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Análise da Resposta

de Estruturas
à Excitação Sísmica
Prof. Marcelo Maia Rocha, Dr.techn.

Engenheiro Civil – UFSC


Mestre em Engenharia – UFRGS
Doutor em Ciências Técnicas (Áustria) – UIBK
Delineamento do curso
 5 Aulas de 4 h.a. cada, às sextas-feiras a tarde.

1. Sistemas com 1 grau de liberdade


2. Sistemas com n graus de liberdade
3. Utilização de normas técnicas
4. Análise sísmica no software STRAP
5. Exemplos de aplicação
Aula 3 - Segunda Parte

1. Integração numérica das equações


2. Análise por superposição modal
3. Utilização de espectros de resposta
4. Visão geral do uso de normas
5. Consideração da dutilidade
6. Verificações de referência
4. Visão geral do uso de normas

Etapas de análise conforme normas técnicas


a) Definir a zona sísmica onde a obra será realizada
b) Analisar e categorizar o tipo de subsolo
c) Verificar tipo de fonte sísmica e proximidade com a falha
d) Definir os coeficientes sísmicos de projeto
e) Definir o espectro de resposta para análise dinâmica
f) Fazer verificações preliminares (corte basal mínimo, etc.)
g) Fazer a análise estrutural dinâmica:
• Time history (acelerogramas medidos ou simulados)
• Superposição modal (uso direto do espectro)
h) Caso a análise seja linear, reduzir os parâmetros de
resposta pelo fator R.
i) Dimensionar.
Zoneamento sísmico brasileiro – NBR 15421 / 2006

Tremores de terra, com magnitude 3.0 ou mais, ocorridos no Brasil,


desde a época da colonização, até 1996. As informações mais antigas,
indicadas por triângulos, são chamadas históricas. Os dados indicados
por círculos, são relativamente mais novos e foram obtidos por
equipamentos sismográficos
Definição de
zonas sísmicas
conforme a

NBR 15421 / 2006


Principais fontes sísmicas (falhas) na Venezuela
Sismicidade venezuelana 2000-2002
Zonificação sísmica da
Venezuela (COVENIN'2001)
Zonificação sísmica dos Estados Unidos (UBC'97)
• Em todas as normas técnicas, a zonificação sísmica serve
para definir um coeficiente de aceleração sísmica básico
(Z no UBC'97, ag na NBR15421, A0 na COVENIN'2001).

• Este parâmetro representa diretamente uma aceleração, ou


um coeficiente a ser multiplicado pela aceleração da
gravidade (g = 9.807m/s2).

• A partir deste coeficiente, utilizando-se outros


coeficientes modificadores, pode-se definir acelerações de
projeto para análises estáticas, ou espectros de resposta
para análise dinâmica da estrutura.

• Estes coeficientes modificadores consideram aspectos


como: tipo de falha, proximidade de falha, tipo de
subsolo, importância da estrutura, etc.
4. Visão geral do uso de normas

Etapas de análise conforme normas técnicas


a) Definir a zona sísmica onde a obra será realizada
b) Analisar e categorizar o tipo de subsolo
c) Verificar tipo de fonte sísmica e proximidade com a falha
d) Definir os coeficientes sísmicos de projeto
e) Definir o espectro de resposta para análise dinâmica
f) Fazer verificações preliminares (corte basal mínimo, etc.)
g) Fazer a análise estrutural dinâmica:
• Time history (acelerogramas medidos ou simulados)
• Superposição modal (uso direto do espectro)
h) Caso a análise seja linear, reduzir os parâmetros de
resposta pelo fator R.
i) Dimensionar.
Ondas sísmicas são
amplificadas em perfis
sedimentares, e atenuadas em
rocha dura...

