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Introdução à Teologia

ÍNDICE

Introdução ............................................................... 01
I – O que é teologia ................................................. 04
II – A importância de se estudar teologia ................ 05
III – Objetivos da teologia ....................................... 08
IV – Modelos de teologias ....................................... 09
V – Atitude para com a teologia ............................. 10
VI – A base da teologia ........................................... 13
VII – As divisões do estudo teológico ......................14
VIII – A sistematização da teologia ......................... 16
IX – Sistemas teológicos ......................................... 19
Conclusão ............................................................... 38
Bibliografia consultada ........................................... 39
Atividades Extraclasses .......................................... 40
Introdução à Teologia

INTRODUÇÃO
O conhecimento humano é alvo de estudo desde a
antiguidade. Alguns estudiosos conseguiram separar cinco
grandes áreas de conhecimentos que vamos nomear a seguir
para que possamos entender o seu desenvolvimento através
dos tempos.
a) O conhecimento empírico ou do senso comum –
é aquele conhecimento adquirido no dia-a-dia e
refere-se às questões práticas da vida. É o
conhecimento popular que formam nossos juízos e
opiniões que nos orientam a vida sem questiona-
mentos do seu significado ou sentido. Este
conhecimento é também conhecido como o conheci-
mento sensível ou dos sentidos, pois também tem
nos sentidos (tato, olfato, paladar, visão e audição) a
fonte de suas informações. É um conhecimento
adquirido mormente por nossa família. São as
primeiras impressões que temos do mundo desde
nosso nascimento. Exemplo disso vemos quando
ficamos enfermos, alguém nos diz que este ou aquele
chá resolve o problema, porque resolveu o de Fulano
ou o de Beltrano. Nós não questionamos se
realmente existe algum fundo científico naquele chá,
mas o tomamos pois dizemos: “se não fizer bem, mal
também não faz”. Outras fontes do senso comum são
os colegas, os vizinhos, etc. Quando um
conhecimento popular é comprovado pela ciência ele
deixa de ser do senso comum e passa a ser
científico.

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b) Conhecimento Mitológico – é um conhecimento


que tem como característica a busca da razão ou das
origens das coisas, dos seres vivos e do mundo. É
baseado em narrativas sobrenaturais que tentam
explicar a razão de tudo: da dor, do sofrimento, da
alegria, da beleza, do universo, etc. É geralmente
representado por seres como, no Brasil, o saci
Pererê, o curupira, a mula sem cabeça. No mundo
grego há um panteão de deuses e semideuses (filhos
de deuses com humanos) e que seus relaciona-
mentos geram as mais diversas situações na terra,
como as estações do ano, os trovões, as catástrofes,
etc.
c) Conhecimento Científico – É um conhecimento que
exige uma comprovação racional e dependente da
observação do experimento. Ele se deriva da crise
dos demais tipos de conhecimentos quando não
provam sua veracidade, ou não são claros. O
conhecimento científico procura explicar as razões
das coisas, comprovando-as e ampliando seu
conhecimento. Este tipo de conhecimento não aceita
a opinião ou o senso comum como fundamento para
se aceitar ou justificar uma afirmação.
d) Conhecimento Filosófico – É o conhecimento que
é fruto do uso da razão. A filosofia tem a razão como
instrumento para se chegar à verdade das coisas.
Diferentemente do conhecimento cientifico que exige
um método experimental, o conhecimento filosófico
exige um método racional. Desta forma os postulados
e as hipóteses filosóficas não poderão ser

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submetidos ao teste da observação. A filosofia está


permeada em todos os tipos de conhecimento.
e) Conhecimento Teológico – É o conhecimento que
é adquirido pela aceitação de verdades inquestio-
náveis da fé teológica, pois é fruto da revelação
divina, através de pessoas inspiradas, que trazem
respostas aos questionamentos fundamentais do ser
humano, tais como: Quem sou eu? De onde vim?
Para onde vou? O teólogo tem como tarefa provar a
existência da divindade e que os textos sagrados são
verdadeiramente inspirados e, desta forma, devem
ser aceites como verdades absolutas.
Empírico Mítico Científico Filosófico Teológico
Assistemático Razão/desrazão Sistemático Sistemático Sistemático
Acrítico Tempos heroicos Fatual Crítico Baseado na fé
Teórico – leis,
Valorativo Naturalista Valorativo Valorativo
fatos, teorias
Superficial – Uso de textos
conforma-se Heróis Conceitual Racional
sagrados
com a
aparência
Reflexivo Deuses Verificável Não verificável Dogmas
Falível Falível Falível Infalível Infalível

No mundo humanista e relativista de hoje, a verdade


deixou de ser absoluta para ser relativa. Não se tem uma
verdade, mas várias verdades: a minha, a sua, a dele(a), etc.
Na idade média a igreja era detentora da verdade e ela
conseguia manter as coisas ao seu modo porque era também
detentora do conhecimento científico. O que não era favorável
às suas crenças era descartado e suplantado por um dogma
(dogma é qualquer doutrina, ou ensino, de caráter indiscutível).
Por isso que a reforma veio através de pessoas do clero. Isto
permaneceu assim até o advento do iluminismo quando a igreja
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perdeu o poder sobre o conhecimento humano. O iluminismo


foi um movimento da elite europeia, do século XVIII, que se
libertou do conhecimento teológico intolerante da igreja da
idade média. Tinha como lema: a liberdade, o progresso e o
homem. Desde então, veio se construindo uma nova
mentalidade, uma nova postura diante da realidade e da
verdade. Paulatinamente a verdade passou a ser relativa, e
isso afetou consequentemente a teologia. O homem passou a
ser o centro de tudo, acentuando o foco do pensamento
humanista afetando todas as esferas do conhecimento
humano, inclusive a teologia.
Nesta nova mentalidade, a razão passou a ser explorada
e só se passou a aceitar como verdade aquilo que fosse
racionalmente aceitável ou comprovado pelo experimento, e
isso afetou consideravelmente nossa teologia.

I – O QUE É TEOLOGIA
A origem da palavra teologia deriva de duas raízes
gregas “theos” (Deus) e “logia” (estudo ou tratado). Mas,
quando afirmamos que teologia é o estudo ou o tratado acerca
de Deus, não dizemos muita coisa. É necessário que
expliquemos quem é esse Deus e como o conhecemos.
Podemos afirmar que conhecemos a Deus através de Sua
revelação, que é a base da teologia. Muitas ciências têm seu
proposito unicamente intelectual e outras puramente prático. A
Meteorologia, por exemplo, procura compreender a ação da
gravidade e a ação dos ventos com o propósito de prever o
tempo para nos prepararmos para qualquer adversidade. Do
mesmo modo a teologia que não se preocupa muito de saber
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como as coisas funcionam, mas sim qual o propósito de Deus


nelas. Não podemos confundir a teologia com as demais
ciências físicas pois podemos correr o risco de subordinar a fé
às descobertas científicas. Temos que tomar cuidado com
qualquer teologia ou interpretação bíblica que pretenda explicar
como as coisas são e funcionam. A teologia se preocupa em
afirmar que tudo o que existe é criação de Deus e está sob Seu
controle. Saber como elas funcionam é preocupação das outras
ciências. Exemplo deste problema está no caso de Galileu
Galilei que afirmou corretamente que não é o sol que gira em
torno da terra e sim o contrário. Essa verdade quase lhe custou
a vida, pois os teólogos da época criam baseados em Josué
10:13 que a Terra era o centro do universo e tudo girava em
torno dela. Por isso nenhum astrônomo podia afirmar o
contrário.

II– A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR TEOLOGIA


Certo dia estava viajando à noite com um missionário
amigo e sua família, quando admirávamos a lua cheia.
Comentávamos para as crianças que aquele brilho da lua era o
reflexo do sol. Em seguida um de seus filhos de cinco anos
disse com o olhar contemplativo: “eu sei como Deus fez o sol!”.
Antes que perguntássemos o como, ele arrebatou: “É que Deus
usou um fósforo beeem graaande”. Ainda que este fato seja
engraçado, ilustra perfeitamente que todos nós somos
teólogos. Teólogo é todo aquele que tem conhecimento e fala
a respeito de Deus. O termo teologia vem do grego “theos”, que
significa “Deus” e “logos”, que significa “palavra, tratado,
discurso”. Então teologia é o estudo ou o tratado acerca de
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Deus. E todas as vezes que pensamos em Deus estamos nos


