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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM FILOSOFIA


DISCIPLINA: FILOSOFIA DA MENTE
PROFESSORA: MARIA CRISTINA DE TAVORA SPARANO
ALUNO: Cicero Laurindo da Silva Junior / 30 de março de 2022

JOHN R. SEARLE

COMO TRANSFORMAR O MISTÉRIO


DA CONSCIÊNCIA NO PROBLEMA DA
CONSCIÊNCIA

De uma forma ou de outra, muitas pessoas parecem acreditar que alguma coisa
extremamente importante será perdida caso não se comprove que somos computadores.
Creio não entender a fonte de tanta intensidade. Roger Penrose também observa que foi
extremamente ultrajado quando tentou refutar a visão computacional da mente. Suponho que tais
sentimentos acalorados são provenientes da convicção, presen-
te em várias pessoas, de que os computadores fornecem a base de um novo tipo de civilização.

Chame o de estado N". O próximo passo, então, consiste em descobrir se você pode ou
não induzir estados de consciência induzindo o estado N e se você pode ou não parar os estados
de consciência parando o estado N. Se você chegou tão longe assim, parece-me, então, que você
tem algo mais que uma correlação, você tem boas evidências para uma relação causal.
Se você pode manipular um termo manipulando o outro, sem alterar as outras coisas,
então você tem uma boa evidência de que o termo que você está manipulando é a causa do termo
manipulado, que por sua vez, é seu efeito. Este seria o primei-
to passo em direção a uma explicação teórica. Mas, que tipo de teoria explicaria como o cérebro
causa a consciência? O
que deveriam ser tais mecanismos?
Neste ponto, temos francamente de confessar nossa ignorância. Nem eu nem ninguém sabe
atualmente como tal teoria
seria, e acredito que fornecer tal teoria será uma responsabilidade para a próxima geração de
neurobiologistas. No entanto,
estou otimista devido à seguinte consideração evidente e, acredito, decisiva: se sabemos algo
sobre o mundo, temos, com certeza, conhecimento de que os processos cerebrais causam
realmente nossos estados de consciência. Já que sabemos, de fato, que isso acontece, devemos
pressupor, pelo menos em
princípio, a possibilidade de descobrir como isso acontece.
Mesmo que, no final das contas, não obtenhamos uma explicação causal da consciência, não
podemos supor esta impossibilidade no início do projeto. No começo, precisamos assumir que as
correlações são evidências de uma relação causal passivel de ser descoberta. No entanto, assim
que admitimos que há
uma relação causal passível de ser descoberta, também devemos admitir que ela é teoricamente
explicável. Pode acontecer que não tenhamos condições de explicá-la, que a relação causal do
cérebro e a consciência resista à explicação teórica", que o problema de se explicar a relação da
consciência com o cérebro esteja além das nossas capacidades cognitivas biologicas.
Já que havíamos rejeitado o dualismo, e com ele o mate-
lismo, como poderíamos prosseguir na obtenção de uma
explicação biológica da consciência? Uma vez que limpamos o
terreno de erros como a IA Forte e o reducionismo, o que vem
depois? Dos livros que estão sendo discutidos, o de Israel Ro-
senfield não aborda esta questão e o de Dennett, de fato, não
admite tal problema negando a existência de estados subjetivos
da consciência. David Chalmers torna a questão mais difícil
ainda ao oferecer uma explicação na qual o cérebro não pos-
dentre vários capacitados a sustentar a consciência. A meu ver,
sui um papel especial, mas é apenas um sistema de informação
Francis Crick, Gerald Edelman e Penrose, embora de formas
distintas, parecem estar no caminho certo. Crick, com certeza,
encontrar correlatos neuronais da consciência. No entanto, como
está certo ao afirmar que o primeiro passo consiste em tentar
chamei a atenção anteriormente, os correlatos neuronais não
serão suficientes. Mesmo sabendo que duas coisas estão corre-
lacionadas, ainda assim não explicamos a correlação. Pense no
relâmpago e no trovão, por exemplo: uma correlação perfeita,
mas não implica uma explicação enquanto não tivermos uma
teoria. Então, do que precisamos depois de obtermos uma cor-
relação? Basicamente, o próximo passo nas ciências é tentar
descobrir se a correlação é ou não uma relação causal. Às
vezes, dois fenômenos podem ser correlacionados porque pos-
suem a mesma causa. Manchas de sarampo e febre alta estão
correlacionadas porque ambas são causadas por um vírus.
Tentar manipular uma variável e observar o que acontece
com a outra é uma forma de descobrir se os correlatos são
causalmente inter-relacionados. Suponha, por exemplo, que te-
mos uma correlação perfeita e observável entre estar consciente e
estar em um determinado estado neurobiológico. Não acredito,
ao contrário de Crick, que serão descargas neuronais de 40
hertz, mas, mesmo não sendo isso, haverá algo presumivelmente correlacionado à consciência.

