedativo,
J. XI.
C*7*>
CA-
(*7J)
CAPITULO IV;
CA,
( *79)
C A P I T U L O V.
PAR-
( 2 Ü I )
P A R T E II.
Do uso do Chocolate.
C A P I T U L O I.
C A P I T U L O II.
X C A
T. IH. P. III. *
( JS2 >
C A P I T U L O III.
CA-
c **»>
C A P I T U L O IV,
C A P I T U L O V.
Conclusão da Obra.
IN-
( 330
——————
Í N D I C E
Do que se contém neste Volume.
o preparar. , .- ibid.
§. XXV.
( 339)
$. XXV. Bebida Ingleza chamada Salibol. . . iog
§. XXVI. Chocolate á Romana i^p
§. XXVII. Modo de fazer o Chocolate com perfeição. 200
§. XXVIII. Signaes do bom Chocolate , e do bem fei-
to 202
§. XXIX. Vantagens á Fazenda Real. . . . . 204
§. XXX. Manteiga de Cacao 204
§. XXXI. Primeiro Methodo ibid.
§. XXXII. Segundo Methodo que só serve nos tueares
em que nasce 206
§. XXXIII. Chocolate de Caju 208
§. XXXIV. Tintura do Cacao ibid.
MEMOR. IX. S O B R E O C A C A O . ( T h e histon/ of
Jamaica Boof: III. cap. F U I . pag. 695.) . . 200
MEMOR. X. S O E R E O CACAO. (Commerce de VA-
merique tom. I I . pag. 253.) 219
Origem do Cacao ; . . ibid.
Cultura do Cacao , . . 224
Sr VIU,
( 340
§. VIII. Extracto amargo salino. ,-4 4 * * 2(5}
fj. IX. Sal essencial do Cacao, que se derrete em espi-
rito de vinho 26$
§. X. Nenhum ácido vitriolico. Sal térreo amargo. 268
J. XI. Cheiro do Castoreum do liquor extractivo. Sal
selenlteso 270
§, XII. Sal volátil ourionoso. . . . . . . 271
fé 279
P A R T E I I , Do uso do Chocolate 281
CAP, I, Exame da acção , e effeitos do Cacao , e do
Chocolate, sobre os sólidos, e fluidos. . . . ibid.
CAP. II, Uso do Chocolate nas moléstias chronicas. 308
CAP. III. Uso do Chocolate prejudicial em algumas cir-
cunstancias 322
CAP. IV. Do Chocolate considerado como vehicalo doce,
e agradável de purgantes amargos, e irritantes. 328
CAP. V. Conclusão da Obra • . 3Í1
F I M .
( J43 }
APPENDICE.
(Relacion Histórica dei viage a Ia America Meridional,
toni. I. part. í . )
Nuni. 15 a.
Num. 4 4 j .
Num. 446,
W-tun. 447.
Num. 448.
Num. 450.
EX-
( 349 )
EXTRACTO
T I R A D O DO CORREIO MERCANTIL
PORTUGUEZ Num. j .
Nantes fi de Novembro.
c
V_> Onsta pelas ultimas noticias de Cayenna que a cul-
tura da terra proségue alli agora com a maior activi-
dade : que as arvores preciosas da especiaria da índia
prosperão ao lado das plantações do paiz , e que hu-
ma mesma mão colhe no mesmo terreno o Cacao, o
Algodão, o Café d 'Arábia , o Cravo de Ceilão, o Pi-
menta deMalabar, e a Noz-Moscada dasMolucas, que
são verdadeiramente antipodas de Cayenna. Só a Fazen-
da chamada da Gabriela , que pertence ao Governo,
dará em breve o Cravo, de que necessita a França. A
caneleira não prospera menos que as de mais arvores de
especieria, se bem que a sua casca he de inferior qua-
lidade. Alguns melhoramentos na cultura desta arvore
talvez lhe darão a perfeição que lhe falta , pois tem
de mais em volume o que lhe falta na parte aromatica.
A arvore do pão começa a multiplicar-se. Esta arvore
reúne a huma vista formosa muitas utilidades, pois de-
verá dar aos Colonos, e aos seus escravos hum alimen-
to sadio, e nutritivo. He hum dos mais bellos presen-
tes que o mundo antigo tem .feito ao novo. Finalmen-
te a Guyana Franceza não tardará em competir em ri-
queza com as Colônias vizinhas.
E R R A T A $.
yeg. lin. errot emendas.
i i; os sustem as sustem
7 20 fieíca , bem regada, m»i fresco , bem regado ,
nío inundada. inundado.
li lí quarto quatro
20 1 cllei elías
íb. i os as
22 2; em tem
28 1; falta-se, e suppre falta, sè lhe supprfc
íb. 2; ratissima xarissima
2? 21 arvoves arvores
JJ 1 substituindo-OS substituindo-as
48 28 espalhado espalhallas
50 12 emprega empregío
72 l i cortando-ai cortando-os
Jl 4 golges golpes
ib. 24 Capesferrs Cábesterre
j4 1 leves de vez
127 25 posto postos
i;o 19 fazer a Baunilha fazei: entrar a Baunilha"
Itl ; moido tnoida
114 2 í ocultas oceultas
140 7 bum, algum hum gosto, algum
141 11 vantajo vantajoso
14) ? falta 0 Author Par Le R. F. Labat,
ISO 24 nestas a estas
1 s 1 ; produzia produz
152 18 embebido embebida
15/ 2 encontrão èntrío
1;; 22 As maiores Os maiores
20) 15 empurezac impurezas
307 4 ha he
ib. 28 algum» algum
2oj ) falta ò Author By Le Long.
31; 21 vendidas vendidos
íb. 2< libras arrateis libras, ou arratel}
2$2 27 esta pedra estas pedras
2(8 2 saponaceo saponacea
275 2» pistintamente distintamente
300 21 perystakico •perystaltieo
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