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CASO PRÁTICO

1. ATOS DE COMÉRCIO.

ANTÓNIO, que explora uma loja onde se vendem produtos de som e imagem, comprou ao
fabricante “SOM CERTO, produtos audiovisuais, Lda” dez colunas de som portáteis,
destinando sete a revenda, duas a ofertas a familiares e uma à produção de som ambiente na sua
loja.

a) Identifique no texto quem é comerciante em sentido estrito ou económico e quem é


comerciante em sentido amplo ou jurídico.

b) Como classificaria esses comerciantes para efeitos do artigo 13° do Código Comercial?

c) Consegue identificar no texto, de modo explícito ou implícito, a existência de


estabelecimentos comerciais?

d) Terá António praticado algum ato meramente civil? E terá praticado atos de comércio?
Se a resposta a esta última questão for afirmativa, indique o tipo de atos de comércio praticados.
CASO PRÁTICO

2. TIPOS DE ATOS DE COMÉRCIO.

Júlio, administrador da “Sociedade de Produtos Farmacêuticos, SA”, concordou em


ser fiador de tal entidade no contexto de um contrato de mútuo por esta celebrado com o “Banco
de Indústria, SA”.

a) Considera a referida fiança um ato de comércio ou um ato civil? Justifique.

b) Dê um exemplo de um ato de comércio bilateral e de um ato de comércio unilateral praticado


pela “Sociedade de Produtos Farmacêuticos, SA”.

c) Indique, justificando do ponto de vista legal, qual o regime jurídico dos atos unilateralmente
comerciais.
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3. PRESCRIÇÃO PRESUNTIVA.

Fernanda, técnica oficial de contas com escritório em Coimbra, adquiriu em 2 de outubro


de 2019, vários produtos no Supermercado Vegetais, cujo preço total era de 55 euros. Em 15 de
agosto de 2021, ao dirigir-se a tal estabelecimento, foi interpelada por um funcionário no sentido
de proceder ao pagamento da quantia em causa.
Respondendo Fernanda que já pagou o preço dos bens adquiridos, será obrigada a
proceder à correspondente prova?
CASO PRÁTICO

4. FIRMA

João e Lena pretendem constituir entre si uma sociedade comercial por quotas cujo objeto
social será a venda de calçado. Para o efeito resolveram adotar como firma “ZÉ MANEL -
COMÉRCIO DE BICICLETAS, SA”.

Por outro lado, já existe uma sociedade cuja firma é “JOÃO MANUEL – COMÉRCIO DE
BICICLETAS, SA”.

Analise a situação descrita com ênfase para os princípios a cumprir em ordem à


autorização de utilização de determinada firma.

(adaptado de Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,


Coimbra, 2015).
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5. DÍVIDAS COMERCIAIS DO CÔNJUGE COMERCIANTE.

a) João, dono de um supermercado, adquiriu a Luís 500 garrafas de azeite, sem o consentimento
de Isabel com quem é casado sob o regime geral de bens, a fim de as revender no seu
estabelecimento. Sobre que património pode Luís fazer-se pagar caso João não proceda ao
pagamento do preço acordado?

b) Carlos, dono de uma sapataria, adquiriu a Henrique 25 pares de sapatos, sem o consentimento
de Rita com quem é casado sob o regime de separação de bens, a fim de os revender no seu
estabelecimento. Sobre que património pode Henrique fazer-se pagar caso Carlos não proceda
ao pagamento do preço acordado?

c) Ana, dona de uma livraria, adquiriu a Joaquim 150 livros de contos infantis para revender no
seu estabelecimento. Sendo Ana casada com José, no regime supletivo de bens, mas separados
de facto há sete anos sem que o marido receba qualquer benefício desta atividade comercial,
sobre que património pode Joaquim fazer-se pagar caso Ana não proceda ao pagamento do
preço acordado?

d) António, dono de uma loja de material informático, adquiriu a Manuel 200 garrafas de vinho do
porto a fim de as revender aos adeptos que se deslocaram a Coimbra para assistir ao EURO 2004.
Sendo António casado com Maria, no regime supletivo de bens, sobre que património pode
Manuel fazer-se pagar caso António não proceda ao pagamento do preço acordado?

e) Miguel e Teresa, donos de um restaurante e casados de acordo com o regime de separação


de bens, adquiriram a Jaime 50 mesas para o seu estabelecimento. Sobre que património pode
Jaime fazer-se pagar caso Miguel e Teresa não procedam ao pagamento do preço acordado?
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6. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

António, gerente de um restaurante, resolveu abandonar essa atividade e constituir a


sociedade “António, restauração, unipessoal, Lda” com vista à gestão de diversos restaurantes.

