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Renato Pedro Gemusse

Rogerio Daniel da Costa


Manze Mucusete Omar
Nordine A. Mucola
Gizela Issufo Faqui Faqui
Sadia A. O. Assane

Embalagens de Plásticos
(Licenciatura em Ciências Alimentares e Habilitação em segurança Alimentar)

Universidade Rovuma

Nampula

2022
Renato Pedro Gemusse
Rogerio Daniel da Costa
Manze Mucusete Omar
NordinenA. Mucula
Gizela Issufo Faqui Faqui
Sadia A. O. Assane

Embalagens de Plásticos
(Licenciatura em Ciências Alimentares e Habilitação em segurança Alimentar)

Trabalho de caracter avaliativo da cadeira


de Embalagens de Produtos Alimentares, a
ser apresentado ao Departamento de
Ciências Alimentares e Agrarias e a ser
avaliado pelos docentes:

Msc. Porfírio Nunes Rosa

Universidade Rovuma

Nampula

2022
iii

Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 4

1. Plásticos conceitos e generalidades .......................................................................................... 5

1.1.1. Plásticos ............................................................................................................................ 5

1.2. Uso de plásticos em embalagens de alimentos ..................................................................... 7

1.3. Tipos de plásticos ................................................................................................................. 8

1.3.1. Poliolefinas ....................................................................................................................... 8

1.3.1.1. Tipos de polietileno utilizados em embalagens de alimentos ....................................... 9

1.3.1.2. Politereftalato de etila.................................................................................................. 11

1.3.1.3. Policloreto de vinila .................................................................................................... 11

1.3.1.4. Poliestireno – PS ......................................................................................................... 12

1.4. Processos de obtenção e transformação do plástico ........................................................... 12

1.4.1. Moldagem por extrusão e sopro ...................................................................................... 13

1.4.2. Moldagem por injeção e sopro........................................................................................ 13

1.5. Propriedades de embalagens de plásticos. .......................................................................... 14

1.5.1. Propriedades mecânicas .................................................................................................. 15

1.5.1.1. Resistência ao Impacto ................................................................................................ 15

1.5.1.2. Resistência ao empilhamento ...................................................................................... 16

1.5.1.3. Resistência à tração ..................................................................................................... 16

1.5.1.4. Dureza ......................................................................................................................... 17

1.5.1.5. Propriedades térmicas ................................................................................................. 17

1.5.1.6. Propriedades Químicas ................................................................................................ 18

Conclusão ...................................................................................................................................... 20

Referência bibliográfica ................................................................................................................ 21


4

Introdução

As embalagens plásticas vêm ganhando cada vez mais espaço dentro da indústria moderna,
apresentando propriedades variadas e versatilidade muitas vezes não encontrada nas embalagens
de materiais tradicionais. Isso pode ser evidenciado pelo volume de produção dessa indústria nos
últimos anos, o qual vem apresentando um crescimento no mercado. Falaremos exatamente sobre
suas propriedades, obtenção e transformação das embalagens de plástico e sua classificação. As
diversas propriedades dos materiais plásticos permitem a sua utilização em praticamente todas as
atividades industriais. Além disso, o fato de que o plástico contribuiu significativamente para o
nível de desenvolvimento presenciado nos dias atuais, principalmente, com relação à saúde e
sobrevivência da população, resulta no elevado consumo deste polímero.

Objetivo geral

 Estudar embalagens utilizadas para embalagem de produtos alimentares, suas


propriedades e obtenção.

