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3.1 - INTRODUÇÃO
Após termos feito o estudo detalhado de cada uma das espécies de segurados, vamos agora
estudar cada um dos dependentes.
Nos termos do art. 16 da Lei 8.213/91, os dependentes dividem-se em três classes, conforme
segue:
• Classe III (3ª Classe): o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
Além destes benefícios, os dependentes também terão direito aos serviços oferecidos pela
Previdência Social, conforme segue:
• Serviço Social
Tais benefícios e serviços serão estudados em detalhes, junto com as demais prestações
Previdenciárias, logo na sequencia.
4.1. CÔNJUGE
Como exemplo podemos afirmar que o marido é dependente da esposa, se ela for segurada.
Da mesma forma, a esposa será dependente do marido, se ele for segurado.
Apesar da súmula mencionar apenas a separação judicial, tal entendimento aplica-se também
aos casos de divórcio.
Para corroborar com tal entendimento, podemos citar parte da ementa de Julgamento do STJ
do Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial 101062/RJ:
4.2. COMPANHEIROS
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união
estável com o segurado ou com a segurada.
Outrossim, no caso em que um dos companheiros ou ambos sejam separados apenas de fato,
tal situação, apesar de impedir casamento, não impedirá a união estável.
Assim sendo, podemos resumir as condições para que se reste caracterizada a união estável
em dois itens:
Não é possível o reconhecimento da união estável, bem como dos efeitos previdenciários
correspondentes, quando um ou ambos os pretensos companheiros forem menores de
dezesseis anos.
4.4. CONCUBINATO
Trata-se de uma relação impedida e que não pode ser considerada como entidade familiar. No
entanto, exclui-se da noção de concubinato a relação de pessoas separadas judicialmente ou
de fato que, apesar de serem impedidas para novo casamento, podem estabelecer união
estável, conforme previsão expressa em lei.
Também se considera concubina a mulher com quem o cônjuge adúltero tem encontros
periódicos fora do lar.
4.5. FILHOS
Destaco aqui que os filhos adotados não são apenas equiparados a filhos... Filhos adotados
SÃO FILHOS, sem qualquer distinção (não por equiparação, mas por definição). A Constituição
Federal de 1988 unificou o direito de igualdade entre os filhos.
Muitos alunos costumam confundir a dependência dos filhos para efeitos previdenciários com
a dependência para efeito de imposto de renda. Os filhos que tenham entre 21 e 24 anos,
quando universitários ou estejam cursando escola técnica de 2º grau, apesar de dependentes
para efeito de imposto de renda, não são considerados dependentes para efeitos
previdenciários.
Outro ponto que costuma causar confusão ocorreu após a redução da maioridade promovida
pelo Novo Código Civil, de 21 anos para 18 anos, para aquisição de plena capacidade civil. Essa
redução de maioridade civil para 18 anos em nada altera a idade dos filhos, equiparados a
filhos e irmãos para fins previdenciários, que manterão a qualidade de dependente, quando
não emancipados, até completar 21 anos de idade.
A emancipação, cujo conceito jurídico é a aquisição de capacidade civil antes da idade mínima
definida em lei, ou seja, é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil, poderá
antecipar a perda da qualidade de dependente para idade anteriores a 21 anos. Vejamos
abaixo as causas de emancipação:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
Para efeitos de dependência previdenciária sem limite de idade, a invalidez tem que existir no
momento em que o requisito exigido como condição para concessão do benefício for
implementado.
Assim sendo, A pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha
ocorrido antes da emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que
reconhecida ou comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a
data do óbito do segurado.
Nesta situação, apesar de inválido, Paulo não terá direito à pensão por morte, pois sua
invalidez ocorreu após a morte de seu pai Abelardo e quando Paulo já possuía mais de 21
anos.
Exemplo 2: Agora vamos imaginar que Paulo, quando do falecimento de seu pai Abelardo,
tivesse 16 anos. Caso Paulo fique inválido antes de completar 21 anos, terá direito à
manutenção do benefícios de pensão por morte, enquanto durar a invalidez,
independentemente de sua idade e independentemente de ter ficado inválido após o óbito do
segurado.
Tutela: considera-se tutela um encargo conferido a uma pessoa civilmente capaz, para que
esta administre os bens e/ou a conduta de um menor de idade, decorrente de falecimento dos
pais ou estes decaírem dom poder familiar.
