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Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Instituto de Ciência e Tecnologia


Diamantina - Minas Gerais

CTD113 - Probabilidade e Estatística Prof. Dr. Ricardo Luis dos Reis

Lista de Exercı́cios: Estatı́stica Descritiva - Tabelas e Gráficos

Exercı́cios Resolvidos

1. Os dados apresentam a distância (em km) entre a residência e o local de trabalho dos funcionários
da empresa AAA.

1,8 2,5 0,4 1,9 4,4 2,2 3,5 0,2 0,9 1,4 1,1 1,7 1,2 2,3
1,9 0,8 1,5 1,7 1,4 2,1 3,2 15,1 2,1 1,4 0,5 0,9 1,7 0,5
0,8 3,7 1,4 1,8 2,0 1,1 1,0 0,8

(a) Apresente estes dados em uma tabela ou distribuição de frequências;

(b) Apresente estes dados em um Histograma.

Solução

(a) Primeiro passo seria ordenar os dados, ou seja, organizar os dados do menor valor (0,2)
para o maior valor (15,1). A ordenação é a seguinte: 0.2; 0.4; 0.5; 0.5; 0.8; 0.8; 0.8; 0.9;
0.9; 1.0; 1.1; 1.1; 1.2; 1.4; 1.4; 1.4; 1.4; 1.5; 1.7; 1.7; 1.7; 1.8; 1.8; 1.9; 1.9; 2.0; 2.1; 2.1;
2.2; 2.3; 2.5; 3.2; 3.5; 3.7; 4.4; 15.1; O segundo passo é o seguinte: o menor valor é o 0,2.
Arredondando para baixo tem-se o valor inteiro 0. O maior valor é o 15,1. Arredondando
para cima tem-se o 16. Com esses valores (0 e 16), calcula-se a amplitude (16 - 0 = 16), que
é o maior valor menos o menor valor. O terceiro passo é definir o número de subintervalos
ou classes. A escolha seria um valor entre 5 e 15, ou seja, o número de classes pode ser 5

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ou 6 ou 7 ou 8 ou ... ou 15. Aqui vou escolher o valor 8 para o número de classes, pois
16 (amplitude) dividido por 8 (número de classes) vai ser igual a um valor inteiro, que é 2
(amplitude da classe ou subintervalo). O quarto passo é definir as classes ou subintervalos.
Nesse caso, inicia-se com a primeira classe, que começa no 0 (menor valor da amplitude),
que é o limite inferior da primeira classe. O limite superior da primeira classe é definido pelo
limite inferior da primeira classe + amplitude da classe, ou seja, 0 + 2 = 2 (limite superior
da primeira classe). Assim, a primeira classe é [0, 2). Lembre-se que o intervalo é fechado
no 0 e aberto no 2. Isto significa que os números 0.2, 0.4, 0.5, ..., 1.9 pertencem a essa classe
e o 2.0 irá pertencer à segunda classe. A segunda classe começa no 2, que é o limite supe-
rior da primeira classe. O limite superior da segunda classe é definido pelo limite inferior
da segunda classe + amplitude da classe, ou seja, 2 + 2 = 4 (limite superior da segunda
classe). Assim, a segunda classe é [2, 4). Lembre-se que o intervalo é fechado no 2 e aberto
no 4. Isto significa que os números 2.0, 2.1, 2.1, ..., 3.7 pertencem a essa classe. As próximas
classes são [4, 6), [6, 8), [8, 10), [10, 12), [12, 14) e [14, 16). A tabela de frequências é dada por:

Distância Frequência Frequência


Classes absoluta relativa
[0;2) 25 0,6944
[2;4) 9 0,25
[4;6) 1 0,0278
[6;8) 0 0
[8;10) 0 0
[10;12) 0 0
[12;14) 0 0
[14;16) 1 0,0278
Total 36 1

Nota-se que para a primeira classe [0, 2) a frequência absoluta é 25, ou seja, a contagem
de quantos valores estão entre 0 e 2, ou seja, os valores 0.2, 0.4, 0.5, ..., 1.9. A frequência
relativa é a frequência absoluta (25) dividido pelo tamanho da amostra (36), ou seja , 25/36
= 0,6944. O processo é idêntico da as outras classes. Lembre-se que o tamanho da amostra
é a quantidade de números pertencentes à amostra ou a soma das frequências absolutas, que
de acordo com a tabela é 36.

