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Sumário

LEGENDA....................................................................................................................................2
ABUSO DE PODER POLICIAL.........................................................................................................2
DISPARO DE ARMA DE FOGO POR POLICIAL................................................................................2
ACIDENTE E MORTE DE FAMILIARES............................................................................................2
AMPUTAÇÃO DE MEMBRO..........................................................................................................2
Paraplegia e amputação de membro inferior direito de menor...........................................2
Perda de um braço direito e posterior falecimento por erro médico...................................2
Perda de membro inferior esquerdo de menor...................................................................2
ACIDENTE EM TRANSPORTE COLETIVO........................................................................................2
Lesão leve.............................................................................................................................2
Lesão mais grave..................................................................................................................2
Idosa.....................................................................................................................................2
Incapacidade permanente....................................................................................................2
Autor paraplégico.................................................................................................................2
ACIDENTE EM TRANSPORTE FERROVIÁRIO..................................................................................2
ACIDENTE AÉREO.........................................................................................................................2
ACIDENTE EM ESTABELECIMENTO DE ENSINO.............................................................................2
ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO............2
BULLYNG......................................................................................................................................2
ACUSAÇÃO INDEVIDA DE CRIME DE FURTO EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL.......................2
Com revista pessoal do autor...............................................................................................2
Com abordagem de seguranças...........................................................................................2
AGRESSÃO EM BOATE..................................................................................................................2
ATAQUE DE ANIMAL – RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROPRIETÁRIOS E POSSUIDORES..............2
ATRASO NA ENTREGA DE IMÓVEL................................................................................................2
ATROPELAMENTO EM VIA FÉRREA..............................................................................................2
BRIGA DE VIZINHOS......................................................................................................................2
CONCESSIONÁRIAS (ENERGIA ELÉTRICA E ABASTECIMENTO DE ÁGUA)......................................2
Cobrança por estimativa..........................................................................................................2
Cobrança por estimativa relativa a débito pretérito............................................................2
INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA.....................................................................2
Demora para religar.................................................................................................................2

1
42 horas................................................................................................................................2
Durante festas de final de ano (réveillon)............................................................................2
3 a 6 dias..............................................................................................................................2
8 dias....................................................................................................................................2
Mais de um mês...................................................................................................................2
Falta de notificação prévia.......................................................................................................2
CONTAMINAÇÃO EM HOSPITAL...................................................................................................2
Infecção hospitalar durante internação...................................................................................2
HIV............................................................................................................................................2
CORPO ESTRANHO EM ALIMENTO...............................................................................................2
Com ingestão...........................................................................................................................2
Sem ingestão............................................................................................................................2
ERRO MÉDICO..............................................................................................................................2
Erro de diagnóstico e tratamento............................................................................................2
Erro de diagnóstico...............................................................................................................2
Cirurgia de laqueadura tubária e gravidez posterior............................................................2
Alta indevida pelo Hospital com posterior morte.................................................................2
Erro médico no parto...............................................................................................................2
Criança em estado vegetativo..............................................................................................2
Sequelas graves....................................................................................................................2
Erro médico – Morte de parente..............................................................................................2
Morte de genitor:.................................................................................................................2
ERRO EM EXAME LABORATORIAL................................................................................................2
Erro em exame de DNA........................................................................................................2
Falso positivo HIV.................................................................................................................2
Falso positivo - sífilis.............................................................................................................2
Falso positivo – câncer.........................................................................................................2
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL................................................................................................2
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA............................................................................................................2
Saques indevidos em conta corrente.......................................................................................2
Devolução indevida de cheque................................................................................................2
Com inscrição indevida nos cadastros restritivos:................................................................2
Cobrança Indevida Em Cartão De Crédito................................................................................2
Cobrança de anuidade sem desbloqueio do cartão.............................................................2

2
Tempo De Espera Em Fila De Banco.........................................................................................2
Travamento De Porta Giratória Em Agência Bancária..............................................................2
40 minutos para conseguir entrar na agência......................................................................2
Escoltado por polícia militar na agência...............................................................................2
DESCARGA ELÉTRICA....................................................................................................................2
Descarga elétrica – morte de animal........................................................................................2
Descarga elétrica – morte de menor........................................................................................2
QUEDA DE ANTENA TELEFÔNICA SOBRE IMÓVEL........................................................................2
PRISÃO ILEGAL/ERRO JUDICIÁRIO................................................................................................2
PROTESTO INDEVIDO...................................................................................................................2
Protesto Indevido – Dívida Quitada..........................................................................................2
Protesto Indevido – Fraude De Terceiros.................................................................................2
Protesto Indevido – Título prescrito.........................................................................................2
Protesto Indevido – Preexistência De Inscrição........................................................................2
Protesto Indevido – Ausência De Prévia Notificação Da Inscrição............................................2
QUEDA EM HOSPITAL...................................................................................................................2
QUEDA EM VIA PÚBLICA..............................................................................................................2
ROMPIMENTO DE NOIVADO........................................................................................................2
TELEFONIA....................................................................................................................................2
Interrupção indevida dos serviços de telefonia e internet.......................................................2
Período de 2 meses de interrupção......................................................................................2
Cobranças indevidas.................................................................................................................2
COMPANHIA DE ÁGUA.................................................................................................................2
Interrupção indevida................................................................................................................2
PLANO DE SAÚDE.........................................................................................................................2
Negativa De Cobertura Em Período De Carência......................................................................2
Negativa De Tratamento/Procedimento..................................................................................2
Stent.....................................................................................................................................2
Implante de marcapasso......................................................................................................2
Tratamento de hemodiálise.................................................................................................2
Reajuste Por Mudança De Faixa Etária.....................................................................................2
Dano Moral Em Ricochete – Demora Na Autorização e Falecimento De Parente....................2
Dano Moral Em Ricochete – Negativa Injustificada De Internação De Parente........................2
ATRASO E CANCELAMENTO DE VÔO............................................................................................2

3
OVERBOOKING.............................................................................................................................2
Com malas extraviadas.........................................................................................................2
DANO AMBIENTAL.......................................................................................................................2
DANO MORAL DO INCAPAZ..........................................................................................................2

LEGENDA

Decisões em azul: TJRJ

Decisões em vermelho: STJ.

ABUSO DE PODER POLICIAL

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de abordagem
policial com excesso:

Condução à delegacia sem fundamento razoável: R$ 5.000,00.

Veículo indevidamente apreendido por policiais: R$ 6.780,00.

Agressões físicas: R$ 10.000,00.

Indevidamente preso e algemado: R$ 30.000,00.

0012065-04.2012.8.19.0066 - APELACAO DES. ODETE KNAACK DE SOUZA - Julgamento:


10/05/2016 - VIGESIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. SANÇÃO IMPOSTA A POLICIAL


CIVIL SOB O FUNDAMENTO DE TER AGIDO COM VIOLÊNCIA EXAGERADA (ARTIGO 14, INCISO
XVII, DO DECRETO-LEI Nº 218/75). POSSIBILIDADE DO CONTROLE JUDICIAL DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS TIDOS POR ILEGAIS OU ABUSIVOS, INCLUSIVE QUANDO A ANÁLISE RECAI
SOBRE A SUA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE, NÃO HAVENDO QUE SE FALAR EM
OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES (RE 580642 AGR). VIABILIDADE DE
CONTROLE, PELO PODER JUDICIÁRIO, DA PUNIÇÃO APLICÁVEL À CONDUTA DE SERVIDOR,
INCLUSIVE COM A REALIZAÇÃO DE AFERIÇÃO DA SUA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

4
(RE 634900 AGR). IMPOSIÇÃO DE PENA DISCIPLINAR QUE NÃO É ATO DISCRICIONÁRIO, TENDO
EM VISTA OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE, DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA E CULPABILIDADE, TODOS APLICÁVEIS AO REGIME JURÍDICO DISCIPLINAR (MS
17.981/DF, REL. MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJE 03/03/2016). PENA
ADMINISTRATIVA COM BASE TÃO SOMENTE EM REPRESENTAÇÃO DE PESSOA QUE FORA
CONDUZIDA À DELEGACIA, HAJA VISTA TER SIDO ENCONTRADA EM CASA ABANDONADA,
SENDO CONHECIDA COMO REDUTO DE USUÁRIOS DE DROGAS E GUARDA DE OBJETOS
ROUBADOS. POLICIAIS MILITARES QUE, TENDO PRESTADO APOIO AO AUTOR, FORAM
UNÂNIMES QUANTO À INEXISTÊNCIA DE ABUSO DE PODER NA REALIZAÇÃO DA CONDUÇÃO,
BEM COMO DA PERICULOSIDADE DO LUGAR. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE CASSAÇÃO DO
ATO PUNITIVO. QUANTO AO DANO MORAL, NOTE-SE QUE, EM CASOS ANÁLOGOS, A CORTE
NACIONAL JÁ ENTENDEU QUE O DIREITO DE PETICIONAR, DENUNCIAR, RECLAMAR E SE
EXPRIMIR ESBARRA NUMA CONDIÇÃO ÉTICA DE RESPEITO AO PRÓXIMO, NÃO TOLERANDO,
POR CONSEGUINTE, O ABUSO NO USO DE EXPRESSÕES, SENDO INSUSCETÍVEIS DE
ELIMINAÇÃO OS DANOS MATERIAIS E MORAIS DERIVADOS DE UMA PUNIÇÃO INJUSTA OU
DESPROPORCIONAL AO ATO INFRACIONAL COMETIDO (RESP 1248828/AM, RMS 24.584/SP).
SENTENÇA DEVE SER REFORMADA TÃO SOMENTE A FIM DE DAR PARCIAL PROVIMENTO AO
PEDIDO INICIAL PARA CONDENAR O ESTADO AO PAGAMENTO DE DANO MORAL, ESSE
ARBITRADO EM R$ 5.000,00, DEVENDO OS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA SER CALCULADOS
COM BASE NO ÍNDICE OFICIAL DE REMUNERAÇÃO BÁSICA E JUROS APLICADOS À CADERNETA
DE POUPANÇA, NOS TERMOS DA REGRA DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/97, COM REDAÇÃO DA LEI
11.960/09, DEIXANDO-SE DE CONDENAR O RÉU A ARCAR COM OS ÔNUS SUCUMBENCIAIS
ANTE A OCORRÊNCIA DO INSTITUTO DA CONFUSÃO. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO A QUE SE
DÁ PARCIAL PROVIMENTO.

0015339-27.2010.8.19.0007 - APELACAO -1ª Ementa DES. PEDRO SARAIVA ANDRADE LEMOS -


Julgamento: 21/08/2014 - DECIMA CAMARA CIVEL

Apelação Cível. Indenizatória. Abuso de poder perpetrado por policiais militares. Autor que foi
indevidamente preso e algemado, tendo a abordagem policial excedido os limites da lei e da
razoabilidade. Depoimentos testemunhais que corroboram as alegações autorais de agressão
e excesso no cumprimento do dever policial. Responsabilidade do Estado. Violação da
liberdade e da dignidade da pessoa humana, bens tutelados constitucionalmente. Dano moral
configurado. Quantum indenizatório corretamente fixado em R$ 30.000,00, que se mostra
justo e adequado, atendendo aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade. Verba
honorária devidamente arbitrada, em consonância com o disposto no art. 20, § 4º do CPC.
Reforma parcial da sentença apenas com relação aos juros moratórios, devendo ser aplicado o
art. 1º -F da Lei 9.494/97, contudo, em sua redação originária, considerando a declaração de
inconstitucionalidade por arrastamento do artigo 5º da Lei n.º 11.960/2009 pelo STF, no
julgamento da ADI 4425/DF. Precedentes do TJRJ e STF. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO,
NOS TERMOS DO ART. 557, § 1º -A, DO CPC. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
21/08/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 08/10/2014 (*)

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0179486-25.2009.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. MARCELO
LIMA BUHATEM - Julgamento: 22/07/2014 - VIGESIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

DIREITO ADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - AGRESSÕES FÍSICAS


PRATICADAS POR POLICIAIS MILITARES - ABUSO DE PODER - ATO QUE EXTRAPOLA A
RAZOABILIDADE DA PRÁTICA COMISSIVA DESPROPORCIONALIDADE DA AÇÃO POLICIAL -
ATUAÇÃO EXCESSIVA - EMPREGO DE ACENTUADA FORÇA FÍSICA EXCESSO NO EXERCICIO DO
PODER DE POLICIA UTILIZAÇÃO DESMEDIDA DOS MEIOS COERCITIVOS ILICITUDE - SITUAÇÃO
DE CONSTRANGIMENTO E DOR FÍSICA - DUAS LESÕES REALIZADAS COM INSTRUMENTO
CORTO-CONDUTENTE - LAUDO DE EXAME DE CORPO DE DELITO - POSITIVO -
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO - DEVER DE INDENIZAR - VIOLAÇÃO A BENS
INTEGRANTES DA PERSONALIDADE DA PESSOA HUMANA DANO MORAL CONFIGURADO IN RE
IPSA - FIXAÇÃO DA VERBA - OBSERVÃNCIA DOS PRINCIPIOS DA RAZOABILIDADE E DA VEDAÇÃO
AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA - SENTENÇA QUE SE MANTÉM. 1. Trata-se de apelação
contra sentença de procedência parcial, proferida em demanda indenizatória, na qual
pretende o autor compensação por danos morais sofridos. 2. Sentença de procedência parcial,
condenando o réu a pagar à parte Autora o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). 3. Apelação
do Estado, afirmando que a atuação dos agentes foi legitima, sendo certo que o autor estava
muito alterado, em nítido estado de embriaguez. Relata que o autor agrediu verbalmente os
policiais. Alega que em virtude do manifesto desacato, foi dada voz de prisão ao autor, que
resistiu fortemente, sendo contido pelos policiais. 4. O que se extrai do conjunto probatório é
no sentido de haver sido o autor vítima de agressões físicas perpetradas por Policiais Militares
do Estado do Rio de Janeiro, ocasionando lesões que foram provocadas por excesso por parte
dos policiais na tentativa de conter o autor diante da voz de prisão por desacato. 5. O autor
encontrava-se sozinho e foi contido por dois policiais, o que demonstra ser desnecessário o
emprego de acentuada força física capaz de originar duas lesões, atestadas pelo Laudo de
Exame de Corpo de Delito como sendo feita através de instrumento de ação contundente, -
uma suturada com três pontos e outra com quatro. 6. Desta forma, restou demonstrada a
desproporcionalidade da medida empregada pelos policiais para conter o autor diante da voz
de prisão por desacato, configurando a existência de excesso passível de indenização a título
de dano moral. 7. Demonstrada a desproporcionalidade da medida empregada pelos policiais
para conter o autor diante da voz de prisão por desacato, configurado está a existência de
excesso, passível de indenização a título de dano moral. NEGO PROVIMENTO AO RECURSO.
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 22/07/2014 (*)

0302394-16.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. NANCI MAHFUZ - Julgamento:


29/09/2014 - DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

Apelação cível. Indenizatória. Autor que teve seu veículo imotivadamente apreendido por
policiais militares. Abordagem policial humilhante e vexatória, havendo abuso de poder.
Sentença de procedência que considerou que o autor foi privado de sua propriedade
injustamente e de maneira humilhante, condenando o Estado réu ao pagamento de R$ 240,30,
atualizado monetariamente e acrescido de juros a partir da citação pelas despesas com a
apreensão do bem, além de indenização por danos morais, no valor de R$ 6.780,00. Recurso

6
do Estado que ataca apenas o quantum indenizatório referente ao dano moral. Valor
adequadamente arbitrado, sendo observado o princípio da vedação ao enriquecimento sem
causa e os parâmetros adotados por esta Corte. Sentença integralmente mantida. Recurso a
que se nega seguimento.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 29/09/2014 (*)

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de abordagem
policial com excesso: R$ 12.000,00 a 20.000,00.

Prisão indevida: R$ 15.000,00.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. AGRESSÃO POLICIAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
ENTE PÚBLICO. DANOS MORAIS. REVISÃO. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. O MAGISTRADO FICA HABILITADO A
VALORAR, LIVREMENTE, AS PROVAS TRAZIDAS À DEMANDA. VERBA INDENIZATÓRIA FIXADA
COM RAZOABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. O acolhimento das alegações deduzidas no Apelo Nobre, a fim de afastar a ocorrência de


dano moral, demandaria a incursão no acervo fático-probatório da causa, o que encontra
óbice na Súmula 7 do STJ, segundo a qual a pretensão de simples reexame de prova não enseja
Recurso Especial.

2. O art. 130 do Código de Processo Civil consagra o princípio do livre convencimento


motivado, segundo o qual o Magistrado fica habilitado a valorar, livremente, as provas trazidas
à demanda.

3. Somente em hipóteses excepcionais, quando estiver evidente que os danos morais foram
fixados em montante irrisório ou exorbitante, é possível a esta Corte rever o valor arbitrado
pelas instâncias ordinárias com esteio nos deslindes fáticos da controvérsia. No caso dos autos,
os danos morais foram fixados em R$ 20.000.00, valor que não extrapola os limites da
razoabilidade.

4. Agravo Regimental do ESTADO DE RORAIMA a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 573.939/RR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 20/08/2015, DJe 31/08/2015)

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ABUSO DE AUTORIDADE. POLÍCIA


MILITAR. DANOS MORAIS. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. REVOLVIMENTO DO CONTEXTO
FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.

7
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a revisão dos valores
fixados a título de danos morais somente é possível quando exorbitante ou insignificante, o
que não é o caso dos autos. A verificação da razoabilidade do quantum indenizatório esbarra
no óbice da Súmula 7/STJ.

2. In casu, o Tribunal a quo assentou que o montante devido fora arbitrado pelo juízo de 1°
grau "de modo razoável e proporcional ao constrangimento/humilhação sofrido pelo autor,
em R$ 12.000,00 (doze mil reais)" (fl. 315).

3. Agravo Regimental não provido.

(AgRg no AREsp 729.378/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/10/2015, DJe 03/02/2016)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PRISÃO INDEVIDA.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 70 E 333 DO CPC.
INOCORRÊNCIA. SÚMULA 7/STJ. DEVER DE INDENIZAR. SÚMULA 7/STJ. REVISÃO DO
QUANTUM INDENIZATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.

I. No que se refere à alegada ofensa aos arts. aos arts. 70, III, e 333, I, do CPC, alterar o
entendimento do Tribunal de origem - que concluiu no sentido de que foram identificados os
policiais integrantes da abordagem policial - ensejaria, inevitavelmente, o reexame fático-
probatório dos autos, procedimento vedado, pela Súmula 7 desta Corte.

II. O Tribunal a quo, soberano na análise do material cognitivo produzido nos autos, entendeu
estarem presentes os requisitos ensejadores da reparação civil, porquanto restou
demonstrado o abuso de poder, por parte dos policiais. Nesse contexto, a inversão do julgado
exigiria, inequivocamente, incursão na seara fático-probatória dos autos, inviável, na via eleita,
a teor do enunciado sumular 7/STJ.

III. No que concerne ao valor arbitrado a título de danos morais, a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça consolidou o entendimento no sentido de que somente pode ser revisto
excepcionalmente, quando irrisório ou exorbitante, em afronta aos princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade, sob pena de ofensa ao disposto na Súmula 7 desta Corte.

IV. No caso, o Tribunal a quo, ante as peculiaridades fáticas no caso, manteve o valor fixado em
R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a título de reparação por danos morais, quantum que merece
igualmente ser mantido, por consentâneo com os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade e com a jurisprudência do STJ. Conclusão em contrário esbarraria no óbice da
Súmula 7/STJ. Precedentes.

V. Agravo Regimental improvido.

(AgRg no AREsp 419.524/MA, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 09/09/2014, DJe 16/09/2014)

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DISPARO DE ARMA DE FOGO POR POLICIAL

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de DISPARO DE
ARMA DE FOGO POR POLICIAL:

Autor atingido por troca de disparos entre policiais militares e bandidos R$ 20.000,00.

0098016-45.2004.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. ANTONIO


ILOIZIO B. BASTOS - Julgamento: 25/03/2015 - QUARTA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL.

REEXAME NECESSÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS E MATERIAIS. PERSEGUIÇÃO E TIROTEIO EM VIA PÚBLICA ENVOLVENDO
POLICIAIS. VÍTIMA ATINGIDA POR BALA PERDIDA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO.
ART. 37, § 6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A CRFB/88, em seu art. 37, §6º, prestigiou a teoria
do risco administrativo como fundamento para a responsabilidade civil do estado, seja por ato
ilícito da administração pública, seja por ato lícito. A troca de disparos de arma de fogo
efetuada entre policiais e meliantes, conforme prova dos autos, impõe à administração pública
o dever de indenizar, sendo irrelevante a origem da bala. Em relação ao nexo de causalidade, o
fato ocorreu durante o desenvolvimento de atividade de risco exercida pelo estado, que tem
responsabilidade pelos danos causados ao cidadão inocente. No que tange ao pensionamento
vitalício, admite-se ressarcir não apenas a quem, na ocasião da lesão, exerça atividade
profissional, mas também aquele que, muito embora não a exercitando, veja restringida sua
capacidade de futuro trabalho. Quantum reparatório arbitrado a título de danos morais em R$
20.000,00 que se afigura correto e razoável. Recurso parcialmente provido para que os juros
de mora e a correção monetária obedeçam ao disposto no artigo 1º-F, da Lei nº 9.494/97, na
redação dada pela Lei nº 11.960, de 29 de junho de 2009 e de acordo com a orientação do
REsp 1.270.439 /PR, adotado na sistemática dos recursos repetitivos. Confirmação das demais
disposições da sentença em reexame necessário. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
25/03/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 27/05/2015

0344685-65.2010.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARCELO LIMA BUHATEM -


Julgamento: 03/03/2015 - VIGESIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

ADMINISTRATIVO - APELAÇÕES CÍVEIS RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - DISPAROS DE


ARMA DE FOGO PROVOCADOS POR POLICIAIS MILITARES DEMANDANTE ATINGIDO POR TRÊS
PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO - SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA - CONDENAÇÃO NO
PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, DANOS MORAIS E ESTÉTICOS -
REFORMA DO DECISUM - DANO MORAL - MAJORAÇÃO - DANO ESTÉTICO - AUTONOMIA NA

9
CARACTERIZAÇÃO E ESTIPULAÇÃO DO QUANTUM - SÚMULA DO E. STJ - CICATRIZ A
INFLUENCIAR NO ESPÍRITO DE VAIDADE E AUTOESTIMA DO AUTOR - ARBITRAMENTO
SENTENÇA QUE SE REFORMA EM PARTE. 1. Trata-se de ação indenizatória por danos materiais,
morais e estéticos, movida por vítima de disparos de arma de fogo provocados por policiais, ao
sair de baile. 2. Dinâmica dos fatos: Restou incontroverso nos autos que o autor, no dia
10/07/2010, por volta das 4 h, foi baleado por policiais militares, quando voltava de baile, não
logrando êxito o Estado em apresentar motivo que justificasse tal atitude. Alegação estatal de
que os policiais assim agiram, porque ouviram antes um tiro e acharam que o carro em se
encontrava o autor era suspeito. 3. A responsabilidade civil que se imputa ao Estado por ato
danoso de seus prepostos é objetiva (art. 37, § 6º, CF), impondo-lhe o dever de indenizar se se
verificar dano ao patrimônio de outrem e nexo causal entre o dano e o comportamento do
preposto. 4. Os elementos de convicção existentes nos autos permitem configurar o fato
administrativo, sendo suficientes para a caracterização do nexo de causalidade ensejador da
reparação pelos danos suportados pela vítima. 5. Inegável o dano moral experimentado pelo
autor, que se afigura in re ipsa, sendo de todo presumíveis a dor, angústia e sofrimento deste
ao ser atingido pelas costas por projéteis de arma de fogo, quando saía de festa com os
amigos. Soma-se ter ficado internado e impossibilitado ao trabalho por vários meses,
considerando, ainda, todo período de cuidados e medicação para cicatrização das lesões. 6.
Nesse contexto, deve ser majorada a verba compensatória para o valor de R$ 20.000,00, posto
que mais atente e proporcional às peculiaridades do caso em exame, considerando-se, como já
dito, todos os dissabores experimentados pela parte autora, bem como o risco à sua vida. 7.
Quanto ao dano estético, como se sabe, prevalece o entendimento de que o dano estético é
compensação distinta do dano moral, correspondendo o primeiro a uma alteração morfológica
de formação corporal que agride à visão, causando desagrado e repulsa; e o segundo o
sofrimento mental - dor, aflição e angústia. 8. Aplicação tout court da Súmula 387 do STJ "É
lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral." 9. In casu, restou
configurado o dano estético, passível de ser indenizado, conforme se pode constatar pela
dimensão e aparência das cicatrizes, certamente lhe influenciará no espírito de vaidade e
autoestima, sendo proporcional à sua reparação o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 10.
Majoração da verba fixada a título de indenização por danos morais, reconhecendose o dano
estético. Mantida, no mais, a sentença. DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR
PARA MAJORAR A VERBA FIXADA A TÍTULO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS E
RECONHECER O DANO ESTÉTICO, E NEGASE PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU. Íntegra do
Acórdão - Data de Julgamento: 03/03/2015 (*)

0163593-91.2009.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. NANCI


MAHFUZ - Julgamento: 29/04/2014 - DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

Apelações cíveis. Danos materiais e moral. Pretende o autor reparação por danos materiais e
moral, alegando conduta dolosa de agente público (policial militar), que no exercício de suas
funções, teria desferido, sem qualquer justificativa legal, disparos de arma de fogo em sua
direção, danificando o veículo que conduzia e acarretando-lhe lesões corporais de natureza
leve. Teoria do risco administrativo. Responsabilidade objetiva do Estado pelos danos causados
a terceiros por seus agentes. Restou comprovado que após abalroamento provocado pelo

10
autor em viatura da PMERJ, o policial que se encontrava na condução daquele veiculo teria
exigido que autor, mesmo já tendo se identificado e não havendo vítimas do abalroamento,
permanecesse no local da colisão, e diante da negativa do autor, este teria desferido cinco
disparos de arma de fogo em direção ao veículo por este conduzido danificando o veículo e
lesionando-o, sendo evidente a conduta abusiva do agente público. Estes fatos foram
apurados em sede de processo criminal de que resultou na condenação do agente público
autor dos disparos nos crimes de dano e lesão corporal, a implicar em existência de título
executivo a favor do autor. Clara a existência do dano (lesão corporal e avarias no veículo do
autor) e o nexo causal entre estes e a conduta abusiva do agente público (policial militar)
subordinado ao réu. Dever de indenizar pelos danos efetivamente suportados pelo autor. Deve
ser mantida a condenação do réu a título de dano material ao pagamento de R$1.679,47,
correspondente aos gastos com o reparo do veículo de sua propriedade que estão
devidamente comprovados, cuja validade não foi questionada pelo ente público. Tendo o
autor suportado lesão corporal leve, cabível a reparação por dano moral. No que tange ao
quantum a título de dano moral, o valor de R$ 20.000,00, levando-se em consideração que o
autor é capitão do exército brasileiro, portanto, pessoa treinada para atuar em situações de
conflito, de maior dimensão do que uma simples discussão de trânsito, que ao que tudo indica
foi por ele iniciada. Por fim, devem ser mantidos os honorários de R$ 1.000,00, eis que
arbitrados nos termos do art. 20, §4° do CPC. Sentença mantida. Recursos a que se nega
seguimento, na forma do caput do art. 557 do CPC. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
29/04/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 03/03/2015 (*)

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de DISPARO DE
ARMA DE FOGO POR POLICIAL:

Disparo com morte de filho por policial militar em serviço (confundiu com assaltante): R$
100.000,00.

Disparo que gerou paraplegia: R$ 175.000,00.

Disparo que gerou a redução da capacidade de locomoção e laborativa de vítima: R$


50.000,00.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. MORTE DE JOVEM, CONFUNDIDO COM
ASSALTANTES, POR DISPARO DE ARMA DE FOGO, EFETUADO POR POLICIAL MILITAR EM
SERVIÇO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO. REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO.
SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

I. No que concerne ao valor arbitrado a título de danos morais, a jurisprudência do Superior


Tribunal de Justiça consolidou o entendimento no sentido de que somente pode ser revisto

11
excepcionalmente, quando irrisório ou exorbitante, em afronta aos princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade, sob pena de ofensa ao disposto na Súmula 7 desta Corte.

II. No caso, o Tribunal a quo diminuiu o valor da reparação por danos morais ao montante de
R$ R$ 100.000,00 (cem mil reais), a ser dividido entre os dois autores, em razão do falecimento
de seu filho, em decorrência de disparo de arma de fogo, por policial militar em serviço,
durante abordagem policial, na qual confundiu a vítima com assaltante, quantum que merece
ser mantido, por consentâneo com os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e
com a jurisprudência do STJ. Conclusão em contrário esbarraria no óbice da Súmula 7/STJ.
Precedentes.

III. Esta Corte já se posicionou no sentido de que a valoração da prova refere-se ao valor
jurídico desta, sua admissão ou não, em face da lei que a disciplina, podendo representar,
ainda, contrariedade a princípio ou regra jurídica, no campo probatório, questão unicamente
de direito, passível de exame, nesta Corte.

Diversamente, o reexame da prova implica a reapreciação dos elementos probatórios, para


concluir-se se eles foram ou não bem interpretados, matéria de fato, soberanamente decidida
pelas instâncias ordinárias de jurisdição e insuscetível de revisão, no Recurso Especial.

IV. Agravo Regimental improvido.

(AgRg no AREsp 513.793/SC, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 05/08/2014, DJe 18/08/2014)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. INOVAÇÃO RECURSAL.


INVIABILIDADE. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. SUPOSTA
EXORBITÂNCIA NÃO COMPROVADA. REVISÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 7/STJ.

1. A demonstração da exorbitância do valor da indenização, por meio de divergência


jurisprudencial, deveria ter sido realizada nas razões do recurso especial, de maneira que a
providência adotada somente quando da interposição do agravo regimental enseja inovação
recursal, insuscetível de análise em razão da preclusão consumativa 2. A jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça admite, em caráter excepcional, que o montante arbitrado a título
de danos morais seja alterado, caso se mostre irrisório ou exorbitante, em clara afronta aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

3. No caso, o recorrente não foi capaz de demonstrar que o valor arbitrado a título de danos
morais (R$ 100.000,00 - cem mil reais para cada uma das agravadas) seria excessivo.

4. "A revisão do valor fixado a título de danos morais para o autor, em razão da morte
ocasionada por disparo de arma de fogo por policial, encontra óbice na Súmula 07/STJ, uma
vez que fora estipulado em razão das peculiaridades do caso concreto, a exemplo, da
capacidade econômica do ofensor e do ofendido, a extensão do dano, o caráter pedagógico da

12
indenização." (AgRg no AREsp 292.696/SE, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira
Turma DJe 10/4/13).

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 305.302/RJ, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
14/05/2013, DJe 17/05/2013)

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. POLICIAL MILITAR. DISPARO. PARAPLEGIA. DANO


MORAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA
CONDENATÓRIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. REDUÇÃO DO VALOR.
IMPOSSIBILIDADE.

1. A tese do especial - inaplicabilidade a terceiros do diferimento do termo inicial do prazo de


prescrição - não foi abordada na Corte Local, inviabilizando o recurso nos termos das Súmulas
282 e 356 ambas do STF.

2. Os danos morais são revistos apenas quando exorbitantes ou irrisórios, o que não é o caso,
em que fixados em R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais) para reparação dos danos
morais referentes à genitora do jovem que ficou paraplégico após o disparo de arma de fogo
por policial militar. Incide a Súmula 7/STJ.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1194008/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
23/04/2013, DJe 02/05/2013)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 458 E 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO. REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE LOCOMOÇÃO E LABORATIVA. DISPAROS DE
ARMA DE FOGO EFETUADOS POR POLICIAIS. DANOS MORAIS. VERBA INDENIZATÓRIA
FIXADA COM RAZOABILIDADE (R$ 50.000,00). IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. O Tribunal de origem apreciou fundamentadamente a controvérsia, não padecendo o


acórdão recorrido de qualquer omissão, contradição ou obscuridade, razão pela qual não há
que se falar em ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC.

2. Somente é possível rever o valor a ser indenizado quando exorbitante ou irrisória a


importância arbitrada, em violação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, o
que não se observa no presente caso, em que a indenização foi fixada em R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) em razão da redução da capacidade de locomoção e laborativa de vítima
de disparos de arma de fogo efetuados por policiais.

3. Agravo Regimental do Estado de Sergipe desprovido.

13
(AgRg no AREsp 272.640/SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 23/04/2013, DJe 03/05/2013)

ACIDENTE E MORTE DE FAMILIARES

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ACIDENTE E
MORTE DE FAMILIARES:

Morte de filho e ascendente: R$ 70.000,00 a R$ 100.000,00.

0017874-17.2010.8.19.0204 – APELACAO DES. TERESA ANDRADE - Julgamento: 02/03/2016 -


SEXTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO.


RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PREVISÃO CONSTITUCIONAL. ATROPELAMENTO E MORTE DE
PEDESTRE. TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE PROVA DA CULPA EXCLUSIVA
DA VÍTIMA OU CULPA CONCORRENTE. DANOS MORAIS E MATERIAIS CARACTERIZADOS. 1-
Negado provimento ao agravo retido. 2- Decisão que indeferiu a expedição de ofício à
seguradora, acerca do pagamento do seguro DPVAT. 3- Cabe a própria Ré a obtenção do
documento, não havendo necessidade de intervenção do judiciário. 4- Não houve prejuízo
para o agravante, pois em caso de eventual condenação, na fase de liquidação de sentença é
que tal prova se revela útil. 5- Responsabilidade objetiva do prestador de serviço público em
relação aos danos provocados a terceiros não usuários. Incidência do art. 37, § 6º, da CRFB/88.
6- Responsabilidade objetiva que também se impõe em função da relação consumerista, sendo
a vítima equiparada a consumidor, na forma do art. 17 do Código de Defesa do Consumidor. 7-
Coletivo de propriedade da Ré, subiu a calçada da Avenida Santa Cruz em Realengo, invadiu
um bar e posteriormente atingiu diversas pessoas, dentre elas a filha e mãe dos Autores, que
veio a falecer. 8- Há prova suficiente da veracidade desse acidente, não havendo dúvida
quanto à responsabilidade da Empresa na produção do evento lesivo. 9- Dever de indenizar da
Ré, na forma dos artigos 186 e 927, do Código Civil/2002, bem como do artigo 5º, X, da
CRFB/88. 10- Quantum indenizatório fixado em R$70.000,00 (setenta mil reais), para cada um
dos Autores das ações, que atende a capacidade econômica da Ré e aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade. 11- A lei autoriza a fixação de pensão, como forma de
suprir a ausência da contribuição pecuniária do falecido ao sustento da família, inteligência do
art. 948 CC. 12- É devido o pensionamento de 1/3 do salário mínimo vigente na data da
sentença, para cada filho, passando a vigorar desde a data do evento morte até completar 21
anos de idade, podendo ser prorrogada até 25 anos de idade, desde que fique comprovado
estar cursando faculdade. 13- Também é assente na jurisprudência o entendimento de que,
não havendo prova efetiva dos ganhos da vítima, deve ser adotado o salário mínimo, em vigor

14
na data da sentença, reajustando-se de acordo com as variações ulteriores, conforme
entendimento do STF no verbete sumular nº 490. 14- Honorários advocatícios bem fixados em
10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. 15- NEGATIVA DE PROVIMENTO DOS
RECURSOS DA RÉ e PROVIMENTO PARCIAL DOS RECURSOS INTERPOSTOS PELOS AUTORES.

1052973-21.2011.8.19.0002 – APELACAO DES. RENATA COTTA - Julgamento: 17/02/2016 -


TERCEIRA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO ENTRE CAMINHÃO E CARRO.


RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. NÃO
DEMONSTRADA. DANO MORAL CONFIGURADO.MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Trata-se de
relação albergada pelo instituto da responsabilidade extracontratual ou aquiliana subjetiva,
nos exatos termos do art. 927, caput c/c art. 186 do Código Civil. A responsabilidade subjetiva
consiste no dever imposto a alguém de indenizar outrem, por ter agido, o primeiro, de modo a
confrontar o ordenamento jurídico - agir este que pode ser doloso ou culposo - causando, ao
segundo, um dano material ou jurídico, tendo em vista a prática de um ato comissivo ou
omissivo. Logo, são pressupostos para configuração deste tipo de responsabilidade: a) uma
conduta culposa e antijurídica do agente; b) existência de um prejuízo; c) liame de causa e
efeito entre os dois primeiros elementos. In casu, sustentaram os demandantes que seu filho
Alexandre Rodrigues Sampaio, conduzia um veículo Ford Eco Sport, junto com dois amigos na
Rodovia BR101, quando o caminhão, conduzido por preposto da ré, que ingressou na
contramão lhe vindo a causar o óbito. Inicialmente, como apontou o juízo, incontroversa a
colisão do veículo do filho dos demandantes e o caminhão conduzido por preposto da ora
apelante, de modo que resta tão-somente a análise do elemento culpa ante a natureza
subjetiva da responsabilidade no caso em tela. Compulsando os autos, verifica-se que a parte
ré não impugna a alegação autoral de que seu preposto ingressou na contramão da via, ainda
que parcialmente, limitando-se a afirmar que (i) o veículo do demandante estava em alta
velocidade, assertiva que não encontra suporte probatório nos autos; (ii) a pista onde ocorreu
o acidente admitia ultrapassagem; e (iii) que seu preposto, motorista profissional, deslocou o
veículo para o lado esquerdo para verificar a possibilidade de ultrapassagem. Por outro lado,
conforme sublinhou o juízo a quo, a prova pericial atestou que o caminhão dirigido por
preposto da parte ré "ingressou parcialmente na faixa de rolamento de contramão e direção",
o que ocasionou a interceptação da trajetória retilínea do veículo da vítima e culminou no seu
falecimento. Concluiu, assim, o expert, que a causa determinante do acidente foi o fato de o
condutor do caminhão ter ingressado, ainda que parcialmente, na faixa de rolamento de
contramão de direção. No mesmo sentido, o depoimento prestado por Luiz Felipe Rodrigues
Figueiredo (fls. 253), carona da vítima, que relatou que o veículo no qual trafegava encontrava-
se corretamente em sua direção quando fora surpreendido pelo caminhão conduzido por
preposto da apelante. Logo, não há que se falar em culpa concorrente e tampouco exclusiva
da vítima, tendo os demandantes comprovado o fato constitutivo do seu direito, conforme
art.333, I, do CPC. Restaram, portanto, devidamente comprovados a conduta, o nexo causal, o
dano sofrido e a culpa do preposto da apelante. Dano moral in re ipsa. É evidente que a morte
de um ente querido caracteriza, inexoravelmente, ofensa a direitos da personalidade,
mormente quando se trata de parente tão próximo como um pai e um esposo e quando o

15
evento que o vitimou ocorre de forma tão repentina, abrupta e violenta. Decerto, a morte de
um pai, de um filho e de um cônjuge causa sofrimento incomensurável, dor esta que será
suportada por toda a vida, sem chance até mesmo de diminuição. Exsurge, portanto, da
própria gravidade do fato, o dano moral perseguido pelas demandantes. Muito embora a dor
não tenha preço, sendo certo que inexiste valor que possa compensar a angústia sofrida pelas
demandantes, a lesão máxima à integridade física e moral do ser humano merece uma sanção
mais ampla, estabelecendo-se uma proporcionalidade entre a falta e a reparação,
considerando-se as condições pessoais das partes envolvidas e as circunstâncias do fato. A
quantificação da indenização devida a título de compensação por danos morais deve
considerar a gravidade da lesão, sendo, portanto, o valor compatível com a expressão
axiológica do interesse jurídico violado, na perspectiva de restaurar o interesse violado,
obedecidas ainda razoabilidade, proporcionalidade, equidade e justiça, atendendo as funções
punitiva, pedagógica e compensatória. Juiz sentenciante que observou tais aspectos quando
da fixação do quantum indenizatório, de modo que merece mantido o valor de R$ 72.400,00
(setenta e dois mil e quatrocentos reais) a cada um dos autores. Irretocável, portanto, a
sentença recorrida. Recurso a que se nega seguimento.

0065457-06.2013.8.19.0038 – APELACAO DES. GABRIEL ZEFIRO - Julgamento:


04/05/2016 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL
CIVIL E RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO E MORTE DO
TRANSEUNTE. AÇÃO DEDUZIDA PELA VIÚVA E FILHOS DO FALECIDO EM FACE DA
PERMISSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO, OBJETIVANDO REPARAÇÃO DE ORDEM MORAL.
JULGAMENTO DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO, COM ESCOPO NA CULPA DO PREPOSTO E
CONDENAÇÃO DA RÉ NO PAGAMENTO DE R$ 90.000,00 PARA CADA DEMANDANTE.
APELAÇÕES DE AMBOS OS POLOS. PROVA DOS AUTOS A DEMONSTRAR QUE O MOTORISTA DO
VEÍCULO NÃO OBSERVOU AS CAUTELAS QUE A HIPÓTESE RECOMENDA, PORQUANTO
INGRESSOU EM LOGRADOURO TRANSVERSAL QUE NÃO FAZ PARTE DO SEU ITINERÁRIO
HABITUAL EM VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM A NATUREZA DA PISTA, SURPREENDENDO A
VÍTIMA EM PROCEDIMENTO DE TRAVESSIA, QUE ERA PESSOA IDOSA E NÃO TEVE A AGILIDADE
NECESSÁRIA PARA SE ESQUIVAR DO ATROPELAMENTO, SITUAÇÃO QUE INFIRMA A ALEGAÇÃO
DE CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. DANO MORAL MANIFESTO, CONSUBSTANCIADO NO
SOFRIMENTO GERADO PELA PERDA DO ENTE QUERIDO. VERBA INDENIZATÓRIA FIXADA EM
HARMONIA COM A EXTENSÃO DA LESÃO SOFRIDA (R$ 90.000,00 PARA CADA AUTOR). VERBA
HONORÁRIA FIXADA EM OBEDIÊNCIA AOS PARÂMETROS QUE EMANAM DO ART. 20, §3º, DO
CPC/73 E EM CONSONÂNCIA COM A NATUREZA DA CAUSA, NO PERCENTUAL DE 10% SOBRE A
CONDENAÇÃO. RECURSOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS. SEM OS HONORÁRIOS A QUE ALUDE
O ART. 85, §11, DO NCPC, TENDO EM VISTA A ORIENTAÇÃO QUE EMERGE DO ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO Nº 07 DO STJ. UNÂNIME.

0035669-31.2013.8.19.0204 - APELACAO  DES. MARIA LUIZA CARVALHO - Julgamento:


28/09/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

16
APELAÇÕES CÍVEIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE PÚBLICO.
INDENIZAÇÃO POR MORTE. PENSIONAMENTO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. JUROS DE
MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. Ação indenizatória em virtude de
acidente no qual faleceu Jayme Silva do Nascimento, filho dos 1º e 2º autores e irmão do 3º
demandante. A relação jurídica em exame é regida não só pelas normas do Código de Defesa
do Consumidor, mas também por aquelas que regulam o contrato de transporte, visto que
aperfeiçoado quando se estabeleceu a obrigação de transportar o consumidor de um lugar a
outro, mediante retribuição. A ré não comprovou que os fatos não ocorreram da forma como
relatado e demonstrado na inicial, ônus que lhe competia, por força do disposto no art. 333, II
do Código de Processo Civil, do qual não se desincumbiu. Assim, à míngua da comprovação de
qualquer causa excludente de responsabilidade civil, ônus do causador do dano, inafastável o
dever da ré de indenizar os autores. Pensionamento devido. Entendimento do STJ no sentido
de que "o pensionamento mensal deve ser fixado com base na renda auferida pela vítima no
momento da ocorrência do ato ilícito. Todavia, não comprovado o exercício de atividade
laborativa remunerada, o seu valor deve ser estabelecido em reais, equivalente a um salário
mínimo e pago mensalmente." O valor do pensionamento que deve se ter em conta o
equivalente a 2/3 do salário mínimo até os 25 anos de idade e, a partir daí, reduzido para 1/3
até a data em que a vítima completaria 65 anos, como requerido na inicial. Os danos morais
são incontestes, relevando-se implícitos na própria ofensa - perda de ente querido - que causa
dor e sofrimento intenso nos familiares próximos. A verba reparatória fixada em R$ 100.000,00
(cem mil reais) para os genitores do falecido e o quantum indenizatório de R$ 80.000,00
(oitenta mil reais) para irmão da vítima devem ser mantidos. Termo inicial dos juros de mora
que corresponde à data da citação, enquanto a correção monetária flui a partir do
arbitramento. Ônus de sucumbência devem ser imputados ao réu, diante do acolhimento
integral dos pedidos autorais. A natureza da demanda e o trabalho empreendido pelo patrono
resultam na fixação dos honorários de advogado em 10% sobre o valor da condenação. Art.
557, §1º-A do CPC. PROVIMENTO PARCIAL AOS RECURSOS.

Acidente e morte de parentes de segundo e terceiro graus: R$ 10.000,00.

0016562-66.2011.8.19.0011 - APELACAO - 1ª Ementa DES. BENEDICTO ABICAIR - Julgamento:


25/01/2016 - SEXTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. ACIDENTE DE ÔNIBUS. MORTE E
FERIMENTOS GRAVES EM PARENTES DE TERCEIRO E SEGUNDO GRAUS DO DEMANDANTE.
DANO MORAL RICOCHETE. 1. Trata-se de recurso interposto pelo autor da ação indenizatória
em que se afirmou a responsabilidade civil da concessionária ré pelos danos causados ao
demandante, em decorrência do acidente que vitimou de forma fatal sua tia e deixou a avó da
parte gravemente ferida, além de outros passageiros amigos. 2. O mérito do recurso refere-se,
tão somente, à extensão do dano moral suportado pelo recorrente, que pretende ver
majorada a indenização fixada na sentença e os honorários sucumbenciais. 3. A meu sentir, a
quantia estabelecida na sentença, no patamar de R$10.000,00 (dez mil reais), não deve ser
majorada. O recorrente não estava presente no momento do acidente, tendo experimentado

17
um dano moral apenas indireto, por ricochete, já que as vítimas do acidente não eram seus
parentes próximos, mas, apenas, de segundo e terceiro graus. 4. Outrossim, inexiste
comprovação de que eles estavam efetivamente ligados por vínculos afetivos, de solidariedade
e de amor, além da mera relação de parentesco. Essa demonstração revela-se imprescindível,
pois são muitos os casos de parentes e afins que mal se cumprimentam ao longo da vida. 5.
Como já tive a oportunidade de afirmar em outro voto de minha relatoria, ¿a responsabilidade
civil não pode ser infinita, não sendo cabível que todos aqueles que sofrem com a perda de um
ente, possível de ser querido, sejam indenizados aleatoriamente.¿ 6. Desse modo, entendo
que a quantia arbitrada não deve ser majorada, já tendo sido atendido o caráter
compensatório e punitivo do instituto, observada a repercussão do incidente. 7. Quanto aos
juros legais, assiste razão ao apelante. Os juros de mora incidem desde o fato danoso, uma vez
que se trata de responsabilidade extracontratual, sendo aplicável ao presente caso a Súmula
54 do STJ, a Súmula 129 do TJRJ e o artigo 398 do Código Civil. 8. Por fim, quanto aos
honorários sucumbenciais, a fixação do percentual em patamar mínimo está em consonância
com o disposto no art. 20, §3º do CPC, por não se tratar de causa de elevada complexidade. 9.
Parcial provimento do recurso, com fulcro no art. 557, §1º-A do CPC, tão somente para
reformar a sentença na parte que fixa a incidência dos juros de mora, estabelecendo como
termo inicial do acréscimo legal a data do evento danoso. No mais, fica mantida a sentença tal
como lançada.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 25/01/2016 (*)

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de ACIDENTE E
MORTE DE FAMILIARES:

Morte de filho: R$ 200.000,00.

Morte de ascendentes: R$ 200.000,00 (para cada um deles).

Morte de filho: R$ 200.000,00.

CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANO MORAL E MATERIAL. MORTE DE FILHO MENOR DOS AGRAVADOS.
PROCEDÊNCIA. APELO RARO DA RÉ. (1) VIOLAÇÃO DOS ARTS. 944 E 945 DO CC/2002.
CULPA CONCORRENTE AFASTADA PELA CORTE ESTADUAL. REFORMA DO JULGADO.
SÚMULA Nº 7 DO STJ. (2) PLEITO DE REDUÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA. QUANTUM
FIXADO EM CONFORMIDADE COM OS VALORES ADOTADOS NESTE SODALÍCIO. SÚMULA Nº
83 DESTA CORTE. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO CPC/1973.

1. O Tribunal de origem, soberano no acervo fático-probatório dos autos, afastou a


alegada culpa exclusiva da vítima ou sua culpa concorrente, confirmando a

18
responsabilidade dos réus no acidente que vitimou o filho dos autores. A reforma de tal
entendimento esbarra no óbice da Súmula nº 7 do STJ.

2. O valor da indenização fixado pelo Tribunal a quo a título de danos morais, em razão da
morte do filho dos autores, no total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), não destoa dos
aceitos por esta Corte para casos semelhantes, devendo ser mantido conforme fixado,
porquanto atende ao caráter pedagógico da medida, sem, contudo, ensejar o
enriquecimento ilícito da parte.

3. Inaplicabilidade do NCPC ao caso concreto ante os termos do Enunciado nº 1 aprovado


pelo Plenário do STJ na Seção de 9.3.16: Aos recursos interpostos com fundamento no
CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os
requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas até
então pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 751.773/SC, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
26/04/2016, DJe 09/05/2016)

Acidente e morte dos genitores: R$ 200.000,00 por cada (pai e mãe).

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO


REGIMENTAL. DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. GENITORES DO
AUTOR. FALECIMENTO DE AMBOS. INDENIZAÇÃO. VALOR EXORBITANTE. NÃO
VERIFICAÇÃO. CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. REEXAME. SÚMULA Nº 7/STJ.

1. A fixação da indenização por danos morais baseia-se nas peculiaridades da causa.


Assim, afastando-se a incidência da Súmula nº 7/STJ, somente comporta revisão por este
Tribunal quando irrisória ou exorbitante, o que não ocorreu na hipótese dos autos, em que
o valor foi arbitrado em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) pela morte do pai e R$ 200.000,00
(duzentos mil reais) pela morte da mãe do autor.

2. Agravo regimental não provido.

(RCD no REsp 1575303/MT, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 05/04/2016, DJe 12/04/2016)

AMPUTAÇÃO DE MEMBRO

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de

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AMPUTAÇÃO DE MEMBRO:

Com culpa concorrente: R$ 20.000,00.

Em decorrência de omissão do Município: R$ 50.000,00.

Acidente em transporte público (partida enquanto o autor ainda descia dos degraus) -
Amputação de membro inferior esquerdo: possibilidade de dano moral em ricochete
para filhos e esposa: R$ 5.000,00.

Erro médico: necrose e amputação de dedos de recém-nascida: R$ 50.000,00.

0123114-22.2010.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. CEZAR AUGUSTO R. COSTA -


Julgamento: 25/08/2015 - OITAVA CAMARA CIVEL APELAÇÃO.

RITO ORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ACIDENTE EM LINHA FÉRREA.


