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I

REPÚBLICA DE ANGOLA

ORGÃOS AUXELIARES DO PRESIDENTE DA REPÚBUCA


CASA DE SEGURANÇA

À
SUA EXCELÊNCIA MINISTRO DE ESTADO
E CHEFE DA CASA DE SEGURANÇA DO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA

LUAN DA

N/REF: A4Z /OFC/GAB.JUR(DICO/CSPR/2021 N/COM:24/11/2021


Assunto:PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO DAS LEIS. ORGÂNICAS SOBRE O
ESTATUTO DOS MAGISTRADOS JUDICIAIS MILITARES, DOS TRIBUNAIS
DE JURISDIÇÃO MILITAR E DO SUPREMO TRIBUNAL MILITAR .
Excelência

Em cumprimento da V/douta orientação, na seqüência do dossiê


encoberto pela nota n.° 001654/GAB.MDNVP/08.1/2021 procedente do
Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, sobre as propostas de
alteração das leis, orgânicas sobre o Estatuto dos Magistrados Judiciais, dos
Tribunais de Jurisdição Militar e do Supremo Tribunal Militar, o Gabinete
Jurídico da Casa de Segurança do Presidente da Republica, hoje, dia
24.11.2021 trabalhou com a direcção do Supremo Tribunal Militar e cumpre
dissecar o seguinte:
Conforme referido em epígrafe, trata-se de propostas de leis que visam
a alteração [revisão pontual] da Lei n.° 24/19, de 23 de Setembro, Lei
Orgânica sobre o Estatuto dos Magistrados Judiciais Militares, da Lei n °
25/19, de 23 de Setembro, Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição Militar e
da Lei n.° 26/19, de 25 de Setembro, Lei Orgânica do Supremo Tribunal
Militar.

Entre outras, a alteração de maior relevância e substancial prende-se


com a extensão do âmbito da competência do Supremo Tribunal Militar e dos
Tribunais de Jurisdição Militar para a apreciação e controlo sobre medidas
disciplinares aplicadas aos membros [Efectivos] das Forças Armadas e da
Polícia Nacional e aos actos administrativos respeitantes à nomeação,
exoneração, transferência, promoção, despromoção, graduação,
desgraduação, reforma e exoneração.

Cidade Alta, Rua 17 de Setembro governo cspr.gov.ao

Luanda - Angola Casa de Seguiança do


Casa de Segurança PR

As demais alterações cingem-se, na melhoria, clarificação,


complementaridade e arrumação de alguns preceitos das referidas propostas,
na aplicação supletiva de normas do foro comum, ao foro militar desde que
não contrariem, obviamente, disposições, normas e regulamentos militares e
policiais.
Vê-se que, procurou-se a unicidade do ano judicial, fazendo coincidir o
ano judicial do foro militar ao comum, assim como em relação as férias
judiciais, mas salvaguardando a especificidade da jurisdição militar.
As três propostas de alteração foram submetidas, nos termos da alínea
a) do n.° 2 do artigo 15.° da Lei n.° 2/93. de 26 de Fevereiro, Lei da Defesa
Nacional e das Forças Armadas, à apreciação e discussão em Reunião
Extraordinária do Conselho de Defesa Nacional, merecendo parecer
favorável.

Foram, igualmente objecto de apreciação técnica pela Comissão de


Reforma da Justiça e do Direito, assim como submetida à auscultação e
consulta ao Conselho de Chefes do Estado-Maior General das FAA.
Entretanto, apoiado na conformidade da apreciação técnica da
Comissão da Reforma da Justiça e do Direito, enquanto foro especializado na
matéria, no parecer favorável do Conselho de Defesa Nacional e, na
consideração do Supremo Tribunal Militar, segundo a qual as propostas de lei
objecto de análise, permitirão a salvaguarda de uma jurisdição especializada
em razão matéria, celeridade processual e o controlo da aplicação das leis,
regulamentos dos Órgãos de Defesa e Segurança, o Gabinete Jurídico da
Casa de Segurança do Presidente da República é também de opinião
favorável à sua procedência.
Assim, sempre em respeito ao mais douto e prudente critério de V. Ex.^
Senhor Ministro de Estado à melhor orientar, junto remete-se o dossiê anexo
em suporte físico e digital, para consideração e sugestão de agendamento
para apreciação pelo Conselho de Ministro, mediante nota dirigida à Sua
Excelência Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, dispensando neste caso
específico à apreciação pelo Conselho de Segurança Nacional.
A superior consideração.
GABINETE JURÍDICO DA CASA DE SEGURANÇA DO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA, em Luanda, aos 24 de Novembro de 2021.

ANTONJÇLÓARIoS DO AMARAL
"ENENTE-GENERAL** :

,4^

Cidade Alta, Rua 17 de Setembro JjA coverno de cspr.gov.ao

Luanda - Angola #^AMGOLA Casa de Segurança do


REPLBLICA DE ANGOLA

Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria

SUA EXCELÊNCIA
MINISTRO DE ESTADO E CHEFE DA CASA DE
SEGURANÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
GENERAL-DE-EXÉRCITO (RF) FRANCISCO
PEREIRA FURTADO

=LUANDA=

.MDNVP/08.1/202

ASSUNTO: INFORME SÍNTESE DA REUNIÃO DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Excelência,

Levo CO Vosso conhecimento que através do nosso Ofício n°


00314/GAB.AADNVP/08.1/2021, de 18 de Fevereiro, submetemos à
Vossa apreciação as propostos de alteração das Leis do Fórum Militar,
já apreciados positivamente pela Comissão de Reforma da Justiça e
do Direito e pelo Conselho de Defesa Nacional, realizado no dia 17 de
Fevereiro de 2021.

Nesta conformidade, vimos pela presente, reiterar o envio dos referidas


propostas para o Vosso mui douto beneplácito.
Sem outro assunto de momento, aceite Excelência, os nossos protestos
de alta estima e consideração.

Luanda, 23 de Julho de 2021 .

MINiSIRO

JOÃO ERfímOTO^ SANTOS "LIBERDADE"

•u . I CJ»'
P * t i At £.^^ I i;mo i)i. mindeiivp.gov..in
. HuU i r.» . u .1 .1 k' inií.i
ANGOLA ! \Ministono cl.i nt-íos."! N.-idon.i! i--
•'UT.iiios lia 1'áíria.
À
SUA EXCELÊNCIA
MINISTRO DE ESTADO E CHEFE DA CASA DE
SEGURANÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
GENERAL PEDRO SEBASTIÃO
=LUANDA=

/GAB.MDNVP/08.1/2021

ASSUNTO:INFORME SÍNTESE DA REUNIÃO DO CONSELHO DE DEFESA


NACIONAL

Excelência,

Levo ao conhecimento de Vossa Excelência, que no dia


17 de Fevereiro de 2021, presidi a Reunião Extraordinária
do Conselho de Defesa Nacional, com o objectivo de
apreciar as propostas de alteração das Leis do Fórum
Militar, formalismo que se impunha observar, antes da
apresentação das propostas de alteração às Leis^ do
Fórum Militar ao Conselho de Ministros nos termos do alínea
a)do n.® 2 do artigo 15.® da Lei n.® 2/'?3, de 26 de Fevereiro,
Lei da Defesa Nacional e das FAA.

Participaram da reunião, para além de todos os membros


do Conselho de Defesa Nacional, o representante
indicado pela Caso de Segurança do Presidente da
República, os Representantes do Ministério do Interior e do
Gomando Gerai da Polícia Nacional e o Director do
Gabinete Jurídico/MINDENVP, na qualidade de
convidados ao Conselho.
OFMDN/I
o Conselho foi informado dos alterações para cada um
dos diplomas vigentes, que incidem no seguinte:

1. Em relação ò Lei de 23 de Setembro, Lei


Orgânica sobre o Estatuto dos Magistrados Judiciais
Militares, a revisão incide sobre quatro artigos: 2"
(Direito subsidiário), 15® (Direitos e regalias), 18®
(Ingresso na magistratura) e 26" (Ingresso no toro
comum);

2. Em relação ò Lei rr® 25/19, de 23 de Setembro,


Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição Militor, a
revisão incide sobre três artigos: 19® (ano judicial), 21®
(autonomia administrativa e financeira dos tribunais
militares) e 24® (definição do Supremo Tribunal Militar);

3. Em relação à Lei n® 2é/19, de 25 de Setembro, Lei


Orgânica do Supremo Tribunal Militar, a revisão incide
sobre 8 artigos: 2® (Definição do SIM), 11® (Férias), 14®
(Requisitos para Juizes Conselheiros), 19 O

(Competências genéricas do Tribunal), 22® (Órgãos


do Tribunal), 2é® (Competências do Plenário), 36®
(Órgãos e serviços de apoio),42°(Direito aplicável em
matéria do contencioso administrativo).

As principais questões levantadas em Conselho da Defesa


Nacional, recaíram sobre o ingresso na magistratura
judicial militar, possibilidade de extensão ou não de
ingresso aos oficiais da Polícia Nacional e outros de órgãos
de segurança e ordem pública, o alargamento das
competências do Supremo Tribunal Militar, a aplicação
das normas comuns do contencioso administrativo ao
Contencioso Administrativo Militar.

J
Of.MON/2
Das discussões, ficou assente e esclarecido o seguinte:

1. A opçQO pelo ingresso no nnagistraíura judicial militar


restrito à oficiais das FAA é umo opção político-
legislativa decorrente da essência dos Tribunais
Militares, independentemente da qualidade dos
sujeitos que devem ser julgados nesse foro;

2. O alargamento das competências do Tribunal


Supremo Militar para as questões de natureza
administrativa, deve-se a pertinência e oportunidade
de se evitar que, na falta de Lei expressa que
estabeleça o órgão competente para apreciar os
questões do domínio dos actos administrativos dos
órgãos militares, por respeito à princípios
constitucionais da plenitude de jurisdição,
recorribilidade contra todos os actos ilícitos,
legalidade, acesso ao direito e a justiça (72.° a 75.°,
177.° da CRA), poderão ser os tribunais comuns a
apreciar matéria do exercício estrito de poderes
militares;

3. O Contencioso Administrativo Militar recairá sobre


actos administrativos oroferidos no âmbito da função
administrativa militar de órgãos e serviços da
Administração Militar, pelo que, se conclui não hover
qualquer dificuldade que na sua apreciação
contenciosa se obedeçam as normas do
procedimento e do contencioso administrativo
comum aplicáveis transversalmente a todo os actos
formal e materialmente administrativos dos poderes
públicos.

t,xcelêncio.
Em resumo, o Conselho oe Defeso Nacional, deu o seu
ovo! positivo às propostos de oiteroçõo opreciodos,
oconseihondo que o M.nistro do Defeso Nocional e
Veteronos do Pátrio, cumpra com os passos subsequentes
conducentes o suo oprovoçõo finai, to! como proposto no
ofício n.° 4875/GMJDH/2020, do Ministro do Justiça,
Coordenodor do Comissão de Reforma do Justiço e do
Direito(CRJD).

Nesta conformidade e após apreciação técnica do


Comissão de Reforma do justiço e do Direito, auscuitoção
e consuito do Conselho de Chefes de Estado-Maior
General dos FAA e do Conselho de Defesa Nacional,
respectivamente, salvo se Vossa Excelência decidir
submeter à apreciação do Conselho de Segurança
Nacional, com o Vosso mui douto beneplácito, as
propostas de alteração dos referidos diplomas legais,
seguirão paro apreciação e aprovação do Conselho de
Ministros.

Sem outro assunto de momento, aceite Excelência, os


nossos respeitosos cumprimentos.

GABINETE DO MINISTRO DA DEFESA NACIONAL E VETERANOS


DA PÁTRIA, em Luando, 18 de Fevereiro de 2021.

O MINISTRO

JOÃO ERNESTO^S SANTOS "LIBERDADE"

L. Of.vDr,
REPÚBLICA DE ANGOLA
SUPREMO TRIBUNAL MILITAR

MEMORANDO JUSTIFICATIVO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO


TRIBUNAL MILITAR NO CAMPO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

1 - ENQUADRAMENTO HISTÓRICO.

A justiça militar em Angola, existe desde o limiar da independência


nacional, com a criaç|âo da Comissão Gerai de Justiça em 1976, valendo-
I

se da legislação colonial sobre a matéria e de alguns regulamentos


inspirados na experiência da guerrilha.

1978 - Com base na Lei n°17/78, de 24 de Novembro, foi instituído o


Tribunal Militar das Forças Armadas (TMFA), como instância máxima
da jurisdição militar em Angola.

1988 - Foi instituído o Sistema Unificado de Justiça e o TMFA, é


integrado no Tribunal Supremo como Câmara dos Crimes Militares.

1992- Foram instituídas as Forças Armadas Angolanas, no quadro dos


acordos de Bicesse para paz em Angola.

1994 - Com base na Lei n° 1/94, de 7 de Janeiro, foram


institucionalizados oí Órgãos de Justiça Militar, no quadro das Forças
Armadas Angolanas.

Ainda no mesmo ano com base na Lei n° 5/94, de 11 de Fevereiro, Lei


sobre a Justiça Pene I Mi l itar e da Organização Judiciária Militar, foi
institucionalizado o SUPREMO TRIBUNAL MILITAR no topo da
hierarquia dos Tribunais Militares, com competência de conhecer
recursos de decisões proferidas pelos tribunais inferiores e julgar em
primeira instância processos em que sejam arguidos Oficiais Generais
ou equivalentes. A referida lei, conferiu foro pessoal aos destinatários
da justiça militar, na justa medida que, respondiam em tribunais
militares, irldependentemente da natureza do crime.

1996 ~ O acórdão n° 10, de 11 de Outubro de 1996.do Tribunal Supremo


nas vestes de Tribunal Constitucional, declarou como inconstitucionais
algumas normas da lei 5/94 e por conseqüência a competência doo
Tribunais militares passou de foro pessoal para foro material.

2010 - Aprovada a ORA que sacramenta a justiça militar e nos termos


do art.° 176°, o Supremo Tribunal Militar passou a encabeçar a
jurisdição militar.

Por conseguinte, o artigo 183° da CRA, definiu o Supremo Tribunal


Militar como sendo o órgão superior da hierarquia dos Tribunais
Militares.

II - EXTENSÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL


MILITAR EM MATÉRIA ADMINISTRATIVA MILITAR.

As Forças Armadas e Polícia Nacional, possuem órgãos próprios,


agentes públicos submetidos à regime jurídico específico e institutos
ímpares como; deserção, incorporação, reserva, licenciamento, etc.,
sem paralelo na administração pública "civil". Por esta razão, o direito
militar defende a necessidade de se promover um estudo científico,
individualizado e sistematizado deste sector da administração, por meio
de uma disciplina jur ídica especializada, a qual a doutrina denomina por
Direito Administrativo Militar.

Assim, adoptando um critério descritivo e integrativo,


didacticamente, o Direito Administrativo Militar é definido como sub-
I

ramo especializado do Direito Administrativo que estuda os princípios e


preceitos jurídicos que. de forma sistemática, regem as actividades
peculiares das Forças Armadas, seus órgãos, membros e actividades
jurídicas não contenciosas, voltadas ao -cumprimento, de forma
concreta, directa e imediata, de suas destinações constitucionais e
demais fins a elas atribuídas legalmenteF

Aqui, com maior precisão se consegue concluir que a par duma


I

administração civil, existe uma administração militar que se ocupa da


prática de um conjjjnto sucessivo de actos ordenados tendentes a
consecução de um fim público, traduzido na manutenção da hierarquia
e disciplina das Forç as Armadas Angolanas.

Destarte, no plano orgânico, as FAA são parte integrante da


I

Administração pública militar directa do Estado, sendo que o seu


pessoal, quer civil, quer mil itar, está submetido a uma relação jurídica
de emprego público, com especificidades próprias, conferindo-lhe certa
autonomia em relação á restante Administração Pública.

No mesmo sentido, quanto ao vínculo funcional em relação ao


militar, o vínculo que se forma com a Administração Pública é de
natureza estatutária ou seja, baseia-se em leis especiais que lhe
asseguram direitos e lhe impõem deveres e obrigações mais rígidas, em
decorrência do exercício da função militar, baseada na hierarquia e

^ ABREU, Jorge Luís de - in Direito Administrativo Militar, Ed. Método 2010, São Paulo, p.35.
disciplina, bem como no próprio trabalho diário que lhe impõe o
manuseio e a utilização de equipamento bélicol

Dadas as especificidades da administração militar, é defensável


a tese de que a competência para exercer o controlo jurisdicional sobre
medidas disciplinares aplicadas aos militares e dos demais actos
administrativos militares, que se considerem ilegais, seja exercida pela
justiça militar, isto porque a punição disciplinar militar é uma sanção
administrativa, com previsão nos regulamentos de disciplina militar, que
tem como objectivo preservar a hierarquia e disciplina, princípios
estruturantes das Forças Armadas e da Polícia Nacional, com
consagração constitucional nos art.^s 207^ e 210'' da CRA.

