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Cálculo do empuxo em muros de arrimo sob condições sísmicas.

Gabriel Gustavo Pinto


Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil, gabrielgustavvo.ggp@gmail.com

RESUMO: O cálculo do empuxo em muros de arrimo sob condições sísmicas pode ser analisado
desde métodos simplificados, denominados como pseudo-estáticos, ou análises dinâmicas,
considerando a propagação de ondas em função do tempo de excitação das cargas dinâmicas. O
objetivo deste trabalho visa apresentar a análise pseudo-estática pelo critério de Mononobe (1929) e
Okabe (1924), o qual é empregado em muitos projetos em áreas sísmicas ao redor do mundo,
devido a sua simplicidade. Serão apresentados exemplos de contenções projetadas e construídas
considerando este método. Por outro lado, há situações em que requerem-análises mais sofisticadas
e precisas, a qual requere parâmetros e modelos de cálculo mais complexos, desta maneira serão
apresentados critérios para análise dinâmica sob condições sísmicas, através de métodos numéricos
com auxílio de software.

PALAVRAS-CHAVE: Empuxo, muros de arrimo, ações sísmicas.

1 INTRODUÇÃO 2 CÁLCULO DO EMPUXO NA


CONDIÇÃO ESTÁTICA
Muros de arrimo são construídos para
estabilizar maciços de solo ou rocha, evitando o Os valores de empuxo são considerados
deslizamento, tombamento e outras falhas que assumindo o movimento do paramento, sendo
podem ocorrer (Barros, 2005). Alguns no estado passivo, quando a movimentação
exemplos de muros de arrimo são: Muros de ocorre no sentido do maciço de solo, e no
contenção à gravidade em concreto, muros em estado ativo, quando a movimentação do
gabiões, muros à flexão e também contenção paramento ocorre no outro sentido, ou no estado
contenções em solo reforçado (Clayton et. al, de repouso, quando não há mobilização de terra.
2013). Esta teoria foi comprovada por um experimento
Em 1776, Coulomb apresentou o trabalho realizado por Terzaghi, onde foram medidos os
“Essai sur une des règles de maximis et minimis valores de empuxo e deslocamentos para atingir
à quelques problèmes de statique, relatifs à os estados ativos e passivos. (Barros, 2005)
l’achitecture”, o qual se tratou da determinação (Clayton et. al, 2013).
do empuxo atuante no arrimo. Mesmo sendo
desenvolvido no século XVII, o método de
Coulomb é amplamente aplicado atualmente na
análise de muros de arrimo (Barros, 2005).
Na década de 20, Mononobe (1929) e
Okabe (1924) apresentaram uma extensão do
método de Coulomb para a análise de muros de
arrimos sob condição sísmicas, denominado
como método pseudo-estático. Este método é
utilizado por muitos projetistas e está
referenciado em diversas normas, devido a sua
simplicidade e análise no equilíbrio plástico
(Das e Ramadana, 2011). Figura 1 – Experimento realizado por Terzaghi
(Clayton et. al, 2013)
O cálculo do empuxo em muros de contenção Onde:
pode ser determinado pelo método de Coulomb,
onde é realizada pelo equilíbrio das forças na EA – Empuxo ativo
cunha de ruptura no equilíbrio plástico (Figura P – Peso total da cunha de ruptura
2). ρ – Inclinação da superfície de ruptura
φ – Ângulo de atrito do solo
α – Inclinação interna do arrimo
δ – Ângulo de atrito entre o aterro e o muro

3 CÁLCULO DO EMPUXO NA
CONDIÇÃO PSEUDO-ESTÁTICA

Em 1924, Sabro Okabe apresentou o


Figura 2 – Equilíbrio de forças na cunha de ruptura artigo “General Theory on Earth Pressure and
(Barros, 2005). Seismic Stability of Retaining Wall and Dam”,
no qual é apresentado um método para a análise
pseudo-estática em muros de arrimo. O autor
O cálculo do empuxo pode ser era responsável pelo projeto e construção de
considerado utilizando um modelo rígido, onde muros em cais no porto de Yokohama (Okabe,
os parâmetros de resistência do solo são obtidos 1924) (Figura 3).
através do critério de ruptura de Mohr-
Coulomb:

τ = c + σ. tan φ (1)

