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Desinteresse das alunas nas aulas práticas de educação física no ensino

médio
Girl’s disinterest in the practical classes of physical education in high school

RESUMO
Objetivou-se analisar os motivos que levam as alunas do ensino médio de uma escola pública
de Coração de Jesus-MG a não participarem das aulas práticas de Educação Física.
Estudo qualitativo, realizado com alunas do ensino médio de uma escola da rede pública
estadual do município de Coração de Jesus- MG. Foram utilizadas entrevistas
semiestruturadas. Em seguida realizaram-se técnicas de leitura para análise e agrupamento de
informações relevantes, por meio da análise de conteúdo por categorias. Percebe-se que os
motivos para a não participação das aulas práticas de Educação Física estão relacionados à
falta de oportunidade dadas à elas e as desigualdades de gênero.
Palavras- Chave: Educação Física; Desinteresse; Desigualdades de gênero; Ensino Médio.

ABSTRACT
The objective was to analyze the reasons that lead high school students from a public school
in Coração de Jesus-MG not to participate in practical Physical Education classes. Qualitative
study, carried out with high school students from a state public school in the city of Coração
de Jesus-MG. Semi-structured interviews were used. Then, reading techniques were
performed for analysis and grouping of relevant information, through content analysis by
categories. It is noticed that the reasons for not participating in practical Physical Education
classes are related to the lack of opportunity given to them.
Keywords: Physical Education; Motivation; High School.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos a Educação Física Escolar (EFE) passou por diversas
transformações, ressignificando o campo da educação do país (SILVA, 2017). Com o passar
do tempo e as diversas transformações ocorridas nos contextos políticos, econômicos e sociais
no Brasil, a partir dos anos 80 houve o surgimento de novas correntes pedagógicas dando
novos rumos para a Educação Física de modo geral, em especial no contexto escolar. Dessa
maneira, houve o aprimoramento das estratégias de ensino, além das abordagens ensinadas
tendo como base a Psicomotricidade, Saúde Renovada, Parâmetros Curriculares Nacionais,
dentre outras tendências que surgiram a fim de melhorar a concepção de Educação Física
(DARIDO et al., 2010).
Analisando então o cenário escolar, o Ensino Médio é uma fase em que os alunos
apresentam maior grau de criticidade e responsabilidade e, assim, expõem mais suas opiniões
e ideias sobre as diferentes situações e fatos, o que inclui as aulas ofertadas e seus conteúdos
propostos. Diante de tal fato, a EFE enquanto componente curricular da educação básica,
enfrenta desafios para ter seu reconhecimento por parte dos discentes e também de outras
disciplinas. É fato que essa disciplina não tem sido vista com a medida da sua importância e
que o interesse pela mesma nesse nível de ensino diminui acentuadamente, sendo perceptível
o afastamento dos adolescentes nas aulas ministradas (ANISZEWSKI et al.,2019).
De acordo com Bento et al. (2017), os aspectos motivacionais que levam a adesão dos
escolares para a participação nas aulas de Educação Física devem ser considerados levando
como pressuposto os diferentes tipos e domínio, os quais envolvem a valorização a diversos
aspectos, como o apoio, amizades, competição, saúde, estética, recreação, lazer dentre outros,
que variam de acordo com as técnicas e abordagens utilizadas durante as aulas.
Ademais, a respeito desse assunto, Pizzarollo, Fernandes e Rosa et al. (2018)
complementa que o estudante motivado tende a apresentar interesse durante o processo de
ensino e aprendizagem, o que o faz se envolver em desafios e tarefas durante determinado
tempo. Alves et al. (2016) em seus estudos afirmam que saber os reais motivos que conduz
um indivíduo a executar determinadas tarefas, é um fator relevante para proporcionar ao
professor subsídios para elaborar aulas voltadas aos interesses dos alunos.
Quando analisado por gênero, por diferentes razões, há um maior desinteresse
relacionado as alunas. Isto posto, essas adolescentes têm deixado de participar da EFE no
ensino médio, o que denota impactos negativos, visto que essa atividade poderia contribuir
positivamente para a formação humana, social e política, bem como para a qualidade de vida,
ainda mais nessa fase da escolarização, onde as pressões para o futuro profissional e ingresso
em Instituições de Ensino Superior aumentam (LAFETÁ et al., 2017).
Sob esse ponto de vista, de acordo com Oliveira (2017) é necessário investigar as
causas que levam os alunos a participarem ou não das aulas de Educação Física, sendo porque
gostam dos conteúdos aplicados, ou participam somente para alcançar uma avaliação
adequada na disciplina. Além disso, Brito et al. (2017) enfatiza que as aulas de Educação
Física no ambiente escolar, serve para trabalhar a consciência corporal dos alunos, além de
coordenação, agilidade, interação social, além de muitos outros aspectos desenvolvidos
durantes as aulas dessa disciplina.
Segundo Malvar (2020) o ser humano apresenta influências por parte da comunidade
que restringem o seu comportamento a padrões considerados como “normais” para a
sociedade, como o modo de se vestir, falar, comportar e participar de certas atividades, e
quando as pessoas não se enquadram nestes modelos elas são marginalizadas e excluídas de
determinados grupos sociais. Esses estereótipos em sua maioria são atribuídos ao sexo, e
foram construídos ao longo da história com uma base machista, e a transmissão desses
preconceitos ao longo das gerações impacta até os dias atuais no modo de agir das pessoas,
definindo o ser masculino e o ser feminino, limitando as suas atividades ao seu sexo biológico
(GONÇALVES JUNIOR; RAMOS, 2005; MALVAR, 2020).
A introdução da Educação Física na Escola ocorreu de maneira oficial após a Reforma
Couto Ferraz no ano de 1851 (RAMOS, 1982 apud SOARES, 2012), e desde a sua inserção
diversos problemas foram desencadeados por parte das alunas e seus responsáveis, que
consideravam as atividades desenvolvidas durante as aulas como inadequadas, com isso
questões culturais ligadas a padronizações das atividades que cada gênero podia executar
acabaram marcando a EFE e perpetuando esses aspectos até o dia de hoje (MONTEIRO,
2017; NASCIMENTO et al., 2007).
O fator docente é outro ponto que provoca impacto na participação maciça de todos
durantes as aulas, pois ele é o autor do processo de ensino e aprendizagem, e quando este não
apresenta interesse algum de modificar tais aspectos então não ocorrerá a participação de
todos (RAPHAEL, 2005). Quando ocorre a divisão dos alunos em masculino e feminino por
parte do próprio docente responsável muito provavelmente não ocorrera mudanças, pois os
alunos não apresentam autonomia para modificar essas atitudes para que ocorra a participação
de todos durante as aulas (MALVAR, 2020)
Então dois pontos estão associados a redução da participação das mulheres nas aulas
de Educação Física, sendo um deles a herança social deixada pela comunidade que não aprova
a participação de pessoas do sexo feminino em algumas áreas esportivas, chegando ao ponto
de questionar a sua feminilidade, e a outra é a falta de incentivo por parte do próprio docente
em organizar as suas aulas a fim de promover a participação de todos.
Diante do exposto, considerando que a EFE deve assumir a inclusão do aluno de modo
integral e, diante da problemática acerca da possível falta de participação feminina nas aulas
de Educação Física escolar, este estudo tem por objetivo analisar os motivos que levam as
alunas do ensino médio de uma escola pública de Coração de Jesus-MG a não participarem
das aulas práticas de Educação Física.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Métodos