envolvendo com a teologia. Por isso, não precisamos ser
crentes para sermos teólogos, pois o homem tem em sua
consciência e na criação fontes primárias de Sua revelação (Sl
19; Rm 1:18-20). Esta é a teologia real. Sendo assim, Sawyer
(2009), diz que é possível ser teólogo sem ser salvo, mas é
impossível ser salvo sem ser teólogo, pois a salvação vem
apenas da fé em Jesus Cristo.
O problema não é se seremos teólogos ou não, e sim
que tipo de teólogos seremos: bons ou maus? A resposta a esta
questão não está se somos ou não bons religiosos, e sim se
conhecemos ou não a Deus através de Sua revelação, a Bíblia,
e o que fazemos com este conhecimento. Jesus disse que o
importante não é apenas conhecer, ou ouvir, a Sua Palavra,
mas que além de conhece-la é importante que a pratiquemos
(Mt 7:24-26; ver Tg 1:22).
Outro problema que nos aparece é o fato de como
estamos extraindo o conhecimento de Deus da Bíblia. Isso fará
grande diferença em como vamos praticá-la. Se a fé vem pelo
ouvir (entender) a Palavra de Deus (Rm 10:17), então o como
estamos entendendo a Palavra de Deus fará a grande diferença
no como vamos praticá-la, já que a fé gera ação (Tg 2:14-26).
O apóstolo Paulo exorta os crentes de Corinto a que
devam amadurecer na Palavra de Deus, e isso de uma forma
sistemática, disciplinada (1 Co 14:20).
Muita gente vê a teologia como algo sem vida. Devemos
evitar os extremos. Realmente a teologia sozinha é sem vida,
tal qual um corpo sem a vida que o envolve. A visão do vale dos
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ossos secos que teve Ezequiel ilustra muito bem isso (Ez 37).
No início havia apenas ossos que foram sendo recebendo os
corpos, mas permaneceram sem vida. Foi necessário o sopro
de vida, do espírito, agir naqueles corpos para trazer vida a
todos eles e formar um grande exército. Veja só, somente o
espírito não resolveria se não houvesse os corpos, da mesma
sorte somente os corpos bem formados são insuficientes sem
a vida que lhes provoca ação. Assim é a teologia, ela precisa
da ação do sopro de vida pelo Espírito de Deus para que possa
gerar em nós algo prático que nos leva de encontro com a
vontade de Deus – a vida eterna. A teologia é a estrutura do
conhecimento de Deus necessária para a formação do nosso
entendimento que carece de uma sequência lógica para nossa
compreensão. Ao aliarmos esta compreensão à ação do
Espírito de Deus chegaremos mais próximo da estatura do
varão perfeito.
Outro detalhe importante de esclarecer é que o
esqueleto é necessário para sustentar o corpo e dar-lhe os
movimentos precisos para que possa mover-se. Quando era
garoto, de uns 7 anos de idade, eu caí de uma mureta e parti
meu braço esquerdo próximo do cotovelo. Quando me
engessaram o médico não teve o cuidado de pôr os ossos
numa posição certa e fiquei com uma pequena deformação. Por
muito tempo essa deformação me incomodou, pois não podia
pegar peso neste braço que me doía. Isso foi até minha
adolescência quando voltei ao médico que me examinou e me
disse que eu esperasse um pouco mais e procurasse exercitar
aquele braço por mais dois anos. Se não resolvesse, ele iria ter
que fazer uma cirurgia para quebrá-lo e colocá-lo na posição
correta. Durante aqueles anos todos, meu braço esquerdo não
me era completamente funcional pois estava torto. Isso ilustra
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que a teologia necessita de uma estrutura para poder funcionar


corretamente. Estruturas teológicas deformadas podem dar-
nos a impressão de que são harmônicas e até espirituais, mas
são pura ilusão. Nem tudo que parece lógico é correto.
Aristóteles, na sua busca da verdade, criou a lógica formal
como instrumento de se chegar ao conhecimento da realidade.
Um dos elementos da lógica é o silogismo que é composto de
duas premissas que nos levam a uma conclusão coerente,
como por exemplo: “Todos os seres humanos são mortais;
João é humano; Logo, João é mortal”. Mas, nem sempre esta
forma de pensar dá certo, como por exemplo esta analogia:
“Todos os planetas são esféricos; a terra é planeta; logo a terra
é esférica”, certo? Errado! A terra, apesar de ser um planeta,
ela é achatada em seus polos, por isso não é esférica. Também
é falsa a premissa de que todos os planetas são esféricos.
Mesmo que pareçam ser afirmações lógicas, elas não são
certas. Da mesma forma uma teologia sem estrutura correta,
não funcionará corretamente e poderá levar as pessoas a uma
compreensão e prática cristã equivocada podendo levá-las à
perdição eterna.

III – OBJETIVOS DA TEOLOGIA


1. Demonstrar a existência de Deus
Muitos dizem que o mundo surgiu do acaso, sendo ele a
causa de si mesmo. Entretanto a perfeição do mundo
demonstra o contrário desta teoria. Somente um ser perfeito
pode ser o mentor e criador de tudo o que há. Somente alguém
inteligente poderia tirar do nada tudo o que há. Então a
finalidade principal da teologia é demonstrar a existência deste
ser, Deus, o que responde a qualquer outra tentativa de explicar
a razão de tudo o que há, visível e invisível.

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2. Mostrar um Deus que se revela ao homem


A teologia procura mostrar Deus e Suas características
(personalidade, caráter, propósitos, etc.). Estudar Deus não é
um trabalho fácil, pois homens finitos e limitados procuram
conhecer a Deus, um ser infinito e ilimitado.

3. Explicar a razão da existência do homem


As três questões mais elementares que todos os homens
têm feito são: “quem sou eu? De onde ou vim? E para onde
vou?” A teologia dá respostas a estas questões mostrando a
queda do homem, a sua restauração e o futuro que Deus tem
preparado para ele.

IV – MODELOS DE TEOLOGIA
A teologia é geralmente vista como sapientia, scientia e
orthopraxis.

1. Teologia como Sapientia (Sabedoria)


O alvo da teologia como sabedoria é orientar a relação
entre o homem e Deus. Deste modo a teologia não se preocupa
apenas a mostrar algo acerca de Deus, mas de levar o homem
a uma relação prática com Deus. O puritano William Ames
definiu a teologia como “o ensino do viver para Deus”. (The
Marrow of Theology. P. 77)

2. Teologia como Scientia (Ciência)


Na Idade Média a teologia era conhecida como a “rainha
das ciências”. Grandes números de escritos foram elaborados
procurando resumir o conhecimento teológico e humano, sendo
que a teologia era a disciplina que exercia supremacia sobre
todas as áreas do conhecimento humano.

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3. Teologia como Orthopraxis (Ação correta)


A teologia sistemática não pode ser apenas uma ação
do pensamento humano ou da sistematização do pensamento
bíblico. A sabedoria é, antes de tudo, a boa prática do
conhecimento. Por isso a teologia deve nos levar uma ação de
se conhecer a Deus para pôr em prática seus estatutos. A
teologia é um meio de se avançar no Reino de Deus,
submetendo-se todas as coisas à obediência e ao senhorio de
Cristo.

V – ATITUDE PARA COM A TEOLOGIA


1. Fé
Ainda que o objeto da teologia é o conhecimento de
Deus, sem sombra de dúvida estamos entrando em um terreno
misterioso. Por mais que conheçamos a Deus, nos deparamos
numa fonte inesgotável de conhecimento, pois, como um ser
finito conhece um ser infinito? Se até mesmo na ciência
encontramos seus mistérios, como por exemplo, na medicina,
na astronomia, etc., o que não dizer da teologia? Quando nos
propomos conhecer Deus, temos que ter uma atitude de
reverencia, tal como Moisés diante da sarça ardente, quando
Deus lhe pediu para tirar as sandálias dos pés pois aquele lugar
era santo (Ex 3:5). Se não tomarmos uma atitude semelhante
corremos o risco de praticar uma teologia secularizada. É neste
sentido que dizemos que não se pode praticar corretamente a
teologia sem fé. A medida que conhecemos a Deus, nossa fé
aumenta e, degrau a degrau, vamos subindo e experimentando
uma nova relação com Deus.

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2. Amor à Revelação
Amar também é desejar. Desejar o que nos falta. Em
teologia na falta o aprofundamento, a reflexão e a meditação
sobre a revelação da Palavra de Deus. Se nos falta o amor,
ficamos na superficialidade do conhecimento de Deus e isso
nos faz permanecer como “meninos” que precisa sempre do
leite materno (1Co 3:2). Não é um conhecimento apenas pelo
conhecimento, mas esse conhecimento de Deus só tem sentido
se nos tornar melhores crentes, e consequentemente, melhores
pais, filhos, esposos, esposas, cidadãos, etc. É necessário que
alimentemos esse amor com a leitura, com o estudo, com
desejo e gosto pela revelação de Deus nas Escrituras e nos
textos e livros afins que nos auxiliam a melhorar este
conhecimento.

3. Estudar ou fazer teologia?


Estudar teologia nos dá impressão de algo que se
adquire pelo aprendizado. Sendo assim a teologia parece ser
algo fixo ou uma coisa que se pode dominar, como um objeto.
Sendo algo possuído dá-se a impressão de que pode ter um
proprietário. E a teologia bíblica não pode possuir outro
proprietário além de Deus. Depois a teologia não é somente um
saber que alguém se apropria. Ela é viva e tem movimento. Ela
é algo que vai além de nós, de nossa imaginação, e é isso que
nos puxa e nos impulsiona a seguir em frente em busca de mais
e mais. E o conhecimento que vamos adquirindo nos leva à
uma atitude perante o mesmo. O conhecimento que
conquistamos acerca de Deus só será valido se o pusermos em
prática na nossa vida cristã. Essa ideia de que estamos numa
busca constante da verdade bíblica nos faz entender que a
teologia é um fazer aberto, é uma obra inacabada sempre, onde

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o Espírito Santo nos leva mais e mais profundo tal como o


profeta Ezequiel ao entrar nas águas mais profundas (Ez 47:3-
5).