Um dos parâmetros de resistência ao


cisalhamento do solo é a coesão, que é a
resistência oferecida do solo devido a simples
separação das partículas (Coulomb, 1776, apud
Heyman ,1997), e o ângulo de atrito, que pode
ser obtido pelo coeficiente de atrito μ, que é
igual a tangente do ângulo de atrito interno de Figura 3 – Porto de Yokohama
um material (Rankine, 1856). (Disponível em:
Em muros de contenção, o empuxo pode https://transportsofdelight.smugmug.com).
ser calculado através de vários métodos
disponíveis na bibliografia. O método de Em seu trabalho, Okabe apresentou que
Rankine é utilizado para calcular estruturas com durante o abalo sísmico a aceleração da
paramento verticalizado, e o empuxo é gravidade sofre uma deflexão em relação a sua
calculado através do diagrama de tensões posição original, formada pelo ângulo ε (Figura
horizontais. O método de Coulomb, calcula o 4):
empuxo pelo equilíbrio de forças na cunha de
ruptura, que é testada com diversas inclinações
até elevar o empuxo ao valor máximo (Figura
3).
O empuxo ativo através do método de
Coulomb para solos não coesivos é dado por:

P. sin(ρ − φ)
Ea = (2)
sin⁡(π − α − ρ + φ + δ) Figura 4 – Deflexão da aceleração da gravidade (Okabe,
1924).
Ao final, o valor do empuxo apresentado Em seu trabalho, Mononobe realizou
por Okabe foi: alguns testes através de um modelo em escala
reduzida, o qual foi construído uma caixa
2𝜋 preenchida com areia lavada, de acordo com as
P = 𝑃0 + (⁡𝑃𝐸 − ⁡ 𝑃0 ) sin ⁡𝑡 (3)
𝑇 especificações da ASTM na época, com ângulo
de atrito variando entre 32° e 38°. A medição da
Onde P0 é o empuxo ativo estático dado carga atuante no anteparo foi medida através de
pela a equação 2 e E PE, que é o empuxo ativo um manômetro hidráulico. Para medir as
devido a ação sísmica é dado por: acelerações, utilizou-se um acelerógrafo de
gravação automática. As amplitudes das
𝛾. ℎ2 sin(𝛼 − 𝑖) vibrações foram inseridas através de um disco e
𝑃𝐸 = λ0 ( )+ (4)
2. sin(𝛼) os eixos de manivela. Além disso, o sistema foi
sin(𝜀 + 𝜌 − 𝜑) sin(𝛼 − 𝜌) excitado por vibrações próximas as que
sin(𝛼) sin(𝛼 − 𝜌 + 𝜑 + 𝛿)⁡sin⁡(𝜌 − 𝑖) ocorreram no porto de Yokohama. O autor
apresentou resultados próximos ao método
Onde λ0 é obtido pela equação 5: sugerido. (Mononobe e Matsuo, 1929).

√(𝑔 ± 𝛼𝑣 )2 + ⁡ 𝛼ℎ 2 (5)
λ0 =
𝑔

Onde:

g – Aceleração da gravidade.
αv – Aceleração durante a ação sísmica na
direção vertical.
αh – Aceleração durante a ação sísmica na
direção horizontal.
Figura 5 – Modelo em escala reduzida (Mononobe e
Matsuo, 1929).
Mononobe e Matsuo (1929) apresentou
uma aproximação através de uma fórmula direta Na década de 70, os autores Seed e
para o cálculo do empuxo ativo sob condição Whitman fizeram uma modificação nas
sísmica é dado por: formulações de Mononobe e Okabe, além de
inserir o valor de empuxo causado pela água
𝑃𝐸 = 0.5⁡𝛾⁡𝐻 2 (1 − 𝑘𝑣 )𝐾𝐴𝐸 (6) numa situação sísmica. (Seed and Whitman,
1970)
cos 2 (𝜑 − 𝜓 − 𝛽)
𝐾𝐴𝐸 = A primeira modificação foi separar o
cos(𝜓) cos 2 (𝛽) cos(𝛿 + 𝛽 + ⁡𝜓)⁡ efeito do empuxo do solo e do empuxo causado
2
pela ação sísmica, desta maneira, os pontos de
sin(𝜑 + 𝛽) sin(𝜑 − 𝜓 − 𝑖)
[1 + √ ] aplicação das cargas horizontais também
cos(𝛿 + 𝛽 + 𝜓) cos(𝑖 − 𝛽)
mudaram, uma vez que no método de M-O
(7) apresentado até o momento, todo o empuxo era
aplicado a 1/3 da altura. Esta mudança foi
Onde: baseada nos modelos estudados por Jacobsen
(1939) e Matsuo (1941), onde foi obtido,
Kv – Coeficiente de aceleração sísmica na
através de um modelo em escala reduzida que o
direção vertical.
empuxo causado pelo solo estava situado em
Kh – Coeficiente de aceleração sísmica na
aproximadamente 1/3 da altura e o empuxo
direção horizontal.
causado pelas ações sísmicas estava situado a
ψ – tan-1 (kh/(1-kv))
2/3 da altura (Seed and Whitman, 1970).
Foi proposta as seguintes fórmulas para
obtenção do empuxo: 𝑖′ = 𝑖 + 𝜃 (15)