ATROPELAMENTO. VÍTIMA ALCOOLIZADA QUE ADORMECEU SENTADA NOS TRILHOS.
AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR. JUÍZO QUE ENTENDEU PELA CULPA CONCORRENTE.
SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS AUTORAIS E DE PROCEDÊNCIA DA LIDE
SECUNDÁRIA. IRRESIGNAÇÃO DAS PARTES. Inicialmente, não merece provimento o agravo
retido interposto pelo autor, pois não há qualquer razão para a realização de uma nova perícia
ou para que a realizada seja complementada, uma vez que os pedidos relativos aos danos
materiais foram feitos de forma genérica, assim, não há problema no fato de que o perito não
arbitrou valores para os custeios dos tratamentos e equipamentos solicitados. Deste modo,
correta a sentença que os deferiu e determinou que sua apuração seja feita através de
liquidação por arbitramento. No presente caso a responsabilidade é objetiva, na forma do
artigo 37, §6º da Constituição Federal, pois a ré é prestadora de serviço público. Restaram
claros os elementos ensejadores do dever de indenizar: a conduta, o dano e o nexo de
causalidade. Via férrea que não possui passarela próxima, não era cercada e é utilizada como
passagem pelos moradores do local. Atropelamentos que ocorrem com frequência. Ré que não
observou as medidas de segurança adequadas à sua atividade, que é eminentemente de risco,
como, por exemplo, providenciar o cercamento do local, a fim de coibir que transeuntes
utilizem passagens clandestinas, ou a colocação de sinalização, câmeras e fiscalização
ostensiva por seguranças. Mas temos que, na hipótese, ocorreu a culpa concorrente, uma vez
que o próprio autor admitiu ao perito que entrou embriagado na via férrea, sentou nos trilhos
e acabou por adormecer, não sendo capaz, assim, de ouvir o sonar, caso este realmente tenha
sido emitido pelo maquinista do trem. Assim, resta claro que o acidente foi causado por
motivos atribuíveis tanto ao autor quanto ao réu. Portanto, deve ser mitigada a
responsabilidade civil objetiva do réu. Com relação à condenação em danos materiais relativos
ao pensionamento; ao pagamento de 2/3 das despesas de tratamento de fisioterapia e 2/3 das
despesas de prótese e muletas, ambas a serem apuradas em liquidação de sentença, não há o
que retocar no julgado. Com relação à constituição de capital garantidor temos que o artigo
475-Q, §2º do CPC dispõe que poderá o juiz substituir a constituição de capital pela inclusão do
autor em folha de pagamento da empresa ré caso esta tenha notória capacidade econômica,
exatamente como ocorre no presente caso. Portanto, deve ser reformada a sentença neste

20
ponto. Também cabe reformar a forma de aplicação dos juros com relação ao pensionamento,
uma vez que estes devem incidir a partir de quando cada parcela deveria ter sido paga,
mantendo-se a forma de correção monetária estipulada pelo juízo. O fato ocorrido extrapola a
esfera do mero dissabor e aborrecimento cotidianos. Profunda agonia física e grave abalo
emocional. Valor a título de danos morais que não se mostra adequado em comparação a
casos similares de culpa concorrente devendo ser majorado para R$20.000,00 (vinte mil reais),
com correção monetária a contar do julgado e juros moratórios a contar da data do evento.
Danos estéticos cabalmente comprovados através de laudo pericial médico. Possibilidade de
cumulação com a reparação por danos morais, de acordo com o verbete sumular nº 37 do
Superior Tribunal de Justiça. Valor que também merece ser majorado para R$15.000,00
(quinze mil reais), com correção monetária a contar do julgado e juros moratórios a contar da
data do evento. Para finalizar, cabe reformar a sentença com relação à condenação da
seguradora denunciada ao pagamento de honorários sucumbenciais, uma vez que esta não
ofereceu resistência à denunciação. Diante do exposto, CONHEÇO DOS RECURSOS E DOU
PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DO RÉU apenas para julgar improcedente o pedido de
constituição de capital garantidor devendo o autor ser incluído na folha de pagamento da
empresa ré; DOU PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DA SEGURADORA DENUNCIADA, apenas
para que os juros, com relação à condenação ao pensionamento, incidam a partir de quando
cada parcela deveria ter sido paga e para retirar sua condenação em honorários, pois não
houve resistência de sua parte, E DOU PARCIAL PROVIMENTO À APELAÇÃO DO AUTOR para
majorar os valores a título de danos morais, para R$20.000,00, e estéticos, para R$15.000,00.
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 25/08/2015 (*)

0136355-39.2005.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. AUGUSTO


ALVES MOREIRA JUNIOR - Julgamento: 26/05/2015 - OITAVA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL.

REEXAME NECESSÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AMPUTAÇÃO


DE MEMBRO. RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO MUNICÍPIO. 1. Omissão específica.
Responsabilidade objetiva. Fato, dano e nexo de causalidade demonstrados. Dever de
indenizar. 2. Dano moral configurado na modalidade in re ipsa. Verba compensatória arbitrada
na quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em conformidade com os princípios da
razoabilidade e da vedação ao enriquecimento sem causa. 3. Possibilidade de cumulação das
indenizações de dano moral e de dano estético. A quantia de R$ 40.000,00 (quarenta mil
reais), fixada para compensação do dano estético, também se revelou adequada e não é
passível de modificação, para majorar ou reduzir o seu valor. 4. Pensão vitalícia reconhecida na
sentença que deve ser afastada, já que o perito não reconheceu a incapacidade total e
permanente da autora. Prazo de incapacidade total da vítima foi de quatro meses e deverá ser
considerado o salário mínimo vigente. 5. Fornecimento de prótese ortopédica que atenda às
necessidades da autora para melhorar a sua qualidade de vida e minimizar o dano causado
pelo réu. Forma de cumprimento da obrigação estabelecida na própria sentença. 6. Taxa
judiciária. Condenação do Município do Rio de Janeiro, consoante o Enunciado nº 145 da
Súmula deste Tribunal de Justiça. 7. Honorários advocatícios condizentes com o trabalho
desempenhado pelo patrono dos autores, em observância aos critérios estabelecidos no artigo
20, §3º, do Código de Processo Civil. 8. Juros de mora e correção monetária. Quanto aos juros

21
de mora, deverá incidir a partir da data do evento danoso e deverá ser o índice de 6% ao ano
até o dia 29 de junho de 2009, observado, a partir de então, o critério único estatuído pela Lei
n° 11.960/09. A correção monetária deverá ser calculada com base no IPCA e incidirá a partir
da data da prolação da sentença. 9. Recurso do réu a que se dá parcial provimento e recurso
da autora a que se nega seguimento, com fulcro no artigo 557, do Código de Processo Civil. Em
sede de reexame, fixo os parâmetros referentes ao percentual de juros e ao critério para
correção monetária, mantendo-se, no mais, a sentença tal como proferida. Decisão
Monocrática - Data de Julgamento: 26/05/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
21/07/2015 (*)

0023172-56.2006.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. EDSON SCISINIO DIAS - Julgamento:


06/05/2014 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DE


ACIDENTE EM TRANSPORTE PÚBLICO. RITO SUMÁRIO. AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA DO MIE
(MEMBRO INFERIOR ESQUERDO). PEDIDO DE TRATAMENTO MÉDICO, INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL, DANO MORAL REFLEXO, DANO ESTÉTICO, DANO MATERIAL E
PENSIONAMENTO. QUEDA DO AUTOR, DIANTE DA ATITUDE DO MOTORISTA DO COLETIVO
ÔNIBUS (PREPOSTO DA RÉ), QUE, DEU PARTIDA AO VEÍCULO, QUANDO O AUTOR AINDA
DESCIA OS DEGRAUS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA.
SENTENÇA QUE DESAFIA REFORMA. DANO MORAL EXPERIMENTADO PELO PASSAGEIRO QUE
NÃO MERECE SER MAJORADO, POIS O VALOR ARBITRADO PELO DOUTO JUÍZO A QUO
OBSERVOU OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. DANO ESTÉTICO
CONFIGURADO EM VIRTUDE DA PERDA DE MEMBRO INFERIOR ESQUERDO. É DEVIDA, NO
CASO, AOS FILHOS E ESPOSA DA VÍTIMA, INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL POR RICOCHETE,
PORQUANTO LIGADOS À VÍTIMA POR LAÇOS AFETIVOS, PRÓXIMOS E COMPROVADAMENTE
ATINGIDOS PELA REPERCUSSÃO DOS EFEITOS DO EVENTO DANOSO NA ESFERA PESSOAL.
PERCENTUAL DE 15% (QUINZE POR CENTO) SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO, A TÍTULO DE
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS QUE DEVE SER MANTIDO, À LUZ DO DISPOSTO NO ART. 21, § 3º,
ALÍNEAS "A", "B" E "C" DA LEI DE RITOS. DOU PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, COM BASE
NO ART. 557, § 1º- A DO CPC, PARA: I) DETERMINAR QUE OS JUROS DE MORA INCIDAM A
PARTIR DA CITAÇÃO, SEGUNDO O DISPOSTO NO ART. 405, DO CC; SENDO QUE A CORREÇÃO
MONETÁRIA, POR SUA VEZ, DEVERÁ TER COMO PRAZO INICIAL A PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA;
II) DETERMINAR O PAGAMENTO DE UMA INDENIZAÇÃO POR DANOS ESTÉTICOS, NO VALOR DE
R$ 40.000,00 (QUARENTA MIL REAIS), POR SER MAIS RAZOÁVEL E CONDIZENTE COM O DANO
SOFRIDO; III) FIXAR O VALOR INDENIZATÓRIO REFERENTE AO "DANO EM RICOCHETE" EM R$
5.000,00 (CINCO MIL REAIS), PARA CADA UM DOS AUTORES (MARIA DA SILVA DE SÁ, BRUNA
DA SILVA DE SÁ, PAULA DIANA SILVA DE SÁ E WASHINGTON DA SILVA DE SÁ), COM JUROS DE
MORA DE 1%, ALÉM DE CORREÇÃO MONETÁRIA, NOS ÍNDICES DA CORREGEDORIA GERAL DE
JUSTIÇA, A PARTIR DA DATA DO PRESENTE JULGADO, DE ACORDO COM A SÚMULA 97 DESTE
TRIBUNAL E 362 DO STJ. MANTIDOS OS DEMAIS TERMOS DA SENTENÇA, INCLUSIVE OS ÔNUS
DA SUCUMBÊNCIA. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 06/05/2014 (*) Íntegra do
Acórdão - Data de Julgamento: 15/10/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
03/12/2014

22
0040404-81.2006.8.19.0001 - EMBARGOS INFRINGENTES -1ª Ementa DES. NORMA SUELY -
Julgamento: 06/05/2014 - OITAVA CAMARA CIVEL

EMBARGOS INFRINGENTES. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL, MORAL E ESTÉTICO. ERRO


MÉDICO. NECROSE E AMPUTAÇÃO DOS DEDOS DA MÃO ESQUERDA DE RECÉM-NASCIDA.
AÇÃO PROPOSTA EM FACE DO ESTABELECIMENTO HOSPITALAR E DA OPERADORA DE PLANO
DE SAÚDE. PROCEDÊNCIA PARCIAL DO PEDIDO. CONDENADOS OS RÉUS, SOLIDARIAMENTE, AO
PAGAMENTO DE PENSÃO VITALÍCIA À MENOR NO VALOR DE 06 SALÁRIOS MÍNIMOS,
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL NO VALOR DE R$100.000,00 EM FAVOR DE CADA AUTOR,
INDENIZAÇÃO POR DANO ESTÉTICO NO VALOR DE R$100.000,00 EM FAVOR DA MENOR.
APELAÇÕES INTERPOSTAS PELOS RÉUS. PROVIMENTO PARCIAL DOS RECURSOS PARA REDUZIR
AS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAL E ESTÉTICO PARA R$50.000,00, CADA, EM FAVOR DA
MENOR, REDUZIR A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL PARA R$35.000,00 E REDUZIR A PENSÃO
MENSAL VITALÍCIA PARA 60% DO SALÁRIO MÍNIMO. VOTO VENCIDO DO RELATOR QUE
JULGAVA IMPROCEDENTE O PEDIDO EM FACE DA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE E
REDUZIA MAIS A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL EM FAVOR DOS PAIS (R$25.000,00). VOTO
VENCIDO DO VOGAL QUE REDUZIA A INDENIZAÇÃO POR DANO ESTÉTICO (R$75.000,00).
EMBARGOS INFRINGENTES OPOSTOS PELA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE PRETENDENDO
A IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. EMBARGOS INFRINGENTES OPOSTOS PELOS AUTORES
PRETENDENDO MAJORAÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANO ESTÉTICO PARA R$75.000,00.
PARECER DO DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA PELO PROVIMENTO DOS EMBARGOS DOS
AUTORES. 1 ¿ OS EMBARGOS INFRINGENTES DA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE NÃO
MERECEM SER CONHECIDOS. O julgado, por maioria, confirmou a sentença na parte que
reconheceu a responsabilidade da operadora de plano de saúde. Só cabem embargos
infringentes contra a parte do acórdão que, por maioria, reforma sentença de mérito. Art. 530,
do C.P.C. 2 ¿ EMBARGOS INFRINGENTES OPOSTOS PELOS AUTORES CONTRA A PARTE DO
JULGADO QUE REDUZIU A INDENIZAÇÃO POR DANO ESTÉTICO, PRETENDENDO SUA
MAJORAÇÃO, NOS TERMOS DO VOTO VENCIDO. INCONFROVERSA A OCORRÊNCIA DE ERRO
MÉDICO E DOS DANOS MATERIAL, MORAL E ESTÉTICO. AMPUTAÇÃO DE TODOS DEDOS DA
MÃO ESQUERDA. ALTERAÇÃO ANATÔMICA DO MEMBRO E CICATRIZ EXTENSA. QUANTUM
INDENIZATÓRIO QUE MERECE SER RESTABELECIDO ATÉ O LIMITE DO VOTO VENCIDO
(R$75.000,00). NÃO CONHECIDOS OS EMBARGOS INFRINGENTES OPOSTOS PELA OPERADORA
DE PLANO DE SAÚDE, CONHECIDOS E PROVIDOS OS EMBARGOS INFRINGENTES OPOSTOS
PELOS AUTORES. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 06/05/2014 (*)

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de


AMPUTAÇÃO DE MEMBRO:

Amputação de membro em decorrência de arremesso em composição com portas


abertas: R$ 36.000,00.

23
Paraplegia e amputação de membro inferior direito de menor: R$ 100.000,00.

Perda de um braço direito e posterior falecimento por erro médico: R$ 80.000,00.

Perda de membro inferior esquerdo de menor: R$ 69.750,00.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.


RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO. PASSAGEIRO
ARREMESSADO. COMPOSIÇÃO COM AS PORTAS ABERTAS. AMPUTAÇÃO DE MEMBRO. CASO
FORTUITO. NÃO RECONHECIMENTO. RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA
RECONHECIDA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
RAZOABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. REDIMENSIONAMENTO DA PENSÃO VITALÍCIA.
DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO
DISPOSITIVO TIDO POR MALFERIDO. SÚMULA Nº 284/STF. RECIPROCIDADE SUCUMBENCIAL.
ART. 21 DO CPC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA. SÚMULA Nº 282/STF.

1. O conhecimento do recurso especial, no que se refere à alegação da recorrente de que os


danos suportados pelo autor da demanda seriam advindos de caso fortuito (amputação de
membro superior direito e fratura da patela direita, decorrentes do fato de ter sido
arremessado por assaltantes do interior do vagão de composição que irregularmente trafegava
com as portas abertas), requer nova incursão fático-probatória, inviável, a teor da incidência
da Súmula nº 7/STJ.

2. O Superior Tribunal de Justiça, afastando a incidência da Súmula nº 7/STJ, tem reexaminado


o montante fixado pelas instâncias ordinárias a título de danos morais apenas quando irrisório
ou abusivo, circunstâncias inexistentes no presente caso, em que o valor foi arbitrado em R$
36.000,00 (trinta e seis mil reais).

3. O reexame fático-probatório dos autos impede a admissão do recurso especial tanto pela
alínea "a" quanto pela alínea "c" do permissivo constitucional.

4. Se nas razões de recurso especial não há sequer a indicação de qual dispositivo legal teria
sido malferido, com a consequente demonstração da eventual ofensa à legislação
infraconstitucional, aplica-se, por analogia, o óbice contido na Súmula nº 284 do Supremo
Tribunal Federal.

5. Ausente o prequestionamento, até mesmo de modo implícito, de dispositivo apontado


como violado no recurso especial (art. 21 do CPC), incide, por analogia, o disposto na Súmula
nº 282 do Supremo Tribunal Federal.

6. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 970.644/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 17/12/2013, DJe 14/02/2014)

24
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR AGENTE DO
ESTADO. MENOR. PARAPLEGIA E AMPUTAÇÃO DO MEMBRO INFERIOR DIREITO. DANOS
MATERIAIS. PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL. DATA DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
TERMO AD QUEM. PENSÃO VITALÍCIA. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL GARANTIDOR.
DESNECESSIDADE. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR IRRISÓRIO DADA A GRAVIDADE
DAS LESÕES. MAJORAÇÃO. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 5%
SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO.

1. Hipótese em que Willian Coelho ajuizou ação indenizatória em face da Fazenda do Estado de
São Paulo, tendo em vista que, em 11.5.1998, foi vítima de acidente automobilístico
envolvendo viatura da Polícia Militar do Estado de São Paulo conduzida por agente da ré,
causador do dano. Do referido sinistro resultaram graves e irreversíveis lesões para o
recorrente, que, entre outros gravames, sofreu paraplegia e amputação do membro inferior
direito, razão por que postula o deferimento de indenização por dano material,
consubstanciada em pensionamento mensal, bem como a majoração da indenização por dano
moral.

2. Diversamente do benefício previdenciário que o recorrente já recebe, a indenização de


cunho civil tem por objetivo não apenas o ressarcimento de ordem econômica, mas,
igualmente, o de compensar a vítima pela lesão física causada pelo ato ilícito do agente do
Estado que reduziu sua capacidade laboral em caráter definitivo, tornando-lhe mais difícil a
busca por melhores condições de remuneração no mercado de trabalho, já que não mais
poderá exercer a função anteriormente desempenhada bem assim a execução de qualquer
outra atividade laboral demandará maior sacrifício em face das sequelas permanentes, o que
há de ser compensado pelo pagamento de uma pensão mensal a ser arcada pela recorrida.
Precedentes: REsp 712.293/RJ, Rel. Ministro Castro Filho, DJ 4/12/2006 e Resp 126.798/MG,
Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, DJ de 4/2/2002.

3. Dadas as peculiaridades do caso e a atividade anteriormente exercida, é de ser fixada, em


desfavor da Fazenda estadual, pensão mensal em valor equivalente a um salário mínimo, a ser
concedido a partir do deferimento da aposentadoria por invalidez, incluindo-se as verbas
referentes ao décimo terceiro salário e às férias.

Precedente: REsp 811.193/GO, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, Quarta Turma, DJ 6/11/2006).

4. Quanto ao termo ad quem, tendo em vista ser a própria vítima quem reclama o
pensionamento, e, levando-se em conta que a sua lesão, embora parcial, é permanente,
acompanhando-o até o fim dos seus dias, a pensão deve ser vitalícia.

6. Mostra-se desnecessária a constituição de capital garantidor, tendo em vista ser a Fazenda


Pública a demandada. Entretanto, deve incluir o nome do autor em sua folha de pagamento.

7. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento de ser possível a intervenção desta Corte


para aumentar o valor indenizatório nos casos em que o quantum arbitrado pelo acórdão
recorrido se mostre irrisório, sob pena de malferir o art. 159 do CC/1916 (arts. 186 e 944 do

25
CC/2002). Precedente: REsp 819.202/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 22/9/2008.

8. O Juízo monocrático, atento aos fatos da causa, fixou o valor da indenização por dano moral
em R$ 100.000,00 (cem mil reais), com correção monetária a partir de sua fixação naquela
instância e juros de mora de 6% (seis por cento) ao ano, a fluir desde a data do fato, nos
termos do art. 962 do Código Civil, patamar que reputo razoável, pois, embora não sirva para
reparar de todo o dano, é meio idôneo para minorar a dor e o sofrimento suportado pela
vítima, bem como servir de medida educativa para o agente causador do infortúnio.

9. Não assiste razão ao recorrente quanto à alegada violação do art.

1.548 do Código Civil de 1916, afinal, como bem considerou o Juízo monocrático, a verba de
dote não é cabível na hipótese dos autos, porquanto era devida exclusivamente em favor da
mulher em condições de se casar.

10. Considerando-se a sucumbência mínima da parte autora, deve a Fazenda estadual arcar
com a totalidade do pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, ora fixados
em 5% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil.

11. Recurso especial parcialmente provido.

(REsp 1168831/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em


02/09/2010, DJe 13/09/2010)

PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.


RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO
MORAL. REVISÃO DO QUANTUM. IMPOSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PERCENTUAL. ART.
20, § 4º, DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.

1. Versam os autos sobre ação de indenização ajuizada em face da União pelos danos moral e
material sofridos pelo genitor dos agravados, com base na responsabilidade civil do estado, em
razão de tratamento médico inadequado, que culminou com a perda do seu braço direito e
posterior falecimento. O evento danoso aconteceu em 24 de junho de 1979, tendo a ação de
ressarcimento sido ajuizada em 1982 e julgada em 2002, perdurando o sofrimento por 20
(vinte) anos. O juízo a quo julgou parcialmente procedente o pleito, condenando a ré ao
pagamento da reparação por danos morais no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a ser
repartido entre os sucessores da vítima e excluindo o dano material em razão da morte da
vítima. Dessa decisão, a União apresentou recurso apelatório que não foi provido, mantendo-
se os termos da sentença. Em sede de embargos, foi alterado o termo inicial dos juros mora
para a data da citação. No recurso especial, alegou-se o malferimento dos arts. 535, II, e 20, §
4º, do CPC; 1.533 do CC; 5º, incisos LIV e LV, e art. 93, inciso IX, da CF/88. O TRF da 2ª Região
negou seguimento ao apelo extremado por esbarrar em óbices sumulares: a) relativamente à
ofensa aos dispositivos constitucionais, incidência do verbete de n. 126/STJ;

26
b) no que se refere a fixação dos honorários, aplica-se o teor dos enunciados 389/STF e 7/STJ;
e c) por fim, a revisão do quantum indenizatório demandaria reexame de prova (enunciado
7/STJ). O agravo de instrumento lastreou-se no equívoco da aplicação da Súmula 126/STJ, pois
foram interpostos tanto recurso especial quanto recurso extraordinário, além de apontar a
desnecessidade do reexame de provas a fim de verificar o desacerto na fixação dos honorários
advocatícios. Indeferimento do recurso em decisão monocrática desta relatoria por esbarrar
em óbice sumular desta Corte.

2. O decisum atacado destacou a jurisprudência assente desta Corte no sentido de que a


revisão do valor indenizatório constitui uma excepcionalidade restrita aos casos em que a
importância fixada seja exorbitante ou insignificante, em clara ofensa aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Diante das circunstâncias existentes, ou seja, em razão
do flagrante descaso no trato com a vítima que não recebeu os cuidados adequados, o que
levou à amputação do membro superior e até com o "falecimento precoce da vítima, haja vista
ter indubitavelmente debilitado ainda mais o paciente já portador de diabetes", dentre outros
elementos, revelam inexistir desproporcionalidade no quantum indenizatório, que se mostra
em conformidade com a lesão sofrida.

3. Em relação à divergência jurisprudencial, na espécie, a indenização não se apresenta


desmesurada, haja vista que resultante de um tratamento inadequado recebido pelo de cujus.
Em casos análogos, esta Corte manteve os valores arbitrados pela instância de origem ao
apreciar os contornos fáticos dos autos, haja vista não evidenciarem desproporcionalidade ou
fixação desmesurada e por demandarem reexame do substrato probatório. Dissenso
interpretativo não-configurado.

4. Não se mostra viável, nesta instância especial, aferir a existência ou não de uma maior ou
menor complexidade na demanda, até mesmo em razão do longo tempo de tramitação do
feito - 20 (vinte) anos. Incidência da Súmula nº 07/STJ.

5. Agravo regimental não-provido.

(AgRg no Ag 834.609/RJ, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em


18/03/2008, DJe 09/04/2008)

PROCESSUAL CIVIL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. PERDA DE MEMBRO. RESPONSABILIDADE


DO ESTADO. DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. EXORBITÂNCIA. AUSÊNCIA. JUROS
MORATÓRIOS. SÚMULA 54/STJ.

1. O Superior Tribunal de Justiça admite rever o valor fixado pela Corte de origem a título de
indenização por danos morais apenas excepcionalmente, ou seja, nos casos em que é
manifestamente excessivo ou irrisório.

2. Não é desarrazoada a concessão de indenização a titulo de dano moral no montante de R$


69.750.00 (sessenta e nove mil e setecentos e cinquenta reais) a uma pessoa que, desde o
início de sua vida (a vítima contava com 7 anos de idade à época do acidente em 1989) carrega
sequelas graves e sofrimento em decorrência da perda de membro inferior esquerdo.

27
3. De acordo com a Súmula 54/STJ, o termo a quo da incidência de juros de mora em
condenações por danos morais dá-se por ocasião do evento danoso.

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 123.239/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
27/03/2012, DJe 23/04/2012)

ACIDENTE EM TRANSPORTE COLETIVO

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ACIDENTE
NO INTERIOR DE COLETIVO QUE GEROU QUEDA E LESÕES AO USUÁRIO: R$4.000,00 a
R$6.000,00.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. QUEDA DO PASSAGEIRO NO


INTERIOR DO COLETIVO. DANO MORAL CONFIGURADO. - Autor que se encontra na condição
de passageiro no interior do coletivo de propriedade da ré, quando o veículo colidiu na traseira
de outro coletivo, e em decorrência do evento, sofreu lesões no joelho esquerdo. - Boletim
médico que concluiu que o autor suportou uma incapacidade total e temporária por dois dias.
- Sentença que arbitrou a condenação em danos morais no valor de R$ 4.000,00. - Quantum
indenizatório que se coaduna com os princípios norteadores do instituto da reparação civil e
ao grau de reprovabilidade da conduta da parte ré. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. RECURSO A
QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NOS TERMOS DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC. Decisão
Monocrática - Data de Julgamento: 16/04/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
13/05/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 24/06/2015 (*)

0001859-02.2012.8.19.0204 - APELACAO -1ª Ementa DES. SANDRA CARDINALI - Julgamento:


07/01/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E


ESTÉTICOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RECURSO EXCLUSIVO DA EMPRESA RÉ. PASSAGEIRA DO
COLETIVO QUE SOFRE LESÕES NA FACE E JOELHO. INCAPACIDADE TOTAL TEMPORÁRIA POR
TRÊS DIAS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DO CDC. AUSÊNCIA DE
PROVA DE EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE. PROVA DO NEXO DE CAUSALIDADE POR
MEIO DE JUNTADA DE BOLETIM DE OCORRÊNCIA, ATESTADO MÉDICO, LAUDO DO HOSPITAL, E
PELA PROVA PERICIAL, QUE ATESTOU A OCORRÊNCIA DAS LESÕES. DEVER DE INDENIZAR.
DANOS MATERIAIS. AUTORA REGULARMENTE EMPREGADA À ÉPOCA DOS FATOS, QUE OBTEVE
ATESTADO MÉDICO, NÃO TENDO DEMONSTRADO QUALQUER REDUÇÃO DE RENDIMENTOS
NO PERÍODO DE INCAPACIDADE. AUSÊNCIA DE PROVA DOS ALEGADOS DANOS MATERIAIS.

28
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO QUE SE RECONHECE. DANO MORAL IN RE IPSA. VERBA
ARBITRADA EM R$ 6.000,00 QUE NÃO MERECE REDUÇÃO. AUTORA QUE DEU ENTRADA EM
HOSPITAL PÚBLICO, PARA REALIZAÇÃO DE SUTURA COM CINCO PONTOS NO SUPERCILHO
ESQUERDO. VERBA QUE ATENDE ÀS PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO, AOS PRINCÍPIOS
DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE, E AOS PARÂMETROS DESTA CORTE.
PRECEDENTES. JUROS MORATÓRIOS SOBRE A VERBA INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS
ADEQUADAMENTE FIXADOS DESDE A CITAÇÃO, POR SER A RELAÇÃO ENTRE AS PARTES DE
NATUREZA CONTRATUAL. PRETENSÃO DE COMPENSAÇÃO DE EVENTUAIS VALORES RECEBIDOS
PELA AUTORA A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT QUE SE RECHAÇA. AUSÊNCIA DE
FORMULAÇÃO DE PEDIDO CONTRAPOSTO, TAMPOUCO HAVENDO PROVA DO RECEBIMENTO
DA INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA PELA DEMANDANTE. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA
IDENTIFICADA, DIANTE DA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E ESTÉTICOS. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO, NA FORMA DO ART. 557, § 1°-
A DO CPC. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 07/01/2015 (*)

0268942-83.2009.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. JUAREZ FOLHES - Julgamento:


09/08/2013 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

Apelação Cível. Ação de indenização ajuizada pelo rito sumário. Acidente envolvendo coletivo
em que estava a autora, sendo certo que esta pretende a condenação da concessionária ao
pagamento de danos materiais e morais. Ré que sustenta que a autora se absteve de
comprovar a sua qualidade de passageira, bem assim que inexistem provas do dano e do nexo
causal. Laudo pericial afirmando a existência de nexo causal e que a autora ficou afastada de
suas funções pelo prazo de três dias. Prova documental, consistente do Registro de Ocorrência
policial, em que o preposto da ré, motorista do coletivo, informa que a autora sofreu queda no
interior do ônibus diante de uma freada brusca do mesmo. Sentença que julgou parcialmente
os pedidos para condenar a ré ao pagamento de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) pelos danos
morais, corrigidos monetariamente a contar do julgado, e acrescidos de juros de 1% ao mês a
contar do evento danoso. Condenou-a, ainda, ao reembolso das despesas processuais
adiantadas pela autora, acrescidas de juros e correção monetária a contar do desembolso,
pagamento das eventuais despesas processuais e honorários advocatícios fixados em 20%
sobre o valor da condenação. Inconformismo da ré, pretendendo a reforma do julgado para
exclusão ou diminuição do quantum dos danos morais, bem assim a compensação destes com
os valores recebidos a título de DPVAT. Pretende, por fim, a fixação dos juros a contar da
citação e o reconhecimento da sucumbência recíproca. Danos morais in re ipsa, considerando
a responsabilidade das concessionárias de serviços públicos (art. 37,§6º da CRFB e 14 do CDC),
sendo certo que os danos morais exsurgem da própria conduta ofensiva. Quantum fixado
(quatro mil reais) em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, assim
como às peculiaridades do caso concreto, mormente levando-se em conta os transtornos e
constrangimentos ocasionados pela queda da autora do interior do coletivo. Pleito de
compensação dos danos morais com o seguro DPVAT que não merece prosperar, vez que não
há comprovação de que a autora tenha recebido tais valores, além de serem verbas de
natureza distinta. Sucumbência recíproca de deve ser reconhecida, nos termos do artigo 21, do
CPC, eis que ¿Havendo pedido de indenizaçao por danos morais e por danos materiais, o

29
acolhimento de um deles, com a rejeiçao do outro, configura sucumbência recíproca¿ (STJ ¿ 2ª
Seção ED no Resp 319.124, DJU 17/12/04; STJ 3ª Turma REsp 255.998) Recurso a que se dá
parcial provimento na forma do §1º-A do art. 557 do CPC Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 09/08/2013 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 25/09/2013 (*)

Lesão leve: RS 1.000,00.

0200919-17.2011.8.19.0001 - APELACAO 1ª Ementa DES. MARIA LUIZA CARVALHO -


Julgamento: 04/08/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DENTRO DE TRANSPORTE COLETIVO.


FECHAMENTO DE PORTAS SEM SINALIZAÇÃO SONORA. LESÃO CORPORAL LEVE.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICO. Agravo retido
conhecido e desprovido. Indeferimento de oitiva de testemunha que se afigura irrelevante
para o deslinde da causa. Violação à ampla defesa não configurada. O transportador responde
pelos danos causados às pessoas transportadas, salvo motivo de força maior, nos termos da
norma do art. 734 do Código Civil, sendo ainda aplicáveis as normas do Diploma Consumerista,
em especial a que consagra a responsabilidade objetiva do fornecedor. Incontroversa a
condição da passageira, que teve sua mão imprensada pelo fechamento das portas sem a
devida sinalização. Fratura do dedo mínimo da mão direita. Ofensa à cláusula de incolumidade
nos contratos de transporte. Tumulto no embarque e desembarque de passageiros que
caracteriza fortuito interno e, por isso, não afasta o dever de indenizar. Prove pericial.
Incapacidade total e temporária genérica de 100% por 30 dias. Aplicação da Súmula nº 215
desta Corte: "A falta de prova da renda auferida pela vítima antes do evento danoso não
impede o reconhecimento do direito a pensionamento, adotando-se como parâmetro um
salário mínimo mensal". Quanto ao pensionamento vitalício, não é devido, vez que a autora
pode exercer suas atividades normalmente, não tendo sido afetada a sua capacidade
laborativa, pois não possui atividade profissional que exija movimentos precisos do dedo
mínimo. Danos morais configurados, merecendo a quantia indenizatória ser reduzida a R$
5.000,00. Dano estético em grau mínimo. Cumulação de indenização. Possibilidade. Súmula
387 do STJ. Arbitramento em montante de R$ 1.000,00. Termo inicial dos juros de mora que
corresponde à data da citação, enquanto a correção monetária flui a partir do arbitramento.
Art. 557, §1º-A do CPC. PROVIMENTO PARCIAL AOS RECURSOS. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 04/08/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 14/10/2015 (*

Lesão mais grave (caso de fratura de clavícula que evoluiu para peritendinite):

R$ 80.000,00.

30
0045855-58.2009.8.19.0203 - APELACAO -1ª Ementa DES. SANDRA CARDINALI - Julgamento:
21/05/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E


ESTÉTICOS. ACIDENTE SOFRIDO POR PASSAGEIRA NO INTERIOR DE COLETIVO, EM
DECORRÊNCIA DE FREADA BRUSCA DO CONDUTOR. AUTORA QUE SOFRE FRATURA DE
CLAVÍCULA. LESÃO QUE EVOLUI PARA PERITENDINITE. PERÍCIA QUE ATESTA A INCAPACIDADE
TOTAL PERMANENTE DE 75%. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA RÉ. CLÁUSULA DE
INCOLUMIDADE. AUTORA QUE COMPROVA SATISFATORIAMENTE SUA CONDIÇÃO DE
PASSAGEIRA, POR MEIO DE PROVA DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL. LAUDO PERICIAL QUE
INDICA A EXISTÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O EVENTO E AS LESÕES
APRESENTADAS. DEVER DE INDENIZAR. CÁLCULO DA INDENIZAÇÃO QUE DEVERÁ OBSERVAR,
CONTUDO, A EXISTÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO DA AUTORA PARA O AGRAVAMENTO DAS
LESÕES. DEMANDANTE QUE RETORNOU AO TRABALHO SEM ALTA MÉDICA, PREJUDICANDO O
TRATAMENTO. CULPA CONCORRENTE RECONHECIDA, INCIDINDO SOBRE AS VERBAS
INDENIZATÓRIAS FIXADAS, DESCONTO DE 30% (TRINTA POR CENTO). DANOS MATERIAIS.
VERBAS FIXADAS NA SENTENÇA QUE DEVEM SER RESSARCIDAS À AUTORA. PENSIONAMENTO
CORRETAMENTE FIXADO. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ART. 950 E
PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO CIVIL. DANO ESTÉTICO RECONHECIDO EM GRAU MÍNIMO.
VERBA INDENIZATÓRIA REUZIDA DE R$ 30.000,00 PARA R$ 20.000,00, SOBRE OS QUAIS AINDA
SE DETERMINA O DESCONTO DE 30% PELA CULPA CONCORRETE DA AUTORA. DANOS MORAIS
INDENIZÁVEIS. VERBA QUE IGUALMENTE SE REDUZ DE R$ 200.000,00 PARA R$ 80.000,00,
SOBRE OS QUAIS IGUALMENTE SE DESCONTARÃO 30% RELATIVOS À CULPA CONCORRENTE DA
DEMANDANTE. PRETENSÃO DE COMPENSAÇÃO DE EVENTUAIS VALORES RECEBIDOS PELO
AUTOR A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT QUE SE RECHAÇA. AUSÊNCIA DE
FORMULAÇÃO DE PEDIDO CONTRAPOSTO ESPECÍFICO, TAMPOUCO HAVENDO PROVA DO
RECEBIMENTO DA INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA PELA AUTORA. VERBAS SUCUMBENCIAIS
ADEQUADAMENTE FIXADAS NA SENTENÇA. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 21/05/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de


Julgamento: 11/06/2015

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de ACIDENTE
NO INTERIOR DE COLETIVO QUE GEROU QUEDA E LESÕES AO USUÁRIO: R$4.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO


EM RECURSO ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DE PONTO FACULTATIVO EM SEDE DE AGRAVO
REGIMENTAL. POSSIBILIDADE. ACIDENTE DE TRÂNSITO.TRANSPORTE COLETIVO. CULPA DO
PREPOSTO. NEXO DE CAUSALIDADE COMPROVADO. SÚMULA N.7/STJ. RESPONSABILIDADE
DA EMPRESA CONCESSIONÁRIA. DANO MORAL. VALOR INDENIZATÓRIO. SÚMULA N.7/STJ.

31
1. É possível, em agravo regimental, a comprovação da tempestividade do recurso especial em
decorrência de feriado local ou de suspensão de expediente forense no Tribunal de origem.

2. É objetiva a responsabilidade da empresa concessionária de transporte coletivo pelos danos


causados pelo preposto.

3. Aplica-se a Súmula n. 7 do STJ quando o acolhimento da tese defendida no recurso especial


reclamar a análise dos elementos probatórios produzidos ao longo da demanda.

4. A revisão de indenização por danos morais só é viável em recurso especial quando o valor
fixado nas instâncias locais for exorbitante ou ínfimo. Salvo essas hipóteses, incide a Súmula n.
7 do STJ, impedindo o conhecimento do recurso.

5. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 412.464/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 24/11/2015, DJe 27/11/2015)

Obs.: Danos morais: R$ 4.000,00.

Idosa
Com lesões físicas graves, hospitalizada por longo período, além de cirurgia: R$ 23.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. 1. PROVA DO DANO CAUSADO. QUEDA SOFRIDA AO
DESCER DO ÔNIBUS CAUSADA PELO MOTORISTA DA EMPRESA. 2. NEXO CAUSAL.
DEVIDAMENTE COMPROVADO. 3. DANO MORAL. VALOR RAZOÁVEL. REDUÇÃO.
NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. 4. JUROS DE MORA A PARTIR DA
CITAÇÃO. SÚMULA N. 83/STJ. 5. AGRAVO IMPROVIDO.

1. No presente caso, houve prova efetiva do dano causado, pois a agravada, pessoa idosa,
sofreu lesões físicas graves, permanecendo hospitalizada por longo período (mais de dois
meses), tendo sofrido fraturas e sido submetida à intervenção cirúrgica (e-STJ, fl. 135), em
razão da queda sofrida ao descer do ônibus causada pelo motorista da empresa.

2. Em relação ao nexo causal, as instâncias ordinárias concluíram, a partir das provas dos
autos, estar devidamente comprovado.

3. O valor arbitrado na origem a título de reparação moral - R$ 23.000,00 (vinte e três mil
reais) - respeita os parâmetros de proporcionalidade e de razoabilidade, sendo, portanto,
caso de aplicação do enunciado n. 7 da Súmula desta Corte Superior.

4. Consoante a orientação jurisprudencial assente nesta Casa, em caso de responsabilidade


contratual, os juros de mora devem ser computados a partir da citação.

32
5. Agravo regimental improvido.

(AgRg nos EDcl no AREsp 693.899/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 03/02/2016)

Fratura de tíbia direita com perda real de uso do membro inferior direito em 10%: R$
12.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE AFRONTA AO


ART. 535 DO CPC. ACIDENTE DE TRÂNSITO. LESÃO. DANO MORAL. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. PRETENSÃO DE REDUÇÃO. RAZOABILIDADE. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. Não se constata a alegada violação ao art. 535 do CPC, na medida em que a eg. Corte de
origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas. De fato, inexiste
omissão, contradição ou obscuridade no aresto recorrido, porquanto o Tribunal local,
malgrado não ter acolhido os argumentos suscitados pela parte recorrente, manifestou-se
expressamente acerca dos temas necessários à integral solução da lide.

2. O valor estabelecido a título de dano moral pelas instâncias ordinárias pode ser revisto nas
hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso, em que a indenização
fixada em R$ 12.000,00 (doze mil reais) revela-se consentânea com o grau das lesões sofridas
no acidente de trânsito (fratura de tíbia direita com perda real de uso do membro inferior
direito em 10%).

3. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 682.219/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
28/04/2015, DJe 19/05/2015)

Incapacidade permanente: R$ 30.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO
MATERIAL E MORAL - QUEDA DE PASSAGEIRA NO INTERIOR. DE COLETIVO POR CONTA DE
FRENAGEM BRUSCA E REPENTINA - COMPROVAÇÃO DE LESÃO FÍSICA DE CARÁTER
PERMANENTE QUE INCAPACITOU A PASSAGEIRA DE EXERCER A SUA ATIVIDADE
PROFISSIONAL REMUNERADA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO
RECLAMO.INSURGÊNCIA DA RÉ.

1. A indenização por danos morais, fixada em quantum sintonizado ao princípio da


razoabilidade, não enseja a possibilidade de interposição do recurso especial, dada a

33
necessidade de exame de elementos de ordem fática, cabendo sua revisão apenas em casos
de manifesta excessividade ou irrisoriedade do valor arbitrado.

Incidência da Súmula n. 7/STJ.

2. A divergência jurisprudencial invocada restou prejudicada porque os acórdãos, ao tratarem


dos valores indenizatórios, serão sempre distintos em seu aspecto subjetivo, revestidos que
são pelas peculiaridades de cada caso.

3. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 764.254/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
16/02/2016, DJe 23/02/2016)

Indenização por dano moral: R$ 36.200,00 (trinta e seis mil e duzentos reais).

Autor paraplégico: R$ 200.000,00.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E


ESTÉTICOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO QUE DEIXOU O AUTOR PARAPLÉGICO. EMPRESA DE
TRANSPORTE CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO.
INEXISTÊNCIA. MAJORAÇÃO DO VALOR DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS E
ESTÉTICOS. CABIMENTO. PENSIONAMENTO MENSAL. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA.
ART. 950, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC. DESCABIMENTO, NO CASO. NECESSIDADE DA
CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. SÚMULA 313/STJ. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. DATA DA
CITAÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL APENAS DO RECURSO DO AUTOR.

1. Consoante dispõe o art. 535 do CPC destinam-se os embargos de declaração a expungir do


julgado eventuais omissão, obscuridade ou contradição, não se caracterizando via própria ao
rejulgamento da causa.

2. O dano moral decorrente da perda de parente, em regra, traduz-se em abrandamento da


dor emocional sofrida pela parte, mas que tende a se diluir com o passar do tempo. Já nas
hipóteses de amputação de membros, paraplegias ou tetraplegias, a própria vítima é quem
sofre pessoalmente com as agruras decorrentes do ato ilícito praticado, cujas consequências
se estenderão por todos os dias da sua vida. No presente caso, entre outras circunstâncias, o
fato de o autor ter ficado paraplégico quando tinha apenas 20 (vinte) anos de idade, no auge
de sua juventude, recomenda a majoração do valor da indenização por danos morais para R$
200.000,00 (duzentos mil reais) e dos danos estéticos para R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

3. A regra prevista no art. 950, parágrafo único, do CC, que permite o pagamento da pensão
mensal de uma só vez, não deve ser interpretada como direito absoluto da parte, podendo o
magistrado avaliar, em cada caso concreto, sobre a conveniência de sua aplicação, a fim de
evitar, de um lado, que a satisfação do crédito do beneficiário fique ameaçada e, de outro, que
haja risco de o devedor ser levado à ruína. Na espécie, a fim de assegurar o efetivo pagamento

34
das prestações mensais estipuladas, faz-se necessária a constituição de capital ou caução
fidejussória para esse fim, nos termos da Súmula 313 deste Tribunal.

4. Nos casos de responsabilidade contratual, o termo inicial para a incidência dos juros de
mora é a data da citação.

5. Recurso especial do autor provido parcialmente e desprovido o recurso da ré.

(REsp 1349968/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
14/04/2015, DJe 04/05/2015)

ACIDENTE EM TRANSPORTE FERROVIÁRIO

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em virtude de acidente em
transporte férreo: R$ 18.000,00.

Em estação de trem: R$ 5.000,00.

Atropelamento em linha férrea: R$ 40.000,00 para pai da vítima e R$ 25.000,00 para irmã.

Queda de passageiro: R$ 50.000,00.

Vítima que foi lançada para fora da composição férrea, ficando em coma e se submetendo a
cirurgias e tratamentos penosos, com o afastamento de suas atividades habituais: R$
90.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ACIDENTE COM PASSAGEIRO EM PLATAFORMA DE
COMPOSIÇÃO DE TREM. DANO MORAL. VALOR ARBITRADO. MANUTENÇÃO. EXORBITÂNCIA.
NÃO CONFIGURAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. O entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça é de que o valor estabelecido


pelas instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto nas
hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso.

2. Não se mostra desproporcional a fixação em R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) a título de


reparação moral em virtude de lesões causadas ao autor em decorrência de acidente em
plataforma de composição férrea. O eg. Tribunal de origem agiu de acordo com os patamares
estabelecidos pelo Superior Tribunal de Justiça e com as peculiaridades da espécie, não se
mostrando exorbitante ou desproporcional o quantum indenizatório arbitrado na origem.

35
3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 766.873/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
15/12/2015, DJe 01/02/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


ACIDENTE EM PLATAFORMA DA ESTAÇÃO DE TREM. DANOS MATERIAIS E MORAIS
CONFIGURADOS. CULPA EXCLUSIVA DE TERCEIRO NÃO DEMONSTRADA. REVISÃO. MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO. VALOR RAZOÁVEL.
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS DA
DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 284/STF. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. A Corte de origem, mediante o exame dos elementos informativos da demanda, entendeu


pela configuração da responsabilidade civil da concessionária de transporte ferroviário em
razão do acidente que vitimou a usuária do serviço no momento em que esta adentrava o
vagão do trem. Infirmar as conclusões do julgado, para afastar a responsabilidade da empresa
ferroviária e reconhecer a culpa exclusiva de terceiro, demandaria o revolvimento do suporte
fático-probatório dos autos, o que encontra vedação na Súmula 7 do Superior Tribunal de
Justiça.

2. O entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça é de que o valor estabelecido


pelas instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto nas
hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso.

3. No caso vertente, entende-se que o valor da indenização por danos morais, arbitrado em R$
5.000,00 (cinco mil reais), não é exorbitante nem desproporcional aos danos sofridos pela
parte agravada, que, além da lesão corporal, ficou afastada das suas atividades habituais.

4. As razões apresentadas no presente agravo regimental encontram-se dissociadas do que foi


decidido na decisão monocrática, circunstância que caracteriza deficiência na fundamentação
do recurso especial e atrai, por analogia, o óbice da Súmula 284 do eg.

Supremo Tribunal Federal.

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 799.187/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
17/03/2016, DJe 13/04/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


ATROPELAMENTO EM VIA FÉRREA. FALECIMENTO DA VÍTIMA. CULPA DA CONCESSIONÁRIA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 37, § 6.º, CF. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL NÃO
ATACADO POR MEIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SÚMULA 126/STJ. CULPA EXCLUSIVA DA
VÍTIMA. NÃO CONFIGURAÇÃO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DA

36
CAUSA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. PENSIONAMENTO. JURISPRUDÊNCIA. SÚMULA
83/STJ. DANOS MORAIS. R$ 40.000,00 PARA COMPENSAR O PAI DA VÍTIMA. R$ 25.000,00
PARA COMPENSAR A IRMÃ DO FALECIDO. VALOR NÃO EXCESSIVO. REVOLVIMENTO DO
PATAMAR FIXADO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO
MONOCRÁTICA. PARADIGMA. INAPTIDÃO. NÃO INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL TIDO POR
INTERPRETADO DE FORMA DIVERGENTE POR OUTRO TRIBUNAL. SÚMULA 284/STF. AUSÊNCIA
DE COTEJO ANALÍTICO. AGRAVO DESPROVIDO.

(AgRg no AREsp 734.752/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 07/04/2016, DJe 12/04/2016)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRANSPORTE FERROVIÁRIO. QUEDA


DE PASSAGEIRO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE NÃO
COMPROVADA. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
REVISÃO. VALOR RAZOÁVEL.

1. Inviável a análise do recurso especial quando dependente de reexame de matéria fática da


lide (Súmula 7 do STJ).

2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça admite, excepcionalmente, em recurso


especial, o reexame do valor fixado a título de danos morais, quando ínfimo ou exagerado.
Hipótese, todavia, em que a verba indenizatória, consideradas as circunstâncias de fato da
causa, foi estabelecida pela instância ordinária em conformidade com os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 696.128/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 09/06/2015, DJe 16/06/2015)

Danos morais: R$ 50.000,00.

Danos estéticos: R$ 8.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE FERROVIÁRIO. COLISÃO


DE TRENS. VÍTIMA QUE FOI LANÇADA PARA FORA DA COMPOSIÇÃO FÉRREA. CONDIÇÃO DE
PASSAGEIRO DEMONSTRADA. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. DANOS MORAIS. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. VALOR RAZOÁVEL. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. Nos termos da orientação jurisprudencial desta Corte Superior, "como destinatário final da
prova, cabe ao magistrado, respeitando os limites adotados pelo Código de Processo Civil, a
interpretação da produção probatória, necessária à formação do seu convencimento" (AgRg
no AREsp 723.446/RJ, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
20/8/2015, DJe de 26/8/2015).

37
2. A Corte de origem, mediante o exame dos elementos informativos da demanda, entendeu
que ficou comprovada a condição de passageiro do agravado. Infirmar as conclusões do
julgado demandaria o revolvimento do suporte fático-probatório dos autos, o que encontra
vedação na Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça.

3. A orientação pacificada no Superior Tribunal de Justiça é de que o valor estabelecido pelas


instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto tão somente
nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso. Desse modo, a fixação da
indenização em R$ 90.000, 00 (noventa mil reais) a título de reparação moral nem é
exorbitante nem desproporcional aos danos sofridos pelo agravado, que, conforme assentado
pelas instâncias ordinárias, foi arremessado para fora do trem, ficando em coma e tendo que
se submeter a cirurgias e tratamentos penosos, com o afastamento, ainda, de suas atividades
habituais.

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 727.800/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
01/12/2015, DJe 16/12/2015)

TJRJ

Queda de filho em trem trafegando com portas abertas com resultado morte: R$ 50.000,00.

Braço preso na porta pelo brusco fechamento: R$ 3.152,00.

Abertura inesperada da porta e lançamento para fora do trem e lesões na face: R$


30.000,00.

Queda de passageiro que trafegava em trem com portas abertas e amputação da perna
direita: R$ 80.000,00.

0271196-92.2010.8.19.0001 – APELACAO DES. SERGIO NOGUEIRA DE AZEREDO - Julgamento:


27/07/2015 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVOS INTERNOS EM APELAÇÃO CÍVEL. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE PROVEU O APELO DA


1ª AGRAVANTE E NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO DA 2º AGRAVANTE, ASSIM EMENTADA:
"Apelações Cíveis. Rito Sumário. Ação Indenizatória. Relação de Consumo. Competência da
Câmara Especializada. Concessionária de transporte ferroviário. Responsabilidade objetiva.
Serviço público essencial que deve ser prestado com qualidade e segurança. Composição
trafegando com portas abertas. Queda de passageiro do vagão com resultado morte. Falha
operacional evidenciada. Não demonstração de quaisquer das excludentes previstas no art. 14,
§3º, do CDC. Dever de indenizar. Dano material. Autora idosa, solteira e de origem humilde.
Falecido filho que contava com 28 anos de idade. Dependência econômica presumida. Direito
ao pensionamento, com valor correspondente a 1/3 (um terço) do salário mínimo e termo a

38
quo no momento do óbito, até a data em que o falecido completaria 74 anos. Constituição de
capital, de acordo com o art. 475-Q do CPC e Súmula nº 313 do STJ. Dano moral. Evento
danoso ocorrido no ano de 1990. Demanda ajuizada próximo ao termo final da prescrição
vintenária. Verba arbitrada pelo Magistrado de piso em R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Cifra
aquém do razoável e proporcional para a hipótese, mesmo considerados os efeitos
arrefecedores do tempo. Majoração ao patamar de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em
observância aos vetores preventivo-pedagógico e punitivo-reparador que informam a espécie
indenizatória. Precedentes do STJ e desta Egrégia Corte de Justiça. Procedência total dos
pedidos. Sucumbência integral pela concessionária/Ré. Reforma parcial da sentença.
Provimento ao 1º recurso, na forma do art. 557, §1º-A, do CPC. Negativa de seguimento ao 2º
Apelo, com fundamento no art. 557, caput, do CPC." INEXISTÊNCIA DE NOVO ARGUMENTO
CAPAZ DE ALTERAR O JULGADO RELATORIAL. DESPROVIMENTO DOS AGRAVOS INTERNOS.

0033474-16.2012.8.19.0202 – APELACAO JDS. DES. FABIO UCHOA - Julgamento: 30/03/2016


- VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RITO SUMÁRIO. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO.


ACIDENTE EM TREM ADMINISTRADO PELA CONCESSIONÁRIA SUPERVIA. AUTORA QUE TEVE O
BRAÇO PRESO NA PORTA POR OCASIÃO DO BRUSCO FECHAMENTO DA COMPOSIÇÃO. APELO
DO RÉU ALEGANDO CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. CONDIÇÃO DE PASSAGEIRO DA AUTORA
COMPROVADO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL IN RE IPSA. LAUDO PERICIAL
QUE REVELA INCAPACIDADE LABORAL DA AUTORA POR CINCO DIAS. DANO MORAL FIXADO
EM 4 SALÁRIOS MÍNIMOS, OU SEJA, R$3.152,00 QUE DEVE SER MANTIDO, POSTO QUE EM
CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO A
QUE SE NEGA PROVIMENTO.