4. Compromisso com Deus


Bernardo de Claraval, abade e doutor da igreja (1090-
1153 d.C.) enumerou várias atitudes em relação ao saber
teológico. Disse ele: “Há os que querem saber só para saber –
e isso é torpe curiosidade; Há os que querem saber só para
aparecer – e isso é torpe vaidade; Há ainda os que querem
saber para vender a ciência, por exemplo, em troca de dinheiro
e de honras – e isso é torpe ganho; Mas há também os que
querem saber para edificar – e isso é amor; Há ainda os que
querem saber para edificarem a si mesmos - e isso é
prudência.” A teologia deve nos levar ao compromisso com
Deus e com sua obra na terra. Não pode terminar simplesmente
em saber, sem nos levar à prática da vontade de Deus e de
levar a outros a conhecê-lo. Não basta conhecer o que, mas é
importante saber o para que e o para quem. Sendo assim a
teologia é um ministério e o teólogo um servidor da Palavra em
favor da vontade de Deus na terra.
Para exemplificar veja a história abaixo:
Um certo jovem estudante britânico, passeando pela
China conheceu uma moça de rara beleza. Foi um
encantamento mútuo e silencioso, já que ambos desconheciam
o idioma do outro. Porém isso não impediu que se amassem.
Mas, aquele jovem teve que regressar ao seu país, prometendo
voltar um dia para viver em definitivo sob as luzes daquele
amor.
De volta à casa, a ansiedade pela chegada do carteiro
dominou seu coração. Até que um dia a tão esperada carta

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chegou, o que o levou às pressas ao tradutor para saber o


sentido daqueles signos ininteligíveis.
Cartas vão e vêm, até que aquele jovem começou a
sentir-se incomodado em ter que precisar sempre de um
tradutor. Pensava se o tradutor estava traduzindo com
fidelidade e profundidade o seu amor. Daí, começa a estudar o
chinês. Ainda que as cartas de sua amada continuassem
chegando, ele protelava responde-las na esperança de poder
ele mesmo escrever de seu próprio punho as nuances dos seus
sentimentos por ela. Seus estudos se aprofundaram e aquele
jovem se tornou um renomado conhecedor da cultura chinesa.
Só que o tempo que levou estudando fez com que as
lembranças daquela jovem amada fossem ficando obscuras
cada vez mais. Vez por outra vinha ao seu coração uma doce
saudade, mas os compromissos acadêmicos e a idade não lhe
permitiam tal aventura. Era o triste fim de uma história repleta
de promessas de felicidade. Ele agora dominava o idioma da
amada, mas escapara-lhe falar com ela de coração a coração
a ponto de perdê-la. Ele aprendeu por amor e desaprendeu a
amar.

VI – A BASE DA TEOLOGIA
Cada religião tem seus escritos sagrados que são a base
de suas doutrinas ou teologia. Os Vedas e os Upanishades são
os livros sagrados bases da teologia hindu, o Alcorão é a base
da teologia muçulmana, ou islâmica, o Livro dos Mórmons é a
base da teologia mórmon, etc. Para nós cristãos, a Bíblia é a
base da nossa teologia. Por isso, compreendê-la é
importantíssimo para que possamos ter uma teologia sólida.
Para essa compreensão, o teólogo precisa conhecer e respeitar
as ciências afins como hermenêutica, exegese, geografia e
cultura bíblia, etc., a fim de entender seus enunciados e assim
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poder extrair a revelação divina de suas páginas. A


sistematização da teologia é importante para pormos ordem
nos conhecimentos e nas fases de aprendizado das Sagradas
Escrituras, tendo em consideração que uma doutrina só é
bíblica quando encerrar tudo o que a Bíblia diz a respeito dela.

VII – DIVISÕES DO ESTUDO TEOLÓGICO

Apesar de se chamar de teologia a tudo o que se refere,


de alguma forma a algo relacionado a Deus, e com as coisas
divinas, nosso propósito aqui é enumerar as divisões da
teologia que diz respeito à Bíblia.

1. Teologia Bíblica
a) Teologia do Antigo Testamento – O propósito principal
da teologia do AT é traçar a revelação progressiva de
Deus nas Escrituras desde a criação, mostrando como o
conhecimento de Deus vem crescendo através dos
séculos.
b) Teologia do Novo Testamento – É uma continuação da
revelação divina do AT que serve de pano de fundo para
o cumprimento de vários propósitos divinos, tal como o
advento do Messias e seus desdobramentos. Cada autor
vê os ensinos de Jesus e da revelação bíblica sob um
prisma diferente, mas que se complementam formando
todo um bojo teológico, dando-nos um entendimento
completo das doutrinas ensinadas.

2. Teologia Histórica
Investiga a compreensão progressiva do cristianismo e
da verdade revelada por Deus em todos os aspectos da vida
humana. Essa teologia procura entender o passado com o
passado. Isto é, Como as gerações passadas entendiam e
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ensinavam a fé cristã e porque a entendiam assim? Essa


teologia é hibrida pois deriva tanto da teologia como da história.
Entende-se que Deus, como sendo o Senhor da história, se
revela respeitando os aspectos culturais e históricos daqueles
a quem dirige sua revelação.

3. Teologia Exegética
Analisa a Bíblia usando as técnicas da exegese e das
regras hermenêuticas.

4. Teologia Apologética
A apologética é a teologia que defende as verdades
bíblicas de doutrinas contrárias, ou das heresias,
demonstrando de forma firme e consistente o correto
entendimento de determinado assunto ou doutrina da Bíblia.

5. Teologia Prática
Pretende aplicar o conhecimento bíblico adquirido à vida
prática da igreja e o modo como ela comunica estes
conhecimentos aos demais.

6. Teologia Sistemática
É ramo da teologia que segue um esquema projetado
pelo homem, procurando incorporar neste sistema toda a
verdade revelada acerca de Deus e tudo o que o envolve.

7. Teologia Moderna
a) Liberalismo – Provindo do Iluminismo sua intenção é
ser moderna e ao mesmo tempo cristão. Fundada por Friedrich
Schleiermacher, que afirmava que a fé cristã é um amálgama
de racionalismo iluminista que tem a experiência religiosa como
autoridade fundamental para a teologia.

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b) Ecletismo – Era uma escola mediadora que tentava


intermediar a teologia iluminista com a ortodoxa. Seus teólogos
eram ortodoxos mas denunciavam a mecanização dos credos
e dogmas em que o cristianismo havia ingressado.
c) Reformismo – Houve no final do século XIX um
florescimento do calvinismo na Holanda, afetando os EUA.
Entre os teólogos calvinistas está o batista A. H. Strong, que
deu uma contribuição significativa.
d) Neo-ortodoxia ou teologia dialética – No início do
século XX o liberalismo clássico estava em declínio. Karl Barth,
o pai da neo-ortodoxia, produziu um volume imenso de estudos
acadêmicos na área da teologia, sendo o mais importante a
“Dogmática Cristã” em 26 volumes, iniciada em 1932. Essa
teologia surgiu com um protesto ao neoprotestantismo voltando
aos princípios da reforma protestante do século XVI.
e) Outros teólogos do século XX – Durante a segunda
metade do século XX dois teólogos surgiram como importantes:
Wolfhart Pannemberg que teve sua obra de teologia
sistemática traduzida para o inglês, cujo tema principal é a
“revelação como história” e Jurgen Moltmann cuja teologia foi
denominada de “teologia da esperança”. Ele foi considerado o
pai intelectual da teologia da libertação, da teologia negra e da
teologia feminista.

VIII – A SISTEMATIZAÇÃO DA TEOLOGIA


O objetivo principal da sistematização da teologia é o de
tratar todos os temas necessários por ordem e de forma
organizada para que se possa ter uma visão detalhada de cada
um. Desta forma o estudante da Bíblia pode ter um
conhecimento pleno do ensino teológico da Bíblia.

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Introdução à Teologia

O estudo da teologia tem o propósito de fornecer um


alicerce para a fé e a prática no cotidiano. Já dissemos que a
teologia é feita diariamente, pois o termo realmente quer dizer
“tratado ou ensino sobre Deus”. Entretanto há muitas palavras
ditas sobre Deus no dia-a-dia, que faltam fundamento bíblico
firme. O estudo teológico tem como função verificar com
precisão os posicionamentos que se faz no dia-a-dia, e também
corrigir os erros que se faz ao se fundamentar práticas, opiniões
e decisões tanto no secular como no religioso.
A teologia sistemática bíblica fundamental trata de dez
temas doutrinários principais:

1. Deus – Teontologia ou Teologia Própria


Estuda sobre: a existência de Deus; Sua revelação em sua
Palavra divina; a prova bíblica da existência de Deus; os
atributos de Deus; os nomes de Deus; o decreto de Deus; a
Trindade; o ateísmo – negação da existência de Deus; os falsos
conceitos sobre Deus; o teísmo – o pensamento cristão sobre
Deus; e as provas racionais da existência de Deus.

2. Cristo – Cristologia
Estuda sobre: a pessoa de Jesus como o centro da fé; o
Jesus histórico e o Cristo da fé; o significado teológico da morte
e da ressurreição de Jesus; os principais títulos cristológicos; e
os desdobramentos principais da reflexão cristológica
sistemática para os dias atuais.

3. Espírito Santo – Paracletologia ou Pneumatologia


Estuda sobre: a natureza e os propósitos do Espírito Santo;
a personalidade e a divindade do Espírito Santo; a obra do
Espírito Santo na graça comum e o batismo no Espírito Santo.

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Introdução à Teologia

4. Homem – Antropologia
Estuda sobre: as principais teorias acerca da origem do
homem à luz das Escrituras Sagradas; o processo de criação
do homem segundo a Bíblia; o conceito de espécie e as
possibilidades quanto à diversidade racial; as teorias relativas
à natureza constitucional do homem e a origem da alma
humana.

5. Pecado – Hamartiologia
Estuda sobre: o conceito de pecado, a origem do pecado na
esfera celestial, o processo de tentação e a queda do homem,
na esfera terrena; as principais correntes teológicas referentes
ao pecado original; e as consequências do pecado sobre Adão
e sua descendência.

6. Salvação – Soterologia
Estuda sobre: Deus e a origem da salvação; a salvação; o
arrependimento; a conversão; a adoção; a regeneração; a
justificação; a santificação; o crescimento espiritual; a
preservação na salvação.

7. Anjos – Angelologia
Estuda sobre: Definição do termo anjo; a criação dos anjos;
quem são os anjos; a organização angelical: anjos, arcanjos,
serafins, querubins; os anjos no Novo Testamento; os anjos
caídos.

