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A IMPORTÂNCIA DO PERSONAL TRAINER NO ACOMPANHAMENTO

PROFISSIONAL DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

THE IMPORTANCE OF PERSONAL TRAINER IN THE PROFESSIONAL


FOLLOW-UP OF ELDERLY PRACTITIONERS OF PHYSICAL EXERCISES

Márcio José Pontual¹


Pablo Rudá Ferreira Barros de Souza²

RESUMO

Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento populacional se tornou um


fato no mundo. Para assegurar uma qualidade de vida a esses idosos, é preciso
traçar estratégias que possam reduzam os efeitos negativos do avanço da idade
cronológica no organismo. Assim nessa procura pelo bem-estar na velhice, está a
prática de EF. No entanto, para que a pessoa idosa inicie à prática de EF é
necessário que seja prescrito por um profissional qualificado. Com a regulamentação
da profissão, o PEF se tornou o único capacitado e responsável de exercer a função
de personal trainer. O objetivo deste trabalho é descrever a importância do personal
trainer no acompanhamento profissional de idosos praticantes de exercícios físicos.
A Presente pesquisa é caracterizada como revisão bibliográfica de caráter descritivo,
foi realizado um levantamento nas bases de dados das bibliotecas virtuais Scientific
Electronic Library Online (SciELO) Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/LILACS) e
Google acadêmico. Opersonal trainerpode atuar em diversas localidades como:
ruas, parques, casas, hospitais, clínicas no entanto o estudo revelou que o âmbito de
trabalho frequentemente utilizado é o atendimento domiciliar, pelo fato da casa ser
mais cômodo e fácil ao idoso. O personal trainer deve prescrever para pessoas
idosas, exercícios dinâmicos, especialmente os aeróbicos. O presente estudo
cumpriu com os seus objetivos. Selecionando os artigos necessários, demonstrou a
importância do PEF para a terceira idade, notadamente, no monitoramento dos
exercícios físicos praticados por idosos, e por via de consequência, na saúde e
qualidade de vida dos mesmos.

Palavras-chave: Atividade física. Envelhecimento. Saúde do idoso.

ABSTRACT

With the increase in life expectancy, population aging has become a fact in the world.
To ensure a quality of life for these elderly people, it is necessary to devise strategies
that can reduce the negative effects of advancing chronological age on the body.
_______________________
¹Acadêmico do curso Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário –
UNIFACOL- marcio_pontual@hotmail.com
² Docente orientadora do curso de bacharel em educação física do centro universitário-
UNIFACOL. pablohuda@hotmail.com
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Thus, in this search for well-being in old age, PE is practiced. However, for the
elderly person to start practicing PE, it must be prescribed by a qualified professional.
With the regulation of the profession, the PEF became the only one capable and
responsible for exercising the role of personal trainer. The objective of this work is to
describe the importance of the personal trainer in the professional follow-up of elderly
practitioners of physical exercises. The present research is characterized as a
descriptive bibliographic review, a survey was carried out in the databases of the
Scientific Electronic Library Online (SciELO) Virtual Health Library (BVS/LILACS) and
academic Google virtual libraries. The personal trainer can work in different locations
such as: streets, parks, houses, hospitals, clinics, however the study revealed that
the scope of work often used is home care, because the house is more comfortable
and easier for the elderly. The personal trainer should prescribe dynamic exercises
for elderly people, especially aerobic ones. The present study fulfilled its objectives.
Selecting the necessary articles, demonstrated the importance of PEF for the elderly,
notably, in the monitoring of physical exercises practiced by the elderly, and,
consequently, in their health and quality of life.

Keywords: Physical activity. Aging. Elderly health.