Trata-se de um estudo quanti-qualitativo, quer dizer, utilizou-se de argumentos e


informações que foram relevantes aos objetivos da investigação e ao objeto de estudo de tal
trabalho (TRIVINOS, 1987).
A população do estudo foi composta por alunas do Ensino Médio de uma escola da
rede pública estadual da cidade de Coração de Jesus – MG, no ano de 2021. Participaram da
pesquisa oito alunas pertencentes ao ensino médio da referida escola.
O levantamento das informações foi realizado através de entrevista semiestruturada
desenvolvida pelos pesquisadores envolvidos (TRIVINOS, 1987) aplicada à população
destinada. As entrevistas foram realizadas após a conclusão da revisão teórica e metodológica
da pesquisadora, assim como posterior aprovação desse projeto no Comitê de Ética da
Universidade Estadual de Montes Claros (CEP – UNIMONTES). Com essas etapas
concluídas, a pesquisadora buscou a instituição na qual pretendia realizar a pesquisa, e
solicitou autorização da direção para a realização da mesma após ter apresentado os termos e
ter coletado a assinatura do Termo de Consentimento da Instituição.
Devido ao contexto pandêmico do Coronavírus e consequente isolamento social, as
aulas estavam sendo realizadas de modo remoto. Desse modo, foi solicitado à coordenação
escolar o contato do representante de turma do ensino médio para posterior divulgação da
pesquisa. Em seguida, foi divulgado via aplicativo WhatsApp dos alunos o link com a
entrevista para ser preenchido pelas alunas em questão na plataforma Google Forms. Aquelas
que concordaram com a participação no estudo, leram e assinaram o Termo de Consentimento
também disponível na plataforma.
A entrevista semi-estruturada era composta por 22 questões, sendo essas de livre
resposta ou múltipla escolha, abordando fatores acerca da motivação e desmotivação para a
prática de Educação Física e os principais conteúdos relacionados a esse panorama.
Para a análise dos dados, as entrevistas semiestruturadas foram transcritas integralmente pela
pesquisadora responsável por este trabalho, a seguir, foi feita a leitura flutuante e depois a
exploração do material das entrevistas. Na sequência, foram analisadas através da análise de
categorias: “as categorias são empregadas para se estabelecer classificações. Nesse sentido,
trabalhar com elas significa agrupar elementos, ideias ou expressões em torno de um conceito
capaz de abranger tudo isso (MINAYO,1994, p. 70).
A pesquisa seguiu os preceitos éticos da resolução CNS 466/2012, sendo aprovada
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES),
sob o parecer de n° 3.771.694/2019.