0230221-23.2013.8.19.0001 - APELACAO

JDS. DES. ISABELA PESSANHA CHAGAS - Julgamento: 12/02/2016 - VIGESIMA QUINTA CAMARA
CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PARCIAL
PROVIMENTO AO RECURSO DA RÉ PARA JULGAR IMPROCEDENTE O DANO ESTÉTICO E PARCIAL
PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR PARA MAJORAR OS DANOS MORAIS PARA R$
30.000,00, MANTENDO OS DEMAIS TERMOS DA SENTENÇA. INEXISTÊNCIA DE ARGUMENTO
NOVO CAPAZ DE ALTERAR A DECISÃO ATACADA, NOS SEGUINTES TERMOS: Apelação Cível.
Ação de Responsabilidade Civil. Trata-se de ação na qual alega o autor que no dia 24/05/2012,
às 06:30 horas, se encontrava na composição férrea administrada pela concessionária ré e que,
por estar superlotada, acabou ficando de frente para a porta do trem. Alega que, enquanto a
composição circulava entre as estações de Imbariê-RJ e Parada Morabi - RJ, a porta se abriu
inesperadamente, o lançando para fora do trem, batendo com a face nos trilhos da ferrovia.
Afirma que foi socorrido pelos outros passageiros e que passou por procedimento cirúrgico.
Sustenta que sofreu gravíssimas lesões em sua boca, com a perda de vários dentes,

39
afundamento do osso face nasal e lesões pelo corpo, afetando diretamente sua imagem.
Inicialmente verifico não restarem dúvidas de que o autor se encontrava na condição de
passageiro da empresa ré. Nesse mesmo sentido não restam dúvidas quanto a ocorrência do
acidente, sendo que o mesmo restou incontroverso nos autos. Em que pese as alegações
recursais da ré, verifica-se que a mesma não logrou êxito em comprovar que a culpa pelo
acidente ocorreu por culpa exclusiva da vítima, o que excluiria o seu dever de indenizar. Danos
morais configurados que merecem ser majorados para R$ 30.000,00. Danos estéticos não
comprovados. Termo inicial para contagem dos juros a partir da data do evento. Recursos
conhecidos e providos parcialmente.

0179436-96.2009.8.19.0001 – APELACAO DES. DENISE NICOLL SIMOES - Julgamento:


07/04/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. RECURSO INTERPOSTO COM FUNDAMENTO NO CPC/73. TRANSPORTE


FERROVIÁRIO. QUEDA DE PASSAGEIRO QUE TRAFEGAVA EM TREM COM PORTAS ABERTAS.
AMPUTAÇÃO DA PERNA DIREITA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE
SERVIÇO PÚBLICO. Afigura-se nos autos questão relativa à responsabilidade civil por acidente
em composição de trem, sendo a Ré concessionária de serviço público. Cinge-se a controvérsia
acerca da forma como o acidente ocorreu bem como eventuais valores devidos pela
Concessionária e sua Seguradora no caso de ser reconhecida sua responsabilidade. No que
tange a conduta que levou ao evento danoso, verifica-se que a Ré não nega os fatos,
admitindo que o Autor foi atropelado por composição férrea, alegando fato exclusivo da
vítima. No entanto, não comprova a Ré que o Autor tentou efetuar a suposta transferência
entre as plataformas da estação, por trás de uma composição, como alega. Na verdade, pela
prova dos autos, o que se conclui é que a composição estava próxima da estação Comendador
Soares, não havendo motivo para que o Autor fizesse a transferência de tal maneira. Ademais,
indicou-se que as portas do lado direito do trem abriram indevidamente na referida estação.
Note-se que apesar afirmar que as portas das composições não transitam abertas desde 2007,
a Ré não demonstrou existência de mecanismos que impedissem a abertura indevida das
portas ou de avisos e sinalização para os passageiros. Do mesmo modo, não apresentou
qualquer sistema de segurança nos autos apto a evitar acidentes como do caso dos autos. O
transportador assume o compromisso de levar o passageiro ao seu destino, são e salvo.
Transgride o dever de cuidado e viola a obrigação contratual e legal de transporte incólume,
quando permite a circulação de trem transportando pessoas em condições perigosas, por
excesso de passageiros e com portas abertas. Tal situação causou a queda do passageiro da
composição ferroviária perpetrando-lhe a amputação de sua perna direita, impondo-se assim
sua responsabilidade civil. Não há prova nos autos de excludente de antijuridicidade, culpa
exclusiva da vítima, ou, ainda, por fato de terceiro, que caracterizasse fortuito externo.
Reconhecida a responsabilidade civil, passa-se a análise de suas consequências. Da perícia
técnica realizada concluiu-se que o Autor sofreu a amputação de sua perna direita sendo
necessária a utilização de prótese para sua locomoção, sendo esta devida pela parte ré.
Quanto ao pensionamento pleiteado, o laudo pericial concluiu que o Autor sofreu redução de
sua capacidade física ou laboral no percentual de 50%. Nesse sentido, de certo o Autor precisa
despender maior esforço para executar funções laborativas, justificando, assim, o

40
arbitramento de pensionamento vitalício mensal de 50% sobre os vencimentos que recebia à
época do acidente. Ademais, a perícia apurou incapacidade total temporária por 120 dias,
razão pela qual o Autor deverá ser indenizado por esse período de forma integral com base no
que auferia à época. Do mesmo modo, não assiste razão à Ré ao afirmar que ao Autor não
possível receber pensionamento pela Ré uma vez que já recebe benefício da Previdência
Social. A indenização previdenciária é diversa e independente da contemplada no direito
comum, inclusive porque têm elas origens distintas: uma, sustentada pelo direito acidentário;
a outra, pelo direito comum, uma não excluindo a outra (Enunciado n. 229/STF), podendo,
inclusive, cumularem-se. No que concerne ao pedido de indenização por dano moral, por
certo, nenhuma indenização pecuniária pode desfazer o ocorrido. Contudo, deve trazer algum
conforto à vítima e inibir o causador dos danos de praticar condutas semelhantes. Nesse
ponto, o valor originalmente fixado a título de danos morais em R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais) merece majoração para R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), que se mostra proporcional ao
dano sofrido. Por outro lado, não merece reparo a condenação quanto aos danos estéticos,
também arbitrados em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). A perícia foi categórica ao estipular
que o Autor apresenta dano estético de grau muito acentuado, estando inserido no de maior
gravidade pelo expert. Melhor sorte não assiste ao pedido da Seguradora para reconhecer
violação contratual pela Concessionária e, consequentemente, julgar improcedente a lide
secundária. Trata-se de nítida inovação em sede recursal, vedada no ordenamento jurídico.
Ademais, o CDC ao permitir o chamamento ao processo da seguradora visa beneficiar o
consumidor, assegurando maior efetividade. Assim, as alegações da Seguradora não merecem
acolhimento, na medida em que eventual violação contratual pela Segurada nos termos do
pactuado deverá ser analisado em ação própria. Por fim, em relação aos honorários
advocatícios fixados em face da Seguradora, merece pequeno reparo a sentença. Isto porque
em ações de indenização com pedido de pensionamento, "o percentual fixado de honorários
advocatícios deverá incidir sobre o valor dos danos morais, acrescido das prestações de pensão
vencidas e doze das vincendas", segundo entendimento do Eg. STJ no AREsp 790912, Rel.Min.
Luis Felipe Salomão. DESPROVIMENTO DO RECURSO DA RÉ. PROVIMENTO PARCIAL DOS
RECURSOS DO AUTOR E DA SEGURADORA.

ACIDENTE AÉREO

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ACIDENTE
AÉREO: R$ 100.000,00 a R$ 190.000,00.

0012555-66.2008.8.19.0001 - APELACAO 1ª Ementa DES. BENEDICTO ABICAIR - Julgamento:


06/05/2015 - SEXTA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL.

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE AÉREO. MORTE DE


PASSAGEIRO. 1. Versa a controvérsia a respeito da responsabilidade civil da companhia aérea
pelos danos materiais e morais causados à esposa e filha de passageiro, que veio a falecer em

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decorrência da queda da aeronave de propriedade da empresa ré. 2. Agravo retido
desprovido. 3. A responsabilidade da transportadora por danos causados ao usuário dos
serviços é objetiva, somente podendo ser elidida por motivo de força maior, conforme
dispõem os arts. 734 e 735, do Código Civil. 4. É dever do transportador conduzir seus
passageiros de forma segura, desde o momento da partida até o da chegada, garantindo,
assim, a incolumidade dos usuários. 5. Tal responsabilidade é fundamentada na Teoria do
Risco, presente em todo contrato de transporte, segundo a qual todo aquele que se disponha
a exercer alguma atividade no campo de fornecimento de bens ou serviços responde pelos
fatos e vícios dele decorrentes. 6. No caso, todos os elementos probatórios dos autos
demonstram a presença dos requisitos configuradores da responsabilidade civil da companhia
aérea ré, não havendo como se romper o nexo de causalidade, nem mesmo pela alegação de
força maior ou culpa exclusiva de terceiro. 7. Correta, portanto, a sentença que reconheceu a
responsabilidade civil da companhia ré e a condenou ao pagamento de indenização por danos
materiais e morais, experimentados pelas autoras. 8. É evidente que o acidente ocorrido fugiu
à normalidade dos fatos quotidianos e representou forte abalo psicológico às demandantes,
inclusive porque ensejou a perda irreparável do marido e pai de família, além de todas as
sequelas comprovadamente geradas, de ordem neurológica e psicológica, em razão do
acidente fatal. 9. No entanto, a indenização, eventualmente devida a quem foi atingido pela
conduta ilícita de outrem não visa a propiciar um enriquecimento ao lesado, mas apenas
minimizar o seu sofrimento. A indenização deve ser suficiente para reparar o dano, dentro da
razoabilidade e equidade, sob pena de consubstanciar-se em fonte de enriquecimento sem
causa. 10. Neste contexto, entendo elevado o montante da verba indenizatória fixada em
R$300.000,00 (trezentos mil reais), em favor de cada uma das demandantes, o qual deve ser
reduzido para R$100.000,00 (cem mil reais), por se revelar mais adequado e proporcional às
peculiaridades do caso concreto. 11. Com relação à pensão por morte, a sentença fixou, com
acerto, o pensionamento devido às autoras em valor equivalente a 2/3 da média dos três
meses dos vencimentos anteriores ao óbito, ressaltando que a segunda autora faria jus ao
recebimento até completar 25 anos de idade; e a viúva, até a data em que a vítima
completaria setenta anos de idade. 12. Com efeito, 1/3 dos vencimentos do falecido é o que
presumidamente a vítima gastaria com seu próprio sustento, de modo que o restante deve ser
rateado entre suas dependentes, observados os limites temporais anteriormente
estabelecidos. 13. Não há que se falar em fixação de prazo de um ano para que a viúva possa
se restabelecer no mercado de trabalho, haja vista que a pensão leva em conta a expectativa
de sobrevida da vítima, no momento do óbito, nos termos do que determina o art. 948, II, do
Código Civil. 14. Mas, de fato, a pensão é devida à viúva apenas enquanto esta permanecer no
estado de viuvez e não conviver em união estável com outrem. 15. Não assiste razão ao
apelante quanto à alegada impossibilidade de vinculação do pensionamento ao valor do
salário mínimo, vez que a referida vedação de utilização do salário mínimo como indexador
visa a, tão somente, impedir que ele funcione como indexador da economia e não como
parâmetro para eventuais indenizações. 16. No tocante ao pedido de exclusão das verbas
indenizatórias do cálculo do pensionamento, este também não merece prosperar, porquanto
todas as verbas percebidas pela vítima do acidente, a título remuneratório, devem incidir no
cálculo do pensionamento devido a seus dependentes. 17. Descabimento de compensação da
indenização com eventuais valores recebidos pelas Apeladas, a título de seguro obrigatório ou
contratual, porquanto, além de inexistir comprovação nos autos quanto ao recebimento ou

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mesmo o requerimento dessa indenização pelas apeladas, a indenização fixada a título de
danos morais não foi arbitrada em função de um eventual abalo psicológico decorrente do
acidente, mas sim em razão da gravidade do fato que vitimou fatalmente o marido e pai das
apeladas. 18. Por fim, os juros de mora são devidos a partir da data do evento danoso, por se
tratar de responsabilidade civil extracontratual. Súmula 54 do STJ. 19. Honorários
sucumbenciais mantidos, inclusive sobre as prestações vincendas. 20. Parcial provimento do
recurso para reformar a sentença, em parte, e reduzir o montante da verba indenizatória
fixada a título de danos morais para R$100.000,00 (cem mil reais), em favor de cada uma das
apeladas, e limitar a obrigação de pagamento de pensão vitalícia à viúva apenas enquanto esta
permanecer no estado de viuvez e não conviver em união estável ou casar com outrem.
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 06/05/2015 Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 22/07/2015

0219897-13.2009.8.19.0001 - APELACAO 1ª Ementa DES. ALCIDES DA FONSECA NETO -


Julgamento: 09/02/2015 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. ACIDENTE


AÉREO. VÍTIMA FATAL. PROVA DO DANO E DO NEXO DE CAUSALIDADE. FATO NOTÓRIO.
PRETENSÃO INDENIZATÓRIA FORMULADA PELO IRMÃO. Trata-se de pretensão compensatória
formulada, sob o fundamento de que no dia 29 de setembro de 2006, a irmã do demandante,
que contava então com 28 anos, faleceu em acidente aéreo no voo Gol 1907, no trecho
Manaus-Brasília. Sentença de procedência, que condenou a ré a indenizar o autor por danos
morais no montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais), acrescidos de juros desde a citação e
corrigidos monetariamente a partir do arbitramento. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça
tem o firme entendimento de que compete à transportadora aérea indenizar parentes
colaterais, mormente, irmãos, ainda que já reconhecido o cabimento da pretensão
compensatória em prol dos genitores da vítima. Fato notório. Dano moral in re ipsa. É evidente
que a morte de um ente querido caracteriza, inexoravelmente, ofensa a direitos da
personalidade, mormente quando se trata de parente tão próximo como um pai, um esposo
ou um irmão e quando o evento que o vitimou ocorre de forma tão repentina, abrupta e
violenta. Verba reparatória fixada em R$ 100.000,00 (cem mil reais), que merece ser majorada
para R$ 190.000,00 (cento e noventa mil reais), por ser o que melhor se coaduna com as
especificidades do caso concreto, a fim de que o consumidor obtenha a satisfação integral de
sua pretensão, com base nos critérios relativos às consequências do fato, à gravidade da lesão
e à condição econômica do ofensor para a justa indenização. Precedentes do Egrégio Superior
Tribunal de Justiça. Juros moratórios. Embora inexista relação contratual entre as partes, a
pretensão autoral tem como causa remota a violação de um dever contratual ¿ a cláusula de
incolumidade nos contratos de transporte ¿ de modo que os juros moratórios devem incidir
desde a citação, nos termos do art. 405, do Código Civil. Honorários advocatícios fixados em
observância ao artigo 20, §3º do Código de Processo Civil. Negativa de seguimento ao recurso
da ré e provimento parcial do recurso do autor. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
09/02/2015 Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 19/08/2015

43
0160144-28.2009.8.19.0001 - APELACAO 1ª Ementa DES. CONCEICAO MOUSNIER -
Julgamento: 20/02/2013 - VIGESIMA CAMARA CIVEL

Ação de responsabilidade civil por danos morais. Falecimento da irmã dos Autores no acidente
do Voo 1907 da empresa aérea Ré, em 29 de setembro de 2006. Sentença julgando
improcedente o pedido inicial. Inconformismo dos Demandantes. Entendimento desta
Relatora quanto à reforma da sentença vergastada. A legitimidade ativa ad causam dos
Autores para pleitearem compensação financeira em razão do falecimento de sua irmã é
evidente, visto que os mesmos foram atingidos pela dor e sofrimento advindos da súbita
morte de sua irmã no notório acidente aéreo. Os irmãos possuem legitimidade para
pleitearem compensação pela morte de outro irmão de forma independente dos pais e
eventuais ascendentes e descendentes da vítima. Nesse caso, trata-se do chamado dano moral
reflexo ou em ricochete, que possui natureza autônoma, devendo ser reconhecido o direito de
cada postulante à percepção de indenização pelos danos morais experimentados de maneira
reflexa. Precedentes do STJ. Ademais, por não se estar diante de questão sucessória, e sim
obrigacional, mostra-se desinfluente a existência de acordo extrajudicial celebrado entre a
empresa aérea Ré e o cônjuge e filhos da vítima do acidente, indenizando-os pelo mesmo
evento danoso descrito na inicial. Danos morais in re ipsa, decorrendo naturalmente do trágico
falecimento da irmã dos Autores no acidente aéreo de conhecimento público, não se podendo
olvidar que o conteúdo probatório encartado aos autos revela a inegável existência de
estreitos laços de afeto entre os Autores e sua falecida irmã. Quantum indenizatório dos danos
morais arbitrado em R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) para cada um dos Autores em
atenção aos Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade, às peculiaridades do caso
concreto e à recente e majoritária jurisprudência da Corte Superior de Justiça relativa a casos
análogos. Sentença reformada por se apresentar manifestamente confrontante com a
jurisprudência dominante do STJ. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO, na forma do Artigo
557, § 1º - A, do CPC. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 20/02/2013 Íntegra do
Acórdão - Data de Julgamento: 15/05/2013 Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
17/07/2013

ACIDENTE EM ESTABELECIMENTO DE ENSINO

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ACIDENTE
EM ESTABELECIMENTO DE ENSINO: R$ 8.000,00 a R$ 15.000,00.

Com redução da capacidade laborativa: R$ 20.000,00.

0108022-14.2004.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. FERNANDO CERQUEIRA -


Julgamento: 17/08/2011 - DECIMA PRIMEIRA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.QUEDA DE ALUNA


EM PISO ESCORREGADIO DE ESTABELECIMENTO DE ENSINO SUPERIOR. LESÃO EM MEMBRO

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SUPERIOR DIREITO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA.CONJUNTO PROBATÓRIO CONSTANTE
DOS AUTOS INCAPAZ DE DEMONSTRAR A ALEGADA CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.LAUDO
PERICIAL EM QUE FOI APURADA INCAPACIDADE TOTAL TEMPORÁRIA DE 31 MESES E PARCIAL
PERMANENTE NO PERCENTUAL DE 46,8%. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS E
ADEQUADAMENTE ARBITRADOS EM R$ 8.000,00 (OITO MIL REAIS).PENSIONAMENTO PELO
PERÍODO DE INCAPACIDADE TOTAL TEMPORÁRIA E PARCIAL PERMANENTE FIXADO EM
CONFORMIDADE COM OS ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS E, SOBRETUDO, DO LAUDO
PERICIAL.IMPÕE-SE, CONTUDO, O ACOLHIMENTO DO PEDIDO DA AUTORA RECORRENTE DE
INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA PARCELA REFERENTE A FÉRIAS, CONSIDERANDO-SE QUE A
VÍTIMA EXERCIA ATIVIDADE LABORATIVA COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO À ÉPOCA DO
ACIDENTE. (Resp 1168831/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves; Resp 877.195/RJ, Rel.
Ministro Jorge Scartezzini). PRIMEIRO RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO,
PARA INCLUIR NA BASE DE CÁLCULO DO PENSIONAMENTO VERBA REFERENTE ÀS FÉRIAS.
SEGUNDO RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 17/08/2011 (*)

0367317-51.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARILIA DE CASTRO NEVES -


Julgamento: 20/05/2014 - VIGESIMA CAMARA

RESPONSABILIDADE CIVIL E CONSUMIDOR. ACIDENTE EM ESCOLA DO ESTADO. ACIDENTE DE


CONSUMO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO. ART. 14, DO
CDC E § 6º, DO ART. 37, DA CF. Estudante que sofre queda na hora do recreio em Escola
Estadual onde estudava, causando lesões na mão. Matéria subsumida às regras do Código de
Defesa do Consumidor. Acidente de consumo. Fortuito interno, porque inserido no risco da
atividade desenvolvida. Responsabilidade da entidade de ensino bem reconhecida, com
imputação de ressarcimento material e moral/estético. Verba indenizatória moral arbitrada no
patamar de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) em consonância com as lesões psíquicas infligidas à
menor. Sentença que neste sentido caminhou, incensurável. Pequena correção de rumo do
julgado, exatamente no que toca à sucumbência, para expurgo da verba de dano moral. Sum.
80, desta Corte. Provimento parcial do recurso para essa finalidade. CPC, art. 557, § º,"A".
Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 20/05/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 16/07/2014 (*)

0080197-81.2007.8.19.0004 - REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. PATRICIA SERRA VIEIRA -


Julgamento: 10/10/2013 - DECIMA CAMARA CIVEL

ACIDENTE COM ALUNO NAS DEPENDENCIAS DE ESCOLA PUBLICA SEQUELA PERMANENTE


PENSIONAMENTO VITALICIO DANO MORAL. REEXAME NECESSÁRIO. Ação indenizatória. Rito
ordinário. Autor menor que sofre acidente durante aula de educação física ministrada em
estabelecimento estadual de ensino. Sentença de procedência parcial do pedido inicial,
condenando o Estado ao pensionamento vitalício, no valor de 1 (um) salário mínimo, a partir
da data em que o autor completar 14 (quatorze) anos, bem como ao pagamento de

45
indenização por dano moral no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Laudo pericial
conclusivo do nexo causal entre o acidente e os ferimentos sofridos pelo autor, atestando,
ainda, sequela que reduz permanentemente sua capacidade laborativa, bem como atrofia e
cicatrizes que configuram dano estético. Responsabilidade objetiva do Estado pela guarda dos
alunos confiados a seus prepostos. Artigo 37, § 6º, da CRFB. Verbas indenizatórias fixadas em
valor condizente com as lesões sofridas pelo autor. Parecer ministerial pela manutenção da
sentença. SENTENÇA QUE SE CONFIRMA.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 10/10/2013 (*) Precedente Citado: TJRJ AC


0008015-70.2007.8.19.0207, Rel. Des. Nagib Slaibi, julgado em13/06/2012 e AC 0002903-
24.2006.8.19.0024, Rel.Des. Fernando Cerqueira, julgado em 07/02/2012.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de ACIDENTE
EM ESTABELECIMENTO DE ENSINO:

Durante excursão do colégio: R$ 20.000,00.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ACIDENTE OCORRIDO COM ALUNO DURANTE EXCURSÃO


ORGANIZADA PELO COLÉGIO. EXISTÊNCIA DE DEFEITO. FATO DO SERVIÇO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AUSÊNCIA DE EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE.

1. É incontroverso no caso que o serviço prestado pela instituição de ensino foi defeituoso,
tendo em vista que o passeio ao parque, que se relacionava à atividade acadêmica a cargo do
colégio, foi realizado sem a previsão de um corpo de funcionários compatível com o número
de alunos que participava da atividade.

2. O Tribunal de origem, a pretexto de justificar a aplicação do art. 14 do CDC, impôs a


necessidade de comprovação de culpa da escola, violando o dispositivo ao qual pretendia dar
vigência, que prevê a responsabilidade objetiva da escola.

3. Na relação de consumo, existindo caso fortuito interno, ocorrido no momento da realização


do serviço, como na hipótese em apreço, permanece a responsabilidade do fornecedor, pois,
tendo o fato relação com os próprios riscos da atividade, não ocorre o rompimento do nexo
causal.

4. Os estabelecimentos de ensino têm dever de segurança em relação ao aluno no período em


que estiverem sob sua vigilância e autoridade, dever este do qual deriva a responsabilidade
pelos danos ocorridos.

5. Face as peculiaridade do caso concreto e os critérios de fixação dos danos morais adotados
por esta Corte, tem-se por razoável a condenação da recorrida ao pagamento de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) a título de danos morais.

46
6. A não realização do necessário cotejo analítico dos acórdãos, com indicação das
circunstâncias que identifiquem as semelhanças entres o aresto recorrido e os paradigmas
implica o desatendimento de requisitos indispensáveis à comprovação do dissídio
jurisprudencial.

7. Recursos especiais conhecidos em parte e, nesta parte, providos para condenar o réu a
indenizar os danos morais e materiais suportados pelo autor.

(REsp 762.075/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
16/06/2009, DJe 29/06/2009)

ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS – FALHA NA


PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EM INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO:

Desídia profissional em relação a aluno com dislexia: R$ 5.000,00.

Negativa de matrícula para portadora de síndrome de asperger: R$ R$ 7.000,00.

Sem atendimento especial para deficiente visual: R$ 20.000,00.

0004181-58.2005.8.19.0036 - APELACAO -1ª Ementa DES. PATRICIA SERRA VIEIRA -


Julgamento: 04/04/2012 - DECIMA CAMARA CIVEL

ALUNO PORTADOR DE DISLEXIA INSTITUICAO DE EDUCACAO RESPONSABILIDADE POR ATOS DE


PREPOSTOS DESIDIA PROFISSIONAL INDENIZACAO POR DANOS MORAIS REDUCAO APELAÇÃO
CÍVEL. Ação indenizatória. Rito ordinário. Filho da autora que tem dificuldade de
aprendizagem, com diagnóstico de dislexia. Criança regularmente alfabetizada, apresentando,
na 1ª série do ensino fundamental, sintomas de baixa autoestima, baixo rendimento escolar e
falta de vontade de ir à escola. Laudo pericial que atesta ser preservada a inteligência do
menor, apesar da dislexia, não havendo, portanto, necessidade de matriculá-lo em escola
destinada ao atendimento de crianças com necessidades especiais. É dever das instituições de
ensino estimular os seus alunos, de acordo com as necessidades de cada um, para alcançar o
seu objetivo-fim, o ensino/aprendizado. Dano moral configurado, merecendo, entretanto, em
atenção aos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade, ser reduzido ao patamar de R$
5.000,00 (cinco mil reais) corrigido monetariamente a partir da sentença e acrescido de juros
legais a contar da citação, por se tratar de relação contratual. PARCIAL PROVIMENTO AO
RECURSO. Ementário: 33/2012 - N. 1 - 30/08/2012 Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
04/04/2012 (*)

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0002826-20.2004.8.19.0045 - APELACAO -1ª Ementa DES. JACQUELINE MONTENEGRO -
Julgamento: 01/08/2012 - VIGESIMA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. INSTITUIÇÕES DE ENSINO. AUSÊNCIA DE NULIDADE.


INOCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. CRIANÇA
PORTADORA DE SÍNDROME DE ASPERGER. NEGATIVA DE MATRÍCULA PARA O ANO LETIVO
SUBSEQUENTE. DANO MORAL CONFIGURADO. RECUSA INJUSTIFICADA. VERBA
INDENIZATÓRIA QUE DEVE SER MINORADA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1.É certo que
nenhuma escola particular é obrigada a matricular ou manter matriculado qualquer aluno, mas
ao mesmo tempo, não pode haver a criação de expectativa de continuidade do curso (como
ocorreu) e a cessação de uma hora para outra, ao livre arbítrio da instituição de ensino e sem
uma justificativa plausível.2.É indiscutível que a atitude do réu, ao não aceitar o primeiro autor
em seu estabelecimento de ensino por ser portador de necessidades especiais, nitidamente
gerou uma ofensa de ordem não material aos autores, de onde exsurge o dever de
indenizar.3.Parcial provimento do recurso para minorar a verba indenizatória, em razão dos
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, para R$ 7.000,00 (sete mil reais) para cada
autor. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 01/08/2012 (*)

0034155-41.2007.8.19.0014 - APELACAO -1ª Ementa DES. ANDRE RIBEIRO - Julgamento:


28/09/2011 - SETIMA CAMARA CIVEL

ENSINO SUPERIOR ALUNO DEFICIENTE VISUAL FALHA NA PRESTACAO DO SERVICO CONDUTA


OMISSIVA DANO MORAL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. ENSINO
SUPERIOR. UNIVERSIDADE PRIVADA. CURSO DE DIREITO. ALUNO DEFICIENTE VISUAL.
ALEGAÇÃO DE QUE A UNIVERSIDADE NÃO PRESTOU O ATENDIMENTO ESPECIALIZADO À QUE
TINHA DIREITO O AUTOR. NECESSIDADE DE QUE AS PROVAS E TODO O MATERIAL DIDÁTICO
FOSSEM IMPRESSOS EM LETRA AMPLIADA. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. DANOS
MORAIS FIXADOS EM R$ 20.000,00. IRRESIGNAÇÃO DE AMBAS AS PARTES. INEXISTÊNCIA DE
CERCEAMENTO DE DEFESA. RESTOU INCONTROVERSA A DEFICIÊNCIA VISUAL DO ALUNO E
QUE SUA INCAPACIDADE PODERIA SER MINIMIZADA COM MEDIDA EXTREMAMENTE SIMPLES
DE SER IMPLEMENTADA. MESMO ALEGANDO POSSUIR UM NÚCLEO DE ATENDIMENTO AO
DEFICIENTE, DO EXAME DETIDO DOS AUTOS, VERIFICA-SE QUE, INOBSTANTE REQUERIMENTO
DO AUTOR, NÃO HÁ COMPROVAÇÃO DE QUE A UNIVERSIDADE RÉ DISPENSOU-LHE O
TRATAMENTO ADEQUADO A SUA SITUAÇÃO, TAMPOUCO PROVIDENCIOU OS MEIOS
NECESSÁRIOS PARA QUE ELE PUDESSE TER MELHOR DESEMPENHO. DESIGUALDADE FRENTE
AOS DEMAIS COLEGAS. RESIGNAÇÃO COM UM COEFICIENTE DE RENDIMENTO MÉDIO,
CONFORME SEU HISTÓRICO ESCOLAR. CONDUTA OMISSIVA. DANO MORAL CONFIGURADO.
CONDUTA DA RÉ QUE, SEM DÚVIDA, RESTRINGIU A CAPACIDADE DO ALUNO DE APREENSÃO
DOS CONTEÚDOS, O QUE PERDUROU AO LONGO DE TODO O CURSO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO FIXADO NA SENTENÇA QUE ATENDE AOS PARÂMETROS DESTA CORTE,
DENTRO DO LÓGICO E DO RAZOÁVEL E, AINDA, COM APTIDÃO PARA ATENUAR OS EFEITOS DO
EVENTO E ATENDER AO ASPECTO PROFILÁTICO DA CONDENAÇÃO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO

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VERIFICADA. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS. Ementário: 12/2012 - N. 8 - 12/01/2012
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 28/09/2011 (*) Precedente Citado : TJRJ AC
0000780-48.2008.8.19.0003, Rel. Des. Marcos Alcino de Azevedo Torresjulgado em
09/11/2010.

BULLYING

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de bullying: R$
10.000,00 a R$ 15.000,00.

0002215-71.2012.8.19.0050 - APELACAO -1ª Ementa DES. PEDRO SARAIVA ANDRADE LEMOS -


Julgamento: 29/01/2014 - DECIMA CAMARA CIVEL

Apelação Cível. Indenizatória. "Bullying" virtual. Configurada a responsabilidade da segunda ré


(Carolina) e do terceiro réu (Facebook). Menor Carolina que admite a autoria em comentário
irônico. Conduta omissiva do terceiro réu que se deixou de tomar providências mesmo após a
denúncia feita através do seu site, quanto já era possível identificar o perfil do autor da ofensa,
assim como a própria imagem que gerou o constrangimento. "Bullying" virtual que é tão
agressivo quanto aquele praticado diretamente, com o agravante da exposição ampla e
repetida. Não é difícil presumir o constrangimento e a angústia vivenciados pela autora, com
apenas 12 anos de idade, ao ser objeto de humilhação pública pelos colegas de escola, que
nesta fase, é o local onde se dá a maior parte do convívio social de crianças e adolescentes.
Dano moral configurado. Redução do quantum indenizatório ao qual foi condenado o primeiro
réu - Flávio. Condenação da segunda ré ao pagamento de indenização no valor de R$ 2.000,00.
Condenação do terceiro réu ao pagamento de indenização no valor de R$ 10.000,00. Valores
que atendem aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. PARCIAL PROVIMENTO DE
AMBOS OS RECURSOS.

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 29/01/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de


Julgamento: 12/03/2014 (*)

0008139-94.2009.8.19.0203 - APELACAO -1ª Ementa DES. FERNANDO FERNANDY FERNANDES -


Julgamento: 23/10/2012 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL.

RESPONSABILIDADE CIVIL. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. BULLYING DE ALUNO NAS DEPENDÊNCIAS


DA ESCOLA RÉ, QUE NADA FEZ PARA IMPEDIR A PRÁTICA DE TAL VIOLÊNCIA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. QUANTUM REPARATÓRIO FIXADO EM DESACORDO COM O CRITÉRIO DA
RAZOABILIDADE ANTE AO DANO SOFRIDO E AS CONDIÇÕES PESSOAIS DA VÍTIMA. VERBA

49
REPARATÓRIA QUE MECERE SER MAJORADA PARA R$ 15.000,00. RECURSO DA PARTE AUTORA
A QUE SE DÁ PROVIMENTO.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 23/10/2012 (*)

ACUSAÇÃO INDEVIDA DE CRIME DE FURTO EM


ESTABELECIMENTO COMERCIAL

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ACUSAÇÃO
INDEVIDA DE CRIME DE FURTO EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL:

Com revista pessoal do autor: R$ 5.000,00.

0005004-72.2012.8.19.0202 - APELACAO -1ª Ementa DES. CONCEICAO MOUSNIER -


Julgamento: 23/08/2013 - VIGESIMA CAMARA CIVEL

Ação ordinária de indenização de danos morais. Alegação de indevida acusação da prática de


crime de furto, seguida de revista pessoal. Registro policial. Revelia. Sentença julgando
procedente a pretensão autoral com condenação na importância de R$ 3.000,00 (três mil
reais). Inconformismo dos Autores. Entendimento desta Relatora quanto à incidência dos
dispositivos do Código de Defesa do Consumidor à hipótese, eis que o estabelecimento
comercial Apelado se enquadra perfeitamente na definição legal de fornecedor de serviços.
Artigo 3º, da Lei nº 8.078/90. Daí decorre a responsabilidade civil objetiva do fornecedor pelos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, circunstância
que impõe aos Apelantes o ônus de demonstrarem os alegados danos morais e do correlato
nexo causal. Artigo 14, do CoDeCon. Acusação de furto. Ausência de comprovação. Conjunto
probatório constantes dos autos é suficiente à demonstração dos fatos narrados na inicial,
sendo inegável a afirmação dos autores de que foram expostos a situação vexatória, ao serem
falsamente acusados de furto, conduzidos a DP, e submetidos a revista íntima e de seus
pertences. Dano moral configurado. Valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) que merece ser
majorado. Condenação a tal título de dano moral que não pode revelar punição elevada e
desmedida e nem tampouco ínfima ou irrisória, mas deve pautar-se em critérios que bem
atendam aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como a finalidade
pedagógica. Juros e correção monetária. Aplicação da Sumula 54 do STJ. Precedentes do TJERJ.
RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO, na forma do Artigo 557, § 1º-A, do CPC, para majorar o
valor da condenação, à título de danos morais para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), corrigidos
monetariamente a contar da data do julgado e acrescidos de juros moratórios desde o evento
danoso. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 23/08/2013 (*)

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0003210-94.2009.8.19.0210 - APELACAO - 1ª Ementa DES. MONICA TOLLEDO DE OLIVEIRA -
Julgamento: 29/03/2011 - QUARTA CAMARA CIVEL

Apelação Cível. Consumidor abordado em supermercado na presença de vários clientes, sob a


alegação de furto de uma chupeta. Sentença de procedência que fixou o dano moral em R$
5.000,00 (cinco mil reais). Recurso de ambas as partes. A verossimilhança das alegações
deduzidas pelo consumidor encontra respaldo na nota fiscal do produto e no registro de
ocorrência policial. Estava ao alcance da Ré exibir as filmagens captadas pelo seu sistema de
monitoramente, notadamente porque a Autora informou a data e horário em que os fatos
ocorreram. Configurada a falha na prestação de serviço. Fixação do dano moral em valor
razoável, de maneira a evitar o enriquecimento sem causa. Desprovimento de ambos os
recursos. Decisão Monocrática: 29/03/2011

Com abordagem de seguranças: R$ 10.000,00.

0003546-73.2010.8.19.0207 - APELACAO -1ª Ementa DES. JOSE CARLOS PAES - Julgamento:


26/10/2012 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CIVEL. CONSUMIDORA SUBMETIDA À SITUAÇÃO CONSTRANGEDORA. SUSPEITA DE


FURTO. ABORDAGEM DE SEGURANÇAS DO SUPERMERCADO. ABUSO DE DIREITO. DANO
MORAL IN RE IPSA. VERBA INDENIZATÓRIA. MANUTENÇÃO. 1. A demanda versa sobre relação
de consumo, pois a autora, destinatária final dos produtos ofertados pela ré, enquadra-se no
conceito de consumidora, conforme o disposto no art. 2º do Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, e a demandada no de fornecedora, nos termos do art. 3º do mesmo diploma
legal. Por isso, deve o apelo ser julgado de acordo com as regras do CPDC. 2. Da leitura do art.
14 do diploma consumerista, verifica-se que a responsabilidade do fornecedor de serviços é
objetiva e somente não responderá pela reparação dos danos causados se provar que, tendo
prestado o serviço, o defeito inexiste ou o fato é exclusivo do consumidor ou de terceiro. 3.
Outrossim, pela teoria do risco do empreendimento, aquele que se dispõe a fornecer bens e
serviços tem o dever de responder pelos fatos e vícios resultantes dos seus negócios,
independentemente de sua culpa, pois a responsabilidade decorre da atividade de produzir,
distribuir e comercializar ou executar determinados serviços. 4. A demandante prova o fato
constitutivo de seu direito, na forma do artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil,
notadamente diante do depoimento de testemunha colhido em juízo, sob o crivo do
contraditório. Constrangimento da consumidora, em supermercado, sob suspeita de furto.
Abordagem de segurança do estabelecimento, após o pagamento das compras no caixa, que a
expõe ao ridículo, em público, para comprovar inocência. 5. De outro giro, embora a apelante
tenha afirmado que seus propostos agiram em exercício regular de direito, deixou de
comprovar o alegado, porquanto não colacionou aos autos qualquer elemento que demonstre
o afirmado, na forma do artigo 333, inciso II do CPC. Exercício regular de um direito
descaracterizado 6. Dano moral in re ipsa. Precedentes do TJRJ. 7. Havendo dano
extrapatrimonial, a sua reparação deve atender aos princípios de razoabilidade e da
proporcionalidade, por representar uma compensação e não um ressarcimento dos prejuízos

51
sofridos, impondo ao ofensor a obrigação de pagamento de certa quantia de dinheiro em favor
do ofendido, pois ao mesmo tempo em que agrava o patrimônio daquele, proporciona a este
uma reparação satisfativa. 8. Evidente o sofrimento, as angústias e as aflições experimentados
pela demandante, em face da injusta acusação de crime de furto, razão pela qual a verba
indenizatória, arbitrada em R$ 10.000,00 (dez mil reais), não enseja redução, por se mostrar
razoável diante das peculiaridades do caso. Precedentes do TJRJ.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 26/10/2012 (*) Íntegra do Acórdão - Data de


Julgamento: 14/11/2012 (*)

AGRESSÃO EM BOATE

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de AGRESSÃO
FÍSICA OCORRIDA EM BOATE: R$ 18.000,00.

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL MOVIDA CONTRA O AUTOR DE INJUSTA AGRESSÃO FÍSICA OCORRIDA EM
BOATE - ACÓRDÃO ESTADUAL DANDO PROVIMENTO À APELAÇÃO ADESIVA DO AUTOR, A
FIM DE MAJORAR A QUANTIA INDENIZATÓRIA FIXADA NA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.
INSURGÊNCIA DO RÉU.

Hipótese em que julgada procedente a pretensão indenizatória deduzida pela vítima contra o
autor de agressão física ocorrida em casa de diversões noturna, fixado o valor de R$ 4.000,00
(quatro mil reais) a título de indenização por danos morais (quantia inferior à pleiteada na
inicial).

Apelação da parte ré, na qual alega não configurado o dano moral e, subsidiariamente, pugna
pela redução do quantum indenizatório arbitrado na sentença. Recurso adesivo interposto
pelo autor, voltado à majoração da retrocitada quantia.

Tribunal estadual que não provê o recurso do réu e acolhe parcialmente a insurgência adesiva,
de modo a majorar a indenização para R$ 18.000,00 (dezoito mil reais).

1. Para fins do artigo 543-C do CPC: O recurso adesivo pode ser interposto pelo autor da
demanda indenizatória, julgada procedente, quando arbitrado, a título de danos morais, valor
inferior ao que era almejado, uma vez configurado o interesse recursal do demandante em ver
majorada a condenação, hipótese caracterizadora de sucumbência material.

2. Ausência de conflito com a Súmula 326/STJ, a qual se adstringe à sucumbência ensejadora


da responsabilidade pelo pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios.

52
3. Questão remanescente: Pedido de redução do valor fixado a título de indenização por danos
morais. Consoante cediço no STJ, o quantum indenizatório, estabelecido pelas instâncias
ordinárias para reparação do dano moral, pode ser revisto tão-somente nas hipóteses em que
a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos padrões de
razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso, no qual arbitrado o valor de R$
18.000,00 (dezoito mil reais), em razão da injusta agressão física sofrida pelo autor em casa de
diversões noturna. Aplicação da Súmula 7/STJ.

4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, desprovido. Acórdão submetido


ao rito do artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ 8/2008.

(REsp 1102479/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, CORTE ESPECIAL, julgado em 04/03/2015, DJe
25/05/2015)

ATAQUE DE ANIMAL – RESPONSABILIDADE CIVIL DE


PROPRIETÁRIOS E POSSUIDORES

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ATAQUE DE
ANIMAL e morte de menor: R$ 150.000,00.

0005397-12.2000.8.19.0042 - APELACAO -1ª Ementa DES. CELSO PERES - Julgamento:


11/03/2015 - DECIMA CAMARA CIVEL

Apelação cível. Ação de conhecimento tendo como causa de pedir o dever sucessivo de
indenizar pelo fato da coisa. Ataque de cães no interior de fazenda. Morte de menor
impúbere, filha dos caseiros. Exegese do artigo 736 do Código Civil. Ausência de nulidade
processual por irregularidade nas publicações. Terceiro réu que apenas por figurar como
proprietário do imóvel, não pode ser considerado dono ou responsável pelos animais,
inexistindo qualquer elemento probatório nos autos quanto a possível poder físico dele sobre
os cães, que pertenciam ao primeiro réu, comodatário do imóvel. Poder de comando e ordem
de soltura dos animais que cabia exclusivamente aos dois primeiros réus, inclusive por sua
condição de empregadores dos pais da menor. Dano moral in re ipsa. Consequências do ato
ilícito que são graves, não podendo ser analisadas da mesma forma que as demais situações
comumente enfrentadas por esta Corte Estadual. Gravidade do evento, marcado pela
grosseira falta de cautela com que atuaram os dois primeiros réus no evento danoso. Tragédia
anunciada. Aplicação da função punitiva da responsabilidade civil que justifica a manutenção
da verba indenizatória em R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para cada autor.
Primeiro apelo provido, improvendo-se o segundo recurso. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 11/03/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 15/04/2015

53
ATRASO NA ENTREGA DE IMÓVEL
Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ATRASO NA
ENTREGA DE IMÓVEL:

Atraso por quase 3 anos: R$7.500,00.

Atraso por 5 anos: R$10.000,00.

0018149-19.2013.8.19.0023 – APELACAO DES. ARTHUR NARCISO - Julgamento: 12/05/2016 -


VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA QUE CONDENA A RÉ AO PAGAMENTO DA MULTA CONTRATUAL


DEFINIDA NO §3° DA CLÁUSULA 9ª DO CONTRATO, BEM COMO AO PAGAMENTO DE
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS NO VALOR DE R$ 7.500,00, CORRIGIDOS A PARTIR DA
SENTENÇA E COM JUROS LEGAIS DESDE A CITAÇÃO. RECURSO DA RÉ A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. Desde logo cabe dizer que, em razão da ausência de manifestação expressa da
Ré quanto à apreciação do agravo retido interposto, o mesmo não será conhecido, em
consonância ao disposto no art. 523, §1º do Código de Processo Civil de 1973. No caso em
exame, como comprovado às fls. 28 e seguintes, a parte Autora celebrou contrato particular
de compra e venda do imóvel descrito na inicial, no valor de R$ 94.658,31, com entrega
prevista para 30 de abril de 2011, com possibilidade de prorrogação por até 180 (cento e
oitenta) dias. O Autor juntou, à fl. 101 (index 121), comunicado da empresa Ré de que a
entrega do imóvel seria em setembro de 2014. Desta forma, é possível concluir que o atraso
de entrega do bem foi de quase três anos. A Ré, por sua vez, não logrou êxito em comprovar a
ocorrência de caso fortuito ou força maior, causa excludente de responsabilidade, tal como
exigido pelo art. 373, II, do Novo Código de Processo Civil, e pelo art. 14, § 3º, do Código de
Defesa do Consumidor. O atraso na entrega da unidade é suficiente para configurar a falha na
prestação do serviço por parte da Demandada. Insta mencionar que não prospera a alegação
da Ré de que a condenação ao pagamento de multa contratual (cláusula penal compensatória)
e compensação por danos morais são incompatíveis entre si, importando em bis in idem, visto
possuírem natureza diversa. Em relação ao pedido de compensação por danos morais, é certo
que a espera na entrega do imóvel causou ao Demandante aflição e angústia, ferindo-se os
direitos da personalidade do Consumidor. Na verdade, os danos morais, no caso em exame,
são in re ipsa, porque inquestionáveis e decorrem do próprio fato. Considerando-se,
notadamente, que o atraso se deu por quase três anos, conclui-se que o valor de R$ 7.500,00
(sete mil e quinhentos reais), fixado a título de compensação por danos morais, atende aos
princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Com relação a incidência dos juros legais
sobre a verba fixada a título de compensação por danos morais, não merecem prosperar as
alegações da Ré, devendo incidir juros de mora de 1% ao mês, por se tratar de
responsabilidade contratual, e devem ter como dies a quo a data da citação, nos moldes do
art. 405 do Código Civil, vez que é este o momento da constituição em mora do devedor. Já a
correção monetária, também sobre a verba fixada a título de danos morais, deverá fluir a

54
partir do julgado que fixou a indenização, nos moldes da Súmula nº 362, do Superior Tribunal
de Justiça, que, in casu, foi a data da sentença. Igualmente, impõe-se a procedência do pedido
de condenação da Ré ao pagamento da cláusula penal compensatória de 0,5% mensal sobre o
valor do imóvel, tal como prevista na Cláusula nº 9ª, §3º (fl. 37 - index 38).

0178720-30.2013.8.19.0001 – APELACAO JDS.DES.LUIZ ROBERTO AYOUB - Julgamento:


12/05/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. RITO SUMÁRIO. RECURSO PROPOSTO SOB A ÉGIDE DO


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. PROGRAMA MINHA
CASA MINHA VIDA. ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL INCONTESTE. PREVISÃO DE ENTREGA
EM NOVEMBRO DE 2011, COM CLÁUSULA DE TOLERÂNCIA DE 180 (CENTO E OITENTA) DIAS,
NÃO HAVENDO NOTÍCIA NOS AUTOS DA ENTREGA DA UNIDADE IMOBILIÁRIA ATÉ A PRESENTE
DATA. SOLIDARIEDADE ENTRE AS FORNECEDORAS, UMA VEZ QUE INTEGRAM A CADEIA DE
CONSUMO. AUSÊNCIA DE EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. FALTA DE MATERIAL E MÃO
DE OBRA QUE SE TRATA DE FORTUITO. RISCO DO EMPREENDIMENTO. ENUNCIADO DE
SÚMULA Nº 94 DO TJ/RJ E ENUNCIADO JURÍDICO N.º 442, DO CONSELHO DA JUSTIÇA
FEDERAL. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE ACEITAÇÃO DA UNIDADE PELO APELADO NÃO
COMPROVADA MULTA PELO ATRASO NA ENTREGA DO BEM DEVIDA. PREVISTA A INCIDÊNCIA
DE MULTA DE 2% SOBRE O SALDO CONTRATUAL VENCIDO, PARA GARANTIA DA ISONOMIA,
RAZOÁVEL É SE FIXAR A MULTA MORATÓRIA POR ATRASO NA ENTREGA DA UNIDADE EM 2%
SOBRE AS PARCELAS ADIMPLIDAS PELOS CONSUMIDORES DO PERÍODO DE ATRASO DA
ENTREGA DO IMÓVEL PELA RÉ. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA SIMETRIA, EQUIDADE E BOA-FÉ
OBJETIVA. TERMO INICIAL É A PARTIR DO TERMO FINAL DO PRAZO PREVISTO NA CLÁUSULA DE
TOLERÂNCIA. CUMULAÇÃO DE MULTA MORATÓRIA CONTRATUAL COM REPARAÇÃO DE
DANOS MATERAIS. POSSIBILIDADE. NATUREZAS DISTINTAS. PRECEDENTES DO STJ. PREJUÍZO
DO PROMITENTE COMPRADOR PRESUMIDO, DECORRENTE DA INDISPONIBILIDADE DO BEM
NA DATA CONVENCIONADA. SENTENÇA QUE MERECE REFORMA NESTA PARTE. COBRANÇA DE
QUANTIA SOB A RUBRICA DE FGHAB, QUE O APELANTE DENOMINA 'ENCARGOS DO MÊS',
PREVISTA NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE TERRENO E MÚTUO PARA CONSTRUÇÃO
DE UNIDADE HABITACIONAL, NÃO DECORRE DO ATRASO, MAS DA CONTRATAÇÃO E PERDURA
POR TODO O CONTRATO. DANO MORAL CONFIGURADO. LEGÍTIMA FRUSTRAÇÃO DA
EXPECTATIVA DO CONSUMIDOR QUE ULTRAPASSA A ESFERA DO MERO ABORRECIMENTO.
VERBA COMPENSATÓRIA FIXADA EM R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). PRECEDENTES DESTA
CORTE. RECURSO DE SPE ESTRADA CABUÇU DE BAIXO INCORPORAÇÕES LTDA. E CHL
DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO S.A. DESPROVIDO. RECURSO DE RODRIGO QUITETE DE
CARVALHO PINTO PARCIALMENTE PROVIDO, A FIM DE CONDENAR AS FORNECEDORAS AO
PAGAMENTO DE QUANTIA A TÍTULO DE DANOS MORAIS NO VALOR DE R$ 10.000,00 (DEZ MIL
REAIS) E INDENIZAR OS DANOS MATERIAIS.

0021117-33.2014.8.19.0202 – APELACAO DES. WILSON DO NASCIMENTO REIS - Julgamento:


13/01/2016 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTO PELA PARTE RÉ. APRECIAÇÃO


OBRIGATÓRIA PELO COLEGIADO. Decisão monocrática que deu parcial provimento ao recurso

55
dos autores, ora agravados, para majorar a verba do dano moral em R$ 10.000,00(dez mil
reais) para cada autor. Ação indenizatória por danos materiais e morais. Promessa de compra
e venda de imóvel em construção. Atraso na entrega do bem. Relação de consumo.
Responsabilidade objetiva. Falha na prestação do serviço. Excludente de caso fortuito/força na
demora da entrega da unidade, sob a alegação de escassez de mão de obra especializada e em
burocracias junto a órgãos públicos, não isenta a recorrente de sua obrigação. Fato alheio à
vontade da parte demandada não comprovado. Atraso injustificado. Teoria do Risco do
Empreendimento. Fortuito interno. Lucros cessantes, a título de aluguel, em virtude da
demora na entrega da unidade imobiliária. Ressarcimento de dano material pelo que a parte
autora deixou de perceber. Possibilidade. Valor que deverá ser apurado em liquidação de
sentença. Precedentes do STJ. Multa contratual pelo atraso devida. Inadimplemento
contratual que ultrapassa o mero aborrecimento. Afronta aos Princípios da Boa-fé Objetiva e
da Confiança. Dano moral in re ipsa. Precedentes jurisprudenciais a justificar a majoração pela
decisão ora impugnada do valor fixado a título de danos morais, o importe de R$10.000,00
para cada autor, que se mantém. Não há que se falar em falta de interesse de agir, por suposta
perda de objeto, em razão da entrega das chaves do imóvel durante o curso do processo, pois,
como bem rejeitada a alegação na sentença a quo, os autores ora agravados perseguem
indenização justamente pelo atraso na entrega da unidade imobiliária e assim, posterior
entrega das chaves, naturalmente, não lhes retira a utilidade do provimento em relação à
pretensão indenizatória formulada, não havendo como prosperar a frágil arguição da
recorrente de falta de interesse de agir. A agravante não trouxe aos autos qualquer argumento
novo apto a ensejar a modificação da decisão ora hostilizada, cujos fundamentos estão em
consonância com a jurisprudência desta Corte. Recurso a que se nega provimento.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de ATRASO NA
ENTREGA DE IMÓVEL: R$10.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 1. PROMESSA DE COMPRA E


VENDA. ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. DANO MORAL AFIRMADO PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS. INVERSÃO DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 2. VALOR DA
INDENIZAÇÃO. EXORBITÂNCIA NÃO VERIFICADA. REDUÇÃO DO QUANTUM. SÚMULA 7/STJ. 3.
RECURSO IMPROVIDO.

1. Consoante asseverado na decisão agravada, as instâncias ordinárias concluíram, após


minucioso exame dos elementos de convicção juntados aos autos, não apenas inexistir
justificativa plausível para o atraso na obra, como também que as peculiaridades da causa
atestavam o dano moral sofrido pela agravada, notadamente diante do longo tempo de atraso
e da ausência de indicação de prazo, pelas agravantes, para a entrega do imóvel. Sendo assim,
infirmar a compreensão alcançada encontra óbice no enunciado n. 7 da Súmula desta Casa.