Objetivo específico

 Conhecer as principais embalagens de plásticos usados pela indústria alimentares;


 Conhecer as propriedades físicas, químicas, térmicas, mecânicas que as embalagens de
plástico podem apresentar;
 Saber o processo de transformação e a obtenção de embalagens de plásticos para fins
alimentares.
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1. Plásticos conceitos e generalidades

Plásticos são compostos macromoleculares orgânicos obtidos por polimerização,


policondensação, polia dição ou qualquer processo semelhante. Os plásticos são um grupo
especial de polímeros que podem ser formados em uma ampla variedade de formas usando calor
e pressão controlados em temperaturas relativamente baixas, em comparação com metais e vidro.
Plásticos são na verdade uma subcategoria de polímeros. Existem centenas de espécies
identificadas de polímeros sintéticos, mas, na prática, apenas alguns polímeros são
frequentemente usados para embalagens de alimentos. O uso de plásticos aumentou mais
rapidamente do que qualquer outro material o plástico é agora o segundo material mais utilizado
para embalagem.

Os plásticos são amplamente utilizados em materiais de embalagem e na construção de


instalações e equipamentos de processamento de alimentos, pois:

1. São fluidos e moldáveis (sob certas condições), para fazer folhas, formas e estruturas
2. São geralmente quimicamente inertes, embora não necessariamente impermeáveis
3. São económicos em atender às necessidades do mercado
4. São leves
5. Oferecem opções em relação à transparência, cor, vedação térmica, resistência ao calor e
propriedades de barreira

1.1.1. Classificação das embalagens de Plásticos quanto e estrutura

A ideia de polímeros sintéticos está, logo à primeira vista, ligada à ideia de plásticos. Em nosso
dia-a-dia, os plásticos estão cada vez mais presentes e de maneira cada vez mais variada:

Em forma rígida — nas garrafas, jarros, brinquedos, partes de automóveis, geladeiras,


televisores etc.;

Em forma flexível — nas folhas de embalagens, sacolas, cortinas, recipientes variados etc.;

Na forma de espuma expandida — como o isopor, muito usado como isolante do calor e como
material antimpacto em embalagens.
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Na forma de fios — nas cordas, fitas, fios etc.;

Os plásticos têm propriedades de força e resistência. Por exemplo, o filme de polietileno


tereftalato (PET) tem uma resistência mecânica semelhante à do ferro, mas sob carga o filme de
PET se estenderá consideravelmente mais do que o ferro antes de quebrar.

Plásticos específicos podem atender às necessidades de uma ampla faixa de temperatura, desde o
processamento de alimentos ultracongelados (−40◦C) e armazenamento (−20◦C) até as altas
temperaturas da esterilização a frio (121◦C) e reaquecimento de produtos alimentícios embalados
por microondas (100◦C) e calor radiante (200◦C).

A maioria dos plásticos de embalagem é termoplástica, o que significa que eles podem ser
repetidamente amolecidos e derretidos quando aquecidos. Esse recurso tem várias implicações
importantes para o uso e desempenho de plásticos, como na formação de recipientes, fabricação
de filmes e selagem a quente.

Os plásticos termoendurecíveis, como o fenol-formaldeído e o ureia-formaldeído, são usados para


tampas roscadas em cosméticos, produtos de higiene pessoal e embalagens farmacêuticas, mas
não são usados em grande parte para embalagens de alimentos.

Os Plásticos oferecem uma ampla gama de propriedades de aparência e desempenho que são
derivadas das características inerentes do material plástico individual e como ele é processado e
usado.

Os plásticos são resistentes a muitos tipos de compostos - eles não são muito reactivos com
produtos químicos inorgânicos, incluindo ácidos, álcalis e solventes orgânicos - assim, tornando-
os adequados, ou seja, inertes, para embalagens de alimentos.
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Os plásticos não suportam o crescimento de microrganismos. Alguns plásticos podem absorver


alguns constituintes dos alimentos, tais como óleos e gorduras, e, portanto, é importante que
sejam realizados testes completos para verificar todas as aplicações de alimentos para absorção e
migração.

Gases, como oxigénio, dióxido de carbono e nitrogénio, juntamente com vapor de água e
solventes orgânicos, permeiam os plásticos.

Os plásticos são escolhidos para aplicações técnicas específicas, levando em consideração as


necessidades específicas de embalagem, distribuição e armazenamento, e o uso do produto, bem
como por razões de marketing, que podem incluir considerações de percepção ambiental.