1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento populacional se


tornou um fato no mundo, tanto em países desenvolvidos como nos países em
desenvolvimento, assim, a população idosa só aumenta, esse fato é consequência
do aumento gradativo da longevidade, associado a redução dos índices de
natalidade e mortalidade. Até 2020 a população idosa brasileira era cerca de 32
milhões de pessoas com idade superior a 60 anos (COSTA et al., 2000).
Para assegurar uma qualidade de vida a esses idosos, é preciso traçar
estratégias que possam reduzam os efeitos negativos do avanço da idade
cronológica no organismo (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000).
As estratégias devem visar à manutenção da capacidade funcional e da
autonomia da pessoa idosa, oferecendo assim qualidade de vida longínqua. Vale
ainda ressaltar que o processo de envelhecimento está associado a alterações
físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais, além do aparecimento de doenças
crônico-degenerativas decorrentes de maus hábitos de vida como o tabagismo, má
ingestão alimentar, tipo de atividade laboral, inatividade física (TRIBESS;
VIRTUOSO JR, 2005).
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A falta de exercício físicos (EF) coopera com a diminuição da aptidão


funcional e eleva a ocorrência de diversas doenças crônicas. Neste sentindo, a
prática de EF é uma estratégia de prevenção para reduzir as perdas nos
componentes da aptidão funcional (TRIBESS; VIRTUOSO JR, 2005).
A Lei 10.741 instituída em 1º de outubro de 2003, a qual criou o Estatuto do
Idoso, uma referência para as políticas públicas sociais e de saúde, sendo este o
elemento essencial para a qualidade de vida. Em outubro de 2006 foi assinada a
portaria nº 2.528 do Ministério da Saúde que implementou a Política Nacional de
Saúde do Idoso (PNSPI), com objetivo de garantir um envelhecimento saudável,
preservando a capacidade funcional, autonomia e mantendo o nível de qualidade de
vida (GORDILHO et al., 2000).
Assim nessa procura pelo bem-estar na velhice, está a prática de EF, embora
a baixa adesão ainda seja uma realidade para a população idosa brasileira,
considerando que, o maior índice de pessoas inativas são os idosos, se tornando
assim um preocupante problema de saúde pública (BRASIL, 2015).
Estudo prévio já demostram os benefícios da prática de EF, as diretrizes de
saúde, recomendam que pessoas acima de 60 anos pratiquem, pelo menos, 150
minutos semanais de EF, de intensidade leve a moderada, objetivando o
fortalecimento dos músculos e a diminuição do índice de inatividade física (LIMA et
al., 2020).
Contudo a realidade do idoso, ainda é um desafio para a saúde pública do
Brasil, sendo necessárias estratégias imediatas que visem à redução das
desigualdades, tanto no aspecto social como na saúde (SILVA; GALERA;
MORENO, 2007).
Através da Portaria Nº 409, de 23 de julho de 2008,houve a inserção do
profissional de Educação Física (PEF) que passou a compor o Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (NASF), assim o PEF desempenha um papel relevante no
tratamento não farmacológico, prescrevendo, orientando e acompanhando
atividades físicas com objetivo a prevenção e promoção da saúde, competindo a
esse profissional a responsabilidade de avaliar o estado funcional dos indivíduos ,
estratificando e diagnosticando fatores de risco à saúde (COQUEIRO; NERY;
CRUZ, 2006).
O EF é definido como uma atividade física previamente planejada, orientada e
proposta para a manutenção ou melhora dos componentes da aptidão física
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relacionada à saúde como a estrutura muscular, a flexibilidade e o equilíbrio,


realizada repetidamente (BRASIL, 2020).
Entre os benefícios do EF para o idoso, está à redução da pressão arterial
sistêmica (PAS), após uma sessão de EF, sendo já se observa redução dos níveis
pressóricos em indivíduos hipertensos, tendo em vista que a pessoa idosa é mais
suscetível a doenças crônicas (LIMA et al., 2020).
No entanto, para que a pessoa idosa inicie à prática de EF é necessário que
seja prescrito por um profissional qualificado (SCHER; NOBRE; LIMA, 2008).
Nessa perspectiva, está inserido o personal trainer, que é o profissional apto
para a prescrição de treinamento físico individualizado formado em educação física,
ele é capacitado para prescrever e orientar sessões de treinamento ou exercício
educacionais, de prevenção de doenças e promoção da saúde (CONFEF, 2002).
O (PEF) tem habilidade para praticar EF, nas diversas modalidades tais
como: atividades rítmicas, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças,
expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia,
relaxamento corporal, ginásticas, yoga, exercícios compensatórios à atividade
laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, assim a atuação do PEF consiste
em orientar e acompanhar a prática de exercícios físicos (CONFEF, 2002).
Com a regulamentação da profissão, o PEF se tornou o único capacitado e
responsável de exercer a função de personal trainer (CREF, 2006). Nesse contexto,
o personal Trainer precisa sempre adquirir novos conhecimentos em áreas diversas,
tendo em vista que é partir dele que os resultados buscados pelos praticantes de
EF, ou seja, pelos alunos irão surgir, por meio um controle dos exercícios que serão
prescritos adequadamente, proporcionado benefícios ao indivíduo (BALDEZ, 2008).
Cada pessoa tem suas particularidades, assim a qualificação do PEF se torna
algo relevante, considerando que as pessoas buscam esses serviços com interesses
variados, assim o personal trainer precisa estar ciente do seu papel enquanto
profissional (BOSSLE,2008).
Ser um personal trainer exige habilidade tátil, inteligência, treinamento
acadêmico, experiência prática, julgamento correto e excelentes habilidades de
comunicação, como também compromisso e ciência da relevância de seu trabalho
(BOSSLE, 2008).
Diante do exposto, vemos a importância da atuação do personal trainer para a
sociedade, tendo em vista que as pessoas constantemente buscam por melhoria
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para saúde. Assim justificamos a realização deste estudo, visando levar


