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Apostila - Catecúmenos - Reserva
Apostila - Catecúmenos - Reserva
Manual Teológi
Para
Catecúmenos
1ª Ediçã
Catecúmenos
Dedicatória
2
Catecúmenos
Agradecimento
3
Catecúmenos
Sumário
A Escritura – Parte 1
1. A Palavra de Deus.....................................................................................9
2.1. Inspiração........................................................................................13
2.2. Inerrância.........................................................................................14
2.3. Autoridade.......................................................................................14
3. Autógrafos e Traduções...........................................................................15
3.1. Autógrafos.......................................................................................15
3.2. Traduções........................................................................................16
4. Cânon e Suficiência.................................................................................17
4.1. Cânon..............................................................................................17
4.2. Suficiência.......................................................................................19
5. Pregação...................................................................................................20
Referências...............................................................................................21
Teontologia – Parte 2
1. O conhecimento de Deus.........................................................................22
2. Seus Atributos..........................................................................................25
3. Trindade...................................................................................................30
4. Decreto de Deus.......................................................................................32
4
Catecúmenos
Referências..............................................................................................34
O Homem – Parte 3
1. Criação..............................................................................................35
3. Pacto de Obras..................................................................................41
3.1. Pacto.........................................................................................41
3.2. Elementos do Pacto..................................................................43
4. A Queda............................................................................................46
5
Catecúmenos
2.1. Profeta......................................................................................59
2.2. Rei............................................................................................60
2.3. Sacerdote..................................................................................61
4. Pacto da Graça..................................................................................64
1. Salvação............................................................................................68
2. A Ordem da
Salvação........................................................................74
2
2.1 Justificação...............................................................................76
2.1.1 A justificação e a controvérsia entre Fé e
Obras.............77
2.2 Adoção......................................................................................78
2.3 Vocação Eficaz.........................................................................80
2.4 Novo Nascimento.....................................................................83
2.
2.1.
2.2.
2.3.
2.4.
2.4.1 A Carne é o Inverso do Espírito....................................87
6
Catecúmenos
Referências......................................................................................107
Igreja – Parte 6
1. Igreja Invisível e
Visível..................................................................109
2. As Marcas da
Igreja.........................................................................115
2.1. Pregação Fiel da
Palavra.........................................................115
2.2. Administração dos Sacramentos.............................................116
2.3. Disciplina Eclesiástica............................................................117
3. Tipos de Governo............................................................................119
3.1. Episcopal................................................................................120
3.2. Congregacional.......................................................................121
3.3. Presbiteriana...........................................................................121
Referências...........................................................................................123
7
Catecúmenos
Sacramentos – Parte 7
1. Batismo...........................................................................................125
1.1 Profissão de
Fé........................................................................127
2. Ceia do Senhor................................................................................131
Referências...........................................................................................135
1. A Reforma e Os
Reformadores........................................................137
2. As Doutrinas da
Graça.....................................................................144
3. Os 5
Solas........................................................................................147
4. Confessionalidade...........................................................................151
IPB – Parte
1. Breve Histórico...............................................................................153
2. Símbolos de Fé................................................................................156
2.1. A Assembleia de Westminster................................................157
2.2. O Trabalho da
Assembleia......................................................158
2.3. A Confissão de Fé e os
Catecismos.........................................158
3. A Teologia da Confissão de
Fé........................................................160
4. Manual
Presbiteriano.......................................................................160
4.1. Constituição da IPB, Direitos e Deveres dos Membros.........161
4.2. Código de Disciplina..............................................................163
4.3. Conselho e as Instâncias Superiores.......................................164
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Catecúmenos
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Catecúmenos
Parte 1
A ESCRITURA
1. A Palavra de Deus
11
Catecúmenos
2.1. Inspiração
A inspiração é um dos mais importantes, porém polêmicos,
aspectos presente na natureza das Escrituras. Esse aspecto da natureza
das Escrituras se refere ao fato de ter Deus inspirado homens, por meio
do Espírito Santo, a escreverem a partir de sua própria experiência.
12
Catecúmenos
13
Catecúmenos
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2.3. Autoridade
Por fim, outro aspecto da natureza da Escritura é o fato dela ser
autoritativa, ou seja, possui a autoridade em si mesma para declarar os
dogmas e ensinos aos quais a igreja deverá crer e defender. Ela dá
testemunho de si mesmo e seu testemunho é suficiente para crer nela
como a Palavra de Deus.
A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) faz um contraponto
a essa questão afirmando “que, com respeito a nós, ela (Escritura)
recebe sua autoridade divina da igreja”. 12
Contudo, isso esse argumento se mostra um equívoco para com a
autoridade advinda da própria Escritura, a qual a Confissão de Fé de
Westminster reconhece e apresenta da seguinte forma no Capítulo I e
seção IV:
A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e
obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou
igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o
seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de
Deus.
Logo, as razões pelas quais a Escritura detém e exerce autoridade
sobre a igreja são duas e está na sua autoria – Deus é o seu autor;
também está na sua inerrância, aqui vista como sua veracidade – como
Deus ela é a verdade; e, por meio dela Deus continua a falar a sua
igreja.
Não devemos pensar que há partes da Escritura que não possuam
autoridade, mas, toda a Escritura possui autoridade. Não só aquelas
partes que para nós são atraentes, convincentes, relevantes ou
culturalmente respeitáveis. Mas também, aquelas das quais temos
dúvidas, não gostamos ou temos dificuldades em aceitá-las.
Boice nos explica como a Escritura foi usada ao longo da história
da seguinte maneira:
As Sagradas Escrituras eram autoridade suprema e inerrante
em todos os aspectos para os seguidores de Cristo. A Palavra
podia ser negligenciada e até contestada, havendo discordância
15
Catecúmenos
sobre o que o Livro realmente ensinava, no entanto, mesmo
assim, a Bíblia era aceita como a Palavra de Deus. E essa era a
única regra de fé e prática infalível dos cristãos. (BOICE,
2001)
3. Autógrafos e Traduções
Agora é preciso tratar com uma informação que pode ser para
você impactante, porém, óbvia: A Escritura que temos em nossas mãos
são cópias de cópias dos textos originais chamados de Autógrafos.
Além disso, para que a Escritura se tornasse acessível a nós,
nossos exemplares precisaram ser traduzidos para nossa língua. Eis
que surgem as traduções da Escritura, ou seja, não temos apenas
cópias dela, mas também temos cópias traduzidas dela.
A pergunta que surge é: Essas cópias traduzidas são confiáveis?
16
Catecúmenos
1.
2.
3.
3.1. Autógrafos
Autógrafo é o texto original, escrito pelo autor bíblico em sua
língua e usando o material de sua época para isso. É importante
destacar que “só os manuscritos originais, conhecidos por autógrafos,
foram inspirados por Deus”.13
Outra coisa importante de dizer é que os originais não mais
existem. Então, os críticos afirmam que não há como assegurar a
confiabilidade das cópias que temos em nossas mãos se não temos os
originais para comprovar. Acontece que também não foi encontrado
nenhum autógrafo falível que desqualificasse as cópias que temos.
Acima de tudo, a Escritura não requer um método de exame empírico
para se aceitar sua inerrância.
O que temos em mãos é uma cópia que foi vertida com toda
precisão, cuidado e zelo por homens qualificados e dotadas de
capacidade.
Estes eram chamados de escribas e detinham um elevado
conhecimento e técnica sobre a crítica dos textos.
Estavam prontos para identificar corrupção, erros e problemas a
serem corrigidos, pontuados e explicados, com o viés de preservar o
texto e restaurar a sua forma original como escrito pelo autor ou como
deixado pelas mãos do editor final.