O PROBLEMA DA ONTOLOGIA DO DUALISMO TRADICIONAL

Diversos filósofos convencionais ainda acreditam que são forçados a aceitar algum tipo de
ontologia dualista. Segundo
eles, trata-se de escolher entre alguma versão do materialismo,
versão do dualismo, que estaria subentendida ao se aceitar a tamos a existência e a irredutibilidade
da consciência, seremos
que negaria a existência real de estados conscientes, e alguma
existência de estados conscientes. No entanto, o dualismo parece fora de questão. Aceitá-lo é o
mesmo que negar a visão
científica de mundo alcançada com muito esforço no decorrer
de vários séculos. É concluir que realmente vivemos em dois
mundos bem distintos, um mental e um físico, ou pelo menos
que há duas espécies diferentes de propriedades, mental e fisica. Espero ter esclarecido, no
decorrer deste livro, que, a meu
ver, é possível aceitar a existência e a irredutibilidade da consciência como um fenômeno
biológico sem admitir a ontologia do dualismo tradicional.

UM MUNDO UNIFICADO E A NEGANEGAÇÃO DA EXISTENCIA DA


CONSCIÊNCIA

Já que estou tentando fazer é redefinir o mapa conceitual:


se você tem um mapa no qual existem apenas dois territórios
mutuamente exclusivos, o "mental" e o "físico", você tem um
mapa inútil e jamais encontrará seu caminho. No mundo real
há inúmeros territórios — econômico, político, meteorológico,
atlético, social, matemático, químico, físico, literário, artístico
etc. Eles são partes de um mundo unificado. Eis um ponto
evidente, mas aceitá-lo é muito difícil devido ao poder de nossa
herança cartesiana. Em minha experiência, percebi que alunos
de graduação podem compreender este ponto com facilidade,
os de pós-graduação com uma certa dificuldade, os filósofos
profissionais, entretanto, com muita dificuldade. Para eles, mi-
nha posição deve ser ou o "materialimo" ou o "dualismo de
propriedade". Como poderia alguém não ser nem materialista,
nem dualista (...)
- uma idéia tão absurda quanto não ser nem
Republicano, nem Democrata!
(...)

Uma atitude bem típica foi ironicamente expressada pela Universidade da Califórnia,
em San Francisco, na pessoa do neurocientista Benjamin Libet, quando ele me disse que nas
neurociências “não há problema em se interessar pela consciência, mas é melhor dominá-la
antes”. É evidente
que nem todos os neurocientistas foram relutantes em lidar
com o problema. Há uma tradição, surgida, aproximadamente,
no início deste século, que refere-se à tentativa de se obter
uma explicação neurobiológica da consciência com o trabalho
do grande fisiologista britânico Charles Sherrington.
Tal trabalho foi continuado, recentemente, por cientistas proeminentes tais como sir John Eccles
e Roger Sperry. No entanto, eles têm sido definitivamente considerados ovelhas negras na área.
Livros didáticos básicos da ciência cerebral até hoje não possuem um capítulo sobre a consciência
e dizem muito pouco para sugerir que trata-se de um problema científico importante.
Na filosofia, acredito que a situação é ainda pior. Tem
sido muito comum tentar negar a existência da consciência, no
sentido de estados internos qualitativos subjetivos de ciência e
sensibilidade. Isto foi raramente apresentado de forma explíci-
ta. Muito poucas pessoas em qualquer época estiveram dispos-
tas a se expor afirmando que: "Nenhum ser humano na história
do mundo foi consciente um dia". Mas o que eles ofereceram
foram análises da consciência onde ela não passava de disposi-
ções ao comportamento (behaviorismo), de vários tipos de re-
lações causais (funcionalismo), ou de estados de programas de
um sistema de computador (IA Forte). A tendência geral tem
sido supor que a consciência poderia ser reduzida a alguma
outra coisa ou, de acordo com uma versão ou outra do "mate-
rialismo", eliminada por completo.