III - ENQUADRAMENTO JURÍDICO ~ CONSTITUCIONAL

O artigo 176.°, n.n, da CRA, ai. b) estabelece uma jurisdição


militar encabeçada pelo Supremo Tribunal Militar e integrada
igualmente por Tribunais Militares de Região.

Por conseguinte, o artigo 177°, n° 1, da Constituição da República


de Angola consagra que os tribunais garantem e asseguram a
observância da constituição, das ieis e demais disposições normativas
vigentes, a protecçào dos direitos e interesses iegitimos dos cidadãos e
das instituições e decidem sobre a iegaífdade dos actos administrativos.

Outrossim, a CRA no n.° 3 do art.° 183°, dispõe que "a composição


organização, competências e funcionamento do Supremo Tribunal
Militar são estabelecidos por lei".
A Constituição, ao remeter para lei ordinária, a sua composição,
organização, competência e funcionamento, deixou expressa a

^ RIBEIRO, Manuel Garcia - In A Disciplina das Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional, Órgãos de
Segurança e Ordem Interna, Colecção de Teses de Mestrado, Luanda, Editora WhereAngola, 2015, p.81.
necessidade de cria ^áo de leis próprias, que alicercem um espaço de
actuação de uma ustiça de jurisdição especializada, assente em
valores alinhados coim o Estado Democrático de Direito.

Assim, faz sentido defender que a ratio" desta disposição


constitucional possa conduzir ao entendimento de que o legislador
constituinte, não confinou a jurisdição militar apenas ao âmbito penal,
muito pelo contrário, abriu portas para que, com base na dinâmica
social, a jurisdição: militar possa adaptar-se a realidade de cada
momento.

Acontece que, os desafios de momento aconselham a entender o


mundo de hoje como uma aldeia global, uma realidade sustentada pelo
fenômeno da globalipçáo. Todavia, a cada momento que o mundo se
torna mais pequenjo, o certo é que ele caminha acelerado e
irreversivelmente para um mundo especializado.

As peculiaridac es da vida da caserna insufladas pelos princípios


da Hierarquia e Disciipilna, influenciam uma administração pública que
concorre para as Forças Armadas robustas que requer uma jurisdição
especializada, que atravessa por todo o arcabouço militar.
Por esta razão jé que continuamos a reafirmar que o controlo da
discricionariedade dos actos administrativos militares sejam da
competência da justiça militar.

IV- DIREITO COMPARADO


A) Portugal

A justiça militar de P ortugal. caracterizou-se ao longo da história, por


uma organização ju diciária autônoma, com tribunais e foro, com
autoridades iudiciáriias e com agentes de polícia judiciária próprio.
Caracterizou-se também por um Direito Penal Militar, com normas
substantivas e processuais especiais.

Porém, apesar da influência do contexto histórico e por vezes da


própria evolução do Direito Criminal Comum, poucas alterações foram
introduzidas na justiça militar, mantendo permanentemente uma
coerência. O foro militar foi durante a maior parte do tempo o foro
pessoal, embora em alguns momentos se tenha adoptado o foro
material, porém, sempre por pouco tempo.

Desde a publicação do primeiro código de justiça militar, o


sistema de justiça militar português foi considerado um sistema
tendencialmente completo, no topo do qual estava o tribunal de
segunda instância, que até o ano 2004 tinha a designação de Supremo
Tribunal Militar.

Em matéria criminal, competia ao Supremo Tribunal Militar,


conhecer em recurso as decisões judiciais proferidas pelos tribunais
militares de primeira instância e julgar em primeira instância os Oficiais
Generais.

Em matéria administrativa, competia ao Supremo Tribunal Militar,


o controlo jurisdicional de decisões definitivas e executórias, proferidas
em matéria disciplinar.

Uma revisão constitucional operada em 1997, veio promover a


reforma da justiça militar Portuguesa, rompendo com a tradição da
autonomia da justiça militar, ao extinguir os tribunais militares em
tempo de paz. O caminho seguido pela reforma da justiça militar foi o
da extinção dos tribunais militares em tempo de paz, com a garantia de
que os ilícitos militares, sejam julgados com a participação de juiz
militar.
Assim, os tribunais comuns que passaram a julgar os crimes
militares e contencioso administrativos militares, conheceram novas
1

orgânicas.

B) Brasil

O Brasil tem dois n íveis de justiça militar: Justiça Militar Federal e


Justiça Militar Estadual.

Justiça Militar Federal:

A Justiça Militar Federai está prevista no artigo 124°, da


Constituição, dispõe Ique ajustiça militar compete processar ejulgar os
crimes militares definidos em Lei, praticados por oficiais, praças da
policia militar e do corpo de bombeiros militar do distrito federa!

Neste momento corre trâmites de uma proposta de emenda


constitucional que p^retende alterar o artigo 124° da Constituição nos
seguintes termos; A Justiça Militar da União compete processar ejulgar
I

os crimes militares definidos em lei, bem como exercer o controlo


I

jurisdicional sobre as punições discipUnares aplicadas aos membros


das Forças Armadas.^
Justiça Militar Estadual
A Justiça Militar Estadual, está contemplada no artigo 125^ da
Constituição Brasiieita. Com efeito, dispõe o parágrafo 5° o seguinte:
Compete à justiça rrJiitar estadual, processar e julgar os militares dos
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as acções judiciais
contra actos discipUnares militares,

V-CONSIDERAÇÕES FINAIS
I

Nos termos dp nf 3 do artigo 183.° da ORA, a composição,


organização, competência e funcionamento do Supremo Tribunal
Militar são estabelecidos por lei. Assim sendo, para que o SIM,
tenha competência para exercer o controlo jurisdicional sobre
medidas disciplinares e demais actos administrativos militares,
bastará a alteração pontual da Lei n.° 26/19, de 25 de Setembro -
Lei Orgânica do Supremo Tribunal, nos seus artigos 2.°, 19.° e 22.°.
Uma vez concretizado este desiderato, permitirá a salvaguarda de
uma jurisdição especializada em razão da matéria, a celeridade
processual e o controlo na aplicação das iels e regulamentos dos
Órgãos de Defesa e Segurança.

SUPREMO TRIBUNAL MILITAR,11 DE AGOSTO DE 2020.


REPUBLICA DE ANGOLA
SUPREMO TRIBUNAL MILITAR

RELATÓRIO JUSTIFICATIVO DAS ALTERAÇÕES PONTUAIS DAS


LEIS N"^ 24/19, 25/19 E 26/19.

1. Lei n° 24/19, de 23 de Setembro - Lei Orgânica sobre o Estatuto dos


Magistrados Judiciais Militares.

A revisão incide sobre os seguintes artigos:

a) Art.° 2° {Direito subsidiário): a alteração proposta visa assegurar a aplicação


supletiva do Estatuto dos Magistradps Judicias do foro comum em tudo que não
contraria o Estatuto dos Magistrados Judicias Militares;
b) Art.° 15° {Direitos e regalias): a alteração proposta visa incluir a pensão de
sobrevivência no Estatuto dos Magistrados Judicias Militares;
o) Art° 18° {ingresso na Magistratura Judicial Militar): a alteração proposta visa
harmonizar o regime de ingresso na Magistratura Judiciai Militar com o regime
de progressão da carreira militar, estabelecido na Lei n° 13/18, de 29 de Outubro
- Lei das Carreiras dos Militares das Forças Annadas Angolanas.
d) Art. 26° {Ingresso no foro comum): a alteração proposta visa garantir uma certa
coerência de terminologia, visto que "ingresso" pressupõe a entrada pela primeira
vêz na Magistratura Judicial.

2. Lei n° 25/19, de 23 de Setembro - Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição


Militar.

Aqui a revisão incide sobre os seguintes artigos:

a) Art."^ 2° {Definição) e Art.° T {Competência em razão da matéria): As


alterações propostas para estes dois artigos, visam garantir a extensão da
competência do Supremo Tribunal Militar no domínio administrativo
disciplinar.

Com estas alterações, o Supremo Tribunal Militar, para além de administrar


a justiça no dom ínio penal militar, passará também a exercer o controlo
Jurisdicional sob *e medidas disciplinares e demais actos administrativos
mililares, reunindo no mesmo juízo a competência penal militar e
disciplinar militar.

Trata-se de uma unificação por pertinência temática, uma vez que, tanto o
crime militar quanto a infracção disciplinar ferem os princípios basilares da
hierarquia e da disciplina;
O recurso contencioso sobre actos administrativos está garantido nos
termos do art.° 177" da CRA.Para concretizar este desiderato no foro militar
impõe-se a alteração dos art."s 2" e T da Lei em análise, uma vez que,
tratando-se de actos que emergem de leis e regulamentos militares, o justo
é impugná-los em sede desta jurisdição;
b) Art." 19"{Ano Judicial): A alteração deste artigo visa apenas uniformizar o
início do ano judicia] com o período estabelecido a nível do foro comum;
c) Art." 24° {Definição): A alteração deste artigo, visa materializar a extensão
da competência do Supremo Tribunal Militar no domínio administrativo
disciplinar (cfr. as alterações dos artigos 2° e T).

3. Lei n" 26/19, de 25 de Setembro - Lei Orgânica do Supremo Tribunal


Militar.

a) Art.° 2° {Definição): A alteração deste artigo visa estender a competência


do Supremo Tribunal Militar no domínio administrativo militar, (cfr. o
relatório de alteração dos artigos 2°, T e 24° da Lei Orgânica dos Tribunais
de Jurisdição Militar);

b) Art° 1 r {Férias): A alteração proposta visa harmonizar o período previsto


na Lei Orgânica do Supremo Tribunal Militar, com o previsto no foro
comum;

c) Art° 14° {Reqidsitos para Juizes Conselheiros): A alteração proposta visa


conciliar o requisito formação e a experiência adquirida pelo tempo de
exercício da Magistratura Judicial Militar;
d) Art.° 19°{Competência genérica do Supremo Tribunal Militar): A alteração
proposta visa igualmente assegurar a extensão da competência do Supremo
Tribunal Militar no domínio administrativo militar;

. e) Art.° 22° {Órgãos do Supremo Tribunal Militar): A alteração proposta visa


assegurar o desdobramento do Supremo Tribunal Militar em duas Câmaras,
nomeadamente. Câmara dos Crimes Militares e Câmara do Contencioso
Administrativo Militar, a serem instaladas por deliberação do Plenário do
Supremo Tribunal Militar, quando o volume processual o justifique:
o Arl.° 26'' {Competência do Plenário): A alteração proposta visa garantir
tratamento igual em termos de instâncias recursais. de processos julgados
em primeira e segunda instância;
g) Cap. V (Inspecção Judicial. Secretaria Judicial e Serviços de Apoio)e Art.°
36°: As alterações visam suprimir a dualidade de Órgãos existentes na Lei
Orgânica do Supremo Tribunal Militar.

SUPREMO TRIBUNAL MILITAR, 11 DE AGOSTO DE 2020.


\

República de Angola

Lei n.° /20

Considerando que a Lei 25/19 de 23 de Setembro, Lei Orgânica dos Tribunais de


Jurisdição Militar, estabelece a organização e funcionamento dos Tribunais de
jurisdição Militar;

Havendo necessidade do Supremo Tribunal Militar exercer o controlo


jurisdicional sobre medidas disciplinares e demais actos administrativos
militares;

A Assembléia Nacional aprova a alteração dos artigos 2°, 7°, 19 e 24° da Lei
25/19, de 23 de Setembro,Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição Militar.

LEI DE ALTERAÇÃO DA LEI ORGÂNICA DOS TRIBUNAIS DE


I JURISDIÇÃO MILITAR

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Artigo 1°
(Objecto)
(...)

Artigo 2"
(Definição)
I . Os I l iluiiuiis Mi lilares
são t^rgàos ^obcranja íoin L^ompeleiuia
k'spt\ iaii./aJc) pare» administrar a jusiica ponal mililai' em nome do Povo.
ri)) i otiEH'inii.iai.k' ■ . om a Ç onsli tui^.ao o a loi
p!S'jui/(> do disposto no nuinoi"o anlortor i' 'supivino Iril^unal
\ hl il i l' I . o .]\l ]K Ia o \ on t i'oE' I! I i t • d !■. r. a 1 ! 1 - o! o i o - s 1 id a d! "-i i p li n a o
1
ciplif-cultis cios iiieiiibrtis l'oi"ças Arnuidas o da bolicia Nacional t: aos
aclos administrativos respeita nies a sua nomeação, exoneração,
tran.steréncia, prcmioçao, despromoção, p,i-adiiação, desj^raduaçâo,
reforma e demissão.

Artigo 3°
(Independência dos Tribunais Militares)
(...)

Artigo 4°
(Objectivos dos Tribunais Militares)
(...)

Artigo 5°
(Divisão Judicial Militar)
(...)
Artigo 6°
(Limites e extensão de competência)
(...)
Artigo 7"
(Competência em razão da matéria)
Os Tribunais Militares são competentes para conhecer todos os processos de
crimes militares e de natureza militar, bem como os actos administrativos
previstos no número 2 do artigo 2" da presente lei.

Artigo 8°
(Competência em razão da hierarquia)
(...)
Artigo 9°
(Competência em razão do território)
1. (...)
2. (...)
Artigo 10"
(Proibição de desaforamento)
(...)
Artigo 11"
(Colegialidade dos Tribunais Militares)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4 ( •)

Artigo 12°
(Imperatividade das decisões dos Tribunais Militares)
(...)

Artigo 13°
(Publicidade e imparcialidade das audiências)
(...)

Artigo 14°
(Garantias do processo criminal e de presunção de inocência)
1. (...)
2. (...)

Artigo 15°
(Dever de fundamentação)
1. (...)
2. (...)

Artigo 16°
(Execução das penas)
(...)

Artigo 17°
(Dever de cooperação)
(...)

Artigo 18°
(Representação do Ministério Público)
(...)

Artigo 19°
(Ano Judicial)
í 1! !< ' v i -' ;l i n ! I I I J Iv !.l! j\! t vi O-- I !'Í I Mi n.! 1 - ^ h 1 ! i - i !• ^ \ 1 !! 1! vi! . ' i M i lv \. \<' - - li 1 1 - -
; I !i l i - J- - . l i 11' I í i J h. iI i i do {VIi 1 1 V ( 1! nli ni

Artigo 20°
(Acompanhamento do funcionamento dos Tribunais Militares)
3
(...)

Artigo 21°
(Autonomia Administrativa e financeira dos Tribunais Militares)
1. (...)
2. (...)

CAPÍTULO II
Categorias, Organização e Competências
dos Tribunais Militares

Artigo 22°
(Categoria dos Tribunais Militares)
1. (...)
a) (...)
b) (...)
2. (...)
3. (...)
Artigo 23°
(Regra geral sobre competência)
(...)

CAPÍTULO III
Supremo Tribunal Militar

Artigo 24°
(Definição)
O Supremo Tribunal Militar é o órgão superior da hierarquia dos Iribunais
N4ilitares, com competôncia especializada para, em nome do povo, administrar a
justiça penal militar e evercer o controlo jurisdicional sobre medidas
disciplinares aplicadas aos membros das torças Armadas e da Policia Nacional
e aos acto^ administraLi\'os respeitantes à sua nomeação, exoneração,
transferência, [uomoção, despi'omoção, graduação, tiesgradiiação, leloima e
demissão.

Artigo 25°
(Composição,organização, competência e funcionamento)
(...)
CAPÍTULO IV
Tribunais Militares de Região

SECÇÃOI
Definição,Sede e Composição dos Tribunais Militares de Região
Artigo 26°
(Definição e Jurisdição)
1. (...)
2. (...)

Artigo 27°
(Sede dos Tribunais Militares)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 28°
(Composição dos Tribunais Militares)
(...)

Artigo 29°
(Afectação temporária de Juizes)
1. (...)
2. (...)

SECÇÃO II
Competência dos Tribunais Militares

Artigo 30°
(Competência dos Tribunais Militares de Região)
(...)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h) (...)
i) (...)

Artigo 31°
(Competência do Juiz Militar Presidente)
1. (...)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
2. (...)

Artigo 32°
(Competência dos Juizes Militares)
(...)

a) (...)
b) (...)
c) (...)

Artigo 33°
(Direcção)
(...)

Artigo 34°
(Equiparação)
(...)

Artigo 35°
(Juiz Militar Jubilado)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4. (...)

SECÇÃO III
Defensores Oficiosos e Secretarias Judiciais
Artigo 36°
(Defensores oficiosos)
1.

2.
3.

4.

5.

Artigo 37°
(Secretarias Judiciais)
(...)

Artigo 38°
(Instalações dos Tribunais)
(...)

CAPÍTULO V
Quadro de Pessoal

Artigo 39°
(Quadro do Pessoal)
1. (...)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
i)
b)
1)
m)
n)
o)
P)
q) (•••)
r) (...)
s) (...)
2. (...)

Artigo 40°
(Competência disciplinar sobre o pessoal de apoio)
(...)
Artigo 41°
(Revogação)
(...)

Artigo 42°
(Dúvidas e omissões)
(...)

Artigo 42°
(Entrada em Vigor)
(...)