1.2. Uso de plásticos em embalagens de alimentos

Os plásticos são usados como recipientes, componentes de contêineres e embalagens flexíveis.


Em peso de uso, eles são o segundo tipo de embalagem mais utilizado e o primeiro em termos de
valor, com mais de 50% de todos os produtos sendo embalados em plástico.

Exemplos são os seguintes:

 Recipientes de plástico rígido, como garrafas, potes, banheiras e bandejas


 Películas plásticas flexíveis sob a forma de sacos, saquetas, bolsas e materiais flexíveis
de selagem por calor plásticos combinados com cartão em embalagens de líquidos
 Plástico expandido para usos em que é necessária alguma forma de isolamento, rigidez e
capacidade de resistir à compressão, tampas plásticas e o enchimento utilizado nesses
fechos
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1.3. Tipos de plásticos

1.3.1. Poliolefinas

As poliolefinas são polímeros formados por moléculas que contêm em sua maioria carbono e
hidrogênio. Como por exemplo, podemos citar os polietilenos e os polipropileno.
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a) Polietileno

O polietileno (PE) é obtido da polimerização do gás etileno. São polímeros altamente flexíveis,
apresentam alta barreira à água e baixa barreira a gases. Não são tóxicos e podem ser utilizados
em contato direto com alimentos.

É muito utilizado como embalagem de alimentos, na forma de folhas e recipientes (sacos,


garrafas, baldes e outros). A forma de obtenção produz diferentes tipos de polietileno,
caracterizados por diferentes propriedades

finais.

1.3.1.1. Tipos de polietileno utilizados em embalagens de alimentos

Sigla Nome Características

PEBD ou LDPE Polietileno de baixa densidade Ramificações curtas e longas,


pouca solúvel em álcool. Alta
resistência a impactos,
flexibilidade, estabilidade, alta
resistência a água e resistência
ao rasgo.

PEAD ou HDPE Polietileno de alta densidade Cadeia linear. Rígido,


Resistência a atração e
resistência ao calor.
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PELBD ou LLDPE Polietileno linear de baixa Copolímero de etileno, cadeia


densidade linear com ramificações curtas.
Rigidez, resistência à tração,
maior fraturabilidade,
resistência ao rasgo, secagem à
quente

PEUBD ou ULDPE Comonômero Resistência ao impacto,


flexibilidade à
baixa,Temperatura, resistência
ao rasgo

b) Polipropileno

O polipropileno (PP) é caracterizado por ser um material mais leve, transparente, resistente, com
excelente barreira à gordura e boa barreira à umidade. Se comparado ao PE, apresenta melhor
barreira a gases. Mas o custo é mais elevado que o PE.
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1.3.1.2. Politereftalato de etila

O politereftalato de etila (PET) é um poliéster desenvolvido por dois químicos britânicos, com
barreira a gases em aproximadamente 80 vezes maior que o PE, mas com menor barreira à
umidade. É utilizado em garrafas e pode ser feito enchimento a quente ou submetidos à
pasteurização rápida.

Outras propriedades da garrafa PET são:

 Excelente transparência e brilho


 Boas propriedades mecânicas.
 Boa resistência química.

1.3.1.3. Policloreto de vinila

O policloreto de vinila (PVC) é obtido a partir da polimerização do cloreto de vinila, e


caracteriza-se por resistência elevada (é duro). Pode ser empregado como sacos plásticos,
película para embalar alimentos, elaboração de garrafas plásticas e outros.
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1.3.1.4. Poliestireno – PS

O poliestireno é um homopolímero resultante da polimerização de monómeros de estireno. É um


material muito leve, de baixo custo, transparente e de fácil coloração. É altamente permeável ao
vapor de água e gases. Não pode ser utilizado para alimentos quentes, porque tem baixo ponto de
fusão.

É um dos mais vendidos depois do PE, PP e PVC. Pode ser encontrado na forma de copos
descartáveis, pratos descartáveis, potes de margarina, copos de água e iogurte, potes para sorvete
e outros.