A maior polêmica está na exclusão dos menores sob guarda do rol de dependentes
equiparados a filhos, conforme podemos verificar no art. 16, § 2º,da Lei 8.213/91, com a
redação dada pela Lei nº 9.528/97. Após a exclusão dos menores sob guarda, restaram como
equiparados a filhos apenas o enteado e o menor tutelado.
No entanto, o Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.090/90), em seu art. 33, §1º, determina
que:
Como podemos perceber, existe um conflito entre a norma mais específica (Lei 8.213/91) e a
norma mais genérica (Estatuto da Criança e do Adolescente) acerca da equiparação a filho do
menor sob guarda, para efeitos previdenciários. Vejamos, resumidamente, cada
entendimento:
Para resolver esse conflito de normas, temos que recorrer ao STJ, onde o tema também é
controverso, conforme podemos ver a seguir:
Vejamos uma decisão favorável ao Estatuto da Criança e Adolescente, mantendo o menor sob
Vejamos agora uma decisão favorável ao entendimento da Lei 8.213/91, excluindo o menor
sob guarda no rol dos equiparados a filhos:
• Enteado;
Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, quando for o caso, devem ser
apresentados no mínimo três dos seguintes documentos:
• disposições testamentárias;
5.1. PAIS
6.1. IRMÃOS
Em relação aos dependentes, temos algumas regras básicas para que sejam considerados
beneficiários do RGPS, conforme segue:
o Exemplo: Imaginemos uma pensão por morte a ser paga para cinco dependentes, sendo uma
esposa e quatro filhos menores. Se o valor da renda mensal inicial da pensão por morte for R$
1.000,00, cada um dos quatro dependentes receberá R$ 200,00.
• Reverterá em favor dos demais dependentes a parte daquele cujo direito à pensão cessar.
o No exemplo acima, assim que um dos filhos completar 21 anos, deixará de ser dependente
(exceto se for inválido ou tiver deficiência intelectual, mental ou deficiência grave). Neste caso,
deixando um filho de ser dependente, os R$ 1.000,00 passarão a ser divididos entre os quatro
dependentes restantes, pagando-se R$ 250,00 para cada dependente. E assim por diante.
o Tutela: considera-se tutela um encargo conferido a uma pessoa civilmente capaz, para que
esta administre os bens e/ou a conduta de um menor de idade, decorrente de falecimento dos
pais ou estes decaírem dom poder familiar.
• O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante
apresentação de termo de tutela.
• para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a
prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial
transitada em julgado;
o do casamento (emancipação);
o pelo falecimento.
10.1. INTRODUÇÃO
SERVIÇOS: são as prestações previdenciárias sem conteúdo pecuniário, ou seja, não são pagas,
mas prestadas em favor dos beneficiários (segurados e dependentes).
• Aposentadoria Especial;
• Auxílio-Doença;
• Auxílio-Acidente;
• Salário-Família;
• Salário-Maternidade;
• Auxílio-Reclusão.
10.3. SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL
• Serviço Social.
10.4. PRESTAÇÕES DOS SEGURADOS E DEPENDENTES
• Aposentadoria Especial;
• Auxílio-Doença;
• Auxílio-Acidente;
• Salário-Família;
• Salário-Maternidade.
• Serviço Social.
• Auxílio-Reclusão.
10.5. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
10.5.1. Conceito
A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será
devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado
permanentemente incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para
avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial
ou administrativamente.
• será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
• será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;
10.6.1. Conceito
A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida na Lei,
completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de idade, se
mulher, conforme disposto no art. 201, § 7º, inciso II da CF/88.
I (...)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido
em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o
garimpeiro e o pescador artesanal.
Como disposto na CF/88, tais limites serão reduzidos para 60 (sessenta) e 55 (cinquenta e
cinco) anos de idade no caso de trabalhadores rurais, pescadores artesanais e garimpeiros,
respectivamente homens e mulheres, abaixo relacionados:
• Empregado rural;
• Trabalhador que presta serviço de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego;
• Segurado especial;
A aposentadoria por idade pode ser requerida compulsoriamente pela empresa, desde que o
segurado tenha cumprido a carência, quando completar 70 anos de idade, se homem, ou 65
anos de idade, se mulher (aposentadoria compulsória).