conhecimentos à população idosa, visando à promoção da saúde.
O objetivo deste trabalho é descrever a importância do personal trainer no
acompanhamento profissional de idosos praticantes de exercícios físicos.
Além de identificar os fatores de risco da inatividade física e citar os
benefícios da prática do EF em idosos.

2 METODOLOGIA

A Presente pesquisa é caracterizada como revisão bibliográfica de caráter


descritivo, realizada em seis etapas: 1ª: identificação do tema e seleção da questão
de pesquisa; 2ª: estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; 3ª: busca dos
estudos e extração dos resultados; 4ª: avaliação dos estudos; 5ª: interpretação dos
resultados; 6ª: síntese do conhecimento (MENDES; SILVEIRA;GALVÃO,2019).
Tendo como pergunta norteadora: “O trabalho executado pelo personal trainer
no planejamento e monitoramento dos exercícios físicos praticadas por idosos, em
suas mais variadas modalidades, mostra-se relevante para a qualidade de vida e
manutenção ou restauração da saúde na terceira idade?”
Para a realização deste trabalho foi realizado um levantamento nas bases de
dados das bibliotecas virtuais Scientific Electronic Library Online (SciELO) Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS/LILACS) e Google acadêmico.
Os critérios de inclusão foram: artigos cujos objetivos discutissem a
importância do personal trainer no acompanhamento profissional de idosos
praticantes de exercícios físicos, serem estudos clínicos, observacionais ou revisões
sistemáticas, estarem essencialmente, a língua portuguesa e sem período de
publicação determinado. Excluíram-se trabalhos incompletos, fora da temática, que
não contemplasse o objetivo desta pesquisa e com dupla indexação.
O levantamento e análise das publicações através dos descritores
selecionados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS / http://desc.bvs.br):
Exercício físico. Idosos. Personal trainer e suas respectivas traduções para o idioma
inglês, com cruzamento realizado através do operador booleano “and”. Ao fim foram
selecionados 10 artigos que envolvessem a temática.
Para instrumento de coleta de dados foram selecionados artigos, os quais
foram lidos inicialmente os títulos e resumos dos estudos e registrado a
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concordância ou não em incluir o estudo avaliado. Foi construído um Banco de


Dados no Programa Microsoft Excel 2016 com os resultados obtidos no estudo. Para
análise desses dados, foram utilizadas tabelas para observar a dispersão entre os
dados coletados. As informações foram analisadas por meio do programa Microsoft
Excel 2016 para a formatação dos dados, os quais foram avaliados conforme os
critérios de elegibilidade.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Fluxograma abaixo descreve a busca pelos artigos na base de dados:

59 artigos
selecionados na
BVS e google
academico

35 selecionados

Excluídos pelo
titulo: 12 12 artigos 8 artigos excluidos 4 artigos
selecionados para pelo crritério de selecionados para
Excluídos pelo leitura completa elegibilidade revisão
resumo: 7
7

O Quadro I, logo abaixo apresenta os artigos que foram selecionados para discussão após
pesquisas nas bases de dados:

AUTOR/ANO OBJETIVO PRINCIPAIS RESULTADOS


Aguiar, Soares e Investigar a atuação do A característica marcante do
Guimarães (2008) personal trainer com a profissional para os idosos é a
clientela idosa. competência profissional. O
trabalho desenvolvido pelos
personal trainers com a clientela
idosa mostra-se satisfatório,
atendendoas expectativas de seus
alunos, estando os profissionais
devidamente habilitados e
procurando cada vez mais o seu
aperfeiçoamento.
Carvalho et al. (2017) Investigar a prevalência, A prescrição dos exercícios para
aconselhamento e as idosos, deve ser constituída de
dificuldades para a exercícios dinâmicos, com
prática de exercício físico predominância aeróbica, que
em idosos privilegie grandes grupamentos
musculares, com frequência de três
a sete vezes por
semana. Deve-se atentar que
procedimento de prescrever
exercício físico, são procedimentos
de responsabilidade
prioritária do profissional de
educação física.
Gonçalves (2017) Destacar a qualificação O personal trainer caracteriza-se
profissional de um Personal pela sua forma de trabalho prático
Trainer. desenvolvida através de atividades
individualizadas nos aspectos
sociais, emocionais, fisiológicos,
pedagógicos.
Lima et al. (2020) Identificar a percepção de O papel se estende além da
idosos de um grupo de competência técnica, ao
convivência acerca compreendê-locomo: condutor do
do papel do profissional de grupo, conhecedor dos idosos,
educação física e os promotor de saúde, articulador do
motivos de adesão à
grupo, educador,comunicador,
prática de atividade física.
Foram feitas entrevistas mediador de conflitos.
individuais com 14 idosos
que praticam atividade
física no grupo por
FONTE: Os próprios autores (2021).

A população idosa vem buscado com mais frequência a prática do EF, tendo
em vista a atenção com a qualidade de vida, pois a conservação da integridade
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biopsicossocial, adquirida através da prática de EF, favorece a longevidade, assim


sendo o idoso compreende a clientela, que precisa deum atendimento personalizado
voltado a suas individualidades e particularidades. Sendo esse o trabalho do
personal trainer, ou seja, individualizar a prática, tendo em vista as particularidades
de cada pessoa, e como resultado um trabalho com mais qualidade e benefícios
(AGUIAR; SOARES; GUIMARÃES, 2008).
Corroborando com esse estudo Aguiar, Soares e Guimarães (2008)
descreveram que o personal trainer pode atuar em diversas localidades como: ruas,
parques, casas, hospitais, clínicas e outros locais, no entanto o estudo revelou que
o âmbito de trabalho frequentemente utilizado é o atendimento domiciliar, isso se
explica pelo fato da casa ser mais cômodo e fácil ao idoso.
O mesmo estudo ainda mostrou que o EF realizado nas aulas são:
caminhada/corrida, considerando que essa pratica faz uso utiliza de movimento
básico, automatizado pelo homem -a marcha - de fácil realização, impacto reduzido,
podendo ser executado em diferentes intensidades e em qualquer lugar, além de ter
resultados satisfativos no que se refere a prevenção das doenças crônico-
degenerativas e para um envelhecimento com autonomia e capacidade funcional, e
são bem aceito pela população idosa (AGUIAR; SOARES; GUIMARÃES, 2008).
Os mesmos autores acima citados, destacaram que, a população idosa a
cada dia busca mais o serviço do personal trainer, considerando que o trabalho
desenvolvido por esse profissional com os idosos é satisfatório, correspondendo às
expectativas dos alunos, existindo uma parceria entre eles, no entanto o profissional
precisa estar devidamente qualificado e buscando sempre o seu aperfeiçoamento
(AGUIAR;SOARES; GUIMARÃES, 2008).
O estudo de Carvalho et al. (2017), observou que a uma considerável parcela
da população estudada era inativa, no entanto relataram ter conhecimento sobre os
benefícios proporcionados pelo EF e sua importância para a saúde, nesse sentido a
inatividade física se justificou pelos empecilhos como a falta de interesse, problemas
visuais, falta de persistência, dores corporais, necessidade de descanso e doenças
psicológicas como a depressão que impediam a prática física.
Em relação ao EF prescrito pelo personal trainer, o resultado foi semelhante
ao estudo citado anterior mente que mostrou a caminhada como a principal
atividade, considerando se tratar de um exercício que pode ser praticado ao ar livre,
além de proporcionar inúmeros benefícios se praticado regularmente, tais como: a
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prevenção de doenças crônico-degenerativas, maximização da saúde psicológica,


