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MAPUTO
2021
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA EM MOÇAMBIQUE
Escola Superior de Direito
Direito Civil
MAPUTO
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3
CAPÍTULO I : Conceito e âmbito da proposta contratual....................................................... 4
CaAPÍTULO: Revogabilidade da proposta contratual............................................................. 6
CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 9
INTRODUÇÃO
Em torno deste tema, são abordados vários aspetos relevantes, nomeadamente: o conceito de
proposta contratual, o seu âmbito, e a forma como se manifesta revogabilidade contratual.
Neste contexto, a “revogação”, consiste, em termos muito simples, na extinção dos atos jurídicos
por parte de quem os praticou, ou seja, a revogação é a vontade do declarante ou de ambas as
partes, de extinguirem para um momento futuro, os efeitos jurídicos provenientes de um negócio
jurídico anteriormente válido.
Por outo lado,” proposta contratual” é uma declaração unilateral de vontade, por parte do
proponente, que convida o aceitante a contratar. Apresentando os termos em que pretende fazê-lo.
Quanto ao seu âmbito, a proposta contratual, constitui requisitos imprescindíveis para a sua
validação jurídica. O nosso ordenamento jurídico, como muitos, não é claro na alusão desses
requisitos, contudo, várias doutrinas defendem que esta deve ser inequívoca, precisa e completa.
Metodologia
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Capítulo I
Proposta Contratual
É uma declaração unilateral de vontade, por parte do proponente, que convida o aceitante a
contratar, apresentando os termos em que pretende fazê-lo. A oferta e apresentação de produtos ou
serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
Podemos igualmente definir a proposta contratual como uma iniciativa de um dos contratantes,
com intenção certa e inequívoca de estabelecer a relação contratual. No dizer de Orlando Gomes,
“é a firme declaração reptícia de vontade dirigida à pessoa com a qual pretende alguém celebrar
um contrato, ou ato público”.
O tema é tratado no artigo 224 e seguintes do Código Civil da seguinte forma: “A proposta de
contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio,
ou das circunstâncias do caso.”
A obrigatoriedade é regra, mas comporta exceção, situada esta exatamente nos termos da proposta,
que poderá estabelecer condições para sua aceitação, bem ainda a natureza do negócio (no
resseguro, a análise do risco é intrínseca à sua aceitação), ou mesmo das circunstâncias por vezes
particulares do caso concreto.
A proposta exige a presença inicial de dois requisitos essenciais à sua obrigatoriedade: a) que seja
completa, apresentando os elementos necessários à conclusão do negócio, além da intenção do
proponente, do objeto, do preço ou valor, etc., de tal forma que apenas ficará faltando a aceitação
para nascer o contrato; e b) que apresente a intenção de se obrigar, em caso de sua aceitação,
porque, por si só, a proposta não gera o contrato.
Destarte, a proposta deve ser inequívoca, precisa e completa, isto é, formulada de tal modo que,
em virtude da aceitação, se possa obter o acordo sobre a totalidade do contrato.
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Caso contrário, não passará de convite a fazer oferta, não sendo pré-negocial e não tendo relevância
jurídica, como o simples pedido de informações feito pelo ressegurado ao ressegurador em relação
a certo tipo de resseguro que possa estar operando.
É elemento inicial do contrato, devendo se, por isso, séria, completa, precisa ou clara e inequívoca.
A oferta não deve conter condições potestativas ou reservas pessoais para complemento posterior.
A proposta contratual pode ser dirigida a um público, contudo, este não perde o carácter de negócio
jurídico, podendo ser feita:
Desde que contenha uma proposta clara, contendo todos os elementos essenciais existirá uma
proposta contratual. Ao aceder à página, o utilizador tem a possibilidade de manifestar aceitação
dos termos do contrato.
Embora não haja a lei minudenciando os requisitos da proposta contratual, deve ela ser séria e
precisa, uma vez que constitui o impulso inicial de uma fonte obrigacional; e deve conter as linhas
estruturais do negócio em vista, para que o contrato possa considerar-se perfeito, da manifestação
singela e até simbólica daquele a quem é dirigida, denominado oblato.