A empresa, por sua vez, não é obrigada a requerer a aposentadoria do segurado nas idades
mencionadas.
Assim sendo, podemos concluir que tal aposentadoria será compulsória para o segurado, mas
não é compulsória para a empresa.
10.6.2. Beneficiários
Todos os segurados têm direito à Aposentadoria por Idade
A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que tenha
reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia própria do INSS, grau de
deficiência leve, moderada ou grave, está condicionada à comprovação da condição de pessoa
com deficiência na data da entrada do requerimento ou na data da implementação dos
requisitos para o benefício.
Todos os segurados considerados pessoas com deficiência, mediante perícia própria do INSS,
poderão se beneficiar da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência.
Para fins da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência é assegurada a conversão do
período de exercício de atividade sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, cumprido na condição de pessoa com deficiência, exclusivamente para
efeito de cálculo do valor da renda mensal, vedado o cômputo do tempo convertido para fins
de carência. Ou seja, é possível converter tempo trabalhado em condições que dariam direito
a aposentadoria especial (que será estudada mais adiante) para aproveitar no cálculo do valor
da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência. No entanto, não se poderá aproveitar o
tempo convertido para reduzir a carência (quantidade mínima de prestações mensais já
recolhidas para poder usufruir dos benefícios previdenciários), que, neste caso, é de 180
contribuições mensais.
É facultado ao segurado com deficiência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa.
A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia
própria para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
Obs.: Aplicam-se à pessoa com deficiência as demais normas relativas aos benefícios do RGPS.
10.7. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
10.7.1. Conceito
Constituição Federal
(Destaques nossos)
Atualmente, no RGPS, não se exige idade mínima para a concessão de aposentadoria por
tempo de contribuição. Ou seja, pelas regras atuais, uma vez implementadas as condições,
poderá o segurado aposentar por tempo de contribuição, independentemente de sua idade.
Para professores que comprovarem, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a aposentadoria por
tempo de contribuição será reduzida em 5 anos, passando a ser de 30 anos de contribuição
para professor e 25 anos de contribuição para professora.
Também tem decidido o STF que, para efeito de aposentadoria, não é possível conversão de
tempo de magistério em tempo de exercício comum. Ou seja, se o professor não tiver tempo
exclusivo de magistério que permita sua aposentadoria com a redução de 5 anos, os anos de
contribuição na condição de professor serão contados sem nenhum acréscimo.
10.6.2. Beneficiários
Além das idades acima mencionadas, o segurado com deficiência, para poder se aposentar por
idade, deverá comprovar o cumprimento concomitante dos seguintes requisitos :
Todos os segurados considerados pessoas com deficiência, mediante perícia própria do INSS,
poderão se beneficiar da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência.
Para fins da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência é assegurada a conversão do
período de exercício de atividade sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, cumprido na condição de pessoa com deficiência, exclusivamente para
efeito de cálculo do valor da renda mensal, vedado o cômputo do tempo convertido para fins
de carência. Ou seja, é possível converter tempo trabalhado em condições que dariam direito
a aposentadoria especial (que será estudada mais adiante) para aproveitar no cálculo do valor
da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência. No entanto, não se poderá aproveitar o
tempo convertido para reduzir a carência (quantidade mínima de prestações mensais já
recolhidas para poder usufruir dos benefícios previdenciários), que, neste caso, é de 180
contribuições mensais.
É facultado ao segurado com deficiência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa.
A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia
própria para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
Obs.: Aplicam-se à pessoa com deficiência as demais normas relativas aos benefícios do RGPS.
10.7. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
10.7.1. Conceito
Constituição Federal
II - (...)
(Destaques nossos)
Atualmente, no RGPS, não se exige idade mínima para a concessão de aposentadoria por
tempo de contribuição. Ou seja, pelas regras atuais, uma vez implementadas as condições,
poderá o segurado aposentar por tempo de contribuição, independentemente de sua idade.
Para professores que comprovarem, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a aposentadoria por
tempo de contribuição será reduzida em 5 anos, passando a ser de 30 anos de contribuição
para professor e 25 anos de contribuição para professora.