2.2 Resultados e Discussão

Será apresentada e discutida aqui, nesta sessão, a percepção das alunas entrevistadas,
de acordo com o tema proposto. Para melhor entendimento e construção textual foram feitas
formações de categorias e alguns recortes das falas das alunas. As categorias elencadas foram
as seguintes: alunas e alunos; Relação entre alunas e alunos; Conteúdos diversificados e
alunas e Condução do professor na participação das alunas. As participantes entrevistadas
serão chamadas de (A1, A2, A3...), garantido o anonimato das participantes.
De modo geral, participaram do estudo oito alunas, tendo a maioria 18 anos de idade
(50%) e todas pertencentes ao ensino médio (100%). Boa parte das entrevistadas relataram
participar uma vez por semana das aulas da Educação Física (50%), ter divisão de atividades
entre gêneros nas aulas (75%) e não ter a participação de todos os alunos durantes as aulas
(50%).
A primeira pergunta teve por objetivo saber a percepção das alunas quanto a Educação
Física. Em seguida foi investigado se as alunas costumavam participar das atividades
propostas e quais participavam ou não. A próxima pergunta analisava como as alunas
avaliavam a participação dos colegas de turma durante as aulas presenciais de EF. Também
foi perguntado se havia divisão das atividades entre gêneros durante as aulas. Seguindo essa
temática, foi questionado acerca da opinião das alunas sobre a divisão das aulas por gênero,
quais aspectos eram considerados positivos e negativos, como era a relação entre alunos e
alunos durante as aulas. Em seguida, foi perguntado sobre a obrigatoriedade da participação
durante as atividades, se todos participavam, se as alunas mudariam algo nas aulas e, como
essas avaliavam a atuação do professor de Educação Física no trato com as alunas durante as
aulas. Também foi analisado se essas alunas participavam de alguma atividade física fora da
escolar, como tem sido as aulas de Educação Física durante a pandemia da Covid-19, as
principais atividades propostas no ensino remoto, o que elas sentiam mais falta nas aulas de
EF presencial, como avaliava a participação feminina nos esportes em geral fora da escola e,
se gostariam de acrescentar algo a mais no que foi questionado.
Portanto, a seguir serão apresentadas as categorias para a análise do conteúdo obtido
durante as entrevistas.
2.2.1 Categoria 1 – Alunas e futsal

Ao analisar a relação entre o futsal e as alunas participantes deste estudo é possível


perceber que a prática do futsal nas aulas de EFE segue sendo um conteúdo excludente para
as alunas mulheres, segundo resposta recorrente do grupo entrevistado. As alunas abordaram
que participavam poucas vezes das aulas quando a temática desenvolvida era futsal ou
futebol. Abaixo são descritas algumas respostas:

“[...] eu sempre queria participar das aulas, praticar o futsal porém elas nunca
queiram e sozinha não tinha como (os meninos sempre queriam jogar futsal e
sozinhos) [...]” (A1)

“[...] Não costumava participar do futebol que era mais voltado para os
meninos, faltava incentivo e espaço para as alunas aprenderem e participarem.”
(A5)

“Participava muito de peteca, queimada e algumas vezes de futsal, porquê o


número de alunas querendo jogar sempre era menor, os meninos tinham
preferência da quadra.” (A7)