(b) O Histograma é dado por:

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Figura: Histograma para a distância (em km) entre a residência e local de trabalho.

Nota-se que no eixo x ficam as classes. Cada classe corresponde a um retângulo. A altura
do retângulo é a frequência absoluta, que é o eixo y. Observe que os retângulos são unidos
uns aos outros. Para as classes com frequência absoluta 0 não tem retângulo.

Exercı́cios Propostos

1. A Figura 1 representa o Histograma do tempo (em segundos) para carga de um aplicativo, num
sistema compartilhado.

4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 4,7 4,8 4,8 4,9 4,9 4,9 4,9 5,1 5,1
5,1 5,1 5,1 5,2 5,3 5,4 5,4 5,4 5,5 5,6 5,6 5,7 5,7 5,7 5,7
5,9 6,0 6,0 6,2 6,2 6,2 6,3 6,3 6,4 6,5 6,7 6,8 6,8 6,9
7,0 7,1 7,3 7,3 8,2 8,2 8,3 8,4 8,9 9,1 9,9 14,1

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Figura 1: Histograma para o tempo (em segundos) para carga de um aplicativo.

Obtenha:

(a) O tamanho da amostra;


N=56

(b) A amplitude da amostra;


A= 14,1 – 4,1 = 10

(c) O número de subintervalos ou classes;

k=11

(d) Os subintervalos ou classes;

[4,5); [5,6); [6,7); [7,8); [8,9); [9,10); [10,11); [11,12); [12,13); [13,14); [14,15).

(e) A amplitude dos subintervalos ou classes;

H= 10/11 = 0,9 ≅ 1 segundo

(f) A frequência absoluta de cada subintervalo ou classe;

N1=13; N2=18; N3=13; N4=4; N5=5; N6=2; N7=0; N8=0; N9=0; N10=0; N11=1

(g) A frequência relativa de cada subintervalo ou classe;

f1=0,23; f2=0,32; f3=0,23; f4=0,07; f5=0,09; f6=0,04; f7=0; f8=0; f9=0; f10=0; f11=0,02

2. O seguinte conjunto de dados representa a vida útil de baterias de carro. As baterias tinham
garantia para 3 anos.

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1,6 1,9 2,2 2,5 2,6 2,6 2,9 3,0 3,0 3,1 3,1 3,1 3,1 3,2 3,2 3,2
3,3 3,3 3,3 3,4 3,4 3,4 3,5 3,5 3,6 3,7 3,7 3,7 3,8 3,8 3,9 3,9
4,1 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,7 4,7

(a) Construa uma tabela ou distribuição de frequências;

Distância Frequência Frequência


Classes absoluta relativa
[1,5;2,0) 2 0,05
[2,0;2,5) 1 0,025
[2,5;3,0) 4 0,1
[3,0;3,5) 15 0,375
[3,5;4,0) 10 0,25
[4,0;4,5) 5 0,125
[4,5;5,0) 3 0,075
Total 40 1

(b) Construa um Histograma.

16

14

12
Frequência Absoluta

10

0
[1,5;2,0) [2,0;2,5) [2,5;3,0) [3,0;3,5) [3,5;4,0) [4,0;4,5) [4,5;5,0)
Vida útil de baterias de carro

Figura 2: Histograma da vida útil (em anos) de baterias de carros.