EAE = EA + ∆EAE (8) 𝛼′ = 𝛼 − 𝜃 (16)

k AE = k A + ∆k AE (9) 𝜃 = tan−1 𝑐ℎ (17)

3 O empuxo EA deve ser multiplicado por


∆EAE = 0.5⁡𝛾⁡𝐻 2 ⁡ ⁡𝑘ℎ (10)
4 A:
3 𝑠𝑒𝑛2 ⁡𝛼′
∆k AE = ⁡ ⁡𝑘ℎ (11) 𝐴 =⁡ (18)
4 𝑠𝑒𝑛2 ⁡𝛼 ′ . cos 𝜃
Além disso, os autores propuseram que o Ao final, obtem-se que:
efeito dinâmico do empuxo calculado pela água
fosse calculado por: EAD = A⁡EA + EAE (19)
7
𝑈D = ⁡ ⁡⁡𝐻𝑎2 ⁡. 𝛾𝑎⁡. 𝐶ℎ (12) Onde EAE é o empuxo estático.
12
O equilíbrio das forças da cunha de
Onde Ha e ϒa são o peso específico e a ruptura apresentada na Figura 6, será dado por
altura respectivamente. (Barros, 2005):
4 ESQUEMA DE CÁLCULO DE UMA (1 − 𝐶𝑉 )⁡𝑠𝑒𝑛(𝜌 − 𝜑) + ⁡ 𝐶𝐻 ⁡𝑠𝑒𝑛⁡(𝜌 − 𝜑)
ANÁLISE PSEUDO-ESTÁTICA NUM EA = P⁡.
𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝜌 − 𝜑 − 𝛿)
MURO DE ARRIMO

Quando são consideradas as acelerações 4 NORMAS RELACIONADAS AO


horizontais e verticais sísmicas, adicionam-se as MÉTODO PSEUDO-ESTÁTICO
forças ChP e CvP (Barros, 2005):
Diversas normas referenciam o método
pseudo-estático para a análise de muros de
arrimo sob condição sísmica. A norma
americana FHWA-NHI-00-034 recomenda que
para acelerações inferiores a 0.05g, seja
prevalecido, para valores acima de 0.29g,
recomenda-se que o projeto seja conduzido por
um especialista em análises dinâmicas (FHWA,
2001).
Na Europa, utiliza-se como base o Eurocode
Figura 6 – Equilíbrio de forças
(Barros, 2005).
8, o qual recomenda que seja obtido o valor de
PGA (Peak Ground Acceleration), o qual
Essas forças são obtidas através das refere-se a máxima aceleração durante o
equações 12 e 13: terremoto. Com isso, o valor do coeficiente de
aceleração horizontal é obtido por:
𝐼H = 𝐶ℎ ⁡. 𝑃 (13)
𝑆
𝑘h = 𝛼⁡ (20)
𝐼V = 𝐶𝑉 ⁡. 𝑃 (14) 𝑟
Onde:
α - a aceleração considerada no projeto.
Além disso, os valores dos ângulos “α” e
S – Fator relacionado ao solo, definido na EN
“i” são corrigidos:
1998-1:2004, este valor depende do espectro de
resposta, e está tabelado dentro da dorma.
r – Fator para o cálculo da aceleração sísmica 5 ANÁLISE NUMÉRICA
horizontal, o qual depende do tipo de estrutura e
das máximas deformações admissíveis. Há situações que requerem uma análise mais
Na América Latina, existem diversas normas sofisticada, as quais requerem mais parâmetros
que se referem a análises sísmicas, sendo uma de entrada de deformabilidade e de velocidade
delas a norma Equatoriana “NEC2011-CAP.2- de propagação de ondas (Das e Ramadana,
PELIGRO SISMICO Y REQUISITOS DE 2011).
DISEÑO SISMO RESISTENTE-021412)”, na Uma maneira de realizar tal análise, é através
qual encontra-se valores de acelerações do Método dos elementos finitos, onde são
sísmicas em diferentes regiões do país (Figura definidos as condições de contorno e os
7) deslocamentos prescritos (Figura 8).