Tendo em vista as respostas apresentadas acima, nota-se que todas fazem referência ao
futsal como sendo um esporte masculino ou ao menos mais voltado para os alunos. O que se
constata é que essa cultura machista, apesar de algumas modificações, segue arraigada na
forma como esse esporte se expressa na Educação Física escolar e conta com a anuência
pedagógica do professor, que também está imerso nesses valores hegemônicos expressos no
esporte na sociedade fora da escola no qual também o influencia culturalmente.
A consequência é o afastamento de muitas alunas da vivência desse conteúdo por não se
sentirem representadas pela abordagem de ensino e pela falta de pertencimento ao que o
professor propõe como prática pedagógica nesse conteúdo. Isso fica evidente na resposta da
primeira aluna (A1) que apesar de ter o desejo de participar das aulas de futsal é impedida
pela não participação das colegas e também pelo fato que os alunos “sempre querem jogar
sozinho”, demonstrando que o futsal na experiência das alunas, continua sendo um território
essencialmente masculino, de pertencimento exclusivo dos alunos porque ainda é tratado de
modo tradicional, elaborado para favorecer apenas os mais “habilidosos” e a partir dos
códigos culturais do futebol de alto rendimento, conforme Bracht (1992).
A segunda resposta (A5) revela exatamente a percepção de que o futsal, na forma como é
desenvolvido, não permite espaço para as alunas e não foram elaborados para a participação
feminina e por isso não há incentivo para a prática das alunas. É a naturalização da exclusão
pelo gênero. Por fim, a aluna 7 também associa a falta de motivação para a prática do futsal
pelas alunas, devido a preferência de escolha e domínio dos alunos na realização dos
conteúdos das aulas.
Silva (2014) explica que a falta de incentivo e motivação, para a prática do futsal
feminino nas aulas está interligada à construção social que discrimina e classifica os esportes,
como sendo “pertencentes” à dado gênero. Santos e Hirota (2012) em seus achados
demonstraram que alunas que possuem um melhor convívio social e familiar, com menos
chances de culturas discriminatórias, além de um bom relacionamento com o professor de
Educação Física, tendem a serem mais motivadas a participarem das aulas, principalmente
quando o conteúdo programático refere-se ao futebol ou futsal.
É necessário então, buscar proporcionar a essas alunas uma maior oportunidade de
experimentação, buscando superar a desigualdade existente, principalmente em ambientes que
devem propiciar a aprendizagem e respeito entre todos, como é o caso da escola. Com isso,
através da possibilidade de participação e escolha de pertencimento nesse esporte, as alunas
podem se sentir mais motivadas e ativas nas aulas, além de disseminarem a realização dessa
prática por outros ambientes fora da escola.
Ao longo dos anos, um dos esportes que vem ganhando grande notoriedade no Brasil é
o futsal. Essa prática esportiva é facilmente vista no cotidiano das comunidades, sendo
realizadas em grandes quadras ou até mesmo em pequenas quadras de bairros. No entanto,
apesar da grande disseminação dessa modalidade, é visivelmente perceptível que ainda existe
uma grande separação de gêneros e oportunidades (BALDISSERA, 2018).
A inserção da prática do futsal pelas alunas ainda é algo que muitos paradigmas e
preconceitos das normas sexistas que ainda persistem no contexto do esporte. Nesse sentido,
comparado ao futsal masculino, as mulheres ainda precisam lidar com vários desafios para
poder praticar o esporte (HUNHOFF, 2017).
É fato que construções culturais machistas ao longo da história humana sempre
buscaram justificar ideologicamente as desigualdades e uma das mais arraigadas é a visão de
que as mulheres são seres naturalmente frágeis. Essa designação sexista, por sua vez, a
inviabilizou mulheres de ocupar vários espaços em diversas situações da construção da
sociedade (OLIVEIRA, 2019), incluindo aí o próprio esporte. Desde o início, gerou-se uma
ideia que as mulheres deveriam preservar a feminilidade, a delicadeza, a beleza angelical,
sendo afastada de possíveis contextos que as fizessem perder esses atributos (SANTIAGO,
2017).
Nesse cenário, o futsal feminino levou mais tempo para ser aceito do que se
comparado ao jogo masculino. A ideia era que a prática de esportes que não ressaltavam e
promoviam a beleza e sexualidade feminina, poderia manchar e desonrá-las, além de associar
essa prática à uma masculinização da mulher (COSTA, 2019). Desse modo, a propagação do
esporte entre o público feminino vem ocorrendo à passos curtos, devido aos rótulos pré
concebidos envolvidos, sendo ainda mais difícil a inserção no contexto escolar diante de uma
construção cultural pautada na separação entre homens e mulheres (MALVAR; SOUZA
JUNIOR, 2021).