8. Igreja – Eclesiologia
Estuda sobre: A natureza da igreja e sua missão; a visão que
grandes estudiosos da igreja tiveram sobre ela; os dons
ministeriais mostrando as diferenças existentes entre eles,
trazendo ao aluno uma compreensão do lugar de cada pessoa
no corpo de Cristo.
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Introdução à Teologia

9. Escrituras – Bibliologia
Estuda sobre: a importância das Escrituras; a Bíblia como
livro; os livros antigos; a estrutura da Bíblia; o tema central da
Bíblia; a Bíblia como a palavra de Deus; o cânon da Bíblia e sua
evolução histórica; preservação e tradução da Bíblia; a
sequência da história bíblica; cronologia bíblica; a tradição oral;
surgimento da escrita; materiais usados na escrita na Bíblia; as
línguas da Bíblia; os manuscritos; a Bíblia em português;
revelação e inspiração da Bíblia.

10. Porvir - Escatologia


Estuda sobre: os métodos de interpretação da escatologia;
das teorias pré, pós e meso tribulacionista, com prioridade e
ênfase à abordagem teológica denominada de
dispensacionalismo pré-tribulacionista que distingue o plano
de Deus para Israel e para a Igreja, e seus envolvimentos
dentro de cada cenário; o arrebatamento; a grande tribulação;
o tribunal de Cristo; as bodas do Cordeiro; o milênio; o grande
trono branco e o perfeito estado eterno.

XIX – SISTEMAS TEOLÓGICOS

1. Teologia Ortodoxa
A ortodoxia oriental é vista por muitos ocidentais como uma
versão da Igreja Católica Romana, com alguns diferenciais
como seus sacerdotes que podem se casar e por não
reconhecer a autoridade papal sobre ela.
Agostinho foi um grande modelador da teologia ocidental,
pois tanto o protestantismo como o catolicismo vêm seu
pensamento como padrão. Já no Oriente ele não tem voz tão
ativa no desenvolvimento da teologia.
Em 1054 houve a excomunhão recíproca do patriarca de
Constantinopla e do papa Leão IX, fato este conhecido como o
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Oséas Macedo de Paula 19
Introdução à Teologia

Grande Cisma. A razão daquele cisma remonta a tempos


antigos da igreja. Estas diferenças, entre outras, são acerca do
primado do papa sobre as demais igrejas; do uso de estátuas
e dos ícones na adoração, pelas igrejas ocidentais e orientais
respectivamente; a subordinação da igreja ao Estado e o
celibato dos sacerdotes, etc.
A distinção teológica também era um fator importante que
levou a ruptura das duas igrejas. Enquanto o Oriente mantinha
uma liturgia e uma doutrina mais conservadora o Ocidente tinha
uma teologia mais liberal e adaptável às mutações das
circunstancias. Os usos e costumes do Oriente era mais
homogêneo enquanto o Ocidente lutava por uma pluralidade de
culturas locais e regionais. A teologia do Oriente procurava
manter a crença na deificação da pessoa nesta vida enquanto
a teologia do Ocidente cria no destino individual do cristão no
mundo vindouro.
a) Deus - Um dos pontos centrais da teologia ortodoxa é
que Deus é em si mesmo transcendente e
desconhecível pelo homem. Sendo assim sua teologia
era apofática, isto é, da negação. Ela diz que somente
podemos fazer afirmações negativas sobre Deus e não
positivas. Por exemplo: “Deus não é finito” em vez de
dizer “Deus é infinito”.
b) Trindade – Sua teologia é trinitária, isto é, Deus é um
ser composto de três pessoas, Pai, Filho e Espírito
Santo. E esse Deus criou o homem à Sua imagem e
semelhança. Ao contrário do Ocidente, a Igreja
Ortodoxa vê a trindade como uma verdade prática e não
uma abstração teórica como vê a Igreja Ocidental.
c) Filioque (latim = “e o Filho”) – As diferenças entre
Oriente e Ocidente foram mais acirradas na questão
sobre a inserção do termo “filioque” ao Credo Niceno.
Em 381 o Concílio de Constantinopla declarou que o
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Oséas Macedo de Paula 20
Introdução à Teologia

Espírito Santo procede do Pai. Nisto toda a igreja havia


concordado. Porém, em 589, no Concílio de Toledo, foi
adicionado que o Espírito Santo procede do Pai e do
Filho. Nisso o Oriente protestou dizendo que o Ocidente
o fez sem a autorização do Oriente, fato ilegítimo à luz
da natureza ecumênica do credo e também afirmaram
que esta declaração do filioque era uma heresia. O
Oriente sempre afirmou que o Pai é a fonte da divindade
e o não gerado.
d) Imagens – As duas igrejas também se divergiam acerca
do tratamento que se dá às imagens. Na Igreja
Ortodoxa os ícones são totalmente aceitáveis, mas as
estátuas são abolidas. Esse assunto dos ícones foi
motivo de debates e controvérsias nos séculos VIII e IX,
sendo que sua aprovação e reprovação eram
alternadamente postas em vigor por cerca de cem anos.
Os ortodoxos, quando se prostram diante de um ícone
os vêm como um símbolo e não como idolatria. Para
eles a veneração não é dirigida ao objeto material, e sim
o que ele representa.

2. Teologia Católica Romana


Esse termo, “catolicismo romano” surgiu com a reforma
protestante no século XVI. Mas, os católicos se consideram
membros da igreja mãe e universal, fundada por Cristo e
governada pelo papa, que herdou de Pedro o vicariato de
Cristo.
O papado surgiu quando o Imperador Constantino dividiu o
Império Romano em Ocidental, com sede em Roma, e Oriental,
com sede em Constantinopla. Nos séculos seguintes, Roma foi
saqueada e invadida pelos bárbaros do norte, colapsando a
autoridade política de Roma. Nesse tempo, o bispo de Roma
usou de sua influência salvando a cidade e assumindo a
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Oséas Macedo de Paula 21
Introdução à Teologia

autoridade política que pertenciam às autoridades civis. Aos


poucos o papa passou a estender sua autoridade política e
eclesiástica por todo o Ocidente. Mas, somente em 600 d.C.,
durante o papado de Gregório, o grande, é que a igreja
ocidental foi unificada e assumiu o que conhecemos hoje como
Igreja Católica Romana.
Mais tarde, houve uma ruptura no Império Romano entre o
Ocidente (latino) e o Oriente (grego), resultando em duas
igrejas separadas cada uma com seu idioma, sua liturgia e
teologia.
Durante a Idade Média a igreja romana caiu em decadência
moral, política e teológica quando surgiram várias doutrinas
heréticas baseadas na tradição e nos livros apócrifos. Esta
situação chegou ao cúmulo quando a venda das indulgencias
para pagar perdão de pecados, com intuito de arrecadar fundos
para a construção da Basílica de São Pedro, levou à reforma
protestante, encabeçada por Martinho Lutero no século XVI.
Lutero questionou a validade das indulgencias afirmando que a
salvação é pela fé e não pelas obras, como afirmava o
catolicismo.
O crescimento do protestantismo levou a Igreja Católica
Romana a convocar o Concílio de Trento (1543-1563), cuja
preocupação não era conter o avanço do protestantismo mas,
sim, corrigir os abusos que levaram à Reforma Protestante,
procurando definir sua própria teologia. Neste concílio foi
declarada duas fontes de autoridade teológica dentro da igreja:
a Bíblia e a tradição oral. A tradição oral vinha trazer respostas
para aqueles assuntos de fé e prática que a Bíblia silenciava,
mas que foram comunicados oralmente pelo próprio Cristo e
transmitidos também oralmente pelos seus apóstolos.
Foi a partir deste concílio que o papa começou a ter
autoridade sobre os demais concílios, o que levou o Concílio do
Vaticano I a promulgar e formular a doutrina da infalibilidade
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Oséas Macedo de Paula 22
Introdução à Teologia

papal, legalizando uma doutrina que vinha na prática desde a


Idade Média.
O Concílio do Vaticano II, convocado pelo papa João XXIII
em 1962, veio a ser o concílio mais importante da Igreja
Católica Romana desde o de Trento. Este concilio reafirmou a
infalibilidade papal estendendo esta infalibilidade aos bispos
desde que exerça esta autoridade com o papa. Outra mudança
foi o papel dos leigos como membros da igreja, pois até então
somente era membro da igreja os sacerdotes. Também surgiu
neste concilio uma mudança nas fontes de autoridade aceite no
Concílio de Trento. Agora a fonte de autoridade teológica é
apenas a Bíblia, sendo que as tradições são apenas o modo
tradicional de se interpretar as Escrituras. Depois deste concílio
a igreja começou a dar ênfase à evangelização, numa ofensiva
de conter a perda de fiéis para as igrejas protestantes,
nomeadamente os evangélicos pentecostais.