... este aspecto deve


ser considerado na
definição de espectros
de resposta (ao nível
da superfície do solo)
Categorização dos tipos de perfil de solo (UBC'97)

vS 
 di Velocidade média da onda de corte
 vSi / di (di : profundidades das camadas)

N
 di
Resistência média no ensaio de penetração
 N i / di
Cuidado especial com a categoria SF
4. Visão geral do uso de normas

Etapas de análise conforme normas técnicas


a) Definir a zona sísmica onde a obra será realizada
b) Analisar e categorizar o tipo de subsolo
c) Verificar tipo de fonte sísmica e proximidade com a falha
d) Definir os coeficientes sísmicos de projeto
e) Definir o espectro de resposta para análise dinâmica
f) Fazer verificações preliminares (corte basal mínimo, etc.)
g) Fazer a análise estrutural dinâmica:
• Time history (acelerogramas medidos ou simulados)
• Superposição modal (uso direto do espectro)
h) Caso a análise seja linear, reduzir os parâmetros de
resposta pelo fator R.
i) Dimensionar.
Tipos de fonte sísmica (UBC'97)

• Conforme o UBC97, o tipo de fonte sísmica interessa


apenas em análises para zonas sísmicas 4 (Z = 0.4).

• A classificação da fonte influenciará os coeficientes


sísmicos através dos fatores de proximidade da falha,
Na e Nv , conforme tabelas.

• Fonte tipo C não produz acréscimos nos coeficientes.


Fator de proximidade da fonte Na (aplicado ao coeficiente Ca )

Fator de proximidade da fonte Nv (aplicado ao coeficiente Cv )


4. Visão geral do uso de normas

Etapas de análise conforme normas técnicas


a) Definir a zona sísmica onde a obra será realizada
b) Analisar e categorizar o tipo de subsolo
c) Verificar tipo de fonte sísmica e proximidade com a falha
d) Definir os coeficientes sísmicos de projeto
e) Definir o espectro de resposta para análise dinâmica
f) Fazer verificações preliminares (corte basal mínimo, etc.)
g) Fazer a análise estrutural dinâmica:
• Time history (acelerogramas medidos ou simulados)
• Superposição modal (uso direto do espectro)
h) Caso a análise seja linear, reduzir os parâmetros de
resposta pelo fator R.
i) Dimensionar.
Coeficiente sísmico Ca (freqüências altas do espectro de resposta )

Coeficiente sísmico Cv (freqüências baixas no espectro de resposta )


4. Visão geral do uso de normas

Etapas de análise conforme normas técnicas


a) Definir a zona sísmica onde a obra será realizada
b) Analisar e categorizar o tipo de subsolo
c) Verificar tipo de fonte sísmica e proximidade com a falha
d) Definir os coeficientes sísmicos de projeto
e) Definir o espectro de resposta para análise dinâmica
f) Fazer verificações preliminares (corte basal mínimo, etc.)
g) Fazer a análise estrutural dinâmica:
• Time history (acelerogramas medidos ou simulados)
• Superposição modal (uso direto do espectro)
h) Caso a análise seja linear, reduzir os parâmetros de
resposta pelo fator R.
i) Dimensionar.
Espectro padronizado do UBC'97
Exemplo de construção (utilizado no problema da Parte A)
Espectro padronizado do COVENIN'2001 (Venezuela)

Obs.: verifica-se uma correspondência com o espectro do UBC'97...

Ca = , Cv = T* , T* = TS , p = 1, e  = 2.5


5. Consideração da dutilidade

"Coeficiente numérico representativo da capacidade


R inerente de sobre-resistência e dutilidade global de
sistemas resistentes a cargas laterais" (UBC'97)

• Na prática, as estruturas são projetadas para valores


consideravelmente inferiores de resposta estrutural.
Todas as normas fazem uso do fator R para redução, ou da
excitação sísmica, ou da resposta calculada linearmente.

• Caso seja usada a abordagem por integração numérica


direta, com um software de análise não-linear (elasto-
plástica), não se faz uso do fator R.

• O projeto deve garantir a sobre-resistência admitida!!!


Coeficientes de sobre-resistência, R, segundo a UBC'97
Fatores de importância, segundo o UBC'97
Tipos de estruturas, segundo o UBC'97

• BEARING WALL SYSTEMS


Sistemas estruturais que não possuem um esqueleto
espacial completo para suportar as cargas verticais.
Ex.: alvenaria estrutural (total ou parcial) .

• BUILDING FRAME SYSTEMS


Sistemas estruturais com um esqueleto espacial completo
para suportar as cargas verticais.
Ex.: pórticos contraventados.