manutenção da capacidade, reabilitação de doenças agudas e crônicas, no entanto
o estudo destacou que, a pratica da caminhada deve ser indicada por um
profissional capacitado, para promover benefícios positivos, principalmente a pessoa
idosa (CARVALHO et al.,2017),
O mesmo estudo ainda descreveu que foi observado que embora o PEF, seja
o profissional responsável pela prescrição do EF, uma considerável parcela dos
idosos recebiam aconselhamento de outro profissional, esse fato pode ocasionar
sobrecargas ao sistema cardiorrespiratório, tendo em vista que a realização
prescrição sem orientação correta inicialmente pode até trazer benefícios, mas no
decorre do tempo a variável da intensidade deve ser monitorada de forma continua
afim de proporcionar respostas positivas ao organismo, para que não ocorra
adaptação do corpo e os benefícios não sejam mais eficientes, além de que, a
escolha do tipo de EF deve ser orientada conforme as necessidades individuais,
respeitando as limitações impostas pela idade (CARVALHO et al., 2017).
Ainda de acordo com Carvalho et al. (2017) o personal trainer deve prescrever
para pessoas idosas, exercícios dinâmicos, especialmente os aeróbicos, dando
preferência a grandes grupos musculares, com frequência de três a sete vezes por
semana.
Diante do exposto, é notório que a inatividade ser combatida, com o objetivo
de prevenir as doenças provocadas pela inatividade física, ressaltando a relevância
da atuação do PEF para atendimento de aconselhamento, prescrição,
acompanhamento, prevenção, motivação, e promoção da saúde (CARVALHO et al.,
2017).
Contribuindo com os achados desse estudo Gonçalves (2017) ainda
caracterizou a maneira de atuar do personal trainer conforme sua forma de trabalho
prático desempenhado por meio de atividades individuais, no que se refere aos
aspectos sociais, emocionais, fisiológicos, pedagógicos, integrando as diversas
áreas, favorecendo uma atividade segura e prazerosa. Vale ressaltar a grande
responsabilidade do personal trainer, considerando que se tratar de uma pratica que
envolve a melhora da saúde, bem-estar e qualidade de vida, assim a qualificação
desse profissional é de extrema importância
Por fim o estudo de Lima et al. (2020), evidenciou em seu estudo que o PEF,
ao propor o EF, principalmente para idosos, seus métodos de promoção e incentivo
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motivacional, influenciam consideravelmente na adoção de um, estilo de vida


saudável e ativo na terceira idade.
Em relação às competências PEF o mesmo estudo acima citado destacou
dirigir e avaliar o EF, sendo ele o especialista no aconselhamento do EF. Assim o
reconhecimento do papel de centralidade do PEF com idosos, afirma a necessidade
da inserção desse profissional nos grupos da terceira idade, pois o
acompanhamento do personal trainer é uma maneira de incentivar a prática do EF, o
PEF é o maior colaborador em relação às melhorias da qualidade de vida do idoso,
pois promove autonomia, capacidade funcional e cognitiva, permitindo resultados
positivos, para um envelhecimento ativo e bem-sucedido (LIMA et al., 2020).
Ainda de acordo com Lima et al. (2020), foi observado em seu estudo que
uma das motivações que levam o idoso a aderir à prática EF, é profissional de
educação física, pois esse como condutor incentiva, aconselha e engaja a pessoa
idosa em grupos de convivência, aliado a prática de EF, enfatizando os benefícios
da prática dessa atividade em suas variadas dimensões,
Através do acompanhamento do personal trainer Lima et al. (2020) afirmam
melhorias na área psicossocial, como redução do estresse, da ansiedade, da
depressão, aumento da autoconfiança, autoestima, socialização, diminuição dos
riscos de demências e melhorias das condições de saúde cognitiva dessa
população.
Compete a esse profissional, a orientação do EF, nas suas muitas
manifestações: ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeiras,
danças, recreação, reabilitação, ergonomia entre outras. Além de intervir e orientar
indivíduos ou grupos de diferentes condições corporais e com necessidades de
atendimentos particulares, com o uso de diagnóstico próprio e definição de
procedimentos adequados para ministrar, orientar e planejar ações que visem
melhorar a saúde e a qualidade de vida do ser humano (LIMA et al., 2020).
Cooperando com essa pesquisa Tribess e Virtuoso Jr (2005) enfatizou que
para se elaborar os programas de exercícios físicos para idosos o personal trainer
precisa atentar para a avaliação do nível de dependência funcional (Quadro II). Pois
prescrição de EF precisa ser voltada ao nível de dependência funcional do idoso,
elevando a efetividade do programa e reduzindo os riscos para a pessoa idosa.
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Quadro II. Relação da função física em pessoas idosas categorizadas de acordo


