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Análise Hidrológica e Hidráulica para o Redimensionamento Da Bacia de Retenção Do Talatona
Análise Hidrológica e Hidráulica para o Redimensionamento Da Bacia de Retenção Do Talatona
LUANDA
2021
ADILSON LUKENY CAMILO CAMBIETE
LUANDA
2021
ADILSON LUKENY CAMILO CAMBIETE
Considerações_______________________________________________________________
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___________________________________________________
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais e toda
minha família, pois sem eles jamais conseguiria
trilhar esse caminho durante os anos de formação.
Aqueles que de forma directa ou indirecta deram o
seu contributo moral para a realização deste trabalho.
Agradecimentos
Agradeço acima de tudo a Deus pela protecção, saúde e orientação, durante a formação
permitindo assim que no tempo Dele tudo acontecesse segundo Sua vontade, agradeço também
aos meus pais, por me terem trazido ao mundo, pelo apoio emocional e financeiro aos meus
irmãos pelo companheirismo, aos meus colegas pelo apoio, aos professores pela excelência
naquilo que foi a transmissão de conhecimentos. Para a execução desse trabalho agradeço a
orientadora Tatiana Casaca pelo tempo investido para a conclusão desse trabalho, ao
coordenador do curso Deodósio Kakinda pela disponibilidade em ajudar sempre durante a
execução do mesmo, ao Engº. Mamissa Nzengani, que apesar de não se encontrar mais na
universidade, ainda assim se disponibilizou em ajudar na elaboração do trabalho, agradeço
também ao corpo da administração municipal do Talatona pela disponibilização de informações
que ajudaram a elaborar o trabalho, a minha Namorada pelo apoio durante o processo de
execução do mesmo e a todos que directa ou indirectamente ajudaram para alcançar esse
objectivo.
"Em seu coração, a engenharia é sobre usar a ciência
para encontrar soluções criativas e práticas. É uma
profissão nobre" (Rainha Elizabeth II).
RESUMO
Bacias de amortização de cheias são elementos que visam ajudar a controlar os picos de vazão
na perspectiva de evitar cheias. Neste trabalho realizou-se uma análise para cálculos
hidrológicos e hidráulicos, necessários para o redimensionamento de bacias de retenção, a área
de estudo delimita-se na bacia de retenção do Talatona, analisou-se o funcionamento global do
sistema de drenagem, a integração paisagística e a exequibilidade socioeconómica, estudando
o comportamento da bacia em tempos de forte precipitação, levantamento do estado actual da
mesma e particularmente a insuficiência de retenção das águas, os procedimentos de pesquisa
se focaram em entrevistas, análise de documentos, pesquisas de campo e revisões bibliográfica,
sendo que analise de dados será feita com a ajuda de uma especialista, e com os dados e
resultados da pesquisa demonstrou-se que a bacia em estudo não cumpre com vários parâmetros
técnicos, e em função disso fez-se recomendações para melhorias da mesma em trabalhos
futuros.
Flood amortization basins are elements that aim to help control peak flow in the perspective of
avoiding floods. In this work, an analysis was carried out for hydrological and hydraulic
calculations, necessary for the redimensioning of retention basins, the study area is delimited
in the Talatona retention basin, the overall functioning of the drainage system, the landscape
integration was analyzed. and socio-economic feasibility, studying the behavior of the basin in
times of heavy rainfall, surveying its current status and particularly the insufficiency of water
retention, the research procedures focused on interviews, document analysis, field research and
bibliographical reviews , with the data analysis being carried out with the help of a specialist,
and with the data and results of the research, it was demonstrated that the basin under study
does not comply with several technical parameters, and as a result, recommendations were
made for improvements to it. in future work.
a, b,c,d – Parâmetros
AM – Área molhada
B – Base do canal
BL – Bordo livre
C - Coeficiente de escoamento
L – Comprimento do talvegue
Lc – Longitude do canal
n – Coeficiente de rugosidade
PM – Perímetro molhado
RH – Raio hidráulico
S – Declividade do canal
Tc – Tempo de concentração
td – duração
TR – Tempo de retorno
V – Velocidade
yo - Altura da água
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 47
APÊNDICES ....................................................................................................................... 51
ANEXOS ............................................................................................................................. 60
15
INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento urbano, ocorrendo de forma não controlada, tende a
comprometer o desenvolvimento económico com efeitos directos sobre a degradação do meio
ambiente e qualidade de vida das populações, conceito totalmente aplicável na realidade da
cidade de Luanda.
