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RESUMO
ABSTRACT
In order to examine if the myths and beliefs of the family in relation to the discipline of
mathematics spoil the learning of mathematics to children, as well as clarify if the
mathematical difficulties presented by children in school have or not, direct influence
of parents, this article presents the search result of the master's dissertation on the
mathematics education researcher. The sample was composed of sixty-five children
in sixth grade of elementary school of a public school of Paraná and their families.
Maturana & Varela and Mariotti did the base of the literature search arguing that
knowledge is not limited to processing information from a world before the
experience of the observer. The living beings are autonomous, capable of producing
its own components to interact with the environment: live in knowledge and know in
life. It was found that the family does not interfere in learning mathematics, can only
cause disruption of which can interfere or not. The families surveyed have diverse
conflicts, which can now be reflected in school, through problems, not always open to
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teachers solutions. The school and the family are institutions in the life of the child,
each with a different function. The family with the task of educating and school with
the task to transform the common knowledge in improved scientific knowledge.
These missions should never be confused or neglected.
INTRODUÇÃO
formado pela razão e pela emoção. O equilíbrio entre esses dois segmentos é
essencial para o desenvolvimento do ser. Nesse sentido, cabe a família proporcionar
um ambiente rico em estímulo, carinho e proteção tão necessário à formação da
personalidade de cada ser humano.
Grande parte da aprendizagem da criança baseia-se pela imitação,
consciente ou inconsciente. Os filhos adotam modelos diferentes em âmbitos
diferentes e momentos distintos da sua vida, porém nos primeiros anos de vida os
pais são a sua referencia. São a presença mais constante no ambiente da criança,
são eles que transmitem a sensação de segurança e afeto, que definem o certo do
errado e incidem de forma mais direta na sua qualidade de vida material e
emocional.
A criança em equilíbrio emocional terá vantagens para a aprendizagem e, em
especial, a aprendizagem matemática e das ciências exatas que necessitam de
concentração para o entendimento e construção do conhecimento.
A matemática escolar ainda é vista por grande parte das pessoas como algo
difícil e complexo. Segundo dados extraídos do Jornal FOLHA COTIDIANA de São
Paulo, a disciplina com maior carência de professores na rede pública daquele
estado é também a mais traumática para os alunos. Segundo a pesquisa da
Secretaria Estadual da Educação, do Estado de São Paulo, matemática é a resposta
mais freqüente quando pergunta a eles (alunos) que matéria consideram mais difícil.
Pensam assim 38%. Na mesma reportagem, Luis Márcio Imenes, um dos autores de
livros de matemática, o primeiro autor de livros de quinta a oitava série a receber
três estrelas do programa Nacional do Livro didático, enumera características que
tornaram a matemática a vilã do currículo escolar, quais sejam: campeã de
reprovação, fator de evasão e filtro de ascensão social, “já que ela faz a grande
degola nos concursos públicos”.
Imenes (2001, p. 1) “identifica três equívocos principais na apresentação da
disciplina aos alunos. Primeiro, a idéia de que a matemática é fazer contas.
Segundo, manter a disciplina fechada em si mesma. Terceiro, organização de
conteúdos de forma linear”.
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Para ele, existem muitos professores que ainda pensam e acreditam que
matemática significa resolver problemas e mais problemas, considerando apenas
que conta deve ser feita. Quando um aluno questiona a utilidade e aplicabilidade de
determinadas situações ou conteúdos nem o professor sabe responder. Segue-se a
isso uma ordem de conteúdos sem haver conexões entre um para com outro ou
destes para situações do cotidiano. Não existe, interdisciplinaridade e muito menos
transdisciplinaridade. Muitos professores desconhecem ou não querem inovar suas
práticas pedagógicas. Os conteúdos de aritmética, álgebra, geometria e tratamento
de informações que podem ser trabalhados em forma de espiral ainda são
trabalhados, por muitos, de forma avulsa e sem significados.
Outra falha do ensino da matemática pode estar nos primeiros anos de
escolaridade. O quadro de professores que ora se apresenta no país ainda é muito
deficitário. Os professores das primeiras séries do ensino fundamental, geralmente
são aqueles que encontram dificuldade em trabalhar e entender as ciências exatas.
Ao escolherem as turmas para atuarem como profissionais, geralmente escolhem as
séries iniciais por acreditarem que nessas séries não precisem conhecer e entender
matemática. Aí percebe-se o equívoco em relação ao tema, pois é nas séries iniciais
que a criança precisa entrar em contato com a matemática, através do lúdico e
matérias manipulativos, para que possa desenvolver o raciocínio lógico e despertar
o gosto pela disciplina.
reflexão sobre o nível dos programas televisivos que as crianças estão expostas,
bem como orientá-las sobre as atividades que podem ser desenvolvidas durante o
tempo livre.