Também tem decidido o STF que, para efeito de aposentadoria, não é possível conversão de
tempo de magistério em tempo de exercício comum. Ou seja, se o professor não tiver tempo
exclusivo de magistério que permita sua aposentadoria com a redução de 5 anos, os anos de
contribuição na condição de professor serão contados sem nenhum acréscimo.
10.7.2. Beneficiários
• Contribuinte Individual: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição quando
trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, caso tenha
optado por contribuir com alíquota de 11% sobre o salário mínimo.
• Micro Empreendedor Individual (MEI): este contribuinte individual não terá direito a
aposentadoria por tempo de contribuição quando caso tenha optado por contribuir com
alíquota de 5% sobre o salário mínimo.
• Segurado Facultativo: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição caso
tenha optado por contribuir com alíquota de 11% ou 5% sobre o salário mínimo.
A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência, cumprida a
carência, é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso,
contribuinte individual e facultativo, observados os seguintes requisitos:
I - aos vinte e cinco anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se
homem, e vinte anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave;
II - aos vinte e nove anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se
homem, e vinte e quatro anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência moderada;
III - aos trinta e três anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se
homem, e vinte e oito anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve.
Para o reconhecimento do direito à aposentadoria por tempo de contribuição nestas
condições, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
O grau de deficiência será atestado por perícia própria do INSS, por meio de instrumentos
desenvolvidos para este fim.
• Micro Empreendedor Individual (MEI): este contribuinte individual não terá direito a
aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência quando caso tenha
optado por contribuir com alíquota de 5% sobre o salário mínimo.
• Segurado Facultativo: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa
com deficiência caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% ou 5% sobre o salário
mínimo.
A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia
própria para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu
grau de deficiência alterado, o tempo de contribuição será proporcionalmente ajustado e os
respectivos períodos serão somados após conversão, considerando o grau de deficiência
preponderante, conforme as tabelas constantes no Regulamento da Previdência Social RPS.
A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada, no
mesmo período contributivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição relativos a
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física,
para efeito de aposentadoria especial (obs.: o conceito de aposentadoria especial será
estudado ainda nesta aula).
É facultado ao segurado com deficiência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa.
10.8.1. Conceito
A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado
empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do contribuinte individual
somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção), que tenha
trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
o agentes químicos,
o agentes físicos,
o agentes biológicos ou
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional
nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado
ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, ou seja,
aquele em que o segurado, no exercício de todas as suas funções, esteve efetivamente
exposto a agentes nocivos físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes.
NÃO INTERMITENTE: algo que não sofre interrupções. Logo, para efeito de aposentadoria
especial, não poderá haver interrupção na exposição aos referidos agentes nocivos previstos
na legislação.
NÃO OCASIONAL: quando não ocorra eventualmente. Assim sendo, a exposição aos referidos
agentes nocivos não poderá ocorre eventualmente (ocasionalmente).
Desta forma, trabalho não ocasional nem intermitente é aquele em que na jornada de
trabalho não houve interrupção ou suspensão do exercício de atividade com exposição aos
agentes nocivos, ou seja, não foi exercida de forma alternada, entre atividade comum e
atividade especial com exposição a agentes nocivos.
• segurado empregado;
• trabalhador avulso; e
Consideram-se condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física aquelas nas
quais a exposição ao agente nocivo ou associação de agentes presentes no ambiente de
trabalho esteja acima dos limites de tolerância estabelecidos segundo critérios quantitativos
ou esteja caracterizada segundo os critérios da avaliação qualitativa.
Para o segurado que houver exercido duas ou mais atividades sujeitas a condições especiais
prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo mínimo
exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos de exercício serão somados
após conversão, devendo ser considerada a atividade preponderante para efeito de
enquadramento. No entanto, não serão considerados os períodos em que a atividade exercida
não estava sujeita a condições especiais.
O STJ tem entendimento de que a classificação dos agentes nocivos constantes dos decretos
regulamentadores (Regulamento da Previdência Social RPS, por exemplo) são meramente
exemplificativos, cabendo o enquadramento inclusive em situações não previstas, desde que
fique demonstrado a efetiva exposição a fatores de risco. Como exemplo podemos citar a
exposição do segurado à “eletricidade” nos decretos regulamentadores, tal atividade exposta
ao agente pode ser considerada especial.