17
Catecúmenos
3.2. Traduções
Os textos originais forma escritos em 3 línguas: Hebraico,
Aramaico e em um Grego mais popular, hoje usado apenas pelos
estudiosos bíblicos chamado de Coiné.
Com o tempo surgiu a necessidade de tradução dos textos
bíblicos, pois, o povo de Israel foi sendo espalhado por outras regiões
e passou a ter contato com outras culturas e povos, o que os
influenciou a traduzir as Escrituras para as línguas nativas daqueles
povos.
Geisler e Nix nos dão uma ideia sobre a quantidade de traduções
até o século IV d.C:
As traduções mais antigas continham trechos do AT e às vezes
também do Novo. Apareceram antes do período dos concílios
da igreja (c. 350 d.C.), abarcando obras como o Pentateuco
samaritano, os Targuns aramaicos, o Talmude, o Midrash e a
Septuaginta (LXX). [...]. Antes do Concilio de Nicéia (325)
surgiram traduções do NT para o aramaico e para o latim.
(GEISLER. NIX, 1997)
4. Cânon e Suficiência
A Bíblia possui 66 livros, dos quais 39 estão presentes no Antigo
Testamento e 27 no Novo Testamento.
Ainda existem outras classificações internas que descrevem
conjuntos de livros e particularidades, como: A Torá (A Lei), livros
históricos, poéticos, proféticos (maiores e menores) e etc.
18
Catecúmenos
1.
2.
3.
4.
4.1. Cânon
A palavra cânon deriva do grego kanõn ("cana, régua"), que, por
sua vez, se origina do hebraico kaneh, palavra do AT que significa
"vara ou cana de medir" (Ezequiel 40. 3). 14 O conceito mais antigo de
cânon é encontrado no texto sagrado e remonta o período de Moisés.
Um livro é canônico é um livro inspirado. Como já vimos, a
inspiração é dada por Deus e, neste caso, a canonicidade é descoberta
pelos homens. Isto, foi feito pela igreja através de várias medidas
(réguas), onde se buscou descobrir livros verdadeiros e separá-los dos
falsos ou dos chamados apócrifos. As medidas utilizadas estão nos
princípios contidos nos livros inspirados:
a. Autoridade – o livro é dotado de autoridade divina;
b. Profecia – o livro veio de um profeta de Deus, com profecias
fiéis;
c. Confiança – o livro fala a verdade acerca de Deus e dos
homens;
d. Dinamismo – o livro trouxe mudanças a vida dos homens;
19
Catecúmenos
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4.2. Suficiência
Vimos como a canonicidade foi importante para a formação da
Bíblia como a conhecemos hoje; e, esse assunto nos leva a outro
deverás importante: a suficiência das Escrituras.
Completado o cânon bíblico, a revelação de Deus cessou. Com
isso, a igreja está de posse do “Assim diz o Senhor” e não deve buscar
outros tipos de revelação para a sua direção. Fazê-lo é substituir a
segurança e a verdade pela mentira e engano.
A Escritura é nossa “regra de fé e prática” e acrescentar algo a ela
é correr um risco terrível, assim como fazer outros correrem o mesmo
risco.
Por exemplo, a ICAR a partir do Concilio de Trento entende que
“as tradições da Igreja de Roma devem ser recebidas com a mesma
devoção que as Escrituras”.15 Este ato a coloca sob maldição,
conforme nos diz Apocalipse 22. 18:
Se alguém lhe fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os
flagelos escritos neste livro.
Por essa razão, as Escrituras do Antigo e Novo Testamento tem o
condão de ser suficientes para o povo de Deus. Isto quer dizer que
tudo que Deus teria para nos dizer a respeito da sua obra Redentiva na
criação está presente nas Escrituras.
Quando falo sobre a obra redentiva não estou falando apenas da
obra soteriológica completada por Cristo e aplicada pelo Espírito
Santo em nossas vidas. Mas, estou falando sobre se ter a expectativa
de que ela nos forneça revelação de Deus acerca de questões que
sejam do interesse da Ciência, História, Psicologia e Filosofia. Pois,
como disse Frame: “a própria redenção é muito ampla, regenerando
cada área da vida humana”.16
Neste sentido, a Escritura nos é suficiente não só em termos
soteriológicos, mas, em relação a toda nossa vida.
21
Catecúmenos
5. Pregação
Referências
1
GRONINGEN. V. G. O Progresso da Revelação no Antigo Testamento, Ed. Cultura
Cristã, pág. 14;
2
FRAME. J. M. A Doutrina da Palavra de Deus, Ed. Cultura Cristã, pág. 60;
3
Ibid., pág. 61;
4
Ibid.
5
Ibid., pág. 79;
6
BOICE. J. M. Fundamentos da Fé Cristã – Um manual de teologia ao alcance de
todos, Ed. Central Gospel, pág. 41;
7
GEISLER. N; NIX. W. Introdução Bíblica - Como a Bíblia Chegou Até Nós, Ed.
Vida, pág. 17;
8
Ibid., pág. 25;
9
Ibid., pág. 26;
10
BOICE. J. M. Op. Cit., pág. 69;
11
Ibid.
12
WATSON. T. A Fé Cristã – Estudos Baseados no Breve Catecismo de Westminster,
Ed. Cultura Cristã, pág. 46;
13
GEISLER. N. NIX. W. OP. CIT. PÁG. 61;
14
Ibid., pág. 31;
15
WATSON. T. Op. Cit., pág. 47;
16
FRAME. J. M. Op. cit., pág. 151;
17
FRAME. J. M. Op. Cit. Pág. 226;
* expressão usada por John Frame em sua obra (A Doutrina da Palavra de Deus, SP: Ed. Cultura
Cristã, 2013, capítulo 12, pág. 78) para se reportar aos meios usados por Deus para o registro da
revelação.
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Parte 2
TEONTOLOGIA
1 O Conhecimento de Deus
Há 3 tipos de conhecimentos que descrevem nossa realidade: o
conhecimento cientifico, o conhecimento de emocional e o
conhecimento de Deus.
24
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2 Seus Atributos
Uma definição bem simples sobre os atributos de Deus é dada por
Thomas Watson: “A glória de Deus se apresenta principalmente em
seus atributos, que são vários raios pelos quais a natureza divina se
irradia”.6
Os atributos são as qualidades pelas quais Deus se apresenta aos
homens por meio de sua revelação de forma inteligível ou
compreensível.
A teologia descreve dois tipos de atributos: os comunicáveis e os
incomunicáveis.
Os comunicáveis são os atributos aos quais os Deus compartilhou
com os homens em sua imagem e semelhança na criação e os capacita
a se distinguirem das demais criaturas, bem como, os permite ter
comunhão com Deus.
Os incomunicáveis são as qualidades as quais somente Deus
possui, pois são as que o fazem ser Deus, ou seja, Ele não
compartilhou com os homens, do contrário, Ele não seria Deus.
Vamos observar primeiramente os atributos incomunicáveis e,
logo após, veremos os atributos comunicáveis.
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2
2.1
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Textos: Isaías. 43. 25; 48. 11; João 16. 27; I João 3. 1.
VI. Santidade: é a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele
eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral,
aborrece o pecado, e exige pureza moral em Suas criaturas. 22
Textos: Êxodo 15. 11; I Samuel 2. 2; Isaías 57. 15; Oséias 11.
9.