António, enquanto gerente do restaurante, detinha o estatuto de comerciante? E enquanto


sócio da sociedade por ele constituída?

II

A Sociedade "Euromercearias, Limitada" foi constituída por três sócios em janeiro de


2020. Analise, do ponto de vista jurídico, o título constitutivo da sociedade do qual constavam,
entre outras, as seguintes cláusulas:

Cláusula Primeira

O sócio José Ramalho obriga-se com o montante em dinheiro de 2 500€, realizando


imediatamente 1 000€ e entregando os restantes 1 500€ em dezembro de 2020.

Cláusula Segunda

O sócio Carlos Santos transmite à sociedade o direito de propriedade sobre o veículo


misto da marca X, que os sócios avaliaram em 10 000€, comprometendo-se a entregá-lo em abril
de 2020.

Cláusula Terceira

A entrada do sócio António Lucas consiste no desenvolvimento da atividade de


atendimento ao público no estabelecimento, pelo qual lhe é atribuído uma remuneração mensal
de 500€, não tendo qualquer participação nos lucros sociais.

III

José Ramalho, Carlos Santos e José Pimenta, pretendem constituir uma sociedade anónima e
tomaram as seguintes medidas:
1. Adotaram a firma "José Ramalho e Companhia", que pretendem inscrever no Registo
Nacional de Pessoas Coletivas.

2. Elaboraram os estatutos da sociedade com as seguintes cláusulas:

Cláusula Primeira.

O valor do capital social é 30 000€.

Cláusula Segunda.

O capital social está dividido em ações de 5€, 10€ e 20€.

Cláusula Terceira.

É diferida a entrada de 80% do valor nominal das ações para dez anos após a constituição
da sociedade.

Cláusula Quarta.

José Ramalho e Carlos Santos respondem subsidiariamente por dívidas da sociedade.

Cláusula Quinta.

Os órgãos sociais são dois: Conselho de Administração e Conselho Geral.

Analise, do ponto de vista jurídico, o teor das cláusulas dos presentes estatutos,
bem como outros aspetos relacionados com a constituição da sociedade comercial em
causa.

(Nota: os casos práticos II e III foram adaptados a partir do livro de Catarina Serra, Direito
Comercial, coletânea de casos práticos resolvidos, Coimbra Editora, Coimbra, 2008, págs 13 a
19).
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7. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

No dia 2 de janeiro de 2020 foi constituída entre T, U e V a “TUV – Comércio e Reparação de


Automóveis, Lda”, sendo cada sócio titular de uma quota nominal no valor de € 5.000,00.

a) Qual o valor do capital social?

b) Se a “TUV” fosse uma sociedade anónima, corresponderia o capital social ao mínimo legal?

c) Até quando foi permitido aos sócios realizar a respetiva entrada? E se uma das entradas
fosse um bem diferente de dinheiro?

d) Se um dos sócios não cumprisse tempestivamente o pagamento da respetiva entrada,


quem seria responsável pelo pagamento da mesma?

e) Se T e V fossem casados um com o outro, poderiam ser ambos sócios da “TUV – Comér-
cio e Reparação de Automóveis, Lda”?
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8. TIPOS DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

Indique que tipo ou tipos de sociedade comercial constituiria atendendo às seguintes


circunstâncias:

a) Deseja que os sócios intervenham na gestão da sociedade.

b) Deseja que todos os sócios respondam pelas dívidas sociais.

c) Não deseja que os sócios respondam pelas dívidas sociais.

d) Deseja que uns sócios respondam pelas dívidas sociais ilimitadamente e outros apenas até
ao valor do seu investimento.

e) Deseja que o capital social se divida em títulos facilmente transmissíveis.

f) Deseja que na firma figure apenas o nome dos sócios.