A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembléia Nacional,em Luanda aos / /2020.


Publique-se
O Presidente da Assembléia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.
Promulgada em Luanda, aos / / 2020.

O Presidente da República,JOÃO MANUEL GONÇALVES LOURENÇO.


República de Angola

Lei n.° /20, de de

Considerando que a Lei 26/19 de 25 de Setembro - Lei Orgânica do


Supremo Tribunal Militar, define este como órgão superior da
hierarquia dos Tribunais Militares para administrar a justiça penal
militar em nome do povo;

Considerando que a punição militar é uma sanção administrativa com


previsão nos regulamentos discipltnares militares, que tem como
objectivo preservar a hierarquia e disciplina, princípios estruturantes
das Forças Armadas e da Polícia Nacional;

Considerando a necessidade de se julgar as acções propostas pelos


servidores militares, visando algum direito previsto nas leis militares,
ou a anulação de algum acto administrativo que considere ilegal;
Havendo a necessidade de se reunir no mesmo juízo o direito penal
militar e o direito disciplinar militar e ainda a necessidade de se ajustar
algumas disposições da Lei Orgânica do Supremo Tribunal Militar;
A Assembléia Nacional aprova a alteração dos art °s 2°, 11°, 14°, 19°, 22°,
26°, Cap. V, 36°, 42°, 43 e 44° da Lei 26/19 de 25 de Setembro - Lei
Orgânica do Supremo Tribunal Militar.

LEI DE ALTERAÇÃO DA LEI ORGÂNICA DO


SUPREMO TRIBUNAL MILITAR

CAPÍTULO 1
Disposições Gerais

Artigo 1°
(Objecto)
(...)
Ailigo 2."
(Doí iniçao do I ributial)
O Su[ii(.'nui I ribunat Militar ó o órgão superior da hierartjuia dos
íribunais Militares, com competcncia especiali/ada para, em nome do
po\o, administrar a justi(;a penai militar e exercer o controlo
jurisdicionai sobre meelidas disciplinares aplicadas aos membros das
í'orças Ai"madas e da Policia Nacional e aos actos administrativos
respeitai"!tes à sua nomeação, exoneração, transferência, promoção,
despromoção, graduação, desgraduaçào, reforma e demissão.

Artigo 3°
(Jurisdição)
(...)

Artigo 4.°
(Sede)
(...)

Artigo 5P
(Imperatividade das decisões do Supremo Tribunal Militar)
(...)
Artigo 6°
(Poderes de cognição)
(...)
Artigo 7."^
(Publicação das decisões)
(...)

Artigo 8.°
(Representação do Ministério Público)
(...)
Artigo 9.°
(Dever de cooperação dos demais tribunais e autoridades)
(...)
Artigo 10."
(Independência e imparcialidade)
(...)
Artigo 11.
(Férias)
1. As lórias jiidiciaiis para os Tribunais Jn luris^liçao Miülais dctoi ivm
no período rompreendido enUX' 22 de 1 )e/i'mltro a 1 de Março.
2. (...)
3. (...)

Artigo 12.°
(Autonomia administrativa,financeira e patrimonial)
(...)

CAPÍTULO II
Composição Do Tribunal

Artigo 13.°
(Composição)
1. (...)
2. (...)
Artigo 14.°
(Requisitos para Juizes Conselheiros)
(...)
a) (...);
b) Possuir licenciaUira em Direitc» iee,aimenle roconheeida e exercer
a Magistratura Judicial Militar há, pelo menos 15 anos, com
a\'aiiação de bom nos últimos 3 anos;
c) l-\ercício da magistratura do Ministério Público Militar há, pelo
menos 20 anoíp, com avaliação de bom nos últimos 3 anos;
d) (...)
e) (...)
f) (...)

Artigo 15.°
(Processo de nomeação e designação dos Juizes Conselheiros)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
d) (...)
e) (...)
í) (...)

Artigo 16.°
(Inamovibilidade)
(...)
Artigo 17.°
(Direitos e regalias dos Juizes Conselheiros)
(...)

Artigo 18.°
(Magistrados Jubilados)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4. (...)

CAPÍTULO III
Competências Do Supremo Tribunal Militar

Artigo 19.°
(Competências Genéricas do Tribunal)
1. ,'\o Supremo Tribun.il Militar compele, em geral, administrar
superiormente, no domínio penai militar:
a) (...)
b) (...)
c) (...)
d) (...)
e) (...)
f) (...)
g) (...)
h) (...)
i) (...)
j) (...)
k) (...)
2. (...)
t. C ompete aind,! ao Supremo Tribunal Militar, exercer controlo
jurist.1 ivlona! sobre nrediLlas disciplinai'es aplircirlax aoc membios
das l-orcas ,\i'm.ulas e da Policia Nacional ^e o.- aao-
adminislialo os pre\ istos no art da presenle 1 ei
Artigo 20.°
(Competência interna do Tribunal)
(...)
a)(
b)(
c) (
d)(

Artigo 21.°
(Julgamento no Supremo Tribunal Militar)
1. (...)
2. (...)

CAPÍTULO IV
Organização, Competência e funcionamento dos Órgãos

Artigo 22.°
(Órgãos do Tribunal)
1. (...)
2. Sào órgãos do Supremo I ribunal Militar;
a) Ü i^lenãrio,
b) O Presidenta;
c) Câmara dos Crimes Militares;
d) Câmara do Contencioso Administrativo Militar;
e) O Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial Militar.
3. (...)
4. As Câmaras previstas nas alíneas c) e d) do número 2 sào instaladas
por deliberação dc' Plenário, sob proposta do Presidente do tribunal,
quando o \'cdume processual o justifique.
5. Pnquanlo não lorem instaladas as Câmaras, o Supremo I ribunal
Militar .->erã compe tente para conhecer de tt)dos os processos,
6. A composição, atr buições e o modo de luncio]iamento elas( àmaras
do Supremo Iri "^Linal Militar, são delinidas {Mir iegulament^"»
próprio a[^ro\\KÍo pelo I 'lenáiio.

Artigo 23.°
(Funcionamento)
1. (...)
2. (...)
Artigo 24.°
(Sessões)
1. (...)
2. (...)

Artigo 25.°
(Deliberações)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 26.°
(Competências do Plenário)
(...)
a) Conhecer os recursos interpostos das decisões dos processos
julgados em primeii-a instância pelo Supremo Tribuna! Militar.
b) (...)
c) (...)
d) (...)
e) (...)
f) (...)
g) (•••)
h) (...)
i) (...)
j) (•■•)
k) Apreciar eni recurso as decisões da Câmara do Contericioso
Administrativo Militar, julgadas pelo Supremo Tribunal
Militar,
1) hxercer as demais funções que lhe sejam conferidas pela
Constituição e pela Lei.

Artigo 27.°
(Presidente)
1. (...)
2. (...)
3. (.
4- (
5. (
6. (
Artigo 28.°
(Duração de Mandato)
1. (...)
2. (...)
Artigo 29.°
(Competência do Presidente)
1. (...)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
i)
k)
1)
m)
n)
o)
P)
q)
r)
2. (...)

Artigo 30.°
(Competência do Vice-Presidente)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)

Artigo 31.°
(Competência dos Juizes Conselheiros)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
7
Artigo 32.°
(Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial Militar)
(...)

Artigo 33.°
(Competência e composição)
1. (...)
2. (...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
d) (...)

3. (...)
4. (...)
5. (...)

CAPÍTULO V
(lospecção Judicial, Secretaria Judicial e Serviços de Apoio)

Artigo 34.°
(Inspecção Judicial)
!.(...)
2. (...)

Artigo 35.°
(Secretaria Judicial)
(...)

Artigo 36.°
(Serviços de Apoio)
1. (...)
a) (.
b) (
c) (
d) (
e) (
f) (
g) (
8
h) (...)
i) (...)
2. O quadro do po ^soai miiilai- dos Serviços do apoio, ó dcíiitidu d
iKordo o t{uadro orgániro aprovado pulas !-orças Armadas.
3. (...)
4. O pj-ovimcnto dt pessoal nao militar dos serviços de apoio técnico e
administrativo do Supremo 'íribunal Militar compete ao Juiz
Presidej-tte do í ribunal.

Artigo 37°
(Gabinetes de Apoio do Presidente, do Vice-Presidente e dos Juizes
Conselheiros)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4. (...)

CAPÍTULO VI
Regime Financeiro Do Supremo Tribunal Militar

Artigo 38.°
(Orçamento)
(...)

Artigo 39.°
(Receitas próprias)
1. (...)
a) (...)
b) (...)
2. (...)

Artigo 40.°
(Gestão financeira)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 41.°

(...)
Quarta-feira, 25 de Setembro de 2019 I Série-N.° 125

angola
ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 220,00
Toda a conre^pondência, quer oiicial. quer íATORA
ASSINAITJRA o preço dc cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio c assinabiras do <d)iário
Ano da Rqiública 1.' e 2.* serie cdeKz: 75.00 c para
da Rq)úbiica», deve ser dirieida à Imprensa
. . , . " As três séries
Astrèsséri Kz
Kz 734159.40
734159.40 a 3.* série Kz: 95.00. acrescido do respectivo
Nacional - E.P.. cm Luanda, Rua l^nrique de
Cai-valho n.® 2, Cidade Alta. Caixa Postal 1306. Al.*série
^ Kz:433 524.0C
Kz:433 524.00 imposto do selo. dependendo a publicação da
www.iniprensanacional.gov.ao • End. tclcg.; Al'série Kz: 226 980.00 3.'scricdcdcpósitoprévioacfcctuarnatcsouraria
rclmpraisa». A 3.'série Kz: 180133.20 daImprcnsaNacional-E F

SUMARIO LEI ORGÂNICA


DO SUPREMO TRIBUNAL MIUTAR
Assembléia Noclonal
Lei n.® 26/19: CAPÍTULO I
Lei Orgânica do Supremo Tribunal Militar — Revoga toda a legislação Disposições Gerais
que eoilrarie o disposto na presente Lei
ARTIGO ir
Lei n.® 27/19: (Objecto)
Lei Orgânica sobre a Organização c Funcionamento das Autarquias A presente Lei estabelece e regula a composição, a oiga-
Locais. — Revoga todas as disposições legais que sejam contrárias
nização, as competências e o fiuicionamento do Supremo
ao disposto na presente Lei.
Tiibunal Militar.
Lei n.° 28/19:
ARTI00 2.®
Ld que altera os artigos 1® e 3.® do Código do Imposto sobre o
(Definição do Tribunal)
Rendimento do Trabalho.
O Supremo Tribunal Militar é o Óigão Superior da
hierarquia dos Tríbimais Militares, com competência espe
cializada para administrar a justiça penal militar, em nome
ASSEMBLÉIA NACIONAL do povo.
ARTIGO 3.®
(Jmisdiçüo)
Leia® 26/19
de 25 (ie Setendtro O Supremo Tribunal Militar exerce a sua jmisdição em
A Constituição da República de Angola prevê, nos todo o teiritório nacional.

aitigos 176.® e 183.®, que o sistema de organização e fiin- ARTIGO 4.®


(Sede)
cionamento dos Tribunais compreaide a existência de uma
juiisdição encabeçada pelo SupremoTribmial Militar e inte- O Supremo Tribunal Militar tem a sua sede em Luanda.
ARTIGO 5.®
gi-ada por Tribunais Militares de Região cuja composição,
0mperntmdside das decisões do Supremo Tribunal Militar)
oiganização, competências e funcionamento são estabeleci
As decisões do Supremo Tribunal Militar são de cum
dos por Lei.
primento obrigatório para todos os cidadãos, entidades
Atendendo à necessidade de se materializar a orientação militares, entidades públicas e privadas e prevalecem sobie
constitucional referida; as decisões proferidas pelos Tribunais Militares de Região.
A Assembléia Nacional aprova, por mandato do povo.
ARTIGO 6.®
nos tennos das disposições combinadas da alin^t h) do (Foderes dc cognlçilo)
aitigo 164.® e da alínea b) do n.® 2 do aitigo 166.®, ambos da Fora dos casos previstos por lei. o Supremo Tribiuial
Constibiição da República de Angola, a seguinte: Militar conliece de matéria de facto e de direito.
DIÁRIO DA REPUBLICA
6176

ARTIGO ir b) Possuir Licenciatui"a an Diieito legalmente reco-


rPublicaçSo das decisSes) nliecida Jbiá, pelo menos. 10 anos:
Os Acórdãos do Supremo Tiibunal Militar que fixam c)Exercido da Magisti"atura Judicial ou do Ministério
juiispiudência são publicados na I Séiie do Diário da Público há, pelo menos 10 anos, com avaliação
Repiélica. de bom;
ARTIGO 8." d)Não ter sido condenado por crime doloso, punivel
(Representação do Ministério Público) com pena de prisão superior a 2 anos;
O Ministério Público é representado jmito do Supremo e)Possuir idoneidade moral;
Tribunal Militar pelo Vice-Procurador Geral da República /) Não ter sido sancionado por iníracção disciplinar
para a Esfeia Militar e Procurador Militai- das Forças grave.

Annadas Angolanas» que pode delegar fimções num dos ARTIGO 15.'

seus Adjuntos. (Processo de nomeação e designação dos Juizes Conselheiros)

ARTIGO 9." Os Juizes Conselheiros são nomeados pelo Presidente


(Dever de coi^eraçSo dos demais Tribunais e autoiidades) da República respeitando a tramitação e os procedimentos
No exercício das suas fimções o Supremo Tribunal s^uintes:
Militar tem direito à coadjuvação dos demais Tribunais, das a)Exist&icia de vaga e pedido do respectivo preen-
autoridades militares edas entidades públicas e privadas, cliimento feito pelo Juiz Presidente do Supremo
ARTIGO 10.'
Ti"ibunal Militar ao Plenário;
(Independência e imparcialidade) b) Delibei"ação do Plenário do Supremo Tribunal
No exeicício da sua função Jurisdicional, o Supremo Militai" de preenchimento da vaga;
Tribunal Militai" é independente e impai"cial, estando apenas c) Delibeiação do Plenário do Supremo Tribunal
sujeito à Constituição e à lei. Militar sobre a proposta de nomeação;
d)Ranessa do eq)ediente ao Chefe de Estado Maior
General das Forças Armadas Angolanas que,
ouvido o Ccttiselho de ([]!hefes de Estado Maior,
1. As férias judiciais são coincidentes com o tenno do
dá seqüência ao processo;
ano de instiução e prqparação combativa das tropas.
2. Os Juizes Conselheiros gozam as suas férias no e)Nomeação pelo Presidente da República;
J)Tomada de posse.
decurso de todo o ano, segimdo o calendário aprovado pelo
ARTIGO 16.'
Plenário, devendo ficar assegurada a pennanente existência
(Inamovibflidade)
do quómm de fimcionamaito e delibeiTitivo do Plenáiio do
Tribunal. Os Juizes Conselheiros do Supremo Tribimal Militar não
3. Na Secretaria não há féi"ias judiciais. podem sei" ti"ansferÍdos, promovidos,suspensos, refoimados
ARTIGO 12.»
ou demitidos senão nos tennos da Constituição e da lei
(Autonomia administrativa, financeira e patrimonial) ARTIGO 17.'
(Direitos e regalias dos Juizes Conselheiros)
O Supremo Tribunal Militar é dotado de autonomia
aàninistrativa, financeira e pati-imonial e dispõe de orça Sem prejuízo da sua condição de militar, os Juizes
mento próprio inscrito no Orçamento Geral do Estado. Conselheiros do Supremo Tribunal Militar pei"cebem os
vencimentos, abonos, subsídios e as demais regalias pre
CAPÍTULO II vistas no estatuto e na lei para os Juizes Conselheiros do
Composição do Tribunal Tribunal Supremo, gozando igualmente dos mesmos direi
ARTIGO 13.' tos e preiTogativas protocolares.
(Composição)
AR^O 18.'
1. O Supremo Tribunal Militar é ccxnposto por onze (Magistrados jubilados)

Juizes Conselheiros, incluindo o Juiz Presidente e o Juiz 1. Os Juizes Conselheii"os do Supremo Tribimal Militar,
Vice-Presidente. cuja refonna não seja proveniaite de sanção disciplinar, são
2. O provimento dos lugares dos Juizes Consellieiros consid^ados Magistrados Jubilados.
previsto no núma"0 anterior pode obedecer ao principio do 2. Os Juizes Conselheii os Jubilados continuam vincula
gradualismo, tendo em atenção as necessidades de serviço. dos aos deveres estatutários e ligados ao Tribunal, gozam
AMTQO 14» dos titulos, honias, regalias e imunidades conesponden-
|(ll&(iiilslt08 íiiú'a jüUcs Conselheiros) tes à sua categoria e podem assistir de üaje profissional às
São requisitos cianulativos para ser designado Juiz cerimônias solenes que se realizam no referido Tribunal e
Conselheiro do Supremo Tribunal Militai": tomam lugar à direita dos Magistrados em serviço activo.
cú Ser Oficial Superior do Quadro Pennanente das 3. Os Juizes ConseUieii"os do SupremoTribimal Jubilados
Forças Annadas Angolanas no activo; não sofrem qualquei"redução dos seus proventos salariais.
I SÉEdE -N.® 125-DE 25 DE SETEMBRO DE 2019
6Í77

