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Métodos e
Técnicas de
Estudo
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Maria Estela Moreira Vilela
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Módulo III
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SUMÁRIO
MÓDULO III
1-1 – A pesquisa
1-2 – Pesquisa: conceito, importância, etapas
1-3 - A pesquisa bibliográfica
Mensagem ao aluno:
Querido aluno, você esta recebendo o módulo III, com os conteúdos sobre pesquisa. Espero que aproveitem
bastante e estudem, pois é através dele, que conseguirá dar prosseguimento aos seus objetivos. Contem
sempre comigo
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA
INICIANDO A PESQUISA
Como você já deve ter percebido, toda pesquisa se inicia pela escolha de um tema. Este tema,
obrigatoriamente, estará vinculado aos nossos interesses de estudos pessoais. Mas como determinar esse tema?,
você pode estar se perguntando. Poderíamos lhe dizer que ele aparece de uma inquietação que temos em relação
a uma determinada atividade do nosso fazer profissional. No nosso caso, do nosso cotidiano do fazer
pedagógico.
E isso se torna evidente, como nos diz Inácio Filho {1998), pois só se conhece, só se é levado a
investigar à medida que se precisa solucionar algum problema. Portanto, a existência do problema é pressuposta
já no início da investigação. A pesquisa inicia-se pela observação, mas orientada por um problema que lhe dá
origem.
Por exemplo, você pode não entender como alguns alunos aprendem com facilidade, outros
simplesmente aprendem e há, ainda, outros que não conseguem aprender. Este, com certeza, é um assunto que
mexe com a cabeça da maioria dos professores, você não acha? Mas como transformá-lo em um tema? Sob que
aspectos poderemos abordá-lo, transformando-o em um tema de pesquisa? Com certeza existem diversas
formas de olhar o mesmo problema, e nós devemos escolher aquela com a qual temos maior afinidade. Se
vamos estudar o problema de aprendizagem, como sugerido, podemos abordar conceitos psicopedagógicos,
curriculares, didáticos, metodológicos ou qualquer outro que nos leve a conhecer melhor as dificuldades de
aprendizagem.
Sobre isto, é muito interessante entendermos o que nos diz Marques (2003 )
Estabelecer um tema de pesquisa é, assim, demarcar um campo específico de
desenhos e de esforços por conhecer, entender nosso mundo e nele e sobre ele agir
de maneira lúcida e conseqüente. Mas o tema não será verdadeiro, não será
encarnação determinada e prática do desejo, se não estiver na estrutura subjetiva,
corporal, do desejado. Não pode o tema ser imposição alheia. Deve-se por ele
tomar paixão, desejo trabalho, construído pelo próprio pesquisador. Da
experiência antecedente, dos anteriores saberes vistos como insuficientes e
limitantes nasce o desejo de conhecer mais e melhor a partir de um foco
concentrado de atenções. Não podemos tudo querer ao mesmo tempo. Muito menos
podemos de fato querer o que não tem ligação com nossa própria vida, o que nela
não se enraíza.
Como já sabemos, a investigação científica se distingue da atividade cognoscitiva cotidiana por seu
caráter sistemático e dirigido a um fim, ou seja, é uma investigação orientada para a solução de um problema
científico, cuja solução não se obtém durante a mera realização de tarefas e atividades práticas.
O sucesso ou o fracasso de um trabalho científico dependem, em grande parte, do correto
estabelecimento do problema. Freqüentemente, a correta formulação do problema científico acaba por se
converter em estímulo para novas investigações.
Voltando ao nosso exemplo, poderíamos dizer que já possuímos um tema científico a ser estudado?
Acreditamos ser ainda cedo para que, efetivamente, o tenhamos definido. Vamos entender por quê.