1.4. Processos de obtenção e transformação do plástico

As embalagens plásticas são obtidas a partir de polímeros orgânicos ou inorgânicos de alto peso
molecular, constituídos de unidades estruturais unidas entre si por ligações covalentes, formando
cadeias lineares ou modificadas. O plástico é um material que tem a capacidade de ser moldado
em condições especiais de calor e pressão (TRIBST; SOARES; AUGUSTO, 2008).

A maioria das indústrias nas últimas décadas, principalmente de bebidas e alimentos, está
substituindo as embalagens de vidro e latas pelas de plástico PET. Esta medida está sendo toma
da devido à resistência e economia do material. O PET está presente em diversas embalagens de
sucos, águas, refrigerantes, óleos, entre outros (KELLER, 2014).

São utilizadas as garrafas de plástico quando o produto é armazenado por períodos curtos, de até
três semanas. As garrafas feitas com PET podem ser utilizadas para armazenamento por períodos
maiores, de até doze meses, mas apesar do custo mais baixo oferecem barreiras ao ar e luz
menores que os outros tipos (GESTÃO NO CAMPO, 2017).
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As embalagens plásticas têm como vantagens o seu baixo peso, baixo custo, grande resistência
mecânica e química, flexibilidade, possibilidade de aditivação e reciclabilidade. A principal
desvantagem é a permeabilidade à luz, gases, vapores e moléculas de baixo peso molecular
(LANDIM, 2015).

1.4.1. Moldagem por extrusão e sopro

O processo de extrusão é possivelmente a operação unitária mais importante na área de


conformação de materiais poliméricos por ser um processo contínuo e apresentar elevada
produtividade. O processo de extrusão como meio para a conformação dos materiais tem sido
utilizado desde o século XVIII. Entretanto, só a partir da segunda metade do século XX que o
processo se tornou um método útil para a indústria da borracha e manufatura de cabos, e
consequentemente seu potencial só foi totalmente apreciado com o advento dos materiais
poliméricos termoplásticos (FISHER, 1970).

A grande utilização da extrusora pela indústria de materiais poliméricos é devido a sua operação
ser contínua e a configuração do cilindro e do perfil de rosca ser versátil, o que faz o processo de
extrusão apresentar alta produtividade. Apesar de ser um processo de fácil operação, é importante
mencionar que na extrusão ocorrem vários fenômenos físicos de difícil compreensão, tais como:
transporte de material sólido em geometrias complexas, transferência de energia (térmica,
cinética, viscosa), mudança de fase e escoamento de material não Newtoniano (WHITE, 1990).

Existem vários tipos de moldagem por extrusão, como por exemplo, moldagem por extrusão
contínua ou moldagem por extrusão intermitente. Porém, como a moldagem por extrusão
contínua é mais utilizada industrialmente, pois é o método de produção de peças de pequeno e
médio porte (até 30 litros), esse processo será exposto com mais detalhes.

1.4.2. Moldagem por injeção e sopro

A moldagem por injeção e sopro é o


processo frequentemente escolhido pela
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indústria de embalagens na produção de grandes volumes de recipientes pequenos de ciclos