OS PROCESSOS QUE CAUSAM A CONSCIÊNCIA

Esse ímpeto em negar a existência da consciência tem


razões históricas complexas, algumas das quais foram explora-
nista da mente. Observe que ninguém pensaria em fazer uma
afirmação similar sobre a digestão, a fotossíntese ou outros
coisas abstratas cuja identidade é independente de quaisquer
processos biológicos. Ninguém diria que eles são “tipos de
incorporações físicas específicas".
"O problema da consciência” consiste em explicar exata-
mente como os processos neurobiológicos no cérebro "cau-
sam" nossos estados subjetivos de ciência ou
como exatamente esses estados são percebidos" nas estruturas
cerebrais, como a consciência “funciona” na economia global
do cérebro e, consequentemente, como ela funciona em nos-
sas vidas em geral. Se pudéssemos responder às perguntas
causais — o que causa a consciência e o que ela causa -
acredito que responder as outras perguntas seria relativamente
fácil. Ou seja, se conhecêssemos toda a história causal, sabería-
mos responder perguntas do tipo: "Onde exatamente estão lo-
calizados tais e tais processos conscientes no cérebro, e por
que precisamos deles?". Apresentado desta forma, o problema
da consciência é um projeto de pesquisa científica como qual-
quer outro. No entanto, o fato da consciência aparentar ser um
"mistério" ocorre porque não temos uma idéia clara de como
qualquer coisa no cérebro poderia "causar" estados conscien-
tes. Acredito que nossa noção de mistério será eliminada quan-
do tivermos, se tivermos, uma resposta para a pergunta causal.
No entanto, nossa noção de mistério é um obstáculo genuíno
para se obter uma resposta a pergunta causal. Quero concluir a
discussão das questões levantadas por estes seis livros explorado como poderíamos progredir
mais. Comecemos examinando a situação histórica.

A CONSCIÊNCIA COMO UMA QUESTÃO CIENTIFICA

Há vinte anos ou mais, quando me interessei seriamente,


pela primeira vez, por tais questões, muitas pessoas nas neurociências não consideravam, de
forma alguma, a consciência
como uma questão científica genuína.
Por outro lado, insisto que, em se tratando da consciência, "os cérebros têm uma importância
crucial". De fato, sabemos que os processos cerebrais "causam" a consciência, e a partir disso
deduz-se que qualquer outro tipo de sistema capaz menos, equivalentes às dos cérebros. Em tese,
um "cérebro de causar a consciência deveria ter capacidades causais, ao artificial" poderia causar
a consciência apesar de ser feito de alguma substância totalmente diferente dos neurônios.
Mas qualquer que seja a substância usada, sua estrutura resultante
deve compartilhar a mesma capacidade causal do cérebro para
produzir a consciência. Ela deve ser capaz de causar o que o
cérebro causa (Compare: corações artificiais não precisam ser
feitos de tecido muscular, mas, independente da substância fi-
sica que lhe sirvam de matéria-prima, as estruturas resultantes
devem ter capacidades causais para bombear sangue, ao me-
nos, iguais às capacidades causais de corações reais.).