3. Teologia Luterana
Durante cerca de cento e vinte anos antes da Reforma o
descontentamento teológico e espiritual com a desposada pela
Igreja Católica Romana estava em ebulição. John Wycliffe, no
século XIV, desafiou a autoridade temporal e espiritual do papa
sobre todas as questões terrenas dos seres humanos. Ele
também negava a transubstanciação, o poder sacramental dos
sacerdotes e o sacrifício da missa, dizendo que a estrutura
cerimonial da igreja interferia na verdadeira adoração a Deus.
Isso lhe rendeu a prisão domiciliar o que não impediu que a
proliferação de sua doutrina na Inglaterra e na Europa.
Além de Wycliffe, João Huss declarava que não é o papa o
cabeça da Igreja e sim Cristo. Em resposta aos ensinos de
Huss o papa interditou a Boêmia, e deu-lhe salvo-conduto para
comparece ao Concílio de Constança, onde foi condenado
como herege e queimado na fogueira, quebrando a promessa
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Oséas Macedo de Paula 23
Introdução à Teologia

de salvo-conduto, afirmando que uma promessa feita a um


herege não tem validade.
Outros fatores que contribuíram para a reforma foram o
surgimento do humanismo e o declínio do escolasticismo.
O humanismo coloca o homem como o centro de tudo,
desconsiderando tudo acerca de Deus e Sua revelação.
Desidério Erasmo de Roterdã (1466-1536) contribuiu
grandemente com a reforma ao editar o Novo Testamento
grego em sua forma original, sem os retoques comuns das
versões católicas.
O escolasticismo era o método teológico dominante antes da
Reforma. Este método procurava integralizar todo o
conhecimento teológico em torno de uma só ideia. Entretanto
este método foi criticado e desdenhado com a caricatura de
teólogos escolásticos debatendo sobre quantos anjos podem
dançar sobre a cabeça de um alfinete. Esta caricatura
demonstra o absurdo que era esse método.
a) Reforma Protestante – Há quem diga que se Lutero não
tomasse a tarefa da reforma para si, outro faria, porque
todo o ambiente para ela ocorrer já estava montado.
Lutero entrou para o sacerdócio em 1507 e em sua
primeira missa ficou tão amedrontado da santidade de
Deus que tentou correr do altar. Diante de suas
introspecções que o levava a conflitos interiores, o seu
abade o orientou a buscar mais informações para mantê-
lo ocupado, o que o levou a receber o grau de doutorado
em 1511. Lutero só se tranquilizou quando entendeu que
a justiça de Deus é um dom e não uma punição. Isso lhe
deu base para a teologia luterana reformista que se
resume nas quatro solas.
1) Sola gratia – a justificação e a salvação somente vêm
pela graça de Deus.

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Oséas Macedo de Paula 24
Introdução à Teologia

2) Sola fide – Somente a fé é o meio de se apropriar da


salvação, que é pela graça, sem as obras da lei.
3) Sola Scriptura – A única fonte de fé e prática é a
Bíblia Sagrada. Somente através dela o homem pode
conhecer a Deus e sua vontade, além de ser a única
base do conhecimento teológico.
4) Solus Christus – A redenção de Cristo é o centro das
Escrituras e a comunhão do crente com Cristo é o fato
central da vida cristã.

Apesar de todas as mudanças teológicas, o luteranismo


manteve algumas práticas do catolicismo. Por exemplo, o
batismo de crianças é um ponto crítico. Esta prática está em
conflito com as Sagradas Escrituras, pois coloca a igreja como
mediador na salvação.
Outra problemática luterana é a eucaristia. Eles mantêm a
doutrina da consubstanciação que é mui próxima da doutrina
da transubstanciação católica romana. Essa doutrina afirma
que os elementos da santa ceia são transformados fisicamente
no corpo e no sangue de Cristo. Os luteranos creem que esta
presença de Cristo é espiritual, pois seria impróprio afirmar que
é física pois os elementos permanecem fisicamente como são,
pão e vinho.

4. Teologia Reformada
Essa teologia diz respeito ao Calvinismo associada à
reforma franco-suíça liderada por João Calvino e a reforma
germano-suíça liderada por Ulrico Zwinglio. A teologia
reformada não diferia substancialmente da teologia luterana. As
diferenças ficavam na crença de Lutero de que a igreja não
podia permitir qualquer coisa que a Bíblia proibisse, e os
reformadores criam que a igreja não devia permitir todas as
coisas que a Bíblia não autorizava.
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Oséas Macedo de Paula 25
Introdução à Teologia

a) Deus – a real intensão de Calvino ao escrever sua mais


famosa obra “As Institutas”, é o conhecimento de Deus.
Ele assinala dois tipos de conhecimento de Deus, a
natural (pela consciência humana) e sobrenatural (pelas
Escrituras), sendo que somente por este último é que o
homem pode ter o verdadeiro conhecimento da
divindade. Para ela a Palavra de Deus se apresenta de
duas formas: em Cristo, a palavra encarnada; e nas
Sagradas Escrituras, a palavra escrita.
b) Humanidade – Para Calvino, a imagem e semelhança de
Deus no homem está em sua alma, e que essa imagem
ficou distorcida com a queda. A queda fez desaparecer a
fé necessária para sua salvação. Por causa da queda o
pecado passou, por herança, a todos os homens.
c) Salvação – É necessária a ação do Espírito Santo para
conceder fé ao homem para que seja salvo. Já que a
queda extinguiu a fé no homem, ela necessita ser
recriada na pessoa para que ela venha a Cristo. A
salvação é apenas pela fé e não pelas obras, tal como
Lutero ensinava.
d) Predestinação – Apesar de Calvino não dar muita
ênfase na doutrina da predestinação, sua ênfase está na
doutrina da salvação. Somente no final do terceiro
volume de suas “Institutas” é que Calvino fala sobre o
assunto. Ele cria na ideia de Agostinho de que Deus
escolhe quem receberá a vida eterna e também quem
estaria perdido para sempre.
e) Eclesiologia – Para Calvino há duas formas de se
distinguir se uma igreja é verdadeira ou falsa: Onde se
prega a Palavra de Deus e os sacramentos administrados
segundo Cristo instituiu. Para ele a verdadeira igreja é
aquela que segue os moldes do Novo Testamento, com
os quatro ofícios bíblicos: O pastor (encarregado da
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Oséas Macedo de Paula 26
Introdução à Teologia

ministração da Palavra, dos sacramentos e da disciplina);


o Mestre (encarregado da interpretação e ministração da
Palavra); os Presbíteros (encarregados de supervisionar
e disciplinar, em parceria com o pastor, zelando pela vida
espiritual e moral dos crentes); e os Diáconos
(encarregados de cuidar dos pobres).
f) Sacramentos – Calvino admitia, juntamente com os
outros reformadores, a existência de apenas dois
sacramentos: Batismo e Santa Ceia. Quanto a este
último, Calvino diferia de Lutero e de Zwinglio quanto aos
elementos. Ele cria que os elementos permaneciam
inalterados e a presença de Cristo neles era apenas
espiritual (consubstanciação), enquanto que Lutero cria
que os elementos se transformava literalmente no corpo
e sangue de Cristo (transubstanciação) e Zwinglio cria
que os elementos eram apenas símbolos, um memorial.
Quanto ao batismo Calvino, contrariava a Lutero e à
Igreja Católica Romana, afirmando que ele não salva o
crente e que serve apenas para fortalecer a fé. Ele
concordava com os demais quanto ao batismo de
crianças como sinal de aliança tal como a circuncisão era
para os judeus do Antigo Testamento.
Após a morte de Calvino, uma reação às suas doutrinas e
ensinos começou a ser gerada pela Europa a começar de
Teodoro Beza, amigo de Lutero. Beza desenvolveu a doutrina
da expiação limitada que afirma que a cruz de Cristo redime
apenas os eleitos. Isto é, Cristo não resgatou aqueles a quem
Deus não elegeu.
Beza desenvolveu uma proposição teológica conhecida
como supralapsrianismo (supra lapsum = “acima ou antes da
queda”) que entende que Deus decretou primeiramente a
salvação e a perdição antes da permissão da queda de Adão.
A proposição oposta a esta é a infralapsarianismo (infra
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Oséas Macedo de Paula 27
Introdução à Teologia

lapsum – “abaixo ou depois da queda”) que entende que o


decreto divino quanto a eleição foi posterior à permissão da
queda.
SUPRALAPSARIANISMO INFRALAPSARIANISMO
1. Alguns eleitos, outros reprovados 1. Decreto para criar todos os seres
humanos
2. Criação tanto dos eleitos quanto os não 2, Permissão para a queda
eleitos
3. Permissão para a queda 3. Provisão da salvação para os seres
humanos
4. Provisão de salvação para os eleitos 4. Eleição de alguns, reprovação passiva
para outros
5. Aplicação da salvação dos eleitos 5. Aplicação da salvação dos eleitos, os que
creem.

Jacó Armínio, um dos alunos de Beza, começou a


questionar a doutrina reformada da predestinação, pois cria que
ela fazia Deus autor do pecado. Assim adotou uma doutrina de
que a salvação é o resultado da misericórdia divina e favor de
todos os homens. Afirmava que Deus escolhe o ser humano
para salvação baseado unicamente em Sua graça que é
recebida pela fé. Ele cria que Cristo morreu por toda
humanidade. O ser humano possuía o livre-arbítrio e que isso
vai contra a doutrina calvinista da depravação e incapacidade
total. Para ele os eleitos são aqueles que respondem com fé ao
chamado do Espírito Santo. Armínio cria que a predestinação
era condicional. Deus em sua presciência (pré-conhecimento
passivo) sabe da decisão humana de crer ou rejeitar a Cristo.
Acoplada a esta doutrina está a crença de que o ser humano
pode rejeitar e abandonar a salvação ao decidir negar a fé e a
graça de Deus, pois se alguém é livre para escolher a salvação,
também o é para posteriormente rejeitá-la.