CASO PRÁTICO

9. TIPOS DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

Ernesto e Fernando são sócios da mesma sociedade, que se dedica à produção e comércio
de produtos têxteis. Nessa qualidade os dois sócios assumem um papel fundamental na vida da
sociedade, sendo, inclusivamente, os seus únicos gerentes. Ernesto entrou para a referida
sociedade comercial com cinco modernos e sofisticados teares, enquanto Fernando entrou com
a prestação de valiosos serviços.

Indique, justificando, se Ernesto e Fernando constituíram uma sociedade em nome coletivo,


uma sociedade por quotas ou uma sociedade anónima.
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10. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

a) Maria e Manuel pretendem constituir uma sociedade comercial por quotas, entrando Maria com
um estabelecimento comercial (lavandaria) situado em Coimbra. Pretendem constituir a respetiva
sociedade mediante mero acordo verbal. Quid iuris?

b) Caso Maria e Manuel sejam casados podem constituir legalmente tal sociedade?

c) No contrato de sociedade não consta o valor do estabelecimento comercial. Quid iuris?

d) Uma vez constituída a sociedade, pode esta ser sócia fundadora de outra sociedade comercial?
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11. SOCIEDADE COMERCIAL, SOCIEDADE CIVIL SOB FORMA COMERCIAL E


ESTABELECIMENTO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA.

a) Poderão dois solicitadores constituir entre si uma sociedade por quotas para o exercício da
medicina?

b) Isabel deseja exercer uma atividade económica, mas não pretende responder com a totalidade
do seu património pelas dívidas eventualmente contraídas no exercício daquela. Poderá:

b1) exercer a atividade enquanto comerciante em nome individual?


b2) constituir uma sociedade unipessoal por quotas?
b3) constituir um Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL)?

(adaptado de Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,


Coimbra, 2018, págs. 23 a 25).
CASO PRÁTICO

12. PERSONALIDADE JURÍDICA, AUTONOMIA PATRIMONIAL E CAPACIDADE DAS


SOCIEDADES COMERCIAIS.

Custódia, Rui, Carla e Fernando celebraram um contrato com vista à constituição de uma
sociedade por quotas, cujo objeto social é a restauração.

a) Caso Custódia e Fernando contraiam uma dívida em nome da sociedade antes do registo
do contrato, que responsabilidade terão os sócios em caso de incumprimento, sabendo-se
que Carla concordou com o negócio e Rui não soube de nada?

b) Supondo que Carla entrou para a sociedade com uma máquina devidamente avaliada,
poderá exigir a sua utilização pontual para satisfação de interesses particulares?

c) E poderá Bruno, a quem Fernando deve 500 € relativos à compra de uma escultura para
colocar em casa, exigir o seu pagamento à custa de bens da sociedade comercial em
questão?

d) Custódia e Rui, sócios-gerentes, mandaram servir gratuitamente e durante largo tempo


diversas refeições a Dora e a Euclides, seus amigos de infância. Considera que a
sociedade tem capacidade para praticar este ato? E se tais gerentes, em representação
da sociedade, comprarem a Jorge alguns terrenos a fim de os revender por bom preço?
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13. ADMINISTRAÇÃO, DELIBERAÇÕES E CAPACIDADE DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

“M – Transporte de Passageiros, SA”, constituída em 2 de janeiro de 2020 por cinco irmãos,


fixou em 100 000€ o seu capital social. O contrato de sociedade designa Adriano e Joana como
administradores da sociedade.

a) Poderia o pacto social prever a existência de apenas um administrador?

b) Os administradores podem ser pessoas estranhas à sociedade?

c) Se Adriano e Joana, em nome da sociedade, prestarem uma garantia relativamente ao


cumprimento de um contrato de mútuo realizado por outra sociedade que lhe costuma
“encaminhar” clientes e que se encontra numa situação económica difícil, o ato pode ser válido?

d) Caso Adriano e Joana, na sequência de uma deliberação unânime dos acionistas, adquiram
em nome da sociedade um apartamento de férias para arrendar aos sócios, o ato é válido?

e) Se, por força da aquisição referida na alínea anterior, a sociedade ficar impossibilitada de
pagar aos seus fornecedores, poderão estes exigir o pagamento dos créditos de que são titulares
a Adriano e Joana?

f) Em 8 de abril de 2020 Adriano adquiriu aos seus irmãos todas as ações representativas do
capital social de que eram titulares. Ficará a referida sociedade numa situação de ilegalidade? Em
caso afirmativo o que sugere como meio para manter a continuidade de tal sociedade dentro do
quadro legal?

