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J. Roberto S. Nascimento
Objetivos da Aula
• Definir taxa de variação média e a derivada como a taxa de variação instantânea;
1 Taxa de Variação
Suponha que y seja uma quantidade que depende de outra quantidade x. Assim, y é uma função de x
e escrevemos y = f (x). Se x variar de x1 a x2 , então a variação em x (também chamada de incremento)
será
∆x = x2 − x1
e a variação correspondente em y será
∆y = f (x2 ) − f (x1 ).
F = 1, 8C + 32.
Determine a taxa média de variação de F em relação a C quando a temperatura passa de 20◦ C a 30◦ C.
Solução: Considerando o intervalo dado: [20, 30], temos:
∆F F (30) − F (20) 86 − 68
= = = 1, 8 F/◦ C.
∆C 30 − 20 10
Isto significa que no intervalo considerado, cada aumento de 1◦ C corresponde a um aumento de 1,8 F,
ou seja, a temperatura em Farenheit aumenta 1,8 vezes mais rapidamente que em Celsius.
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Exemplo 3. Considere um círculo de área A e raio r. Determine a taxa de variação média da área desse
círculo em relação ao seu raio quando r varia de 2 a 2, 1.
Exemplo 4. Se uma barra ou pedaço de fio forem homogêneos, sua densidade linear será uniforme e estará
definida como a massa por unidade de comprimento.
m
ρ=
L
onde ρ é a densidade linear, m é a massa e L é o comprimento. Suponha que a barra não seja homogênea,
mas que sua massa, medida a partir da extremidade esquerda até um ponto x seja m = f (x). A massa da
parte da barra que está situada entre x1 e x2 é dada por
∆m = f (x2 ) − f (x1 )
∆m f (x2 ) − f (x1 )
=
∆x x2 − x1
√
Considere agora que f (x) = 3
x e que x1 = 1 e x2 = 1, 1. Então, a densidade média da parte da barra
entre x1 e x2 é dada por
√ √
3
∆m f (1, 1) − f (1) 3
1, 1 − 1 1, 032 − 1 0, 032
= = ≈ ≈ ≈ 0, 32kg/m
∆x 1, 1 − 1 0, 1 0, 1 0, 1
Exemplo 5. Usando a função dada no Exemplo 3, determine a taxa de variação de A em relação a r quando
r = 2.
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Solução: Inicialmente vamos calcular a taxa média de A em relação a C no intervalo [2, 2 + ∆r], com
∆r 6= 0.
∆A
Taxa Média =
∆r
A(r + ∆r) − A(r)
=
∆r
π(r + ∆r)2 − πr2
=
∆r
πr − 2πr∆r + π(∆r)2 −
2
2
πr
=
∆r
∆r(2πr
+ π∆r)
=
∆r
= 2πr + π∆r
Assim, a taxa instantânea é dada por:
lim (2πr + π∆r) = 2πr
∆r→0
∆x
lim √ √
=
∆x(( 3 1 + ∆x)2 + 3 1 + ∆x + 1)
∆x→0
1
= lim √ √
∆x→0 ( 1 + ∆x)2 + 3 1 + ∆x + 1
3
1
= kg/m
3
Velocidade e Aceleração
Suponha que uma partícula se move ao longo de uma reta horizontal com sua posição no instante t
dada pela função posição x(t). Quando o tempo sofre uma variação de t a t + ∆t, a partícula se move da
posição x(t) a x(t + ∆t). O deslocamento da partícula, neste intervalo de tempo, é então dado por:
∆x = x(t + ∆t) − x(t).
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Calculamos a velocidade média v da partícula, dividindo o deslocamento pelo tempo gasto neste deslo-
camento. Assim,
x(t + ∆t) − x(t)
v=
∆t
E definimos a velocidade instantânea v da partícula no instante t, como o limite da velocidade média,
quando ∆t → 0, isto é,
x(t + ∆t) − x(t) dx
v(t) = lim = . (2)
∆t→0 ∆t dt
De modo análogo, definimos a aceleração a da partícula como a taxa de variação instantânea de sua
velocidade:
v(t + ∆t) − v(t) dv
a(t) = lim = . (3)
∆t→0 ∆t dt
Além desses exemplos, podemos abordar outros que confirmam e enfatizam a importância de estudarmos
as taxas de variações instantâneas, entre eles podemos citar ainda:
• Corrente elétrica
• Compressibilidade
• O custo marginal
• Gradiente de temperatura
• Potência
Mesmo com nomes diferentes, todos eles são a derivada. Segue a definição de derivada da função f num
ponto x = p.