5. Teologia Wesleyana
Um dos teólogos e pregador mais influente do século XVIII
foi John Wesley (1703-1791). Ele foi influenciado pelas ideias
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Oséas Macedo de Paula 28
Introdução à Teologia

de Armínio, no que tange ao entendimento da expiação


universal e do esforço do homem. A força da teologia de Wesley
foi a santificação. Wesley, juntamente com seu irmão Charles,
formaram um grupo chamado Clube Santo para promover a
autonegação e um esquema organizado de horários pra
oração, leitura e meditação bíblica. Deste método surgiu o
termo “metodismo”. O entendimento teológico de Wesley era
de que deveria estar bem com Deus por meio da piedade, da
bondade moral, da obediência universal e rígida observação de
todos os mandamentos divinos. Apesar de todo seu rigor,
Wesley não se sentia seguro quanto à sua salvação. Este modo
de ver a vida cristã, teve uma reviravolta depois de seu contato
com os morávios em um navio. Durante uma tempestade esses
cristãos simples, permaneceram tão serenos que contagiou seu
coração. Numa noite em Londres, ao ouvir a leitura de uma
introdução de Lutero à carta aos Romanos, ele sentiu que cria
somente em Cristo para a salvação e se sentiu seguro de que
Ele tomou seus pecados e o salvou da lei e da morte. Wesley
afirmava que a santificação é a “segunda benção” da graça (a
primeira é a salvação), consumada pelo batismo no Espírito
Santo. O pentecostalismo wesleyano foi formulado por Charles
Fox Parham em 1900, que dizia que a evidencia inicial do
batismo no Espírito Santo é a glossolalia (falar línguas) que
seria a “terceira benção”. Alguns deixaram de lado a
santificação e começaram a dar ênfase ao batismo no Espírito
Santo às evidencias do poder divino. Em 1906, na Rua Azuza,
Los Angeles, EUA, marcou-se o início do movimento
pentecostal mundial. Entretanto muitos líderes que enfatizavam
a santidade, se afastaram do movimento pentecostal.
a) Teologia Própria – Os wesleyanos criam que Deus
predestinou a todos os que cressem em Jesus para a
salvação. Wesley negava que houvesse decretos divinos
para alguns serem salvos e outros para serem perdidos.
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Oséas Macedo de Paula 29
Introdução à Teologia

Ele cria que Deus cuida e governa soberanamente o


mundo.
b) Doutrina do homem – Cria profundamente no pecado
original e que sem a assistência da graça divina os
homens são incapazes de escolher a salvação. Os
homens são livres para escolher entre a salvação e a
perdição.
c) Pecado original – sustenta que o pecado é transmitido
de pais para filhos da mesma forma que as
características físicas. Mas a culpa pelo pecado original
foi cancelada pela obra de Cristo na cruz.
d) Salvação – a salvação é iniciada por Deus, mas o
indivíduo deve cooperar com a salvação (sinergia) que
vem pela graça, podendo ser resistida. Cria na
justificação pela fé, e o fruto da justificação é o
testemunho da transformação pessoal.
e) Santificação – tudo começa com a graça divina, seguida
da convicção, tristeza e arrependimento. O arrependi-
mento leva à fé salvadora e à justificação. Em seguida
vem a regeneração e a adoção na família de Deus. A
santificação capacita o crente a romper com a vida
pecaminosa anterior.

6. Teologia Dispensacionalista
O dispensacionalismo é uma doutrina teológica e
escatológica interdenominacional que afirma que a segunda
vinda de Jesus será um acontecimento que envolve o
arrebatamento dos salvos, seguido de um período de sete anos
de tribulação que findará com a batalha do Armagedom e o
estabelecimento do reino milenar de Cristo na terra. As
principais características do dispensacionalismo são:
a) Autoridade das Escrituras – A Bíblia é única revelação
verbal e inerrante de Deus para a Igreja. Esta verdade é
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Oséas Macedo de Paula 30
Introdução à Teologia

universal entre todas as igrejas evangélicas. Esta


ecumenicidade evangélica em torno da Bíblia, é a base
da disseminação dos conceitos dispensacionalistas.
b) A igreja e Israel – A teologia dispensacional, vê os dois
testamentos falando a um único povo de Deus, chamado
“Igreja”. As distinções entre judeus e gentios foi
eliminada. As bênçãos materiais e políticas prometidas a
Israel não são aplicáveis à igreja, mas serão cumpridas
na era do futuro Reino Milenar.
c) Pré-milenarismo – o dispensacionalismo é uma
subdivisão do pré-milenarismo, a teoria que Jesus voltará
pessoalmente e reinará como Rei sobre toda a terra por
mil anos. Ainda afirmam que antes deste tempo de mil
anos, Deus manifestará sua ira sobre a terra por um
período de sete anos que será antecedido pelo
arrebatamento da Igreja.

7. Teologia Liberal
Movimento teológico surgido entre o final do século XVIII e
início do século XX. Ao relativizar a autoridade da bíblia
estabeleceu-se uma mistura de doutrina bíblica com a filosofia
e a as ciências da religião. Qualquer teologia que não
reconhece a autoridade da Bíblia é chamada liberal. O pai da
teologia liberal foi Friedrich Schleiermacher que negava a
historicidade dos milagres de Cristo. Ele contestou todas as
doutrinas bíblicas dizendo que o que valia é o sentimento
humano, pois se uma pessoa se sentisse salva, então era
salva, independentemente de sua crença em Cristo. Para ele
Cristo era único por demonstrar uma conscientização de Deus
perfeita e ininterrupta. Sendo assim a cruz não foi o preço da
redenção do homem, e sim um exemplo de solidariedade de
Jesus com o sofrimento humano. Para ele o homem se salva

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Oséas Macedo de Paula 31
Introdução à Teologia

se passar do estado de esquecimento de Deus para o estado


de consciência da existência de Deus.
Outro teólogo que questionou a autoridade da Bíblia foi,
Albrecht Ritschl. Enquanto Schleiermacher era místico,
procurando no sentimento o centro da religião, Ritschl via a
religião em termos de moralidade e de esforço pessoal no
estabelecimento do Reino de Deus (um reino moral-ético). Para
ele a experiência pessoal vale mais que a revelação escrita.
Cristo somente era Filho de Deus porque muitos criam assim,
mas que Ele era apenas um grande gênio religioso. Pregava
que a salvação se dá pela prática da caridade e pela comunhão
entre as pessoas, não pela fé em Jesus.
Ainda podemos mencionar Ernst Troeschl como outro
destacado teólogo liberal. Para ele o cristianismo era apenas
mais uma religião e Deus se revela em todas as demais
religiões. O cristianismo para ele era apenas o ápice da
revelação divina. Desta forma defendia a salvação dos não-
cristãos, porque Deus se revela nas outras religiões.
a) Deus, pai imanente – Deus é o pai imanente e amoroso
em constante comunhão com Sua criação trabalhando
dentro dela para leva-la à perfeição. Deus, por ser um pai
amoroso, não punirá seus filhos, apenas os corrigirá.
b) Pecado – O homem não é mais visto como pecador e
necessitado de redenção. Ele é visto como alguém em
perfeita comunhão com Deus não havendo nenhuma
distinção qualitativa entre eles.
c) Jesus Cristo – Nega a divindade de Cristo, encarando
apenas sua humanidade. Cristo é apenas o exemplo
supremo do homem no qual Deus habita.
d) Salvação – Cristo veio confrontar o homem com a
salvação. Este, ao seguir seu exemplo de vida, entrará
em comunhão com Ele.

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Oséas Macedo de Paula 32
Introdução à Teologia

e) Reino de Deus – O reino de Deus é apenas moral, pois


Deus reina no coração do homem. Ao estabelecer a
justiça social e a retidão na esfera política, o reino de
Deus também será manifestado.
f) Autoridade Bíblica – O liberalismo tornou a autoridade
bíblica totalmente subjetiva, baseada na experiência
espiritual do indivíduo. A Bíblia é apenas o registro das
concepções religiosas do homem em evolução.

8. Teologia Neo-Ortodoxa
A neo-ortodoxia é uma reação contra a teologia liberal.
Também conhecida como Teologia da Crise, Teologia Dialética
ou ainda Teologia da Palavra. Surgida depois da Primeira
Guerra Mundial, foi liderada pelo teólogo Karl Barth que, ao
perceber que a teologia liberal havia sucumbido ante a
mentalidade iluminista e se perdido na distinção histórica do
cristianismo, e também o fundamentalismo tornou-se obscuro
ao rejeitar o iluminismo, inovou com uma terceira via, nem
aceitando completamente o iluminismo, também não o
rejeitando de vez. Sua teologia desmantelou, ou demoliu a
reinante teologia liberal.
Além de Barth outros teólogos tornaram-se conhecidos,
como Emil Brunner, Friedrich Gogarten, Eduard
Thurneysen e Rudolf Bultmann, entre outros.
a) Dialética – A teologia Neo-ortodoxa tem na dialética seu
método, apresentando as diferenças entre Deus e
homem, eternidade e tempo, revelação e história, etc., e
que a verdade não pode ser apresentada de modo
analógico e sim por meio de declarações aparentemente
paradoxais.
b) Deus – A declaração neo-ortodoxa aos liberais acerca de
Deus é: “Não! Deixe Deus ser Deus”. Para os neo-
ortodoxos Deus era o Outro absolutamente transcen-
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Oséas Macedo de Paula 33
Introdução à Teologia

dente e, em contrário ao liberalismo, não há comparação


dele com o homem. Desta forma combateu o
antropocentrismo da teologia liberal.
c) Revelação – Para os neo-ortodoxo as Escrituras eram o
lugar da revelação divina, não a própria revelação.
Rejeitam a inspiração verbal e de que a revelação era
proposicional. A Bíblia, para eles, é apenas a
“testemunha” da revelação em vez de ser a revelação
propriamente dita. Quando Deus se revelou aos
escritores bíblicos eles registraram por escrito seus
encontros com Deus. Por isso quando o crente lê as
Escrituras, Deus se utiliza do texto para se revelar a ele.
Para Barth a Bíblia é um livro humano e falível. Mas, ele
se contradiz afirmando que a Bíblia foi verbalmente
inspirada quando se refere aos assuntos da salvação.
d) Cristo – Para os neo-ortodoxos Jesus foi plenamente
humano e plenamente Deus. Ele sustenta a doutrina da
morte expiatória de Cristo com o objetivo de salvar o
homem.
e) Teologia Bíblica – o aspecto chave era o entendimento
de que a Bíblia deve ser compreendida em suas
categorias e com base no aspecto do mundo ou da
cosmovisão bíblica do grego e do hebraico,
principalmente deste último.
f) História – A revelação de Deus na história era a chave
para se entender a Bíblia na geração moderna e entende-
la teologicamente.