(Com base em Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,
Coimbra, 2015, págs. 33 e 34).
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14. ASSEMBLEIAS GERAIS E VALIDADE DAS DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS.

A sociedade “GHIJL, Lda”, tem como sócios Gonçalo (47 anos), Henrique (52 anos),
Inês (37 anos), Joana (43 anos) e Leandro (40 anos). O capital social é de 50 000€ e cada sócio
é titular de uma quota no valor nominal de 10 000€. Gonçalo foi designado, no contrato de
sociedade, único gerente da sociedade.
Em assembleia geral, convocada por Joana, os sócios deliberaram aumentar o capital da
sociedade e destituir da gerência o sócio Gonçalo, nomeando gerente único o sócio Leandro. As
deliberações foram tomadas com os votos favoráveis de Henrique, Inês e Joana e o voto contra
de Gonçalo. Leandro esteve ausente.

a) Quem deveria ter convocado a assembleia geral?

b) Quem preside à assembleia geral?

c) Quem pode estar presente na assembleia geral?

d) Quem poderia votar na assembleia geral?

e) As deliberações tomadas são válidas?

f) Imagine exatamente o mesmo caso, mas em que a convocatória foi efetuada por Gonçalo.
Aprecie a validade da deliberação de aumento de capital social.

g) E quanto à deliberação de destituir Gonçalo?

h) Se se tratasse de uma sociedade anónima com idêntico capital social, sendo cada acionista
titular de ações com o valor nominal de 10 000€, a solução legal seria idêntica à decorrente do
teor da alínea f)?

(Com base em Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,
Coimbra, 2015, págs. 41 a 43).
CASO PRÁTICO

15. TRESPASSE E LOCAÇÃO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL.

1. Vicente, dono de uma loja de vestuário, instalada mediante contrato de arrendamento num
prédio pertencente a Maria, trespassou-a a Manuel, com efeitos a partir de 15 de setembro de
2019.

a) Poderia Maria ter adquirido o referido estabelecimento comercial em detrimento de Manuel?

b) Em 10 de Fevereiro de 2020, “JOÃO, unipessoal, Lda”, credora de Vicente em função de um


fornecimento de duzentos pares de calças concretizado anteriormente, vem exigir a Manuel o
pagamento do montante em dívida. Sabendo-se que no âmbito do referido contrato de trespasse
nada se estipulou quanto aos elementos transmitidos, poderá Manuel recusar-se a pagar tal dívida?

c) Supondo que em 27 de julho de 2027 Manuel, considerando uma acentuada diminuição da


clientela, passa a explorar no mesmo local um café, poderá Maria reagir contra a nova utilização
dada ao local arrendado?

2. Carlos, proprietário do restaurante “O Prato Fino”, instalado num imóvel tomado de


arrendamento a Luís, celebrou com Gustavo um contrato de locação tendo como objeto aquele
estabelecimento comercial. Ao ler as cláusulas do contrato, Luís constatou que o objetivo de
Gustavo era transformar o restaurante numa pastelaria. Descontente com a situação Luís
pretende obter o despejo do arrendatário em virtude de não ter autorizado o referido negócio. Quid
iuris?

3. Teresa, proprietária de uma peixaria instalada no primeiro piso do centro comercial “Produtos
Vários”, vendeu-a a Roberto, o qual continuou a respetiva exploração. Passados alguns meses,
Roberto é alertado por um cliente para o facto de Teresa ter aberto outra peixaria no segundo
piso do mencionado centro comercial. Poderá aquele comerciante opor-se a esta situação?
Supondo que o contrato em causa consistia numa locação de estabelecimento comercial estaria
Roberto impedido de abrir um estabelecimento concorrente no mesmo centro comercial?
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16. PROPRIEDADE INDUSTRIAL.

a) Que função desempenha a Propriedade Industrial?

b) Indique qual é o objeto da patente, os requisitos de patenteabilidade de uma invenção e que


direitos confere a patente aos seus titulares?

c) Pode um terceiro explorar licitamente uma invenção patenteada?

d) Distinga patente de modelo de utilidade.

e) Qual a função da marca?

f) Em que perspetiva deve ser aferida a confundibilidade de uma marca?

g) É idêntico o regime legal relativo à duração da patente e do registo marca?

h) Indique as diferenças entre marca e logótipo.

i) O que se entende por segredo comercial no âmbito do Código da Propriedade Industrial?