Figura 8 – Condições de contorno


(Dynamics Manual, Plaxis).

Além dos parâmetros de resistência inseridos


nos métodos estáticos, são inseridos parâmetros
elásticos de amortecimento do solo, os quais
são representados pelos fatores α e β de
Figura 7 – Mapa para desenho sísmico no equador
Rayleigh. As velocidades das ondas de
(NEC, 2011). compressão (VP) e ondas de cisalhamento (VS)
são calculadas em função dos parâmetros
Ao realizar o cálculo do empuxo devido aos físicos e elásticos do solo (D.
carregamentos sísmicos, posteriormente,
realizam-se as verificações como muro: 𝐸
Deslizamento, Tombamento, pressões na 𝑉p = √ (21)
𝜌
fundação e estabilidade global (Clayton et. al,
2013). 𝐺
𝑉S = √
Os fatores de segurança aceitáveis variam 𝜌 (22)
em função da caracterização e do local da obra,
sendo alguns deles, apresentados na Tabela 1:

Tabela 1 – Fatores de segurança por país na América


Latina
País ou FS FS FS FS
Região Desliz. Global Fundação Tomb.
Argentina 1.30 1.20 1.50 1.50
Caribe 1.20 1.20 1.20 1.20
Colômbia 1.05 1.05 1.05 2.00
Equador 1.05 1.05 1.50 2.00
México 1.20 1.20 1.30 1.20
Peru 1.12 1.12 2.50 1.12

Figura 9 – Parâmetros de entrada


(Dynamics Manual, Plaxis).
As acelerações podem ser inseridas através 6 CASO DE OBRA TURQUIA
de um arquivo SMC (Strong Motion CD), o
qual contém dados de aceleração sísmica e Na cidade de Aliaga-Izmir, leste da Turquia,
espectros de resposta, e podem ser inseridos foi construída uma refinaria petroquímica, onde
como fator multiplicador das cargas (Figura haviam áreas em aterro que deveriam suportar
10). tanques de subprodutos. Foram projetados 20
muros, com área de face total de 81,000.00m²,
os quais constituíam da solução Terramesh
System ® e geogrelhas Paralink (Figura 13).
Um dos grandes desafios para a obra, foi a
aceleração sísmica do projeto, a qual foi
considerada um valor de PGA igual a 0.75g
(Ozçelik, 2014).

Figura 10 – Arquivo smc


(Dynamics Manual, Plaxis).

O resultado através dos parâmetros de


entrada são os deslocamentos em função do
tempo. As Figuras 11 e 12 ilustram os
resultados obtidos:

Figura 13 – Terramesh System

A localização da planta pode ser visualizada


na Figura 14:
Figura 11 – Deslocamentos em função do tempo
(Dynamics Manual, Plaxis).

Figura 14 – Planta de Localização


(Ozçelik, 2014)

Figura 12 – Acelerações em função do tempo


(Dynamics Manual, Plaxis).
Neste projeto, foram conduzidos cálculos para Tabela 2 – Fatores de segurança (Ozçelik, 2014)
um tempo de retorno de 475 anos, no que se Combinação FS FS FS FS
refere aos estudos geológicos para a de carga Desliz. Global Fund. Tomb.
M2+R1 (+kv) 1.14 1.11 1.31 2.60
consideração da aceleração sísmica máxima. As M2+R1 (-kv) 1.35 1.12 1.28 5.17
análises foram realizadas de acordo com as A2+M2+R1 3.33 1.58 2.53 7.22
recomendações do Eurocode, de acordo com as A1+M1+R1 5.16 1.86 2.59 8.94
combinações de carga da região. A seção
máxima do projeto possuía 16 metros de altura, A flexibilidade da solução em solo reforçado
com geogrelhas com resistência última de 400 foi um fator crucial para a adoção da mesma,
kN/m e resistência de projeto igual a 263 kN/m devido aos elevados carregamentos estáticos e
(Figura 15). carregamentos sísmicos (Ozçelik, 2014).