2. É cediço o entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que "a revisão de indenização


por danos morais só é viável em recurso especial quando o valor fixado nas instâncias locais for
exorbitante ou ínfimo" (AgRg no AREsp 453.912/MS, Relator o Ministro João Otávio de

56
Noronha, DJe de 25/8/2014), sob pena de incidência do enunciado n. 7 da Súmula desta Corte,
desproporcionalidade esta que não se constata na hipótese, visto que foi fixada a indenização
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com base nas peculiaridades da espécie.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 780.379/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 10/11/2015, DJe 19/11/2015)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EMPREENDIMENTO


IMOBILIÁRIO. ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. 1. COMISSÃO DE CORRETAGEM.
ORIENTAÇÃO ADOTADA NA ORIGEM EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CASA.
SÚMULA N. 83/STJ. 2. FORTUITO EXTERNO. FUNDAMENTOS AFASTADOS PELA CORTE
ESTADUAL. REVISÃO. NECESSIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. 3.
DANO MORAL. VALOR RAZOÁVEL. MODIFICAÇÃO.

INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 7/STJ. 4. AGRAVO IMPROVIDO.

1. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o comprador somente


possui obrigação de pagar a comissão de corretagem se é ele quem efetivamente contrata os
serviços do corretor.

Precedentes. Incidência do enunciado n. 83 da Súmula do STJ.

2. Ao apreciar as assertivas referentes à ocorrência de fortuito externo, tendo em vista o


aquecimento do mercado e a escassez de mão de obra, o Colegiado local assinalou a
fragilidade das justificativas expostas, tendo em vista que as aludidas circunstâncias
são previsíveis e ínsitas ao risco da atividade desenvolvida. Nesse contexto, a inversão
dessas conclusões demandaria a análise das provas do processo. Incidência do enunciado n.
7/STJ.

3. Relativamente ao montante fixado a título de danos morais, a análise dos precedentes


desta Corte revela que o valor arbitrado na origem - R$ 10.000,00 (dez mil reais) - não se
distancia dos padrões de razoabilidade, sendo caso de aplicação do enunciado n. 7/STJ.

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 828.193/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 05/05/2016, DJe 16/05/2016)

ATROPELAMENTO EM VIA FÉRREA

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de

57
ATROPELAMENTO EM VIA FÉRREA: R$40.000,00 para pai e R$25.000,00 para irmão.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


ATROPELAMENTO EM VIA FÉRREA. FALECIMENTO DA VÍTIMA. CULPA DA CONCESSIONÁRIA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 37, § 6.º, CF. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL NÃO
ATACADO POR MEIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SÚMULA 126/STJ. CULPA
EXCLUSIVA DA VÍTIMA. NÃO CONFIGURAÇÃO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO DA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. PENSIONAMENTO.
JURISPRUDÊNCIA.

SÚMULA 83/STJ. DANOS MORAIS. R$ 40.000,00 PARA COMPENSAR O PAI DA VÍTIMA. R$


25.000,00 PARA COMPENSAR A IRMÃ DO FALECIDO. VALOR NÃO EXCESSIVO. REVOLVIMENTO
DO PATAMAR FIXADO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
DECISÃO MONOCRÁTICA. PARADIGMA.

INAPTIDÃO. NÃO INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL TIDO POR INTERPRETADO DE FORMA


DIVERGENTE POR OUTRO TRIBUNAL. SÚMULA 284/STF. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO.
AGRAVO DESPROVIDO.

(AgRg no AREsp 734.752/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 07/04/2016, DJe 12/04/2016)

BRIGA DE VIZINHOS
TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


BRIGA DE VIZINHO: R$5.000,00.

0376792-65.2010.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. RENATA COTTA - Julgamento:


13/08/2014 - TERCEIRA CAMARA CIVEL APELAÇÃO.

RESPONSABILIDADE CIVIL. DESENTENDIMENTO ENTRE VIZINHOS. AGRESSAO VERBAL. OFENSA


A HONRA. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. DEVER DE INDENIZAR.
QUANTIFICAÇÃO. PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE. REDUÇÃO. Como é sabido, a reparação do
dano moral, assegurada pelo art. 5º, inciso X da Constituição Federal, visa amenizar o dano
sofrido, dando algum conforto material ao ofendido. E, para que exista o dever de reparar o
dano, imprescindível a ocorrência de três elementos fundamentais que informam a
responsabilidade civil: i - ato ilícito causado pelo agente; ii - dano; iii - nexo de causalidade
entre um e outro (art. 927 do CC/02). Com a inicial foram juntadas fotos tiradas na data do
ocorrido que, de fato, mostram a postura contundente e intimidadora do apelante. Por sua
vez, o depoimento apresentado pela testemunha também comprova a conduta violadora dos
direitos da personalidade da autora. Esse comportamento hostil apresentado pelo apelante,
também já foi observado em momentos anteriores, conforme se extrai dos documentos

58
acostados no processo. Assim, na hipótese dos autos a parte autora logrou êxito em
comprovar a prática de ato ilícito, do nexo causal e do dano, restando acertada a decisão de
procedência do pedido inicial, motivo porque não merece reforma nesse ponto. No que tange
ao dano moral, este deve ser este fixado de acordo com o bom senso e o prudente arbítrio do
julgador, sob pena de se tornar injusto e insuportável para o causador do dano. Para fixação
desse valor, deve-se obedecer ao critério da razoabilidade, objetivando o atendimento da sua
dúplice função - compensatória dos sofrimentos infligidos à vítima e inibitória da contumácia
do agressor - sem descambar para o enriquecimento sem causa da vítima. Deve-se considerar,
portanto, para fins de fixação do quantum, a intensidade da lesão, as condições
socioeconômicas do ofendido e de quem deve suportar o pagamento dessa verba
compensatória. É de ser considerado que a imposição dessa verba tem como fundamentos o
princípio da mitigação da dor e do sentido didático da condenação. Sendo assim, fiel ao
princípio da razoabilidade, mostra-se devida a redução do quantum compensatório fixado em
R$20.000,00, para R$5.000,00 (cinco mil), patamar condizente com os precedentes em
hipóteses semelhantes. Recurso a que se dá parcial provimento. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 13/08/2014 (*)

0333374-09.2012.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. CAETANO FONSECA COSTA -


Julgamento: 31/10/2013 - SETIMA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL - BRIGA DE VIZINHOS DANO MORAL - EXISTÊNCIA - QUANTUM -


REDUÇÃO. - Ação Indenizatória, processada pelo rito sumário, objetivando a Autora reparação
moral decorrente de uma discussão com a Ré na portaria do condomínio em que ambas
residem, tendo esta a agredido fisicamente. - Caracterizada foi a agressão. Deveria a Ré ter
comprovado que não agrediu a Autora, o que não logrou êxito em fazer, na forma do inciso II
do art. 333 do Código de Processo Civil. - Existência do dano mora. Redução do quantum para
R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Sentença parcialmente reformada. - Provimento parcial do
recurso. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 31/10/2013 (*) Íntegra do Acórdão - Data
de Julgamento: 18/12/2013

0015271-61.2007.8.19.0208 - APELACAO -1ª Ementa DES. CEZAR AUGUSTO R. COSTA -


Julgamento: 18/02/2013 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL.

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS. BRIGA ENTRE VIZINHOS. LESÕES CORPORAIS SOFRIDAS PELO AUTOR, IDOSO E
RECÉM-OPERADO. IRRESIGNAÇÃO QUANTO À SENTENÇA QUE FIXOU A INDENIZAÇÃO.
DESCABIMENTO. VALOR QUE ATENDE ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO. DECISÃO
MANTIDA. 1. Trata-se de ação na qual o Autor pleiteou a condenação do réu ao pagamento de
compensação por danos morais e materiais, alegando, em síntese, que sofreu agressões por
parte do réu, que lhe desferiu soco no olho esquerdo recém-operado enquanto o autor
tentava separar uma briga entre sua filha e suas sobrinhas, continuando a ser surrado pelo réu
ainda no chão. 2. Após a análise dos autos, verifica-se que a agressão física restou
comprovada, inclusive por laudo do IML. 3. Cuida-se de hipótese de responsabilidade

59
subjetiva. Em nosso ordenamento jurídico, a cláusula geral da responsabilidade subjetiva está
prevista no artigo 186 c/c o artigo 927 do Código Civil. 4. Não assiste razão ao recorrente ao
sustentar existência de causa excludente de ilicitude, nos termos no art. 188 do Código Civil. 4.
Outrossim, verifica-se estarem presentes os requisitos para a reparação de dano moral, que no
caso em análise mostra-se pertinente, levando-se em conta: i) as lesões físicas sofridas
decorrentes de uma agressão física violenta e desproporcional, mormente em se tratando de
pessoa idosa; ii) a agressão provocou situação de humilhação e desconforto para a vítima, que
ainda convalescia de cirurgia realizada no olho e foi agredido justamente neste local. 5. No
presente caso, não há motivos para rever a sentença vergastada, de modo que deve ser
mantido o valor da indenização, fixado pelo magistrado a quo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
CONHEÇO DO RECURSO E NEGO-LHE SEGUIMENTO. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 18/02/2013 (*)

CONCESSIONÁRIAS (ENERGIA ELÉTRICA E ABASTECIMENTO DE


ÁGUA)

Cobrança por estimativa

TJRJ

SÚMULA N.º 84 DO TJRJ: "É legal a cobrança do valor correspondente ao consumo


registrado no medidor, com relação à prestação dos serviços de fornecimento de água e luz,
salvo se inferior ao valor da tarifa mínima, cobrada pelo custo de disponibilização do
serviço, vedada qualquer outra forma de exação."
Referência: Súmula da Jurisprudência Predominante nº. 2005.146.00005. Julgamento em
12/09/2005. Relator: Des. Roberto Wider. Votação unânime. Registro de Acórdão em
11/10/2005.

SÚMULA Nº. 152 DO TJRJ: "A cobrança pelo fornecimento de água, na falta de hidrômetro
ou defeito no seu funcionamento, deve ser feita pela tarifa mínima, sendo vedada a
cobrança por estimativa." 
Referência: Uniformização de Jurisprudência nº 2010.018.00003. Julgamento em
04/10/2010. 
Relator: Desembargador José Geraldo Antonio. Votação unânime. 
Referência: Uniformização de Jurisprudência nº 2010.018.00003. Julgamento em
04/10/2010 - Relator: Desembargador José Geraldo Antonio. Votação unânime.

60
Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de COBRANÇA
POR ESTIMATIVA: R$3.000,00 a R$5.000,00.

0222044-36.2014.8.19.0001 – APELACAO DES. ARTHUR NARCISO - Julgamento: 28/04/2016 -


VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS


INICIAIS. RECURSO DA RÉ A QUE SE NEGA PROVIMENTO. À vista dos documentos apresentados
com a inicial (index 00028/50) se percebe que a Ré efetuava cobranças por estimativa, prática
vedada consoante Verbete nº 152, da Súmula de Jurisprudência Predominante deste Tribunal:
"A cobrança pelo fornecimento de água, na falta de hidrômetro ou defeito no seu
funcionamento, deve ser feita pela tarifa mínima, sendo vedada a cobrança por estimativa."
No caso em estudo, restou incontroverso que não havia hidrômetro instalado na residência da
Autora até setembro de 2014, daí porque se impunha a cobrança da tarifa mínima. Embora a
Ré mencione que a Autora abandonou o procedimento administrativo, a Concessionária por
certo incorreu em desídia para resolver a questão por anos, gerando transtornos que
ultrapassam o mero aborrecimento e que configuram o dano imaterial. O comportamento da
Ré se sujeita à compensação pecuniária porquanto violou o princípio da boa-fé objetiva e dos
deveres anexos de cooperação e zelo para com a consumidora. A quantia de R$3.000,00 (três
mil reais), a título de compensação de dano moral atende aos princípios norteadores do
instituto, não merecendo redução. Sumula TJERJ nº 349.

0006847-64.2010.8.19.0001 - APELACAO DES. CELSO SILVA FILHO - Julgamento: 05/10/2015 -


VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR 

APELAÇÕES RECÍPROCAS. Fornecimento irregular de água por mais de dez anos para


consumidora domiciliada em região carente. Cobrança por estimativa que não se admite nos
casos em que não há hidrômetro instalado. Dever de restituição de valores já pagos nesse
sistema. Dano moral reconhecido. Montante indenizatório no valor de R$5.000,00 que se
considera conforme aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. RECURSOS AOS
QUAIS SE NEGA SEGUIMENTO.

0042902-73.2008.8.19.0004 – APELACAO DES. ARTHUR NARCISO - Julgamento:


28/04/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTES OS PEDIDOS E CONDENOU A RÉ NO


PAGAMENTO DE VERBA COMPENSATÓRIA NO VALOR DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS) POR
DANOS MORAIS. NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO DA CONCESSIONÁRIA RÉ. Cuida-se de

61
ação na qual reclama o Suplicante de falha na prestação do serviço de abastecimento de água
e da cobrança por estimativa, apesar de existir hidrômetro na unidade consumidora (Index
00010). Aplica-se, em tais casos, a responsabilidade objetiva do prestador de serviço, prevista
no artigo 14 da Lei 8.078/90, dispensando-se o consumidor de demonstrar a culpa do
fornecedor, bastando que comprove o dano e o nexo de causalidade entre este e o defeito na
prestação do serviço. A Concessionária Ré sustenta que não é obrigada a fornecer água 24
horas, e atribuiu a falta de fornecimento do serviço na residência do Autor a provável falta de
cisterna para depósito hidráulico e abastecimento. Todavia, a utilização de carro-pipa para
fornecimento de água a imóvel prescinde de depósito hidráulico para recebê-la e armazená-la,
possibilitando sua utilização posterior ao respectivo abastecimento. Note-se que as telas de
sistema apresentadas pela Demandada não são hábeis a comprovar qualquer excludente de
responsabilidade, vez que produzidas unilateralmente. Acresce que as testemunhas ouvidas
em Juízo foram unânimes em declarar a precariedade dos serviços fornecidos pela Suplicada
(Index 00111). Citada regularmente, a Ré quedou-se inerte, deixando de anexar qualquer
prova relativa a alguma excludente de responsabilidade prevista nos incisos do parágrafo do
artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Decerto que não se desincumbiu do ônus
probatório que lhe é imposto. Assim, considera-se a verossimilhança do alegado,
evidenciando-se que o serviço foi prestado de forma defeituosa, em especial por violação aos
princípios da eficiência e da continuidade do serviço público, previstos no artigo 22 do Código
de Defesa do Consumidor. No que concerne aos danos morais, verifica-se que o
comportamento da Reclamada se sujeita à compensação pecuniária, porquanto gerou o
rompimento contratual e, paralelamente, violou o princípio da boa-fé objetiva e dos deveres
anexos de cooperação e zelo para com o consumidor. Levando-se em conta as circunstâncias
deste caso, conclui-se que o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixado a título de
compensação por danos morais, atende aos Princípios da Razoabilidade e da
Proporcionalidade, não havendo que se falar em redução. Ademais, não sendo
manifestamente desarrazoado o valor arbitrado e não demonstrada objetivamente sua
exasperação ou exiguidade, deve a decisão do Juízo a quo ser prestigiada, conforme a Súmula
nº 343 deste Egrégio Tribunal de Justiça, recentemente editada a este respeito: "A verba
indenizatória do dano moral somente será modificada se não atendidos pela sentença os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade na fixação do valor da condenação."

STJ

Cobrança por estimativa - STJ: R$ 5.000,00.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ART.


535 DO CPC. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. ALEGAÇÃO GENÉRICA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
284/STF. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 282 E 356 DO
STF. FORNECIMENTO DE ÁGUA. INEXISTÊNCIA DE HIDRÔMETRO. ILEGALIDADE DA
COBRANÇA POR ESTIMATIVA. ILEGÍTIMA A SUSPENSÃO DOS SERVIÇOS EM RAZÃO DE
DÉBITOS PRETÉRITOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. DANO MORAL CONFIGURADO.
REVISÃO DESSE ENTENDIMENTO. PRETENSÃO DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ

62
1. A análise do recurso especial quanto à violação do art. 535 do CPC denota que a parte
recorrente não logrou êxito em demonstrar objetivamente quais os pontos foram omitidos
pelo acórdão recorrido.

Tal circunstância atrai a incidência da Súmula 284/STF.

2. Impõe-se o não conhecimento do recurso especial por ausência de prequestionamento,


entendido como o necessário e indispensável exame da questão pela decisão atacada, o que
atrai a incidência das Súmulas 282 e 356 do STF.

3. Está pacificada nesta Corte a orientação de ser ilegal a cobrança por estimativa de consumo
no caso de inexistência de hidrômetro.

Incidência da Súmula 83 do STJ.

4. A jurisprudência do STJ considera ilegítima a interrupção no fornecimento de água


decorrente de débito pretérito, em virtude da existência de outros meios legítimos de
cobrança de débitos antigos não pagos. Incidência da Súmula 83 do STJ.

5. O Colegiado de origem consignou, com base no arcabouço probatório dos autos, que o dano
moral foi configurado, bem como fixou seu valor em obediência aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade. A revisão desse entendimento esbarra no óbice da Súmula
7 do STJ.

6. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no REsp 1454019/RJ, Rel. Ministra DIVA MALERBI (DESEMBARGADORA CONVOCADA TRF
3ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 18/12/2015)

Indenização por dano moral: R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais).

TJRJ

Cobrança por estimativa relativa a débito pretérito: R$ 8.000,00.

0037438-58.2014.8.19.0004 – APELACAO DES. ANTONIO CARLOS ARRABIDA PAES -


Julgamento: 21/01/2016 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO C/C REVISIONAL E INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. CEDAE. COBRANÇA DE
DÉBITO RELATIVO A PERÍODO PRETÉRITO À AQUISIÇÃO DO IMÓVEL PELA AUTORA.
INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO PROPTER REM. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL
CONFIGURADO. VALOR RAZOAVELMENTE FIXADO. HIDRÔMETRO DEFEITUOSO. COBRANÇA
POR "ESTIMATIVA". ILEGALIDADE. SENTENÇA QUE CONDENOU A PARTE RÉ A REPARAR A
PARTE AUTORA EM DANOS MORAIS NO VALOR DE R$7.000,00 (SETE MIL REAIS), COMPATÍVEL
COM O EVENTO NARRADO. SENTENÇA PRESTIGIADA. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO, NA

63
FORMA DO DISPOSTO NO ARTIGO 557, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO
INTERNO. IMPROVIMENTO.

INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA


Demora para religar
TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA E DEMORA EM RELIGAR APÓS QUITADO
O DÉBITO:

SÚMULA Nº. 193 "Breve interrupção na prestação dos serviços essenciais de água, energia
elétrica, telefone e gás por deficiência operacional não constitui dano moral."
REFERÊNCIA: Processo Administrativo nº. 0013662 46.2011.8.19.0000 - Julgamento em
22/11/2010 - Relator: Desembargadora Leila Mariano. Votação Unânime.

Para fins de aplicação da súmula 193 do TJRJ, deve reputar-se breve a interrupção do
serviço essencial de energia elétrica quando não ultrapassar a marca de 4 horas, prazo
conferido pelas normas da agência reguladora para a religação do fornecimento suspenso
(art. 176. §1º da Resolução da Aneel nª 414/2010).

42 horas: R$ 2.000,00.

Durante festas de final de ano (réveillon): R$10.000,00.

0012307-30.2015.8.19.0042 – APELACAO

DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento: 27/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL
CONSUMIDOR

Apelações. Interrupção do serviço público de energia elétrica. Demora de 42 horas na sua


religação. Prazo excessivo. Dano moral configurado. Afastamento da Súmula nº 193 da Corte.
Arbitramento insuficiente. 1. Para fins de aplicação da Súmula nº 193 desta Corte, deve

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reputar-se "breve" a interrupção do serviço essencial energia elétrica quando não ultrapassar a
marca de 4 (quatro) horas, prazo conferido pelas normas da agência reguladora para a
religação do fornecimento indevidamente suspenso (art. 176, § 1º, da Resolução Aneel nº.
414/2010). 2. Insuficiente, quer para compensação do dano, quer para o efeito punitivo-
pedagógico que o instituto deve ostentar, o assaz comedido arbitramento de indenização no
módico valor de R$ 2.000,00 para a indevida suspensão de energia elétrica pelo período de
quarenta e duas horas, abarcando inclusive o período de festejos de réveillon. 3. Nas
circunstâncias do caso concreto, é razoável e proporcional elevar a fixação da verba
indenizatória para o valor de R$ 10.000,00 para compensar o dano indelevelmente infligido à
parte autora, assim atendendo plenamente à finalidade compensatória (art. 944, caput, do
Código Civil) e levando em consideração a gravidade da culpa da concessionária em deixar de
solucionar administrativamente a matéria, embora oportuna e pertinentemente provocada
pelo usuário (art. 944, § único, contrario sensu, do Código Civil), além de servir de desestímulo
à desídia dos fornecedores na prestação de seus serviços no mercado de consumo desiderato
cujo olvido é tão nocivo ao Direito quanto o enriquecimento sem causa, que tão amiúde se usa
alegar. 4. Desprovimento do recurso principal e provimento do recurso adesivo.

3 a 6 dias: R$5.000,00 a 6.000,00.

0327853-79.2009.8.19.0004 - APELACAO

JDS. DES. JOAO BATISTA DAMASCENO - Julgamento: 18/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA
CIVEL

CONSUMIDOR APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. SUPENSÃO DO
SERVIÇO POR 4 (QUATRO) DIAS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. 1. A autora alega que suportou
interrupção indevida no fornecimento de energia elétrica em sua residência por 4 (quatro)
dias. 2. Contestação da parte ré alegando existência de fortuito externo. Fortes chuvas que
caíram na região em que o imóvel da parte autora está localizado, dentro do período objeto da
reclamação. 3. A alegação de breve suspensão só se justifica quando a interrupção do serviço
de energia elétrica não ultrapassar o prazo de 4 (quatro) horas, nos termos do art. 176, § 1º da
Resolução Aneel nº 414/2010. 4. Ultrapassado esse limite máximo, é excessiva a
indisponibilidade do serviço e, por conseguinte, indevida a sua suspensão, de modo a atrair a
incidência da Súmula nº 192 deste Tribunal. 5. Dano moral configurado. 6. Indenização que se
majora para R$ 5.000,00, a fim de atender às peculiaridades do caso. RECURSO PRINCIPAL
DESPROVIDO. E RECURSO ADESIVO PROVID

0015494-40.2013.8.19.0002 - APELACAO 1ª Ementa DES. MARCOS ALCINO A TORRES -


Julgamento: 24/02/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

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Apelação. Energia elétrica. Interrupção do serviço por falta de pagamento. Demora excessiva e
injustificada na sua religação, depois de quitado o débito. Dano moral. 1. A licitude inicial do
ato de interrupção do serviço, fundado no inadimplemento de fatura mensal, não afasta a
responsabilidade da concessionária nem convalida o ilícito configurado pela ulterior demora,
injustificada e irrazoável, no restabelecimento da energia, depois de o consumidor
providenciar a quitação do débito. 2. Nos termos do art. 176, incs. I e III, c/c § 2º, inc. I, "a", da
Resolução Aneel nº 414/2010, deve a concessionária observar o prazo 24 horas para religação
normal ou 4 horas para religação de urgência (se o usuário se dispuser a pagar uma taxa mais
elevada para esse serviço mais célere), prazo esse contado da simples comunicação de
pagamento, postergada a devida comprovação para o ato do restabelecimento. No caso dos
autos, o consumidor adimpliu a fatura em aberto no mesmo dia do corte do fornecimento, e
ainda assim, embora enumere quinze protocolos de atendimento realizados no mesmo dia ou
no que seguiu imediatamente (um deles, protocolo presencial na loja da ré), teve de amargar
longos cinco dias de espera, somente findos por força de ordem judicial em tutela antecipada
3. Nestas circunstâncias, afigura-se razoável e proporcional a majoração da verba
compensatória para R$ 6.000,00, seja por força da extensão do dano causado por
incontroversos quatro dias de demora na religação do serviço essencial, seja pela gravidade da
culpa do fornecedor em deixar de solucionar administrativamente a matéria, embora oportuna
e pertinentemente provocado pelo usuário (art. 944, § único, contrario sensu, CC), além de
servir de desestímulo à desídia das concessionárias na prestação de seus serviços no mercado
de consumo, máxime quando essenciais, desiderato cujo olvido é tão nocivo ao Direito quanto
o enriquecimento sem causa, de que tão amiúde se ouve alegar. 4. Desprovimento do apelo
principal; provimento do adesivo. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 24/02/2016

8 dias: R$7.000,00.

0013257-08.2013.8.19.0075 APELACAO 1ª Ementa DES. ARTHUR NARCISO - Julgamento:


25/02/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO PARA CONDENAR A RÉ AO


PAGAMENTO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS NO VALOR DE R$ 3.000,00 (TRÊS MIL
REAIS), BEM COMO CONDENOU A RÉ EM CUSTAS E HONORÁRIOS DE 10% (DEZ POR CENTO)
SOBRE O TOTAL DA CONDENAÇÃO. RECURSO DA PARTE RÉ A QUE SE NEGA PROVIMENTO E
RECURSO DA PARTE AUTORA A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO, A FIM DE MAJORAR O
QUANTUM COMPENSATÓRIO PARA R$ 7.000,00 (SETE MIL REAIS), DEVENDO INCIDIR JUROS
LEGAIS DESDE A CITAÇÃO E CORREÇÃO MONETÁRIA A CONTAR DA PRESENTE DECISÃO. Cinge-
se a controvérsia sobre a condenação da parte Ré em compensação por danos morais, tendo
em vista corte indevido no fornecimento de energia elétrica na residência da parte Autora. A
parte Ré não se desincumbiu do ônus de fazer prova de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito da Autora, na forma exigida pelo art. 333, II, do Código de Processo Civil e
pelo art. 14, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor, visto não ter comprovado a existência
de situação excepcional e imprevisível, capaz de justificar o corte de energia elétrica, bem
como a excessiva demora no restabelecimento do serviço. Cabe ressaltar que o serviço foi

66
interrompido no dia 15/12/2012, e somente foi restabelecido oito dias após, em 23/12/2012.
Por outro lado, comprova a Autora que ficou sem energia elétrica, mesmo com todas as suas
contas devidamente pagas, tendo restado demonstrado que várias casas da rua
permaneceram sem o referido serviço no período acima citado, conforme depoimento da
testemunha (index 66). O serviço de energia elétrica é tido por essencial, e deve ser prestado
de forma contínua. Na verdade, os danos morais, no caso em exame, são in re ipsa, porque
inquestionáveis e decorrentes do próprio fato. Dessa forma, levando- se em conta as
circunstâncias do caso concreto, e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, deve
ser majorado o valor da compensação por danos morais para R$ 7.000,00 (sete mil reais),
atendendo aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Quanto ao valor dos
honorários advocatícios, este deve ser fixado após a ponderação de critérios como o lugar da
prestação do serviço, o zelo profissional, a natureza e a complexidade da demanda, bem como
o tempo de serviço exigido de cada profissional para patrocinar a causa de seus clientes. No
caso em análise, em que a ação não guarda maior complexidade, deve a verba honorária
permanecer no percentual de 10% (dez por cento) sobre a condenação. Íntegra do Acórdão -
Data de Julgamento: 25/02/2016

Mais de um mês: 10.000,00.

0497175-04.2012.8.19.0001 - APELACAO 1ª Ementa JDS. DES. MARIA TERESA PONTES


GAZINEU - Julgamento: 03/08/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. Relação de consumo. Concessionária Light. Interrupção indevida do


fornecimento de energia elétrica. Demora injustificada para restabelecimento do serviço.
Condenação da ré ao pagamento de reparação pela falha de serviço constatada. Apelo
ofertado pela ré, buscando a reforma da sentença, eis que não teria ocorrido a suspensão do
fornecimento do serviço por falta de pagamento e sim, em razão de problemas técnicos na
localidade, atingindo toda a região. Ausência, no entanto, de comprovação adequada do
alegado, nada justificando a demora de mais de um mês para o restabelecimento do serviço.
Enunciado 17 do Aviso 69/2009 deste Tribunal de Justiça. Dever de indenizar inafastável.
Quantum arbitrado a título de ressarcimento pelos danos morais no patamar de R$ 10.000,00
(dez mil reais), que se mostra adequado, diante das peculiaridades do caso concreto.
Precedentes. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO. SENTENÇA MANTIDA. Decisão Monocrática
- Data de Julgamento: 03/08/2015 Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 24/02/2016

0003376-70.2014.8.19.0075 – APELACAO DES. WERSON REGO - Julgamento: 04/04/2016 -


VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL. FORNECIMENTO DE ENERGIA


ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO INDEVIDA DO SERVIÇO (48 dias). AMPLA. PRETENSÃO
CONDENATÓRIA EM OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM PEDIDO REPARATÓRIO DE
DANOS MORAIS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS, CONDENANDO A PARTE RÉ A

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PAGAR A QUANTIA DE R$10.000,00 (DEZ MIL REAIS) A TÍTULO DE DANOS MORAIS.
INCONFORMISMO DE AMBAS AS PARTES. APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA PELA PARTE AUTORA
VISANDO À MAJORAÇÃO DA VERBA COMPENSATÓRIA. APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA PELA RÉ,
VISANDO À REFORMA INTEGRAL DO JULGADO E, SUBSIDIARIAMENTE, À REDUÇÃO DO
QUANTUM REPARATÓRIO. VEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES AUTORAIS. INTERRUPÇÃO
INDEVIDA DO SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NA UNIDADE DE CONSUMO.
INCIDÊNCIA DO VERBETE SUMULAR Nº 192 DO TJRJ. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. FATO
DO SERVIÇO CARACTERIZADO. DANO MORAL IN RE IPSA. VERBA COMPENSATÓRIA ADEQUADA
AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE, SEM OLVIDAR A NATUREZA
PUNITIVO-PEDAGÓGICA DA CONDENAÇÃO. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO JURÍDICO Nº 116 DO
AVISO N.º 55/2012 DO TJERJ. NEGADO SEGUIMENTO A AMBOS OS RECURSO, NA FORMA DO
ART.557, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

Falta de notificação prévia

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA E FALTA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA:

R$3.000,00 a 4.000,00.

0001890-45.2011.8.19.0046 - APELACAO - 2ª Ementa DES. WILSON DO NASCIMENTO REIS -


Julgamento: 03/02/2016 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO INTERNO. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA - AMPLA. TERMO DE


OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADE (TOI). FALTA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA E DE PERÍCIA
TÉCNICA. DÉBITO APURADO UNILATERALMENTE. NULIDADE DO TOI. INTERRUPÇÃO INDEVIDA
DO FORNECIMENTO DE ENERGIA. POSSIBILIDADE DE DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS EM
EXCESSO. DANO MORAL CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO NO VALOR DE R$ 4.000,00 (QUATRO
MIL REAIS) CORRETAMENTE FIXADA PELO JUÍZO A QUO. DANO MATERIAL
SUBSTANCIALMENTE PROVADO. AGRAVO DO ART. 557, § 1º, DO CPC. APRECIAÇÃO
OBRIGATÓRIA PELO COLEGIADO. Concessionária que deixou de notificar previamente o
consumidor sobre a vistoria, bem como não solicitou perícia técnica no momento da lavratura
do TOI e não efetuou perícia no aparelho de medição substituído. Repetição do indébito
comprovadamente pago a título de indevida recuperação de consumo que deve ocorrer na
forma simples. Danos morais configurados, pois é incontroverso que a autora restou privada
do serviço de energia elétrica. Razoável a verba indenizatória fixada em sentença - R$ 4.000,00
(Quatro mil reais). Agravo interno que ressalta a impossibilidade de devolução simples dos
valores pagos, além da excessiva condenação fixada a título de indenização por dano moral,
não trazendo qualquer fato novo a ensejar a modificação do julgado monocrático. Recurso ao
qual se nega provimento. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 03/02/2016

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APELAÇÃO CÍVEL. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO SEM
AVISO PRÉVIO. DANOS MORAIS. Sentença de procedência confirmando a tutela antecipada e
fixando indenização no valor de R$4.000,00. Apelação do autor objetivando a majoração do
valor da indenização. Manutenção do valor fixado por ser adequado, razoável e proporcional.
Ausência de desdobramento dos fatos a fundamentar a pretensão de majoração. Sentença
mantida. NEGATIVA DE SEGUIMENTO, na forma do artigo 557, caput do CPC. DES. SONIA DE
FATIMA DIAS - Julgamento: 16/03/2016 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR,
0077893-07.2013.8.19.0067 – APELACAO.

0005887-41.2014.8.19.0075 - APELACAO DES. ANA MARIA OLIVEIRA - Julgamento: 04/02/2016


- VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Ação de indenização por dano moral que o Autor teria sofrido em razão da interrupção
indevida do serviço de energia elétrica em sua residência, de 02/05/2014, sem prévio aviso.
Sentença que julgou procedente o pedido, arbitrando em R$ 3.100,00, a indenização por dano
moral, tornando definitiva a decisão que antecipou os efeitos da tutela antecipada que
determinou o restabelecimento do serviço, impondo à Ré, os ônus da sucumbência. Apelação
de ambas as partes. Ré que admitiu a interrupção do serviço, ficando configurada a falha na
prestação do serviço, pois ainda que a interrupção se destinasse a reparos deveria ser
devidamente planejada e informada aos consumidores. Dever de indenizar. Dano moral
configurado. Quantum da condenação que observou critérios de razoabilidade e
proporcionalidade. Honorários advocatícios de sucumbência de 10% sobre o valor da
condenação que foram arbitrados de acordo com o artigo 20, § 3º do CPC, não comportando a
majoração pretendida pelo Autor. Litigância de má-fé do Autor não verificada. Desprovimento
de ambas as apelações.

CONTAMINAÇÃO EM HOSPITAL

Infecção hospitalar durante internação

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de INFECÇÃO
HOSPITALAR DECORRENTE DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: R$ 10.000,00 a 15.000,00.

0005522-69.2006.8.19.0203 - APELACAO -1ª Ementa JDS. DES. RICARDO ALBERTO PEREIRA -


Julgamento: 11/12/2014 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

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Ação de Indenização por danos estético, material e moral. Realização de procedimento de
cateterismo cardíaco, vindo a parte autora ser acometida de infecção hospitalar, ocasionando
internação por 21 dias. Sentença parcial, condenando ao pagamento de danos materiais
demonstrados de aquisição e realização de exames, dano estético fixado em R$ 3.000,00 e
dano moral no valor R$ 15.000,00. Apelação da Clínica médica idealizadora do procedimento.
Embargos de Declaração opostos pelo hospital réu. Ausência de ratificação da Apelação da
Clínica após a decisão dos Embargos de Declaração. Aplicação do Verbete nº 418 da Súmula do
Superior Tribunal de Justiça. Precedentes do TJRJ, do STJ e do STF. Recurso manifestamente
inadmissível. Recursos do hospital réu visando a reforma da sentença e da parte autora
postulando a majoração do valor arbitrados. Manutenção da Sentença. Contexto probatório, e
em especial o laudo pericial que demonstra falha na prestação de serviço a infecção somente
restou ultimada em outra Unidade Hospitalar. Diagnóstico da contaminação foram tardios, que
de certo contribuiu para a gravidade da infecção e suas complicações, já que retardou o início
do tratamento, havendo necessidade de internação, em outro ambiente hospitalar. Situação
culminou com o retorno da autora ao hospital com processo infeccioso ativo e com progressão
para as veias do braço, necessitando de tratamento, é certo o nexo de causalidade entre
aquelas falhas e as consequências referidas. Dano moral in re ipsa. Verbas compensatórias
arbitradas no valor de R$ 3.000,00 pelo dano estético e R$ 15.000,00, que se mostram
razoáveis. Conhecimento e desprovimento dos demais Recursos. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 11/12/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 22/01/2015

0000067-43.2008.8.19.0207 - APELACAO -1ª Ementa DES. PATRICIA SERRA VIEIRA -


Julgamento: 02/07/2012 - DECIMA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL.

Ação indenizatória. Rito ordinário. Direito do consumidor. Contaminação hospitalar por


Mycobacterium após procedimento de videolaparoscopia para tratamento de mioma e cisto
no ovário da autora, realizado nas instalações do nosocômio, por médico particular. Fato
notório. Falta do dever de informação do apelante, na qualidade de médico que assistiu a
autora sobre o risco de contaminação e da alegada restrição à utilização de material
descartável pela operadora de plano de saúde. Ademais, eventual divergência entre o plano de
saúde contratado e o profissional responsável pelo procedimento cirúrgico, quanto ao material
a ser empregado, a escolha cabe ao médico incumbido de sua realização. Enunciado nº 24 do
Aviso nº 94/2010 deste Tribunal de Justiça. Profissional liberal que responde na modalidade
subjetiva, restando comprovada sua conduta culposa, a impor a condenação solidária pela
reparação do dano suportado pela autora. Artigos 6º, incisos I e II, 14, §4º, e 30 do CODECON.
Dano in re ipsa. Indenizações por dano moral e estético, ambas fixadas em R$ 10.000,00 (dez
mil reais), que se mostram condizentes com o patamar usualmente praticado por este
Colegiado. Precedentes. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Decisão Monocrática -
Data de Julgamento: 02/07/2012 (*) Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 15/02/2013
(*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 20/03/2013 (*) Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 08/05/2013

70
HIV

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de


contaminação por HIV durante transfusão sanguínea: R$ 100.000,00 a 150.000,00.

Com resultado morte: R$ 200.000,00.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. REDUÇÃO DO QUANTUM FIXADO A TÍTULO
INDENIZATÓRIO. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA
7/STJ.

1. A jurisprudência do STJ admite a revisão do quantum indenizatório fixado a títulos de danos


morais em ações de responsabilidade civil quando configurada situação de anormalidade nos
valores, sendo estes irrisórios ou exorbitantes.

2. Na hipótese em tela, foi com base nas provas e nos fatos constantes dos autos que o
Tribunal de origem entendeu que é justo o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), arbitrado a
título de indenização por danos morais, diante de contaminação pelo vírus HIV, em virtude de
transfusão de sangue em tratamento de hemofilia.

Desta forma, a acolhida da pretensão recursal demanda prévio reexame do conjunto fático-
probatório dos autos, o que é vedado ante o óbice preconizado na Súmula 7 deste Tribunal.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 534.707/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 18/09/2014, DJe 24/09/2014)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RAZÕES DE RECURSO QUE NÃO IMPUGNAM, ESPECIFICAMENTE, TODOS OS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. AFRONTA AO ART. 535 DO CPC
NÃO CONFIGURADA. ALEGADA OFENSA AO ART. 4º DA LICC. FALTA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. NÃO INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL
VIOLADO. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SUMULA 284/STF. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO. TRANSFUSÃO DE SANGUE. CONTAMINAÇÃO PELO VÍRUS HIV. DANOS MORAIS.
REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO
REGIMENTAL PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESSA PARTE, IMPROVIDO.

I. Interposto Agravo Regimental com razões que não impugnam, especificamente, todos os
fundamentos da decisão agravada, mormente no ponto relativo à legitimidade da agravante
para figurar no polo passivo da ação indenizatória, bem como no tocante à adequação dos

71
honorários advocatícios estipulados pela Corte de origem, não prospera o inconformismo, em
face da Súmula 182 desta Corte.

II. Não há falar, na hipótese, em violação ao art. 535 do CPC, porquanto a prestação
jurisdicional foi dada na medida da pretensão deduzida, de vez que o voto condutor do
acórdão recorrido apreciou fundamentadamente, de modo coerente e completo, as questões
necessárias à solução da controvérsia, dando-lhes, contudo, solução jurídica diversa da
pretendida.

III. Em relação ao art. 4º da LICC, o Recurso Especial é manifestamente inadmissível, por falta
de prequestionamento, pelo que incide, na espécie, quanto ao referido ponto, o óbice do
enunciado da Súmula 211/STJ.

IV. Não há impropriedade em afirmar a falta de prequestionamento e afastar a indicação de


afronta ao art. 535 do CPC, haja vista que o julgado está devidamente fundamentado, sem, no
entanto, ter decidido a causa à luz dos preceitos jurídicos suscitados pelo recorrente, pois não
está o julgador a tal obrigado.

V. A jurisprudência desta Corte considera deficiente a fundamentação do recurso que não


aponta o dispositivo de lei federal violado pelo acórdão recorrido, circunstância que atrai, por
analogia, a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: STJ, AgRg
no AREsp 367.979/PE, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, DJe de
13/11/2015; AgRg no AREsp 732.546/MA, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA,
DJe de 12/11/2015.

VI. Na hipótese, o Tribunal a quo, em face das peculiaridade fáticas do caso, fixou a
indenização, a título de danos morais, no valor de R$ 150.000,000 (cento e cinquenta mil
reais), observando os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, não se mostrando
ele exorbitante, ante o quadro fático delineado no acórdão de origem. Conclusão em contrário
encontra óbice na Súmula 7/STJ.

VII. Agravo Regimental parcialmente conhecido, e, nessa parte, improvido.

(AgRg no AREsp 629.147/RJ, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 15/03/2016, DJe 17/03/2016)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ERRO MÉDICO. CONTAMINAÇÃO POR HIV DURANTE
TRANSFUSÃO SANGUÍNEA. ÓBITO DA PACIENTE. INDENIZAÇÃO. VALOR NÃO EXORBITANTE.
REVISÃO DO VALOR DOS DANOS MORAIS. SÚMULA 7/STJ.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que a


revisão do valor a ser indenizado somente é possível quando exorbitante ou irrisória a
importância arbitrada, o que não é o caso dos autos.

2. Agravo regimental não provido.

72
(AgRg no AREsp 810.277/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 07/04/2016, DJe 15/04/2016)

OBS.: DANOS MORAIS NO VALOR DE R$200.000,00.

CORPO ESTRANHO EM ALIMENTO

Com ingestão

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de INGESTÃO
DE ALIMENTO COM PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO: R$ 3.000,00.

0067645-74.2010.8.19.0038 – APELACAO

DES. DENISE NICOLL SIMOES - Julgamento: 09/03/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL
CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. INGESTÃO DE PRODUTO IMPRÓPRIO PARA O CONSUMO. FATO DO


PRODUTO. CONSUMIDOR QUE INGERIU REFRIGERANTE COM CORPO ESTRANHO: PEDAÇO DE
VIDRO. EXPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR A RISCO CONCRETO DE LESÃO À SUA SAÚDE E
SEGURANÇA. Cinge-se a controvérsia acerca de eventual responsabilidade da Ré por danos
causados ao Autor em decorrência da ingestão de refrigerante com corpo estranho,
especificadamente, pedaço de vidro. Do cotejo dos autos verifica-se que o Autor anexou cópia
do Auto de Apresentação e Apreensão que corrobora as suas alegações, bem como fotos do
produto que comprovam que a garrafa de refrigerante estava em perfeito estado. A alegação
de que deveria ter sido oportunizada à Ré a realização de perícia própria antes de eventual
sentença não merece acolhimento. Isto porque o Autor anexou telegrama no qual a Ré
mostra-se ciente da situação e em momento algum solicita que o consumidor entregue o
produto ou separe para fins de análise, limitando-se a informar seu telefone de SAC. Ademais,
a Ré afirma que não restou comprovado o nexo de causalidade entre sua conduta e o fato
descrito em inicial, uma vez que não há qualquer falha em sua linha de produção. No entanto,
em que pese suas alegações, a Ré não se desincumbiu de provar a existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor, ônus seu, ex vi art. 333, II, do CPC.
Nesse contexto, releva notar que a lei consumerista protege o consumidor contra produtos e
serviços que coloquem em risco sua segurança e, por conseguinte, sua saúde, integridade
física e psíquica, na forma do art. 8º do CDC. Com efeito, o nexo causal vinculado a falta de
cuidado da Ré revela-se na sua conduta, deixando de fornecer a segurança esperada pelos
consumidores. A ingestão do refrigerante contaminado por certo expôs o consumidor a risco
concreto de lesão à sua saúde e segurança, ensejando a compensação por dano moral,
devendo, por isso, assumir os danos decorrentes de sua ação descuidada. Nesse contexto, o

73
valor da reparação originalmente fixado em R$ 3.000,00 (três mil reais), não merece reparo,
posto que se mostra adequado e suficiente para reparar o dano extrapatrimonial sofrido.
RECURSO QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de INGESTÃO
DE ALIMENTO COM PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO: R$ 4.000,00.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL.RESPONSABILIDADE CIVIL. INGESTÃO DE ALIMENTO COM PRESENÇA DE CORPO
ESTRANHO. DANO MORAL. RAZOABILIDADE NA FIXAÇÃO DO QUANTUM. ANÁLISE DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. DECISÃO MANTIDA.

1. A insurgência contra o valor arbitrado a título de indenização por dano moral esbarra na
vedação prevista na Súmula n. 7 do STJ.

Apenas em hipóteses excepcionais, quando a quantia fixada se distancia dos princípios da


proporcionalidade e da razoabilidade, é possível a revisão do quantum por esta Corte, situação
não verificada no caso dos autos.

2. O conhecimento do recurso especial interposto com fundamento na alínea "c" do


permissivo constitucional exige a indicação do dispositivo legal objeto de interpretação
divergente, a demonstração do dissídio mediante a verificação das circunstâncias que
assemelhem ou identifiquem os casos confrontados e a realização do cotejo analítico entre
elas, nos moldes exigidos pelos arts. 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ e 541, parágrafo único, do CPC.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 735.694/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 17/11/2015, DJe 26/11/2015)

OBS.: Indenização no valor de R$4.000,00.

Sem ingestão

TJRJ

PREVALECE NA JURISPRUDÊNCIA DO TJRJ QUE SE HÁ PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO EM


ALIMENTO, MAS NÃO HOUVE A INGESTÃO NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DANO MORAL. Trata-
se de mero dissabor.

74
OBS.: Em casos excepcionais será possível a indenização a título de danos morais. Por
exemplo, em caso de constrangimento em festa de aniversário.

0024470-76.2014.8.19.0042 – APELACAO,

DES. MARIA LUIZA CARVALHO - Julgamento: 28/01/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL
CONSUMIDOR.

AGRAVO INOMINADO. APELAÇÃO. CONSUMIDOR. AQUISIÇÃO DE ALIMENTO IMPRÓPRIO


PARA CONSUMO. PRAZO DE VALIDADE VENCIDO E COM PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO.
AUSÊNCIA DE INGESTÃO. INOCORRÊNCIA DE DANOS MORAIS. Ausente qualquer argumento
capaz de infirmar a decisão agravada. Sentença de parcial procedência. Incontroverso que em
agosto de 2014 o autor adquiriu junto à 2ª ré bombom de fabricação da 1ª ré, cuja data de
validade se encontrava vencida desde março de 2014, além de ter sido constatada a presença
de larvas no produto. Não obstante, tendo em vista a ausência de ingestão do alimento
impróprio para o consumo, não restou caracterizado risco concreto de lesão à saúde e
segurança do autor ou de sua família. "A orientação jurisprudencial esposada por esta Excelsa
Corte é no sentido de que a ausência de ingestão de produto impróprio para o consumo
configura hipótese de mero dissabor vivenciado pelo consumidor, o que afasta eventual
pretensão indenizatória decorrente de alegado dano moral. Precedentes." (AgRg no AREsp
489.325/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 24/06/2014, DJe
04/08/2014). Precedentes TJERJ. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

0025666-45.2012.8.19.0206 – APELACAO,

DES. MARIA LUIZA CARVALHO - Julgamento: 24/02/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL
CONSUMIDOR.

Agravo Inominado. Apelação. Ação de indenização por dano moral. Aquisição de bombom.
Corpo estranho. Ingestão não comprovada. Relato da exordial incongruente com a declaração
prestada em sede policial. Caso em que não é crível que o autor, mesmo após ter
supostamente ingerido o bombom e experimentado o alegado mal estar horas depois, tenha
oferecido o alimento para sua enteada, ora segunda demandante, sabendo-o que era
impróprio para o consumo. Jurisprudência do STJ no sentido de que a ausência de ingestão de
produto impróprio para o consumo configura, em regra, hipótese de mero dissabor vivenciado
pelo consumidor, o que afasta eventual pretensão indenizatória decorrente de alegado dano
moral. Sentença de improcedência mantida. Ausência de argumento capaz de ilidir os termos
da decisão monocrática. Desprovimento do recurso.

0024287-06.2013.8.19.0054 - APELACAO

75
DES. WILSON DO NASCIMENTO REIS - Julgamento: 12/01/2016 - VIGESIMA QUARTA CAMARA
CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. ALIMENTO IMPRÓPRIO


PARA CONSUMO. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. REFORMA DA SENTENÇA. FORNECIMENTO
DE PRODUTO DO GÊNERO ALIMENTÍCIO CONTENDO CORPO ESTRANHO, COM RISCO
CONCRETO À SAÚDE DO CONSUMIDOR E À RESPECTIVA INCOLUMIDADE FÍSICO-PSÍQUICA. O
autor alega, em síntese, que o corpo estranho encontrado no bolo de aniversário de seu filho
gerou grande constrangimento e frustação perante os convidados, pondo fim a festa de
aniversário. Da instrução probatória, restou comprovada pela autora a aquisição do produto
(fl. 20), e que o mesmo estava impróprio para o consumo, conforme material fotográfico (fl.
30/39) e prova oral produzida nos autos. Note-se ainda que, não se trata apenas da aquisição
de um produto impróprio ao consumo, as expectativas construídas com o bolo de aniversário
de seu filho de 13 (treze) anos foram frustradas, bem como adveio o constrangimento da
autora para com seus convidados. Dessa forma, o dano moral restou configurado mesmo não
havendo a ingestão do produto, eis que o prejuízo extrapolou a esfera patrimonial. No tocante
à sua quantificação, há de se observar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
respeitando-se o duplo viés, reparatório e preventivo-pedagógico, este último a sinalizar ao
fornecedor de serviços que, no futuro, deve manter conduta que reflita boa-fé, expressada em
prestação de serviço de boa qualidade, que priorize o respeito, a lealdade e a atenção ao
consumidor, de modo a evitar-lhe prejuízos descabidos. Assim, considerando-se os parâmetros
mencionados, afigura-se razoável a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais). Precedentes do E.
STJ e deste Tribunal. RECURSO A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO NA FORMA DO ARTIGO
557, § 1º-A DO CPC.

STJ

PREVALECE NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ QUE SE HÁ PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO EM


ALIMENTO, MAS NÃO HOUVE A INGESTÃO NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DANO MORAL. Trata-
se de mero dissabor.

AGRAVOS REGIMENTAIS. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO


CONSUMATIVA. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO EM ALIMENTO. NÃO
OCORRÊNCIA DE INGESTÃO. DANO MORAL INEXISTENTE. MERO DISSABOR.

1. Interpostos dois recursos pela mesma parte contra a mesma decisão, não se conhece
daquele apresentado em segundo lugar, por força do princípio da unirrecorribilidade e
da preclusão consumativa.

2. Não há dano moral na hipótese de aquisição de gênero alimentício com corpo estranho no
interior da embalagem se não ocorre a ingestão do produto, considerado impróprio para
consumo, visto que referida situação não configura desrespeito à dignidade da pessoa
humana, desprezo à saúde pública ou mesmo descaso para com a segurança alimentar.

76
3. Primeiro agravo regimental desprovido. Segundo agravo regimental não conhecido.

(AgRg no REsp 1537730/MA, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/03/2016, DJe 28/03/2016)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESENÇA DE CORPO
ESTRANHO EM ALIMENTO. INGESTÃO. REEXAME DOS ELEMENTOS DOS AUTOS. SÚMULA N.
7/STJ. DANO MORAL EXISTENTE.

1. Inexiste dano moral quando não ocorre a ingestão de produto considerado impróprio para
consumo em virtude da presença de objeto estranho no seu interior, situação que não implica
desrespeito à dignidade da pessoa humana, desprezo à saúde pública ou mesmo descaso para
com a segurança alimentar.

2. Rever os elementos que levaram as instâncias ordinárias a concluir que houve a ingestão de
alimento impróprio para consumo demanda o revolvimento do conjunto fático-probatório dos
autos.

Incidência da Súmula n. 7 do STJ.

3. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 662.222/SE, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 01/09/2015, DJe 04/09/2015)

ERRO MÉDICO

Erro de diagnóstico e tratamento

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de erro em
diagnóstico e tratamento:

Erro de diagnóstico: R$ 10.000,00.

Erro de diagnostico que retardou cirurgia e deixou sequelas: R$ 20.000,00.

Erro médico que resultou em dores prolongadas e redução funcional: R$ 20.000,00.

Cirurgia de laqueadura tubária e gravidez posterior: Aproximadamente R$ 40.000,00.