com a funcionalidade nas Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida
Diária.
NÍVEL I
Fisicamente incapazes: totalmente dependentes
Fisicamente dependentes: realizam algumas atividades básicas da vida diária e são
Dependentes
NÍVEL II
Fisicamente frágeis: Realizam tarefas domésticas leves, prepara as refeições, faz
compras. Conseguem fazer algumas das atividades intermediárias e todas as Atividades
Básicas da Vida Diária, que incluem as atividades de auto-cuidado.
NÍVEL III
Fisicamente independentes: Conseguem realizar todas as atividades intermediárias da
vida diária, incluem os idosos com estilo de vida ativo, mas que não realizam atividades
físicas
de forma regular.
NÍVEL IV
Fisicamente aptos ou ativos: Realizam trabalho físico moderado, esportes deresistência e
jogos. São capazes de realizar as atividades avançadas da vida diária e a maioriadas
atividades preferidas.
NÍVEL V
Atleta: Realizam atividades competitivas, podendo disputar no âmbito internacional e
praticar esportes de alto risco.
FONTE: Tribess e Virtuoso Jr (2005).

A intensidade, duração, frequência e progressão do EF, são itens


fundamentais para de prescrição de EF seja de forma individualizada ou
sistematizada. Vale destacar que esses cinco elementos podem ser utilizados nas
prescrições de exercícios para pessoas de todas as fixas etárias e capacidades
funcionais, independentemente da existência de fatores de risco ou doenças.
Contudo, é preciso levar em consideração a condição individual da saúde de cada
indivíduo tais como: fatores de risco, características comportamentais, objetivos
pessoais e preferências de exercícios e até mesmo uso de medicações antes da
prescrição de EF(TRIBESS e VIRTUOSO JR, 2005).
O estudo de Tribess e Virtuoso JR (2005) afirmou que os objetivos da
prescrição de exercícios devem evidenciar a melhora da aptidão física, a promoção
da saúde, uma redução dos fatores de risco para doença crônica e assegurar
cuidado durante a participação em exercícios. Esses princípios gerais de prescrição
de exercícios aplicam-se também aos idosos. Porém como nos ouros estudos o
autor enfatizou que alguns cuidados precisam ser tomados em relação ao tipo,
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intensidade, duração e frequência do exercício em decorrência da vasta variação