Se definirmos nosso tema de pesquisa como sendo "problemas de aprendizagem", ou mesmo "os
problemas que afetam a aprendizagem humana ", por exemplo, teremos um campo de estudo muito amplo, em
que as variáveis ficariam quase que impossíveis de determinar. Lembre-se de que, ao estabelecer o problema a
ser investigado, devemos ter condições de examiná-lo em sua plenitude, ou seja, é preciso que tenhamos
possibilidade de analisar todos os elementos do objeto a ser estudado. Isto significa que, ao adotarmos um dos
títulos apresentados acima, deveríamos ter condições de estudar todos os problemas que envolvem a
aprendizagem e com dados de todas as escolas no mundo.
Vamos convir que isto é praticamente impossível, não é verdade?
Sendo assim, é necessário fazermos o que se costuma chamar de recorte. Isto significa para o
pesquisador, estabelecer os limites do assunto que irá abranger em seu trabalho. Continuando com nosso
exemplo, poderíamos pensar em estudar "os problemas mais comuns de aprendizagem, que ocorrem na quarta
série do Ensino Fundamental da escola X". Este, sim, já poderia ser considerado um tema de estudo.
Faculdade Machado de Assis 3
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Umberto Eco (2004) nos diz que um bom tema de estudo deve ter algumas características importantes:
a) recair sobre um objeto definido (de forma física ou conceitual) e que seja facilmente reconhecido por
todos;
b) abordar o objeto de uma forma nova, dizendo sobre ele alguma coisa que ainda não foi dita;
c) trazer algum conhecimento útil às pessoas que lerem suas conclusões;
d) fornecer subsídios que possibilitem verificar ou contestar as hipóteses apresentadas, possibilitando o
surgimento de novas pesquisas.
Essas características podem parecer um tanto complicadas no começo, mas são essenciais para o
desenvolvimento de seu trabalho. Para acalmá-lo um pouco, posso lhe dizer que a formulação inicial do tema,
normalmente, acaba não tendo a mesma forma quando da conclusão do trabalho.
Módulo III
1- A PESQUISA
A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com
o emprego de processos científicos.
A pesquisa parte, pois, de uma dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca uma
resposta ou solução.
Os três elementos são imprescindíveis, uma vez que uma solução poderá ocorrer somente quando algum
problema levantado tenha sido trabalhado com instrumentos científicos e procedimentos adequados.
A pesquisa, porém, não é a única forma de obtenção de conhecimentos e descobertas. Outros meios de
acesso ao saber que dispensam o uso de processos científicos, embora válidos, não podem ser enquadrados
como tarefas de pesquisa.
Um desses meios, aliás muito recomendável, é a consulta bibliográfica que se caracteriza por dirimir
pequenas dúvidas, recorrendo a documentos.
Esta busca de esclarecimentos não é pesquisa porque envolve problemas e soluções menos significativos
e dispensa o emprego de processos rigorosos. Além disso, o registro dos dados levantados não é exigido e,
quando isso ocorre, se reduz à mera cópia. O relatório dos resultados, de outra parte, é indispensável na
pesquisa.
1- CONCEITO:
Conceito de pesquisa original: entende-se por trabalho científico original aquela pesquisa, de caráter inédito,
que vise ampliar a fronteira do conhecimento, que busque estabelecer novas relações de causalidade para fatos
e fenômenos conhecidos ou que apresente novas conquistas para o respectivo campo de conhecimento.
Trata-se, portanto, de uma pesquisa sobre um determinado assunto, levada a efeito, em parte ou em conjunto,
pela primeira vez. São trabalhos desta natureza que, preferencialmente, concorrem para o progresso das
ciências com novas descobertas.
A memória científica ou trabalho científico original será redigida de tal maneira que, a partir das indicações no
texto, um pesquisador qualificado possa:
• reproduzir as experiências e obter os resultados descritos no trabalho com igual ou menor número de
erros;
• repetir as observações e formar opinião sobre as conclusões do autor;
• verificar a exatidão das análises, induções e deduções, nas quais estão baseadas as descobertas do autor,
usando como fonte as informações dadas no trabalho (Biasotti, 1969, p. 8).