77
Alta indevida pelo Hospital com posterior morte: R$ 300.000,00.

0068824-59.2007.8.19.0002 - APELACAO  DES. WILSON DO NASCIMENTO REIS - Julgamento:


12/11/2015 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. RITO COMUM ORDINÁRIO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL DO NOSOCÔMIO. ERRO NO DIAGNÓSTICO MÉDICO.
CARACTERIZADO DANO MORAL. ARBITRADO NO VALOR DE R$10.000,00, EM CONSONÂNCIA
COM OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

0037092-42.2012.8.19.0210 - APELACAO  DES. ANA MARIA OLIVEIRA - Julgamento:


03/12/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR 

Relação de consumo. Ação de conhecimento movida em face de estabelecimento hospitalar e


médica objetivando o Autor indenização por danos material e moral que teria sofrido em razão
de erro de diagnóstico que teria retardado cirurgia de apendicite, deixando sequelas e
complicando a sua recuperação. Sentença que condenou os Réus ao pagamento de R$
20.000,00, a título de indenização por dano moral, e 50% de todo o valor efetivamente pago, a
ser apurado em liquidação de sentença para reparação do dano material. Apelação dos Réus.
Apelação interposta pelo primeiro Réu antes da publicação da decisão dos embargos de
declaração, não sendo posteriormente ratificada, o que conduz à intempestividade do recurso
interposto. Súmula nº 418 do Superior Tribunal de Justiça. Precedentes do TJRJ e do STJ. Prova
pericial que indicou como inegável o liame de causalidade entre o agravamento da
enfermidade do Autor e a discrepante conduta, por inabilidade da médica, tendo ficado
demonstrado que foram inoportunos o diagnóstico e o tratamento médico dispensado ao
paciente. Falha na prestação de serviço. Dever de indenizar. Dano material devidamente
comprovado, a ser o montante devido apurado em liquidação de sentença. Dano moral
configurado. Indenização que se mostra compatível com critérios de razoabilidade e de
proporcionalidade e com a repercussão dos fatos em discussão. Não conhecimento da
primeira apelação e desprovimento da segunda apelação.

0007655-96.2011.8.19.0207 - APELACAO -1ª Ementa JDS. DES. MARCOS MOURA BRITO -


Julgamento: 27/08/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Apelação Cível. Erro médico. Equívoco no diagnóstico e no tratamento inicial dado à autora
que resultaram em dores prolongadas e redução funcional, conforme atestado pelo Perito do
Juízo. Sentença de procedência, impondo à ré o pagamento de R$ 20.000,00 como
compensação por danos morais sofridos. Recurso da demandada. Alegação de nulidade da
perícia e da sentença. Argumentação de negativa de prestação jurisdicional porque o Juiz a
quo não teria levado em conta o parecer do assistente técnico da apelante. Sustentação da
tese de que o hospital só responde por erro de seu preposto médico se ficar demonstrada a

78
culpa. Alegação de ausência e excesso dos danos morais. A questão relativa à nomeação de
perito, como tudo no estudo do direito, não possui solução exata ou lógica cartesiana,
devendo ser avaliada à luz do caso concreto para que se possa concluir, em um primeiro
momento, se a nomeação do perito violou o artigo 145, § 2º, da Lei Processual Civil, e, em uma
segunda fase, se o perito nomeado se desincumbiu satisfatoriamente de seu múnus. Em se
tratando de perícia médica, a inscrição do Perito do Juízo no CRM já supre as exigências do §
2º do artigo 145 do Código de Processo Civil. Não é necessário que o médico perito seja
especialista em determinada área para poder emitir parecer sobre assuntos das diversas
especialidades, pois os conhecimentos adquiridos nas escolas médicas o habilitam a entender
os procedimentos e condutas de todas as especialidades médicas, mesmo que ele não tenha
sido treinado a realizá-los. Posicionamento explícito do Conselho Federal de Medicina,
veiculado pelo Parecer n° 2.437/2014, de 14 de janeiro de 2014. Precedentes desta Corte de
Justiça. Laudo Pericial irrepreensível tanto sob o aspecto formal quanto na fundamentação
científica. Preliminar de nulidade da pericia e da sentença que se afasta. Negativa de jurisdição
que não se verifica. Sentença devidamente fundamentada, mencionando o Juiz a quo todos os
pressupostos fáticos e argumentos jurídicos que conduziram à sua conclusão final.
Impossibilidade de se considerar o parecer do assistente técnico por se afastar a referida peça
da metodologia científica necessária a tal mister e que pouco mais fez do que questionar o
caráter da recorrida, insinuando que ela simula sintomas com o objetivo de embolsar polpuda
indenização. Jurisprudência Pacífica do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que, provada
a culpa do médico-preposto, presume-se a do hospital-preponente. Aplicação do inciso III do
artigo 932 do Código Civil e da Súmula 341 do Supremo Tribunal Federal. Dores prolongadas e
angústia ante a redução funcional que constituem efeitos extrapatrimoniais da lesão ao direito
da recorrida, causando danos morais. Fixação que atendeu precisamente às circunstâncias da
hipótese concreta. Inteligência e incidência dos incisos X e V do artigo 5º da Constituição da
República. Recurso a que se nega provimento. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
27/08/2015 (*)

0161868-28.2013.8.19.0001 - APELACAODES. VALERIA DACHEUX - Julgamento: 17/12/2015 -


DECIMA NONA CAMARA CIVEL

AGRAVOS INOMINADOS. APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CIRURGIA DE


LAQUEADURA TUBÁRIA. GRAVIDEZ POSTERIOR. ERRO MÉDICO. NEGLIGÊNCIA. DEVER DE
INFORMAÇÃO QUE DECORRE DO EXERCÍCIO DA MEDICINA. DANO MORAL CONFIGURADO.
QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO DENTRO DOS LIMITES DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. O paciente diante do médico está em posição de vulnerabilidade, uma
vez que não conhece os meandros do tratamento, as complicações oriundas, não sabendo
como agir nem o que esperar. Diante deste quadro, deveriam os réus prestarem os
esclarecimentos necessários, como o que porventura poderia advir da cirurgia, para
oportunizar a paciente tomar as medidas necessárias para evitar uma possível gravidez. Por
tais fundamentos, DÁ-SE PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do Artigo 557, §1º-A, do CPC,
para condenar OS RÉUS em Danos Morais no valor de 61 ( sessenta e um) salários mínimos, de
acordo com os Princípios da Proporcionalidade e da Razoabilidade. Condenando ainda os réus
em honorários advocatícios em 10% sobre o valor da causa. E, por fim, em sede de reexame

79
necessário, condeno os réus ao pagamento da taxa Judiciária e ao Estado do Rio de Janeiro, o
pagamento das custas judiciais. PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO E NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

0335709-40.2008.8.19.0001

DES. LUCIA HELENA DO PASSO - Julgamento: 06/07/2015 - VIGESIMA PRIMEIRA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO. RECURSO ADESIVO. ERRO MÉDICO. HOSPITAL MUNICIPAL SOUZA AGUIAR.


LIBERAÇÃO INDEVIDA DO PACIENTE DA UNIDADE HOSPITALAR POR DUAS VEZES.
TRATAMENTO INJUSTIFICADO DISPENSADO À VÍTIMA. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTES
OS PEDIDOS. NEXO CAUSAL EVIDENCIADO PELO LAUDO PERICIAL. RESULTADO MORTE
IMPUTADO À UNIDADE HOSPITALAR. VALOR ARBITRADO EM SEDE DE DANOS MORAIS QUE
MERECE SER ELEVADO PARA R$ 300.000,00 (TREZENTOS MIL REAIS). HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO DEVIDA. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO
ART. 557, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSO ADESIVO A QUE SE DÁ
PROVIMENTO NA FORMA DO ARTIGO 557, §1º-A DO CPC.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de


ERRO NO TRATAMENTO MÉDICO:

Lesão permanente: R$ 25.000,00.

Incapacidade parcial e permanente do autor com a perda de parte dos


movimentos da perna esquerda: R$ 25.000,00.

Cirurgia plástica embelezadora: R$ 50.000,00.

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. OBRIGAÇÃO DE MEIO, E NÃO DE RESULTADO.


ERRO MÉDICO. REEXAME DE PROVAS. SUMULA 07/STJ.

1. O Superior Tribunal de Justiça entende que a relação entre médico e paciente é de meio, e
não de fim (exceto nas cirurgias plásticas embelezadoras), o que torna imprescindível para a
responsabilização do profissional a demonstração de ele ter agido com culpa e existir o nexo
de causalidade entre a sua conduta e o dano causado – responsabilidade subjetiva, portanto.

2. Todavia, o acórdão recorrido entendeu que houve responsabilidade da União mediante ter
ocorrido erro médico, por meio de seu agente, pericialmente comprovado, o que afasta
qualquer dúvida sobre a sua responsabilidade em ressarcir os danos materiais e compensar o
dano moral. O valor arbitrado pela sentença proferida pelo juízo singular em R$10.000,00 (dez

80
mil reais) foi majorado – em razão da gravidade do dano sofrido, que acarretou a incapacidade
parcial e permanente do autor, com a perda de parte dos movimentos da perna esquerda,
conforme o Tribunal de origem – para R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

3. Resta nítido que a convicção formada pelo Tribunal de origem decorreu dos elementos
existentes nos autos. Rever a decisão recorrida importaria necessariamente no reexame de
provas, o que é defeso nesta fase recursal, nos termos da Súmula 07/STJ.

4. Segundo entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça, somente é possível a


modificação da indenização por danos morais, se o valor arbitrado for manifestamente
irrisório ou exorbitante, de modo a causar enriquecimento sem causa e vulnerar os princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade, o que não ocorre no presente caso.

5. Agravo regimental não provido.

(AgRg no Ag 1269116/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em


06/04/2010, DJe 14/04/2010)

RESPONSABILIDADE CIVIL. TRATAMENTO MÉDICO NA REDE PÚBLICA. LESÃO PERMANENTE.


DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE.

O valor arbitrado a título de danos morais pelo Tribunal a quo não se revela exagerado ou
desproporcional às peculiaridades da espécie, não justificando a excepcional intervenção desta
Corte para rever o quantum indenizatório.

"Inadmissível a fixação do montante indenizatório em determinado número de salários


mínimos" (REsp n. 443.095/SC, relatado pelo eminente Ministro Barros Monteiro, DJ de
14/04/2003).

Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido.

(REsp 625.030/DF, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em
18/05/2004, DJ 13/09/2004, p. 261)

OBS.: Indenização por dano moral mantida em R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais).

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ERRO


MÉDICO. CIRURGIA PLÁSTICA EMBELEZADORA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. SÚMULA
83/STJ. POSSIBILIDADE DE O PROFISSIONAL DE SAÚDE ELIDIR SUA CULPA MEDIANTE PROVA.
PERÍCIA QUE COMPROVA O NEXO DE CAUSALIDADE. REEXAME DE PROVAS. ANÁLISE
OBSTADA PELA SÚMULA 7/STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO COM RAZOABILIDADE.
RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. De acordo com vasta doutrina e jurisprudência, a cirurgia plástica estética é obrigação de


resultado, uma vez que o objetivo do paciente é justamente melhorar sua aparência,
comprometendo-se o cirurgião a proporcionar-lhe o resultado pretendido.

81
2. A reforma do aresto no tocante à comprovação do nexo de causalidade entre a conduta
médica e os danos experimentados pela recorrente, demandaria, necessariamente, o
revolvimento do complexo fático-probatório dos autos, o que encontra óbice na Súmula n.
7/STJ.

3. A revisão da indenização por danos morais só é possível em recurso especial quando o valor
fixado nas instâncias locais for exorbitante ou ínfimo, de modo a afrontar os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Ausentes tais hipóteses, incide a Súmula n. 7/STJ a
impedir o conhecimento do recurso.

4. No caso vertente, verifica-se que o Tribunal de origem arbitra o quantum indenizatório em


R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), pelos danos morais que a recorrida experimentou em
decorrência do erro médico produzido pelo recorrente, que além de ter contrariado as
expectativas da paciente com os resultados alcançados na cirurgia íntima de natureza estética
a que foi submetida, gerou-lhe prejuízos em sua saúde.

5. Agravo regimental não provido.

(AgRg nos EDcl no AREsp 328.110/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 19/09/2013, DJe 25/09/2013)

Erro médico no parto

TJRJ

Asfixia neonatal, que ocasionou em microcefalia com déficit importante psiconeuromotor:


R$ 100.000,00 para criança e R$ 60.000,00 para genitor.

Morte de recém-nascido: R$ 100.000,00 para genitor.

0234017-27.2010.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa JDS. DES. KEYLA BLANK - Julgamento:


09/12/2015 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E PENSIONAMENTO


VITALÍCIO. ERRO MÉDICO. 1. O primeiro autor, menor então nascente, sofreu asfixia neonatal,
que ocasionou em microcefalia com déficit importante psiconeuromotor, com retardo
marcante de estatura e peso, tetraplegia espástica e epilepsia, em decorrência da demora na
realização do parto na sua mãe, segunda autora. 2. In casu, o profissional médico credenciado
não observou o devido cuidado e diligência no atendimento do primeiro e da segunda autora,

82
concluindo o laudo pericial que há relação de causa e efeito entre a condução do trabalho de
parto e as sequelas encontradas no menor. 3. Há solidariedade passiva dos réus, isso porque,
em se tratando de hospital também credenciado da administradora de plano de saúde, este
integra a cadeia de fornecedores. A alegada ausência de vinculo direto com o médico possui
relevância apenas para a hipótese de eventual ação regressiva. 4. Muito embora a pretensão
indenizatória seja um Direito Personalíssimo daquele que diretamente suportou o prejuízo,
entende-se pela possibilidade de terceiro ser titular de tal reparação, quando o evento tiver
repercutido em sua esfera psíquica também. É o instituto do Dano Reflexo ou Ricochete. 5. O
valor arbitrado na sentença, no entanto, se revelando inadequado à justa reparação,
considerando as circunstancias peculiares do caso. Deve-se registrar que os valores
pertinentes a cada autor e evento devem ser individualizados e, em assim sendo, o quantum
deve ser majorado e proporcional. Para tanto, justo e adequado o valor de R$220.000,00
(duzentos e vinte mil reais), sendo R$100.000,00 para a criança e R$60.000,00 para cada
genitor. 6. A pensão vitalícia é devida, já que as lesões sofridas pelo 1º autor são irreversíveis,
gerando invalidez permanente, cabendo a fixação conforme requerido no apelo autoral. 7.
Insta consignar que o laudo pericial, ao contrário do sustentado no apelo autoral, não o
comprova, apenas faz menção à planilha apresentada pelos próprios autores. Mas, em relação
ao pagamento à ASCE, no valor de R$1.432,50, deve este ser acrescido à condenação. 8. Na
espécie, a fixação dos honorários de sucumbência em 10% (dez por cento) do valor da
condenação não atende aos critérios legais e peculiaridades da causa, inclusive o volume de
trabalho e o tempo despendido, de sorte que se faz necessária a sua majoração, sendo mais
adequado ao caso dos autos o valor equivalente a 15% (quinze por cento). 9. Desprovimento
dos apelos das rés e apelo autoral parcialmente provido. Mantida a sentença em seus demais
termos.

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 09/12/2015 (*)

0063306-96.2004.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. TERESA


ANDRADE - Julgamento: 26/08/2015 - SEXTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. MORTE DE


RECÉM-NASCIDO. ERRO MÉDICO. PARTO TARDIO. SOFRIMENTO FETAL. INFECÇÃO E MORTE DE
NASCITURO POR ANOXIA INTRAUTERINA. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DO RÉU.
HOSPITAL MUNICIPAL. DANOS MORAIS DEVIDOS. 1- Cerceamento de defesa afastada. 2Laudos
que apontam a falha no atendimento da Autora durante o trabalho de parto. 3- A não
concordância com o resultado da prova técnica não a torna imprestável, sendo desnecessária a
realização de uma nova perícia, por ser meramente protelatória. 4- Livre apreciação da prova,
estabelecido no art. 131 do CPC. 5- Rejeição da preliminar. 6Responsabilidade objetiva do
Município. 7-. Pretensão autoral que se funda na responsabilidade objetiva, nos termos do art.
37 § 6º da CR. 8- O sistema de responsabilidade civil do Estado recepciona a teoria do risco
administrativo, desobrigando o lesado de demonstrar a culpa da Administração para obter
indenização em razão de ato danoso causado por seus agentes. 9- A equipe responsável pelo
atendimento não atentou para a situação de emergência em que se encontrava a Autora
aplicando-lhe medicação para induzir as contrações na busca de um parto normal quando tudo

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acenava para a realização de cesariana. 10- Parto tardio, que acarretou a morte do recém-
nascido por anoxia intrauterina. 11- Laudo aponta a falta de entrosamento entre a equipe
obstétrica e a anestésica, má condução técnica como um todo, com especial acento nos
procedimentos do anestesiologista, sem afastar in totum, má avaliação obstétrica sob o
aspecto temporal quando da propositura do parto por via alta, depois de tentativa do uso de
fórceps. 12- Documentos comprovando que o feto estava com batimentos normais quando se
detectou a discórdia. 13Possibilidade de o atraso ocorrido na analgesia da parturiente, bem
como a decisão pelo parto cesariana ter ocasionado a morte do nascituro. 14Inexistem nos
autos, quaisquer indícios que a gravidez apresentasse fator de risco que ensejasse a morte do
recém-nascido. 15- Omissão nas cautelas exigidas dos profissionais médicos que atenderam a
Autora, diga-se de passagem, sem nenhum entrosamento, a quem cabiam envidar todos os
esforços e meios ao seu alcance para que a saúde da mãe e do nascituro fosse preservada. 16-
O descaso da equipe do hospital foi determinante para a morte do nascituro. 17- Aplicação da
Teoria da Perda da Chance na solução justa da demanda à luz do princípio democrático de
direito e de respeito à dignidade da pessoa humana. 18- Dano moral, que deriva do próprio
fato negligente, isto é, ocorre in re ipsa. 19- Dever de indenizar, nos termos do que estabelece
o art. 37, § 6º da Constituição da República, art. 734, caput c/c art. 927, parágrafo único do
NCC. 20- Quantum indenizatório fixado abaixo daqueles praticados por esta Corte, mas deve
ser mantido em R$100.000,00 (cem mil reais), considerando que a parte Autora não recorreu
postulando pela sua majoração. 21- A condenação obedeceu aos limites do pedido como
determina o art. 460, caput do CPC. 22- Os juros e a correção monetária devem fluir a partir do
julgado que fixou a indenização. 23- DESPROVIMENTO DO RECURSO. Íntegra do Acórdão - Data
de Julgamento: 26/08/2015 (*)

STJ

Criança em estado vegetativo: R$ 180.000,00 a R$ 200.000,00.

Sequelas graves: R$ 100.000,00 (para cada ascendente).

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ERRO MÉDICO NO PARTO. LESÃO
PERMANENTE NA CRIANÇA. ESTADO VEGETATIVO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACÓRDÃO
RECORRIDO QUE, À LUZ DAS PROVAS DOS AUTOS, CONCLUIU PELO DEVER DE INDENIZAR, EM
RAZÃO DE NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA MÉDICA. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

I. Na hipótese dos autos, a parte autora ajuizou ação de indenização por danos morais e
materiais, com a finalidade de obter reparação, em face dos danos decorrentes de grave lesão
cerebral, ocasionada por negligência e imperícia médica, por ocasião do parto.

II. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento no sentido de


que o valor arbitrado, a título de danos morais, somente pode ser revisto excepcionalmente,
quando irrisório ou exorbitante, sob pena de ofensa ao disposto na Súmula 7 desta Corte.

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III. O Tribunal a quo, à luz das provas dos autos, majorou a pensão mensal, para manter o
tratamento da autora, de 4 para 5 salários-mínimos, e majorou, também, o quantum
indenizatório, a título de danos morais, de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para R$ 180.000,00
(cento e oitenta mil reais), valor que, segundo o acórdão recorrido, "se afigura mais coerente
para fins reparatórios, para proporcionar uma compensação justa às partes lesadas, bem como
servir como caráter pedagógico válido, no sentido de coibir condutas semelhantes por parte da
prestadora de serviços". Conclusão em contrário encontra óbice na Súmula 7/STJ.

IV. Agravo Regimental improvido.

(AgRg no AREsp 746.902/SC, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 13/10/2015, DJe 23/10/2015)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ERRO MÉDICO. PARTO. PARAPLEGIA
PERMANENTE. ART. 515, §1º, DO CPC. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº
282/STF. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. VALOR
ARBITRADO. RAZOABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ.

1. Ausente o prequestionamento, até mesmo de modo implícito, de dispositivos apontados


como violados no recurso especial, incide o disposto na Súmula nº 282/STF.

2. O Superior Tribunal de Justiça, afastando a incidência da Súmula nº 7/STJ, tem


reexaminado o montante fixado pelas instâncias ordinárias a título de danos morais
apenas quando irrisório ou abusivo, circunstâncias inexistentes no presente caso, em que o
valor devido pela demandada foi arbitrado em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), revelando-
se, assim, razoável e adequado diante dos severos prejuízos suportados pela autora da
demanda, que se viu acometida de gravíssima sequela (paraplegia permanente) em virtude
do comportamento dos prepostos da ré.

3. A atualização monetária da indenização fixada e o acréscimo decorrente da incidência


de juros legais de mora não servem ao propósito de demonstrar sua eventual exorbitância
para fins de redução na via especial.

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1357637/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 17/03/2016, DJe 31/03/2016)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
ESTÉTICOS. ERRO MÉDICO. PARTO. SEQUELAS GRAVES. VALOR RAZOÁVEL. JUROS
MORATÓRIOS. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. TERMO A QUO A DATA DA CITAÇÃO.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

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1. O Superior Tribunal de Justiça firmou orientação de que somente é admissível o exame do
valor fixado a título de danos morais em hipóteses excepcionais, quando for verificada a
exorbitância ou a índole irrisória da importância arbitrada, em flagrante ofensa aos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade.

2. No caso, o valor da indenização por danos morais e estético, arbitrado no montante de


R$ 100.000,00 (cem mil reis) para cada um, totalizando R$ 200.000,00 (duzentos mil reais),
não é exorbitante nem desproporcional aos danos sofridos pelo agravado, o qual em
decorrência de comprovado erro médico ocorrido no seu parto, ficou com graves lesões
cerebrais, desenvolvimento neuropsicomotor com grande atraso, fala muito comprometida,
não consegue sentar ou andar sem ajuda de terceiros, conforme relatado pelas instâncias
ordinárias.

3. Quanto à data inicial dos juros moratórios, por tratarem os autos de caso de
responsabilidade contratual, tem-se que a jurisprudência desta eg. Corte é pacífica ao fixar a
data da citação como termo a quo.

4. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento.

(EDcl nos EDcl no AREsp 706.352/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 10/03/2016, DJe 30/03/2016)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA DE REPARAÇÃO POR DANOS


MORAIS. ERRO MÉDICO OCORRIDO EM HOSPITAL PÚBLICO QUE RESULTOU EM
SOFRIMENTO E MORTE DO PAI DO AUTOR. DANO MORAL CARACTERIZADO. DEVER DE
INDENIZAR. QUANTUM INDENIZATÓRIO (R$ 80.000,00) QUE SE MOSTRA COMPATÍVEL
COM PRECEDENTES DO STJ: AGRG NO ARESP 598.315/PE, REL. MIN. ASSUSETE
MAGALHÃES, DJE 4.9.2015 E AGRG NO ARESP 570.832/GO, REL. MIN. MAURO CAMPBELL
MARQUES, DJE 28.10.2014. INEXISTÊNCIA DE EXORBITÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL A
QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. O valor arbitrado a título de danos morais fora estipulado em razão das peculiaridades do
caso concreto, levando em consideração o grau da lesividade da conduta ofensiva e a
capacidade econômica da parte pagadora, a fim de cumprir dupla finalidade: ressarcimento
do prejuízo imposto ao ora Agravado e punição do causador do dano, evitando-se novas
ocorrências.

2. Discute-se nos autos o valor fixado a título de danos morais, decorrente de erro médico,
firmados na instância ordinária no quantum de R$ 80.000,00, que se mostra compatível com
precedentes do STJ: AgRg no AREsp. 598.315/PE, Rel. Min. ASSUSETE MAGALHÃES, DJe
4.9.2015; e AgRg no AREsp. 570.832/GO, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe
28.10.2014.

3. A revisão do quantum a ser indenizado somente é possível quando exorbitante ou irrisória


a importância arbitrada, em violação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
o que não se observa in casu.

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4. Agravo Regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 755.535/CE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 17/03/2016, DJe 01/04/2016)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OFENSA AOS ARTS. 165, 458 E 535 DO CPC NÃO
CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE CIVIL. FALTA DE TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO.
MORTE DO FILHO. DANO MORAL. NEXO CAUSAL COMPROVADO. REDUÇÃO DO QUANTUM
INDENIZATÓRIO E DA VERBA HONORÁRIA. REEXAME DE PROVA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ.

1. Deve ser rejeitada a alegada violação dos arts. 165, 458, II, e 535, II, do CPC, na medida em
que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide, fundamentando seu proceder de acordo
com os fatos apresentados e com a interpretação dos regramentos legais que entendeu
aplicáveis, demonstrando as razões de seu convencimento.

2. O Tribunal de origem, com base na análise do contexto fático-probatório dos autos,


reconheceu a existência do nexo de causalidade para a imputação da responsabilidade civil do
ente público, reconhecendo devida a indenização pleiteada. A revisão desse entendimento
demanda nova análise dos elementos fático-probatórios dos autos, o que esbarra no óbice da
Súmula 7/STJ.

3. Em relação ao quantum indenizatório, o Tribunal de origem, dadas as peculiaridades do


caso, fixou a indenização por dano moral no montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

4. O STJ consolidou orientação de que a revisão do valor da indenização somente é possível


quando exorbitante ou insignificante a importância arbitrada, em flagrante violação dos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, o que não é o caso dos autos.

5. Desse modo, avaliar a extensão do dano, sua repercussão na esfera moral da recorrida, a
capacidade econômica das partes, entre outros fatores considerados pelas instâncias
ordinárias, implicaria afronta ao disposto na Súmula 7/STJ, por demandar a análise do
conjunto fático-probatório dos autos.

6. Esta Corte atua na revisão da verba honorária somente quando esta tratar de valor irrisório
ou exorbitante, o que não se configura neste caso. Assim, o reexame das razões de fato que
conduziram a Corte de origem a tais conclusões significa usurpação da competência das
instâncias ordinárias.

7. Agravo Regimental não provido.

(AgRg no AREsp 777.278/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
19/11/2015, DJe 04/02/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL


CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ERRO MÉDICO. REALIZAÇÃO
DE EXAME. MORTE DO PACIENTE. 1. OMISSÃO. ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DA
FORMA COMO FOI VIOLADO. SÚMULA N. 284/STF. 2. COMPROVAÇÃO DA CULPA, DO DANO E
NEXO DE CAUSALIDADE. CONCLUSÕES FÁTICAS DO TRIBUNAL. REVER O QUADRO FÁTICO

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TRAÇADO. IMPOSSIBILIDADE. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 3. ANÁLISE DA
DIVERGÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. PECULIARIDADES DE CADA CASO CONCRETO. 4. VALOR DA
INDENIZAÇÃO. R$120.000,00. CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. 5. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

1. A recorrente não demonstra de que modo o art. 535 do CPC foi violado pelo acórdão
recorrido. Dessa forma, constata-se que a fundamentação apresentada no recurso se mostra
deficiente, atraindo, assim, a incidência do verbete n. 284 da Súmula do Supremo Tribunal
Federal.

2. É vedado em recurso especial o reexame das circunstâncias fáticas da causa, ante o disposto
no enunciado n. 7 da Súmula do STJ: "A pretensão de simples reexame de provas não enseja
recurso especial." 3. Atacar a conclusão do Tribunal de origem e analisar a inexistência de erro
médico na realização do exame, já assentado como comprovado, pois presentes todos os
requisitos ensejadores da responsabilidade subjetiva - demonstração da culpa na conduta da
recorrente, a existência do dano e o nexo de causalidade -, é impossível neste caso, pois seria
necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que é obstado em recurso
especial.

4. A divergência jurisprudencial não foi demonstrada diante da falta do devido cotejo analítico
e, principalmente, pela carência de comprovação da similitude fática entre os julgados
confrontados, de maneira que inviável o inconformismo apontado pela alínea c do permissivo
constitucional.

5. Ademais, no concernente ao valor da indenização do dano moral arbitrado pelo Tribunal de


origem, o recurso não comporta a análise de divergência jurisprudencial, uma vez que se
verifica a impossibilidade de, relativamente ao acórdão confrontado, estabelecer-se juízo de
valor acerca da relevância e semelhança dos pressupostos fáticos inerentes a cada uma das
situações retratadas nos acórdãos paradigmas, que acabaram por determinar a aplicação do
direito à espécie.

6. Outrossim, o valor da indenização por danos morais, arbitrado em R$ 120.000,00 (cento e


vinte mil reais), consideradas as peculiaridades do caso em questão - morte do marido da
agravada em decorrência da culpa da agravante na realização de um exame de endoscopia -,
não se mostra desarrazoado ante os patamares estabelecidos por esta Corte Superior, estando
em perfeita consonância com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Inviável, portanto, a intervenção do STJ no tocante ao valor fixado nas instâncias ordinárias.

7. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 513.918/BA, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/12/2015, DJe 03/02/2016)

TJRJ

Morte de genitor: R$ 80.000,00 a R$ 100.000,00.

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0001535-72.2009.8.19.0024 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO DES. JUAREZ FOLHES -
Julgamento: 24/02/2016 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. REEXAME. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. PACIENTE DE 67


ANOS, HIPERTENSA, DIABÉICA E COM QUADRO DE PRECARDIALGIA E DISPNÉIA. ALEGAÇÃO DE
NEGLIGÊNCIA NO ATENDIMENTO MÉDICO PRESTADO PELOS MÉDICOS DO HOSPITAL
MUNICIPAL DE ITAGUAÍ, QUE NÃO CONSIDERARAM A GRAVIDADE DO QUADRO DA PACIENTE,
APESAR DE APRESENTADO LAUDO MÉDICO APONTANDO A NECESSIDADE URGENTE DE
CATETERISMO. MORTE DE MUNÍCIPE EM HOSPITAL MUNICPAL DE ITAGUAÍ. PERÍCIA MÉDICA
CONFIRMANDO FALHA NA PRESTAÇÃO DO ATENDIMENTO MÉDICO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. DANOMORAL ARBITRADO EM R$ 40.000.00 PARA O ÚNICO AUTOR, FILHO DA
DE CUJUS. RECURSO DO DEMANDANTE PELA MAJORAÇÃO DA CONDENAÇÃO E DOS
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. PARCIAL PROVIMENTO. INDENIZAÇÃO MAJORADA PARA R$
88.800,00. HONORÁRIOS MANTIDOS COMO ARBITRADOS, EM R$ 1.500,00. 1. Autor que
pretende a condenação do Município réu em compensá-lo por danos morais, ante a
negligência no atendimento médico realizado pelo Município. Diz que sua genitora, no dia
26/02/2008, no Hospital Municipal, não conseguiu ser atendida no Plantão de Emergência, eis
que ¿.os médicos alegaram não ser caso de urgência.¿ Imediatamente se dirigiu a uma clínica
particular, fez eletrocardiograma e obteve prescrição médica (laudo) para realização de
cateterismo em 24 horas por ser grave seu estado. Retornou ao hospital, mais uma vez houve
a negativa em realizar o exame de cateterismo, apesar de estar munido de pedido escrito para
realização de cateterismo de uma funcionária da Secretaria de Saúde do Município, sendo
receitados apenas alguns remédios. No dia seguinte (27/02/2008), obteve da Coordenadora do
Posto de Saúde do bairro onde reside uma carta-pedido para a realização do cateterismo à
uma cardiologista do Centro Municipal de Especialidades, Dra. Ana Luiza, que na ocasião
também ignorou o pedido, entendendo não haver necessidade. Retornou, no dia seguinte
(28/02/08) ao Hospital Municipal, vindo então sua mãe a falecer ¿.nos braços justamente
daquele médico que desprezou o laudo médico da clínica particular e o pedido da Secretaria
Municipal de Itaguái para realizar o exame de cateterismo.¿ 2. O réu alega que agiu de forma
adequada, não podendo ser responsabilizado pela morte da paciente. 3. O laudo do Perito do
Juízo indica ter havido falha no atendimento prestado pelo hospital administrado pelo
Município réu, ora apelante, afirmando o Perito : ¿ .no presente caso deixou de ser valorizadas
por parte de prepostos do Réu informações que davam conta da gravidade do quadro clínico
apresentado pela genitora do Autor, sendo tal fato de importância significativa para o
desfecho verificado.¿ 4 Dano moral arbitrado em R$ 40.000,00 pelo Juízo a quo. Pedido de
Majoração. Provimento. Valor elevado para R$ 88.800,00, equivalente a 100 (cem) salários
mínimos, em consonância com precedente desta Corte em caso semelhante. 5. Honorários
advocatícios fixados em R$ 1.500,00. Valor em consonância com o caso concreto e com os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 6. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO
para majorar a condenação ao pagamento de indenização por dano moral em R$ 88.800,00.
Honorários mantidos como arbitrados. Em reexame, complementa-se a sentença para que os
juros de mora incidam a partir do evento morte, incidindo juros nos termos da Lei 9494/97,
com posterior alteração, e correção monetária com base no IPCA a partir do arbitramento.

89
0026790-62.2009.8.19.0208 – APELACAO DES. MARIA LUIZA CARVALHO - Julgamento:
16/03/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. CONSUMIDOR. HOSPITAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS MÉDICOS.


RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. DANO MORAL REFLEXO. MANUTENÇÃO DA VERBA
INDENIZATÓRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Demanda indenizatória ajuizada em face de
hospitais ao fundamento de que houve erro médico quando do atendimento dado à genitora
da autora, a qual veio falecer nas dependências do 2º. réu. "A responsabilidade dos hospitais,
no que tange à atuação dos médicos que neles trabalham ou são ligados por convênio, é
subjetiva, dependendo da demonstração da culpa. Não se pode excluir a culpa do médico e
responsabilizar objetivamente o hospital. A responsabilidade objetiva para o prestador do
serviço prevista no art. 14 do CDC, no caso o hospital, limita-se aos serviços relacionados ao
estabelecimento empresarial, tais como a estadia do paciente (internação), instalações,
equipamentos e serviços auxiliares (enfermagem, exames, radiologia)." (AgRg no REsp
1385734/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 26/08/2014,
DJe 01/09/2014). Nesse sentido, uma vez que a questão envolve suposta falha na prestação
dos serviços consistente no atendimento médico dado à paciente em ambos os nosocômios, o
caso em tela deve ser analisado sob a ótica da responsabilidade subjetiva, sendo indispensável
a demonstração de atitude intencional, negligência, imprudência ou imperícia do profissional
médico, conforme dispõe o art. 14, § 4º, do CDC. Obriga-se o profissional de medicina a fazer
uso de todos os meios necessários e acessíveis no esforço do diagnóstico e cura do paciente,
devendo empreender conduta compatível com a boa técnica médica. Nesse sentido, o
conjunto probatório carreado aos autos demonstra a incorreção do agir dos médicos do
hospital réu. No caso, o laudo pericial constatou que houve falha no atendimento médico
prestado pelo corpo clínico do hospital apelante. Com relação à responsabilidade do
atendimento médico dado pelos prepostos do segundo réu, não restou demonstrada nos
autos qualquer falha, sendo certo que a paciente quando lá chegou já apresentava grave
quadro de saúde. Dano moral reflexo. A instabilidade emocional provocada naquele que se vê
súbita e indevidamente privado da oportunidade de tratamento de sua doença ou de um
familiar, por si só, é hábil a acarretar aflições e angústias que abalam a esfera emocional do
indivíduo. Quantum indenizatório que merece ser mantido em R$ 100.000,00. Honorários
advocatícios arbitrados com observância dos parâmetros fixados no parágrafo §3º do art.20 do
CPC. Art. 557, caput, do CPC. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AOS RECURSOS.

ERRO EM EXAME LABORATORIAL

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


ERRO EM EXAME MÉDICO LABORATORIAL:

90
Geral: R$3.000,00 a R$4.000,00.

0002795-29.2007.8.19.0066 - APELACAO -1ª Ementa DES. ANTONIO CARLOS BITENCOURT -


Julgamento: 27/08/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM REPARAÇÃO POR DANOS
MORAIS. ERRO EM EXAME MÉDICO LABORATORIAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO DA PARTE RÉ A QUE SE NEGA PROVIMENTO, na
forma do art. 557, caput, do CPC. 1 - É cediço que a relação entre médico e paciente é
contratual e encerra, como regra geral, obrigação de meio, o que significa dizer que o
profissional não se responsabiliza pelo resultado final do procedimento, se obrigando apenas a
empregar todos os meios ao seu alcance para consegui-lo. Assim, se o médico não alcançar o
resultado esperado, mas for diligente nos meios empregados para tanto, não será considerado
inadimplente. Todavia, não se pode olvidar que, em se tratando de exames laboratoriais, a
obrigação assumida pelo laboratório é de resultado, e se este não for obtido, o devedor será
considerado inadimplente e deverá responder pelas perdas e danos sofridas pelo consumidor.
2 - No caso, constata-se a flagrante contradição entre o resultado do exame realizado pelo
apelante e a análise conclusiva realizada pelo perito nomeado, asseverando a ocorrência de
equívoco por parte dos réus. 3 - Assim, mostrando-se induvidosa a falha da ré apelante diante
de um diagnóstico errado, impondo à autora desnecessário sofrimento, é inegável o dano
moral indenizável. 4 - No que toca ao quantum, é cediço que a indenização por danos morais
deve ser fixada de acordo com os parâmetros impostos pelos princípios da proporcionalidade
e da razoabilidade, observando os critérios que balizam seu arbitramento, como a repercussão
do dano e a possibilidade econômica do ofensor e da vítima, de modo que se atenda ao
caráter preventivo-pedagógico-punitivo da reparação, mas não se permita o enriquecimento
sem causa. 5 Assim, considerando-se a gravidade dos fatos, entendo acertada a indenização
arbitrada em favor da autora em R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), posto que em
consonância com o entendimento desta E. 27ª Câmara Cível/Consumidor sobre a matéria.
Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 27/08/2015 (*)

0367798-43.2013.8.19.0001 – APELACAO DES. MARCOS ANDRE CHUT - Julgamento:


11/05/2016 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS


E MORAIS. AUTORA QUE REALIZOU EXAME LABORATORIAL NA RÉ, TENDO O LAUDO
APRESENTADO VALOR EM MUITO SUPERIOR AO NORMAL, TENDO RECEBIDO DIAGNÓSTICO DE
CÂNCER PELA MEDICA ASSISTENTE. REQUER REEMBOLSO DO VALOR GASTO PARA
REALIZAÇÃO DE NOVO EXAME, BEM COMO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SENTENÇA
DE PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS, CONDENANDO A RÉ AO PAGAMENTO DE R$2.454,63 A
TÍTULO DE DANO MATERIAL E DE R$ 15.000,00 A TÍTULO DE DANO MORAL. RECURSO DE
AMBAS AS PARTES. RESULTADO DO EXAME VIP QUE DEVERIA SER EXPRESSO
NUMERICAMENTE COMO 38,0, TENDO SIDO EMITIDO EQUIVOCADAMENTE SEM A VÍRGULA,
COMO 380 PG/ML. INEGÁVEL FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, QUE IMPÔS À AUTORA

91
BUSCAR OUTRO MÉDICO DE SUA CONFIANÇA PARA REALIZAÇÃO DE NOVO EXAME. ALEGAÇÃO
DE ERRO NO SOFTWARE QUE NÃO PODE SER ACOLHIDO POR SE TRATAR DE FORTUITO
INTERNO, RISCO DA PRÓPRIA ATIVIDADE. CORRETA SENTENÇA AO DETERMINAR A
DEVOLUÇÃO DO VALOR GASTO NA REALIZAÇÃO DO MESMO. QUANTO AO DANO MORAL,
DEVE O MESMO SER REDUZIDO PARA R$ 3.000,00 EM ATENÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. RECURSO AUTORAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO,
PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU.

TJRJ

Erro em exame de DNA: R$7.000,00.

0310693-11.2013.8.19.0001 – APELACAO DES. JOSE ACIR GIORDANI - Julgamento:


23/06/2015 - VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO INTERNO - APELAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO MORAL. RELAÇÃO DE


CONSUMO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. Erro de diagnóstico em exame laboratorial.
Obrigação de resultado. Flagrante contradição entre os resultados dos exames de DNA
realizados pela ré. Fato que proporcionou ao casal requerente sofrimento e abalo na relação
conjugal. Falha na prestação do serviço. Dano moral configurado. Verba reparatória, fixada em
R$ 7.000,00 para cada autor, que deve ser mantida, apesar de aquém dos valores arbitrados
por este Tribunal em casos semelhantes, eis que não foi objeto de recurso por parte dos
demandantes. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

TJRJ

Falso positivo HIV: R$10.000,00 a R$ 15.000,00.

0132887-28.2009.8.19.0001 - APELACAO DES. WERSON REGO - Julgamento: 14/10/2015 -


VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. MEDICINA DIAGNÓSTICA. EXAMES PRÉ-


OPERATÓRIOS. TESTE SOROLÓGICO ANTI-HIV COM RESULTADO FALSO-POSITIVO. PRETENSÃO
COMPENSATÓRIA DE DANOS MORAIS. RECURSOS INTERPOSTOS POR AMBAS AS PARTES.
APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA PELO RÉU, VISANDO À REFORMA INTEGRAL DO JULGADO.
RECURSO ADESIVO DA PARTE AUTORA, PUGNANDO PELA MAJORAÇÃO DA VERBA
COMPENSATÓRIA DOS DANOS MORAIS. PROVA PERICIAL MÉDICA CONCLUSIVA NO SENTIDO
DE QUE O LABORATÓRIO NÃO REALIZOU OS TESTES DA ETAPA DE CONFIRMAÇÃO
DIAGNÓSTICA, PREVISTOS NA PORTARIA Nº 988/98 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, VIGENTE À
ÉPOCA DOS FATOS. EXAME POSTERIOR, REALIZADO PELO AUTOR JUNTO AO HEMORIO, COM
RESULTADO NEGATIVO PARA ANTICORPOS ANTI-HIV 1 E 2. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

92
CONFIGURADA. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE NÃO COMPROVADAS. DANO MORAL
QUE SE VERIFICA IN RE IPSA. VERBA COMPENSATÓRIA (R$ 15.000,00) ADEQUADA AOS
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE, SEM OLVIDAR A NATUREZA
PUNITIVO-PEDAGÓGICA DA CONDENAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA POR DECISÃO
MONOCRÁTICA DO RELATOR. AGRAVO, COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 557, § 1º, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ERROR IN PROCEDENDO OU ERROR IN JUDICANDO
INEXISTENTES. MAUTENÇÃO DA DECISÃO. RECURSO NÃO PROVIDO.

0003066-13.2006.8.19.0021 – APELACAO DES. SIDNEY HARTUNG - Julgamento: 05/08/2013 -


QUARTA CAMARA CIVEL

Agravo Interno na APELAÇÃO CÍVEL. Interposição em face de decisão monocrática do relator


que deu provimento ao apelo do ora agravada, para reconhecer a ocorrência de dano moral,
em virtude de falso resultado do exame de HIV durante a gestação, arbitrando a referida verba
em R$10.000,00 (dez mil reais), à vista de precedentes desta E. Câmara em hipóteses análogas.
Agravo Inominado que pretende a restauração da sentença de improcedência. AÇÃO
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. RESULTADO ERRÔNEO DE EXAME DE HIV, EM EXAMES
DE PRÉ-NATAL. Sentença de improcedência, sob o argumento de ser tal exame passível de
falibilidade e que os agentes de saúde do município agiram dentro da legalidade. Apelo autoral
alegando que suportou grave abalo emocional até o resultado negativo, três meses depois.
Amparo ao apelo. Falso resultado positivo que resultou em grave abalo psicológico. Dano
moral configurado. Apelante em período gestacional que suportou o transtorno psicológico
até a entrega do novo resultado. Dever de indenizar. Verba indenizatória fixada no patamar de
R$10.000,00 (dez mil reais), em atenção aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, e em observância do princípio da congruência quanto ao postulado na
inicial. Custas e honorários advocatícios compensados. Ausência de elementos a alterar o
julgado monocrático. Confirmação. IMPROVIMENTO DO Agravo Interno.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de ERRO EM
EXAME LABORATORIAL – FALSO POSITIVO HIV: R$ 10.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


DANOS MORAIS. ERRO DE DIAGNÓSTICO. DEVER DE INDENIZAR. PRECEDENTES. REEXAME
DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. DANO MORAL. VALOR RAZOÁVEL.
AGRAVO DESPROVIDO.

1. "Este Tribunal Superior já se manifestou no sentido de que configura obrigação de


resultado, a implicar responsabilidade objetiva, o diagnóstico fornecido por exame médico"
(AgRg nos EDcl no REsp 1.442.794/DF, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado
em 16/12/2014, DJe de 19/12/2014). Precedentes.

93
2. No caso, a modificação do entendimento lançado no v. acórdão recorrido, acerca da
existência de vício no resultado do exame, demandaria o reexame do material fático-
probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula 7 do STJ.

3. Quanto ao valor fixado a título de indenização por danos morais, esta Corte Superior firmou
orientação de que é admissível o exame do valor fixado a título de danos morais em hipóteses
excepcionais, quando for verificada a exorbitância ou a índole irrisória da importância
arbitrada, em flagrante ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, o que
não ocorreu no caso em tela, em que foi fixada indenização, no importe de R$ 10.000,00 (dez
mil reais), decorrente dos graves danos psicológicos sofridos pela recorrida em virtude de
diagnóstico equivocado de doença letal.

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 779.117/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
01/12/2015, DJe 16/12/2015)

TJRJ

Falso positivo - sífilis: R$ 8.000,00.

0031866-12.2010.8.19.0021 – APELACAO DES. NAGIB SLAIBI - Julgamento: 27/09/2013 - SEXTA


CAMARA CIVEL

Direito da Responsabilidade Civil. Prestação de serviços laboratoriais. Falso positivo em


diagnóstico de sífilis. Falha no serviço. Sentença de procedência parcial. Reparação do dano
moral fixada em R$ 8.000,00 (oito mil reais). Decisão que negou provimento ao apelo da
empresa e deu provimento parcial à apelação adesiva do autor. Agravo do art. 557, § 1º, da Lei
Processual Civil. Pedido de reconsideração ou de submissão ao Colegiado, para fim de reforma.
Desprovimento. Revela-se razoável e proporcional a majoração da reparação do dano moral
para R$8.000,00 (oito mil reais). Dano moral in re ipsa. Patamar médio utilizado em casos
similares. Embargos de declaração com pedido de aplicação de efeitos infringentes. Alegação
de contrariedade no v. acórdão, porque o resultado do exame não configuraria uma falha na
prestação do serviço, pois o modo de seu fornecimento foi dentro dos riscos que pode se
esperar para o tipo de diagnóstico que ora se questiona. Suposta omissão quanto ao previsto
na Portaria nº 3.242/11 e no Código de Ética Médica. Rejeitados. Ainda que alegue que o
resultado do exame não configuraria uma falha na prestação do serviço, o modo de seu
fornecimento insere-se na esfera do risco inerente ao empreendimento, aplicando-se ao
presente caso, o art. 14, caput e § 1°, II, do Código de Defesa do Consumidor, uma vez que não
ofereceu ao consumidor o serviço adequado e nem eficiente que dele legitimamente se
esperava. Nesse caso, a empresa responde independentemente de culpa pelos serviços
oferecidos, bem como pelos riscos decorrentes do mesmo, salvo nas hipóteses do art. 14, § 3º,
do Código de Defesa do Consumidor, quando decorrente de culpa exclusiva do consumidor ou
terceiro, desde que provados pelo fornecedor do serviço, o que não ficou demonstrado no

94
presente caso. O enfoque jurídico dado pelo v. acórdão foi suficientemente claro, não se
vislumbrando omissão ou contradição a serem sanadas, tendo o acórdão impugnado abordado
todos os pontos relevantes para a solução do conflito. Verifica-se imprestável a via declarativa
para o atendimento da pretensão do ora embargante; outrossim, não é demais lembrar que os
declaratórios não se prestam para questionamentos, mas para dirimir omissões, obscuridades
ou contradições, tampouco servem para alterar a decisão, ressalvada a hipótese do
excepcional efeito infringente, que in casu não se ostenta razoável. Precedentes citados: STJ,
EDcl no AgRg no Ag 1221249/BA, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, julgado
em 17/05/2011, DJe 25/05/2011; EDcl nos EDcl no REsp 1115454/RJ, Rel. Ministro Castro
Meira, Segunda Turma, julgado em 02/09/2010, DJe 22/09/2010; EDcl nos EDcl no AgRg no
REsp 1371835/SP, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em
20/02/2014, DJe 28/02/2014. Rejeição dos embargos de declaração.

TJRJ

Falso positivo – câncer: R$ 10.000,00.

0004767-35.2003.8.19.0014 – APELACAO DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento:


22/09/2014 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Agravo interno. Ação indenizatória. Erro de diagnóstico. Reconhecido apontamento de falso


resultado positivo para câncer, corroborado por prova pericial. Relação de consumo.
Inequívoco dano moral. Sentença mantida. 1. Independentemente do motivo que levou à
realização de novo exame, o fato é que o diagnóstico equivocado fornecido pelo primeiro réu,
conveniado do segundo réu, implica falha na prestação do serviço, acarretando
responsabilidade pelos danos morais causados ao autor, aferíveis de forma objetiva, eis que se
trata de obrigação de resultado. 2. Em se tratando de relação de consumo, incidindo a
responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços, incumbia ao apelado, a toda evidência, o
ônus de comprovar os fatos impeditivos, extintivos ou modificativos do direito da autora, do
qual não se desincumbiu. 3. Quanto ao dano moral, considerando os critérios sugeridos pela
doutrina e pela jurisprudência, em vista de casos análogos, e observância ao seu aspecto
compensador ao que se atribui até mesmo um componente punitivo, em vista das
circunstâncias do caso concreto, o valor fixado na sentença R$10.000,00 - se mostra prudente
e moderado, pelo que merece ser mantido. 4. Negado provimento ao recurso.

STJ

Falso positivo – câncer: Aproximadamente R$ 50.000,00.

95
RESPONSABILIDADE CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXAME MÉDICO.
BIÓPSIA. FALSO DIAGNÓSTICO NEGATIVO DE CÂNCER. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL E DANO ESTÉTICO. CUMULAÇÃO.
POSSIBILIDADE. SÚMULA 387/STJ. DECISÃO AGRAVADA, QUE SE MANTÉM POR SEUS
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

1. Na espécie, narram as decisões recorridas que a emissão de resultado negativo de câncer,


quando, na verdade, o diagnóstico era positivo, retardou de tal forma o tratamento que
culminou, quando finalmente descoberto, em intervenção cirúrgica drástica provocando
defeito na face, com queda dos dentes e distúrbios na fala;

contudo, não a tempo suficiente a fim de evitar o sofrimento e o óbito do paciente.

2. Este Tribunal Superior já se manifestou no sentido de que configura obrigação de resultado,


a implicar responsabilidade objetiva, o diagnóstico fornecido por exame médico. Precedentes.

3. No caso, o Tribunal de origem, com base no acervo fático-probatório dos autos, de forma
bem fundamentada, delineou a configuração dos dois danos - o moral e o estético.

4. Nos termos da jurisprudência deste Tribunal Superior, consolidada na Súmula 387 do STJ, é
possível a cumulação de danos morais e estéticos.

5. Nesta feita, a agravante, no arrazoado regimental, não deduz argumentação jurídica nova
alguma capaz de alterar a decisão ora agravada, que se mantém, na íntegra, por seus próprios
fundamentos.

6. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1117146/CE, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
05/09/2013, DJe 22/10/2013)

Obs.: Indenização por dano moral e estético: R$ 50.160,00 (cinquenta mil, cento e sessenta
reais).

INADIMPLEMENTO CONTRATUAL

STJ

ENTENDIMENTO QUE PREVALECE NO STJ: SOBRE INADIMPLEMENTO CONTRATUAL NÃO


INCIDE DANO MORAL.

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE PECÚLIO. EXCLUSÃO.


RESTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. DANO MORAL. MERO
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. SÚMULA N.7/STJ.

96
1. Aplica-se o prazo prescricional quinquenal previsto na Súmula n.

291/STJ às ações em que se pretende a restituição, após pedido de exclusão do


participante, de contribuições vertidas para plano de pecúlio mantido por entidade de
previdência privada.

2. O mero inadimplemento contratual não caracteriza dano moral. Precedentes.

3. Aplica-se a Súmula n. 7/STJ se a caracterização de situação excepcional reclamar a


análise dos elementos probatórios produzidos ao longo da demanda.

4. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 337.335/MS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 08/03/2016, DJe 14/03/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO


JURÍDICO DE COMPRA E VENDA - VÍCIOS NA AVENÇA. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL -
DANO MORAL - NÃO CABIMENTO - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS.

1. A jurisprudência consolidada nesta Corte Superior permeia-se no sentido de que o mero


inadimplemento contratual não se revela suficiente a ensejar dano de ordem moral hábil
a perceber indenização, porquanto considerado como hipótese de dissabor do cotidiano,
razão pela qual o entendimento perfilhado pela Corte de origem se coaduna com o
posicionamento adotado por esta Casa.

Incidência da Súmula 83/STJ. Precedentes. AgRg no REsp 1408540, REsp 1129881/RJ, REsp
876.527/RJ,.

2. Ainda assim, a Corte Estadual com base na análise acurada dos autos concluiu que o
caso vertente afasta-se de hipótese extraordinária autorizadora à indenização por danos
extramateriais, derruir o entendimento exarado implicaria no revolvimento das matéria
fática e probatória da demanda, o que incide no óbice da Súmula 7/STJ, em ambas alíneas.

3. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 362.136/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
03/03/2016, DJe 14/03/2016)

INSTITUIÇÃO FINANCEIRA

Saques indevidos em conta corrente

97
TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de SAQUES
INDEVIDOS FEITOS EM CONTA CORRENTE: R$5.000,00.

0034962-67.2009.8.19.0054 - APELACAO DES. TEREZA C. S. BITTENCOURT SAMPAIO -


Julgamento: 14/03/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS. AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO. SAQUE INDEVIDO. FRAUDE. DEVOLUÇÃO
SIMPLES. DANO MORAL CONFIGURADO. - Versa a causa sobre ação indenizatória por danos
morais e materiais em razão de suposta falha na prestação do serviço, decorrente de saque
indevido de conta corrente e cobrança indevida referente a parcelamento de empréstimo. -
Caberia a parte ré desconstituir as alegações autorais, na forma do art.333,II do CPC, uma vez
que, seria impossível a parte autora comprovar que não realizou o saque e o empréstimo. -
Ausência de produção de provas pela ré. - Ato delituoso de terceiro caracterizando fortuito
interno resultante da atividade empresarial e a responsabilidade do réu. Aplicação da Súmula
94 deste E.Tribunal e da Súmula 479 do STJ. - Demonstrado e comprovado o defeito na
prestação de serviço, na forma do artigo 14, do CDC, surge o dever de indenizar pelos danos
porventura advindos da conduta, ensejando a devolução dos valores sacados indevidamente e
das cobranças referentes ao parcelamento não contratado. - Não há como se imputar dolo a
conduta da parte ré capaz de ensejar restituição em dobro na forma do art.42 do CDC, sendo
cabível, apenas a restituição simples do numerário devido. Aplicação do entendimento
consolidado do STJ. - A verba indenizatória fixada na sentença (R$ 10.000,00) comporta
redução, sendo o montante de R$5.000,00 (cinco mil reais), compatível com critérios de
razoabilidade e proporcionalidade. Reforma da sentença. AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO.
PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO DO RÉU, nos termos do art.557, §1º-A do
CPC.

0152534-96.2015.8.19.0001 - APELACAO DES. NATACHA TOSTES OLIVEIRA - Julgamento:


26/11/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Apelação Cível. Relação de Consumo. Ação de Restituição de valores com pedido de


Indenização por Danos Morais. Rito Sumário. Cinge-se a presente questão no inconformismo
do autor que alegou saques indevidos em sua conta corrente no valor de R$ 8.700,00, sendo
R$ 5.000,00, referente ao FGTS e R$ 3.700,00 referente às verbas rescisórias do seu contrato
de trabalho. O juiz sentenciante reconheceu a falha na prestação de serviço da ré e julgou
procedente o pedido autoral e condenou a ré a pagar ao autor a quantia de R$ 8.700,00,
referente aos danos materiais sofridos, bem como a indenização por danos morais no valor de
R$ 5.000,00. Inconformado o réu apela da sentença esperando por sua reforma. Em primeiro
lugar, no que concerne ao prequestionamento da matéria, não se pode conhecer, uma vez que
não houve qualquer tipo de violação à norma constitucional ou infraconstitucional. Ademais,
não há necessidade do julgador analisar todos os artigos de lei e mesmo todas as questões

98
deduzidas pelas partes, se suficientemente fundamentada a decisão, de modo que seja
atendido o preceito constitucional (art. 93, inc. IX). Não obstante, não tenham sido
expressamente citados os dispositivos legais, seu conteúdo serviu de base para a decisão, de
modo que a pretensão de prequestionar já está satisfeita. Responsabilidade Objetiva da ré.
Teoria do Risco do Empreendimento. Art. 14 do CDC. Apelante que não comprovou a
regularidade das movimentações bancárias, ônus que lhe competia, a teor do disposto nos
artigos 333, inciso II do Código de Processo Civil e 14, § 3º da Lei 8.078/90. Fraude perpetrada
por terceiro que não tem o condão de afastar a responsabilidade do fornecedor. Falha na
prestação do serviço. Dever de indenizar. Dano material que deverá ser ressarcido com o
pagamento da quantia de R$ 8.700,00, como corretamente contemplado na sentença. Dano
moral configurado, pois, inegavelmente, o débito indevido de valores na conta da Apelada que
acabaram por ensejar saldo devedor e bloqueio, causa ao consumidor aborrecimentos que
superam os do cotidiano. Valor que deve ser mantido em R$ 5.000,00, pois compatível com a
repercussão dos fatos em discussão. Aplicação da Súmula 343 do TJ/RJ. CONHECE-SE DA
APELAÇÃO INTERPOSTA E, NO MÉRITO, NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO DA RÉ.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de SAQUES
INDEVIDOS FEITOS EM CONTA CORRENTE: R$ 5.000,00 a R$7.000,00.

Em decorrência de fraude de terceiros: R$10.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SAQUES INDEVIDOS


EM CONTA-CORRENTE. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DANOS MORAIS.
AGRAVO DESPROVIDO.

1. O quantum indenizatório fixado em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), apesar do alto grau de
subjetivismo, observa os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo em vista as
peculiaridades do caso concreto.

2. A presente hipótese se refere a indenização por danos morais decorrente de ato ilícito
contratual, devendo ser fixada a data da citação como termo inicial dos juros de mora.
Precedentes.

3. Honorários advocatícios fixados em 15% do valor da condenação, observados os parâmetros


estabelecidos pelo art. 20, § 3º, do CPC.

4. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no REsp 1428541/SC, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 18/02/2016, DJe 07/03/2016)

99
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO BANCÁRIO. SAQUES IRREGULARES NA CONTA CORRENTE DO AUTOR.

REVISÃO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA STJ/7. QUANTUM INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE.


DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. IMPROVIMENTO.

1.- A convicção a que chegou o Acórdão recorrido, que entendeu pela comprovação do dano
moral indenizável, decorreu da análise do conjunto fático-probatório, sendo que o
acolhimento da pretensão recursal demandaria o reexame do mencionado suporte, obstando
a admissibilidade do Especial à luz da Súmula 7 desta Corte.

2.- A intervenção do STJ, Corte de caráter nacional, destinada a firmar interpretação geral do
Direito Federal para todo o país e não para a revisão de questões de interesse individual, no
caso de questionamento do valor fixado para o dano moral, somente é admissível quando o
valor fixado pelo Tribunal de origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre
teratólogico, por irrisório ou abusivo.

3.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em que, em razão de falha na prestação de


serviço bancário, causada em virtude de saques indevidos na conta corrente do autor, foi
fixado o valor de indenização de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) devido pelo ora agravante ao
autor, a título de danos morais.

4.- O agravante não trouxe nenhum argumento capaz de modificar a conclusão do julgado, a
qual se mantém por seus próprios fundamentos.

5.- Agravo Regimental improvido.

(AgRg no AREsp 201.211/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
28/08/2012, DJe 17/09/2012)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL. BANCÁRIO. SAQUES INDEVIDOS EM


CONTA POUPANÇA PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
VALOR RAZOÁVEL. INCIDÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS. A PARTIR DA CITAÇÃO.

1. É razoável a quantia de R$ 7.500,00 fixada na decisão agravada a título de dano moral,


consideradas as circunstâncias do fato, as condições do ofensor e do ofendido, a forma e o tipo
de dano.

Precedentes.

2. Na hipótese dos autos, a indenização por danos morais é decorrente de ato ilícito
contratual, logo, contam-se os juros de mora a partir da citação.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 628.377/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 21/03/2013, DJe 26/03/2013)

100
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.

RESPONSABILIDADE CIVIL. FRAUDE PRATICADA POR TERCEIRO. SAQUES INDEVIDOS EM CONTA


CORRENTE. AUSÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 535 DO CPC. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
REVISÃO. DANO MORAL. ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS.
IMPEDIMENTO DA SÚMULA N. 7/STJ. RAZOABILIDADE NA FIXAÇÃO DO QUANTUM. REEXAME.
INADMISSIBILIDADE. ÓBICE DA SÚMULA N. 7/STJ. FALTA DE INDICAÇÃO DO ARTIGO VIOLADO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 284/STF. DECISÃO MANTIDA.

1. Inexiste afronta ao art. 535 do CPC quando o acórdão recorrido analisou todas as questões
pertinentes para a solução da lide, pronunciando-se, de forma clara e suficiente, sobre a
controvérsia estabelecida nos autos.

2. "As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou
delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou
recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -,
porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como
fortuito interno" (REsp n. 1.199.782/PR, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 24/8/2011, DJe 12/9/2011 - julgado sob a sistemática do art. 543-C do
CPC).

3. O recurso especial não comporta o exame de questões que impliquem revolvimento do


contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula n. 7 do STJ.

4. O Tribunal de origem, com base nos elementos probatórios dos autos, concluiu que houve
falha na prestação do serviço, motivo pelo qual devida indenização por dano moral. Alterar
esse entendimento é inviável em recurso especial, de acordo com a referida súmula.

5. A análise da insurgência contra o valor arbitrado a título de indenização por danos morais
esbarra na vedação prevista no mesmo enunciado. Apenas em hipóteses excepcionais, quando
manifestamente irrisória ou exorbitante a quantia fixada, é possível a revisão do quantum por
esta Corte, situação não verificada no caso dos autos.

6. A ausência de indicação do artigo tido como violado é indispensável para se comprovar a


existência de ofensa a lei federal. A deficiência na fundamentação impede a exata
compreensão da controvérsia (Súmula n. 284/STF).

7. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 745.052/MG, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 19/11/2015, DJe 27/11/2015)

OBS.: Dano moral no valor de R$10.000,00.

101
Devolução indevida de cheque

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUE: R$ 2.000,00 a 5.000,00.

0001182-85.2014.8.19.0079 - APELACAO JDS.DES.LUIZ ROBERTO AYOUB - Julgamento:


06/08/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUES SOB


ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. SENTENÇA QUE JULGA PROCEDENTE O PEDIDO DE
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE QUANTIA A TÍTULO DE DANOS MORAIS, FIXANDO O
QUATUM EM R$ 5.000,00. PRETENSÃO DA APELANTE DE MAJORAÇÃO DOS DANOS MORAIS
QUE NÃO MERECE PROSPERAR. VALOR ARBITRADO JUSTO DIANTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO
CASO CONCRETO E DE ACORDO COM PRECEDENTES DESTA CORTE. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.

0202750-57.2012.8.19.0004 - APELACAO DES. SONIA DE FATIMA DIAS - Julgamento:


23/09/2015 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR AGRAVO INTERNO NA

APELAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL.


Cheque devolvido por insuficiência de fundos. Posteriormente compensado em razão de
depósito de valor suficiente. Nova movimentação bancária com devolução do mesmo cheque
com fundamento na alínea 35, que se refere a cheque fraudado. Sentença de parcial
procedência. Dano moral. Indenização fixada em R$5.000,00. Recurso do banco. Inexistência
de prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora. A simples
devolução indevida do cheque caracteriza dano moral. Súmula 388 do STJ. Valor indenizatório
reduzido para R$ 2.000,00, razoável e proporcional para o caso. Sentença retocada.
Provimento parcial do recurso do banco. Agravo interno interposto pela autora. Ausente
qualquer argumentação capaz de infirmar a decisão agravada. RECURSO DESPROVIDO.

0001214-46.2013.8.19.0202 - APELACAO JDS. DES. MARCIA ALVES SUCCI - Julgamento:


14/07/2015 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. INDENIZATÓRIA. DEVOLUÇÃO


INDEVIDA POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS DE CHEQUE EMITIDO PELA AUTORA.
CARACTERIZADA FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DANO MORAL IN RE IPSA. SENTENÇA
QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO PARA CONDENAR A RÉ AO PAGAMENTO
DA QUANTIA DE R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS), A TÍTULO DE DANO MORAL. APELO DA AUTORA
PARA MAJORAÇÃO DO VALOR ARBITRADO QUANTO AOS DANOS MORAIS QUE NÃO
PROSPERA. VERBA COMPENSATÓRIA ARBITRADA EM CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA

102
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. PRECEDENTES DESTA CORTE DE JUSTIÇA ACERCA
DO TEMA. RECURSO A QUE SE NEGOU SEGUIMENTO NA FORMA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. REEXAMINADA A QUESTÃO, ESTE ÓRGÃO VERIFICOU QUE NÃO
HÁ QUALQUER MODIFICAÇÃO A SER FEITA NO JULGADO. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO

Com inscrição indevida nos cadastros restritivos: R$ 10.000,00.

0003549-24.2014.8.19.0066 - APELACAO DES. ANA MARIA OLIVEIRA - Julgamento: 30/07/2015


- VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Ação de indenização por dano moral que a Autora teria sofrido em decorrência da inclusão
indevida de seu nome em cadastros restritivos de crédito, em razão da devolução de cheques,
por ela não emitidos, após o encerramento de sua conta corrente. Sentença que confirmou a
tutela antecipada deferida para determinar a exclusão do nome e CPF da Autora dos cadastros
do SERASA e SPC-CDL, no prazo de cinco dias, sob pena de multa única de R$10.000,00,
condenando o Réu ao pagamento de R$ 10.000,00, à título de indenização por dano moral,
além das despesas processuais e honorários advocatícios de 10% sobre o valor total da
condenação. Apelação do Réu. Responsabilidade objetiva. Apelante que não comprovou a
entrega à Apelada do respectivo talonário de cheques ou a ressalva de sua não devolução
quando do encerramento da conta, ônus que lhe incumbia, com fulcro no artigo 333, inciso II
do Código de Processo Civil e no artigo 14, § 3º da Lei 8078/90, ou, ainda, que os títulos foram
por ela emitidos, sendo certo que as assinaturas apostas nos cheques são distintas da
consumidora. Falha na prestação de serviço. Dano moral configurado. O montante de R$
10.000,00, arbitrado na sentença, deve ser mantido, pois se mostra compatível com a
repercussão advinda da indevida inscrição e manutenção dos dados da Apelada em cadastro
restritivo de crédito. Inteligência do enunciado 116 do Aviso TJ 52/2012. Pedido de majoração
dos honorários advocatícios formulado em contrarrazões que não se conhece porque não
adotada a via recursal adequada. Desprovimento da apelação.

STJ

Súmula nº 388 do STJ: "A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral".

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de DEVOLUÇÃO
INDEVIDA DE CHEQUE: R$10.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 535 DO

103
CPC. NÃO CARACTERIZAÇÃO. ART. 944 DO CC. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DANOS
RESULTANTES DE INDEVIDA DEVOLUÇÃO DE CHEQUE. QUANTUM INDENIZATÓRIO
RAZOÁVEL. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. Não se constata a alegada violação ao art. 535 do CPC, na medida em que a eg. Corte de
origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas. De fato, inexiste
omissão no aresto recorrido, porquanto o Tribunal local, malgrado não ter acolhido os
argumentos suscitados pela parte recorrente, manifestou-se expressamente acerca dos temas
necessários à integral solução da lide.

2. O valor estabelecido pelas instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais
pode ser revisto nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante,
distanciando-se dos padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no caso em tela.

3. No caso, o valor da indenização por danos morais, arbitrado em R$ 10.000,00 (dez mil reais),
não é irrisório nem desproporcional aos danos sofridos pelo agravado decorrentes da
devolução indevida de cheque.

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AgRg no AREsp 781.148/MT, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 16/02/2016, DJe 24/02/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DANOS MORAIS. DEVOLUÇÃO


INDEVIDA DE CHEQUE EMITIDO PELO CORRENTISTA. QUANTUM INDENIZATÓRIO RAZOÁVEL.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. SÚMULA 7/STJ.

1. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o valor estabelecido pelas


instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto tão somente
nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso. Desse modo, não se
mostra desproporcional a fixação em R$ 9.797,00 (nove mil, setecentos e noventa e sete reais)
a título de reparação moral decorrente da devolução indevida de cheque emitido pela
correntista, motivo pelo qual não se justifica a excepcional intervenção desta Corte no
presente feito, como bem consignado na decisão agravada.

2. Ademais, a revisão do julgado, conforme pretendida, encontra óbice na Súmula 7/STJ, por
demandar o vedado revolvimento de matéria fático-probatória.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 170.092/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
19/06/2012, DJe 29/06/2012)

104
Cobrança Indevida Em Cartão De Crédito

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de COBRANÇA
INDEVIDA POR CARTÃO DE CRÉDITO: R$ 4.000,00.

Cobrança de anuidade sem desbloqueio do cartão: R$ 6.000,00.

0001697-30.2014.8.19.0206 - RECURSO INOMINADO

Ementa: RICARDO DE ANDRADE OLIVEIRA - CAPITAL 2a. TURMA RECURSAL DOS JUI ESP
CIVEIS Segunda Turma Recursal Cível n°: 1697-30.2014.8.19.0206 Recorrente : WILDNER
BRILHANTE DE ALBUQUERQUE E OUTRA Recorrido : BANCO ITAUCARD S/A VOTO Autores que
reclamam de cobranças indevidas em cartão de crédito. Desnecessidade de realização de
perícia para a solução do feito. Cabia ao réu demonstrar que o cartão foi utilizado pela 2ª
autora, prova esta que não foi feita. Extinção do feito que se afasta, causa madura para
julgamento. Aplicação do art. 515, § 3º do CPC, com análise do mérito diretamente pela Turma
Recursal. Autores que têm direito ao cancelamento do débito existente, além de indenização a
título de dano moral, em valor módico. Sentença que se reforma. Isto posto, VOTO no sentido
de afastar a extinção do feito e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para condenar o
réu a cancelar todo e qualquer débito vinculado aos cartões de finais 3097 e 6192, em vinte
dias a contar de sua intimação em execução, sob pena de pagar em dobro por cobrança que
venha a realizar. Condeno o réu a pagar aos autores, a título de dano moral, o valor total de
R$4.000,00, com juros a contar da citação e correção monetária desde a publicação do
acórdão. Sem honorários. Rio de Janeiro, 30 de junho de 2015. Ricardo de Andrade Oliveira
Juiz Relator. Data de julgamento: 01/04/2016. Data de publicação: 05/04/2016

0020827-07.2013.8.19.0023 – APELACAO DES. ANDREA FORTUNA TEIXEIRA - Julgamento:


12/04/2016 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


CUMULADA COM INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. OFERTA DE CARTÃO DE CRÉDITO SEM
ANUIDADE. COBRANÇA INDEVIDA DA ANUIDADE MESMO SEM O DESBLOQUEIO DO CARTÃO
DE CRÉDITO. VERBA REPARATÓRIA MANTIDA. Sentença que julgou procedente o pedido do
autor para declarar a inexistência de débito e condenar a Empresa Ré ao pagamento de
indenização pelos danos morais. Inclusão indevida nos cadastros restritivos. Ré que não
apresenta provas para comprovar a legitimidade dos valores para justificar a inclusão do nome

105
do autor nos cadastros restritivos. Impossibilidade de aferir as afirmações da Empresa Ré que
não produz lastro probatório mínimo para respaldar suas afirmativas. Inteligência do artigo
333, II do CPC. Falha na prestação do serviço. Violação à boa-fé objetiva. Dano Moral
configurado. Súmula 89 do TJRJ. Verba indenizatória arbitrada em valor R$6.000 (seis mil reais)
que somente não será majorada, por ausência de recurso da parte autora. Precedentes do STJ
e desta Corte. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

Tempo De Espera Em Fila De Banco

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de TEMPO DE
ESPERA EM FILA DE BANCO – APROXIMADAMENTE 2 HORAS: R$2.000,00.

0018717-74.2013.8.19.0204 - APELACAO -1ª Ementa DES. JUAREZ FOLHES - Julgamento:


03/12/2014 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR A

pelação Cível. Consumidor. Ação Indenizatória. Serviços bancários. Tempo de espera em fila de
banco de 1 hora e 38 minutos, quando a lei estipula o máximo de 20 minutos. Sentença que
julgou procedente o pedido. Dano moral arbitrado em R$ 2.000,00 (dois mil reais).
Inconformismo do banco réu que não merece prosperar. Falha na prestação do serviço. Teoria
do risco administrativo. Violação ao disposto na Lei Estadual nº 4.223/03, que limita o prazo
máximo de espera para atendimento bancário em vinte minutos. Dano moral configurado. A
espera em fila de banco por tempo muito acima do previsto em lei é situação desagradável
geradora de aborrecimento, que atenta contra a dignidade da pessoa humana, com evidente
desgaste emocional e físico daquele que espera atendimento. Verba indenizatória arbitrada
dentro dos parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade e dentro da média dos valores
arbitrados por esta Corte em casos semelhantes. Sentença mantida. APELAÇÃO A QUE SE
NEGA PROVIMENTO. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 03/12/2014 (*)

0061559-24.2009.8.19.0038 - APELACAO -1ª Ementa DES. TEREZA C. S. BITTENCOURT


SAMPAIO - Julgamento: 18/09/2014 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. DEMORA NA FILA DE BANCO.
ESPERA EXORBITANTE E INJUSTICADA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. DANO MORAL CONFIGURADO. AFRONTA À IMPOSIÇÃO INSERTA NA LEI
ESTADUAL Nº 4.223/2003. A parte autora alega que esperou por cerca de 02 (duas) horas para
ser atendida em uma das agências da instituição bancária demandada. - É de curial sabença
que a espera por tempo superior ao determinado no artigo 1º da Lei Estadual de nº 4.223/03,
embora lamentável, não teria o condão de impor categoricamente o dever de indenizar eis
que a situação fática em comento não configura um dano in re ipsa. - Com efeito, a simples
inobservância do tempo máximo de espera em fila de banco, previsto em legislação municipal

106
ou estadual, não é hábil a, por si só, provocar sofrimento moral, humilhação, angústia ou abalo
psicológico, ou seja, não constitui, aprioristicamente, afronta ao direito da personalidade. -
Nesse sentir, considerando que a parte autora aguardou por duas horas para realizar uma
simples transação bancária, verifica-se a incidência de um transtorno que ultrapassa o mero
aborrecimento cotidiano, haja vista que a demora na prestação do serviço, na forma ocorrida,
afigura-se injustificada e irrazoável. - Deve-se acrescentar que as provas acostadas aos autos
comprovam que o autor encontrava-se recém-operado, fato este que imporia ao réu a
obrigação de oferecer-lhe um tratamento diferenciado e, efetivamente, prioritário. - À conta
de tais fundamentos, entendo que a situação perquirida traduz a ocorrência de um dano de
ordem moral, passível de reparação. - O quantum indenizatório deve obedecer aos critérios de
proporcionalidade e razoabilidade. Considerando a hipótese fática dos autos, conclui-se que o
montante fixado, de R$ 2.000,00 (dois mil reais), encontra-se consentâneo com os usualmente
arbitrados pela jurisprudência desta Corte, além de estar em conformidade com os princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade. - Sentença que se mantém. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO, NOS TERMOS DO ARTIGO 557, CAPUT , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Decisão
Monocrática - Data de Julgamento: 18/09/2014 (*)

Travamento De Porta Giratória Em Agência Bancária

TJRJ

ENTENDIMENTO QUE PREVALECE NO TJRJ: O SIMPLES TRAVAMENTO DA PORTA GIRATÓRIA


NÃO CONFIGURA DANO MORAL. SALVO EXCESSO.

Mas, se foi pedido que exibisse os bens, cartão de correntista e levantasse a blusa: R$
10.000,00.

0010930-81.2011.8.19.0036 – APELAÇÃO CÍVEL – 1ª Ementa DES. TEREZA C. S. BITTENCOURT


SAMPAIO - Julgamento: 16/04/2015 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO RETIDO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
DIREITO DO CONSUMIDOR. - Autor alega que passou por constrangimento quando foi
impedido de entrar em agência bancária em razão do travamento reiterado da porta giratória.
Relação de consumo caracterizada. - Agravo retido não apreciado por violação ao art. 523, §1º,
CPC. Deferimento de inversão do ônus da prova que não afasta o dever do autor de apresentar
um início de prova do direito alegado, o que não ocorreu. - Não comprovação dos fatos
constitutivos do direito afirmado. - Falha na prestação de serviço não caracterizada. - Banco
atuou em exercício regular do direito. Travamento de porta giratória que somente configura
dano moral quando caracterizado o excesso do réu na sua atuação, o que não ocorreu na
hipótese. - Dano moral não configurado. Sentença mantida. RECURSO A QUE SE NEGA
SEGUIMENTO, NOS TERMOS DO ART.557, “CAPUT”, DO CPC. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 16/04/2015

107
0156367-30.2012.8.19.0001 – APELAÇÃO CÍVEL – 1ª Ementa DES. MARCELO ANÁTOCLES –
Julgamento: 20/08/2014 – VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR EMENTA:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. TRAVAMENTO DE PORTA GIRATÓRIA. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. APELO DO RÉU. INCONTROVERSO NOS AUTOS O TRAVAMENTO
DA PORTA GIRATÓRIA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. TEORIA DO RISCO DO
EMPREENDIMENTO. AUTOR IMPEDIDO DE ENTRAR NO BANCO, MESMO TENDO SE
DESPOJADO DE SEUS BENS, EXIBIDO CARTÃO DE CORRENTISTA E LEVANTADO A BLUSA PARA
DEMONSTRAR AUSÊNCIA DE OBJETO DE METAL. DANO MORAL “IN RE IPSA”, QUE DECORRE
DA LESÃO À INTEGRIDADE FÍSICA DA PARTE AUTORA. ENTREMENTES, O VALOR FIXADO PARA
COMPENSAÇÃO DEVE SER REDUZIDO DE R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS) PARA R$ 10.000,00
(DEZ MIL REAIS), EM OBSERVÃNCIA À RAZOABILIDADE E EM CONSONÂNCIA COM A
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SENTENÇA QUE SE REFORMA EM PARTE. PARCIAL
PROVIMENTO DO RECURSO, NA FORMA DO ART 557, §1º-A, DO CPC. Decisão Monocrática -
Data de Julgamento: 20/08/2014 Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 22/10/2014

40 minutos para conseguir entrar na agência: R$ 4.000,00.

0039435-18.2007.8.19.0038 – APELAÇÃO CÍVEL – 1ª Ementa DES. FLÁVIO MARCELO A. H.


FERNANDES – Julgamento: 27/02/2014 – VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR

EMENTA: AÇÃO INDENIZATÓRIA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. BANCO. PORTA


GIRATÓRIA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA EMPRESA RÉ. A CONDUTA DOS
PREPOSTOS EXCEDEU O LIMITE DAQUILO QUE ERA LÍCITO. O AUTOR SÓ CONSEGUIU
INGRESSAR NO BANCO APÓS 40 MINUTOS DE ESPERA. ADEQUADA A INDENIZAÇÃO, A TÍTULO
DE DANOS MORAIS, FIXADA NO VALOR DE R$ 4.000,00, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A
MÉDIA DO VALOR ARBITRADO POR ESTA CORTE. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, NA
FORMA DO ART. 557, "CAPUT", do CPC. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
27/02/2014

Escoltado por polícia militar na agência: R$ 10.000,00.

0018558-24.2011.8.19.0036 – APELAÇÃO CÍVEL – 1ª Ementa DES. REGINA LÚCIA PASSOS –


Julgamento: 19/11/2013 – VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR

Ementa: Apelação Cível. Relação de consumo. Ação Indenizatória. Instituição financeira.


Agência bancária. Travamento de porta giratória. Cliente que ficou sendo escoltado por policial
militar no interior da agência. Constrangimento sofrido pelo autor. Falha na prestação dos
serviços, ensejando o dever de indenizar, fundado no art. 14, “caput”, e § 1º do CDC.
Responsabilidade objetiva. Situação que extrapola o mero aborrecimento. Danos morais

108
configurados. “Quantum” indenizatório no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), compatível
com a reprovabilidade da conduta ilícita. Sentença que não merece reforma. Precedentes
citados: 0007953-63.2007.8.19.0002 – APELAÇÃO – DES. MÁRIO ASSIS GONCALVES –
Julgamento: 01/04/2013 – TERCEIRA CÂMARA CÍVEL; 0042378- 08.2010.8.19.0004 –
APELAÇÃO – DES. ROBERTO GUIMARÃES – Julgamento: 20/02/2013 – DÉCIMA PRIMEIRA
CÂMARA CÍVEL. DESPROVIMENTO DO RECURSO. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
19/11/2013

STJ

ENTENDIMENTO QUE PREVALECE NO STJ: O SIMPLES TRAVAMENTO DA PORTA GIRATÓRIA


NÃO CONFIGURA DANO MORAL. SALVO EXCESSO.

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. POLICIAL MILITAR.


TRAVAMENTO DE PORTA GIRATÓRIA DE BANCO. DISPOSITIVO DE SEGURANÇA. ATO LÍCITO.
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.

1. É obrigação da instituição financeira promover a segurança de seus clientes, constituindo-se


em exercício regular de direito a utilização de porta giratória com detector de objetos
metálicos.

2. Não caracteriza ato ilícito passível de indenização por dano moral o simples travamento da
porta giratória na passagem de policial militar armado, ainda que fardado.

3. Recurso especial provido.

(REsp 1444573/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/09/2014, DJe 17/09/2014)

DESCARGA ELÉTRICA
Descarga elétrica – morte de animal
TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de DESCARGA
ELÉTRICA E MORTE DE ANIMAIS: R$3.000,00.

0010640-13.2012.8.19.0010 - APELACAO -1ª Ementa DES. INES DA TRINDADE - Julgamento:


10/12/2014 - SEXTA CAMARA CIVEL

109
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA EM FACE DA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA.
MORTE DE DUAS VACAS LEITEIRAS ELETROCUTADAS POR FIO DE ALTA TENSÃO. PRETENSÃO DE
INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MATERIAIS, LUCROS CESSANTES E DANOS MORAIS ¿ SENTENÇA
DE PROCEDÊNCIA ¿ MANUTENÇÃO ¿ FICOU COMPROVADO QUE A MORTE DAS VACAS DO
DEMANDANTE, PEQUENO PRODUTOR RURAL, DECORREU DE DESCARGA ELÉTRICA DIANTE DO
FIO QUE SE DESPRENDEU DO POSTE NA LOCALIDADE RURAL ¿ PROVA TESTEMUNHAL E
DOCUMENTAL QUE CORROBORAM OS FATOS NARRADOS NA INICIAL ¿ RESPONSABILIDADE
CIVIL OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA RÉ, DECORRENTE DE OMISSÃO ESPECÍFICA, UMA VEZ
QUE A DEMANDADA TINHA O DEVER DE GARANTIR A SEGURANÇA AOS PEDESTRES E ANIMAIS
QUE ALI CIRCULAM, CONSERVANDO OS POSTES DE ENERGIA ¿ ART. 37, §6º, DA CF ¿ DANO
MATERIAL, VALOR DAS VACAS, E LUCROS CESSANTES CONSISTENTES NOS LITROS DE LEITE
PRODUZIDOS POR DIA, DEVIDAMENTE COMPROVADOS ¿ DANO MORAL FIXADO EM
R$3.000,00 QUE SE ENCONTRA RAZOÁVEL E PROPORCIONAL - RECURSO DESPROVIDO. Íntegra
do Acórdão - Data de Julgamento: 10/12/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
11/03/2015

Descarga elétrica – morte de menor

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de DESCARGA
ELÉTRICA E MORTE POR FIO ENERGIZADO SOLTO: R$ 50.000,00 a R$ 150.000,00.

0049845-42.2013.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. CLEBER GHELFENSTEIN -


Julgamento: 03/11/2014 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. COMPANHIA MUNICIPAL DE ENERGIA E ILUMINAÇÃO


RIOLUZ. MORTE DE MENOR CAUSADA POR DESCARGA ELÉTRICA PROVENIENTE DE FIO
ENERGIZADO SOLTO EM CAMPO DE FUTEBOL. PEDIDO INDENIZATÓRIO POR DANOS MORAL E
MATERIAL. PARCIAL PROCEDÊNCIA. APELO DA EMPRESA PÚBLICA MUNICIPAL, BUSCANDO A
REFORMA DA SENTENÇA. APELO ADESIVO AUTORAL, BUSCANDO A MAJORAÇÃO DA VERBA
COMPENSATÓRIA, A CONDENAÇÃO TAMBÉM DA SEGUNDA RÉ (LIGHT) E O AFASTAMENTO DO
RECONHECIMENTO DA RECIPROCIDADE NOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. CARACTERIZADA A
OMISSÃO ESPECÍFICA DA EMPRESA RÉ, ORA APELANTE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE DA SEGUNDA RÉ (LIGHT). VERBA COMPENSATÓRIA EQUILIBRADAMENTE
FIXADA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA DIANTE DA REJEIÇÃO DO PEDIDO ATINENTE AO DANO
MATERIAL. NECESSIDADE DE REPAROS DE OFÍCIO NA SENTENÇA. NEGATIVA DE SEGUIMENTO
A AMBOS OS APELOS E REPARO PROMOVIDO DE OFÍCIO. 1. Caracterizada, na espécie, a
responsabilidade civil da empresa pública (RioLuz) por omissão específica, já que lhe cabia o
dever legal de adotar as cautelas necessárias à segurança dos cidadãos usuários dos seus
serviços, garantindo a regularidade e integridade dos equipamentos de fornecimento de
energia pública de sua propriedade. 2. Criança de 3 (três) anos que faleceu em virtude de

110
descarga elétrica proveniente de fio energizado solto em campo de futebol localizado em área
residencial. 3. Ausente comprovação de prática de ato comissivo ou omissivo por parte da
segunda ré (Light), referente ao evento danoso, sua responsabilidade, in casu, deve ser
afastada. 4. Dano moral configurado, cujo quantum indenizável fixado, R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais), encontra-se em consonância com os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade. 5. A reciprocidade na sucumbência foi corretamente reconhecida diante da
rejeição do pedido autoral de reparação por dano material (pensionamento). 6. Necessidade
de reparos, de ofício, na sentença no que concerne ao índice de correção monetária. 7. Nego
seguimento a ambos os apelos, na forma do artigo 557, caput, do CPC, e, de ofício, promovo
reparo na sentença apenas para que a correção monetária seja calculada com base na variação
do IPCA, a contar da publicação da sentença. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
03/11/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 26/11/2014 (*)

0000512-02.2004.8.19.0078 – APELACAO DES. SANDRA CARDINALI - Julgamento: 10/03/2016


- VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. CONCESSIONÁRIA AMPLA. MORTE DECORRENTE


DE DESCARGA ELÉTRICA. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA FUNDADA NA RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA. NÃO COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE CAUSAS EXCLUDENTES DA
RESPONSABILIDADE DA RÉ. LAUDO PERICIAL QUE ATESTA IRREGULARIDADE NA INSTALAÇÃO
DA REDE ELÉTRICA. NEXO CAUSAL IGUALMENTE DEMONSTRADO. FALECIMENTO
DO FILHO MAIOR QUE TEM O CONDÃO DE GERAR DANOS MORAIS. VERBA INDENIZATÓRIA
ADEQUADAMENTE FIXADA EM R$ 150.000,00, PARA CADA GENITOR. PENSIONAMENTO QUE
DEVE SER RECONHECIDO EM FAVOR DA GENITORA, COM QUEM O DE CUJUS RESIDIA À ÉPOCA
DO FALECIMENTO. ATIVIDADE REMUNERADA NÃO COMPROVADA. BENEFICIÁRIA
HIPOSSUFICIENTE. FILHO MAIOR COM CAPACIDADE LABORATIVA. PRESUNÇÃO DE AUXÍLIO
NAS DESPESAS DOMÉSTICAS. PENSÃO FIXADA EM 1/3 DO SALÁRIO MÍNIMO, ATÉ O LIMITE DE
65 (SESSENTA E CINCO) ANOS DA VÍTIMA OU ATÉ O FALECIMENTO DA BENEFICIÁRIA, O QUE
OCORRER PRIMEIRO. DESPROVIMENTO DO RECURSO DA RÉ. PARCIAL PROVIMENTO AO
RECURSO DA PARTE AUTORA.

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de DESCARGA
ELÉTRICA e morte de menor: R$ 150.000,00.

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL.


RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE ENERGIA E DE
TELECOMUNICAÇÃO. QUEDA DE FIOS NA VIA PÚBLICA. MORTE DE MENOR POR
ELETROCUSSÃO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. NÃO CARACTERIZAÇÃO. VALOR ADEQUADO E
RAZOÁVEL PARA O CASO. RECURSO NÃO PROVIDO.

111
1. Na hipótese em exame, aplica-se o Enunciado 2 do Plenário do STJ: "Aos recursos
interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de
2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as
interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça." 2. Não se
constata a alegada violação ao art. 535 do CPC, na medida em que a eg. Corte de origem
dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas. De fato, inexiste
omissão no aresto recorrido, porquanto o Tribunal local, malgrado não ter acolhido os
argumentos suscitados pela parte recorrente, manifestou-se expressamente acerca dos temas
necessários à integral solução da lide.

3. Quanto à caracterização da responsabilidade civil, tem-se que as instâncias ordinárias


entenderam que ficou provado nos autos que o acidente que causou a morte da criança por
eletrocussão decorreu de falha na prestação dos serviços prestados pelas concessionárias.

Súmula 7/STJ.

4. O Superior Tribunal de Justiça firmou orientação de que é admissível o exame do valor


fixado a título de danos morais em hipóteses excepcionais, quando for verificada a
exorbitância ou a índole irrisória da importância arbitrada, em flagrante ofensa aos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade.

5 In casu, o valor da indenização por danos morais, a ser pago solidariamente pelas
concessionárias, arbitrado em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para cada um dos
pais, não é exorbitante nem desproporcional às peculiaridades do caso concreto, em que
ocorreu a morte, por eletrocussão, do filho dos agravados.

6. Agravo interno improvido.

(AgRg no AREsp 735.377/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
05/05/2016, DJe 17/05/2016)

QUEDA DE ANTENA TELEFÔNICA SOBRE IMÓVEL

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de QUEDA DE
ANTENA TELEFÔNICA SOBRE IMÓVEL: R$ 25.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. QUEDA DE ANTENA TELEFÔNICA SOBRE IMÓVEL. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. SÚMULA N. 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. INEXISTÊNCIA DE
SIMILITUDE.

112
1. A revisão de indenização por danos morais só é viável em recurso especial quando o valor
fixado nas instâncias locais for exorbitante ou ínfimo. Salvo essas hipóteses, incide a Súmula n.
7 do STJ, impedindo o conhecimento do recurso.

2. Tratando-se de danos morais, é incabível a análise do recurso com base na divergência


pretoriana, pois, ainda que haja grande semelhança nas características externas e objetivas, no
aspecto subjetivo, os acórdãos são distintos.

3. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 811.444/CE, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 04/02/2016, DJe 18/02/2016)

Indenização por dano moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

PRISÃO ILEGAL/ERRO JUDICIÁRIO


TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ERRO
JUDICIÁRIO/PRISÃO ILEGAL:

Preso ilegalmente – mandado de prisão que deveria ter sido recolhido: R$ 10.000,00.

Prisão cautelar com duração de 4 anos e 7 meses: R$ 25.000,00.

Descumprimento de alvará de soltura por autoridade policial: R$ 15.000,00.

0392267-22.2014.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. SIRLEY ABREU BIONDI - Julgamento:


03/09/2015 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL

Ação de Responsabilidade Civil. Autor, preso ilegalmente, em razão de mandado de prisão que
deveria ter sido recolhido. Sentença de procedência, condenando o réu ao pagamento de R$
10.000,00 (dez mil reais), a título de compensação por danos morais. Apelo do réu.
Responsabilidade objetiva do Estado ¿ art. 37, §6º da Constituição Federal. Comprovação do
dano e do nexo de causalidade. Configuração do dano moral, através da angústia, vexame,
constrangimento, vergonha, sentimentos pelos quais passou o autor diante da prisão ilegal.
Verba indenizatória que deve ser fixada, com especial atenção para a extensão do dano, bem
como condições pessoais do ofendido, condições econômicas do réu, tudo em observância aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Valor indenizatório de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) que não desafia alteração, nos termos do art. 557 do CPC, NEGA-SE PROVIMENTO AO
RECURSO, mantidos os demais termos da sentença. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 03/09/2015 (*)

0266216-05.2010.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. LUCIANO RINALDI - Julgamento:


08/04/2015 - SETIMA CAMARA CIVEL

113
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PRISÃO CAUTELAR COM DURAÇÃO
DE QUATRO ANOS E SETE MESES. ABSOLVIÇÃO POSTERIOR. DEMORA INJUSTIFICÁVEL
EQUIPARÁVEL A ERRO JUDICIÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CABIMENTO. 1. Pelo
prisma da dignidade da pessoa humana, devido processo legal e duração razoável do processo,
equipara-se ao erro judiciário manter-se a prisão cautelar de indivíduo, ao final absolvido, por
quatro anos, sete meses e quatro dias. A ilegalidade decorre da própria duração da prisão
cautelar, que, além de não encontrar qualquer justificativa razoável no ordenamento jurídico,
revela, com triste nitidez, o drama da morosidade da Justiça. 2. A jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça somente afasta a responsabilidade civil do Estado se a prisão cautelar, com
posterior absolvição, houver sido realizada dentro dos limites legais, o que não se verificou no
presente caso. 3. Colhe-se da doutrina que "a ampliação da responsabilidade estatal, com
vistas a tutelar a dignidade das pessoas, sua liberdade, integridade física, imagem e honra, não
só para casos de erro judiciário, mas também de cárcere ilegal e, igualmente, para hipóteses
de prisão provisória injusta, embora formalmente legal, é um fenômeno constatável em
nações civilizadas, decorrente do efetivo respeito a esses valores" (Roberto Delmanto Junior -
in "As Modalidades de Prisão Provisória e seu Prazo de Duração - 2ª edição - Renovar - páginas
377/386). 4. Indenização moral que deve ser fixada em observância aos princípios da
razoabilidade e moderação, notadamente quando vencido o Estado que, em última análise, é a
própria sociedade. 5. Provimento parcial do recurso do Autor para condenar a parte ré ao
pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais),
com correção monetária a partir desta data e juros do trânsito em julgado da sentença
absolutória, bem como custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o
valor da condenação. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 08/04/2015 (*) Íntegra do
Acórdão - Data de Julgamento: 19/08/2015

0171065-75.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. MONICA DE FARIA SARDAS -


Julgamento: 25/11/2014 - VIGESIMA PRIMEIRA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ALVARÁ DE SOLTURA.


DESCUMPRIMENTO. PRISÃO ILEGAL. OMISSÃO DE DEVER LEGAL. DANOS MORAIS. 1- Execução
de alimentos. Decreto de prisão. Pagamento do débito. Expedição de alvará de soltura. 2-
Autoridade policial que não cumpriu alvará de soltura em razão da existência de mandado de
penhora. Existência de duas execuções distintas (uma pelo rito do art. 733 do CPC e outra pelo
rito do art. 732 do CPC) . Falha na prestação do serviço público. Circunstancia que podia ser
averiguada pela autoridade policial. 3- Dever de indenizar configurado. Responsabilidade
objetiva do Estado. Manutenção do quantum indenizatório ¿ R$ 15.000,00. 4- Manutenção dos
honorários advocatícios fixados em R$ 800,00. NEGATIVA DE PROVIMENTO AO RECURSO.
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 25/11/2014 (*)

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de ERRO

114
JUDICIÁRIO/PRISÃO ILEGAL: R$ 15.000,00.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL. ATO ILÍCITO. ACÓRDÃO DE ORIGEM COM FUNDAMENTO
EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. RAZÕES DE RECURSO QUE NÃO IMPUGNAM AS
RAZÕES DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. PRISÃO. ERRO JUDICIÁRIO. PRETENDIDA
REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESSA PARTE, IMPROVIDO.

I. Interposto Agravo Regimental com razões que não impugnam, especificamente, os


fundamentos da decisão agravada, mormente no ponto relativo à impossibilidade de o STJ, em
sede de Recurso Especial, reexaminar acórdão com fundamento eminentemente
constitucional, não prospera o inconformismo, em face da Súmula 182 desta Corte. II. A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento no sentido de que o
valor arbitrado a título de danos morais somente pode ser revisto excepcionalmente, quando
irrisório ou exorbitante, sob pena de ofensa ao disposto na Súmula 7 desta Corte. III. Na
hipótese, o Tribunal de origem, em vista das circunstâncias fáticas do caso, reduziu o valor dos
danos morais, fixados pela sentença, a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), observando os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, não se mostrando ele exorbitante, ante o
quadro fático delineado no acórdão de origem. Conclusão em contrário encontra óbice na
Súmula 7/STJ. IV. Agravo Regimental parcialmente conhecido, e, nessa parte, improvido. STJ,
AgRg no AREsp 559399 / CE, Relator(a): Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, Órgão Julgador: T2 -
SEGUNDA TURMA, Data do Julgamento: 01/03/2016, Data da Publicação/Fonte DJe
14/03/2016.

PROTESTO INDEVIDO

Protesto Indevido – Dívida Quitada

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de PROTESTO
INDEVIDO DE DÍVIDA JÁ QUITADA: R$8.000,00 a R$12.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


PROTESTO INDEVIDO. DÍVIDA QUITADA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RAZOABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ.

1. A reforma do julgado no tocante à responsabilidade da recorrente pelos danos morais


ocasionados em virtude do indevido protesto de título demandaria o reexame do contexto

115
fático-probatório, procedimento vedado na estreita via do recurso especial, a teor da Súmula
nº 7/STJ.

2. O Superior Tribunal de Justiça, afastando a incidência da Súmula nº 7/STJ, tem reexaminado


o montante fixado pelas instâncias ordinárias a título de danos morais apenas quando irrisório
ou abusivo, circunstâncias inexistentes no presente caso, em que o valor foi arbitrado em R$
10.000,00 (dez mil reais).

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 764.076/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 17/03/2016, DJe 31/03/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROTESTO INDEVIDO. DANOS


MORAIS. MONTANTE FIXADO. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE RESPEITADO. AGRAVO
NÃO PROVIDO.

1. O entendimento deste Sodalício é pacífico no sentido de que o valor estabelecido pelas


instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto nas hipóteses
em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos padrões de
razoabilidade. 2. Não se verifica no montante fixado - R$ 8.000,00 -, em decorrência de
protesto indevido, violação do princípio da proporcionalidade, a configurar situação
teratológica, motivo pelo qual o caso não revela hipótese de intervenção deste eg. Tribunal
Superior no quantum estabelecido pelas instâncias ordinárias. 3. Agravo regimental a que se
nega provimento. STJ, AgRg no AREsp 818691 / PR, Relator(a) Ministro RAUL ARAÚJO, Órgão
Julgador: T4 - QUARTA TURMA, Data do Julgamento: 08/03/2016, Data da Publicação/Fonte
DJe 21/03/2016.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


PROTESTO INDEVIDO. DÍVIDA QUITADA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RAZOABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ.

1. A reforma do julgado no tocante à responsabilidade da recorrente pelos danos morais


ocasionados em virtude do indevido protesto de título demandaria o reexame do contexto
fático-probatório, procedimento vedado na estreita via do recurso especial, a teor da Súmula
nº 7/STJ.

2. O Superior Tribunal de Justiça, afastando a incidência da Súmula nº 7/STJ, tem reexaminado


o montante fixado pelas instâncias ordinárias a título de danos morais apenas quando irrisório
ou abusivo, circunstâncias inexistentes no presente caso, em que o valor foi arbitrado em R$
10.000,00 (dez mil reais).

3. Agravo regimental não provido.

116
(AgRg no AREsp 764.076/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 17/03/2016, DJe 31/03/2016)

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA A INADMISSÃO DE RECURSO


ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. REEXAME DE
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE
INADIMPLENTES. PESSOA JURÍDICA. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO
QUE NÃO SE MOSTRA EXCESSIVO. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.

1. É inviável o recurso especial quando ausente o prequestionamento dos temas insertos nos
dispositivos da legislação federal apontados como violados. Incidência das Súmulas 282 e 256
do STF.

2. Nos termos da jurisprudência do STJ, "nos casos de protesto indevido de título ou inscrição
irregular em cadastros de inadimplentes, o dano moral se configura in re ipsa, isto é, prescinde
de prova, ainda que a prejudicada seja pessoa jurídica" (REsp 1.059.663/MS, Rel. Min. NANCY
ANDRIGHI, DJe de 17/12/2008).

3. A orientação pacificada no Superior Tribunal de Justiça é de que o valor estabelecido pelas


instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto tão somente
nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos
padrões de razoabilidade, o que não se evidencia no presente caso. Nos moldes em que
delineado pelo Tribunal de origem, não se mostra exorbitante a condenação do recorrente no
valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) a título de reparação moral, decorrente dos danos
sofridos pela pessoa jurídica ora agravada, que teve o nome indevidamente incluído em
cadastro de inadimplentes.

4. Agravo interno não provido.

(AgRg no Ag 1421689/SC, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em


05/11/2015, DJe 25/11/2015)

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de PROTESTO
INDEVIDO DE DÍVIDA JÁ QUITADA: R$8.000,00 a R$10.000,00.

0103382-52.2010.8.19.0002 – APELACAO DES. MARCELO LIMA BUHATEM - Julgamento:


24/09/2013 - VIGESIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA NEGATIVAÇÃO E PROTESTOS INDEVIDOS -


DÍVDIA QUITADA - DANO MORAL ARBITRADO EM R$ 8.000,00 RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE - CARÁTER PEDAGÓGICO/PUNITIVO/PREVENTIVO DA VERBA
EXTRAPATRIMONIAL - MANUTENÇÃO - JUROS DE MORA DA VERBA IMATERIAL - TERMO

117
INICIAL DE INCIDÊNCIA EVENTO DANOSO, EX VI LEGIS, O VERBETE Nº 54 DA SÚMULA DO STJ -
REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA - APELO DA RÉ - PREPARO INTEMPESTIVO - NÃO
CONHECIMENTO. 1. Negativação do nome da empresa Autora no cadastro de maus pagadores,
bem como protestos indevidos de duplicatas referentes à dívida já quitada. 2. Sentença de
parcial procedência do pedido, condenação em danos morais, arbitramento no valor de R$
8.000,00. 3. Apelo da autora pretendendo majorar a verba extrapatrimonial e a incidência dos
juros de mora a contar do evento danoso, e não da citação, como disse a sentença. 4. Dano
moral. Quantum arbitrado em valor razoável e proporcional, tendo observado as
circunstâncias específicas do caso. Observância do caráter pedagógico/punitivo/preventivo da
medida. Valor deR$ 8.000,00 que não importa em enriquecimento sem causa da parte
beneficiada. 5. Juros de mora da verba imaterial. Termo de incidência que flui do evento
danoso, por se tratar de relação jurídica extracontratual. Verbete nº 54 da Súmula do STJ. 6.
Recurso da ré que não se conhece, em razão da intempestividade do preparo. DEIXO DE
CONHECER DO RECURSO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CONHEÇO E DOU PARCIAL
PROVIMENTO AO RECURSO DA AUTORA, NA FORMA DO ART. 557, § 1º-A, DO CPC.

0010863-31.2010.8.19.0011 – APELACAO DES. MARCELO ANATOCLES - Julgamento:


08/04/2014 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. PROTESTO INDEVIDO. DÍVIDA QUITADA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DOS


RÉUS. A ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, QUE
AGIU COMO MANDATÁRIA DO CREDOR, NÃO FOI COMPROVADA. SOLIDARIEDADE DE TODOS
OS INTEGRANTES DA CADEIA DE CONSUMO. IGUALMENTE NÃO FOI DEMONSTRADO QUE O
PROTESTO HAVIA SIDO RETIRADO EM MAIO DE 2010. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL IN RE IPSA, NO VALOR DE R$ 8.000,00, QUE
ATENDE À LÓGICA DO RAZOÁVEL. SENTENÇA QUE SE MANTÉM. RECURSOS A QUE SE NEGAM
SEGUIMENTO.

APELAÇÕES CÍVEIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PROTESTO INDEVIDO. DÍVIDA QUITADA. TUTELA
ANTECIPADA CONCEDIDA PARA BAIXA DO PROTESTO EM NOME DO AUTOR E QUE O RÉU SE
ABSTIVESSE DE INCLUIR O NOME DO AUTOR NOS CADASTROS RESTRITIVOS DE CRÉDITO, SOB
PENA DE POSTERIOR COMINAÇÃO DE MULTA DIÁRIA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
INICIAL. APELO DE AMBAS AS PARTES. AUTOR QUE COMPROVA ESTAR QUITE COM O
PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES, OBJETO DO PROTESTO. BANCO DEMANDADO QUE NÃO
PROVOU QUALQUER FATO EXTINTIVO, MODIFICATIVO OU IMPEDITIVO DO DIREITO DO
DEMANDANTE, CONFORME EXIGIDO PELO ARTIGO 333, INCISO II, DO CPC. RESPONSABILIDADE
CIVIL OBJETIVA DO BANCO RÉU. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. APLICAÇÃO DO ARTIGO
14, DA LEI 8.078/90 (CDC). DANO MORAL CONFIGURADO IN RE IPSA. VERBA INDENIZATÓRIA
FIXADA EM R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS) QUE DEVE SER MAJORADA PARA R$ 10.000,00 (DEZ
MIL REAIS), OBSERVANDO-SE O VIÉS PREVENTIVO-PEDAGÓGICO-PUNITIVO DA REPARAÇÃO E
OS PRECEDENTES DESTA CORTE DE JUSTIÇA EM HIPÓTESES CONGÊNERES. RECURSO DO RÉU A
QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. APLICAÇÃO DO

118
ENTENDIMENTO PACIFICADO NO ENUNCIADO 65, DO AVISO 100/2011. RECURSO DO AUTOR A
QUE SE DÁ PROVIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, §1º-A, DO CPC.