A RELAÇÃO ENTRE CEREBRO E A CONSCIÊNCIA

A teoria computacional da mente nega tudo isso. Ela está


comprometida com a visão de que a relação entre o cérebro e
a consciência não é, de forma alguma, uma relação causal,
mas, ao contrário, que a consciência simplesmente consiste em
programas no cérebro. Ela nega que a neurobiologia específica
do cérebro tenha alguma importância para a consciência, em
particular, ou para a mente, em termos gerais. Apesar de suas
pretensões científicas, é melhor considerar a IA Forte como
uma espécie de última tentativa de dualismo. Segundo a IA
Forte, a mente e a consciência não são processos concretos,
físicos, biológicos tal como o crescimento, a vida ou a diges-
tão, mas algo formal e abstrato. De fato, em um trabalho ante-
rior, esta foi exatamente a forma como Daniel Dennett e seu
co-autor, Douglas Hofstadter, caracterizaram a mente. Segundo
eles, ela é "um tipo de coisa abstrata, cuja identidade é inde-
pendente de qualquer incorporação física específica". Esta visão expressa o dualismo residual
típico da teoria computacional.
mos construir sistemas que emitem o comportamento de dor
em resposta ao estímulo de dor. Poderíamos construir um com-
putador que imprimisse "Ai!" toda vez que você digitasse no
teclado com bastante força. Será que isso nos daria alguma
razão para supor que havíamos criado dores no computador? E
evidente que não. Este ponto sempre aparece em debates, por
isso deixe-me enfatizar: "no que diz respeito à ontologia da
consciência, o comportamento externo é irrelevante". Na me-
lhor das hipóteses, o comportamento é epistemicamente relevante - podemos, por exemplo,
descobrir quando outras pessoas estão conscientes pelo comportamento delas — mas a
relevância epistêmica depende de certas assunções antecedentes. Apóia-se nas assunções de que
outras pessoas são causalmente semelhantes a mim, e que causas similares talvez produzam
efeitos parecidos. Se você, por exemplo, acertasse seu
polegar com um martelo, é provável que sentisse o mesmo
que eu e se comportasse da mesma forma que eu caso martelasse meu polegar. É por isso que
estou confiante ao atribuir
dores a você na base da observação da correlação entre estímulos de input e comportamento de
output. Estou supondo
que os mecanismos causais subjacentes são os mesmos.
Bem, isso me leva a uma outra pergunta. Você fica falando sobre os processos cerebrais causando
a consciência.
Mas, por que a obsessão apenas com processos cerebrais? Se as descargas neuronais podem causar
a consciência, então porque a informação não poderia fazer o mesmo? Você, de fato, não mostrou
o que há de tão especial nas descargas neuronais e, pelo que sei, pode ser a informação contida
nelas.
Descargas neuronais, no caso da consciência, nomeiam propriedades físicas reais do mundo. O
mesmo não acontece
com "Informação". Fora a informação que já está na mente de algum agente consciente, a
informação é relativa a um observador.

Então, por que não começar construindo uma máquina


capaz de produzir o mesmos efeitos externos que a consciên.
cia? Se pudéssemos construir um robô guiado por computador
que se comportasse como se fosse consciente, teríamos, prova-
velmente, criado a consciência. Por que não?
Como temos visto reiteradamente no decorrer do livro, a
essência da consciência consiste em processos mentais internos
qualitativos e subjetivos. Você não garante a duplicação desses
processos duplicando os efeitos de comportamento externos
observáveis dos mesmos. Seria como tentar duplicar os meca-
nismos internos de seu relógio construindo uma ampulheta. A
ampulheta pode contar o tempo tanto quanto seu relógio, mas
seu comportamento externo é irrelevante para se compreender
a estrutura interna de seu relógio de pulso. Para tentar criar a
consciência, produzir uma máquina que se comporte como se
fosse consciente é, da mesma forma, irrelevante, já que o com-
portamento por si só é irrelevante. O comportamento é impor-
tante para o estudo da consciência apenas na medida em que
consideramos o comportamento como uma expressão, e um
efeito, de processos conscientes internos.
O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA

Devido ao fato dos cérebros agirem causalmente, isto é, de seus processos internos realmente
fazerem com que eles se encontrem em estados conscientes, qualquer outro sistema deveria ter
capacidades causais, ao menos, equivalentes ao limiar das capacida causais do cérebro para gerar
a mesma ação. Considero tal asserção uma conseqüência lógica trivial do fato dos cérebros
agirem causalmente, e devo dizer "limiar das capacidades cau-
sais" porque, talvez, os cérebros tenham muito mais do que o
suficiente. Em tal situação, outro sistema não precisaria ter "todas” as capacidades que os cérebros
possuem, mas deveria, ao
menos, ser capaz de atravessar o limiar da não-consciência para a consciência. No entanto, por
não termos conhecimento
dos elementos causais específicos do cérebro responsáveis por
isto, não sabemos como começar a fabricar uma máquina cons-
ciente. Talvez seja uma propriedade bioquímica das estruturas
neuronais. Talvez seja uma combinação da velocidade de descargas neuronais e da sua arquitetura
neuronal específica, como sugerido por Crick. Talvez sejam as propriedades físicas dos elementos
subneuronais, tais como os microtúbulos, apresentados por Penrose. Ou quem sabe, seja uma
propriedade que possamos duplicar em silício ou válvulas eletrônicas. No momento,
simplesmente não sabemos. Como já expus, as dificul-
dades, no entanto, são uma questão de ignorância. Não se
tratam de dificuldades metafísicas ou lógicas.
Pensei que, segundo seu ponto de vista, o tecido cerebral era necessário à consciência.

TEORIA UNIFICADORA COMO CONCLUSAO DE SE CHEGAR A UM POSSIVEL


METODO DE SE ESTUDAR O FENOMENOS MENTAIS E FISICOS DO CÉREBRO

O segredo de alcova da neurociência contemporânea não


unificador da neurociência. Assim como temos uma teoria ato-
mica da matéria, uma teoria de doenças causadas por micro-
bios, uma teoria da herança genética, uma teoria da placa tec-
tônica da geologia, uma teoria da seleção natural da evolução,
uma teoria do bombeamento de sangue do coração, e, até
mesmo, uma teoria da contração dos músculos, não possuí-
mos, neste sentido, uma teoria do como o cérebro funciona.
Conhecemos muitos fatos acerca do que realmente acontece
nele, mas ainda não chegamos a uma explicação teórica unifi-
cadora de como os acontecimentos no nível da neurobiologia
capacitam o cérebro a desempenhar seu papel causando, estruturando e organizando nossa vida
mental. Assim como os
autores de livros didáticos padrões, tenho tratado o assunto
como se o neurônio fosse a unidade funcional básica, e, talvez,
eu esteja correto. Pode acontecer que nossa tentativa de com-
preender o cérebro no nível dos neurônios seja tão inútil quan-
to procurar compreender o motor de um carro no nível das molé-
culas de metal no bloco cilíndrico. É possível que os mecanismos
causais de funcionamento exijam vários neurônios, tal qual é su-
gerido pelas explicações de Edelman sobre os níveis dos mapas
neuronais, ou, talvez, as unidades explanatórias sejam bem me-
nores que os neurônios, como apresentado na discussão de Pen-
rose sobre os microtúbulos. Esta é uma questão real que ainda
está por ser estabelecida através de futuras pesquisas. No entanto, como devemos continuar com
a pesquisa?
Uma linha de ataque promissora é abranger a consciência atra-
vés do inconsciente.
(...)

A consciência é causada
pelo comportamento de microelementos de sistemas nervosos, e
é percebida nas estruturas desses si Portanto, podemos e, de fato, devemos, conceder a
irredutibilidade da consciência sem precisar afirmar que ela não é, de alguma forma,
metafisicamente parte do mundo físico ordinário. Podemos, em suma, aceitar a irredutibilidade
sem aceitar o dualismo. Aceitar esta realidade deve permitir-nos explorar o mistério da
consciência livre dos equívocos que têm confundido tantas discussões sobre o assunto.

REFERENCIAS

2. The Mind's I: Fantasies and Reflections on Self and Soul, Basic-


Books, 1981, p. 15.
3. Edições Martins Fontes, 1997.
4. Esta é a posicão sustentada por Colin McGinn, The Problem of
Consciousness: Essays Toward a Resolution, Blackwell, 1991,
5. Veja Lawrence Weiskrantz, Blindsight: A Case Study and Implica-
tions, Oxford University Press, 1986.
6. Veja P. Stoerig e A. Cowey, Blindsight and Conscious vision, Brain,
1992, p. 147-156.
7. Para uma discussão de seis diferentes concepções de "redução" ver
The Rediscovery of the Mind, Capítulo 5.
belong

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