rápidos.
Entretanto, ele é adequado também, pelas mesmas razões, para pequenas moldagens técnicas em
resinas de engenharia. Este processo tem a vantagem de possuir um controle mais preciso das
dimensões e das tolerâncias.
Apesar do alto custo de troca de uma peça para outra, devido ao grande número de moldes e
pinos que se fazem necessários, esse processo apresenta diversas vantagens, tais como:
Gargalos de vários formatos, tamanhos e espessuras de paredes podem ser moldados com
precisão, livres de rebarbas;
As espessuras de parede de um corpo oco podem ser predeterminadas com exatidão;
Não há costura (emenda) na base;
Pode ser usado para soprar qualquer tipo de resina que possa ser injetada.
Existem diversas técnicas envolvendo o processo de injeção: a injeção convencional
propriamente dita; a injeção a gás; a injeção com água; a microinjeção e nanoinjeção; a injeção
por compressão; injeção por transferência; injeção de espumas estruturais; injeção de peças com
superfícies microestruturadas; injeção rápida e injeção de peças com paredes muito finas;
múltipla injeção ou co-injeção; injeção com decoração direta no molde; injeção de peças com
núcleos fundidos; entre outros (MANRICH, 2005).
A injeção não é um processo contínuo, mas sim intermitente, seguindo um ciclo conhecido como
"ciclo de injeção". Esse ciclo pode possuir eventos que se interceptam e eventos que só ocorrem
após terminar o antecedente. Podemos dizer que existe um ciclo com ocorrências sequenciais da
rosca recíproca e um ciclo com eventos sequenciais do molde. No entanto, os ciclos da rosca e do
molde são interdependentes (MANRICH, 2005).

1.5. Propriedades de
embalagens de plásticos.
15

1.5.1. Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas compreendem a totalidade das propriedades que determinam a


resposta dos materiais às influências mecânicas externas, são manifestadas pela capacidade
desses materiais desenvolverem deformações reversíveis e irreversíveis, e resistirem a fractura.
Essas propriedades são altamente sensíveis à temperatura e a natureza química do ambiente
(presença de água, oxigénio, solventes orgânicos e etc.).

O comportamento ou mecanismo de fractura de um polímero, dependendo da propagação das


trincas, está apoiado na teoria da viscoelasticidade (resposta elástica e viscosa) e ao poder de
absorver ou não a energia fornecida ao sistema (MARICH, 2005).

As propriedades mecânicas de uma embalagem podem ser avaliadas por solicitação na forma de
tracção ou compressão utilizando ensaios estáticos ou dinâmicos, destrutivos ou não e com
duração variável.

1.5.1.1. Resistência ao Impacto

A resistência ao impacto representa a tenacidade ou a resistência de um material rígido à


deformação a uma velocidade muito alta. Segundo Mano (2011), a resistência ao impacto é a
capacidade de um determinado material de absorver a energia do impacto. Os materiais que
apresentam pouca resistência ao impacto são chamados de materiais frágeis. Já os que
apresentam resistência relativamente alta durante o impacto são chamados de materiais tenazes.

O tipo de fratura apresentada no ensaio depende da temperatura, do tamanho da amostra, da taxa


de deformação, do modo de aplicação da carga durante o ensaio, entre outros (CALLISTER e
RETHWISCH, 2013).

Os polímeros termofixos apresentam fratura frágil por possuírem redes com muitas ligações
cruzadas. Já os polímeros termoplásticos podem apresentar tanto fratura dúctil como fratura frágil.
Muitos materiais também são capazes de apresentar uma transição dúctil frágil. A temperatura
contribuirá bastante para a característica da fratura dos polímeros. Uma fatura frágil, por exemplo,
é favorecida quando há redução de temperatura (CALLISTER e RETHWISCH, 2013).
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1.5.1.2. Resistência ao empilhamento

Resistência ao empilhamento é um termo prático aplicado à propriedade da embalagem de resistir


à solicitação de compressão estática, ou seja, uma carga constante (em magnitude, direção e
sentido) aplicada por longo tempo, como é característico das condições de empilhamento e
estocagem (OLIVEIRA et al., 2008).

Fatores externos determinam o desempenho da embalagem sob carga estática como arranjo da
pilha, pontos de contato entre embalagens no empilhamento, condições ambientais da estocagem
e estabilidade da pilha, uma vez que desvios da vertical levam à concentração da carga, à perda
de estabilidade ou mesmo ao colapso das embalagens localizadas sob região de concentração de
carga (OLIVEIRA et al., 2008).

O limite máximo de empilhamento é definido em função da carga máxima que se estima que a
embalagem será submetida na prática durante a estocagem e distribuição, ou seja, qual a carga
que deverá suportar a embalagem que ficará na base da pilha e que deverá suportar o peso de
todas as unidades que serão posicionadas sobre ela (OLIVEIRA et al., 2008).