Como reflexo das alterações dos estilos de vida e dos padrões de consumo da sociedade
actual, aliado ao crescimento demográfico verificado nas últimas décadas na cidade de Luanda,
cresce concomitantemente a necessidade construção de novas residências, polos industriais,
zonas de comercio, lazer, vias de comunicação e outras infra-estruturas, resultando na expansão
e densificação das zonas. O cenário de crescimento urbano e consequente alteração dos padrões
de ocupação do solo, em particular a impermeabilização dos terrenos pela sua própria natureza
tem efeitos nefastos no ciclo hidrológico natural da bacia hidrográfica, por um lado cria uma
barreira isolante entre o solo e a atmosfera, impossibilitando a infiltração da água precipitada,
e por outro lado a regularização da superfície aumenta de forma significativa a resistência ao
escoamento, originando o aumento dos caudais de ponta de cheia, bem como a diminuição do
tempo de concentração, traduzindo-se em situações de elevado risco de ocorrência de enchentes
e desastres.
Tudo porque em época chuvosa a mesma tem se mostrado insuficiente para amortecer
o elevado pico de vazão, resultando assim no transbordo das águas para as vias e também para
as residências nos condomínios adjacentes, os moradores mostram-se preocupados com essa
situação, uma vez que as águas chegam a aceder as residências, criando assim um ambiente
propício para o surgimento de alguns repteis dentro das residências e um ambiente propicio ao
desenvolvimento de doenças.
Descrição do problema
alagamentos nas áreas adjacentes e até mesmo a ocorrência de prejuízos que vão desde perdas
de bens materiais até situações que colocam em risco a vida humana. Tudo porque foi
identificado um índice de expansão urbana desenfreado na cidade capital.
Hipóteses
• Área da bacia insuficiente para reter o volume de água resultante das descargas
pluviais;
• Ausência de um canal hidráulico com propósito de evacuar as águas pluviais que
aí incidem e resultam no transbordo da bacia;
• Ausência ou insuficiência no Grupo de bombas referentes ao sistema de sucção
das águas.
Objectivos
Objectivo geral
Objectivos específicos
Justificativa
Com a elaboração desse projecto cria-se uma base de análise para a exequibilidade de
bacias de retenção que visa propor recomendações para os problemas relativos ao transbordo
de água na bacia evitando assim o condicionamento de vias de transito resultante do alagamento
das mesmas, inundações nas residências das áreas adjacentes, criação de condições propícias
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para a proliferação de agentes patológicos como mosquitos, répteis entre outros factores que
acabam colocando em perigo a vida humana, de um modo geral o projecto mostra-se essencial
para despertar a importância do desenvolvimento de um projecto de requalificação da bacia de
retenção do caso de estudo.
Metodologia
• Pesquisa bibliográfica
• Pesquisa descritiva
• Pesquisa de campo
Fez-se a recolha de solo, estado actual do sistema de evacuação das águas na zona de
intervenção para assim fazer a sua caracterização.
• Estrutura do trabalho
No terceiro capítulo faz-se a discussão e análise dos resultados, para a posterior elaborar
as recomendações futuras, referências bibliográficas, apêndices e por fim anexo.
18
Segundo (ROSA, 2017) o ciclo da água, em suas condições naturais, pode ser apontado
como um sistema em equilíbrio. Porém, com o crescente processo de expansão urbana,
percebem-se impactos que acarretam em alterações na dinâmica do ciclo hidrológico como um
todo ou em partes dele. Em áreas urbanas, a alta taxa de impermeabilização do terreno, a
remoção da vegetação e a canalização de cursos fluviais criam condições necessárias que
intensificam os processos de erosão, assoreamento e inundações e ocasionam mudanças no
lençol freático.
1
Afluente: Corpo de água que flui para um rio maior para um lago ou reservatório.
19
EXPANSÃO URBANA
Com o crescimento dos centros urbanos, todos estes processos são reduzidos
drasticamente, o que faz aumentar o escoamento, encurtando o seu tempo de concentração,
causando graves reflexos nos cursos de drenagem natural, provocando erosão, assoreamento e
enchentes (BARBOSA, 2006).
concentração, maior o pico de vazão a jusante. Isso com frequência resulta na inundação em
zonas que anteriormente não sofriam de tais problemas (CANHOLI, 2014).