Protesto Indevido – Fraude De Terceiros

TJRJ

Dano moral em decorrência de protesto indevido por fraude de terceiros: R$ 10.000,00.

AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL


INTERPOSTO PELO AGRAVANTE. DECISÃO AGRAVADA QUE SE MANTÉM. DECISÃO ASSIM
EMENTADA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO COM PRETENSÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. INCLUSÃO INDEVIDA DO
NOME DA AUTORA EM BANCOS DE DADOS DE INSCRIÇÃO DE INADIMPLENTES. DÉBITO
INEXISTENTE. FRAUDE PERPETRADA POR TERCEIRO. FORTUITO INTERNO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, A TEOR DOS VERBETES NºS 94 E 479, DAS SÚMULAS
DE JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL E DO E.STJ. DANO IMATERIAL. CONFIGURAÇÃO.
QUANTUM REPARATÓRIO FIXADO DE FORMA ADEQUADA EM R$ 10.000,00. OBSERVÂNCIA
DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. ENUNCIADO Nº. 116, DO
ENCONTRO DE DESEMBARGADORES COM COMPETÊNCIA EM MATÉRIA CÍVEL, OBJETO DO
AVISO N.º 55/2012. JUROS LEGAIS. APLICAÇÃO DOS VERBETES NºS 54 E 129 DA SÚMULA DA
JURISPRUDÊNCIA, RESPECTIVAMENTE, DO E.STJ E DESTA CORTE ESTADUAL. RECURSO DA
AUTORA A QUE SE DÁ PROVIMENTO, COM FULCRO NO ARTIGO 557, § 1º-A, DO CPC. RECURSO
DO RÉU A QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO CAPUT, DO ALUDIDO DISPOSITIVO
LEGAL. RECURSO DE AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 28/01/2015 (*)

STJ

Dano moral em decorrência de protesto indevido por fraude de terceiros: R$ 10.000,00.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.


DANO IN RE IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.

1. No julgamento do Recurso Especial Repetitivo nº 1.197.929/PR (Rel. Min. Luis Felipe


Salomão, DJe de 12/9/2011), processado nos moldes do art. 543-C do CPC, foi firmado o
entendimento de que "as instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos
causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de

119
conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de
documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do
empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno".

2. Está pacificado nesta eg. Corte que a inscrição indevida em cadastro negativo de crédito,
por si só, configura dano in re ipsa.

3. É pacífico o entendimento desta eg. Corte de Justiça de que o valor estabelecido pelas
instâncias ordinárias pode ser revisto nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória
ou exorbitante, distanciando-se dos padrões de razoabilidade, o que não se verifica no
presente caso, em que foi fixado o montante de R$ 10.000,00, a título de danos morais,
decorrente de inscrição indevida em cadastro de inadimplentes.

4. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 722.226/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
17/03/2016, DJe 12/04/2016)

Protesto Indevido – Título prescrito

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de PROTESTO
INDEVIDO EM VIRTUDE DE TÍTULO PRESCRITO: R$ 8.000,00.

0026604-12.2013.8.19.0204 – APELACAO DES. TEREZA C. S. BITTENCOURT SAMPAIO -


Julgamento: 14/03/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO INOMINADO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA PROFERIDA EM SEDE DE


APELAÇÃO CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PROTESTO DE TÍTULO PRESCRITO.
DANO MORAL CONFIGURADO. - Autor idoso que teve seu nome negativado em razão de
protesto realizado pelo réu em 2011 referente a suposta dívida vencida em 1994. - Réu não
trouxe nenhuma prova ou alegação capaz de afastar sua responsabilidade. - Cessão de crédito
realizada sem notificação do devedor não exclui a responsabilidade do cedente por protesto
indevido do cessionário, na inteligência do art. 290, CC. Inequívoca falha na prestação do
serviço. Indenização por danos morais no valor de R$ 8.000,00 atende aos critérios da
proporcionalidade e da razoabilidade. AGRAVO INOMINADO INTERPOSTO PELA PARTE RÉ A
QUE SE NEGA PROVIMENTO.

0011893-71.2014.8.19.0202 – APELACAO DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento:


20/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

120
APELAÇÃO. DIREITO CAMBIAL E DO CONSUMIDOR. PROTESTO DE TÍTULO PRESCRITO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO CEDENTE E DO CESSIONÁRIO DO TÍTULO. COBRANÇA
ABUSIVA. DANO MORAL. 1. A relação que ora se apresenta é de consumo advindo
responsabilidade objetiva e solidária da ré e da sociedade empresária a quem foi cedido o
suposto crédito, nos termos do parágrafo único do art. 7º do C.D.C. 2. O protesto é ato formal
que busca a prova da inadimplência e do descumprimento de obrigação originada em título,
tal ato obviamente é intentado por aquele que possui o título e tem interesse no recebimento
de seu crédito, tendo portanto estreita relação com as ações cambiárias, aplicando-se ao caso
a norma especial prevista na lei 7.357/85. Na hipótese, entre a emissão do cheque em questão
e o protesto do mesmo decorreram mais de 15 anos esgotados, portanto, os prazos de
apresentação, de execução e da ação de enriquecimento em face do emitente conforme arts.
33 , 59 e 61 da lei 7.357/85 pelo que se mostra tal cheque claramente prescrito. 3. Cumpre
bem notar que o enunciado nº 236 da Súmula desta Corte assim informa: "São destinados a
protesto, na forma da Lei 9.492/1997, títulos e documentos de dívidas não prescritos, ainda
que desprovidos de eficácia executiva". Não demonstra a ora apelante que o alegado endosso
translativo se deu ao tempo em que o título ainda era exequível. 4. O protesto do título já
prescrito - tanto para a ação de execução, quanto para a de enriquecimento e mesmo para a
cobrança fundada exclusivamente no título de crédito - configura forma de cobrança abusiva,
nos termos do art. 42 do Código de Defesa do Consumidor. 5. Inegável que tal protesto
indevido acarreta dano moral na medida em que implica restrições à vida financeira do
consumidor, servindo apenas como constrangimento abusivo ao pagamento, observando-se
aqui o entendimento já consolidado na sumula 89 deste Tribunal. Nestas circunstâncias, justo
e adequado ao caso o valor arbitrado pelo sentenciante de R$8.000,00 que, portanto, deve ser
mantido. 6. Recurso desprovido.

Protesto Indevido – Preexistência De Inscrição

TJRJ

EXISTÊNCIA DE ANOTAÇÕES PREEXISTENTES: APLICAÇÃO DA SÚMULA 385 DO STJ. NÃO


INCIDE DANO MORAL.

AGRAVO INOMINADO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA PROFERIDA NA APELAÇÃO CÍVEL QUE


DEU PROVIMENTO AO RECURSO DA RÉ, JULGANDO IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS. -
Hipótese dos autos é diferente da colacionada no Agravo Interno, em que inscrição é derivada
de fraude. Ressalte-se, que de fato a simples existência de outras inscrições em cadastro
restritivo ao crédito, por si só, não é suficiente para afastar o dano moral, uma vez que podem
ser decorrentes de fraude e contestadas judicialmente. - Verifica-se a existência de
apontamentos nos cadastros restritivos em nome da Autora anteriores a inclusão feita pelo
Réu, o que afasta a possibilidade de indenização a título de danos morais. - Apesar de indevida
a inclusão do nome da Autora nos cadastros restritivos de crédito por parte do Réu, em
01/07/2011, verifica-se que antes dessa data, a Autora já possuía outras anotações realizadas

121
em 08/06/2011 e 29/06/2011. - É entendimento desta Corte e do Superior Tribunal de Justiça
que não resta configurado o dano moral na hipótese de preexistência de anotações nos
cadastros restritivos de crédito em nome da demandante, considerando a licitude dessas
outras inscrições. - A 2ª Seção do STJ, sob a orientação de que, embora extraídos de ações
voltadas contra cadastros restritivos, o fundamento dos precedentes da Súmula nº 385 - quem
já é registrado como mau pagador não pode se sentir moralmente ofendido por mais uma
inscrição do nome como inadimplente em cadastros de proteção ao crédito - aplica-se
também às ações dirigidas contra supostos credores que efetivaram inscrições irregulares,
sendo tal fundamentação da súmula aplicada à hipótese. - A parte autora não logrou êxito em
comprovar sequer que tais débitos encontram-se sub judice, com vistas a criar uma presunção
relativa da ilegitimidade das anotações preexistentes. Depreende-se assim que não se
desincumbiu do ônus que lhe cabia por força do artigo 333, inciso I, do Código de Processo
Civil. - Não merece censura a decisão vergastada, devendo ser mantida por seus próprios
fundamentos. AGRAVO INOMINADO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. TJRJ, 0013411-
49.2012.8.19.0208 – APELACAO, DES. TEREZA C. S. BITTENCOURT SAMPAIO - Julgamento:
17/02/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR.

APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS NÃO


RECONHECENDO A OCORRÊNCIA DE DANOS MORAIS ANTE A VERIFICAÇÃO DE
APONTAMENTOS RESTRITIVOS DE CRÉDITO PREEXISTENTES AO REALIZADO PELA
CONCESSIONÁRIA RÉ. INCONFORMISMO DO AUTOR. NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO. O
cerne da questão reside no pedido de compensação por danos morais, ante a existência de
apontamentos anteriores ao impugnado nos presentes autos. Em que pese a falha cometida
pela concessionária Ré, em razão da indevida inscrição do nome do Autor no banco de dados
de inadimplentes, é de se ressaltar a preexistência de anotações, oriundas de outras relações
jurídicas. Com efeito, verificada anotação preexistente, resta descaracterizado o dano moral.
Aplicação da Súmula nº 385 do Supremo Tribunal de Justiça. 0012078-43.2013.8.19.0203 –
APELACAO, DES. ARTHUR NARCISO - Julgamento: 24/09/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA
CIVEL CONSUMIDOR.

STJ

EXISTÊNCIA DE ANOTAÇÕES PREEXISTENTES: APLICAÇÃO DA SÚMULA 385 DO STJ. NÃO


INCIDE DANO MORAL.

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. AGRAVO


REGIMENTAL. BLOQUEIO DE CARTÃO DE CRÉDITO. ANOTAÇÕES PREEXISTENTES. DEVER DE
INDENIZAR. INEXISTÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 385/STJ EM RELAÇÃO AO CREDOR.
PRECEDENTES. HUMILHAÇÃO E VEXAME NÃO VERIFICADOS. SÚMULA N. 7/STJ.
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. BASES FÁTICAS DISTINTAS.

122
1. Admitem-se como agravo regimental embargos de declaração opostos a decisão
monocrática. Princípios da economia processual e da fungibilidade.

2. "Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento" (Súmula
n. 385/STJ).

3. A Súmula n. 385/STJ também é aplicada às ações voltadas contra o suposto credor que
efetivou inscrição irregular.

4. Afastar as conclusões do Tribunal de origem acerca da inexistência de provas que


demonstrem que a parte sofreu humilhação decorrente do bloqueio do cartão de crédito
enseja a incursão no acervo fático-probatório dos autos, providência vedada em recurso
especial, nos termos da Súmula n. 7/STJ.

5. Não se conhece da divergência jurisprudencial quando os julgados dissidentes tratam de


situações fáticas diversas.

6. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento.

(EDcl no AREsp 709.162/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/03/2016, DJe 28/03/2016)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO EM


CADASTRO DE INADIMPLENTES. SÚMULA 385 DO STJ. APLICABILIDADE. DEVER DE
INDENIZAR. AUSÊNCIA. INSCRIÇÕES PRETÉRITAS.

1. "Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento"
(enunciado 385 da Súmula do STJ).

2. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no REsp 1516602/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 10/03/2016, DJe 16/03/2016)

Protesto Indevido – Ausência De Prévia Notificação Da Inscrição

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de AUSÊNCIA
DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO DA INSCRIÇÃO: R$5.000,00.

123
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DANO MORAL. AUSÊNCIA DE
PRÉVIA NOTIFICAÇÃO DA INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO
AO CRÉDITO. VALOR COMPENSATÓRIO MAJORADO. REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que a revisão do


valor arbitrado a título de indenização por danos morais será viável quando irrisório ou
exorbitante o montante fixado, em evidente ofensa aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.

2. Na espécie, o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) arbitrado a título de danos morais por falta de
notificação prévia da inscrição em cadastro restritivo não reflete os parâmetros regulares
desta Casa, motivo pelo qual se majorou o quantum da compensação para R$ 5.000,00 (cinco
mil reais). Precedentes.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 811.028/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
23/02/2016, DJe 07/03/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


DANO MORAL. AUSÊNCIA DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO DA INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR
NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. VALOR COMPENSATÓRIO MAJORADO.
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que a revisão do


valor arbitrado a título de indenização por danos morais apenas será viável quando irrisório ou
exorbitante o montante fixado, em evidente ofensa aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.

2. Na espécie, o valor de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) arbitrado a título de danos morais
por falta de notificação prévia da inscrição em cadastro restritivo não reflete os parâmetros
regulares desta Casa, motivo pelo qual se majorou o quantum da compensação para R$
5.000,00 (cinco mil reais). Precedentes.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AgRg no AREsp 667.135/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 19/05/2015, DJe 18/06/2015)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ARTIGO 544 DO CPC) - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO DA INSCRIÇÃO DO
NOME DO DEVEDOR NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - INSURGÊNCIA DA PARTE RÉ.

1. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a revisão do valor arbitrado


a título de indenização por danos morais apenas será viável quando irrisório ou exorbitante o
montante fixado, em evidente ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

124
2. Na espécie, a indenização por danos morais fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mostra-
se adequada e coadunante a precedentes desta Corte.

3. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 551.836/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
05/03/2015, DJe 11/03/2015)

QUEDA EM HOSPITAL

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


FALECIMENTO EM DECORRÊNCIA DE QUEDA NO HOSPITAL: R$70.000,00 a R$ 100.000,00.

0153065-37.2005.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. PATRICIA


SERRA VIEIRA - Julgamento: 10/06/2015 - DECIMA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. Ação de procedimento comum ordinário. Pretensão indenizatória em razão


do falecimento do cônjuge da autora, por sequelas decorrentes da queda de leito no hospital
Hemorio, onde se encontrava internado para o tratamento de linfoma. Sentença de
procedência. Insurgência do réu. Preliminar de cerceamento de defesa, pela ausência de oitiva
das testemunhas arroladas que se rejeita, eis que a questão remanescente é eminentemente
de ordem técnica. Artigo 130 do Código de Processo Civil. Responsabilidade objetiva do
Estado. Artigo 37, §6º, da CRFB. Ausentes quaisquer das excludentes de responsabilidade
aplicáveis à espécie. Comprovado o nexo causal entre a omissão do Estado e a morte do
cônjuge da autora. Responsabilidade objetiva consolidada no Informativo nº 502 do STF.
Compensação pela dor e/ou sofrimento derivado da perda de ente querido. Indenização por
dano moral fixada sob montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais), em conformidade com os
critérios da razoabilidade e da proporcionalidade, em observância às particularidades do caso
concreto e à jurisprudência formada a partir de precedentes análogos. Parecer da
Procuradoria de Justiça em consonância. Sentença que não merece reparo algum.
Precedentes. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 10/06/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 24/06/2015 (*)

0013395-73.2009.8.19.0023 - APELACAO -1ª Ementa DES. MONICA COSTA DI PIERO -


Julgamento: 10/03/2015 - OITAVA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL. REPARAÇÃO POR DANO
MORAL. FALECIMENTO DE PACIENTE APÓS QUEDA EM ATENDIMENTO DE HOSPITAL PÚBLICO.
DANO MORAL CONFIGURADO. 1. Cuida-se de recurso de apelação interposto contra sentença
que, em ação indenizatória fundamentada na alegação de má prestação do serviço, acolheu a
pretensão autoral para condenar o Município ao pagamento de R$70.000,00, acrescidos de

125
juros legais contados da citação, e de atualização monetária a partir da publicação do julgado,
consoante súmula 97 do TJRJ. 2. Na seara da responsabilidade civil relacionada à
Administração Pública, prevalece em nosso ordenamento jurídico, por força da norma
constitucional prevista no art.37, §6º, a teoria objetiva, consoante a qual basta simples
comprovação do fato administrativo (conduta comissiva ou omissiva) e da relação de
causalidade entre esse e o dano suportado para que se configure a responsabilidade dos entes
públicos e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. 3. O cotejo
probatório converge no sentido de que, de fato, a vítima veio a falecer em decorrência da
queda sucedida durante o atendimento no local, quando se encontrava aos cuidados da
equipe médico-hospitalar, já que a sua genitora foi impedida, por intermédio de força física, de
realizar o acompanhamento de seu filho durante a consulta, prestando-lhe os cuidados
necessários, apesar de informar ser o mesmo portador de necessidades especiais. 4. Evidente
deficiência no atendimento médico prestado o filho da autora, não logrando êxito o
nosocômio em afastar sua responsabilidade pelo falecimento da vítima, ônus que lhe
incumbia. 5. Verba reparatória fixada em respeito aos elementos constantes dos autos.
Princípios da proporcionalidade e da razoabilidade respeitados. 6. Recurso ao qual se nega
provimento. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 10/03/2015 (*)

QUEDA EM VIA PÚBLICA

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de QUEDA EM
VIA PÚBLICA:

Buraco na pista em logradouro público: R$ 6.000,00 a R$ 10.000,00.

0066160-82.2012.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO -1ª Ementa DES. CARLOS


JOSE MARTINS GOMES - Julgamento: 04/09/2015 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

Ementa: Apelação Cível. Reexame Necessário. Ação de indenização por danos morais e
materiais. Queda em buraco localizado em logradouro público. Autora que fraturou a perna e
foi submetida a procedimento cirúrgico para colocação de seis parafusos e placa de platina .
Sentença de procedência parcial do pedido, condenando o réu ao pagamento de R$10.000,00
(dez mil reais) a título de danos morais e julgando o pedido de danos materiais improcedente.
Ilegitimidade passiva não configurada. Réu responsável pela obra de saneamento efetuada e
pela manutenção das vias públicas transitáveis. Omissão específica demonstrada. O STJ já
decidiu que a falta no cumprimento do dever de manutenção da via pública pela
Municipalidade caracteriza a conduta negligente da Administração Pública e a torna
responsável pelos danos advindos dessa omissão. Dano moral configurado e arbitrado em
observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Reforma da sentença em
sede de reexame necessário. Juros moratórios que devem incidir a partir do evento danoso.

126
Súmula 54 do STJ. Impõe-se o reconhecimento da sucumbência recíproca, na medida em que a
parte autora decaiu de parte substancial do pedido formulado na exordial. Município que faz
jus à isenção ao pagamento das despesas processuais, excetuando-se a taxa judiciária. Art. 17,
inciso IX da Lei nº 3.350/99. Enunciado 42 do FETJ. Por fim, esclarece-se que os juros
moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e juros
aplicados à caderneta de poupança, nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação da
Lei 11.960/09. No que se refere à correção monetária, deve ser aplicada a taxa referencial até
25/03/2015, incidindo a partir de então o IPCA-E como índice de atualização, conforme
modulação temporal que decorre da decisão prolatada pelo STF na ADI 4357/DF. Precedentes.
Recurso a que se nega seguimento e sentença que se reforma em sede de reexame necessário,
nos termos do art. 557, caput e §1º-A, do Código de Processo Civil. Decisão Monocrática - Data
de Julgamento: 04/09/2015 (*)

0315808-47.2012.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. EDUARDO GUSMAO ALVES DE BRITO


- Julgamento: 14/08/2015 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. QUEDA DE


BICICLETA EM VIA PÚBLICA. BURACO NO ASFALTAMENTO. FRATURA. JOELHO ESQUERDO.
CIRURGIA DE OSTEOSSÍNTESE COM PLACA. PEDIDOS DE DANOS MORAIS E MATERIAIS.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. APELO AUTORAL. 1- O mau funcionamento do serviço de
manutenção de vias públicas evidenciado pela presença de buraco na pista de rolamento
enseja a reparação dos danos indenizáveis causados pela queda de ciclista. Inteligência dos
arts. 24 e 30 da lei orgânica municipal. Ausência de prova de medidas regulares de
conservação. 2- Abalo de ordem moral experimentado pela autora ¿atendida pelo Corpo de
Bombeiros, internada em hospital e submetida a cirurgia - que ultrapassa a normalidade.
Autora que ficou impossibilitada de trabalhar como vendedora de cosméticos por 15 dias
consecutivos. 3- Descuido da autora que concorreu para o acidente, considerando que: o
buraco poderia ter sido facilmente visualizado, sobretudo no período da manhã; é razoável
exigir certa cautela daquele que trafega por pistas sem ciclovia, ciclofaixa ou acostamento; o
buraco não era de tal profundidade e extensão a ponto de causar, por si só, a queda de um
condutor ou condutora com alguma habilidade. 4- Concorrência de causas que não afasta o
liame entre a conduta da Administração e os danos sofridos, refletindo-se tão somente na
repartição proporcional dos prejuízos. Recurso ao qual se dá parcial provimento na forma do
art. 557 do CPC para julgar parcialmente procedentes os pedidos de reparação, condenando o
réu ao pagamento de R$6.000 por danos morais e R$ 272,50 por danos materiais. Correção
monetária pelo IPCA-e, índice adotado pelo em substituição a TR, permanecendo os juros
moratórios segundo os índices aplicáveis à caderneta de poupança. Decisão Monocrática -
Data de Julgamento: 14/08/2015 (*)

TJRJ

Bueiro aberto: R$5.000,00 a R$ 8.000,00.

127
0381752-30.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. FERNANDO FERNANDY FERNANDES -
Julgamento: 05/08/2015 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL

APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE


CIVIL POR ACIDENTE EM VIA PÚBLICA. AUTORA QUE SOFREU LESÕES CORPORAIS EM VIRTUDE
DE QUEDA EM BUEIRO DE ÁGUAS PLUVIAIS QUE SE ENCONTRAVA COM AS GRADES DE
PROTEÇÃO QUEBRADAS. RESPONSABILIDADE ESTATAL POR OMISSÃO GENÉRICA.
CARACTERIZAÇÃO DA FAUTE DU SERVICE OU CULPA ANÔNIMA. VALOR DA INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS QUE DEVE SER MAJORADO PARA R$ 8.000,00, CONSIDERANDO-SE A
GRAVIDADE DO FATO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS DANOSAS. DEMANDANTE QUE, EM
DECORRÊNCIA DA QUEDA NO BUEIRO, FICOU INCAPACITADA TEMPORARIAMENTE PARA O
TRABALHO E DEMAIS ATIVIDADES HABITUAIS. PROVA TESTEMUNHAL. DESNECESSIDADE.
JUROS DE MORA A CONTAR DO EVENTO DANOSO. SÚMULA 54 DO STJ. APLICABILIDADE.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ADEQUADAMENTE FIXADOS. AGRAVO RETIDO DA DECISÃO QUE
INDEFERIU A PRODUÇÃO DA PROVA PERICIAL E ORAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.
APELAÇÃO DA AUTORA A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO. RECURSO ADESIVO DO RÉU A
QUE SE NEGA SEGUIMENTO. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 05/08/2015 (*)
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 02/09/2015 (*)

0014154-38.2012.8.19.0021 - APELACAO -1ª Ementa DES. CEZAR AUGUSTO R. COSTA -


Julgamento: 13/05/2015 - OITAVA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL. QUEDA EM RAZÃO
DE BUEIRO DESTAMPADO NA CALÇADA. LESÃO NO JOELHO. NEXO DE CAUSALIDADE.
ALEGAÇÕES AUTORAIS DEVIDAMENTE COMPROVADAS. DEVER DE INDENIZAR.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. NEGLIGÊNCIA DO
ENTE MUNICIPAL. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS. OMISSÃO GENÉRICA.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E SUBSIDIÁRIA DO ESTADO. Ação indenizatória em razão de
queda sofrida pelo apelante em bueiro sem tampa e cercado de mato na calçada na Estrada
Trevo das Missões no Município de Duque de Caxias, o que lhe causou lesões no joelho.
Verossimilhança das alegações autorais, restando comprovada, por laudo pericial, a existência
do nexo de causalidade entre a queda do bueiro e o prejuízo experimentado pela recorrente.
Como concessionária de serviço público, a Light, segunda ré, responde objetivamente pelos
danos. Cuidando-se de omissão genérica, a responsabilidade do poder concedente, Município
de Duque de Caxias, é subsidiária por conta da negligência ao não proceder a correta
manutenção de seu passeio público e fiscalização da concessionária. A autora experimentou
mais do que mero dissabor decorrente do acidente e das lesões sofridas, o que justifica a
indenização pelos danos morais. Observados os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, comporta a fixação em R$5.000,00 (cinco mil reais) o valor da reparação. A
indenização por dano material comprovado também comporta provimento. Reforma da
sentença. Decisão monocrática. Artigo 557, §1-A, do Código de Processo Civil. Condenação da
segunda ré, LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE SA, ao pagamento da indenização a título de
dano material e moral. Condenação subsidiária do MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS.

128
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
13/05/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 23/06/2015 (*) Íntegra do Acórdão -
Data de Julgamento: 30/06/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 01/09/2015 (*)

STJ

Queda em bueiro: R$ 15.000,00.

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 406 E 407 DO CÓDIGO CIVIL E ART. 1º-F DA LEI 9.494/97.
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
ESTADO. QUEDA EM BUEIRO. DANOS MORAIS. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

I. A questão referente à alegada ofensa aos arts. 406 e 407 do Código Civil e art. 1º-F da Lei
9.494/97 não foi discutida, pelo Tribunal de origem, e o agravante não opôs Embargos de
Declaração, objetivando o prequestionamento da tese recursal, pelo que é o caso de
incidência do óbice previsto na Súmula 282/STF.

II. A jurisprudência do STJ "admite, em caráter excepcional, que o montante arbitrado a título
de danos morais seja alterado, caso se mostre irrisório ou exorbitante, em clara afronta aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. No caso, o agravante não foi capaz de
demonstrar que o valor da indenização seria excessivo, não logrando, portanto, afastar o óbice
da Súmula 7/STJ" (STJ, AgRg no AREsp 417.115/PE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 18/02/2014). No mesmo sentido: STJ, AgRg no AREsp 591.470/SP, Rel.
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 05/12/2014.

III. Na hipótese, o Tribunal de origem, em face das peculiaridade fáticas do caso, reduziu o
valor dos danos morais a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), observando os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, não se mostrando ele exorbitante, ante o quadro fático
delineado no acórdão de origem. Conclusão em contrário encontra óbice na Súmula 7/STJ.
Nesse sentido: STJ, AgRg no AREsp 758.874/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, DJe 22/10/2015.

IV. Agravo Regimental improvido.

(AgRg no AREsp 631.409/RJ, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 01/12/2015, DJe 14/12/2015)

TJRJ

Queda de Idosa: R$14.000,00.

129
0198346-06.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. MYRIAM MEDEIROS - Julgamento:
21/05/2015 - QUARTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. QUEDA DE IDOSA EM BURACO NA VIA PÚBLICA.


RELAÇÃO EXTRACONTRATUAL. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 37, §6º, DA CRFB. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. INDENIZAÇÃO DE R$ 7.000,00 (SETE MIL REAIS) QUE SE MAJORA PARA R$ 14.000,00
(CATORZE MIL REAIS), TENDO EM CONTA QUE A AUTORA SOFREU COM INCAPACIDADE TOTAL
TEMPORÁRIA POR TRES MESES. HONORÁRIOS QUE ATENDEM AS DIRETRIZES DO ARTIGO 20,
§§3º E 4º, DO CPC. CRITÉRIOS DE CORREÇÃO MONETÁRIA QUE NÃO SE SUBSUMEM A REGRA
GERAL DO CÓDIGO CIVL, MAS SIM AO ARTIGO 1º-F DA LEI 9.494/97, COM A REDAÇÃO DADA
PELO ART. 5º DA LEI Nº 11.960/09 (30/06/2009). ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E OS JUROS DE
MORA QUE INCIDIRÃO UMA ÚNICA VEZ, ATÉ O EFETIVO PAGAMENTO, DE ACORDO COM OS
ÍNDICES OFICIAIS DE REMUNERAÇÃO BÁSICA E JUROS APLICADOS À CADERNETA DE
POUPANÇA ATÉ 25/03/2015, TENDO EM MIRA A MODULAÇÃO DE EFEITOS DA
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL, POR ARRASTAMENTO, DO ART. 5º DA LEI Nº 11.960/2006,
NAS ADIS 4357 E 4425; A PARTIR DE ENTÃO DEVERÁ SER ADOTADO O IPCA PARA CORREÇÃO
MONETÁRIA E, QUANTO AOS JUROS MORATÓRIOS, OS ÍNDICES APLICADOS À POUPANÇA
(RESP 1270439/PR, REL. MIN. CASTRO MEIRA, JULGADO EM 26/06/2013). PROVIMENTO
PARCIAL DE AMBOS OS RECURSOS. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 21/05/2015 (*)
Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 24/06/2015 (*)

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de QUEDA EM
VIA PÚBLICA: R$ 3.000,00.

Buraco profundo: R$ 22.000,00.

Lesão na patela: R$ 10.000,00.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. QUEDA DE PEDESTRE EM VIA PÚBLICA.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. DISSÍDIO. SÚMULA 284/STF.
MATÉRIA FÁTICA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO.

1. A ausência de indicação do dispositivo legal tido por violado implica deficiência de


fundamentação do recurso especial, atraindo a incidência da Súmula 284/STF ("É inadmissível
o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata
compreensão da controvérsia.").

2. Em regra, não é cabível, na via especial, a revisão do montante indenizatório fixado pela
instância de origem, ante a impossibilidade de análise de fatos e provas, conforme a Súmula
7/STJ. Contudo, a jurisprudência desta Corte admite, em caráter excepcional, a alteração do

130
quantum arbitrado, caso se mostre irrisório ou exorbitante, em clara afronta aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, o que não ocorreu no caso concreto.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 643.388/PR, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
16/06/2015, DJe 29/06/2015)

Obs.: Indenização por dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL -


QUEDA EM VIA PÚBLICA EM OBRAS- LESÃO NA PATELA - AUSÊNCIA DE OMISSÕES NO
ACÓRDÃO - DANOS MORAIS - REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO - QUANTUM
INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ - AUSÊNCIA DE
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA - IMPROVIMENTO.

1.- Não se detecta qualquer omissão, contradição ou obscuridade no Acórdão Recorrido, uma
vez que a lide foi dirimida com a devida e suficiente fundamentação, apenas não se adotou a
tese da Agravante.

2.- A convicção a que chegou o Tribunal a quo quanto à existência de dano indenizável,
decorreu da análise das circunstâncias fáticas peculiares à causa, cujo reexame é vedado em
âmbito de Recurso Especial, a teor do enunciado 7 da Súmula desta Corte.

3- A intervenção do STJ, Corte de caráter nacional, destinada a firmar interpretação geral do


Direito Federal para todo o país e não para a revisão de questões de interesse individual, no
caso de questionamento do valor fixado para o dano moral, somente é admissível quando o
valor fixado pelo Tribunal de origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre
teratólogico, por irrisório ou abusivo.

4.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em que, em razão de queda ocorrida em via
pública durante realização de obras pela empresa Agravante, foi fixado o valor de indenização
em R$ 10.000,00 (dez mil reais), a título de danos morais.

5.- O Agravo não trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar a conclusão alvitrada, a
qual se mantém por seus próprios fundamentos.

6.- Agravo Regimental improvido.

(AgRg no AREsp 180.354/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
07/08/2012, DJe 29/08/2012)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. QUEDA EM BURACO PROFUNDO NA VIA PÚBLICA. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS
COMPROVADOS. REVISÃO. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 7/STJ. VERBA INDENIZATÓRIA FIXADA COM RAZOABILIDADE. AUSÊNCIA DE

131
ARGUMENTAÇÃO APTA A INFIRMAR AS CONCLUSÕES DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. O acolhimento das alegações deduzidas no Apelo Nobre, a fim de afastar a ocorrência de


dano moral, demandaria a incursão no acervo fático-probatório da causa, o que encontra
óbice na Súmula 7 do STJ, segundo a qual a pretensão de simples reexame de prova não enseja
Recurso Especial.

2. Somente em hipóteses excepcionais, quando estiver evidente que os danos morais foram
fixados em montante irrisório ou exorbitante, é possível a esta Corte rever o valor arbitrado
pelas instâncias ordinárias com esteio nos deslindes fáticos da controvérsia. No caso dos autos,
os danos morais e estéticos, somados, foram fixados em R$ 22.000,00, valor que não extrapola
os limites da razoabilidade.

3. O Agravante não trouxe elementos capazes de reformar a decisão recorrida, que se


mantém pelos próprios e sólidos fundamentos.

4. Agravo Regimental do MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 595.739/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 26/05/2015, DJe 09/06/2015)

ROMPIMENTO DE NOIVADO

TJRJ

ENTENDIMENTO QUE PREVALECE NO TJRJ: NÃO INCIDE DANO MORAL EM DECORRÊNCIA DE


ROMPIMENTO DE NOIVADO.

0053891-36.2008.8.19.0038 - APELACAO - 1ª Ementa DES. CLEBER GHELFENSTEIN -


Julgamento: 11/06/2014 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL. DEMANDA INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAL E MORAL.


ROMPIMENTO DE NOIVADO EM DATA PRÓXIMA AO CASAMENTO ENTÃO MARCADO. PARCIAL
PROCEDÊNCIA, ACOLHENDO-SE APENAS PEQUENA PARTE DA PRETENSÃO. APELO AUTORAL
BUSCANDO A REFORMA DA SENTENÇA. DANOS MORAIS E MATERIAIS NÃO CARACTERIZADOS.
NEGATIVA DE SEGUIMENTO. O rompimento de noivado não é, por si só, causa ensejadora do
dever de compensar pecuniariamente. Faz-se necessária a comprovação de desdobramentos
extraordinários na esfera psíquica da parte, caracterizando ofensa a algum direito de sua
personalidade. Na espécie, tais circunstâncias não restaram demonstradas. Ausência,
portanto, do dever de compensar pecuniariamente. A mesma sorte seguiu a pretensão de
ressarcimento pelo suposto dano material. Noutra senda, vislumbrou-se indene de dúvidas a
prática de litigância de má-fé pelos autores. Entendimento deste E. Tribunal acerca do tema.

132
Recurso manifestamente improcedente. Aplicação do artigo 557, caput, do CPC c/c artigo 31,
VIII, do Regimento Interno deste E. Tribunal.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 11/06/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de


Julgamento: 09/07/2014 (*) Para ver todas as Ementas desse processo. Clique aqui

0332794-13.2011.8.19.0001 - APELACAO - 1ª Ementa DES. PATRICIA SERRA VIEIRA -


Julgamento: 07/05/2014 - DECIMA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. Ação indenizatória. Rito sumário. Rompimento de noivado. Inexistência de


dano moral a ser reparado. Não há como pretender indenização por dano moral em razão de
rompimento de relacionamento amoroso, não estando o réu obrigado a se casar apenas
porque já havia empenhado sua palavra, sendo muito mais gravoso o enlace, sem a vontade
de um dos nubentes, do que o rompimento do compromisso. Danos materiais caracterizados e
bem dimensionados na sentença. Artigo 333, incisos I e II, do Código de Processo Civil.
Sentença mantida por seus próprios fundamentos. Precedentes. RECURSOS A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 07/05/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de


Julgamento: 11/06/2014 Para ver todas as Ementas desse processo. Clique aqui

TELEFONIA

Interrupção indevida dos serviços de telefonia e internet

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


INTERRUPÇÃO INDEVIDA DE SERVIÇOS DE TELEFONIA: R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00.

0241526-67.2014.8.19.0001 – APELACAO DES. MARCOS ALCINO A TORRES -


Julgamento: 27/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE PRECEITO COMINATÓRIO CUMULADA COM INDENIZATÓRIA.


SERVIÇO DE TELEFONIA. INTERRUPÇÕES DO SERVIÇO. COBRANÇAS INDEVIDAS. REPETIÇÃO EM
DOBRO. DANO MORAL. MAJORAÇÃO DO QUANTUM. 1. Com seu apelo pretende a autora
sejam repetidos em dobro os valores cobrados pela empresa e pagos, não obstante a
inoperância do serviço assim como majorada a condenação imposta pelo dano moral. 2.
Diante do dano moral advindo da postura abusiva e desrespeitosa da empresa visto, ademais,
o entendimento já consolidado na sumula 192 deste Tribunal, necessário, na fixação do
quantum, a aferição de critérios indicados pela doutrina e jurisprudência, dentre eles a

133
capacidade econômica das partes, o objetivo compensatório ao que se acresce um
componente pedagógico-punitivo que visa inibir novas condutas lesivas, sem descambar para
o enriquecimento ilícito, transformando a reparação em premiação do lesado. 3. Em vista de
casos análogos e observância ao prazo de mais de 2 anos sem o serviço, até a prolação de
sentença determinando o seus restabelecimento, insuficiente o valor arbitrado pelo que justo
e adequado ao caso o valor indenizatório de R$3.000,00, a ser corrigido a partir da presente
data (sumula 97 deste Tribunal ) e com juros legais desde a citação (art. 405 do CC/2002),
ambos até a data do efetivo pagamento. 4. Acerca do valor a ser repetido, cabível a dobra
prevista no § único do art. 42 do CDC por inexistente qualquer hipótese de engano justificável,
visto ser a empresa conhecedora de sua atividade e, ademais, cientificada pelas diversas
reclamações demonstradas pelo cliente através de numerações de protocolo trazidas no bojo
da inicial, tendo assim perfeitas condições de verificar a inoperância do serviço e desta forma,
isentar o cliente do pagamento de faturas. 5. Recurso provido.

0022298-30.2015.8.19.0042 – APELACAO JDS.DES.LUIZ ROBERTO AYOUB -


Julgamento: 28/04/2016 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. SERVIÇO DE TELEFONIA E INTERNET. TELEMAR.


INTERRUPÇÃO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS NÃO PRESTADOS.
SENTENÇA QUE JULGA PROCEDENTES OS PEDIDOS, CONDENANDO NA OBRIGAÇÃO DE FAZER,
CONSISTENTE EM RESTABELECER O SERVIÇO, E EM COMPENSAR OS DANOS MORAIS
SOFRIDOS, FIXANDO O QUANTUM COMPENSATÓRIO EM R$ 2.000,00 (DOIS MIL REAIS).
PRETENSÃO RECURSAL OBJETIVANDO A MAJORAÇÃO DOS DANOS MORAIS. DANO MORAL
FIXADO EM PATAMAR MODESTO QUE MERECE SER MAJORADO PARA R$ 4.000,00 (QUATRO
MIL REAIS) POR SE MOSTRAR MAIS ADEQUADO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO.
PRECEDENTES DESTA CORTE. RECURSO PROVIDO.

0017120-32.2015.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. MONICA FELDMAN DE


MATTOS - Julgamento: 29/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM


INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. SERVIÇO DE
TELEFONIA FIXA. DEFERIMENTO DE TUTELA ANTECIPADA PARA QUE A RÉ SE ABSTENHA DE
BLOQUEAR AS LINHAS TELEFÔNICAS DOS AUTORES, SOB PENA DE MULTA ÚNICA DE R$
20.000,00 (VINTE MIL REAIS). AGRAVANTE QUE SE INSURGE QUANTO AO VALOR DAS
ASTREINTES. POSSIBILIDADE DE REVISÃO DE OFÍCIO PELO JUIZ OU A REQUERIMENTO DA
PARTE, SE A MULTA SE MOSTRAR EXCESSIVA OU INSUFICIENTE. MULTA COMINATÓRIA
ARBITRADA QUE MERECE SER REDUZIDA PARA R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS), EM
ATENDIMENTO AOS PARÂMETROS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE E DE MODO A
GARANTIR A EFETIVIDADE DA ORDEM JUDICIAL, COM O CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES.
PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO, NOS TERMOS DO ART. 557, §1º-A, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL/73.

134
Período de 2 meses de interrupção: R$ 6.000,00.

0022567-65.2014.8.19.0087 – APELACAO DES. MARIA LUIZA CARVALHO - Julgamento:


27/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. CONSUMIDOR. TELEFONIA FIXA E ACESSO À INTERNET. INTERRUPÇÃO INDEVIDA.


DANO MORAL. MAJORAÇÃO. Sentença que condenou a concessionária ré ao pagamento de
indenização por dano moral em razão de indevida interrupção do fornecimento dos serviços
de telefonia fixa e acesso à internet, fixada a verba em R$4.000,00. Apelação interposta pela ré
e recurso adesivo pela parte autora. Concessionária que se limita a afirmar o regular
fornecimento, sem provar o alegado, bem como silencia acerca da duração do evento.
Verossimilhança da narrativa inicial, que não foi impugnada pela ré, que deixou de observar o
ônus que lhe é atribuído pelo art.302 do CPC/73, dispositivo que encontra referência no
art.341 do CPC/15. Evidenciada a falha na prestação dos serviços pela ré. Dano moral in re
ipsa, decorrente da supressão dos serviços, essenciais, pelo período de dois meses. Quantia
indenizatória que, contudo, merece majoração para R$6.000,00, haja vista a essencialidade
dos serviços e o tempo de duração do evento. Reparo da sentença neste ponto. NEGATIVA DE
PROVIMENTO À APELAÇÃO. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO ADESIVO.

STJ

Valor médio de indenização a título de dano moral em decorrência de BLOQUEIO INDEVIDO


DE LINHA TELEFÔNICA: R$10.000,00.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIOS DA


FUNGIBILIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. BLOQUEIO INDEVIDO
DE LINHA TELEFÔNICA. DANO MORAL. REVISÃO DO VALOR. JUROS DE MORA. TERMO
INICIAL. CITAÇÃO. ENTENDIMENTO ADOTADO NESTA CORTE. VERBETE 83 DA SÚMULA DO
STJ. MULTA DIÁRIA. MANUTENÇÃO DO VALOR. SÚMULA 7/STJ. NÃO PROVIMENTO.

1. Em homenagem aos princípios da economia processual e da fungibilidade, devem ser


recebidos como agravo regimental os embargos de declaração que contenham exclusivo
intuito infringente.

2. Admite a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, excepcionalmente, em recurso


especial, reexaminar o valor fixado a título de indenização por danos morais, quando ínfimo ou
exagerado.

Hipótese, todavia, em que o valor foi estabelecido na instância ordinária, atendendo às


circunstâncias de fato da causa, de forma condizente com os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade.

3. Os juros moratórios incidem desde a citação em casos de responsabilidade contratual.

135
4. O Tribunal de origem julgou nos moldes da jurisprudência desta Corte. Incidente, portanto,
o enunciado 83 da Súmula do STJ.

5. É possível a redução do valor da multa por descumprimento de decisão judicial (art. 461 do
Código de Processo Civil) quando se verificar que foi estabelecida fora dos parâmetros da
razoabilidade ou quando se tornar exorbitante, o que não ocorre no caso dos autos.

6. O valor da multa cominatória não é, nesta fase processual, definitivo, pois poderá ser revisto
na sentença de mérito ou em qualquer fase processual, caso se revele excessivo ou
insuficiente (CPC, art. 461, § 6º).

7. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento.

(EDcl no AREsp 811.418/PR, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 02/02/2016, DJe 05/02/2016)

Indenização por dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. SERVIÇO DE TELEFONIA. FALHA NA PRESTAÇÃO.
BLOQUEIO DE LINHA TELEFÔNICA. DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. REEXAME DE
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.

1. In casu, o Tribunal a quo, soberano na análise do contexto fático-probatório, fundamentado


nas provas trazidas aos autos, decidiu que foi comprovado o dano moral em decorrência do
bloqueio de linha telefônica sem qualquer aviso prévio. Desse modo, é inviável, em recurso
especial, o reexame da matéria fática constante dos autos, por óbice da Súmula 7/STJ.

2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que a


modificação do quantum arbitrado a título de dano moral somente é admitida, em recurso
especial, na hipótese de fixação em valor irrisório ou abusivo, o que não se constata no caso
dos autos.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 137.010/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 08/05/2012, DJe 14/05/2012)

Indenização por dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Cobranças indevidas

TJRJ

Cobranças indevidas: R$ 3.000,00.

136
0261760-37.2009.8.19.0004 - APELACAO JDS. DES. TULA BARBOSA - Julgamento: 27/04/2016
- VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO CUMULADA COM INDENIZATÓRIA.


SERVIÇO DE TELEFONIA FIXA. COBRANÇA INDEVIDA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. EMPRESA
RÉ QUE DEIXOU DE TRAZER AOS AUTOS PROVA DE SUAS ALEGAÇÕES, NOS TERMOS DO
DISPOSTO NO ARTIGO 333, INCISO II DO CPC. SÚMULA 75 DO TJRJ QUE ADMITE EXCEÇÕES.
HIPÓTESE QUE EXTRAPOLA O MERO ABORRECIMENTO. DANO MORAL CONFIGURADO. VERBA
COMPENSATÓRIA QUE DEVE SER REDUZIDA PARA R$ 3.000,00. DEVOLUÇÃO EM DOBRO PELOS
VALORES COBRADOS EM EXCESSO, CONFORME ART. 42, § ÚNICO, DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. HONORÁRIOS QUE MERECEM REDUÇÃO, EIS QUE EXTRAPOLAM OS DITAMES
DO ART. 20, § 4º DO CPC. MULTA DO ART. 475-J QUE SÓ INCIDIRÁ APÓS TRANSCORRIDO O
PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, A PARTIR DA INTIMAÇÃO DO ADVOGADO, POR PUBLICAÇÃO.
PRECEDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO DE APELAÇÃO A QUE SE DÁ
PARCIAL PROVIMENTO.

0161363-62.2012.8.19.0004 - APELACAO JDS. DES. MARCELO MARINHO - Julgamento:


19/04/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. Cobrança indevida em prestação de serviço de telefonia - Esgotamento das


vias administrativas - Desídia ou falha procedimental, impondo-se ao consumidor o litigio
judicial como única alternativa - DANOS MORAIS INCIDENTES - DANO IN RE IPSA, FIXADOS EM
R$ 3.000,00 - devolução em dobro das parcelas indevidamente pagas - REFORMA PARCIAL DA
SENTENÇA.

Cobranças indevidas com negativação: R$10.000,00.

0232108-71.2015.8.19.0001 - APELACAO DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento:


04/05/2016 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

INDENIZATÓRIA. SERVIÇOS DE TELEFONIA CELULAR. PEDIDO DE PORTABILIDADE CANCELADO.


COBRANÇAS INDEVIDAS. NEGATIVAÇÃO DE CRÉDITO. DANO MORAL. MAJORAÇÃO DO
QUANTUM. 1. Sendo induvidosa a falha na prestação de serviço da empresa ré impondo o
provimento jurisdicional que declarou a inexigibilidade do débito ora impugnado pela autora,
o dano moral é claro visto o entendimento já consolidado na sumula 89 deste Tribunal. 2. Vista
a capacidade econômica das partes, o objetivo compensatório ao que se acresce um
componente pedagógico-punitivo que visa inibir novas condutas da ré neste sentido, diante
das circunstâncias do caso concreto e outras demandas análogas já apreciadas por esta
câmara, excessivo o valor pleiteado pelo que justo e adequado ao caso o valor indenizatório de
R$10.000,00, a ser corrigido a partir da presente data conforme sumula 97 deste Tribunal e
com juros legais desde a citação eis que se trata de responsabilidade de natureza contratual

137
(art. 405 do CC/2002), ambos até a data do efetivo pagamento. 3. Recurso parcialmente
provido.

COMPANHIA DE ÁGUA

Interrupção indevida

STJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de


INTERRUPÇÃO INDEVIDA DE SERVIÇOS DE ÁGUA: R$ 10.000,00.

ADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZATÓRIA. SERVIÇO ESSENCIAL. ÁGUA.
INTERRUPÇÃO INJUSTIFICADA. DEVER DE INDENIZAR. VALOR DA INDENIZAÇÃO. REEXAME DE
PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.

1. A alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, tal como colocada a questão nas
razões recursais, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório
constante dos autos, providência vedada em recurso especial, conforme o óbice previsto na
Súmula 7/STJ.

2. No que diz respeito ao valor da indenização, na via especial, não é cabível, em regra, a
revisão do montante indenizatório fixado pela instância de origem, ante a impossibilidade de
análise de fatos e provas, conforme a referida Súmula 7/STJ.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 708.380/MS, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
03/12/2015, DJe 15/12/2015)

Danos morais: R$ 10.000,00.

PLANO DE SAÚDE

Negativa De Cobertura Em Período De Carência

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de NEGATIVA

138
DE COBERTURA EM PERÍODO DE CARÊNCIA: R$ 10.000,00.

0255179-10.2012.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. JUAREZ FOLHES - Julgamento:


27/08/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL

CONSUMIDOR APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL. PLANO DE SÁUDE. SITUAÇÃO DE RISCO DE VIDA. AUTORA MENOR, COM 10
ANOS, DIAGNOSTICADA COM ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE. SOLICITAÇÃO MÉDICA PARA
INTERNAÇÃO COM UTILIZAÇÃO DO MEDICAMENTO MABTHERA (RITUXINAB) PARA O
TRATAMENTO DA DOENÇA. NEGATIVA DE AUTORIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE ALEGANDO
NÃO CUMPRIMENTO DO PRAZO DE CARÊNCIA E QUE O MEDICAMENTO POSTULADO NÃO FOI
LIBERADO PELA ANVISA PARA TRATAMENTO DA DOENÇA QUE ACOMETE A AUTORA, MAS SIM,
PARA OUTRA DOENÇA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA CONDENADO A RÉ AO PAGAMENTO DA
QUANTIA DE R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS) A TÍTULO DE DANOS MORAIS, COM CORREÇÃO
DESDE SENTENÇA E JUROS CONTADOS DA CITAÇÃO, CONDENANDO, AINDA, AO PAGAMENTO
DAS CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 10% SOBRE O VALOR DA
CONDENAÇÃO. INCONFORMISMO DE AMBAS AS PARTES. SENTENÇA QUE NÃO MERECE
REFORMA. 1. APELAÇÃO DA RÉ alegando que o medicamento postulado não foi liberado pela
Anvisa para tratamento da doença que acomete a autora, mas sim, para outra doença. Aduz
que o uso em patologia diversa daquela indicada na bula é feita por conta e risco do médico
que prescreve e pode, eventualmente, caracterizar erro médico. Sustenta a exclusão da
cobertura contratual do tratamento com o medicamento requerido. Impugna a fixação dos
danos morais e, alternativamente, requer sua redução. Por fim requer, ainda, a redução dos
honorários advocatícios. 2. APELAÇÃO DA AUTORA objetivando a majoração dos danos morais.
3. CARÊNCIA CONTRATUAL QUE NÃO É APLICÁVEL A ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA. Em que
pese a fixação de prazos de carência em contratos de plano de saúde ser expressamente
autorizada pelo art. 12, V, da Lei nº 9.656/98, o comportamento do plano de saúde de não
disponibilizar a internação que necessitava a autora, traduz recusa injustificada, vez que artigo
35-C da Lei nº 9.656/98 dispõe ser obrigatória a cobertura do atendimento nos casos de
emergência, como tais definidos aqueles que implicam em risco imediato de vida ou de lesões
irreparáveis ao paciente, hipótese em que se enquadra a autora. 4. APLICAÇÃO OFF LABEL
(NÃO INDICADO NA BULA) DO MEDICAMENTO QUE NÃO CARACTERIZA, POR SI SÓ, USO
INADEQUADO, NEM INCORRETO. Posição adotada pela própria Agência Reguladora.
PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. 5. Documento do médico assistente da autora justificando o
pedido da medicação em discussão, atestando a patologia e o motivo pelo qual optou pelo
procedimento, sendo, portanto, inaceitável a recusa do réu em autorizar o procedimento
reclamado, eis que que cabe ao médico a escolha do tratamento mais adequado ao seu
paciente. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 211 DO TJRJ. 6. ALEGAÇÃO DE CLÁUSULAS
RESTRITIVAS QUE NÃO MERECE ACOLHIMENTO. Sabe-se que o contato deve ser interpretado
como um todo, sendo o argumento do plano de saúde incabível, eis que há muito a
jurisprudência vem entendendo que as cláusulas contratuais devem ser interpretadas da
forma mais favorável ao consumidor, considerando-se abusivas aquelas que limitem ou
restrinjam seus direitos. 7. DANO MORAL IN RE IPSA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 209 DESTA
CORTE. VALOR ADEQUADAMENTE FIXADO QUE MERECE SER MANTIDO. PRECEDENTES

139
JURISPRUDENCIAIS. 8. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS QUE MERECEM SER MANTIDOS, eis que
fixados obedecendo aos parâmetros estabelecidos no art. 20, § 3º do Código de Processo Civil.
9. SENTENÇA MANTIDA. NEGATIVA DE PROVIMENTO ÀS APELAÇÕES. Íntegra do Acórdão -
Data de Julgamento: 27/08/2015 (*)

0163757-51.2012.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. ALCIDES DA FONSECA NETO -


Julgamento: 28/01/2015 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. FALHA NA PRESTAÇÃO DO


SERVIÇO. NEGATIVA DE AUTORIZAÇÃO DE SEGURADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA,
ALEGAÇÃO DE NECESSIDADE DE CUMPRIMENTO CARÊNCIA CONTRATUAL. SITUAÇÃO
EMERGENCIAL. DANO MORAL MAJORADO AO PATAMAR DE R$10.000,00(DEZ MIL REAIS).
Apelo interposto em face da sentença de primeiro grau que, a despeito de reconhecer a
responsabilidade civil, da operadora de plano de saúde, bem como o dever de indenizar o
dano causado à usuária, em virtude da negativa de liberação de sua internação em unidade de
terapia intensiva, fixou a verba reparatória em R$2.000,00 (dois mil reais). Segurada que
sofreu grave crise de saúde, com paralisia em partes de seu corpo, que necessitou, em caráter
emergencial, ser internada em UTI para o controle e o tratamento de seu problema de saúde.
Negativa injustificada de atendimento por parte da prestadora de serviços que demonstra não
só a sua desídia no tratamento com os consumidores de seus serviços, mas, também, a
abusividade de sua conduta, diante da já mencionada negativa injustificada de tratamento.
Valor arbitrado pelo Juízo a quo que se mostra ínfimo e incapaz de compensar o sofrimento
suportado pela apelante, tendo em vista que a conduta da administradora do plano agravou,
ainda mais, a situação de aflição psicológica e de angústia no espírito da segurada, já debilitada
em virtude dos fatos narrados na inicial. Câmaras Cíveis, especializadas em Direito do
Consumidor, que foram criadas com o objetivo de reforçar a necessidade que ocorra o correto
equilíbrio nas relações jurídicas entre fornecedor e consumidor, de maneira a valorizar o
instituto do dano moral, em favor do consumidor, quando este vier a ser ilegalmente lesado.
Reparação que deve ser majorada para R$10.000,00(dez mil reais), por ser este o valor que
melhor se coaduna com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como às
especificidades do caso concreto e ao caráter pedagógico da condenação. Sentença proferida
em descompasso com a jurisprudência dominante desta Corte. PROVIMENTO DO RECURSO,
com respaldo no artigo 557, §1º-A, do Código de Processo Civil. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 28/01/2015 (*)

TJRJ

OBS.: Em casos graves, com risco de morte, esse valor será mais elevado. Por exemplo:
caso de peritonite com úlcera perfurada, havendo a necessidade de cirurgia de urgência.
Havendo risco de morte: R$ 24.000,00.