2.2.2 Categoria 2- Relação entre alunas e alunos

Um dos aspectos mais importante investigado foram as relações entre alunos e alunas
da turma durante as aulas de Educação Física. As respostas foram bastante reveladoras:

“Não, na minha opinião deve ser todos juntos porque assim eles não se sentem
superiores as meninas.” (A1)

“Não tinha uma relação. Meninos jogavam e meninas ficam olhando.” (A4)

“Sim, pois os meninos são mais violentos, competitivos, ríspidos.” (A8)

As falas acima expressam de forma evidente que as relações entre alunos e alunas
são repletas de tensões e conflitos, acontecem de forma recorrente e estava bem
consolidado nas aulas de Educação Física em que as entrevistadas participavam. Apesar de
opinarem de formas diferentes sobre a separação das turmas, todas as respostas revelam
uma certa dominação dos alunos quanto ao uso da quadra, quem joga e uma forte
hierarquia nas relações interpessoais entre os dois grupos. A primeira aluna (A1) ressaltou
que a separação da turma pode favorecer o olhar de superioridade dos alunos sobre os
conteúdos e escolhas dos temas desenvolvidos. A segunda aluna (A4) apontou que não
havia relação entre a turma, uma vez que apenas os alunos participavam das atividades,
enquanto as alunas apenas observavam. Já a outra (A8) demonstrou preferir a separação,
devido ao desconforto em ter que lidar com os alunos mais violentos e competitivos
durante as aulas.
Apesar de argumentos diferentes, as três alunas constatam uma realidade que passa
longe da prática pedagógica do professor e se estabelece como prática social dominante no
que pesquisadores chamam de “currículo oculto”, ou seja, são elementos educativos que
ocorrem por fora dos conteúdos curriculares mas que ensinam normas e instituem formas
de organização, no caso, uma forma onde predominam os interesses dos alunos no que se
refere aos conteúdos e na apropriação do espaço.
As questões que abordavam a avaliação das aulas presenciais, participação dos
colegas de turma e o fator negativo visto pelas alunas durante as aulas de Educação Física
trazem mais elementos dessa conflituosa relação com os alunos:

“Péssimo, eu sempre queria participar das aulas, praticar o futsal porém elas
nunca queiram e sozinha não tinha como (os meninos sempre queriam jogar
futsal e sozinhos) as meninas só participavam quando a professora dava muitos
pontos de participação.” (A1)

“A socialização, o desenvolvimento físico e mental. O negativo é o desconforto,


às vezes pelos meninos se acharem superiores.” (A2)

“Muitas meninas ficavam com vergonha de jogar e errar em algum coisa, porquê
os meninos sempre criticavam.” (A7)

A relação entre gêneros nas escolas e fundamentalmente nas aulas de Educação Física
ainda é um assunto que engloba diversos tabus. A construção social pautada na criação de
mulheres para serem responsáveis pelos lares, e dos alunos para o trabalho fora de casa é algo
que fundamentou por muitos anos o modo de se relacionar e conviver na sociedade
(BERTELI; DE BONA, 2020), sendo reproduzido fortemente nas escolas e,
consequentemente, nas aula de Educação Física e seus conteúdos também. Ademais, as
instituições sociais responsáveis pela formação educacional de valores presentes nas
atividades diárias normatizaram rigidamente os papéis sociais de homens e mulheres,
caracterizados pela separação, diferenciando roupas, condutas, esportes, dentre outras coisas
(DORNELLES, 2018).
Dentro dessa construção cultural sexista e machista, os homens obtiveram privilégios
sociais e, com isso, mais oportunidades sociais do que as mulheres, com reflexos em vários
campos da vida social, incluindo o esporte e na Educação Física escolar. Por causa dessa
construção, as mulheres foram vivenciando perdas de experiências que poderiam contribuir de
modo significativo para o seu desenvolvimento (ALTMANN et al., 2018).
Ainda hoje é comum observar nas escolas a separação de gênero presente durante as
atividades escolares, seja de modo formal ou “naturalizadas” pela forma de organização
segregada. De acordo com Dornelles (2018), a proposta de diferenciação de práticas
corporais na Educação Física para alunos e alunas esteve sempre atrelada ao modelo
educacional e social voltado para uma conduta higiênica e eugenista.
Além disso, a autora disserta afirmando que a separação feita pelos professores é
justificada pelo fato dos
alunos possuírem certas características físicas que podem propiciar alguns momentos de
agressividade durante os exercícios propostos, além das alunas serem mais “tímidas” e
acabarem recusando participar, devido essa possível diferença de forças, reforçando as
ideologias machistas e sexistas nas aulas de Educação Física.
Ademais, é importante frisar que a prática de atividade física traz diversos benefícios
para a saúde integral dos indivíduos, em especial para adolescentes mulheres que
vivenciam grandes tensões nos últimos anos do ensino médio. Além de propiciar uma
melhora cognitiva no desempenho de atividades escolares, se manter ativo pode possibilitar
a diminuição da ansiedade e estresse causados pelos vestibulares, pressão familiar para a
decisão da carreira e outras dificuldades que um adolescente pode vivenciar (ALMEIDA;
MARTINS, 2020). Diante disso, é fundamental que as alunas mulheres, assim como os os
alunos homens, participem e realizem as aulas propostas, de modo a oportunizar
democraticamente as práticas corporais a todos.
Matana (2018) explica que é muito comum observar durante a prática das atividades
nas aulas de Educação Física um engajamento dos alunos mais habilidosos, enquanto os
com menos destrezas sejam “excluídos” das aulas. A autora ainda enfatiza que,
normalmente, os alunos são mais habilidosos devido exatamente as diferenças de
oportunidades e estímulos que advém para os diferentes gêneros e as respectivas
construções culturais que atualmente ainda conduzem uma série de normas machistas que
afastam as alunas das atividades da Educação Física escolar.
Sendo assim, levando em conta o papel da Educação Física em incluir todos os
gêneros e propiciar o maior desenvolvimento educacional integral possível, principalmente
durante a fase escolar dos indivíduos, é importante que os professores envolvidos estejam
atentos à essas questões das desigualdades de gêneros para através da preparação de aulas
com a finalidade de unir o grupo e incluir todos e produzir uma maior motivação e
interesse do público feminino para as aulas de Educação Física.
2.2.3 Categoria 3- Conteúdos diversificados e alunas

