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by Ravn
Logo após os banimentos, o próximo passo que costuma a vir em currículos de aprendizado
magístico costuma a ser a consagração – tornar um objeto mundano uma ferramenta mágica.
Este ritual muitas vezes irá gerar um amuleto ou talismã, que estão desde no imaginário popular
até em intrincados diagramas feitos de metais raros. Vamos discutir o conceito desse tipo de
magia e toda a versatilidade que pode assumir.
Omamori para melhorar o desempenho escolar: amuletos são parte do cotidiano japonês
Talismãs do ano anterior são preparados para serem queimados em cerimônia de ano novo
lunar, no Japão
Muitos amuletos possuem “prazo” para funcionar; atuarão sobre uma determinada questão ou
um certo período, e depois voltarão a ser objetos comuns. Tradições asiáticas costumam a
confeccionar talismãs durante o ano novo lunar que se referem ao ciclo que se inicia, enquanto
um feito para passar em uma prova ou se curar de uma doença atuarão sobre aquela ação
específica apenas. Estes são consagrados como “baterias”, possuindo uma certa carga de
energia que se esvairá depois do período determinado ou o evento intencionado se concretizar.
Normalmente são de caráter muito pessoal e pela volatilidade da energia presente no objeto
avisos do tipo “ninguém além de você poderá tocar nele” são comuns.
Diversas vias possuem diretrizes sobre o que fazer com o corpo do talismã depois, com formas
cerimoniais de destruí-los ou descarta-los que visam devolver à “fonte” quaisquer resquícios
energéticos que estejam no objeto e assim concluir seu ciclo, marcando também o fim daquele
momento em nossas vidas e a transição para uma nova fase. Muitas vezes, envolverão enterrar
(aos que optarem por este método, por favor usem apenas materiais biodegradáveis!) ou
queimar o amuleto. Há uma atenção especial voltada a esse momento quando serão usados
para coisas que envolvem energias nocivas, como curar uma doença ou expelir energias
maléficas anexadas à aura – nesses casos é os amuletos tendem a puxar para si tais fatores
prejudiciais e sua destruição também envolverá algum tipo de purificação energética.
Nos casos permanentes, podemos mencionar como mais óbvios pingentes de viés religioso –
uma cruz cristã, as guias das religiões africanas, o mjöllnir nórdico, as medalhas de jade dos
monges taoístas… Quando usados com intenção, estes objetos nos mantém sempre alinhados
com a egrégora e suas ideias. São pontos de ancoragem, que atraem determinada vibração para
nós ao invés de serem apenas um acúmulo direcionado de energia. Frequentemente exigirão
manutenção – um amuleto de proteção pode precisar de limpezas energéticas, por exemplo.
Uma firmeza ou outro ponto de poder pode precisar de libações para se manter ativo. Um
talismã de prosperidade pode manter sua vibração por ser usado frequentemente em rituais
voltados para isto. De forma igual a um Instrumento, eles se tornam nossos parceiros e se
desenvolvem magisticamente conosco.
Para aqueles que querem trabalhar com amuletos, o livro Mágicka Visual pode trazer alguns
insights interessantes – porém você não precisa se preocupar com metais caros e técnicas
complicadas. O papel possui propriedades de absorção e retenção energéticas excelentes, e
temos tradições inteiras de magia talismânica na Ásia voltados totalmente a preencher papéis
com encantamentos. E para colocar os amuletos como um fator presente em suas práticas
mágicas, proponho uma prática baseada em magia temporal e ritos de consagração
talismânicos chineses.
Amuleto salomônico
As técnicas envolvendo amuletos estão entre as tecnologias mais versáteis que possuímos na
magia. Existe muito o que podem oferecer e agregar em qualquer tipo de prática, sendo um
campo onde nossa criatividade pode expandir nosso trabalho magístico como um todo. Façam
experimentos e os enxerguem tanto como ferramentas extremamente úteis quanto feitiços
vivos. Busquem situações e técnicas que podem ser melhor aproveitadas com o emprego de
amuletos e criem um verdadeiro arsenal de soluções magísticas.
Esta é apenas uma pequena introdução ao assunto, é possível estender ainda mais e se
aprofundar trazendo a visão animista para debater não apenas a nossa relação com os objetos
como também o espírito que reside neles. Porém, isso ficará para um encontro futuro!