(Com base em Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,
Coimbra, 2015, págs. 71 a 75).
CASO PRÁTICO

17. INSOLVÊNCIA.

A sociedade “Telecomunicações, SA” aprovou o balanço correspondente ao 11º exercício


desde a respetiva constituição, o qual apresenta um passivo acumulado ligeiramente superior ao
ativo. Em fevereiro do 13º exercício (correspondente ao ano civil de 2019) a referida sociedade
suspendeu, até ao dia de hoje, o cumprimento de várias obrigações vencidas, designadamente
aos principais fornecedores e a trabalhadores.

a) Considera que a sociedade “Telecomunicações, SA” se encontra em situação de insolvência?

b) Se a sociedade estiver em situação de insolvência, qual o principal dever do órgão de


administração da sociedade?

c) Se a sociedade vier a ser declarada insolvente, quais as consequências imediatas para os


administradores relativamente aos poderes de administração da sociedade e de disposição de
bens integrantes da massa insolvente?

d) Poderia a “Telecomunicações, SA” ter recorrido a algum meio preventivo em ordem a evitar
a declaração de insolvência?

e) Imagine que a “Telecomunicações, SA” veio a ser declarada insolvente em novembro do 13º
exercício e que em fevereiro do mesmo ano os acionistas “Y” e “W” emprestaram à sociedade o
montante de 5 000 € cada um. Quid iuris?

(Com base em Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,
Coimbra, 2015, págs. 79 a 83).
CASO PRÁTICO

18. TÍTULOS DE CRÉDITO.

1. No dia 6 de setembro de 2020 Fernando, dono de uma empresa de construção civil, aceitou
uma letra de câmbio no valor de 10 000€, sacada pela sociedade “BL - Imobiliária, SA”, por
supor dever a essa sociedade aquela quantia a título de comissão de venda de imóveis
comercializados pela mesma. A letra foi endossada ao “Banco de Coimbra, SA”, para desconto,
vencendo a 6 de dezembro de 2020.

No vencimento da letra,

a) Que procedimentos devem ser observados pelo “Banco de Coimbra SA” com vista à sua
cobrança e em caso de incumprimento por parte do aceitante?
b) Pode Fernando opor-se ao pagamento dos 10 000€ ao “Banco de Coimbra SA” invocando
não ser devida à sacadora “BL - Imobiliária, SA” qualquer importância pelo facto de ter aceitado
a letra por mero lapso?
c) Que direitos assistem a Fernando se pagar a mesma?

2. No respetivo vencimento quem poderá interpelar a “Concessionária de Automóveis de


Coimbra, SA” enquanto portadora de uma livrança no valor de 25 000€ subscrita pela
“Construções, Lda”, tendo como avalista a sua sócia Carla.

3. Em 25 de novembro de 2020 Pedro emitiu um cheque no valor de 140€ sobre a sua conta no
“Banco de Coimbra, SA” para pagamento de uma dívida à “Empresa de Telemóveis, SA”.

a) Poderia Pedro ter sacado um cheque sobre a “Associação Literária de Coimbra” para pagar
a dívida?

b) Caso o cheque não tenha provisão pode o “Banco de Coimbra, SA” recusar o pagamento do
respetivo valor à “Empresa de Telemóveis, SA”?

c) Caso o cheque tivesse sido emitido no valor de 500€ e a portadora o apresentasse a pagamento
no dia 7 de dezembro de 2020, pode o banco recusar o pagamento por eventual revogação do
mesmo?