Finalidade da pesquisa: a pesquisa, conforme a qualificação do investigador, terá objetivos e resultados
diferentes. O estudante universitário que se inicia na pesquisa e o pesquisador profissional já amadurecido e
integrado em uma equipe de investigação terão objetivos distintos, de acordo com a habilitação de cada um.
OBJETIVO:
O objetivo dos iniciantes é a aprendizagem e o treino nas técnicas de investigação, refazendo os caminhos
percorridos pelos pesquisadores. O resumo de assunto de uns segue a trilha dos trabalhos científicos originais
dos outros.
O interesse e a curiosidade do homem pelo saber levam-no a investigar a realidade sob os mais
diversificados aspectos e dimensões.
Por outro lado, cada abordagem ou busca admite níveis diferentes de aprofundamento e enfoques
específicos conforme o objeto de estudo, objetivos visados e a qualificação do pesquisador.
É natural, pois, a existência de inumeráveis tipos de pesquisa.
Cada tipo de pesquisa possui, além do núcleo comum de procedimentos; suas peculiaridades próprias.
Não cabe, neste texto, enumerar todos os aspectos que a pesquisa possa aborda ou transcrever todas as
classificações já apresentadas.
É oportuno, porém referir a ênfase que alguns autores dão à distinção entre a pesquisa pura e a aplicada.
Na pesquisa pura ou básica, o pesquisador tem como meta o saber buscando satisfazer a uma
necessidade intelectual pelo conhecimento.
Já na pesquisa aplicada, o investigador é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos mais
ou menos imediatos, buscando soluções para problemas concretos.
São pesquisas que não se excluem, nem se opõem. Ambas são indispensáveis para o progresso das
ciências e do homem: uma busca a atualização de conhecimentos para uma nova tomada de posição; enquanto a
outra pretende, além disso, transformar em ação concreta os resultados de seu trabalho.
A classificação, que por seu alcance será adotada neste texto, fixa-se no procedimento geral que é
utilizado. Segundo este critério, obtém-se, no mínimo, três importantes tipos de pesquisa: a bibliográfica, a
descritiva e a experimental.
Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer
para o levantamento do estado da arte do tema, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justificar os
limites e contribuições da própria pesquisa.
Além disso, os trabalhos realizados pelos alunos para complementar os programas curriculares são,
geralmente, pequenas pesquisas bibliográficas.
Dada a importância que a pesquisa bibliográfica tem na vida do estudante universitário em todas as
áreas de estudo, será reservado um espaço especial para a mesma.
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem
manipulá-los.
Procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e
conexão com outros, sua natureza e características.
Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e
demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e
comunidades mais complexas.
A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles
dados e problemas que merecem ser estudados e cujo registro não consta de documentos.
Os dados, por ocorrerem em seu hábitat natural, precisam ser coletados e registrados ordenadamente
para seu estudo propriamente dito.
A pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam:
a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrição das características, propriedades ou relações existentes
na comunidade, grupo ou realidade pesquisada.
Os estudos descritivos, assim como os exploratórios, favorecem, na pesquisa mais ampla e completa, as tarefas
da formulação clara do problema e da hipótese como tentativa de solução.
Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam identificar as representações sociais e o perfil
de indivíduos e grupos, como também os estudos que visam identificar estruturas, formas, funções e conteúdos.
b)Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas têm a respeito de
algum assunto, com o objetivo de tomar decisões.
A pesquisa de opinião abrange uma faixa muito grande de investigações que visam identificar falhas ou erros,
descrever procedimentos, descobrir tendências. reconhecer interesses e outros comportamentos.
Esta modalidade de pesquisa é a mais divulgada pelos meios de comunicação, pois permite: tratar de temas do
cotidiano, como intenções de votos de compras e de consumo, verificar tendências da opinião pública e mesmo
permitir que se crie, por meio da manipulação de dados, das opiniões contra ou a favor de temas polêmicos,
como aborto, pena de morte. redução da idade penal etc.
c) Pesquisa de motivação: busca saber as razões inconscientes e ocultas que levam, por exemplo, o consumidor
a utilizar determinado produto ou que determinam certos comportamentos ou atitudes.
d) Estudo de caso: é a pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja
representativo do seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida.
e) Pesquisa documental: são investigados a fim de se poder descrever e comparar usos e costumes, tendências e
outras características. Estuda a realidade presente, e não o passado, como ocorre com a pesquisa histórica.