VII. Justiça: é a perfeição pela qual Deus se mantém contra toda
violação da sua Santidade e mostra, em tudo e por tudo, que
Ele é santo e infinitamente reto em si mesmo. 23
Textos: Esdras 9. 15; Neemias 9. 8; Salmo 119. 137; Jeremias
12. 1; João 17. 25; II Timóteo 4. 8; I João 2. 29; 3. 7;
apocalipse 16. 5.
VIII. Soberania: é a perfeição de Deus pela qual seu poder
soberano e absoluto se manifesta por meio de Sua vontade
em relação a liberdade, governo, pecado e propósitos. 24
Textos: Salmo 115. 3; Daniel 4. 17, 25. 32; Romanos 9. 18 e
19; 11. 33 e 34; efésios 1. 5, 9 , 11.
3 Trindade
Segundo Thomas Watson, a trindade se trata “de um mistério
sagrado, que a luz dentro do homem jamais poderá descobrir. 25
Boice argumenta sobre a Trindade que
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4 Decretos de Deus
Este é um dos assuntos mais controversos à cristandade, mas que,
ao mesmo tempo, é o que junto a outras doutrinas faz nosso coração
saltar de alegria.
Hoje há um grupo intitulado de evangélicos que usa a palavra
decreto sem a menor reverência e extremamente distante do que a
teologia compreende ser os decretos de Deus.
Falamos no plural “os decretos de Deus”, contudo, trata-se de um
único decreto articulado na eternidade por Deus em sua sabedoria
infinita.
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Referências
1
BOICE. J. M. Fundamentos da Fé Cristã – Um manual de teologia ao
alcance de todos, Ed. Central Gospel, pág. 20;
2
Ibid.
3
CALVINO. J. Institutas da Religião Cristã, Livro I, cap. I, seção 1, pág. 49;
4
Ibid. Livro I, Cap. V. seção XV, pág. 76;
5
WATSON. T. A Fé Cristã – Estudos no Breve Catecismo de Westminster,
ed. Cultura Cristã, pág. 59;
6
Ibid. pág. 74/5
7 BERKHOF. L. Teologia Sistemática, Ed. Cultura Cristã, pág. 57;
8
Ibid. pág. 58;
9
Ibid. pág. 59;
10
Ibid.
11
Ibid.;
12
Ibid. pág. 60/1;
13
Ibid. pág. 64;
14
Ibid. pág. 65;
15
Ibid. pág. 67;
16
Ibid.
17
Ibid. pág. 68;
18
Ibid. pág. 70;
19
Ibid.
20
Ibid. pág. 69;
21
Ibid.
22
Ibid. pág. 70;
23
Ibid. pág. 72;
36
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24
Ibid. pág. 73;
25
WATSON. T. Op. Cit. pág. 135/6
26
BOICE. J. M. Op. Cit. pág. 102;
Parte 3
O Homem
1 Criação
42
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3 Pacto de Obras
3.1 Pacto
Para alguns há um problema na aceitação da doutrina do pacto
visto que não é encontrado o termo no relato da criação.
Quanto a essa argumentação, já vimos que também não iremos
encontrar o termo trindade em nenhum lugar das Escrituras, porém,
não é o fato de não encontrar que poderia anular essa doutrina se ela
pode ser clara e logicamente deduzida dela.
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4 A Queda
Estado Estado de
Estado de Condenação
Intermediário
Pecado Eterna
dos Ímpios
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Lei de Deus
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Referências
1
HOEKEMA. A. Criados À Imagem de Deus, Ed. Cultura Cristã, 1999, Pág.
16;
2
ANGLADA. P. Imago Dei, Ed. Knox, pág. 24;
3
Ibid. pág. 26;
4
Ibid.
5
Ibid. pág. 34;
6
BAVINK. H. Dogmática Reformada, Vol. II, pág. 555;
7
Ibid. pág. 532;
8
Ibid. pág. 557/8;
9
VOS. G. Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamento, Ed. Cultura Cristã,
pág. 37;
10
DABNEY. R. L. Systematic Theology (Edinburgh e Carlisle, Pennsylvania:
The Banner of Truth Trust, 1985), pág. 302;
11
ANGLADA. Op. Cit. Pág. 78;
12
Ver, por exemplo, Berkhof, Teologia Sistemática, págs. 257/8; Vos,
Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamento, pág. 27/8;
13
ANGLADA. Op. Cit. pág. 81;
14
Op. Cit. pág. 91;
15
Op. Cit. pág. 93;
16
Op. Cit.
17
Op. Cit.
* Quem manipula uma marionete
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Parte 4
Nosso Salvador
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16; Apocalipse 1. 8; 22. 13; Mateus 18. 20; 28. 20; João 2. 24, 25;
21.17; Filipenses 3. 21; Hebreus 1. 10 – 12; 13. 8; Colossenses 1. 16;
Hebreus 1. 2 e 10; Lucas 10. 22; João 3. 35; 17. 2; Efésios 1. 22;
Mateus 9. 2 – 7; Marcos 2. 7 – 10; Mateus 25. 31 e 32; João 5. 19 –
29; Atos 10. 42; Hebreus1. 10 – 12; Apocalipse 21. 5; João 5. 22 e 23;
14. 1; I Coríntios 15. 19 e Mateus 28. 19.
Finalizo esse ponto asseverando a unipersonalidade de Cristo na
união de suas duas naturezas em uma pessoa, destacando que não há
mudança em sua natureza divina por causa de sua encarnação, pois, a
natureza divina não sofre, não muda e nem morre.
Berkhof salienta que o princípio de unidade do homem não está o
corpo, mas na alma. Assim como no Mediador, seu princípio de
unidade não está na natureza humana, mas na natureza divina. 4 E,
como a influência da alma sobre o corpo é um mistério, também o é a
relação das duas naturezas de Cristo e as influências que uma exerce
sobre a outra.
Tudo que acontece no corpo é atribuído a pessoa, então, tudo que
as duas naturezas de Cristo fazem também é atribuído à Sua Pessoa.
2.1. Profeta
O ofício profético de Cristo encontra sua primeira base nas
palavras de Deus a Moisés em Deuteronômio 18. 15:
“O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de
teus irmãos, como eu; a ele ouvireis”.
Em Isaías 9. 6, Cristo é chamado de Maravilhosos Conselheiro
denotativo que aponta sua faculdade de ensinar e aconselhar.
62
Catecúmenos
2.2. Rei
O reconhecimento de realeza de Cristo é vital para o próprio
progresso do evangelho, uma vez que sua mensagem pode ser
entendida como o anúncio da vitória de um rei que está a reivindicar o
seu despojo e a submissão de todos.
Essa era uma mensagem subversiva aos ouvidos dos imperadores
romanos, a ponto de perseguirem os cristãos, prendê-los e matá-los por
conta disto.
Uma das passagens mais significativas que podemos encontrar a
respeito do ofício real de Cristo está no Salmo 2. Não obstante,
também é possível encontrarmos claramente o Novo Testamento
dando destaque a este ofício na passagem da entrada triunfal de Jesus
em Jerusalém (Mateus 21. 1 – 11).
O apóstolo Paulo também confirma este ofício de Cristo de
maneira significativa quando escreve a sua primeira carta a Timóteo
dizendo para que os eu pupilo guardasse esse mandamento, sem
mácula, até a aparição do Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual a seu
63
Catecúmenos
2.3 Sacerdote
Jesus é identificado com o nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 2.
17).
Sendo assim, ele se identifica federativamente com aqueles aos
quais representa diante de Deus, estando ele a interceder por estes e a
fazer propiciação pelos seus pecados.