• MOMENT RESISTING FRAME SYSTEMS


Sistemas estruturais nos quais o esqueleto espacial possui
elementos e nós capazes de resistir a esforços de flexão.
Ex.: pórticos não contraventados.
Coeficientes de sobre-resistência, R, segundo o COVENIN'2001
Tipos de estruturas, segundo o COVENIN'2001
Exemplo: Estádio Luís Ramos (Medabil/Venezuela)
Exemplo: Estádio Luís Ramos pelo COVENIN'2001
Exemplo: Estádio Luís Ramos pelo COVENIN'2001

Obs.: A norma Venezuelana aplica o fator R já no espectro de resposta,


diferentemente para cada valor do período, sendo que R = 1 para
período zero (freqüencia infinita).
Exemplo: Estádio Luís Ramos pelo UBC'97

Obs.: O fator R foi escolhido pelas tabelas da norma venezuelana, pois


pelo UBC'97 se enquadraria melhor como 5.5 (ordinary braced frame).
Exemplo: Estádio Luís Ramos pelo UBC'97

Obs.: O espectro está dividido por R, para fins de comparação. Na


prática, a UBC'97 indica que deve-se dividir a resposta por R, conforme
descrito na seção 1631.5.4).
6. Verificações de referência
 3Ca  Corte na base para projeto simplificado,
V  W
 R  onde W é o peso da massa sísmica.

Corte na base para projeto por força


 Cv I 
V  W estática, onde T é o período fundamental
 RT  da estrutura e I é um fator de importância.

 2.5Ca I 
V  W Valor máximo para o corte na base.
 R 

V  0.11Ca I W Valor mínimo para o corte na base.


• Estas verificações podem ser feitas em um software de
análise, como o STRAP, específicando-se uma "gravidade
horizontal" igual a "g" multiplicado pelo coeficiente
entre parenteses nas expressões anteriores. Este método
automaticamente reproduz os critérios de distribuição
vertical da carga sísmica simplificada.

• Anteprojetos de estruturas podem considerar o valor


máximo de corte na base como valor de referência
(conservador), distribuindo esse esforço sobre toda a
estrutura como mencionado acima.

• Observa-se que o valor máximo para o corte corresponde


ao máximo valor do espectro de resposta, dividido pelo
fator R. Isso corresponde a uma situação (improvável) em
que todas os períodos modais cairiam dentro do patamar
do espectro, entre T0 e TS.
• Como exemplo, vamos resolver o mesmo problema da parte
A (sistema com 3 g.d.l.), considerando R = 4.5 (ordinary
moment resisting frame of steel).

• Da análise por espectro de resposta, cujo resultado coincidiu


com o da análise por integração e por superposição modal:

W  gM T  9.807  (0.333  0.311  0.294)  9.2 N


V   FS , max, i  2.66  2.29  1.11  6.06 N

• Este corte na base deve ser dividido por R para ser de fato
utilizado em projeto, o que resulta em:

V  6.06 / 4.5  1.35N


• Observa-se que esta resposta fez uso do espectro estimado,
ao invés do espectro alvo normalizado. O fator de correção
na coordenada do espectro na freqüência de 5.4Hz é de
0.895/0.718 = 1.25. Portanto, V = 1.25(1.35N) = 1.7N.
• Valor máximo considerado para o corte, segundo o UBC'97:

 2.5  0.36  1 
V   9.2N  1.8N
 4.5 
... muito próximo do valor obtido da análise por espectro!!!

• Valor mínimo considerado para o corte, segundo o UBC'97:

V  0.11  0.36 1 9.2N  0.36 N

• Este valor mínimo também deve ser avaliado, pois é possível


que em virtude dos valores dos períodos modais se cheguem
a cargas inferiores, que não poderiam ser adotadas. Em
outras palavras, a menor aceleração sísmica horizontal
(estática) que pode ser adotada em um projeto, segundo o
UBC'97, é (0.11Ca g).
Após vermos como se avalia a resposta
à excitação sísmica segundo normas
técnicas, vamos colocar esse
conhecimento em prática no ...

... STRAP!

(fim da segunda parte da terceira aula)

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