Em síntese, a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da
própria realidade.
A coleta de dados aparece como uma das tarefas características da pesquisa descritiva.
Para viabilizar essa importante operação da coleta de dados, são utilizados, como principais
instrumentos, a observação, a entrevista, o questionário e o formulário.
A coleta e o registro de dados, porém, com toda sua significação, não constituem, por si sós, uma
pesquisa, mas sim técnicas específicas para a consecução dos objetivos da pesquisa. A pesquisa, seja qual for o
tipo, resulta da execução de inúmeras tarefas, desde a escolha do assunto até o relatório final, o que também
implica a adoção simultânea e consecutiva de variadas técnicas dentro de uma mesma pesquisa.
Convém esclarecer que a pesquisa experimental não se resume em pesquisas realizadas em laboratório,
assim como a descritiva não se resume à pesquisa de campo. Os termos de campo e de laboratório indicam
apenas o contexto onde elas se realizam. Uma pesquisa pode ser experimental tanto em contexto de campo
quanto de laboratório. O mesmo acontece com a descritiva. Pode-se dizer que, no contexto de laboratório,
realizam-se mais pesquisas de natureza experimental.
O estudo exploratório, designado por alguns autores como pesquisa quase científica ou não científica é,
normalmente, o passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de
hipóteses significativas para posteriores pesquisas.
Os estudos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir
objetivos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo.
Tais estudos têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter nova percepção do mesmo e
descobrir novas idéias.
A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes
entre os elementos componentes da mesma.
Essa pesquisa requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais
diversos aspectos de um problema ou de uma situação.
Recomenda-se o estudo exploratório quando há poucos conhecimentos sobre o problema a ser estudado.
Entende-se por pesquisa resumo de assunto aquele texto que reúne, analisa e discute conhecimentos e
informações já publicadas.
O resumo de assunto não é um trabalho original, mas exige de seu autor a aplicação dos mesmos
métodos científicos utilizados no trabalho científico original.
A maior parte dos trabalhos elaborados durante os cursos de formação (nível de graduação) são, quanto
à sua natureza, um resumo de assunto e, dificilmente, um trabalho científico original.
Uma das vantagens que justificam a elaboração de resumos de assunto resulta no fato de ser ele um
meio apto a fornecer aos alunos a bagagem de conhecimentos e o treinamento científico que os habilitam a
lançarem-se em trabalhos originais de pesquisa.
Enquanto método de ensino e aprendizagem, o seminário visa precipuamente obter conclusões de ordem
metodológica e cognoscitiva. Suponhamos, por exemplo, um grupo de mestrandos em seminário, onde
sucessivamente são expostos e discutidos problemas relacionados à pesquisa de cada aluno; discutem-se a
metodologia de trabalho e os conhecimentos adquiridos, assentando-se conclusões provisórias ou definitivas
nesses aspectos. Diferente é um seminário que reúne técnicos ou profissionais preocupados em melhorar sua
atuação por meio medidas mais adequadas; as conclusões de ordem prática se impõem.
A preparação de um seminário condiciona seus resultados. Importa, pois que se divulgue com
antecedência a temática a ser desenvolvida e se distribuam, sempre que possível, os documentos a ela
relacionados. O estudo desses textos e a busca de documentos complementares, por parte dos participantes,
coloca-os em condições de contribuir mais positivamente nos debates.