(Com base em Falcão, Ferreira e Nogueira, Casos Práticos - Direito Empresarial, Almedina,
Coimbra, 2015, págs. 92 a 996).
CASO PRÁTICO

19. CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO.

1. A sociedade “Hotéis & Pousadas, SA”, titular da marca “Hotel Novo” celebrou com
Alexandra um contrato de franchising mediante o qual esta adquiria a permissão para construir e
explorar uma unidade hoteleira com aquela marca. Posteriormente, e dentro do prazo estabelecido
contratualmente, a referida sociedade comunicou a Alexandra que não pretendia renovar o
contrato. Alexandra pretende agora ser ressarcida uma vez que durante o tempo em que vigorou
o contrato de franchising, e através do seu esforço, fez aumentar substancialmente a clientela da
marca “Hotel Novo”. Quid iuris?

2. A sociedade “Automóveis Elétricos, SA” denunciou o contrato de concessão comercial


celebrado com a sociedade “Coimbra distribuidora, Unipessoal Lda”, numa altura em que esta
detinha dez veículos ainda não revendidos. Poderá o concedente ser obrigado a readquirir os
referidos veículos?

3. Analise as seguintes situações:

- A sociedade “Eletrodomésticos – Importação, SA” resolveu o contrato de agência celebrado


com Antero, agente de eletrodomésticos, invocando que o agente não explicitou devidamente
junto do mercado as vantagens técnicas dos produtos do principal em face da concorrência.
Haverá base legal para esta decisão?

- O agente invoca que foi o principal a incorrer em incumprimento contratual com base na
obsolescência dos mostruários que recebia daquele, impedindo uma adequada promoção dos
produtos. Quid iuris?
CASO PRÁTICO

20. CRÉDITO AO CONSUMO.

1. No dia 9 de outubro de 2017 a instituição de crédito A e B (consumidor) celebraram um


contrato de mútuo mediante o qual A entregou a B 5 000 €, cuja devolução deveria ser feita no
prazo de trinta e seis meses. Após a assinatura A comprometeu-se a entregar a B um exemplar
do contrato quando se encontrassem na semana seguinte para tratar de outros assuntos. Dois
dias depois, e após conversar com familiares, B comunicou a A que não iria cumprir o estipulado
no referido negócio, uma vez que o mesmo não era válido. Quid iuris?

2. Em março de 2018 C e D acordaram em celebrar um contrato de crédito ao consumo, sendo


entregue a D (consumidor) um exemplar do contrato, que foi por este assinado dias depois em
sua casa e posteriormente enviado ao credor. Mais tarde veio D invocar a nulidade do contrato por
não lhe ter sido entregue um exemplar do contrato. Contrapõe C que tal obrigação apenas se
verificaria caso ambas as partes estivessem presentes no momento da assinatura. Quid iuris?

3. E dirigiu-se à loja de eletrodomésticos explorada por F com vista a adquirir uma câmara de
filmar. Uma vez nesse estabelecimento comercial, deparou com um letreiro onde se publicitava a
venda a prestações de um modelo de câmaras de filmar com a informação de que o crédito era
concedido sem pagamento de juros. Questionado sobre qual a TAEG aplicável respondeu F que
neste caso não era necessário indicar a TAEG. Quid iuris?

4. G pretende adquirir um automóvel para utilizar na sua vida particular. H, seu amigo de longa
data, aconselhou-o a adquirir o bem através de um contrato de locação financeira, advertindo-o,
porém, de que, por não se encontrar explicitamente previsto na Lei de Crédito ao Consumo (LCC),
não se achava tal negócio jurídico ao abrigo do manto protetor de tal diploma. Terá H razão?
Justifique.

5. I (credor) e J celebraram um contrato de crédito ao consumo no dia 3 de setembro de 2018.


No dia 7 do referido mês comunicou J a I através de correio eletrónico e solicitando indicação de
receção da mensagem por parte do destinatário, que, depois de ponderar acerca do contrato que
tinham celebrado, decidira revogar o mesmo, não se considerando, nestes termos, vinculado ao
seu cumprimento. Em 3 de Outubro de 2018 I comunica a J que deverá proceder ao pagamento
da primeira prestação acordada no âmbito do referido contrato. Quid iuris?
6. K (credor) e L acordaram em celebrar determinado contrato de crédito ao consumo,
entregando K a L diversa documentação para este assinar. Cinco dias depois, quando L
comunicou a K a sua vontade de revogar o contrato, o credor invocou que tal não seria possível
uma vez que L tinha assinado um documento mediante o qual renunciava a tal faculdade. Quid
iuris?