Nas questões que tratavam sobre a disciplina de matemática, obtiveram-se os
seguintes resultados: 38 disseram gostar de matemática, 19 não gostam da
disciplina e 08 gostam mais ou menos ou de vez em quando. Dentre as repostas das
crianças que afirmaram não gostar de matemática, registrou-se: “porque é uma
disciplina difícil”; “porque não entendo”; “porque ela é chata”. No entanto, dentre os
que responderam gostar da disciplina registrou-se: “porque é importante”, “porque
entendo”, “porque gosto”.
Na questão sobre a opinião dos pais a respeito da disciplina de matemática,
59 alunos responderam que seus pais já comentaram a respeito do tema.
Comentários como: “quando tem prova tem que pegar um rascunho e resolver os
problemas”; “falam sobre a matéria”; “estudar mais”; “ estudar e prestar atenção na
aula”; “que não é preciso ser tão difícil”.
Observou-se que as crianças evitam fazer comentários sobre o que seus pais
dizem a respeito da disciplina, uma vez que esses se referem ao ensino da
matemática enfatizando provas, resolução de problemas, atividades com as quatro
operações, e que o mesmo é difícil.
Na questão sobre se consideram a matemática importante para suas
atividades do dia-a-dia, 02 crianças responderam negativamente. Dentre as que
responderam afirmativamente, obtiveram-se respostas, como: “porque é difícil viver
sem matemática”; “porque é fácil estudar”; “porque qualquer coisa que se faça
precisa de matemática”. Diante de tal questão pode-se verificar se a criança
relaciona a matemática escolar com a matemática vivenciada no cotidiano. As
crianças demonstraram, em seus relatos, reconhecer a importância da matemática
nas diversas atividades da vida diária. Quando o assunto foi nota, percebeu-se que
os pais falam para as crianças estudar mais, mas sempre com o intuito de melhorar
a nota e não se referindo a aprendizagem.
Das 65 crianças pesquisadas, 48 delas recebem o auxílio dos pais na
realização das tarefas, demonstrando a participação da família e, 17 não têm o
auxilio da família. Em relação à participação da família nas reuniões escolares,
verificou-se que 34 sempre participam, 24 às vezes e 7 nunca.
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Tendo por base a análise desses dados, observa-se que a vida da criança é
uma rotina, cercada de atividades que beiram o senso comum, uma vez que as
atividades nas quais se envolvem, não passam de programas televisivos comuns e
corriqueiros sem que a desperte para uma análise maior da realidade circundante.
As crianças, em sua maioria, evidenciaram gostar da disciplina de matemática,
sendo que em seus relatos demonstraram fazer a conexão da matemática escolar e
matemática vivenciada por elas em suas atividades diárias. Entretanto, isso não se
confirmou quando tiveram de resolver as situações – problemas buscando
elementos da sua vida diária para interpretar os enunciados propostos. Em relação
aos pais, observou-se que os mesmos transferem a responsabilidade total sobre o
ensino e aprendizagem de matemática para as crianças e para a escola.
Analisando as respostas das situações-problemas, constatou-se que para
várias questões, mediante a situação apresentada, não era possível emitir uma
resposta numérica, sendo que as crianças forçavam em emitir um número como
alternativa, demonstrando dessa maneira uma concepção sobre a aprendizagem
matemática, qual seja, “aprender matemática é simplesmente fazer contas”.
pontos. Essas crianças apresentavam todos os dados favoráveis para obter uma
classificação melhor. As mesmas estão registradas na cor vermelha.
A análise das entrevistas afasta a idéia da certeza de que se tinha que a
aprendizagem matemática das crianças sofre interferências familiares, o que se
confirma em Maturana (2001, p. 28) que “nossa experiência está indissoluvelmente
atrelada à nossa estrutura”.
Percebeu-se que cada criança apresenta uma maneira singular de aprender e
que essa experiência está atrelada á sua estrutura biológica. Essa forma, essa
maneira de aprender está relacionada e vai sendo influenciada pelo mundo no qual
a criança está inserida. Sua forma de vida contribui para que tenha conhecimento a
respeito do mundo. Por outro lado, o mundo também se constrói a partir da
interferência desta, como afirma Mariotti (2002, p. 10) “nossa trajetória de vida nos
faz construir nosso conhecimento de mundo – mas este também constrói seu próprio
conhecimento a nosso respeito. Mesmo que de imediato não o percebamos, somos
sempre influenciados e modificados pelo que vemos e sentimos”.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANSELMO, Fr. Ajude seu filho a ser feliz. 27 ed. Petropólis – RJ. Ed. Vozes,
1998.
BATISTA, Jane beatriz. Produção e distribuição do conhecimento matemático.
Fapa - ciências e letras, Nº 12, 1992.
GRUNSPUN, Hain. Autoridade dos pais e educação da liberdade. São paulo: ed.
Almed, 1985.
MACHADO, Nilson. Matemática e realidade. Ed. Cortez, 3ª. Ed. São Paulo, 1991.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 24ª ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2001.
RESTREPO, Luis Carlos. O direito à ternura. 3ª ed. Petrópolis. RJ: ed. Vozes,
2001.