Segundo (VIEIRA, 2014). Além da alteração de uso e ocupação dos solos, a drenagem
pluvial urbana vem para substituir, parte do ciclo natural da água, particularmente falando da
transferência pelos sistemas de drenagem pluvial urbana utilizando uma filosofia “tout l’
egout”, consiste em escoar a água precipitada o mais rapidamente, sem qualquer preocupação
com a retenção dos volumes escoados dos picos de caudais amplificados pela
impermeabilização das zonas urbanas a, montante, que induz sérios problemas a jusante tais
como:
2
Evapotranspiração: A evaporação é um processo pelo qual a água passa do estado líquido para o gasoso
de maneira lenta e gradual, a uma temperatura inferior à de ebulição.
21
• Pavimentos porosos;
• Trincheiras de infiltração;
• Poços absorventes;
• Faixas filtrantes;
• Valas revestidas com vegetação;
• Bio retenção;
• Leitos de macrófitas;
• Entre outros.
22
Segundo Vieira (apud, SEMCOG, 2008) os principais objectivos destas medidas são:
BACIAS DE RETENÇÃO
“Uma alternativa ao reforço, em pleno tecido urbano, dos colectores existentes será a
criação, a jusante dos novos loteamentos, de reservatórios ou bacias de acumulação de águas
pluviais, permitindo descarregar aí caudais que ultrapassem a capacidade de vazão da rede
existente.” (BINHANÇA, 2006).
Uma bacia de retenção é uma estrutura hidráulica que tem como objectivo principal
reduzir o valor de ponta do caudal máximo e retardar o escoamento durante um período de
tempo especificado. Regularizando-se assim o escoamento pluvial afluente, amortecendo os
picos de vazão e permitindo compatibilizar o valor do caudal efluente com os limites
preconizados (BINHANÇA, 2006).
Quanto as dimensões, poderá na maioria dos casos, ser ampliada para acompanhar os
efeitos decorrentes da impermeabilização crescente a montante da bacia de drenagem, outras
vezes, essa ampliação é justificada, A possibilidade de se fasearem os investimentos, de acordo
com as necessidades construtivas e disponibilidades financeiras, torna esse tipo de solução
frequentemente atraente, na fotografia 1.1 apresenta-se a bacia de retenção do Coelho (PIRES,
2017).
23
1.3.2 Finalidade
As bacias de retenção podem ter interesses múltiplos interesses, desde o ponto de vista
social, estético e de protecção do meio ambiente. O planeamento de drenagem urbana deverá
ser feito de forma integrada, concomitantemente com outros melhoramentos urbanos e os
planos regionais, quando os mesmos existirem. Quando bem exploradas executadas podem, de
facto contribuir para valorização do tecido urbano nas fotografias 1.2; 1.3; 1.4, apresentam-se
bacias com variadas funções descritas nas respectivas legendas (MATIAS, 2006).
Sob o ponto de vista ambiental vale salientar o aumento da qualidade de água pluvial,
nomeadamente do ponto de vista de redução do teor de sólidos suspenso e de matéria orgânica
que se pode conseguir por meio de bacias de retenção estrategicamente localizadas. Como
resultado das primeiras descargas pluviométricas após estiagem3, a água pluvial está bastante
poluída, essa poluição resulta, fundamentalmente, da acção erosiva no solo e da acção da
lavagem dos pavimentos e outras superfícies superficialmente impermeabilizadas. Uma água
pluvial pode conter matéria segregável ou com partículas arenosas, óleos, agentes patológicos
e entre outras impurezas de maior ou menor dimensão (MATIAS, 2006).
3
A estiagem é um fenómeno climático que tem como principal consequência a falta de chuva por
períodos prolongados. Diferentemente da seca, que tem duração permanente, a estiagem acontece de forma
cíclica.
4
Respiração anaeróbia ou anaerobiose é o processo metabólico celular condicionado em ambientes
caracterizados pela ausência de gás oxigénio (O2).
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• Bacias em paralelo
• Bacias enterradas
Segundo Vieira (2014), as bacias enterradas são aquelas instaladas abaixo no nível do
solo, quando não há disponibilidade do terreno à superfície em áreas urbanas densamente
ocupadas, ou em zonas que não seja uma alternativa funcional o uso de bacias a céu aberto por
diversos factores conforme se apresenta na fotografia a seguir.
5
Dique, represa ou açude é uma obra de engenharia hidráulica com a finalidade de manter determinadas
porções de terra secas através do represamento de águas correntes.[1] Sua estrutura pode ser de concreto, de terra
ou de enrocamento.