7. M pretende pagar de uma só vez todas as prestações em dívida fixadas no âmbito de


determinado contrato de mútuo. N (credor) aceita tal pretensão, mas exige o pagamento de todos
os juros compensatórios vincendos acordados até à data inicialmente prevista. Quid iuris?

8. O pretendia adquirir uma mobília de quarto para um dos seus filhos, dirigindo-se, para esse
efeito, ao estabelecimento de P. Uma vez ali, e após manifestar que o preço pedido por
determinado conjunto de bens era muito elevado para a sua disponibilidade financeira, foi
aconselhado por P a adquirir a crédito os bens pretendidos, invocando que uma Sociedade
Financeira para Aquisição a Crédito (SFAC) com que costumava colaborar lhe concedia ótimas
condições de pagamento.
Após o preenchimento de toda a documentação entregue por O a P foi celebrado o contrato,
tendo sido enviada ao consumidor a mobília em causa. Alguns dias depois foi O informado pela
referida SFAC de que, analisado o seu processo, não lhe seria concedido o crédito pretendido. O
dirigiu-se de novo ao estabelecimento de P, explicando o sucedido e invocando que, dadas as
circunstâncias, o contrato em questão ficava sem efeito. P, porém, alega que o contrato é válido
e que O o terá de cumprir, tanto mais que apenas lhe indicou aquela SFAC para facilitar a
celebração do negócio, tratando-se de empresas completamente distintas. Quid iuris?

9. Tendo presente o enunciado do caso prático anterior, suponha que a mencionada SFAC
concedia a O o crédito solicitado e que este reparava que a mobília apresentava alguns defeitos
de fabrico. Que conselho daria a O caso P se recusasse a reparar ou substituir os bens que tinha
vendido?
CASO PRÁTICO

21. CONTRATOS COMERCIAIS.

Indique qual a alínea que completa corretamente o início de cada uma das seguintes frases:

1. O contrato de crédito documentário é útil...

a) nas relações jurídico-comerciais internacionais.

b) nas relações entre dois bancos.

c) nas relações entre dois comerciantes em sentido estrito ou económico.

d) nas relações entre mutuante e mutuário.

2. Uma letra “sem despesas”, é um título de crédito…

a) em que não se pagam juros compensatórios.

b) em que não se pagam juros moratórios.

c) em que não se pagam despesas notariais.

d) em que se pagam despesas notariais.

3. O saque de uma letra de câmbio...

a) é o seu endosso.

b) é o respetivo aceite.

c) é o seu aval.

d) é a ordem de pagamento.

4. O agente deve...

a) vender os bens do principal.

b) promover a celebração de contratos.

c) promover a venda de bens próprios.

d) vender bens próprios.


5. No contrato de locação operacional ou renting...

a) o locador está obrigado a vender o bem pelo valor residual.

b) o locatário está obrigado a reparar o bem.

c) o locador está obrigado a reparar o bem.

d) o bem não pode ser alterado ao longo do contrato.

6. Uma livrança em branco ….

a) é uma livrança em que não é preciso pagar ao tomador.

b) é uma livrança não totalmente preenchida.

c) é uma livrança endossada ao banco.

d) é uma livrança não avalizada.

7. Um contrato atípico…

a) é um contrato não regulado exaustivamente na lei.

b) é um contrato ilegal.

c) é um contrato regulado na lei.

a) é um contrato inominado.

8. Uma conta conjunta…

a) pode ser movimentada por qualquer pessoa.

b) pode ser movimentada por qualquer titular da conta.

c) deve ser movimentada por todos os titulares da conta.

d) deve ser movimentada por alguns titulares da conta.

9. No crédito ao consumo…

a) o contrato pode ser revogado no prazo de 7 dias úteis.

b) o contrato pode ser revogado no prazo de 7 dias de calendário.

c) o contrato pode ser revogado no prazo de 14 dias de calendário.

d) o contrato pode ser revogado no prazo de 15 dias de calendário.

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