A execução dos trabalhos obedece a uma dinâmica, conforme o modelo de seminário adotado. Seja este
qual for, um seminário bem conduzido comporta pelo menos três fases:
a) Exposição do tema ou tese a ser discutida: essa exposição pode ser seguida de um comentário feito por
um participante previamente designado.
b) Discussão em grupo: envolvendo a participação individual, mediante levantamento de novos problemas,
acréscimo de informações, análise e julgamento dos dados, contestação de teses ou conclusões, abertura
de novas perspectivas.
c) Conclusão: em forma de relatório sintético que pode ou não ser submetido à consideração dos
participantes. O relator deve ser indicado previamente.
Em seminários de estudos na universidade, o professor dispensa frequentemente tal relatório, tecendo
em seu lugar um comentário crítico, tanto da exposição como do comentário e das intervenções do grupo.
Dificuldade não negligenciável é, por vezes, o silêncio de alguns, senão mesmo da maioria, nos debates.
O seminário como um todo só tem a perder com isso.
Técnica simples e eficiente para despertar o senso crítico e ativar a participação do indivíduo nos
debates consiste em traçar sobre a folha de apontamentos um espaço à margem esquerda e, à medida que o
expositor faz seus apontamentos, quando alguém estiver expondo seu pensamento, ele registra à margem, no
ato, as reflexões que podem revestir o caráter de pergunta, depoimento, esclarecimento, contestação,
confirmação, dúvida etc.
Essa técnica produz duplo efeito: tem o poder de agilizar o pensamento (efeito didático) e de preparar o
debate (efeito prático).
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Concluída a exposição, o expositor já dispõe de uma série de elementos para debate, tão ricos e variados
que surpreenderão a inteligência mediana. Procedendo dessa maneira, ele ganha tempo e participa dos debates
com a certeza de que suas intervenções serão oportunas e adequadas.
QUADRO I
Pesquisa descritiva e experimental: passos e apresentação do relatório.
3- PESQUISA
Significa procurar, buscar com cuidado e profundidade.
A pesquisa faz parte do nosso cotidiano, quando pensamos em alugar uma casa, abrimos a página de
classificados do jornal e saímos marcando os anúncios que nos interessa, estamos fazendo uma pesquisa. Só
que este tipo de pesquisa é rudimentar.
A pesquisa que nos interessa é a pesquisa científica, isto é:
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a investigação feita com o objetivo expresso de obter conhecimento específico e estruturado sobre um
assunto preciso.
4- FLUXOGRAMA DA PESQUISA
Desde a preparação até a apresentação de um relatório de pesquisa estão envolvidas diferentes etapas.
Algumas delas são concomitantes; outras são interpostas. O fluxo que ora se apresenta tem apenas uma
finalidade didática de exposição. Na realidade ela é extremamente flexível. Abaixo temos o exemplo de um
fluxograma de pesquisa científica:
Escolha do tema
Revisão da Literatura
Documentação
Critica da documentação
Construção do referencial Teórico
Delimitação do problema
Construção das Hipóteses
Esta fase, a preparatória, é dedicada a escolha do tema, à delimitação do problema, à revisão da literatura,
construção do marco teórico e construção. das hipóteses. Seu objetivo principal é a que o pesquisador defina o
problema que irá investigar. E nesta etapa que se apresentam as principais dificuldades para o investigador.
A Internet, rede mundial de computadores, tornou-se urna indispensável fonte de pesquisa para os
diversos campos de conhecimento. Isso porque representa hoje um extraordinário acervo de dados que está
colocado à disposição de todos os interessados, e que pode ser acessado com extrema facilidade por todos eles,
graças à sofisticação dos atuais recursos informacionais e comunicacionais acessíveis no mundo inteiro.
A Internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro, permitindo o acesso
dos interessados a milhares de informações que estão armazenadas em seus Web Sites. Permite a esses
interessados a navegar por essa malha de computadores, podendo consultar e escolher elementos informativos,
de toda ordem, aí disponíveis. Permite ainda aos pesquisadores de todo planeta trocar mensagens e
informações, com rapidez estonteante, eliminando assim barreiras de tempo e de espaço.