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Capítulo II
Em regra, no nosso ordenamento jurídico, a luz do artigo 230 do CC, a proposta de contrato uma
vez enviada e tendo sido recebida pelo destinatário ou ser dele conhecida, não é passível de
revogação.
o A revogação da proposta tem lugar se a declaração revogatória chegou ao poder da outra parte
ao mesmo tempo ou antes do que as declarações de proposta; releva, para este efeito, a relação
temporal da possibilidade de conhecimento, não a ordem do conhecimento efetivo;
o Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, quando a proposta é divulgado ao
público, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. Se o ofertante não ressalvar o
seu direito de revogar a oferta, havendo aceitação por terceiro, deverá cumprir a proposta, sob
pena de responder pelo descumprimento;
o A duração da proposta contratual não obsta o direito de revogação da proposta, desde que, a
revogação da proposta seja admitida;
o No processo de aceitação da proposta contratual, o aceitante tem o direito de revogar a sua
aceitação, mediante declaração que ao mesmo tempo, ou antes dela, chegue ao poder do
proponente ou seja dele conhecida;
o A revogação da proposta contratual pode chegar em momento no qual a proposta já se
considera aceite. A solução varia conforme o caso. Se o contrato não se formou, não pode mais
se formar. Mas, como o proponente já se obrigou, será responsabilizado pelos prejuízos
decorrentes da proposta contratual naqueles sistemas jurídicos que admitem a revogação da
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proposta após ter chegado ao conhecimento daquele a quem foi dirigida. A responsabilidade
do proponente explica-se, no caso, pela doutrina da culpa in contrahendo;
Melhor teria dito nosso legislador que a proposta de contrato só obriga o proponente, quando
chegar, sem declaração de vontade de revogação, ao conhecimento do destinatário, que passará a
ter, desse modo, o direito de aceitá-la, fixando-se, em seguida, as situações excecionais.
Na verdade, se alguém propõe algo e, após, declara vontade de revogação, sem que da proposta
conheça o oblato ou dela tome conhecimento, fica já destituída de qualquer efeito, não há como
cogitar-se, logicamente, de obrigação do proponente.
Na falta de estipulação do proponente, a eficácia da revogação tem limites e depende, por um lado,
de se tratar de uma proposta dirigida ao publico ou a pessoa determinada e, por outro, da receção
ou conhecimento que dela tiver já o destinatário. Uma vez expedida a proposta, o proponente fica,
em principio, vinculado, aos seus termos.
Mas, quando a proposta tenha um destinatário, não se justifica que o seu autor fique vinculado
antes ou independentemente desse destinatário ter recebido ou dela ter tido conhecimento. A
diversidade de rapidez dos meios de comunicação permite que o proponente consiga, porventura
fazer chegar a sua revogação ao destinatário da proposta antes mesmo deste tiver recebido ou ter
dela tido conhecimento (retratação). Se assim suceder, se o destinatário receber a revogação antes
ou simultaneamente a receção da proposta, não chega a ser criada no seu espirito a expectativa da
contratação, e não se justifica a vinculação do proponente.
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CONCLUSÃO
Considera-se pela definição acima, revogação da proposta quando declaração revogatória chegou
ao poder da outa parte, ao mesmo tempo ou antes da declaração de proposta; revela para este efeito,
a relação temporal da possibilidade de conhecimento, e não a ordem do conhecimento efectivo;
De forma resumida, eis os aspectos de grande relevo no que cerne ao tema abordado:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Obras de referência
• PINTO, Carlos Alberto da Mota, Teoria Geral do Direito Civil, 4a edição:
Coimbra Editora, 2005.
Legislação
• Código Civil
Sites de internet
• https://apartamentonaplanta.comunidades.net/proposta-ou-policitacao, - acessado em 9 de
Março de 2021.
• http://ead2.fgv.br/ls5/centro_rec/docs/Retratacao_no_direito_contratual.pdf – acessado
em 9 de Março de 2021.