8 CASOS DE OBRA DE MUROS DE


ARRIMO

Na tabela 3, apresentam-se algumas


estruturas construídas na América Latina
dimensionadas através do método pseudo-
estático.

Tabela 3 – Muros de arrimo dimensionados através do


método pseudo-estático.
Tipo do H Ch
Figura 15 – Seção Crítica País Cidade
Muro
(Ozçelik, 2014)
Esmeralda Solo
Equador 13m 0.20
s Reforçado
O aterro era composto de material granular, Alto Solo
Peru 22m 0.18
com ângulo de atrito igual a 39° e peso Chicama Reforçado
específico igual a 20.45 kN/m³. As análises Rep. Contenção
Santiago 5m 0.15
foram realizadas no software MacSTars, através Dominicana Gravidade
Contenção
do método do equilíbrio limite (Figura 16). México Chiapas 6m 0.15
Gravidade
Contenção
México Toluca 4.5m 0.18
Gravidade

9 MURO MECÂNICAMENTE
ESTABILIZADO INSTRUMENTADO NA
RUSSIA

Foi construído um modelo em escala real de


um muro mecanicamente estabilizado, pela
empresa Stroy-Dinamika Scientific and
Engineering Company, na cidade de São
Petersburgo.
Figura 16 – Seção Crítica O muro mecanicamente estabilizado com
(Ozçelik, 2014) face em concreto e reforços lineares compostos
de fitas poliméricas, foi construído sobre uma
Os fatores de segurança estão apresentados base vibratória, com o objetivo de simular uma
na tabela 2: ação sísmica (Figuras 17,18 e 19).
Figura 17 – Paramento Frontal
Figura 21 – Aparelhos para vibração

Foram induzidos três testes com diferentes


acelerações, sendo elas: 0.1g, 0.2g e 0.4g. Esses
valores representam, respectivamente, valores
de 7,8 e 9 pontos na escala MSK-64
(Medvedev-Sponheuer-Karnik).
As normas russas indicam que a variação de
velocidades seja, 13-25cm para 7-pontos, 26-
50cm, 8 pontos, 26-50 para 9 pontos.
As figuras 22,23 e 24, demonstram,
Figura 18 – Conexão do reforço no painel respectivamente as acelerações horizontais
obtidas:

Figura 19 – Disposição dos reforços.


Figura 22 – Acelerações horizontais para o ensaio com 7
pontos (0.1g).

Figura 20 – Layout da base vibratória

Figura 23 – Acelerações horizontais para o ensaio com 8


pontos (0.2g).
Figura 24 – Acelerações horizontais para o ensaio com 9
pontos (0.3g). Figura 27 – Deslocamentos horizontais da contenção

A Figura 25 apresenta os resultados de A partir dos resultados dos ensaios, conclui-


deslocamentos para os 3 experimentos se que essa solução em solo reforço atende aos
realizados, com valores máximos de 8mm para critérios mínimos de estabilidade para regiões
o caso com aceleração maior. sísmicas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O método pseudo-estático possui algumas


limitações que devem ser de conhecimento do
projetista (Das e Ramadana, 2011):

- Modelo plástico (Estático ou Pseudoestático);


- Soluções baseadas na teoria da elasticidade;

Devido a complexidade dos modelos


dinâmicos, as soluções pseudo-estáticas é muito
utilizada por projetistas em todo o mundo, com
muitos casos de obras e contenções de elevadas
alturas projetadas através deste método. Vale
Figura 25 – Deslocamentos para diferentes acelerações.
ressaltar que a solução deve ser utilizada tendo
sabedoria das suas limitações e aplicabilidades.
Também se realizou uma análise numérica
para verificação da contenção. Os valores de
entrada estão disponíveis na bibliografia. Os
resultados obtidos estão presentes nas figuras
26 e 27.

Figura 26 – Deslocamentos horizontais da contenção


REFERÊNCIAS

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Heyman, J. – Coulumb’s Memoir on Statics. An


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