140
0483084-40.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. SANDRA CARDINALI - Julgamento:
18/06/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÕES CÍVEIS. CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS


MORAIS. AUTOR COM QUADRO DE PERITONITE COM ÚLCERA PERFURADA. NECESSIDADE DE
CIRURGIA DE URGÊNCIA. RISCO DE MORTE. NEGATIVA DA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.
RECUSA TAMBÉM EM REMOVER O AUTOR PARA HOSPITAL PÚBLICO EM UTI MÓVEL, ONDE FOI
REALIZADA A CIRURGIA. ALEGAÇÃO DE PERÍODO DE CARÊNCIA. TODAS AS MODALIDADES DE
CARÊNCIA QUE SÃO EXCEPCIONADAS DIANTE DE URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA COMPROVADA
PELO AUTOR. ABUSIVIDADE DA RESPECTIVA CLÁUSULA CONTRATUAL LIMITADORA DO TEMPO
DE INTERNAÇÃO, NOS MOLDES DO ARTIGO 51, §1º DO CDC. PRECEDENTES. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA, NA FORMA DO ARTIGO 14 DO CDC.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUALQUER DAS CAUSAS EXCLUDENTES DE
RESPONSABILIDADE. DEVER DE INDENIZAR. DANOS MORAIS CONFIGURADOS, DIANTE DA
ANGÚSTIA SOFRIDA PELO DEMANDANTE, OCASIONADA PELA NEGATIVA DE INTERNAÇÃO.
VERBA INDENIZATÓRIA FIXADA EM R$ 24.000,00 (VINTE E QUATRO MIL REAIS), QUE NÃO
MERECE REDUÇÃO, EM OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE, E ADEQUAÇÃO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO E
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. INTELIGÊNCIA DO ENUNCIADO 116 (AVISO TJ 55/12).
NEGATIVA DE PROVIMENTO AOS RECURSOS. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
18/06/2015 (*)

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de NEGATIVA
DE COBERTURA EM PERÍODO DE CARÊNCIA:

Geral: R$ 10.000,00 a R$12.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. PRAZO DE


CARÊNCIA. URGÊNCIA. NEGATIVA DE ATENDIMENTO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA.
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA Nº 7/STJ. VALOR
ARBITRADO. RAZOABILIDADE.

1. Inviável, em sede de recurso especial, modificar o acórdão recorrido que entendeu


caracterizado o dano moral e a responsabilidade da empresa seguradora pela recusa injusta
em situação de emergência constatada pela equipe médica, tendo em vista que a análise do
tema demandaria o reexame do conjunto fático-probatório e a interpretação de cláusulas
contratuais, procedimentos vedados, nos termos das Súmulas nºs 5 e 7/STJ.

2. O valor fixado a título de indenização por danos morais baseia- se nas peculiaridades da
causa. Assim, afastando-se a incidência da Súmula nº 7/STJ, somente comporta revisão por
este Tribunal quando irrisória ou exorbitante, o que não ocorreu na hipótese dos autos, em
que arbitrado em R$ 12.000,00 (doze mil reais).

3. Agravo regimental não provido.

141
(AgRg no AREsp 454.610/RN, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 21/10/2014, DJe 03/11/2014)

CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE PLANO DE


SAÚDE. NEGATlVA DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA. CONFIGURADO O DANO MORAL.
REVISÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. QUANTUM RAZOÁVEL.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. PRECEDENTES.

1. As instâncias ordinárias reconheceram que houve recusa injustificada de cobertura de


seguro para o atendimento médico de emergência e internação em unidade de tratamento
intensiva (parto de urgência e internação dos recém-nascidos).

2. O Superior Tribunal de Justiça orienta que é abusiva a cláusula contratual que estabelece o
prazo de carência para situações de emergência, em que a vida do segurado ou do nascituro
encontram-se em risco, pois o valor da vida humana se sobrepõe a qualquer outro interesse.

3. Mostra-se razoável a fixação em R$ 10.000,00 (dez mil reais) para reparação do dano moral
pelo ato ilícito reconhecido, consideradas as circunstâncias do caso e as condições econômicas
das partes.

4. Este sodalício Superior altera o valor indenizatório por dano moral apenas nos casos em que
o valor arbitrado pelo acórdão recorrido se mostrar irrisório ou exorbitante, situação que não
se faz presente no caso em tela.

5. A prestadora de serviço não apresentou argumento novo capaz de modificar a conclusão


adotada, que se apoiou em entendimento aqui consolidado. Incidência da Súmula 83, do STJ.

6. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 570.044/PE, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
02/10/2014, DJe 20/10/2014)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE


AUTORIZAÇÃO PARA TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA. PERÍODO DE CARÊNCIA. CLÁUSULA
ABUSIVA. DANO MORAL. QUANTUM RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. RECURSO NÃO PROVIDO.

1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que o mero descumprimento contratual não


enseja indenização por dano moral. No entanto, nas hipóteses em que há recusa de cobertura
por parte da operadora do plano de saúde para tratamento emergencial, como ocorrido no
presente caso, a orientação desta Corte é assente quanto à caracterização de dano moral, não
se tratando apenas de mero aborrecimento.

2. A cláusula contratual que prevê prazo de carência para utilização dos serviços prestados
pelo plano de saúde não é considerada abusiva, desde que não obste a cobertura do segurado
em casos de emergência ou urgência.

142
3. O valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) arbitrado a título de dano moral não se mostra
excessivo, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso concreto.

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AgRg no REsp 1503003/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
16/06/2015, DJe 03/08/2015)

STJ

Situação de aborto espontâneo: Aproximadamente R$13.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544, DO CPC) - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DA RECUSA INDEVIDA DE COBERTURA
FINANCEIRA DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR À CONSUMIDORA EM SITUAÇÃO DE
EMERGÊNCIA (ABORTO ESPONTÂNEO "RETIDO") - DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO
PROVIMENTO AO AGRAVO, MANTIDA A INADMISSÃO DO RECURSO ESPECIAL. INSURGÊNCIA
DA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.

1. Violação do artigo 535 do CPC não configurada. É clara e suficiente a fundamentação


adotada pelo Tribunal de origem para o deslinde da controvérsia, revelando-se desnecessário
ao magistrado rebater cada um dos argumentos declinados pela parte.

2. Prazo de carência (180 dias) estipulado pelo plano de saúde para cobertura de
procedimentos cirúrgicos. 2.1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que "lídima a cláusula
de carência estabelecida em contrato voluntariamente aceito por aquele que ingressa em
plano de saúde, merecendo temperamento, todavia, a sua aplicação quando se revela
circunstância excepcional, constituída por necessidade de tratamento de urgência decorrente
de doença grave que, se não combatida a tempo, tornará inócuo o fim maior do pacto
celebrado, qual seja, o de assegurar eficiente amparo à saúde e à vida" (REsp 466.667/SP, Rel.
Ministro Aldir Passarinho Júnior, Quarta Turma, julgado em 27.11.2007, DJ 17.12.2007). 2.2.
Incidência da Súmula 283/STF à espécie, pois não refutado o fundamento do acórdão estadual
no sentido de que cumprido o prazo de carência estipulado no contrato.

3. Cabimento de indenização por dano moral. Consoante cediço nesta Corte, a recusa
indevida/injustificada, pela operadora de plano de saúde, em autorizar a cobertura financeira
de tratamento médico, a que esteja legal ou contratualmente obrigada, enseja reparação a
título de dano moral, por agravar a situação de aflição psicológica e de angústia no espírito do
beneficiário. Caracterização de dano moral in re ipsa. Precedentes.

4. Pretensão voltada à redução do valor fixado a título de dano moral. Inviabilidade. Quantum
indenizatório arbitrado em R$ 13.560,00 (treze mil, quinhentos e sessenta reais), o que não se
distancia dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, nos termos da orientação
jurisprudencial desta Corte. Incidência da Súmula 7/STJ.

143
5. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 624.092/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
19/03/2015, DJe 31/03/2015)

STJ

Pessoa idosa: R$ 10.000,00.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
211/STJ. PLANO DE SAÚDE. DENGUE TIPO HEMORRÁGICA. PESSOA IDOSA (79 ANOS).
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA. RECUSA DE COBERTURA. CLÁUSULA QUE PREVÊ PERÍODO DE
CARÊNCIA. CARÁTER ABUSIVO. DANO MORAL CONFIGURADO. VERBA INDENIZATÓRIA
FIXADA EM VALOR RAZOÁVEL. AGRAVO DESPROVIDO.

1. Constata-se que o Tribunal de origem, apesar da oposição dos embargos declaratórios, não
examinou a controvérsia sob o enfoque dado pelo agravante, razão pela qual, à falta do
necessário prequestionamento, a questão não merece ser conhecida. Caberia ao agravante, de
acordo com a iterativa jurisprudência desta Corte, alegar, nas razões do apelo especial,
violação ao artigo 535 do Código de Processo Civil, providência, todavia, da qual não se
incumbiu. Correta, portanto, a aplicação da Súmula 211 do Superior Tribunal de Justiça.

2. A jurisprudência do eg. Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de considerar que


a existência de cláusula que prevê período de carência para uso do plano de saúde afigura-se
legítima, exceto se servir para excluir tratamentos de natureza emergencial.

Precedentes.

3. Na hipótese, a col. Corte de origem, com base em análise do acervo fático-probatório dos
autos, concluiu que o tratamento requerido era de urgência. Rever tal entendimento
demandaria o vedado exame das provas carreadas aos autos, a teor da Súmula 7/STJ.

4. Nos termos da jurisprudência consolidada neste Pretório, é passível de condenação por


danos morais a operadora de planos de saúde que se recusa injustificadamente a efetuar a
cobertura do tratamento do segurado.

5. Na fixação de indenização por danos morais, são levadas em consideração as peculiaridades


da causa. Nessas circunstâncias, considerando a gravidade do ato, o potencial econômico do
ofensor, o caráter pedagógico da indenização e os parâmetros adotados em casos
semelhantes, não se mostra desarrazoada ou desproporcional a fixação do quantum
indenizatório em R$ 10.900,00 (dez mil e novecentos reais).

6. Agravo regimental a que se nega provimento.

144
(AgRg no AREsp 520.750/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
05/02/2015, DJe 23/02/2015)

STJ

Tratamento de contenção de aneurisma cerebral: R$ 20.000,00.

CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE PLANO DE


SAÚDE. NEGATlVA DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA. CONFIGURADO O DANO MORAL.
REVISÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. QUANTUM RAZOÁVEL.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 83 DO STJ. PRECEDENTES.

1. As instâncias ordinárias reconheceram que houve recusa injustificada de cobertura de


seguro para o atendimento médico de emergência e internação em unidade de tratamento
intensiva (contenção de aneurisma cerebral).

2. O Superior Tribunal de Justiça orienta que é abusiva a cláusula contratual que estabelece o
prazo de carência para situações de emergência, em que a vida do segurado encontra-se em
risco, pois o valor da vida humana se sobrepõe a qualquer outro interesse.

3. Mostra-se razoável a fixação em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para reparação do dano
moral pelo ato ilícito reconhecido, consideradas as circunstâncias do caso e as condições
econômicas das partes.

4. Este Sodalício Superior altera o valor indenizatório por dano moral apenas nos casos em que
o valor arbitrado pelo acórdão recorrido se mostrar irrisório ou exorbitante, situação que não
se faz presente no caso em tela.

5. A prestadora de serviço não apresentou argumento novo capaz de modificar a conclusão


adotada, que se apoiou em entendimento aqui consolidado. Incidência da Súmula nº 83, do
STJ.

6. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 595.365/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/12/2014, DJe 16/12/2014)

STJ

Cumprido 95% do prazo de carência: R$15.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DANO MORAL. RECUSA INDEVIDA


DE COBERTURA MÉDICA. CONCLUSÃO DO TRIBUNAL ESTADUAL TOMADA COM BASE NA

145
ANÁLISE DO CONTEÚDO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. REVISÃO OBSTADA EM SEDE DE
RECURSO ESPECIAL. SÚMULA STJ/7. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO COM
PROPORCIONALIDADE. RECURSO IMPROVIDO.

1.- Conforme a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, a recusa indevida de


cobertura médica frustra a razão de ser do negócio jurídico firmado, agravando a situação
psicológica e gerando aflição ao contratante/paciente emergencial. Precedentes.

2.- O Acórdão recorrido concluiu que a recusa indevida da cobertura de cirurgia gastroplástica
contribuiu para os danos morais suportados pela Agravada. A revisão do julgado demandaria o
reexame do conjunto fático-probatório delineado nos autos, providência inviável em âmbito
de Recurso Especial, incidindo o óbice da Súmula 7 deste Tribunal.

3.- A intervenção do STJ, Corte de caráter nacional, destinada a firmar interpretação geral do
Direito Federal para todo o País e não para a revisão de questões de interesse individual, no
caso de questionamento do valor fixado para o dano moral, somente é admissível quando o
valor fixado pelo Tribunal de origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre
teratológico, por irrisório ou abusivo.

4.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em que, para a recusa de internação urgente
da Recorrida para realização de parto de trigêmeos, tendo cumprido 95% (noventa e cinco por
cento) do prazo de carência, foi fixada, em 28.03.2010, a indenização no valor de R$ 15.000,00
(quinze mil reais), a título de dano moral.

5.- Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 395.830/PE, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
17/10/2013, DJe 29/10/2013)

Negativa De Tratamento/Procedimento

Valor médio das indenizações a título de dano moral no STJ em decorrência de


NEGATIVA DE TRATAMENTO OU PROCEDIMENTO:

Geral: R$ 10.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE.


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECUSA DE ATENDIMENTO IMOTIVADA. NEGLIGÊNCIA
COMPROVADA. DANOS MORAIS DEVIDOS. VALOR ARBITRADO QUE NÃO DESTOA DA
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 7 DO STJ.

1. A convicção a que chegou o Tribunal de origem acerca da negligência do plano de saúde


decorreu da análise do conjunto fático-probatório, e o acolhimento da pretensão recursal

146
demandaria o reexame do mencionado suporte, obstando a admissibilidade do especial, a teor
da Súmula 7 desta Corte.

2. A revisão de indenização por danos morais só é possível em recurso especial quando o valor
fixado nas instâncias locais for exorbitante ou ínfimo, de modo a afrontar os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.

O valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) arbitrado pela origem não destoa da jurisprudência
desta Corte. Inviável a sua alteração, porque, para tanto, também seria necessário o
revolvimento do conteúdo fático probatório dos autos, o que não se coaduna com a via do
recurso especial, a teor da Súmula 7/STJ. Precedentes.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 762.118/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 15/10/2015, DJe 21/10/2015)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA.


DOENÇA PREVISTA NO CONTRATO. COBERTURA QUE SE IMPÕE. DANO MORAL
CARACTERIZADO. PRECEDENTES. ALTERAÇÃO DO VALOR. IMPOSSIBILIDADE. EXORBITÂNCIA
NÃO VERIFICADA. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO IMPROVIDO.

1. Nos moldes da jurisprudência desta Casa, se o contrato prevê a cobertura de determinada


doença, é abusiva a cláusula que exclui o tratamento, medicamento ou procedimento
necessários à preservação ou recuperação da saúde ou da vida do contratante.

2. A recusa indevida/injustificada pela operadora do plano de saúde em autorizar a cobertura


financeira de tratamento médico permite a condenação a título de danos morais por agravar a
situação de aflição psicológica e de angústia no espírito do beneficiário.

3. A quantia fixada pelas instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais
somente pode ser revista por esta Casa nas hipóteses em que o montante se revelar irrisório
ou exorbitante, o que não se verifica no caso dos autos em que a condenação foi arbitrada em
R$ 10.000,00 (dez mil reais).

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 854.151/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 10/05/2016, DJe 19/05/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL.


DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE COBERTURA DE PRÓTESE NECESSÁRIA
A PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. DANOS MORAIS. CABIMENTO. QUANTUM
COMPENSATÓRIO. VALOR RAZOÁVEL. REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

147
1. É abusiva a cláusula que exclua da cobertura órteses, próteses e materiais diretamente
ligados ao procedimento cirúrgico a que se submete o consumidor. Precedentes.

2. A jurisprudência do eg. Superior Tribunal de Justiça entende ser passível de indenização a


título de danos morais a recusa indevida/injustificada pela operadora do plano de saúde em
autorizar a cobertura financeira de tratamento médico.

3. O entendimento desta Corte é pacífico no sentido de que o valor estabelecido pelas


instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto nas hipóteses
em que a condenação se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos padrões de
razoabilidade, o que não se evidencia no caso em tela.

4. No caso, não se mostra exorbitante a condenação da recorrente no valor de R$ 10.000,00


(dez mil reais), a título de reparação moral decorrente da recusa indevida/injustificada da
operadora em autorizar a cobertura do tratamento médico.

5. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 590.457/SE, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
08/03/2016, DJe 17/03/2016)

STJ

Stent: R$10.000,00 a 12.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DA RECUSA INDEVIDA DE
COBERTURA A MATERIAL NECESSÁRIO (STENT) À REALIZAÇÃO DE CIRURGIA CARDÍACA -
DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO SEGUIMENTO AO RECLAMO. IRRESIGNAÇÃO DA
OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.

1. Apontada violação dos artigos 165, 458 e 535 do CPC. É clara e suficiente a fundamentação
adotada pelo Tribunal de origem para o deslinde da controvérsia, revelando-se desnecessário
ao magistrado rebater cada um dos argumentos declinados pela parte.

2. Recusa indevida, pela operadora de plano de saúde, da cobertura financeira de intervenção


cirúrgica cardíaca com implantação de stent. Ainda que admitida a possibilidade de o contrato
de plano de saúde conter cláusulas limitativas dos direitos do consumidor (desde que escritas
com destaque, permitindo imediata e fácil compreensão, nos termos do § 4º do artigo 54 do
Código de Defesa do Consumidor), revela-se abusivo o preceito excludente do custeio dos
meios e materiais necessários ao melhor desempenho do tratamento clinico ou do
procedimento cirúrgico voltado à cura de doença coberta.

Precedentes.

148
3. Cabimento de indenização por dano moral. 3.1. Consoante cediço nesta Corte, a recusa
indevida/injustificada, pela operadora de plano de saúde, em autorizar a cobertura financeira
de tratamento médico, a que esteja legal ou contratualmente obrigada, enseja reparação a
título de dano moral, por agravar a situação de aflição psicológica e de angústia no espírito do
beneficiário.

Caracterização de dano moral in re ipsa. Precedentes. 3.2. Hipótese em que o Tribunal de


origem, à luz das peculiaridades do caso concreto, arbitrou a indenização por danos morais em
R$ 10.000,00 (dez mil reais).

4. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 635.944/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
12/05/2015, DJe 19/05/2015)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PLANO


DE SAÚDE. 1. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. IMPLANTE DE STENT FARMACOLÓGICO. RECUSA
INDEVIDA. ABUSIVIDADE RECONHECIDA PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. 2. INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL. CABIMENTO. PRETENSÃO DE REDUÇÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO.
REEXAME DE PROVA. SÚMULA 7/STJ. 3. AGRAVO IMPROVIDO.

1. É pacífico o entendimento desta Corte de que: é "abusiva a cláusula restritiva de direito que
exclui do plano de saúde o custeio de prótese em procedimento cirúrgico coberto pelo plano e
necessária ao pleno restabelecimento da saúde do segurado, sendo indiferente, para tanto, se
referido material é ou não importado" (Recurso Especial n. 1.046.355/RJ, Relator o Ministro
Massami Uyeda, DJe de 5/8/2008).

2. Conforme entendimento pacífico desta Corte, somente é admissível modificar o valor fixado
a título de danos morais em recurso especial quando o montante estabelecido na origem for
excessivo ou irrisório, de forma a violar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
Na espécie, o Tribunal de origem reduziu o valor da indenização para R$ 10.000,00 (dez mil
reais), considerando as peculiaridades do caso concreto, em que houve a ilícita negativa de
cobertura de tratamento indispensável à saúde do consumidor. Desse modo, inviável alterar,
na via eleita, o valor fixado sem esbarrar no óbice da Súmula 7/STJ.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 858.077/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 10/05/2016, DJe 17/05/2016)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


PLANO DE SAÚDE. 1. COLOCAÇÃO DE STENT. RECUSA INDEVIDA. ABUSIVIDADE RECONHECIDA
PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. 2. DANO MORAL. REVISÃO DO VALOR ESTABELECIDO NA
ORIGEM. NECESSIDADE DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. 3. AGRAVO
IMPROVIDO.

149
1. É pacífico o entendimento desta Corte de que: é " abusiva a cláusula restritiva de
direito que exclui do plano de saúde o custeio de prótese em procedimento cirúrgico
coberto pelo plano e necessária ao pleno restabelecimento da saúde do segurado, sendo
indiferente, para tanto, se referido material é ou não importado" (Recurso Especial n.
1.046.355/RJ, Relator Ministro Massami Uyeda, DJe 5/8/2008).

2. Conforme entendimento pacífico desta Corte, somente é admissível modificar o valor


fixado a título de danos morais em recurso especial quando o montante estabelecido na
origem for excessivo ou irrisório, de forma a violar os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade.

3. Na espécie, o Tribunal de origem manteve o valor da indenização em R$ 12.000,00 (doze


mil reais), considerando as peculiaridades do caso concreto, em que houve a ilícita negativa
de cobertura de tratamento indispensável à saúde do consumidor. Desse modo, inviável
alterar, na via eleita, o valor fixado sem esbarrar no óbice da Súmula 7/STJ.

4. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 656.075/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 10/03/2016, DJe 01/04/2016)

STJ

Implante de marcapasso: R$ 20.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. IMPLANTE DE


MARCAPASSO. CUSTEIO DE MATERIAIS INDICADOS PELO MÉDICO. RECUSA INDEVIDA.
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. REEXAME. SÚMULA Nº 7/STJ.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é consolidada no sentido de que é abusiva a


recusa indevida de cobertura a procedimentos indicados pelo médico para melhor tratamento
da enfermidade.

2. Hipótese em que o acórdão afirma que o Juiz singular limitou-se a determinar o


cumprimento do contrato. A modificação desse entendimento demandaria a revisão do
material fático-probatório dos autos, procedimento inviável no recurso especial (Súmula nº
7/STJ).

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 702.275/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 03/03/2016, DJe 09/03/2016)

Obs.: Indenização a título de danos morais no valor de R$20.000,00.

150
STJ

Tratamento de hemodiálise: R$ 10.000,00.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA


INJUSTIFICADA DE TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE. DANO MORAL. EXISTÊNCIA. PRECEDENTES.
AGRAVO IMPROVIDO.

1. Nas hipóteses em que há recusa injustificada de cobertura por parte da operadora do plano
de saúde para tratamento do segurado, como no presente caso, a jurisprudência do STJ é
assente quanto à caracterização de dano moral, não se tratando apenas de mero
inadimplemento contratual.

2. A fixação do quantum indenizatório em R$ 10.000,00 (dez mil reais), atende aos princípios
da proporcionalidade e da razoabilidade, levando-se em conta as condições socioeconômicas
das partes, o bem jurídico lesado, a gravidade da lesão e o grau de culpa do ofensor. Além
disso, tal quantia é proporcional ao caso vertente, situada dentro do que comumente, em
casos análogos, vem fixando este Tribunal Superior.

3. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 767.731/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 24/11/2015, DJe 09/12/2015)

Reajuste Por Mudança De Faixa Etária

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de REAJUSTE
POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA: R$5.000,00

0033156-11.2013.8.19.0004 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARIA LUIZA CARVALHO -


Julgamento: 18/06/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. ESTATUTO DO


IDOSO. DEVOLUÇÃO EM DOBRO. DANOS MORAIS. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇÃO DE FAZER MANTIDA. Controvérsia acerca da restituição, em dobro, dos valores
pagos a maior pela autora, em razão do aumento abusivo das mensalidades do plano de
saúde, além da indenização pelos danos morais suportados. Relação jurídica entre as partes
ostenta natureza consumerista, uma vez que a autora se enquadra no conceito de consumidor
final (CDC, art. 2º) e a ré no de fornecedora de serviço (CDC, art. 3º), sendo, portanto,

151
aplicáveis à espécie as normas protetivas do aludido dispositivo legal. Estatuto do Idoso que
veda a discriminação nos planos de saúde de cobrança de valores diferenciados em razão da
idade. Relação de trato sucessivo, com prazo indeterminado, razão pela qual há a incidência do
referido Estatuto (Lei n°10.741/03), não sendo caso de irretroatividade da lei. Desvantagem
exagerada e excessivamente onerosa para a parte mais vulnerável da relação. Abusividade.
Restituição em dobro do valor cobrado a maior relativamente às mensalidades
comprovadamente pagas. Majoração da verba indenizatória a título de danos morais para R$
5.000,00. Multa cominatória cujo valor se mostra suficiente e compatível com a obrigação
imposta e deve ser mantido no montante arbitrado. Art. 557, §1º-A, do CPC. PROVIMENTO
PARCIAL DO RECURSO. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 18/06/2015 (*)

0027989-13.2013.8.19.0004 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARIA LUIZA CARVALHO -


Julgamento: 18/06/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA.


ABUSIVIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES COBRADOS A MAIOR, NA FORMA SIMPLES. DANOS
MORAIS. CONFIGURAÇÃO. Demanda em que se discute a possibilidade de reajuste em
contrato de seguro saúde em razão da mudança da faixa etária do autor, que, ao atingir
cinquenta e nove anos de idade, sofrera aumentos abusivos em suas mensalidades. Relação
jurídica entre as partes ostenta natureza consumerista, uma vez que o autor se enquadra no
conceito de consumidor final (CDC, art. 2º) e a ré no de fornecedora de serviço (CDC, art. 3º),
sendo, portanto, aplicáveis à espécie as normas protetivas do aludido dispositivo legal. A fim
de se verificar se houve ou não abusividade ou ilegalidade do aumento do valor da
mensalidade do plano de saúde em questão, caberia à ré demonstrar, através de cálculos
atuariais, a necessidade de aumento no patamar aplicado, sendo certo que sequer requereram
a produção de prova pericial. Desvantagem exagerada e excessivamente onerosa para a parte
mais vulnerável da relação. Abusividade. Aplicação do Estatuto do Idoso por analogia.
Devolução dos valores pagos a maior, na forma simples. Danos morais configurados.
Arbitramento da indenização em R$5.000,00, que deverá ser acrescido de juros desde a
citação e de correção monetária a partir deste julgado. Reforma da sentença para tão somente
condenar a ré ao pagamento de quantia indenizatória pelos danos morais suportados. Ônus
sucumbenciais pela ré. Art. 557, §1º-A, do CPC. DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA
RÉ E PROVIMENTO AO RECURSO ADESIVO DO AUTOR. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 18/06/2015 (*)

0003736-27.2014.8.19.0003 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARIA LUIZA CARVALHO -


Julgamento: 16/06/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. ESTATUTO DO


IDOSO. DEVOLUÇÃO EM DOBRO. DANOS MORAIS. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.
Controvérsia acerca da restituição, em dobro, dos valores pagos a maior pela autora, em razão
do aumento abusivo das mensalidades do plano de saúde, além da indenização pelos danos
morais suportados e a fixação dos honorários de sucumbência. Relação jurídica entre as partes

152
ostenta natureza consumerista, uma vez que a autora se enquadra no conceito de consumidor
final (CDC, art. 2º) e a ré no de fornecedora de serviço (CDC, art. 3º), sendo, portanto,
aplicáveis à espécie as normas protetivas do aludido dispositivo legal. Estatuto do Idoso que
veda a discriminação nos planos de saúde de cobrança de valores diferenciados em razão da
idade. Relação de trato sucessivo, com prazo indeterminado, razão pela qual há a incidência do
referido Estatuto (Lei n°10.741/03), não sendo caso de irretroatividade da lei. Desvantagem
exagerada e excessivamente onerosa para a parte mais vulnerável da relação. Abusividade.
Devolução dos valores pagos a maior, em dobro. Não observância da vedação expressa acerca
do reajuste para mudança de faixa etária do idoso. Conduta abusiva do plano de saúde
ensejou flagrante frustração da expectativa da consumidora quanto à prestação do serviço de
saúde contratado, respaldando, por consequência, a condenação à reparação moral.
Arbitramento da indenização em R$5.000,00, que deverá ser acrescido de juros desde a
citação e de correção monetária a partir deste julgado. Manutenção dos honorários
advocatícios. Art. 557, §1º-A, do CPC. PROVIMENTO AO RECURSO. Decisão Monocrática - Data
de Julgamento: 16/06/2015 (*)

Dano Moral Em Ricochete – Demora Na Autorização e Falecimento De


Parente

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


DEMORA NA AUTORIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE E FALECIMENTO
DE PARENTE: R$ 20.000,00.

0000661-02.2013.8.19.0007 - APELACAO - 1ª Ementa DES. ANDREA FORTUNA TEIXEIRA -


Julgamento: 27/01/2016 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. NECESSIDADE DE


PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. DEMORA INJUSTIFICADA DA AUTORIZAÇÃO PELO PLANO. FALHA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL IN RE IPSA. FALECIMENTO DO AUTOR. SUCESSÃO
PROCESSUAL. HABILITAÇÃO DOS HERDEIROS PARA PROSSEGUIR NA PRESENTE LIDE. DANO
MORAL EM RICOCHETE. OCORRÊNCIA. QUANTUM DEBEATUR. MANUTENÇÃO. VALOR DA
REPARAÇÃO EXTRAPATRIMONIAL EM R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS) QUE SE MOSTRA EM
CONSONÂNCIA COM OS FATOS NARRADOS. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE, DA PROPORCIONALIDADE E O CARÁTER PEDAGÓGICO/PUNITIVO DO
INSTITUTO. JUROS DE MORA QUE DEVEM FLUIR A PARTIR DA CITAÇÃO. CORREÇÃO
MONETÁRIA CORRETAMENTE FIXADA. RECURSOS AOS QUAIS SE NEGA SEGUIMENTO.

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 27/01/2016 (*)

153
Dano Moral Em Ricochete – Negativa Injustificada De Internação De
Parente

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


NEGATIVA DE INTERNAÇÃO DE PARENTE:

Filho: R$ 6.000,00.

Urgência: R$ 12.000,00.

0103733-34.2008.8.19.0054 - APELACAO - 1ª Ementa DES. ALCIDES DA FONSECA NETO -


Julgamento: 09/12/2015 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA INJUSTIFICADA DE


INTERNAÇÃO. SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA. NULIDADE DA CLÁUSULA CONTRATUAL DE
CARÊNCIA EM PERÍODO SUPERIOR A VINTE E QUATRO HORAS. PRECEDENTES DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO QUE DEVE OCORRER NA FORMA SIMPLES,
DIANTE DA AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO DA MÁ-FÉ DA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.
DANO MORAL REFLEXO CARACTERIZADO. REDUÇÃO DO QUANTUM, ANTE AS ESPECIFICIDADES
DO CASO CONCRETO. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. Recurso de apelação pela operadora
do plano de saúde em face da sentença que julgou procedentes os pedidos autorais a fim de
condená-la ao ressarcimento, em dobro, dos valores despendidos com o tratamento e a
internação do filho do autor na Casa de Saúde e Maternidade Terezinha de Jesus, em virtude
de recusa de custeio dos serviços por alegação de carência contratual, bem como à reparação
pelo dano moral suportado diante de tal fato. Pretensão recursal de afastamento da
responsabilidade civil, com a reforma da sentença para a exclusão da condenação, e,
eventualmente, para o estabelecimento da repetição do indébito na forma simples e para a
redução do quantum da reparação por dano moral. Alegações que devem ser apenas
parcialmente acolhidas. Contrato firmado após o advento da Lei 9.656/98, que envolveu o
custeio das despesas médicas em rede credenciada, com segmentação ambulatorial e
internação hospitalar, de modo a ser aplicado o prazo prescricional de 24 horas para cobertura
dos casos de urgência e de emergência. Situação emergencial devidamente comprovada.
Nulidade da cláusula contratual que estipulou prazo carencial acima do previsto legalmente
que carece de eficácia jurídica e se apresenta nula. Ausência de respaldo legal capaz de afastar
a obrigação da operadora de plano de saúde de custear as despesas havidas na Casa de Saúde
e Maternidade Terezinha de Jesus, comprovadamente arcadas pelo apelado, genitor do
paciente, de modo que deverá ser mantida a condenação na sentença de devolução dos
valores pagos pela internação. Repetição do indébito que deve ocorrer, contudo, na forma
simples, diante da ausência de comprovação de má-fé da operadora do plano. Fatos narrados
na inicial e, efetivamente, reconhecidos neste julgado - negativa injustificada de custeio de

154
internação hospitalar, em caso emergencial - que acarretaram dissabores que transcenderam
à normalidade do cotidiano e não podem ser, de forma alguma, considerados como mero
descumprimento contratual, incapazes de gerar prejuízos de ordem moral. Natureza
extrapatrimonial do interesse que se manifesta na relação contratual existente entre as partes,
uma vez que se trata de prestação de serviços de assistência médica, cujo descumprimento
resvala diretamente na saúde do consumidor. Conduta ilícita da operadora de negar ao menor
injustificadamente a cobertura dos serviços médicos contratados que acarretou lesão a direito
da personalidade do apelado, diante do sofrimento de ver o filho, ainda criança, em delicado
estado de saúde, necessitar de atendimento médico adequado e não obtê- lo de forma
injustificada. Dano moral reflexo ou por ricochete que, segundo o atual entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, traduz-se em uma espécie distinta do dano moral comum pelo
fato de a lesão ultrapassar a pessoa do diretamente lesado e atingir, também, terceira pessoa,
em razão da proximidade entre elas. Reparação que, de outro lado, deve ser reduzida ao
patamar de R$6.000,00(seis mil reais) a fim de se compatibilizar com as especificidades do
caso concreto e com o caráter pedagógico-punitivo da condenação. Apelado que, após as
reformas promovidas neste recurso, decaiu de pequena parte do pedido, de modo que deve a
apelante arcar integralmente com as despesas processuais e os honorários advocatícios,
fixados em 10% sobre o valor da condenação. CONHECIMENTO E PROVIMENTO PARCIAL DO
RECURSO.

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 09/12/2015 (*)

1051281-84.2011.8.19.0002 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARCOS ALCINO A TORRES -


Julgamento: 28/01/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

Apelação cível. Ação indenizatória. Plano de saúde. Negativa de autorização para internação
em UTI. Caso de urgência/emergência. Dano moral reflexo. 1. Inicialmente, deve ser rechaçada
a preliminar de ilegitimidade ativa suscitada pela ré, e isso porque se verifica que a autora
pleiteia direito próprio, cuja causa de pedir é a angústia vivenciada ao ver o sofrimento do seu
marido, em razão de ter lhe sido negada a internação em UTI na fase terminal da doença.
Ademais, a existência das condições da ação deve ser apreciada em concreto, ou seja, deve o
magistrado verificar, baseado nos fatos afirmados pelo autor na inicial, mesmo sem produção
probatória, se estão respeitadas as referidas condições para o legítimo exercício do direito de
ação. Preliminar rejeitada. 2. No mérito, o caso narrado na inicial retrata situação de urgência
e emergência, sendo certo que o art. 35-C, I, da lei 9.656/98, estipula como obrigatória a
cobertura de atendimentos ¿nos casos de emergência, como tal definidos os que implicarem
risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração
do médico assistente. 3. Ressalte-se que o segurado, na qualidade de consumidor, ostenta o
status de parte presumidamente vulnerável face ao fornecedor, que possui um maior e
evidente poder na relação havida entre as partes (art. 4º, I, CDC). Ou seja, há a necessidade de
interpretar-se a situação existente privilegiando os princípios da função social e da boa-fé
objetiva, da qual se extraem os chamados deveres anexos ou laterais de conduta, tais como os
deveres de colaboração, fidúcia, respeito, honestidade e transparência, que devem estar
presentes nas relações contratuais como a que ora se examina, com o intuito de reequilibrar-

155
se a relação jurídica entre os ora litigantes; trata-se de buscar o equilíbrio (equivalência) e a
justiça contratual. 4. A recusa indevida à internação do cônjuge da autora certamente
provocou sentimentos de angústia e desespero na demandante ao ver o sofrimento de seu
marido, fato que repercutiu intensamente em sua esfera psicológica e lhe acarretou inegável
dano moral indenizável. Verba indenizatória arbitrada em R$ 12.000,00. Manutenção. 5.
Quanto aos honorários advocatícios, estes foram fixados observando-se o grau de zelo do
profissional, o lugar de prestação do serviço, e a natureza e importância da causa, o trabalho
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço, não merecendo alteração. 6.
Negativa de seguimento a ambos os recursos. Decisão Monocrática - Data de Julgamento:
28/01/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 11/03/2015

ATRASO E CANCELAMENTO DE VÔO

TJRJ

Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de


CANCELAMENTO DE VÔO: R$6.000,00 a R$8.000,00.

EXISTÊNCIA DE ANOTAÇÕES PREEXISTENTES: APLICAÇÃO DA SÚMULA 385 DO STJ. NÃO HÁ


DANO MORAL.

0002105-12.2014.8.19.0209 - APELACAO -1ª Ementa DES. TEREZA C. S. BITTENCOURT


SAMPAIO - Julgamento: 06/05/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. CANCELAMENTO DO VOO.


FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL CONFIGURADO. - Parte autora que objetiva
a reparação pelos danos materiais e morais sofridos, em decorrência do atraso de doze horas
do voo que partiria de Nova Iorque com destino ao Rio de Janeiro. - Parte ré que alega que
diante de eventos imprevisíveis restou necessária a manutenção da aeronave, o que afasta a
sua responsabilidade de indenizar. Em que pese a referida alegação, tal fato se insere no risco
do empreendimento, inerente à atividade explorada pela empresa aérea e não pode ser
transferido aos consumidores. Assim, o que se observa é a falha na prestação de serviço. -
Danos materiais que foram devidamente comprovados nos autos, caso em que é devida a
respectiva reparação. - Danos morais fixados no patamar de R$ 8.000,00 (oito mil reais), para
cada um dos autores. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AOS
RECURSOS DAS PARTES, NOS TERMOS DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC. Decisão Monocrática -
Data de Julgamento: 06/05/2015 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 17/06/2015 (*)

0093894-37.2014.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. ANA MARIA OLIVEIRA - Julgamento:


21/05/2015 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

156
Responsabilidade Civil. Ação proposta por consumidor em face de empresa de aviação
objetivando indenização por danos material e moral decorrentes de cancelamento de voo em
transporte aéreo internacional. Procedência parcial do pedido, condenada a Ré ao pagamento
de R$ 6.000,00, a título de indenização por dano moral e do equivalente a U$17,33, para
reparação do dano material. Apelação da Autora. Relação de consumo. Responsabilidade
objetiva. Autora que em viagem internacional (Rio-Miami-Orlando), em decorrência do atraso
do voo, perdeu a conexão, tendo que fazer o trecho final da viagem (Miami-Orlando), de
ônibus. Falha na prestação do serviço caracterizada. Valor desembolsado com a passagem
aérea no trecho Miami-Orlando que deve ser restituído, pois não foi utilizada. Dano moral
configurado. Indenização arbitrada em montante compatível com a repercussão dos fatos
narrados pela Apelante. Provimento parcial da apelação. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 21/05/2015 (*)

0271150-64.2014.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. SERGIO RICARDO A FERNANDES -


Julgamento: 10/04/2015 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

AÇÃO DE RITO ORDINÁRIO. DIREITO DO CONSUMIDOR. EMPRESA AÉREA. CANCELAMENTO DE


VOO. ATRASO DE UM DIA NO RETORNO AO BRASIL. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO
DA COMPANHIA AÉREA. HIPÓTESE DE FORTUITO INTERNO QUE NÃO AFASTA A SUA
RESPONSABILIDADE. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO PARA R$8.000,00.
PRECEDENTES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PROVIMENTO
PARCIAL DO APELO. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 10/04/2015 (*)

0113532-61.2011.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. SEBASTIAO BOLELLI - Julgamento:


10/06/2014 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPRESA AÉREA. CANCELAMENTO DE VOO.


ATRASO DE 48 HORAS. RESTITUIÇÃO DA BAGAGEM DANIFICADA. DANO MORAL
CONFIGURADO. MAJORAÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO. A responsabilidade civil do
transportador é objetiva em relação ao passageiro. Provado o dano e o nexo de causalidade, à
míngua da comprovação de qualquer causa excludente de responsabilidade civil. Correção da
sentença quanto à indenização dos danos morais. Majoração do Quantum indenizatório para o
valor de R$ 6.000,00, com o cunho de melhor atender aos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade. Dano material configurado. Reforma parcial da sentença. NEGADO
SEGUIMENTO AO RECURSO DA SEGUNDA APELANTE, NA FORMA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, E DADO PROVIMENTO AO RECURSO DO PRIMEIRO APELANTE, NA
FORMA DO ARTIGO 557, § 1º-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Decisão Monocrática - Data
de Julgamento: 10/06/2014 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 20/08/2014 (*)

OVERBOOKING

TJRJ

157
Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de
OVERBOOKING: R$ 10.000,00.

0172787-42.2014.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. MARIA LUIZA CARVALHO -


Julgamento: 20/04/2015 - VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR APELAÇÃO.

AÇÃO INDENIZATÓRIA. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL. OVERBOOKING. DANOS


MORAIS. Ação indenizatória ajuizada por passageiro em face de companhia aérea e agencia de
viagens, em virtude de ter tido cancelada a passagem aérea por estar lotado o voo
(overbooking). Evidente relação consumerista, subsumindo-se às normas do Código de Defesa
do Consumidor que, em seu art.14, consagra a responsabilidade objetiva do fornecedor de
serviços, bastando para tanto a demonstração do fato, do dano e do nexo causal, sendo
prescindível a presença da culpa. Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que "a
responsabilidade civil das companhias aéreas em decorrência da má prestação de serviços,
após a entrada em vigor da Lei n. 8.078/90, não é mais regulada pela Convenção de Varsóvia e
suas posteriores modificações (Convenção de Haia e Convenção de Montreal), ou pelo Código
Brasileiro de Aeronáutica, subordinando-se, portanto, ao Código Consumerista. (AgRg no
AREsp 567.681/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
23/10/2014, DJe 04/11/2014). Não demonstração de qualquer das excludentes de
responsabilidade. Há responsabilidade solidária entre a companhia aérea e a agência, sendo
esta credenciada pela primeira para intermediar a venda de passagens, facilitando a projeção
do produto no mercado e atraindo o consumidor, aumentando, em consequência, as
possibilidades de lucro de ambas as empresas. A prática utilizada pela companhia aérea de
vender número maior de assentos do que a capacidade da aeronave (overbooking) importa
em falha na prestação de serviço, causando ao autor transtornos, desconforto e
constrangimento, além de frustrar sua legítima expectativa em relação à viagem planejada,
que esperava pudesse ocorrer sem incidentes. Dano moral configurado. Adequação do valor
arbitrado na sentença (R$ 10.000,00 - dez mil reais). Manutenção da sentença na íntegra.
Precedentes do TJRJ. Aplicação do art. 557, caput, do CPC. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AOS
RECURSOS. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 20/04/2015 (*)

0005961-97.2014.8.19.0042 - APELACAO -1ª Ementa DES. JOSE ACIR GIORDANI - Julgamento:


06/04/2015 - VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL. TRANSPORTE AÉREO.


RELAÇÃO DE CONSUMO. Overbooking. Realocação em voo de outra empresa. Trajeto mais
longo e com escala. Alteração da classe adquirida. Chegada ao destino com atraso de seis
horas. Perda do transfer para o hotel. Responsabilidade da empresa aérea configurada. Falha
na prestação do serviço contratado. Responsabilidade civil objetiva. Dano moral configurado.
Verba reparatória fixada em R$ 10.000,00 (dez mil reais), para cada autor, a qual deve ser
mantida, apesar de aquém dos valores arbitrados por este Tribunal em casos semelhantes, eis
que não foi objeto de recurso por parte dos demandantes. Dano material comprovado.
Aplicação do artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor. Sentença que

158
merece pequeno reparo quanto ao termo a quo para incidência dos juros moratórios no que
se refere à reparação por dano moral, ante a existência de relação contratual. RECURSO AO
QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 06/04/2015 (*)

Com malas extraviadas: R$12.000,00

0199080-20.2012.8.19.0001 - APELACAO -1ª Ementa DES. ROBERTO GUIMARAES - Julgamento:


21/10/2013 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

DECISÃO MONOCRÁTICA. APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA PELA EMPRESA DE TRANSPORTE


AÉREO, OBJETIVANDO A REFORMA DA SENTENÇA NO QUE TOCA AO QUANTUM DEBEATUR
FIXADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO.
AUTORA QUE ADQUIRIU PASSAGEM AEREA, DE IDA E VOLTA, DO RIO PARA NOVA YORK,
TENDO SIDO A PARTIDA PREVISTA PARA 31/08/2011 E RETORNO PARA 09/09/2011.
DESORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL DA APELANTE. SETE HORAS DE ATRASO PARA VOO.
OVERBOOKING. CONSUMIDORA OBRIGADA A RETORNAR DOIS DIAS APÓS AO PREVISTO.
MALAS EXTRAVIADAS QUE, APESAR DE ENTREGUES APÓS, APRESENTARAM-SE VIOLADAS.
INEXPLICÁVEL FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DESCASO. VIOLAÇÃO À DIGNIDADE E AO
DEVER DE RESPEITO, DE LEALDADE, DE COOPERAÇÃO, QUE REPRESENTAM DEVERES ANEXOS À
BOA-FÉ OBJETIVA. DANOS MORAIS, OUTROSSIM, QUE RESULTAM IN RE IPSA. AFRONTA À
DIGNIDADE DA AUTORA, QUE PASSOU POR TODA IRRITAÇÃO, CONSTRANGIMENTO,
INDIGNAÇÃO E SENSAÇÃO DE IMPOTÊNCIA FRENTE À CONDUTA EIVADA DE, NO MÍNIMO,
DESCASO POR PARTE DA RÉ, FORNECEDORA DE SERVIÇOS, QUE ACABOU POR FRUSTRAR TODA
A LEGÍTIMA EXPECTATIVA DA APELADA DE TER UMA VIAGEM TRANQUILA E VER CUMPRIDOS
SEUS COMPROMISSOS. DANOS MORAIS. QUANTUM COMPENSATÓRIO, PORÉM, FIXADO EM
PRIMEIRO GRAU NA MONTA DE R$ 20.000,00, QUE MERECE REPARO, A FIM DE QUE A
CONDENAÇÃO MELHOR SE ADEQUE AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E A
PROPORCIONALIDADE. O QUANTUM DEBEATUR, COMO É SABIDO, NÃO PODE SER PASSÍVEL
DE GERAR VERDADEIRO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA À VITIMA, MAS, DA MESMA FORMA,
NÃO PODE SER FIXADO EM VALOR INSUFICIENTE A COMPENSÁ-LA, O QUE SERIA FAZER COM
QUE A PRÓPRIA VÍTIMA FOSSE RESPONSABILIZADA POR PARTE DOS DANOS POR SI
SUPORTADOS. RECURSO, POIS, AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO, A FIM DE QUE O QUANTUM
DEBEATUR SEJA FIXADO NO PATAMAR DE R$ 12.000,00 (DOZE MIL REAIS), HARMÔNICO COM
A JURISPRUDÊNCIA FIRMADA NESTE EG. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Decisão Monocrática - Data de
Julgamento: 21/10/2013 (*) Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 26/03/2014 (*)

DANO AMBIENTAL

STJ

159
Valor médio das indenizações a título de dano moral no TJRJ em decorrência de
DANO AMBIENTAL: R$3.000,00.

RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DANOS DECORRENTES DE VAZAMENTO DE AMÔNIA NO
RIO SERGIPE. ACIDENTE AMBIENTAL OCORRIDO EM OUTUBRO DE 2008.

1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: a) para demonstração da legitimidade
para vindicar indenização por dano ambiental que resultou na redução da pesca na área
atingida, o registro de pescador profissional e a habilitação ao benefício do seguro-
desemprego, durante o período de defeso, somados a outros elementos de prova que
permitam o convencimento do magistrado acerca do exercício dessa atividade, são idôneos à
sua comprovação; b) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria
do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se
integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano
ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de indenizar;
c) é inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo; d) em vista
das circunstâncias específicas e homogeneidade dos efeitos do dano ambiental verificado no
ecossistema do rio Sergipe - afetando significativamente, por cerca de seis meses, o volume
pescado e a renda dos pescadores na região afetada -, sem que tenha sido dado amparo pela
poluidora para mitigação dos danos morais experimentados e demonstrados por aqueles que
extraem o sustento da pesca profissional, não se justifica, em sede de recurso especial, a
revisão do quantum arbitrado, a título de compensação por danos morais, em R$ 3.000,00
(três mil reais); e) o dano material somente é indenizável mediante prova efetiva de sua
ocorrência, não havendo falar em indenização por lucros cessantes dissociada do dano
efetivamente demonstrado nos autos; assim, se durante o interregno em que foram
experimentados os efeitos do dano ambiental houve o período de "defeso" - incidindo a
proibição sobre toda atividade de pesca do lesado -, não há cogitar em indenização por lucros
cessantes durante essa vedação; f) no caso concreto, os honorários advocatícios, fixados em
20% (vinte por cento) do valor da condenação arbitrada para o acidente - em atenção às
características específicas da demanda e à ampla dilação probatória -, mostram-se adequados,
não se justificando a revisão, em sede de recurso especial.

2. Recursos especiais não providos.

(REsp 1354536/SE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
26/03/2014, DJe 05/05/2014)

DANO MORAL DO INCAPAZ


STJ

160
O STJ vem admitindo o dano moral de absolutamente incapaz, mesmo quando impassível
de detrimento anímico.

DIREITO CIVIL. POSSIBILIDADE DE ABSOLUTAMENTE INCAPAZ SOFRER DANO MORAL.

O absolutamente incapaz, ainda quando impassível de detrimento anímico, pode sofrer


dano moral. O dano moral caracteriza-se por uma ofensa, e não por uma dor ou um
padecimento. Eventuais mudanças no estado de alma do lesado decorrentes do dano
moral, portanto, não constituem o próprio dano, mas eventuais efeitos ou resultados
do dano. Já os bens jurídicos cuja afronta caracteriza o dano moral são os denominados pela
doutrina como direitos da personalidade, que são aqueles reconhecidos à pessoa humana
tomada em si mesma e em suas projeções na sociedade. A CF deu ao homem lugar de
destaque, realçou seus direitos e fez deles o fio condutor de todos os ramos jurídicos. A
dignidade humana pode ser considerada, assim, um direito constitucional subjetivo - essência
de todos os direitos personalíssimos -, e é o ataque a esse direito o que se convencionou
chamar dano moral. REsp 1.245.550-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
17/3/2015, DJe 16/4/2015.

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