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A incondicionalidade da Religião segundo Paul Tilich

O incondicional é a característica primordial da religião, e também da fé, uma


qualidade que dá sentido infinito ao finito. A religião é a substância da cultura e a cultura é a
forma da religião. Corpo, alma, mente e coração se mobilizam simultaneamente na
experiência religiosa pessoal, momento em que o racional e o irracional atuam e interagem na
dimensão da natureza humana.

Esse traço da natureza humana não se refere apenas às tradições religiosas, mas a um
sentido profundo da vida, atribuído em diferentes momentos históricos e de diferentes
formas. Através da cultura essa pulsão original e incondicional toma forma, é a materialização
do infinito no finito, a objetivação do incondicional no condicional.

Quando se considera o condicional como incondicional isso se configura o


“demoníaco”. A noção de religião com a qual se opera aqui se não trata de uma concepção
“espiritualista”, que abarque a dimensão do sobrenatural, mas sim uma dimensão da natureza
humana que dá um sentido último para a vida.

Para Tilich a religião se colocaria como uma possibilidade de superação da alienação


que se impõe sobre as pessoas imersas na dimensão finita do cotidiano. Faz ver que não
estamos presos à história, subentende uma dimensão interior de fé que diz respeito às
motivações subjetivas e individuais e uma dimensão exterior que se expressa pelo sentido
dado â conduta.

O sagrado idólatra se configura como o demoníaco, a perversão do sagrado. “Toda


religião é ambígua”. Essa é uma concepção de religião que Tilich traz da Reforma Protestante.

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