Outrossim, o STJ também tem entendimento de que o fato da empresa fornecer ao segurado
equipamento de proteção individual EPI, não afasta, por si só, o direito à aposentadoria
especial, devendo ser apreciado caso a caso.
A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições
ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do
trabalho.
A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos
existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de
comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita às
penalidades previstas na legislação.
O trabalhador ou seu preposto terá acesso às informações prestadas pela empresa sobre o seu
perfil profissiográfico, podendo inclusive solicitar a retificação de informações quando em
desacordo com a realidade do ambiente de trabalho, conforme orientação estabelecida em
ato do Ministro de Estado da Previdência Social.
A cooperativa de trabalho e a empresa contratada para prestar serviços mediante cessão ou
empreitada de mão de obra atenderão às mesmas obrigações acessórias acima citadas, com
base nos laudos técnicos de condições ambientais de trabalho emitidos pela empresa
contratante, quando o serviço for prestado em estabelecimento da contratante.
Apesar de existir previsão legal para a conversão do tempo de atividade especial em tempo de
atividade comum, não é possível converter o tempo de atividade comum em especial, uma vez
que, para requerer aposentadoria especial, é obrigatório que todo o tempo da atividade seja
especial.
Obs.: A legislação previdenciária não exige idade mínima para a concessão de aposentadoria
especial.
10.9.1. Conceito
O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado temporariamente para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual, por motivo de doença ou acidente.
Apesar do benefício ser denominado auxílio-doença, ele será devido quando o segurado
estiver temporariamente incapacitado para o trabalho por motivo tanto de doença, como
decorrente de acidente, relacionado ou não com o trabalho (não precisa ser acidente do
trabalho). No entanto, se a incapacidade for permanente, o auxílio-doença será convertido em
aposentadoria por invalidez.
Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta dias contados
da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos
quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se
os dias trabalhados, se for o caso.
10.9.2. Beneficiários
Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social
já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor próprio
competente, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das
atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência social, o INSS poderá, sem
ônus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convênios, termos de execução
descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos ou acordos de
cooperação técnica para realização de perícia médica, por delegação ou simples cooperação
técnica, sob sua coordenação e supervisão, com órgãos e entidades públicos ou que integrem
o Sistema Único de Saúde (SUS).
O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe garanta
subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.
O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência
social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas,
devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver
exercendo. Neste caso, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a qual o
segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as
contribuições relativas a essa atividade.
Ademais, se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de
imediato o afastamento de todas.
Quando insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, o segurado afastado em gozo
de auxílio doença deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício
de outra atividade. Neste caso, o auxílio-doença será mantido até que o segurado seja
considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou,
quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez.
A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o
período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor do benefício e a importância
garantida pela licença remunerada.
A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da incapacidade
do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença.
10.10.1. Conceito
• redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija maior esforço para
o desempenho da mesma atividade que exercia à época do acidente; ou
Para ter direito ao auxílio-acidente não é necessário que seja acidente do trabalho. A lei
refere-se a acidente de qualquer natureza.
No entanto, não basta a ocorrência do acidente de qualquer natureza para que o benefício de
auxílio-acidente seja concedido. Faz-se necessário a ocorrência das circunstâncias a seguir:
Obs.: O ANEXO III do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99,
traz uma lista de situações que dão direito ao auxílio-acidente .
10.10.2. Beneficiários
• Empregado;
• Empregado doméstico;
• Trabalhador avulso; e
• Segurado especial
Na hipótese de o trabalhador ter exercido, durante sua vida profissional, diversas atividades,
enquadrando-se em diferentes categorias de segurado, para fins de concessão do auxílio-
acidente, considerar-se-á a atividade exercida na data do acidente.
Assim, para que o benefício seja concedido é necessário que, na data do acidente, o
trabalhador esteja exercendo alguma atividade que o enquadre como:
• Empregado;
• Empregado doméstico;
• Trabalhador avulso; e
• Segurado especial
10.10.3. Informações Adicionais
O auxílio acidente é recebido como uma indenização, a ser paga ao segurado quando do seu
retorno ao trabalho, como uma forma de compensação pelo esforço adicional que deverá
fazer por trabalhar com redução de sua capacidade laborativa. Enquanto o trabalhador estiver
afastado, recebe auxílio-doença. O auxílio acidente é devido a partir do retorno ao trabalho.