Em Cristo, essa função sacerdotal ou mediadora é satisfeita de
duas formas: primeiro, ao oferecer-se como sacrifício pelo pecado
(algo que os profetas do Antigo Testamento não poderiam fazer) e,
segundo, ao interceder por Seu povo no céu.7
Tudo isso indica a suficiência do sacrifício de Cristo realizado na
oferta de sua própria vida para expiação do pecado e para o
preenchimento das exigências penais da Lei de Deus por causa da
queda.
Os sacrifícios realizados pelos sacerdotes do antigo Israel eram
ineficientes para remir o pecado do povo e o próprio sacerdote
(Miqueias 6. 6 e 7; Hebreus 10. 4 - 7). Todavia, eles apontavam para o
caminho da salvação por meio do sacrifício de Cristo, como o cordeiro
de Deus (João 1. 29).
Quanto a Jesus, a Escritura nos afirma a sua falta de necessidade
expiatória por si mesmo, uma vez que não há pecado nele (Hebreus 7.
26 e 27). Além do mais, os sacrifícios do antigo Israel tinham a
necessidade de serem realizados diariamente, quanto ao sacrifício de
64
Catecúmenos
Cristo, este foi realizado de uma vez por todas, pois, é um sacrifício
eterno e completo (Hebreus 10. 12 -14).
Neste sentido, como nosso Sumo Sacerdote Jesus é nosso
Mediador e advogado, estando a destra de Deus intercede pela sua
igreja em todas as áreas, de forma que, nossas orações são recebidas e
ouvidas por Deus somente em seu Nome.
65
Catecúmenos
Aquilo que para nós se trata de uma grandiosa benção, para Cristo
foi a humilhação de se rebaixar as limitações da sua criatura.
Além do mais, ele se esvaziou de alguns de seus atributos a fim se
submeter a vida humana tendo necessidades e limitações físicas, bem
como percepções e sentimentos humanos.
Ele sentiu dor, sofreu, chorou, sentiu fome, frio, calor, luto,
passou por rejeição, vergonha, acusações das mais variadas; foi
agredido moral e fisicamente, desacreditado por muitos e por algum de
seus discípulos, traído por judas, julgado e sentenciado por Roma,
pelos fariseus e pelo povo, por fim foi morto entre “dois malfeitores”
da forma que só os cruéis e perigosos criminosos morriam: em morte
de cruz.
Em sua humilhação ele também foi obediente em tudo, se
submetendo a todas as exigências da Lei, a ponto de dizer que não
veio para revogá-la, e sim, para cumpri-la (Mateus 5. 17).
Sua obediência é vista como ativa, pois, de maneira positiva ele
cumpriu eficazmente todas as exigências da Lei de Deus. E, também é
vista como uma obediência passiva, em ter suportado tudo aquilo que
estava reservado aos transgressores da Lei.
Por fim, ele foi o único ser totalmente abandonado por Deus, e,
conquanto tenha sido abandonado, nunca esqueceu quem realmente é
(Marcos 15. 34).
O texto de Isaías 53. 1 – 9 e Filipenses 2. 1 – 8 nos remetem a
todos esses fatos sobre a humilhação de Cristo.
66
Catecúmenos
4. Pacto da Graça
Na parte 3 estudamos o Pacto de Obras e seus elementos, o qual
foi estabelecido por Deus com Adão e envolvia um teste de
obediência.
Agora que aprendemos sobre a Pessoa do Senhor Jesus Cristo,
iremos estudar o Pacto da Graça.
Antes, é preciso afirmar que alguns estudiosos acabam
interpretando a maneira como Deus se relaciona com o homem a partir
de dispensações.
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69
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Referências
1
BERKHOF. L. Teologia Sistemática, Ed. Cultura Cristã, pág. 292;
2
Op. cit. pág. 293;
3
Op. cit. pág. 292;
4
Op. cit. pág. 298;
5
BOICE. J. M. Op. Cit. pág. 261;
6
Op. cit.
7
Op. Cit. 263;
70
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Parte 5
Nossa Salvação
1 Salvação
A salvação é um ato gracioso de Deus em favor do homem caído
e imerecedor. Ocorre que, a partir do estudo da religião podemos ver
que há muitas variações quanto a compreensão de como ela é e como
acontece.
Algumas variáveis tratam a salvação como um segundo projeto de
Deus após a queda de Adão. Outras, veem a salvação como um tipo de
processo no qual o homem tem uma parcela de participação em
conjunto com outra parcela divina.
Diante destas situações é extremamente vital para a boa
compreensão deste assunto que analisemos o que a Escritura afirma
sobre a salvação a partir daquilo que a teologia passou a apresentar
como “ordem da salvação”.
É importante iniciarmos esse estudo tratando sobre o responsável
em executar a ordem da salvação na vida dos homens: o Espírito
Santo. E, com isso, aproveitarmos, também, para tratar sobre a
71
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Catecúmenos
Nesta mesma esteira seguem aqueles que dizem não ser de bom
proveito ensiná-la a igreja, pois, muitos não suportaram o seu
conteúdo e em sua fraqueza poderão abandonar a fé.
Segundo, alguns seguimentos até que tratam sobre a doutrina da
eleição e da predestinação, só que o fazem dentro da perspectiva que
toma a presciência de Deus como fundamento para estas doutrinas.
Paralelamente a isto outros seguimentos entendem que a eleição
e a predestinação são aplicadas a Israel (também espiritual). Mas, essa
maneira é uma maneira incompleta de enxergar tais doutrinas.
Terceiro, é importante frisar que essas doutrinas não são para
serem usadas como objetos de nossa arrogância na pretensão de inflar
o ego humano. Calvino diz que “a predestinação não é celebrada
para que sejamos alçados a audácia e tentemos perscrutar por
nefária temeridade os inacessíveis segredos de Deus; antes, pelo
contrário, para que, humilhados e prostrados, aprendamos a tremer
ante seu juízo e a mirar-lhe a misericórdia”.1
Tendo então essas informações iniciais quanto aos temas
propostos, seguiremos ao conceito de Predestinação: “Chamamos
predestinação o eterno decreto de Deus pelo qual houve por bem
determinar o que acerca de cada homem quis que acontecesse. Pois
ele não quis criar a todos em igual condição; ao contrário,
preordenou a uns a vida eterna; a outros, a condenação eterna”.2
Diante deste conceito, é importante trazer à baila o assunto do
Decreto de Deus, aja vista que tanto a predestinação quanto a eleição
são produtos do Seu Decreto.
Neste sentido, vê-se que a predestinação é a determinação de
Deus em seu decreto eterno em preordenar uns a vida eterna e outros a
condenação.
Assim, não se pode confundir a eleição com a predestinação.
Pois, enquanto que a predestinação é preordenar uns a vida e outros a
condenação, a eleição é a escolha de Deus quanto a aqueles que ele
desejou incluir por meio da adoção em sua família e,
consequentemente, os salvará.
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2 A Ordem da Salvação
77
Catecúmenos
atos são realizados graciosa e ativamente por Deus sob a vida dos
homens.
Obviamente, há elementos que “necessitam” da participação
humana para que eles sejam realizados ou alcancem seu fim, contudo,
mesmo necessitando da participação humana a glória destas obras não
pertencem aos homens, mas sim, a Deus.
Nosso propósito é observar cada ato/elemento que compõem essa
cadeia de ações e juntos formam a ordem da salvação; conceituando-
os e descrevendo a relação existente entre cada um deles.
A princípio é importante ter em vista o que diz a CFW em seu
capítulo 3, §IV, nos esclarece bem sobre a ordem da criação a partir
dos decretos de Deus dizendo:
Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também,
pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos
os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos,
achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são
eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que
opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e
guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos
eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo,
eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.