1.5.1.3. Resistência à tração

Resistência à tração é a máxima tensão que um material pode suportar ao ser tracionado antes de
se romper. É uma propriedade intensiva, não dependente do tamanho da amostra, porém outros
fatores interferem no resultado do teste, tais como: presença de defeitos na superfície e
temperatura do material (MANO, 2011).

A deformação máxima e a ruptura trazem uma importante informação sobre a resistência ao


impacto do material e, portanto, sobre a sua tenacidade. Um material com alta resistência a tração,
mas com baixa deformação, tenderá a romper facilmente durante o uso (MANRICH, 2005).

O limite de resistência à tração é determinado em um ensaio de tracção no qual se relaciona a


tensão com a deformação. No ensaio de tração. Diferentes materiais apresentam diferentes curvas
de tensão-deformação. Alguns materiais fracturam sem se deformar plasticamente, esse tipo de
fractura são considerados fractura frágil. Os materiais dúcteis apresentam deformação plástica e
um possível estiramento antes da fratura (MANO, 2011).
17

1.5.1.4. Dureza

A dureza de um material é caracterizada pela resistência à penetração, quando pressionado por


outro material, ou ao risco de formação de uma marca permanente devido à penetração de outro
material (MANO, 2011).

A dureza depende diretamente da força de ligação entre os átomos, íons ou moléculas e do estado
do material (processo de fabricação, tratamento térmico, processo de estampagem, entre outros).
A maioria dos ensaios de dureza consiste na impressão de uma pequena marca feita na superfície
da peça, pela aplicação de pressão, com uma penetração durante um intervalo de tempo. A
medida da dureza do material é dada em função das características da marca de impressão e da
carga aplicada (MANO, 2011).

1.5.1.5. Propriedades térmicas

De acordo com Callister e Rethwisch (2013), um polímero pode se comportar como um vidro em
temperaturas muito baixas, como uma borracha em temperaturas intermediárias (acima da
temperatura vítrea) e como um líquido viscoso em temperaturas muito altas. Em temperaturas
baixas o comportamento mecânico do polímero se comporta conforme a lei de Hooke. Nas
temperaturas altas o material poliméricos se comporta de forma semelhante a um líquido viscoso.
Nas temperaturas intermediárias o polímero é um material sólido com características de uma
borracha. Nessa condição as propriedades mecânicas dos polímeros são combinações dos dois
extremos. Essa condição é chamada de viscoelasticidade.

A mobilidade dos átomos nas moléculas se dá em função da agitação, sendo diretamente


proporcional à temperatura. Normalmente, quando apresenta o comportamento de um fluido
viscoso, o polímero é processado em altas temperaturas e utilizado em aplicações que exigem
flexibilidade ou rigidez. A variedade de características é muito explorada na indústria para a
seleção do melhor material para uma dada aplicação (CANEVAROLO, 2006).

Normalmente, o fornecedor da matéria-prima indica a temperatura de processamento


recomendada (temperatura do fundido) para cada processo específico (injeção, extrusão,
calandragem, etc.). Esses valores dependem do polímero, com tendência ou não a se degradar
termicamente, e da sua fluidez a altas temperaturas.
18

A caracterização térmica de polímeros termoplásticos é estabelecida determinando-se as


temperaturas de transição: temperatura de transição vítrea (Tg) e a temperatura de fusão cristalina
(Tm). Na Tabela 1 são apresentados os valores sugeridos das temperaturas Tg e Tm para alguns
polímeros, uma vez que, na prática as temperaturas de transição dependem do gradedo polímero e
do processo de polimerização (ROBERTSON, 1993).

1.5.1.6. Propriedades Químicas

Propriedades químicas são aquelas que se referem a mudança molecular, isto é, mudanças
estruturais. São exemplos de propriedades químicas: resistência à oxidação, resistência à
degradação térmica, resistência à radiação ultravioleta, resistência à água, resistência a ácidos,
resistência a bases, resistência a solventes e reagentes e inflamabilidade (MANO, 2011).