Exploramos no estudo a percepção das entrevistadas a respeito dos conteúdos


propostos na Educação Física e as relações com as alunas. Ao serem perguntadas sobre a
existência de atividades/esportes exclusivos de serem praticados apenas por homens ou
mulheres, foram obtidas as seguintes respostas:

“Não, atividade não tem gênero, todos têm a mesma capacidade.” (A1)

“Não, as atividades podem ser exercidas por ambos os sexos.” (A5)

“Sim! Meninos tem mais habilidades físicas para o esporte.” (A8)

As duas primeiras alunas (A1 e A5) aparentam apresentar um posicionamento contra a


categorização dos esportes por sexo. Por outro lado, a aluna 8 já demonstra uma certa
separação devido aos alunos apresentarem maiores habilidades físicas para a realização de
alguns esportes.
Outra questão analisada foi a respeito das preferências de conteúdos durante as aulas, e
uma das respostas obtidas foi:

“Eu gostava de quase todas, queimada, três cortes, totó, handebol, uno, era
muito fã sempre queria participar e eu menos gostava era do vôlei por ser minha
dificuldade. ” (A1)

As questões relacionadas ao gênero são objetos de reflexão na elaboração do


planejamento dos conteúdos a serem ministrados nas aulas. Embora alguns professores não se
atentem formalmente ao pensamento de ajustarem as aulas de acordo com os gêneros
presentes, ainda assim é possível ver discretamente tais ações nas atividades desenvolvidas,
principalmente ao analisar o baixo nível de participação feminina nas aulas de EFE
(ALTMANN; AYOUB; AMARAL, 2011).
Concatenando a tal fato, Oliveira, Macedo e Silva (2014) apontam que não se deve
apenas associar a não participação das alunas às questões de gênero, mas, também, ao fato
delas serem consideradas menos habilidosas, fracas e “incapazes” de realizarem algumas
atividades e movimentos com tanta destreza, quando comparada aos alunos.
Apesar das diferenças nas características de amadurecimento entre esses alunos, é
importante destacar que o mais grave das desigualdades se referem as construções culturais
machistas muito arraigadas nas formas de jogar e por isso a escola deve ser um ambiente de
aprendizado para todos e combater todas formas de segregação.
Desse modo, as oportunidades de aprendizagens devem ser iguais, visto que as
habilidades em alguns esportes dependem da experiência previamente adquirida. Torna-se
necessário uma mudança na prática pedagógica de professores para incentivar e possibilitar a
participação de todos, incluindo sempre as alunas de modo especial, para viabilizar
possibilidades de experimentar diferentes atividades e, assim, propiciar uma maior
socialização entre esses sujeitos (UCHOGA; ALTMANN, 2016).