A CFW ressalta que a salvação está inclusa nos atos eternos do
decreto divino e, para tanto, seu propósito engloba a preordenação dos
meios cabíveis para tal fim. Assim, todos os elementos presentes na
ordem da salvação foram, de antemão, decretados por Deus para a
eficaz salvação dos eleitos.
Então, segundo o texto de Romanos 8. 29 e 30, temos uma noção
de alguns elementos que estão envolvidos na “ordo salutis” (ordem da
salvação em latim): chamado divino (ou vocação eficaz), justificação e
glorificação.
Além destes elementos mencionados no texto de Romanos, há
outros elementos quanto a ordem da salvação presentes em toda a
Escritura, os quais também são reconhecidos pela CFW, tais como: a
78
Catecúmenos
2.1 Justificação
se firmam nele pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom
de Deus.
É interessante que ela se preocupa, primeiramente, em nos
distanciar do erro de entender que a justificação seja a infusão de
justiça da parte de Deus ao homem e esclarece que se trata do perdão
dos pecados e aceitação do homem como justo, tendo em consideração
a obra expiatória de Seu Filho.
Ela também esclarece que a justificação não tem como motivação
a fé ou a obediência do homem, mas, a obediência e satisfação de
Cristo, por meio da fé, como um presente de Deus aos eleitos (Atos
13. 39; Romanos 3. 21 - 5. 2; Gálatas 2. 15 – 21; 3. 11; ).
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2.2 Adoção
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Romanos 8
Verso Natureza Carnal Natureza Espiritual
s
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2.6.1 Arrependimento
Apesar de ser um elemento negativo, o arrependimento é um
elemento que é somente encontrado naqueles que nasceram de novo.
Algo que se aproxima do arrependimento é o sentimento do
remorso. Porém, ainda que ambos sejam parecidos, na verdade, são
distintos.
Uma pessoa que possui remorso demonstra insatisfação sobre um
acontecimento do qual é responsável. Até mesmo, pode ser envolvida
por uma profunda tristeza a ponto de demonstrar sua incapacidade de
suportar conviver com o fato. Ou seja, pode chegar as vias do suicídio.
Já com o arrependimento é diferente! Embora ele seja um
elemento negativo, o arrependimento tem o condão de encaminhar a
pessoa à vida.
Na verdade, o arrependimento se configura em um
reconhecimento profundo de seu demérito diante da graça irresistível
que opera no coração do arrependido. Esse reconhecimento provoca
uma tristeza pelos pecados e pela forma de vida vivida até aquele
momento.
O texto que expressa claramente a distinção entre o remorso e o
arrependimento, assim como define muito bem a natureza do
arrependimento está em II Coríntios 7. 9 – 11:
“Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque
fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados
segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis.
Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a
salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo
produz morte. Porque quanto cuidado não produziu isto mesmo em
vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que
indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vindita! Em
tudo destes prova de estardes inocentes neste assunto”.
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Catecúmenos
2.6.2 A Fé
A fé e o arrependimento fazem parte daquilo que é visto como
conversão.
A conversão é explicada facilmente a partir de sua etimologia
(significado do termo a partir da formação da palavra). Na Bíblia o
termo utilizado para se referir a conversão vem do grego: “metanoia”.
E, significa: mudança de trajetória. É como se alguém estivesse a
caminhar retamente para a beira de um abismo, e, no meio do trajeto,
houvesse algo que interferisse nesta trajetória a ponto de fazer a pessoa
dar meia volta e passar a caminhar no sentido contrário livrando-a da
morte.
Fé é um elemento ao qual todos os homens possuem. Isso não
quer dizer que a fé de um indígena da época de Pedro Álvares Cabral,
na descoberta do Brasil, seja a mesma fé que teve Abraão quando
Deus se revelou para ele.
Observe que todos os homens possuem um tipo de fé que os
fazem ser o que são e fazer o que acreditam como propósito.
Desta forma, podemos dizer que todos os homens possuem um
tipo de fé que os move e qualifica. E, que do menor e menos
importante ato até o ato mais importante é necessário que o homem
tenha fé. Mesmo que alguém acredite que religião e ciência, por
exemplo, “não se misturam”.
A fé é algo presente desde os primórdios.
A própria Escritura diz, em Hebreus 11. 6a: “Ora, sem fé é
impossível agradar a Deus [...]”.
Então, para se agradar a Deus é necessário ter fé. Mas, que tipo de
fé?
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2.7 Santificação
2.7.1 Santificação
Thomas Watson diz que a santificação “é um princípio da obra da
graça salvadora pela qual o coração se toma santo e é feito segundo o
coração de Deus”.14
Observe que Watson trata a santificação com uma profundida
maior do que meramente realizar boas obras. Ele trata a santificação a
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2.8 Glorificação
Por sua vez, ele não está sozinho, mas, envolve outros eventos dos
quais ele é dependente e que são caros a fé cristã.
Há também alguns assuntos que orbitam na atmosfera deste
elemento, tais como: o estado intermediário, o julgamento final, a
restauração de todas, a vida no porvir e etc., porém, não temos como
tratar sobre todos eles agora.
Assim, nossa atenção repousará apenas em vermos como a bíblia
nos apresenta a glorificação.
2.8.1 Transformação
Quando se fala a respeito da glorificação estamos falando sobre o
último estágio da santificação do crente - o qual teve seu início na
regeneração, com a transformação interior do regenerado, a partir da
geração de uma nova vida - e terá sua conclusão com a transformação
do seu corpo. Assim, concluindo-se a obra de Deus na salvação do
eleito por inteiro: corpo, alma e espírito (1 Tessalonicenses 5. 23)
Tal evento depende diretamente de outro evento maior inserido na
história da redenção: a Parousia ou 2ª vinda de Cristo (Filipenses 1.
6).
Neste evento, haverá uma ação que será realizada pelo próprio
Cristo, a qual a Escritura chama de Arrebatamento e consiste em levar
para Si os que foram ressuscitados e os que estão vivos transformando
todos eles (I Tessalonicenses 4. 17).
Obviamente que, aqueles que estão mortos e não são de Cristo
também serão ressuscitados, porém, serão levados para passarem pelo
julgamento final.
Os anjos serão os responsáveis em fazer a remover os que são de
Cristo (Mateus 24. 31) e Cristo irá separar e julgar os que não são dEle
(Mateus 25. 31 - 34).
Acho que você observou que a Escritura usa vários termos
diferentes para denominar a glorificação: ressurreição, transformação
109
Catecúmenos
110
Catecúmenos
Referências
1
CALVINO. J. Institutas da Religião Cristã, 3. XXIII. xii., pág. 420;
2
Ibid. 3. XXIII. v., pág. 388;
3
Ibid. 3. XXI. vii, pág. 391;
4
KISTEMAKER. S. Comentário do Novo Testamento, pág. 132;
5
Ibid.;
6
Ibid.;
7
WATSON, T. A Fé Cristã – Estudos no Breve Catecismo de Westminster,
pág. 269;
8
MURRAY, J. Redenção Consumada e Aplicada, Ed. Cultura Cristã, pág. 85;
9
Ibid.;
10
BOICE. M. Fundamentos da Fé Cristã – Um Manual de Teologia ao
Alcance de Todos, Ed. Central Gospel, pág. 351;
11
Para melhor compreensão sobre o Pelagianismo e Arminianismo leia:
www.monergismo.com/textos/arminianismo/pelagianismo.htm e
www.monergi
smo.com/textos/arminianismo/fe_reformada_arminianismo1_murray.htm
12
WATSON, T. Op. Cit. P. 251;
13
Ibid. p. 252;
14
Ibid. p. 278;
111
Catecúmenos
Parte 6
Igreja
É neste texto que a palavra Igreja aparece pela primeira vez nas
Escrituras. Porém, isto não quer dizer que a igreja passou a existir a
partir deste momento. Pelo contrário, mesmo que não encontremos a
palavra igreja no Antigo Testamento seus aspectos conceituais estão
presentes no antigo Israel.