Definição 2. Seja y = f (x) uma função real e p ∈ Df . Dizemos que a função f é derivável em x = p se
existir a taxa de variação instantânea de f em x = p e caso ocorra, escrevemos
df ∆f f (p + ∆x) − f (p)
f 0 (p) = (p) = lim = lim
dx ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Exemplo 7. O custo em real da fabricação de x brinquedos é dado pela função:
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y − f (x0 ) = m(x − x0 )
Logo, nosso problema se resume em: Determinar o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico
da função f (x) no ponto (x0 , f (x0 )). Desse modo, considere um número x0 ∈ Df e o ponto (x0 , f (x0 ))
sobre o gráfico da função, representado pela letra P . Seja x ∈ Df e considere o ponto Q como sendo o
ponto (x, f (x)).
Assim, podemos traçar uma reta que liga os dois pontos e notamos que essa reta é secante ao gráfico
da função f .
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f (x) − f (x0 )
mQ = tg θ =
x − x0
Se fizermos x se aproximar cada vez mais de x0 , a cada x tomado, temos uma nova reta secante.
Quando o ponto Q se aproxima do ponto P , temos que x → x0 . Se mQ tender a algum número, então
definimos que a reta tangente ao gráfico da curva f no ponto P é a reta que passa em P e possui
coeficiente angular:
f (x) − f (x0 )
mP = lim (4)
x→x0 x − x0
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Dessa forma, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (x0 , f (x0 )) é dada pela equação:
y − f (x0 ) = mP (x − x0 ) (5)
O limite em (4) já foi visto na seção anterior e recebe o nome de derivada. Dessa forma, podemos interpretar
geometricamente a derivada de f no ponto x = x0 , como sendo o coeficiente angular da reta tangente ao
gráfico de y = f (x) no ponto de abscissa x = x0 .
Observação 2. A derivada está presente na seção anterior como a taxa de variação instantânea e nesta
seção como o coeficiente angular da reta tangente. Há alguma conexão entre as duas interpretações?
Exemplo 8. Seja f (x) = x3 .Calcule:
a) f 0 (2);
df
b) .
dx x=−5
Solução:
a)
f (x) − f (2) x3 − 23 2 + 2x + 4)
−2)(x
(x
f 0 (2) = lim = lim = lim = lim x2 + 2x + 4
x→2 x−2 x→2 x − 2 x→2 x− 2
x→2
2
= 2 + 2.2 + 4 = 12
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b)
1 1 1
f (h − 1) − f (−1) − +1
f 0 (−1) = lim = lim h − 1 −1 = lim h − 1
h→0 h h→0 h h→0 h
h
h 1
= lim h − 1 = lim
= lim
h→0 h h→0 h(h − 1) h→0 h − 1
= −1
Observação 3. Para que não fique nenhum resto de dúvida, se faz necessário justificar a ideia de "a
reta tangente tocar em um ponto". Isso se dá por que lembramos apenas das retas tangentes a uma
circunferência, mas a reta tangente não deve ser entendida como uma reta que toca em apenas um ponto
do gráfico da função f . Para isso, considere a função f (x) = x3 − 2x + 3, cujo gráfico é:
Mas, note que o ponto (−2, −1) pertence a reta, de fato, pois
y(−2) = −2 + 1 = −1
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E a reta y = x + 1 é tangente ao gráfico da função f no ponto (1, f (1)). Isso mostra que existem tangentes
que tocam em mais de um ponto.
Usando a ideia de que o limite é uma propriedade local, podemos afirmar que existe então uma vizinhança
do ponto x0 na qual a reta tangente toca o gráfico da função f , apenas no ponto de abscissa x0 .
Exemplo 10. Seja f (x) = x2 + 3. Determine a equação da reta tangente ao gráfico de f nos pontos
indicados abaixo:
a) (1, f (1));
b) (−2, f (−2)).
Solução:
f (1 + h) − f (1) (h + 1)2 + 3 − 4 h2 + 2h + 4 − 4
f 0 (1) = lim = lim = lim
h→0 h h→0 h h→0 h
2
h + 2h h(h + 2)
= lim = lim = lim h + 2
h→0 h h→0 h
h→0
= 2
Logo, a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto (1, f (1)) é dada por:
y − 4 = 2(x − 1) ⇔ y = 2x + 2
Graficamente,
Figura 7: Exemplo 1
f (x) − f (−2) x2 + 3 − 7 x2 − 4
f 0 (−2) = lim = lim = lim
x→−2 x − (−2) x→−2 x+2 x→−2 x + 2
(x − 2)(x+ 2)
= lim = lim x − 2
x→−2 x+2
x→−2
= −4
Graficamente,
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Figura 8: Exemplo 2
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula, destacando as definições dadas.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula na seção 2.7 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios da seção 2.7 do livro texto.
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