Para fazer jus ao auxílio-acidente é necessária a confirmação, pala perícia médica do INSS, da
efetiva redução da capacidade laborativa do segurado, em decorrência de acidente de
qualquer natureza.
Abaixo, relaciono situações que, nos termos do Regulamento da Previdência Social - RPS, não
darão ensejo ao benefício de auxílio-acidente:
• Caso que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão
na capacidade laborativa; e
Ou seja, não será devido o auxílio acidente, em caso de redução ou perda da audição, se não
houver nexo causal entre o trabalho e a perda auditiva ou, ainda que existente nexo causal, a
perda da audição não provocar a redução ou perda da capacidade laborativa.
No caso de reabertura de auxílio-doença pelo mesmo acidente que tenha dado origem a
auxílio-acidente, este (o auxílio-acidente) será suspenso até a cessação do auxílio-doença
reaberto, quando será reativado o respectivo auxílio-acidente. No entanto, se o auxílio-doença
for decorrente de doença ou acidente diverso daquele que deu origem ao auxílio-acidente
concedido, é perfeitamente possível acumular o auxílio-acidente com o auxílio-doença (apenas
quando decorrentes de causas diversas).
10.11.1. Conceito
• Adoção; ou
Seguem abaixo breves comentários introdutórios e conceituais acerca das circunstâncias que
são consideradas fatos geradores de salário-maternidade. Em seguida, iremos aprofundar o
estudo deste benefício previdenciário com mais informações:
A partir da 23ª semana de gestação, mesmo que natimorto, será considerado parto e dará
direito a 120 dias de salário-maternidade.
Em caso de parto antecipado ou não, a segurada tem direito aos 120 (cento e vinte dias)
previstos na legislação.
ABORTO NÃO CRIMINOSO: Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado
médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a 2 (duas semanas).
No entanto, se o aborto for tipificado como crime, a segurada não terá direito ao salário-
maternidade.
1. Aborto involuntário;
No caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção de criança, são beneficiários do
saláriomaternidade:
Exemplo: Irineu é casado com Adelaide, sendo ambos segurados empregados do RGPS.
Caso Adelaide venha a falecer durante o parto e o bebê sobreviva, Irineu (por também ser
segurado), terá direito ao recebimento do salário maternidade por 120 dias. Caso o bebê
também venha a falecer ou seja abandonado por Irineu, o benefício de salário-maternidade
não será pago.
10.11.3. Informações Adicionais
Também será paga diretamente pela Previdência Social para os segurados empregado
doméstico, trabalhador avulso, segurado especial, contribuinte individual e segurado
facultativo em relação a todos os fatos geradores do benefício de salário-maternidade.
Quando houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é devido um
único salário-maternidade relativo à criança de menor idade. No entanto, no caso de
empregos concomitantes, a segurada fará jus ao salário-maternidade relativo a cada emprego.
Se a empregada gestante tiver seu contrato de trabalho extinto sem justa causa ou em razão
do encerramento do prazo de vigência inicialmente firmado entre empregador e empregado
ou no caso de contrato de trabalho com prazo determinado que tenha se encerrado pelo
decurso do prazo pré-estipulado entre as partes, o benefício será pago diretamente pela
empresa, em forma de indenização, quando a segurada estiver grávida na data do
encerramento do contrato de trabalho.
A segurada que estiver desempregada ou que cessar suas contribuições por qualquer razão,
bem como a segurada especial, terão direito ao salário-maternidade desde que o parto, aborto
não criminoso ou adoção (eventos geradores do benefício) ocorram dentro do prazo de
manutenção da qualidade de segurada, conforme regras que serão estudadas em capítulo
próprio em nosso curso.
OBSERVAÇÃO: A Lei 13.301/16, que dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde
quando verificada situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito
transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do vírus da zika, determina em seu §3º
do art. 18 que a licença-maternidade da empregada será de 180 (cento e oitenta) dias no caso
das mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti, assegurado, nesse período, o recebimento de salário-
maternidade por igual período, aplicando-se, no que couber, as mesmas regras a segurada
especial, contribuinte individual, facultativa e trabalhadora avulsa. (apesar da lei não
mencionar a empregada doméstica, entendemos que ela também deverá ser abrangida nesta
regra.
PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ: A Lei 11.770/08 criou o Programa Empresa Cidadã, destinado
à prorrogação da licença-maternidade mediante concessão de incentivo fiscal às empresas
participantes. A licença-maternidade será prorrogada por 60 (sessenta) dias e será garantida à
empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira até
o final do primeiro mês após o parto, e será concedida imediatamente após a fruição da
licença-maternidade. Durante o período de prorrogação da licença-maternidade a empregada
terá direito à remuneração integral, nos mesmos moldes devidos no período de percepção do
salário-maternidade pago pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS). A prorrogação será
garantida, na mesma proporção, à empregada e ao empregado que adotar ou obtiver guarda
judicial para fins de adoção de criança. No período de prorrogação da licença-maternidade, a
empregada não poderá exercer nenhuma atividade remunerada, e a criança deverá ser
mantida sob seus cuidados. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir
do imposto devido, em cada período de apuração, o total da remuneração integral da
empregada e do empregado pago nos dias de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada
a dedução como despesa operacional.
10.12.1. Conceito
Equiparam-se aos filhos, nos termos do art. 16, §3º do RPS, mediante declaração escrita do
segurado, comprovada a dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua
tutela e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.
A invalidez do filho ou equiparado maior de quatorze anos de idade deve ser verificada em
exame médico-pericial a cargo da previdência social.
O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco)
anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino,
terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria.
10.12.2. Beneficiários
• ao trabalhador rural aposentado por idade aos 60 (sessenta) anos, se do sexo masculino, ou
55 (cinquenta e cinco) anos, se do sexo feminino, pela Previdência Social, juntamente com a
aposentadoria; e
• aos demais empregados e trabalhadores avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos de
idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos, se do sexo feminino, pela Previdência Social,
juntamente com a aposentadoria.
SALÁRIO
VIGÊNCIA REMUNERAÇÃO
FAMÍLIA
A Partir de 01/01/2019 R$ 907,77 R$ 46,54
Os valores mencionados são corrigidos nas mesmas datas e pelos mesmos índices de correção
dos demais benefícios do RGPS.
Não é devido salário-família no período entre a suspensão do benefício motivada pela falta de
comprovação da frequência escolar e o seu reativamento, salvo se provada a frequência
escolar regular no período.
Quando o pagamento do salário não for mensal, o salário-família será pago juntamente com o
último pagamento relativo ao mês.
O salário-família devido ao trabalhador avulso não portuário poderá ser recebido pelo
sindicato de classe respectivo, que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes e de
distribuí-lo.
Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito
ao salário-família.
Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono
legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago
diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver
determinação judicial nesse sentido.
A falta de comunicação oportuna de fato que implique cessação do salário-família, bem como
a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu recebimento, autoriza a
empresa, o Instituto Nacional do Seguro Social, o sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra,
conforme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a outros filhos ou,
na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do seu benefício, o valor
das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, devidamente
atualizadas.
O empregado deve dar quitação à empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra de cada
recebimento mensal do salário-família, na própria folha de pagamento ou por outra forma
admitida, de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada.
O valor do salário-família, por não substituir a remuneração mensal do segurado, poderá ter
valor inferior ao salário mínimo.
10.13.1. Conceito
• Morte do Segurado;
A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não e, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte
iguais.
Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar.
O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante
apresentação de termo de tutela.
No caso de enteado e menor sob tutela, a inscrição será feita mediante a comprovação da
equiparação por documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da
dependência econômica e da declaração de que não tenha sido emancipado.
Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito em julgado, o condenado pela prática de
crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado.
O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira
atuais do segurado, e somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e
mediante prova de dependência econômica. Assim sendo, podemos constatar que, apesar do
cônjuge, em regra, não precisar comprovar dependência econômica, excepcionalmente deverá
comprovar essa dependência quando se tratar de cônjuge ausente, assim entendido aquele se,
apesar de não separado judicialmente, afasta-se do convívio conjugal por longo período.
Súmula 336 do STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à
pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente.
O dependente menor de idade que se invalidar antes de completar vinte e um anos deverá ser
submetido a exame médico-pericial, não se extinguindo a respectiva cota se confirmada a
invalidez.