2.2.4 Categoria 4- Representatividade feminina nos esportes

Durante as entrevistas, as alunas declararam a disciplina de Educação Física como


importante para o seu desenvolvimento físico e mental, além de possibilitar uma melhora do
condicionamento físico e interesse para a prática de esportes fora do ambiente escolar. Essas
informações mostram que apesar da dificuldade em se sentirem parte das aulas, essas alunas
sabem a importante de se manterem ativas para o processo de qualidade de vida.
Em dado momento, perguntamos se essas alunas praticam alguma atividade ou esporte
fora da escola, o que foi bem relatado, em especial na prática de volêi e, sobre como essas
alunas avaliavam a participação feminina nas atividades esportivas fora da escola. Dentre as
principais respostas, uma citou:

“Acho uma participação pequena. Falta incentivo e investimento no esporte para


meninas.” (A5)

“Horrível. Precisava de mais atrativos para melhorar a participação.” (A8)

Essas respostas representam algo muito visto atualmente no cenário esportivo


brasileiro. Entende-se que a participação feminina ainda é pouco valorizada no esporte. As
grandes mídias quase não falam a respeito dos jogos femininos, o que por sua vez faz com
que essas práticas sejam pouco conhecidas e disseminadas (MIRANDA; SILVA, 2017). Por
outro lado, é possível ver a propagação dos grandes feitos masculinos e a inserção em
diversos espaços. As mulheres, no entanto, quando são retratadas em jornais ou notícias são
apenas representadas como símbolos femininos, destacando sua sensualidade, delicadeza ou, a
utilizando como “símbolo de superação” diante do abandono das atividades domésticas em
detrimento das funções esportivas (GOELLNER, 2005). Porém, na maioria das vezes, suas
habilidades, técnicas e empenhos são deixados de lado, como se fossem algo de pouco valor
(SANTOS; FERNANDES; FERREIRA, 2018).

2.2.5 Categoria 5 – Alunas e as aulas de Educação Física na pandemia

Considerando o atual contexto pandêmico e a necessidade do isolamento social para


contingenciamento do vírus, é perceptível que muitas experiências passaram a ser evitadas,
dentre elas a prática esportiva durante as aulas de EF. No ensino remoto, muitas vezes os
professores enfrentam dificuldades para planejar e executar atividades que possam interessar
os alunos, visto que essa disciplina possui um caráter normalmente de aulas mais práticas.
Quando investigada como tem sido as aulas de EF durante a pandemia de Covid-19, a
maioria das alunas relataram que estão sendo ministradas atividades teóricas e, em alguns
casos alguns exercícios, nos quais os alunos podem ou não realizar em seus lares. Ademais,
ao serem perguntadas os principais conteúdos ministrados durante as aulas remotas, essas
apontaram o alongamento como principal prática, além de vídeo aulas sobre esportes.

“Alongamentos e atividades por videoaulas.” (A3)

Por outro lado, essas alunas também apontaram o que mais sentiam falta nas aulas de
EFE presenciais. Abaixo são apresentadas algumas respostas:

“Praticar as atividades junto com os colegas.” (A3)

“Convívio com os colegas.” (A6)

É notório que a pandemia retirou muitas vivências e experiências dos indivíduos. No


entanto, levando em consideração os riscos de se aglomerar e a letalidade do vírus, as ações
de distanciamento social e demais prevenções são essenciais (GODOI; KAWASHIMA;
GOMES, 2020). Contudo, visando remediar as possíveis consequências da falta de atividade
física para esses sujeitos no tocante ao bem-estar social, qualidade de vida e desempenho
escolar, é fundamental que os professores procurem estratégias que viabilizem diminuir o
comportamento sedentário e a inatividade física desses adolescentes, durante as aulas remotas
(PEDROSA; DIETZ, 2020). Neste estudo, as alunas relataram o uso de alongamento durante
as aulas, o que é algo positivo, visto os benefícios advindos dessa prática para a saúde, mas
conteúdos diversificados através de jogos, brincadeiras, dentre outras ações educativas,
fazem-se importantes também durante as aulas (SANTOS et al., 2021).

2.2.6 Categoria 6 - Condução do professor na participação das alunas

Ao longo dos anos a relação professor-aluno vem sendo estudada, a fim de


diagnosticar as possíveis dificuldades e facilidades nesse processo de ensino-aprendizagem
escolar.
De acordo com Martinelli et al. (2006), o professor de Educação Física tem um papel
fundamental na motivação ou desmotivação dos alunos para a práticas das aulas ministradas.
Tal fato se deve à metodologia utilizada para o desenvolvimento das aulas, a forma e lugar
onde as aulas são realizadas, o interesse do professor em incentivar a participação dos alunos
e o relacionamento entre professor-aluno, dentre outros fatores (MARTINELLI et al., 2006).
Tomando por interesse investigar a percepção das alunas analisadas sobre a relação
estabelecida com o professor da disciplina, perguntou como essas avaliavam a atuação do
professor de EF no trato com as alunas, durante as aulas. As principais respostas apresentam:

“Ela nós trata muito bem porém deixa a desejar fazendo com que deixe as
meninas fazerem o que querem e muitas vão conversar e sendo assim não tem a
atividade concluída pois precisa de mais pessoas para a prática dos esportes.”
(A1)

