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Há quem não alcance o sentido amplo e de elo entre pensar, articular, agir e realizar. Entretanto, todas essas faces
estão ou devem estar em uníssono para que esse ato seja um fluxo e possua iniciativa e acabativa.
Trata-se de estratégia, e, ela só acontece quando há pensamento anterior que a sustente. E esse pensamento
precisará ser tão abrangente, que seja capaz de mensurar cenários, pontos frágeis que precisam ser melhorados,
pontos fortes que devem ser aproveitados para alavancar uma ideia ou ideário.
Quando ocorrem deslizes, erros, tropeços, dificuldades, se realmente o desejo foi encontrar e solucionar problemas,
se busca exímios pensadores que tenham alcance e visão de tal modo que tenham a capacidade de chegar a esse
feito. Por sua vez, em um país complexo e com altíssimo nível de desigualdade social como é o Brasil, há de se ter,
no mínimo, condições de trabalhar os objetivos em três níveis:
1 – Aqueles objetivos de curtíssimo prazo, de cunho imediato (se há fome, é preciso oferecer meios de colocar
comida na mesa dos cidadãos desassistidos, de modo urgente);
2 – Os de cunho secundário (identificar as pessoas com condições de pensar, ter estratégia global e particular,
método de trabalho ordenado e lógico;
3 – Os objetivos que demandam maior prazo (planejar e ordenar as prioridades para o estabelecimento de políticas
públicas, e, subsequentemente, executar esses planos o mais próximo da realidade e de acordo com os recursos
disponíveis).
Além desses aspectos, o DISCERNIMENTO em relação aos fóruns adequados para debate, para a preparação e
para a ação, precisam ser respeitados também, sob pena de não haver êxito nos projetos idealizados.
Eu me lembro que nos meus verdes 23 anos, quando trabalhava como analista de custos júnior em uma grande
empresa de capital aberto e internacional, eu fui chamada para ser observadora em uma reunião de cúpula da
diretoria, que visava apresentar um modelo de custos que deveria ser implantado na fábrica local. Por que fui
chamada? Porque pensava de modo sistêmico e usava o raciocínio lógico sem desprezar nenhuma variável dos
processos. Ao apresentarem os imensos mapas referentes às máquinas associados às “novas” fórmulas para custo
padrão (stand), que seriam implantadas naquele mês, os idealizadores sequer tinham visitado a fábrica local ou
conhecido os tipos de máquinas usados, atendo-se à realidade do maquinário utilizado no sudeste do país, que
eram mais modernos que aquele destinado ao parque fabril do Nordeste.
Os diretores locais, todos com idade entre 40 e 60 anos de idade, que não tinham o hábito de observar detalhes de
suas próprias máquinas e de seus processos de trabalho, apenas aquiesciam sem nada comentar. O diretor
Financeiro que me convidara a observar, pediu para que eu comentasse o que eu achava dos mapas e das novas
fórmulas a serem empregadas.