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Essas bacias possuem dispositivos de descarga a uma cota mais elevada que o fundo da
bacia, permitindo assim manter-se um determinado nível de água mesmo em período em que
não se verifica a ocorrência de descargas pluviais. Neste tipo de bacias é desejável a intercessão
com o nível freático, de modos que se garanta a alimentação por parte do escoamento
30
Segundo Binhança (2006), para a selecção do tipo de bacia, será necessário garantir
alguns aspectos na sua concepção e forma, de modos a garantir maior segurança e eficiência
durante o seu funcionamento.
A. Bacias secas.
• Inclinação do fundo ≥ 5% (evitando assim zonas pantanosas).
• Inclinação das bermas ≤ 1/6 (em bacias acessíveis ao público).
• Inclinação das bermas ≤ 1/2 (em bacias não acessíveis ao público).
No caso da bacia estar numa zona de fácil acesso ao público, será ainda necessário
assegurar o seguinte:
• Uma variação do nível de água, com limite de 0,5 metros, para a precipitação do
período de retorno escolhido;
• O tratamento convenientemente das bermas:
• talude relvado de pequena inclinação no corpo da bacia;
• paramento vertical de 0,75m ao longo do qual se manifestam as
flutuações do nível da água e que é, usualmente, construído em material
rígido (betão) ou semí-flexível (gabiões), envolvendo a periferia da
bacia;
• passadeira horizontal de 2 a 4m de largura, no topo do paramento
vertical, concebida, fundamentalmente, por razões de segurança e
protecção.
Segundo Binhança (2006), a fase de estudo e recolha de dados, é composta pelas fases
descritas a seguir:
CANAIS HIDRÁULICOS
Fonte: aecweb.com.br.
34
uma relação linear e representada por um coeficiente de escoamento invariável. Salientar que
em bacias de grandes dimensões e com percentagem de áreas impermeáveis importante, são
menos plausíveis as hipóteses de invariância temporal e espacial da precipitação e da
linearidade do respectivo processo de transformação em escoamento.
Zonas verdes
Zonas comerciais
Zonas residenciais
Zonas industriais
Ruas e estradas
Cobertura da bacia
Tipos de solos Culturas Paisagens Bosques
e
florestas
Coeficiente C
Com capacidade de infiltração superior à média; 0,20 0,15 0,10
usualmente arenosos.
Com capacidade de infiltração média; sem camadas de 0,40 0,35 0,30
argila; solos francos ou similares.
Com capacidade de infiltração inferior à média; solos 0,50 0,45 0,40
argilosos pesados ou solos com uma camada argilosa
junto a superfície; solos delgados sobre rocha
impermeável.
td - duração (min)
6
Talvegue: Linha de maior profundidade de um vale ou rio, ou pode ainda ser identificado como canal
principal da bacia.
39
Em projectos de canais, deve-se ter em conta para além dos limites superiores os limites
inferiores de velocidade (AKUTSU, 2012).
7
Assoreamento: processo em que cursos d'água são afectados pelo acúmulo de sedimentos, o que resulta
no excesso de material sobre o seu leito e dificulta a navegabilidade e o seu aproveitamento.
8
Erosão: acção de processos superficiais, que remove solo, rochas, ou material dissolvido de um local na
crosta da Terra, que então o transporta para outro local.
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AM = b.y (2.4)
PM = b + 2y (2.5)
RH = b.y / b + 2y (2.5)
• Restrições hidráulicas
o 𝑉 ≤ 𝑉𝑚á𝑥 → Não erosão;
o 𝑉 ≥ 𝑉𝑚𝑖𝑛 → Não sedimentação;
o 0,05𝑦 ≤ 𝐵𝐿 ≤ 0,3𝑦 → Bordo livre adequado.
• Restrições da relação b/y
o 1 ≤ 𝑏/𝑦 ≤ 6 como valores admissíveis;
o 2 ≤ 𝑏/𝑦 ≤ 5 como valores óptimos.
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A bacia Sul drena directamente para o Rio Cambamba, por conta disso todas as águas
colectadas nessa bacia são conduzidas através de galerias de tubos de betão e canais e lançadas
no Rio Cambamba.
A bacia Norte se subdivide em duas bacias conforme demonstrado nos anexos. Uma
pequena bacia que drena para o Futungo e a Bacia da Lagoa de retenção. Esta bacia hidrográfica
possui uma área de aproximadamente 240 ha. Na época das chuvas as águas eram escoadas
para uma depressão formando uma lagoa, fazendo com que as áreas adjacentes ficassem
42
expostas a inundações. Com o objectivo de solucionar esse problema foi implantada uma bacia
de retenção, no local da referida lagoa, com o volume capaz de reter temporariamente todo o
escoamento superficial produzido por um temporal cuja a intensidade e frequência
correspondentes estejam associados a determinada segurança previamente definida.