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3. Pesquise sobre o Diagrama de Ramos-e-Folhas, Diagrama de Pareto e Diagrama de Caixa e dê
um exemplo de cada um.
- Diagrama de Ramos-e-Folhas:
Esse diagrama é usado para representar a distribuição de frequência de uma variável
quantitativa com poucas observações. Ele irá ordenar o conjunto dos dados, além de tornar
fácil a compreensão dos conceitos de mediana e moda de uma determinada distribuição. De
modo geral, as folhas serão compostas pelo primeiro algarismo, já o galho será composto
pelos algarismos que sobraram da observação do conjunto de dados. A construção do
diagrama se dá por traçar uma linha vertical que irá ser responsável por separar os ramos das
folhas, ficando, portanto, os ramos à esquerda (um ramo a cada linha horizontal) e os galhos
à direita.

33 47 14 25 38 30 24 26 29 15

34 40 45 52 17 42 44 56 50 39

O exemplo acima mostra os pesos de 20 pedras diferentes coletadas por uma determinada
pessoa que deseja ordenar esse conjunto de valores. Assim, teremos o seguinte diagrama:

Figura 3: Diagrama de Ramos -e-Folhas do peso (em quilogramas) das pedras .

Neste caso, o ramo foi uma dezena, ou seja, o primeira valor seria 14, não 1,4, por exemplo.
Desse modo o diagrama deverá fornecer essa informação, como uma legenda que esclareça
isso.

Para mais, tal diagrama pode ser usado para comparar resultados, bastando construir um ao
lado do outro, sendo um conjunto representado do lado direito da escala e o outro do esquerdo
com as folhas crescendo da escala para a margem.

- Diagrama de Pareto:
O Diagrama de Pareto trata-se de um gráfico de colunas ou barras, sendo o de barras o mais usado,
no qual as frequências observadas são ordenadas de modo decrescente. Tal diagrama é usado,
sobretudo, para evidenciar os problemas. Logo, ele é bastante utilizado nos processos produtivos,

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postos de avaliação de qualidade de modo a evidenciar os problemas encontrados em decorrência
da falta de qualidade.

Figura 4: Diagrama de Pareto


No exemplo acima, temos um diagrama de pareto que mostra os problemas relacionados à
devolução de mercadorias de uma loja que fabrica e entrega os seus produtos, sendo a priorização
do problema feita pela frequência da ocorrência, o que resultou em uma ditribuição de frequências.
Dessa forma, nota-se que as principais característicasas que levam a falta de qualidade são o atraso
na entrega e o atraso da transportadora. Além disso, no exemplo temos, como adicional, uma curva
indica o percentual acumulado gerado pela falta de qualidade.

- Diagrama de Caixa:
O Diagrama de Caixa, conhecido também como boxplot, permite a avaliação de valores
típicos, assimetria, dispersão e dados discrepantes de conjuntos de dados relacionados à
variáveis quantitativas.
De modo geral, o diagrama mostra o resumo de cinco números pertencentes a um conjunto
de dados. Tal resumo é composto por: mínimo (limite inferior), primeiro quartil, mediana,
terceiro quartil e máximo (limite superior). Nesse diagrama desenha-se uma caixa do
primeiro ao terceiro quartil. Ademais, há uma reta vertical passando pela caixa na mediana,
já os bigodes saem de cada quartil até o mínimo ou máximo, como ilustra a figura abaixo:

Figura 5: exemplificação da construção do Diagrama de Caixa


Exemplo: Considere as seguintes alturas de determinados homens já adultos (em
centímetros):

7
142 145 150 163 163 165 165 165 166 167 168 168 169 169 169 170 170
172 173 173 173 174 174 177 178 179 180 181 181 183 183 184 198 204 205

O primeiro passo seria ordenar os resultados (já feito);


Segundamente, calcular a mediana, e o primeiro e terceiro quartil:

Lembrando que o primiero quartil é a mediana dos dados à esquerda da mediana e terceiro
quartil é a mediana dos dados à direita da mediana
Mediana= 172 cm;
Q1=166 cm;

Q3=180 cm.
Em terceiro lugar, identifica-se os extremos:
Mínimo: 142 cm;
Máximo: 205 cm.
Assim sendo, o resumo dos cinco números será: 142, 166, 172, 180, 205.

Desse modo, o diagrama de caixa será como mostra a figura abaixo:

Figura 6: Diagrama de caixa para as alturas (em centímetros) de homens adultos

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