Além disto, a palavra igreja tem sua origem na palavra sinagoga –
local criado pelo povo de Israel, durante o período de exílio
112
Catecúmenos
113
Catecúmenos
Logo, é preciso entender que ser católico não tem a ver com ser
da igreja católica romana - a própria CFW, na mesma sessão, cuida
em explicar isto – mas, tem a ver com o aspecto de a igreja ser
universal, ou seja, ser composta por pessoas de todas as
nacionalidades e estar “presente” e poder ser encontrada em qualquer
lugar do mundo.
Em seguida, a CFW apresenta a expressão invisível; com isso,
refere-se ao aspecto transcendental e espiritual encontrado no fato de
a mesma ter um número exato de participantes, o qual não está
limitado ao tempo, lugar e condições em que estes estejam
submetidos, mas, unicamente, ao fato de estarem ligados a Cristo,
como seu Cabeça e, consequentemente, uns aos outros, como seu
Corpo.
São justamente estas coisas que conferem a igreja esse caráter de
invisibilidade. Do qual, se destaca na verdade de que só Deus
conhece o total de todos os que compõem sua igreja. E, quanto a nós,
por enquanto, conhecemos apenas uma parte desta igreja, situada em
um determinado tempo e lugar.
Esse caráter invisível presente na igreja destaca algo sumamente
importante para os crentes e que está intimamente ligado com o
último ato encontrado na ordem da salvação, que é a glorificação,
pois, é neste ato que a igreja invisível será reunida numa assembleia
na presença de Deus.
A CFW usa as expressões “ela é a esposa, o corpo, a plenitude
daquele que cumpre tudo em todas as coisas” para nos remeter a este
momento.
Em Colossenses 1. 18 esse ensino é exposto com clareza, veja:
Ele é o cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito
de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia.
A Escritura se utiliza de algo extremamente prático para explicar
a natureza desta comunhão entre Cristo e a sua igreja quando usa
como tipo o relacionamento marital presente no casamento. Isto
114
Catecúmenos
115
Catecúmenos
Igreja Invisível
Igreja Visível
Passado Presente
Futuro
117
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118
Catecúmenos
2. As Marcas da Igreja
As marcas da igreja é um conceito provenientes de ponderações
que foram feitas a partir do advento da reforma protestante.
São diretrizes basilares pelas quais se verifica a genuinidade de
uma igreja. Ou seja, caso essas marcas forem encontradas em
determinada igreja, isto significa que esta igreja se trata de uma
verdadeira igreja de Cristo.
São as marcas de uma igreja de Cristo:
a. Pregação Fiel da Palavra
b. Administração dos Sacramentos
c. Disciplina Eclesiástica
Ela tem a ver com o fato de Deus ser fiel em sua palavra, tanto na
exposição da mesma como no seu cumprimento. É só verificarmos que
desde os tempos antigos o Senhor usou profetas como instrumentos
para tornar conhecida a sua vontade. E o que Ele requeria do profeta
era apenas que fosse fiel na exposição da mesma, sendo contra aqueles
que eram falsos quanto a pregação da mesma (Isaías 44. 24 – 25;
Jeremias 23)
É importante que tenhamos em vista que a Pregação Fiel da
Palavra como marca da igreja não está vinculada meramente em
encontrarmos fidelidade na exposição que o pregador/pastor faz da
bíblia dominicalmente. Mas, também está no fato de que tudo aquilo
que a igreja faz como igreja de Cristo necessita estar baseado e
amparado pela autêntica e fiel interpretação do texto bíblico. De modo
que, se a igreja se reuni, de forma pública, para cultuar ao Senhor em
determinado dia da semana, o faz porque encontra amparo nas
Escrituras. Se a igreja faz orações de adoração, de gratidão e de
petições a Deus, por meio do nome de Jesus Cristo, durante suas
reuniões, o faz porque encontra base nas Escrituras para isto. Se a
igreja faz recolhimentos de ofertas durante o culto, também o faz
porque há nas Escrituras um posicionamento favorável para tal
questão. E, assim, por diante com relação a todas as coisas que a igreja
deve fazer é necessário que ela esteja certa quanto ao suporte Fiel das
Escrituras sobre aquilo que ela pretende fazer ou faz.
Sobretudo, é importante ressaltar que, a pregação fiel da palavra
estará visível quando a pregação é feita de forma cristocêntrica e que
expõem o real conteúdo daquilo que está nas Escrituras, levando os
ouvintes a terem diante de si o evangelho.
122
Catecúmenos
10 Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes
parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim
de sermos participantes da sua santidade.
11 Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo
de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto
pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.
12 Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos;
13 e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o
que é manco; antes, seja curado.
Os mal-intencionados e aqueles que são avessos a qualquer tipo
de controle na igreja julgaram com desprezo a questão da disciplina
eclesiástica e dirão que ela é algo que deveria ficar na idade-média.
Porém, aqueles que temem, por meio da Escritura, sabem que
Deus não toma o culpado por inocente, não se deixa escarnecer, abate
ou resiste ao soberbo e permite-nos julgar não segundo a aparência,
mas, segundo a reta justiça (Êxodo 34. 7; Números 14. 18; Gálatas 6.
7; Isaías 2. 12; Tiago 4. 6 e João 7. 24).
3. Tipos de Governo
Quando ouvimos falar que há na igreja um governo, logo
podemos confundir com a ideia - pouco aceita por muitos - quanto a
mistura entre política e religião.
A coisa não funciona bem assim. Mas, é preciso esclarecer que o
homem é um ser político, e a política diz respeito ao bem-estar das
pessoas enquanto seres sociais e relacionais.
Sendo assim, não se pode anular o fato de que a igreja foi inserida
por Deus dentro deste ambiente. Por isso, inevitavelmente, terá e será
conduzida por regras e por uma forma de se tomar decisões.
Ela precisará ser administrada e, para tanto, tendo Cristo como
seu cabeça, outorgou aos seus discípulos o poder da chave do reino
(Mateus 16 e 18).
123
Catecúmenos
3.1. Episcopado
O episcopado ou prelado, é a forma de governo de um homem só.
A igreja tem em seu governo um único representante, o qual está
acima de qualquer outro oficial.
Na ICAR, a forma de governo adotada é o episcopado e se dá a
partir do reconhecimento do papa como o sucessor do apóstolo Pedro.
Mesmo que existam outros oficiais - e que estes tenham escolhido
por meio de eleição o papa -, estes estão debaixo do seu governo.
Por outro lado, há igreja protestantes, como é o caso da igreja
Episcopal Anglicana, que também usam essa forma de governo, por
entender que Deus escolheu apenas uma pessoa para responder pelo
seu rebanho.
Esse entendimento é proveniente do conteúdo vetero-
testamentário que apontam a escolha de Deus em relação aos reis de
124
Catecúmenos
3.2. Congregacionalismo
Esta forma de governo, como o nome já diz, é encontrada nas
igrejas congregacionais e, até mesmo, em algumas igrejas batistas.
Ela se difere da forma de governo Episcopal da seguinte maneira:
Não é apenas um que exerce o poder da igreja, e sim, todos. Isso se dá
por meio de assemblei geral onde todos os membros possuem o direito
e o dever de votarem sobre a pauta estabelecida.