dos níveis de saúde e aptidão física da pessoa idosa.
Outro estudo em concordância com os achados dessa pesquisa, mostrou que
a expectativa de vida aumento e consequentemente o número de idosos, assim
esse público vem diariamente buscando por profissionais que os acompanhem na
prática de exercícios físicos, no entanto o estudo ressalta a importância de se
contratar profissionais de Educação Física. Nesse sentido o PEF deve ser
capacitado para saber lidar com esse público, considerando suas vulnerabilidades,
doenças, perda de força, massa muscular e densidade óssea. Portanto, a principal
função do profissional é orientar esta população para que executam os exercícios de
forma correta, e assim não prejudiquem sua saúde (CIVINSKI; MONTIBELLER;
BRAZ, 2011).
Dentre as funções do PEF se encontra a de limitar e equacionar os exercícios
físicos para que eles sejam realizados de forma criteriosamente correta. Para que
um exercício seja eficiente não se faz necessário chegar à exaustão realizando
movimentos forçados com alta intensidade e longa duração, principalmente se
tratando de pessoas idosas, portanto o profissional deve ter as devidas precauções t
com o aumento da frequência cardíaca e o aumento da pressão arterial (CIVINSKI;
MONTIBELLER; BRAZ, 2011).
Outro estudo descreveu resultados semelhantes aos já discutidos nessa
revisão, ao citar os diversos exercícios e modalidades relacionadas aos benefícios
da saúde da pessoa idosa, destacando a caminhada como sendo o mais indicado
para essa faixa etária, porém, outras modalidades como: corrida, hidroginástica,
natação, musculação, podem ser orientados de acordo com cada especificidade,
pois cada tipo de exercício físico tem uma abrangência mais específica, para que se
enquadre dentro dos objetivos de cada pessoa e de seu tipo de treinamento
(VELASCO, 2006).
Vale destacar que para obter bons resultados é imprescindível ser constante
nas aulas, que deve ser de no mínimo três vezes por semana com aula de 45 a 60
minutos, para que possa perceber algum resultado. É importante lembrar que é o
PEF que irá supervisionar essas atividades, buscando assim resultados na medicina
junto aos exercícios físicos (CIVINSKI; MONTIBELLER; BRAZ, 2011).
O papel do personal trainer em acompanhar os exercícios físicos da pessoa
idosa, é de extrema importância, pois se mal executados podem também acarretar
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mudanças no estado de humor, distúrbios hormonais e aumenta a probabilidade de


lesões no aparelho músculo-esquelético, podendo ser de ordem ligamentar,
tendíneas, óssea e muscular (CIVINSKI; MONTIBELLER; BRAZ, 2011).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo cumpriu com os seus objetivos. Selecionando os artigos


necessários, demonstrou a importância do profissional de educação física para a
terceira idade, notadamente, no monitoramento dos exercícios físicos praticados por
idosos, e por via de consequência, na saúde e qualidade de vida dos mesmos.
Importante frisar que a hipótese suscitada foi confirmada, demonstrando que
opersonal trainer – além de figurar como promotor de saúde na terceira idade –
influencia na motivação de grupos de idosos voltados para a prática de exercícios
físicos, exercendo papel de destaque quanto a adesão e continuidade daqueles que
os integram.
Foi visto que o personal atuante nessas equipes transcende a competência
técnica, executando tarefas como condutor do grupo, articulador, educador,
comunicador, e até mesmo, figurando como mediador de conflitos.
Como consequência da execução de referidos exercícios físicos, coordenados
por profissional da área, restou demonstrado que os idosos são auxiliados no
tratamento de comorbidades como diabetes, hipertenção, doenças cardiovasculares
e outras, assim como, ajudados na recuperação decirurgias de câncer, ortopédicas,
artrites, questões relacionadas a equilíbrio corporal, e ainda, atuando como vetor de
estabilidade emocional.
Por obviedade, o tema proposto ainda não foi esgotado. Sendo necessária
uma pesquisa mais aprofundada, com envolvimento de todas as bases de dados
existentes na literatura. Além da análise completa, bem como, do esgotamento de
todos os artigos relacionados a questão proposta, qual seja, a relevância do
personal trainer para idosos praticantes de exercícios regulares.

REFERÊNCIAS
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VELASCO, C. Aprendendo a envelhecer: a luz da psicomotricidade. São Paulo:


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AGRADECIMENTOS
16

Agradeço imensamente, a todos que participaram dessa minha conquista. Aos


que colaboraram, direta ou indiretamente, na elaboração deste singelo trabalho: meu
muito obrigado! Igualmente, agradeço aos amigos e familiares que empreenderam
esforços para que eu chegasse à conclusão do curso. De forma especial, dedico
essa vitória a minha namorada Kallyne Pollyne Bezerra de Amorim. A minha filha,
meu anjo Yasmin Amorim Pontual, fonte de ternura. Vetor para meu equilíbrio
emocional nos momentos difíceis da jornada. A minha mãe, Severina Mendes da
Silva (in memorian). Onde estiveres, saiba que sem o seu caráter e seus esforços
desmedidos para me educar, tudo isso seria utopia. A meu orientador Pablo Rudá.
Sobretudo, agradeço a Deus, sem o qual o milagre da vida não seria possível e
nenhuma meta seria alcançável.

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