9. Teologia da Libertação
A teologia da libertação é um misto de movimentos
teológicos contemporâneos que interpretam a salvação e a
missão da igreja como a transformação das estruturas sociais

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Oséas Macedo de Paula 34
Introdução à Teologia

opressoras sejam elas econômicas, políticas ou sociais.


Rejeitam a redenção da culpa e do pecado original.
Apesar de ser basicamente um movimento teológico
católico romano, esta teologia está diretamente relacionada
com o movimento ecumênico, buscando unir e comungar todas
as religiões cristãs. Este termo foi elaborado pelo padre
peruano Gustavo Gutierrez em 1971, que escreveu o livro mais
importante do movimento: “A Teologia da Libertação”. Outros
teólogos da libertação são: Leonardo Boff do Brasil, Jon
Sobrinho de El Salvador e Juan Luís Segundo do Uruguai. É
uma teologia marxista cuja base bíblica é totalmente distorcida
e completamente distante do uso da hermenêutica e exegese.
A partir da década de 90, como envelhecimento de seus
líderes e a falta de discípulos sucessores, o movimento
começou seu declínio.

10. Teologia Negra


Nasceu da cultura afro-americana que sofreu com a
escravidão e opressão econômica. Foi expressada por meio do
estilo de música conhecido como negro sprirituals. O tema
característico deste tipo de expressão do cristianismo é a
igualdade de todos os indivíduos, a realidade da justiça divina
e o triunfo definitivo da causa da comunidade negra sobre a
injustiça e frustração atual.
Uma de suas fontes foi o pensamento de libertação secular
de Dietrich Bonhoeffer. Entretanto a preocupação da
comunidade negra era a de libertação espiritual. Era um
movimento de protesto não violento contra as injustiças sociais.
O mais proeminente teólogo negro é James Cone. Ele
argumentava que o amago da teologia é a negritude de Deus,
isto é, Deus está interessado com a luta pela justiça onde quer
que haja opressão.

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Oséas Macedo de Paula 35
Introdução à Teologia

11. Teologia Feminista


O feminismo surgiu com a publicação do livro de Betty
Friedan, “Mística Feminina” em 1963, nos EUA. O feminismo
teológico procura aplicar religiosamente a igualdade diante do
estado religioso dominado pelos homens. É uma forma de
aplicar a declaração paulina de que não existem em Cristo
distinção de classes, étnicas e de gênero, todos são um em
Cristo (Gálatas 3:26-28). É uma maneira de encontrar uma
teologia bíblica sob o prisma feminista, incluindo o papel da
mulher no clero ou no sacerdócio. É também uma
reinterpretação da teologia, segundo elas machista.

12. Teologia da Confissão Positiva


É uma doutrina surgida no meio neo-pentecostal dos EUA
e que se alastrou pelo mundo afora através de vários
televangelistas. De acordo com o Dictionary Of Pentecostal And
Charismatic Movements (Dicionário dos Movimentos
Pentecostal e Carismático):
“Confissão positiva é um título alternativo para a teologia da
fórmula da fé ou doutrina da prosperidade promulgada por vários
televangelistas contemporâneos, sob a liderança e a inspiração
de Essek William Kenyon. A expressão "confissão positiva" pode
ser legitimamente interpretada de várias maneiras. O mais
significativo de tudo é que a expressão "confissão positiva" se
refere literalmente a trazer à existência o que declaramos com
nossa boca, uma vez que a fé é uma confissão.”
O porta voz desta teologia foi Kenneth Hagin que escreveu
vários livros, tais como “O Nome de Jesus”, onde afirma que
pedir em nome de Jesus significa exigir a Deus um direito
adquirido. Em outro livro, “Zoe – a própria vida de Deus”, ele
afirma que nem Jesus tem uma posição melhor que o crente
diante de Deus.

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Introdução à Teologia

Esta doutrina é baseada principalmente nas experiências


de seus autores. Eles interpretam a Bíblia a partir de suas
experiências pessoais e não o contrário.
Para esta doutrina, o crente deve governar as
circunstancias através de confissões ou decretos em nome de
Jesus. Eles diferem a palavra “logos” e a palavra “rhema”
dizendo que a primeira é a palavra escrita e a segunda a
palavra oral, dita. E é através da palavra rhema que Deus criou
o universo por decretos (haja isso, produza aquilo, etc.). Por
isso o crente deve usar de decretos para fazer as coisas
acontecerem, a despeito da soberania de Deus de querer ou
não fazer. No Brasil, esta doutrina é defendida por teólogos
como Valnice Millomens e R.R. Soares, entre outros.
a) Doutrina da Prosperidade – os teólogos desta doutrina
defendem que o desejo de Deus para o crente é a
prosperidade material que é obtida quando a pessoa faz
doações para seus ministérios ou para as obras da
igreja.
b) Bênçãos e maldições hereditárias – segundo essa
doutrina, fomos libertos da maldição da lei como
pobreza, doença e morte espiritual. Seus teólogos
trabalham com a ideia de maldições hereditárias que
devem ser rompidas através de decretos em nome de
Jesus. Estas maldições passam de pais para filhos,
como por exemplo embriaguez, certas enfermidades,
etc. A pessoa, então, deve quebrar estas maldições
com “mandingas” tais como declaração de que não
aceita tal maldição, pedindo perdão a Deus pelo ente
morto de onde surgiu tal maldição, e assim uma
infinidade de ensinos que até parecem bíblicos, mas
são na realidade falácias, artimanhas, de uma teologia
pobre de hermenêutica e exegese bíblica. A Bíblia é
usada apenas para reforçar suas doutrinas heréticas.
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Introdução à Teologia

CONCLUSÃO
Como podemos ver a teologia é um campo vasto de
conhecimentos relacionados a Deus. Como disse no princípio,
todos somos teólogos, pois sempre temos algo a dizer de Deus.
Até o ateu tem. A qualidade de nossa teologia será boa ou ruim
dependendo da fonte e do método que utilizamos para extrair
nossas doutrinas.
A teologia bíblica somente será bíblica se usarmos a Bíblia
como autoridade máxima de nossa fé e prática e usarmos o
método interpretativo correto. A qualidade de nossa exegese
vai depender da forma que usamos as regras de interpretação,
a hermenêutica.
A responsabilidade do teólogo é muito grande no que tange
do seu diálogo, oração, com Deus e com Sua revelação, a
Bíblia. Estudamos a Bíblia não apenas para aumentar nosso
conhecimento de Deus, mas para nos aproximarmos Dele e
pormos em prática seus ensinamentos, seus estatutos. Por isso
todo estudante da Bíblia deve dosar o conhecimento com a
intimidade com Deus. Quanto mais se conhece a Deus mais
íntimo se torna Dele. Deus quer se revelar ao homem!

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Oséas Macedo de Paula 38
Introdução à Teologia

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Ames, William. The Marrow of Theology. Boston: Pilgrim,


1968. P. 77.
Burges, Stanley M.; McGee, Gary B.; Alexander, Patrick H. New
Dictionary of Pentecostal and Charismatic Moviments.
EUA: Zondervan, 2002.
Elwell, Walter A. (Editor). Enciclopédia Histórico-Teológica
da Igreja Cristã (Volumes I, II e III). São Paulo: Vida Nova,
1993.
Gonzalez, Justo L.; Perez, Zaida M. Introdução à Teologia
Cristã. São Paulo: Hagnos, 2008.
Gonçalves, Moisés. Fe Integral. Barquisimeto, Vzla, 2007.
Harbin, Christopher B. Introdução à Teologia Sistemática.
São Paulo: STBRS-PETE, 2001.
Libanio, J. B. Introdução à Teologia Fundamental. São Paulo:
Paulus, 2014.
Sawyer, M. James. Uma Introdução à Teologia. São Paulo:
Vida, 2009.
Zampieri, Gilmar. Introdução à Teologia. Porto Alegre:
ESTEF, 2004.

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Introdução à Teologia

ATIVIDADES EXTRACLASSES
PARTE I – Atividade para o módulo seguinte
1. Fale em suas palavras sobre os cinco tipos de conheci-
mentos.
2. O que é teologia?
3. Qual a importância de se estudar teologia?
4. Quais os objetivos da teologia?
5. Fale sobre os três modelos de teologia.
6. Que atitude devemos ter para com a teologia?
7. Qual a base da teologia e em que se baseia a teologia
cristã?
8. Em que se divide o estudo teológico? Comente.
9. Quais as doutrinas da teologia sistemática? O que
estuda cada uma?
10. Quais os principais sistemas teológicos?

PARTE II – Exercícios para a prova


1. Marque “V” para verdadeiro e “F” para falso.
___a) O conhecimento empírico é aquele que é
adquirido no dia-a-dia.
___b) O conhecimento teológico é aquele que é
adquirido pela fé filosófica.
___c) O conhecimento filosófico é aquele que exige
comprovação racional e depende da observação
do experimento.
___d) A teologia é o estudo ou o tratado acerca de Deus.
___e) O apóstolo Paulo exorta os crentes de Corinto a
amadurecerem na Palavra de Deus de uma forma
sistemática e disciplinada.
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Introdução à Teologia

___f) Um dos objetivos da teologia é mostrar um Deus


de mistérios irreveláveis.
___g) Sapientia, Scientia e Orthopraxis são os modelos
de teologia.
___h) Fé e oração são algumas das atitudes para com a
teologia.
___i) Cada religião tem seus escritos sagrados que são
a base de suas doutrinas ou teologia.
___j) A teologia sistemática segue um esquema
projetado pelo homem.
___k) O objetivo principal da sistematização é o tratar de
alguns temas de forma organizada.
___l) Hamartiologia é a doutrina da salvação.
___m) Soterologia é a doutrina do porvir.
___n) O pensamento de Agostinho não teve força na
Igreja Ortodoxa oriental.
___o) A teologia da libertação é um movimento
revolucionário católico-romano que surgiu no
contexto sul-americano de extrema pobreza e
opressão.
___p) A teologia luterana reformista se resume a quatro
“solas”; sola gratia, sola fide, sola scriptura, solus
Christus.
___q) A teologia reformada teve a João Calvino e a João
Wesley como seus principais protagonistas.
___r) Jacó Armínio começou a questionar a doutrina da
libertação.
___s) João Wesley afirmava que a salvação é a
“segunda benção”.