Por outro lado, no Congregacionalismo o pastor não está sozinho
e nem está acima dos demais oficiais no quesito da administração da
igreja. Estes tem o mesmo poder e suas funções são de assistência e
fiscalização.
Por outro lado, o pastor tem a responsabilidade de doutrinar,
pastorear e cuidar do rebanho em conjunto com os presbíteros da
igreja.
125
Catecúmenos
3.3. Presbiterianismo
Como o próprio nome impõem, essa forma de governo é achada
nas igrejas presbiterianas e tem muitas diferenças entre as demais.
Primeiramente, pode ser visto que no presbiterianismo há a
presença de 6 princípios basilares quanto a forma de governo da igreja:
1. Eleição dos oficiais pelo povo (Atos 6);
2. Pluralidade de Presbíteros (Atos 20. 17);
3. Isonomia entre seus oficiais (Gálatas 2. 14);
4. A presença de Presbitérios (I Timóteo 4. 14; 5. 22);
5. A possibilidade de recorrer a instância superior (Atos 15);
6. O governo da igreja não está debaixo de um poder temporal
(Atos 5. 29).
Esses princípios são extremamente importantes para a
manutenção e preservação da representatividade de Cristo por meio de
sua igreja.
Caso um destes princípios não sejam observados, vê-se que
biblicamente, a igreja terá suprimida seus direitos ou deveres para com
o reino de Deus pelo comprometido do governo e das qualidades da
igreja como coluna e baluarte da verdade e a casa e família de Deus.
126
Catecúmenos
Referências
1
BANNERMAN. J. A Igreja de Cristo: Um Tratado Sobre a Natureza,
Poderes, Ordenanças, Disciplina e Governo da Igreja Cristã, Vol. 1 e 2, PE:
Ed. Os Puritanos, 2014, pág. 28;
127
Catecúmenos
Parte 7
Sacramentos
129
Catecúmenos
1. Batismo
O batismo é uma forma de iniciação que já era presente em outras
religiões e antes mesmo de Jesus ter instituído.
A própria Escritura fala do profeta João como sendo o Batista, ou
seja, alguém que batizava pessoas (Mateus 3. 1 – 6).
Seu batismo já estava eivado de motivos os quais, a frente, são
repetidos por Jesus na sua pregação (Mateus 3. 11 cc 4. 17 e Marcos 1.
4).
Então, é claro para nós que o elemento do batismo tem a ver com
o significado de purificação e lavagem de pecados.
Seu elemento é a água que é conhecida como o solúvel universal.
É interessante ressaltar que embora Jesus tenha sido batizado por
João Batista, e o batismo de João fosse para arrependimento de
pecados, quanto a Jesus, esse motivo não se aplicou. De fato, o motivo
para o batismo de Jesus e sua apresentação como o Ungido de Deus
em Mateus 3. 13 – 17:
13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a
fim de que João o batizasse.
14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado
por ti, e tu vens a mim?
15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim,
nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.
16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os
céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo
sobre ele.
17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo.
Obviamente, isso ocorre porque Jesus não pecou em momento
algum, então, ele não tinha do que se arrepender e nem do que ser
perdoado, uma vez que nasceu sem pecado e nunca pecou. O seu
batismo apresenta-se como o sinal visível da sua real Filiação com
Deus. Ele é o Unigênito Filho em que Deus se compraze.
130
Catecúmenos
1.2 Profissão de Fé
Bannerman afirma que cerimônia do batismo indica que são
necessários um conhecimento e uma profissão de fé em Cristo como
pré-requisitos ao batismo.¹
131
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2. Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor é o segundo sacramento que foi ordenado pelo
Senhor Jesus Cristo antes de sua morte e que deve ser observado por
sua igreja.
Houve muita controvérsia quanto aos aspectos característicos
presentes neste sacramento, principalmente, em relação ao tipo da
presença de Cristo nos elementos.
Por sinal, há um feriado nacional que é proveniente de um evento
envolvendo este sacramento, o dia de corpus christi. Não há ordenança
bíblica para este feriado, mas, a tradição católica romana o instituiu
por meio do papa Urbano IV, o qual foi convencido por uma freira que
afirmou ter tido uma visão do Senhor ordenando que houvesse
celebrações voltadas a Eucaristia (Ceia do Senhor). O papa não ouviu,
mas, dias depois um suposto milagre que envolveu o sangramento da
hóstia usada na missa da eucaristia fez com que o Papa mudasse de
ideia e ordenasse as celebrações com procissão.
Agora, observe que há ordenança da parte do Senhor para a
realização deste sacramento pela sua igreja.
Vemos o próprio Cristo em declarações contundentes, afirmando
que “aquele que comer da (sua) minha carne e beber do (seu) meu
sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6.
54)
De fato, Jesus chocou os seus ouvintes com essa e outras
afirmações semelhantes, mas, com ela ficou claro que o
136
Catecúmenos
137
Catecúmenos
Referências
1
BANNERMAN. J. A Igreja de Cristo – Um Tratado Sobre A Natureza,
Poderes, Ordenanças, Disciplina e Governo da Igreja Cristã, PE: Ed. Os
Puritanos, 2014, Vol. I e II, pág. 535;
² Ibid. págs. 530 – 561;
139
Catecúmenos
Parte 8
Igreja Reformada
“Igreja
reformada,
sempre
reformando”
do século XVI e dos homens que foram levantados por Deus para que
houvesse luz após as trevas (Post tenebras lux).
1. A Reforma e Os Reformadores
A reforma do século XVI é um evento importante não apenas
para a igreja do Senhor, mas, para todo o mundo.
A ICAR era reconhecida como a verdadeira igreja do Senhor
Jesus. Contudo, as práticas das altas cúpulas estavam associadas com
interferência estatal e corrupção espiritual.
Pecados eram perdoados por meio de cartas escritas pelo Papa em
troca de dinheiro para construção da Basílica de S. Pedro, em Roma.
Pregadores comissionados pelo Papa iam de cidade em cidade, de
vilarejo em vilarejo, pregarem a remissão de pecados dos vivos e até
dos mortos assim que o tilintar da moeda fosse ouvido no fundo do
gazofilácio.
Um dos nomes mais conhecidos e importantes para a reforma
protestante é o de Martinho Lutero.
a. Martinho Lutero (1483 – 1546) – Ele foi um monge alemão
que possuía uma crise de consciência enorme quanto a sua
condição de pecador e o seu sentimento de culpa.
Para entender melhor o que ocorria com ele, seu mentor o
enviou para a fonte (para Roma).
Ao chegar em Roma, Lutero se deparou com corrupção e
imoralidade.
Os clérigos se prostituíam, o povo estava seduzido pelas bênçãos
das indulgências e sua crise apenas se agravou. Mas, ele havia sido
enviado para lá afim de estudar as Escrituras, e foi o que fez até se
tornar o professor da cadeira mais importante da universidade de
Wittemberg, na Alemanha.
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2. As Doutrinas da Graça
A Teologia Reformada enfatiza as doutrinas da Graça. Ás vezes,
estas doutrinas são resumidas em inglês pelo uso de acróstico
T.U.L.I.P. (em Português seria D.E.E.G.P.):
a. Total depravity = Depravação total
b. Unconditional election = Eleição incondicional
c. Limited atonement = Expiação limitada
d. Irresistible grace = Graça irresistível
e. Perseverance of the saints = Perseverança dos santos
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3. Os 5 Solas
Durante muito, os primeiros cristãos foram perseguidos e até
mortos por causa de Cristo. A situação mudou quando o imperador
romano Constantino, 313 d.C., institui uma série de benefícios ao
Cristianismo, tais como: isenção de impostos, terras, pagamento dos
bispos e ajuda na construção de templos. Poder e dinheiro passaram a
influenciar a vida da Igreja, que, em 392 d.C., se fundiu com o Estado,
tornando-se a mesma coisa.