4. Os Juizes Consellieiros do Supremo Tribunal Militar. b) Api ovai- a proposta de orçamento anual do Tribu
sah'o disposição em conti-áiio. jubilani quando complelain nal;
65 anos de idade,35 anos de sei-viço na Magistratura Militar, c) Fixar no início de cada ano de instmção e pi epam-
ou quando for declai-ada incapacidade completa ou parcial
ção combativa das tiopas, os dias e horas em que
porjunta médica militar estando em exei"cício de funções ou
se realizam as sessões ordinárias:
por causa delas.
d) Definir o quadio de pessoal não militar da sua
CAPÍTULO ni Secretaria Judicial, Inspecção Judicial e seiviços
Competências do Supremo Tribunal Militar de apoio técnico e administi-ativo.
ARTIGO 19." ARTIGO ZI,"
(Conçetêncins genériciur do Trlboiinl) (JulspHDfato no Supremo Tribuiinl MDllar)
1. Ao Supremo Tríbimal Militar compete,em geral, admi 1. O julgamento no Supremo Tribunal Militar é efec-
nistrar superiormente a justiça penal militar, nomeadamente: tuado por ti-ês Juizes, cabendo a um dos Juizes a função de
w Julgar em primeira instância os pmcessos sujeitos à Relator e aos outros as de Adjiuitos, salvo quando reunido
jmisdição militar em quesejam réus Oficiais Gene em Plenário.
rais e Alinii^aníes das Forças Annadas Aigolanas. 2.A intervenção dos Juizes nojulgamento é feita nos tei--
Oficiais Comissái-ios do Sistema de Segiu-ança mos da lei do processo.
Nacional ou equivalentes eMagistiados Militares;
b) Conhecei- dos conflitos de jm isdição e competên CAPÍTULO IV
cias suscitados entre os Tribunais Militares e Organização, Competência e Funcionamento
entre estes e as autoridades judiciárias militares; dos Órgãos
c) Apreciar em recui*so as decisões profei-idas pelos
ARTIGO 22."
Tribunais Militares de Região; (Órgãos do Tribuna!)
di Coníiecei- dos recursos de revisão e cassação dos
1. O Supremo Tribunal Militar é constituído pelo
acórdãos profeiidos pelos Tribunais Militares de
Juiz Conselheiro Presidente, pelo Juiz Coiisellieiro Vice-
R^ião;
e) Ordenai; quando conhecer dos recui*sos de revisão -Presidente e pelos demais Juizes Conselheiros.
e cassação, a suspensão das sentenças condena- 2. São órgãos do Supremo Tribunal Militar:
tórias; a) O Plenário;
J) Suspenda- a execução de qualquer decisão profe b) O R-esidente;
rida pelos Tribunais Militares de Região, quando c) O Conselho de Disciplina da Magisti-atura Judicial
se tivei- promo-vido procedimento ci-iminal por Militar.
suborno ou feita conti-a algum dos Juizes que 3. Sem prejuízo do númei-o anterior, no Supremo
inteiviei-amna decisão; Tribunal Militar funciona o Conselho de Direcção, órgão de
g) Concedei- a providência de habeas coipus nos ter consulta que tem por fmição analisar e pronunciar-se sobre
mos da Constituição e da lei; questões denatiu-eza administi-ativa dos Tribunais Militaies,
h) Julgar os processos de refonna de autos que se cuja composição, funcionamento e ati-ibuiç5es são objecto
tenliam peidido em Tríbiuial;
de regulamento intemo.
i) Aprovar a proposta de Orçamento do Supremo
ARTIGO 23.'-
Tribunal Militar e dos Tribunais Militares de
(Fimcítmamento)
Região e remetê-la ao Executivo;
j)Executar o Orçamento do Supremo Tribunal Militar; 1. O Plenário é constituído por todos os Juizes do
k)Exercei- as demais fimções que Uie sejam aüibuídas Supremo Tribunal Militar e só pode funcionai- com a pre
pela Constituição epela lei. sença da maioria dos seus membros em efectividade de
2. Sem prejuízo do disposto no niimei-o anteiioi; julgar fruições e em confonnidade com a lei do processo.
em primeira instância outi-os agentes de crimes militares em 2. Os Juizes tomam assento, altemadameiite, à direita e
caso de compaiticipação com os agentes enmneiados na alí á esquerda do Pi-esidente, segiuido a ordem de precedâicia.
nea a)do númei-o antei-ior. ARTIGO 24.°
ARTIGO 20.'- (Sessões)
(CompetêiicÍ!) mternn do-I^ibunnl)
1. As sessões do Pl^iário têm lugar segimdo a agenda,
Sem prejuízo do disposto na presente Lei, o Supremo devendo a data e a hora das audiências constar de tabela
Tribunal Militai- tem competência pai-a definir as regras fixada com antecedência.
e procedimentos da sua organização e fiuicionamento, 2. O Plenário reime oi-dinariamente segundo a pmodici-
nomeadamente: dade a definir no regulamento intemo e exü-aoi dinai-iamente
a) Elaborar os regulamentos intenios necessái-ios ao sempre que o Juiz Pi-esidmíe o convocar, por iniciativa pró
seu bom funcionamento; i pria ou a requei-imento de. pelo menos,três dos seus Juizes.
DIÁRIO DA REPÚBLICA
6178

ARTIGO 25." 5.0 Plenário do Supremo Tribmial Militar deve assegu-


(Delibera cSes) i-at- que a eleição se realize entre ti-inta a noventa dias. antes
1. As deliberações do Plenário do Supremo Tribunal do temio do mandato do Juiz Consellieii o Pi esidente e Juiz
Militai- são tomadas ã pliu-alidade de votos dos membros Consellieiro Vice-Presidente.
presentes. 6.0 Juiz Consellieiro Vice-R-esidente do Supremo Tribimal
2. Cada Juiz Conselheiro dispõe de um voto e, em caso Militar é nomeado pelo Pi-esidente da República de enti-e os
de empate, o Juiz Consellieii"o Presidente ou quem o substi restantes 2(dois) candidatos.
tua dispõe de voto de qualidade. ARTIGO 28."
(Duraçáo de mandato)
3. Os Juizes Conselheiros do Supremo Tnl)mial Militar
têm dii eito de lavrai- voto de vencido. 1. O mandato do Presidente e do Vice-Piesidente do
Supremo Tribunal Militar tem a duração de sete anos não
(ÜfHnpetvDtins Io Plenário) renováveis.
Compete ao Plenário do Supremo Tribunal Militai-: 2.0 Presidente e Vice-Pi esidente mantêm-se em funções
a) Conhecer os recursos intapostos das decisões dos até a tomada de posse dos seus substitutos.
processos julgados em primeii-a e em segunda artigo 29."
(Competência do Presidente)
instância pelo Supremo Tiibunal Militar,
b) Conhecei- os recui-sos de re\'isão e de cassação 1. Compete ao Juiz Consellieii-o Presidente do Supremo
dos acà-dãos proferidos pelo Supremo Tribunal Tribunal Militar:
Militai", a)Representar oTribunal e assegurar as suas relações
c) Ordenar, quando conliecer dos recui-sos de revisão com os outi os Tribunais e demais óigãos e auto
e cassação, a suspaisão dos acórdãos condena- ridades públicas-,
tórios; b)Presidh- às sessões doPlenário do Tribunal e dirigii-
dj Apreciai- os recursos das decisões proferidas pelo os seus fi-abalhos;
Conselho de Disciplina da Magisti-atura Judicial c) Presidir o Conselho de Disciplina da Magistratura
Militar, Judicial Militar,
e) Julgar os processos de refonna de autos que se d) Orientar si4)a-iarmente o funcionamento dos
tenham pa-dido an Tribunal; órgãos e serviços de apoio do Tribunal;
// Unifcrmizar a jui-ispmdência nos teimos da lei do e) Ecercer o poder disciplinai- sobra os Oficiais,
processo; Saigentos e Praças e demais fiincionái-ios do
g)Delibei-ar sobra as prapostas de nomeação dos Jui Supremo Tribunal Militai",
zes Consellieii-os do Supremo Tribunal Militai", f) Presidir as reuniões metodológicas, seminários, e
/;) Delibei-ai- sobre a afectação temporaria dos Juizes demais evaitos organizados pelo Supremo Tri
Militai-es; bunal Militar,
i) Delibei-ai- sobre a proposta de Orçamento do gi Pi opor a nomeação, colocação outi-ansferência dos
Supremo Tribunal Militar e dos Tribunais Mili- Juizes dos Tribunais Militai es de Região,ouvido
tai es de Região; o Plenário do Supremo Tribunal Militar,
J) Aprovar o Regulamento Intemo do Supremo Tri h) Lidicai-, segundo a ordem de precedência, um Juiz
bunal Militar;
Consellieiro para substituí-lo nas suas ausências
k) ^acei- as demais funções que llie sejam conferi e impedimentos, em caso de impedimento ou
das pela Constituição epela lei. ausência simultânea do Juiz Vice-Pi-esidente;
ARTIGO 27."
i) Apui-ar o resultado das votações nas sessões plenárias;
^'residente) J) Convocar sessões plenáiias exti-aordinái-ias;
k) Presidir à disti-ibuição dos pracessos, assinai- o
1. O Juiz Conselheiro Pi esideiite do Supremo Tribunal expediente e ordenai- a passagem de ceitidões;
Militai- é nomeado pelo Presidente da Rq)ública de aitre l) Mandar organizai- e afixar a tabela dos recuraos e
ü-ês candidatos eleitos enti-e si, por pelo menos 2/3 dos demais processos preparados para julgamento
Juizes Conselheiros em efectividade de fimções. an cada sessão, confei-indo prioridade àqueles
2. O Plenário do Supremo Tribunal Militar regula em que estivei-em em causa direitos, libei-dades
menta todo o processo de eleição dos 3 (tiês) candidatos a e garantias fluidamentais;
Presidente e a Vice-Presidente do Supremo Tribunal Militai-. m) Emitir ch'culai-es e despachos de carâctei- meto
3. Em caso de empate na votação, considera-se eleito o dológico e oiganizativo aos Tribunais Militares,
Juiz mais antigo em efectividade de funções. com vista a garantii- a sua opei-acionalidade e
4. O resultado é ranetido ao Chefe de Estado Maior eficiência na aàninisti-ação da Justiça Militar;
Geneial das Forças Annadas Angolanas que, ouvido o W Submeta- à aprovação do Plenário o progiama
Conselho de Chefes de Estado Maior, dá seqüência ao pro anual dos Tribimais Militares e o relatório das
activiclades desenvolvidas;
cesso de nomeação.
I SÉEaE-N° 125-DE 25 DE SETEMBRO DE 2019

o) Autorizar as deslocações ao exteiior do País dos 4. Das decisões do ConselliodeDisciplina da Magisti-atura


Oficiais dos Tribunais Militares ate ao posto dc Judicial Militar cabe recic-so para o Plraiário do Supremo
Coronel;
Tribimal Militar.
■p) Autoiizai- despesas nos tennos e condições cons 5. A competência disciplinar em relação aos Juizes
tantes da presente Lei;
Conselheiros do Supremo Tribunal Militar é exei-cida por
q) Conti"atar consultoria jurídica, econômica ou de este Tribunal, nos tennos a definii- no seu Regulamento.
outra natm-eza, para prestar semço especializado
ao Tribimal, com vista ao meliior desempenlio CAPÍTULO V
das suas funções; Inspccção Judicial, Órgãos e Serviços de Apoio
f) Exeixer as demais competências ati'ibuídas por lei.
2. O Juiz Presidente não integi-a a ordem de distiibuição ARTIGO 34."
(InspecçSo Judicial)
e substituição de Relatores, sem prejuízo de poder avocar
1. A Inspecção Judicial integre a estnitura orgânica do
processos para relato.
Supremo Tribunal Militar, efunciona na depeaidàicia dii-ecta
ARTIGO 30." do Pi-esidente do Tribunal.
(Cwnpet6iida do ^Tce-Pl•esillente)
2. A oiganização. funcionamento e competências da
Compete ao Juiz CwiseÜieii"o \íce-Pi'esidente do Supremo Inspecção Judicial do Supremo Tribunal Militar são fixadas
Tribunal Militar:
por regulamento interno, tendo em atenção o quadro oigâ-
a) Coadjuvar o Juiz Presidente; nico aprovado pelas Forças Anuadas Angolanas.
b) Substituir o Juiz Presidente nas suas ausências e
ARTIGO 35."
impedimentos; (Secretaria Judicial)
c) Exeixei- as demais funções que Üie sejam delegadas. O Supremo Tribimal Militar tem uma Seci-etaria Judicial,
ARTIGO 31." cuja composição, organização e funcionamento são fixados
(Coinprtêucla dos Juizes ConselbeÍi'os)
por regulamento interno, tendo em atenção o quadro oigâ-
Compete aos Juizes Ccxiselheiros do Supremo Tribunal nico aprovado pelas Forças Armadas Angolanas.
Miiitai-;
ARTIGO 36."
d) Intervir no julgamoito das causas que Uies forem (Ór^os r servíços de apoio)
atribuídas nos tennos da lei do processo; 1. O Supremo Tribimal Militar integra ainda os seguintes
b) Inteivir nas reuniões do Plenário do Supremo Trí- órgãos e seiviços de apoio técnico e aàninisti-ativo:
biaial Militar, d) Repartição de Organização ePlaneamento;
c) Exercei- as demais ati ibuições que lhes forem aco b) Repartição de Estudos e Estatística;
metidas por lei. c) Repartição de Finanças;
ARTIGO 31" dj Repartição de Sei-viços Gerais;
(Conselho de Disc^lina da Magistratm a Judicial Militar)
e) Repartição de Sistemas e Tecnologias de infoima-
O Conselho de Disciplina da Magistratiu-a Judicial Militar
ção;
é o ói^ão de disciplina da Magisti-atiu-a Judicial Militar, sendo
f) Gabinete de Intei-câmbiò e Cooperação Internacio
os seus membros designados por delibei-ação do Plenário,
nal;
mediante pmposta do Juiz Presidente, no início de cada ano
g) Gabinete de Pi-otocolo e Relações Públicas;
de instnição e prq)ai-ação combativa das ti-opas.
h) Oficina Secreta;
ARTIGO 33."
i) Biblioteca.
(Competênciít ecoioposiçflo)
2. O quadro de pessoal militar dos (íhgãos e Seiviços de
1. Compete ao ConseUio de Disciplina da Magistiatuia
apoio é definido de acordo com o quadi-o agânico aprovado
Judicial Militar instiiiir, julgar e decidir os processos disci-
pelas Forças Aiinadas.
plinares em que sejam aiguidos Juizes Militares, nos termos
3. O quadro de pessoal não militar, as afribuições e o
do estatuto.
modo de fimcionamento destes seiviços são definidos em
2. O Conselho de Disciplina da Magistiatma Judicial
regulamento interno do Supremo Tribunal Militar.
Militar tem a seguinte composição:
4. O provimento do pessoal não militai- dos óigãos e ser
a) Juiz Conselheii-o Presidente do Supremo Tribunal
viços de apoio técnico e administi-ativo do Supremo Tribimal
Militar, que preside;
Militar compete ao Juiz Presidente do Tribimal.
b) Dois Juizes Conselheiros do Supremo Tribunal
ARTIGO 37,"
Militar;
(Gabinetes dc Apoio doPi esidentc, doVlcc-fteddenle
c) Dois Juizes Militares de Região; c dos Juizes Conselheii-os)
d) Um Secretário. 1.0 Gabinete do Juiz Conselheiro Pi-esidente do Supremo
3. As demais atribuições do Conselho de Disciplina da Tribimal Militar é coordenado por imi Director de Gabinete
Magisíi-atuia Militar são definidas em regulamento próprio. e o do Juiz Vlce-Presidente por um Chefe de (jabinete.
DIÁRIO DA REPÚBLICA
6180