O que se pode pesquisar na Internet? Como se trata de uma enorme rede, com um excessivo volume de
informações, sobre todos os domínios e assuntos, é preciso saber garimpar, sobretudo dirigindo-se a endereços
certos. Mas quando ainda não se dispõe desse endereço, pode-se iniciar o trabalho tentando exatamente
localizar os endereços dos sites relacionados ao assunto de interesse. Isso pode ser feito através dos Web Sites
de Busca, assim designados programas que ficam vinculados à própria rede que se encarregam de localizar os
sites a partir da indicação de palavras-chave, assuntos, nomes de pessoas, de entidades e etc. Entre os mais
correntes e poderosos, podemos citar.
www.yahoo.com www.altavista.com
www.infosek www.lycos.com
www.webercrawler .com www.excite.com
www.miner.com www.cade.com
www.google.com
É bastante comum ouvirmos afirmações como essa, em geral de internautas neófiros. Podemos
encontrar tudo o que quisermos na Internet. Na verdade, pouquíssimos livros estão publicados por completo na
Internet ( e ainda menos filmes, gravações, jornais e revistas antigos ). Alem disso, estar “publicado” na
Internet não é garantia da qualidade da fonte; ao contrario, como é muito mais fácil e barato publicar na Web do
que em papel, há muito mais material de baixa qualidade na Internet. Deve-se sempre lembrar que, na Web,
trabalhamos com diferentes níveis de conhecimentos.
Torna-se essencial, nesse sentido, avaliar as formas de acesso e as fontes das informações obtidas na
Internet. No caso das fontes, podemos utilizar como critérios de avaliação: quem se responsabiliza por ou
publica a informação, as credenciais do autor, a data de publicação ( para assuntos atuais ) as referencias ( se há
indicações das fontes de onde a página tira suas informações)etc. Devemos tomar cuidado especial com
informações obtidas em sites de propaganda e em sites não independentes ( como páginas de empresas
Abreviação Descrição
.edu Uma universidade ou outra instituição educacional.
.com Um usuário comercial da internet.
.gov Um usuário governamental.
.mil Um usuário militar.
.org Um organização, em geral, não governamental.
.net Uma rede ( network).
6- PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
6.1-Conceito:
Como já vimos nas aulas anteriores, a pesquisa bibliográfica tem a finalidade de levantar as contribuições
culturais e cientificas sobre um determinado tema. Ela serve como suporte para resolver não só problemas já
conhecidos, mas também como subsídio para explorar áreas em que os problemas ainda não se cristalizaram
suficientemente.
6.2-Objetivo:
Seu objetivo é desvendar, recolher e analisar as principais contribuições teóricas que diversos autores fizeram
sobre um determinado fato, assunto ou idéia. Ou seja, realizamos uma pesquisa bibliográfica tentando resolver
um problema ou adquirir novos conhecimentos a partir de informações publicas em livros ou outros
documentos similares. Ao executarmos este trabalho, confrontamos o que cada autor disse, a favor ou contra
nossas hipóteses e, a partir desta atividade dialógica, formulamos nossa própria opinião a respeito do assunto
pesquisado. Vamos, a partir de agora, abordar um pouco mais sobre a prática desta metodologia de pesquisa,
começando por seu planejamento.
O planejamento é uma exigência que se impõe, no dia-a-dia, em todas as áreas, pois permite ordenar e
racionalizar as atividades humanas.
No caso específico de pesquisa, planejar tornar-se essencial por razoes de responsabilidade moral,
econômica e pela própria eficiência do trabalho, já que ajuda a prever todos os passos, ferramentas e processos
que serão utilizados no decorrer da atividade de pesquisa.
Como toda pesquisa, a bibliográfica necessita ter um planejamento que englobe todas as etapas do
trabalho.
Esta previsão se constitui em um instrumento que permite orientar cada passo do processo da pesquisa,
estabelecendo seu desenvolvimento, isto, no entanto, não deve ser tomado com uma rigidez pétrea, mas sim
como um caminho a ser percorrido e que, dependendo das circunstancia, poderá sofrer pequenas alterações.
Bibliografia:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico, São Paulo, Cortez, 2004.
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