9
Sistema de recalque: O conjunto de meios mecânicos e de canalização, sendo que, este permite
transportar fluídos (água ou outros), de uma fonte inferior para um ponto superior, por meio de bombeamento.
43
Dentre vários problemas apresentados pela bacia, o presente trabalho de fim de curso
tem como principal foco, evitar o transbordo de água na bacia, desta feita definiu-se como
solução a aplicação de CH´s com o objectivo de definir um nível de água máximo na bacia e
sempre que esse nível é ultrapassado consequentemente, inicia-se o processo de escoamento até
a cota pré-estabelecida, solucionando assim o problema de alagamento nas residências e vias
adjacentes como ilustrado nos apêndices em função disso foram formuladas hipóteses de
soluções, dessa forma definiu-se uma cota de nível máximo da água a 1,5m abaixo da superfície
da bacia.
Hipótese 1
• Criação de um CH enterrada que escoa as águas ao longo da via AL19, levando até a
bacia a norte- futungo trajecto ilustrado nos anexos, e a partir desse ponto usar os
próprios canais e galerias de betão daquela bacia e daí reencaminhar por gravidade para
a rede de drenagem natural.
Condicionantes:
Hipótese 2
• Criação de um CH enterrada que escoa as águas para a vala do rio Cambamba, e a partir
daí encaminha-las para a rede de drenagem natural, o trajecto do CH seria de 1,72km a
diferença de cotas é de 27m sendo que a montante está a uma cota de +47 e a jusante a
uma cota de +20m acima do nível do mar.
Condicionantes:
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Verificou-se que a solução seria usual se a zona envolvente não fosse uma zona já
urbanizada e de alto padrão, mas devido a esse mesmo factor não será viável devido a análise
de custo/benefício.
Hipótese 3
Condicionantes:
• Criação de uma segunda bacia de retenção enterrada nos terrenos adjacentes com
volume necessário para receber as águas pluviais que ultrapassem a cota de água
definida para a bacia em estudo e assim evitar a situação de transbordo da bacia.
Condicionantes:
Para execução dessa solução deve-se criar uma separação das águas residuais e pluviais,
para que dessa forma não haja contaminação das águas, e as águas colectadas na bacia
enterrada sejam reaproveitadas para outros fins desde que não para o consumo humano,
sendo que a bacia enterrada seja construída de tal forma que não receba água resultante do
escoamento superficial e receba apenas água da bacia de retenção a céu aberto.
L (km) 2,57
∆ℎ (m) 24
A (km2) 2,53
Tr: 5 anos
Parâmetros
1000×50,15
I= → I = 70mm/h
(50+12)0,7
0,88×70×2,53
Qmáx = → Qmáx = 43,29m3/s
3,6
Revestido de betão
N 0,016
Vmáx (m/s) 6
Vmin (m/s) 4
Lc (m) 60
∆ℎ (m) 3
S 46 − 43
60
𝑄𝑛 43,26.0,016
= = 3,10
√𝑠 √0,05
Nota: há erosão.
• Borda Livre
o 0,05𝑦 ≤ 𝐵𝐿 ≤ 0,3𝑦 → 0,045 ≤ 𝐵𝐿 ≤ 0,27
o BL = 0,20m
o H = 0.90 + 0,20 = 1,1m
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CONCLUSÃO
No contexto das cidades, verifica-se hoje uma grande cobrança da população para
prevenção e a minimização dos problemas de inundações e os mesmo costumam estar sob tutela
dos administradores e urbanistas, que ao definir o desenho urbano de Luanda não puderam
prever tamanha expansão, e deste ponto surge a necessidade de tomar-se medidas que visam
minimizar os efeitos das inundações, porém essas soluções quando são estruturais carecem de
pessoal qualificado para execução das mesmas e para essas situações as soluções de engenharia
costumam a ser correctivas e não preventivas.
Dessa forma vale então afirmar que, a zona estudada não beneficiou de estudos prévios
(para o caso de serem efectuados, os estudos não foram aplicados) que levariam em
consideração aspectos como, expansão urbana, impermeabilização do solo em função de
factores como coeficientes de escoamento superficiais, e para além disso de acordos a estudos
apresentados, existe uma mistura entre as águas pluviais e residuais dos condomínios adjacente,
o que torna a água dessa bacia contaminada, desta feita qualquer encaminhamento da mesma
para a rede de drenagem de águas pluviais, necessitaria primeiro de uma separação das águas
pluviais e residuais ou então do devido tratamento antes do encaminhamento para a rede de
drenagem natural.