ARTIGO 41."
2. O Juiz Conselheiro Pi"esidente, o Juiz Consellieiro (Instsdações)
Vice-Presidente eos deinais Jiuzes Conselheiros do Siçremo
Tribunal Militai* dispõem de Gabinetes de Apoio Técnico e As instalações do Suprano Tribunal Militar constituem
Administi-ativo integrados por assessores, em número de até aicai go directo do Estado.
ti"ês pam cada Juiz, e pessoal administrativo piópiio, nao CAPÍTULO VII
militar, a definir no regulamento intenio. Disposições Finais e Transitórias
3. Os membros dos gabinetes são nomeados e exonera
dos pelo Juiz Consellieiro Pi*esidente do Supremo Tribiuial artigo 42."
(Revogação)
Militai; mediante proposta do Juiz interessado, com dis
pensa de visto prévio do Tribunal de Ccxitas. É revogada toda a legislação que conti-ai-ie o disposto na
4. O Presidente do Supremo Tribunal Militai- pode ainda presente Lei.
nomear especialistas e pessoal para prestai colaboração artigo 43."
aos Gabinetes ou realizai- tarefas de cai-ácter eventual ou ^úvidas e omissSes)
extraordinário, por despacho que detei-mine,nomeadamente
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
a duração da missão e a respectiva remiuiei-ação.
da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assanbleia
CAPÍTULO VI Nacional.
Regime Financeiro do Supremo Tribunal Militar artigo 44"
(Entrada em vigor)
artigo 38."
(Orçamento) A presente Lei aitia an vigor à data da sua publicação.
0Supremo Tribimal Militai- apresenta o projecto do seu Vista e aprovada pela Assanbleia Nacional, em Luanda,
orçamento ao Executivo nos pi-azos detenninados pai-a pei- aos 21 de Junho de 2019.
mitir a elaboração da proposta de Lei do Orçamento Geral do O Presidente da Assembléia Nacional, Fermoich da
Estado, a submeta- à Assembléia Nacional, devendo ainda Piedade Dias dos &oúos.
fomeca- os elanentos que esta lhe solicite sobre a matéria. Promulgada aos 6 de Setembro de 2019.
ARTIGO 39." Publique-se.
(Receitas próprias)
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
1. Além das dotações do Orçamaito Ga-al do Estado,são Lourenço.
receitas próprias do Supremo Tribunal Militar:
cú O produto da venda de publicações por ele edita
das ou de sa-viços prestados pelo seu núcleo de Lei n." 27/19
de 25 de Setembro
apoio documental;
b) Quaisquer outras que llie sejam aü-ibuídas por lei, Considaando quea oiganização demoa-ática doEstadoobe-
conti-ato ou ouü o título. dece ao piincipio da descentralização político-administrativa,
1 O produto das receitas próprias refaidas no númao Havaido necessidade de se definii- o sistema o-gani-
anta-ior pode sa- aplicado na realização de despesas conen zativo e funcional das Autai-quias Locais com base nos
tes e de capital que,em cada ano,não possam ser supoi-tadas pi-incípios e regi-as constitucionais e legais que balizam a
pelas verbas inscritas no Orçamaito Ga-al do Estado, de institucionalização das Autarquias Locais nos municípios,
despesas resultantes da edição de publicações ou da pres com possibilidade de consagração de entidades supramum-
tação de sa-viços pelo núcleo (ie apoio documaital e, bem cipais e inframunicipais;
assim, de despesas dei-ivadas da realização de estudos, aná Considerando que legislai- sobre a Organização e o
lises e outios ti-abalhos exti-aordinários. Funcionamaito das Autarquias Locais constitui um passo
ARTIGO 40." fundamental para a materialização do pi-incípio da descai-
(Gestão fiiisinceira)
ti-alização administi-ativa;
1. CJabe aoSupremoTribunal Militai;relativamente à exe AprovadasaLei Oigânica doPoderLocaleaLei Oigânica
cução do seu orçamento, a comp^ência minista-ial comum sobre a Oiganização e Funcionamaito das Comissões de
em matéria de administi-ação financeiia, nomeadamaite a Moradores,tonia-se necessái-ia a criação de um quadio jiu í-
prevista na Legislação sobre a Execução Orçamentai. dico-legal próprio à in^ilementação das Autarquias Locais e
2. Cabe ao JuizPi-esidaite doTribiuial autorizai- a realiza an pai-ticular das Autarquias Municipais que são a catego-
ção de despesas até aos limites estabelecidos na Legislação ria-tipo estabelecida pela Constituição;
sobre a Execução Orçamentai, podendo delegá-la, quanto a Ataidendo o estabelecido no a'* 2 do artigo 213.® e no
ca-tas despesas e daiti-o dos limites fixados no correspon artigo 217.'» e s^intes da Constituição da República de
dente despacho, a qualqua- responsável que inta-vailia na Angola;
gestão financeira do Ti-ibunal.
A Assembléia Nacional aprova, por mandato do povo,
3. As despesas que, pela sua natiu eza ou montante, ulti-a- nos tennos das disposições combinadas da alínea í) do
passem a competàicia referida no niunero anta-ior e, bem artigo 164.® e da alínea b)do n.® 2 do aitigo 166.®, ambos da
assim, as que o Pi esidente aitaida submeta-lhe,são autori Constituição da República de Angola, a seguinte:
zadas pelo Plenário do Tribunal.
SERIE-N." 123-DE 23 DE SETEMBRO DE 2019 6163

ARTIGO 80." ARTIGO 4.»


(Dúvidas e omissões) (Objectivos dos Tribunais .Militares)
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e Os Tribunais Militares, em função da sua natureza
da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembléia especializada, têm como objectivos garantir e assegurar a
Nacional. observância da Constituição e da lei, defendera ordem jurí
ARTIGO 81.^
dica militar e os seus princípios basilares, nomeadamente a
(Entrada em vigor) hierarquia e a disciplina,-visando o regular funcionamento
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação. das instituições militares.
Vista e aprovada pela Assembléia Nacional, em Luanda, ARTIGO 5."

aos 21 de Junho de 2019. (Divisão Judiciai Militar)

O Presidente da Assembléia Nacional, Fernando da A Divisão Judicial Militar deve, sempre que possível,
Piedade Dias dos Santos. coincidir com a Divisão Administrativa Militar.
Promulgada, aos 6 de Setembro de 2019. ARTIGO 6."
(Limites c extensão dc competência)
Publique-se.
A competência dos Tribunais Militares é repartida em
O Presidente da República. JoÀo Manuei. Gonçalves
razão da matéria, da hierarquia e do território.
Lourenço.
ARTIGO 7.'
(Competência em ruão tia matêri^
Lei n.® 25/19 Os Tribunais Militares são competentes para conhecer
de 23 dc Setembro
todos os processos de crimes militares e de natureza militar,
Nos tennos dos artigos 176." e 183." da Constituição da como tais definidos na lei.
República de Angola foram institucionalizados o Supremo
ARTIGOS."
Tribunal Militar e os Tribunais Militares de Região, cuja (Competência em razão da hierarquia)
composição, organização, competências e funcionamento
são estabelecidos por lei própria; Os Tribunais Militares hierarquizam-se para efeitos de
Com vista a materializar tais pressupostos e adopiar o recurso e de acordo com as regras da organização judicial
regime jurídico do funcionamento do Supremo Tribunal militar.
Militar e da sua articulação com os Tribunais Militares de ARTIG09."
Região; (Competência em razão do território)
A Assembléia Nacional aprova, por mandato do povo, 1. O Supremo Tribunal Militar exerce a sua jurisdição
nos tennos da alínea h)do artigo 164."e da alínea b)do n.°2 do em todo o território nacional.
artigo 166.", ambos da Constituição da Repúbl ica de Angola, 2. Os Tribunais Militares de Região exercem a sua juris
a seguinte; dição nas Regiões Militares em que estão instalados.
ARTIGO 10."

LEI ORGÂNICA DOS TRIBUNAIS (Proibição de dcsaforamcnto)

DE JURISDIÇÃO MILITAR Nenhum caso pode ser deslocado do Tribunal com


petente para um outro, a não ser nos casos especialmente
CAPÍTULO 1 previstos por lei.
Disposições Gerais ARTIGO 11."
(Coiegiaíidadc dos Tribunais .Militares)
ARTIGO 1.°
(Objccto) 1. Os Tribunais Militares são, ein regra, colegiais.
A presente Lei estabelece e regula a composição, orga 2. Para efeitos de julgamento, os Tribunais Militares são
nização, competências e o funcionamento dos Tribunais constituídos por um Juiz Presidente e dois Juizes Militares
ou Juizes Assessores.
Militares.
3. Os Juizes Assessores podem ser designados de entre
ARTIGO 1' 05 efectlvos da especialidade, aima ou serviço, de posto
(Definição)
igual ou superior ao do arguido, sempre que convier à boa
Os Tribunais Militares são órgãos com competência administração da justiça militar.
especializada para administrar a justiça pena! militar, em 4. Em julgamento, os Juizes têm os mesmos direitos e
nome do povo, em conformidade com a Constituição e com deveres.
a lei.
ARTIGO 12."

ARTIGO 3.°
(iinpcrntividade das decisões dns Tribunais .Militares)
(Independência dos Tribunais Militares) As decisões dos Tribunais Militares são de cumprimento
No exercício da limçâo jurisdicional os Tribunais Militares obrigatório para todas as entidades militares, públicas, priva
são independentes, imparciais e apenas estão sujeitos à das e cidadãos em geral e prevalecem sobre as de quaisquer
Constituição e a lei. autoridades militares.
DIÁRSO DA REPÚBLICA

ARTIGO 20.»
ARTIGO 13."
(Publicidade c imparcialidade das audiências) (Acumpinhanuinto do foncionatnento do< Tribunais Militares)

Todos OS agentes sujeitos ao foro militar têm direito a O funcionamento dos Tribunais Militares de Região,
um julgamento imparcial e público, salvo quando a lei ou bem como a qualidade e a eficiência dos serviços presta
'dos, são acompanhados por Juizes Conselheiros do Supremo
o próprio Tribunal decida que o julgamento se realize sem 'Tribunal Militar, indicados pelo Juiz Presidente, sem pre
publicidade ou o restrinja, para salvaguarda do respeito pela juízo da avaliação do desempenho técnico-profissional dos
hierarquia, do sigilo militar, do segredo dc estado, da ordem Magistrados Judiciais Militares.
pública, ou por outras razões ponderosas. ARTIGO 21."
ARTIGO 14.» (Autonomia adminhtrativa c financeira dos Tribunais Militares)
(Caraotiu.s do processo crimiitul c da presunção dc inocência)
1. Os Tribunais Militares gozam de autonomia admi
\. Nenhum agente sujeito ao foro militar pode ser detido, nistrativa e financeira nos termos da Constituição, da lei e
preso ou submetido a julgamento, senão nos termos previs demais legislação aplicável.
tos na Constituição e na lei. 2. O Supremo Tribunal Militar é a unidade orçamen
2. Os Tribunais Militares asseguram as garantias do tai que submete ao Executivo os orçamentos de todos os
processo penal militar, nomeadamente a legalidade das Tribunais Militares.
detenções e prisões, a presunção da inocência até trânsito CAPÍTULO U
em julgado das decisões, o princípio do contraditório e a Categorias, Organização e Competências
legalidade na obtenção e valoração das provas. dos Tribunais Militares
ARTIGO 15.» ARTIGO 22."
(Dever de fundumentiação) (Categoria dos Tribunais Militares)
1. As decisões dos Juizes Militares, seja por via de acór 1. Existem as seguintes categorias de Tribunais de
dãos ou por meros despachos,são sempre fundamentadas. Jurisdição Militar:
2. A fundamentação não pode consistir na mera evoca a) Supremo Tribunal Militar;
ção de uma norma legal, nem na adesão, por parte do Juiz bj Tribunal Militar de Região.
Militar,às razões e alegações evocadas por qualquer das par 2. Quando a Região Militar for constituída por mais de
tes, incluindo o Ministério Público. uma Província ou a extensão territorial, o volume ou com
ARTIGO 16.»
plexidade do serviço o justificarem, podem ser instalados
(Execução das penas) mais de um Tribunal Militar numa mesma Região.
Compete aos Tribunais Militares, a jurisdição em matéria 3. A instalação dos Tribunais Militares referidos no
número anterior, é feita por despacho do Chefe do Estado
de execução das penas aplicadas pelos mesmos,e a decisão
Maior General das Forças Armadas Angolanas,sob proposta
sobre a modificação ou a substituição das referidas penas.
do Plenário do Supremo Tribunal Militar e são integrados na
ARTIGO 17."
(Dever de cooperação)
Orgânica da respectiva Região Militar.
ARTIGO 23.®
Todos os demais tribunais, entidades militares, entidades (Regra geral sobre competências)
públicas e privadas e os cidadãos em geral têm o dever de Todas as causas militares devem ser instauradas nos
cooperar e de apoiar os tribunais militares na realização da Tribunais Militares da Região, sem prejuízo do disposto na
justiça penai militar. lei quanto à competência,em primeira instância,do Supremo
ARTIGO 18.' Tribunal Militar.
(Representação do Ministério Público)
CAPÍTULO Ili
1.0 Ministério Público é representado junto do Supremo Supremo Tribunal Militar
Tribunal Militar pelo Vice-Procurador Geral da República
artigo 24."
para a Esfera Militar e Procurador Militar, que pode delegar (Definição)
as funções aos seus Adjuntos.
2. Nos Tribunais Militares de Região o Ministério Públicot O Supremo Tribunal Militar é o órgão superior da hierar-
é representado pelos Procuradores Militares de Região ou1 quiadosTribunais Militares,comcoinpetència especializada
seus Adjuntos. para administrar a justiça penal militar, em nome do povo.
ARTIGO 25.»

(Ano Judicial) (Composição, organização, competência e funcionamento)

O inicio do ano judicial para os Tribunais Militares5 A composição, organização, competências e ftinciona-
coincide com o início do ano de instrução e preparação com - mento do Supremo Tribunal Militar são estabelecidos em lei
bativa das tropas. própria.
I SERÍE - N." 123 - DE 23 DE SETEMBRO DE 2019 6165

CAPÍTUl.O IV c) Preparar e julgar os processos em que sejam


Tribunais Militares de Região arguidos outros agentes que a lei expressamente
SECÇÀO 1 determinar;
DcHiiiçüo,Sede c Composição dos Tribunais Militares de Região d) Decidir quanto à pronúncia e exercer as funções
ARTIGO 26." jurisdicionais relativas à instrução;
(Definição e jurisdição)
e) Julgar os processos de refonna de autos que se
1.0 Tribunal Militar de Região é um tribunal de primeira tenham perdido em tribunal;
instância, com jurisdição na área territorial da respectisa
J) Cumprir os mandados, cartas, oficies, mensagens,
Região Militar e como tal designado.
2. Sempre que, nos termos do n." 2 do artigo 22." da telegramas, mensagens de correio electrónico
presente Lei, se instale mais de um Tribunal Militar de e fax que lhes sejam dirigidos pelos tribunais,
Região, numa mesma Região Militar, à designação referida autoridades militares e outras autoridades;
no número anterior é acrescido o nome da província em que g) Executar as respectivas decisões e as proferidas
o Tribunal se localiza.
pelos Tribunais Superiores;
ARTIGO 27."
h) Acompanhar e fiscalizar a e.xecuçào das penas
(Sede dos Tribunais .Militares)
ou medidas privativas da liberdade, decidir
1. A sede do Tribunal Militar de Região é definida pelo
Chefe do Estado Maior General, sob proposta do Presidente sobre as condições de execução das penas,
do Supremo Tribunal Militar após deliberação do Plenário. nomeadamente a admissibilidade de liberdade
2. As audiências e sessões de julgamento decorrem, em condicional;
regra, nas respectivas sedes. i) Exercer as demais atribuições conferidas por lei.
3. Sempre que convier á boa administração da justiça,
ARTIGO 31.°
os Tribunais Militares podem ser constituídos, para efei (Competência do Juiz Militar Presidente)
tos de julgamento, em qualquer unidade militar, policial ou
1. Compete ao Juiz Militar Presidente:
em qualquer local situado no território da respectiva área de
jurisdição. a) Dirigir e representar o Tribunal Militar de Região;
b) Presidir a distribuição de processos;
ARTIGO 28.°
(Composição dos Tribunais Militares) c) Presidir as Reuniões do Tribunal Militar;

O Tribunal Militar de Região é composto por um Juiz d)Garantir o correcto funcionamento dos ser\ iços do
Tribunal;
Militar Presidente e por Juizes Militares em número a deter
minar pelas necessidades de serviço, sem prejuízo do que e) Elaborar e propor o programa anual do Tribunal e o
constar no respectivo quadro orgânico. relatório das actividades desenvolvidas;
f) Elaborar e propor o orçamento do Tribunal;
ARTIGO 29.°
(Afectação temporária de Juizes) g) Exercer as demais atribuições conferidas por lei.
2. Ao Juiz Militar, quando colocado para dirigir um
1. Sempre que a necessidade de ser% iço ou o volume de
Tribunal numa província da sua área dejurisdição,é-lhe atri
processos de um Tribunal o justifique, pode ser a este afec-
buída a competência de Juiz Militar Presidente.
tado, temporariamente, um ou mais Juizes de outros Tribunais
de Região, para coadjuvarem os Juizes do tribunal em causa. ARTIGO 32.°
(Competência dos Juizes Militares)
2. .A afectação temporária é efectuada por Despacho
do Chefe do Estado Maior General, após deliberação do Compete aos Juizes Militares:
Plenário do Supremo Tribunal Militar. a) Intervir no julgamento das causas que lhes forem
SECÇÂO II
atribuídas nos termos da lei do processo;
Competência dos Tribunais Militares b) intervir nas reuniões do Tribunal:
c) Exercer as demais atribuições que lhes forem aco
ARTIGO 30.'
(Competências dos Tribunais .Militares de Região) metidas por lei.
Compete aos Tribunais Militares dc Região: ARTIGO 33.°
(Dirccção)
a) Preparar e julgar todos os processos criminais sujei
tos a jurisdição militar em que sejam arguidos O Tribunal Militar de Região é dirigido por um Juiz
membros das Forças Armadas .Angolanas com a Presidente que, no exercício das suas funções é coadjuvado
patente até Coronel ou Capitão de Mar e Guerra; por Juizes Militares.
b) Preparar e julgar todos os processos criminais ARTIGO 34."
sujeitos ã jurisdição militar em que sejam (Equiparação)

arguidos membros do Sistema de Segurança Para efeitos de direitos e regalias, o Juiz Miliiar equipara-
Nacional, com a patente até Superintendente -se ao Juiz do Tribunal de Comarca,gozando igualmente das
Chefe ou equi\ alente; mesmas prerrogativas protocolares.
DIÁRIO DA REPUBLICA
6166