Pode-se dizer que plásticos geralmente possuem uma boa resistência química, porém em todos os
polímeros a resistência química diminui com o aumento da temperatura, isso porque o alto grau
de empacotamento das macromoléculas dificulta a difusão de moléculas de baixo peso molecular
através do material poliméricos.

A resistência química a curto prazo da maioria dos plásticos é bem conhecida. Um fato que não é
tão bem conhecido é a resistência química a longo prazo, ou a resistência ambiental e quebra sob
tensão. O problema da resistência ao ambiente e quebra sob tensão pode ser até mais difícil de
resolver em alguns casos. O termo significa, que quando uma amostra é exposta à tensão, num
ambiente em particular, por exemplo, a um produto químico que parece ser inofensivo, a amostra
falhará (WHELAN, 1999).

Uma das mais importantes classificações dos polímeros se dá em relação ao seu comportamento
térmico e solubilidade em resposta ao aquecimento e solubilidade aos solventes. Em um processo
que pode se repetir várias vezes, os termoplásticos ao aquecer, começam a fluir; e sob
resfriamento, tornam-se sólidos novamente. Os termoplásticos podem, portanto, ser aquecidos,
dissolvidos, moldados e soldados repetidas vezes a menos que tenham sofrido degradação
química ou contaminação que comprometam a sua aplicação (STRONG, 1996).

Os efeitos dos produtos químicos sobre os polímeros variam desde nenhum efeito ou
intumescimento (inchaço) devido à absorção e fraca solvatação do material, até um ataque
19

abrasivo o suficiente para causar a falha da embalagem, sendo que todos os casos dependem das
composições envolvidas (OLIVEIRA et al., 2008).

A deterioração em polímeros pode acontecer de diversas formas. Umas delas são através da
exposição a luz, em particular à radiação ultravioleta (UV). A radiação ultravioleta atua nas
cadeias moleculares dos polímeros causando o rompimento de algumas ligações covalentes, o
que pode resultar na formação de ligações cruzadas (CALLISTER e RETHWISCH, 2013).

Produtos químicos PP PEAD PS PVC rígido

Ácido sulfúrico 95% Boa Boa Média Boa

Hidróxido de de sódio Boa Boa Não disponível Não disponível


concentrado

Óleos vegetais Boa Boa Fraca Não disponível

Álcoll etílico 96% Boa Boa Fraca Boa

Suco de frutas Boa Boa Boa Boa

Vitamina C Boa Boa Não disponível Não disponível

Clorofórmio Fraca Fraca Nenhuma Nenhuma

Tetracloreto de carbono Fraca Média Fraca Não disponível


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Conclusão

A fabricação de embalagens plásticas é baseada na polimerização por adição e condensação de


monômeros, resultando em polímeros de alto peso molecular, formando cadeias longas,
ramificadas ou não, denominadas polietileno, polipropileno, polivinil, poliacetal, poliedóxidos e
outros As propriedades mecânicas e de barreira que são de grande importância na seleção do
tipo de material a ser aplicado dependendo do produto. Compreendemos também que para a
embalagem actuar como proteção efetiva, deve ter características que estejam de acordo com o
produto e o processamento do alimento. Vimos que as propriedades mecânicas estão diretamente
relacionadas com a integridade do produto durante a cadeia de armazenamento e distribuição do
alimento, devendo apresentar resistência à tração e deformação, resistência à perfuração, ao rasgo
e à de laminação. Além disto, foi exposto que a seleção do material de embalagem deve
considerar as propriedades de barreira à umidade, gases, luz, vapores orgânicos e gordura, pois
estes fatores estão diretamente relacionados com a estabilidade e qualidade do produto durante o
período de armazenamento, distribuição até chegar à mão do consumidor.
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Referência bibliográfica

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