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Oséas Macedo de Paula 41
Introdução à Teologia

___t) O dispensacionalismo é uma doutrina escatológica


interdenominacional.
___u) O liberalismo questiona a autoridade da Bíblia.
___v) A teologia negra foi expressada por meio do estilo
de música conhecido como Negro Spirituals.
___w) A teologia feminista procura aplicar a
religiosamente a igualdade diante do estado
religiosos dominado pelos homens.
___x) A confissão positiva é baseada principalmente na
interpretação exegética da Bíblia.
___y) A doutrina da prosperidade defende o desejo de
Deus na prosperidade material do crente.
___z) A qualidade de nossa teologia depende da fonte e
do método que utilizamos para extrair nossas
doutrinas.

2. Marque “X” na alternativa correta


a) O conhecimento humano está separado em:
___1) Empírico, mitológico, filosófico, científico e
teológico.
___2) Senso comum, desrazão, racional, teológico e
científico.
___3) Popular, filosófico, teológico, empírico e
científico.
___4) Mitológico, empírico, senso comum, científico
e teológico.

b) O conhecimento teológico é:
___1) Assistemático, fatual, valorativo, e falível.
___2) Sistemático, valorativo, conceitual e infalível.

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Introdução à Teologia

___3) Reflexivo, baseado na fé, crítico e naturalista.


___4) Sistemático valorativo, dogmático e infalível.

c) É errado afirmarmos sobre a teologia:


___1) A teologia sozinha é sem vida.
___2) A teologia é a estrutura do conhecimento de
Deus.
___3) Todas as vezes que pensamos em Deus
estamos nos envolvendo com a teologia.
___4) A teologia cristã se baseia em todos os escritos
sagrados.

d) Não é um dos objetivos da teologia:


___1) Demonstrar a existência de Deus.
___2) Explicar em detalhes como as coisas são e
com funcionam.
___3) Mostrar um Deus que se revela ao homem.
___4) Explicar a razão da existência do homem.

e) Não é um modelo de teologia.


___1) Teologia como Sapientia.
___2) Teologia como Scientia.
___3) Teologia como Scriptura.
___4) Teologia como Orthopraxis.

f) Não é atitude para com a teologia:


___1) Fé e amor à revelação.
___2) Estudar e fazer teologia.
___3) Provar nossas experiências religiosas.
___4) Compromisso com Deus.

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Introdução à Teologia

g) Não faz parte das divisões do estudo teológico:


___1) Teologia didática.
___2) Teologia exegética
___3) Teologia bíblica.
___4) Teologia Sistemática.

h) Soterologia e eclesiologia são respectivamente:


___1) Doutrinas do pecado e da igreja.
___2) Doutrinas do homem e dos anjos.
___3) Doutrinas da salvação e da igreja.
___4) Doutrinas do Espírito Santo e da igreja.

i) Hamartiologia e Escatologia são respectivamente:


___1) Doutrinas do pecado e da igreja.
___2) Doutrinas do pecado e do porvir.
___3) Doutrinas da salvação de do porvir.
___4) Doutrinas do pecado e da salvação.

j) Paracletologia e Angelologia são respectiva-


mente:
___1) Doutrinas da salvação e do pecado.
___2) Doutrinas da salvação e do porvir.
___3) Doutrinas do Espírito Santo e do porvir.
___4) Doutrinas do Espírito Santo e dos anjos.

k) Teontologia e Bibliologia são respectivamente:


___1) Doutrinas do pecado e das Escrituras.
___2) Doutrinas da salvação e de Deus.
___3) Doutrinas de Deus e das Escrituras.

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Introdução à Teologia

___4) Doutrinas do homem e das Escrituras.

l) Cristologia e Antropologia são respectivamente:


___1) Doutrinas de Cristo e do homem.
___2) Doutrinas de Cristo e do pecado.
___3) Doutrinas de Cristo e das Escrituras.
___4) Doutrinas de Cristo e da salvação.

m) Não faz parte do sistema teológico:


___1) Teologia ortodoxa e católica romana.
___2) Teologia luterana e reformada.
___3) Teologia iluminista e filosófica.
___4) Teologia da libertação e negra.

n) Não diz respeito à teologia luterana:


___1) João Calvino.
___2) Martinho Lutero.
___3) Sola Gratia.
___4) Solus Christus.

o) Não diz respeito à teologia ortodoxa:


___1) Igreja oriental.
___2) Filioque.
___3) Igreja ocidental.
___4) Ícones.

p) Não diz respeito à teologia católica romana:


___1) igreja ocidental.
___2) Concílio de Trento.
___3) igreja oriental.

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Introdução à Teologia

___4) Indulgencias.

q) Não diz respeito à teologia reformada:


___1) Jacó Armínio.
___2) João Calvino.
___3) Ulrico Zwinglio.
___4) John Wesley.

r) Não diz respeito à teologia dispensacionalista:


___1) doutrina escatológica.
___2) Autoridade das Escrituras.
___3) As distinções de judeus e gentios é mantida.
___4) Pré-milenarismo.

s) Não diz respeito à teologia liberal:


___1) Friederich Schleiermacher.
___2) O que vale é o sentimento.
___3) Autoridade bíblica subjetiva.
___4) Teologia da crise.

t) Não diz respeito à teologia neo-ortodoxa:


___1) Negro Spirituals.
___2) Karl Barth.
___3) Deixe Deus ser Deus!
___4) Teologia dialética.

u) Não diz respeito à teologia da libertação:


___1) Rejeita a redenção da culpa e do pecado
original.
___2) Surgiu no meio neo-pentecostal.

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Introdução à Teologia

___3) Gustavo Gutierrez.


___4) Relacionada diretamente com o ecumenismo.

v) Não diz respeito à teologia negra:


___1) Cultura afro-americana.
___2) Igualdade de todos os indivíduos.
___3) Dietrich Bonhoeffer.
___4) Benção e maldições hereditárias.

w) Não diz respeito à teologia feminista:


___1) Betty Friedan.
___2) Papel da mulher no sacerdócio.
___3) Em Cristo não há distinção de classes...
___4) Interpretação bíblia a partir da experiência
pessoal.

x) Não diz respeito à teologia da confissão positiva:


___1) James Cone.
___2) Kenneth Hagin.
___3) Doutrina da prosperidade.
___4) Maldições hereditárias.

y) A teologia é:
___1) Responsável pelos problemas doutrinários na
igreja.
___2) Um campo vasto de conhecimentos relacio-
nados a Deus.
___3) Um conhecimento assistemático.
___4) Baseada nos tempos heroicos.

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Introdução à Teologia

z) É responsabilidade do teólogo:
___1) Conhecer e se relacionar com Deus.
___2) Buscar o conhecimento de Deus.
___3) Dosar o conhecimento com a intimidade com
Deus.
___4) Todas as alternativas acima estão corretas.

3. Marque a coluna “A” de acordo com a coluna “B”


COLUNA A COLUNA B
___1) Adquirido no dia-a-dia. A. Estudo acerca de Deus.
___2) Tenta explicar a razão de B. A Bíblia.
tudo. C. Teologia bíblica, histórica,
___3) Exige comprovação racio- exegética, prática, siste-
nal. mática e moderna.
___4) Fruto do uso da razão. D. Mostrar um Deus que se
___5) Fruto da revelação divina. revela ao homem.
___6) Definição de teologia. E. Filioque; a trindade é uma
___7) Importância do estudo da verdade prática.
teologia. F. Sola gratia, sola fide, sola
___8) Objetivo da teologia. Scriptura, solus Christus.
___9) Modelos de teologia. G. Teologia reformada.
___10) Atitude para com a H. Escritos sagrados.
teologia. I. Jacó Armínio.
___11) A base da teologia cristã. J. Sua força é a santificação.
___12) A base da teologia. K. Conhecimento Empírico.
___13) Divisões do estudo L. Teologia neo-ortodoxa.
teológico. M. trazer a existência o que
___14) Doutrinas da teologia declaramos com nossa
sistemática. boca.
___15) Teologia ortodoxa. N. Conhecimento Teológico.

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Introdução à Teologia

___16) Teologia católica roma- O. Teologia marxista com


na. distorções bíblicas.
___17) Teologia luterana. P. Teologia feminista.
___18) Deus é quem escolhe Q. Conhecimento Mitoló-
quem vai ser salvo e gico.
quem vai ser perdido. R. Fé, amor à revelação,
___19) Questionou a doutrina da fazer teologia, compro-
predestinação, pois põe a misso com Deus.
Deus como autor do S. O homem não é mais
pecado. visto como pecador e
___20) Teologia wesleyana. necessitado de redenção.
___21) Doutrina teológica e T. Conhecimento Filosófico.
escatológica. U. Teologia dispensaciona-
___22) Teologia Liberal. lista.
___23) Escrituras é o lugar da V. A Bíblia e a tradição como
revelação divina, não a fonte teológica.
própria revelação. W. Sapientia, Scientia e
___24) Teologia da libertação. Orthopraxis
___25) Procura aplicar religiosa- X. Deus, Cristo, Espírito
mente a igualdade diante Santo, Salvação, Peca-
do estado religioso domi- do, Homem, Anjos, Igreja,
nado pelos homens. Escrituras e Porvir.
___26) Teologia da confissão Y. Conhecimento Científico.
positiva. Z. Amadurece o crente na
Palavra de Deus

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