ARI ÍGO 35.' capítulo V


(Juiz MHicar JubUatiu) Quadro de Pessoal
1. O Juiz Militar cuja reforma não seja proveniente de ARTIGO 39.'
sanção disciplinar é considerado Magistrado Jubilado. (Quadro de pessoal)
2. O Juiz Militar, salvo disposição em contrário, jubila 1. O Supremo Tribunal Militar e os Tribunais Militares de
quando completar 60 anos de idade, 35 anos de serviço na Região possuem um quadro de pessoal, a designar em con
magistratura militar, ou quando for declarada incapacidade formidade com o respectivo quadro orgânico, integrado por:
completa ou parcial por junta médica militar, estando em a) Chefes de Secretaria Judicial;
exercício de funções ou por causa delas. b) Defensores Oficiosos;
c) Secretários Judiciais;
3. O Juiz Militar Jubilado continua vinculado ao dever
d) Secretárias;
estatutário e ligado ao Tribunal, goza de títulos, honras, e) Oficiais de Finanças;
regalias imunidades correspondentes à sua categoria e pode J) Tesoureiros:
assistir de traje profissional às cerimônias solenes que se g) Ajudantes de Campo:
realizem no referido Tribunal e tomar lugar à direita dos h) Ordenanças;
Magistrados em serviço activo. i) Oficiais de Diligências;
4. O Juiz Militar Jubilado não sofre qualquer redução j) Técnicos de informática;
dos seus proventos salariais. k) Operadores de Computador;
Ij Escriturários;
SECÇÃOIII
Defensores Oficiosos e Secretarias Judiciais
mj Estafetas;
n) Empregados de Limpeza;
ARriGO 36." o) Amanuense;
(Defensores oficiosos) p)Sargento de Expediente e Arquivo;
1. Na orgânica dos Tribunais Militares de Região existem q) Condutores;
Defensores Oficiosos, que são oficiais das Forças Armadas r) Recepcionistas;
Angolanas, licenciados em direito ou estudantes com o ter s) Assessores e outros que integram os serviços judi
ciários e de apoio.
ceiro ano, em número a determinar pelas necessidades de
2. O provimento do pessoal das alíneas k), I), m), n), r)
serviço, para garantir a defesa dos agentes sujeitos ao foro e s) do número anterior processa-se com dispensa de visto
militar, que participam na Administração da Justiça Militar, prévio pelo Tribunal de Contas.
praticando os actos profissionais definidos por lei. ARTIGO 40.'
2. No exercício das suas funções os defensores oficiosos (Competência disciplinar sobre o pessoal de apoio)
encontram-se vinculados a critérios de legalidade e às regras Compete especialmente aos Chefes directos exercer a
deontológicas definidas para a profissão de advogado. acção disciplinar sobre o pessoal do quadro de apoio, con
3. Sem prejuízo do disposto no número um, os agentes trolar a sua assiduidade e o cumprimento do horário de
sujeitos ao foro militar, podem constituir advogados ou pes trabalho, baseando-se no Regulamento de Disciplina Militar
soa de sua livre escolha para a defesa dos seus interesses nas para os militares e na lei laborai para os trabalhadores civis.
causas militares. ARTIGO 41.'
(Revogação)
4. Os defensores oficiosos dos Tribunais Militares licencia
dos em direito podem ser inscritos na Ordem dos Advogados É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na
de Angola, desde que reúnam os demais requisitos estabele presente Lei.
cidos por lei. ARTIGO 42.'
(Dúvidas c omissões)
5. As atribuições e a subordinação hierárquica dos defen
sores oficiosos são definidas em regulamento interno aprovado As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
pelo Plenário do Supremo Tribunal Militar. da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembléia
Nacional.
ARTIGO 37.'
ARTIGO 43.'
(Secretarias Judiciais)
(Entrada cm vigor)
O expediente dos Tribunais Militares de Região é assegu A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
rado por Secretarias Judiciais cuja composição e atribuições Vista e aprovada pela Assembléia Nacional, em Luanda,
são objecto de Regulamento Interno aprovado pelo Plenário aos 21 de Junho de 2019.
do Supremo Tribunal Militar. O Presidente da Assembléia Nacional,Fernando da Piedade
ARTIGO 38.'
Dias dos Santos.
(instalações dos Tribunais) Promulgada, aos 6 de Setembro de 2019.
As instalações dos Tribunais Militares de Região são Publique-se.
encargos directos do Estado, inscritos no orçamento do O Presidente da República, JoÀo Manuei. Gonçalves
Supremo Tribunal Militar para execução. Lourenço.

ü. E. 1820 9 123 - 150 e.x. - l.N.-E.R -2019


Segunda-feira, 23 de Setembro de 2019 I Série-N.M 23

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número - Kz: 160,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer rURA
ASSINATURA o preço dc cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário
Ano da República I e 2.' sério é dc Kz: 75.00 c para
da República», deve ser dirisida à imprensa
^ - As três séries Kz: 734 159.40 a série Kz: 95.00. acrescido do respectivo
Nacional - E.P.. cm Luanda, Rua Henrique de
Carvalho n." 2, Cidade Alta. Caiva Postal 1306, l "" série K2:433 524.00 imposto do selo. dependendo a publicação da
\\w\\.imprcnsanacional.gov.ao - End. telea.: A 2/série Kz: 226 980.00 3.''sériededcpüSÍtopré\ioacteciuarnatesour3ria
«Imprensa». A S.-* série
AS.-* série Kz: 180 133.20 da Imprensa Nacional - E. P.

ARTIGO 2.®
{Direito subsidiário)

Assembléia Nacional Aos Magistrados Judiciais Militares são aplicáveis as


Lei n.' 24/19: leis, regulamentos e demais Diplomas Legais que regem í
Lei Oreànica sobre o Estatuto dos Magistrados Judiciais Militares. — as Forças Annadas .Angolanas e, supletivamente, o regime
Revoga toda a legislação que contrarie o disposto na presente Lei. da função pública, em tudo o que não contrarie o presente
Lei n.' 25/19: Estatuto.
Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição Militar. — Revoga toda a
ARTIGO 3."
legislação que contrarie o disposto na presente Lei.
(Magistratura Judicial Militar)

1. A Magistratura Judicial Militar é integrada por Juizes


ASSEMBLÉIA NACIONAL Conselheiros, para o Supremo Tribunal Militar, e por Juizes
Militares, para os Tribunais Militares de Região.
Lei n." 24/19 2. Os Juizes Militares podem exercer funções como
de 23 de Seiembro Inspectores Judiciais, bem como outras tarefas junto dos
Nos termos do artigo 184.° da Constituição da RepCiblica órgãos e serviços do Supremo Tribunal Militar, nos termos
da Lei Orgânica do Supremo Tribunal Militar.
de Angola, a Magistratura Judicial Militar não integra o
•ARTIGO 4."
Conselho Superior da Magistratura Judicial;
(Função da magistratura)
Havendo necessidade de se estabelecerem normas espe
1. E função da Magistratura Judicial Militar, administrar
cíficas que, reafirmando a posição dos Magistrados Judiciais
a justiça penal militar, nos termos da Constituição e da lei e
Militares na classe e regendo a sua actividade e conduta pes fazer executar as suas decisões.
soal, não colidam com a sua condição de militar; 2. Os Magistrados Judiciais Militares nào podem abster-se
A Assembléia Nacional aprova, por mandato do povo. de julgar com fúndamenio na falta, obscuridade ou ambigüi
nos termos das disposições combinadas da alínea h) do dade da lei ou em dúvida insanável sobre o caso em litígio.
artigo 164.° e da alínea d)do n.° 2 do artigo 166.°, ambos da 3. Os Magistrados Judiciais Militares que deixem de
Constituição da República de Angola, a seguinte Lei: exercer funções, por motivo de nomeação para uma nova
função que nào implique desvinculação do serviço mili
LEI ORGÂNICA SOBRE O ESTATUTO tar, prosseguem até ao final os termos do julgamento que
DOS MAGISTRADOS JUDICIAIS MILITARES tenham iniciado, salvo se a nova situação for resultante de
acção disciplinar ou de reforma antecipada.
CAPÍTULO 1
ARTIGO 5"
Disposições Gerais
(Relação entre Magistrados Judiciais)
ARTIGO 1."
(.Âmbito ilc UPÍÍC.1ÇÍI0) Os Magi.sírados Judiciais Militares formam um corpo
O presente Estatuto aplica-se aos Magistrados Judiciais único e guardam precedência entre si,segundo as respectivas
Militares. categorias, preferindo à antigüidade em caso de iuualdade.
DIÁRIO DA REPUBLICA
6156

ARTIGO 6." b) Aos Juizes Militares, a autorização é deferida pelo


(independência dos Magistrados Judiciais) respectivo Juiz Presidente de Região,com comu
No exercício das suas funções jurisdicionais, os nicação ao Juiz Presidente do Supremo Tribunal
Magistrados Judiciais Militares são independentes e devem Militar e ao Comando da Região Militar;
obediência apenas à Constituição e à lei. Não estão sujei c) Quando se tratar de autorização para o gozo de
tos a ordens ou instruções de quaisquer órgãos militares ou licença disciplinar, os Juizes Militares referidos
da administração do Estado, salvo o cumprimento das deci na alínea anterior devem, no pedido, indicar a
sões proferidas, por via de recurso ou reclamação, pelos data e o período de ausência, bem como o locai
Tribunais Superiores. ou locais em que podem ser encontrados no
ARTIGO 7.' período em questão.
(Não responsabilização dos Magistrados Judiciais) 3. Quando, por razões ponderosas, os Juizes Militares
Os Magistrados Judiciais Militares não podem ser res não possam solicitar a autorização de ausência nos termos
ponsabilizados pelas decisões que proferem no exercício das do número anterior, devem comunicar a ausência ao respec
suas funções, salvo as restrições impostas por lei. tivo Comando da Região Militar e, pela via mais rápida, à
ARTIGO 8." autoridade competente, referida no n.° 2 do presente artigo.
(Inamovibilidade dos Juizes)
ARTIGO 11.®
Os Magistrados Judiciais Militares não podem ser trans (Traje profissional)
feridos, promovidos, suspensos, reformados ou demitidos, 1. Nas audiências de discussão ejulgamento nos Tribunais
senão nos termos da Constituição e da lei. Militares e nas solenidades em que devem participar, os
CAPÍTULO II Magistrados Judiciais Militares usam traje profissional,
Incompatibilidades, Deveres e Direitos composto por toga com insígnia em modelo definido pelo
Plenário do Supremo Tribunal Militar.
ARTIGO 9."
(Incompatibilidades e impedimentos)
2. O uso da toga prevista no número anterior é dispen
sado quando o Tribunal se reúne em áreas operacionais.
1. Os Magistrados Judiciais Militares, em efectivo ser
ARTIGO 12.®
viço, não podem exercer qualquer outra função militar (Deveres dos Magistrados Judiciais Militares)
ou civil, pública ou privada, excepto a de docência e a de
I. Os Magistrados Judiciais Militares têm os seguintes
investigação científica de natureza jurídica, desde que não
deveres:
implique prejuízo para o serviço. a) Sigilo profissional;
2. Os Magistrados Judiciais Militares em exercício b) Não fazer declarações públicas de natureza política;
de funções não podem filiar-se em partidos políticos ou c) Comportar-se na vida pública e privada de acordo
associações de natureza política, nem dedicar-se a actos com a dignidade e o prestígio do cargo que
polltico-partidárias. desempenha;
3. Os Magistrados Judiciais Militares não podem desem d) Conhecer e decidir os assuntos de sua responsabi
penhar cargos de administração, gerência ou direcção, nem lidade dentro dos prazos estabelecidos por lei e
participar em outros órgãos executivos de qualquer socie comparecer pontualmente aos actos e às diligên
dade, sem prejuízo de poderem ser detentores de acções, de cias marcados;
quotas ou de outras participações societárias. e) Desempenhar a função com honestidade, serie
4. Os Magistrados Judiciais Militares não podem inte dade, responsabilidade, zelo e imparcialidade,
grar Tribunais onde exerçam funções outros Magistrados a tratando com urbanidade e respeito todos os
que estejam ligados pelo casamento ou união de facto, reco intervenlentes nos processos.
nhecida ou não, parentesco ou afinidade em qualquer grau 2.0 dever de sigilo a que se refere a alínea a)do número
da linha recta ou até ao 2.° grau da linha colateral. anterior, abrange a proibição de fazer declarações relativas
ARTIGO 10." a processos judiciais, bem como a de revelar opiniões emiti
(Domicilio e ausência) das durante as conferências nos Tribunais, que não constem
1. Os Juizes Militares não podem residir fora da sede do das respectivas actas ou decisões.
ARTIGO 13.®
Tribunal onde exercem funções, nem ausentar-se da área de (Imunidades)
jurisdição sem prévia autorização.
1. Os Juizes dos Tribunais Militares gozam das imunida
2. A autorização referida no número anterior é concedida des consagradas na Constituição e na lei.
nos seguintes ternios: 2. Os Juizes dos Tribunais Militares só podem ser presos
a) Aos Juizes Presidentes de Região, a autorização é depois de culpa formada, quando a infracção seja punível
concedida pelo Juiz Conselheiro Presidente do com pena de prisão superior a dois anos, excepto em fla
Supremo Tribunal Militar; grante delito por crime doloso punível com a mesma pena.
I SÉRIE -N;^ 123- DE 23 DE SETEMBRO DE 2019 6157

ARTIGO 14.'' 2. As funções de Magistrados Judiciais Militares cessam


(E.vcrcício de sdvocDcia)
quando se verifique qualquer das situações seguintes:
Os Magistrados Judiciais Militares podem advogar em a) Limite de Idade estabelecido na Lei das Carreiras
defesa própria,do seu cônjuge,ascendentes ou descendentes. dos Militares das Forças Armadas Angolanas;
ARTfGO 13.«
b) Renúncia;
(Direitos e regalias) c) Demissão ou aposentação compulsiva, em conse
1. Sem prejuízo da sua condição militar: qüência de processo disciplinar ou criminal:
cl) Morte ou impossibilidade física permanente.
u) Os Juízos Conselheiros do Supremo Tribunal
3. A renúncia é feita por cana dirigida ao Plenário do
Militar percebem os vencimentos, abonos. sub
Supremo Tribunal Militar, que remete aos órgãos competen
sídios e as demais regalias previstas na lei e no
tes para o efeito.
estatuto para os Juizes Conselheiros do Tribunal 4. Compete ao Plenário do Supremo Tribunal Militar
Supremo, gozando dos mesmos direitos e prer verificar a ocorrência de qualquer das situações previstas
rogativas protocolares: nas alíneas, a), b), c) e d) do n." 2, devendo a impossibi
b)Os Juizes dos Tribunais Militares de Região perce lidade física permanente ser previamente comprovada por
bem os vencimentos,abonos,subsídios e demais Junta médica militar.
regalias previstas na lei e no estatuto, para os 5. A cessação de funções em virtude de renúncia é objecio
Juizes de Direito dos Tribunais de Comarca, de declaração do Juiz Presidente do Supremo Tribunal Militar,
gozando igualmente dos mesmos direitos e prer que a manda publicar na 1 Série do Diário cia República.
rogativas protocolares.
CAPÍTULO ill
2. Os Magistrados Judiciais Militares têm direito à Provimento na Nragistratura Militar
percepção dos valores decorrentes das despesas com os
ARTIGO 18."
empregados domésticos que lhes são adstritos. (ingresso oa Magistratura)
3. A remuneração e abonos percebidos pelos Magistrados
O Ingresso na Magistratura Judicial Militar é feito
Judiciais Militares são automaticamente actualizados sem
mediante integração de Oficiais Superiores das Forças
dependência de qualquer formalidade, sempre que se verifi
Armadas no activo, habilitados com cursos de promoção,
quem alterações das remunerações dos demais Magistrados
que sejam licenciados em Direito, apôs cui-so de formação e
e, com efeitos imediatos, reportados à data da entrada em estágio específico.
vigor das respectivas alterações.
ARTIGO i9."
ARTIGO 16.' (Curso de carreira militar e profissional)
(Responsabilidade pelo mobiliário)
Os Magistrados Judiciais Militares beneficiam de cursos
1. O Magistrado Judiciai Militar que habita em casa de carreira militar, bem como cursos de formação e superação
mobilada a expensas do Estado deve assinar o respectivo técnico-profissionai, a realizarem-se no Pais ou no exterior,
auto de inventário no qual deve constar o estado de conser sempre que as necessidades do serviço o justifiquem.
vação da casa e do recheio existente. ARTIGO 20."
2. O Magistrado Judicial Militar é responsável pela boa (Nomeação dos Juizes Conselheiros)

consenaçào do mobiliário e equipamento recebido, devendo O Juiz Presidente,o Juiz Vice-Presidente e os demais Juizes
comunicar qualquer ocorrência de forma a manter-se actua- Conselheiros do Supremo Tribunal Militar são nomeados pelo
lizado o inventário.
Presidente da República de entre magistrados militares.
ARTIGO 21."
3. O Magistrado Judicial Militar pode pedir a substitui
(Nomeação dos Inspectores c dos Juizes Militares)
ção ou reparação do mobiliário ou equipamento que se tome
1. O Inspector-Chefe do Supremo Tribunal Militar é
inadequado para o seu uso normal,definido em regulamento nomeado pelo Presidente da República sob proposta do Chefe
aprovado pelo Plenário do Supremo Tribunal Militar. do Estado Maior General, mediante deliberação do Plenário.
4. Em caso de perda do direito de atribuição da casa, o 2. O Presidente e os demais Juízas dos Tribunais Militares

