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Trabalho Final

Questão 01 (30 pontos): Segundo José Ribamar Bessa Freire, quais são os CINCO
pensamentos equivocados que os não indígenas possuem em relação aos povos
indígenas no Brasil. Explique cada um dos equívocos (25 pontos) e exemplifique
um deles com uma situação diferente daquelas apresentadas no texto (5 pontos).

Primeiro equívoco: o índio genérico:


Este equívoco diz respeito a uma ideia que a maioria dos brasileiros têm sobre os índios,
de que são todos a mesma coisa, não existem culturas e costumes diferentes, dessa
forma reduzindo a identidade dos povos.

Segundo equívoco: culturas atrasadas:


Essa ideia é muito equivocada, mas muito mesma, considerar a cultura indígena
atrasada, ou até mesmo inferior a do homem branco, equívoco gigantesco. Com o
tamanho da riqueza da cultura indígena, com artes, saberes de rituais e curas, literatura,
poesia, música, religião e tantos outros aspectos, com este pensamento podemos parar
pra pensar que a cultura branca que é atrasada em relação á indígena.

Terceiro equívoco: culturas congeladas:


Esse pensamento foi entranhado na cabeça do brasileiro, e se não há a busca ou a
disponibilidade do conhecimento de que as coisas mudaram, continua da mesma
maneira, de que o índio só é índio se estiver nu no meio da floresta, caçando.

Quarto equívoco: os índios pertencem ao passado:


O quarto equívoco faz parte da ideia de que os índios só estão no passado do Brasil, de
que não são modernos e fazem parte da história atual do Brasil, o índio esteve muito
presente, de forma muito forte no passado do Brasil, mas não está apenas no passado,
mas faz parte da história atual. A ideia de que a cultura indígena é primitiva, de que por
continuarem seguindo a sua cultura, atrapalham a modernidade e o progresso de toda a
sociedade.

Quinto equívoco: o brasileiro não é índio:


Este traz à tona a ideia de que o brasileiro não se considera índio, exclui a existência do
índio na formação da cultura brasileira. O povo brasileiro é formado por três matrizes,
matrizes européias, as matrizes africanas e também as matrizes indígenas, mas as
matrizes africanas e européias são ignoradas e é considerada apenas a matriz européia.
Para exemplificar uma situação de um dos equívocos, escolhi uma que costumamos
ouvir muito aqui na cidade de Ji-Paraná, que é quando é visto alguns índios na cidade, e
o ponto que é destacado em comentários feitos pelos moradores, é sobre o índio de
hillux, este fato causa um desconforto em alguns moradores, que soltam comentários
maldosos, e não aceitam que o índio tenha o acesso a coisas como essa, e que se tem o
acesso, deixam de ser índios por isso.

Questão 02 (20 pontos): Ailton Krenak (2019, p.22) afirma que “Neste encontro,
estamos tentando abordar o impacto que nós, humanos, causamos neste organismo
vivo que é a Terra, que em algumas culturas continua sendo reconhecida como
nossa mãe e provedora em amplos sentidos, não só na dimensão da subsistência e
na manutenção das nossas vidas, mas também na dimensão transcendente que dá
sentido à nossa existência”. Partindo desta fala, o que as sociedades não indígenas
podem aprender com os povos indígenas no que diz respeito à relação com o
ambiente?

O que por durante um tempo fomos nós os homens brancos ameaçando a existência dos
indígenas, e apenas isso, agora somos nós homens brancos ameaçando a existência de
todo o ecossistema do planeta inteiro. O indígena se entende como parte da floresta, da
natureza, e que se faz algo que causará impactos negativos à ela, estará causando para
ele também, então a natureza é a sua vida. Já o não indígena, enxerga a natureza como
um fornecedor de recursos, e pensa que estes recursos são infinitos, mas é muito pelo
contrário, estes recursos são finitos, e temos sinais muito claros desse fim dos recursos,
mas a demanda só aumenta, e os recursos continuam sendo retirados ao máximo
possível. É nítido a diferença da conservação da floresta quando se olha no mapa, as
poucas áreas indígenas protegidas estão num estado de conservação muito bom, e o
restante se acabando. O povo não indígena deve repensar na maneira como enxerga o
ambiente, espelhando-se mais na visão do indígena, e agir para que este processo mude
de rota e consiga mudar esta situação.

Questão 03 (20 pontos): Carvalho (2005/2006, p.92) afirma que “Podemos falar
aqui, para não esvaziar a palavra “racismo”, de uma situação de confinamento
racial vivida por nós, docentes das universidades públicas brasileiras”. Explique
qual é a situação da diversidade racial de docentes que o pesquisador encontrou
nas universidades brasileiras. Pode utilizar os dados estatísticos para descrever.

A situação de diversidade racial dos docentes encontrada pelo pesquisador nas


universidades brasileiras é ilustrada pelo levantamento que ele fez entre 1999 e 2003
feita nas principais universidades de pesquisa do país: USP, UFRJ, Unicamp, UnB,
UFRGS, UFSCAR e UFMG. A soma de todos os professores dessas universidades foi
aproximadamente 18.400 acadêmicos, a maioria com doutorado. Este número estava
dividido entre 18.330 brancos e 70 negros, sendo assim, 99,6% de docentes brancos e
0,4% de docentes negros.
No Centro de Ciências da Saúde (CSS) da UFRJ, os dados são ainda mais gritantes, de
800 professores, apenas 3 são negros.

Questão 04 (30 pontos): Por que Kabenguele Munanga (MUNANGA, 2004)


considera a questão das cotas raciais para o ingresso no ensino superior como uma
“medida de urgência”, embora não seja a única necessária para diminuir a
desigualdade racial no país?

As cotas “tratam” do problema, Kabenguele considera uma medida de urgência, uma


medida transitória para acelerar o processo, mas que devem ser discutidas e adotadas
outras medidas, que visam o longo prazo, para que o problema seja tratado pela raiz. O
problema não pode ser resolvido com políticas universalistas, devem ser traçadas
políticas específicas para encontrarem a solução para o problema.

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