Este documento apresenta então como solução a criação de uma bacia enterrada
adjacente a bacia em estudo que visará definir um nível de água permanente. Após os cálculos
efectuados e definição de dimensões satisfatórias para o canal hidráulico, compatibilizou-se
para dimensões comerciais conforme ilustrado no anexo 7 e a secção transversal se encontra
ilustrada no apêndice 14, e para além disso elaborou-se recomendações que visam minimizar o
impacto das descargas na bacia.
48
LIMITAÇÕES DO TRABALHO
A principal limitação prende-se ao facto da dificuldade de colecta de dados como os das
curvas IDF para assim executar o dimensionamento do caudal. Por tal razão usou-se dados de
outras regiões com condições climáticas similares a da zona de estudo para execução de
cálculos simulados. Portanto os resultados obtidos no trabalho de fim de curso servem para
representação do modelo ideal de cálculo para o dimensionamento hidrológico e hidráulico.
RECOMENDAÇÕES FUTURAS
No desenrolar do trabalho surgiu a necessidade de tecer algumas recomendações
inerentes a ocorrência de cheias e o método de prevenção das mesmas, primeiramente fazer
uma abordagem sobre a metodologia correcta para implementação de bacias de retenção e
finalmente tecer algumas recomendações que visam mitigar, a questão do transbordo e outras
variáveis que tornam a bacia de retenção em estudo não funcional.
• Hidráulico;
• Hidrológico;
• Caracterização do meio receptor;
• Conhecimento da rede de drenagem;
• Identificação preliminar dos potenciais locais a implantar.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANHOLI, A. P. Drenagem urbana e controle de enchentes. 2º. ed. São Paulo: Oficina de
Textos, 2014.
APÊNDICES
Apêndice - 1 Via S4B alagada devido o transbordo da bacia. ................................................. 52
Apêndice - 2 Bacia após o transbordo de água. ........................................................................ 52
Apêndice - 3 Zona alagada devido o transbordo da bacia. ....................................................... 53
Apêndice - 4 Via S15 alagada devido o transbordo da bacia. .................................................. 53
Apêndice - 5 Via S15 alagada devido o transbordo da bacia com carro preso. ....................... 54
Apêndice - 6 Via S15 em tempos secos. .................................................................................. 54
Apêndice - 7 Bacia de retenção em tempo de seca................................................................... 55
Apêndice - 8 Bacia de retenção em tempos secos. ................................................................... 55
Apêndice - 9 Delimitação da área de intervenção. ................................................................... 56
Apêndice - 10 Mapa de elevação, para hipótese 1. .................................................................. 56
Apêndice - 11 Mapa de elevação, para hipótese 2. .................................................................. 57
Apêndice - 12 Localização do espaço para aplicação da bacia enterrada. ............................... 57
Apêndice - 13 Traçado do canal hidráulico. ............................................................................. 58
Apêndice - 14 Secção Transversal com pormenor da entrada do Canal .................................. 59
Apêndice - 15 Secção transversal do canal hidráulico. ............................................................ 59
52
Apêndice 5 - Via S15 alagada devido o transbordo da bacia com carro preso.
ANEXOS
Anexo 1 - Carta de pesquisa remetida a administração municipal do Talatona com carimbo de
diferimento ............................................................................................................................... 61
Anexo 2 - Divisão da bacia hidrográfica a norte do Talatona .................................................. 62
Anexo 3 - Dados de tempo de retorno para estruturas de drenagem (São Paulo) .................... 62
Anexo 4 - Valores de coeficiente de rugosidade (n) da fórmula de Manning, para distintos tipos
de revestimento das paredes dos canais. ................................................................................... 63
Anexo 5 - Rede de drenagem de águas pluviais ....................................................................... 63
Anexo 6 - Bombas submersíveis inoperantes ........................................................................... 64
Anexo 7 - Tabela com secções comerciais. .............................................................................. 64
61
Anexo 1 - Carta de pesquisa remetida a administração municipal do Talatona com carimbo de diferimento.
62
Anexo 4 - Valores de coeficiente de rugosidade n da fórmula de Manning, para distintos tipos de revestimento
das paredes dos canais.