Magistrado ou seus familiares de\em proceder à sua resti de Região são nomeados pelo Chefe do Estado Maior
tuição. após inventário, no prazo que for fixado, mas nunca General, sob proposta do Juiz Presidente, mediante delibe
ração do Plenário.
inferior a 60 dias.
ARTIGO 22."
ARTIGO 17." (Posse)
(Suspcn^üi) e cessação de funções)
Têm competência para conferir posse aos Magistrados
1. As funções de Magistrados Judiciais Militares podem Militares as seguintes entidades:
ser suspensas em virtude de exercício de cargo legalmente a) Juizes Conselheiros do Supremo Tribunal Militar.
incompatível com o e.xercício das suas funções. o Presidente da República;
DiÁR.10 DA HEPÚBLICA

ARTIGO 29."
b) Inspector Chefe,o Chefe do Estado Maior General; (Magistrados Jubiíados)
c)Juizes Militares, o Presidente do Supremo Tribunal
1. Os Magisu-ados Judiciais Militares cuja refonna não
Militar.
seja proveniente de sanção disciplinar, são considerados
ARTIGO 23.^
Magistrados Jubilados.
(Jtiramento dos Magistrados Judiciais Militares)
2. Os Magistrados Judiciais Militares jubilam, quando
No aclo de posse, os Magistrados Judiciais Militares completarem as Idades estabelecidas na Lei das Carreiras
prestam o seguinte juramento: dos Militares das Forças Armadas Angolanas, de acordo
«Juro por minha honra cumprir e fazer cumprir a com oposto militar que ostentam.
Constituição e as leis da República de Angola,desempenhar 3. Os Magistrados Judiciais Militares Jubilados con
com toda a dedicação e responsabilidade as funções em que tinuam vinculados aos deveres estatutários e ligados ao
fico investido». Tribunal, gozam dos títulos, honras, regalias e imunidades
ARTIGO 24.»
correspondentes à sua categoria e podem assistir de traje
(Inicio de funções) profissional às cerimonias solenes que se realizem no res
Os Magistrados Judiciais Militares iniciam funções após
pectivo Tribunal e tomar lugar à direita dos Magistrados em
serviço activo.
o respectivo empossamento.
4. Os Magistrados Judiciais Militares Jubilados não
ARTIGO 25.'
sofrem qualquer redução dos seus proventos salariais.
(Transferência por conveniência de serviço)
A transferência por conveniência de serviço dos Juizes capítulo IV
dos Tribunais Militares de Região pode ocorrer sempre que Avaliação do Mérito Profissional
razões ponderosas de serviço assim o Justifiquem, indepen ARTIGO 30.'
dentemente do tempo decorrido após a sua colocação, nos (Promoção c graduação)

termos do respectivo quadro orgânico. Os Magistrados Judiciais Militares são promovidos ou


.ARTtOO 26.' graduados nos postos militares correspondentes, de acordo
(Ingresso no foro comum) com c disposto nas leis e regulamentos em vigor nas Forças
1. O Juizes Militares de Região, findo o serviço militar Armadas Angolanas.
ou com proposta de passagem à reforma podem, mediante ARTIGO 31,'
(Avaliação profissional)
requerimento e concertação entre o Supremo Tribunal
Militar e o Conselho Superior da Magistratura Judicial, 1. A todos OS Magistrados Judiciais Militares é atribuída
ser propostos a ingressar na Magistratura Judicial do foro uma classificação da avaliação do mérito profissional, feita
comum,com dispensa de estágio ou curso de formação. por uma comissão criada pelo Juiz Presidente do Supremo
2. Para a antigüidade do Magistrado, conta o período de Tribunal Militar
tempo do exercício de função de Magistrado Militar. 2. A avaliação é feita de 6 em 6 meses, sem prejuízo do
ARTIGO 27.'
Plenário determinar avaliações extraordinárias.
(Segurança social) 3. Aos Oficiais que ingressam pela primeira vez na
Os Magistrados Judiciais Militares estão abrangidos pelo Magistratura Judicial Militar, a avaliação é feita depois de
2 anos de efectividade.
Sistema de Segurança Social das Forças Armadas, em tudo
ARTIGO 32.'
o que não contrarie o presente Estatuto e demais legislação (Critérios Jc avaliação)
em vigor.
Sem prejuízo do que constar nos regulamentos milita
ARTIGO 28.'
(Reforma por incapacidade) res, na avaliação do mérito profissional de cada Magistrado
deve-se ter em conta o seguinte:
1. São reformados por incapacidade os Magistrados
a) Eficiência na Administração da Justiça;
Judiciais Militares que, por debilidade ou diminuição das
b) Nível de conhecimentos evidenciados sobre ques
faculdades físicas ou intelectuais, manifestadas no exercício tões técnico-jurídicas e do meio social;
da função e comprovada por junta médica militar, não pos c) Obseiváncia dos prazos e demais normas de proce
sam continuar nesta, sem grave transtorno à justiça ou aos dimento processual;
respectivos serviços. d) Assiduidade;
2. A reforma para os casos referidos no número anterior e) Comportamento cívico e moral;
deve ser solicitada pelo próprio Magistrado. j9 Superação profissional;
3. Quando não seja requerida pelo Magistrado, depois de g) Aclividade extrajudicial desenvolvida no âmbito
convidado a fazê-lo, compete ao Plenário, propor a reforma do estudo e prática do direito, tal como trabalhos
ao Chefe do Estado Maior General, bem como a suspensão jurídicos, participação em seminários e encon-
do exercício da função.
I SÉRIE-N.° 123- DE 23 DE SETEMBRO DE 2019 6159

ARTIGO 33." CAPITULO V


(Elementos para avaliação)
Regime Disciplinar dos Magistrados
A avaliação realiza-se mediante o recurso aos seguintes Judiciais Militares
elementos:
SECÇÃOI
a) Relatórios de prestação de contas; Dispo.siçôcs Gerais
h) Relatórios de inspecção e de visitas de ajuda e
ARTIGO 38."
controlo; (Âmbito dc aplicação)
cj Exame rigoroso aos processos a cargo do Magis Os Magistrados Judiciais Militares estão sujeitos ao
trado; regime disciplinar estabelecido na presente Lei e em regu
d) Outros elementos disponíveis e de interesse. lamento próprio.
ARTIGO 34." ARTIGO 39."
(Classificação) (Direito .subsidiário)

1. Sem prejuízo do estabelecido nos regulamentos mili Em matéria disciplinará,ainda,aplicável aos Magistrados
tares. a avaliação do mérito profissional dos Magistrados Judiciais Militares, subsidiariamente, e com as necessárias
Judiciais Militares obedece à seguinte classificação: adaptações, o Regulamento de Disciplina Militar, o Código
a) Muito Bom; de Processo Penal e o Código de Processo Civil, desde que
b) Bom; não contrariem a presente Lei.
c) Regular; ARTIGO 40."
(Conceito dc infracção disciplinar)
d) Deficiente.
2. A classificação atribuída, nos termos do número ante É considerada infracção disciplinar todo o compona-
rior, é dada a conhecer ao Magistrado a quem se refere, de mento adoptado por Magistrado Judicial Militar, ainda que
forma confidencial.
meramente culposo ou por omissão, que viole os regula
3. Contra o Magistrado a quem for atribuída a classi mentos militares, os deveres profissionais e o que, pela sua
repercussão social, seja incompatível com a dignidade indis
ficação de deficiente, deve ser instaurado procedimento
pensável ao e.xercício das suas funções.
disciplinar.
ARTIGO 41."
ARTIGO 35." (Autonomia da jurisdição disciplinar)
(Reclamação)
1. O procedimento disciplinar é independente do proce
1. O Magistrado que não se conformar com a classifica
dimento criminal que pode, eventualmente, caber à conduta
ção que lhe for atribuída pode reclamar para a Comissão de
adoptada.
Avaliação, criada nos termos do n.° I do artigo 31.° da presente
2. Sempre que em processo disciplinar, o instrutor cons
Lei, no prazo de 30 dias, devendo apresentar, desde logo,
tate a existência de infracção criminal, dá conhecimento
os fundamentos e as provas que reputar necessárias para a
decisão.
imediato ao Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial
Militar.
2. A Comissão pode promover as diligências que julgar
pertinentes ao esclarecimento dos factos, após o que decide SECÇÀO II
Medidas Disciplinares
da reclamação, comunicando ao reclamante a classificação
definitiva. ARTIGO 42."

3. A decisão referida no número anterior é proferida no (Medidas disciplinares)

prazo de 15 dias. 1. Aos Magistrados Judiciais Militares que cometam


ARTIGO 36."
qualquer infracção disciplinar são impostas as seguintes
(Efeitos da reclamação) medidas disciplinares:
Quando se verificar que houve erro material na classi a) Repreensão;
ficação, a Comissão de Avaliação procede às necessárias h) Repreensão agravada;
correcções e o despacho com a classificação final é dado a c) Transferencia;
conhecerão interessado. d) Reforma compulsiva;
ARTIGO 37." e) Demissão.
(Recurso) 2. A excepção da medida prevista na alínea a)do número
Da im.procedência da reclamação ou falta de decisão no anterior, as medidas disciplinares são averbadas no compe
prazo estabelecido no n.° 3 do artigo 35." da presente Lei, tente processo individual do Magistrado.
cabe recurso ao Plenário do Supremo Tribunal Militar, que 3. As amnistias de que podem ser objecto os crimes, não
emite decisão final no prazo de 30 dias, a contar da entrada invalidam os efeitos produzidos pela aplicação das medidas
do recurso. disciplinares.
DIÁRIO DA REPUBLICA
6160

4. Os Magistrados Judiciais Militares punidos com as 2. O efeito da reincidência verifica-se, ainda que a
medidas previstas nas alíneas b) e c) do presente artigo não medida disciplinar da primeira infracçâo tenha sido pres
podem ser promovidos ou nomeados para posto ou categoria crita ou perdoada.
superior durante um período de 3 anos. 3. Em caso de reincidência a medida disciplinar aplicá
ARTIGO 43.'
vel nunca é inferior à medida anteriormente aplicada.
(Repreensão) ARTIGO 50.'
(Concurso dc Infracções)
A medida disciplinar de repreensão consiste na mera
chamada de atenção ao Magistrado, feita em particular, de 1.Tem lugaro concurso de infracçõcs quando o Magistrado
que a sua acção ou omissão pode perturbar o exercício das comete mais de uma infracçâo na mesma ocasião, ou várias
funções ou nela se repercutir de forma incompatível com a
infracções em ocasiões diversas, antes de se tomar inimpug-
nável a sanção aplicada por qualquer delas.
dignidade que lhe c exigível.
2. No concurso de infracções aplica-se uma única
ARTIGO 44.' medida disciplinar a determinar de acordo com a gravidade
(Repreensão agravada)
das infracções.
A medida disciplinar de repreensão agravada consiste ARTIGO 51.'
em declaração idêntica à prevista no artigo anterior, mas (Substituição das medidas disciplinares aplicadas aos jubilados)
feita na presença de Magistrados do mesmo nível. 1. Para os Magistrados jubilados ou que, por quaisquer
ARTIGO 45.' outras razões,se encontrem fora de actividade, a medida dis
(Transferência)
ciplinar da alínea c)do n." 1 do artigo 42." da presente Lei é
A medida disciplinar de transferência consiste na coloca substituída pela perda de 1 /4 das pensões ou vencimentos de
ção do Magistrado em cargo da mesma categoria fora da área qualquer natureza, por tempo a determinar, em medida não
de jurisdição do Tribunal ou serviço em que exerce funções. superior a 12 meses.
ARTIGO 46.' 2. Se a infracçâo disciplinar for considerada de extrema
(Reforma compuhha) gravidade pela sua repercussão social, à medida disci
A medida de reforma compulsiva consiste na passagem plinar imposta pode ser acrescida a perda da condição de
coerciva do infractor a reforma e implica a imediata desvin Magistrado Jubilado.
culação dos serviços, perda do estatuto de Magistrado e dos ARTIGO 52.'
correspondentes direitos. (Não promoção dc Magistrados arguidos)
ARTIGO 47.' Enquanto durar o processo criminal ou disciplinar, o
(Demissão) Magistrado não pode ser promovido a patente ou categoria
A medida disciplinar de demissão consiste no afasta superior, devendo sê-lo com efeitos retroactivos, se o pro
mento definitivo do Magistrado e implica a perda do estatuto cesso for arquivado, a decisão condenatória revogada ou
de Magistrado e dos correspondentes direitos, sem prejuízo aplicada uma das medidas disciplinares que não seja a trans
de outras conseqüências definidas por lei e regulamentos ferência, a reforma compulsiva ou a demissão.
militares. ARTIGO 53.'

ARTIGO 48."
(PrcMrrição das medidas disciplinares)
(Aplicação dc medidas disciplinares) A partir da data em que a decisão se toma impugnável,as
Na aplicação e determinação da medida disciplinar medidas disciplinares prescrevem no prazo de 3 meses para
atende-se: a repreensão agravada,6 meses para a transferência e 1 ano
a) À categoria do infractor; para a reforma compulsiva e a demissão.
h) À gravidade do facto, à culpa do agente: ARTIGO 54."
(Dever de participação)
c} À personalidade do infractor;
d) Às testemunhas que deponham a favor do infractor O Comandante Militar da área de jurisdição de um
ou contra si; Tribunal Militar de Região deve participar ao Juiz Presidente
e) Ao grau de responsabilidade que a acção ou omis do Supremo Tribunal Militar sempre que tome conhecimento
são do infractor mereça, atendendo à dignidade de um facto que constitua infracçâo disciplinar cometido por
da função que exerce e aos resultados perturba um Magistrado Judicial Militar.
dores da disciplina militar. SECÇ.ÀOlll
órgão de Disciplina
ARTIGO 49.'
(Reincidência) ARTIGO 55.'
(Conselho de Disciplina da Magistratura Judkiai Militar)
1. Tem lugar a reincidência quando o Magistrado comete
nova infracçâo, antes de decorridos 2 anos sobre a data em O Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial
que praticou a infracçâo anterior, cuja medida disciplinar Militar é o órgão de disciplina da Magistrawra Judicial
lenha sido cumprida total ou parcialmente. Militar, sendo os seus membros designados por delibera-
I SERIE - N." 123 - DE 23 DE SETEMBRO DE 2019 6161

çào do Plenário, mediante proposta do Juiz Conselheiro ARTIGO 60."