Com isso, muitos passaram a fazer parte da “nova religião”, não
por convicção e fé, mas por favores e benefícios. Aquela vida
comunitária, aquele amor cristão, o partir o pão de casa em casa e o
socorrer aos necessitados viraram práticas do passado. O Cristianismo
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4. Confessionalidade
Confessionalidade é um termo que se refere a possuir uma
confissão, seja ela declarada ou privada, daquilo se crê como dogmas
básicos ou primários da fé.
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Parte 9
IPB
1. Breve Histórico
O nome da igreja se dá pelo seu sistema de governo.
Diferentemente das igrejas episcopais, que são governadas por um
bispo, a igreja presbiteriana é governada por um colegiado de
presbíteros. Por isso, é chamada de igreja presbiteriana.
O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do
pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-
1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton estudou
no Colégio de Nova Jersey (a futura Universidade de Princeton) e
inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Alcançado por um
reavivamento em 1855, fez sua profissão de fé e pouco depois
ingressou no Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu
professor, o conhecido teólogo Charles Hodge, levou-o a considerar o
trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se
perante a Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos
Estados Unidos, citando o Brasil como o campo de sua preferência.
Dois meses após sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao
Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.
Início (1860-1869)
Em 22 de abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em
português. Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros membros, sendo
fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em
que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o
primeiro jornal evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou
o primeiro presbitério (1865) e organizou um seminário (1867). O
Rev. Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em
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1867 (sua esposa, Helen Murdoch Simonton, havia falecido três anos
antes).
Os principais colaboradores do pioneiro nesse período foram seu
cunhado Alexander L. Blackford, que em 1865 organizou as igrejas de
São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider, que trabalhou entre os
imigrantes alemães em Rio Claro, lecionou no seminário do Rio e foi
missionário na Bahia; e George W. Chamberlain, grande evangelista e
operoso pastor da Igreja de São Paulo. Os quatro únicos estudantes do
"seminário primitivo" foram também grandes obreiros: Antônio
Bandeira Trajano, Miguel Gonçalves Torres, Modesto Perestrello
Barros de Carvalhosa e Antônio Pedro de Cerqueira Leite.
Outras igrejas organizadas no primeiro decênio foram as de
Lorena, Borda da Mata (Pouso Alegre) e Sorocaba. O homem que
mais contribuiu para a criação dessas e outras igrejas foi o Rev. José
Manoel da Conceição (1822-1873), um ex-sacerdote que se tornou o
primeiro brasileiro a ser ordenado ministro do evangelho (1865). Ele
visitou incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São
Paulo, Vale do Paraíba e sul de Minas, pregando o evangelho da graça.
Consolidação (1869-1888)
Simonton e seus companheiros eram todos da Igreja Presbiteriana
do Norte dos Estados Unidos (POUSA). Em 1869 chegaram os
primeiros missionários da Igreja do Sul (PCUS): George Nash Montou
e Edward Lane. Eles se fixaram em Campinas, região onde havia
muitas famílias norte-americanas que vieram para o Brasil após a
Guerra Civil no seu país (18611865).
Em 1870, Morton e Lane fundaram a igreja de Campinas e em
1873 o famoso, porém efémero, Colégio Internacional. Os
missionários da PCUS evangelizaram a região da Mogiana, o oeste de
Minas, o Triângulo Mineiro e o sul de Goiás. O pioneiro em várias
dessas regiões foi o incansável Rev. John Boyle.
Os obreiros da PCUS também foram os pioneiros Amazônia). Os
principais foram John Rockwel] Smith, fundador da igreja do Recife
(1878); DeLacey Wardlaw, pioneiro em Fortaleza; e o Dr. George W.
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2. Símbolos de Fé
A Igreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposição das
doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo
Maior e o Catecismo Menor ou Breve Catecismo. Nossa única norma
de fé e conduta é a Bíblia Sagrada. Todavia, em virtude de a Bíblia
não apresentar as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão de
Fé e os Catecismos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas
na Escritura.
A Confissão de Fé e os Catecismos são conhecidos,
historicamente, como Símbolos de Westminster. Eles foram
elaborados pela Assembléia de Westminster (1643-1648), convocaria
pelo Parlamento inglês para elaborar novos padrões doutrinários,
litúrgicos e administrativos para a Igreja da Inglaterra. Para se
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3. Manual Presbiteriano
Em 1924, foram aprovadas pequenas modificações no antigo
Livro de Ordem adotado quando da criação do Sínodo (1888). Em
1937, entrou em vigor a nova Constituição da Igreja (os independentes
haviam aprovado a sua três anos antes), sendo criado o Supremo
Concilio. Houve protestos do Norte contra alguns pontos: diaconato
para ambos os sexos, o termo “confirmação” em vez de “profissão de
fé” e o nome “Igreja Cristã Presbiteriana”.
Em 1950, foi solenemente promulgada uma nova Constituição e
no ano seguinte o Código de Disciplina e os Princípios de Liturgia.
Assim, o chamado Manual Presbiteriano foi formado e, com o passar
dos anos, passou a ser atualizado com a chegada de Estatutos e
Regimentos Internos em seu corpo.
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Art. 8º. Não haverá pena, sem que haja sentença eclesiástica,
proferida por um concílio competente, após processo
regular.
Art. 16. Nenhuma sentença será proferida sem que tenha sido
assegurado ao acusado o direito de defender-se.
Agora, para ser admitido ou mesmo readmitido como membro e
desfrutar dos direito e deveres é preciso observar o que está prescrito
no art. 16 da CI-IPB:
Art. 16. A admissão aos privilégios e direitos de membro comungante
da Igreja dar-se-á por:
a) profissão de fé dos que tiverem sido batizados na infância;
b) profissão de fé e batismo;
c) carta de transferência de Igreja evangélica;
d) jurisdição a pedido sobre os que vierem de outra
comunidade evangélica;
e) jurisdição ex-offício sobre membros de comunidade
presbiteriana, após um ano de residência nos limites da
Igreja;
f) restauração dos que tiverem sido afastados ou excluídos dos
privilégios e direitos da igreja;
g) designação do Presbitério nos casos do§ 1º do Art 48.
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4. Sociedades Internas
A Igreja Presbiteriana do Brasil, desde sua formação, tem
organizado o trabalho de suas atividades através das Sociedade
Internas.
São elas organizações internas as igrejas, formadas por pessoas de
gênero, idade e afinidades comuns, com a intenção de desenvolver
atividades e cooperar com a obra do Senhor.
Elas têm governo a partir de uma diretoria eleita pelos sócios e
que responde diretamente ao Conselho da igreja a qual a Sociedade é
vinculada.
Também são regidas pelo GTSI (Guia de Trabalho das
Sociedades Internas), que determina a sua formação da diretoria,
realização de eleições e reuniões ordinárias, direitos e deveres dos
sócios(as), tipos de secretarias e atividades a serem desenvolvidas.
O GTSI reconhece as seguintes Sociedades Internas, conforme
seu art. 1º e seu parágrafo único:
Art. 1º. A UPH (União Presbiteriana de Homens); a SAF (Sociedade
Auxiliadora Feminina); a UMP (União de Mocidade
Presbiteriana); a UPA (União Presbiteriana de Adolescentes)
e a UCP (União de Crianças Presbiterianas) são Sociedades
Internas da Igreja Presbiteriana do Brasil, e verdadeiras
forças de integração que congregam seus sócios sob o critério
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