“Varia de professor para professor, alguns exigiam a participação feminina


outros não importavam tanto.” (A5)

É possível interpretar que as participantes do estudo, apesar de terem uma boa relação
com seus professores, também identificam um certo desinteresse desses no planejamento
adequado de atividades para serem ministradas, além do desinteresse em motivar as alunas à
participarem das aulas. Segundo Gomes (2014) a Educação Física no ensino médio estabelece
uma grande função de transformação na vida do adolescente, propiciando um modo de
visualização individual de si e da sociedade. Desse modo, é importante se atentar as
motivações relacionadas à esses sujeitos, não os deixando perder o interesse e possível
abandono das aulas. Sendo assim, sugere-se a utilização de aulas mais dinâmicas,
estimulantes e que motivem a todos, em especial as alunas a participarem, as fazendo se
sentirem parte dos conteúdos ministrados (PEDRETTI et al., 2017).
Nesse contexto, ao analisar a participação dos alunos investigados, as alunas
apresentaram em sua maioria não haver obrigatoriedade na realização das aulas, como
abordado nos relatos abaixo:

“Nem sempre, por isso muitas nem participavam de nada, quando era pra
ganhar pontos todos iam mas por interesse.” (A1)

“Dependia do professor que estava coordenando a aula.” (A5)

Ainda nesse cenário, ao serem perguntadas sobre o que mudariam nas aulas de EFE,
foram obtidas as seguintes respostas:

“[...] colocaria mais opções de atividades e a obrigatoriedade da participação de


todos.” (A1)

“A participação de todos. Atividades para todos.” (A8)

É recorrente durante as falas, a falta de estímulo dado pelos professores para a


participação feminina nas atividades realizadas nas aulas de Educação Física. Ripari et al.
(2018) em seus estudos demonstraram que alunos que eram mais motivados pelos professores,
tende a se interessarem mais nos conteúdos ministrados, diminuindo o número de absentísmo
durante as aulas. No entanto, essas falas também podem trazer uma nova reflexão: se
observarmos as condições postas para os professores desenvolverem suas aulas,
possivelmente será visto condições insalubres de ensino, como a falta de estrutura adequada,
poucos recursos para a diversidade de jogos e brincadeiras, além do cansaço excessivo nas
longas jornadas de trabalho (ARAÚJO; ROCHA; BOSSLE, 2017; MEIRA; LEAL;
FERREIRA, 2018).
Diante disso, embora seja importante denotar atenção para o estímulo e motivação das
alunas, para a realização e inclusão nas aulas, também é essencial averiguar se os professores
possuem condições que favoreçam dinamizar as aulas, com conteúdos que também tragam
interesse para o público feminino (HARNISCH et al., 2018). Com isso, o investimento dos
governos na educação de qualidade vai muito além de apenas proporcionar a atividade física
escolar para a comunidade, mas, também propiciar a prática segura, com qualidade e com
recursos que possibilitem várias dinâmicas e socialização entre os alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desse estudo pode-se perceber que os motivos que levam as alunas do ensino
médio investigado a não participarem das aulas práticas de Educação Física estão
relacionados à falta de oportunidade dadas à elas, visto a superioridade pautada nas decisões
dos alunos nas escolhas das atividades realizadas. Além disso, também observou-se que falta
estímulo dos professores quanto a despertar o interesse das alunas para as aulas, diante da
exclusão pelo entendimento dessas serem mais fracas e sensíveis para determinados
conteúdos.
Outro ponto relevante na análise realizada por esse estudo, é a diversidade de
conteúdos planejados para as aulas. Tendo em vista que de acordo com as alunas
entrevistadas, as atividades normalmente são mais voltadas para os alunos, devido à esses
serem considerados mais habilidosos, essas alunas tendem a ficarem isoladas e excluídas das
aulas, perdendo o momento de experimentação e vivência com novos movimentos e,
consequentemente, não podendo aprender jogando.
Diante disso, levando em consideração o papel da escola em propiciar um
desenvolvimento integral do sujeito e, a disciplina de Educação Física como um instrumento
promotor de saúde e bem-estar para todos, é importante que os professores e coordenadores
escolares estabeleçam estratégias que visem diminuir a não adesão das alunas às aulas, e
possibilitando um espaço rico em aprendizagens e livre de preconceitos e diferenças entre
gêneros.
Ainda, diante da necessidade de mudança nesses cenários, sugere-se o
desenvolvimento de novos estudos que visem sanar as lacunas ainda existentes, além de
fomentar a literatura escolar e social, quanto as dificuldades que ainda assolam o ambiente
escolar quanto o processo de ensino-aprendizagem e desigualdade de gêneros.
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