Presidente, no início de cada ano de instrução e preparação (Suspensão preventiva do atguido)

combativa das tropas. 1. O Magistrado arguido em processo disciplinar pode


ARTIGO 56."
ser preventivamente suspenso das funções, sob proposta do
(Competência e composição) instrutor do processo, desde que haja fortes indícios de que á
1. Compete ao Conselho de Disciplina da Magistratura infracçào cabe medida disciplinar severa e a continuação na
Judicial Militar instruir, julgar e decidir os processos disci- efectividade de serviço seja prejudicial á instmçào do pro
cesso, ao serviço ou ao prestígio e desígnio da função.
plinares em que sejam arguidos Juizes Militares, nos termos
2. A suspensão preventiva não pode exceder o prazo de
dos estatutos.
30 dias prorrogáveis por mais 15 dias e sempre sem prejuízo
2. O Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial
de remuneração do arguido.
Militar tem a seguinte composição:
ARTIGO 61."
a) Juiz Conselheiro Presidente do Supremo Tribunal (Audição do arguido)
Militar, que preside;
1. O arguido é notificado para comparecer, a fim de ser
h) Dois Juizes Conselheiros do Supremo Tribunal ouvido em declarações nos autos.
Militar; 2. Caso o arguido compareça e declare nada querer dizer
c) Dois Juizes Militares de Região; sobre a matéria de denúncia, encerra-se o auto de audição.
í/; Um Secretário. 3. Para efeitos da audição, pode o arguido fazer-se acom
3. As demais atribuições do Conselho de Disciplina da panhar de advogado ou de pessoa de sua confiança.
Magistratura Militar são definidas em regulamento apro ARTIGO 62."
vado pelo Plenário. (Acusação)

4. Das decisões do Conselho de Disciplina da Magistratura Finda a instrução do processo,deve o instrutor,se houver
Judicial Militar cabe recurso para o Plenário do Supremo matéria para tal e no prazo de 10 dias, formulara acusação,
Tribunal Militar. da qual conste necessariamente:
5. A competência disciplinar em relação aos Juizes Conse a) Os factos imputados ao arguido que considere
lheiros do Supremo Tribunal Militar é exercida por este Tribunal, provados;
nos termos a definir no seu Regulamento aprovado pelo h) A descrição das circunstâncias de tempo, modo e
Plenário. lugar da sua prática;
c) A indicação dos preceitos legais infringidos.
SECÇÃO IV
Processo Disciplinar ARTIGO 63."
(Notificação da acusação)
SUBSECÇÃO I 1. Da acusação extrai-se cópia que é entregue ou reme
Normas Processuais
tida ao arguido com indicação do prazo para a apresentação
ARTIGOS?." da defesa, que não pode ser inferior a 10 nem superior a
(Forma dc processo) 15 dias, conforme a complexidade do processo.
O processo disciplinar é escrito e secreto até a acusação 2. Se o arguido se encontrar ausente, em parte incerta e
ser notificada ao arguido e cabe ao instrutor averiguar da não for possível contactar o seu advogado, procede-se à sua
existência da infracçào, das suas circunstâncias, da respon notificação por meio de edital a ser afixado no local onde exer
sabilidade do infractor e recolher a prova necessária. ceu funções em último lugar, dando-se-Ihe o prazo de 15 dias.
contados da data de afixação, para apresentar a sua defesa.
ARTIGO 58."
3. Ao arguido ausente é nomeado um defensor oficioso
(Prazo de instrução)
que o representa nos ulteriores termos do processo.
1. A instrução e a conclusão do processo disciplinar
ARTIGO 64."
deve ocorrer no prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado, (Defesa)
por mais 15 dias, quando a complexidade do caso ou outro
1. Durante o prazo para apresentação da defesa, o arguido
motivo justificado o determinem.
ou defensor oficioso nomeado pode examinar o processo,sem
2. O procedimento disciplinar caduca no prazo de 60 dias
pre na presença do instrutor ou de pessoa por este designada,
a contar da data em que o titular do poder disciplinar teve indicar testemunhas,juntar documentos e requerer diligências.
conhecimento da infracçào. 2. Pode o instrutor recusar a realização de diligências
ARTIGO 59." que sejam manifestamente desnecessárias ou dilatórias.
(Competência para a instrução)
ARTIGO 65."
Recebida a participação, o Juiz Presidente do Supremo (Relatório)
Tribunal Militar ordena o seu registo e encaminha-a ao Terminada a produção da prova, o instrutor elabora, no
Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial Militar, que prazo de 10 dias, um relatório, individualizando os factos
designa como instrutor um Magistrado de categoria igual ou que considere provado.s, a sua gravidade e conseqüências e
superior á do arguido. as circunstâncias que concorreram para a determinação do
DIÁRIO DA REPÚBLICA
6162

grau de culpabilidade do infractor,seu comportamenlo ante 3, Quando o relator entender que se verifica extempora-
rior e propõe a medida disciplinar que considere justa, salvo neidade, ilegitimidade ou manifesta ilegalidade do recurso,
se entender que a acusação é improcedente, caso em que faz uma breve e fundamentada exposição e apresenta o pro
propõe o arquivamento dos autos. cesso na sessão que marcar, prescindindo de vistos, se assim
ARTIGO 66.' o entender.
(Decisão) ARTIGO 73."
(Prosseguimento «Io recurso)
Feito o relatório, o instrutor remete o processo ao
Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial Militar, 1. Quando o recurso deva prosseguir, o relator ordena
onde correm os vistos pelo prazo de 48 horas, findo o qual o as diligências que repute indispensáveis, requisita os docu
Presidente convoca os seus membros, para no prazo de mentos que considere necessários ou notifica as partes para
15 dias, proferir a decisão. os apresentar.
ARTIGO 67." 2, Os autos correm em seguida, pelo prazo de 48 horas,
(Notificação da decbão)
aos vistos de todos os Magistrados, após o que voltam ao
A decisão é desde logo notificada ao arguido, ao seu relator que marca a sessão para julgamento, nos 10 dias
advogado ou defensor oficioso e comunicada ao Tribunal em seguintes.
que o arguido esteja colocado para conhecimento.
ARTIGO 74."
ARTIGO 68." (Revisão)
(Execução da.s decisões)
1. É admitido a todo tempo o pedido de revisão para o
As medidas disciplinares aplicadas são comunicadas aos Plenário do Supremo Tribunal Militar, com o fundamento
órgãos competentes para sua execução.
em meio de prova susceptível de determinar a modificação
ARTIGO 69."
ou anulação do sansão aplicada, cuja utilização foi impossí
(Nulidadcs insupríveis)
vel no decurso do processo.
Constitui nulidade insuprível de todo o processo: 2. O requerimento a pedir a revisão deve ser funda
a) A falta de audição do arguido nos termos do mentado, indicar a prova oferecida e ser acompanhado dos
artigo 61." da presente Lei; documentos que se queiram juntar,
h) A falta de notificação do arguido nos termos do
ARTIGO 75."
artigo 63." da presente Lei; (Legitimidade para interposição do recurso de revisão)
c) A ocorrência de caducidade para a instauração do
1. A iniciativa da revisão compete tanto ao Magistrado
processo disciplinar, previstas no artigo 58." da sancionado quanto ao seu superior,
presente Lei.
2. Sendo a iniciativa da revisão do superior hierárquico
SUBSECÇÃO II do Magistrado, ele deve promovê-la logo que tome conheci
Recursos
mento dos meios de prova referidos no artigo anterior.
ARTIGO 70."
ARTIGO 76."
(Recurso ordinário) (Processamento da revisão)
Das decisões do Conselho de Disciplina da Magistratura 1. A revisão é processada por apenso ao processo onde se
Judicial Militar cabe recurso para o Plenário do Supremo proferiu a decisão que deve ser revista.
Tribunal Militar.
2,Aplica-se ao recurso de revisão o disposto nos artigos 72."
ARTIGO 71.'
e 73," da presente Lei, na parte aplicável.
(Prazo)
ARTIGO 77."
1.0 prazo de interposiçào de recurso é de 10 dias a con (.Admissão de revisõo)
tar da data de notificação da decisão, devendo constar do
1. A decisão que concede ou negue a revisão é sempre
requerimento os argumentos de facto e de direito e a formu
fundamentada.
lação clara do pedido.
2. Autorizada revisão, o processo é distribuído a outro
2. A data de interposição do recurso é fixada pelo registo
Magistrado, nos termos do artigo 59." da presente Lei.
de entrada do requerimento nos Serviços Gerais do Supremo
ARTIGO 78."
Tribunal Militar, ou pela data da sua remessa pelo con*eio.
(Prazo de decisão dos recursos)
quando o requerente residir fora da capital do País, podendo
dar entrada no Tribunal Militar da Região, Os recursos interpostos das medidas disciplinares devem
ser decididos no prazo de 90 dias, contados da data da
ARI IGO 72."
(Questões previas) interposição.
ARTIGO 79.®
I. Distribuído o recurso, o Magistrado a quem o mesmo
(Rcvugnçilo)
couber passa a ser o relator.
2.0 relator deve convidar o requerente a corrigir as insu É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na
ficiências do requerimento. presente Lei.
mm ■
\ «90911. J'

REPÚBLICA DE ANGOLA
SUPREMO TRIBUNAL MILITAR

ESTATUTO DOS MAGISTRADOS JUDICIAIS MILITARES

ASSEMBLÉIA NACIONAL

Lei n°. /20

Considerando a necessidade de o Estatuto dos Magistrados Judiciais


Militares, aplicar supletivamente o Estatuto dos Magistrados Judiciais do
foro comum;

Considerando a necessidade de incluir o direito de pensão de


sobrevivência no Estauto dos Magistrados Judicias Militares;

Considerando ainda que a progressão de carreiras militares é regulada


por diploma próprio, o qual estabelece as competentes fases de
progressão;

Havendo assim a necessidade de harmonizar os regimes de ingresso à


magistratura judicial militar com o de progressão de carreiras militares e
ainda a necessidade de ajustar algumas disposições do Estatuto dos
Magistrados Judicias Militares;

A Assembléia Nacional aprova a alteração dos artigos 2°, 15°, 18° e 26° da
Lei 24/19 de 23 de Setembro, Lei Orgânica Sobre o Estatuto Dos
Magistrados Judiciais Militares.

LEI DE ALTERAÇÃO DA LEI ORGÂNICA SOBRE O ESTATUTO


DOS MAGISTRADOS JUDICIAIS MILITARES

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1°
(Âmbito de aplicação)
(...)

Artigo 2"
(Direito Subsidiário)

Aos Magistrados judiciais Militares, são aplicáveis às leis e regulamentos


que regem as Forças Armadas Angolanas e supletivamente, o Fstatuto
dos Magistrados judiciais do foro comum, bem como o regime da função
pública, em tudo o que não contrarie o presente listatuto.

Artigo 3°
(Magistratura Judicial Militar)
1. (...)
2. (...)

Artigo 4°
(Função da magistratura)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
Artigo 5°
(Relação entre Magistrados Judiciais)
(...)

Artigo 6°
(Independência dos Magistrados Judiciais)
(...)

Artigo T
(Não responsabilização dos Magistrados Judiciais)
(...)
Artigo 8°
(Inamovibilidade dos Juizes)
(...)

CAPÍTULO II
Incompatibilidades, Deveres e Direitos
Artigo 9°
(Incompatibilidades e impedimentos)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4. (...)

Artigo 10°
(Domicilio e ausência)
(...)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
3. (...)

Artigo 11°
(Traje profissional)
1. (...)
2. (...)

Artigo 12°
(Deveres dos Magistrados Judiciais Militares)
1. (...)
a) (.
b) (.
c) (■
d) (.
e) (.
2. (...)

Artigo 13°
(Imunidades)
1. (...)
2. (...)

Artigo 14°
(Exercício de advocacia)
(...)

Ai-tig("> 13'
(Direilos, regalias e pensão de sobrevivência)
1. (...)
a) (...)
b) (...)
2. (...)
3. (...)
4. \im caso de morte do Magistrado Judicial Militar, o cônjuge, enquanto
se mantiver no estado de viuves, os filhos menores ou incapazes, os
filhos maiores que estejam a freqüentar o ensino superior até a
conclusão e os ascendentes ao seu cargo, têm direito em conjunto,
uma pensão mensal de \'a!or igual ao que for estabelecido na lei e no
Estatuto para os Magistrados dos tribunais de jurisdição comum.

Artigo 16°
(Responsabilidade pelo mobiliário)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4. (...)

Artigo 17°
(Suspensão e cessação de Funções)
1. (...)
2. (...)
a)(
b)(
c) (
d)( )

3. (...)
4. (...)
5. (...)

CAPITULO III
Provimento Na Magistratura Militar

Artigo 18°
(Ingresso na Magistratura)
O ingresse) na Magi.strcilLiivi Judii idi MiiiUir e' \c\io inedianle inlegra^àe de
Oficiais do Quadro l^^rmanente das horças Ai-niadas no activo,
habilitados com cursos de promoção, cjiu^ se^jam licenciados em Direito,
após curso de formação e* estágio específico.
Artigo 19°
(Curso de carreira militar e profissional)
(...)

Artigo 20°
(Nomeação dos Juizes Conselheiros)
(...)

Artigo 21°
(Nomeação dos Inspectores e dos Juizes Militares)
1. (...)
2. (...)

Artigo 22°
(Posse)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)

Artigo 23°
(Juramento dos Magistrados Judiciais Militares)
(...)
Artigo 24°
(Inicio de funções)
(...)
Artigo 25°
(Transferência por conveniência de serviço)
(...)
2(V

( Transição para foro comum)

1. Os Jlií/os Militares de R(^e,iào, findo o serviço militar t)Li com ["imposta


de passagem à reforma podem, inediante requerimentt) e eoneertação
entre o Supremt) Iribunai Militar e o Conselho Superior da
Magistratura Judicial, ser pioposto a transitar para Magistratura
Judicial do foro comum com dispensa de estágio ou curso de
formação.

2. (...)
Artigo 27°
(Segurança social)
(...)
Artigo 28°
(Reforma por incapacidade)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 29°
(Magistrados Jubilados)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
4. (...)

CAPITULO IV
Avaliação do Mérito Profissional

Artigo 30°
(Promoção e graduação)
(...)

Artigo 31°
(Avaliação profissional)
1. (...)
2. (...)
3. (...)
Artigo 32°
(Critérios de avaliação)
(...)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
Artigo 33°
(Elementos para avaliação)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
d) (...)

Artigo 34°
(Classificação)
1. (...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
d) (...)
(...)
(...)
Artigo 35°
(Reclamação)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 36°
(Efeitos da reclamação)
(...)
Artigo 37°
(Recurso)
(...)
CAPÍTULO V
Regime Disciplinar dos Magistrados Judiciais Militares

SECÇÃOI
Disposições Gerais

Artigo 38°
(Âmbito de aplicação)
(...)

Artigo 39°
(Direito subsidiário)
(...)
Artigo 40°
(Conceito de infracção disciplinar)
(...)
Artigo 41°
(Autonomia da jurisdição disciplinar)
1. (...)
2. (...)

SECÇÃO II
Medidas Disciplinares

Artigo 42°
(Medidas disciplinares)
1. (...)
a) (.
b) (.
c) (.
d) (.
e) (.
2. (...)
3. (...)
4. (...)
Artigo 43°
(Repreensão)
(...)
Artigo 44°
(Repreensão agravada)
(...)
Artigo 45°
(Transferência)
(...)
Artigo 46°
(Reforma compulsiva)
(...)

Artigo 47°
(Demissão)
(...)

Artigo 48°
(Aplicação de medidas disciplinares)
(...)
a)
b)
c)
d)
e)
Artigo 49°
(Reincidência)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 50°
(Concurso de infracções)
1. (...)
2. (...)

Artigo 51°
(Substituição das medidas disciplinares aplicadas aos jubilados)
1. (...)
2. (...)
Artigo 52°
(Não promoção de Magistrados arguidos)
(...)
Artigo 53°
(Prescrição das medidas disciplinares)
(...)

Artigo 54°
(Dever de participação)
(...)

SECçÃom
Órgão de Disciplina

Artigo 55°
(Conselho de Disciplina da Magistratura Judicial Militar)
(...)
Artigo 56°
(Competência e Composição)
1. (...)
2. (...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)
d) (...)
3. (...)
4. (...)
5. (...)

SECÇÃOIV
Processo Disciplinar

SUBSECÇÃO I
Normas Processuais

Artigo 57°
(Forma de processo)
(...)
Artigo 58°
(Prazo de instrução)
10
1. (...)
2. (...)
Artigo 59°
(Competência para a instrução)
(...)
Artigo 60°
(Suspensão preventiva do arguido)
1. (...)
2. (...)

Artigo 61°
(Audição do arguido)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 62°
(Acusação)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)

Artigo 63°
(Notificação da acusação)
1. (...)
2. (...)
3. (...)

Artigo 64°
(Defesa)
1. (...)
2. (...)

Artigo 65°
(Relatório)
(...)
Artigo 66°
(Decisão)

1 1
(...)
Artigo 67°
(Notificação da decisão)
(...)
Artigo 68°
(Execução das decisões)
(...)
Artigo 69°
(Nulidades insupríveis)
(...)
a) (...)
b) (...)
c) (...)

SUBSECÇÃO II
Recursos

Artigo 70°
(Recurso ordinário)
(...)
Artigo 71°
(Prazo)

Artigo 72°
(Questões prévias)

Artigo 73°
(Prosseguimento do recurso)
1.

2.

Artigo 74°
(Revisão)
1.

2.

Artigo 75°
12
(Legitimidade para interposição do recurso de revisão)
1.
2.

Artigo 76°
(Processamento da revisão)
1.
2.

Artigo 77°
(Admissão de revisão)

Artigo 78°
(Prazo de decisão dos recursos)
(...)
Artigo 79°
(Revogação)
(...)

Artigo 80°
(Dúvidas e omissões)
(...)

Artigo 41°
(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.


Vista e aprovada pela Assembléia Nacional, em Luanda, aos
/ /2020.
O Presidente da Assembléia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos
Santos

Promulgada em / /2020.

Publique-se.

O Presidente da República, JOÃO MANUEL GONÇALVES


LOURENÇO.

13

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