Será concedida pensão provisória por morte presumida nos seguintes casos:
Nas situações de morte presumida, a cada seis meses o recebedor do benefício deverá
apresentar documento da autoridade competente, contendo informações acerca do
andamento do processo de declaração de ausência, até que seja apresentada a certidão de
óbito.
Não se aplica o prazo decadencial de 10 anos para a garantia de todo e qualquer direito ou
ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício ao
pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei.
A pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido
antes da emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que reconhecida ou
comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do
segurado.
10.14.1. Conceito
O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes
do segurado recolhido à prisão, em regime fechado (SEGUNDO A MP 871/2019, O AUXÍLIO
RECLUSÃO NÃO SERÁ MAIS DEVIDO EM CASO DE PRISÃO EM REGIME SEMIABERTO), que não
receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou
abono de permanência em serviço, desde que seja considerado segurado de baixa renda., cujo
valor é definido anualmente por meio de Portaria.
10.14.2. Beneficiários
serviço;
• Seja segurado de baixa renda, ou seja, que tenha salário-de-contribuição inferior ou igual ao
Ao término da prisão provisória o auxílio-reclusão pago aos dependentes deverá ser cessado e,
caso nova prisão ocorra, ainda que em razão do mesmo evento causador da primeira privação
de liberdade, proceder-se-á à nova análise de dependência, qualidade de segurado e renda,
em novo requerimento de auxílio-reclusão.
Para o maior de dezesseis e menor de dezoito anos, serão exigidos certidão do despacho de
internação e o documento atestando seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juiz da
Infância e da Juventude.
Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será considerado para a
verificação da perda ou não da qualidade de segurado.
Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo pago será
automaticamente convertido em pensão por morte. Não havendo concessão de auxílio-
reclusão, em razão de salário-de-contribuição superior ao limite estabelecido, será devida
pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado tiver ocorrido até doze meses após
o livramento, pois estará mantida sua qualidade de segurado por este período,
independentemente de qualquer contribuição para o RGPS.
10.15.1. Conceito
Cabe ao INSS promover a prestação de que trata este artigo aos segurados, inclusive
aposentados,
cooperação técnico-financeira.
O Instituto Nacional do Seguro Social não reembolsará as despesas realizadas com a aquisição
de órtese ou prótese e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizados por suas
unidades de reabilitação profissional.
A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus cargos
com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte
proporção:
10.16.1. Conceito
O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao beneficiário
orientação e apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e à
melhoria da sua interrelação com a previdência social, para a solução de questões referentes a
benefícios, bem como, quando necessário, à obtenção de outros recursos sociais da
comunidade.
Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de
exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que
emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição
como na dinâmica da sociedade.
10.16.2. Beneficiários
Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica,
assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e
pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou contratos.
11.1. CONCEITO
• para o contribuinte individual e facultativo, inclusive o segurado especial que contribui com
contribuição complementar de 20% sobre o salário de contribuição por ele declarado, da
mesma forma que o facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem
atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso
referentes a competências anteriores.
• Para o segurado especial que não contribui com contribuição complementar de 20% sobre o
salário de contribuição por ele declarado, da mesma forma que o facultativo, o período de
carência é contado a partir do efetivo exercício da atividade rural, mediante comprovação feita
mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem
contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e
mencionar as datas de início e término.
O STJ decidiu ser possível considerar o período em que o segurado esteve em gozo de
benefício por incapacidade (auxílio doença ou aposentadoria por invalidez) para fins de
carência, desde que intercalados com períodos contributivos, conforme segue:
11.2.1. Carência
• segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada
a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência
ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento
particularizado.
OBSERVAÇÃO: Até que seja elaborada a lista de doenças e afecções mencionada acima,
independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças::
Para o segurado especial, como já estudado, a contagem da carência não é efetuada com base
no número de contribuições mensais recolhidas, mas sim pela comprovação do exercício de
atividade rural pelo período equivalente ao número de meses correspondente à carência do
benefício requerido. Assim sendo, para ter direito a aposentadoria por invalidez ou auxílio-
doença, basta o segurado especial comprovar 12 meses de efetivo exercício na respectiva
atividade agropecuária ou pesqueira (exceto nos casos em que a carência é dispensada).